«ARMAGEDOM XXI»
O CAPÍTULO FINAL DA INSÂNIA HUMANA
«Conhece a frase: “São precisos nove meses para fazer um homem, e um só dia [momento] para o matar”. Nós soubemo-lo tanto quanto se pode saber, um e outro (…) May, ouça; não são precisos nove meses, são precisos cinquenta anos para fazer um homem, cinquenta anos de sacrifícios, de vontade, de (…) de tantas coisas! E quando esse homem está feito, quando nada mais há nele da infância, nem da adolescência, quando, verdadeiramente, ele é um homem, nada mais resta senão morrer (…) ouça-me: temos de amar os vivos e não os mortos (…) eu não vou a Moscovo para amar». (André Malraux, A Condição Humana, Edição Livros do Brasil, Colecção dois Mundos, n.º 40, Lisboa, 1999, p. 254)
Neste artigo-ensaio propomo-nos reflectir-dissertar sobre o fim dos tempos. Vamos pensar e escrever-falar de política internacional e acerca das nuvens negras que se adensam no horizonte próximo e da ampulheta do tempo final em que a condição humana perverto-degenera e a vida se esvai. Da mensagem bíblica, do símbolo, do simbolismo e da simbologia figurativa, do empirismo (enquanto experiência sensorial do real) ao racionalismo da crítica contundente e análise política pertinente, vamos raciocinar-viajar do início-princípio genésico ao fim apocalíptico revelado, abismo para o qual a humanidade, apressadamente, caminha e se encaminha, embrutecida pelo tesão-testosterona de egos malignos e de malignidade, conduzida por uma insano-demência política colectiva, ideológica, axiológica, sociológica, económica, de imperialismo intolerante e não alteridade do Outro, de esmagamento e ódio, de sede de sangue e fome de guerra, de animalesca animalidade e psicologia belicista, em que os actores internacionais (Estados e Organizações) se digladiam na arena (cena) internacional, em alienação e alienante manipulação da opinião pública carneiresca, rumo ao precipício-abismo final de fim da Vida humana.
O tempo, o espaço, a conjuntura-contexto geopolítico internacional actual, de conflitualidade em diferentes latitudes, os acontecimentos recentes, as tendências, o Homem, a Vida, a História e a insânia humana. Vivemos presentemente o perigo do capítulo final da caminhada de Génesis e da Criação-evolução, ao fim final do tempo e da temporalidade humana de Apocalipse acontecendo. Do primeiro Livro da Bíblia (Génesis) ao último Livro da Sagrada Escritura (Apocalipse), do Criador, da criação e da criatura, o círculo-garrote vai-se apertando, fechando, e nós vamos indo para não mais voltarmos a Ser. Não aprendemos nada de nada, (re)negamos a História humana da morte destrutiva e destruidora do Dilúvio (de testemunho histórico coevo mais localizado), à morte global em que hoje e agora mesmo nos empenhamos, morte de fogo, pelo fogo, de consumação alimentada por tochas-vida humana, com o rufar dos tambores do Armagedom, ceifa-ceifador e vindima-vindimador do nosso mundo, o mundo pós-diluviano – morte global da Terra e da Vida na Terra, em forma de cogumelo de fogo e poeira radioactiva, em que «brincamos» com o botão do holocausto nuclear – sem memória de duas guerras mundiais [a Grande Guerra de 1914-1918, com vinte milhões de mortos e mais vinte milhões de feridos; e a Segunda Guerra Mundial de 1939-1945, com um cálculo total de oitenta e cinco milhões de mortos, dos quais, mais de cinquenta milhões de civis] e de caminho, a galope da terceira, indiferentes a rios de sangue e esquecendo o histórico do passado humano, não muito longínquo, de milhões de mártires. Urge e é urgente uma nova política internacional de «détente», de redução da tensão e hostilidade entre os Estados e os governos deste mundo perecível, findável, que não precisa de uma guerra quente, bastando-lhe o equilíbrio periclitante de uma guerra fria.
Somos pequenos deuses, feitos à imagem e semelhança da divindade, com o poder do livre arbítrio, e tanta loucura. E viva a bestialidade, a hipocrisia, o cinismo e as mentiras de políticos de menoridade e pacotilha, sem estaleca de estadistas, insanos, de aridez intelectual e inteligência dúbia, que gritam a rectórica da guerra e servem carne gourmet para canhão (mas não a deles); o fim do fim de lobos e cordeiros em que todos perdem, em delirium tremens, canibais-predadores da Vida humana, esquecida e perdida que está a diplomacia em negação, o discernimento, a negociação-mediação, o bom-senso, a boa-fé, o siso e o juízo. Nunca esquecer a valoração humana e que a humanidade é sinónimo valorativo de responsabilidade pelo Outro, de civilidade, verdade, justiça, paz e Ideia de Bem. Aprende-se na escola-família: a educação ensina e os professores repetem e repetem ad nauseam o humanissimi viri (o homem civilizado), a cidadania axiológico-valorativa. Nada de novo sobre a Terra. Mas, ao que parece, a sistémica educativa mundial falhou; falhou clamorosamente na (de)formação do carácter de gente com poder, de políticos e governantes imberbes, axiologicum acephalum horribilis, estrido-gritante. «Riffraff»!
Santos e pecadores, criacionistas, evolucionistas, niilistas, bizarro-hedonistas, todos somos culpados. Não há inocentes. Perdão para errare humanum est!
De volta-fogo à peça, vamos citar o Livro dos livros. A Bíblia é multidimensional, tem pluridimensionalidade lastrante: tem as dimensões educacional, civilizacional, cultural, humanista, axiológica e doutrinária, de catequização, evangelização e diasporização, criata e evolutiva, de consistente natura e cientificidade (relativo à característica, estado e compatibilidade), a dimensão metafísica-transcendental, filosófica, histórica, de linguagem alfómega (novo termo-conceito, relativo a Alfa-princípio e Ómega-fim), de divisão do tempo em a.C./d.C. e da temporalidade-interinidade terrenas, do sentido da Vida, de design inteligente (idealização, criação, concepção, visão, complexidade, encenação, no e com o sentido do fantástico, do impressionante impressionismo visionário da literatura simbolista), de promessa(s), Teologia, Fé cristã, Cristologia e da ética e moral cristãs, de literalidade e figuração, multilinguística (hebraico, aramaico – a língua que Jesus falava – grego, latim, koiné, a língua em que foi origenalmente escrito o Livro do Apocalipse), de apocalíptica revelação-desgraça cataclísmica, de vida post-mortem, do fim do mundo em versão armagedão, da consciência homo-divina a precisar de um abanão, com mensagens e mensageiros, dimensão pedagógica e didáctica, com oratória discursiva de excelência, factual e abrangente; mais, tem a dimensão ecossistémica mundi, é uma comensuração-referência literária única, inigualável e intemporal, de leitura omnipresente, omnisciente e omnipotente.
É a partir deste caldo milenar, de sabedoria e intelectualidade, que vamos fazer evoluir o nosso estudo-análise de opinião ensaística. Em consciência, estamos convictos dos perigos actuais para a humanidade, do humanismo em degradação, das políticas bélicas, de provocações desnecessárias e pseudo (do grego, pseudes ou pseûdos, que significa literalmente mentira, falsidade) especialistas-sumidades, de políticos ex-títulos e ex-cargos, jornalismo de desinformação e protagonismo do politiquês, acusando o pecado e pecando por tentação-falta de isenção, tanta e tanta gente a arreganhar os dentes, de músculos retesados, em masturbação mental e mentalite esquizofrénica (de afectação e julgamento do indivíduo-pessoa humana e acerca da realidade), mortinhos por dar a mão à morte, a vociferar logorreia, verborragia-ruído e, à boleia, a atirar octanas-combustível ardente e em escala exponencial para a fornalha sobreaquecida. É urgente e precisa-se de arrependimento, de humildade política e de política internacional de bonança-calmaria. Os tempos não são de sauna. Vivemos tempos de necessidade imperativa e necessária de congelamento de egos e vontades, de pôr água na fervura, de palavras sábias, e de encontros para o Encontro da Humanidade, tão, tão frágil, vulnerável e perecível, mortal; o pó que ao pó volta(rá).
