Dione vanillae
Dione vanillae | |||||||||||||||||||||
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D. vanillae, vista inferior.
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Estado de conservação | |||||||||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) | |||||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||
Dione vanillae (Linnaeus, 1758)[1] | |||||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||||
Agraulis vanillae (Linnaeus, 1758) Papilio vanillae Linnaeus, 1758 Papilio passiflorae Fabricius, 1793 Agraulis lucina C. & R. Felder, 1862 Dione vanillae Stichel, [1908] Papilio argentea Larrañaga, 1923[1] |
Dione vanillae (denominada popularmente, em língua inglesa, Gulf fritillary;[3] também conhecida popularmente, em português, como Borboleta-pingos-de-prata;[4] até 2019 cientificamente nomeada Agraulis vanillae)[5] é uma borboleta neotropical da família Nymphalidae e subfamília Heliconiinae,[1] nativa do sul dos Estados Unidos e Índias Ocidentais até o norte do Uruguai e Argentina.[6] Foi classificada por Carolus Linnaeus, com a denominação de Papilio vanillae, em 1758.[7] A espécie, antes alocada no gênero monotípico Agraulis, foi realocada em Dione no ano de 2019, no estudo Changes to North American butterfly names, por Jing Zhang et al.; sendo Agraulis posicionado como subgênero.[5][8] Suas lagartas são consideradas praga de algumas espécies de Passiflora, em casos de elevada densidade populacional.[9]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Indivíduos desta espécie possuem as asas com envergadura em torno de 60 a 75 milímetros,[9] de dimensões harmoniosas e de coloração laranja, vistas por cima, com manchas escuras, quase negras, circulares e também acompanhando a venação das asas anteriores. De uma a três destas manchas características, nas asas anteriores, apresentam pontuações brancas em seu interior.[10][11][12] Vistos por baixo, além de mostrar as manchas circulares de centro branco das asas anteriores, em uma área de intenso laranja, sua principal característica é um padrão de manchas em prata que resplandecem na luz, principalmente nas asas posteriores.[13]
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Fotografia de A. vanillae se alimentando.
Hábitos
[editar | editar código-fonte]Segundo Adrian Hoskins, borboletas Heliconiinae geralmente são vistas voando em trilhas de florestas úmidas e decíduas, mas também são comumente encontradas em áreas abertas e antrópicas, como clareiras florestais, pastagens, ao longo das margens dos rios e em jardins floridos.[2] Dione vanillae se alimenta de substâncias mineralizadas do solo[14] e de substâncias retiradas de flores como a Lantana camara.[2][15]
Ovo, lagarta, crisálida e planta-alimento
[editar | editar código-fonte]Os ovos de Dione vanillae são colocados isoladamente pela fêmea sobre as folhas ou caules de plantas do gênero Passiflora (Maracujá) e são de coloração amarela, em seu início. As suas lagartas são solitárias e, em seu último estágio larvar, apresentam a área dorsal amarelada e faixas marrons, podendo ocorrer indivíduos mais claros ou mais escuros, avermelhados, além de apresentar projeções espiniformes.[16] A crisálida não é uniforme em sua coloração, constituída por diversas tonalidades de castanho-claro, ocre e cinza.[6][9]
Subespécies
[editar | editar código-fonte]D. vanillae possui oito subespécies:[1]
- Dione vanillae vanillae - Descrita por Linnaeus em 1758, de provável exemplar proveniente do Suriname ("America", na descrição).
- Dione vanillae lucina - Descrita por C. & R. Felder em 1862, de exemplar proveniente do Peru.
- Dione vanillae insularis - Descrita por Maynard em 1889, de exemplar proveniente das Bahamas.
- Dione vanillae galapagensis - Descrita por Holland em 1889, de exemplar proveniente das Galápagos (Galapagos fritillary).
- Dione vanillae maculosa - Descrita por Stichel em 1908, de exemplar proveniente do Brasil.
- Dione vanillae incarnata - Descrita por Riley em 1926, de exemplar proveniente do México.
- Dione vanillae forbesi - Descrita por Michener em 1942, de exemplar proveniente do Peru.
- Dione vanillae nigrior - Descrita por Michener em 1942, de exemplar proveniente dos Estados Unidos.
