La Capataza

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Atahualpa Yupanqui

La capataza

EDICIONES CINCO
Diseño de tapa: Manuel A m i g o

0 1992, Ediciones Cinco


Florida 165, 5' piso, of. 505
Buenos Aires, Argentina

Queda hecho el depósito que marca la ley 11.723

ISBN: 950-9693-28-6

Editado e impreso en la A r g e n t i n a
Esta reunión de asuntos criollos los dedico
a la memoria de mi esposa Paula Antonieta
Pepin Fitzpatrick de Chavero, fallecida en
Buenos Aires, el 14 de noviembre de 1990.
Creo cumplir así con mi homenaje a su muy
vasta cultura, a su alta autoridad musical
como pianista y a su profundo sentido de la
dignidad humana. Siempre será inolvidable
para mí su forma de entregar los preludios de
Juan Sebastián Bach. ¡Oh, Nenette!

H. Roberto Chavero
Abril de 1992
Presentación

Editar en Argentina parte de la obra de don Atahualpa


Yupanqui es recuperar mucho del alma de América. Estos
escritos suyos nos acercan un modo de hacer y entender su
historia.
Cada fragmento de escritura es parte de un texto mayor
perfilado en formas a la vez únicas e irrepetibles, pero al
mismo tiempo con la plenitud de voces e historias que lo
sustentan. Escritura de lentas geografías (escritura íntima,
la de un hombre mayor) que auna la de los lugares por los que
aprendió a decir y construir melodías poderosas.
El hombre que ha sabido caminar por dentro nuestro
continente logró ir armando en versos y prosas no sólo la vida
de su pueblo sino que también entrega la compleja producción
de un artista que no ha sido ni es indiferente al sentimiento
por la tierra que ama. Genuina esencia la de dejar constancia
del pensamiento, posible herramienta de conocimiento de
parte central de nuestras culturas, desde la mirada profunda
de un poeta que no olvida que sus ojos desandaron miles de
caminos para reunirlos desde este presente.
La ordenación de los temas que contiene el nuevo libro de
este "cantor de cosas olvidadas"-como él mismo se define- no
es cronológica ni espacial. Refleja la continuidad de una
producción permanente (como esos ríos subterráneos que
nutriendo el suelo afloran donde menos se los espera) y que
llega hasta hoy, como indicadora de su lúcida toma de
posición ante lo que pasa en el mundo.
No es frecuente tarea la de un músico de la talla de
Atahualpa Yupanqui: dar a conocer no sólo los arraigos de la
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palabra sino también las certidumbres de esa trama -no sólo
el lenguaje- por la que hombres y mujeres aprenden a "mi-
rarse en su propia sombra".
LA CAPATAZA no pretende ser una antología, tampoco
una selección de poesía y textos sobre "un asunto" (si bien los
asuntos de don Ata son los del hombre herido por la llama de
ese misterio que es el arte). En este libro hay sí una unidad-
eje que lo articula y le da fuerza: la del poeta recuperando
historias, interpretando la natural armonía de nuestros
paisajes, el dolor de las injustas conquistas a las que fueron
sometidos los pueblos de América. Si bien campea el dolor, la
ternura no está ausente. Habilita puentes para que los tran—
sitemos: ya se trate de las piedras de Toledo, del horror de
Hiroshima, de Gabriel Condorcanqui despojado de sus tie-
rras. Aún cuando distantes en el tiempo y la distancia nos
acercan a los grandes temas que configuran esta realidad
compleja de la que somos producto. Puentes sólidos que el
testimonio escrito construye para posibilitar que recuperemos
del olvido y la desvalorización nuestra memoria americana.
Dar a conocer las reflexiones que la experiencia y los
sentimientos le dictan es casi una obligada responsabilidad
de quienes confiamos en que la obra de Atahualpa Yupanqui
contribuye a elevar el conocimiento y la identidad americana
en estos tiempos de búsquedas y de definiciones.
Alguien que ha compartido la simultaneidad de grandes
acontecimientos históricos al mismo tiempo sigue siendo
hombre del presente. Continúan involucrándolo los hechos
cotidianos. Por eso sus reflexiones nos acercan al futuro con
la certeza de que lo construimos como él, viviendo día a día
junto a otros.
La palabra de un hombre que tiene a la libertad como otro
de sus horizontes más tenaces elige a la luna libre de atadu-

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ras. Capataza vigilante, sorprendida en sus quehaceres,
recibe de este argentino un mandato sutil -tal vez enamo-
rado-: cuidarle lo que ama y lo que deja. Hacemos nuestra la
responsabilidad asumiendo con admirado respeto su deci-
sión.

Josefina R a c e d o
Abril de 1992

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La capataza

De pie en la n o c h e , como un árbol solo,


e s p e r á n d o t e estoy, l u n a del cielo.
P o r q u e quiero n o m b r a r t e c a p a t a z a
de todo lo que amo y lo que dejo.

Te i n v e s t i r á s de t o d o s los p o d e r e s
a m á s de tu e j e m p l a r s a b i d u r í a .
Y cuidarás haciendas, campos, montes,
s e n d e r o s , r a n c h o , río y l e j a n í a s .

Que c u e l g u e n los espejos de tu r o n d a


sobre los m a t o s y el t u s c a l c u m b r e ñ o s ,
a la h o r a en que el p a s o de los p u m a s
d e s a t a en el corral t o d o s los m i e d o s .

E s p e r á n d o t e estoy, m i c a p a t a z a .
C e n t i n e l a sin par. ¡Mi l u n a g a u c h a !
P a r a que b u s q u e s l a canción p e r d i d a ,
la que n u n c a c a n t é bajo los t a l a s .

Te e n s e ñ a r é los n i d o s de z o r z a l e s ,
y el p e q u e ñ o r u m - d u m a n o c h e c i d o ,
que se l l e n a de a r p e g i o s y t e m b l o r e s
c u a n d o b r o t a en los p a s t o s el rocío.

C a p a t a z a , me voy. Ya me despido.
Salgo a b u s c a r v i d a l a s al sendero.
¡Tú le d i r á s las cosas que me callo
a todo lo que amo y lo que dejo... !

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América
y la t i e r r a
El sueño

H a c e u n t i e m p o m e a c o m e t i ó como u n a p e s a d i l l a , u n
s u e ñ o . R e c u e r d o s i e m p r e mis s u e ñ o s : tal vez es la ú n i c a
m e m o r i a que me a s i s t e con orgullo, con m i e d o , con s e n s a c i ó n
fuerte de vida.
Soñé que vivía en los c o m i e n z o s de hace q u i n i e n t o s a ñ o s .
S o ñ é que m o r í a como cinco v e c e s , volvía a r e s u c i t a r , volvía a
m o r i r en ese sueño. El v i e n t o de la sierra p a s a b a como
s i l b a n d o e n t r e las a r r u g a s de mi cara, el v i e n t o frío me
e s p e r a b a cerca de las l o m a s a l t a s . Y esto me h a c í a sonreír, me
d i v e r t í a p o r q u e p a r e c í a que mis d i e n t e s a p r e t a b a n acuyicos
de v i e n t o .
Y yo s e g u í a c a m i n a n d o sobre mi u n i v e r s o , en mi t i e m p o .
Mi u n i v e r s o de p i e d r a . R e s p i r a n d o con firmeza. M i r a n d o allí
cerca, m i r a n d o allá lejos, y muy lejos, como se debe m i r a r . El
m a í z e s t r e n a b a v e r d e s n u e v o s . Y cada p l a n t a era como un
m u c h a c h i t o que a p r e n d í a a b a i l a r con g r a t i t u d p a r a el sol,
p a r a e l aire, p a r a l a b u e n a t i e r r a , m i e n t r a s d e s c u b r í a otros
h o r i z o n t e s e n este m u n d o .
En la media tarde, conversábamos entre paisas, sentados
en las p i e d r a s , o en el suelo, en la p u r a t i e r r a . A l g u n o con u n a
r a m i t a seca dibujaba un c o r r a l , lo b o r r a b a ; dibujaba un
animal, un huanaco, una vicuña, lo borraba. H a b l á b a m o s ,
c l a r o , en n u e s t r a l e n g u a con los p a i s a s , en la l e n g u a del T a i t a
M a y o r : e n q u e c h u a . P a r a decir las p a l a b r a s m á s a n t i g u a s
que c o n o c e m o s , y h a b l a r lo j u s t o de las c o s a s , en el j u s t o
m o m e n t o en que se p i e n s a , se s i e n t e , se vive.
C o n v e r s á b a m o s m i r a n d o l a t i e r r a , p o r q u e d e l a t i e r r a nos
llega la m e m o r i a de las p a l a b r a s , la s e r i e d a d de las r a z o n e s .

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Allá en la bajada, entre la p i e d r a y el río, como u n a p i e d r a
m á s , la casa. Así eran las cosas s i e m p r e , y p a r e c í a que así
s i e m p r e serían.

Un día, no s a b e m o s de d ó n d e , l l e g a r o n g e n t e s de m u c h o
m a n d o y g r a n d e s v o c e s , diciendo cosas que n o s o t r o s no
comprendíamos; tenían armas poderosas, desconocidas, y
las u s a b a n c o n t r a los p a i s a s . M i r a m o s al sol, p r e g u n t a m o s al
T a t a I n t i , pero no h u b o t i e m p o de oír u n a r e s p u e s t a . Ni un
solo m o m e n t o p a r a el adiós entre los p a i s a s . U n a o s c u r a n u b e
nos b o r r a b a el color de n u e s t r o s p o n c h o s .
N o s t u m b a r o n . En cada r e s u e l l o se nos iba la s a n g r e , la
vida, y la t i e r r a nos fue t a p a n d o la boca. N u e s t r a t i e r r a , la
que nos dio el m a í z , la que nos dio la a r e n a , los c o l o r e s , la que
h a c í a crecer a la p l a n t a , al río, al h o m b r e . La que nos dio
c a m i n o s , d i s t a n c i a s , s u e ñ o s . E s a m i s m a t i e r r a nos fue ta-
p a n d o los ojos y la boca. Bajo la t i e r r a q u e d a m o s con la
s o n r i s a y las p a l a b r a s a n t i g u a s ; bajo la t i e r r a se d u r m i e r o n
n u e s t r o s ojos y el a l i e n t o y la m e m o r i a de t o d o s los c a m i n o s .
N u e s t r a s m a n o s fuertes, m a n o s de c a r n e , cobre, sol y
v i e n t o , h e r m a n a s de la flor y la semilla, h e r m a n a s de la l a n z a
y de la flecha, d u r a s como la p i e d r a del h o n d e r o , t i e r n a s como
el y a r a v í de las q u e n a s , c u i d a d o r a s de ovejas y l l a m a s ,
n u e s t r a s m a n o s y a n o fueron n u e s t r a s m a n o s . F u e r o n secas
r a í c e s de un t i e m p o sin r e g r e s o .
Todos los h o r i z o n t e s q u e d a r o n s e p u l t a d o s bajo la a m a d a
t i e r r a n u e s t r a . Todos los p a i s a s nos fuimos c o n v i r t i e n d o de
p r o n t o en un silencio, en un e n o r m e silencio, en un infinito
silencio.

A ñ o s p a s a r o n , siglos p a s a r o n . Se m e z c l a r o n las s a n g r e s y
los t i e m p o s y las l e n g u a s , a lo l a r g o de las c o r d i l l e r a s , de los
b o s q u e s , de las l l a n u r a s , de las p a m p a s . A v e c e s , c u a n d o la

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n o c h e es profunda y azul, no se sabe de d ó n d e , nos llega como
un z u m b o un v i e n t o m i s t e r i o s o que r e c o r r e el espacio infinito
d e l a t i e r r a . U n a e x t r a ñ a voz r e c ó n d i t a p a r e c i e r a c o n v e r s a r
con el v i e n t o u t i l i z a n d o la s a g r a d a l e n g u a a n t i g u a del T a i t a
M a y o r : "Tú h a s de s a b e r l o , h u a y r a , h e r m a n o v i e n t o , sólo tú
h a s de s a b e r l o " .
¿ P o d r á n , quizá, otros p a i s a s y en otros t i e m p o s , q u i t a r n o s
poco a poco la t i e r r a que nos c u b r e , d e v o l v e r n o s la c l a r i d a d de
los ojos y la r i s a del v e r a n o ? La fuerza de n u e s t r a s m a n o s , el
a r o m a del surco s e m b r a d o , el rezo de n u e s t r a flauta, el claro
p e n s a m i e n t o de n u e s t r o s p e q u e ñ o s d i s c u r s o s . Y las m a n o s
con el m i s m o color de g r e d a y c a r n e , de sol y cobre, de fuerza
y viento...
¡Quizá u n día p o d a m o s c a n t a r j u n t o s , t o d o s los p a i s a s
j u n t o s , u s a n d o la s a g r a d a l e n g u a , la que a p r e n d i m o s del
T a i t a M a y o r . . . ! ¿ V o l v e r e m o s un día - ¿ c u á n d o ? ¿ c u á n d o ? - a
ser n o s o t r o s ?

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Palabras de un jefe piel roja

Q u i s i e r a r e c o r d a r u n a r e s p u e s t a m a r a v i l l o s a que u n jefe
piel roja dio a un jefe b l a n c o , p r e s i d e n t e de los E E U U en 1894,
e n W a s h i n g t o n , c u a n d o l e p r o p u s i e r o n c o m p r a r l e u n a ex-
t e n s a t i e r r a a los i n d i o s , y, t a m b i é n , d a r l e s u n a r e s e r v a c i ó n .
La r e s p u e s t a del jefe de Seattle ha sido c o n s i d e r a d a como la
m á s h e r m o s a y profunda d e c l a r a c i ó n sobre el m e d i o ambien¬
te j a m á s h e c h a . E s t o fue lo que dijo el jefe indio:
"¿Cómo se p u e d e v e n d e r o c o m p r a r el cielo, señor, o el calor
de la t i e r r a ? La idea es e x t r a ñ a p a r a n o s o t r o s . Si no p o s e e m o s
la t r a n s p a r e n c i a del aire o el fulgor del a g u a , ¿cómo p u e d e
u s t e d c o m p r a r l a ? C a d a trozo de esta t i e r r a es s a g r a d o p a r a
mi p u e b l o , señor. C a d a centelleo de las agujas de los p i n o s ,
cada g r a n o de a r e n a , cada b r u m a se v e n e r a n en la m e m o r i a
y en la e x p e r i e n c i a de mi p u e b l o .
Por la savia de los árboles fluye la m e m o r i a del h o m b r e
rojo. El h o m b r e b l a n c o olvida sus raíces c u a n d o la m u e r t e lo
lleva a c a m i n a r bajo las e s t r e l l a s . N u e s t r a m u e r t e n u n c a
olvida esta h e r m o s a t i e r r a porque ella es la m a d r e del
h o m b r e . N o s o t r o s somos p a r t e de la tierra y ella es p a r t e de
n o s o t r o s . Las flores p e r f u m a d a s son n u e s t r a s h e r m a n a s . El
ciervo, el c a b a l l o , el águila, son nuestros h e r m a n o s ; las c i m a s
r o c o s a s , el rocío de las p r a d e r a s , el sudor del c a b a l l o , el
h o m b r e m i s m o p e r t e n e c e n a u n a «nl»f»mfliq <a>ñnr De m o d o
que c u a n d o el g r a n jefe de W a s h i n g t o n i n s i n ú a c o m p r a r
n u e s t r a t i e r r a nos está pidiendo d e m a s i a d o .
E l g r a n jefe p r o p o n e r e s e n a r n o s u n h i g a r p a r a que n u e s t r a
p r o p i a v i d a sea m á s confortable, él será nuestro p a d r e y
n o s o t r o s sus hijos, es así como c o n c e b i m o s su p r o p o s i c i ó n .
P e r o ello no será fácil, p o r q u e esta t i e r r a es s a g r a d a p a r a
n o s o t r o s . El a g u a con sus d e s t e l l o s que fluye en los a r r o y o s y
en los ríos no es sólo agua, es la s a n g r e de n u e s t r o s a n c e s t r o s .
Si n o s o t r o s le v e n d e m o s n u e s t r a t i e r r a , señor, u s t e d no
debe o l v i d a r que ella es s a g r a d a . U s t e d debe e n s e ñ a r a sus
n i ñ o s que ella es s a g r a d a y cada reflejo e s p e c t r a l en el a g u a
d i á f a n a de los lagos va c o n t a n d o los a c o n t e c i m i e n t o s y las
m e m o r i a s de la v i d a de mi g e n t e . El a r r u l l o del a g u a es la voz
del p a d r e de mi p a d r e ; los ríos son n u e s t r o s h e r m a n o s . Ellos
a p a g a n n u e s t r a sed, a p o r t a n n u e s t r a s c a n o a s , a l i m e n t a n a
n u e s t r o s hijos.
S i n o s o t r o s l e v e n d e m o s n u e s t r a t i e r r a u s t e d debe r e c o r d a r
y e n s e ñ a r a sus n i ñ o s que los ríos son n u e s t r o s h e r m a n o s y
que t a m b i é n lo son de ellos y deben c o m p r o m e t e r s e a ser t a n
g e n e r o s o s con los ríos como lo son con c u a l q u i e r a de sus
hermanos.
N o s o t r o s s a b e m o s que el h o m b r e b l a n c o no e n t i e n d e n u e s t r a
m a n e r a de ser, p a r a él u n a porción de t i e r r a es igual a otra
porción. El es un e x t r a ñ o que llega de n o c h e y e x t r a e de la
t i e r r a todo lo que n e c e s i t a . La t i e r r a no es su h e r m a n a : es su
e n e m i g a , y c u a n d o ha llegado a c o n q u i s t a r l a , la a b a n d o n a . El
deja a t r á s la t u m b a de su p a d r e sin r e m o r d i m i e n t o s , él olvida
que la t i e r r r a p e r t e n e c e t a m b i é n a sus hijos. T a n t o la t u m b a
de su p a d r e como los d e r e c h o s de sus hijos no son r e s p e t a d o s ,
señor.
El t r a t a a su m a d r e , a su h e r m a n a , al cielo, como cosas que
p u e d e n ser c o m p r a d a s , s a q u e a d a s tal vez, v e n d i d a s cual
ovejas o c u e n t a s b r i l l a n t e s . Su a p e t i t o d e v o r a r á la t i e r r a
t o d a , dejando t r a s sí s o l a m e n t e un e n o r m e d e s i e r t o .
Yo no sé, señor. N u e s t r o s p e n s a m i e n t o s son d i f e r e n t e s de
v u e s t r o s p e n s a m i e n t o s . E l aspecto d e v u e s t r a s c i u d a d e s
h i e r e los ojos del h o m b r e piel roja. ¿ Q u i z á s ello se debe a que
el h o m b r e piel roja es un salvaje y no e n t i e n d e ?