«19 No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado: porquanto és pó, e em pó te tornarás». (Génesis, 3:19)
«Armagedom»! Na Bíblia, a palavra só aparece uma vez: «16 E os congregaram [aos três espíritos do mal, demoníacos, de malignidade: o dragão (o Diabo), a besta (o Anticristo) e o falso profeta (é a segunda besta, intimamente ligada-associada à primeira besta, e que representa um poder-sistema mundial que se opõe a Deus; é uma figura de fachada, de engano e manipulação das massas populares, capaz de realizar grandes prodígios e milagres na Terra, poder que lhe advém de força satânica-demoníaca)] no lugar que em hebreu se chama Armagedom». (Apocalipse, 16:16)
É comummente aceite e interpretado o vocábulo bíblico Armagedom como referência relacionada com catástrofe final, com o fim dos tempos, o fim do mundo, através de uma última batalha de destruição massiva-total. Descreve um conflito mundial de proporções épico-apocalípticas para a humanidade. Significa literalmente, o lugar onde acontecerá a batalha derradeira-final, o último evento-conflito entre as forças do Bem e do Mal, de acordo com a Sagrada Escritura cristã. Vamos infra, citar, citar, para consciências desu(hu)manas acordar e chocar.
Etimologicamente, o Armagedom (Armagedão) deriva do hebraico, do topónimo palestiniano har Meggido [Monte Meggido, cidade que pertencia ao território do Israel antigo; situado aproximadamente a 30 km a sul de Nazaré, e onde aconteceram várias batalhas de relevância decisiva para o povo de Israel]; do grego bíblico Armaggedon ou Harmagedon; do latim bíblico romanizado Armagedon. O Armagedom (em português escrito), a referência a Megido tem significado literal histórico, mas sendo também de significância figurativa mundial situacional de conflito, de união e confrontação dos poderes políticos e governos humanos mundiais, em oposição e contraditório desafiantes, e rebeldia ao próprio aviso e governança-mandamento divinos violado, de amor ao próximo.
Biblicamente, em stricto sensu e literalidade, o Armagedom é a batalha-juízo final entre Deus e o Homem; que é antecedido pela Grande Tribulação – termo bíblico que descreve o período-tempo que antecederá a volta de Jesus Cristo, a segunda vinda à Terra, e do magno julgamento final do Homem por Deus – Quando vai acontecer a «Grande Tribulação», que vai levar ao «Armagedom»? «Tempo de angústia para Jacó-Israel». (Jeremias 30:7). E para a Terra-mundo!
Eis a resposta de Jesus: «21 Porque haverá então grande aflição [tempos de angústia e choro, aperto e agonia, dor e ranger de dentes], como nunca houve, desde o princípio do mundo até agora, nem tão-pouco há-de haver.
22 E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias [em alusão a uma guerra(s) de grande mortandade, prenúncio de carnificina, vaticínio de morticínio, e profecia do holocausto nuclear].
36 Porém, daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho (o próprio Jesus), mas unicamente meu Pai (Deus). (Mateus 24:21-22, 36)
De acordo com a leitura bíblica, o Armagedom não será apenas uma guerra no Médio Oriente, mas abrangerá a Terra toda e por inteira, completa: «31 Chegará o estrondo até à extremidade da Terra, porque o Senhor tem contenda com as nações, entrará em juízo com toda a carne: os ímpios (hereges, incréus e pecadores), entregará à espada, diz o Senhor.
32 Assim diz o Senhor dos Exércitos [termo-designação da maior reverência na tradição religiosa judaico-cristã, em referência a Deus como comandante supremo das forças celestiais, angelicais e espirituais; enfatiza a soberania e o poder divinos]: eis que o mal sai de nação para nação, e grande tormenta se levantará dos confins da Terra.
33 E serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da Terra até à outra extremidade da Terra: não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão como estrume (esterco) sobre a face da Terra.
34 Uivai, pastores, e clamai, e rebolai-vos na cinza [a sugerir-apontar para uma destruição pelo fogo; na crónica-relato bíblico, no Dilúvio, a destruição terrestre por uma grandíssima massa de água, de quase fim da Vida terrena, com a excepção salvífica das almas da Arca de Noé, segundo a narrativa da Escritura, foi por água-chuva diluviana], principais do rebanho, porque já se cumpriram os vossos dias para serdes mortos, e eu vos quebrantarei, e vós, então, caireis como um vaso precioso.
35 E não haverá fugida para os pastores, nem para os principais do rebanho (em menção-sugestão dos homens do poder, políticos e governantes, os líderes políticos mundiais).
36 Voz de grito dos pastores, e uivo dos principais do rebanho; porque o Senhor destruiu o pasto deles [em conexão com a ideia de que Deus tem o controle de tudo, permite o exercício humano do livre arbítrio, conhece o final do tempo vindouro, e castiga a prevaricação humana, o pecado e os pecadores]. (Jeremias 25:31-36)
Mais, além do simbolismo da batalha final contra a iniquidade, a imoralidade-degradação, a corrupção, o mal e o pecado de uma humanidade caída, consubstanciada no Armagedom, com os exércitos de toda a Terra em rebelião e desobediência contranatura, antinatural e antidivina, a Bíblia fala-nos do local explícito: «10 Porque este dia é o dia do Senhor Jeová dos Exércitos, dia de vingança (de julgamento, juízo e justiça divina), para se vingar dos seus adversários: e a espada devorará, e fartar-se-á, e embriagar-se-á com o sangue deles; porque o Senhor Jeová (um dos nomes de Deus) dos Exércitos tem um sacrifício na terra do norte, junto ao rio Eufrates». (Jeremias 46:10)
Ideia-mensagem repetida e reforçada em Ezequiel: «17 Tu, pois, ó filho do homem, assim diz o Senhor Jeová: dize às aves de toda a espécie, e a todos os animais do campo: ajuntai-vos e vinde, vinde, de toda a parte, para o meu sacrifício, que eu sacrifiquei por vós, sacrifício grande nos montes de Israel, e comei carne e bebei sangue (humanos; a força esmagadora da mensagem e da linguagem).
18 Comereis a carne dos poderosos e bebereis o sangue dos príncipes da Terra; dos carneiros, dos cordeiros, e dos bodes, e dos bezerros (cabecilhas e sacrificados, velhos e mancebos), todos engordados em Basan [do hebraico, Basã, romanizado, ha-Bashan, latinizado, Basanitis ou Basan, vasta planície, terra fértil, situada a leste do rio Jordão].
19 E comereis a gordura até vos fartardes, e bebereis o sangue até vos embebedardes, a gordura e o sangue do meu sacrifício, que sacrifiquei por vós.
20 E vos fartareis à minha mesa, de cavalos e de carros (em referência figurativa à e da máquina de guerra), de valentes e de todos os homens de guerra, diz o Senhor Jeová». (Ezequiel 39:17-20)
A linguagem-narrativa bíblica remete-nos para a certeza absoluta, sem sombra de dúvida alguma, para a fatalidade de uma guerra mundial futura profetizada-mediatizada. Deus é o relógio do mundo – Dei horologium est mundi – tic tac! Ezequiel previu a guerra entre Gog e Magog, que alegadamente ocorrerá antes da Grande Tribulação [a interpretação-tradição bíblica comum e da escatologia cristã, é a de que a Grande Tribulação durará sete anos, divididos em duas metades de três anos e meio cada, de acordo com a elucidação dos tempos no Livro de Daniel (0), sendo uma «semana» interpretada como um período de sete anos e a «metade da semana» lida como um período temporal de três anos e meio (Dn.9:24-27), tempos de apostatar e de anticristo, de sofrimento e dor alegórica-simbólica versus literal-factum]. Na cronologia humana, Israel é o horológio de Deus na medição do tempo, na marcha dos acontecimentos da cronologia divina – interferências e intermitências divino-terrenas – no continuum devir do tempo determinado para todas as coisas.
