Manual Do MEC
Manual Do MEC
Manual Do MEC
Nome do MECE: ........................................................................................................................ Parquia: ........................................................................................................................ Incio do primeiro mandato: ........................................................................................................................ Incio do segundo mandato, caso haja renovao: ........................................................................................................................ Incio do terceiro mandato, caso haja renovao: ........................................................................................................................ Quanto dura a proviso de MECE? A nomeao do bispo ao MECE por trs anos e pode ser renovada por mais duas vezes, atingindo um total mximo de 9 anos consecutivos.
Conhecer a Jesus Cristo pela f nossa alegria; segui-lo uma graa, transmitir este tesouro aos demais uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher (Documento de Aparecida, n. 18).
1
Desejei ardentemente comer esta pscoa convosco (Lc 22,15) O desenho acima o smbolo oficial dos Ministros Extraordinrios da Comunho e da Esperana (MECE) da Diocese de Ponta Grossa. O que significa? Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu filho Unignito, Jesus Cristo, que, pela sua morte e ressurreio, nos deu a vida. A Igreja, novo Povo de Deus, se alimenta e se constri do po vivo que desceu do cu. O grande sonho do Pai que as nossas comunidades vivam em comunho, que o po da vida continue a ser repartido. O desenho dever ser estampado na parte externa do bolso do jaleco, com as mesmas dimenses da figura acima impressa (6,9 cm x 7,3 cm).
2
Apresentao
Querido ministro, eu gostaria de estar olhando nos seus olhos para transmitir a voc a alegria que sinto em meu corao ao escrever algumas palavras para apresentar este Manual Diocesano para os Ministros Extraordinrios da Comunho e da Esperana (MECE). Voc, MECE, uma pessoa especial para a Igreja. Deus o ama imensamente! Voc faz parte daquele grupo de pessoas que foram escolhidas a dedo para serem discpulos missionrios de Jesus Cristo em nossa Diocese. Este manual, esperado h tanto tempo, foi preparado com muito carinho para voc. Leia-o, releia-o, estude-o e busque colocar em prtica as indicaes. Se voc fizer assim, o ardor do seu corao passar para as suas aes e, sem que se perceba, voc se tornar um instrumento de Deus para muitas pessoas. O mesmo Jesus que voc entregar em forma de Po, as pessoas vero estampado na alegria do seu rosto. s coordenaes paroquiais peo que incentivem a todos os ministros a possurem este Manual. Compartilho com vocs, MECEs, um sonho. Tenho percebido que muitas famlias catlicas, quando perdem seus entes queridos, no poucas vezes, alm do sofrimento, sentem-se desamparadas quanto ao atendimento da Igreja, pois os padres e diconos, mesmo se esforando, nem sempre conseguem estar prximos, devido s muitas atividades que gravam sobre eles. Os MECEs so ministros da Esperana tambm; alm disso, esto muito bem organizados em mbitos diocesano e paroquial. Sendo assim, eu gostaria muito que vocs organizassem um atendimento especializado para as famlias enlutadas. Levem a presena da Igreja nas casas, nas capelas morturias de nossas cidades,
3
possivelmente fazendo visitas s famlias nos dias que seguem. Este um dos momentos em que as famlias esto muito sensveis e frgeis. Faam uma escala, envolvam um grande nmero de ministros, usem a criatividade e marquem presena como Igreja Catlica l onde as pessoas precisam do nosso carinho e apoio. Ir ao encontro dos que sofrem: vocs, MECEs, j fazem isso! Agora peo que ampliem esse servio maravilhoso! Pessoalmente quero que o carinho que sinto pelo povo da Diocese chegue a quem eu no alcano tambm por meio de suas mos, do seu olhar, do seu modo simples de ser, do seu modo acolhedor para com todos! No tema, MECE, realizar com afinco o seu ministrio. Voc com certeza enfrentar no poucas dificuldades. Saiba, no entanto, que o que nos define no so as circunstncias dramticas da vida, nem os desafios da sociedade ou as tarefas que devemos empreender, mas acima de tudo o amor recebido do Pai graas a Jesus Cristo pela uno do Esprito Santo1. Que este amor do Pai sempre acompanhe voc e todas as pessoas que lhe so queridas. Obrigado pela sua dedicao e amor Igreja! Pela ocasio do encontro diocesano dos MECE, 09 de novembro de 2008.
Introduo
A Eucaristia Deus vivo entre ns Ao serem chamados a prestar um servio Igreja como Ministros Extraordinrios da Comunho e da Esperana, comum muitos leigos e leigas sentirem um misto de alegria e temor: alegria por serem escolhidos para este grande ministrio e temor por saberem que lhes tocar ter um contato direto com a Eucaristia. Aproximar-se da Eucaristia significa experimentar Deus de pertinho. Por isso, no exerccio do ministrio, os MECEs sentiro o corao arder e percebero que a Eucaristia o sacramento privilegiado do encontro do discpulo missionrio com Jesus Cristo. Joo Paulo II escreveu: A Igreja recebeu a Eucaristia de Cristo, como o dom por excelncia, porque dom Dele mesmo. Esta no fica circunscrita no passado, pois tudo o que Cristo , tudo o que fez e sofreu por todos os homens, participa da eternidade divina, e assim 2 transcende todos os tempos e em todos se torna presente . A Eucaristia, portanto, Deus vivo entre ns! Junto Eucaristia, os MECEs se do conta de que o prprio Jesus, o mesmo que caminhava pelas vias da Palestina, o mesmo que transformou gua em vinho, o mesmo que falou palavras eternas, agora, ressuscitado, est a seu alcance em forma de po. Ao perceber isso, cresce imensamente a sua gratido a Deus por to grande tesouro doado Igreja. De fato, na Santssima Eucaristia est contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto , o prprio Cristo, a nossa Pscoa e o po vivo que d aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Esprito Santo3. A Eucaristia a presena estendida de Cristo nos sculos para a vida do mundo. Duas condies para que haja a Eucaristia: o sacerdcio e o mandamento novo A cada ano, na celebrao da Quinta-feira Santa, recordamos a instituio da Eucaristia. Naquela mesma noite celebramos a instituio do sacerdcio. Fala-se pouco, no entanto, do mandamento novo do amor, do gesto do lava-ps, que Jesus realiza para com os
2 3
Cf. JOO PAULO II, Carta Encclica, Ecclesia de Eucharistia, n. 11. BENTO XVI, Exortao Apostlica Ps-Sinodal, Sacramentum Caritatis, 16.
seus discpulos e que deseja se torne a prtica entre os seus: Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, faais tambm vs (Jo 13,15). O sacerdcio e o mandamento do amor so sempre necessrios para que acontea a Eucaristia. Todos ns sabemos que onde no h o sacerdote, no h a Eucaristia. Entende-se, ento, o motivo pelo qual Jesus instituiu o sacerdcio quando se doava em Eucaristia para o mundo. Por sua vez, o sacerdcio todo relacionado Eucaristia. E o mandamento do amor, com a sua concretizao no lava-ps, no contexto daquela noite santa, o que significa? O Evangelista Joo colhe a profundidade do que est acontecendo e expressa-o com as seguintes palavras: Tendo amado os seus que estavam no mundo, Jesus amou-os at o fim (Jo 13,1). E logo em seguida acrescenta: Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros (Jo 13,34). Na ltima ceia, Jesus vive o ponto mais alto da sua vida terrena: a mxima doao no amor para com o Pai e para conosco. Expressa tudo isso no seu sacrifcio da cruz, que Ele antecipa dando-nos o seu Corpo e derramando por ns o seu Sangue. desse momento culminante e no de um outro, embora maravilhoso, como a Transfigurao ou dos seus milagres que Jesus nos deixa o memorial. Isto , deixa para a Igreja o memorial-presena daquele momento supremo do amor e da dor na cruz, que o Pai torna perene e glorioso na ressurreio. desse momento que Jesus deseja que a Igreja celebre a sua memria, reviva os seus sentimentos de doao: Fazei isto em memria de mim (Lc 22,19; 1Cor 11,24). Ento, para que haja Eucaristia preciso o sacerdcio e o amor recproco: se no houver sacerdote no haver Eucaristia; e se faltar o amor recproco entre as pessoas, a Eucaristia se tornar uma celebrao que no aquece os coraes e no se revivero os sentimentos de Cristo. A Eucaristia, celebrada numa comunidade onde vivo o amor recproco faz a Igreja, transforma os cristos em discpulos missionrios de Jesus Cristo e a comunidade se torna a morada de Deus: Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome eu estarei no meio deles (Mt 18,20). Os MECEs no somente zelam, com imenso amor, da Eucaristia na comunidade sendo colaboradores dos sacerdotes, mas so tambm
6
os promotores do amor cristo vivido entre todos. Pois, onde falta o amor entre os irmos, onde h divises, onde h brigas, a Eucaristia 4 verdadeiramente no pode ser celebrada : Quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali te lembrares que teu irmo tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmo. S ento, vai apresentar a tua oferenda (Mt 5,23).
4 A Eucaristia, como suprema manifestao sacramental da comunho na Igreja, exige para ser celebrada, um contexto de integridade dos laos, inclusive externos, de comunho . (BENTO XVI, Exortao Apostlica Ps-Sinodal, Sacramentum Caritatis, n. 38). Cristo Senhor (...) consagrou na sua mesa o sacramento da nossa paz e unidade. Quem recebe o sacramento da unidade, sem conservar o vnculo da paz, no recebe um sacramento para seu benefcio, mas antes uma condenao (BENTO XVI, Exortao . Apostlica Ps-Sinodal, Sacramentum Caritatis, n. 40). Uma me tem cinco filhos. Est muito triste porque duas de suas filhas no falam entre si. Se desentenderam e no sabem se perdoar. O encontro do Natal, com todos os filhos presentes, no teve sentido e no teve graa. Havia um espinho cravado no seu corao: a desavena das filhas. Ela sofre e reza. Pede a Deus que faam as pazes. Seria a sua maior alegria. Disse: Quando os filhos esto de briga, nenhuma festa traz alegria para os pais. Da mesma maneira, quando os cristos querem prestar sua homenagem a Deus, devem antes fazer as pazes entre si. Deus quer que seus filhos vivam em paz, para que sua oferta seja aceita (ERNESTO N. ROMAN, A Eucaristia para o povo. Paulus, So Paulo 2005, pp. 45-46).