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No hay sitios a p a c i b l e s en las c i u d a d e s del h o m b r e b l a n c o ,
no hay dónde se p u e d a e s c u c h a r el d e s p l i e g u e de los b r o t e s
p r i m a v e r a l e s o el s u s u r r o de las alas de los i n s e c t o s . Allá
dicen que soy un salvaje y no e n t i e n d o . Quizá sea por eso. Allá
sólo el fragor p a r e c e a g r e d i r los oídos y ¿qué s e n t i d o t i e n e la
v i d a si el h o m b r e no p u e d e e s c u c h a r el n o s t á l g i c o grito de la
g a l l i n a en la noche? ¿o los a r g u m e n t o s n o c t u r n o s de las r a n a s
en las c h a r c a s ?
Yo soy un piel roja y no lo e n t i e n d o , señor. El indio prefiere
el n u e v o silbido del v i e n t o que roza la superficie de las a g u a s ;
lo s u a v e , la fragancia del v i e n t o . El v i e n t o m i s m o p u r i f i c a d o
por la lluvia o i m p r e g n a d o con el perfume del p i ñ o n e r o . El
aire es un t e s o r o p a r a el piel roja p o r q u e t o d a s las cosas
c o m p a r t e n un m i s m o a l i e n t o : la b e s t i a , el árbol, el h o m b r e ,
t o d o s c o m p a r t e n el m i s m o a l i e n t o . El h o m b r e b l a n c o no
p a r e c e d a r s e c u e n t a del aire que r e s p i r a . Es como un h o m b r e
i n s e n s i b l e al dolor d u r a n t e u n a l a r g a agonía.
S i v e n d e m o s n u e s t r a t i e r r a , señor, u s t e d debe r e c o r d a r
que el aire es muy p r e c i a d o p a r a n o s o t r o s , que el aire
c o m p a r t e su e s p í r i t u con t o d a s las v i d a s que ha m a n t e n i d o .
El v i e n t o en el que el p a d r e de mi p a d r e fundió su p r i m e r
a l i e n t o recogió t a m b i é n su p o s t r e r suspiro y si n o s o t r o s le
v e n d e m o s n u e s t r a t i e r r a , u s t e d debe p r e s e r v a r eso que y a e s
s a g r a d o como u n l u g a r donde h a s t a e l h o m b r e b l a n c o p u e d a
l l e g a r a s a b o r e a r el v i e n t o e n d u l z a d o , muy e n d u l z a d o por las
flores del c a m p o .
Sólo así n o s o t r o s c o n s i d e r a r í a m o s su p e t i c i ó n de c o m p r a r
n u e s t r a t i e r r a . Si d e c i d i é r a m o s a c e p t a r l a , lo h a r í a m o s bajo
u n a condición: el h o m b r e b l a n c o debe t r a t a r a las b e s t i a s de
esta t i e r r a como sus h e r m a n o s . Como salvaje yo t e n g o u n a
sola m a n e r a de e n t e n d e r . He visto m i l e s de búfalos
p u d r i é n d o s e en las p r a d e r a s , señor, b a l e a d o s por los h o m b r e s
b l a n c o s d e s d e un t r e n en m a r c h a . Yo soy un salvaje y no

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e n t i e n d o cómo u n a p e r s o n a d e s d e u n t r e n p u e d e ser m á s
i m p o r t a n t e que un búfalo en la p r a d e r a . N o s o t r o s los sacri¬
ficamos sólo p a r a sobrevivir c u a n d o rio hay otra cosa que
comer. ¿Qué sería del h o m b r e sin las b e s t i a s ? Si ellas d e s a -
p a r e c i e r a n , el h o m b r e m o r i r í a de n o s t a l g i a ; c u a l q u i e r cosa
que le o c u r r a a las b e s t i a s p r o n t o le o c u r r i r á t a m b i é n al
h o m b r e . T o d a s las cosas e s t á n r e l a c i o n a d a s , señor.
U s t e d debe e n s e ñ a r a su hijos que la t i e r r a que p i s a n es la
ceniza de n u e s t r o s a n t e p a s a d o s , así ellos p u e d e n r e s p e t a r .
Dígale a sus n i ñ o s , señor, que la t i e r r a ha sido e n r i q u e c i d a
con las v i d a s de n u e s t r o linaje. E n s é ñ e l e a sus n i ñ o s lo que
n o s o t r o s les h e m o s e n s e ñ a d o a los n u e s t r o s : la t i e r r a es
n u e s t r a m a d r e , c u a l q u i e r cosa que a ella le s u c e d a le sucede
t a m b i é n a los hijos de la t i e r r a . Si el h o m b r e escupe sobre la
t i e r r a , escupe sobre sí m i s m o , señor. E s t o n o s o t r o s lo sabe¬
m o s , la t i e r r a no p e r t e n e c e al h o m b r e . El h o m b r e p e r t e n e c e ,
sí, a la t i e r r a .
E s t o lo s a b e m o s , t o d a s las cosas e s t á n r e l a c i o n a d a s , igual
que lo está u n a familia por su s a n g r e , t o d a s las cosas e s t á n
así c o n e c t a d a s , todo lo que acontece a la t i e r r a a c o n t e c e a los
hijos de la t i e r r a . El h o m b r e no teje la t r a m a de la vida. El es
a p e n a s u n a h e b r a . C u a l q u i e r d a ñ o que le ocasione a la t i e r r a
se lo está h a c i e n d o a sí m i s m o . Aun el h o m b r e b l a n c o cuyo
dios c a m i n a y h a b l a con él como amigo no p u e d e e v i t a r el
destino común.
N o s o t r o s p o d e m o s ser h e r m a n o s a p e s a r de t o d o . No lo
olvide, señor. U n a cosa s a b e m o s , la cual el h o m b r e b l a n c o
p u e d e d e s c u b r i r algún día: n u e s t r o dios es el m i s m o dios.
A h o r a u s t e d e s p u e d e n p e n s a r que é l les p e r t e n e c e t a n t o como
d e s e a n que les p e r t e n e z c a n u e s t r a t i e r r a , pero e s t á n en eso
e q u i v o c a d o s . El es el dios del h o m b r e y su m i s e r i c o r d i a es
igual p a r a el h o m b r e piel roja como p a r a el h o m b r e de piel
b l a n c a . El ama a esta t i e r r a y c u a l q u i e r daño que se le h a g a

23
c o n s t i t u y e u n d e s p r e c i o p a r a e l creador. Los b l a n c o s t a m b i é n
d e s a p a r e c e r á n y p r o b a b l e m e n t e a n t e s de que d e s a p a r e z c a n
o t r a s t r i b u s . E n s u c i a n sus c a s a s y u n a noche se a h o g a r á n en
sus p r o p i o s d e s p e r d i c i o s .
No o b s t a n t e , el b l a n c o al d e s a p a r e c e r b r i l l a r á como lumi¬
n a r i a e n c e n d i d a por el p o d e r del dios que lo trajo a esta t i e r r a
y que con un p r o p ó s i t o especial le dio d o m i n i o sobre ella y
sobre el h o m b r e piel roja. Ese d e s t i n o es un m i s t e r i o p a r a
n o s o t r o s . N u n c a p o d r e m o s concebir por qué los búfalos son
i n ú t i l m e n t e sacrificados, los c a b a l l o s salvajes d o m a d o s , los
r i n c o n e s v í r g e n e s de los b o s q u e s p r o f a n a d o s por aglomera¬
ciones h u m a n a s y el paisaje abierto de las colinas s a t u r a d o ,
m u y s a t u r a d o de cables m e n s a j e r o s . ¿Dónde está el m o n t e
d e s a p a r e c i d o , señor? ¿ D ó n d e está el á g u i l a , señor, extin¬
g u i d a ? ¿El final de la vida, el c o m i e n z o de la s o b r e v i v e n c i a ?
Y a p e s a r de t o d o , señor, p o d e m o s ser h e r m a n o s . "

E s t o que he c o n t a d o es la r e s p u e s t a del jefe piel roja, en


S e a t t l e , en el año 1894, al gran jefe b l a n c o de W a s h i n g t o n ,
p r e s i d e n t e d e los E E U U .

24
A José Gabriel Condorcanqui
allá en el cielo indio

D e s d e mi p a m p a te s a l u d o , c a c i q u e , con t o d a s mis tolde¬


rías d e s p l e g a d a s . A m a n e c e en la t i e r r a del sur, l l a n u r a de
mis a b u e l o s . Es el v i e n t o de la e s p e r a n z a , el sueño alto de los
h o m b r e s l i b r e s , p i n t a n d o a u r o r a s que crecen como bendi¬
ciones sobre los c a m p o s y los p u e b l o s .
E s t e v i e n t o lleva en su vuelo los ecos n u n c a d o r m i d o s de tu
voz, t u s l u c h a s en la sierra e s c a r p a d a , t u s m e d i t a c i o n e s allá
sobre los c u a t r o mil m e t r o s de S u r i m a n a , o en C a c h a , j u n t o
a la p i e d r a del t e m p l o de V i r a c o c h a , luego de oír a los r u n a s
d o l e r s e h a s t a el m a r t i r i o d i c i é n d o t e : ¡Peldaños s o m o s , señor!
¡Sobre n u e s t r o lomo t r e p a n al caballo aquéllos que n u n c a nos
amaron! ¡Ayúdanos, Túpac!
L a r g a ha sido la noche en n u e s t r a A m é r i c a , C o n d o r c a n q u i .
Ha e n g o r d a d o la t i e r r a con la s a n g r e del i n d i o . Todo lo que
b r i l l a , m e n o s la a r m o n í a , se lo h a n r e p a r t i d o los c a p i t a n e s de
la a m b i c i ó n .
Tú c o m p r e n d i s t e desde niño el d r a m a de tu p u e b l o . D e s d e
el colegio p a r a i n d i o s n o b l e s y c a c i q u e s en San F r a n c i s c o de
Borja, d o n d e te f a m i l i a r i z a s t e con las m a t e m á t i c a s , la teolo¬
gía y l l e g a s t e a d o m i n a r el latín, te c a p a c i t a s t e p a r a p e n s a r
con b u e n criterio. Y supiste que el i n v a s o r definió al i d i o m a
q u e c h u a como el l a t í n de A m é r i c a . P e r o les v e n í a de lejos el
t e m o r h a c i a todo lo que fuera el heroico b a t a l l a r de la
i n t e l i g e n c i a al servicio de la l i b e r t a d . Y por t e m o r c u m p l í a n
a b a t i e n d o a los m e j o r e s .
Y e n t r e los m e j o r e s , tú, J o s é Gabriel C o n d o r c a n q u i .

25
P e r o dicen los altos p e n s a n t e s que " n i n g u n a fuerza se pier¬
de" si e m a n a del fondo de u n a conciencia l i m p i a y de un a m o r
sin m e z q u i n d a d e s . No hace m u c h o se c u m p l i e r o n d o s c i e n t o s
años de tu sacrificio, c u a n d o c u a t r o caballos a t a d o s a t u s
b r a z o s y t u s p i e r n a s te e n s a n c h a r o n en l i b e r t a d .
A n t e s de m o r i r , viste a M i c a e l a , tu esposa, p e q u e ñ a , frágil
como un a m a n c a y de o c t u b r e , t a n fina que el cordel del
g a r r o t e vil no p u d o ceñirse en su cuello, y tú, a m a r r a d o e n t r e
dos b a r r a s de h i e r r o , t u v i s t e que c o n t e m p l a r la h o r r i b l e
m u e r t e de tu c o m p a ñ e r a , d e s p e d a z a d a a p u n t a p i é s y a
p e d r a d a s por los siete a s e s i n o s al servicio del "señor corre¬
gidor", A r e c h e , que o b s e r v a b a los h e c h o s a tu l a d o , c r u z a d o s
los b r a z o s , sin h a c e r gesto a l g u n o .
Y l u e g o , por c e n t é s i m a vez, A r e c h e te ha p e d i d o el n o m b r e
de t u s c o l a b o r a d o r e s en la g r a n r e b e l i ó n . Y tú, c o r a z ó n
l a s t i m a d o en los despojos de tu M i c a e l a , m i r a s t e al t i r a n o , y
con voz alta y firme h a s dicho: "Aquí no hay m á s c u l p a b l e s
que tú y yo. Tú, por t i r a n o y opresor. Y yo por q u e r e r l i b e r t a r
a mi p u e b l o , a m i s h e r m a n o s . "
E r a la m a ñ a n a del 18 de m a y o de 1 7 8 1 . E n t r e los p e ñ a s ¬
c a l e s , T ú p a c , a l g u n o s r o s t r o s de b r o n c e y g r a n i t o a s o m a b a n
t r a s los i r o s . E r a n tus r u n a s , los que luego se c o n v e r t i r í a n en
c h a s q u i s h a c i a los c u a t r o r u m b o s de la sierra, n a r r a n d o la
tragedia al T a h u a n t i n s u y u .
D u r o precio p a g a s i e m p r e el a n h e l o de l i b e r t a d en los
h o m b r e s y en los p u e b l o s . G e n t e de tu s a n g r e , como J u a n
B a u t i s t a , Túpac Amaru, padecieron prisión y destierro. Este
J u a n B a u t i s t a , tu h e r m a n o m e n o r , fue llevado a E s p a ñ a
d o n d e p a s ó m á s de c u a r e n t a años en las c á r c e l e s . Y un día,
l i b e r a d o , a p a r e c i ó en este B u e n o s A i r e s de la A r g e n t i n a ,
viejo, v i e j í s i m o , pobre de t o d a s las p o b r e z a s , m a n e j a n d o
l a t i n e s de C a s t i l l a sin h a b e r olvidado el q u e c h u a .
Le escribió a R i v a d a v i a en o c t u b r e de 1822, a p e n a s lle-

26
g a d o . Y el p r e s i d e n t e R i v a d a v i a , a los dos días de r e c i b i r la
c a r t a del i n d i o , le concedió u n a p e n s i ó n de t r e i n t a p e s o s
m e n s u a l e s , "de por vida". Tu h e r m a n o , T ú p a c , en su c a r t a al
p r e s i d e n t e a r g e n t i n o h a b í a citado p a l a b r a s d e San M a r t í n ,
de B e l g r a n o y de G ü e m e s . A n t e s , h a b í a s a l u d a d o desde
C e u t a en u n a b r i l l a n t e noca a Bolívar, que ya a v i z o r a b a el
Chimborazo.
P e r i o d i s t a s y h o m b r e s de l e t r a s de la época h a b l a r o n con
tu h e r m a n o , José G a b r i e l . Y tu sacrificio, n u n c a o l v i d a d o ,
r e a v i v ó tu perfil de l e y e n d a . " N i n g u n a fuerza se p i e r d e . . . " .
Y p a s a r o n los años y los t i e m p o s colgando sus h o r a s en los
m u r o s del d e s t i n o . Y te m u l t i p l i c a s t e y r e v i v i s t e , y se r e p i t i ó
tu h o l o c a u s t o y te r e s u c i t a r o n los soles de A m é r i c a en la
selva, la p a m p a y la m o n t a ñ a , T a t a y C o n d o r c a n q u i .
¡Cuánto rezo por la paz del m u n d o se eleva en estos d í a s ,
m i e n t r a s los f a b r i c a n t e s de g u e r r a s y su grey de t r a f i c a n t e s
de la m u e r t e a c u m u l a n e l e m e n t o s que a c a b a r á n con el
h o m b r e y su familia!
M i r o t u t i e r r a , C o n d o r c a n q u i , s a c u d i d a , r e v u e l t a , confusa,
e n t r e d e r e c h a s e i z q u i e r d a s , entre a v e n t u r e r o s , m a g o s y
e s p e c u l a d o r e s , y p i e n s o en ti, m i e n t r a s v i s l u m b r o la s o m b r a
de tu s o m b r a en el cielo indio, que está d e n t r o de mí. Sé que
los que te a m a m o s d e s d e el h o n d ó n del a l m a a m e r i c a n a
m e s t i z a y u n i v e r s a l no e q u i v o c a r e m o s j a m á s tu p a s i ó n con¬
f u n d i é n d o l a con los m e z q u i n o s p r o p ó s i t o s de los p a r á s i t o s
sociales, i n c a p a c e s del sueño y el r e n u n c i a m i e n t o . N o , T a t a y
C o n d o r c a n q u i . Otra ha sido tu p a s t a , muy otra tu a l t i t u d , tu
d i g n i d a d . Tu m u e r t e ha sido como un r i t u a l de la c o m u n i ó n
e n t r e la t i e r r a y el h o m b r e . C ó s m i c a c o n s u s t a n c i a c i ó n .
Todo t i e m p o es b u e n t i e m p o p a r a orar. Q u i e r o s e n t i r mi
c o r a z ó n en alto r e z a n d o por la paz, por la u n i ó n de los
h o m b r e s , por la c o n s a g r a c i ó n de la a r m o n í a . Tal vez se p u e d a
d e r r o t a r un día a todo lo que envilece y deforma la vida.
Te s a l u d o , T ú p a c , desde mi p a m p a .
27
TÚpac Amaru. Cantata

El sacrificio de T ú p a c A m a r u

E r a n las p r i m e r a s c l a r i d a d e s , p i n t a n d o f a n t a s m a s e n los
r o q u e d a l e s , cerca de Cuzco. H u y e n d o de los v i e n t o s fríos, se
diluía la m a d r u g a d a . E r a la h o r a "en que el c a n t o de los gallos
cava la m i n a del alba."
Sombras de soldados ascendían hacia la meseta, llevando
a J o s é G a b r i e l C o n d o r c a n q u i , el jefe de los c o m u n e r o s de
T i n t a . El T ú p a c A m a r u .
El c a c i q u e de la c o m u n i d a d q u e c h u a , c o r p u l e n t o , de h o n d a
voz v i g o r o s a . El h o m b r e - t i e r r a que decidía por m u c h o s el
a n h e l o de t o d o s : ¡LIBERTAD!
E n t r e las p e ñ a s , p o n c h o s e s c o n d i d o s e s p i a b a n los movi¬
m i e n t o s del opresor.
José G a b r i e l C o n d o r c a n q u i fue s e n t a d o sobre u n a p i e d r a
g r a n d e , j u n t o a un p o s t e donde sería a j u s t i c i a d o , en el
p r o c e d i m i e n t o de "vil g a r r o t e " . U n a c u e r d a sujetaría su
cuello, y el t o r n i q u e t e d a r í a v u e l t a s en m a n o s del v e r d u g o .
C o m e n z ó la ejecución. P e r o la c u e r d a se t r i z ó , quizá
g a s t a d a . M u c h o s años d e s p u é s , e l p o e t a A b r e u G ó m e z t r a n s ¬
c r i b i r í a el c o m e n t a r i o de T ú p a c A m a r u : "¡Hará falta m u c h a
c u e r d a p a r a a h o r c a r a todo un p u e b l o ! " .
F u e e n t o n c e s , y ya el sol r e i n a b a sobre las c u m b r e s ,
c u a n d o José Gabriel fue sujeto con lazos en sus e x t r e m i d a d e s
a c u a t r o c a b a l l o s , cuyos j i n e t e s , a u n a orden, t i r a r í a n h a c i a
los c u a t r o p u n t o s c a r d i n a l e s .
La h o n d a voz del cacique no pidió ni c l e m e n c i a ni favores.
Sólo c r i n e s al v i e n t o del A n d e , y un sonido de e s p u e l a s ,
28
p r o n t a s a h e r i r ijares p a r a c u m p l i r u n a b a r b a r i e . P a r a des¬
p e d a z a r a un corazón e s t a q u e a d o .
Un g r a n t e s t i g o , un e t e r n o t e s t i g o : el sol.
Y d e t r á s de las p e ñ a s , un p u ñ a d o de ojos r a s g a d o s , de¬
s e s p e r a d a m e n t e fijos en el h o m b r e q u e r i d o , en el a m a d o
T a t a y de los i n d i o s c o m u n e r o s .
De p r o n t o , la orden, sin voz que t e m b l a r a , sin Dios que la
e n m u d e c i e r a , sin un soplo de alma b u e n a capaz de d e t e n e r l a .
Y la voz e s t a l l ó , como u n a c a m p a n a de m u e r t e , e n e m i g a
del sol y de la p i e d r a , e n e m i g a del v e r d o r del m a í z que se
m e c í a en las l a d e r a s , valle abajo.
Ni un cóndor en el aire. Ni un r a s t r o de v i c u ñ a . Sólo el
v i e n t o en el A n d e .
C o n c l u i d o el suplicio, r e c o g i d o s los l a z o s , ellos fueron
descendiendo la meseta. Instantes después desaparecían
e n t r e los p a j o n a l e s , como p u m a s h a r t o s .
José Gabriel C o n d o r c a n q u i quedó ahí, como un c á n t a r o
roto e n t r e las p i e d r a s .
P e r o el v i e n t o a p r e n d i ó a decir su n o m b r e , y lo r e p i t i ó en
t o d a s las q u e b r a d a s , por todo el T a h u a n t i n s u y u , los c u a t r o
r u m b o s de la A m é r i c a india.
¡Túpac A m a r u ! . . . ¡Túpac A m a r u ! . . . ¡Túpac A m a r u ! . . .

