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O Evangelho Perdido De Tomé
O Evangelho Perdido De Tomé
O Evangelho Perdido De Tomé
E-book181 páginas2 horas

O Evangelho Perdido De Tomé

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Sobre este e-book

O evangelho de Tomé é uma fonte única de ensinamentos atribuídos a Jesus que não foram incluídos nos cânones oficiais. Este evangelho, ficou escondido por quase dois milênios, sendo descoberto por camponeses egípcios em 1947. Nele, Tomé, um dos apóstolos de Jesus, aquele que precisava ver para crer, relata as palavras do Messias que não aparecem na Bíblia. São ensinamentos que foram preservados pelos gnósticos, que ao sofrerem perseguição por parte da igreja oficial, esconderam seusdogmas em jarros de barros e os encerraram em grutas, de forma que o que chegou até nós são apenas fragmentos dos ensinamentos de Jesus. Desvende estes mistérios. O Evangelho Perdido de Tomé é uma obra que revela uma perspectiva alternativa da espiritualidade cristã oculta por séculos. É um texto surpreendente nos permite acessar ensinamentos que nos foram recusados. Ao se aventurar nesta leitura, você é convidado a descobrir profundezas espirituais do cristianismo original onde questionamentos e sabedorias desafiam a compreensão tradicional, levando-nos a uma jornada transformadora em direção ao conhecimento e à iluminação interior.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de fev. de 2024
O Evangelho Perdido De Tomé

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    O Evangelho Perdido De Tomé - Max Stone

    O Evangelho Perdido De Tomé

    As Palavras Secretas de Jesus

    Copyright ©

    Todos os direitos reservados.

    Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida sob quaisquer meios existentes sem a autorização por escrito do detentor do direito autoral.

    Max Stone é um pseudônimo utilizado por Luiz Antonio dos Santos

    Este livro é uma obra de ficção.

    Os personagens e os diálogos foram criados a partir da imaginação do autor não sendo baseados em fatos reais.

    Qualquer semelhança com acontecimentos ou pessoas, vivas ou não é mera coincidência.

    Revisão

    Virginia Moreira dos Santos

    Projeto gráfico e diagramação

    Arthur Mendes da Costa

    Capa

    Anderson Casagrande Neto

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

    Santos, Luiz Antonio dos

    O Evangelho de Tomé / Luiz Antonio Dos Santos.

    Ed. do Autor, 2024

    Índices para catálogo sistemático:

    Religião

    Introdução

    A descoberta dos códices de Nag Hammadi no alto Egito em 1945 representa um dos achados arqueológicos mais significativos para o estudo das origens do cristianismo. Enterrados por volta do ano 390 d.C. por monges coptas, provavelmente tentando preservar textos proibidos pela Igreja, os códices continham mais de 50 textos de natureza gnóstica, até então completamente desconhecidos dos estudiosos modernos.

    Dentre esses textos, o Evangelho de Tomé se destaca como uma das descobertas mais impactantes e revolucionárias. Composto por 114 ditos atribuídos a Jesus, o Evangelho de Tomé apresenta um retrato não-narrativo e, por vezes, bastante enigmático de seus ensinamentos. Sua forma e conteúdo contrastam fortemente com os evangelhos canônicos, revelando uma tradição alternativa sobre as palavras de Jesus em circulação no Egito já no século II d.C.

    Ao mergulhar no conteúdo do Evangelho de Tomé, somos transportados para uma versão radicalmente diferente dos ensinamentos de Jesus, que desafia séculos de tradição cristã uniforme. Nele encontramos um Jesus gnóstico e esotérico, que enfatiza o autoconhecimento e prescreve ditos criticamente filosóficos para alcançar a salvação. Há pouca narrativa ou contextualização histórica, apenas uma coleção de ditos atribuídos ao messias.

    Cerca de metade dos ditos em Tomé tem paralelos nos evangelhos canônicos, porém com variações significativas. A outra metade não possui equivalentes e muitas vezes expressa visões teológicas e antropológicas muito distintas da ortodoxia cristã posterior. Estes ditos exclusivos são frequentemente citados como evidência de uma diversidade muito maior do cristianismo primitivo do que tradicionalmente se supunha.