Captulo
1
Questes frequentes sobre a Eucaristia
O que a Eucaristia? o prprio sacrifcio do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar pelos sculos, at seu retorno, o sacrifcio da cruz, confiando, assim, sua Igreja o memorial de sua Morte e Ressurreio. o sinal da unidade, o vnculo da caridade, o banquete pascal, no qual se recebe Cristo. E quem recebe a Eucaristia coberto de graa e lhe dado experimentar antecipadamente a vida eterna5. Como Jesus est presente na Eucaristia? Jesus Cristo est presente na Eucaristia de modo nico e incomparvel. Est presente, com efeito, de modo verdadeiro, real, substancial: com o seu Corpo e o seu Sangue, com a Alma e a Divindade. Nela est presente, portanto, de modo sacramental, ou seja, sob as espcies eucarsticas do po e do vinho, Cristo todo inteiro: Deus e homem6. A frao do po divide Cristo? A frao do po no divide Cristo: Ele est presente todo e inteiro em cada espcie eucarstica e em cada uma de suas partes. Jesus est dividido, metade no corpo e metade no sangue?8
Cf. Compndio do Catecismo, n. 271. Idem, n. 282. 7 Para os prximos pargrafos faremos referncia ao Compndio do Catecismo da Igreja Catlica, ns. 284-294. 8 Cf. CRISTOVAM IUBEL, Conversando com voc, Ministro Extraordinrio da Sagrada Comunho. Po e Vinho, Guarapuava 2003, p. 59.
6 5
No. Ao falar em corpo e sangue os hebreus se referiam pessoa toda, completa. Assim Jesus est inteiro no po consagrado (carne) como est inteiro no vinho consagrado (sangue). Quem comunga um deles, comunga o Cristo todo, e no apenas uma parte dele. Por que normalmente se d a comunho sob a espcie de po e no de vinho?9 Faz-se isso por razes de praticidade pastoral: entregar o vinho consagrado aos comungantes bem mais difcil do que entregar a hstia consagrada. Acrescenta-se a isso a numerosa participao de fiis nas celebraes, e o tempo que a distribuio da Eucaristia, nas duas espcies, acarretaria. Nada impede, contudo, que ela seja entregue nas duas espcies, at mesmo aconselhado que assim se faa. Ao comungar o corpo de Cristo na espcie de po, o fiel est comungando o Corpo e o Sangue de Cristo. At quando continua a presena eucarstica de Cristo? Ela continua at que subsistam as espcies eucarsticas. Quando a Igreja exige que se participe da Santa Missa? A Igreja pede aos fiis para participar da Santa Missa ou do culto 10 dominical todo domingo e nas festas de preceito , e recomenda que dela se participe tambm nos outros dias. O que se requer para receber a Santa Comunho? Para receber a Santa Comunho, deve-se estar plenamente incorporado Igreja Catlica e estar em estado de graa, ou seja, sem conscincia de pecado mortal. Quem estiver consciente de ter cometido um pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliao antes de se aproximar da comunho. Qual o significado das letras JHS inscritas nas hstias? JHS: Monograma de Cristo que significa Iesus Hominun Salvator (Jesus Salvador dos Homens), e no Jesus Homem Salvador como alguns erroneamente traduzem.
Idem. So festas de preceito os dias: do Natal do Senhor Jesus Cristo; do Santssimo Corpo e Sangue de Cristo; de Santa Maria, Me de Deus, e de sua Imaculada Conceio.
10 9
10
Esse monograma de Cristo corresponde s trs primeiras letras de Ihsus, que como se escreve Jesus em grego, lngua em que foram escritos os evangelhos de Marcos e Lucas. O J na escrita antiga corresponde pronncia do I na Antiguidade. O que significa o XP que aparece em algumas hstias? XP ou PX, um monograma que significa a abreviao de Cristo. Em que consiste a transubstanciao?11 A transubstanciao a mudana de uma substncia em outra. No caso da Eucaristia, a partir do momento da consagrao, a substncia do po d lugar substncia da carne, e a substncia do vinho d lugar substncia do sangue de Cristo. Mudana de substncia, por que o po e o vinho no perdem a 12 aparncia que lhes prpria? Porque o que muda a substncia e no o que se v (os acidentes). Assim, com a transubstanciao, o po mantm o gosto, o cheiro e as demais propriedades de po, mas se transforma na carne de Jesus; a mesma coisa acontece com o vinho. Os olhos do corpo enxergam po e vinho; a f v a carne e o sangue de Cristo. A missa do sbado vale para o domingo? O tempo litrgico do domingo comea nas vsperas do domingo (no entardecer do sbado); por isso, a Missa do sbado vale para o domingo, pois segue a sua liturgia. A missa assistida pela TV atende o preceito dominical? A missa assistida pela TV no tem valor de sacramento, mas apenas espiritual; o sacramento s valido ao vivo, com a participao presente do fiel. Mas, quando a pessoa est impossibilitada de ir Igreja, a missa assistida pela TV ou ouvida pelo rdio ser de grande valia.
Cf. CRISTOVAM IUBEL, Conversando com voc, Ministro Extraordinrio da Sagrada Comunho. Po e Vinho, Guarapuava 2003, p. 58. 12 Cf. Idem, pp. 58-59.
11
11
Quando a Hstia Santa prende-se ao cu da boca isso significa que a pessoa estava em pecado? No tem nenhum significado, seno que a hstia, sendo feita de farinha, tende facilmente a se prender onde houver umidade. No quer significar, portanto, nada mais que isso. Qual a importncia que o MECE pode dar aos milagres eucarsticos? necessrio que se tome todo cuidado para no exagerar na divulgao dos assim chamados milagres eucarsticos. A nossa f no pode fundamentar-se nisso. A f est justamente no no ver alm das aparncias e assim mesmo crer. Mais do que divulgar os milagres eucarsticos, esforcemo-nos em crer simples e puramente na presena silenciosa de Jesus. Em cada missa acontece um milagre. Acreditamos na presena de Jesus na Eucaristia porque acreditamos na sua palavra, Ele que disse: Isto meu corpo, que dado por vs... (Lc 22,19). No precisa sair em busca de outros milagres. Cuidado com o sensacionalismo!
12
Captulo
2
Os ministrios na Igreja
O que significa a palavra ministrio? A palavra ministrio (do latim, ministerium) significa ofcio prprio dos servos, servio. Entendemos hoje, no contexto eclesial, o ministrio como uma doao de si e de seu tempo a indivduos e grupos, por parte de uma pessoa que o faz de modo espontneo e organizado. Toda a Igreja ministerial, isto , cada um de seus membros chamado a descobrir o seu espao, seu lugar e ser um agente ativo. Os ministrios eclesiais no constituem, no entanto, uma atividade estritamente pessoal, mas tm uma caracterstica comunitria: a cada um Deus confere dons para que possa coloc-los a servio da comunidade (Rm 12,4-5). Ou como diz o apstolo Pedro na sua primeira carta: Como bons administradores da multiforme graa de Deus, cada um coloque disposio dos outros o dom que recebeu (1Pd 4,10). Como surgiram os ministrios na Igreja? Todo o ministrio (servio) na Igreja tem seu fundamento e o seu sentido no ministrio de Cristo, Verbo de Deus feito carne (Jo 1,14). Ele a Cabea do Corpo Mstico, que a Igreja (Ef 4,15). Ele, vindo ao mundo, no veio ditando normas, mas mesmo sendo Deus assumiu a condio de servo (Fl 2,6-7). Jesus passou toda a sua vida fazendo o bem, colocando-se a servio dos pobres e marginalizados. Ele veio para servir e dar a vida (Mt 20,28). Antes de voltar ao Pai, Ele lavou os ps dos apstolos (Jo 13,3) e com o seu testemunho os ensinou que quem deseja ser o maior seja o servo de todos (Cf. Mc 10,42-44). Por fim, enviou os seus
13
discpulos para anunciar a boa nova da salvao (Mc 16,15), como sinal permanente do seu amor para com a humanidade. Cristo, enviado do Pai (Jo 20,21), realizou sua misso proftica com autoridade (Mt 7,29) e confiou aos Doze a continuidade dessa misso (Mt 24,14). Os apstolos se tornaram ministros da Palavra (Lc 1,2) e, conduzidos pelo Esprito Santo (Jo 16,13), no cessaram de testemunhar a presena do Reino de Deus (At 2,36). Os apstolos se deram conta de que no podiam levar em frente uma misso to grande e escolheram, dentre a comunidade, homens de reputao e cheios do Esprito Santo (At 6,3), a fim de, juntos, anunciarem a proximidade do Reino de Deus e convocar o povo para a converso (Mc 1,15). Nessa misso toda a Igreja era ativa e participante. Marcava presena nas principais decises (At 1,15; 2,1), propunha e escolhia candidatos para os ministrios (At 6,3-5), ensinava e recebia missionrios (At 11,22; 14,26ss; 15,35-40), chamava os Apstolos responsabilidade (At 11,1ss) e tinha voz assdua ao ensinamento dos Apstolos, comunho fraterna, frao do po e s oraes (At 2,42), a ponto de ser um s corao e uma s alma (At 4,32). Em sntese, os ministrios surgiram, em primeiro lugar porque cada cristo deve ser um protagonista em sua comunidade, ser ativo e no ficar de braos cruzados sem nada fazer; em segundo lugar como uma necessidade porque o nmero dos que se convertiam crescia a cada dia. O Conclio Vaticano II impulsionou os ministrios na Igreja? Na Igreja ps-conciliar, alm dos ministrios ordenados, o episcopado (bispos), o presbiterado (padres) e o diaconado (diconos), surgiram muitos outros ministrios no-ordenados, exercidos por leigos, homens e mulheres cheios de f, esperana e caridade. O papa Joo XXIII abriu solenemente o Conclio Vaticano II no dia 11 de outubro de 1962. Essa data marca o incio de uma nova e frutuosa etapa na histria da Igreja. Nos dezesseis documentos fundamentais do Conclio, entre tantos aspectos importantes para a vida e misso da Igreja, aparece o apostolado dos leigos incentivando o protagonismo e uma Igreja Ministerial, ou seja,
14
servidora. Os ministrios constituem uma forma de evangelizar? A principal misso da Igreja Evangelizar. E ela faz isso colocandose a servio. A Igreja toda ministerial, prestadora de servios para a humanidade. Bastaria pensar que os hospitais, as creches, os orfanatos, as escolas, os asilos, as casas que acolhem doentes e idosos nasceram dentro da Igreja. Milhes de filhos e filhas da Igreja colocaram-se e colocam-se a servio do prximo, sobretudo daquele que mais sofre, sabendo que desse modo esto amando a Cristo. Fazendo assim seguem os passos do seu Mestre que disse: Eu no vim para ser servido, mas para servir (Mt 20,28). A Igreja do Brasil tem repetido, nas diretrizes da Ao Evangelizadora, a necessidade de, na evangelizao, colocarmonos a servio antes de qualquer outra coisa. O servio, o dilogo, o anncio e o testemunho de comunho constituem a pedagogia da evangelizao. E, embora sejam diversos, os ministrios (os servios) eclesiais13 so obras do mesmo Esprito Santo (1Cor 12,11), em vista da unidade do Corpo de Cristo, a Igreja (Ef 4,4-6). Quantos e quais so os ministrios? Todos os ministrios existentes na Igreja so uma participao no mesmo ministrio de Jesus Cristo (1Cor 12,28; Ef 4,7. 11-13). Em geral, existem dois tipos de ministrios: ministrios ordenados e os ministrios no ordenados ou institudos. 1 - Os ministrios ordenados, isto , o ministrio episcopal (bispos), o ministrio presbiteral (presbteros) e o ministrio diaconal (diconos) so permanentes, e, uma vez ordenados, so para sempre. Mesmo que por algum impedimento no possam mais exerc-los, os ordenados continuam sendo bispos, presbteros ou diconos. Esses ministrios compem o Sacramento da Ordem, que possui trs graus: 1 grau: o diaconado, 2 grau: o presbiterado e o 3 grau o episcopado.