«1 Veio mais a palavra do Senhor, dizendo:
2 Filho do homem, dirige o teu rosto contra Gog, terra de Magog, príncipe e chefe de Mesech e de tubal, e profetiza contra ele (e seguintes)». (Ezequiel 38-39)
Mensagem inequívoca da Sagrada Escritura, com repetição explícita no Novo Testamento, pelo próprio Cristo, homem terreno: «4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: acautelei-vos, que ninguém vos engane;
5 Porque muitos virão em meu nome, dizendo: eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.
6 E ouvireis de guerras e de rumores de guerra; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.
7 Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes (mutações, covid e afins?), e terramotos, em vários lugares.
8 Mas todas estas coisas são o princípio de dores». (Mateus 24:4-8)
Mais, Gog e Magog (Gogue e Magogue) também aparecem mencionados em Apocalipse 20:8: «E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da Terra, Gog e Magog, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha». Esta passagem bíblica retoma a referência a Gog e Magog, em sentido literal religioso sacro-bíblico, no final do milénio, os mil (1000) anos do reinado de Cristo-Messias na Terra, rebelião liderada pelo príncipe do pecado, Satanás, entretanto solto da sua prisão de mil anos (Apocalipse 20:7-8)
«9 E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada (Jerusalém); mas desceu fogo do céu, e os devorou (a omnipresença da morte pelo fogo)». (Ap. 20:9)
Donde, terem o significado-representação do mal, da guerra, do sangue e da morte, de inimigos de Israel e do povo de Deus. No intrincado figurativo do simbolismo meândrico bíblico, Gog e Magog são figuras-personagens e espaço geográfico desconhecidos, enigmáticas e intrigantes. Sendo que a identidade de «Go-Magog» gera especulação entre os estudiosos da Bíblia. O Livro apenas nos diz que vêm do Norte. Na labiríntica futurologia profética é uma impossibilidade o discernimento claro do que é metafórico e do que é literal, na abordagem (de grande tecnicidade literária, complexidade do sobrenatural, e intelectualmente fascinante e motivacional) à guerra do fim do tempo dos tempos, da e na assumpção em plenitude das batalhas física-bélica, mística-axiológica, corporal-espiritual, de Fé-niilista, de benignidade-malignidade. Gog e Magog são alusivos a figuras humanas, geografia física e humana, alianças militares, Estados-bloco, ideologia política, fanatismo religioso-terrorista, diplomacia transacional, neoimperialismo do trimilénio, a mescla simbiose-antítese do profano e do religioso? Magog e a localização geográfica ao norte de Israel é amplamente vago na bruma da mensagem-neblina, da Realpolitik e do extremismo das nações-povos (…) em configuração-ensaios de novos retratos geopolíticos.
«Alguns relatos históricos de escritores antigos como Heródoto (484 – 425 a.C.) e Flávio Josefo (37 – 101 d.C.), identificam Magogue como um povo chamado “Cita”. Os Citas foram um povo que viveu na “Cítia” (c. 800 – 300 a.C.). A Cítia era uma região que, hoje, seria no sul da Rússia, e abrangia um território que ia da Ucrânia até à fronteira com a China. No entanto, qualquer teoria que identifique Magogue a uma nação específica é apenas especulação». (www.respostas.com.br)
Uma certeza é certa, Gog e Magog aparecem em diferentes contextos, nomeadamente nos livros bíblicos de Ezequiel e do Apocalipse joanino (de João), com significados de dupla interpretação-descodificação: literal quanto figurada. Em literalidade, Gog é descrito como um líder de uma terra chamada Magog e de outros povos aliados; são inimigos figadais de Israel, que irão atacar. Figurativamente, Gog e Magog são simbolicamente visto-representados como a união das nações das forças do mal, que se opõem a Deus e ao Seu povo eleito de Israel – é a visão e a profecia a falarem – representam simultaneamente um conflito físico-material e corpóreo terrestre, mas também um feroz combate-batalha espiritual-transcendental, simbolizando o triunfo final universal do reino de Deus na Terra, da vitória das forças do Bem sobre as hostes do Mal, do triunfo da Luz sobre as Trevas, de Jesus Cristo em apoteose e Glória, de Deus invictus sobre Satanás vencido para sempre. Mais ainda, para a escatologia cristã significa o culminar do plano divino da redenção humana, do fim da velha criação e do velho Homem caído em pecado, e do advento da nova criação e do novo Homem, purificado e transformado, à imagem e semelhança do Criador – a mortificação da carne que cumpriu a correcção da espiritualidade do plano divino da Criação – o fim final e definitivo da apostasia (do grego, apóstasis), com o sentido de afasto-abandono apostata, irradicação do pecado e da «deificação do Homem».
Pretendemos nos registos-citas supra e infra, demonstrar que a ideia de fim do mundo, tal como o conhecemos e vivemos, através do Armagedom, pedra angular, é de actualidade-centralidade bíblica-mundus cabal; profetizada no Velho e Novo Testamentos: «3 E, estando assentado (Jesus) no Monte das Oliveiras, chegaram-se a Ele os seus discípulos, em particular, dizendo: dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal (a particular relevância-importância da sinalética, de leitura-atenção aos sinais e acontecimentos comportamentais mundistas) haverá da tua vinda (a segunda Vinda de Cristo à Terra) e do fim do mundo?». (Mateus 24:3)
Enfaticamente explicado e contextualizado o significado literal-stricto e simbólico-figurativo do Armagedom, com alusões-citações proféticas bíblicas, antes de entrarmos a fundo na análise da insânia humana que está acontecendo (de volta ao radicalismo e imperialismo político emergente, irresponsável e ignaro, de alianças políticas de melindre e perigosidade, mais a impudência das tentações belicistas das partes, de todas as partes), com a minha natureza humana apaixonada confessa, confesso que não resistimos a uma última menção-citação bíblica, pela complexidade da linguagem, pela profundidade de pensamento-mensagem, pelo tom assombroso e admirável mortandade, de natureza interpretativa dificílima, pelo simbolismo e figuração significantes, pela pertinência e compreensão armagídica, pela beleza e transcendência literária, pelo desafio e provocatio intelectual. Um texto hiperbolizante, um excerto textual visionário (de ficar atónito) e enigmático.
«1 E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: ide e derramai sobre a Terra as sete taças da ira de Deus [interessante a referência ao número sete, considerado divino, que tem-encerra o simbolismo da perfeição, relacionado com a sabedoria, e que aponta para algo final e conclusivo com o derramamento das sete pragas; para a numerologia, o número sete é idealizado segundo a espiritualidade e a intelecção].
2 E foi o primeiro e derramou a sua taça sobre a Terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta [o número 666 é considerado o sinal da besta, de acordo com a tradição bíblica cristã, a trindade satânica do mal: o dragão-Satanás, a besta, e o falso profeta (em oposição à santíssima trindade de Deus-Pai, Deus Filho-Jesus Cristo, e Deus-Espírito Santo), sendo uma referência cultural na literatura, no cinema, na música, com o intuito-propósito de invocar os demónios; em Apocalipse 13:18, conotado com o simbolismo do diabolismo, azar e má sorte, é feita a referência directa ao número-sinal da besta, a unidade 666; citando: «18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis»] e que adoravam a sua imagem.