    Neste livro, nossa meta é analisar em profundidade o conteúdo e os temas centrais do Evangelho de Tomé, explorando o significado de suas perspectivas radicalmente alternativas sobre os ensinamentos de Jesus. Examinaremos cuidadosamente as citações atribuídas unicamente a Jesus no Evangelho de Tomé, avaliando suas implicações teológicas e influência potencial na espiritualidade cristã contemporânea.

    Também nos aprofundaremos na história fascinante da descoberta e preservação do Evangelho de Tomé, buscando entender o contexto histórico que levou monges egípcios a esconderem esse e outros textos gnósticos da destruição pela Igreja institucional.

    Outro foco importante será a comparação sistemática entre ditos paralelos no Evangelho de Tomé e nos evangelhos canônicos, destacando convergências e divergências relevantes entre essas tradições. Analisaremos as opções de tradução e seus impactos para a interpretação deste texto antigo, bem como as controvérsias acadêmicas sobre a datação do Evangelho de Tomé.

    Por fim, discutiremos a apropriação do Evangelho de Tomé na cultura popular contemporânea e seu impacto na espiritualidade moderna, avaliando em que medida esse texto continua a inspirar novas formas de fé e prática religiosa. Ao revelar um Jesus mais místico e, por vezes, universalista, o Evangelho de Tomé fascina e desafia leitores até os dias de hoje.

    Ao mergulhar nas palavras secretas de Jesus preservadas no Evangelho de Tomé, nossa jornada visa desvendar novas camadas das profundezas e diversidade do cristianismo primitivo, para além dos evangelhos canônicos que delimitaram a ortodoxia posterior. Um texto que continua provocando debates acalorados, o Evangelho de Tomé serve de portal para explorar e reavaliar as origens plurais e complexas do cristianismo.

    Capítulo 01

    A Descoberta de Nag Hammadi

    A revelação dos textos de Nag Hammadi, sobretudo o Evangelho de Tomé, emerge como uma descoberta monumental, iluminando o século XX com novas perspectivas sobre o cristianismo primitivo. Este evento transcendeu o mero achado arqueológico, desencadeando uma revisão profunda de nossas interpretações sobre as práticas e crenças iniciais do cristianismo. Tais textos, ao serem desvendados, não somente expandiram o horizonte de nossa compreensão acerca da multifacetada natureza das tradições cristãs primordiais, mas também colocaram em xeque numerosas premissas até então incontestáveis sobre os pilares da fé cristã. Essa descoberta provocou um questionamento rigoroso, incentivando estudiosos e teólogos a reconsiderarem com profundidade o que se sabia sobre os ensinamentos e a essência do cristianismo nas suas origens.

    O início desta fascinante história se desenrola em uma tranquila manhã de dezembro de 1945, nas proximidades de Nag Hammadi, uma cidade situada no Alto Egito. Foi ali que, quase por acaso, um grupo de camponeses fez um achado surpreendente: um jarro de cerâmica, escondido sob a terra, guardando treze códices de papiro. Este evento fortuito não era meramente o desenterrar de um objeto antigo; representava a descoberta de um portal para compreender de maneira mais ampla e profunda as raízes do cristianismo. A simplicidade deste momento esconde a magnitude de sua importância, pois esses códices de papiro, encerrados num jarro comum, traziam consigo um tesouro de sabedoria que desafiaria gerações futuras a reexaminar a história e os ensinamentos do cristianismo.

    Envolvidos na rotina de seu trabalho, Muhammad Ali Samman e sua família, enquanto buscavam sabakh, um fertilizante natural na terra egípcia, toparam com os textos escritos em copta, uma evolução linguística tardia do antigo egípcio. Este encontro não foi apenas marcado pela surpresa, mas também se desdobrou em um cenário dramático, repleto de tensões e disputas entre a comunidade local. A intenção inicial de manter o achado em segredo reflete o contexto complexo e, por vezes, perigoso, no qual tesouros de valor incalculável podem ser encontrados. A descoberta desses códices de papiro, então, não se resume a um mero acaso; ela se insere em uma narrativa maior, pontuada por desafios e dilemas morais, demonstrando como o destino de artefatos históricos pode pendurar por um fio nas mãos daqueles que os encontram por acidente.