13
A palavra eclesial refere-se palavra igreja, pois a palavra igreja vem do latim ecclesia.
15
2 - Os ministrios no ordenados so muitos e dividem-se em dois tipos: - Ministrios institudos: leitorato e acolitato; - Ministrios designados: ministrio extraordinrio da Comunho, ministrio da palavra, animador de comunidade, ministrio do catequista, ministrio da msica, ministrio do missionrio, etc. Enfim, todo o servio prestado a uma comunidade um ministrio, desde que seja com um esprito de doao e servio, no buscando autopromoo ou satisfazer seus interesses prprios. Em geral recebem os ministrios institudos aqueles que vo ser ordenados diconos permanentes ou presbteros. Podem tambm ser institudos leigos para esses ministrios, dependendo das necessidades ou da deciso do bispo de cada diocese. Ningum dono do ministrio que exerce. um dom de Deus exercido para o bem da comunidade. Por isso a comunidade que escolhe e prope queles que devem exercer este ou aquele ministrio. Quais so as principais funes dos ministros ordenados na comunidade eclesial? Os ministrios ordenados, isto , aqueles que derivam do Sacramento da Ordem exprimem e realizam uma participao no sacerdcio de Cristo que se diferencia, no s em grau, mas tambm em essncia, da participao dada no batismo e na confirmao a todos os fiis. O Senhor Jesus, com efeito, escolheu e instituiu os apstolos, semente do povo da nova Aliana e origem da sagrada hierarquia, com o mandato de fazer discpulos todas as gentes (Mt 28,19), de formar e guiar o povo sacerdotal. A misso dos apstolos, que o Senhor Jesus continua a conferir aos pastores (bispos, presbteros e diconos) do seu povo, um verdadeiro servio, e que a Sagrada Escritura significativamente denomina diaconia, isto , servio, ministrio. Os ministros recebem de Cristo Ressuscitado o carisma do Esprito Santo, na ininterrupta sucesso apostlica, atravs do Sacramento da Ordem; dele recebem a autoridade e o poder sagrado para servir a Igreja, agindo 'in persona Christi Capitis' (na pessoa de Cristo Cabea) e reuni-la no Esprito Santo por meio do
16
Evangelho e dos sacramentos14. Por isso, a fim de assegurar e aumentar a comunho na Igreja, em especial no mbito dos diversos e complementares ministrios, os pastores devem reconhecer que o seu ministrio radicalmente ordenado para o servio de todo o povo de Deus (Hb 5,1); os fiis leigos, por sua parte, devem reconhecer que o sacerdcio ministerial absolutamente necessrio para a sua vida e para a sua 15 participao na misso da Igreja . Em sntese: os ministros ordenados esto a servio do povo de Deus. Servem a Igreja, agindo in persona Christi Capitis (na pessoa de Cristo Cabea) e a renem no Esprito Santo por meio do Evangelho e dos sacramentos. Qual a funo dos leigos na Igreja? Em virtude da comum dignidade batismal, o fiel leigo coresponsvel, juntamente com os ministros ordenados e com os religiosos e as religiosas, pela misso da Igreja. A ndole secular prpria e peculiar dos leigos. O 'mundo' torna-se assim o ambiente e o meio da vocao dos fiis leigos. Os fiis leigos so chamados por Deus para que a, no mundo secular, exercendo o seu prprio ofcio, inspirados pelo esprito evanglico, concorram para a santificao do mundo a partir de dentro, como fermento, e, desse modo, manifestem Cristo aos outros, antes de mais nada pelo testemunho da prpria vida, pela mediao de sua f, esperana e caridade. A vocao dos fiis leigos santidade comporta que a vida segundo o Esprito se exprima de forma peculiar na sua insero nas realidades temporais e na sua participao nas realidades terrenas. A vocao santidade anda intimamente ligada misso e 16 responsabilidade confiadas aos fiis leigos na Igreja e no mundo . So homens da Igreja no corao do mundo, e homens do mundo no corao da Igreja17. Em sntese: Os fiis leigos so chamados por Deus para, no mundo, exercendo o seu prprio ofcio, inspirados pelo esprito evanglico, concorram para a santificao do mundo a partir de dentro, como
JOO PAULO II, Exortao Apostlica Ps-Sinodal, Christifidelis Laici, n. 22. Idem. 16 Cf. Idem, ns.15-17. 17 Documento de Aparecida, n. 209.
15 14
17
fermento e, desse modo, manifestem Cristo aos outros, pelo testemunho da prpria vida, pela sua f, esperana e caridade. Enfim, faz-se necessrio ressaltar que todo ministrio (servio) uma atividade voluntria a servio da comunidade. a conseqncia do desejo de seguir Cristo, como seu discpulo, e viver o compromisso de batizado. Os Ministros Extraordinrios da Eucaristia so citados nos documentos? Entre outros, podemos citar dois documentos bsicos da Santa Igreja referentes aos ministros extraordinrios da Eucaristia (assim eram chamados no incio): - A instruo Fidei custos (em latim, fidei custos quer dizer guarda da f), publicada pelo papa Paulo VI, em 30 de abril de 1969, pela qual so constitudos os ministros extraordinrios da Eucaristia; - A instruo Immensae caritatis (da imensa caridade), tambm do papa Paulo VI, divulgada em 29 de janeiro de 1973, dispondo sobre vrios pontos relacionados com a piedade eucarstica e com o ministrio da Sagrada Eucaristia. Tambm o novo Cdigo de Direito Cannico diz que onde a necessidade da Igreja o aconselhar, podem tambm os leigos, na falta de ministros, mesmo no sendo leitores ou aclitos, suprir alguns de seus ofcios, a saber, exercer o ministrio da palavra, presidir as oraes litrgicas, administrar o batismo e distribuir a sagrada comunho, de acordo com as prescries do direito18. Histrico dos Ministros Extraordinrios da Comunho e da Esperana na Diocese de Ponta Grossa A Instituio do Ministro Extraordinrio da Comunho (M.E.C.) iniciou-se na Diocese de Ponta Grossa de acordo (e foi concomitante) com as Instrues Fidei custos de 30 de abril de 1969 e Immensae caritatis de 29 de janeiro de 1973, da Congregao para a Disciplina dos Sacramentos da Santa S, aprovada e confirmada para a Igreja pelo papa Paulo VI. Em nossa Diocese, a implantao dos MECEs foi gradativa e
18
18
obedeceu a essas duas Instrues da Santa S. Hoje, ela conta com cerca de 3.000 MECEs e tem um carinho especial por cada um deles. Eles so, na verdade, um dom inestimvel em todas as comunidades! A atividade do Ministro Extraordinrio da Comunho, em nossa Diocese, sempre em unidade com o proco e vigrios paroquiais, no se limita distribuio da Comunho, quando necessrio nas Santas Missas, e a lev-la aos doentes, mas ele ainda Ministro da Esperana, enquanto pode realizar oraes nos velrios e acompanhar os falecidos at o seu sepultamento. por isso que em nossa Diocese tm o nome de Ministros Extraordinrios da Comunho e da Esperana (MECE). o Ministro da Palavra, na ausncia do Presbtero, podendo presidir o culto (Celebrao da Palavra). Na adorao ao Santssimo Sacramento, pode abrir e fechar o sacrrio para adoraes, mas no pode dar a bno. A Diocese de Ponta Grossa elaborou um Manual dos Ministros Extraordinrio da Comunho e da Esperana (MECE), aprovado em 15 de junho de 1995, pelo ento Bispo Diocesano Dom Murilo S. R. Krieger, scj. No ano de 2008, atravs de comisses de estudo e reflexo, envolvendo Bispo Diocesano, clero e MECEs, o antigo manual passou por uma reviso e atualizao. Aps muitas horas de trabalho ficou pronta esta nova edio que est em suas mos e quer ser um precioso instrumento de evangelizao em nossas comunidades.
