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(PDF) Francisco Manuel de Melo e o cânone literário europeu
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Francisco Manuel de Melo e o cânone literário europeu

2024, História global da literatura portuguesa

Based on the work Hospital das Letras, we analyze Francisco Manuel de Melo's role in the establishment of a Portuguese and European literary canon in the 17th century. Furthermore, we also situate the bookish allegory within the quarrel between the ancients and the moderns, which shaped and would continue to shape part of the literary reflection of that time.

HISTÓRIA GLOBALDA LITERATURA PORTUGUESA DIREÇÃO Annabela Rita Isabel Ponce de Leão José Eduardo Franco Miguel Real COORDENAÇÃO Carlos F. Clamote Carreto Isabel Morujão Micaela Ramon Maria Luísa Malato Luísa Paolinelli Dionísio Vila Maior Maria do Carmo Cardoso Mendes TEMAS -E DEBATES SE.IAORIGINAL.!,. OIGANAO À CÓPIA RE5'llff OS 0111:EITOS Dl_•_"'_"" __ A cópiailegalviola os direitosdos autores. Os prejudicadossomostodos nós. ISBN 978-989-644-857-8 , llJJJJIU!, Título: História Global da LiteraturaPort11g11esa Direção: Annabela Rita, Isabel Ponce de Leão, José Eduardo Franco e Miguel Real Coordenação: Carlos F Clamote Carreto, Isabel Morujào, Micaela Ramon, Maria Luísa Maiato, Luísa Paolinelli, Dionísio Vila Maior e Maria do Carmo Cardoso Mendes Copyright© 2024 Temas e Debates e IECCPMA Secretariado Executivo do projeto Histórias Globais Portuguesas: Cristiana Lucas Silva (coordenação), Paula Carreira e Milene Alves Equipa de Revisão: Marta Marecos Duarte, Carlos Serra e Diogo 13ugarim Design de capa: Ana Monteiro Paginação: Margarida Diogo Execução gráfica: Bloco Gráfico, Unidade Industrial da Maia l .' edição: outubro de 2024 ISBN: 978-989-6-+4-857-8 Depósito legal número 536357 /24 Temas e Debates é uma chancela da Bertrand Editora, Lda. Temas e Debates Rua Prof.Jorge da Silva Horta, 1 1500-499 Lisboa www.temasedebates.pt Reservados todos os direitos. Nos termos do Código do Direito de Autor, é expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra por quaisquer meios, incluindo a fotocópia e o tratamento informático, sem a autorização expressa dos titulares dos direitos. 1 Sumário PREFÁCIO 15 JOSÉ CARLOS SEABRA PEREIRA INTRODUÇÃO GERAL 21 ANNABELA RITA, ISABEL PONCE DE LEÃO, JosÉ EDUARDO FRANCO E MIGUEL REAL Ressurgências 27 (IDADE MÉDIA) INTRODUÇÃO Textualidades em trânsito CARLOS F CLAMOTE CARRETO 29 l 079 A vertigem da lista (da analística aos lívros de linhagem) F. CLAMOTE CARRETO 37 CARLOS 1108 A Respublíca Christiana das letras ANTÓNIO REBELO - 5 - 45 HISTÓRIA GLOBAL DA LITERATURA PORTUGUESA 1139 Sob os desígnios da Caaba 51 ISABELPONCEDE LEÃO 1175 Na oficina da escrita: O scriptori11m do Mosteiro de Alcobaça 57 1181 Errância e persistência da cantiga trovadoresca 63 CATARINA FERNANDES BARREIRA MANUELPEDROFERREIRA 1183 Da polissemia à policromia: Os Beatos e os Livros das Aves 69 1284 Hagiografia 77 1286 Os cancioneiros medievais 83 ALICIAMIGUÉLEZ e modelos de santidade ANA MARIAMACHADO MARIAANA RAMOS 1348 Expressões literárias das epidemias globais SOFIADE MELOARAÚJO 1385 Ciência, filosofia e teologia em linguagem MARISADASNEVESHENRIQUES 1418 O tombo da torre e os cronistas quatrocentistas ISABELBARROSDIAS 