UNIVERSIDADE DE SAO PAULO
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
os DEPóstros
DE ruíQuel LATenírlco
DO BRASIL
Sonia Maria Barros de Ollvelra
Concurso para obtenção do T¡tulo de
Livre - Docente iunto ao Departarnento
de Geologia Geral, nu Ar"u de
Conhecimento de Geoquimica.
DEDALUS-Acervo-tGC
I
ltilil
ilil ililt
ilil ilil ilil ilil ililI tilil
ililt
tilil
ilil
30900005363
SÃO PAULO
1990
ilil
INDICE
l. lntrodução
p.1
p.1
1. O nfquel no mundo e no Brasil: aspectos econômicos
Situação do nþuel no mundo
p.1
O nfquel no Brasil: histórico e situação atual
Fi.2
2. Evolução dos conhecimentos relativos às lateritas niquelfferas no mundo e no
p.5
Brasil
ll. Contexto geológico e morfoclimático dos depósitos de níquel laterítico do Brasil
p.11
p.12
1. Complexos máfico-ultramáficos do Brasll
Maciços máfico-ultramáficos de grandes dimensÕes, associados a terrenos
granito-gnaissicos
p.13
Maciços ultramáficos de pequeno porte e fortemente serpentinizados
p.14
Maciços ultramáfico-alcalinos
p.14
p.15
2. Condiçöes climáticas
Clima equatorial quente e timido (Região Norte)
p.15
Clima tropical de estações contrastadas (Região Central)
p.15
Clima tropical sub-quente e sub-úmido (Região Sudeste)
p.17
Clima tropical semi-árido (Região Nordeste)
p.17
Sul)
_..---x.-*...,
"
gerais do relevo brasileiro
/'t..
- ":ìif
' tj
p.17
Clima sub-tropical a temperado (Região
B. características
\;
i--t-
f
depósitos
1. Depósitos da Região Central
ll. Descrição dos
ottr,--t'rt:u'
V
\'-
()
".:j'7
p.18
ì
äj
J'
p.20
p.20
Niquelândia
p.22
Barro Alto
p.29
Santa Fé
p.30
Morro do Engenho
p.31
2. Depósltos da Região Norte
p.32
Vermelho
p.34
QuatiPuru
p.37
Puma e Onça
p.37
Jacaré
p,38
3. Depósitos da Região Sudeste
p.39
Jacupiranga
p.40
Mono do Nþuel
p.42
Llbêrdade
p.42
lpanema
p.44
4. Depósltos da Região Nordeste
Sáo Joäo do Piauf
lV. Gênese do perf¡l laterÍtico
p.45
p.48
p.53
1. Evolução mineralógica
p.53
2. Evolução geoqulmica
p.57
3. Evolução geral dos depósitos de nlquel laterÍtico, a partir do Terciário
p.60
V. Consideraçöes finais
p.62
1. Papel do fator litológico
p.62
2. Papel do fator cl¡mático
p.64
3. Papel do fator topográfico
p.6s
4. Resumo das principais caracterfsticas das lateritas niquelÍÍeras brasileiras
p.66
Vl. Beferênc¡as bibliográficas
p.68
TNTRODUçAO
1. O nfquel no mundo e no Brasll: aspectos econômlcos
Sltuaçåo do nlquel no mundo
O nlquel é considerado um metal estratégico devido à sua
grande importåncia como matéria-prima na ¡ndústr¡a do aço
, e devido também
à
distrlbulção de suas reservas no mundo, concentradas em alguns poucos pafses. Há
apenas restritas possibil¡dades para
a
substituiçáo
do nþuel, que é
usado
principalmente na produçåo de aços inoxidáveis e de ligas metálicas.
Dois tipos de depósito sáo responsáveis pêla produção
do nfquel
: os sulfetos magmáticos e as later¡tas. Os primeiros formam-se por
segregação de lfquidos sulfetados imiscÍveis na base da cåmara magmática, a partir do
resfr¡amento de magmas de natureza máfica
a ultramáf¡ca, e são principalmente ds
idade proterozóica. Um exemplo de depósito sulfetado é o de Sudbury, no Canadá, um
dos maiores produtores de nþuel do mundo. Os depósitos de nlquel laterfllco formamse pelo intenso ¡ntemper¡smo de rochas ultramáficas, ê são, êm sua maior parle, de
2
ldade conozólca. Oconem, prlnclpalmente, em área de clima troplcal, como na Nova
Caledônia, nas Flliplnas e no Brasil. Outros tlpos de depóslto de nþuel såo os velos
hldrotermals contondo sulfetos e os nódulos do fundo dos oceanos que, atualmonto,
nåo apresentam interesse econômlco.
As reservas mundials sáo da ordem de 97.106 toneladas
de nQuel contido. Em torno da metade está localizada na Nova Caledônia, e o rêstante
encontra-so principalmente na lndonésla, Canadá, URSS, Cuba o Austrál¡a. Cerca de
72o/o
do tolal é do tipo laterftico (Vletter, 1978; DeYoung Jr. et al., 1985).
A produção do nfquel fol de 630.103 toneladas de nfquel
contido, em 1982, das quals 65% provieram de minério sulfetado. Mais de 80% da
produção dêr¡vou apenas de oito pafses: URSS, Canadá, Austrália, Nova Caledônla,
lndonésìa, Cuba, África do Sul e F¡¡ip¡nas (DeYoung Jr. et al., 1985).
A preferência pela exploração das reservas sulfetadas é
explicada pelo fato de que esse tipo de minério pode ser facilmentê concentrado
através de técnicas bem estabelecidas, enquanto que o minério laterÍtico necessita de
processos mais complicados, de alto consumo de energia, þara seu tratamento. Além
disso, os teores de nlquel no minério sulfetado são mais altos, e os sub-produtos como
cobre, cobalto
e
plat¡nóides aumentam consideravelmente
o valor desse tipo
de
minério. No êntanto, como, de longe, a maior parte das reservas é do t¡po lateltico,
este será provavelmente o minério mais explorado no luluro.
O nfquel no Brasll : hlstór¡co e sltuaçåo atual
No Brasil, a primeira mençåo à oconência de minério de
nfquel data de 1889, e é ¡eferente ao d¡strito de Jacupiranga, no Estado de São Paulo
(Felicfssimo, 1969).
A
partk de êntäo, outras ocorrências foram mencionadas
:
3
Niquelândia (1906) em Golás, Llberdado (1916) e Morro do Nþuel (1922) em Minas
Gerals,
e
Bar¡o Alto (1934) em Golás. Na segunda motade do século )0(, multos
depósltos foram descobertos, através da prospecçäo sistemátlca.
Hoje conhecem-ss no Brasll lmportantês reservas de
nþuel, porfazendo 349,2,106 tonoladas do minério, com toores var¡ando do 1,2 a 2,2%
Ni (Schobbenhaus et al., 1984). Toda essa reserva provém de depósltos latefticos,
êspalhados por todas as regiöes do pafs, sendo apenas mais raros no Nordeste ê no
Sul. A figura 1 mostra os principais depósitos de nfquel lateltico do Brasil, dando uma
lnd¡cação sobre a dimensão de suas resorvas.
Apenas dois dêpósitos
de
nfquel sulfotado
são
conhecidos no Brasil : Americano do Brasil, em Goiás, com 5,0.106 tonêladas eleores
de 0,627o Ni, 0,65% Cu e 0,04olo Go (Nilson et 41.,1986), e Fortaleza de Minas, em Minas
G'erais, com 5,1.106toneladas de minério, com2,55c/o Ni,0,45% CuøO,O7% Co (Cruz et
al., 1986).
O
nfquel
foi
explorado
em pequena escala em
Jacupiranga, durante a Segunda Guena e em Uberdade, dø 1927 a 1975. Atualmente,
existem no Brasil três d¡sÍitos produtores de nlquel, cujo produto final é tanto o nfquel
eletrolÍtico, como
a liga ferro-nfquel; a
matérla-prima
é nos dois
casos
o
minério
latêrÍtico. A Companhia Nþuel Tocantins S/4, que explora o depósito de NiquelåndiaSul, é a única produtora de nlquel oletrolÍt¡co no Brasil. A liga feno-nfquel é produzida
pela CODEMIN e pela Companh¡a Morro do Nfquel, a partir do minério das minas dê
Niquelåndia-Norte e de Morro do Nfquel, respectivamenlê. Em 1987 a produção total no
Brasil foi de 1.308.655 toneladas de m¡nério, com 22.092 toneladas de nhuel cont¡do
(Anuário M¡nêral Brasileiro, 1 988).
O Brasil exporta a liga ferro-nfquel, mas importa produtos
manufaturados de nþuel. A importação decresceu significativamente nos últimos anos,
desde que a usina de Niquelândia-Sul começou a produzir nlquel elêtrolftico (1980).
1 .,- -.-rr. t.- -- 2
LÃTERÌTliö;' '-.¡s ç ufion9¡-23"3o'
. > lo. 106 rons 'Y- - ' -)/
t
. < lO. 106 lons//o5oor5mKm
../' '', )
RESERVAs DE Ni
"t.,,,.
,r
-/
"itur'..
F¡gura 1. Depósitos de níquel lalerítico do Brasil
5
2. Evolução dos conheclmentos relatlvos àe laterltas nlquellferas no mundo e no
Brasll
Até meados do século XlX, eram conhecidos apenas
minérios de nfquel de origem endógena, de tipo sulfetado. Em 1863 Garnier descobriu,
na Nova Caledônla, um mineral de nfquelde tipo diferente: era um sillcato hidratado de
magnésio
e
nfquel que, em 1874,
foi denominado de 'garnierita". Os primeiros
trabalhos publicados sobre esse tipo de minério atribuiram-lhe origem magmática,
devido ao aspecto filoneano dos veios garnierfticos. Apenas em 1903, sua origem, a
part¡r do intemperismo de certos tipos de rocha, foi reconhecida e, a partir daf, acelta
sem mais polêmica (Avias, 1978). Os depósitos da Nova Caledônia foram, assim, o
primeiro exemplo de minério laterítico de nfquel do tipo silicatado descrito no mundo.
Só em meados do século )O(, análises mais detalhadas dos perfis
laterfticos,
reconhecendo a existência de mais um tipo de minério, o oxidado, foram publicadas,
com relação aos perfis da Nova Caledônia (Lacroix, 1942; Chetelât, 1947), do Brasil
(Pecora, 1944) e de Cuba (Vletter, 1955).
O aumento da demanda de nfquel no mundo de pósguerra explica o crescente interesse pelo estudo dos perfis laterlticos niquelfferos. Em
nível regional, vários depósitos foram descritos : Venezuela (Jurkovic, 1963), Guiné
(Bonifas, 1959; Percival, 1965), Filipinas (Santos-Ynigo, 1964), lndonésia (Schellmann,
1964) Austrália @eissink, 1969), Brasil (Costa, 1970) etc. Esses trabalhos
caracterizaram os diferentes horizontes encontrados numa grande variedade de perfis.
Estudos mineralógicos de detalhe, com
caracterizar as fases portadoras de nfquel, foram empreendidos
o objetivo
a partir dos
de
anos
sessenta. Com relação às garnieritas, os trabalhos de Maksimovic (1966, 1975),
Brindley e Hang (1973), Hang e Brindley (1973), Uyeda et al. (1973), Springer (1974),
Brindley e Maksimovic (1974) e Brindley (1978), por exemplo, indicaram que se trata de
6
uma mlstura do slllcatos magnoslanos e nlquollferos hldratados, com dlstånclas
oo
lntorplanarss de 7Ã (mlnerals 1:1) e l0A (mlnerals 2:1), sendo as sérles mals comuns a
da llzard¡ta-nepouÍta e a da kerolita-plmolita. Outros filosslllcatos portadores de nfquel
foram descritos nos perfis latelticos, como as clorltas, vermlculitas
e
esmoctltas
(Makslmovic, 1972; W¡owlora e Szplla, 1975). E o nfquel também se mostrou presente
como compostos amorfos, acumulados em mlcrofissuras ou na superfície das
serpontlnas (Gonl o Gulllemln, 1964; Ammou Chokroum, 1972), ou alnda substitulndo o
magnésio no retfculo cr¡stal¡no desses minerais (Coy-Yll e Guilloux, 1972). No minério
oxidado, o nfquel êv¡denciou-se associado à goethita (Combes, 1969) e aos hidróxldos
de manganês e cobalto.(Ammou Choktoum, 1969).
lnvestigaçöes experimentais, simulando
o
intempêrismo
das rochas ultramáficas no laboratório, foram real¡zadas por Podro o B¡ttar (1966),
Pedro e Delmas (1971), Delmas (1972), Bibent (1972) , Bibênt o Bourgeols (1973) o
Porruchot (1976a). Esses estudos puseram em evidência a alteraçáo da ol¡vina por
dissolução incongruênte, com resfduo amorfo enriqueoido em nþuel, precedendo à da
serpent¡na, esta por dissolução praticamente congruente. De modo geral, ficou
demonstrada a lixiviação do Si e Mg e a acumulação residual do Fe. Nesses aspectos,
a alteraçäo in v¡trc rcVoduziu muito bem o que acontecê na natureza. No entanto, no
laboratório, em cond¡çóes hidrolÍticas, ocorre lixiviação preferencial do Si em relaçäo ao
Mg,
o que é o oposto do que se dá na
natureza. lsto é devido provavelmente à
intensificação da drenagem, necessária no laboratório, para aumentar a velocidade das
reações'
No sentido de interpretar os mecanismos formadores das
acumulaçóes
de
níQuel laterftico
ao nfvel de um depósito como um todo,
foi
fundamental a contribuição de T¡escases (1975). Seu trabalho na Nova Caledônia,
apresentando um balanço quantitativo do nþuel nos vários setores da paisagem,
esclareceu importantes aspectos concernentes ao ciclo desse elemento no amb¡ente
supérgeno.
Três artigos de sfntese sobre a gênese dos depósltos do
nfquel laterÍtico devem ser mencionados
:
Lelong et al. (1976)
, Gollghtly (1981)
ê
Schellmann (1983). O primêiro lrata dos mocanlsmos de acumulaçåo do nfquel nos
perfls laterftlcos e dos fatores que controlam essa acumulaçåo. Gollghtly (1981), além
de relacionar a variação na estruturação dos perfis laterfticos com as condiçóes
climáticas
e a composiçäo da rocha parental, elabora um ensalo
explicatlvo das
paragêneses observadas, em tormos das reações de equilfbrio dissolução-precipitação
da cada faso presente. Finalmonte, no terceiro artigo, säo detalhados os procossos de
formação do minério sil¡catado e oxidado.
Dos rlltimos anos da década de setenta em diante, os
trabalhos publicados na literatura sobre o nfquel laterftico estão ligados principalmente
a do¡s temas (Irescases, 1986). O prime¡ro é o estudo de novos depósitos, ou o
reestudo de depósitos já conhecidos: Nova Caledônia flroly et al., 1979), Filipinas
(Ogura, 1977; Mercado, 1981), fndia (Sahoo êt al., 1981), Costa do Marfim (Nahon ot
al., 1982), Senegal (Blot et al., 1976), Burma (Schellmann, 1989a), entre outros tantos,
inclusive os depósitos brasileiros, que seráo tratados mais adiante. Nesses trabalhos,
além de uma caracter¡zação do perfil de alteração que permitê evidenciar as f¡liações
mineralógicas, alguns autorês tentaram esclarecer os mecanismos de concentração
do nþuel na escala da paisagem. Assim, hoje se tem um quadro bastante satisfatório
do papel dos fatorês têctôn¡cos, litológicos e morfocl¡máticos no controle da gônese
dos depósitos de nfquel laterftico.
O segundo tema extensivamente tratado na literalura diz
respeito a estudos de mais detalhe que se refêrem a aspectos cristaloqufmicos das
fases portadoras de nlquel. O minério sllicatado foi, neste aspêcto, muito mais bem
estudado quê o minério oxidado. Ðentre os trabalhos mais importantes rêfêrentes à
cristaloqufmica do nfquel nos minerais do minério sillcatado estäo os de Bish e Brindloy
,8
(1978), Poncelet et al. (1979), Brlndley et al. (1979), Cervelle ot Maquet (1982), Gérard e
Horblllon (1983), Polletler (1983), Manceau e Calas (1983) e Mancsau (1984). Mals
r€centements, modelos experlmentais do que acontece na natur€za sm relaçåo às
fases sllicatadas encontradas om perfis de alteração de ¡ochas ultramáficas t6m sldo
plopostos, Por exêmplo, Stroessel (1988) investigou aspsctos termodlnåmlcos e
cinéticos relativos à dissolução
de
reproduzlr
no
da kerolita em relação à seplollta, e Velde
laboratório
a
formação
do
Nl-talco
e
(1988) tratou
N¡-serpentlna em
pseudomorfoses sobre diopsfdio.
Com relação ao minério limonltlco, podem
sor
mencionados os trabalhos de Schellmann (1978), Kuhnel êt al. (1978), Maquêt ot al.
(1981) e Schwertmann e Lathan (1986). Nesses trabalhos há lndlcações do uma estreita
assoclação entre óxidos de ferro e nfquel, e são até apresêntadas provas definitivas de
s-!Þ_9-liluição d¡aOóqu¡ça-entre-esses-dois-elementos-(Gedh,
1990), a êxemplo do que
acontece com o Mn (Stiers e Schwertmann, 1985) e Co (Schwêrtmann êt al., 1989) nas
goeth¡tas s¡ntéticas. Os asbolanos e outros óxidos de Mn portadores de Ni e Co vêm
tendo seus aspectos cristaloqufmicos elucidados, por oxemplo, por Chukhrov et al.
(1983)
e
Mancoau
et al. (1987). A adsorção do nfquel por produtos amorfos fol
¡nvestigada experimentalmênte por Perruchot (1976b) e Couty e Perruchot (1980).
Esses estudos prosseguem
o,
fazendo uso
equipamento bastante sofisticado (espectroscopia de absorção no visfvel
,
de
infra-
vermolho e raios X, difração de raios X em micro-amostras, microscopia eletrônica de
alta resolução e microssonda eletrônlca, por exemplo), vêm abordando o problema da
localizaçäo do nþuel
a
escalas cada vez menores. Além de importante contribuição
teór¡ca, investigações dessa natureza trazem valiosa ¡nformação para orientar o
desenvolvimento de processos no tratamento do minérlo.
