Cruzeiro real

moeda do Brasil de 1993 a 1994

O cruzeiro real (CR$) foi o padrão monetário no Brasil entre 1 de agosto de 1993 a 30 de junho de 1994, quando foi substituído pelo Real, a atual moeda oficial brasileira.[2]

Cruzeiro Real
Cruzeiro real
ISO 4217
Código BRR
Unidade
Plural cruzeiros reais
Símbolo CR$
Inflação 60%
Denominações
Sub-unidade
1/100

centavo
Moedas CR$ 5, 10, 50 e 100
Notas CR$ 50,[1] 100,[1] 500,[1] 1000, 5000 e 50.000
Demografia
Substituiu Cruzeiro
Substituído por Real
Usuário(s)  Brasil
Emissão
Banco central Banco Central do Brasil
 Website www.bcb.gov.br
Fabricante Casa da Moeda do Brasil
 Website www.casadamoeda.com.br

As altas taxas de inflação que marcaram a vigência do terceiro cruzeiro entre os anos de 1990 de 1993 fizeram com que os preços dos produtos de consumo cotidiano fossem expressos em milhares de cruzeiros e os salários fossem contabilizados em milhões de cruzeiros, sendo que isto levou o governo Itamar Franco a editar, em 28 de julho de 1993, a Medida Provisória 336[3] e convertida posteriormente em 27 de agosto para a Lei 8 697,[4] que criou o cruzeiro real, equivalente a mil cruzeiros. Apesar de haver projeto nesse sentido na medida provisória, não foram emitidas moedas com valores em centavos nesta moeda, sendo que se consideravam como centavos as cédulas e moedas do padrão anterior então circulantes na razão de 10 "cruzeiros" por centavo sempre que as mesmas fossem correspondentes a cifras inferiores a 1000 cruzeiros.

O código ISO 4217 desta moeda era BRR.

As primeiras cédulas deste padrão foram cédulas de 50 000, 100 000 e 500 000 cruzeiros nas quais foi aposto um carimbo com o novo padrão.

Depois disso, foram lançadas em circulação entre 1993 e 1994 as seguintes cédulas, já com o nome do novo padrão.

A cédula de 10 000 cruzeiros reais chegou a ter seu desenho aprovado mas não chegou a entrar em circulação,[5] frente à iminente implantação do Plano Real.

Valor Descrição
1.000 cruzeiros reais Frente: Retrato de Anísio Spínola Teixeira (1900-1971), tendo à esquerda vista parcial da Escola Parque, integrante do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, projeto do arquiteto e engenheiro Diógenes Rebouças, sob orientação do próprio Anísio.
Trás: Cena alegórica referente à proposta de ensino levada a efeito pela Escola Parque, cujo fundamento e método defendem a educação como processo constante de reorganização e reconstrução de experiências.
5.000 cruzeiros reais Frente: Efígie de "gaúcho", ladeada por painel que retrata, em visão simultânea, a fachada e o interior das ruínas da Igreja de São Miguel das Missões (RS), construída pelos jesuítas na primeira metade do século XVII.

Trás: Painel apresentando cena do "gaúcho" manejando o laço, na captura do gado. Sob as legendas da margem inferior, reproduções de acessórios típicos que o gaúcho usa em sua lida diária: boleadeira, relho, guampa e esporas.

50.000 cruzeiros reais Frente: Efígie de "baiana", com torço e colares, tendo à esquerda painel onde figuram alguns de seus mais importantes balagandãs, os quais possuem diversos significados: romã e cacho de uvas (fecundidade); figa de madeira e dentes de animais (proteção); caju (abundância); peixe, cordeiro e pombas do Espírito Santo (elementos resultantes do sincretismo com o catolicismo).

Trás: Cena de baiana, trajada com o requinte dos dias de grande festa, com o clássico tabuleiro, preparando o acarajé. Ao fundo vê-se perspectiva da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador, cenário de uma das mais famosas festas do sincretismo religioso brasileiro: a Lavagem do Bonfim.

Moedas

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Moedas de CR$ 10, CR$ 50 e CR$ 100.

Em substituição às cédulas mais antigas do padrão anterior, foram lançadas inicialmente as moedas de 5 e 10 cruzeiros reais, e mais adiante foram lançadas também as moedas de 50 e 100 cruzeiros reais.

O nome "cruzeiro real" não aparece nas moedas; ele foi substituído pelo símbolo CR$. No anverso (ou "cara"), as moedas possuem figuras de animais ameaçados de extinção, a exemplo das moedas de 100, 500 e 1000 cruzeiros do padrão anterior.

Valor Reverso Anverso Descrição
CR$5     Retrata araras
CR$10     Retrata um tamanduá-bandeira
CR$50     Retrata onças-pintadas
CR$100     Retrata um lobo-guará

Recolhimento

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Em 1994, todas as cédulas e moedas desse padrão foram recolhidas na troca pelas novas cédulas do padrão Real, que entrou em circulação em 1 de julho daquele ano. As cédulas e moedas do cruzeiro real, assim como boa parte dos valores ainda em circulação do cruzeiro,[6] padrão monetário que o precedeu, perderam seu valor legal em 15 de setembro de 1994.[7]

Referências

  1. a b c Estas cédulas, respectivamente nos valores de 50 mil, 100 mil e 500 mil cruzeiros, foram reaproveitadas do padrão anterior com a aposição de carimbo de equivalência
  2. «Cédulas produzidas». Banco Central do Brasil. Outubro de 2018. Consultado em 21 de dezembro de 2024 
  3. BRASIL (Legislação) (28 de julho de 1993). «Medida Provisória número 336». Presidência da República. Consultado em 20 de agosto de 2015 
  4. BRASIL (Legislação) (27 de agosto de 1993). «Lei nº 8697». Presidência da República 
  5. «Dez Mil Cruzeiros Reais (1993) - A Cédula que Nunca Circulou». Dinheiro de Metal. 5 de setembro de 2012. Consultado em 7 de junho de 2015 
  6. «Cédulas emitidas pelo Banco Central do Brasil - Padrão Monetário: Cruzeiro». Museu de Valores do Banco Central 
  7. «Cédulas emitidas pelo Banco Central do Brasil - Padrão Monetário: Cruzeiro Real». Museu de Valores do Banco Central. Consultado em 30 de julho de 2015 

Precedido por
Cruzeiro (BRE)
Moeda do Brasil
1993–1994
Sucedido por
Real
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