1430 Da corte de Avis para Ceuta: A fortuna da Confessio Amantis MANUELAFACCON 89 95 101 107 11 Humaniores litterae 115 (RENASCIMENTO) INTRODUÇÃO Mudam-se as condições, muda-se a idade 117 ISABELMORUJÀO 1485 Destes livros, meus parceiros: Humanismo em Portugal 123 G1L CLEMENTE TEIXEIRA 1502 Cousa nova em Portugal: O teatro de Gil Vicente 129 JosÉ CAMÕES 1516 Determinei ajuntar algüas obras. Cancioneiro Geral de Garcia de Resende: A poesia como prestígio de corte MARIAISABELMORÁNCABANAS 6 - 135 Sumário 1522 Buscando per estranhas terras perigosas aventuras: Livros portugueses PEDRO MONTEIRO 143 de cavalarias 1527 Aos ombros de gigantes: Sá de Miranda e a renovação Um novo capítulo RITA MARNOTO da história renascentista. literária 149 1532 Conversação e boa prática é pasto para a alma: O Diálogo na literatura TERESANASCIMENTO 155 portuguesa 1552 Atar e liar a parede da história: A cronística portuguesa FILIPE ALVESMOREIRA de Quinhentos 161 1554 Para a grande dor não se fizeram leis. Menina e Moça: A novela sentimental VALERIATocco 167 portuguesa 1557 Quando entre nós houve maior cópia? 173 Lirismo do século XVI SÉRGIO GUIMARÃESDE SOUSA 1569 António Ferreira: Costume-se este ar nosso à lira nova NAIR DE NAZARÉ CASTRO SOARES 1572 Camões: Serão dadas na terra leis millwres 179 185 JosÉ CARLOSSEABRAPEREIRA 1614 Muitas e muito estranhas cousas: Peregrinação, 193 de Fernão Mendes Pinto PAULOSILVAPEREIRA 1 1 Entre as sombras e o esplendor 201 (MANEIRISMO E BARROCO) INTRODUÇÃO O esplendor da imagem e da palavra 203 MICAELA RAMON 1580 Poética e poetas SARAAUGUSTO maneiristas e barrocos -7- 209 HISTÓRIA GLOBAL DA LITERATURA PORTUGUESA 1583 Manuel Álvares e a primeira gramática global 215 ROGELIOPONCE DE LEÓN 1588 Alcácer-Quibir 221 e a poesia da desolação Luís FARDtLHA 1602 Literatura 227 messiânica e sebástica JOÃO CARLOSG. SERAFIM 1619 Literatura mística: Expressões de um fenómeno global PORFÍRIOPINTO 1624 A génese da globalização nacionais 233 de Camões no século xv11 239 MARCIAARRUDAFRANCO 1641 A literatura da Restauração 245 ANDRÉSIMÕES 1646 Talentos viris. Literatura monástica portuguesa: 251 Expressão local de práticas globais ISABELMORUJÃO 1657 D. Francisco Manuel de Melo e o cânone literário lOLANDAÜGANDO 257 europeu 1666 A utopia do V Império: Um tema literário português JOSÉ EDUARDOFRANCO globais 263 sacra do Barroco 269 com ressonâncias 1679 Vieira e a pregação global: Literatura MARTAMARECOSDUARTE 1696 Gregório de Matos e a irreverência criativa 275 JOÃOADOLFOHANSEN 1716 Cancioneiros de poesia barroca: Das miscelâneas manuscritas à Fénix Renascida e ao Postilhão de Apolo FILIPEDIEZ -8- 281 Sumário ' O espírito das Luzes 287 (ILUMINISMO) NTRODUÇÃO Afinal, o que são as Luzes? MARIA 289 LUÍSA MALATO 1712 As «palavras peregrinas» e o Vocabulário Português e Latino A 297 A RAFAEL 1733 Viagens do Grande D. Quixote e do Gordo Sancho Pança 303 DAVID CRANMER 1735 Entre um jardim fechado e um universo infinito ANABELA GALHARDO 309 COUTO 1746 O Verdadeiro Método de Estudar 315 JORGE BASTOS DA SILVA 1751 Terramotos, HELDER autos de fé e outros incêndios MENDES 321 BAIÃO 1757 Arcádias: Uma história de pastores com algumas foices 327 PAULA CARREIRA 1761 «A outra metade da humanidade» e os textos apologéticos das mulheres 333 BETINA Ruiz 1775 Sentimentos de