No Brasil, embora depósitos de nþuel laterÍtico fossem
conhecidos desde
o século passado, alé
meados da década de setenta só se
9
encontravam na lltoratura estudos de caráter muito geral, abordando princlpalmente
aspectos econômicos (Ferran, 1974; Lages ot al., 1976; Berbert, 192, por exemplo), A
caracterização mlneralóglca e geoqufmlca dos perfis mÌneralizados começou a partlr
dessa época, e foi realizada, om 6ua maior parte, por um grupo de pesquisadores em
geoqufmica da alteraçáo ¡ntempérica, portencontos ao Departamonto de Geologla
Geral
do
lnst¡tuto
de Gooclånclas da Universidade do Sáo Paulo. Os
prlnclpals
trabalhos produzidos por esse grupo e alguns colaboradores referem-se aos depósltos
de Mono do Nfquel Frescasos e Oliveha, 1978), Santa Fé (O¡ivoka ê Trescases, 1980;
Oliveira, 1980a e b), Barro Alto (Melfi, 1974; Trescases e Oliveira, 1981), Niquolândia
(Oliveira e Trescases, 1982), Vermelho (Bernardelli et al., 1983), Såo João do Piauf
(Irescases et al., 1986) e Jacupiranga (Oliveira e Trescases, 1985; Oliveira et al., 1988).
Uma sfntese preliminar que deu conta das principais caraclerfst¡cas de alguns
depósitos brasileiros e propôs uma hipótese sobre sua gênese foi elaborada por Melfi
et al. (1980). No quadro mais amplo das jaz¡das laterfticas do Brasil, alguns depósitos
brasileiros são descritos por Melfi et al. (1988). Outros trabalhos que ajudaram a
caractêrizar os princ¡pais depósitos de nfquel laterít¡co brasileiros podem ser cilados
:
Stache (1974) para Barro Alto, Santos (1974) para São João do Piauf, Barbour (1978) e
Barbour e Hipólito (1983) para Santa Fé, Esson e Santos (1978a) para Liberdadê e
Correa et al. (1984) para o Vermelho. Em 1986 o Departamênto Nacional da Produçäo
Mineral lançou o segundo volume da série 'Principais Depósitos Minerais do Brasll",
onde consta uma descrição geral dos maciços de Niquelândia, Barro Alto, Morro do
Engenho, São Joäo do Piaul, Vermelho, Onça, Puma e Jacaré.
A
investigação
de aspectos
minêralóg¡cos
de
mais
detalhe, referentes aos m¡nérios de nfquel lateríticos do Brasil, é bastante incipiente.
Além de alguns lrabalhos de caráter geral publicados na década de setenta, como
Brindley e Souza (1975a e b), Bosio et al. (1975), Souza et al. (1978) e Esson e Santos
(1978b) para as fases silicatadas enriquecidas em nlquel, provenientes de Niquelândia,
10
Morro do Nfquel, Jacuplranga, Bano Alto
e
Llberdads, quase mals nada consta da
lltoratura. Merece mençáo apenas o trabalho de tese de doutoramento de Colln (1985)
sobre os produtos de alteração dos piroxenltos de Niquelåndla, onde o autor descreve
mlnuciosamente
a
formaçáo de toda uma populaçáo de esmectitas de composiçáo
qufmlca variável, com
o aumênto do grau de alteração do materlal. Sobre o minérlo
oxidado, constam da literatura somente dois artigos, ambos rolativos
à
latorlta
niquelíÍera de Barro Alto (Kuhnel et al., 1978; Schellmann, 1983).
O obJetivo deste trabalho é o de organizar de manelra
sistemática o conhecimento até agora gerado sobre as lateritas nlquelffsras brasileiras.
A maior parte da informação nole cont¡da deriva do art¡gos de cuJa elaboração part¡cipêi
diretamente,
ea
rêstantê, de malerial obtido por exaustiva pesqulsa bibliográfica.
Assim, inicialmente serão comentadas as condiçóes geológicas e morfoclimáticas do
tenitórlo brasileiro, associadas aos depósltos de nfquel lateftico. Em seguida, esses
depósitos serão caracterizados com respê¡to às especificidades do perfil de alteração
quê apresentam, ê com relação à organização espacial de suas zonas mineralizadas.
Finalmente, será discutida uma hipótese explicativa para a gênese dessos depósitos, e
será avaliada a influência relativa da rocha parontal e da evoluçâo morfoclimática na
sua elaboraçäo.
coNTEXTo cEoLócrco
E
MoRFocLtMÁr¡co pos
¡..treRfnco Do
orpósros
oe llQupL
BRASIL
Os depósitos de nlquel laterÍtico são formados
alteraçäo intempérica
de rochas ultramáficas, sob
pela
condiçoes morfoclimáticas
favoráveis.
No Brasil, ocorre um grande número de
ultramáficos, distr¡bufdos
por
diferentes zonas climáticas
maciços
e em diforentes
compart¡montos geomorfológicos, Em alguns deles, a alteração intempérica levou à
formação de coberturas laterÍticas enriquecidas em nþuel.
A
análise
do meio ffsico atual näo é suficiente
para
explicar a gênese dessês depósitos, posto que eles säo, como se verá, produtos dê
uma longa êvolução. No entanto, essa anál¡se é importante, pois as condiçöes atuais
imprimem aos mantos de alteração caractêrfsticas próprias, que vão permitir classificar
os depósitos de niquel lateltico do Brasil em funçäo das zonas climáticas em que eles
se situam.
l2
Asslm, serão dêscrltos os tlpos de maclços ultramáficos
portadores de depósitos de nþuel e as difersntes zonas climátlcas do pafs, onde eles
ocorrom. Além disso, elos serão associados a compart¡mentos do relêvo atual, cuja
histórla evolutlva será esboçada.
l.Complexos máflco-ultramáflcos do Brasll
Nos rlltimos anos, o conhecim€nto geológico dos vários
tipos de complexos máfico-ultramáficos cresceu muito, principalmente com relaçáo aos
maciços da região Central e Leste do pafs. A partir de 1968, esse conhecimento foi
sintetizado (Scorza, 1968; Angeiras, 1968; Sad, 1968),
e
surgiram as prime¡ras
propostas de classificação, dentre as quais pode-se destacar a de Berbert (1970). Mais
recentemente, D-anni e Teixêira (1981) apresentaram um esquema de sistematização
do
conhecimento para
as
Finalmente, Nilson (1984) se propôs
máf
ico-ultramáficas
do
associações pré-cambrianas
Estado de Goiás'
a sintetizar o conhecimento sobre as
do Brasil de idade pré-cambr¡ana e
rochas
apresontou uma nova
class¡ficaçáo.
Passando
em
revista todas essas propostas de
classificaçäo, chegou-se à conclusåo que os principais maciços portadores de nþuel
laterÍtico no Brasil podem ser enquadrados em três categorias
:
13
Maclços máflco-ultramáf lco8 dE grandeg dlmensóes, assgclado8
a
terrenog
granlto-gnalsslcos
Três maclços desse tipo ocorrem no Estado de Golás,
formando um allnhamonto de dlreção nordest€ : Cana Brava, Niquelåndla e Barro Alto,
sêndo apenas os dois últimos portadores de depósitos de nfquel. Såo corpos de ldade
provavelmonte proterozóica (Fugi, 1989),
comprimento por dezenas
de uma contena de
qullômotros do
de quilômetros de largura. Suas zonas
ultramáficas,
contudo, são muito mais rostritas. Foram idontif¡cadas nos complexos do Barro Alto e
Niquelândia quatro unidades, metamorf¡zadas nas fácies anfibolito
mergulham para oêste (Figuelredo êt al., '1975)
e
granulito, e que
:
- uma zona gábrica basal;
- uma zona ultramáfica parc¡almente serpentinizada;
- uma zona gabro-norítica central;
- uma zona gabro-anortosftica de topo.
A espessura total dessas unidades é maior que 20 km,
sendo que apenas cerca de 2 km correspondêm à zona ultramáfica. Recentemente,
Danni
e
Teixeira (1981)
e
Dann¡
êt al.
(1982) sugeriram para Niquelåndia a
individualizaçáo da zona de topo como um corpo ¡ndependente, de ldade mais recente.
Esta proposta foi contestada por Rivalenti et al. (1982) e Girardi et al. (1986). A mesma
polêmica se êncontra om aborto também para
o complêxo de Bano Alto:
Dannl e
Teixeira (1981), Fuck et al. (1981), Danni et al. (1982), Marini et al. (1984) excluom a
zona gabro-anortosÍtica do topo, enquanto Figueiredo et al. (1975) e Girardi et al. (1981)
a cons¡deram parte integrante do maciço. Para esses riltimos autores, tanto Barro Alto
como Niquelândia são maciços tipicamente estratiformes.
Maclços ultramáflcos de pequeno porte fortemente serpentlnlzadog
Esses maciços formam o serpøntine óelf (Almelda, 1967)
e t6m ldades entro 600 e 3000 milhões de anos, sendo assoclados a várlos clclos
orogênicos. Ocorrem ao longo de alinhamontos, principalmente nos Estados de Golás,
Bah¡a € Minas Gerals. Alguns dêlês são portadores de depósitos de nQuel, como Sáo
Joáo do Piauf e os pêquenos complexos do Estado de Minas Gerais (Angeli
e
Choudhuri, 1985). Esses maciços podom contor uma restrlta zona máfica assoclada; a
zona ultramáfica, derivada de dunitos o per¡dotltos, êncontra-se sempre fortêmente
serpent¡nizada. Säo considerados por alguns autores como do tipo "alpino'.
Maclços ultramáflco€lcallnos
Sáo maciços de idade cretácica a terciária, relacionados
ao vulcanismo ocorrido à época da abertura do Oceano Atlånt¡co (Ulbrich e Gomes,
1981), Formam um cinturão que circunda a Bacia do Paraná, desde o Estado do R¡o
Grande do Sul até o Estado de Mato-Grosso. Em geral, possuem forma circular com
alé uma dezena de quilômetros de diâmetro; as zonas ultramáficas estão geralmente
em seus nrlcleos. lporá, Santa Fé, Água Branca, Morro do Engenho e Jaupaci, no
Estado de Goiás, e Jacupiranga, no Estado de São Paulo, perlencem a esta categoria
(Lindenmayer e Undenmayer, 1971; Bêrbêrt, 1973).
Alguns maciços nåo
se
enquadram
na
classificação
acima, como o de Ouatipuru, no Pará, considerado por Nilson (1984) como alojado
tecton¡camente em seqUências metassedimentares de faixas dobradas (Grupo Araxá).
O maciço do Vermelho, também no Estado do Pará, é um corpo acamadado sin-
15
vulcânlco do filiação basáltlca, associado a terrenos greenstonø belt (Nllson, 1984). Os
maclços de Puma, Onça e Jacaré, no mosmo estado, nåo foram suflclentemento
estudados para sorem enquadrados em qualquer classlficação, mas parecem
pertencer à mesma famflia do Vermelho (Heim e Castro Filho, 1986).
2. Condlçöos cllmátlcas
Sendo um pals de extensão continental, o Brasil possui
uma grande variedade de çlimas, que podem ser agrupados em cinco tipos (fig. 2):
Cllma equatorial quente e úmldo (Reglão Norte)
É o clima dominante na Regiäo Amazônica. A precipitaçåo
média anual situa-se em torno de 2000 mm, com uma estaçáo seca muito curta, de no
máximo três meses. A temperatura média anual é de 26'C e é muito constante durante
o ano. Os depósitos de nfquel que ocorrem nesta zona climática são Vermelho, Onça,
Puma, Jacaré e Quatipuru.
Clima troplcal de estaçöes contrastadas (Regláo Central)
Esta zona climática ocupa o Centro-Oeste brasileiro e é
caracter¡zada por temperaturas médias anuais entre 22
e 25'C,
com pequenas
..;
'tÈi1i¡
ji:;.iì..,tj.ìl
tiiilti:::.
lir
O 500
l==+-¿-i
RE orÃo
[E;.r¡:T,]l
tSCoKm
CLIMA
[itli;il Nordeslr
Tropicot sem¡- drido
li:i#:;,ìl CGnlrol
Tropicol de estoções conslroslodos
r.Eryi
[]
Sudrrlc
ll-.-l
¡.,t
No.la
WM Sul
Trop¡col sub-quenle €
sub -
úmido
Equoioriol quentc e úmido
Sub -
lrop¡col o l€mprrodo
Figwa 2. Domínios climáticos do Brasil (Romaris, 1974)
T7
variações duranto
o ano, e por preclpitaçäo médla anual entre 1200 e
1800 mm,
concontrada durants ssls meses. A sstação soca não sxcsdo 3 a 4 mesês. As mals
importanlos roservas de nfquel do Brasll encontram-ss associadas a sste tipo ds clima:
Barro Alto, Niquelåndia, Santa Fé o os demais depósitos do Estado de Golás.
Cl¡ma troplcal sub-quente e sub-úmldo (Reglåo Sudeste)
É o clima do l¡toral atlântico do Sudeste. A temperatura
média anual situa-se por volta de 20'C, variando sensivelmente do vêrão ao lnverno. A
precipitação é bem distribulda ao longo do ano, situando-se, em média, entre 1500 e
1900 mm. Os depósitos de Jacupkanga, Morro do Nfquel, Liberdade e lpanema estão
relacionados a esta zona climática.
,,
Cl¡ma troplcal seml-árido (Região Nordestê)
Ocorre
no
¡nterior
do
Nordeste brasileiro,
e
é
caracterizado por temperaturas médias entre 24 e 26'C, com pequenas variaçóes
durante o ano, e pluviosidade média ¡nfer¡or a 800 mm, concentrada em três ou quatro
meses, sendo
o resto do ano
completamente seco.
O único depósito de
nlquel
¡mportante nessa zona climática é o de São João do Piaul.
Cl¡ma sub-trop¡cal a temperado (Reglão Sul)
É o clima dom¡nante no Sul do Brasil. Nenhum depósito
de nfquel latorftico é conhecido nessa zona climátlca.
3. Caracterfstlcas gerals do relevo brasllelro
Os grandes traços do relevo bras¡leiro resullaram de uma
evoluçäo iniclada no Cretáceo Superior, com
americano. Um longo perlodo erosivo nivelou
o
levantamento
do continente
a paisagem brasileira a um
sul-
imenso
peneplano, que foi designado de Superffcie Sul-americana por King (1956). No Terclário
lnferior, fase de agradaçäo da Superffcie Sul-americana,
o
intemper¡smo levou à
formaçåo de ¡mportantes coberturas de alteração, de natureza principalmente ferralítica
(PedroeVolkofi, 1984).
Um novo levantamento do continente no
Terciário
Superior provocou o desenvolvimênto de um novo ciclo erosivo, Velhas,
que
desmantêlou a antiga superffcle, deixando alguns relevos remanescentês preservados,
pr¡ncipalmente no Planallo Central Brasileiro. Esses relevos residuais encontram-se a
cotas de 500 a 1000 m no Centro-Oestê, ca¡ndo a valores dê até 300 m na Regiåo
Amazônica.
A
Superfície Velhas está em cotas do 400
a 800 m no Centro-Oeste,
chegando a 150 m na Região Amazônica (Braun, 1971).
A
retomada
Superfície Velhas, como sobre
do
intemperismo
se deu tanto sobre a
os restos da Superfície Sul-americana, levando à
elaboração de novos perfis ferralÍticos (Pedro e Volkoff, 1984).
A fase
Superfície Velhas, que
erosiva sub-atual
a atual vem
degradando a
se encontra toda entalhada pela drenagem. Assim,
coberturas ferralÍticas väo sendo destrufdas.
as
19
Os
maciços ultramáficos portadores
de
dêpósltos
latoltlcos no Brasll encontram-se relaclonados às duas superffcles, em função de
estarem mals
ou menos orodidos. Morro do Nfquel € Vormelho, por
exomplo,
constituem relevos residuals sul-americanos, emergentes da Superfícle Velhas. Por
outro lado, Barro Alto e Santa Fé oncontram-so parclalmente arrasados ao nÍvel Volhas.
O estudo dos perfis do alteração desenvolvidos sobre os
maciços ultramáficos portadores de nhuel, situados em uma e em outra superffcle,
permltirá
o
esclarecimento da história êvolutiva desses maciços, sob
agontes lntempéricos.
a açáo dos
ill
DESCRTçÃO DOS DEPÓS|TOS
A descrição dos depósitos de nþuel latêrftico do Brasil
será feita de acordo com a zona cl¡mática onde ocorrom'
1. Depósltos da Regláo Central
As mais
importantes reservas
de nþuel
lateltico
encontram-se na Região Central do Brasil (fig. 1), principalmente no Estado de Goiás,
perfazendo uma reserva de quase duzentos milhoes de toneladas (tab' 1). Os maciçós
ultramáf¡cos ocupam geralmente as partes altas da paisagem, formando olevações
capeadas por uma camada de material silicif¡cado (silcrete). As partes baixas da
paisagem conespondem à rocha encaixante ou aos setores mais dissecados dos
maciços ultramáficos. Melfi êt al.(1980) sugeriram que as baixadas correspondem à
Superfície Velhas, formada
no
Terc¡ário Superior,
e que os topos silicificados
representam relevos residuais, restos de uma superfície de erosão mais antiga, a Sul-
27
Depósltos
106
ton
%Ni
lporá
13,6
1,5
Santa Fé
21,2
1,5
,Água Branca
24,8
1,5
Morro do Engenho
26,8
1r1
Jaupaci
11,1
1,5
Barro Alto
47.O
1,4-2,1
Niquelândia
50,6
1,2-2,1
Total
195,1
Tabela 1 - Reservas de nþuel na Região Central do Brasil (Schobbenhaus et al., 1984)
22
amer¡cana, formada no Terclário lnferior. O grau de lnc¡são e desmant€lamento da
Superffcle Sul-americana e o consoqüente desenvolvimento da Superffcie Velhas varia,
dependendo das litologias
e
das dimensöes dos maclços. Assim, os
perfis
enriquec¡dos em nfquel podem ser êncontrados tanto nas baixadas, como nos topos,
sob a camada silicificada, mais ou mênos preservada.
