Arthur Virgílio Neto
Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto GOMM (Manaus, 15 de novembro de 1945) é um diplomata, sociólogo e político brasileiro que atualmente está sem partido.[2] Foi ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República durante o Governo FHC, senador e deputado federal pelo Amazonas, e prefeito de Manaus por três mandatos.[3]
Filho do político amazonense Arthur Virgílio Filho, Arthur Virgílio Neto formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na qual foi orador do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira. É diplomata de carreira formado pelo Instituto Rio Branco.
Política
editarNa juventude foi militante do PCB. Posteriormente foi filiado ao PMDB, PSB. Foi filiado ao PSDB entre 1989 até 2022, partido do qual foi um dos fundadores.
Candidatou-se a deputado federal em 1978 pelo MDB obtendo a primeira suplência. Eleger-se-ia a este cargo na eleição seguinte, em 1982, pelo PMDB. Foi candidato a governador do Amazonas em 1986 pelo PSB, sendo derrotado por Amazonino Mendes. Pelo mesmo PSB foi eleito prefeito de Manaus em 1988, derrotando o ex-governador Gilberto Mestrinho. Ainda no início do mandato, em 1989, migrou para o PSDB, partido que havia ajudado a fundar no ano anterior, do qual ainda é membro. Novamente deputado federal em 1994, seria reeleito em 1998. Foi um dos líderes do governo Fernando Henrique Cardoso na Câmara, ocupando o cargo de Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Eleito senador em 2002, tornou-se líder da bancada do PSDB no Senado em 2003.[4] No ano seguinte, foi admitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[1] Entretanto, como um dos lideres da oposição, foi um dos críticos mais firmes do governo do presidente Lula. Foi um dos principais protagonistas para a derrubada da Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF).
Em 2006 foi novamente candidato ao governo do Amazonas, obtendo 5,5%[5] dos votos, ficando na terceira colocação.
Depois de dois anos sem mandato político, lançou sua candidatura a prefeito de Manaus para o período 2013–2016.[6] Arthur começou o jogo político inicialmente desacreditado, sendo que em suas primeiras matérias, afirmava que tentaria chegar forte ao segundo turno, em contra-afirmação a uma de suas adversárias que garantira vencer ainda no primeiro. Inicialmente Arthur buscava um confronto direto com Eduardo Braga caso o mesmo entrasse na disputa que acabou não confirmando sua participação.
Iniciando a campanha, Arthur já despontava como provável vencedor nas pesquisas,[7] fato consumado em 7 de outubro, quando venceu o primeiro turno com 40,55% dos votos (385 855 votos),[8][9] qualificando-se para disputar o segundo turno junto a senadora do Partido Comunista do Brasil (PC do B), Vanessa Grazziotin, que o havia derrotado na busca pelo Senado em 2010, esta que somou 19,95% dos votos. A eleição de 2012 marcou simbolicamente a "ressurreição" política de Arthur, que depois da eleição vencida para o senado em 2002, colecionou derrotas políticas apoiando tanto candidatos para a prefeitura de Manaus (em 2004, apoiou o seu filho, Arthur Virgílio Bisneto, que amargou a quinta colocação no pleito, não tendo disputado sequer o segundo turno; em 2008, apoiou o então candidato à reeleição Serafim Corrêa, que fora derrotado nos dois turnos do pleito por Amazonino Mendes) quanto concorrendo diretamente ao governo do Amazonas (em 2006 concorreu ao governo do estado juntamente com o governador na época, Eduardo Braga e seu antecessor, Amazonino Mendes, consideradas na época as duas forças políticas mais expressivas do estado. Ao fim do pleito, Braga foi reeleito e Arthur amargou a terceira colocação), além da sua própria reeleição para o Senado em 2010, sendo que apenas na tentativa de reeleição para o senado o mesmo conseguiu votação expressiva. Em 2016, reelegeu-se prefeito de Manaus no segundo turno, vencendo Marcelo Ramos com 55,96% [10] dos votos válidos.[3]
Em 17 de novembro de 2022, Arthur Neto anunciou a sua saída do PSDB. A decisão de Arthur ocorreu após o presidente nacional do partido, Bruno Araújo, indicar o então senador Plínio Valério para ser o novo presidente da sigla no Amazonas.[11][12] Após a troca do diretório regional, o ex-prefeito de Manaus chamou a atual direção da legenda de 'decadente' ao comunicar sua desfiliação após 33 anos.[2]
Vida pessoal
editarÉ filho de Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro e Isabel Vitória de Mattos Pereira do Carmo Ribeiro; tem quatro filhos, Arthur Bisneto, Nicole, Juliano e Ana Carolina, foi casado com Maria Goreth Garcia do Carmo Ribeiro, mãe de Juliano e Ana Carolina, sendo que Arthur Virgílio Bisneto, seu filho mais velho do primeiro casamento, é deputado federal pelo Amazonas. Seu avô e bisavô também tiveram carreira política no estado, dois deles sendo senadores.
