Plaçage
Plaçage foi um sistema extralegal reconhecido em colônias escravagistas dos impérios coloniais francês e espanhol na América do Norte e no Caribe no qual homens de etnia europeia entravam em uniões civis com mulheres de ascendência africana, ameríndia ou multirraciais. O termo vem do francês placer que significa "colocar". As mulheres nessa condição não eram legalmente reconhecidas como esposas mas sim como placées ("colocadas"); seus relacionamentos eram conhecidos como os mariages de la main gauche ("casamentos de mão esquerda"), isto é, como casamentos morganáticos. Tais relações institucionalizaram-se com contratos ou negociações que atribuíam propriedades às mulheres e aos filhos dessas relações e em alguns casos dando-lhes a alforria caso fossem escravos. O sistema teve destaque na Luisiana sob domínio francês e espanhol, tendo seu auge neste último, ente os anos de 1769 e 1803, em Nova Orleães, assim como em localidades que hoje se situam no sul dos Estados Unidos[1] assim como em Saint-Domingue (atual Haiti).
Em anos recentes, pelo menos três historiadores (Kenneth Aslakson, Emily Clark e Carol Schlueter) discutiram a historicidade da prática do plaçage, referindo-se a muitas de suas características como "mitos".[2][3]
Ver também
editarReferências
- ↑ Chained to the Rock of Adversity, To Be Free, Black & Female in the Old South, editado por Virginia Meacham Gould, University of Georgia Press, 1998
- ↑ «Mixed Race Studies » quadroon balls». www.mixedracestudies.org. Consultado em 22 de outubro de 2017
- ↑ Melle, Stacy Parker Le (4 de setembro de 2013). «Quadroons for Beginners: Discussing the Suppressed and Sexualized History of Free Women of Color with Author Emily Clark». huffingtonpost.com. Consultado em 22 de outubro de 2017
Bibliografia
editarHistoriografia (em inglês)
editar- The Free People of Color of New Orleans, An Introduction, by Mary Gehman and Lloyd Dennis, Margaret Media, Inc., 1994.
- Africans in Colonial Louisiana: The Development of Afro-Creole Culture in the Eighteenth Century, by Gwendolyn Midlo Hall, Louisiana State University Press, 1995.
- Creole New Orleans, Race and Americanization, by Arnold R. Hirsch and Joseph Logsdon, Louisiana State University Press, 1992.
- Bounded Lives, Bounded Places: Free Black Society in Colonial New Orleans, by Kimberly S. Hanger.
- Afristocracy: Free Women of Color and the Politics of Race, Class, and Culture, by Angela Johnson-Fisher, Verlag, 2008.
- The Strange History of the American Quadroon − Free Women of Color in the Revolutionary Atlantic World, by Emily Clark, The University of North Carolina Press, 2013.
Relatos contemporâneos (em inglês)
editar- Travels by His Highness Duke Bernhard of Saxe-Weimar-Eisenach through North America in the years 1825 and 1826, por Bernhard, Duque de Saxe-Weimar-Eisenach; William Jeronimus e C.J. Jeronimus, University Press of America, 2001.
- Voyage to Louisiana, (An abridged translation from the original French by Stuart O. Landry) por C.C. Robin, Pelican Publishing Co., 1966.
Ligações externas (em inglês)
editar- «Mon Cher» (PDF). Consultado em 14 de maio de 2019. Arquivado do original (PDF) em 29 de junho de 2006,
- "Up Through Slavery", Informações sobre a vida de Marie Thérèse Coincoin Metoyer.
- «"French Quarter Square Number 912"». Consultado em 14 de maio de 2019. Arquivado do original em 6 de dezembro de 2000, História de 918 Barracks Street no French Quarter, onde Eugène Macarty comprou um imóvel e depois construiu uma outra casa para sua placée, Eulalie Mandeville e os filhos do casa.
- Louisiana Creoles of Color
- «Musée Rosette Rochon». Consultado em 14 de maio de 2019. Cópia arquivada em 5 de dezembro de 2004, situada em 1515 Pauger Street, Marigny, Nova Orleães. Esta casa, que sobreviveu ao Furacão Katrina, é a única residência existente construída por Mme. Rochon.