Parada de Lucas
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Bairro do Brasil | ||
Localização | ||
Coordenadas | ||
Distrito | Zona Norte | |
História | ||
Criado em | 23 de julho de 1981 | |
Características geográficas | ||
Área total | 219,80 ha (em 2003) | |
População total | 23 923 (em 2 010)[1] hab. | |
• IDH | 0,745[2](em 2000) | |
Outras informações | ||
Domicílios | 7 716 (em 2010) | |
Limites | Vigário Geral, Vista Alegre, Irajá e Cordovil[3] | |
Subprefeitura | Zona Norte |
Parada de Lucas ou simplesmente conhecido como Lucas, é um bairro na Zona Norte do município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Sua favela integra o conhecido Complexo de Lucas/Israel, um conjunto de comunidades, que vai de Vigário Geral à Penha Circular. O complexo conta com uma população de 140.000 habitantes.
Seu índice de desenvolvimento humano, no ano 2000, era de 0,745, o 117º colocado entre 126 regiões analisadas no município do Rio de Janeiro.[2] Faz fronteira com os bairros Vigário Geral, Vista Alegre, Irajá e Cordovil[3], e também com o município de Duque de Caxias. Abrange a Avenida Brasil, onde há uma curva acentuada em direção à Zona Oeste.
O comércio local é composto essencialmente por bares e mercearias, predominantemente conduzidos por descendentes de migrantes nordestinos.
História
[editar | editar código-fonte]Em 1931, quando a comunidade começou a se formar, só existia um lugar onde obter água limpa. Era conhecida como Três Bicas e até hoje tem esse nome. Muitas pessoas atravessavam a Avenida Brasil para buscar água lá e trazê-la até suas casas.
O nome do bairro origena-se da fusão entre o prenome de um proprietário de terras da região - Lucas - com a existência de uma estação de trem, lá inaugurada em 1949. Não se sabe exatamente como e quando o imigrante português José Lucas de Almeida, "o Lucas", foi parar naquela região que fazia parte das sesmarias do Irajá. Com a construção da nova ferrovia que ligaria o Centro do antigo estado da Guanabara até a Raiz da Serra, apareceu o nome do bairro atual, quando José Lucas de Almeida pediu para fazerem uma paragem em suas terras para que os pequenos proprietários da região pudessem escoar suas mercadorias. Daí, veio o nome "Parada do Lucas", local onde uma pequena cobertura em madeira servia de apeadeiro. Logo a seguir, veio a estação de trem que existe até os dias de hoje. A casa do Lucas estava situada onde é hoje a Empresa de ônibus Caprichosa, onde existia uma grande plantação de couves portuguesas, segundo relatam os moradores mais antigos do bairro.
Por ser católico, ele construiu uma capela com o nome da santa de sua devoção e aquela localidade do bairro ficou conhecida até hoje pelos mais antigos como o "Morro da Capela”, onde também existia uma escola primária e uma escola de samba, a "Unidos da Capela", campeã do carnaval do Rio de Janeiro em 1950 e 1960. Com a fusão da escola de samba Unidos da Capela (na atual Rua Itapuva) com os Aprendizes de Lucas, nasceu o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Lucas.
Com o desmembramento das terras, surgiu o bairro, povoado por pessoas que vinham da Zona Sul e Centro do Rio, pessoas do interior do Estado do Rio, mais tarde por muitos nordestinos. Mas, na origem, podiam-se encontrar muitos portugueses, afro-brasileiros descendentes quase diretos dos escravos africanos (daí os cultos afros no bairro e o samba), até mesmo muitos judeus e pessoas do Oriente Médio.
A favela ou comunidade de Parada nasceu de um projeto da Igreja Católica chamado Cruzada São Sebastião: algumas casas foram construídas mas, depois, o projeto foi abandonado e o dinheiro desapareceu, e, assim, deu-se origem à ocupação da área que continua ocupada até hoje.
Adolfo Bloch trouxe um tempo muito próspero para o bairro com a implantação da gráfica da Bloch Editores, que já foi a maior gráfica da América Latina. Pessoas ilustres como o presidente Juscelino Kubitschek, o médico Christian Barnard e muitos outros famosos visitaram o bairro por causa da gráfica.
O bairro foi homenageado pelo cantor Ed Motta, logo em seu primeiro disco, quando ainda fazia parte da banda Conexão Japeri, em 1988. A música tem como título o próprio nome do bairro, Parada de Lucas.
Cultura
[editar | editar código-fonte]No âmbito cultural, o bairro tem como principal destaque o Samba. A Unidos de Lucas é a escola de samba que se torna presente durante o Carnaval do Rio de Janeiro. Atualmente disputa a Serie B do carnaval carioca pela Livres. A escola de samba costuma atrair milhares de pessoas durante o ano com suas atrações, principalmente durante o Carnaval.
A Paroquia de São Sebastião de Parada de Lucas é um dos grandes destaques do bairro também. Durante o mês de Janeiro, mais precisamente no dia 20, ocorre a tradicional Festa de São Sebastião que atrai centenas de fieis durante o festejo.
Existe ainda no bairro o Espaço Cultural Bumba Meu Boi Brilho De Lucas. Grupo folclórico tradicional que todos os anos, no período de Festa junina, organiza sua festa e sua apresentação de Bumba meu boi.
O bairro foi homenageado pelo cantor Ed Motta em seu primeiro álbum em conjunto com a banda Conexão Japeri. A canção que leva o nome do bairro é um funk alegre e dançante sobre o bairro, localizado na zona norte do Rio de Janeiro. Na letra, Ed diz que vai para aquele lugar para dançar e curtir um som.[4]
Criminalidade
[editar | editar código-fonte]Atualmente a comunidade no bairro é controlada pela facção Terceiro Comando Puro. No passado a comunidade de Lucas disputava com as comunidades de Vigário Geral e Cidade Alta (Cordovil), vizinhas ao bairro, porém, hoje são dominadas pela mesma facção Terceiro Comando Puro. Dessa maneira as comunidades de Parada de Lucas, Vigário Geral e Cidade Alta se tornaram uma só, conhecida como Complexo de Lucas. Há ainda uma área de influencia de milicianos, mas a atuação se dá fora dos limites das comunidades.
Referências
- ↑ Dados
- ↑ a b Tabela 1172 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH), por ordem de IDH, segundo os bairros ou grupo de bairros - 2000
- ↑ a b Bairros do Rio
- ↑ «"Ed Motta & Conexão Japeri" (Warner, 1988), Ed Motta & Conexão Japeri». “Ed Motta & Conexão Japeri” (Warner, 1988), Ed Motta & Conexão Japeri. Consultado em 9 de março de 2022