"Oh, Pachamama, grande es mi dolor


al verte sin frutos ni verdor.
Holló tu planta el pie del invasor
y de la acequia el cauce destruyó.
¡Oh, Pachamama, tu fecunda miel
huyó de ti para nunca más volver!"

A n ó n i m o de los A n d e s p e r u a n o s , Cuzco.
29
Fue aquí, sobre esta sierra de granito
donde el cóndor se ha dormido
aprisionado, pero nunca abatido.
¡Túpac Amaru!
¡Túpac Amaru!
Cuatro caballos en cruz.
Una mañana de vientos.
Cuatro jinetes de sombra.
Cuatro fantasmas sedientos.
¡Túpac Amaru!
¡Túpac Amaru!
Se fue d u r m i e n d o c a l l a d o .
Silencio despedazado
por cuatro potros en cruz.
S a n g r e d e l sol e n l a s p i e d r a s .
S a n g r e del sol.
S a n g r e del indio cobrizo.
S a n g r e del sol.
Sin un grito. Silencioso,
como una inmensa verdad
q u e en los siglos d u r a r á .
A l C u r a c a d e los A n d e s
lo e n s a n c h a r o n en Libertad.
¡Lo e n s a n c h a r o n en Libertad!
Los cuatro potros en cruz
lo e n s a n c h a r o n en Libertad.
¡Túpac Amaru!
¡Túpac Amaru!

30
En la noche silenciosa
C o r a z ó n de la noche
la p e n a te ha g a n a d o .
¡Ayuyuy, noche oscura!

Eramos muchos gritos


y quedamos callados.
¡Ayuyuy, noche oscura!

S u s ojos n o n o s m i r a n .
Silencio ensangrentado.
¡Ayuyuy, noche oscura!

P o b r e c i t o , los i n d i o s ,
en silencio l l o r a m o s .
¡Ayuyuy... noche oscura!
¡Ayuyuy... noche oscura!

Romance entre pastores


La p u i s c a gira en el aire
hilando está la pastora.
Enamorada.
Enamorada.

Tiene un rebozo bermejo


y luce falda m o r a d a .

31
Enamorada.
Enamorada.

D e s d e l a p e ñ a del alto
el pastor la está m i r a n d o .
Enamorada.
Enamorada.

Oro de sol m a ñ a n e r o
se d e r r a m a sobre el prado
y los p a s t o r e s suspiran.
Enamorados. Enamorados.
Enamorados. Enamorados.

¡Ay, p a s t o r a , q u i é r e m e !
¡ Ay, p a s t o r a , a c é r c a t e !
Ay, p a s t o r a , p o b r e s o y . . .
No puede sentirse pobre
quien tiene s a n g r e del sol.

Por un caminito angosto


y a r e t o r n a n los rebaños.
Los pastores marchan juntos.
Enamorados. Enamorados...

Muñequito de cobre
(Canción para un niño indio)

Un m u ñ e q u i t o de cobre
tengo en mis brazos.
D e s c a l z a llega la noche,
para mirarlo.
32
¡Sonko, Sonkito!
¡Munay munanquü
Que en ti no p r e n d a n
las soledades...

Tu p a d r e con l e ñ a s secas
v i n o del c a m p o .
D u e r m e , niño, que te cubro
con el a g u a y o .

¡Sonko, Sonkito!
¡Munay munanquü
Que en ti no p r e n d a n
las soledades...

Mi m u ñ e q u i t o de cobre...
t u s ojos s e v a n c e r r a n d o .
¡Cuánta fuerza y cuánto mundo
tengo en mis brazos!

¡Sonko, Sonkito!
¡Munay munanquü
Que en ti no p r e n d a n
las soledades...

La fiesta del sol


(Inti Raymi)

Tata Inti y M a m a Killa


han m a d u r a d o el maíz.
¡Kusiya! ¡Kusiya!

33
Han madurado el maíz.
¡Kusiya! ¡Kusiya!

Granos blancos tiene el maíz.


¿Por qué será...? ¿Por qué será?
P o r q u e la luna es de plata.
P o r q u e los changos cantaban.
¡Kusiya! ¡Kusiya!

Granos dorados tiene el maíz.


¿Por qué s e r á . . . ? ¿Por qué será?
P o r q u e de oro es el Sol,
y los c h a c r a l e s b e s a b a .
¡Kusiya! ¡Kusiya!

G r a n o s rojos tiene el m a í z .
¿Por qué s e r á . . . ? ¿Por qué será?
P o r la s a n g r e de los i n d i o s
e n los A n d e s derramada...
¡Kusiya! ¡Kusiya!

¡Ay, la s a n g r e d e r r a m a d a !
¿Por qué s e r á . . . ? ¿Por qué será..

Ay, la sangre d e r r a m a d a ,
q u e d ó e n los a t a r d e c e r e s ,
quedó en la tierra bermeja,
en el p o n c h o de los i n d i o s ,
en el canto de las q u e n a s .
Y en el g r a n o del m a í z .

En el g r a n o del m a í z
cosechemos la esperanza.
¡Kusiya! ¡Kusiya!
34
Combatiremos la sombra.
¡Kusiya! ¡Kusiya!
Viejos indios, hombres nuevos.
Viejos indios, hombres nuevos.
H a c i a las p u e r t a s del alba.
¡Kusiya! ¡Kusiya!

* Esta Cantata, musicali/alla por Enzo Gieco, fue grabada para el sello
Le Chant du Monde, de París, Francia, en el año 1979, con la
participación de la Agrupación Música de Buenos Aires, el Coral
Contemporáneo de Buenos Aires y el actor Ernesto Bianco en el
recitado.

35
Una historia sencilla

La J u a n a v e n d í a v e r d u r a s por las calles de Jujuy. L l e g a b a


a la c i u d a d d e s d e las quintas de Chisjra, al otro lado del
P u e n t e P é r e z . M o n t a b a u n viejo c a b a l l o t o b i a n o , sobre el que
se destacaban, parejas y repletas, las árganas con p a p a s ,
lechugas, zanahorias, cebollas y l e g u m b r e s diversas.
La J u a n a se e n h o r q u e t a b a sobre las a n c a s de la b e s t i a , y
pasaba por las callejas jujeñas recién amanecidas. No se
bajaba n u n c a . Hacía que el tobiano t r e p a r a la vereda, y desde
él, g o l p e a b a con u n p e q u e ñ o r e b e n q u e sobre l a p u e r t a , h a s t a
que las chinitillas salían a c o m p r a r l e cosas.
S u voz e r a u n r u m o r que m o r í a e x a c t a m e n t e e n los oídos
de sus c o m p r a d o r e s . P o r q u e la J u a n a p e r t e n e c í a al gremio de
los v e n d e d o r e s sin p r e g ó n . Nunca golpeaba u n a p u e r t a dos
v e c e s . E s p e r a b a u n r a t o d e s p u é s del l l a m a d o , y s i n a d i e s a l í a
a atenderla, dirigía su caballo lentamente hacia otros
zaguanes.
Lucía la J u a n a , sobre el tono m o r e n o de su tez - m o r e n o
cerril-, un m a r c a d o color rojo artificial, de c o m p o s t u r a un
tanto desordenada. Casi siempre una mejilla estaba más
encendida que la otra.
¿Sabe qué hacía? P u e s antes de cruzar el P u e n t e Pérez y
e n t r a r a l a c i u d a d , t o m a b a d e l a orilla del c a m i n o u n p u ñ a d o
d e f l o r e s p u n z ó , d e e s a s c a m p á n u l a s q u e l l a m a n "flor d e l a
m a r a v i l l a " ; con e s a s f l o r e s t o d a v í a h ú m e d a s del rocío m a ñ a ¬
nero, e n c e n d í a el tono de s u r o s t r o , r e f r e g a n d o los p é t a l o s
sobre sus m e j i l l a s c o b r i z a s . Y así, con sus dieciocho a ñ o s sin
lujos ni feriados, sin mantilla ni zapatos, p a s a b a por las
calles, m u d a y tímida, sobre el tobiano lerdo, p a s e a n d o quizá
-mientras trabajaba-, un rayito de coquetería campesina,

36
u n p e d a c i t o d e " a m a l h a y a " c u y a e s p e r a n z a l e e n t i b i a b a e l an¬
ticipado invierno de su corazón.
Un día, casualmente, sorprendimos su regreso, por la
s e n d a que p a s a frente al r a n c h o de Tolaba y t o m a h a c i a las
p l a y a s a n c h a s y p e d r e g o s a s d e l r í o d e C h i s j r a . B a j o e l sol d e l
mediodía -que hacía achicar los ojos- vimos a la Juana
apearse de su caballo, acercarse a la c o r r i e n t e del río, y
l a v a r s e c u i d a d o s a m e n t e el r o s t r o . E s t a b a q u i t á n d o s e el color
e n c e n d i d o de sus mejillas. Claro, en su r a n c h o no le h u b i e r a n
permitido tanta audacia.
Desde ese día la J u a n a fue para nosotros una persona
i m p o r t a n t e . A n t e s la h a b í a m o s visto como un paisaje; como
un pedazo de m o n t a ñ a jujeña desplazándose sobre la m a ñ a n a
de la ciudad, con su poncho de tres colores, sus fuertes
piernas oscuras, sus sandalias indias h ú m e d a s y gastadas,
s u m a n o r e g o r d e t a , m a n o h o m b r u n a , con u n pequeño anillito
de p l a t a en un dedo; su c a r a de k o l l a sin e d a d d e f i n i d a , su
sombrero de anchas alas y las dos trenzas negrísimas y
largas. Era tal su timidez, que apenas si miraba cuando
alguien la saludaba o le preguntaba alguna cosa que no
t u v i e r a que v e r con las l e g u m b r e s .

Un d í a dejó de a p a r e c e r p o r las c a l l e s j u j e ñ a s . Ya no se vio


al t o b i a n o subir m a n s a m e n t e las v e r e d a s y a r r i m a r s e a las
p u e r t a s . Ya no p a s e a b a la J u a n a su silencio por las calles, su
colorcito "prestado", su figura de m u c h a c h a proletaria, de
kollita quintera, de verdulerita ambulante, sin pregón ni
feriado.
Hasta que u n a t a r d e , una vecina nos dijo que la J u a n a
e s t a b a a su servicio, ayudando a u n a vieja c o c i n e r a . Y nos
c o n t ó q u e e n m a l a f o r m a los d u e ñ o s d e e s a s q u i n t a s h a b í a n
desalojado a los a r r e n d e r o s , y e n t r e ellos a la J u a n a y s u s
p a d r e s . L e s h a b í a n t i r a d o los c a t r e s a l c a m i n o y u n o s m i l i c o s
a caballo habían hecho rastrojo las hileras de lechugas y
verduras.

37
L o s t a t a s d e l a k o l l i t a s e h a b í a n ido p a r a e l l a d o d e S a n
P e d r o y la J u a n a se h a b í a c o n c h a b a d o en la ciudad, cerca de
nuestra casa.
Parecerá ésta una historia sin i m p o r t a n c i a , una sencilla
historia de una serranita jujeña. Es p o s i b l e que así sea. Tal
vez le resulta entretenido leerla a ese sector de gentes
curiosas que se asoman al Reader's Digest para acortar un
viaje en t r a n v í a o para discutir luego colaborando con los
corruptores de la esperanza h u m a n a .
Pero hay algún detalle todavía: la J u a n a tenía libre salida
los d o m i n g o s . Otras m u c h a c h a s salían a ver a sus p a r i e n t e s ,
a sus a m a d o s , a sus a m i g o s . Se i b a n a los r a n c h o s de los
trabajadores, d o n d e no f a l t a b a u n a z a m b a del p a g o o una
quena desgranando un yaraví nostálgico.
La J u a n a , sola, se encaminaba hacia el Puente Pérez;
c r u z a b a por la senda frente al r a n c h o de Tolaba; se allegaba
a la p l a y a del C h i s j r a y se d e t e n í a al final s o b r e el c e r c o de
a q u e l l a q u i n t a de v e r d u r a s en que nació y t r a b a j ó y la que
tuvo que abandonar, obligada de mala m a n e r a .
Y c u a n d o volvía a la casa de sus p a t r o n e s , éstos n o t a b a n
en el r o s t r o de la J u a n a un color e n c e n d i d o , p r i m a v e r a pres¬
t a d a p o r u n a f l o r del camino.
Y n o s o t r o s p e n s a m o s , d e s d e lo h o n d o del a l m a criolla y del
amor a la t i e r r a , en todo lo que t e n e m o s que rendir, con
p a t r i ó t i c o e s f u e r z o , p a r a q u e l o s p r o l e t a r i o s d e l c a m p o ten¬
g a n su t i e r r a y la s i e m b r e n c a n t a n d o ; p a r a q u e los d e s a l o j o s
y atropellos a trabajadores rurales sean un día un r e c u e r d o
malo, d e f i n i t i v a m e n t e s u p e r a d o ; y p a r a que la J u a n a sienta
que la vida es b u e n a , y llene de a l e g r í a su c o r a z ó n ya sin
primaveras prestadas ni limosnas que envilecen.

Jujuy, 1930.
38
La hermanita perdida

De la m a ñ a n a a la n o c h e .
De la n o c h e a la m a ñ a n a .
En g r a n d e s olas azules
y encajes de e s p u m a s b l a n c a s ,
te va l l e g a n d o el saludo
permanente de la Patria.
Ay, h e r m a n i t a perdida,
hermanita: vuelve a casa.

Amarillentos papeles
t e p i n t a n con o t r a l a y a .
Pero son v e i n t e millones
que te l l a m a m o s : hermana.
Sobre las aguas australes
planean gaviotas blancas.
Dura piedra enternecida
por la sagrada esperanza.
Ay, hermanita perdida,
hermanita: vuelve a casa.

Malvinas, tierra cautiva


de un rubio tiempo pirata.
Patagonia te suspira,
toda la p a m p a te llama.
S e g u i r á n las mil banderas
del m a r , azules y blancas.

39
Pero queremos ver una
sobre tus piedras clavada.
P a r a llenarte de criollos.
Para curtirte la cara
h a s t a que logres el gesto
tradicional de la P a t r i a .
¡Ay, hermanita perdida,
hermanita: vuelve a casa...!

París, octubre de 1971

4-:
Los trabajos
y los caminos
Vidala del trabajador

En el m e d i o de los s u r c o s
trabaja el trabajador.
B r i l l a e l sol e n e l m a c h e t e
y el h o m b r e d o b l a o en d o s .

Ay, vidalita
del cañaveral.

En el p a t i o de la casa,
el hijo del p e l a d o r .
Plantita recién brotada.
Que me la proteja Dios.

Ay, vidalita
del cañaveral.

D e t r á s d e los a l t o s c e r r o s
d e s p a c i o se m u e r e el sol.
Mañana será otro día.
Canta, canta, corazón.

Ay, vidalita
del cañaveral.
E n t r e los surcos
no hay carnaval.
¡Ay, vidalita
del cañaveral!

43
Arriba del Cerro Negro

A r r i b a del Cerro Negro


tengo una mina de plata.
M e l a c u i d a n los c a r d o n e s
con su fusil de e s m e r a l d a .
Las piedras sobre las c u m b r e s
de envidia se han puesto pálidas,
ya la tierra es negra, negra
como un fantasma.

Yo tengo un sueño minero,


hurgador de lunas blancas.
Con p i q u e t a s de recuerdos
m i s ojos c a v a n y c a v a n .
La luna tras la cumbre
resplandeciendo vidalas,
y el c o r a z ó n de mi c o p l a
cuesta arriba en la m o n t a ñ a .

A r r i b a del Cerro Negro


tengo una mina de plata.
En un socavón de sueños
m i s ojos c a v a n y c a v a n .

44
Hay que hacer una polca

Hay que hacer u n a polca, compañeros,


que no t e n g a p a r t i d o s ni b a n d e r a s .
Que tenga, sí, l a s o m b r a d e l a s a n g r e
que t a n t o h e r m a n o derramó en la tierra.

U n a polca con todo lo que calla.


Con todo lo que c a n t a y lo que e s p e r a .
Con l a e s b e l t a m u d e z del p r i s i o n e r o
y el que p a d e c e en e x t r a n j e r a t i e r r a .

Con aquel fugitivo que en la noche


usa su corazón como candela,
y en un dintel de larga m a d r u g a d a
j u n t o a los p u m a s l a m a ñ a n a e s p e r a .

Con el grito rebelde que galopa


los i n s o m n e s c a m i n o s d e l a a r t e r i a ,
m i e n t r a s l o s ojos m i r a n silenciosos
la noche g u a r a n í sobre la selva.

Hay que hacer una polca, compañeros,


con un G u a y r á que dé sus p r i m a v e r a s .
M i e n t r a s n a v e g a n p o r los a n c h o s r í o s
las c o n s i g n a s de luz de las i d e a s .

Q u e l a s p i c a d a s s u e l t e n los h a l c o n e s
del g r i t o del m e n s ú por las l a d e r a s .
Y el b a r b a c u á d e r r a m e los z u m b i d o s
de su largo e s p e r a r , sobre la s e n d a .

