Margarida de Cortona
Santa Margarida de Cortona, T.O.S.F. foi uma religiosa franciscana italiana e uma santa católica.
Margarida de Cortona | |
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Retrato de Santa Margarida de Cortona, c. 1298, pormenor de pintura em madeira, de autor anónimo, no Museu Diocesano de Cortona | |
Madrinha dos Enfermos | |
Nascimento | 1247 Toscana, Itália |
Morte | 22 de fevereiro de 1297 (50 anos) Cortona, Itália |
Veneração por | Igreja Católica |
Canonização | 16 de maio de 1728 por Papa Bento XIII |
Festa litúrgica | 22 de fevereiro e 16 de maio |
Padroeira | Contra tentações; pessoas injustamente acusadas; sem-teto; contra insanidade; insanos; contra perda dos pais; parteiras; mulheres penitentes; mães solteiras; pessoas ridicularizadas por sua fé; prostitutas reformadas; contra tentação sexual; leigas solteiras; terceiros filhos |
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História
editarFilha de camponeses pobres, ficou órfã de mãe aos 7 anos, e, ainda adolescente, viveu como amante de um nobre de Montepulciano, também adolescente como ela, de quem teve um filho. O assassinato do pai da criança em 1273, durante uma caçada, deixou-a como mãe solteira, abandonada tanto pela família do nobre como por seu pai e sua madrasta. Contam os seus biógrafos que o cão do amante regressou a casa e puxando a sua saia a levou a descobrir o local onde estava seu corpo. Estes acontecimentos levaram-na a confessar em público: "Em Montepulciano perdi a honra, a dignidade e a paz"[1]. Arrependeu-se da sua vida passada, dirigiu-se ao Convento Franciscano de Cortona[2] e aí encontrou apoio espiritual. Passados três anos de penitência, decidiu, em 1277, viver em pobreza como Irmã da Ordem Terceira Franciscana, e deixou seu filho entregue aos cuidados de outros franciscanos, em Arezzo. Entregou-se à oração e à caridade e conseguiu apoio para criação em 1278 de uma Confraria de Santa Maria da Misericórdia, uma espécie de hospital onde as mulheres, religiosas ou leigas, podiam assistir e cuidar de doentes, pobres e sem abrigo.
Depois da morte tornou-se popular o seu culto na cidade onde viveu até à morte. O Papa Leão X permitiu que a cidade de Cortona a recordasse com memória litúrgica no dia da sua morte — 22 de Fevereiro. Em 1623 o Papa Urbano VII estendeu essa autorização a toda a Ordem Franciscana, mas só a 16 de maio de 1728 foi oficialmente canonizada pelo Papa Bento XIII[3].
A tradição religiosa católica recorda-a como protetora dos órfãos, mães solteiras, prostitutas, sem abrigo.
Nas pinturas em sua homenagem aparece com hábito de franciscana e um véu branco, às vezes com um cachorrinho aos pés, ou então como penitente, contemplando a Cruz de Cristo e uma caveira.
Na primeira metade do século XIX existiu em Lisboa uma instituição pública, na Cordoaria, com o título de Santa Margarida de Cortona[4].
Em 1950 o realizador italiano Mario Bonnard dirigiu um filme, de carácter dramático e biográgico — Margherita da Cortona —, estreado em Portugal em 1954[5].
Referências
- ↑ DAIX, Georges. Dicionários dos Santos. Lisboa: Terramar, 2000. ISBN 9789727102747.
- ↑ Diferente de Crotona, outra cidade italiana, na costa sul.
- ↑ Nos calendários litúrgicos católicos aparece a sua memória umas vezes no dia 22 de fevereiro, data da morte, e outras no dia 16 de maio, data da canonização. Em muitos calendários nem sequer é referida no dia 22 de fevereiro por ter precedência litúrgica a memória mais antiga da Cadeira de São Pedro em Antioquia.
- ↑ Era uma espécie de Casa de acolhimento para as prostitutas como refere o livro Da prostituição na cidade de Lisboa, publicado em 1841 pelo médico Francisco Inácio dos Santos Cruz - Da prostituição na cidade de Lisboa: ou Considerações historicas, hygienicas e administrativas em geral sobre as prostitutas, e em especial na referida cidade (e-Livro Google) - http://books.google.pt/books, visitado em 16 de fevereiro de 2014. No documento a grafia é Crotona.
- ↑ Em Portugal apresentado com o título de Margarida de Cortona e a estreia teve lugar a 21 de junho de 1954 - http://www.imdb.com/