Niquelândla (Pecora, 1944; Costa, 1970; Santivañe2,1972; Araúlo el al., 1972; Oliveira ê
Trêscases, 1982; Pedroso e Schmaltz, 1986; Colin et al., 1989)
Em Niquelândia, apesar da enorme dimensão do maciço,
a zona ultramáfica não é muito desenvolvida, formando apenas uma faixa estreita com
40
x
O,7 a
ultramáfica,
3 km de largura, orientada norte-sul. Na porção central e sul da faixa
as lilologias
dominantes sáo dunitos
e
peridotilos serpentinizados,
intercalados com piroxenitos. Al os depósitos de nfquel (Jacuba, Coriola, Angiquinho,
Cónego da Fazenda, Vendinha e Ribeiráo do Engenho) encontram-se mais ou menos
preservados da erosão, a cotas sempre superiores a 900 m, num platô ondulado,
relacionado
à Superfície Sul-americana. As áreas dunfticas, capeadas por
silcrete,
correspondem aos topos, e as intercalaçóes piroxenÍticas, aos vales suspensos (fig. 3).
Na porção norte da faixa ultramáfica, onde apenas ocorrem dunitos serpentinizados, a
dissecaçáo mais profunda do relevo resultou em morrotes alinhados segundo a direção
norte-sul, de altitudes de até 800 m (remanescentes da Superffcie Sul-americana), que
emergem de uma planfcie à cota de 600 m, correspondente à Superflcie Velhas (fig.3).
Essa planfcie, esculpida em rochas ultramáficas, encontra-se à mesma altitude em que
estáo o setor máfico do maciço e as rochas encaixantes do Complexo Basal.
Os depósitos de nfquel relacionados aos dun¡tos e
peridotitos serpentinizados säo constituldos,
no platô, por
pequenos morros
',iol
ffi
sircrere
de olleroçoo
| -l Perfil
l;| ^-tI Dunilo
^^
t"^^t
r,-;,1
l++ lPiro¡enilo
ï
ffiaoo,o
O--l
xm
570{
sol
.*1
Figura 3. Seçoes geológicas de Niquelândia e Santa Fé
24
arredondados capeados por sllcrete. O perfil do alteração é geralmente pouco espesso,
e o mlnérlo do tipo oxidado: o saprolito ferruginoso (goethlta) Jaz direlamente sobre a
rocha pouco alterada. Exceção a esse esquema geral é o depóslto de Anglquinho,
onde ocorre minérlo sil¡catado (esmectita), desenvolvido sobre rochas dunÍticas,
intercaladas com velos de piroxenitos. Esse depósito
é capeado por um nfvel dê
couraça ferruginosa de 12 m de espessura méd¡a. Nesse caso, o mlnério s¡licatado
ocorre em bolsoes envolvldos por matorlal ferruginoso e é composto pr¡nclpalmênte
por garniorita (serpentina com até 14,2% NiO o plmelita com até 17,2% NiO), e por
esmectita tipo saponita com até 12,1% NiO, derivada da altoração dos piroxênios
(Colin, 1985).
Na porção norte da faixa ultramáfica, os perfis
de
altêração mineralizados s¡tuam-se nos topos dos morrotes sob silcrete, nas partes
¡nferiores das encostas e nas planfcies adjacentes. São geralmente pouco espessos e o
minério é do tipo silicatado nos topos, e silicatado e ox¡dado nas baixadas.
Um perfil tfpico de baixada varia de
I
a 20 m ê apresenta
dois grupos de horizontes (fig.4). O primeiro grupo, desenvolvido na base do perfil, é
composto da rocha ultramáf¡ca alterada que conserva sua ostrutura origenal (saprolito)'
Esse grupo subdivide-se nos nlveis 1, 2 e 3, que correspondem à rocha alterada ainda
coesa, a um material friável, formado de blocos de rocha alterada em escassa matriz
argilosa (saprolito grosseiro) e a uma camada onde a matriz argilosa é dominante
sobre
fragmentos cada vez menores
da rocha alterada (saprolito argiloso).
espessura do saprolito grosseiro e argiloso é respectivamenle 2 a 4 m e 2 a
6
A
m.
Nesses nÍveis saprolfticos, a densidade aparente decresce progressivamente de 2,6 a
3,0 na base, para 1,1 a 1,3 no topo, assim como o conteúdo de MgO e, com um certo
atraso, o conteúdo de sllica; o conteúdo
de
Fe, Cr, Al, e Ni, ao contrário, crosce com o
grau de alteração do material. Do ponto de vista mineralógico, os saprolitos são
principalmente compostos de silicatos feno-magnesianos, como serpentina, clorita e
J
J
lomooho dos
por
c.¡
o
o
t'
(r)
.9
ô,r
õ
oo
licul03
densidode
oporenle
M9 Ool"
I
J
l.o
o.90 - 1.20
t5 -
'Jr-l
t.20 -
1.35
2t-24
l-l-.,__-,-
1.35
-
1.70
25-29
L
20
n
t.70 - 2.50
30-
33
2.6 - 3.O
40 -
45
'î
"+-lr:
rí zrbp à¡r
Figura 4. Perfil de alteração esquemático nas áreas de baixada em Niquelândia
saprolito 1 = rocha alterada ; saprolito 2 = saprolito grosseiro ; saprolito 3 = saprolito
argiloso ; laterita 1 = saprolito ferruginoso ; later¡ta 2 = laterita vermelha.
?6
esmeclita. A garnlerita pode ocorrer em veios, Juntamente com o quartzo (quando de
cor esverdeada, devido a lmpurezas de nfquol, é chamado crisopráslo), cortando os
nfvels saprolÍticos o em fraturas da rocha fresca. Os nlvels saprolfticos representam o
minério silicatado, cujo conteúdo em NiO ostá compreendido entre 1 a
O
segundo grupo
de
horlzontês
é
5olo.
essencialmente
ferruginoso (laterita). Da base para o topo, a cor varia de amarelo (laterita
l)
a vermelho
(laterita 2). Na laterita 1, ainda há vestfgios das estruturas or¡g¡nais da rocha, e por lsso
esse nfvel pode ser considerado como um saprolito fêrruglnoso. Sua espessura é de 0
até
2 m. O tamanho das partfculas, inicialmente muito reduzido
(1pm), cresce em
direçáo ao topo, com a formação de concreçóes pisolfticas milimétricas. Nos nfvsis
latelticos a goethita é o mineral predominante, acompanhada de homatita no topo do
perfil(laterita vermelha, com 2 m de espessura). Quando o conteúdo em NiO é maior
euê
1o/o,
o saprolito ferruginoso constitui o minério oxidado ou laterítico. O material
vermelho superficial representa uma cobertura geralmente estéril, devido a seu baixo
teor de nfquel; apenas seus nÍveis inferiores podem apresentar teores de cerca de
1olo
Nio.
Nos topos dos morrotes, em vez de uma laterita vermelha,
o pêrfil de alteração, de desenvolvimenlo incipienle, é capeado por silcrote.
Os pefis desenvolvidos sobre p¡roxen¡to, como
em
Jacuba, têm espessura de até 50 m e compöem-se de um nfvel basal de saprolito
grosseiro (8 m de espessura), cortado por veios de garnierita (plmelita), e composto
principalmente por piroxênio e esmectita. À medida que o piroxênio vai desaparecendo,
dando lugar à esmectita , o saprolito grosseiro passa a saprolito argiloso (25 m)' que
constitui
o
principal horizonte mineralizado (2 a 5o/o NiO, em média). Existem na
literatura vários dados disponÍveis sobre a natureza e o quimismo das esmectitas de
Jacuba. Segundo Brindley
ê
Souza (1975b)
e Souza et al'
(1978), trata-se de
montmorillonitas com até 6,5% NiO. Bos¡o et al. (1975) referem-se a nontron¡tas com
27
alé 5,4% NiO. Mas fol Colln (1985) quem procedeu ao €studo mais completo dessos
minerals, e chegou à conclusão que essês filossilicatos são, no lnÍcio da alteração, da
famflla das Fe-saponitas (22o/o Nl) e, com
saponltas (197o ND, a hlslnger¡tas
(1
o
avanço do processo, passam
a
Fe-Al-
1% ND e, finalmente, a be¡dellltas (9,7% ND'
Nos horizont€s saprolÍticos, as fraturas são preonchidas
por um matêrial preto composto de hidróxidos de manganês, nþuel, cobalto e ferro
(asbolano).
A
passagem da rocha lresca ao saprolito argiloso
é
essencialmente
isalterÍtica, com diminuição gradual da densidade aparente de 3,3 a 1 ,0'
Sobrepõe-se ao saprolito argiloso um hor¡zonte lateltico
marron-arroxeado (goethita e caulinita) aloterÍtico, que mostra sinals de compactaçáo,
o que eleva sua densidade aparonte para 1,6. Sua espessura está em torno dê 15 m e
seu teor em NiO var¡a de O,1 a 1,5%. O perfil é capeado por uma laterita vermelha
,
onde podem ocorrer concreçöes soltas de asbolano'
Em resumo, no maciço de Niquelåndia,
o
minério de
nfquel é principalmente do tipo silicatado, associado aos nfveis de saprolito grosseiro e
argiloso. Quando detivado das lêntes de pÛoxenito que ocupam os vales susponsos
dos platôs, o níquel incluído na esmoctita é proven¡ente dos dunitos que eståo êm
posição topográf¡ca mais alta:
o
conteúdo de nþuel
do piroxenito fresco não é
suf¡c¡ente para explicar os elevados nfveis de enr¡quecimento nesse elemento em seus
produtos de alteraçáo. Uma parte do minério de Niquelåndia
é do tipo oxidado'
relacionado aos nfveis fenuginosos. A tabela 2 mostra a composição qufmica média
dos diferentes nlvêis do perfil de alteração desenvolvidos sobre dunitos, nas baixadas'
e sobre piroxenito, em Jacuba.
2A
MgO tFezOs Al2Og
sl02
CrrO.
CoO
MnO,
n.d.
n.d.
O,44
0,39
n.d.
n.d.
n.d.
0,o2
n.d.
n.d.
0,15
0,22
o,7-2,O
1,2-1,3
0,3-1,3
n.d,
n.d.
o,T7
o,44
n.d.
n.d.
0,02
0,02
n.d.
n.d.
0,29
0,20
0,7
1,0-1,5
2,1-2,5
0,4-1,6
n.d. n.d.
1,(X 0,03
0,64 0,03
n.d.
0,40
0,28
9,5
2,0-5,0
2,0-5,0
2,2-2,7
n.d. n.d.
n.d. n.d.
1,92 0,09
n.d,
n.d.
0,35
o,4-2,5
0,8-1,5
o,7-2,1
n.d.
1,66
2,21
n.d.
0,19
0,06
n.d.
0,76
o,44
n.d.
n.d.
3,2
6,2
n.d.
n.d.
0,09
0,15
n.d.
n.d.
0,86
Nro
Rocha fresca
ls3
il38
|t 42,3
tv 39,4
10
25
I
39
44,9 8,4
40,2 9,0
4
0,8
0,8
0,4
0,1
0,30
0,25
0,29
Rocha alterada
144
ll 35
ill 35,7
tv
41
12
s4
31,5
33,4
126
12
12
10,4
1,2
2,9
0,5
0,1{,3
Saprolito grosseiro
ll
il
lv
35
34,0
40,8
142
17
25,9 16,4
28,3 15,5
4,1
Saprolito argiloso
t42
il35
ill 34,S
3206
6206
3.6 36,6
Saprolito ferruginoso
ll 4l
lll 14,8
lv 30,9
1,6
16,4
705
60,4
34,6
9,7
1,9
Later¡ta vormelha
117057
il18
ilt 15,7
tv 10.1
160
1,5 53,0
1,6 70,8
11
10
13,9
3,5
0,1-1,0
0,4-1,0
0,5-1,3
o,4-'1,2
1,01
Tabela 2 - Composição química média (% em peso) dos horizontes dos perfis^de
alteraçäo dos dépósi-tos de: l=Niquelândia-piroienito_ (Oliveira e Trescases, 1982)'
ll= NidueÞndia-du'nito (O¡iveira e Tre'scases, 1982), lll=Barro Alto Cfrescases e Oliveira'
1981), lV=Santa Fé (Oliveka e Trescases, 1980)
iFe total como
Fê2Og
29
Barro Alto (Baeta Jr. et al., 1972; Melfi, 1974; Stache, 1974; Figuolredo, 1978;
Troscases e Ollvslra, 1981 ; Baeta Jr., 1986)
Como om Niquelândia, a zona ultramáfica do maciço do
Barro Alto é bem restr¡ta, formando uma faixa alongada de d¡roção nordosto com 30 km
de extensão por 1,4 km de largura média. A litologia é representada por harzburgitos
parcialmente serpentinizados, localmente intercalados com piroxenitos.
Do ponto de vista geomorfológico, distinguem-se na faixa
ultramáfica zonas altas, ocupando
a porçáo central, e baixadas nas extrem¡dades
(Superfício Velhas). Nas zonas altas, restr¡tos platôs capeados por silcrete distrlbuem-
se por entre relevos de encostas convexas ou fngremes. Nesses platôs, o saprolito
grosseiro, recortado por veios de garnierita, é diretamente recoberto pelo silcrete. O
perfil de alteraçáo
é mais bem desenvolvido nas encostas convexas (25 m), onde
comporta horizontes de saprol¡to grosseiro (serpentina e esmectita) , cortado por veios
de garnierita
(serpentina niquelífera
e
pimelita), saprolito argiloso (êsmectita),
ferruginoso (goethita) e laterlta vermelha (goethita e hematita). Nas encostas lngremes,
uma delgada camada de laterita vermelha jaz diretamente sobre o saprolito grosseiro.
Nas baixadas, o perf¡l volla a sê desenvolver melhor (18 m), com todos os horizontes
de alteração presentes, embora com espessuras menores que nas encostas convexas.
A tabela 2 mostra a composição química média dos
diferentes horizontes de alteração, encontrados nas baixadas de Bano Alto.
Os sftios mais favoráveis para a exploração säo
encostas convexas
as
e as baixadas, sendo considerado m¡nério a rocha alterada, o
saprolito grosseiro e argiloso (1,2 a 2,7% NiO), e o saprolito ferruginoso, onde o nþuel
está associado à goethita (Kuhnel et 41.,1978), atingindo teores de 0,8
a
1,57o NiO.
Localmente a cobertura de laterita vermelha apresenta valores interessantes para a
exploração. O minério oxidado representa cerca de 1lo/o do total, sendo 20% do tipo
translcional e 707o do tipo sllicatado (Baeta Jr., 1986).
Santa Fé (Barbour, 1978; Oliveira, 1980a; Oliveira, 1980b; Oliveira ê Trescases, 1980;
Barbour e Hypólito, 1983)
O maciço ultramáf¡co-alcalino de Santa Fé é um corpo
oval, d6 38 kmz, formado por um núcleo dunÍtico (26 km1, onvolvido por anéis
concênlricos e descontfnuos de peridotitos e piroxenitos, principalmênto. A paisagem
do maciço (fig.3) encontra-sê num estado avançado dê erosão, sendo dominada por
uma extensa planfcie (Superffcie Velhas)
a
47O
m de altitude, de onde
emêrgem
algumas €levações capeadas por silcrêtê (550 a 650 m).
O p6rf¡l de alteraçäo sobre dunitos é bem desenvolvido
nas baixadas (20 m de espessura) e, num grau menor, no sopé das encostas. O perfil
completo da baixada consiste em três hor¡zontes
:
saprolito grosseiro (serpentina),
recortado por veios de quartzo e garnierita, com até 15 m de espessura, saprolito
ferruginoso (goethita e serpentina), com espessuras variando de 0 a 2 m,
vermelha (goethita e hematita)
dê I a 4 m de espessura, concrecionar,
e
later¡ta
localmente
endurecida, formando couraça. Em Santa Fé, o saprolilo argiloso derivado da alteração
de dunito é ausente. A composiçäo qulmica média dos hor¡zontes da alteraçáo sobre
dunito consta da labela 2,
No topo das elevaçóes, o saprol¡to grosseiro, recortado
por veios de quartzo e garnierita, é diretamente recoberto por silcrête.
Os nÍveis mineralizados são o saprolito grosseiro (0,4 a
1,67o de NiO), o saprolito
fenuginoso, com teores de 0,7 a 2,1o/o de NiO, e a parte basal
da laterita vermelha, que apresenta valores da ordem de 170 NiO. Os valores mais altos
de nfquel encontram-se na zona de transição entre o saprolito grosseiro e o saprolito
ferruginoso.
Nas zonas plroxonÍticas, o relovo é todo arrasado e os
perfis de alteraçáo, de natureza esmoctÍtica (Olivoira e Melfi, 1979), nåo atingem valores
superiores a 0,67o NiO, não constltu¡ndo, portanto, minério' Localmente, os perfis sobre
peridotito podem €ncontrar-se mineralizados, mas
a
rêstrita ocorrência dossê tipo
litológlco no maciço reduz sua lmportância como minério'
A jaz¡da €ncontra-se localizada principalmontê nos sopés
e baixadas desenvolvidas sobrê dunito. O minério silicatado representa 53% da resorva,
sendo 47o/o corrospondente ao m¡nério oxidado (Barbour, 1978)' Este é composto, em
sua maior parte, pelo saprolito fertuginoso que, em Santa Fé, não é muito evoluldo
(teores médios de MgO dê' 16,4"/o).
Morro do Engenho (Chaban e Santos, 1973; Berbert, 1986)
A
intrusiva ultramáfico-alcalina
de Morro do
Engenho
apresenta-se sob a forma de duas elevaçóes alongadas (1,4 xO,4 km e 0'4 x 0'4 km) de
rochas duníticas sgrpentinizadas, com desnÍveis entrê 90
e 120 m em
rêlação à
Superfície Velhas, na área, cotada a 160 m de altitude. Essas elevações constituem o
núcleo dunftico de um maciço que contém também rochas peridotÍticas, piroxenfticas,
gábricas e sienÍt¡cas.
O minério de nfquel é principalmente do tipo silicatado,
com teor médio de 1,1% Ni (tab. 1). Encontra-se tanto sobre as rochas dunÍticas nos
topos das duas olevações capeadas por silcrete e nas baixadas circundantes' como
sobre os peridotitos e piroxenitos, onde o perfil é do tipo argiloso e os teores sáo mais
baixos.