19
20
Captulo
3
O Ministro Extraordinrio da Comunho e da Esperana
Quem o MECE? O Ministro Extraordinrio da Comunho e da Esperana um leigo ou uma leiga a quem dada permisso, de forma temporria, para exercer um servio, relacionado Eucaristia em prol da comunidade. um ministro de Jesus Vivo, presente na Eucaristia, chamado a provocar encontros entre Jesus e as pessoas. O MECE uma pessoa amada por Deus, escolhida dentre muitas pessoas para um servio na sua Igreja; algum chamado por Deus para ajud-lo na evangelizao. Por isso, ser ministro bem mais que distribuir comunho: uma vocao, um chamado que gera muita alegria no corao do MECE. - Ministro: exerce um servio em nome da Igreja em prol das pessoas e da comunidade. - Extraordinrio distingue-se dos ministros ordinrios. Chama-se extraordinrio porque s deve exercer o seu ministrio em caso de necessidade, e porque os ministros ordinrios (isto , habituais) da comunho so apenas os que receberam o sacramento da ordem, isto , os diconos, os padres e os bispos. Na verdade, a estes que compete, por direito, distribuir a comunho. Por esse motivo, o nome da funo Ministro Extraordinrio da Comunho, e no da Eucaristia, visto que apenas os sacerdotes so ministros da Eucaristia, e a funo dos ministros extraordinrios da comunho exerce-se apenas na sua distribuio. - da Comunho: algum que se coloca a servio da Comunho Eucarstica e tambm da comunho e do amor entre as pessoas.
21
- e da Esperana: no somente porque fala da esperana quando visita os doentes e idosos e faz as exquias aos cristos que partiram desta vida, mas tambm porque tem profunda convico da esperana crist. Por que foi institudo o ministrio dos MECEs? A Igreja de Cristo, desde o dia de Pentecostes, aps a descida do Esprito Santo, sempre se reuniu fielmente para celebrar o Mistrio Pascal, no dia que foi chamado 'domingo', em memria da ressurreio do Senhor. Na Assemblia Dominical a Igreja l aquilo que em todas as Escrituras se refere a Cristo e celebra a Eucaristia como memorial da morte e ressurreio do Senhor, at que Ele 19 venha . Todavia nem sempre se pode ter a celebrao da Santa Missa em todas as comunidades devido ao escasso nmero de sacerdotes. Uma pesquisa realizada nas dioceses do Brasil, na dcada de 90, aponta que aproximadamente setenta por cento das comunidades renem-se e celebram os mistrios da f ao redor da Palavra de Deus20. Em virtude disso, a Igreja, na sua providncia e misso julgou necessrio, estabelecer outras celebraes dominicais, a fim de que, do melhor modo possvel, pudesse se realizar a assemblia semanal dos cristos, e se pudesse conservar fielmente a tradio crist do Dia do Senhor. Quis tambm possibilitar a distribuio da eucaristia nessas celebraes, atravs de Ministros Extraordinrios 21 da Comunho e da Esperana . Quais so os critrios bsicos para que algum seja admitido ao ministrio de MECE? - Engajamento na comunidade (pastorais, nos movimentos, etc); - Tenha idade mnima de 21 anos; - Participe dos encontros de formao estabelecidos; - Receba a nomeao do Bispo Diocesano ou Vigrio Geral.
CONGREGAO DO CULTO DIVINO. Diretrio sobre Celebraes Dominicais, na ausncia de presbteros, n. 1. 20 CNBB, Orientaes para celebrao da Palavra de Deus, doc. 52, introduo. 21 Cf. CONGREGAO DO CULTO DIVINO. Diretrio sobre Celebraes Dominicais, na ausncia de presbteros, n. 6.
19
22
Quais so as exigncias para que algum seja admitido ao ministrio de MECE? - Seja escolhido pela comunidade, apresentado ao Conselho de Pastoral e aprovado pelo proco; - Ame a sua comunidade, seja humilde e servial; - Demonstre capacidade de liderana e boa comunicao que lhe possibilite exercer o ministrio; - Goze de boa reputao na comunidade; - Mantenha boa vivncia conjugal, se for casado, e testemunho familiar; - Tenha disponibilidade e entusiasmo pastoral entre os irmos; - Comprometa-se a participar das formaes oferecidas pela parquia ou setor pastoral; - Exera atividades profissionais compatveis com os compromissos do Batismo e da Crisma; - Obedea s normas e ritos determinados pela Santa S e em vigor na Diocese; - No pratique maus hbitos ou vcios; - Cumpra a escala preestabelecida; - Tenha amor pela Eucaristia e a Igreja. O MECE deve ser escolhido pela sua santidade de vida, coerente com as exigncias do Evangelho. No se desconsidere que precisa ser aceito pela comunidade. O que cabe ao MECE fazer? Sempre em sintonia com o proco e demais presbteros, cabe ao Ministro Extraordinrio da Comunho e da Esperana, as seguintes atribuies: - Ajudar ao presbtero na distribuio da Eucaristia, quando necessrio, respeitando as tarefas prprias dos coroinhas; - Levar a comunho aos doentes, aos idosos e aos impossibilitados de irem Igreja; - Incentivar os fiis da comunidade (capela) a fazer adoraes;
23
- Zelar pela segurana do Santssimo Sacramento na capela; - Onde for possvel, abrir a capela durante algumas horas do dia; - Abrir e fechar o sacrrio para adoraes programadas pela comunidade; - No deixar faltar a Eucaristia no sacrrio; providenciar quando estiver terminando; - Zelar dos paramentos; - Na ausncia do sacerdote e do dicono, exercer a funo de Ministro da Esperana nos velrios e sepultamentos; - Integrar-se equipe de liturgia; - Integrar-se e auxiliar os Pequenos Grupos; - Estar sempre disponvel para eventuais servios; - No chegar atrasado ou em cima da hora nas celebraes; - No culto ou celebrao da Palavra distribuir a Eucaristia e na ausncia do presbtero ou do ministro da Palavra, presidir o culto; - No cabe ao MECE fazer a homilia. Essa funo exclusiva do ministro ordenado. A ele cabe apenas um comentrio da palavra. Dom Giovanni Zerbini, SDB, bispo emrito de Guarapuava, escreve sobre os MECEs: maravilhoso o empenho de homens e mulheres que, com humildade e compenetrao adoram Jesus presente no Po e no Vinho, no servio do altar; zelam para que o sacrrio, o cibrio e a igreja sejam, com seu decoro e limpeza, expresso de respeito e amor; sabem organizar momentos diante do sacrrio, para que Jesus Cristo sinta nosso compromisso de estar com Ele. Enfim, na pureza do corao, na delicadeza das palavras, na coerncia dos gestos, manifestados tambm no traje singelo, mas de bom gosto, no aspecto alegre, mas acolhedor, que o Ministro Extraordinrio da Comunho ser luz e fermento para o crescimento da comunidade22.
Cf. Dom Giovanni Zerbini, SDB citado em CRISTOVAM IUBEL, Manual do Ministro Extraordinrio da Sagrada Comunho e das Exquias. Po e Vinho, Guarapuava, 2008.
22
24
Quais so as principais qualidades em que o MECE precisa se destacar? O MECE uma pessoa comum, que luta, sofre, trabalha e que tambm comete suas faltas. , no entanto, uma pessoa observada pela comunidade em sua conduta diria. Por isso, precisa dar bom exemplo. Para ser um timo MECE precisa destacar-se em nove qualidades: 1 - A Igreja espera do MECE um testemunho de amor Eucaristia. Por entrar em contato constantemente com Jesus Eucarstico, o MECE precisa se tornar cada vez mais um amigo ntimo de Jesus. Estar em contato mais direto, mais pessoal, e at de forma palpvel e sensvel com Ele. Por isso, espera-se do ministro que seja uma pessoa apaixonada por Jesus para viver uma profunda comunho com Ele. Um MECE que tem amor Eucaristia, por onde passa deixa marcas profundas do amor de Deus no corao das pessoas. O carinho que tem pela Eucaristia o envolve no mistrio do qual est sendo instrumento, e a comunidade toda, alm de perceber isso, beneficiada pelo seu jeito de ser. Pedindo a Deus um corao ardente de amor, o MECE desenvolver as suas atividades no como obrigaes. No ser uma espcie de funcionrio, que lida friamente com as hstias consagradas ou que se tornou MECE somente porque, na comunidade, ningum queria esse ministrio. Ao contrrio, far tudo o que estiver ao seu alcance a fim de que na comunidade se conhea mais sobre a Eucaristia, promover adoraes com criatividade e levar muitas pessoas a se encontrarem com Jesus. Mas como crescer no amor a Jesus Eucaristia? Antes de mais nada precisa pedir a Deus esse dom; depois esforar-se por fazer constantes visitas ao Santssimo, promover adoraes, viglias e tambm ler algum livro sobre a Eucaristia. 2 - A Igreja espera que o MECE seja um amigo de Deus. Uma criana escreveu: Jesus, voc conhece o ministro seu Joo s pelo seu trabalho ou ele seu amigo?. Seria bastante estranho um ministro falar em nome de Deus para os outros, no tendo ele o costume de falar com Deus.
