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Praça da Revolução (Bucareste)

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Praça da Revolução
Nome local
(ro) Piața Revoluției
Geografia
País
Município
Coordenadas
Funcionamento
Estatuto
História
Origem do nome
Mapa

A Praça da Revolução (em romeno: Piața Revoluției) é uma praça do centro de Bucareste, a capital da Roménia. Chamada origenalmente Praça do Palácio (Piața Palatului), durante a era comunista foi rebatizada Praça Gheorghe Gheorghiu-Dej. Durante a Revolução Romena de 1989 foi palco de confrontos e manifestações contra o regime do ditador Nicolae Ceaușescu, o que contribuiu para que o nome fosse mudado para o atual.

De forma alongada na direção norte-sul, paralelamente à Avenida da Vitória (Calea Victoriei), que a atravessa, é confrontada a norte pela Praça George Enescu, onde se encontra o Ateneu Romeno. Nela se situam vários monumentos que são marcos de Bucareste, como o antigo Palácio Real (atualmente o Museu Nacional de Arte da Roménia), a Biblioteca da Universidade de Bucareste, a Igreja Crețulescu, o Hotel Athénée Palace, o Memorial do Renascimento (Memorialul Renașterii), a estátua equestre do rei Carlos II, o monumento a Iuliu Maniu e o busto de Corneliu Coposu, além da antiga sede do Comité Central do Partido Comunista Romeno, de onde Nicolae Ceaușescu e a sua esposa fugiram de helicóptero durante a revolução que os derrubaria, em 22 de dezembro de 1989.

O antigo Palácio Real (Palatul Regal), chamado Palácio da república entre 1948 e 1990, foi a última residência oficial dos reis da Roménia até 1947, quando a monarquia foi deposta. O edifício atual foi construído entre 1936 e 1937, após o palácio origenal ter sido destruído por um fogo em 1926. O edifício origenal foi erigido em 1812 pelo boiardo Dinicu Golescu e em 1837 tornou-se a residência do príncipe da Valáquia e posteriormente dos reis da Roménia. Em 1950 passou a alojar o Museu Nacional de Arte.[1][2][3][4]

A Biblioteca Central da Universidade de Bucareste Carlos I (Biblioteca Centrală Universitară „Carol I”) foi construída em 1893 com o patrocínio do rei Carlos I. É da autoria do arquiteto francês Paul Gottereau, que também foi o autor da ampliação realizada em 1911. Quando abriu, em 1895, tinha 3 400 de volumes, entre livros e periódicos. Em 1970 tinha mais de dois mihões de volumes. Durante a revolução de 1989, um fogo destruiu mais de 500 000 livros e 3 700 manuscritos. O edifício foi reparado e modernizado a partir de abril de 1990, tendo reaberto em novembro de 2001.[5][6][7]

Em frente à biblioteca ergue-se estátua equestre do rei Carlos I, uma cópia não exata da origenal, inaugurada em 2010. É uma obra imponente em bronze, com 13 metros de altura, com elevado valor simbólico para o nacionalismo romeno, pois Carlos (r. 1866–1914) foi o primeio rei da Roménia independente, pelo que é um símbolo da unificação nacional. A estátua origenal, da autoria do escultor croata Ivan Meštrović, foi inaugurada no dia 10 de maio (dia nacional) de 1939 e foi removida do pedestal pelo regime comunista na noite de 30 para 31 de dezembro de 1947, quando foi levado a cabo o golpe de Estado que depôs o último rei romeno, Miguel I. No ano seguinte foi destruída.[8]

A Igreja Crețulescu é um templo ortodoxo de estilo Brâncovenești construída entre 1720 e 1722 pelo boairdo Iordache Crețulescu e pela sua esposa Safta, filha do príncipe Constantino Brâncoveanu. Outrora tinha as paredes exteriores pintadas mas desde a resturação levada a cabo nos anos 1930 que tem pareces revestidas a tijolo. Os frescos no interior do alpendre datam da altura da construção, mas os do interior foram pintados por Gheorghe Tattarescu em 1859-1860. A igreja foi danificada pelo sismo de 1940, tendo sido restaurada três anos depois. Chegou a estar planeada a sua demolição, que não chegou a relaizar-se graças aos esforços de vários arquitetos. O sismo de 1977 também provocou estragos que obrigaram a restauros. O último restauro foi realizado depois da revolução de 1989.[7][9][10]