45
H a y q u e h a c e r u n a p o l c a c o n l o s ojos
del o b r e r o del t u n g , lágrima muerta,
que en la n i e b l a t e n a z de las m a ñ a n a s
besa doblado la bermeja tierra.

Las horquillas del viejo secadero


darán su t i m b r e por la d a n z a n u e v a .
Y d e s d e el c o r a z ó n del t a r i f e r o
las c o p l a s n a c e r á n con voz de h i e r b a .

... Y el b o t e r o que s u r c a la m a ñ a n a
p o n i e n d o en el j u n c a l cintas de seda,
d o n d e se a r r u l l a el sueño de la garza
m i e n t r a s l a e s p u m a con l a arena juega.

Y la b a r r i a d a gris de los o b r e r o s ,
r i n c ó n de la g u a r a n i a y la m i s e r i a .
Y la h u a i n a que m i d e los suspiros
con la e m b r u j a d a v a r a de sus t r e n z a s .

¡Hagamos u n a polca, compañeros,


g u i t a r r a , y arpa, y copla, y p o l v a r e d a . . . !
¡Y un día el P a r a g u a y r e c u p e r a d o
l a c a n t a r á feliz s o b r e l a t i e r r a . . . !

Mayo de 1958

46
Romance de
la luna tucumana

Bajo e l p u ñ a l del i n v i e r n o
m u r i ó e n los c a m p o s l a t a r d e ,
con su t a m b o r de d e s v e l o s
salió la l u n a a r e z a r l e .

Rezos en la noche blanca


t a ñ e n l a s a r p a s del a i r e ,
m i e n t r a s le nacen violines
a los á l a m o s del v a l l e .

Se e m p o n c h a n de grises nieblas
los v e r d e s c a ñ a v e r a l e s ,
y c a m i n a n los c a m i n o s
con su e s c o l t a de a z a h a r e s .

¡Zamba de la luna llena!


B a i l a la n o c h e en las calles
con su p a ñ u e l o de e s q u i n a s
y su a d e m á n de s a u d a d e s .

La noche llena de arpegios


la c o p a de los n o g a l e s ;
el t a m b o r i l de la l u n a
c u e l g a su copla en el a i r e .

Mi c o r a z ó n b a t e las p a l m a s
con las m a n o s de mi s a n g r e
mientras, cansada, la luna
s e d u e r m e , sola, e n los v a l l e s .

47
Coplas de Colombia

El camino que me lleva


quizá me v u e l v a a t r a e r
p a r a c a n t a r en el valle
y decirle adiós d e s p u é s .

Son dos cosas diferentes


el C a u c a y mi T u c u m á n ,
más no pierdo la esperanza
que nos a l u m b r a el andar.

Yo no c o n o z c o el T o l i m a
con esa p e n a me voy.
P e r o he de vivirla un día
o y a n o s e r é q u i e n soy.

Si el t i e m p o me diera t i e m p o
junto al Cauca viviría
para llenarlo de coplas
p a r a el resto de su vida.

Si se d e r r u m b a un b a r r a n c o
no llore el Siloé
j u n t o a los r a n c h o s c a í d o s
q u e d a n los h o m b r e s d e p i e .

Los h o m b r e s en su avaricia
le d a n la e s p a l d a al amor.
L a b r a n y c a v a n la t i e r r a
como s e p u l t a n d o el sol.

48
Negro ciego que caminas
por el lugar m á s oscuro
yo he de p e l e a r l o al destino
pa' hacer tu paso seguro.

Siloé, cerca de Medellín, 1965

49
¡Hiroshima!
(La ciudad que no olvido)

C o m o el Ave F é n i x , de las c e n i z a s r e n a c i e n d o .
Como una sinfonía de B e e t h o v e n
q u e a l c a n z a la a l e g r í a a t r a v é s del dolor.
Como un héroe legendario resucitando en cada célula,
o r g a n i z a n d o el pulso en las a r t e r i a s ,
vigorizando el músculo,
l a v a n d o el a l m a con a g u a y luz de siglos
hasta recuperarte y consagrarte
al oficio y al l i b r o ,
al c a n t o y la e s p e r a n z a .
L a b r a d o r del F u t u r o , g r a n s e m b r a d o r del s u e ñ o .
Así mi c o r a z ó n te siente, e n a m o r a d o .
¡Hiroshima!
Q u é n o c h e fue t u n o c h e , k i m o n o d e s g a r r a d o .
C u a n d o t o d o e r a sol s o b r e l a t i e r r a .
El h o r r o r sin f r o n t e r a s , y la c i u d a d sin n i ñ o s .
Ni p i n o s en la s i e r r a , ni a r r o z a l en los p r a d o s .
Ni un ave, ni una flauta de b a m b ú
c o n t a n d o h i s t o r i a s bajo las e s t r e l l a s .
T o d o fue u n g r a n s i l e n c i o , s i n s a l m o , sin a d i o s e s .
Ni lágrima, ni salmo.
Sólo un inmenso asombro horrorizado.
¡Hiroshima!
Pero Dios custodiaba tu ternura,
tu sagrada semilla, tu voz p r o f u n d a .
Y te r e c u p e r a s t e , y r e n a c i s t e ,
h a s t a p i n t a r d e n u e v o l a t i m i d e z g r a c i o s a del c e r e z o .

50
Y las m a d r e s p u d i e r o n en la t a r d e
recomenzar el canto i n t e r r u m p i d o .
¡Nem-Kororó! ¡Nem-Kororó!
Así te siente mi corazón e n a m o r a d o .
Así te canta mi guitarra argentina.
Así te digo a d i ó s , y en ti q u e d o . ¡ H i r o s h i m a !

Noviembre de 1976.

51
Los paisajes húngaros

Yo a n d u v e por tu r e i n o de a c a c i a s y de tilos
inolvidable C á r p a t o s donde el aire c a n t a b a .
V i las b r i l l a n t e s b o t a s d e los m o z o s l a b r i e g o s
y la p a n t l i n k a d a n d o la edad de las m u c h a c h a s .

Yo t r a j i n é los l a r g o s c a l l e j o n e s de M i s k o l e ,
r o m a n z a y a c o r d e o n e s en las m a n o s m i n e r a s ,
d o n d e , e n c o n t r a s t e , c o r r e n los r í o s del a c e r o
m i e n t r a s l l e g a n del este las a n t i g u a s c a r r e t a s .

Mezokovesd -un sueño detenido en el t i e m p o -


b o r d a b l u s a s con hilos b e r m e j o s y c e l e s t e s .
Si en la v i ñ a se e s c o n d e la mejor de las c s á r d á s ,
al vino de esta aldea lo e n v i d i a r á n en Eger.

B e s a r o n mi n o s t a l g i a las b r u m a s del D a n u b i o
cada vez que u n a p e n a se vistió de v i d a l a .
A h o n d a n d o mis heridas me golpeaba la copla.
¡ A m é r i c a , q u é lejos! ¡Qué lejos mi m o n t a ñ a ! . . .

La noche d e s p e r t a b a con m a g i a de v i o l i n e s ,
cerca, y siempre lejanos; r o m a n z a y m á s r o m a n z a .
Todo el a m o r del m u n d o se c o n c e n t r a en la m ú s i c a .
C u a n d o un cigany toca, quien m u e r e da las g r a c i a s .

Allá por las colinas de B u d a , yo b u s c a b a


la u n i v e r s a l p a l a b r a que v i b r a en las g u i t a r r a s .
Y un s i m b a l i s t a ciego, j u n t o al viejo m e r c a d o ,
me hizo ver la t r e m e n d a profundidad gitana.
52
¡No p u e d e s e r ! repito. ¡No p u e d e s e r d e s t r u i d a
la g r a c i a de la l u n a s o b r e los t u l i p a n e s !
¡Los ojos que nacieron p a r a ver p r i m a v e r a s
n o d e b e n v e r e l fuego c r i m i n a l d e los t a n q u e s !

H u n g r í a es una caja d e m ú s i c a i n f i n i t a
b o r d a d a j u n t o al sueño de la estrella más alta.
¡Mi c o r a z ó n c o n g r e g a t o d a s sus t o l d e r í a s
para decirle a H u n g r í a mi a m o r y mi e s p e r a n z a !

Noviembre de 1956

53
Las piedras de Toledo

P i e d r a s impulidas. Piedras grises y duras. P i e d r a s a u g u s -


t a s d o n d e e l a y e r i n s c r i b i ó s u h e r o í s m o d e siglos. P i e d r a s pen¬
sativas donde el aire al pasar aprende a v i b r a r de otra
manera. Piedras mojadas que o s t e n t a n l a geografía espiri¬
t u a l de las E s p a ñ a s .
E s t a m a ñ a n a la llovizna es m á s que u n a bendición, es u n a
gloria bella, sencilla. A p e n a s moja la p e l a m b r e del b o r r i c o
alfarero que llega casi c o n m i g o a un l u g a r del alto que se
llama "El puentecillo de la degollada". Justamente ahí,
d o n d e n a c e el Tajo y d o n d e h a c e m u c h o t i e m p o solía acomo¬
d a r s e p a r a p i n t a r t o d o el día, con luz o sin ella, con n i e b l a o
sin ella, el G r e c o . El e t e r n o y g r a n G r e c o . N u e s t r o p i n t o r del
mundo.
La n u e v a gente me ha contado cosas y me entero entonces
que h a c e siglos un m o r o , en ese l u g a r , cortó la fuga de su hija
q u e se a l e j a b a en los b r a z o s de un c r i s t i a n o del c u a l e s t a b a
e n a m o r a d a . Ahí, d e l a n t e de ese p u e n t e , la decapitó. En el alto
puentecillo angosto por donde partían los hombres de la
feria, por donde pasaban los mozos segadores. Desde en-
t o n c e s e s e l u g a r s e l l a m ó "El p u e n t e c i l l o d e l a d e g o l l a d a " .
A b a j o , r o d e a n d o la c i u d a d , p a s a un rio con i n d ó c i l u r g e n ¬
cia, c i n t u r ó n de b r a v u r a s , el río Tajo. Se r e v u e l v e en su p r o p i a
espuma. La piedra eterna lo frena, le señala quizás otros
c a m i n o s . E l Tajo b u s c a u n l u g a r p a r a t r e p a r . N o l o h a l l a . P e r o
t a m p o c o quiere dejar Toledo; le da v u e l t a s y v u e l t a s , como
b u s c á n d o l e el lado débil. Imposible, no lo halla.
L a p i e d r a c o b r a m a y o r d u r e z a con e l agua, como el aire
a l c a n z a m a y o r s a b i d u r í a con e l t i e m p o . El río e n t o n c e s se

54
aleja, se va, irremediablemente enojado. Desde las vegas
t o l e d a n a s lo s a l u d a n los viejos o l i v a r e s . Un p i n a r se e c h a al
hombro la mañana. El alfarero de oscuro traje aldeano,
fuertes botas y sombrero duro gris ya va entrando en la
c i u d a d por el p u e n t e de A l c á n t a r a , u n a de las v e r e d a s sobre
e l Tajo que p e r m i t e n llegar h a s t a la fortaleza.
P i e d r a dura y eterna la de Toledo. Una muralla inmensa,
a l t a c o m o seis h o m b r e s , d e f i e n d e c a t e d r a l e s , c a s t i l l o s , sina¬
gogas, residencias huertanas. El laberinto de calles me
r e c u e r d a algo de aquel dulce poeta n u e s t r o , A m a d o Villar,
q u e d e c í a "Zig zag, b a r r i o j u d í o ; e s p i r a l , b a r r i o m o r o ; y el
barrio cristiano cúpula naranja". Portales labrados hace
t r e s c i e n t o s a ñ o s o m á s . Un r ú s t i c o a n u n c i o " E s p a d e r í a " y a la
p u e r t a , m o r e n o s m e r c a d e r e s que p r e g o n a n la belleza de la
t i z o n a y de la daga, y explican: "una para defender, otra para
o f e n d e r , y q u e D i o s se a p i a d e de él".
H a y u n a calleja de n o m b r e a u g u s t o : S a m u e l Leví. De las
cuatro grandes sinagogas, la más importante, la m á s an¬
t i g u a , es la que l e v a n t a sus m u r o s al final de la calle, en el
corazón de Toledo. Ahí n o m á s , a pocos m e t r o s , un pasillo
empedrado que se interrumpe en un portal que guarda
t e s o r o s de E s p a ñ a y del m u n d o : e s e l t a l l e r d e "el G r e c o " .
Centenares de diseños, multitud de pinceles y de paños
descoloridos ya, cuadros, cuadros, cuadros... una silla de
m a d e r a con a s i e n t o de piel de carnero, un aire suave que
escapa por las v e n t a n a s . Un recipiente recoge gota a gota el
agua de m a y o que se filtra por u n a teja t r i z a d a .
E m p i n a d a s c a l l e j a s con u n a s o r p r e s a e n c a d a e s q u i n a , u n
poste, un letrero, una huerta. Un hombre: el herrero, allá
llamado el "jerrador" del p u e b l o . El toledano que calzaba
h e r r a d u r a s a los c a b a l l o s d e los s e ñ o r i t o s h a c e m u c h í s i m o s
años y hoy, ya viejo, a b a n d o n a d o , p o b r e , silencioso, t i e n e u n a
pequeña venta de cosillas p a r a t u r i s t a s .

55
Entro a su patio y el h o m b r e me acompaña. Ahora usa
quizá por nostalgia, su viejo u n i f o r m e : un d e l a n t a l de c u e r o
gastado, quemado en parte. "La f r a g u a - m e s e ñ a l a - , é s a e r a
la f r a g u a y a h o r a allí d u e r m e el gato".
Yo me quedo un instante mirando la cuadra, i m a g i n a n d o
la i m p a c i e n c i a de zainos, tordillos oscuros pisando fuerte. La
llovizna pasó. Por allá va la nube d e s g a r r a d a a c o m p a ñ a n d o
al Tajo en su saludo. Un amago de sol quiere p i n t a r la
primavera en los prados. Miro los muros de la catedral
m i e n t r a s me oriento hacia el p u e n t e de San Martín. En la
m e d i a a l t u r a de esa e n o r m e m u r a l l a hay d e c e n a s de c a d e n a s
de gruesos eslabones clavadas en el m u r o , c l a v a d a s en el
tiempo: son los g r i l l o s , los a n t i q u í s i m o s g r i l l o s q u e a r r a s t r a ¬
b a n los e s c l a v o s m o r o s , q u e a l ser l i b e r a d o s , d e j a r o n c o l g a d o s
allí. Y allí q u e d a r o n c o m o u n a h i e d r a m a l d i t a , a p e n a s e n g r i -
l l a n d o la m a ñ a n a con su gota de lluvia.
L u e g o de m e r e n d a r c o d o r n i c e s en la v e n t a del a i r e , c r u z o
el p u e n t e y me dirijo al C i g a r r a l del M a r r ó n , d o n d e un viejo
molino guarda una piedra trituradora, su e n t r a d a de carre¬
t a s y u n a " e n c i n a del r e p o s o " , que así se l l a m a n .
Ya no v i e n e n los b o r r i c o s c a r g a d o s de s a c o s c o m o en aque¬
l l a s c a r a v a n a s d e l o s s e g a d o r e s ; sólo u n s i l e n c i o d e l o s m i r l o s
c a m p e a por el c a m p o . E n t r o en la casa p e q u e ñ a . En el p r i m e r
cuarto me sorprenden pinturas extrañas: santos, artistas,
a l g u n o s d e e s a p i n t u r a l l a m a d a naif, i n g e n u a . P e r o a l a v a n ¬
zar dentro de la casa me recibe un rumor que antes de
escucharlo ya lo estoy reconociendo: es una guitarra que
s u e n a , s u e n a p o r a h í , n i lejos n i c e r c a , p e r o a h í e s t á r u m o r e -
ando la g u i t a r r a . U n a g u i t a r r a con fuego y s o m b r a de g e n i o
a n d a l u z , u n a b u e n a m a n o e n e l a r p e g i o , u n t a ñ i r sin a p u r o
como si el g u i t a r r e r o q u i s i e r a confesar algo a n t e s de c a l l a r
para siempre. Me presentan a quien toca, que me mira
a p e n a s y sigue t o c a n d o su g u i t a r r a lejana, m i s t e r i o s a , insis¬
tente.

56
Yo escuchaba la guitarra con devoción, preparando mi
c o r a z ó n p a r a ese especial silencio d o n d e el h o m b r e deja de ser
sólo uno para ser m u l t i t u d silenciosa devoradora de mis¬
terios, y recordé -a quién si n o - la copla de F e d e r i c o G a r c í a
Lorca:
Están tocando guitarra
la guitarra están tocando
por qué no vendrán los lobos
a devorarle las manos.
F e d e r i c o a s í l o dijo u n a v e z . R e c o r d é m u c h o e s o s a c o r d e s
que escuchaba, en esa p r e p a r a c i ó n de la seguidilla, de la
s e r r a n a q u e e s c a b a l m e n t e lo q u e e m p e z a b a a tocar Migué,
José Migué, q u e a s í se l l a m a b a a J o s é M i g u e l .
C o m i e n z a el llanto de la g u i t a r r a , llora la g u i t a r r a , llora
como llora el viento sobre la n e v a d a , llora por cosas lejanas.
J u n t o al v e n t a n a l , yo que n u n c a bebía anís, tuve que b e b e r
l e n t a m e n t e m i r a n d o el olivar de la colina, el p r a d o con alfalfa
recién florecido. Mientras escuchaba a José Miguel sentí que
me estaba bebiendo todo el brebaje y todo el paisaje de
España en esas notas de la guitarra, en ese j u e g o de su
serrana.
José Miguel, e l q u e e n s e g u i d a c o m e n z ó a s o l t a r c o n de¬
s e s p e r a c i ó n c o n t e n i d a su copla preferida, la " p r o b a d a " como
d e c í a él, la c o p l a de p r o b a r y de p r o b a r s e :
El que está en la tumba fría
no es muerto ni desgraciado,
muerto yo le llamaría
al que el alma le han matado
y anda viviendo entuavía..
José Miguel de El M a r r ó n , andaluz y gitano. U n a g u i t a r r a
b l a n c a con clavija de palo. Como todo m e s t i z o de morería
tiene su d r a m a y la gracia viviendo j u n t o s . Cuando piensa,
piensa hacia adelante, mirando como d e s c u b r i e n d o camini¬
tos e n t r e los p a s t o s y m á s allá y m á s allá... pero siempre

57
d e n t r o de él su r e c u e r d o , su v i s i ó n y su silencio d o l o r o s o .
Mientras la vigüela travesea en ritmos familiares ya sea
fandango, o seguidilla, o una soleá. E n l u g a r d e a n u n c i a r u n a
c a n c i ó n J o s é M i g u e l d e c í a con n e r v i o s o a c e n t o : "Mire usted
lo que p a s ó , m i r e u s t e d lo que p a s ó . . . " como si me fuera a
c o n t a r un c u e n t o , y c o n t a b a u n a h i s t o r i a en u n a copla.
Yo a p u n t é a l g u n a s de sus coplas; no me di c u e n t a que de
esa manera lo estaba lastimando. Dos veces levantó su
m i r a d a , como desafiándome. Y m e dijo e n u n m o m e n t o : "No
h a g a e s o " . " P e r d ó n " , l e dije y d e j é m i l á p i z . E l p e n s ó u n r a t o ,
hizo un acorde y me largó este r e p r o c h e v e r s e a d o :
Y usté se pone a escribir
coplas que me dio mi padre
antecito de morí.
L e e x p l i q u é que sólo l o h a c í a p o r q u e h a b í a v e n i d o d e m i
América para a p r e n d e r a l g u n a v e r d a d del cante, del cante
j o n d o , del f l a m e n c o , del c a n t o g i t a n o , del a n d a l u z . J u r o q u e
le decía la v e r d a d . Mis p a l a b r a s y algo que le dijeron a l g u n o s
a m i g o s -tal vez sus p a t r o n e s , no s é - le hicieron c o m p r e n d e r
y me p e r d o n ó . Siguió bebiendo s u a n í s , y fue d e s g r a n a n d o
d e s d i c h a s y a m o r í o s y me autorizó p a r a que le c o p i a r a a l g u n a
copla. Ya no t e m a enfado c o n m i g o . Lo m i r é y le t o q u é el
hombro, agradecido. Una m a n e r a de decir: "Gracias, her-
m a n o , n a d a m a l o q u i e r o h a c e r , sólo a m a r l o t u y o q u e e s a m a r
el m u n d o " . Y e s c u c h o que dice:
No mires pal suelo má
que toíto el mundo sabe
que no se te ha perdió nú.
Y s i g u i e n d o las s e g u i d i l l a s , oí que le g r i t a r o n "Ole" c u a n d o
t e r m i n ó su canto de esta m a n e r a :
Qué sentimiento me da
que con el nombre de Aurora
vivas en la oscuridá.