25
Mas o que ser uma pessoa de orao? Rezar no , propriamente, o ato de parar e dedicar algum tempo meditao enquanto se procura pensar em Deus. Rezar no s isso! O mesmo se pode dizer da reza do tero e das oraes da manh ou da noite. Uma pessoa pode fazer tudo isso durante o dia, e no ter rezado sequer um minuto. Rezar, na verdade, um relacionamento com Deus: conduzir o esprito para alm das nossas ocupaes, e estabelecer uma amizade ntima com Ele. O MECE chamado a ser um grande amigo de Deus! Ser amigo de Deus. Um maravilhoso exemplo disso nos deixou Joo Paulo II. Um dos seus mais prximos colaboradores contou que, sobretudo, nos ltimos anos, quando o Papa no estava bem de sade, algum o assistia continuamente. No poucas vezes aconteceu que esse assistente, ao passar pelo quarto do Papa, no corao da noite, no o encontrou. Passando por um e por outro ambiente, muitas vezes achou o Papa de joelhos na capela. s vezes eram trs horas da madrugada... O exemplo do Papa extraordinrio. Mas no precisamos ir to longe para obtermos exemplos: basta dar uma olhada ao nosso redor e encontraremos muitos MECEs que tm unio com Deus; quantas Zeladoras de Capelinhas, Legionrias de Maria que so formidveis nesse ponto! Temos que tomar cuidado com coisa: o ativismo. A correria do dia-adia, o trabalho, os compromissos familiares e profissionais podem nos afastar de uma vida de orao. Isso pode acontecer quando o MECE acha que precisa fazer tudo sozinho. Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina, escreveu sobre o ativismo: O ativismo impede a orao, o silncio, o estudo, a converso. Nem sequer deixa tempo para o descanso e o lazer. O ativista vive num crculo vicioso, o aumento das atividades impede a vida interior23. Quem avisa amigo , diz um ditado. Muitas lideranas se perderam, afastaram-se, porque no cultivavam a espiritualidade. Sufocaram a orao e desprezaram a espiritualidade. Na verdade, quem abandona a orao, abraa a tentao, diz o Arcebispo. Um ministro que no faz suas oraes diariamente no tem condies suficientes para ser ministro ou agente de pastoral, pois sem Deus
23
26
nada se pode fazer (Cf. Jo 15,5). 3 - A Igreja espera que o MECE seja uma pessoa criativa. Os dicionrios apresentam a pessoa criativa com algumas caractersticas: - aquela que curiosa, no bom sentido do termo; pessoa que pergunta por qu? e e se?; - Confronta-se com os desafios perguntando-se como eu posso superar isso?. Ela tem sempre uma atitude positiva e v em cada problema uma oportunidade de exercitar a criatividade e conceber algo novo e valioso; - Traz em si uma inquietude construtiva. Tem a percepo do que est errado no ambiente ao seu redor, contudo, tem uma atitude positiva e no se deixa abater pelas coisas erradas. Ao contrrio, transforma esse descontentamento em motivao para fazer algo construtivo. Exemplo: Santos Dumont era um entusiasta dos bales, mas no estava satisfeito com suas limitaes e no descansou at inventar um avio dirigvel; - Possui mente aberta. A criatividade requer mente receptiva e disposta a examinar novas idias e fatos. Vai em busca de novas idias. - No se apressa em julgar. Quando algum sugere algo novo, a pessoa criativa no desiste to logo. Ela tem conscincia de que toda idia nasce frgil e precisa de tempo para maturar e revelar seu valor e utilidade antes de ser submetida ao julgamento; - Tem a capacidade de fazer sntese. Olha as rvores, sem perder a viso da floresta. A capacidade de se concentrar nos detalhes sem perder de vista o todo uma habilidade fundamental das pessoas criativas. O MECE, sobretudo nas comunidades do interior, precisa ter a viso do todo. 4 - A Igreja espera que o MECE seja uma pessoa que acolhe as novidades e abre espao para outros se engajarem na comunidade. Ministro, no se contente em apenas realizar as suas obrigaes; abra-se ao novo; deixe-se desafiar por aquilo que desconhecido. Voc precisa ser o primeiro a acolher as novidades que a Igreja prope. Certamente enfrentar dificuldades, pois muitas pessoas vivem do passado: No meu tempo era melhor.... Talvez a sua comunidade seja uma daquelas que esto mais
27
voltadas para restaurar o passado, do que para avanar naquilo que novo. Outras, ainda, esto cheias de esquemas antigos e ultrapassados. Muitos preferem continuar do jeito que est, e quando a Diocese prope alguma atividade fazem resistncia. Esquecem, desse modo, que se est engessando a Igreja e rompendo a comunho. Em muitos lugares fecharam-se as portas para a juventude. preciso dar espao aos jovens nas nossas comunidades! Por que, em muitas comunidades, os adolescentes e os jovens so os ltimos a serem pensados para um trabalho pastoral? Eles so um potencial imenso com as suas coreografias, dramatizaes e teatros. O MECE precisa contar com a fora jovem! O jovem protagonista da novidade. 5 - A Igreja espera que o MECE seja uma pessoa que se destaca pelo servio. Existem muitas pessoas que no so dotadas de grandes talentos, mas que se colocam a servio. So pessoas simples, humildes, que arregaam as mangas, metem a mo na massa e fazem um bem enorme Igreja. isso que a Igreja quer ver de voc, MECE! A palavra 'ministro' quer dizer algum que est a servio da comunidade. Algum que concretamente pe-se a servir diferente de outro que mando, autoritrio, que pede para os outros fazerem, mas ele, na hora oportuna, no aparece. No se pode admitir um MECE preguioso, que inventa desculpas para se justificar. O MECE no pode ser, diante da comunidade, um cristo descomprometido, fora da realidade, cristo de vida boa. Olhando para o MECE, a comunidade espera ver nele um bom cristo, uma pessoa que tem o senso do sagrado e a coragem de se confrontar com os problemas da comunidade. Um MECE assim distante daquele que no domingo veste o jaleco e, terminada a celebrao, pendura-o para s us-lo novamente no prximo domingo, esquecendo-se das suas obrigaes e deveres nos outros seis dias. 6 - A Igreja espera que o MECE seja uma pessoa que se destaca pelo dilogo. O MECE promotor do dilogo primeiramente dentro da comunidade entre as pastorais e movimentos. Ajuda a superar
28
conflitos e divises. o homem da unio! Alm disso, precisa estar aberto ao dilogo com as outras denominaes religiosas presentes na comunidade. Esse dilogo no pode ser fundamentado sobre o indiferentismo religioso, mas como escreve o Apstolo Pedro: Estai sempre prontos a dar a razo da vossa esperana a todo aquele que a pedir (1Pd 3,15). No temer expor a doutrina crist com medo de que outras pessoas no iro gostar. 7 - A Igreja espera que o MECE seja uma pessoa que se destaca pelo anncio. E agora voltando o olhar para o Apstolo Paulo sentir em ns o apelo que ardia dentro dele: Ai de mim, se eu no evangelizar!'' (1Cor 9,16). A evangelizao no tarefa s do dicono, do padre e do bispo: misso de todos os batizados, membros do povo de Deus. Quem encontrou Jesus Cristo, no poder t-lo somente para si, tem que anunci-lo aos outros. E esse anncio no deve ser feito timidamente, como se a pessoa estivesse contando alguma coisa da qual tem vergonha. 8 - A Igreja espera que o MECE seja uma pessoa que se destaca pelo testemunho de comunho. Depois do jubileu do ano 2000, a Igreja do mundo inteiro tem uma meta indicada pelo papa Joo Paulo II: Fazer da Igreja a casa e a escola da comunho: eis o grande desafio que nos espera no milnio que comea, se quisermos ser fiis ao desgnio de Deus e corresponder s expectativas mais profundas do mundo24. E em seguida o papa explica o que se entende por espiritualidade de comunho: Espiritualidade da comunho significa em primeiro lugar ter o olhar do corao voltado para o mistrio da Trindade, que habita em ns e cuja luz h de ser percebida tambm no rosto dos irmos que esto ao nosso redor. Espiritualidade da comunho significa tambm a capacidade de sentir o irmo (...) como um que faz parte de mim, para saber partilhar as suas alegrias e os seus sofrimentos, para intuir os seus anseios e dar remdio s suas necessidades, para oferecer-lhe uma verdadeira e profunda amizade. Espiritualidade da comunho ainda a capacidade de ver antes de mais nada o que h
24
29
de positivo no outro, para acolh-lo e valoriz-lo como dom de Deus (...). Por fim, espiritualidade da comunho saber 'criar espao' para o irmo, levando 'os fardos uns dos outros' (Gl 6,2) e rejeitando as tentaes egostas que sempre nos insidiam e geram competio, 25 arrivismo, suspeitas, cimes . O que dizer dos MECEs que insistem em caminhar sozinhos sem estar em comunho com o proco e vigrios? O que dizer dos MECEs que falam mal do proco e vigrios? O que dizer daqueles que no aceitam ou no se empenham para promover as 26 prioridades da Diocese ? 9 - A Igreja espera que o MECE seja uma pessoa que se destaca pela missionariedade. Segundo o Documento de Aparecida, cabe ao MECE, juntamente com toda a Igreja, ser um protagonista da converso pastoral da comunidade. Isso exige que se v alm de uma pastoral de conservao, para uma pastoral decididamente missionria27. Continua o documento: Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as foras, nos processos constantes de renovao missionria e de abandonar as ultrapassadas estruturas que j no favoream a transmisso da 28 f . O que quer dizer compromisso missionrio? A Diocese, em todas as suas comunidades e estruturas, chamada a ser 'comunidade missionria'. Cada Diocese necessita fortalecer sua conscincia missionria, saindo ao encontro dos que ainda no crem em Cristo, no espao de seu prprio territrio, e responder adequadamente aos grandes problemas da sociedade na qual est 29 inserida . Em quais virtudes o MECE precisa se exercitar? 1 - Na acolhida. Quem vem para a Igreja precisa ser muito bem
Idem. O Documento de Aparecida quando descreve a diocese como lugar privilegiado da comunho, a partir de uma pastoral orgnica, afirma: Porque um projeto s eficiente se cada comunidade crist, cada parquia, cada comunidade de vida consagrada, cada associao ou movimento e cada pequena comunidade se inserem ativamente na pastoral orgnica da diocese. Cada uma chamada a evangelizar de modo harmnico e integrado no projeto pastoral da Diocese (Documento de Aparecida, n. 169). 27 Cf. Documento de Aparecida, n. 370. 28 Idem, n. 365. 29 Idem, n. 168.
