Sensor: o game
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Sobre este e-book
Manuel Filho
Quando eu tinha oito anos, meu nome e endereço foram publicados na seção ‘Amizade Selada’ da revista Cebolinha 54, da editora Abril, e, em razão disso, recebi cartinhas e postais de vários cantinhos do Brasil. Construí várias amizades e desejei conhecer lugares tão incríveis como os que eu descobria ainda na infância. E fiz mesmo diversas viagens: reais e imaginárias. Comecei a inventar as minhas histórias, publiquei mais de 60 livros, ganhei prêmios literários, como o Jabuti, e participo de encontros literários o ano inteiro.Também sou ator, cantor e adoro pisar nos palcos por aí.Quando o Mauricio me deixa brincar com a Turma da Mônica, eu volto a momentos inesquecíveis da minha infância. É mágico colocar palavras nas bocas destes personagens tão amados! Espero que tenha curtido esta aventura, com medinho, claro.
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Sensor - Manuel Filho
Alice.
1. O SENSOR
Joca estava com medo. Ele sabia muito mais do que deveria sobre o desaparecimento de seu primo Fred. No entanto, não podia abrir a boca. Sofria calado vendo sua família desesperada.
– Só queria meu filho de volta… – repetia a mãe de Fred a todo instante. A família inteira concordou que ela não tinha condições de ficar sozinha, pois estava muito abalada. Acharam melhor que permanecesse na casa da irmã dela, mãe do Joca, caso passasse mal e precisasse de alguma ajuda médica.
– A polícia ainda não tem nenhuma pista – comentou o pai do Joca com um parente curioso. – É uma história meio complicada, mas parece que todo mundo que se envolveu nela, desapareceu, inclusive meu sobrinho.
O jovem queria informar ao pai que a polícia não poderia fazer muita coisa para salvar Fred e que a situação era mais grave do que qualquer um deles pudesse imaginar. Joca se sentia aflito, não tinha certeza se conseguiria controlar a vontade de contar tudo o que sabia. Ficava engasgado e, às vezes, até chorava. Quando isso acontecia, sua mãe rapidamente se aproximava e tentava tranquilizá-lo.
Joca ficou feliz quando sentiu o celular vibrar em seu bolso, até ajeitou os óculos no rosto. Estava esperando ansiosamente por aquilo: poderia ser uma nova mensagem. Porém, infelizmente, era só propaganda.
Duas semanas depois do desaparecimento de seu primo, ele recebeu a primeira daquelas mensagens. Ele ainda não sabia, mas iriam chegar muitas delas. Vinham escritas em códigos, curtas. Joca não entendia nada. Achou que fosse uma brincadeira de sua amiga de escola e "geniozinha da net", a Bia Byte, que deveria estar testando um dos milhares de aplicativos que ela encontrava pela net. Mas, dessa vez, não era culpa dela.
Ele tentou se esquecer daquilo; deveria ser algum trote. Porém, os torpedos não cessaram. Às vezes vinham de quinze em quinze minutos ou a cada quatro ou cinco horas.
Irritado, decidiu ligar para a operadora a fim de descobrir quem estava fazendo aquilo, pois as mensagens não apresentavam remetente. Então, uma surpresa: o nome FRED apareceu no visor. Foi aí que Joca percebeu que as poucas palavras recebidas em cada uma daquelas mensagens estavam formando uma frase. Retornou ao primeiro torpedo e anotou cada uma num pedaço de papel. A frase que surgiu o deixou apavorado.
Joca suou frio. Precisava do sensor, que não estava mais com ele. Como é que iria consegui-lo de volta sem contar nada do que estava acontecendo? A vida de seu primo corria perigo e a culpa era dele, somente dele.