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Sobre el camino lavado me fui yendo de Toledo. Las
piedras grises, ariscas, impulidas, pensativas, me acom¬
p a ñ a r o n u n t r e c h o h a s t a q u e m e d e t u v i e r o n los o l i v a r e s y los
viejos m o l i n o s de la t i e r r a m a n c h e g a .
La l e y e n d a se p a s e a b a en el tope de las colinas. ¡Cómo me
h u b i e r a g u s t a d o h a c e r ese c a m i n o a c a b a l l o ! Lo pensé varias
veces. P o r q u e se gana tiempo de adentro, porque el saludo de
a l g u i e n al caer la t a r d e t i e n e el m i s m o r u m o r de las alas de
un p á j a r o en el m o n t e , p o r q u e t o d a s las c o s a s de la h u e r t a , del
r í o , de la p i e d r a , del olivo, se e n r e d a n en el p o n c h o con u n a
g r a t a p e s a d e z de abrazo. P o r q u e un h o m b r e de a caballo no
se va: p a s a , p a s a n o m á s , p a s a l e n t a m e n t e pero no se va.
Al r e v é s de mi caso esa t a r d e : ese d o m i n g o hace catorce
a ñ o s e n T o l e d o , y o m e fui. E n l a r u t a d e G u a d a r r a m a , c o m o
fondo, cien faros se c r u z a r o n sobre mi cuerpo como q u e r i e n d o
descubrir las cosas que en el alma llevaba. Y tuve que
levantar la muralla de mi propio silencio, hacerme casi
c ó s m i c o p a r a q u e n a d i e p r o f a n a r a e s e cofre d e asuntos que
me estaban apretando la garganta. Un silencio vibrante
como las coplillas de José Miguel, a quien t a n t o le debo. Que
t a n t o me dio, y a q u i e n no p a g u é sino con un " a d i ó s , h e r -
mano". No pude decirle ni siquiera gracias, porque no t e m a
fuerzas para decirle nada. E l m e dijo: "Una vez u n a s o b r i n a
m í a c a n t ó , bailó y se a h o g ó en el río, en el Tajo. E s t o p a s ó " .
Era la última historia que me contaba con su guitarra
maravillosa:
Fuiste tan limpio, arroyuelo
que te robaron las nubes
porque te manchaba el suelo.
Fuiste tan limpio arroyuelo...
J o s é M i g u e l . E s a fue u n a t a r d e , c a s i n o c h e , e n l a s p i e d r a s
de Toledo.

59
Poema para
un bello nombre

Qué bello n o m b r e es tu n o m b r e , ¡Uruguay!


Sonoro como u n a fruta salvaje.
Sol y c a r n e c o n s a n g r e a z u c a r a d a .
Voz d e p a i s a j e , d e r í o s e s c o n d i d o s .
Voz p a r a q u e l a d i g a n l o s h o m b r e s e n l a n o c h e .
Como una consigna, una sola d i v i s a d e s p l e g a d a .
¡Uruguay!

Q u é poco sé de ti. Sólo algo de tu h i s t o r i a


bordeando la leyenda; hombres que c a b a l g a b a n .
La furia del g a l o p e en las c u c h i l l a s .
B l a n c a s golillas, como un vuelo de gaviotas.
Y golillas b e r m e j a s a l e t e a n d o en la a u r o r a .

Y bajo los caballos


d o n d e las sombras pintan victorias y derrotas,
tu p a r c h e de g r a m i l l a s , tu silencio de piedra.
Tu soledad de junco. Tus nidos olvidados.
G u r i s e s e n los r a n c h o s y m u j e r e s m o r e n a s ,
blancas, pardas, mestizas, esperando un retorno.
Esperando. Esperando.

Qué bello n o m b r e el tuyo, ¡Uruguay!


n o m b r e p a r a la fruta j u g o s a de la Patria.
Alto n o m b r e a p r e t a d o de fuerza y de p u r e z a
c o m o la luz y el a i r e q u e p a s a e n t r e los á r b o l e s .

60
T e h a n d e c a n t a r u n día t o d o s los m a r i n e r o s
d e s d e los b a r r a c o n e s d e t u s p u e r t o s .
Y los e s q u i l a d o r e s en un m a r de b a l i d o s .
Y el e s t u d i a n t e , l á m p a r a que sueña.
Y el c a m i o n e r o que cruza tus caminos.
Y la n i ñ a que j u n t a c u a d e r n o s y suspiros.

Todos te han de nombrar una m a ñ a n a


con voces e n d u l z a d a s por tu fruta m a d u r a .
¡Uruguay!

61
París

S e h a b í a n c u m p l i d o a p e n a s t r e s a ñ o s del fin d e l a g u e r r a
europea, cuando llegué a P a r í s en u n a p r i m a v e r a a b i e r t a a
t o d a l a e s p e r a n z a del m u n d o . E n e l b a r r i o l a t i n o h a b i t é e n u n
m o d e s t o h o t e l i t o y p a s a b a los d í a s en el p a s e o de L u x e m -
b u r g o , c a m i n a n d o sus claros senderos, leyendo a la s o m b r a
de los árboles del hermoso p a r q u e todo lo inolvidable de
Romain Roland o escribiendo notas, cartas y poemas para
mis compatriotas de Argentina.
Yo era en ese año de 1948 un a r t i s t a e r r a n t e . U n o de los
miles desconocidos que t r a n s i t a b a n la m a d r u g a d a de P a r í s
mirándolo todo: restaurantes, cafés, gentes y pintorescos
tranvías, como si cada noche me estuviera despidiendo de
ellos. Yo s i e m p r e fui u n a d i ó s , u n b r a z o e n a l t o , u n y a r a v í
q u e b r á n d o s e en las p i e d r a s . C u a n d o pude q u e d a r m e vino el
v i e n t o , v i n o la n o c h e y me llevó con ella.
N o fue e n v a n o e l t i e m p o o c u p a d o e n c o n o c e r P a r í s , sus
b o u l e v a r e s , sus r i n c o n e s de a r t i s t a s , p o e t a s , p i n t o r e s y trova¬
dores del mundo poblando las noches de una ciudad sin
s u e ñ o , con m i r l o s que c a n t a b a n al alba e n t r e c a s t a ñ o s . Se me
h i c i e r o n f a m i l i a r e s los n o m b r e s f a m o s o s y t u v e la s u e r t e de
saludar a más de uno de esos m o n s t r u o s sagrados: Henri
M a t i s s e , P i c a s s o , P a u l E l u a r d , L a u r e l C a s a n o v a , L u i s Ara¬
gón y Edith Piaf. Prudente como paisano advertido, mi
r e l a c i ó n c o n e s o s s e r e s fue d i s c r e t a , m e d i d a , s i e m p r e u n p o c o
b r e v e . Me h o n r a b a con l e e r a los p o e t a s , v e r e x p o s i c i o n e s , y
a l g u n a vez compartir una mesa con ellos.
A s í fue q u e e n 1950, en p r i m a v e r a , me p r e s e n t é en P a r í s
por p r i m e r a vez, en recitales con Edith Piaf en el teatro

62
Ateneo. En esas presentaciones tan honrosas para mí pude
e n t r e g a r mi copla desolada, el canto de la l l a n u r a a r g e n t i n a ,
el ¡ay! de la v i d a l a de la s e l v a a un p ú b l i c o g e n e r o s o y c o r d i a l .
L u e g o v i n i e r o n las c r ó n i c a s a m a b l e s , los r e c i t a l e s con p o e t a s
en la M a i s o n de la P e n s é e y c o m e n z a r o n a d i f u n d i r s e d i s c o s
en toda Francia. Hasta una institución musical me obsequió
con un viaje al n o r t e , d o n d e e s c u c h é a los a c o r d e o n i s t a s m á s
n o t a b l e s del p a í s . Y c o m o t o d o t i e n e un t o p e , u n a f r o n t e r a , un
hasta aquí, u n a t a r d e dejé F r a n c i a p a r a v o l v e r a m i p a t r i a ,
A r g e n t i n a , d o n d e me incorporé de nuevo a un severo silencio
de g u i t a r r a callada, de g u i t a r r a sin v o z , porque me estaba
prohibido cantar en mi propia tierra.
Mis caminos fueron, durante años, los de Sudamérica
e n t o n c e s . A l g u n a e d i t o r i a l se i n t e r e s ó por m i s a p u n t e s y así
se p u b l i c a r o n a l g u n o s libros de viaje, de p a i s a j e s , de recuer¬
d o s , d e c o p l a s : Piedra sola, Guitarra, Aires indios. L u e g o El
canto del viento, El payador perseguido, Túpac Amaru, Del
algarrobo al cerezo. H i c e v a r i o s v i a j e s a O r i e n t e , e s p e c i a l m e n t e
a J a p ó n , a C e n t r o a m é r i c a , a las A n t i l l a s .
L u e g o de casi 17 a ñ o s sin c r u z a r el A t l á n t i c o , u n a m a ñ a n a
a m a n e c í en M a r r u e c o s y después de a n d a r j u n t o al Sahara,
por Tánger, gané tierra española y canté por toda E s p a ñ a
durante casi un año.
Fueron tiempos difíciles aquéllos, pero la calidez de la
b u e n a g e n t e hizo posible el canto y la p r e s e n t a c i ó n de ese
c a n t o r de a r t e s o l v i d a d a s que era yo. E n t r e la a n t i g u a v e r d a d
agreste del ritual campesino estructuré mi repertorio, mi
asunto tradicionalista y mi conducta de hombre. En esto
m u c h o tuvo que ver y me ayudó a h a c e r c o n c i e n c i a lo que
dijera Artigas: "Con l i b e r t a d no ofendo ni t e m o " .
C a n t é en t o d a s las c i u d a d e s e s p a ñ o l a s y no s a b r í a desta¬
car la recepción de u n a en especial. Tan notablemente se
p o r t ó E s p a ñ a con l a s e n c i l l a copla d e u n t r o v a d o r a r g e n t i n o .

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Viví t o d o el t i e m p o a cien m e t r o s del p u e n t e de B a i l e n , en el
viejo M a d r i d , en el n ú m e r o 7 de la calle de la M o r e r í a .
Luego de un año en E s p a ñ a entré n u e v a m e n t e a París,
donde ya no tuve que esperar mucho tiempo para ofrecer
c o n c i e r t o s en las m e j o r e s s a l a s y c o n c r e t a r n u m e r o s o s reci¬
t a l e s en t o d a s las c i u d a d e s de F r a n c i a . Con la e m p r e s a que
dirigía m a d a m e Denise de Barbey había realizado yo, desde
1968 h a s t a el 84, t r e s c i e n t o s c u a r e n t a c o n c i e r t o s , h a b i e n d o
recibido seis v e c e s el p r e m i o Charles Cross al mejor disco
grabado por extranjero en música popular.
E d i t h Piaf, l a i n o l v i d a b l e Piaf, e s l a e n c a n t a d a v o z q u e
c o n t i n u a m e n t e nos vigoriza este sentimiento tan h o n d o , tan
fácil de llevar, tan exaltado, que se llama París. Eluard,
Aragón, C o r t á z a r , los que m á s p r ó x i m o s e s t u v i e r o n a l r u m o r
de mi g u i t a r r a , siguen s o s t e n i e n d o el m i l a g r o de lo perdu¬
rable. V e n e r a b l e s h e r m a n o s que a y u d a n a la vida desde la
penumbra sagrada. Así es la cosa. Así el r e c u e r d o de e s t a
F r a n c i a que amo y que r e s p e t o , d o n d e ya llevo v e i n t i t r é s años
viviendo, caminando, admirando, aprendiendo.

64
La calle

La calle. ¿ A d o n d e está la calle?


Sí. L a c a l l e q u e v a a l c a m p o . ¿ C u á l e s l a c a l l e . . . ?
P r i s i o n e r o en el p u e b l o . ¿No ves que estoy m u r i e n d o . . . ?
Me falta el a i r e , el a r o m a dulce y á s p e r o de la h i e r b a .
Quiero ver pájaros cruzando las p r a d e r a s ,
d e v o r a n d o d i s t a n c i a s c o n s u s ojos b r i l l a n t e s y a n h e l o s o s .
Yo le r u e g o al v e c i n o , al h o m b r e del c o m e r c i o , al a r t e s a n o .
D e c i d m e , p o r favor, la calle que l l e v a al c a m p o .
A la a l a m e d a , a la p i e d r a r o t a , al c a m i n i t o e s t r e c h o ,
d o n d e el a g u a se e n t u r b i a , y f o r m a los a r r o y o s d i m i n u t o s ,
q u e l u e g o se a c l a r a n , se e m b e l l e c e n al e n t r a r a los c a m p o s .
Oh, Vida. D e r r í b a m e esta celda. Q u í t a m e esta prisión,
l o s c u a t r o m u r o s q u e m e n i e g a n e l sol d e l a m a ñ a n a ,
el aire limpio.
Oh, Dios, s e ñ á l a m e la calle donde al final se m i r e n
los h i n o j o s c r e c i d o s , la e n r e d a d e r a inquieta
de c a m p á n u l a s b l a n c a s , o a z u l e s , color s u e ñ o i n o c e n t e .
Y o q u i e r o v e r las p i e d r a s del c a m i n o , c u a n d o e l s e n d e r o
ha olvidado su condición de calle p u e b l e r i n a .
Piedras con t o d a s las h i s t o r i a s
del a d i ó s y el r e t o r n o , del l l a n t o y la s o n r i s a ,
p e r o allá, bajo el á r b o l , e n v u e l t o en los a r o m a s del r o c í o .
Historias escondidas, gastadas y sagradas,
c o m o e s a s p i e d r a s r o t a s y d i s p e r s a s del c a m i n o y el c a m p o .
¡ S e ñ a l a d m e , por Dios, cuál es la calle!
Mi corazón, mi sangre,
con t o d o s los a y e r e s de mi a d e n t r o
b u s c a la calle que lleva al c a m p o .
¿Adonde está esa calle... ?

65
Coplas en la noche

Andando camino arriba


alcánzame la guitarra
para decir las ausencias
que me van q u e m a n d o el alma.

Vamos juntos, compañero,


h a c i a las p u e r t a s del alba.
Vamos a b u s c a r un canto
l l e n o de luz y e s p e r a n z a .

Voy c a m i n a n d o e n l a n o c h e .
Ave sin n i d o ni r a m a .
Como flotando en la b r u m a
de un París de m a d r u g a d a .

Y andando camino arriba


alcánzame la guitarra
que adorne mis soledades
y me d e v u e l v a la p a t r i a .

París, marzo de 1978

66
La música
La copla

Pescador de mar adentro


mi amigo siempre cantaba.
Un día volvió su copla
con el a d i ó s de la b a r c a .

Vi correr sangre minera


por un mar endurecido.
Junto a las m a n o s c r i s p a d a s
la l u n a se volvió trigo.

¡No m e d é p e n a l a v i d a
me s o b r a con la que t e n g o !
Como el q u e b r a c h o del m o n t e
sobre el h a c h a z o florezco.

Trabaja el indio en la p i e d r a
su s o c a v ó n de silencio
y a su s o m b r a se c o b i j a
mi corazón cancionero.

Lo siento gemir al viento


cruzando montes de espina.
S a l g o al c a m i n o y le g r i t o
p a r a servirle de guía.

Allá por el cielo a r r i b a


vi la luna l a s t i m a d a ,
como una copla p e r d i d a
que ya no tiene guitarra.
69
T r a b a j a el indio en la p i e d r a
su s o c a v ó n de silencio,
y a su s o m b r a se c o b i j a
mi corazón cancionero.

