Books by Francisco Da Cunha
oS GOVERNANTES NÃO QUEREM A PAZ, MAS AS PESSOAS, SIM.
OS POETAS SÝLVIO FIGUEIREDO E LILI LEITÃO: EPÍGONOS, SIM, MAS NEM TANTO., 2024
Se caíssemos nas armadilhas de resenhas feitas por vezes com certo açodamento, ficaríamos à mercê... more Se caíssemos nas armadilhas de resenhas feitas por vezes com certo açodamento, ficaríamos à mercê de juízos que não nos parecem corresponder à verdade dos julgamentos fundamentados, sobretudo se estes têm por objetivo valores estéticos. Tal ocorreu com as reflexões feitas pelo jornalista Marcelo Coelho no caderno Mais da Folha de São Paulo (4/11/01) num artigo sob o título "Buracos a rua e uísque falsificado," a respeito de dois livros de João Antônio (1937-19960, recentemente relançados pela Editora Cosac & Naif, Ô Copacabana! e Abraçado ao meu rancor, editora que se propôs agora a reeditar toda a obra do escritor paulista, num empreendimento que a meu ver, vem prestar um merecido tributo ao ficcionista falecido e estimular, assim, a atenção de novos leitores para a sua obra, ainda não de todo conhecida do grande público e até mesmo de estudantes de Letras. O articulista me deu a impressão de desconhecer a trajetória da produção ficcional de João Antônio que, ao contrário do que insinua s a resenha, sempre me pareceu manter um coerente projeto literário de procurar ser fiel ao se papel de escritor e de cidadão atento às mazelas do país, através de sua proclamada intenção de "radiografar" a realidade brasileira. Foi o que ele fez e se não fez mais completamente foi porque lhe faltaram tempo e vida, já que falecera prematura e repentinamente em 1996. Não porque se surpreender que o escritor use da ironia ou do sarcasmo quando estigmatiza determinados aspectos da vida brasileira, de um bairro, de uma cidade, ou de um segmento social. Não conheço intelectual que tão bem se ajustou à sua própria condição de criador, com firmeza de propósito e coerência. E não vejo como resolver o impasse de ser escritor, jornalista, pesquisador e cronista, como ele o foi, a ao mesmo tempo não pertencer mais às suas origens populares. O grande drama ou mesmo frustração de um escritor que alcançou um patamar social ou intelectual mais alto, como é o caso de João Antônio, é não poder em geral ser lido por aqueles indivíduos por ele retratados em sua literatura, conforme se deu, como disse alguém, com Lima Barreto (1881-19220, Graciliano Ramos (1892-19530) e o próprio João Antônio. Certamente personagens oriundos do universo da marginália, formados, em grande parte, de malandros, prostitutas, homossexuais, mendigos e policiais corruptos, não foram leitores do contista paulista.
Era jovem ainda o Hadesiano, assim mesmo escrito. Não tinha mais do que trinta anos, mas vivia af... more Era jovem ainda o Hadesiano, assim mesmo escrito. Não tinha mais do que trinta anos, mas vivia afirmando que morrer não estava nos seus plano,.não. Antes viver, viver como pudesse, viver ao máximo ainda que fosse no seu mundo pequeno e sem graça, viver sem pactos, sem essa conversa de perder a alma para ganhar a vida ou a eterna mocidade e sem ter que recorrer ao expediente macabro de Dorian Gray ou à ambiguidade do pacto do narrador Riobaldo ou às implicações fáusticas de Thomas Mann. Viver no seu epicurismo de pobre e ambulante semiletrado. Viver a vida simplesmente vivida, sem horizontes, sem grandes sonhos, sem grandes esperanças. Viver apenas... Por isso, agia como se escondesse eternamente da morte, não pegava avião, não pegava ônibus interestadual, nada. No seu bairro, que não era pequeno, preferia passar a via só caminhando pelas ruas. Conhecia-as de cor e salteado e delas sabia os nomes todos, ainda mesmo aqueles escritos em língua estrangeira. Era assim Hadesiano. Se alguém lhe viesse dar uma sugestão para se tornar igual a todos a respeito da condição mortal do se humano lá vinha ela com sete pedras na mão, esbravejando aos quatro ventos que essa sugestão melhor seria dada para quem professasse alguma religião cristã, que, para pacificar os ânimos dos fiéis, inventou que há vida depois desta. Com ele, não, não se criava este princípio.E não havia mesmo ninguém que o dissuadisse de suas excêntricas ideias, nem padres, nem pastores, nem espíritas, nem de qualquer crença afrobrasileira. Hadesiano, assim, ia vivendo como podia, vendendo pipoca no seu carrinho, na praça principal de um populoso bairro carioca. Tinha-se afastado dos pais porque não fora compreendido, questão de temperamento dele muito individualista. Uma outra ideia que levava muito a sério era que jamais iria se casar. Casamento, nunca! Só pros que não pensavam o quanto era dura a vida de casado, com filhos e, depois, netos. Isso só lhe custaria dissabores, brigas em família, escândalos etc. Os pais dele já se haviam acostumado com a decisão de sair de casa e morar sozinho, lá no centro, perto da Avenida Mem de Sá, numa quitinetezinho que fazia parte de um velho prédio. Gostara sempre do centro do Rio, local ideal para ver muitas coisas de dia ou de noite. Seu
Diante da página branca Em 08/07/2021, às 21H56 DIANTE DA PÁGINA BRANCA O princípio da palavra é ... more Diante da página branca Em 08/07/2021, às 21H56 DIANTE DA PÁGINA BRANCA O princípio da palavra é um ato difícil; é a saída do silêncio Roland Barthes Cunha e Silva Filho O que posso dizer, leitor, diante da página branca? Que ela é simplesmente branca. Que não foi escurecida pelo impiedoso texto novo: que ela simbolize o silêncio dos que sofrem, enfim, o que posso afirmar de especial diante da página branca ? A dor de Ernest Hemingway (1899-1961)? O silêncio de um poeta piauiense que escreveu o mais belo soneto sobre a Saudade em língua portuguesa daqui e de além-mar?