26 25
30
acolhido. Seria maravilhoso se nas igrejas matrizes e tambm nas comunidades se formassem equipes de acolhida; que sejam instrudos sobre isso. Mas no s isso: que a acolhida v muito alm das portas das igrejas. A acolhida do MECE se manifesta da forma como ele se aproxima das pessoas, como ele as trata, com carinho e ternura. 2 - Na humildade. O mundo atual est perdendo o senso da humildade. E quem se coloca a servio da comunidade precisa ter a mesma atitude de Joo Batista: preciso que Ele cresa e eu diminua (Jo 3,30). A tentao de ser o primeiro, de estar no podium grande no ser humano. A humildade uma atitude de quem se reconhece como filho de Deus e sabe que dEle tudo recebeu. Cuidado com o falso conceito de humildade: Sou humilde, por isso, no fao nada na comunidade. Humildade colocar-se a servio, como disse Jesus: Quem quiser ser o maior entre vs seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos (Mc 10,43). Jesus no proibiu que algum esteja na frente coordenando, incentivando, sendo protagonista. Ele condenou a atitude de quem domina, oprime e faz sentir o seu poder. Voc no precisa se esconder, nem fingir ser o que no . Bem diferente a situao quando o ministro faz questo de estar sempre no centro das atenes. Ser humilde no desanimar, mesmo diante de crticas. deixar-se orientar por quem pode nos ajudar e no pelo palpite dos outros. 3 - Na gratuidade. Quando Jesus envia os seus discpulos em misso, Ele lhes d uma ordem: De graa recebestes, de graa deveis dar! (Mt 10,8). Na verdade, todos os ministrios remontam a esse princpio. Partilhamos com os irmos os dons que recebemos. Ser ministro se colocar a servio na gratuidade, e no buscar algo em troca, que pode at mesmo ser o reconhecimento da comunidade. 4 - No equilbrio. Que o ministrio no seja motivo para prejudicar ou deixar de lado compromissos j assumidos: a responsabilidade com a famlia, por exemplo. Que o ministrio no o transforme numa tendncia ao clericalismo ou fanatismo. 5 - Na bondade. O Papa Joo XXIII recebeu o ttulo de Papa Bom.
31
Ele era como um paizo, um corao aberto, que s se interessava pelo bem das pessoas. Temos exemplos maravilhosos de MECEs que so assim! 6 - Na mansido. s vezes o MECE precisa ser firme, dizer a verdade, mesmo que doa. Mas na maioria das vezes, a mansido produz muito mais frutos. Existe um ditado: atramos mais moscas com uma gota de mel que com um barril de vinagre. 7 - Na simpatia. Uma pessoa simptica aquela que recebeu de Deus talentos humanos que a tornam agradvel no convvio. A simpatia um ''dom''; o contrrio a ''antipatia''. Torna-se antiptico o ministro que, atravs de cargos a ele confiados, busca sua promoo pessoal a todo custo. 8 - Na perseverana. Os primeiros passos, com muita emoo e entusiasmo, tornam-se fceis. Passado algum tempo, sente-se o que muitos sentiram: o ministrio virou rotina, uma obrigao. motivo de cansao e ento se desiste. Extraordinariamente participa-se das reunies, de encontros de formao, de orao, de estudo. Desse modo realmente fica difcil a perseverana. O MECE no est livre desses riscos. Mas, se houver o devido cuidado com a orao, a comunho freqente, a leitura da Palavra de Deus, aquelas dificuldades no o atingiro, pois o contato ntimo com Deus o renova. 9 - No trabalho em conjunto. Juntos, nossos talentos rendem muito mais, por mais modestos que sejam. preciso saber distribuir as tarefas a auxiliares esforados e capazes, descobrindo, assim, novos lderes e grandes talentos na comunidade. Ningum gosta daqueles que querem fazer tudo sozinhos, ou que no confiam em ningum. Uma regra importantssima: jamais tomar decises importantes sozinho! Onde for possvel, sobretudo no interior, aconselhvel que os MECEs se renam durante a semana a fim de preparar o culto. Onde isso acontece a comunidade no nota falta de entrosamento entre os ministros e a equipe litrgica. Mas trabalhar em equipe no fcil. Muitos se consideram os melhores, pensam que somente eles sabem fazer as coisas e os outros s atrapalham.
32
Se no fosse to decisiva a participao de todos, por que Jesus teria partilhado a sua misso com os discpulos? Pense nisso! 10 - Na coerncia. Coerncia sintonia entre aquilo que se diz e aquilo que se faz. Esse um grande desafio! O culto agradvel a Deus nunca um ato meramente privado, sem conseqncias nas nossas relaes sociais: requer o testemunho pblico da prpria f30. Em alguns aspectos, certamente, no vamos conseguir viver tudo aquilo que dizemos, mas mesmo assim Deus age por meio de ns. As pessoas se sentem tocadas por nossa coerncia de atitudes e muitas vidas se transformam. a bondade de Deus que age por meio de ns. Por outro lado, sobe um hino de louvor a Deus por tantas pessoas de nossas comunidades, dignas de confiana no tanto por aquilo que dizem, mas pelo seu modo de viver! 11 - Na renncia. A renncia para o ministro est no tempo em que ele dedica comunidade e que, conseqentemente retira da sua famlia, dos amigos, do trabalho e tambm de si mesmo. Ter que aprender a renunciar os prprios gostos, idias, projetos... para acatar aquilo que melhor para a comunidade. O compromisso com a comunidade o vincula a ela. s vezes poder surgir um convite para algum evento importante justo na hora em que precisa prestar servio comunidade. O que fazer? Outras vezes ser uma visita que chega, ento novamente necessria a renncia. Que ningum veja ou sinta a contrariedade no rosto do ministro! E depois de ter prestado o servio na comunidade custar bastante dizer, como sugere o Evangelho: Quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: somos simples servos fizemos o que devamos fazer (Lc 17,10). Todos precisamos aprender a abrir mo das coisas. Tem gente que se agarra aos cargos da Igreja e ao ser interrogado diz: Ningum quer assumir o meu lugar. Depende como o convite foi feito... 12 - Na eterna aprendizagem. Concluindo esta abordagem sobre as virtudes do MECE, no poderamos deixar de tocar na questo do
30
33
eterno aprendiz. No existe conhecimento maior ou menor, h conhecimentos diferentes. Exemplo: algum pode no estar apto para fazer uma palestra, mas pode ser um timo carpinteiro que coloca seus talentos a servio da comunidade. Diante disso, faz-se necessrio valorizar a todos e ter abertura de corao para aprender at mesmo das crianas. Quais conselhos a Igreja d ao MECE? 1 - No s desenvolva um ministrio vinculado Eucaristia, mas seja apstolo de Jesus Eucarstico; 2 - Seja discreto ao comungar, e discreto ao distribuir a Eucaristia; Jesus que deve aparecer; 3 - Esteja sempre unido ao proco e vigrios de sua comunidade. O seu servio est intimamente ligado ao deles; 4 - Procure participar dos cursos e encontros; 5 - Visite os enfermos e idosos como quem, ao servi-los, serve a Cristo. Veja no rosto de cada um deles, pela f, o rosto do prprio Jesus; 6 - Participe da missa. Ela fonte de toda espiritualidade. O encontro com Cristo na Eucaristia, na Palavra e na Comunidade faz-nos fortes, apesar de nossas fraquezas; 7 - No deixe sua famlia de lado; antes de tudo, tenha tempo para ela. Priorize a convivncia familiar; 8 - Ajude a comunidade a entender o valor da orao e de adorao a Jesus na Eucaristia; 9 - Quando for administrar as exquias seja solidrio com a famlia enlutada, partilhando dos sofrimentos pelos quais ela passa, sem, contudo, deixar de ser um sinal de vida; 10 - Faa a experincia de amar na gratuidade, isto , de no querer e nem aceitar nenhuma forma de retribuio. Ame por doao, por entrega, por querer o bem do outro; 11 - Saiba guardar sigilos;
31 Este declogo foi extrado das orientaes que o Pe. Cristovam Iubel apresentou no seu livro: Conversando com voc, Ministro Extraordinrio da Sagrada Comunho. Po e Vinho, Guarapuava 2008.
31
34
12 - Descubra o que h de bom e de positivo nos outros! O que o MECE no deve ser? 1 - Jamais ser centralizador. Quando isso acontece, prejudica a vida da comunidade. Faz tudo sozinho: ministro, leitor, puxador de cantos; no valoriza os outros, nem o que eles sabem ou fazem; no sabe trabalhar em equipe, e no envolve as pessoas na organizao da comunidade. MECE, no assuma tudo como se s voc soubesse fazer as coisas. Ao seu redor h muita gente capaz e disposta a se colocar a servio da comunidade. Abra a possibilidade para novas pessoas permitindo que a comunidade cresa e seja toda ela ministerial; 2 - Jamais ser pessimista. O pessimista reclama de tudo, no v sada nem soluo para os problemas; alm de desanimado, desanima os outros; 3 - Jamais ser mando. O mando sente-se como dono da comunidade; nas reunies fala o tempo todo; s ele sabe e s ele tem razo; improvisa as coisas e s v defeito no que os outros preparam; 4 - Jamais ser grosseiro. Perdemos muitas pessoas devido falta de sensibilidade e educao na Igreja. O grosseiro agride as pessoas, julga-as negativamente e as ignora; 5 - Jamais ser teimoso. Ser teimoso no dar o brao a torcer, ser de corao duro. Quando implica com alguma coisa no abre mo, mesmo estando errado. Espera-se do MECE flexibilidade no que acessrio e, ao mesmo tempo, firmeza quando se trata de fidelidade ao Evangelho; 6 - Jamais ser indiferente. O indiferente no participa das atividades da comunidade, do setor, da parquia e da diocese. No tem interesse em crescer e aprender coisas novas; no se preocupa em preparar outras lideranas para assumir funes na Igreja. Qual o declogo do MECE? 1 - Uma pessoa apaixonada pela Eucaristia; 2 - Uma pessoa humilde e servidora; 3 - Uma pessoa alegre, porque vive em Deus;
35
4 - Uma pessoa que ama a sua comunidade; 5 - Uma pessoa que irradia ao seu redor a f, a esperana e o amor; 6 - Uma pessoa que sabe escutar; 7 - Uma pessoa que trata todos como irmos; 8 - Uma pessoa que faz as coisas bem feitas; 9 - Uma pessoa que se compadece dos que sofrem; 10 - Uma pessoa discpula missionria de Jesus Cristo. O MECE recebe algum salrio? Foi dito anteriormente que os ministrios so como que uma prestao de servios em prol da comunidade por parte de pessoas que os realizam de forma espontnea e organizada. O servio que o MECE desempenha voluntrio, gratuito, isto , sem remunerao; uma atividade que se exerce de bom corao, com generosidade, sem pretender um ganho material, mas como uma resposta a uma necessidade da comunidade. Todo o batizado comprometido deve se colocar disposio da comunidade e contribuir para o seu crescimento enriquecendo-a com os talentos que Deus lhe deu. Como j foi dito: De graa recebestes, de graa deveis dar! (Mt 10,8). O MECE pode exercer o seu ministrio fora da sua parquia? No. O ministrio do MECE ser exercido nica e exclusivamente na parquia em que recebeu o mandato e, preferencialmente, em sua prpria comunidade. A concesso do mandato, embora recebida do Ordinrio Local, no para o territrio diocesano, mas apenas paroquial. Por essa razo, a Diocese no conceder um Certificado de Habilitao (Carteirinha). Pode exercer o ministrio em outra comunidade ou parquia se for convidado. O MECE participa dos Conselhos Pastorais? Sem dvida. Em cada comunidade, ao menos um MECE integra o
36
Conselho Pastoral. O coordenador paroquial dos MECEs participa do Conselho Pastoral Paroquial. O que fazer quando acontece um desentendimento entre um MECE e outro? de se esperar que isso jamais acontea. Mas se acontecer necessrio que os dois MECEs se reconciliem o quanto antes e, dependendo da gravidade e no aceitao do perdo, sejam afastados do ministrio. No podem, de modo algum permanecer no ministrio pessoas inimigas. Ser ministro da Comunho e estar em diviso com o irmo um contra testemunho do Evangelho. E se o MECE estiver encrencado com os seus parentes ou vizinhos? Uma pessoa que estende encrencas por anos e anos no deveria ser acolhida como MECE antes de perdoar e ser perdoada. Se a briga aconteceu depois de ser institudo MECE, ento que se procure o perdo o quanto antes, pois a briga contradiz a 32 Eucaristia , alm de ser mau exemplo para a comunidade. Como poder distribuir a comunho algum que no est em comunho com seu irmo? E se o MECE transferiu-se de uma outra parquia ou diocese, pode exercer o ministrio em sua nova comunidade? Precisa trazer consigo, uma carta de apresentao da parquia assinada pelo proco ou da diocese uma carta assinada pelo bispo de origem. Depois disso, entra em contato com o proco para obter dele a autorizao de exercer o ministrio na nova comunidade. aconselhvel, na primeira oportunidade que tiver, participar de encontros de formao junto com a Pastoral dos MECE. O MECE pode exercer o seu ministrio sem o jaleco? Pode at haver excees mas, normalmente, o MECE deve se revestir do seu traje especfico, que o jaleco.
Quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali te lembrares que teu irmo tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmo. S ento, vai apresentar a tua oferenda (Mt 5,23).
32
37
necessrio evitar que o MECE vista tnica de tal modo que seja confundido com a pessoa do padre ou do dicono. E ainda: a higiene pessoal e do jaleco no s necessria, como d ao ministrio uma tonalidade de transparncia e pureza. Como deve ser o jaleco? A Diocese de Ponta Grossa adotou um padro de jaleco: casaco curto, semelhante jaqueta, de mangas compridas, na cor creme, com o smbolo da Eucaristia em modelo padronizado. necessrio que os jalecos de tipo e cor diferentes sejam substitudos pelo padro adotado. Como deve ser a aparncia do MECE? Os ministros devem sempre se apresentar dignamente comunidade, para o culto e para a missa: Roupas limpas, jaleco abotoado, no sujo, nem amassado, mos e unhas limpas. Os que fumam cuidado com os dedos! No apresentarem-se de chinelo, descabelados, etc. As ministras que no se apresentem vestidas como que para um baile ou festa de gala, com vestidos escandalosos. Sejam discretas no vestir e andar. No momento da celebrao no cruzar as pernas. Pessoas que vivem unies irregulares podem ser MECEs? Pessoas que vivem uma segunda unio irregular no podem ser MECE, pois o senso pastoral pede que se tome o cuidado para no expor negativamente a pessoa diante da comunidade confiando-lhe funes e ministrios incompatveis com a sua real situao. O esposo e a esposa podem ser ministros ao mesmo tempo? Com certeza! No s podem, como a Igreja at recomenda. Valorize-se esta escolha. Quanto dura a proviso do MECE? A concesso do mandato de MECE por trs anos e pode ser renovada por mais duas vezes atingindo um total mximo de nove anos consecutivos. Em todos os casos obrigatria a participao
38
nos encontros de formao estabelecidos. Quem est h mais de nove anos o que deve fazer? oportuno que o MECE, ao tomar conhecimento dessa indicao da Diocese, v at o proco e converse com ele. Coloque disposio o seu ministrio. Pode ser que, mesmo estando h mais de nove anos, abra-se uma exceo, justamente porque o ministrio muito precioso para a comunidade. Ao proco cabe essa deciso. E se o MECE estiver exercendo o seu servio e quiser parar, como fazer? Se perceber que hora de parar, no tenha receio de conversar com o proco. Faa o melhor que puder enquanto exerce o ministrio. No se deve ter drama de conscincia quando sentir que o momento de parar. O MECE pode candidatar-se a cargos polticos? Os bispos reunidos em Aparecida encorajaram os leigos a participarem da vida pblica. De fato, o Documento de Aparecida diz: Os leigos de nosso continente, conscientes de sua chamada santidade em virtude de sua vocao batismal, so os que tm de atuar maneira de fermento na massa para construir uma cidade temporal que esteja de acordo com o projeto de Deus33. Na abertura da Conferncia o papa Bento XVI afirmou: A vida crist no se expressa somente nas virtudes pessoais, mas tambm nas virtudes 34 sociais e polticas . Ao se candidatar, o MECE deve se afastar do seu ministrio durante o tempo da campanha. De quanto em quanto tempo os MECEs devem se reunir? A Coordenao Diocesana dos MECEs sugere que os ministros se renam mensalmente para rezarem juntos, formarem-se na espiritualidade e estudar o manual.
33 34
39
Pede-se que os ministros se renam mensalmente no prprio local, mesmo em comunidades menores e distantes. Que temas deveriam ser abordados na formao dos novos ministros? Primeiramente conhecer profundamente este manual; dar um bom embasamento litrgico; como fazer a Celebrao da Palavra; conhecimentos prticos sobre o exerccio do ministrio; procedimentos ao visitar um enfermo; como celebrar as exquias, etc. Cabe comunidade a deciso quanto tempo seja destinado formao dos novos. No entanto, a Coordenao Diocesana sugere que sejam feitos ao menos trs encontros de um dia. Como deve ser feita a reciclagem? Ao iniciar um novo mandato, o MECE dever passar por nova etapa de fomao, junto com os novos. Concluindo este captulo poderamos nos perguntar: O MECE uma bno?
35
Sem dvida! Todo servio uma bno, seja para aquele que serve, seja para aquele que servido. O ministrio extraordinrio da comunho e da esperana uma grande bno tambm para os padres, pois os ajuda a cumprir a misso de presbteros. Obrigado a vocs, homens e mulheres, por estenderem as mos para ajudar, por se colocarem a servio da comunidade, servindo-a com generosidade. Que ningum se assuste. Apresentamos aqui o que se espera de um MECE ideal; no entanto, sabemos que a realidade, por vezes, fica distante. Saiba, MECE, que o seu esforo, dedicao e vontade de querer acertar so preciosos diante de Deus: O homem v a aparncia, Deus v o corao (1Sm 16,7).
Cf. CRISTOVAM IUBEL, Conversando com voc, Ministro Extraordinrio da Sagrada Comunho. Po e Vinho, Guarapuava 2003, p. 63.
35
40
Captulo
4
A distribuio da Comunho
Como deve ser concretamente a distribuio da comunho? Na distribuio da comunho, o ministro abrir o sacrrio com respeito. Far genuflexo ao abri-lo e, aps a distribuio da comunho, ao fech-lo. O ministro apresentar ao fiel comungante a hstia consagrada, com respeito e dignidade, sem pressa, dizendo: O Corpo de Cristo a que o comungante responde Amm. A hstia consagrada ser entregue na mo ou na boca, respeitando o desejo do comungante. Quando entregue na mo, a hstia dever ser colocada sobre a palma da mo do fiel, e este dever comungar na frente do ministro. preciso muito cuidado com os fragmentos que podem permanecer na palma da mo, para que no se percam, instruindo o povo a esse respeito. Jamais acontea que, para ganhar tempo, o MECE pegue na prpria mo vrias hstias, fazendo-as escorregar rapidamente, uma a uma, nas mos dos fiis, como quem distribui balas s crianas. Vale sempre uma regra: no podemos exigir com firmeza das pessoas aquilo que no ensinamos para elas. Por isso, o MECE, com carinho, v passando pouco a pouco essas instrues para a comunidade. O que fazer quando cai alguma partcula no cho? Quando algum fragmento ou partcula consagrados caem no cho que sejam imediatamente recolhidos. Quando no podem ser consumidos (comungados), sejam ento depositados em um copo
41
com gua e colocados ao lado do sacrrio. Depois de diludos, a gua poder ser derramada em algum vaso de plantas. Estando presente o sacerdote o MECE pode comungar sozinho? Estando presente o sacerdote, o ministro recebe a Eucaristia da mo do sacerdote e no comunga pelas prprias mos, como se fosse um concelebrante36. Como devem ser dispostas as mos para receber a Comunho? H uma bela explicao de So Cirilo de Jerusalm: fazer um trono para receber o Corpo de Cristo na mo esquerda que se apia sobre a direita. A esquerda por cima da direita a fim de que em seguida possa com a direita colocar a Hstia Consagrada na boca37. da Igreja que o fiel recebe a Eucaristia, que a Comunho com o Corpo de Cristo. As duas mos abertas, uma sobre a outra, so sinais de respeito, de acolhida, de um altar pessoal que se faz, agradecidos ao Senhor que se d como alimento salvador. No se pega a Eucaristia com os dedos em forma de pina, mas espera-se que o ministro a deposite dignamente na palma da mo aberta do fiel. O comungante no a pega, mas a acolhe. Ou ainda, o fiel no deve ele mesmo retirar a partcula do cibrio, como se fosse uma cesta de po comum, mas, como foi dito, ele estende as mos para receber a partcula do ministro da comunho. A comunho no um self service, mas a Igreja que nos d a Eucaristia. Se algum insiste em receber a comunho na boca, deve-se for-lo a receber na mo? Os fiis jamais sero obrigados a adotar a prtica da comunho na mo; ao contrrio, ficaro plenamente livres para comungar de um ou de outro modo.