70
La música y la tierra

La m ú s i c a es un a c c i d e n t e de la t i e r r a m i s m a , por eso en
las montañas, selvas y llanuras americanas, la canción
n a t i v a es el r e s u l t a d o de u n a fusión a d m i r a b l e : el paisaje y
el hombre. N u e s t r a canción vernácula tiene méritos sobra-
dos p a r a p e n e t r a r en este civilizado B u e n o s Aires y o c u p a r un
l u g a r d e p r e f e r e n c i a e n t o d o s los espíritus que sientan la
v e r d a d de las t r a d i c i o n e s p u r a s . El progreso es un símbolo de
civilización, pero civilizar no significa e l e v a r s e .
El peligro de la civilización - h e dicho peligro, no o b s t á c u -
lo- radica en la intención m i s m a de estilizar. Para enri¬
quecer musicalmente uno de nuestros simples temas cam¬
p e s i n o s es m e n e s t e r sentir y c o m p r e n d e r en lo profundo de su
relación universal la esencia del sentimiento nativo. Es
n e c e s a r i o b u c e a r e n las c o r r i e n t e s e s p i r i t u a l e s d e s m e n u z a n d o
y e s t u d i a n d o los e l e m e n t o s que d e s d e el s u b c o n s c i e n t e tra¬
b a j a r o n el ánimo del h o m b r e tal o cual, indio o mestizo,
l l a n e r o o m o n t a ñ é s , i m p u l s á n d o l o luego a t r a d u c i r su inquie¬
tud en u n a copla mal h e c h a o en una m ú s i c a rústica.
T o d o t e m p e r a m e n t o sin c u l t u r a m u e r e ; h a y q u e e s t i m u l a r
a los j ó v e n e s compositores. Todo aquel que quiera llevar
nuestras melodías y ritmos autóctonos al terreno de la
estilización debiera formularse en lo profundo de sí m i s m o
estas preguntas: ¿ h a b r é llegado a p e n e t r a r las sugestiones
del p a i s a j e d o n d e nació e s t a m ú s i c a ? ¿seré yo c a p a z de decir
eso que no dice esta canción?
Si alcanza las respuestas, el estilizador podrá iniciar
n o m á s su trabajo. I n d o a m é r i c a p e r d u r a r á en su obra; pero si
la estilización r e s p o n d e al deseo de h a c e r algo nuevo que

71
g u s t e a l o y e n t e , n u e s t r o folklore a u t é n t i c o s e r v i r á sólo p a r a
encumbrar vanidades, el alma nativa seguirá en la quietud
de los v a l l e s , en la a m p l i t u d de las l l a n u r a s , e n t r i s t e c i d a de
ver que es gente americana quien explota y comercia los
dulces cantares de la tierra, las hondas expresiones del
e s p í r i t u que m e r e c i e r o n el r e s p e t o y la a d m i r a c i ó n h a s t a del
duro conquistador. Y en B u e n o s Aires el folklore seguirá
siendo p a r a a l g u n o s u n a misión, p a r a otros algo que e s t á de
moda, y para la gran mayoría una industria.

30 de mayo de 1936

72
El cantor

C o m o y o n o soy c a n t o r
me está sobrando guitarra.
Para c a n t a r como canto
con las b o r d o n a s me b a s t a .

Pobre corazón el mío,


herido por la distancia.
Para esconder sus pesares
se t a p a con la g u i t a r r a .

No q u i e r o a p e r o de lujo,
ni quiero espuelas de plata.
Es o t r a luz la que busco.
O t r o brillo me h a c e falta.

Seis c u e r d a s son m u c h a s cuerdas


p a r a uno que no sabe nada.
Para cantar como canto
me está sobrando guitarra.

73
La guitarra

E s b e l t a y s i l e n c i o s a , en un r i n c ó n del c u a r t o ,
te c o n t e m p l o , g u i t a r r a . Casi ajena a este m u n d o .

¡Qué p o b r e es mi p o b r e z a , y c u á n t o t e n g o !
El siempre a m a d o desorden de unos libros.
U n a daga oxidada, y un par de espuelas.
Claro, mi p a d r e me b e n d i c e cada día.
Y allá, t r a s la v e n t a n a
la e n o r m e ciudad gris que n u n c a conocemos.

Te veo como r e c i é n l l e g a d a de m u y lejos.


D e o t r a s e d a d e s , d e o t r o color del m u n d o .

Dime, guitarra
¿conocí a l g u n a vez tu propio canto,
tu profunda, secreta melodía?
O simplemente, buena, s a b e d o r a de todo,
dejaste que los h o m b r e s e l e v a r a n s u voz
diciendo cosas y asuntos imposibles
junto a ti
tan a u s e n t e como un adiós sin l á g r i m a s .

Guitarra, abuela cósmica,


quién podría decirte una palabra nueva,
para ser escuchada.

Hace ya m u c h o s siglos pasó tu adolescencia.


Tu p r i m a v e r a loca, con s e g a d o r e s
cuyo canto encendía estrellas, u n a a una.
74
Y ese otoño de a m o r con v i d a l i t a s .
Y el i n v i e r n o en la s i e r r a , s o l o , solo
como el vuelo de un cóndor.

Quién podrá nunca contarte sus adioses


a ti, que eres a d i ó s , r a m a fugada.
¿ S a b r á n los p u e b l o s que p a r a e s t a r con ellos
h u i s t e de los b r a z o s de los d i o s e s . . . ?

Te c o n t e m p l o , g u i t a r r a , y sé que e n t i e n d e s
el m i n u t o en que n o s o t r o s nos m o r i m o s cada día.
Si yo t u v i e r a q u e decir a m o r , o p a z , o a d i ó s , o e s p é r a m e ,
ya no p o d r í a d e c i r l o j u n t o a ti. Ya no p o d r í a . . .
T a n alto es tu u n i v e r s o . T a n p e q u e ñ a es mi casa...

75
La guitarra y su misterio

L A G U I T A R R A e s u n m i s t e r i o q u e sólo s e d e v e l a c u a n d o
el h o m b r e c a n t a o r e z a j u n t o a ella los s a l m o s de la t i e r r a y
de la v i d a .
La g u i t a r r a no m i e n t e j a m á s . Si el h o m b r e se acerca a ella
confesándose, el i n s t r u m e n t o r e g i s t r a la v e r d a d del p e n s a ¬
m i e n t o , lo exacto de la intención, la d i m e n s i ó n cabal de un
sentimiento.
El dominio técnico de la g u i t a r r a es muy necesario, pero
sólo a los efectos de c o n o c e r l a en t o d a la g a m a de s u s r e c u r s o s .
Jamás para aprovecharse de ella, porque entonces l a gui¬
t a r r a se e n v o l v e r á en las c a p a s de su propio m i s t e r i o , pudoro¬
s a m e n t e , y m o s t r a r á sólo lo e x t e r n o , su caja, su b r i l l a n t e z
sonora, su volumen, escondiendo en las honduras de su
abismo la otra condición: la palabra alta que consuela y
a c o n s e j a , las voces c u r a d o r a s que el afligido c o r a z ó n r e c l a m a ,
el c a m i n o del s a l m o .
L a g u i t a r r a e s fiel a l a t i e r r a , l e a l a s u c o m a r c a . A d q u i e r e
el color de la p l a n t a , el a r o m a de la flor, el t o n o del o c a s o , el
s i l e n c i o d e las t i e r r a s s e c a s , l a g r a c i a del p r a d o g e n e r o s o e n
gramíneas; traduce la alta noche serena, y sabe filtrar
ausencias con u n a controlada melancolía.
En la m o n t a ñ a , la g u i t a r r a se d e s p o j a de lujos. Se a p r i e t a
en los m i e d o s de su p r o p i o m i s t e r i o . Los v a l l e s son las c u n a s
de sus coplas.
La g u i t a r r a sabe que la b a g u a l a no precisa a p a r c e r o , y la
deja irse, sola, r e b e l a d a , con u n a l á g r i m a en la p u n t a de su
grito. C u a n d o la b a g u a l a , c a n s a d a de v a g a r por el silencio,
b u s c a la t i e r r a p a r a esconder su fatiga - s u vieja fatiga-, la
g u i t a r r a le a r r i m a su brocal de m a g i a s . Y como un viento

76
d o m a d o la copla se a c e r c a y b e b e a g u a de s u e ñ o y de p a z .
En la alta tierra, donde el viento norte restalla como un
l á t i g o , la g u i t a r r a se s i e n t e m o r i r . Baja e n t o n c e s a los p u e s t o s
de ovejería, donde las q u e n a s r e i n a n . Baja la g u i t a r r a a los
caseríos apretados junto al ancho camino calchaquí. Allí
e s p e r a al h o m b r e de las soledades, al r u n a de grueso p o n c h o ,
al r e s e r o c a l l a d o y h e r o i c o , a la p a s t o r a gris del a l t i p l a n o . Y
allí los c o n g r e g a p a r a b e n d e c i r l o s con t o d o su m i s t e r i o de¬
rramado.
L a g u i t a r r a s a b e que l a p a m p a e s infinita. P o r eso p r e p a r a
todos los rollos del lazo en armada grande para pialar
t r a n q u i l a los t r e i n t a v e r s o s d e u n estilo g a u c h o . E n t a b l a así
su t r o p a , la o r d e n a . U s a de m a d r i n a un c e n c e r r o de cifra, y se
lanza al camino, por una huella qué traspone todos los
horizontes.
E n esa m i s m a h u e l l a l a r g a , l a g u i t a r r a h a j u n t a d o los ecos
de t o d o s los g a l o p e s , las h i s t o r i a s de a t r o p e l l a d a s y encon¬
trones, las retiradas envueltas en nieblas de derrota, los
a m a g o s , los d e s p o j o s , los r e n c o r e s de los v i c t o r i o s o s , el cam¬
bio de los t i e m p o s .
La g u i t a r r a vio al indio m o r d i e n d o la lonja de su r e b e n q u e
p a r a a h o g a r su alarido de impotencia. Los toldos, como el
p e r d ó n y la b o n d a d , c a d a vez m á s lejos, h a s t a p e r d e r s e en los
contrafuertes de la cordillera.
Y llegó un día en que la tierra comenzó a pintar sus
veranos de un fuerte color rubio. Eran los trigales que
avanzaban sobre la p a m p a , borrando el rastro de l a s tol¬
d e r í a s , a b a t i e n d o t a p e r a s c e r c a d e los a r r o y o s .
L a g u i t a r r a fue e l t e s t i g o s e n s i b l e d e t o d a s l a s a c c i o n e s , d e
t o d a s las f i e s t a s , de t o d o s los o l v i d o s .
F i e l a l a c o m a r c a , l a g u i t a r r a q u i s o s a l v a r l o p u r o . Y em¬
ponchó en su m i s t e r i o un p u ñ a d o de p e r i c o n e s y v i d a l i t a s .
Juntó pedazos de madrugadas en las que temblaban una
t r o v a de amor, un estilo de a u s e n c i a , u n a voz de coraje, el
77
brillo de u n a espuela, la sombra de un galope.
En las ciudades, e n los p u e b l o s , en los escenarios, los
h o m b r e s tocan la guitarra para el amor, para la gracia, para
la danza, para el espectáculo también. Pero allá, pampa
a d e n t r o , la g u i t a r r a es como la m e m o r i a sensible de la tierra.
No sabe de a p a r i e n c i a s .
Allá, e n m e d i o d e los c a m p o s , n i n g u n a m a n o h a d e men¬
t i r l e a m o r , p o r q u e l a g u i t a r r a h a d e q u e m a r l e los d e d o s con
la fuerza de su vieja v e r d a d a c r i s o l a d a .
El hombre podrá engañar a los hombres, usando a la
g u i t a r r a con un p r e t e x t o a r t í s t i c o , como un e l e m e n t o p a r a la
a l t a p r o f e s i ó n d e l d e s v e l o . P e r o j a m á s p o d r á e n g a ñ a r a l a gui¬
t a r r a , p o r q u e ésta se r e p l e g a r á en sí m i s m a , dejando que el
m e n t i d o m i s i o n e r o e v i d e n c i e sólo s u p r o p i a i n c a p a c i d a d , su
a m b i c i ó n , s u m e z q u i n o p r o p ó s i t o . G o e t h e d i j o : "El é x i t o h a s t a
se p u e d e m e n d i g a r . Sólo la g l o r i a se c o n q u i s t a " .
L a g u i t a r r a t r a n s i t ó los c a m i n o s d e C u y o . V e n í a d e lejos,
olorosa de sal m a r i n a y g a s t a d o s alquitranes. T r a í a en su
cofre una nacencia milagrosa: el primer mestizo musical,
cruza de seguidilla y yaraví. Traía un raro m e n s a j e de glosas,
con a l e l u y a s y v i l l a n c i c o s . Traía n a n a s m e d i e v a l e s de Flan-
des, Aragón y Castilla. T r a í a rescoldo de fuegos a n d a l u c e s ,
altas voces vascuences.
Los hombres barbados, los que trajinaron el fatigoso
c a m i n o del i n d i o d e s d e C u z c o h a s t a C o p i a p ó a t r a v é s del g r a n
C a ñ ó n d e H u m a h u a c a , l l o r a r o n y r e z a r o n e n s u s t i p l e s ca¬
n a r i o s , en sus guitarricos, en sus v i h u e l a s .
Asombrado, el nativo fue aprendiendo los secretos de
t o d a s las l a m e n t a c i o n e s c a n t a d a s con a m o r y con n o s t a l g i a .
Les incorporó u n a voz, un árbol, un nombre, una comar-
canidad. Las hizo suyas. Las recreó. Los vientos de univer¬
s a l i d a d de la l i t e r a t u r a del Siglo de Oro les i n f u n d i e r o n u n a
fuerza colosal.

78
Y creció la t o n a d a c u y a n a , h e r m a n a de la t o n a d a chilena,
hermana de la trova limeña, parienta de los "tristes" de
T u c u m á n y L a R i o j a , p a r i e n t a del "estilo" de la p a m p a . La
s o l e d a d d e l o s c a m p o s , l a s d i s t a n c i a s , los c a m i n o s s i e m p r e
hostiles, imprimieron su sello de austeridad, prudencia y
f a t a l i s m o e n l a s m e l o d í a s , e n e l s e n t i r d e los h o m b r e s . P a r a
contener todas las saudades, la g u i t a r r a fue creciendo en
forma, en misterio, en soledades.
Y Cuyo se pobló de t o n a d a s y c a n t a r e s . En cada casa, u n a
guitarra. En cada choza una trova de amor, un verso galano.
C a d a i n v e s t i g a d o r del c a n c i o n e r o c u y a n o c o m e n t a , d e p u r a ,
selecciona, publica. Y a todos, fatalmente, se les escapan
cientos de t e m a s que la g u i t a r r a g u a r d a , y que quizá n u n c a
podrán ser clasificados.
P o r q u e no alcanza una vida p a r a estos trabajos. P o r q u e en
el t e r r e n o de la compilación de d o c u m e n t o s folklóricos n a d i e
p o d r á n u n c a g o z a r d e "su" c o s e c h a . P o r q u e l a l a b o r c i e n t í f i c a ,
metódica, s u p e r a las l i m i t a c i o n e s del "yo".
La g u i t a r r a , que no sabe de estas especulaciones, pule su
misterio y triunfa siempre, por encima de los calendarios,
m á s a l l á d e las l a b o r e s r e n t a d a s d e los h o m b r e s . L a g u i t a r r a
e s c o n d e su s a l m o p a r a que no lo p r o f a n e n las m a n o s t o r p e s
y los m e z q u i n o s p r o p ó s i t o s . Se da e n t e r a c u a n d o el h o m b r e -
paisaje, el p a i s a n o , el rústico c u i d a d o r de v i ñ e d o s , el peón de
a g u a s , e l r e s e r o a n d i n o , b u s c a n p a r a s u paz l a c o m p a ñ í a del
madero estremecido, d e l cofre s a b e d o r .
Recién entonces la guitarra desata todos sus silencios en
los que se e n a n c a n s e n t i r e s de t i e r r a y t i e m p o .
La guitarra, sedienta, aventurera y golosa de extrañas
f r u t a s , se a c e r c ó a los a n c h o s ríos y se dio a n a v e g a r , a g u a s
arriba. Miró asombrada un laberinto de islas, diminutos
c o n t i n e n t e s a p r e t a d o s . Y s i g u i ó b o y a n d o l e j o s , a v e c e s dolo¬
r o s a m e n t e , h a s t a llegar a un reino donde las a r p a s florecían

79
delicadezas de extinguidas arcadas conventuales, ganando
l u e g o e l m o n t e p a r a t r a d u c i r e n g u a r a n í los salmos de una
r a z a de p o e t a s y g u e r r e r o s .
La guitarra, siempre sabia, siempre prudente, amaneció
sobre una tierra bermeja. Cada recodo, cada r a m a florida le
f u e r o n e n s e ñ a n d o un t o n o , un color, un a c e n t o del h o m b r e o
del paisaje.
Se hizo a m i g a de la m e d i a - c a l a b a z a en la q u e los i n d i o s
adiestraban su instinto rítmico. Y respetando prioridades,
caminó detrás del arpa. E l hijo del Guaran, como un ani-
m a l i l l o t e n s o y t i e r n o , d u r o s o ñ a d o r de la selva, se a c e r c ó a
olfatear la guitarra. Un tiempo estuvo observando su brocal
de e m b r u j o s . Y poco a p o c o , e n t e n d i ó la a m i s t a d . Y s u p o q u e
la g u i t a r r a no b u s c a b a las g r a n d e s c o m p a ñ í a s , sino que se
e n t r e g a b a en soledad, como una niña frente al p r i m e r amor,
f l o r e c i d a en p a s i ó n y t e r n u r a . Y el i n d i o le p u s o un bello
nombre: "Mbaracá".Y a p r e t á n d o l a contra su pecho, le contó
sus cuitas.
Arpa y g u i t a r r a , religión de s a u d a d e s , se h e r m a n a r o n en
la selva g u a r a n í . Y andan, d e s d e t o d a la v i d a , j u n t o a los
anchos ríos, donde el m b u r u c u y á se enjoya de lunas para
a y u d a r el viaje de la m ú s i c a .
Sí. La g u i t a r r a es un misterio n u n c a develado.
C u a n d o el h o m b r e se d e s p o j a de los falsos a d o r n o s , de las
m e n t i d a s j o y a s de la ambición, la v a n i d a d o la p e d a n t e r í a ;
c u a n d o e l h o m b r e s e v i s t e con sus p r o p i a s v e r d a d e s , p e q u e ñ a s
o g r a n d e s , la g u i t a r r a le dice: "¡Ven!" Y allí, en m a n o s p u r a s ,
junto a un fuerte corazón liberado, saca sus voces i n n u m e ¬
rables.
H o m b r e s y g u i t a r r a i n i c i a n el ritual. Y el s a l m o e s t á en
ellos, como u n a estrella brillando e t e r n i d a d e s .

80
Bagualas...

Caminos...
Caminos anchos que escapan campo afuera, estirándose
c o m o l a z o s e n t r e los p o t r e r o s y las q u i n t a s p r i m e r a s .
C a m i n o s , que se v a n a n g o s t a n d o h a s t a c o n v e r t i r s e en u n a
senda estrecha, áspera, en la que sólo p u e d e n m a r c h a r u n
caballo, un h o m b r e , y un c a n t o .
Caminitos de Chisjra; sendas de la A l m o n a y de Juan
Galán; caminos de Tiraxi, de Coyruro, de Cerro Moreno;
s e n d a s del A l f a r c i t o y de C e r r o P i r c a d o .
C a m i n o s a b i e r t o s como tajos e n t r e el pajonal de la P u n a ;
s e n d a s d e C a s a b i n d o , d e S a n t a C a t a l i n a , d e C o c h i n o c a ; cam¬
i n i t o s d e S u s q u e s y del C o r i m a y o ; c a m i n i t o s d e I n c a - C u e v a
y Santa Victoria...
En cada uno de ellos se levanta una baguala, siempre
i g u a l , y sin e m b a r g o , d i s t i n t a . En u n o , la e s p e r a n z a , la n o c h e
c á l i d a y la e s t r e l l a b u e n a ; en otro, la d u d a y la a u s e n c i a l a r g a ;
en o t r o , n a d a m á s que un c o r a z ó n de k o l l a m o s t r á n d o s e a los
v i e n t o s , con ritmo de m a r c h a y latido de espuela.
Bagualas y caminos de la tierra jujeña son una misma
cosa: ¡bagualas y caminos...! Es el canto que cansado de
v a g a r por el silencio se t i e n d e sobre la t i e r r a , j a d e a n t e y
a d o r m e c i d o , o es el c a m i n o que de t a n t o g u a p e a r e n t r e las
p i e d r a s , p a s a de largo por las c u m b r e s , y se m a r c h a h a c i a el
azul infinito de la noche, convertido en una sola b a g u a l a
rebelde y andariega.