    O caminho percorrido pelos manuscritos de Nag Hammadi após sua descoberta é um verdadeiro épico de sobrevivência. Passando de mão em mão, esses valiosos códices enfrentaram uma viagem tumultuada, marcada pelo perigo constante de danos e pela ameaça iminente de serem perdidos para sempre. As negociações obscuras que cercaram a tentativa de venda desses documentos iluminaram a complexa teia do mercado de antiguidades, revelando os desafios monumentais em salvaguardar patrimônios de inestimável valor histórico. Por fim, foi através do grande esforço de acadêmicos dedicados que os textos foram resgatados, marcando o início de um meticuloso trabalho de tradução e análise. Este processo não apenas garantiu a preservação dessas antiguidades, mas também abriu as portas para um novo capítulo na compreensão do cristianismo primitivo.

    Quando os especialistas começaram a desvendar os mistérios contidos nos códices, encontraram um mosaico de escrituras que expandiram significativamente nossa compreensão da literatura cristã. Entre uma variedade de tratados teológicos e textos apocalípticos, emergiu o Evangelho de Tomé como uma joia particularmente luminosa. Composto por 114 ditos profundos atribuídos a Jesus, este texto se destaca por uma característica notável: a completa ausência de uma narrativa convencional. Em vez disso, oferece um foco cristalino nos ensinamentos e parábolas de Jesus, convidando os leitores a uma reflexão direta sobre a essência de suas mensagens.

    A monumental descoberta de Nag Hammadi ocupa um lugar de destaque na história do estudo do cristianismo primitivo, agindo como uma chave mestra que desbloqueia a compreensão das crenças e práticas que floresceu nos primórdios da era cristã. Esses textos, ao revelarem a diversidade antes invisível de pensamentos e rituais, derrubam efetivamente a longa sustentada ideia de uma única ortodoxia dominante desde as origens da fé. Este achado convida a uma reconsideração profunda do desenvolvimento histórico do cristianismo, sugerindo um cenário muito mais complexo e matizado de interações teológicas e culturais nos primeiros séculos.

    A história por trás da decisão dos gnósticos de esconderem os manuscritos de encontrados em Nag Hammadi revela o turbulento panorama religioso da época. Com a ascensão de uma ortodoxia cristã cada vez mais dominante, as comunidades cristãs gnósticas enfrentavam uma pressão crescente e uma marginalização sistemática. Em meio a esse contexto de perseguição e intolerância religiosa, essas comunidades tomaram medidas extremas para proteger suas tradições e preservar suas crenças e ensinamentos.

    Escondendo cuidadosamente seus preciosos escritos, encontrados em Nag Hammadi, os gnósticos buscavam não apenas salvaguardar documentos, mas também proteger um legado de diversidade teológica. A decisão de enterrar os textos refletia uma urgência palpável em manter viva uma perspectiva teológica que divergia da ortodoxia cristã emergente. Essa escolha radical não só garantiu a sobrevivência dessas obras ao longo dos anos, mas também testemunhou o embate entre diferentes visões de mundo dentro do próprio cristianismo.

    O decreto de Constantino, conhecido como Édito de Milão, que concedeu liberdade religiosa aos cristãos no Império Romano em 313 d.C., não resolveu as tensões teológicas que persistiam dentro da comunidade cristã. Foi o Primeiro Concílio de Niceia, em 325 d.C., que desempenhou um papel crucial ao consolidar a autoridade da ortodoxia cristã e marginalizar outras correntes de pensamento, incluindo os gnósticos. Assim, a decisão dos gnósticos de esconderem seus escritos não foram apenas uma resposta à perseguição imediata, mas também um ato de resistência frente à crescente hegemonia da ortodoxia cristã.

    Ao enterrar seus manuscritos, os gnósticos protegeram não apenas sua herança espiritual, mas também testemunharam a persistência da diversidade teológica em meio a um período de intensa disputa e definição identitária dentro do Cristianismo. Esses escritos escondidos só foram redescobertos no século XX, revelando não apenas a complexidade do cenário religioso da época, mas também o desejo ardente de preservar uma visão única do Cristianismo que desafiava as normas ortodoxas vigentes.