2. SEMPRE ON, NUNCA OFF
Nesse momento, em sua casa, Bia Byte tentava se lembrar da última vez que tinha falado com Fred. Também não conseguia acreditar que ele havia, simplesmente, desaparecido. Enquanto atualizava todos os seus perfis nas redes sociais na internet, que não eram poucos, ela ia tentando rastrear os últimos sinais de seu amigo. Não era muita coisa que aparecia em suas pesquisas. Apenas tinha a certeza de que várias pessoas, cerca de vinte, desapareceram do mapa. A mais famosa delas era o chefe Valter. Fred já havia comentado sobre ele, era uma espécie de mentor, uma figura que estava sempre disponível para ouvir e prestar ajuda nos projetos que o garoto tinha vontade de realizar.
Ela achava engraçado o apelido que tinham colocado nela, Bia Byte. De início, não curtiu, pois achou que queriam rotulá-la como nerd. Já a provocavam em razão de seu cabelo curto, que às vezes mudava de cor, de suas roupas, que sempre pareciam um número maior do que o ideal, e do tom branco de sua pele. Porém, acabou se acostumando e gostando do novo nome e passou a assinar todas as suas mensagens com ele. E, afinal de contas, foi com esse nome que conheceu Fred.
Certa vez, enquanto teclava com Joca em uma rede social, viu que um garoto havia deixado uma mensagem para ele. A foto de Fred apareceu no post e ela sentiu-se atraída. Gostou dos olhos escuros e do cabelo, todo repuxado para cima com algum tipo de gel. Na foto, ele parecia que havia brincado em algum parque, pois estava diante de uma montanha-russa. Ela clicou no perfil do Fred e ficou perdida por lá vendo algumas fotos e vídeos até que Joca chamou sua atenção para que retornasse ao chat.
– Quem é esse carinha que está na sua página? – perguntou ela.
– Que carinha? Não tem carinha nenhum na minha página, só meus amigos, que são poucos, prefiro as amigas – riu ele.
– Estou falando desse cara que está com esse cabelo esquisito.
– Ah, é meu primo. Aquele que eu te falei que é louco por games e computador.
Ela imediatamente se lembrou da conversa que tiveram. Joca lhe contou que tinha um primo que era um gênio dos games, o Fred. Desde criança ele havia se interessado pelo assunto e se divertia por longas horas com todo tipo de jogo que encontrasse: no celular, na rede, em festivais, sozinho, de qualquer jeito. Na hora exata em que os pais dele iam começar a implicar com aquela mania, aconteceu uma coisa incrível: Fred foi contratado por uma grande empresa de games para testar os novos jogos antes que eles chegassem ao mercado.
– O quê, ele vai ganhar para jogar? – espantou-se Bia quando Joca lhe contou a história.
– E vai ganhar bem!
Aquilo só tinha acontecido porque o Fred havia vencido um campeonato importante de games e era o melhor vendedor de avatar que existia.
– Como assim? – perguntou a Bia, que ainda não tinha explorado o suficiente aquele universo.
– É coisa de louco – falou o Joca. – Tem uns jogos na rede que você precisa trabalhar bastante para construir um personagem. Quanto mais tempo você jogar, mais armas, poderes e fases vai conquistar. Aí, é só vender esse personagem para alguém. Tem um pessoal que não tem tempo de ficar jogando e prefere comprar o personagem pronto. Acho que o Fred já ganhava mais do que o pai dele quando foi chamado pela tal da empresa.
Bia estava surpresa. Também passava horas na internet. Todo mundo pensava que ela só gostava de ficar em redes sociais, batendo papo, mas aquilo não era verdade. O que achava mais interessante era o que conseguia aprender. Sempre descobria alguma dica para incrementar a sua página pessoal ou como usar programas novos. Com o que baixava em sua própria casa, produzia vídeos superincríveis que todo mundo pensava que fossem profissionais. A principal diferença entre Bia e Fred era que ela nunca havia recebido uma moedinha que fosse pelas suas atividades.
A garota acabou por adicionar Fred aos seus amigos e, logo, ele havia se tornado um de seus maiores interesses na rede. Sempre que ela entrava, a primeira coisa que fazia era ver se ele estava on-line. Sabia que a chance disso acontecer era imensa, porém,