81
Coplas en el último día en
Tucumán

Tú, que conoces mi pena,


vientito del Tucumán,
llévala por esos montes,
pero en forma de cantar.

Mi copla tiene un paisaje


de camino y soledad.
Tiene el color del silencio:
del llanto tiene la sal.

Los montes parecen quietos,


dormidos en el lugar.
Pero se llenan de coplas
y así aprenden a volar.

Ayer vine, y hoy me alejo.


Destinos del caminar...
¡En algo nos parecemos,
vientito del Tucumán!

82
Palabras a
la zamba tucumana

Canta alegre la zamba del verano


como una acequia sobre el prado verde
Vuela el pañuelo en sus adioses vanos
pero un brillo de amor los ojos tienen.

Melancólica zamba del otoño


que en la bordona canta entristecida,
añorando las noches tucumanas
y los caminos de la edad florida.

¡Zamba del Tucumán! Desconocida


fue la primera voz que te ha cantado.
Oscuro trovador, guitarra herida,
y un ensueño de amor aprisionado.

Como ramo de azahares, el pañuelo


con lenguaje de amor perfuma el aire.
Y se endulza la zamba tucumana
con el rumor de los cañaverales.

En las guitarras de la Yerba-buena,


se va tejiendo un poncho de romances.
Y los abuelos criollos miran lejos
buscando el tiempo de sus mocedades.

¡Zamba del Tucumán, la preferida


que bailaron los gauchos del pasado,
y en la Patria recién amanecida
la llamaron la novia del soldado!
83
Madre del viento
(Vidala)

Como prendida en las ramas


mi copla se quedará.
Dejen que el sol la madure.
Mejor será.

¡Madre del viento,


por dónde andaré!

Entre la copla y el hombre


hay un antiguo secreto:
cantando va, noche afuera.
Llorando va, pecho adentro.

¡Madre del viento,


por dónde andaré!

Si Dios no quiere escucharme,


callado me alejaré.
Por el sendero del monte
ni polvo levantaré.

¡Madre del viento,


por dónde andaré!

Como una errante vidala


por este mundo pasé.
Cuando me tape el silencio,
ya ni vidala seré...
84
¡Madre del viento,
por dónde andaré!
El pintor

Creyendo hacer cosa buena


un pintor me pintó un día,
mas me pintó por afuera
porque adentro no veía.

¿Cuándo vendrá ese pintor


que pinte lo que yo siento,
ganas de vivir la vida
sin pesares ni tormentos?

Salía un humito muy lindo


de mi rancho de totora,
pero mi sopa es escasa
porque son pobres mis horas.

¿Cuándo vendrá ese pintor


que pinte lo que yo siento,
ganas de vivir la vida
sin pesares ni tormentos?

Es mal pintor el pintor


que me ha pintao' aquel día
cantando coplas serranas
con la barriga vacía.

86
Es mal pintor el pintor
y en esto no hay duda alguna
pues sólo pintó mi poncho
y se olvidó de mi hambruna.

¿Cuándo vendrá ese pintor


que pinte lo que yo siento,
ganas de vivir la vida
sin pesares ni tormentos?

87
Zamba

Guitarrita e'pobre.

Para cantar lo que siento


yo no preciso la voz.
Me escondo guitarra adentro
y allí converso con Dios.

La zamba para ser zamba


es pañuelo y es adiós.
Y es zamba de luna y rancho
si la baila el corazón.

Desde la hondura del monte


el bombo llamando está.
Y el corazón padeciendo,
y el canto se va y se va.

II

Si yo tuviera un amor,
ay, qué zamba cantaría.
Con magia de medianoche,
con lujos de mediodía.

Apenitas si es guitarra
la guitarrita del pobre.
Buscando coplas de plata.
Hallando coplas de cobre.
88
Desde la hondura del monte
el bombo llamando está.
Y el corazón padeciendo,
y el canto se va y se va.

89
Si me veis mirando lejos.

Si me veis mirando lejos


abrazado a la guitarra,
es que voy sobre la mar
sin aire, ni cielo, ni agua.

Y cuando miro el oscuro


madero de la guitarra,
seguro es que voy rezando
por una Patria lejana.

Mi mano en el diapasón
se afirma como una zarpa.
Es que voy gritando cosas
que me dicta la guitarra.

Cuando inclino la cabeza


para esconder una lágrima,
estoy viviendo y muriendo
lo que ordena la guitarra.

Universo de seis cuerdas,


y un simple nombre: guitarra
caminando por el mundo
al corazón aferrada.

Si me veis mirando lejos


abrazado a la guitarra,
es que voy sobre la mar
sin aire, ni cielo, ni agua.
90
Músicos y poetas
Hilario Cuadros

Se ha cortado el bordón de tu guitarra


cuando la paz del alma florecía.
Cuando muere un cantor, la tierra mía
una canción junto al dolor amarra.

Sombras de Guaymallén, anochecidas


en las acequias su dolor sollozan.
Mientras nombran los criollos de Mendoza
al que pasó cantando por la vida.

Le dictaba la Patria cada verso


con la palabra simple del labriego.
Por Cuyo fue su brindis y su ruego
y la nostalgia azul de su universo.

¡Adiós, Hilario Cuadros, compañero


de guitarra y tonada y luna llena!
¡Qué pequeño consuelo y cuánta pena
ha de tener la voz de los troveros!

9 de diciembre de 1956

93
El arpa dormida

En la mitad de junio desgranó su último arpegio aquel


muchacho guaraní, por todos conocido, que se llamó Félix
Pérez Cardozo.
Se fue de la vida, así, de repente, como alguien que está
leyendo y de pronto lo llaman desde un lado, y da vuelta
apenas la cabeza y ahí se queda, mirando otro planeta, otro
mundo, otra nada, más allá del conciente universo del hombre.
Se fue, sin siquiera saber o empezar a comprender que se iba.
Su muerte, dos veces dolorosa, por la ausencia del hombre
y el artista, ha producido un desgarrón en la cultura popular
argentina. El golpe lo acusa el pueblo por haber sido herido
en su más sensible comarca: su sensibilidad.
Veintidós años vagó por nuestras pampas esa arpa inquie-
ta y hermana, diciendo las cosas del mensú y la cuña, del río
y la selva, de la burrerita proletaria y del cerro heroico,
escenario de la gesta patria. Es que Félix Pérez Cardozo,
mozo fuerte y corazón grande, dejó lejos la academia, el orden
de la buena vida burguesa, y vivió "su" vida. Juntó, en este
Buenos Aires de sorpresivos amaneceres, la medianoche con
la aurora, y con un "hasta luego" ayudó a crecer al mediodía.
Cardozo, el gran arpista paraguayo, había heredado las
resonancias noctíveras de un Brindis de Salas *, con diferen-
te escenario y época. Pero su bohemia no hizo empalidecer a
su estrella constructiva, a su buena luz creadora. Siempre,
en cada noche, en cada madrugada de las suyas, el arpa de
Pérez Cardozo enriquecía sus cuerdas con un nuevo reclamo

* Brindis de Sala: Joven y famoso violinista cubano que murió de


tuberculosis un amanecer, en Buenos Aires.

94
en guarania alada, en polca de épico ritmo, en zamba de
quieto evocar, o en canción de revuelta y enojo contra los
aspectos negativos de la vida.
El arpa de Cardozo nunca estuvo ociosa. Vibró, alisó las
cuentas de su llanto o rió abiertamente la creciente pujanza
de la danza hombruna, machaza, olorosa de yerba y hoja
fuerte. No. Jamás una polca estuvo ejecutada de la misma
manera. Cada vez era nueva, era otra, como era el espíritu
del artista: cambiante, inquieto, siempre en alto, presto al
vuelo, dispuesto a esa pequeña muerte cotidiana que signi-
fica el hacer nacer cada día la luz de la belleza.
Difícil será oír en adelante un arpa como la suya.

95
Canción para
Pablo Neruda

Pablo nuestro que estás en tu Chile.


Viento en el viento.
Cósmica voz de caracol antiguo.
Nosotros te decimos:
gracias por la ternura que nos diste.
Por las golondrinas que vuelan con tus versos.
De barca a barca. De rama a rama. De silencio a silencio.

El amor de los hombres repite tus poemas.


En cada calabozo de América
un muchacho recuerda tus poemas.
Pablo nuestro que estás en tu Chile.
Todo el paisaje custodia tu sueño de gigante.
La humedad de la planta y la roca
allá en el sur.
La arena desmenuzada, Vicuña adentro, en el desierto.
Y allá arriba, el salitre, las gaviotas y el mar.

Pablo nuestro que estás en tu Chile.


Gracias por la ternura que nos diste.

París, 23 de setiembre de 1973.

96
Buenaventura Luna

Buenaventura Luna está en su tierra.


Floreciendo en la nieve, su copla de silencio.

Para guardar el sueño del poeta,


la comarca de Huaco limpió sus lejanías.
Pobló de resonancias su campana de cumbres.

Y en la bíblica paz de los ocasos,


se oye el salmo del aire entre los álamos,
mientras se agita, tímido, en las sombras,
el cencerrito azul de las majadas.

Viejo camino jachalero;


desenroscado caracol.
Junto a la huerta del abuelo
te está llamando Huandacol.

Tierra bermeja y trajinada.


Viña madura bajo el sol.
Antigua minga lugareña
donde el poeta amaneció.

En la nostalgia, la tonada.
El romancero, en el amor.
El contrapunto, en la payada;
la historia gaucha, en el fogón.

Para la noche del resero,


la luz profunda de su voz...
97
Doce lunas pasaron sobre las cordilleras
sublimando el silencio donde duerme el poeta.
A lo lejos, el aire se puebla de tonadas.
A lo lejos, dialogan las guitarras secretas.

¡Y una vidala errante, litúrgica y nocturna,


quiere nombrar tu nombre, Buenaventura Luna..

98
Antonio Machado
Una colina sin árboles.

A veces me gana -muy seguido- el recuerdo, la evocación


de un nombre, una vida, un poeta del mundo: Antonio
Machado, el andaluz, el español, el universal.
Antonio Machado. Se me ocurre un buen tiempo para
hablar de él, recordar lo que me hablaron sus amigos, además
de sus poemas, sus libros, su Leonor, su pobreza. Digna y
orgullosa pobreza la de don Antonio.
Una colina sin árboles. Así vi al camposanto donde Ma-
chado está enterrado en Coillure, al sur de Francia, donde
pasé unos días yendo muchas horas a pensar, a fumar un
cigarrillo -en aquel tiempo yo fumaba- y quedarme pen-
sando mirando la tumba, las canoas en la costa; ahí, a cien o
cientocincuenta metros, el mar, el Mediterráneo. Lo último
que él vio, eso lo he mirado, lo he sentido, lo he rezado, lo he
llorado. Una colina sin árboles.

Está lloviendo la mañana en que me dispongo a partir de


Toulouse rumbo a la frontera española. El Garona, hermoso
río, que cruza la ciudad, viene ancho desde los Pirineos. Las
hojas de los remansos y remolinos juegan una suerte de
danza que luego se aleja hacia los campos. Observando el
Garona, que es el viejo puente que da la idea de la nueva
ciudad y la divide de la antigua, recordé un personaje de la
novela de Jean Giono en la que su protagonista hombre-
paisaje al bañarse en un río igual comentaba para sí, recono-
ciendo las cosas que flotaban en la corriente: "Está lloviendo
fuerte en Saint Claire; estas hojas que pasan en el agua, en

99
la corriente, seguramente son de los castaños del viejo
Antoine". Pues un nativo de Toulouse, pienso yo, podría
identificar las huertas que sumaron sus hojas al paso del
Garona turbulento.
Cuatro días estuve en Toulouse, una ciudad donde crecen
las violetas más hermosas del mundo. Por eso la llaman "la
ciudad lila", por el color de las violetas. Cuatro días visitando
iglesias medievales, las murallas románicas, las calles an-
gostas, las tiendas de flores, el museo de los Agustinos -en el
que expuso Picasso- donde se guardan en patios conventua-
les sarcófagos de piedra granítica, donde hay una madonna
-quizá la más bella de las madonnas- que tiene un rostro de
adolescente cautiva y sostiene al niño como un juguete en los
brazos del candor.
En Toulouse, en esos cuatro días, sólo una persona me citó
la ciudad como la cuna de Carlos Gardel. Nadie más me habló
de ello. Quizá sea-pensé yo-porque el trovador porteño jugó
su rol vital en otras tierras y con otro idioma, cantando otros
asuntos. De todos modos, al andar por las calles de la villa,
al entrar en barrios viejos, más allá de la avenida Jean
Jaurés, pensé en aquel muchachito francés que un día salió
muy niño hacia América. Después, en Buenos Aires, hizo
suyo el acento más cabal del tango argentino.
En un viejo carricoche salí de Toulouse. No había ómnibus.
Ni aviones, ni trenes, ni taxis. La lluvia cesó y un sol amable
quería hacer sonreír al paisaje. Se sucedieron los pueblos
entre viñedos casi perfectos. Las colinas ostentando un
brillante verdor. Luego de los terrones del viejo castillo de
Carcassone al sur de Francia, el camino comienza a corcovear
como potro recién "desmaneao" hacia el Mediterráneo, lle-
vando a Narbone, a Sete. Hacia los Pirineos por Sete o
Narbone. Yo elegí este último rumbo. Por Perpignan. Es un
mayo de fresas y de almendras. El mar, cansado de in-

100
ventarle bahías al mapa de Francia, se ha tendido a dormir
junto a la arena y por su costado más azul le comienzan a
caminar veleros.

Coillure trepa la sierra con sus casitas blancas. Coillure


suelta en la tarde todas sus golondrinas. Coillure se aprieta
en la rada. La pequeña ciudad de Coillure y las callecitas del
pueblo descienden a olfatear el silencio de las barcas pesca-
doras que en pensativa penitencia fingen ser el collar de la
ciudad. Un aire de sal y yodo ha pintado la vejez en los
letreros; sólo los ojos marineros pueden descifrar las pala-
bras escritas en esos cartones, en esas latas enmohecidas:
bar, hotel, El Ancla, El Pañol, El Internacional, Lumiére de
Sables, uno de esos hotelitos de dos plantas, quizá el menos
confortable, está ahí a un paso de la rada. Hasta ese hotelito
de Coillure llegó un amanecer de enero don Antonio, acom-
pañado de su madre y otra gente, hace mucho más de
cincuenta años. Era apenas de día; sin dinero, sin más que lo
puesto y un aguacero terrible y helado, don Antonio Machado
llegó así a Coillure.
El mismo, cubierto de frazadas, en ese hotelito, solía
contarle a alguna gente la dura travesía en busca de frontera.
Decía: "Eramos cerca de cuarenta, entre hombres, mujeres y
algunos niños. Caminamos toda la noche. Yo trepaba, me
hundía en el fango. Cerca de mí venía mi madre llevando de
la mano una niñita. Llovía, llovía a cántaros. Nos guiaba en
la oscuridad un hombre nuestro, un hombre de España, y él
también solía perderse por momentos. Sierras, piedras,
peligros, muchas cosas. Al fin pisamos la línea fronteriza.
Francia. Estaba amaneciendo. Miré a mi madre. El agua le
chorreaba de la cabeza a los pies, era de una belleza trágica
mi madre".

101
En dos días el pequeño hotelito estaba lleno de periodistas.
Antonio Machado charlaba con todos lentamente. Todo lo
lentamente que podía. Y dijo alguna vez -así lo cuentan las
crónicas, así lo contaban los viejos amigos-: "Para vivir en
España, amigo mío, hay que empuñar el fusil. Yo, por
desdicha, sólo esgrimo la pluma. Además, su generosidad me
adjudica fatiga para este viaje, por este viaje, pero créame
usted, amigo mío, que estoy enfermo, no estoy nada bien, me
siento enfermo. Tengo más de sesenta años y en los tiempos
que corren son muchos años para un español".
Don Antonio Machado descansaba cuanto podía descan-
sar un hombre de su importancia, comprenderemos. Conti-
nuamente lo visitaban periodistas, curiosos, o amigos, paisa-
nos, desterrados como él. Una que otra tarde, cuando el sol
estaba firme, salía con su madre.con algún amigo, y cruzando
apenas la calleja, se sentaba junto a las pequeñas barcas
azules, verdes, rojizas. Recordaba sus cosas de juventud, sus
coplas, gente estimada. Sus coplas... algunas tan actuales,
como escritas en estos días confusos en que parece que algo
quiere cambiar.
¡Ay, madre! cómo resuena
la guerra, de mar a mar.
¡Ay, madre! cómo resuena.
"La copla española -decía- es dura, olorosa como el trigo
recién cortado y alcanza eternidad en su final, donde se
afinca siempre la sentencia."
Junto a las barcas amarradas al silencio del muelle, don
Antonio evocaba tiempos de intrepidez y de viajes, sus meses
en París, allá por 1906, cuando fiel al "pitillo" armado a mano
rechazaba sonriente el habano que le ofrecía, por ejemplo,
Rubén Darío. El cansado andaluz, el enfermo de España,
conversaba así las cosas que luego apuntaban algunos cro-
nistas o quedaban en la memoria, eterna, amorosa memoria
de sus amigos.
102
"Una vez en una barca como ésta -contó- salimos a nave-
gar. Eramos tres amigos y el botero. El que manejaba el bote
era un hombre callado de grandes mostachos y de fuertes
manos, tenía unos ojos en los que permanentemente brillaba
algo como la picardía.
Almorzamos en un islote, bebimos vino de la zona. Re-
gresamos luego a la costa, al atardecer. Recuerdo que
habíamos hablado mucho ese día: poemas, literatura, escri-
tores amigos, viajes, ocurrencias, sucesos, el peligro. Eso de
España que a todos nos dolía, que a todos nos lastimaba.
Mucho hablamos. En tierra, alguien propuso: '¿Vamos a la
taberna?' ¡Vamos a la taberna, claro! Todos aceptamos, éra-
mos jóvenes.
Entonces -dice don Antonio-yo tomé del brazo al mocetón
de los ojos picaros y me presenté. Mis amigos no lo habían
hecho antes. Y le dije: 'Soy Machado, el español'. El botero de
los grandes mostachos sonriéndome respondió: 'Ya lo sé,
señor. Yo me llamo Gorki, soy ruso y remero suyo, soy su
remero'. Detrás nuestro mis amigos se reían burlándose de
mi azoramiento. Me habían tendido una celada para ha-
cerme hablar. Y yo, como soy español, hablé mucho, tal vez
demasiado. ¡Qué barbaridad! ¡Qué barbaridad!"
Así don Antonio iba evocando esas cosas que alguna vez
adquieren vibraciones. Porque los poetas, quizá porque son
poetas, saben muy bien elegir las palabras justas de un
testamento que se conversa pero que nunca se escribe.
Sienten cuando los ronda de cerca el gran silencio; cuando se
les va acercando, cada día, cada semana, como una sombra
amplia, amada, nunca desconocida, el silencio. Y comienzan
a remendar las redes de un tiempo sensible, a unir los hilos
de todas las vivencias como si las manos se les fueran
borrando poco a poco y sólo les quedara una alta ternura
resistiendo el cansancio del largo camino.

