ILIMITADO
DOCE, ALÉM DA BOTRYTIS
Quando se fala em uma área idílica da Europa Central em que todos os anos as uvas são atacadas pelo fungo Botrytis cinérea, a famosa podridão nobre, resultando em vinhos excepcionais, provavelmente a primeira relação feita é com Tokay húngaros. Mas e se a resposta na verdade fosse Seewinkel, um local dentro de Burgenland, a região fronteiriça da Áustria com a Hungria?
Segundo Gerhard Kracher (lê-se “crarrer”), há pelo menos 60 anos – ou seja, desde que seu avô começou com a vinícola que leva seu sobrenome em 1959 – a podridão sempre apareceu e eles sempre puderam fazer um vinho que chegou ao nível de um Trockenbeerenauslese – o mais alto grau de concentração (os vinhos doces austríacos seguem a classificação alemã, indo dos Spätlese até os TBA).
O jovem e bonachão Gerhard afirma que isso é algo único no mundo. Aos 38 anos, ele está à frente da empresa familiar desde 2007 – quando seu pai faleceu precocemente, aos 49 anos, devido a um câncer. Alois Kracher, que carregava o mesmo nome do pai, nasceu no ano em que o avô de Gerhard criou a vinícola com seu nome, e foi ele quem colocou a Áustria no mapa do vinho no mundo nos anos 1990.
Em sua recente passagem pelo Brasil, Gerhard contou a história de como Kracher se tornou uma potência dos vinhos doces, o “Yquem austríaco”, falou sobre como está sempre buscando
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