Um Espectador Que Chega a Admirar a Estátua Equestre FERNANDO MATOS 1779 O Feliz Independente do Mundo e da Fortuna e os avatares da epopeia MANUEL 345 FERRO 1785 Lugares-comuns para cinco homens de letras de nações tão várias MARIA 339 DE ÜLJVEIRA 353 LUÍSA MALATO 1790 Da viagem como monomito PAULA ALMEIDA à viagem como monografia MENDES - 9 - 359 Sumário 867 Literatura e direitos humanos SUSANA MOURATO 431 ALVES-JESUS 1871 A conciliação do progresso com a praxis estética. Tradução - A literatura global nas páginas dos periódicos e nos livros MARIA CRISTINA 1875 Eça e o novo paradigma: Ciência, Arte e Vida ANNABELA 443 RITA 1878 A polémica receção de Eça de Queiroz no Brasil: Resistências e novos caminhos PAULO MOTTA 1880 Jornalismo DANIELA 437 PAIS SIMON 449 ÜLIVEIRA humorístico, caricatura literária e folhetim 455 MARCHESCHI 1887 O arejamento estético e cultural 461 ROSA SEQUEIRA 1890 De Finis Patriae à Renascença Portuguesa: Do sentimento do fim de século ao saudosismo redentor 467 PAULO SAMUEL Com golpe de asa (IDADE DOS ISMOS) 473 INTRODUÇÃO Um pouco mais de azul DIONÍSIO 1900 Continuidades FERNANDO 475 VILA MAIOR e descontinuidades finisseculares 1911 Os poetas do sagrado: De Pascoaes a Régio RoBERTA 491 Orpheu SARAIVA 1916 Uma literatura de manicómio BARBAI~ 485 FERRAZ 1915 O inextinguível ARNALDO 479 GUIMARÃES 497 Gom - 11 - HISTÓRIA GLOBAL DA LITERATURA PORTUGUESA 1917 Futurismo(s): Carnavalização D10:-.:í IO VILA MAJOR 503 e reconstrução 1924 Fernando Pessoa: A pluralidade dissonante E RICO MARTINES e universal do Génio 1927 Polémicas literárias tE 509 515 GÉ 10 LISBOA 1928 Literatura 521 1934 Tempo de histórias da terra e do mar ... 527 e Publicidade ELSA SIMÕES GUILHERMED'ÜLIVEIRAMARTINS 1935 Cinema e literatura: 533 O efeito Rosebud EDUARDOPAZ BARROSO 1940 A narrativa neorrealista: Do registo épico-lírico VírnR Viçoso ao herói problemático 1947 Os surrealistas: A celebração da «realidade onírica» 539 545 ANTÓNIO CÂNDIDO FRANCO 1958 Herberto Helder e Ruy Belo: O amor em visita na senda da poesia ANTÓNIOJosÉ BORGES 1959 Escritores 551 557 âncora MARTINHOSOARES 1964 Revivescências estéticas. As escritas poliédricas e experimentais DALILAMILHEIRO 563 1972 Literatura 569 1973 Autores de culto 575 feminina CATHERINEDUMAS Luís MARTINS - 12 - Sumário 1 Primavera fulgurante 583 (DEMOCRACIA) 585 INTRODUÇÃO Para inventar o espanto MARIA DO CARMO CARDOSO MENDES 1974 Uma revolução na literatura 589 e os novos rostos da ficção MARIA GRACIETE BESSE 1980 José Saramago: A literatura portuguesa 595 que conta a nível mundial MIGUEL REAL 601 1988 Ficções coloníais e pós-coloníais PIRES LARANJEIRA 1989 Prémios literários 607 1990 Escritoras pós-1990 613 t PETAR PETROV FABIO MARIO DA SILVA 1993 Literaturismo - Casas-museus, museus, roteiros, lugares, saraus festivais, tradições ... 619 SÉRGIO LIRA 1998 Hipermédia MANUEL e transmédia: Tecno-arte-poesia 627 PORTELA 2000 Emergências poéticas 633 PATRÍCIA LINO 2002 Antropoceno JOÃO RIBEIRO e Literatura: Um namoro dificil 639 MENDES 2004 Sophia: Uma obra singular para um humanísmo 645 uníversal HELENA MALHEIRO 2006 Agustina Bessa-Luís: O tempo da sibila 651 ANAMARIA FIUZOLA 2009 O novo romance policial: Desocultar as sombras NOÉMIA JORGE - 13 - 657 HISTÓRIA GLOBAL DA LITERATURA PORTUGUESA 2010 Clio hoje: Ficções no centenário da república 663 ISABEL PATIM 2011 Tendências da poesia: Écfrase, intertextualidade, EGÍDIA memória ... 