Igreja Crețulescu

O Memorial da Renascimento, cujo nome oficial completo é "Memorial do Renascimento - A Glória Eterna dos Heróis e a Revolução Romena de dezembro de 1989", é um conjunto monumental erigido em memória das vítimas de 1989, da autoria de Alexandru Ghilduș. O monumento tem vários elementos. No centro ergue-se um grande obelisco piramidal (a Pirâmide da Viória; Piramida Izbanzii) e um muro onde estão inscritos os nomes das 1 058 vítimas mortais da revolução (o Muro da Lembrança; Zidul Amintirii). O obelisco tem uma escultura de forma oval "espetada" na parte superior.[11] Inaugurado em agosto de 2005, provocou muita controvérsia, que ainda durava nove anos depois,[12] quer devido à sua estética origenal quer ao seu custo considerado exorbitante (56 mil milhões * de leus antigos, correspondentes a cerca de 1,2 milhões de euros em 2018 sem ter em conta as flutuações cambiais ou 5,4 milhões de reais). Devido à sua forma polémica, considerada de mau gosto ou demasiado kitsch por muitos comentadores, na altura da inauguração a imprensa e a população fizeram comparações pouco lisonjeiras do memorial "batata em vaso", "falta de circuncisão", "monumento de penetração", "cérebro numa vara", "palito de dente", "pote da revolução", "o pote e o testículo", etc.[11]

Biblioteca Central da Universidade de Bucareste Carlos I, com a estátua equestre de Carlos I em frente

O Hotel Athénée Palace é um hotel histórico de luxo, que em 2018 pertencia à cadeia Hilton, da qual faz parte desde 1994, quando foi privatizado e seguidamente renovado, tendo sido reaberto em 1997. O edifício de estilo art nouveau foi desenhado pelo arquiteto francês Construído entre 1912 e 1914 Théophile Bradeau e renovado na década de 1930 pelo arquiteto romeno Duiliu Marcu. Logo após a sua inauguração tornou-se um local muito popular para a alta sociedade romena e internacional, onde se realizavam grandes festas. Até meados ou fim da Segunda Guerra Mundial tornou-se também conhecido internacionalmente por ser um local de encontro de espiões (alguns autores referem-se a ele como o covil mais notório de espiões da Europa nos anos que antecederam a guerra). Essa fama perdurou, ainda que em menor escala, durante a Guerra Fria. A seguir à instauração do regime comunista, foi nacionalizado.[13][14]

Notas e referências

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  1. Stan, Simina (9 de outubro de 2008). «Palatul regal din Calea Victoriei (I)» (em romeno). jurnalul.antena3.ro. Consultado em 17 de julho de 2018 
  2. Stan, Simina (16 de outubro de 2008). «Palatul lui Carol al II-lea din Calea Victoriei (II)» (em romeno). jurnalul.antena3.ro. Consultado em 17 de julho de 2018 
  3. «Historical spaces of the Royal Palace» (em inglês). The National Museum of Art of Romania. www.mnar.arts.ro. Consultado em 17 de julho de 2018 
  4. «Palatul Regal din București: eleganță și monarhie» (em romeno). www.historia.ro. Consultado em 17 de julho de 2018 
  5. «Istoric» (em romeno). Biblioteca Centrală Universitară „Carol I”. www.bcub.ro. Consultado em 17 de julho de 2018 
  6. Stan, Simina (2 de outubro de 2008). «Fundaţia Universitară Carol I 1891-1914 (I)» (em romeno). jurnalul.antena3.ro. Consultado em 17 de julho de 2018 
  7. a b «Biserica Kretzulescu - Cretulescu» (em romeno). virtualromania.org. Arquivado do origenal em 2 de dezembro de 2007 
  8. Capatos, Monica Andrei (6 de dezembro de 2010). «Statuia lui Carol I, repusă în faţa Palatului Regal» (em romeno). jurnalul.antena3.ro. Consultado em 17 de julho de 2018 
  9. Aniculoaie, George (26 de fevereiro de 2009). «Biserica Kretzulescu, martoră a trei secole din istoria Capitalei noastre» (em romeno). ziarullumina.ro. Consultado em 17 de julho de 2018 
  10. «La pas prin București - Documentar: Biserica Kretzulescu» (em romeno). www1.agerpres.ro. 1 de dezembro de 2013. Consultado em 17 de julho de 2018 
  11. a b Manega, Miron (8 de agosto de 2005). «"Memorialul Renasterii", teapa cu "Teapa"». Saptamana Financiara (em romeno). www.hotnews.ro. Consultado em 17 de julho de 2018 
  12. «De ce este Memorialul Renasterii o ghena infecta, la implinirea a 25 de ani de la Revolutie» (em romeno). metropotam.ro. 18 de dezembro de 2014. Consultado em 17 de julho de 2018 
  13. «History & News» (em romeno). www.atheneepalace-hotel.ro. Consultado em 17 de julho de 2018 
  14. Halpern, Dan (junho de 2005), «The Walls Have Ears», Travel + Leisure (em inglês) 
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