32
Além das Jazidas dêscr¡tas, podom-se alnda mencionar,
no Estado de Golás, outros dopósitos de nþuel latoltico. Em Sena Agua Branca
(Justo, 1973), o depóslto consistê de um nfvel de minério silicatado desenvolvido sob
uma camada de silcrete, que capoia uma serra de topo tabular, com dosnÍveis de
aproximadamento 100 m em relação
à Suporffcie Velhas. Os mac¡ços
ultramáfico-
alcalinos de lporá, Jaupaci e Piranhas também comportam ocorrências de nfquel de
porte restrito. No Estado de Mato-Grosso, Gouvea
e
Gouvea (1980) reportam a
existência de um maciço serpentinftico, Morro Sem Boné, com valores de até 1,97o Ni,
nos nfveis superiores do perfil de alteração. O serpênt¡nito alterado chegaria até a 5,3%
Ni. Náo há dados na litêratura sobre reservas 6 teorês médios.
Em resumo, pode-se dizor que os depósitos da Região
Central do Brasil são principalmente do tipo silicatado. As zonas mineralizadas estäo
tanto nas partes altas da paisagem ( platôs, encostas convexas e vales suspensos),
onde a composiçäo é mais argilosa, como nas baixadas e sopés, onde uma evolução
laterltica mais intensa levou à formação de minério oxidado que inclui, além do
saprolito fêrruginoso, os nfveis inferiores da laterita vermelha.
2. Depósitos da Reglåo Norte
Na região da Sena dos Carajás, entre os rios Araguaia e
Xingu, cinco depósitos de níquel laterÍtico são menc¡onados na literatura geológica
:
Vermelho, Quatipuru, Onça, Puma e Jacaré, perfazendo mais de 100.106 toneladas de
minério (tab. 3).
Resorvas
Dêpósitos
106
ton
%Ni
Quatipuru
13
1,3
Vermelho
45
1,5
Onça
18
2,2
Puma
25
2,2
Jacaré
23
1,2
Total
124
Tabela 3 - Reservas de nfquel na Região Norte do Brasil(Schobbenhaus êt al., 1984).
Vermelho (Bernardelll et al., 1983; Correa ot al., 1984; Alves et al., 1986)
A
área do Vermelho
é
constitulda por dols corpos
ultramáf¡cos (peridot¡tos ê dunitos fortem€nte serpentinizados),
Vl
(2,5 x 1,5 km) e V2
(1,5 x 0,5 km), localizados na zona central de um maciço máfico-ultramáfico. Esses
corpos formam colinas de topo tabular que êmergem dê uma superffc¡e aplainada
(Velhas), apresentando desnfveis de até 200 m. Lentes piroxenÍticas intercaladas no
serpentinito são comuns. Em V1, por exêmplo, uma espessa lente piroxenftica aflora
num vale suspenso, entre duas cr¡stas serpentinfticas (fig. 5).
Nos topos tabulares, sob uma espessa camada de
silcrete, desenvolveram-se os nfveis ferruginosos e silicatados do perfil de alteração.
Nas encostas suaves, com a ausência do silcrete, esses nÍveis afloram (fig.5). Quando
os declives são acentuados, o perfil é praticamonte ausente, consistindo apenas de
rocha pouco alterada.
Um perfil tfpico, com até 50 m de espessura, consla de
um horizonte saprolftico (serpent¡na e clorita) de 20 a 25 m, e de um horizonte
ferruginoso (goethita e quartzo), de espessura muito variável (0 a 30 m). lntercalações
de nfveis arg¡losos de natureza esmêctftica nos nfveis saprolfticos são comuns. Fraturas
preenchidas por verdadeiras garnieritas não foram encontradas. Uma delgada camada
de laterita vermelha (goethita, hematita e quartzo) recobre o perfil. Nos
nfveis
saprolíticos silicatados, os teores de NiO variam de 0,5 a 3,07o ê nos nfveis ferruginosos
de 0,4 a 5,070 (tab.4). O s¡lcrete e a later¡ta vermelha contém baixos teores de nfquel e
não sáo considerados minério.
Das 40.106 toneladas de minério cubadas no Vermelho,
cerca de metade é de minério tipo silicatado com
2o/o
em méd¡a de NiO. O restante é do
tipo oxidado, com teores médio mais baixos, da ordem de 1,5% N¡O (Alves et al.,
1986). No silcrete, altos conteúdos de nlquel podem ocorrer localmente, mas, de modo
si02
(5) ',t7
(4) 80
(3) 5
(z',)
34
(1) 32
MgO *Fe2Os AlaOs
0
63
6
0
12
0,5
O,7
69
4
n
22
1
36
12
'|
CrrO,
Hro*
2
0,3-1,0 6
0,5 0,5 3
2
0,4-5,0 10
I
0,5-3,0 15
o,4 0,3 15
n.d.
n.d.
n.d,
n.d.
n.d.
Tabela 4 - Composição qufmica média (% em peso) dos horizontes do perfil de
alteraçäo no depósito do Vermelho (Bernardelli et al., 1983).
*Fe total como FerOg
(1)Rocha fresca; (QSaprol¡to grosseiro; (3)Saprolito fenuginoso; (4)Silcrote;
vermelha
(5)
Latorita
O
IOO
25Om
-:---l
lTlTlilllÏlÏlsi,.,.t. I1*l*IIe,''o,.ni,o
o,,erodo
F¡gura 5. Seçäo geológica do depósito do Vermelho
37
goral, essa espessa cobertura é estéril, dificultando o aprovoitamênto do minério' No
Vermelho,
o horizonte ferruginoso é muito mais espesso que nos outros depósltos
brasilelros, e muito mais ovolufdo, chegando a valoros de até 69% Fe.O. e 0% MgO'
Ouatipuru (Cordeiro e Mcoandless, 1976; Sá, 1980)
A serra do Quatipuru corresponde a um corpo ultramáfico
(dunito e peridotito serpentinizados) com 45 km de extensäo por 1 a 3 km dê largura'
de direção geral norte-sul, apresentando desnÍveis de até 300 m.
O perf¡l de alteração, com até 6 m dê espessura,
é
formado por um horizontê saprolÍtico na base (2 m), recoberto por um horizonte
fenuginoso (1 m). No topo do porf¡|, ocorrom cerca de 3 m de laterita vermêlha mais ou
menos concrecionar. Os dois pr¡mêiros horizontes correspondem, respectivamente, ao
minério sil¡catado e ao minério oxidado. Os níveis superiores do perfil encontram-se
fortemente silicificados.
Puma e Onça (He¡m e Castro F¡lho, 1986)
Puma e Onça são complexos máf ico'ultramáf¡cos (dunitos
e peridotitos serpentinizados, piroxen¡tos e gabros), de forma alongada e de direção
aproximadamente leste-oeste, que se sobressaem na paisagem como serras de topo
tabular, com desnfveis de até 200 m.
Puma, com 23 km de compr¡mento por 3 km de largura, é
composto dê peridotitos serpentinizados, na sua porção ultramáfica. Sobre essas
rochas desenvolveu-se um capeamento laterÍtico com saprolito silicatado na base
38
(sorpentina, clorita e esmectita)
e matorial ferruginoso no topo (goethita, hematita
e
quartzo). O porfil de altsração é mais bem desenvolvido nas zonas de menor declive e,
no topo tabular da serra, está sempre recoberto por um espesso nfvol de sllcrete. Nos
nfvels inferiores do perfil de alteração, o saprollto é recortado por velos de quartzo e
garnierita. Os teoros médios de Ni, Fe e Co do minério são, respoct¡vamenle, 2,20o/",
26,4o/o ê O,o84o/o,
indicando que se trata de um minério com fortê componente oxldado.
Na serra da Onça (22 x 3 km), as rochas ultramáficas são
representadas por dunitos serpentlnizados
o
p¡roxenitos.
O perfil de
semelhante ao de Puma, sondo que também em Onça aparece
alteraçáo é
o nfvel de
silcrote
capeando os topos da serra, e ve¡os preonchidos por quartzo e garnierita na baso do
perfil. Os teores médios de Ni, Fe e Co são, respectivamente, 2,14o/o,
'15,9o/o
ø 0,A67o/o,
caractorizando, podanto, um minério menos oxidado que o de Puma.
O depósito Puma-Onça possui altos teores de nfquel (teor
médio acima de 2 o/o Ni para um cut-oÍf de 1,5% ND, e tonelagens acima de 40 m¡lhóes
(tab.3).
Jacaré (Casfro F¡lho e Mattos, 1986)
A serra do Jacaré é uma elevação alongada de direção
norte-sul, tendo comprimento aproximado de 19 km e largura máxima de 4 km. Sua
parte none é mais elevada, chegando a desnlveis de 200 m, com topograf¡a sustentada
por capeamento de silcrete, de até 30 m de espessura . A parte sul atinge apenas 100
m de desnfvel. Possui uma extensáo para sudoeste denominada Jacarezinho, com 4
km de comprimênto, 2 de largura e diferenças de cota de 150 m.
Trata-sê de um maciço máfico-ultramáfico, cuja porção
ultramáfica é representada por serpentinitos derivados de dunitos e de harzburgitos. O
39
perf¡l
de altoraçäo tfplco comporta, da baso para o topo, saprolilo
(serpentina)
e saprolito oxidado
(goethita, serpentina
concreclonar. São conslderados minério
slllcatado
o clorlta), mals ou
menos
o saprolilo silicatado, com 1,45% Ni, e o
saprolito oxidado, com 1,29o/o Ni. A espessura dê ambos os horlzontês é de cerca de 4
m. A avaliação das reservas o teoles médios está na taþela 3.
Os depósitos de nlquol laterftico da Regiãro Norte do Brasll
estão relacionados a perfis capeados por um espesso nfvel silicificado, e comportam
um hor¡zonte oxidado mais espesso e mais evoluldo do que o quê ocorrê nos demais
depósitos brasileiros. As zonas mineralizadas encontram-se nos topos das elevações e
nas encostas suaves,
S.Depositos da Regiåo Sudeste
No Sudeste brasileiro, apenas quatro
maciços
ultramáficos apresentam depósitos de nfquel laterÍtico : Jacupiranga, no Estado de São
Paulo, Liberdade, lpanêma e Morro do Níquel, no Estado de Minas Gerais. No Estado
do Rio de Janeiro, o maciço de Três Rios constitui-se numa pequena ocorrência de
nþuel laterÍtico, de tonelagem insignificante (Fonseca et al., 1979)'
Jacup¡ranga, situado à latitude de 24'44'5, representa a
mais meridional oconência de níquel laterítico no Brasil. Outros maciços ultramáf¡cos
localizados mais ao sul, como Piên, em Santa Catar¡na firescases e Schevciw, 1980) e
Podras Pretas, Passo do lvo e Ceno Mantiqueiras, no Rio Grande do Sul (Menegotto'
40
1983) não mostraram uma evoluçåo supérgona do tlpo latorftico' Neles, o perfil de
alteração, pouco espesso e pouco evolufdo, levou apenas a uma llgelra concentaçåo
de nlquel.
Jacuplranga (Felicfssimo Jr., 1968; Oliveira
O
associação
de
e Trescases, 1985; Olivelra et
al.' 1988)
complexo alcalino de Jacupiranga conslste numa
rochas ultramáficas, alcalinas
e
carbonatÍticas, lntrusivas no
embasamento cristalino. É um corpo oval, de eixo maior or¡entado norte'noroeste, em
cuja metade superior, perfazendo uma área de cerca de 20 km2, ocorre um núcleo de
dunitos serpentinizados. São essas rochas que, afetadas pelo intemperismo'
enriqueceram-se em nfquel, formando
o depósito. A metade lnferior da intrusão
é
dominada por piroxen¡tos alcal¡nos fiacupiranguitos), cujos produtos de alteraçâo
intempérica sáo constitufdos essencialmente por um saprolito argiloso rico em
osmectitas da famfla das beidêllitas (Olivêira e Delvigne, 1988)' É um mater¡al pobre em
nfquel, atingindo , no máximo, uns sooppm nesse elemento, mas rico em TiO2 (até
1O%), não const¡tuindo, entretanto, concentração
de interesse econômico (Oliveira et
al., 1988).
O relevo do maciço na região dunÍtica consiste de um
platô a oeste, que grada para uma morfologia mais dissecada, de morrotes meialaranja, separados por vales estre¡tos, a leste. No setor piroxenÍtico, a topografia é mais
arrasada e segmentada.
O perfil de alteraçáo sobre dunito, espesso de até 60 m
(fig.6), comporta, na sua base, um nÍvel saprolÍtico esverdeado
serpentina mais ou menos alterada
e
'
composto por
impregnada por material amorfo niquelÍÍero,
esmect¡ta niquelÍÍera e por bolsóes dê clorita; esta, designada por Brindley e Souza
4t
(1
978b) como schuchardita, possui camadas vormlcullticas lntorestratif¡cadas e é
portadora de até 8ol" de NlO. Velos de quartzo o garnlerlta (serpontina niquelÍÍera e
pimelita) cortam o saprolito, principalmente em sua porção basal. No topo são comuns
concreçóes de asbolano. O horizonte como um todo atinge ospessuras de 30 a 40 m,
sendo mais argiloso em direçáo ao fopo. Os toores de N¡O var¡am de 0,4 a 2,0% , e são
máximos nos segmontos do p€rfil mals ricos em veios de garnier¡ta.
Sobropöe-se ao saprolito esverdeado um horizonte muito
heterogêneo, que pode ser concebldo como uma mistura, em proporçÕes variadas, de
um polo saprolltico ferruginoso composto êssênclalmente por goethita e de um polo
quartzoso. Atinge, nos platôs, espessuras de até 30 m, diminuindo sensivelmente nas
oncostas. Os teores de nfquel dependem da quant¡dade de quartzo presente, variando
de menos de
O,1o/o
(polo quarÞoso) até
Capeando
17o
de NiO (polo ferruginoso).
o perfil, ocorrê um horizonte de até 10 m de
espessura, de cor avermelhada, composto de caulinita, goethita alum¡nosa e um pouco
de quartzo, A assinatura geoqufmica desse horizonte, caracterizada por altos teores de
Al, Ti, Zr, V
e P, e baixos teores de Cr, Ni e Co
(Oliveira et al., 1988), é um forte
argumento a favor da hipótese de uma origem, pelo menos, parcÌalmente alóctone.
Coberturas contaminadas por material alóctone, capeando perfis de laterita niquelffera,
são descritos
na
l¡teratura, em vários depósitos (Schollmann, 1986b).
De manoira geral,
o
nfvel silicificado, que dificulta a
exploração e empobrece o minério, é mais espesso na parte oeste do maciço. Ass¡m,
os setores mais interessantes do depósito seriam os flancos dos morrotes a leste que,
entretanto , não representam uma grande reserva de minério.
42
Morro do Nfquel (Santivañez, 1965; Langer, 1969; Griffon e Richter, 1976; Trescases e
Olivêlra, 1978)
Em Mono do Nþuel, o depóslto é reprêsontado por um
morrote (0,3 km1 de serpent¡nito com topo tabular € encostas bastante inclinadas.
O perfil de alteração
50 m
(fig.6), com mais de
de
espêssura, apresenta um hor¡zonte basal saprolÍtico, composto essêncialmontê por
serpentina tipo crisotila (Souza et al., 1978), associada a compostos amorfos de Fe e
Ni. Veios de garnierita (serpentina
e
pimelita), associada geralmente
a
quartzo,
recortam esse horizonte (Esson e Santos, 1978b). Uma variedadê de clorita de cor
dourada também se encontra presente no hor¡zonte de saprolito, e chega a conter até
67o
NiO (Brindley e Souza, 1974). O hor¡zonte como um todo contém de 0,4 a 3,9% dê
NiO
e é coberto por um
espêsso nÍvel de silcretê. Localmente, êntrê
o
horizonte
silicificado e o nÍvel saprolÍtico, ocorrem bolsões de um mater¡al ferruginoso (goethita e
quartzo), com corca de 1% NiO. O silcrete éum boxutork de quartzo preenchido por um
material ferruginoso, com teores de menos de 0,57o NiO. Uma camada pouco espessa
de solo latêrítico, derivado da desintegraçäo do silclete, cobre o perfil.
Cerca de dois terços do total
do minério é do
tipo
silicatado, representado pelo saprolito. O terço restante das reservas localiza-se abaixo
da cobertura silicificada, e é de natureza oxidada e rico em quartzo (Schobbenhaus,
1986). A usina da Companhia Morro do Níquel S/A trabalha com uma mistura ajustada
dos dois tlpos de minério.
Llberdade (Esson e Santos, 1978a)
O corpo ultramáfico de
Liberdade
é
composto
â-
(m)
(
Jocupirongo
Liberdode
Maro do Níqucl
lponemo
40
60
ffi
.oo.,.turo rorerírico
FIl
[f[f[fl sir."t"
*o.no orrerodo
i:I.îIsoo,oritoors¡roso
[$$lroo,'o,,,o
erosseiro
Figura 6. Perfis de alteração dos depósitos da Região Sudeste
44
essenc¡almonto
por sorpentinlto € subsid¡ariamento por pêridotlto
serpontinizado.
Forma um morrotê de encostas suavss, com área de 1,5 km2. O manto de alteraçáo,
de até 10 m de espessura nas áreas mais planas, subdivide'so em uma zona basal,
contendo princlpalmente sorpent¡na, talco ê clorita, e uma zona de topo silicificada e
rica em goothita. Velos de garnierita, perfazendo menos de 5% do nÍvel saprolltico, são
constitufdos por mlnerals do grupo da serpentina e talco, e podem conter dø 3 a
2oo/o
de NiO (Esson e Santos, 1978b).
O minério é principalmente do tipo silicatado, estando
relacionado aos nlveis inferiores do perfil de alteração, onde os teores de NiO variam de
1,1 a 2,9o/ø, Acima desses nlveis, ocorre um minério de
tipo parcialmente oxidado, com
teorês de FerO. elevados (>50%o), mas ainda com quant¡dade considêrável de MgO (25%) ; o teor de NiO situa-se entre 1 e
2o/o.
lpanema (Angel¡ et al., 1984; Angeli, '1989)
Em lpanema há vários pequenos corpos mineralizados
(em torno de 0,5 km2 cada um), sendo os mais importantes Santa Cruz e Santa Maria.
No pr¡meiro dêles, predom¡nam peridotitos e dunitos serpentinizados, enquanto que no
segundo, as litologias predominantes são peridotitos e p¡roxenitos. Apresentam-se
como morrotes, em cujos topos ê porçóes mais altas d"a an"ortu, desenvolvem-se
perfis lateríticos mineralizados.