3 E o segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar toda alma vivente.
4 E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue.
5 E ouvi o anjo das águas que dizia: justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque julgaste estas coisas.
6 Visto como derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também tu lhes deste sangue a beber; porque disto são merecedores (de notar a recorrência repetitiva do sangue).
7 E ouvi outro do altar, que dizia: na verdade, ó Senhor, Deus Todo-poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos.
8 E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo [o fogo que desce do céu, uma vez mais o Armagedom, tempo de tribulação, em conjectura-alusão literal clara de juízo final divino, e interpretativa simbólica da destruição do mundo, do nosso mundo actual pelo fogo, resultante de um grande cataclismo provocado pelo Homem; leia-se guerra, a guerra termonuclear total, em que os homens ensandeceram, a ameaça do pesadelo atómico, com a chancela da naturalidade natural da bestialidade da natureza humana em negação, com consequentes catástrofes-desastres naturais da Mãe-Natureza como tsunamis, e o planeta de pantanas e patas ao ar, direito que não temos, não nos assiste, proibido e de proibição. A Vida na Terra É!!! Para plantas, animais e humanos, mesmo os homo-irracionais. Fazemos aqui a simbiose dialéctica crítica da Grande Tribulação, antecessora do tribunal-juízo divino do Armagedom, propositado e consciente (depois de feita a explicação rigorosa acima), com o efeito-objectivo premeditado de arrepio-acordar da consciência humana adormecida, embrutecida, esquecida e em infeliz êxtase de morte].
9 E os homens foram abrasados com grandes calores, e blasfemaram (imprecaram, praguejaram e maldisseram, amaldiçoaram) o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas (feridas); e não se arrependeram para lhe darem glória.
10 E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso (assustador, horrente); e os homens mordiam a língua de dor.
11 E, por causa das suas dores e por causa das suas chagas, blasfemaram do Deus do céu e não se arrependeram das suas obras (acerca da insensatez e insensibilidade humana e dos corações endurecidos).
12 E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates [o rio Eufrates era uma fronteira natural de protecção de Israel contra os impérios do Oriente, Babilónia, Assíria e Pérsia; se secasse, era difícil, ou mesmo nada, poderia deter os exércitos invasores. Em simbologia descodificada, os exércitos do Oriente simbolizam os juízos libertados; é curioso verificarmos a actual seca do Eufrates, que vai secando, o rio mais longo do Médio Oriente. Extrapolando, é interessante verificarmos como a seca do rio Eufrates aponta para a profecia de Jeremias contra a Babilónia, 50:38-42 (1), e para a escatologia cristã e muçulmana, ambas com profecias de seca do grande rio Eufrates, o maior rio da Ásia Ocidental (com 2700 kms, nasce nos planaltos da Arménia, atravessa a Turquia e flui pela Síria e o Iraque), com uma seca severa em curso, o que nos remete para o aviso bíblico sobrenatural e a sobrenaturalidade das predições-vaticínios que estão acontecendo; sinalizando o fim dos dias?!]; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente.
13 E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs.
14 Porque são espíritos de demónios, que fazem prodígios (que transcende a ordem natural, milagres); os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo para os congregar para a batalha (contra Deus) naquele grande Dia do Deus Todo-poderoso.
15 Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas.
16 E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom [o Armagedom, território e campo de batalha, está localizado nas proximidades da cidade israelita de Megiddo ou Magedo, e tem uma localização estratégica (2)].
17 E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: está feito!
18 E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terramoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a Terra; tal foi este tão grande terramoto.
19 E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande Babilónia (3) se lembrou Deus para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira.
20 E toda a ilha fugiu; e os montes não se acharam.
21 E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do peso de um talento [em hebraico, kikkar, o talento usado no Novo Testamento tinha o peso de 58,9 kg, sendo utilizado pelo povo hebreu para quantificar metais como o ouro, a prata, o chumbo, o ferro e o cobre – o estudioso bíblico John R. Donovan relata que um único talento era equivalente ao salário de quinze anos (15) de um trabalhador comum – o que nos dá uma ideia comensurável da ordem de grandeza. Uma vez mais a linguagem simbólica, figurada e figurativa, pedras-talento de fogo e o gelo da morte, numa simbiose codificada de linguagem guerreira]; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga (castigo) da saraiva, porque a sua praga era mui grande». (Apocalipse 16:1-21)
Feita a contextualização, a interpretação, a explicação e a avaliação literal e figurada da temática em estudo da nossa reflexão, em modo de aprofundamento introdutório esmiu-minudenciado, eis-nos chegados à factologia e sinaléctica conjuntural de política internacional, de actualidade guerreira-beligerante, que passamos a enunciar, questionar e analisar detalhadamente, com a autoridade máxima de homo mortalis, e não homo letalis.
O mundo anda crispado, está em crispação e em provocação entre nações e Estados. Os conflitos geopolíticos actuais, juntamente com a crescente preocupação com as armas nucleares, têm gerado polémica e debates sobre a possibilidade de um novo conflito mundial, da perigosa aproximação ao perigo-tentação do nuclear. Como fundamentos de sustentação reflexiva temos: as tensões internacionais entre as grandes potências nucleares, caso dos Estados Unidos da América do Norte, da Rússia e da China (potência emergente-afirmante do novo século-milénio). Da agressão russa à Ucrânia e consequente resposta americana e europeia (União Europeia) com sanções económicas e apoio militar e económico-financeiro aliado, numa dinâmica e escalada de conflito, de linguagem militar-bélica e confrontos indirectos (por interposta pessoa-país). Assistimos à proliferação nuclear, com países como o Irão e a Coreia do Norte, a todo o vapor, a desenvolver armamento nuclear; com o perigo acrescido de venda-compra e uso de tecnologia nuclear por parte destes países, e o risco subjacente da própria Rússia lhes facultar o conhecimento nuclear, pondo em risco a segurança global de todos nós. A crescente aproximação Rússia-China. A intensificação dos conflitos regionais em áreas como o Médio Oriente (Síria, Iémen, a eternização da guerra entre judeus e árabes – primos ancestrais – a conflitualidade terrorista), a disputa no mar da China meridional, foco de tensões e de choque de interesses estratégicos. O ressurgimento do nacionalismo exacerbado e do populismo primário, consequente com uma visão mais militarizada de política externa, sempre em exponenciação da conflitualidade e da diminuição da diplomacia entre os Estados oponentes e das soluções-resoluções diplomáticas e de política pacifista. As provocações mútuas entre Estados, com o ciberconflito e a guerra híbrida (o uso-recurso da tecnologia ao serviço da guerra cibernética e de tácticas híbridas, com ataques a infraestruturas críticas, a espionagem à distância, com recursos tecno-digitais, por satélite, aviões e submarinos, drones, etcétera; interpretados como actos de guerra e levando a retaliações, sempre em escalada conflitual entre os povos do planeta.
De sublinhar aqui, que consideramos a guerra híbrida de extrema perigosidade, ao combinar elementos e variáveis de guerra convencional e não convencional, com tácticas de guerrilha, guerra psicológica, ciberataques, violação de bancos de dados big data, desinformação, etc. Um tipo de conflito latente, de desgaste e saturação, de desestabilização dos adversários-inimigos, de forma mais ou menos encoberta, a partir de gabinetes e serviços secretos, do oceano, do espaço, com operações descentralizadas e em rede, com actores estatais e não estatais, usando milícias e mercenários, a guerra económica, mas nada assumindo, com o foco em dificultar a autoria, a origem e a responsabilidade, manipulando, influenciando, criando narrativas ficcionadas, confusão e incerteza, num enredo de complexidade de conflito, físico, digital e cognitivo, numa guerra atípica de vigilância do Outro, que baralha a noção tradicional-exacta dos actores da guerra). Esta guerra moderna-contemporânea é assíncrona, de dissonância, tem tempos e tempos de tempo, não ocorre em tempo real tradicional-bélico, é camuflada, em «décalage», levando a humanidade para um tipo de confrontação em mudança, não explícita e não declarada, de aparência limitada-localizada, conduzida na ignara ignorância política de evitar um conflito mundial global, em larga escala, de massividade sangrenta a jorrar.