103
Sólo treinta días vivió el poeta Antonio Machado en ese
rincón de la Cataluña francesa, en ese pueblito de Coillure,
en ese pequeño hotel. El último mes de su vida. Cerca suyo
la metralla, la confusión, el fuerte hedor del odio desatado. Y
por su misma calle, debajo de su ventana pequeña, pasaba la
sombra de los desterrados que venían desde España, los
niños ateridos y los abuelos que gastaron su llanto en el
adiós.
Un veintitrés de febrero murió don Antonio Machado en
Coillure, sur de Francia. El cementerio está allí, en la mitad
de una colina sin árboles. Una colina sin árboles donde
solamente crecen algunas plantas duras como el hinojo
silvestre de nuestra tierra. Humilde la tumba; sólo un nombre:
Antonio Machado, y la fecha. En el destartalado hotelito,
abajo del cartón que anunciaba su condición de hotel, hay
también ahora una pequeña placa que dice: "Aquí vivió y aquí
murió el poeta Antonio Machado".
La otra noticia, no menos dolorosa, la recogieron algunos
cronistas de su tiempo. En el mismo cuarto, tres días después
de haber sido enterrado el poeta, fallecía su madre. Su madre
que tanto lo acompañó.
Las primeras luces de Coillure comienzan a encenderse
justamente en la rada, como si las barcas tuvieran miedo de
la noche. Allá sobre las colinas, la última luz de la tarde me
regala el vistazo final del camposanto. Todo está quieto y yo
siento como si arrastrara dentro de un carretón crepuscular
a mi pobre, a mi conmovido corazón paisano.
Sigo lentamente hacia la ruta, barranco, mar, sombrío
camino trepador. A pocos kilómetros hago alto en una casona
de piedra. Es un "village" de catorce casitas blancas. Un
soneto de cal y soledad. Sur mer se llama. Comienza entonces
a correr un aire frío. El lugar se parece a esas lomadas
mansas que he visto una tarde allá en mi país, cerca de

104
Tandil, desde donde se domina un pequeño lago, paja brava,
piedra gris. Y allá abajo un gran silencio, un silencio de
cóndor abatido.
Coillure, Coillure... Las sierras protegen las techumbres
rojizas y la noche es como un poncho infinito. Hace unas
horas la tarde soltaba golondrinas sobre la rada. Ahora sólo
está el frío, la sombra, el viento. En dirección del poniente
queda todavía un pedacito de cielo azul donde los duendes
comienzan a raspar sus yesqueros, tal vez con la intención de
seguir encendiendo estrellas.
Adiós don Antonio Machado, adiós poeta. Desgarrado
español, hombre poesía. Sólo tus huesos quedarán en la
colina de Coillure. Es imposible sepultar la gloria.

105
Guandacol

El veintiuno de mayo de 1940 visité a don José Andrés


Díaz, domiciliado en los medanales de Santa Clara.
Fui en compañía de los vecinos don Juan de Dios Flores,
Armando y Umberto Herrero y el jefe de la oficina de Correos
y Telégrafos de Guandacol.
José Andrés Díaz, hombre de 46 años, ha trabajado toda su
vida de arriero, hasta 1927, año en que se suspendió el envío
de tropas de vacunos y lanares a Chile. Por él me enteré de
los precios del ganado exportado, los campos en que in-
vernaba, la forma de conducirlo y la nómina de vecinos mejor
beneficiados con el comercio de la hacienda riojana.
José Andrés Díaz goza de cierta nombradía como cantor de
temas criollos, y de él escuché los siguientes versos:

Vidala

Desde arriba m'hi venido


¡Se va y se va!
Porque aquí no soy querido
¡Si volverá!

Quítate, quítate, quítate de allá,


tu magre no quiere, tu pagre quedrá.
Si te gusta el vino, ponele nomás...

Si aquí no me quieren bien


¡Se va y se va!
M'iré cuantito amanezca
¡Si volverá!
106
Quítate, etc. etc.

Otra

Dicen que los ríos crecen


cuando deja de llover,
así crecen mis amores
cuando la dejo de ver...

Rematemos, rematemos.
Esto está fiero, dejemos...

La mejor copla ha cantado Díaz sin darle la importancia


que merece:

Cuando me avancen muy mucho


los crueles padecimientos,
he de salir a las cumbres
que me consuelen los vientos...

107
El hombre
y su paisaje
I

Pesebre navideño

Allá por las cordilleras


anda el viento desatado,
con su caballo de nieve
salta los hondos barrancos.
Silbo que restalla lejos
es el silbo de su látigo.

Porque nació en las nevadas


lo llaman el Viento Blanco.
Por las desiertas laderas
van los caminos sin rastros;
el viento borra las huellas
de vicuñas y huanacos.

Ni el cóndor vuela en el cielo


ni el toro brama en el bajo.
Sólo el viento silba y corre
sobre su flete nevado.
Pasa las cumbres menores
desciende por los barrancos;
pero la piedra y los cerros
le van gastando el caballo.

El remolino es un indio
que vive en su toldo blanco
y al remolino le gusta
carne de potro nevado.
Sobre la furia del viento
arroja certero el lazo.
111
De nada valen espuelas
ni silbos desesperados.
Bajo el lazo del cacique
cayó su caballo blanco.
El viento ya no galopa
por los desiertos helados.
El viento va por la puna
de a pie, silbando y silbando.
Tiritan los pajonales
junto a los caminos largos.
La tarde en el horizonte
cuelga sus ponchos indianos
y es la soledad puneña
campo y cielo, cielo y campo.

Allá se divisan techos


y el adobe de los ranchos
y ponchos indios tejidos
con hilachitas de ocaso.
Arrebozadas de noche
van las cholitas llegando;
han comenzado su ronda
los yuros, de mano en mano,
que la chicha de los indios
guarda sonrisas y cantos.

En el patio de la casa
hay un rincón de milagro.
Candelas asustadizas
junto al pesebre sagrado
alumbran la Nochebuena
de los que viven mal año.
Allí un torito de arcilla,

112
allí un corderito blanco
y junto al niño moreno
la virgencita de barro.
¡Ay pesebre navideño
pesebre del altiplano!

No hay estrellas de papel


ni cielo en tela pintado.
Sólo está el cielo puneño
con sus mil astros girando
Sus mundos estremecidos
de soledad en lo alto.

La quena dice aleluyas


en el fondo de los patios
mientras la voz de las cholas
junta cristales trizados.

Los ojos dicen: ¡mañana!


Sueño de antiguo soñado.
Y mientras las viejas piden
¡que el Niño traiga buen año!
la chicha amasa las coplas
en el fondo de los cántaros.
¡Ay pesebre navideño
pesebre del altiplano!

Junto a los muros de adobe


contempla el viento ese cuadro
de ponchos y de rebozos,
de sombreros y de aguayos,
y de silencios que aprietan
un acuyico de salmos...

113
El viento conoce el mundo
de los runas solitarios,
de la nieve que castiga,
del maicito malogrado;
del arriero sin retorno,
del socavón derrumbado
y de ese callar profundo
del que no espera, esperando.
¡Ay pesebre navideño
pesebre del altiplano!

Viento del Ande que sabes


la pena de los callados,
vuélvete a la cordillera,
monta en tu potro nevado
y galopa por el mundo
contando lo que has mirado.
Dile de ese kolla mudo
que toca quena y charango
que vive en los pedregales
sin esperar, esperando;
que camina por la vida
por los caminos más largos;
que reza en las Navidades
con los ojos y las manos,
porque le faltan palabras
como le sobran harapos.
Sólo una flauta de caña
diciendo un áspero salmo
en aquella Nochebuena
de los que viven mal año.

114
Y ese torito de arcilla
y ese corderito blanco
y junto al Niño moreno
la Virgencita de barro.

Gota de luz en las velas


de aquel rincón de milagro.
Y tras la pirca, lo inmenso:
campo y cielo, cielo y campo...
¡Ay pesebre navideño
pesebre del altiplano!

115
El zaino

Este zaino, petiso y resignado,


de lento andar y natural sencillo,
retorna al saucedal de El Pantanillo
añorando la chata y el arado.

Los Reyes Magos al pasar le han dado


un concierto de ranas y de grillos,
y el rocío mojóle el espartillo
en homenaje a su molar gastado.

Retorna el potro a sus amados lares


a regustar la paz de sus mollares
recordando sus tiempos de potrillo.

Pues ya que ha sido fiel como la hiedra,


no debe fallecer sobre las piedras
sino en la dulce luz de El Pantanillo.

Cerro Colorado, 6 de enero de 1956


Al devolver un zaino a Ismael Quinteros

116
Marzo

Marzo largó de sorpresa


su puñalada de frío.
La calle quedó desierta,
desolada como un indio.
Mi copla junto a los muros
no calienta el sueño mío.
La noche me va matando
con sus besos de rocío.
El pueblo quema su leña
apretándose en sí mismo.
El cerro junta su sombra
con la sombra del camino.
"En algún lugar de Europa"*
la muerte cava un abismo.
Y en algún rincón del mundo
va mi corazón herido
desangrándose en el verso
callado, y hondo, y sencillo.
¡La noche, muda y helada,
muele sus hojas de vidrio,
y en la calle va mi sombra,
mi canción y mi destino!

3 de marzo de 1955

* En algún lugar de Europa es el título de una famosa película de


posguerra, que tomaba el drama de los niños huérfanos de guerra.
117
Otoño

Mayo destroza en el monte


su tinajón de oro viejo.
Mientras cantan las acequias
coplas de adiós y de tiempo.

Ya se registra en los nidos


el retorno tempranero,
y el humito de los ranchos
con su espiral de silencio.

Las majadas en la tarde


ya vienen por el sendero,
quebrando el cristal del aire
con el ¡ay! de los cencerros.

Mientras yo voy caminando


mi corazón tiene sueño.
Otoño canta en mi sangre
coplas de adiós y de tiempo.

Si has de quedarte dormido


corazón, en los desiertos,
el aire traerá vidalas
para adornar tu silencio.

118
Campo mojado

Aromas del campo vienen,


romero, menta y cedrón.
La lluvia cruzó los prados
y en la sierra se escondió.

La tierra se puso oscura,


la piedra cambió el color.
El ave buscó su nido
y el caballo relinchó.

Entre juncos pensativos


vive alegre el cañadón.
Y el hombre mira los campos
con ojos de labrador.

Aunque callado camine


le da las gracias a Dios.

Siempre digo que el amor


es la consigna secreta.
Aquello que no se nombra
para que nunca se pierda.

El amor vive en el alma


como el airampo en la piedra.
Si muchas veces lo nombran
cualquier viento se lo lleva.

119
Tengo un amor tan amor
que es la raíz de mi fuerza.
Que adquiere todas las formas
teniendo una sola esencia.

No he de nombrar ese nombre,


luz que aliviara mi senda,
copla que canta la sombra
del silencio que me lleva.

120
Monte callado

Quisiera entrar una tarde


en este monte callado
adonde sólo se escuche
la marcha de mi caballo.

Tal vez alguno comente


qué solo va este paisano
y yo apenas si soy basta
pa' soportar lo que canto.

¿Soledad? No la conozco
siempre voy acompañado
por las cosas que he vivido
o que el viento me ha arrimado.

Por eso quiero una tarde


entrar al monte callado
adonde sólo se escuche
la marcha de mi caballo.

¿Silbar? ¿Pa' qué? ¿De qué sirve?


mejor enciendo un cigarro
y sentir que me voy yendo
mientras se quema el tabaco.

121
Lunas, sueños
y quimeras
Dios me entiende

Dicen que soy mal cristiano,


porque no me ven rezar.
¡Que venga Dios y me diga
en qué he podido faltar...!

A veces por el trabajo,


o por el mucho viajar
junto a los templos callados
paso de largo, nomás...

Busco la sombra del árbol


cuando quiero descansar.
Son sueños de ojos abiertos
los que me pongo a soñar.

Con silbos y remolinos


lo miro al viento pasar.
Tal vez Dios se le ha perdido...
y él lo ha salido a campear.

Yo me quedo muy tranquilo.


¡Para qué me vo'a apurar
si el que lo busca por fuera
a Dios no lo va a encontrar...!

Mi sonco es un altarcito,
y allí me pongo a rezar
cosas que los dos sabemos...
aunque ignoren los demás.
125
Miro a mi chango dormido,
cansado de travesear.
¡Y pa' cuidarlo soy tata,
perro, cristiano... y jaguar!

¡Pobreza limpia del criollo!


Si por áhi me falta el pan,
las leguas que a mí me cueste,
Dios y mi zaino sabrán...

Dios me entiende, y yo lo entiendo


Nos hablamos... sin hablar.

126
Aquí estoy

Aquí estoy.
Como una arena quieta y desmayada.
Como la sombra, quizá, de una rama sin nido.
Aquí estoy.
Me caminan las horas, pecho adentro,
desde que canta el sol en las palmeras
hasta que el viento suelta sobre el mundo
su pañolón de largas madrugadas.
Aquí estoy.
Arropando las tardes con montañas azules
para endulzar el viaje de la luna redonda.
No me quiero dormir, porque la noche
me prometió una copla de amor y de saudades.
La guitarra me cuenta su pasión de caminos.
La guitarra en mis brazos llora sus soledades.
Y mientras pasan, lentas, las horas en la sombra,
aquí estoy, madurando las fraguas del tiempo.
Y alegremente triste como la calle larga.
Bebiéndome en la sangre la canción de los vientos.

127
Yo soy la vieja madera

Yo soy la vieja madera,


le dijo el árbol al río.
Y el tiempo ya no me toca
porque respeta mi nido.

Ni los vientos de la pampa


se aventuraron conmigo.
Para enfrentar su bravura
fueron lanzas mis espinos.

Soporté largos inviernos.


Inundaciones he visto.
Vacaje buscando el alto.
Desolación y balidos.

La luna besó mis ramas


con su silencio bendito.
Y lloré mis soledades
con lágrimas de rocío.

Bajo mi sombra durmieron


arrieros y perseguidos.
Paisanos que desangraban
su suerte por los caminos.

Fui árbol de hondas raíces


prendidas al suelo mío.
Y aunque la pampa es mi pampa
ya no somos lo que fuimos.
128
Yo soy la vieja madera,
le dijo el árbol al río.
Y el tiempo ya no me toca
porque respeta mi nido.
Ocurrencias

Antes que el tiempo me borre


una cosa quiero hacer:
galopar por esas pampas
como buscando el ayer.

Tengo un mundo conocido


y un mundo por conocer.
Inviernos y cerrazones
sin leña para encender.

Lunas, sueños y quimeras,


luz y sombra de un querer.
Todo me ha dado la vida,
lo que sé y lo que no sé.

Pujanza del mediodía,


quietud del atardecer.
La vida, como la pampa,
de todo sabe tener.

Lujos de mis mocedades


en mi guitarra canté.
Tristezas del duro tiempo
y soledades también.

Y antes que el tiempo me borre,


una cosa quiero hacer:
galopar por esas pampas
como buscando el ayer...
130
Vocabulario

Acuyico: Bolo de hojas de coca.


Aguayo: Rebozo indio.
Atrampo: Planta tintórea de la zona andina, cuya semilla es
de hermoso color carmín.
Amalhaya: Expresión de dolor resentido.
Cigány: Gitano.
Csárdás: Pieza musical típica de los gitanos.
Cuña: Querida, en guaraní.
Chicha: Bebida americana de maíz o maní fermentado.
Barbacuá: Antiguo sistema de secado de yerba, consistente
en una parrilla arriba de la cual se ponían las ramas de
yerba, que debían ser removidas constantemente con una
horquilla.
Huaina,: Mujer joven.
Inti Raymi: Fiesta del sol, celebrada el 23 de junio en el
Cuzco.
Iros: Nombre indio de algunos pajonales.
Kusiya: Invocación a la Pachamama.
Matos: Arboles del noroeste, con frutos muy codiciados por
los niños.
Mburucuyá: Flor conocida también como "pasionaria".
Mensú: Peón de la yerba.
Munay munanqui: Expresión de sentimiento amoroso.
Munay, del verbo querer en quechua.
Nem-Kororó: Arrullo, canción de cuna japonesa.
Paisa: Paisano.
Pantlinka: Adorno femenino.

131
Puisca: Nombre que le dan los indígenas a un huso de madera
muy dura usado para hilar.
Rum-dum: Pajarillo.
Runa: Hombre, en quechua.
Simbalista: Ejecutante de címbalo, instrumento muy utili-
zado por los gitanos.
Sonko: Corazón, en quechua.
Taita: Padre, padrecito.
Tarifero: El que mide el jornal del peón de la yerba.
Tuscal: De tusca, árbol del noroeste.
Yuro: Vaso de arcilla.

132
índice

Presentación 9

La capataza 13

América y la tierra
El sueño 17
Palabras de un jefe piel roja 20
A José Gabriel Condorcanqui allá en el cielo indio 25
Túpac Amaru. Cantata 28
Una historia sencilla 36
La hermanita perdida 39

Los trabajos y los caminos


Vidala del trabajador 43
Arriba del Cerro Negro 44
Hay que hacer una polca 45
Romance de la luna tucumana 47
Coplas de Colombia 48
¡Hiroshima! 50
Los paisajes húngaros 52
Las piedras de Toledo 54
Poema para un bello nombre 60
París 62
La calle 65
Coplas en la noche 66

La música
La copla 69
La música y la tierra 71
El cantor 73
La guitarra 74
La guitarra y su misterio 76
Bagualas 81

133
Coplas en el último día en Tucumán 82
Palabras a la zamba tucumana 83
Madre del viento 84
El pintor 86
Zamba 88
Si me veis mirando lejos 90

Músicos y poetas
Hilario Cuadros 93
El arpa dormida 94
Canción para Pablo Neruda 96
Buenaventura Luna 97
Antonio Machado. Una colina sin árboles 99
Guandacol 106

El hombre y su paisaje
Pesebre navideño 111
El zaino 116
Marzo 117
Otoño 118
Campo mojado •••• 119
Monte callado 121

Lunas, sueños y quimeras


Dios me entiende 125
Aquí estoy 127
Yo soy la vieja madera 128
Ocurrencias 130

Vocabulario 131

134
Este libro se terminó de imprimir
en los talleres de Segunda Edición,
Fructuoso Rivera 1066, Buenos Aires,
en el mes de abril de 1992.

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