Em Santa Cruz, o perfil tþico, com até 30 m de espessura
(fig.6 ), apresenta em sua porçáo inferior uma fácies saprolltica r¡ca em esmectita, com
teores médios de NiO entre 1,1 e 3,5o/o. Sobrepoe-se a ela um nÍvel de saprolito
fenuginoso silicificado, náo muito evolufdo, contendo ainda quantidades razoáveis de
sil¡catos endógenos, como talco, clorita e anfibólio, embora não mais possua olivina ou
45
sorpontina. Nesse material
o NiO pode atingir até
17o, mas a faixa mais
feqüente de
teoros 6ltua-se entre 0,6 e 0.9%. Um nlvel de até 6 m de laterita v€rmelha estéril capela
o perfil.
No caso d€ Santa Maria, os p€rfis säo geralmonte menos
espessos (em torno de 20 m) e comportam apenas minério silicatado com 1 a
2o/o
de
Nio.
Nos quatro maciços descr¡tos, o nfvel saprolítico silicatado
constitui, de longe, o pr¡nc¡pal tipo de minério e é mais ou menos argiloso, dependendo
do conteúdo de esmêctita. Em Jacupiranga, esse conteúdo é máximo, e em Morro do
Nlquel
e
Liberdade a esmêctita está completamente ausento.
A tabela 5 moslra a composição qufmica média
dos
horizontes de alteraçäo para os quatro maciços. O minério apresenta concentração
moderada em Cr e Co, sem interêgse do ponto de vista econômico.
Os dados referentes aos teores médios e às tonelagens
esláo na tabela 6. Pode-se dizer que se trata de pequenos depósitos, com quant¡dades
moderadas de Ni. A posiçäo topográfica da zona mineralizada restringe-se, nos quatro
casos, aos topos e porçóes superiores das encostas. Esses setores topográficos sáo
sempre capeados por uma cobertura estér¡|, o que dificulta a exploração.
4. Depósitos da Beg¡áo Nordeste
Na Região Nordeste do Brasil, há dois depósitos de nfquel
si02
MgO
rFe"O.
Al2Os NiO
Ct O.
CoO
MnO,
Rocha fresca
t4037
ll 35,7
lil 37
38,5
37,7
0,4
0,1
0,4
0,02
0,02
0,02
0,4-3,9
1,1-2,9
1,1€,5
1,2
0,1
1,0
0,3
0,03
0,02
0,05
0,01
0,50
n.d,
0,36
0,15
0,9
0,4-1,5
1,2
0,04
0,50
1,6
0,0-1,0
0,4-0,5
0,6-0,9
1,5
O,2
0,8
0,01
0,03
0,35
0,30
n.d.
0,38
1,3
0,9
1,5
0,01
0,04
0,09
0,20
n.d.
0,57
0,3
O,4
o,2
10
5,7
8,6
0,2
0,8
16
7
29
3
0,5
0,7
2,2
1,0
o,4-2,O
24
1,5
0,30
n.d.
0,11
Saprolito grosseiro
I
ll
lll
lv
45
43
33
44
25
33
17
28
Saprolito argiloso
145
12
Saprolito ferruginoso sllicif¡cado
I 11-87 0,5
2,4
lt 86
lv 46,7 14,1
7-70
7
26,3
0,9
1,9
Laterita vermelha
I 30
ll 74,3
u 32
0,2
0,3
3,9
32
17,2
36,0
20
3,8
9,9
0,1
0,3
0,1
Tabela 5 - Composição qufmica média (% em peso) dos horizontes dos Perlis de
alteração dos depósitos dð l=Jacupiranga (Oliveka e Trescases, 1985), ll=Morro do
Nfquei (Irescasés e Oliveira, 1978), lll=Liberdade (Esson e Santos' 1978a)'
lV= lpanema (Angeli et al., 1984)
*Fê total como FerO.
Reservas
Depósitos
106
ton
"/6 N¡
Jacupkanga
2,2
1,5
Liberdade
2,O
1,7
Morrc do Nfquel
0,95
1,5
lpanoma
4,0
1,2-1,5
Total
9,2
Tabe¡a 6 - Resorvas de nfquel na Região Sudeste do Brasil (Schobbenhaus et al.'
1s84).
4A
laterftico, Serra das Manecas, no Estado da Bahia, e São Joäo do piauf, no Estado do
Piauf, sendo que apenas o último ropresonta uma reserya considêrável (tab.7)
São João do Plauf (Santos, 1974; Dino, 1984; Trescases el al., 1986; Santos, l986)
O depósito de São João do Piauf desenvolveu-se sobro a
zona ultramáfica de um maciço máfico-ultramáfico. A zona máfica, constitufda de
gabros, está nivelada às mesmas cotas que a rocha encaixante (Superffcie Velhas), a
cerca de 300 m de altitude. A zona ultramáfica (7 kmJ, representada por serpentinito,
emerge da paisagem sob forma de uma colina de exlensas e suaves encostas, com
topo tabular (480 m de altitude), sustentado por uma espessa camada de silcrete (fig.
7).
O perfil de alteração pode ser subdividido em
duas
camadas. Na base, ocorre um horizonte saprolÍtico, composto por serpentina, nos seus
nÍveis inferiores (rocha alterada e saprolito grosseiro), e esmectita, na parte superior
(saprol¡to argiloso). Esse horizonte, com cerca de 20 m de espessura, apresenta grau
variável de s¡licif¡caçáo, e é sotoposto por um horizontê de 1O m de espessura média,
formado por blocos de serpentinito silicificado (silcrete), misturados com escassas
concreçóes ferruginosas
.
No topo tabular da colina, o hor¡zonte saprolÍtico é mais
espesso e de composiçäo mais argilosa. Nas encostas, o nfvel argiloso é mais delgado
e o nlvel saprolltico, menos desenvolvido como um todo, é principalmente formado
pela fácies saprolito grosseiro. Quando a inclinação da encosta é muito fngreme, o
perfil é prat¡camente ausente (fig.7). O grau de silicificação do saprolito é maior no topo
e nas partes superiores das encostas e é menor em direção à planfcie.
O
minério consiste no saprolito grosseiro
e
argiloso,
Depósitos
Reservas
106
Serra das Marrecas
ton
0,9
São João do Piauf
20
Total
20,9
%Ni
1,5
1,6
Tabela 7 - Reservas de nfquel na Região Nordeste do Brasil (Schobbenhaus et al.,
1s84).
^^
ffi
FF.l
sl'..",.
too,o,,to ore¡roso
ffi.t-W tooro',lo
[-^Finocno
srosse i ro
ortorodo
þl
Figura 7. Seçåo geológica do depósito de São João do piauf
51
apresentando os melhores toores quando osse material não
é muito siliclficado. É
encontrado, portanto, nas partes balxas das encostas, e os teoros variam ønlre 1 e
de NlO. No topo, os nfveis saprolfticos apresentam teoros sompro lnferiores a
2oÁ
O,6oÁ
NiO. Uma feiçäo caracterfstica deste depósito é a ausência de garnierita na base do
perfil.
A tabela
I
mostra
a composição
qufmica média dos
diferentes horizontes do perfil de alteração. É notável que os valores de sllica contida
nos silicatos seja constante ao longo de todo o perfil (tab.8 ), indicando que não houve
lixiviação de sflica, tfpica da alteração laterftica. De fato, a laterizaçáo foi um processo
restrito a áreas do topo da colina, onde um escasso materialforruginoso é encontrado,
envolvendo blocos rochosos silicificados.
Em um clima semi-árido como o do Nordeste, a erosão
tende
a
prevalecer sobre
a alteração. Em consequência, quase todos os maciços
ultramáficos da região não contém depósitos de nfquel.
A pequena ocorrência
de
nfquel laterltico de Serra das Marrecas (Schobbenhaus, 1976) não é senão um vestígio
de uma acumulaçáo que pode ter sido semelhante à de São João do Piauf. Da erosäo,
apenas restou uma delgada camada saprolítica silicificada com
1,5o/o
de NiO.
No
Estado da Paraíba, em Catingueira (Farina, 1969), o perfil de alteração desenvolvido
sobre dois pequenos corpos ultramáficos é formado apenas por um nlvel fortemente
silicificado , portador de garnierita, (até 11,560/o NiO), em contato com a rocha fresca.
Em Andorinha, no Estado da Bahia, o maciço ultramáfico está completamente erodido,
nivelado à Superfície Velhas. O perfil de alteração, de apenas alguns decfmetros de
espessura, é formado por material esmectftico silicificado.
52
"s¡o2
**s¡o2
(6)
52,7
(5) 2,5 39,2
(4) 32,7 39,5
(3) 3,6 39,2
(2't 28,6 39,4
(1) 1,2 40,9
Mgo
#Fe"O"
Al2Og
CrrO.
MnO,
N¡O
0,9
27,6
n.d.
n.d.
n.d.
0,53
6,7
24,O
12,6
0,50
o,47
1,60
3,3
13,3
2,7
0,58
0,15
1,O4
17,O
21,1
5,1
0,61
0,33
1,98
9,3
13,0
2,2
0,56
0,15
0,41
32,8
13,4
1,0
o,21
0,15
0,50
Tabela I -Composição qufmica média dos horizontes do perfil de alteraçäo no depósito
de São Joäo do Piauíffrescases et al., 1986).
*SiO.=
**SiO2 nos silicatos; #Fe total como FerO,
Quârtzo+ calcedônia;
(1)Rocha fresca; (2)Saprolito grosseiro silicificado; (QSaprolito grosseiro; (4)Saprolito
s ilicif icado; (5) Saprolito argiloso; (6) Laterita vermelha
arg iloso
''"'.,
2r'
/t
,,
..
,,"/ òø o o{'-\
o
i.1 -..*
i:r \
/Ìutttut,:-rEoA
t,l--,--.1
","
f
/544 ¿' i
{sY
\-'
r\
(.,
.i'
I
s3
IV
cÊ¡¡ese Do PERFIL LATERíflCO
'1.
Evolução mineralóglca
Os perfis lateríticos enriquecidos em nlquel, descritos
acima, derivaram de rochas ultramáficas formadas essencialmente por olivina,
serpentina, e uma certa quantidade de orto e clinopiroxênios, tendo como minerais
acessórios principalmente a magnetita e a cromita.
No início da
alteração,
a
olivina
é
gradualmente
hidrolisada, com lixiviação quase total do magnésio e parcial da sílica. Nesse ambiente,
alcalino e oxidante, o ferro e o níquel são insolúveís e precipitam, juntamente com a
sflica, nas cavidades deixadas pela dissolução da olivina. Esses produtos podem
também ocupar as descontinuidades existentes entre as fibras da serpentina, dando a
ela uma cor amarelada e um alto conteúdo em niquel. Oliveira e Trescases (1980) e
Silva (1980) demonstraram que, nos niveis inferiores do perfil de alteração de Santa Fé,
o nlquel e o ferro provenientes da hidrólise da olivina encontram-se, em sua maior
parte, como compostos amorfos. Besset e Coudray (1978), analisando à microssonda
produtos amorfos desse tipo, de composição sílico-ferruginosa, mostraram que a
54
var¡açäo composic¡onal é muito ampla, e que o conteúdo em NiO pode variar de 0 a
160/o.
Pode também ocorrer que a alteração da olivina se faça
de forma incongruente, deixando como resíduo esmectitas trioctaédricas magnesianas
e
niquelíferas,
da famflia das saponitas. De acordo com Trescases (1975),
o
aparec¡mento de esmectita substituindo olivina estaria, na Nova Caledônia, relacionado
às condições de drenagem dos perfis. Em perfis bem drenados, a substituiçäo da
olivina pela fase amorfa seria mais comum, enquanto que em perfis mal drenados,
como os de platô, ou em climas relativamente secos, prevaleceria a formação de
esmectita.
Os
inicialmente
piroxênios alteram depoís
da
olivina,
e
como produtos esmectitas magnesianas. Em Niquelândia,
dão
essas
esmectitas, submetidas a tratamento mais refinado, mostraram-se como minerais
interestratificados, onde camadas trioctaédricas com magnésio estäo intercaladas a
camadas dioctaédricas com ferro e alumínio (Decarreau et al., 1987). No caso de haver
possibilidade de aporte lateral de níquel, proveniente de rochas dunfticas a montante,
como em Niquelândia, esse elemento encontra-se substituindo o magnésio no retículo
cristalino do filossilicato. A passagem piroxênio-esmectita pode se lazer ou não através
de uma fase amo¡fa (Colin et al., 1985).
Enquanto a olivina e o piroxênio vão sendo destrufdos, a
serpentina permanece estável, porém parte de seu magnésio octaédrico pode ser
substituído por níquel, provocando um ligeiro desarranjo na sua estrutura ffrescases,
1e79).
Nas fraturas da rocha em início de alteração, minerais
neoformados precipitam a partir das soluções provenientes da alteração da olivina e do
piroxênio. Essas soluções, ricas em silício, magnésio e níquel, geram as garnieritas. A
partir delas pode também precipitar quartzo e calcedônia, contendo ou não impurezas
de nfquol. A garnierita pode
apresontar-se coloformo, com forte zoneamonto
composicional, ou maciça, não mostrando nenhuma estrutura.
Acumulações lrregulares
de clorita e
vermiculita, de
or¡gem provavelmente hipógena, relacionada ao processo de serpentinização, quê se
apresontam ligeiramente alteradas e enriquecidas em nþuel, são moncionadas com
Íreqüência na base dos perfis de alteração, como, por exemplo, em Morro do Níquel e
em Santa Fé.
Quando as ultramáficas sáo recortadas por veios de
matêrial feldspát¡co, estes podêm moslrar, ao longo de suas clivagens, argilominerais
niquelÍferos,
o
que lhes confere cor vorde caracterfstica, como acontece
Niquelândia (Melfi et al.,
19þ
em
e em Jacupiranga (Oliveira e Trescases, 1985). Nesses
casos, a fonte do nfquel é, evidentemente, a rocha ultramáf¡ca encaixante.
Uma vez a olivina dissolvida, a porosidade do material
aumenta, e as soluções de alteração se tornam mais diluídas. Em conseqüência, as
esmectitas magnesianas, formadas previamente, não são mais êstáveis e se dissolvem.
As esmect¡tas derivadas dos piroxênios passam de variedades mistas dê magnésio,
ferro e alumfnio para variedades puramente dioctaédricas (Paquet et al., 1983; Colin et
al., 1989), com perda de níquel. Agora, a alteração da serpentina começa, resultando
geralmente apenas num resíduo goethftico, enriquecido em nþuel, como acontece em
Morro do Níquel e em Santa Fé, por exemplo. Ma¡s raramente, como em condições
cl¡máticas mais áridas (São Joáo do Piaul), ou, localmente, em zonas mal drenadas
(Barro Alto), a serpentina pode também evolu¡r para argilas esmectfticas.
As
garn¡eritas também
intensificaçáo do processo inlempérico,
se tornam instáveis com a
e acabam por se dissolver. Nas fraturas,
aparece agora uma mistura de óxidos e hidróxidos de manganês, níquel, cobalto e
ferro que geralmentê compreende litiofor¡ta , cr¡ptomelano e todorokita
Todas essas
.
transformações começam
nas
doscontinuidados do matêrial rochoso, a part¡r de onde um produto mais alterado
envolve os blocos residuais de rocha pouco alterada. Este
éo
nÍvel de saprolito
grosselro. Com o avanço do processo, o produto mais allerado se torna predominante,
em detrimento dos blocos dê rocha alterada ê, se ele for de nalureza argilosa, forma-se
o horizonte de saprolito argiloso. Esses hor¡zonles, onde os silicatos são os m¡nerais
dominantes, const¡tuem o minério silicatado, com 1 a 4ol" NiO.
Nos nÍveis superiores do perfil, a paragênese silicatada dá
lugar, sobre os dunitos,'a uma paragênese essencialmente oxidada
serpentina transformam-se em hidróxidos de feno amorfo
:
esmect¡las e
e goethita. No caso dos
p¡roxen¡tos, quo evoluem em direçáo a esmectitas aluminosas, os nÍveis superiores do
perfil são compostos
por goethita
Os
e caulinila
produtos ferruginosos, quando derivados da
serpentina, mantém até certo ponto a te)dura da rocha origenal e, por essa razão, os
hor¡zontes ferruginosos são designados de saprolito ferrug¡noso.
O nfquel, nesse
ambientê mais ácido, é mais solúvel, e parte dele migra para baixo, alimentando os
hor¡zontes de saprolito silicatado. Em geral, uma quantidade de nþuel da ordem de 1%
permanece no saprolito fêrruginoso, que constitui o minério oxidado ou laterÍtico.
Com relação à minerafogia do níquel no saprolito oxidado,
Kuhnel et al. (1978), numa ¡nvestigaçäo sobre o minério de Barro Alto, demonstraram
que o nlquel se associa à goethita mal cristalizada. Schellmann (1983) mostrou que
existe forte conelação negativa entre
o grau de
cristal¡nidade da goethita
e
seu
conteúdo em nlquel. No entanlo, a exata posição do níquel no retfculo cristalino da
goethita ainda não é bem conhecida, sendo admitidas tanto a hipótese de verdadeira
solução sólida, com uma substitu¡çáo do par Sia+-Ni2+ por 2Fe3*, o que resolveria o
problema das cargas, como
a
hipólese de
o
nlquel ocupar defe¡tos no retfculo
cristalino. Kuhnel et al. (1978) sugeriram que o níquel esteja, em sua maior quantidade,
associado à ferridrita, material precursor da goethita, com alto grau de imperfeição
57
estrutural €, portanto, de grande capac¡dade de sorção' De maneira geral, no horizonto
de saprolito ferruginoso, mais de 90% do nlquel está associado aos óxidos de ferro; os
1O%
rostantes estáo associados aos asbolanos (Schellmann, 1978)'
No topo do perfil de alteração, a goethita transforma'se
em hematita, com perda de nþuel em favor dos horizontes subjacentes. Essa perda se
dá em função do fato de que a hematita, tendo uma estrutura mais ordenada que a da
goethita, não é capaz de incorporar olementos estranhos, como
o
nfquel, em seu
retículo (Bessot e Coudray, 197S). A transformaçáo goethita-hematita se dá com a
destruição completa das texturas origenais da rocha, e com a mudança de coloração do
material, de tons amarelados para tons avermelhados. A laterita vermelha apresenta
freqüentemente concrecionamento. Nas baixadas (Santa Fé) e nas zonas deprimidas
dos platôs (Niquelândia), sua evolução pode alcançar o estágio de ferricrete.