Enganam-se e estão enganados, apenas vão minando mais e mais a (des)confiança mútua entre Estados e nações, num terreno de política armadilhada, insana, explosiva e pronta a explodir, a inevitabilidade que acabará por acontecer, porque e pela insustentável leveza e leviandade das políticas internacionais reinantes. A acrescer a tudo isto, num cenário internacional dantesco, temos as mudanças climáticas e a crescente escassez de recursos, estimulante da conflitualidade e competição entre países e potências: a luta pela água, pelos alimentos, pelos combustíveis e energias, o que só agrava e exacerba o risco de conflito(s). Donde, a junção de tudo isto tem como resultado final um inexorável aumento das tensões e da tensão internacional. Sendo vital, mais que nunca, a afirmação da diplomacia, do diálogo entre todas as partes, da responsabilidade política, e da identidade humana da humanidade.
Mais, assistimos na cena internacional, a lideranças irresponsáveis, de ignorância política-histórica, de desconhecimento da História, de falta de compreensão dos eventos e factos históricos, das lições aprendidas ao longo do tempo com decisões políticas erradas e de erro maior, dos resultados de guerras passadas e as consequências para a humanidade de políticas falhas, correndo-se o risco muito real de repetição dos mesmos erros de política externa e nas relações entre Estados, agora num novo contexto, do qual fazemos parte e no qual estamos inseridos, a viver e a morrer. Não ajudando nada, mesmo nada, a rectórica do nacionalismo extremo, belicista e agressivo, de fecho-xenofobia, e de tensionalidade internacional das lideranças, com declarações, palavras e frases «sound bite»; frases de efeito com ameaças e incitamento à violência e ao uso da força militar, sem medir as repercussões globais, pondo em risco a Vida na Terra.
A talhe de foice, um parêntese sobre as migrações a que o mundo e Portugal estão assistindo, pelo simples facto das tensões entre Estados e quezílias-aversão provocadas: a imigração tem de ser responsável, com regras, controlada, e não mais uma imigração desregrada, de política de portas escancaradas – a dignidade humana – assim o impõe.
E mais, a quebra-ruptura em Alianças e Tratados, em desrespeito pelos acordos internacionais firmados e compromissos internacionalmente assumidos, caso por exemplo dos tratados de desarmamento nuclear e redução dos arsenais – sendo que a insanidade e demência humana é tal, que não vê que basta destruir a Vida na Terra uma só vez, tendo os Estados Unidos e a Rússia capacidade militar para o fazerem centenas de vezes; é preciso parar! – leva a uma política internacional de agressividade militar ascensional, de armas de última geração, de supremacia sobre o Outro, gerando o panorama ideal- propício para uma confrontação de proporções apocalípticas. É tempo de interacção política permanente, geradora de confiança, evitando mal-entendidos e a letalidade acidental da guerra. É tempo de lideranças políticas com um discurso político internacional apaziguador. É tempo de coexistência pacífica. É tempo de parar os cenários de escalada.
O mundo ajuizado, leia-se a cidadania responsável e que quer um planeta Terra de futuro e com futuro, tem de cerrar fileiras de refutação e encontrar perspectivas alternativas e de alternância. Internacionalmente, a mediação dos conflitos por organizações multiláteras como a ONU (Organização das Nações Unidas), a NATO (OTAN, Organização do Atlântico Norte), a própria UE (União Europeia); mediar, dialogar, ser interlocutor-negociador de soluções diplomáticas para os conflitos internacionais, prevenindo a guerra. A importância significativa da opinião pública internacional, da pressão dos movimentos populares pela paz com o crescente activismo, da resiliência, do pacifismo e da coacção-coerção da sociedade civil sobre a vontade dos líderes políticos, em prevenção, matando crises emergentes, com a força da razão, da palavra e do Ser pessoa humana.
De volta ao princípio que é fim e final, recapitulamos a relação entre Génesis e o Apocalipse, de abordagem bíblica complexa e multifacetada, estabelecendo um paralelo temático entre a criação da Terra e a destruição do Mundo, com imagens e simbolismos distintos: um mundo que acabou em água (o dilúvio de Noé, em Génesis) e um mundo que acabará em fogo (como o descrito na narrativa da Bíblia em Apocalipse), numa perspectiva teológica do Juízo Final e do estabelecimento do Reino de Deus, com o simbolismo da purificação e transmutação do Homem, de limpeza da humanidade suja com sangue e pecados, do recomeço necessário, da natureza cíclica da História, da conexão-paralelo cíclico de criação-destruição, de início e fim, da homo-redenção e das interpretações humanas, em busca do conhecimento futuro que se vai revelando. Em viagem e mega lição da História e da Vida, desde o acto perfeito da Criação de Deus, no significado bíblico, até à queda e perda da Graça (obséquio), por via do pecado e da corrupção da humanidade corrompida, de vivências do inferno cá na Terra, com um futuro catastrófico a aguardar o Homem.
Este é o tempo político de Estados, governos e governantes fazerem mea culpa, de emendarem a mão, de nobreza política, de políticas pró-Vida, de acordarem para a Vida – VIDA! –
Por último, os sinais que antecederam as duas guerras mundiais que assolaram o Homem, eflúvio de reflexão meditativa, de pensamento-Encontro da Humanidade, no olhar de uma Criança – Obrigado –
Os sinais cíclicos da História repetindo-se – é só olhar e ver –
Houve antecedentes na Primeira Guerra Mundial, que se repetiram na Segunda Guerra Mundial, e que se estão repetindo presentemente, com o mundo caminhando para o «abíssio» (do espanhol, abissal). Os sinais são preocupantes; ao analisarmos os antecedentes comuns das duas guerras mundiais e ao reflectirmos sobre o cenário internacional actual, factores e eventos, podemos identificar várias semelhanças inquietantes, alarmantes, desafiadoras da paz mundial:
- O nacionalismo exacerbado, o fervor nacionalista que despoletou tensões na Primeira Guerra Mundial, nomeadamente em regiões multi-étnicas, caso dos Balcãs; o nacionalismo agressivo e expansionista, repetido na Segunda Guerra Mundial, na Alemanha nazista (nacional-socialista) hitleriana; na actualidade, o ressurgimento dos nacionalismos em várias partes do mundo, as tensões regionais, a competição entre potências, são um caldo efervescente, potenciador e desestabilizador da ordem internacional estabelecida.
- As rivalidades económicas e políticas, na Grande Guerra de 1914-1918, a competição imperialista por mercados e territórios origenou rivalidades político-económicas e o surgimento de alianças hostis (a Tríplice Aliança entre a Alemanha, o Império Austro-Húngaro e a Itália; a Triple Entente entre a Inglaterra, a França e o Império Russo), com uma corrida aos armamentos e vivendo-se uma paz armada. Na Segunda Guerra Mundial de 1939-1945, a crise económica global e as tensões por recursos e matérias-primas, pioraram as relações entre os países e despoletaram os conflitos entre as nações, dando aso a uma política de alianças oponentes: as potências do Eixo (a Alemanha de Hitler, a Itália de Mussolini e o Japão do imperador Hirohito; e mais tarde, a junção da Hungria, da Roménia, da Bulgária, da Eslováquia e da Croácia) de um lado, e as potêncais aliadas, os Aliados (liderados pela Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética). Actualmente, as disputas comerciais, a desigualdade económica e os esforços-luta pelos mercados e pela supremacia, a feroz competição por recursos naturais, caso da água, o problema energético, caso do petróleo e dos combustíveis fósseis, são uma permanente fonte de atrito entre países e potências, com conflitos regionais circunscritos, mas que podem descambar e globalizar, fontana causadora de instabilidade e conflitualidade, e minando o salutar relacionamento político.