Praticante das artes marciais, é faixa vermelha 9 graus em jiu-jítsu e faixa preta em judô.[13] É acadêmico titular da Academia Amazonense de Letras, na cadeira nº 3, eleito em 3 de outubro de 2011 e recebido em 16 de dezembro do mesmo ano.[14]
Em 17 de agosto de 2016, Arthur Virgílio Neto assumiu publicamente seu relacionamento com a arquiteta carioca Elisabeth Pereira Valeiko.[15]
Polêmicas
editarEm 6 de agosto de 2009, em meio a denúncias contra o presidente do Senado José Sarney, defendeu o afastamento do mesmo e sofreu representação do PMDB, partido de Sarney, no Conselho de Ética do Senado. Treze dias depois, entretanto, o referido Conselho arquivaria por unanimidade a representação.[16]
Em 2016 foi citado por executivos da Odebrecht, pelo recebimento de propina, por um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o Grupo Petrópolis.[17][18][19]
Em junho de 2020, ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com um queixa-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por injúria e difamação nas falas do presidente na reunião ministerial de 22 de abril.[20][21] Mais tarde, denunciou o presidente na Organização das Nações Unidas (ONU) e á Corte Internacional de Justiça (CIJ), pedindo providências urgentes para evitar a dizimação dos indígenas brasileiros pela Pandemia de COVID-19.[22]
Referências
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 25 de março de 2003.
- ↑ a b «Arthur Neto deixa PSDB e classifica atual direção do partido como 'decadente'». A Crítica. 17 de novembro de 2022. Consultado em 18 de novembro de 2022
- ↑ a b «Artur Neto, do PSDB, é reeleito prefeito de Manaus». G1. 30 de outubro de 2016. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ «PSDB escolhe Arthur Virgílio no Senado». O Estado do Paraná. Tribuna PR. 1 de fevereiro de 2003. Consultado em 7 de fevereiro de 2019
- ↑ «Especial - 2006 - Apuração - Amazonas (1º turno)». eleicoes.folha.uol.com.br. 13 de novembro de 2006. Consultado em 3 de fevereiro de 2022
- ↑ Pimenta, Caio (14 de junho de 2012). «PSDB confirma Arthur Virgílio para a Prefeitura de Manaus». G1 Amazonas. G1. Consultado em 7 de fevereiro de 2019
- ↑ «Veja detalhes das pesquisas eleitorais para a prefeitura de Manaus». UOL Eleições 2012. Consultado em 3 de fevereiro de 2022
- ↑ «Apuração das Eleições 2012 em Manaus | Amazonas». G1. Consultado em 3 de fevereiro de 2022
- ↑ «Artur Virgílio Neto é eleito prefeito de Manaus-AM». www.tse.jus.br. Consultado em 3 de fevereiro de 2022
- ↑ AM, Do G1 (30 de outubro de 2016). «Conheça o perfil de Artur Neto, prefeito reeleito de Manaus». Eleições 2016 no Amazonas. Consultado em 3 de fevereiro de 2022
- ↑ «Arthur Neto anuncia saída do PSDB após Plínio ser escolhido para comandar partido no Amazonas». Portal do Holanda. 18 de novembro de 2022. Consultado em 19 de novembro de 2022
- ↑ «Arthur Virgílio Neto anuncia saída do PSDB». Em Tempo. 17 de novembro de 2022. Consultado em 19 de novembro de 2022
- ↑ Pina, Isabella (31 de janeiro de 2014). «Prefeito de Manaus, Artur Neto receberá faixa vermelha de jiu-jitsu». globoesporte.com
- ↑ «Arthur Virgílio». Academia Amazonense de Letras. Consultado em 23 de junho de 2023
- ↑ «Arthur Neto apresenta Elizabeth Valeiko nova primeira dama de Manaus». Parintins Amazonas. 18 de setembro de 2016. Consultado em 28 de setembro de 2016. Arquivado do original em 1 de outubro de 2016
- ↑ «Representação contra Arthur Virgílio é arquivada por 15 votos a zero». www.senado.gov.br. Agência Senado. 19 de agosto de 2009. Cópia arquivada em 3 de setembro de 2009
- ↑ «Propina: Artur Virgílio Neto recebeu R$ 100 mil de cervejaria, diz Estadão». A Crítica. 16 de dezembro de 2016. Consultado em 16 de setembro de 2018
- ↑ Taiar, Estevão (12 de abril de 2017). «Odebrecht:Ex-senador Artur Virgílio teria recebido ao menos R$ 300 mil». Valor Econômico
- ↑ «Citado em delação da Odebrecht, Artur Neto pode ser investigado na Lava Jato». G1. 12 de abril de 2017
- ↑ «Prefeito de Manaus apresenta queixa-crime contra Bolsonaro no STF – Jovem Pan». Prefeito de Manaus apresenta queixa-crime contra Bolsonaro no STF – Jovem Pan. 3 de junho de 2020. Consultado em 4 de junho de 2020
- ↑ «Arthur Virgílio entra com queixa-crime contra Bolsonaro no STF». R7.com. 3 de junho de 2020. Consultado em 4 de junho de 2020
- ↑ «Prefeito de Manaus vai à ONU contra governo Bolsonaro». Terra. Consultado em 5 de junho de 2020
Ligações externas
editar
Precedido por Aloysio Nunes |
Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência do Brasil 2001 — 2002 |
Sucedido por Euclides Scalco |
Precedido por Manoel Ribeiro |
Prefeito de Manaus 1989 — 1993 |
Sucedido por Amazonino Mendes |
Precedido por Amazonino Mendes |
Prefeito de Manaus 2013 — 2020 |
Sucedido por David Almeida |