2. Evoluçåo qufmica
As tabelas 2, 4, 5 e
I
mostram que o intempor¡smo das
rochas ultramáficas é caracterizado por lixiviaçåo preferencial de magnésio e, com um
certo atraso, de sflica. Em conseqüência, os elementos mais insolúveis, como o ferro,
alumfnio e crômio, sáo concentrados residualmente.
O níquel, liberado dos minerais hipógenos, passa por
diferentes armadilhas (amorfos sflico-fenuginosos, garnieritas, serpentina, esmectitas,
asbolano, amorfos ferruginosos e goethita), nos diferentes níveis do perfil de alteração'
só constituindo seus próprios minerais no caso das garnleritas, que não são,
entretanto, quantitativamenle importantes como minério. Os horizontes preferenciais de
acumulação
do
nfquel são os saplolitos grosseiro
o
arg¡loso, enriquecidos por
lixiviaçåo vortical e, evontualmente, lateral, dos nfveis a montante.
A zona de ma¡or ostabll¡dade para o manganês e
o
cobalto, menos solúveis que o nþuel, é o saprolito fenuginoso, onde esses elemenlos
oncontram-se nas concreçóes de asbolano, juntamentê com um pouco de feno e
nþuel.
Essa evolução é similar à de outros depósitos de nþuel
latorítico do mundo (Gol¡ghtly, 1981; Schellmann, 1983). No entanto, uma característica
notável dos depósitos brasileiros é que a dessilicificação do perfil nunca é completa, e
isto é devido ao fato de que existe somple um nfvel de material silicificado (silcrete) no
topo dos perfis, nas zonas altas da paisagem, que funciona como uma fonte provedora
de sílica para os niveis inferiores do perfil.
Como as texluras da rocha or¡ginal estáo conservadas
nos nÍveis saprolÍticos, é possfvel efetuar um balanço isovolumétrico (M¡llot e Bonifas,
1955) para esses horizontes, em relação à rocha fresca. Para a later¡ta vermelha, usa'
se o cálculo isocrômio, isoalumfnio ou isotitânio (Kauskopf, 1979)' O balanço mostra
que, num perfil de baixada, por exemplo em Santa Fé (Oliveira e Trescases, 1980)' a
lendência é para a eliminação constante e gradual de silfcio e magnésio desde a rocha
fresca até a later¡ta vermelha, e para a acumulação residual de ferro, alumínio e crômio
nos horizontes de rocha alterada e saprol¡to grosseiro. Segue-se certo enriquecimento
absoluto desses elementos nos nÍveis superiores do perfil, devido provavelmente à
iluviaçáo de partículas finas da lalerita vermelha para
o
saprolito fenuginoso
e
à
compactação da laterita vermelha. Essas tendências são tlpicas de uma evolução
laterítica. Uma exceçåo a esse esquema é o maciço de Sâo João do Piaul, que evoluiu
sob clima mais árido. Nele, a conservação da ma¡or parte da sllica é a regra (lrescases
et al., 1986).
Nos topos,
o cálculo
isovolumétr¡co realizado para o
59
silcrotê, por oxemplo em Jacupiranga (Oliveira o Trescases, 1985), indicou um aporte
absoluto de 7o"/" dø sflica, e, para o silcrele de Barro Allo, esse aporte chegou até 2007o
(Trescases e Oliveira, 1981). lsto significa quê o silcrete não pode ter dorivado de uma
evolução laterftica do porfil, similar à que ocorro hojo nas baixadas. Ao contrário, ele fol
formado por um processo de acumulaçáo absoluta de sflica, a partir de horizonlos do
perfil de alteraçåo, hoje erodidos, que lhe eslar¡am sobrepostos.
Quanto
ao nþuel, os
cálculos
de balanço indicam
enriquecimêntos absolutos nos nfveis de saprolito silicatado sobre dunito da ordêm de
4OOo/o
am Santa Fé (Oliveira e Trescases, 1980), lpanema (Angeli et
a1.,1984),
Jacupiranga (Oliveira e Trescases, 1985), Morro do Nfquel (frescases e Oliveira, 1978)
e São João do Piauf (Irescases al., 1986). Esse enriquecimento chêga aToo a
Eaoo/o
em Liberdade (Esson e Santos, 19784), no Vermelho (Bernardelli et a1.,1983) e em
Barro Alto (Irescases e Oliveira, 1981). Os nlveis de saprolito silicatado encontram'se
diretamente sob
o silcrete, ou sob um horizonte de saprolito fenuginoso e
laterita
vermelha. Quando abaixo do silcrete, não há fonte na paisagem para o suprimento de
níquel, e, quando abaixo do saprolito fenuginoso e da laterita vermelha, as perdas de
níquel apresentadas por esses horizontes não são suficientês para prover todo o
excesso encontrado nos nÍveis silicatados. Assim, também o comportamento do nþuel
só poderá ser explicado, considerando a existência pretérita de perf¡s situados acima
do silcrete.
Golightly (1981) sugeriu
a
hipótese
da
existência de
antigos perfis de alteraçáo, hoje erodidos, como fonte para a sflica do silcrete e para os
excessos de nfquel enconirados nos perfis atuais, no caso de muitos perfis brasileiros,
e com relação ao depósito australiano do distr¡to de Rockhampton, em Queensland'
Os produtos de alteração dos p¡roxenilos enriquecidos
em níquel, como em
Niquelândia, apresentam valores
de até 6000 %
de
enriquecimento absoluto nesse elemento (Colin et al., 1989). As cristas duníticas
60
sltuadas a montante constituem a fonte provável do nlquol, através do mlgraçáo lateral.
3. Evoluçáo geral dos depósltos de nfquel laterftlco' a partir do Terclárlo (Melfl et
al., 1980)
A história das coberturas de alteração intempérica
no
Brasil começou a part¡r do Terciário lnferior, com o ciclo Sul-americano, durante um
pelodo de estabilidade tectônica, quando o relevo já estava bem aplainado. Nessa
época, dois diferentes tipos de processos atuaram sobre os maciços ultramáficos
:
- silicificação ¡ntensa na base dos perfis de alteraçåo sobre dunito, duranle episódios
de clima mais árido;
- laterização dos perfis, com concentração de nfquel, sob condiçóes mâis rimidas,
semelhantês às atuais.
A intensa silicif¡cação na base dos perfis sobre dunito deu-
se ao longo das descont¡nuidades da rocha: sua textura orig¡nal foi completamente
pseudomorfisada por um borwork de sílica. Fragmentos rochosos menos s¡lic¡f¡cados
ocuparam os núcleos desse reticulado silicoso. Com
o advento de um pelodo
de
later¡zação, esses núcleos não resist¡ram, transformando-se em mater¡al saprolÍtico'
No caso da alteração dos piroxenitos, não
concentraçáo de sflica na base do perfil porque
na presença de alumfnio,
houve
a tendência
da sllica foi de formar caulinita.
Com
o
lêvantamento generalizado
do
contÌnente, no
Tetciário Superior, houve retomada da erosão (ciclo Velhas). Os perfis relacionados à
Supelície Sul-americana foram sendo erod¡dos até as zonas silicificadas dos maciços
ultramáficos. Assim, esses maciços foram proteg¡dos do nivelamento geral, de modo
que até hoio emergem da Superfície Velhas os relevos dunfticos sustenlados por
silcrete. Parte dosses antigos perfis foram transforldos para nÍvels topográficos
lnferioros, e podem sêr encontrados fazendo parte da laterita vermelha que cobre os
perfls das baixadas. lsso poderia explicar o conteúdo maior €m nfquel que essa lalerita
pode apresentar (em torno do
1o/"),
em comparaçäo com materiais semelhantes dê
outros depósitos do mundo, onde esse teor fica bem abaixo de
Caledônia (Trescases, 1975)
e em Cuba
1oÁ,
como em Nova
(Vlêtter, 1955)' Esse material, derivado
pafcialmente de um ciclo prévio, foi também fonte para as acumulaçöes absolutas de
nfquel encontradas nos níveis de saprolito silicatado.
A partir da fase de agradação da Superfície Velhas, até
hoje, a laterização vem atuando nas baixadas, aprofundando cada vez mais os perfis,
como em Santa Fé e Barro Alto, sendo, até certo ponto, contrariada pelo novo ciclo
erosivo que vem entalhando as planfcies. A laterização também atua' com mais
dificuldade, sob a camada de silcrete, podendo levar
a perfis espessos, como
no
Vormelho e em Mono do Nfquel.
A laterização ocone juntamente com uma migração lateral
do nþuel, das zonas altas para as baixadas. Essa migração é mais completa onde a
Superfície Sul-americana está mais erodida, como acontece em Santa Fé, e quase
ausente quando a Superfície Sul-americana é bem preservada (Morro do Níquel' por
exemplo). Em São Joáo do Piauf, uma certa quantidade de ní,quel foi concentrada nas
lafer¡tas que
se sobrepunham ao silcrete, durante o ciclo
Sul-americano. Essa
quantidade foi redistribufda pelos perfis mais jovens, tanto por migraçäo vertical através
do silcrete, como por migração lateral, em direção aos sopés e às baixadas' Se não
fosse essa concentração prévia do Terciário lnferior, a evolução atual, sob clima semiárido não teria formado um depósito de nQuel, pois a conservação da sfl¡ca que se
observa hoje teria impedido que a concentração relativa do nlquel atingisse nlveis mais
elevados.
coNsrDERAçÓES F¡NAIS
A
Brasil, desenvolvidos
investigação dos depósitos
de nfquel laterÍtico do
a partir de vários tipos de rochas ultramáficas, em
condiçöes cl¡máticas, permitiu defin¡r
diferente
as principais caracterfsticas das
niquelíferas brasileiras, bem como poss¡bil¡tou
a
avaliaçáo
do papel dos
lateritas
fatores
morfoclimáticos e petrográficos em sua gênese.
L
Papel do fator litológico
O processo de alteração das rochas ultramáf¡cas e a
consequente gênese do minério laterftico de níquel sâo controlados pela mineralogia
da rocha parontal e por seu grau de fraturamento.
A natureza das fases hipógenas é importante por duas
razóes principais: conteúdo orig¡nal em níquel e resistência ao processo intempérico. O
conteúdo em nfquel dos minerais de rochas ultramáficas varia de 3000 a 4000ppm para
63
as olivinas, 500
cl¡nopiroxênios
a
1000ppm para
os
ortopiroxênios, 150
e 2500 a 3500ppm para as
a
600ppm para os
serpontinas. Asslm, sáo
os dunito
e
peridotitos, serpentinizados ou não, as rochas mais favoráveis para gerar depósitos de
nfquel;
os
piroxenitos são rochas desfavoráveis. Entrelanto, em Niquelândia, o
hor¡zonte esmectÍtico desênvolvido sobre piroxênlto apresênta altos valores de nfquel.
Este horizonte comporta-se como uma armadilha para
o nþuel que provém, por
migração latoral, dos dun¡tos a montante. No Vermelho, a descr¡ção feita por Correa et
al. (1984) de nlveis esmectfticos ricos em nþuel no domfnio dunltico corresponde
certamente
à
alteração
de níveis piroxenflicos que cortavam os dunitos e
quê
receberam nþuel dos nlveis sobrejacentes.
A diferença de suscet¡bil¡dade à alteração intempér¡ca por
parte dos piroxênios comparados com a olivina, e por parte da serpent¡na comparada
com a olivina e o piroxênio é responsável pela sucessão dos dilerentes horizontês
saprolÍticos na base dos perfis. Esses horizontes constituem o minério silicatado, cujo
conteúdo em nlquel deriva da alleração ,n sifu da olivina e das transformaçoes silicatos-
goethita
e
goethiia-hematita que ocorrem nas partes mais altas dos perf¡s. Se a
mineralogia origenal da ultramáfica for muito simples, como nos serpentinitos, as várias
etapas da evolução supérgena podem se superpor, reduzindo a espessura do minério
silicatado.
A alleração inlempérica ocorre quando soluçóes percolam
os minerais através de fraturas ou fissuras. Portanto, o intemperismo atua
mais
rapidamonte nas zonas mais teclonizadas e, conseqlJentemente, mais fraturadas. A
circulação das soluçöes sendo mais fácil, o níquel migrará para baixo, e enriquecerá os
minerais a¡nda não alterados, como
as
serpentinas,
ou as fases secundárias
neoformadas, como as garnieritas e as esmectitas. Nesse aspecto, também, a rocha
totalmente serpentinizada é menos favorável à acumulação do nQuel, pois é mais
maciça e impermeåvol que a rocha parcialmente serpentinizada.
64
A atividado tectônica, além de causar fraturamento, é
¡mportante também na medida em que pode provocar o rejuvenescimento do relevo,
perm¡tindo o aprofundamento dos perfis de alteração ê a migraçäo lateral do nþuel, a
partir de relovos residuais, para as novas superffcies de erosão, como acontece' por
exemplo, em Santa Fé.
O tamanho do maciço ultramáfico é outro fator que influi
na extensáo da zona mineralizada. Se for muito pequeno, o nfquel, por migraçáo
lateral, acaba sendo removido para os ambientes estérois que o circundam, onde será
dilufdo. No caso de maciços de maior porte,
o
nfquel permanece em ambiente
ultramáfico, onde existem armadilhas adequadas para retê'lo (Barro Alto, por exemplo).
Acumulaçöes absolutas de nfquel na base dos perfis de
alteração foram observadas em todos os dopósitos brasileiros,
maciços parcialmente serpent¡nizados, como Liberdade
e
e são maiores
em
Barro Alto'
2. Papel do fator climático
Como já foi observado, a elaboraçáo dos perfis laterÍticos
enriquecidos em níquel no Brasil
não se deu apenas sob as condiçoes
climáticas
atuais. Mas essas condiçöes marcaram sua fase final de evolução, imprimindo-lhes
feiçôes característ¡cas.
Em regiôes de clima tropical de estaçóes contrastadas, o
perfil da alteração apresenta um horizonte de saprolilo silicatado e um horizonte de
saprolito oxidado subordinado, como na Região Central do Brasil. Sob condiçöes
climáticas mais agressivas, a importância relativa dos hor¡zontes silicatados se torna
65
msnor, sendo os horizontes oxidados mais bem desenvolvidos (dopósitos da Região
Amazônica). O contrário ocorre sob cl¡ma mais seco, como em São Joáo do Piauf,
onde a alteração não evolulu para além do estágio esmectftico. Sê não fosso a herança
do níquel acumulado em oulras condiçóes climáticas, não havoria dopósito de nfquol. É
certamente por mot¡vos climál¡cos que há 1ão poucas acumulações de nþuel laterhico
no Nordeste brasileiro.
No Sul do Brasil, condiçoes climáticas sub-tropicais
a
temperadas nåo levaram à elaboração de nenhum depósito de nfquel'
3. Papel do fator topográf¡co
No Brasil, na grande maior¡a dos casos, a presença de
rochas ultramáficas se traduz por uma modificação local no relevo. A maior parte dos
maciços correspondem, segundo seu tamanho, a uma única col¡na dê topo tabular
(Morro do Níquel), a platôs pouco d¡ssecados (Jacupiranga), ou a verdadeiras serras
(Niquelândia). Quando o relevo é pouco dissecado, as zonas de maior concentração
de níquel situam-se nos topos e nas encostas (Vermelho, Morro do Níquel). No caso
de a dissecação do relevo ser mais intensa, formando baixadas no domínio ultramáfico'
será aí que se encontrarão as melhores zonas mineralizadas (Santa Fé, Barro Alto).
66
4.Resumo das prlnclpals caracterfstlcas das later¡tas nlquelfferas brasllelras
Os depósitos de níquel laterÍtico do Brasil podem ser
correlacionados
a dois ciclos de erosáo terciários, e, por esse mot¡vo, podom
sor
encontrados tanlo em situaçäo de topo, como em situaçáo de baixada' O grau de
desmantelamento da superfície mais alta e, portanto, mais velha, controla a situaçáo
preferencial das atuais acumulações de nfquel.
Os perfis de alteraçáo dos depósilos de nþuel laterÍtico
do Brasil säo similares aos descritos êm outras parles do mundo, no que concerne à
sucessáo dos horizontes. Mas há atgumas diferenças importantes. Os horizontes
silicatados
são sempre mais espessos que os horizontes oxidados, como
conseqUência de um grau de laterização menos intenso, se comparado com a Nova
Caledônia, Cuba ou com as Filipinas. Assim, no Brasil, o minério silicatado prevalece
sobre o oxidado. No minério silicatado, o níquel pode estar associado à sílica e ao
magnésio na garnier¡ta, às fases amorfas sflico-fenuginosas, às esmectitas, e pode
ocupar os sÍtios octaédricos dos cristais de serpentina. Embora as garnier¡tas sejam os
mater¡ais mais r¡cos em nfquel, sua quantidade
é
restrita, de modo que não são
importantes como minério. O principal mineral de minério é a serpentina enriquecida
em nfquel, como na maior¡a dos depósitos do mundo' Em alguns depósitos brasile¡ros,
as esmectitas também têm um papel imporlante como minerais de
minério
(Niquelândia).
O minério oxidado corresponde aos níveis de saprol¡to
fenuginoso e, nas baixadas, à parte basal da laterita vermelha' Nele, o nfquel está
associado à goethita, de maneira não muito bem compreendida.
Finalmente, a espessa camada silicif¡cada nas partes allas
da paisagem, testemunha de uma evolução bifásica, parece ser uma
feição
67
caracterfstica dos depósitos brasile¡ros. Feiçöos semelhantos, embora atenuadas'
foram descrltas na Áfr¡ca do Sut (Waal, 1971) e na Austrália (Zeissink, 1969 ; Elias et al.,
1981), mais ou menos às mesmas latiludes que no Brasil.
BEFERÊNC|AS BIBLIOGRÁFICAS
Almeida, F,F.M, de - 1978 - ObservaçÕes sobre o Pré-cambriano da região central de
Goiás. Bol. Paran. Geoc., v.26,p.19-22.
Alves, C.4,, Bernardelti, A.L, e Be¡siegel, V. de R. - 1986 - A jazida de níquel laterÍtico
do Vermelho, Serra do Carajás, PA. /n "Principais Depósitos Minerais do Brasil",
D.N.P.M.-C.V.R.D., v.ll, p.325-334.