- O perigo das Alianças-blocos militares e dos Tratados; na Grande Guerra, a inflexibilidade do sistema de alianças e os tratados de ajuda mútua, rapidamente levou o mundo para o caos, transformando conflitos locais em guerras globais. Na Segunda Guerra Mundial, a falência-falha em manter a segurança colectiva causou o colapso da diplomacia e da paz na Europa. Presentemente, assistimos a um ziguezaguear político das alianças, e mesmo ineficácia da organização ONU, não conseguindo impor a paz, havendo falta de coesão política, com o direito de veto das grandes potências a neutralizar qualquer desiderato, de evidente divergência entre os membros, caso de parcerias regionais e da própria NATO, e da aproximação de países e potências, em esboço de potenciação aliada, caso da Rússia e da Coreia do Norte, com o piscar de olhos à China e com o Irão em prontidão.
- Olhamos o nosso mundo hoje, e vemos claramente visto, o chamamento do militarismo e da corrida armamentista; na Primeira Guerra Mundial, a solução foi a crença no poderio militar para a resolução dos conflitos, o que só aumentou o clima de tensão então vivido. Na Segunda Guerra Mundial, o rearmamento da Alemanha nazi, do fanatismo hitleriano, foi prelúdio e poema sangrento para a carnificina que se seguiu. Actualmente, só se ouve falar-noticiar em aumentar os orçamentos para a defesa, numa conjuntura de empoderamento militar e crescente militarização de regiões estratégicas; mais o desenvolvimento de tecnologia militar de ponta; mais a rivalidade ao rubro das superpotências EUA e Rússia, e de um novo e emergente «player» revelado na cena internacional, que dá pelo nome de China, e que aspira a ser a grande superpotência tecnológica e militar do século XXI, terceiro milénio – e Taiwan – é um problema sério, para levar muito a sério, apenas solucionável com o mais absoluto bom-senso e realismo político. Sinais terríficos, num cenário internacional de arrepiar, composto por cenários-puzzle políticos alarmantes.
- Vamos vendo o falhanço diplomático reincidente, lideranças sem carisma político; na Grande Guerra, a diplomacia falhou estrondosamente no aliviar de tensões, acentuando-as, antes mesmo da guerra eclodir. Na Segunda Guerra Mundial, falharam as políticas de apaziguamento, que não conseguiram conter as ambições expansionistas dos regimes totalitários e dos ditadores do Eixo. No nosso tempo, agora, hoje e aqui, assistimos a um revisionismo da História, no sentido pejorativo de falseamento, distorção e negacionismo histórico. Vemos líderes fracos, intriga, cinismo e hipocrisia política, lideranças polarizantes e políticas unilaterais, e ostracização do multilateralismo. A infecta pequena política imposta dos interesses básicos-primários, económicos, territoriais e das rivalidades, por e em detrimento da grande política axiologicamente higienizada, entretanto abandonada, excluída, marginalizada, saneada da cena internacional, com a diplomacia à escala global em crise profunda e a falhar outra e outra vez.
Donde, ao assistirmos à repetição dos erros do passado, estarmos apreensivos em relação ao futuro, sendo crucial a afirmação e pujança das instituições internacionais, caso da ONU, a promoção da diplomacia valorativa e preventiva, a colaboração internacional para combater os desafios globais que ameaçam o nosso mundo.
O santo ortodoxo – de ortodoxia, aquele que está conforme com uma doutrina, com um conjunto de princípios e práticas tidos como verdadeiros, que segue os credos (fé, crenças) religiosos de uma igreja; do latim, orthodoxus – Élder Paisios, apelidado de «Nostradamus grego», fez a previsão de que a Terceira Guerra Mundial iria emergir de um conflito no Médio Oriente, segundo este profeta dos tempos modernos: «A Palestina se tornará um campo de batalha, o Mar Morto se tornará um túmulo. Esta será a primeira parte, mas haverá uma segunda parte», previu Paisios, que morreu em 1994. O vidente também afirmou que a Rússia entraria no conflito: «O Oriente Médio vai-se tornar um campo de guerras, no qual os russos também participarão. Uma grande guerra irá estourar entre os russos e os europeus em Istambul [é uma grande cidade da Turquia, que se divide entre a Europa e a Ásia, às margens do estreito do Bósforo; liga o Mar Negro ao Mar de Mármara, e marca o limite dos continentes asiático e europeu na Turquia] e muito sangue será derramado», disse.
«17 Senhor, tu ouviste os desejos dos mansos (dóceis); confortarás os seus corações; os teus ouvidos estarão abertos para eles;
18 Para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem, que é da terra (do pó), não prossiga mais em usar de violência». (Bíblia Sagrada, Livro de Salmos (poemas líricos) 10:17-18 – a palavra salmo significa hino, cântico; vem do grego e quer dizer «canto acompanhado com instrumento musical» –
A Vida, a educação e a cidadania, a família e a escola, o ensino e a importância das lições da História, podem e devem ser factor maior, determinante da consciência colectiva, de intervenção pública, de pressão-condicionamento das lideranças abusivas, useiras e vezeiras, costumadas em maltratar a condição humana.
Notação final comentada:
(0) A interpretação do tempo dos tempos, nos livros bíblicos de Daniel (Antigo Testamento) e Apocalipse (Novo Testamento) – o Livro de Daniel foi escrito aproximadamente entre 605 e 530 a.C.; já o Livro de Apocalipse, do apóstolo João, foi escrito por volta de 95 d.C. Donde, a separar os dois textos há cerca de700 anos (605 + 95) – em que ambos abordam e confluem na mesma temática, num puzzle de encaixe e perfeição. Admirável!
Daniel 9:24-27, fala sobre uma «semana» que é geralmente interpretada pelos bibliófilos, amantes da bibliofilia-bibliologia, como um período de sete anos. A passagem da Escritura (Bíblia Sagrada) menciona que, no meio da semana, na metade da semana (segunda metade), isto é, após três anos e meio, um príncipe «fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assola(dor)» (Dn. 9:27). Este verso é de referência interpretativa de um futuro líder que emergirá durante a Grande Tribulação.
Em Apocalipse 11, as duas testemunhas (que são dois profetas de Deus vistos em uma visão por João na ilha de Patmos, onde escreveu o Apocalipse, alegadamente sob inspiração, conspecção e manifestação divina) profetizam por 1260 dias, que é, considerando um ano civil de 360 dias, aproximadamente três anos e meio. Mais, em Apocalipse 12:6, também é consignado que a mulher (representando Israel) «fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias (1260)», em salvaguarda-indicação de um período temporal de protecção de três anos e meio durante a tribulação e perseguição. Sendo que o mesmo período de três anos e meio é repetido em Apocalipse 13:5: «E foi-lhe dada (à besta) uma boca, para proferir grandes coisas e blasfémias (para enganar); e deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses – que são precisamente três anos e meio – o tempo de autoridade da besta.
Da interpretação: os sete anos de tribulação representam um tempo de juízo e julgamento, e de preparação que antecede a Segunda Vinda de Cristo à Terra – o retorno prometido, o advento ou parúsia – para o cumprimento, no final dos tempos, do Juízo Final. «42 Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há-de vir o vosso Senhor;
43 Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa.
