ENTREVISTA
COINCIDÊNCIA? TALVEZ. MAS, segundo a filosofia de Diego Magaña, é mais provável que “tudo já esteja feito antes de mesmo de ser feito”. Ou seja, o caminho que trilhou parece que surgiu em sua frente, mesmo que ele não tivesse exatamente a intenção de trilhálo. Sina ou apenas a natureza ditando suas regras? Vai saber… o que importa na verdade é que ele se transformou em um dos principais nomes da vitivinicultura espanhola nos últimos anos.
Olhando para trás, em um primeiro momento, parece mesmo que estava fadado a tomar tal caminho, pois, seu pai, Juan Magaña, da Viña Magaña, foi um grande pioneiro. “Meu pai foi o primeiro a fazer Merlot na Espanha”, conta. Ele cresceu em meios aos vinhos. “Então, era um fim certo que eu acabaria pelo menos tentando administrar a vinícola do meu pai. Quer dizer, sempre foi o sonho dele”, diz.
No entanto, a história não é tão linear quanto se imagina. Ele reconhece que só se encantou com o vinho após estudar. Ao começar a fazer colheitas na empresa familiar, percebeu que talvez aquele não fosse o ambiente exato para ele. “Ia trabalhar na vinícola com meu pai sempre que podia, nas férias ia ver vinícolas e tal, mas aí a vida te leva… você e seu pai têm desavenças. Eu tinha uma inquietação e meu pai não me deixava fazer certas coisas. Então, no final, decidi seguir meu próprio caminho, porque estávamos sempre discutindo”, revela.
Quando estava prestes a largar a empresa do pai, ocorreu a grande “coincidência” – da qual tratamos no início. O ano era 2014. “Conheci Raúl Pérez numa viagem aos Estados Unidos”, lembra. Um dos maiores incentivadores da região de Bierzo, Pérez queria levar novas caras para lá. Eles se tornaram amigos e veio a proposta: “Ei, Diego, por que você não vem para Bierzo fazer um vinho?” E até hoje Magaña faz seus vinhos – do que posteriormente foi chamado Dominio de Anza, em homenagem à mãe, que se chama Esperanza –