Sobre a subespécie Dione vanillae galapagensis (Holland, 1889), das ilhas Galápagos, um estudo afirma que ela é quase um terço menor (com 5 cm) que sua variação continental e que esta variação de tamanho está provavelmente relacionada à escassez de recursos nas ilhas.[17]
Diferenciação entre espécies
[editar | editar código-fonte]As borboletas Dione vanillae podem ser confundidas com outra espécie do mesmo gênero, Dione juno, por suas manchas em prata. Diferem pelas manchas escuras de ambas as asas, em cima e em baixo.
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Fotografia de D. vanillae ssp. lucina; uma subespécie encontrada na Colômbia, Equador, Peru e Brasil amazônico, se assemelhando muito com Dione juno.[4][18]
Referências
- ↑ a b c d e f Savela, Markku. «Agraulis / Agraulis vanillae» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016
- ↑ a b c Hoskins, Adrian. «Julia, or Flambeau - Dryas iulia (Fabricius, 1775)» (em inglês). Learn about butterflies. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016
- ↑ Daniels, Jaret C. «Gulf fritillary butterfly - Agraulis vanillae» (em inglês). Featured Creatures. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016
- ↑ a b PALO JR., Haroldo (2017). Butterflies of Brazil / Borboletas do Brasil, volume 2. Nymphalidae 1ª ed. São Carlos, Brasil: Vento Verde. p. 902-904. 1.728 páginas. ISBN 978-85-64060-10-4
- ↑ a b Zhang, Jing; Cong, Qian; Shen, Jinhui; Opler, Paul A.; Grishin, Nick V. (5 de novembro de 2019). «Changes to North American butterfly names» (PDF) (em inglês). The Taxonomic Report of the International Lepidoptera Survey. Volume 8 Number 2 (ZOBODAT). p. 5. 11 páginas. Consultado em 26 de novembro de 2021
- ↑ a b Silva, Denis S. da; Dell'Erba, Rafael; Kaminski, Lucas A.; Moreira, Gilson R. P. (Junho de 2006). «Morfologia externa dos estágios imaturos de heliconíneos neotropicais: V. Agraulis vanillae maculosa (Lepidoptera, Nymphalidae, Heliconiinae)». Iheringia, Sér. Zool. vol.96 no.2 Porto Alegre. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016
- ↑ Silva, Denis S. da; Dell'Erba, Rafael; Kaminski, Lucas A.; Moreira, Gilson R. P. (Junho de 2006). «Morfologia externa dos estágios imaturos de heliconíneos neotropicais: V. Agraulis vanillae maculosa (Lepidoptera, Nymphalidae, Heliconiinae)». Iheringia, Sér. Zool. vol.96 no.2 Porto Alegre. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016
- ↑ Orlandin, Elton; Piovesan, Mônica; Carneiro, Eduardo (abril de 2020). «Borboletas do Meio-Oeste de Santa Catarina: História Natural e Guia de Identificação». ResearchGate. 1 páginas. Consultado em 26 de novembro de 2021
- ↑ a b c Fancelli, Marilene; Mesquita, Antonio Lindemberg Martins. «Sistemas de Produção Maracujá - Pragas / Pragas do Maracujazeiro». Centro de Informações Tecnológicas e Comerciais para Fruticultura Tropical / EMBRAPA. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016
- ↑ Hallwachs, D. H. Janzen and W. (2010). «Agraulis vanillae incarnata» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016
- ↑ UGA Butterflies of San Luis (4 de dezembro de 2011). «Agraulis vanillae» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016
- ↑ «Agraulis vanille maculosa (Stichel, 1907)» (em inglês). Lepidoptera Brasiliensis. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016
- ↑ Hallwachs, D. H. Janzen and W. (2010). «Agraulis vanillae incarnata, verso» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016
- ↑ Nielsen, Erland Refling (8 de maio de 2005). «Agraulis vanillae» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016
- ↑ Wood, Kristi (11 de julho de 2009). «Agraulis vanillae» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016
- ↑ Hallwachs, D. H. Janzen and W. (2011). «Agraulis vanillae incarnata, lagarta» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2016.
last instar, length 30 mm COSTA RICA: Guanacaste Prov.: Area de Conservacion Guanacaste, Sector Pitilla, Pasmompa, 440m, collected on 12-I-2006 as penpenultimate instar, photographed on 28-I-2006 foodplant Passiflora biflora
- ↑ Jackson, Michael H. (1999). «Galápagos, A Natural History». University of Calgary Press (Google Books). 216 páginas. Consultado em 23 de outubro de 2016
- ↑ Schelling, Joe (27 de novembro de 2011). «Ecuador Butterfly Trip» (em inglês). Natural Moments. 1 páginas. Consultado em 16 de janeiro de 2018