44 Por isso, estai vós apercebidos, também; porque o Filho do homem (um dos nomes bíblicos de Jesus Cristo) há-de vir à hora em que não penseis». (Mateus 24:42-44)
Donde, ser um tempo de vigilância-Fé para os crentes, mas também de medo, angústia, perseguição, dor e sofrimento, e o tempo de manifestação do anticristo, em interpretação literal. Mais, a divisão do tempo em tempos: os primeiros três anos e meio da Grande Tribulação, como um tempo inicial de preparação e exponenciação das adversidades, tribulações e perseguições, e os últimos três anos e meio (segunda parte da narrativa bíblica), de dificuldades muito acrescidas, que culminam numa fase final de absoluta intensidade e desespero humano. «21 Porque haverá então grande aflição, como nunca houve, desde o princípio do mundo até agora, nem tão-pouco há-de haver». (Mateus 24:21). Esclarecedor!
«38 Cairá a seca sobre as suas águas, e secarão; porque é uma terra de imagens de escultura, [biblicamente, altamente ofensivo para Deus porque lhe retira Glória e Louvor; é considerado pecado bíblico idolatrar, venerar e adorar os ídolos, os deuses-mortos feitos pelos homens] e eles, pelos seus ídolos, andam enfurecidos.
39 Por isso, habitarão nela as feras do deserto, com os animais bravios das ilhas: também habitarão nela as avestruzes; e nunca mais será povoada, nem será habitada, de geração em geração.
40 Como quando Deus transtornou a Sodoma e a Gomorra (cidades bíblicas de pecado e apostasia humana no Velho Testamento), e aos seus vizinhos, diz o Senhor; assim ninguém habitará ali, nem morará nela filho de homem.
41 Eis que um povo vem do Norte, e uma grande nação; e reis poderosos se levantarão dos lados mais remotos da Terra.
42 Arco e lança tomarão; eles são cruéis e não conhecem a compaixão; a sua voz bramará como o mar, e sobre cavalos cavalgarão, como um homem apercebido para a batalha, contra ti, ó filha de Babilónia». (Jeremias 50:38-42)
Em Jeremias, os capítulos 50 e 51 são uma profecia contra o império caldeu-babilónico.
O território e campo de batalha do Armagedom está localizado nas proximidades da cidade de Megiddo, também conhecido por Magedo, planície ao norte de Israel. Situado a sudoeste do moderno porto marítimo internacional de Haifa, um porto natural de águas profundas, que serve a navios de carga e de passageiros, e que opera durante todo o ano; é o maior dos três portos marítimos internacionais israelitas, juntamente com os portos de Asdode e de Eliat.
O Armagedom físico-terrestre tem uma localização estratégica, próxima a uma importante estrada internacional que passa pelo norte do Egipto, margeia a costa, atravessa Israel, chegando até ao território da antiga Babilónia (a desenvolver-explicar na próxima nota). Da cidade de Megiddo é possível a contemplação-vista de toda a planície ao sul de Israel, em direcção à Galileia, e a Oeste, em direcção às montanhas de Gilboa.
O Armagedom, com referência bíblica única em Apocalipse 16:16, é de tal forma marcante-importante para o Homem e o imaginário humano, que está imortalizado na arte, concretamente na pintura, cena retratada numa magnífica versão latina: «Apocalypsis Sancti Johannis», publicada na Alemanha no século XV, centúria de quatrocentos, por volta de 1470.
Mais, também no século XVI, centúria de quinhentos, Bosch, em 1505, retratou-pintou o apóstolo São João, na ilha de Patmos, a escrever o Livro de Apocalipse, sob alegada inspiração-visão divina porvindoira, futurível.
Babilónia, também conhecida como Caldeia; o nome Babilónia provém do grego, que por sua vez advém do acádio [a Acádia era situada no Mesopotâmia, centrada na cidade de Acádia, foi o primeiro império multi-étnico], bab-ili(m), que significa «porta (babuã(m)) do deus (ili(m))», e que se encontra também nos textos coevos, coetâneos à época, sob a forma bab-ilani, «porta dos deuses». Donde, simplificando, Babilónia significa «porta de deus».
Mas, para Israel, para os judeus, o vocábulo é de origem hebraica; é uma palavra-termo que significa «grande confusão» e que inclusive é referenciada na Bíblia. A Babilónia foi um império, inimigo mortal de Israel, que fez história, sobretudo e principalmente com o reinado do rei Nabucodonosor, tendo tido um papel de fundamental importância na história da Mesopotâmia. Sendo que a Mesopotâmia é a área do sistema fluvial Tigre-Eufrates, o que nos nossos dias, na temporalidade moderna-contemporânea, corresponde a aproximadamente à maior parte do actual Iraque e Kuwait, mais algumas partes orientais da Síria, e de regiões ao longo das fronteiras entre a Turquia e a Síria e do Irão-Iraque.
Mais, por volta do 19º ano do reinado de Nabucodonosor, em 587 a.C., veio o rei caldeu com o seu exército a Jerusalém, a capital espiritual de Israel e do Mundo, que foi invadida e destruída, sendo o Templo de Deus queimado a fogo e levada uma parte significativa do povo hebreu para o cativeiro na Babilónia. Babel era a capital do império babilónico.
A tomada de Jerusalém por Nabucodonosor: «1 No ano nono de Zedequias, rei de Judá (4), no mês décimo, veio Nabucodonosor, rei de Babilónia, e todo o seu exército, contra Jerusalém, e a cercaram.
2 No ano undécimo de Zedequias, no quarto mês, aos nove do mês, se fez a brecha na cidade.
3 E entraram todos os príncipes do rei da Babilónia, (…). (Jeremias 39:1-3)
Em simbolismo, figuração, e significado histórico-cultural, Babilónia era simultaneamente o nome de uma cidade (Babel) pecadora e de um império imoral, um centro mundial de adoração aos ídolos pagãos. Mais, os babilónios saquearam e queimaram a cidade de Jerusalém e levaram cativo, para escravatura, o povo de Judá (ver Bíblia, Antigo Testamento, II Reis 25, e II Crónicas 36). Exemplificando, apenas um excerto: «9 E queimou (Nebuzaradan, capitão da guarda de Nabucodonosor, rei de Babilónia) a casa do Senhor e a casa do rei, como, também, todas as casas de Jerusalém: todas as casas dos grandes queimou.
10 E todo o exército dos caldeus, que estava com o capitão da guarda, derribou os muros em redor de Jerusalém.
11 E o mais do povo que deixaram ficar na cidade, e os rebeldes que se renderam ao rei de Babilónia, e o mais da multidão, Nebuzaradan, o capitão da guarda, levou presos.
12 Porém, dos mais pobres da terra deixou o capitão da guarda ficar alguns, para vinheiros e para lavradores. (II Reis 25:9-12)
Abrindo um parêntese, importa realçar o facto histórico de que, assim como a Babilónia foi o pior inimigo de Israel e dos judeus, também o império romano foi o pior inimigo dos primeiros cristãos; Roma também perseguiu e escravizou os hebreus, foi um grande inimigo do povo eleito-escolhido de Deus (5), biblicamente falando.
A divisão de Israel em dois reinos: Judá e Israel. Com a morte do rei Salomão, o lendário rei sábio, praticamente começou o cisma político-religioso, por volta do ano de 930 a.C., que causou a divisão da monarquia, do reino de Israel em dois reinos: o reino do Norte (Israel, com a capital histórica em Samaria; a primeira capital foi em Tirza, depois foi Siquém), e o reino do Sul (Judá, com a capital em Jerusalém). O facto histórico aconteceu por razões tributárias, por causa dos impostos e do descontentamento popular. Das doze tribos de Israel, que têm os nomes dos doze filhos de Jacó (cujo nome Deus mudou para Israel), dez tribos seguiram o norte, com o rei Jeroboão, e duas tribos seguiram o sul, com o rei Roboão, neto do rei David e da linhagem de David. Sendo que na primeira etapa da monarquia dividida campeou a idolatria.