671 SOUTO 2014 Memorialismo 677 MARIA LUÍSA CASTRO SOARES 201S Texto e metatexto 685 CARLA SOFIA Luís 2016 Tradução: Belas (in)fiéis, mas sublimes 691 SANDRA TUNA 2019 O novo livro infantojuvenil 697 CARLOS NOGUEIRA 2020 Literatura verde: A Ecocrítica num planeta agónico MARIA DO CARMO CARDOSO 703 MENDES ÍNDICE REMISSIVO 709 COMISSÃO CIENTÍFICA INTERNACIONAL 719 - 14 - mD D. Francisco Manuel de Melo e o cânone literário europeu Se não é possível obviar o carácterglobalizador dos autores clássicos,inseridos numa repúblicaliterária que ultrapassava largamenteas fronteiras políticas, D. FranciscoManuel de Melo (1608-1666) afigura-se,em Portugal, comq um dos mais claros expoentes dessa visão cosmopolita e, em consequência,como um dos nomes que não devemfaltar numa história global da literatura.{. ..] [O] Hospital é a obra onde mais e melhor se espelham os diferentes interesses do autor pela repúblicaliteráriaportuguesa e europeia,sendo,por conseguinte,uma das mais importantes obras de carácterglobal dentro do pensamento literário português. [.. .] [O] que torna definitivamenteglobal o Hospital das Letras é o seu subtil, mas decidido posicionamento em favor dos modernos,participando assim, mesmo que de maneira não explícita, na cada vez mais relevante querela de Antigos e Modernos. S e não é possível obviar o carácter globalizador dos autores clássicos, inseridos nun1a república literária que ultrapassava largamente as fronteiras políticas, D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666) afigura-se, em Portugal, como um dos mais claros expoentes dessa visão cosmopolita e, em consequência, como um dos nomes que não devem faltar numa história global da literatura. Uma biografia rica e complexa - exercendo como soldado e cortesão; unindo espanhol e português durante a monarquia dual e no Por- tugal restaurado; servindo reis, mas preso durante anos; viajando como militar e diplomata, mas também como degredado, e conhecendo, por isso, boa parte da Península Ibérica, da Europa (e até o Brasil colonial e os Açores); ou, ainda, participando na república literária como autor, mas também como pensador - permitiu-lhe conhecer e exemplificar as características do cortesão europeu do século xvu e, igualmente, conferiu-lhe um carácter polifacetado que condicionaria não apenas as características, mas até o volume da sua obra escrita. - 257 - HISTÓRIA GLOBAL DA LITERATURA PORTUGUESA Querei/edesAnciellSet des Modemes.XVIf'-XVIII' Siec/es,Paris, Gallimard, 2001, pp. 7-220. O EscritórioA/lnrrnfo. Hospital das Letras,Draga, Angelus Novus, 1999, pp. rx-uri. MANUPPELLA, Giacinto, «Uma sinfonia crítica imperfeita - o Hospital das Letras de D. Francisco Manuel de Melo», in ANSELMO, Artur (dir.), As Grandes PolémicasPortuguesas, vol. 1, Lisboa, Verbo, 1964, pp. 227-242. VASCONCELOS, Carolina Michaelis de, D. Fra11cisco l\1a1111el de Melo. Notas Relati/las a Ma11uscritos da Bibliotecada U11i/lersidade de Coi111/,ra, Coimbra, Universidade, 1914. SERRA, Pedro, «Introdução», in MELO, Francisco Manuel de, Apólogos Dialogais,vol. 2: - 262 - IOLANDA ÜGANDO Universidad de Extremadura








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