Há um conhecido e admirado compositor de nossa música popular, Nelson Cavaquinho ( 1911Cavaquinho... more Há um conhecido e admirado compositor de nossa música popular, Nelson Cavaquinho ( 1911Cavaquinho ( -1986, que costumava dizer que, se alguém quisesse homenageá-lo, que o fizesse enquanto vivo fosse. Disso está bem seguro e pimpão o ex-presidente José Sarney, que tem, no Maranhão, busto, estátua ou algo parecido.
1."A crítica é, acima e antes de tudo, crítica-poética, no sentido aristotélico, e a história só ... more 1."A crítica é, acima e antes de tudo, crítica-poética, no sentido aristotélico, e a história só vale na medida em que é um auxiliar na compreensão da obra, um meio e não um fim, e um meio útil às vezes, por vezes perturbador." (p.V) 2."Para a 'nova crítica', o movimento de âmbito universal que forma hoje a tendência dominante, o que importa, sobretudo, é a obra, o texto, e na análise do texto -de poesia ou de prosa -se especializam em várias escolas, buscando o difícil núcleo, o intrínseco, que forma a essência estética da obra de arte literária." (p.V-VI) 3."O preconceito antiamericano, em particular, é muito comum em certos intelectuais que, por maiores que seja as provas, não tomam conhecimento da América, a despeito de, no mínimo, ela ser hoje o mais sério e mais importante centro de estudos do mundo."(p.VII) 4."A descentralização intelectual, conforma com a nossa realidade, que é de base regional."(p.VII) Correntes cruzadas (Questões de Literatura.
Papers by Francisco Da Cunha
Cunha e Silva Filho (Entre o PT e seguidores e o saco de gatos da oposição uma questão se interpô... more Cunha e Silva Filho (Entre o PT e seguidores e o saco de gatos da oposição uma questão se interpôs, com repercussões cômicas, irônicas, desdenhosas nas camadas letradas e, menos letradas, com exceção dos estratos alfabetizados e com pouco conhecimento de fatos gramaticais. Os letrados da oposição viram a fala do presidente interino como uma boa oportunidade de ironizar o uso da mesóclise, ou da tmese, como gostava de denominar um conhecido meu, já falecido, secretário de um deputado federal da Arena, partido de apoio à ditadura militar implantada no país a partir de 1964. À AENA se contrapunha o MDB, Partido de oposição consentida. Os petistas agora encontraram mais um meio de luta política, a da aversão às formas cultas no uso da língua portuguesa que, por extensão, pertenceriam aos chamados, a toda hora, de "golpistas." O
Medicinal Plants - International Journal of Phytomedicines and Related Industries, 2014
Alcoholic leaf extract of Stevia rebaudiana was analyzed for in vitro antibacterial potential aga... more Alcoholic leaf extract of Stevia rebaudiana was analyzed for in vitro antibacterial potential against various pathogenic bacteria including resistant isolates harbouring bla genes using agar well diffusion method. It effectively controlled the growth of most of the tested gram positive bacteria and moderately controlled the growth of tested gram negative bacterial species. It also effectively controlled the growth of resistant bacteria containing bla genes. Minimum inhibitory concentrations (MIC) of the alcoholic extract were determined by broth microdilution method. MIC against gram positive bacteria ranged from 1.53 to 6.10 μg/ml, while MIC against gram negative bacteria ranged from 3.05 to 12.0 μg/ml and MIC against resistant bacteria harbouring bla genes ranged from 24.0 to 98.0 μg/ml. This is the first report of antibacterial activity of S. rebaudiana against resistant gram negative bacteria harbouring bla genes.
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