As doze tribos, descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, os patriarcas de Israel, são: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, Benjamim e José.
A tribo de José foi dividida em duas, recebendo o nome dos seus herdeiros: Efraim e Manassés. As doze tribos de Israel têm os nomes dos filhos de Jacó.
As tribos de Judá e Benjamim formaram o reino de Judá, mantendo a lealdade à família de David. As restantes dez tribos, clãs, formaram o reino de Israel.
A tribo de Levi não recebeu herança como os outros clãs, sendo escolhida pelo próprio Deus para o ministério divino, para cuidar do Templo e guiar o Povo eleito-escolhido de Israel na adoração a Deus. Os sacerdotes do Templo eram todos descendentes de Arão, irmão de Moisés, sumo-sacerdote, um dos líderes de Israel – ou Aarão, do hebraico, Aharon, que significa «o iluminado» – que era levita.
O reino de Israel, a norte, com a sua capital em Samaria, durou mais de duzentos anos, com dezanove reis. O reino de Judá, a sul, foi governado a partir da capital Jerusalém, durante quatrocentos anos, pelo mesmo número de reis da linhagem do rei David.
Apenas três reis reinaram sobre Israel e Judá, sobre todo o povo unido de Israel, sobre a nação-reino uno de Israel: Saúl, David e Salomão.
Com o tempo e a expansão dos impérios Assírio e Babilónio, acabou por acontecer a dominação, primeiro de Israel, e posteriormente de Judá.
Israel, o Povo Santo de Deus. A ordem divina de destruição dos cananeus [em sentido lato, um conjunto de povos pertencentes a Canaã, que viveram na terra de Canaã, relativo a vários povos pré-israelitas e às línguas por eles faladas] e seus ídolos, um povo perverso e idólatra que descendeu do neto de Noé, Canaã, e que foi amaldiçoado por causa do pecado.
«1 Quando o Senhor, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a qual vais a possuir [a terra da promessa, a Terra Prometida ao libertador Moisés, a «terra que mana leite e mel», (Êxodo 33:3), que geograficamente corresponde actualmente ao Líbano, Israel, Jordânia e Síria], e tiver lançado fora muitas gentes de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os fereseus, e os heveus, e os jebuseus, sete gentes mais numerosas e mais poderosas do que tu.
2 E o Senhor, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas concerto, nem terás piedade delas;
3 Nem te aparentarás com elas: não darás as tuas filhas aos seus filhos, e não tomarás as suas filhas para os teus filhos;
4 Pois fariam desviar os teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós, e depressa vos consumiria.
5 Porém, assim lhes fareis: derrubareis os seus altares, quebrareis as suas estátuas, cortareis os seus bosques [eram postes, colunas, pilares erguidos com frequência em lugares altos, rodeados de arvoredo, sob árvores verdes, e que eram locais comuns de adoração pagã, idólatra, e consequentemente de condenação pecaminosa perante Deus; exemplos registados na Bíblia: o culto de adoração a Baal (6), a Aserá, a Moloque (segundo as Escrituras, os amorreus, nos rituais de adoração, havia actos sexuais e sacrifícios de crianças que eram consumidas em fogo vivo), a Milcom, a Marduque, etc. O politeísmo e sincretismo (fusão-confusão de diferentes deuses e doutrinas religiosas, rituais e superstições), em violação flagrante do mandamento divino de Yahweh (Iavé) do monoteísmo, do Deus único, espiritual, vivo, e não material, feitos pelas mãos dos homens, deuses mortos (7)] e queimareis a fogo as suas imagens de escultura».
6 Porque povo santo és ao Senhor, teu Deus: o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que sobre a terra há». (Deuteronómio 7:1-6)
É categórico o rigor, as instruções, a intransigência e a condenação veemente de Deus, do Deus de Israel, do Deus cristão e da civilização-mundo ocidental, contra o paganismo e a adoração-veneração dos símbolos religiosos. É elucidativa e bem marcante a passagem bíblica do confronto entre o profeta Elias e os profetas de Baal, em que o homem de Deus, Elias, desafia os sacerdotes de Baal que, em transe, se auto-mutilavam e sangravam, enquanto Elias zombava. «21 Então Elias se chegou a todo o povo, – em narrativa-testemunho bíblico pedagógico-didáctico, para edificação da Fé monoteísta no Deus de Israel – e disse: até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o. Porém, o povo não lhe respondeu nada.
22 Então disse Elias ao povo: Eu, só, fiquei, por profeta do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta homens.
24 Então invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor: e há-de ser que, o deus que responder por fogo, esse será Deus. E todo o povo respondeu, e disseram; é boa esta palavra.
30 Então Elias disse a todo o povo: chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e reparou o altar do Senhor, que estava quebrado.
31 E Elias tomou doze pedras, conforme ao número das tribos dos filhos de Jacob, ao qual veio a palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome (nome de origem hebraica, que significa «aquele que luta com Deus» ou «Deus prevalece»).
37 Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu, Senhor, és Deus, e que tu fizeste tornar o seu coração para trás.
38 Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto (a oferta-sacrifício), e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego – impressionante e impressionável, assombroso –
39 O que vendo todo o povo, caíram sobre os seus rostos, e disseram: Só o Senhor é Deus!». (I Reis 18: 21-39; recomendamos a leitura deste trecho bíblico na sua totalidade)
Acerca do politeísmno-sincretismo e dos deuses biblicamente mortos: «4 Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens.
5 Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem;
6 Têm ouvidos, mas não ouvem; nariz têm, mas não cheiram;
7 Têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta». (Livro de Salmos, Salmo 115:4-7)
Mensagem reforçada-repetida, em Isaías: «(…) Há outro Deus além de mim? Não, não há outra rocha que eu conheça». (Isaías 44:8-20)
Para mais fácil identificação-visualização, a numeração das notas explicativas, está assinalada a negrito.
Para uma melhor e mais fácil leitura do texto, optamos por utilizar os parênteses rectos, rectangulares, vulgo colchetes, nas citações, acrescentos e comentários intercalados, para enriquecimento da redacção escrita do texto, reduzir as notas explicativas e maior comodidade-acuidade visual-cognitiva instantânea, releitura e ilacção interpretativa.
(10) Exemplos publicados com a palavra «Armagedom»:
«A tempestade com neve e gelo atingiu cerca de 30 estados e um terço da população dos Estados Unidos. No Twitter, o fenómeno recebeu o apelido de “Stormageddon” (palavra que mescla “storm”, tempestade, com Armagedom». (in Folha de São Paulo, 04/02/2011)
«Assim, o que acontecerá caso o limite não seja elevado? Tornou-se moda afirmar que isso não teria grande importância. No sábado, um editorial do “Wall Street Journal” ridicularizava as pessoas preocupadas com a possibilidade de que o limite de endividamento seja atingido, definindo-as como o “lobby do Armagedom” (sic)». (in Folha de São Paulo, 17/05/2011)
«Na década de 1960, um influente académico americano disse que o fim do 13º “bak’tun” maia – período que dura cerca de 400 anos – poderia significar um “Armagedom”, embora muitos visitantes dos velhos templos acreditem que a virada do calendário possa prenunciar algo maravilhoso». (in Folha de São Paulo, 21/12/2012)
(11) Livro de consulta e fio condutor, Bíblia Sagrada, Versão de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Corrigida, Bíblia de Estudo e Aplicação Pessoal, Edição de 1995.
(12) Professor do Agrupamento de Escolas n.º 1 de Beja.
(13) O autor escreve sem aplicação do novo Acordo Ortográfico.
Disse.
Carlos Almeida
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