    Dentre os tesouros desenterrados em Nag Hammadi, o Evangelho de Tomé brilha com especial intensidade, destacando-se como uma fonte inestimável de ensinamentos de Jesus que escapam das narrativas tradicionais. Este texto singular oferece uma janela para os aspectos menos conhecidos e frequentemente ignorados do cristianismo, apresentando uma coleção de ditos que convidam a uma profunda reflexão sobre a essência da mensagem de Jesus. Através de suas palavras, não catalogadas nos evangelhos canônicos, o Evangelho de Tomé desafia diretamente os contornos da fé estabelecida, encorajando os leitores a explorar um espectro mais vasto de compreensão espiritual e teológica, reacendendo o debate sobre a verdadeira natureza dos ensinamentos de Jesus e seu impacto no desenvolvimento do cristianismo.

    O impacto da descoberta vai além da mera adição de textos ao cânone estudado; ela incitou um renovado debate acadêmico sobre a cronologia do cristianismo primitivo. A possibilidade de que o Evangelho de Tomé date de um período tão antigo quanto, ou mesmo anterior aos evangelhos reconhecidos, joga nova luz sobre a diversidade e complexidade das origens cristãs. Essa conjectura não só desafia a linearidade presumida da tradição cristã, mas também abre a possibilidade de que o Evangelho de Tomé represente uma corrente de pensamento paralela, talvez até precedente, às narrativas estabelecidas pelo Novo Testamento. Tal perspectiva reforça a ideia de um cristianismo inicial muito mais plural e dinâmico do que tradicionalmente concebido, onde diferentes interpretações e ensinamentos coexistiam e competiam pelo espaço teológico e pela aceitação dos fiéis.

    O legado dos textos de Nag Hammadi transcende os confins acadêmicos, tocando o coração da espiritualidade contemporânea. Para inúmeros buscadores modernos, as palavras preservadas no Evangelho de Tomé ressoam como um eco de sabedoria ancestral, oferecendo uma perspectiva alternativa e profundamente inspiradora sobre os ensinamentos de Jesus. Este caminho menos trilhado, delineado pelos ditos de Tomé, desafia as interpretações convencionais sustentadas pelas instituições religiosas tradicionais, encorajando uma jornada pessoal de descoberta espiritual e uma conexão mais íntima com o divino, baseada na reflexão e na introspecção pessoal, em vez da aceitação passiva de dogmas.

    A trajetória percorrida pelos códices de Nag Hammadi, desde o momento de sua surpreendente descoberta até o árduo processo de tradução e eventual publicação, ilustra vividamente a vulnerabilidade e o valor incalculável dos manuscritos antigos. A serendipidade desse encontro, aliada à dedicação incansável de estudiosos, salvou o Evangelho de Tomé de permanecer eternamente escondido nas sombras da história. A ausência dessas vozes do passado teria representado uma lacuna irreparável em nossa compreensão das nuances e da diversidade do cristianismo nas suas origens. Esse percurso enfatiza como a sorte, combinada com o esforço humano, pode revelar capítulos perdidos da nossa história coletiva, oferecendo novas dimensões à nossa compreensão das crenças e práticas espirituais ancestrais.

    Inicialmente, a dispersão dos códices de Nag Hammadi por diversas instituições e colecionadores particulares representou um significativo obstáculo para os estudos acadêmicos. Esta fragmentação dificultava uma análise holística e coordenada dos textos. Contudo, um espírito de colaboração sem precedentes entre acadêmicos de diferentes partes do mundo e de múltiplas disciplinas emergiu, superando barreiras e unindo esforços para reunir os fragmentos dispersos. Esse processo colaborativo não só demonstrou a capacidade de transcendência das fronteiras acadêmicas em busca de um objetivo comum, mas também destacou a importância da cooperação internacional na preservação e no estudo do patrimônio cultural da humanidade. A reunião desses textos antigos para análise conjunta se tornou um símbolo poderoso do potencial humano para superar divisões em nome do conhecimento e do entendimento.

    A tradução meticulosa dos manuscritos de Nag Hammadi para idiomas modernos, incluindo o inglês, foi um divisor de águas, inaugurando uma era de estudos interdisciplinares que transcendeu as fronteiras tradicionais da teologia. Este avanço não somente democratizou o acesso a essas antigas sabedorias, mas também estimulou uma onda de interesse em campos tão variados quanto a filosofia, a história religiosa e a psicologia da religião. Ao tornar esses textos acessíveis a um espectro mais amplo

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