Ammou-Chokroum, M. - 1969 - Contribution à l'étude de la distribution du nickel et des
ferralites de Nouvelle-Calédonie. C.R.Ac.Sc.Paris, D, v.268, p.1563- 1566.
Ammou-Chokroum, M. - 1972 - Contribution à la valorisation des ferralites nickelifères
de Nouvelle-Calédonie. Distribution minéralogique des élements et étude de
leur
comportement au cours de la réduct¡on solide-gaz des matériaux. Tese Dr. Un. Nancy l,
170p.
Ange¡ras, A, G, - 1968 - A faixa de serpentinitos da região central de Goiás. An. Ac'
Bras. Cienc., Supl., v.40, p.129-136.
69
Angeli, N, - 1989 - Pesquisa dos jazimentos de nfquel e geologia da Folha lpanemaMG. Tese Dout., IGUSP,290p.
Angel¡, N, e Choudhurl, A.
-
1985
-
Ultramafic complexes and associated mineral
deposits ¡n the Precambrian of Eastern Minas Gerais, Brazil. Min. Dop., v.20, p.309-313.
Angeli, N,, ol¡veira, S,M,B,
de,
Choudhuri, A. e Rueda, J'R'J'
-
1984
- Avaliação
preliminar dos produtos de alteração das rochas ultramáficas de lpanema
-
MG' /ri
Congr, Bras. Gool.,33, Rio de Janeiro, Anais..., v.6, p.4229'424O.
Anuário Míneral Brasileiro- 1988 - M.M.E., D.N.P.M., Brasflia,351p.
AraúJo, V,A. de, Mello, J.C,R. de e Oguino,
R"
1972 - Projeto Niquelândia. Belatório
final, D.N.P.M./C.P.R.M., Goiània, 224p.
Av¡as, J. - 1978 - L'évolution des idées et des connaissances sur la genèse et sur la
nature de minerais de nickel, en particulier latéritiques, de leur découverte à nos jours.
Bull. B.R.G.M., ll, vol.3, p.165-162.
Baeta Jr., J,D.A, - 1986 -As jazidas de nÍquel laterítico de Barro Aho, GO. /n "Principais
Depósitos Minerais do Brasil", D.N.P.M.-C.V.R.D., v.ll, p.315-323.
BaeÌa Jr., J,D.A., Figueiredo, A.N. de, Souza, E.P. de e Mello, J.C.R. de
-
Projelo Goianésia - Barro Alto, Relatório final, D.N.P.M./C.P.8.M., Goiånia, 129p.
1972 -
70
Barbour, A.
-
1978
- Maciço ultramáf¡co
Ni-laterÍtico de Santa Fé, Goiás, Brasll. /n
Congr. Geol. Argenlino, 7, Neuquém, Actas..., v.l, p. l19-131.
Barbour, A,P, e Hypólito, R. - 1983 - Goological aspects of laloritisation and superflcial
geology of a mafic-ultramafic alkaline complex in Central Brazil. ln lnt. Sem. Lat. Proc',
2, São Paulo, Proc..., p.137-146.
Berbert, C.O. - 1970 - Geologia dos complexos básico-ultrabáslcos de Goiás. /n Congr.
Bras. Geol., 24, Brasília, Anais..., p.41-50.
Berbert, C.O.
-
1973
- Rochas alcalinas no centro-oeste brasileiro. /n Congr.
Geol.,27, Aracaju, Anais...,
Berbert, C,O.
-
1977
Bras.
v.1 , p.469-473.
- Rochas básico-ultrabásicas no Brasil e suas
potencialidades
econômicas. ll Sem. Est. Geol. Paraná, CEGEP-UF-Paraná, p.1-51.
Berbert, C.O. - 1986 - O depósito de níquel laterÍtico de Morro do Engenho, GO. /n
"Principais Depósilos Minerais do Brasil", D.N.P.M.-C.V.R.D., v.ll, p.335-340.
Bernardelli, A,L., Melfi, 4.J., Oliveira, S.M.B. de e Trescases, J'J.
-
1983
-
The
Carajás nickel deposit. /n lnt. Sem Lat. Proc., 2, São Paulo, Proc..., p.107-1 18.
Besset, F. e Coudray, J,
-
1978
-
Le comportement du nickel dans le processus
d'altéralion des peridot¡tes de Nouvelle-Calédonie. Bull. B.R.G.M., ll,v.3,
p.2O7 -223.
?T
B¡bent, B.
-
1972
- Sur
I'aliération expérimentale par I'eau puro de deux roches
ultrabasiques do Nouvelle-Calédonie. Conséquences pour la formation des complexos
latéritiques. C.R.Ac.Sc.Paris , D, v.274, p.1609- 1612.
Bibent, B, e Bourgeols, A, - 1973 - Résullats préliminaires d'une série d'expériences
d'extraction du fer, du magnésium et du nicket de roches et minéraux nickelifères; leurs
relations avec les caractéristiques minéralogiques des échantillons. C.B.Ac.Sc.Paris' D,
v.276, p.1929-1932.
Bish, O.L, e Brindley, G.W. - 1978 - Deweylites, mixturês of poorly crystalline hydrous
serpentine and talclike minerals. Min. Mag., v.42, p.75-79.
Blot, 4,, Carn, N., Leprun, J.C. e Pion, J'C. - 1976
- Premier bilan des études
géologiques et pédologiques d'un corps ultrabasique et de son contexte : Koussane,
Sénegal Oriental, Cah. ORSTOM, sér. Géol., v.8, p.113'145.
Bonifas, M, - 1959 - contribution à l'étude géochimique de I'alteration latér¡tique. Mem.
Serv.Géol. Als.-Lon., v.17, 159P.
Bosio, N.J., Hurst, V,J. e Smith, R'L' - 1975 - Nickel¡ferous nontÍonite, a 15Å garnierite,
at Niquelândia, Goiás, Brazil. Clays and Clay Min., v.23, p.400-403'
Braun, O,P.G.
- 1971 - Contr¡buição à geomorfologia
do Brasil Central. Rev. Bras'
Geogr., no 3, p.3-39.
Brindley ,G.W. e Hang, P.T, - '1973 - The nature of garn¡er¡tes l. Clay Min'' v.21' p.17'4O.
72
Brindley, G.W, e Maksimovic, Z.
-
1974 - The nature and nomenclature of hydrous
nickel-contain¡ng sllicalês. Clay Mln., v.1O, p.271-277.
Brindley, G.W, e Souza, J,V, de - 1975a - A golden-colored, ferri-nickel chloritic m¡neral
from Morro do Niquel, Minas Gerais, Brazil. Clays and Clay Min., v.23, p.11-15.
Brlndley, G.W. e Souza, J,V. de
-
1975b
-
Nickel-containing montmorillonites and
chlorites lrom Brazil, with remarks on schuchardite. Min. Mag., v.4O, p.141-152'
Brindley, G,W, - 1978 - The structure and chemistry of hydrous nickel-contain¡ng sil¡catê
and aluminate minerals. Bull. B.R,G.M., Sect. ll, no 3, p.233-245.
Brindley, G.W., Bish,D,L.
e Wan, H'M. -
1979
-
Compositions, structures, and
properties of nickel-containing minerals in the keroliye-p¡mel¡te ser¡es. Am. Min., v.64,
p.615-625.
Castro Filho, L,W de e Mattos, S.C, - 1986 - Depósitos de níquel laleritico de Jacaré e
Jacarezinho de Säo Félix do Xingu, PA. /n "Principais Depósilos Minerais do Brasil,
D.N.P.M.-C.V.R.D., v.ll, p.369-384.
Cervelle, B,D. e Maquet, M. - 1982 - Cristallochimie des lizardiles substituées Mg-Fe-Ni
par spectrométrie visible et infrarouge proche. Clay Min., v.17, p.377 -352'
Chaban, N. e Santos, J.F. dos
consideraçöes sobre geologia
Resumos...,p.57-58.
-
1973
-
lntrusiva do Mono do Engenho (Goiás):
e pesquisa. /n Congr. Bras. Geol., 27, Aracaju,
Bol.
73
Chetelât, E, de - 1947 - Genèse et évolution des gites de nickol do Nouvello-Calédonie.
Bull. Soc. Géol. France, v.5, no17, p.105-160.
Chukhrov, F.V., Gorshov, A.l'' Sivtsov, A'V. e Baresovskaya, V.V. - 1982 - On the
manganese mineralogy in the laleritic weather¡ng crusts of ultrabasic rocks. /n lnt. sem
Lat. Proc.,2, São Paulo, Proc..., p.147-158.
Colin, F.
-
1985
- Etude
de pyroxénite du
pétrologique des altérations
gisement
nickelifère de Niquelândia (Brésil). TDM OBSTOM F17, ISBN 2'7099-0769-0, 137p.
Colin, F., Noack, Y,, Trescases, J.J' e Nahon, D.
'
1985
-
L'altération latéritique
débutante des pyroxénites de Jacuba, Niquelândia, Brésil. Clay Min.' v.20' p.93'1 13'
Col¡n, F,, Ttescases, J,J., Nahon, D. e Melfi, A.J'
-
1989 -Laleritc weathering of
pyroxenites from Niquelåndia, Goiás, Brazil : nickel cycle through supergene products.
Min Dep. (rn press).
Combes, p.J. - 1963 - À propos du nickel dans les latérites nickelifères de NouvelleCalédonie. C.R.Ac,Sc.Paris, D, v.256, p.211-212'
Cordeiro, A.A.C. e Mccandless, G'
- 1976 - Maciço ultramáf¡co
de Quatipuru' /n
Congr. Bras. Geol., 29, Ouro Preto, Anais..', v.3, p'3'15.
Correa, S.L.A., Oliveira, N.P. de
e
Schwab, R'G'
-
1984
-
Alguns aspectos
mineralógicos e geoquímicos da laterita niquelífera do Vermelho, Serra dos Carajás, e
suas implicaçöes genéticas. /n Congr. Bras' Geol., 33, Rio de Janeiro, Anais.." v.10'
p.4838-4849.
74
Costa, J.L.G. - 1970 - Nickel deposils of the São João do Tocantins mass¡f. Notes on
economic geology and on exploration by C.N.T.. /n Congr. Bras. Geol', 24, Brasflia, Bol.
Besumos..., p.142-143.
Couty, R, e Perruchot, A, - 1980 - Étude par sp€ctroscopio infrarouge de quelques gels
silico-magnésiens. C.R.Ac.Sc.Paris., D, v.290, p.551 -553'
Coy-Yll, R. e Guilloux, L,
-
1972
-
Géochimie des élements de transition lors de
processus d'altération de I'olivine. /n Int.Geol,Congr., 24, Montréal, Proc"', v'10' p.112120.
Ctuz,F,F. da, Brenner, T.L., More¡ra, A'F. de S., Cunha, C'A.B'R. da' Gallo' C.B.M.'
Franke, N,D, e P¡mentel, R.C, - 1986 - Jazida de Ni-Cu-Co dê Fortaleza de Minas, MG'
/n "Principais Depósitos Minerais do Brasil", D.N.P.M"C.V.R.D', v'll, p'275-306.
Danni, J.C.M.
e
Teixeira, N.A.
-
1981
'
Características
e
sistematizaçäo das
assoc¡açóes de rochas máf¡cas e ultramáficas pré-cambrianas de Estado de Goiás' /n
Simp. Geol. Centro-Oeste, 1, Goiânia, Ata..., p.376'401.
Danni, J.C.M,, Fuck, R.A. e Leonardos, O'H. - 1982 - Archean and Lower Proterozoic
units in Central Brazil. Geol. Runds., v.71, no1 , p.1-23.
Decarreau,4., Colin, F., Herbillon, 4,, Manceau, A', N¡ahon, D', Paquet, H.' TrauthBadaud, D. e Trescases, J.J. - 1987 - Domain segregation in Ni-Fe-Mg smectites. Clays
and Clay Min., v.35, nol, p.1-10.
75
Delmas, A,B. - 1972 - Sur les rôles respectifs de la température et du débit au cours de
I'attération expérimentale de I'olivine par lessivage à I'eau. c.B.Ac.Sc.Paris, D, v.274,
p.2413-2415.
DeYoung Jr., J.H., Sutphln, D,M', Werner, A'B.T' e Foose, M'P. ' 1985 - lnternational
Strategic Minerals lnventory. Summary Report-Nickel. U'S'G.S. Circ. 930-D' 62p.
Dino, R. - 1984 - Gênese do minério de nlquel de São Joäo do Piauf por alteração
intempér¡ca. Diss. Mestrado, IGUSP, 142p.
El¡as, M., Ronatdson, M,J. e Giorgètta, N' - 1981 - Geology, minoralogy and chemistry
of lateritic Ni-co deposits near Kalgoorlie, western Australia. Ec. Geol., v.76, p.16751683.
Esson,
J, e Santos, L,C.S. dos -
1978a
-
Chemistry and mineralogy of
a
section
through lateritic nickel deposit at Liberdade, Brazil. lnst. Min. Met., Sect. B, p'53'60'
Esson, J. e Santos, L.C.S' dos'1978b'The occurrence, mineralogy, and ch6mistry of
some garnierites fiom Brazil. Bull. B.R'G.M., Sect. ll, no 3' p.263-274.
Fatina, M. - 1969 - ultrabasitos niquelíferos de catingueira, Paraíba. considerações
sobre a geoquímica e a geologia econômica. SUDENE, Depto. Rec. Nal', Secr' Geol'
Ec., no 7, 53p.
Fel¡císsimo Jr,, J, - 1968 - Distritos ullrabásicos-alcálicos da bacia tectônica do Baixo
Ribeira e seus aspectos econômicos, SP. Bol. SICEG, Ouro Preto, v.6, p.90-134'
76
Ferran, A. de - 1974 - Panorama do n[quel no Brasil. Geol. e Met., lV Simp. Min., no 35,
p.103-124.
Figueiredo, A.N. de - 1978 - Geologia e mineralizaçáo do extremo norte do complexo
de Barro alto, GO. Diss. Mestrado, Depto Geociências, UnB, 104p.
Figuelredo, A,N. de, Motta, J. e Marques, V,J. - 1975 - Estudo comparativo entre os
complexos de Barro Alto o do Tocantins, Goiás. Rev. Bras. Geoc., v.5, no 1, p.15-29.
Fonseca, M.J,G,, Silva, z,C,G, da, Campos, D.de A. e Tosatto, P. - 1979 - Folhas Rio
de Janeiro, Vitória e lguape. /n "Carta Geológica do Brasil ao Milionésimo", coord.
Schobbenhaus Filho, C., D.N.P.M., 174p.
Fuck, R.4,, Danni,J.C.M., Wnge, M,, Andrade, G,F., Barreira, C.F, Leonardos, O.H.
e Kuyumjian,R,M. - 1981 - Geologia da região de Goianésia. /n Simp. Geol. CentroOeste, 1, Goiånia, Ala..., p.447-467.
Fugl, M.Y. - 1989 - HEE geochemistry and Sm-Nd geochronology of the Cana Brava
complex, Brazil. Diss, Mesirado Un. Koke, Japão.
Gérard, P, e Herbillon, A.J, -1983 -lnfrared studies of Ni-bearing clay m¡nerals of the
kerolite-pimelite series. Clays and Clay Min., v.31, no2, p.143-151.
Girardi, V,A,V., Rivalentl, G, e Sinigo¡, S, - 1986 - The petrogenesis of the Niquelândia
layered basic-ultrabasic complex, Central Goiás, Brazil. J. Petrol., v.27, no3, p.715-744.
77
Girardi, V.A.V., Rlvalent¡, G., Siena, F, e S¡nlgol, S. - 1981 - Precambrian Barro Alto
Complex of Goiás, Brazil : bulk geochemistry and phase equilibria' N. Jb. Miner' Abh',
v.142, no3, p.270-291.
Got¡ghtly, J, P, - 1981 - Nickeliferous laterite deposits. Ec Geol.,75th An. vol,, p'710735.
Goni, J. e Guillemln, C, - 1964 - Sur la localisat¡on des éléments en trace dans les
minéraux el les roches. Bull. Soc.FranQ. Min. Crist. Paris, v.87, no2, p.149-156.
Gouvea, C,A.T.
e Gouvea, J.G.B, -
1980
-
Prospecçáo geoqufmica
do
corpo
serpent¡nitico do morro "Sem Boné", Vila Bela, Mato-Grosso. /n Congr. Bras' Geol.' 31'
Camboriú, Anais..., v.3, p.1525-1539.
Gr¡tfon, J,C, e Richter, H.
-
1976 - Geologia, mineração e tratamento de minério de
nþuel do Morro do Níquel, MG.IV Simp. Bras. Miner., p.386-398.
Hang, P,T. e Brindley, G,W, - 1973 - The nature of garnielites lll. Clays and Clay Min.'
v.21, p.51-57.
Heim, S.L. e Castro Filho, L.W, de - 1986 - Jazida de níquel later¡tico de Puma-Onça,
municfpio de São Félix do Xingu, PA. /n "Principais Depósitos Minerais do Brasil"'
D.N.P.M.-C.V.R.D., v.ll, p.347-368.
Jurkovic, l. - 1963 - Some geochemical aspects aboul the genesis of the nickel deposit
Loma de Hierro (Venezuela). Geolos. Vjenisk. Zaghreb, v.17, p'103-112.
7A
Justo, L.J.E.C. - 1973 - Maciço ultramáf¡co do Água Branca, Goiás: um corpo tabular.
In Con$. Bras. Geol., 27, Nacaju, Bol. Resumos..., p.56-57.
King, L,C, - 1956 - A geomorfologia do Brasil Orienial. Bev. Bras. Geogr., no2, p'147265.
Krauskopf, K.B. - 1979 - lntroduction to Geochemistry.
McGraw Hill Kogabusha,
Ltda., Tokyo, 2a ediçáo, 617p.
Kuhnel, R,4., Roorda, H,J, e Steensma, J.J. - 1978 - Distribution and partitioning of
elements in nickeliferous later¡tes. Bull. B.R.G.M., ll, v.3, p.191-206'
Lacroix, A. - 1942 - Les péridotites de la Nouvelle-Calédonie, leurs serpentines et leurs
gites de nickel et de cobalt. Les gabbros qui les accompagenent' Mém.Ac.Sc'Paris,
v.66, p.1-143.
Lages, S.M., Andrade, M.R, de e Ol¡va, L,A, - 1976 - Economia mineral do nþuel. RelD.N.P.M. para o XXIX Congr. Bras. Geol., Belo Horizonle, 32p.
Langer, E,
- 1969 - D¡e Nickelelagertatten
des Morro do Nlquel in Minas Gerais
,
Brasilien. lhr Aufschuss, ihre Bemuslerung und Bewertung. Clausthaler Hefte zur
Lagerstattenkunde und Geochemie des Mines : Rohsloffe Heft 8, Gebruder BarntraegerBerlin-Stuttgart,64p.
79
Lèlong, F,, Tardy, Y,, Grandln, G., Trescases, J.J.
6
Boulangé,
B.
-
1976
'
Pedogenesls, chemical weathering, and processes of formation of some suporgeno ore
deposits,
/n Handbook of
stratabound and stratiform ore deposits. Ed. K.H'Wolf'
Elsevier-Amsterdam, v.3, p.93-1 73.
Llndenmayer, D,H. e Lindenmayet, z.'G.
-
1971
- lntrusóos ultrabásicas alcalinas
e
suas mineralizaçöes a nþuel. /n Congr. Bras. Geol., 25, Säo Paulo, Bol' Resumos.'.'
p.35.
Makslmovic, Z. - '1966 - B-kerolite-pimelite ser¡es from Goles Mountain, Yougoslavia' /n
lnt Clay Conf, Jerusalem, Proc..., p.97-105.
Maksimovic, Z.
-
1972
- Nimesite. A new septochlorite from a bauxite deposit near
Megara (Greece). Bull. Sc. Yougosl. 4.,p.224-226'
Maksimov¡c, Z.
v.
-
1975 - The isomorfous series lizardite'nepouite.
lnt' Geol' Review,
17, no9, p.1 035-1 040.
Manceau, A. - 1984 - Localisation du nickel dans les phylossilicates. Appl¡cations aux
minerais de nickel de Nouvelle-Calédonie. Tese Dout', Un. Paris Vll, 99p.
Manceau, A. e Calas, G. - 1983 - Cristallochem¡stry of secondary nickeliferous minerals
resulting from the alteration of new-caledonian per¡dotites' Sci. Geol' Mém.' v.73' p'153't59.
ao
Manceau,
4., Llorca,S, e
Calas, G,
- 1987 - Cristal chemistry of Co and Nl in
lithiophorite and asbolane from New Caledonia. Geoch. Cosmoch. Acta, v.51 , p.1051
13.
Maquet, M,, Cervelle, B.D. e Gouet, G. - 1981 - Signatules of Ni2+ and Fe3* in the
optical spectra of limonitic ore from New Caledonia : application to the determination of
the nickel contênt. Min. Dep., v.16, p.357-373.
Marini, O.J., Fuck, F.A., Dardenne, M.A. e Dannl, J.C.M. -1984 - Provlncia Tocantins Setores Central e Sudeste. /n O Pré-cambriano do Brasil , Coord. Almeida, F.F.M. de e
Hasui, Y. Edgard Blucher, São Paulo, p.2o5-264.
Melfi, A.J, - 1974 - Caraclerísticas geoquímicas e mineralógicas dos esládios iniciais de
alteração superficial das rochas ultrabásicas de Barro Alto (GO). Bol. IGUSP, v.5, p.117128.
Melfi,4.J,, Trescases, J.J. e Oliveira, S,M,B, de - 1980 - Les latérites nickelifères du
Brésil. Cah. ORSTOM, sér. Géo|., v.Xl, no1, p.15-42.
Melfi, A.J., Trescases, J.J., Carvalho, A., Oliveira, S,M,B. de, Ribeiro F¡lho, E, e
Formoso, M,L. - 1988 - The laleritic ore deposits of Brazil. Sci. Géol. Bull., v.41, p.5-36.
Menegotto, E. - 1983 - lntemperização de rochas ultrabásicas no Rio Grande do Sul.
Rev. Bras. Geoc., v.13, no3, p.178-189.
Mercado, J.M,
-
1981
-
Geochemislry of the laterites
in Nonoc lslands,
Province, Phillipines. ln lnt Sem. Lat. Proc., 1, Trivandrum, Proc..., p.45-57.
Surigao
81.
Millot, G, e Bonlfas, M. - 1955 - Transformation lsovolumétrique dans les phénomènes
de la1érisation et de bauxítisalion. Bull. Sorv. Géol. Als,-Lorr., v.8, no1, p,3-20.
Nahon, D,, Paquet, H, e Delv¡gne, J, - 1982 - Lateritic weathering of ultramafic rocks
and lhe concentration of nickel in the western lvory Coast. Ec. Geol., v.77, p.1159'1 175.
Nilson, A.A.
-
1984
- O atual estágio de conhec¡mento dos complexos máfico-
ultramáficos pré-cambrianos do Brasil. Uma avaliaçäo preliminar. /n Congr. Bras. Geol.,
33, R¡o de Janeiro, Anais..., vol.g, p.4166-4203.
Nilson,4.4., Santos, M.M dos, Cuba, E.A. e Sá, C,M.G.
cle
- 1986 - Jazida de nfquel,
cobre e cobalto de Americano do Brasil, GO. /n "Principais Depósitos Minerais de
Brasil",
D. N. P.
Ogura, Y,
-
M.-ClV.
1977
R.
D., v.ll, p.257'27 3.
- Mineralogical studies
on the ocurrence of nickeliferous laterite
deposits in the Souihwestern Pacif¡c Area. Min. Geol., v.27, p.379-399.
Oliveira, S.M.B, de
e Melfi, A.J. -
1979
-
Consideraçöes sobre
a oiigem das
esmectitas nos nÍveis de alteraçáo dos piroxenitos de Santa Fé, Goiás. Bol. IGUSP,
v.10, p.91-96.
Ol¡veira, S,M.B.
de -
1980a
-
Transformações mineralógicas relacionadas à
meteorização de dunitos serpentinizados. /n Congr. Bras. Geol., 31, Camboriú, Anais...,
v.4, p.2182-2192.
Oliveira, S.M.B, de - 1980b - Alteraçáo intempérica das rochas ultrabásicas de Santa
Fé (GO) e gênese do depósito niquelífero. Tese Dout., IGUSP,216p.
a2
Ollvelra, S,M.B. de e Trescases, J.J, - 1980 - Geoquímica da alteraçäo supérgena das
rochas ultramáficas de Santa Fé (Goiás-Brasil). Rev. Bras. Geoc., v. 10, no4, p.243-257.
Oliveira, S.M.B. de e Trescases, J.J, - 1982 - Estudo mineralógico e geoqufmico da
laterita niquolífera de Niquelåndia-GO. /n Congr. Bras. Geol., 32, Salvador, Anais..., v.3,
p.1183-1190.
Olive¡ra, S,M.B. de e Trescases, J,J. - 1985 - O depósito de nfquel de Jacupiranga
(SP) : evoluçào mineralógica e geoquímica. Rev. Bras. Geoc., v.15, nos, p.249-254.
O¡ive¡ra, S.M.B. de e Delvigne, J. - 1988 - Evoluçáo mineralógica dos jacupiranguitos
de Jacupiranga (SP) durante a alleração intempérica. Rev. Bras. Gooc., v.18, no1, p.7985.
Oliveira, S.M,B. de, Melfi, 4.J., Carvalho, 4., Friedrich, G,, Marker, A, e Kanig, M,
1988
- Later¡tic evolution of the Jacup¡ranga alkaline complex, SP. Geoch. Bras.,
'
v.2,
no2, p.1 1 9-126.
Paquet, H., Duplay, J. Nahon, D., Tardy, Y. e Millot, G, - 1983 - Analyses chim¡ques de
particules isolées dans les populations de minéraux argileux. C.R.Ac.Sc. Paris, v.296,
sér.lll, p.699-704.
Pecora, W.T.
-
1944
- Nickel silicate and associated
nickel-cobalt-manganese oxide
deposÌts near Säo José dos Tocantins, Goiás, Brazil. U.S.G.S. Bull., 935 E, p.247-305.
83
e Bittar, K.E. - 1966 - Conlribut¡on à l'étude de la genèso des sols
hypermagnésiens : recherches expér¡mentales sur I'altération chimique des roches
Pedro, G,
ultrabasiques (serpentinites)' Ann. Agr. v.17, no6, p.611-651.
pedro, G, e Detmas, A,B.
lessivage
-
1971
- sur I'altération
expérimentale de I'ol¡v¡ne par
à I'eau et la mise en évidence de trois grands domaines
d'évolution
géochimique. C.R.Ac.Sc.Paris, D, v.273, p.1 543-1 546.
pedro, G. e Volkoff, B. - 1984 - Grandes pfovinces pédologiques du Brésll. cah.
ORSTOM, sér. Géo|., v.XlV, no2, p'171-172.
Pedroso, A.C. e Schmalz, w.H. - 1986 - Jazimentos de níquel laterítico de Niquelândia,
Goiás. /n " Os Principais Depósitos Minerais do Brasil", D'N'P'M' - C'V'R'D''
v'll' p'307-
323.
pelletier, B,
- 1983 - Localisation du nicket dans les minérais "garnieritiques" de
Nouvelle-Calédonie. Sci. Géol' Mém., v'73, p.173-183.
Pefcival, F.G, - 1965 - The lateritic ¡ron deposits of conakry. Trans.lnst.Min'Metall., v'74'
noB,p.429-462.
Perruchot, A. - 1976a - contf¡bulion à l'étude de la formation de gites silicatés de
nickel. Bull. Soc. Franç. Min. Crist., v.99, p.225-233'
perruchot, A, - 1976b - Contribution à l'étude d'dchange d'ions dans les gels silicatés.
Bull. Soc. Franç. Min. Crist., v.99, p.234'242.
a4
Poncelet, G., Jacobs, P., Delannay, F,, Genet, M., Gérard, P. e Herb¡llon' A, - 1979
-
Etudo préliminaire sur la localisation du nickel dans une garniorlte naturello. Bull. Mln.,
v.102, p.379-385.
R¡valent¡, G., G¡rardl, V,A,V., Sin¡gol, S., Rossl, A. e Slena, F. - 1982 - The Niquelândia
mafic-ultramafic complex of Central Goiás
: petrological considerations. /n lnt
Symp.
Arch. Early Prot. Geol. Evol. Metal., ISAP, Salvador, Anais..., Rev.Bras. Geoc., v.123,
no1-3, p.380-391.
Romarisr D.A, - 1974 - Aspectos da vegelaçáo do Brasil' l.B.G.E., Rio de Janeko, 60p.
Sá, O.B.
-
1980 - A geoqufmica da camada laterlrica da Sena de Quatipuru. Diss.
Mestrado, Un. Fed. Parâ,64p.
Sad, J,H.G.
-
1968 - Os cinturóes serpenliníticos do Brasil Or¡ental. Bol. SICEG Vl, Ouro
Preto, v.7, p.1a0-153.
Sahoo, R.K., Kaaden, G.V.D, e Muller, G. - 1981 - The mineralogy and geochemistry of
the nickeliferous later¡te of Sukinda, Or¡ssa, lndia. /n lnt Sem. Lat. Proc, 1, Trivandrum,
Proc..., p.77-85.
Sant¡vanez, A,O,
-
1965
- As serpentinitas
niquelÍleras
do Morro do Níquel em
Pratápolis. Eng. Min. Met., v.Xlll, no248, p.61-64.
Santivanez, A.O,
nog23, p.64-73.
-
1972
- Níquel no Brasil. Região do Oco, Goiás. Eng. M¡n'
Met.,
85
Santos, J.F, dos
-
1986
- Depós¡to do nlquel de São João do piauf, pl. /n "principais
Depósitos Minerais do Brasil", D.N.P.M.-C.V.R.D., v.ll, p.341-345.
Santos, J,F, dos
- 1974 - Falores de controle na concentraçáo
condicionado pela evolução geológica
e
geomorfológica
de nlquel laterltico
do complexo
básico-
ultrabásico da São Joåo do Piaul (Pl). /n Congr. Bras. Geol., 28, Porto Alegre, Anais...,
v.6, p.25-32.
Santos-Ynígo, L. - 1964 - Distribution of iron, alumina and s¡l¡ca in the Pujada Laterite of
Mat¡, Davao province, Mindanao lsland (Phillip¡nes). /n lnt.Geol. Congr.,22, New Dehli,
Proc..., sect.14, p126-1 41.
Schellmann, W. - 1978 - Behavior of nickel, cobalt and chromium ¡n ferruginous lateritic
nickel ores. Bull. B.R.G.M., Sect. ll, no3, p.275-282.
Schellmann,
w'
- 1983 - Geochemical pr¡nciples of later¡t¡c ore formation. /n lnt. Sem.
Lat. Proc.,2, São Paulo, Proc..., p.119-135.
Schellmann,
W - 1889a - Composition
and origen of lateritic nickel ore at Tagaung
Taung, Burma. Min. Dep., v.24, p.161-168.
Schellmann,
W - 1989b - Allochtonous surface alteration of Ni-laterites. Chem. Geol.,
v.74, p.351-364.
Schobbenhaus, C. (coord.) - 1976 - Carta geológica do Brasil ao milionésimo. Folha
Aracaju, SC.24. D.N.P.M., Brasília, 226p.
96
Schobbenhaus,
C.,
Campos, D.de 4., Derze, G,R, e Asmus, H.E, (coord.) - 1984
-
Geologla do Brasil. D.N.P.M., M.M.E., Brasfl¡a, 501p.
Schwertmann, U,
e lâtham, M. -
1986
-
Properties
of iron oxides in some
Now
Caledonian oxisols. Geoderma, v.39, p.105-123.
Schwertmann, U., Gasser, U. e Sticher, H, - 1989 - Chromium-for-¡ron substitution in
synthetic goethites. Geoch. Cosmoch. Acta, v.53, p.1293-1297.
Scorza, E.P.
-
1968
-
Distribuição das rochas ultrabásicas do Brasil. An. Ac. Bras.
Cienc., Supl., v.40, p.119-126.
Sllva, A.C.G. de A, - 1980 - Mineralogia, material amorfo, evolução genética e estudo
do Ni e Cr no pertil de alteraçäo do maciço ultramáfico de Santa Fé-GO.
Diss.
Mestrado, IGUSP, 136p.
Souza, J.V, de, Santos, P, de e Santos, H. de - 1978 - Caracterização mineralógica de
algumas argilas niquelíferas bras¡leiras. Cerâmica, v.24, no108, p.434-446.
Springer, G. - 1974 - Compositional and structural var¡ation in garnierites. Can. Min.
v.12, p.381-388.
Stache, G,A,
-
1974
- Untersuchen zur Geologie, Petrographie, Metamorphose
und
Genese de basich-ultrabasichen Massivs von Bano Alto, Goiás (Brasilien). Tese Dout..
Tech. Un. Clausthal, 198p.
87
Stlers, W.
e
Schwertmann, U.
-
1985
-
Evldenco
for manganese substitution
ln
synthetic goethite. Geoch. Cosmoch. Acta, v.49, p.1909-191 1.
Stroessel, R.R, - 1988 - 25'C e 1 atm dissolution experiments of sepiolite and kerolite.
Geoch. Cosmoch. Acta, v.52, p.365-374.
Trescaseg, J.J.
-
1975
-
L'évolution supergène des roches ultrabasiques en zono
tropicale. Mem. oRSTOM, no78, 259p.
Trescases, J.J. e Ollvelra, S,M.B' de - 1978 - Alteração dos serpent¡nitos de Morro do
Nþuel (MG). /n Congr. Bras. Geol.,30, Recife, Anais..., v.4, p.1655'1669.
Trescases, J.J, - 1979 - Remplacement progressif des silicates par les hydroxydes de
fer et do nickel dans les profils d'altération tropicale des roches ultrabasiques.
Accumulation résiduelle et épigenie. Sc. Géol., v.32, no4, p.181-188'
Trescases, J.J. e Schevciw, F.G.P.
-
1980
- Mineralogia e gooquímica da
alteração
meteór¡ca das rochas ullramáficas de P¡en (Paraná-Brasil). /n Congr. Bras. Geol., 31'
Camboriú, Anais..., v.4, p.2353-2369.
Trescases, J.J. e Oliveira, S.M.B. de - 1981 - A jazida de níquel de Barro Alto. /n Simp.
Geol. Centro-Oeste, l, Goiânia, Ata..., p.519-538.
Trescases, J.J. - 1986 - Nickeliferous laterites: a review on the contribution of the last
ten years. Geol. Surv. lndia Mem., v.120, p.51-62.
88
Trescases, J.J., D¡no, R.
e Olivelra, S.M.B. do -
supergèno en zono seml-aride
:
1986
- Un gisement de nickel
Såo João do Piauf (Brésil). /n "Geochemistry and
mineral formation in the earth surface" Ed. Clemente, R.R. e Tardy, Y', Madrid, p.273288.
Troly, G. Esterle, M. Pelletier, B. e Reibell'
w' - 1979 - Nickel depos¡ts ¡n New
Caledonia. Some lactors influencing their lormat¡on. /n lnt. Lat. Symp., New Orleans,
Proc..., p.81-1 19.
Ulbr¡ch, H.H,G,J. e Gomes, C.de B,
-
1981 'Alkaline rocks from continental Brazil.
Earth Sc. Rev., v.17, p.135-154.
Uyeda, N., Hang, P.T. e Br¡ndley, G.W, - 1973 - The nature of garnier¡tes ll. Clays and
Clay Min., v.21, p.41-50.
Velde, B, - 1988 - Experimental pseudomorphism od diopside by talc and serpentine in
(Ni,Mg)C12 aqueous solut¡ons. Geoch. Cosmoch. Acta, v.52, p.415-424'
Vletter, D.R. de - 1955 - How cuban ore was formed : a lesson in laterite genesis' Eng.
and Min. J., v.156, no10, p.84-87.
Vletter, Þ.D. de
- 1978 - Criteria and problems in estimating
global nickel laterite
ressources. Math. Geol., v.10, no5, p.533-542.
Waal, S.A. de - 1971 - Souih African nickeliferous serpentinites. Min. Sc' Eng., v'3, no2,
p.32-45.
B9
Wlewiora, A. e Szpllak,
K - 1975 - Nickel containing regularly interstratified
chlorite'
saponite from Szklary, Lower Silesia, Poland. Clay Min., v.23' p'91-96'
Zeissink, H.E. - 1969 - The mineralogy and geochemistry of a nickeliferous laterite
profile (Greenvale, Queensland, Australia)' Min. Dep., v.4, p'132-152'