Instruo acerca de algumas questes sobre a colaborao dos fiis leigos no sagrado ministrio dos sacerdotes, artigo 8, 2. 37 Cf. JOS ALDAZBAL, Gestos e Smbolos, Edies Loyola. So Paulo, 2005, p.122.
36
42
Se estiverem presentes muitos sacerdotes na Igreja os MECEs devem distribuir a Comunho? Na presena de ministros ordinrios (bispo, sacerdote, dicono), os MECEs no devem ministrar a comunho nem para si mesmos, nem para outras pessoas. O ministro ordinrio da comunho o 38 sacerdote . Reprova-se a atitude daqueles sacerdotes que, embora presentes na celebrao, se abstm de distribuir a comunho, deixando tal 39 tarefa para os fiis . Se tiver muita gente para receber a comunho e no tiver nenhum MECE, o sacerdote pode pedir para algum ajud-lo? Apenas os MECEs devidamente habilitados podem ajudar na distribuio da comunho. Extraordinariamente, o presbtero pode encarregar uma outra pessoa para ad hoc - naquele determinado momento ajud-lo a distribuir a comunho. Qual deve ser a atitude interior do MECE enquanto distribui a Comunho? A primeira misso do MECE dar Jesus em Comunho. Isso ocorre nas santas missas ou celebraes onde o MECE d Jesus Eucarstico aos irmos. Cuidado para que, eventualmente, esquecendo que Ele uma pessoa, ainda que esteja oculto sob o sinal da Hstia Consagrada, no faa de Jesus uma coisa. Para que isso jamais acontea, realize o gesto de dar Jesus em Comunho com f na sua presena real, com devoo, com ardor, com convico no corao e com alegria. Dar Jesus deve se tornar uma grande alegria para ns. O Documento de Aparecida ressalta: No temos outro tesouro a no ser este. No temos outra felicidade nem outra prioridade seno de sermos instrumentos do Esprito de Deus na Igreja, para que Jesus Cristo seja encontrado, seguido, amado, adorado, anunciado e 40 comunicado a todos .
Cf. Pontifcia Comisso para a interpretao do Cdigo de Direito Cannico, 1987. Normas relativas ao culto eucarstico, n. 980. 40 Documento de Aparecida, n. 14.
39 38
43
Quais cuidados devem-se ter com o corporal? Por mais cuidado que se tenha, tanto ao partir a hstia, como ao dividir nos cibrios, corre-se o risco de pequenos fragmentos carem sobre o corporal. Como essas partculas nem sempre so visveis, o corporal deve ser dobrado quatros vezes, como se fosse um envelope, evitando assim que os fragmentos se espalhem sobre a toalha do altar ou caiam no cho. Na prxima celebrao o corporal dever ser aberto na seqncia inversa em que foi dobrado. Desta forma, se existirem fragmentos em seu interior, no sero lanados fora. No se deve, de forma alguma, abrir o corporal segurando-o por duas extremidades, balanando-o como se faz para estender toalha de 41 piquenique. Portanto, no se deve extender o corporal sobre o altar com a parte exterior para cima e sim para baixo. Como lavar o corporal e o sangneo? Antes de lavar o corporal e o sangneo oportuno que se os deixe de molho em gua limpa por uns 30 minutos, de preferncia em um balde. A primeira gua deve-se ser despejada num vaso de plantas ou num jardim. Depois disso pode-se lavar o corporal e o sangneo normalmente, passando e preparando as dobras para o seu uso na celebrao. Pode-se receber a Eucaristia duas vezes no mesmo dia? Quem j recebeu a Eucaristia, pode receb-la novamente no mesmo dia, somente dentro da celebrao eucarstica em que participa42. Isto , s pode receber duas vezes no mesmo dia se a segunda vez for numa outra Santa Missa. Em caso de novenas o MECE comungue uma s vez, mesmo que 43 participe de vrias novenas . Explicar isso ao povo. O jejum eucarstico deixou de existir? Quem vai receber a santssima Eucaristia abstenha-se de qualquer
SRGIO FERREIRA DE ALMEIDA, Celebraes na Ausncia do Presbtero. Editora Vozes, So Paulo 2008, p. 158. 42 Cdigo de Direito Cannico, cn. 917. 43 Se o MECE comungar na missa e depois presidir o culto, nesse caso, ele pode comungar novamente.
41
44
comida ou bebida, excetuando-se somente gua e remdio, no espao de ao menos uma hora antes da comunho. Pessoas idosas e doentes, bem como as que cuidam delas, podem receber a santssima Eucaristia, mesmo que tenham tomado alguma coisa na 44 hora que antecede . O que fazer quando na fila da comunho vem uma pessoa embriagada? Essa um pergunta difcil de se responder, pois vai depender muito de cada caso. Concretamente, temos visto algumas atitudes interessantes: um padre, por exemplo, diante de uma pessoa que aparentava estar embriagada perguntou: Voc sabe o que isto? A pessoa respondeu: Sei. Retomou a pergunta: Quem ? Jesus, a pessoa respondeu. Ento o padre deu a ele a comunho. Num outro caso o padre pediu, com muito carinho, para a pessoa voltar ao final da missa, o que realmente aconteceu. Ento o padre pde explicar para a pessoa que ela devia vir receber Jesus na Eucaristia, em estado sbrio, isto , sem estar embriagada. Quem nos relatou esse fato disse que o modo de agir do padre foi bem visto pela comunidade. No se tem uma resposta nica. O MECE precisa confiar no Esprito Santo que lhe sugerir no momento o que se deve fazer. Em todo caso, vale sempre o bom senso. Uma pessoa que est divorciada, mas que vive uma vida casta pode comungar? A pessoa divorciada, mas que vive uma vida casta pode comungar, sim. Quem casado somente no civil pode comungar? O papa Joo Paulo II disse na exortao apostlica Familiaris Consortio que o casamento diante de Deus s vlido quando o casal recebe o sacramento do matrimnio; em caso contrrio estar vivendo sem observar a lei de Cristo, e, assim, no lgico que entre em comunho com o Corpo de Cristo quem no est em comunho
44
45
com a sua lei. O casamento civil no sacramento45. Pessoas que vivem em segunda unio podem comungar? As pessoas casadas no religioso e divorciadas, desquitadas ou separadas que vivem uma nova unio sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a freqentar o Sacrifcio da Missa, a perseverar na orao, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justia, a educar os filhos na f crist, a cultivar o esprito e as obras de penitncia para assim implorarem, dia a dia, a graa de Deus. Reze por eles a Igreja, encoraje-os, mostre-se me misericordiosa e sustente-os na f e na 46 esperana . No excluir, em hiptese alguma, essas pessoas do convvio religioso. No entanto, sejam orientadas que no podem ser admitidas aos sacramentos da confisso e da eucaristia. Faamos um exemplo a partir de um fato acontecido. Um casal de segunda unio irregular veio at um padre aps a missa. Estavam tristes por no poderem receber a Eucaristia. O padre disse a eles: imaginem que um de vocs vai a uma festa de famlia. Chega l e quem convidou lhe oferece um pedao de bolo. Voc responde que no pode comer bolo, pois diabtico. O dono da casa far de tudo para encontrar outras coisas com que voc possa se alimentar. E ao final da festa, com toda certeza, ao se despedir ficar muito grato a voc, pois mesmo no podendo comer o bolo, voc foi festa. Na verdade ficar muito feliz ao perceber que voc foi festa somente pela amizade que tinha com ele. O casal entendeu que participar da missa participar da festa e por isso um grande gesto de amor para com Deus. E quando na fila da comunho vem uma pessoa conhecida que est em situao irregular, isto , vive uma segunda unio ou est amasiada? Mesmo que seja um caso conhecido, se a pessoa vier na fila da comunho o ministro no lhe poder negar a Eucaristia. Aps o culto ou a missa, orient-la, com muito carinho, sobre as normas da Igreja.
45 46
Cf. JOO PAULO II, Exortao Apostlica, Familiaris Consortio, n. 82. Idem, n. 84.
46
Que tipo de comunho com Deus essas pessoas podem desenvolver47? O Documento de Aparecida fala de lugares onde possvel ter um encontro com Jesus Cristo: - O encontro com Cristo acontece graas ao invisvel do Esprito Santo atravs da f recebida e vivida na Igreja; - Na Sagrada Escritura, lida na Igreja. A Palavra de Deus o dom do Pai para o encontro com Jesus Cristo vivo, caminho de autntica converso e de renovada comunho e solidariedade; - Na Sagrada Liturgia. Ao viv-la, celebrando o mistrio pascal, os discpulos de Cristo penetram mais nos mistrios do Reino; - Na orao pessoal e comunitria. a oportunidade em que o discpulo cultiva uma relao de profunda amizade com Jesus Cristo e procura assumir a vontade do Pai; - Jesus se faz presente em meio s pessoas que vivem o amor fraterno. Ele cumpre a sua promessa: Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome eu estou no meio deles (Mt 18,20); - Jesus se encontra de modo especial nos pobres, aflitos e enfermos. O encontro com Jesus Cristo atravs dos pobres uma dimenso constitutiva de nossa f; - A piedade popular lugar de encontro com Jesus Cristo: as novenas, os rosrios, as via-sacras, as procisses, o carinho aos santos, as oraes em famlia... - Em Maria encontramo-nos com Cristo, com o Pai e com o Esprito Santo, e da mesma forma com os irmos; - Tambm os apstolos de Jesus e os santos marcaram a espiritualidade e o estilo de vida de nossa Igreja. A vida deles exemplo privilegiado de encontro com Jesus Cristo; Em todas essas pessoas, lugares e ocasies, os casais de segunda unio podem encontrar-se com Deus. Que pecados me impedem de comungar sem confessar? A Igreja nos ensina que no podemos comungar em pecado mortal
47
47
sem antes nos confessar48. Pecado mortal aquele que grave, normalmente contra um dos dez mandamentos: matar, roubar, adulterar, prostituir, blasfemar, prejudicar os outros, odiar, etc. A base para isso se encontra na resposta de Jesus ao jovem rico: No mates, no cometas adultrio, no roubes, no levantes falso testemunho, no defraudes ningum, honra teu pai e tua me (Mc 10,19). A Igreja ensina: Quem est consciente de pecado grave no comungue o Corpo do Senhor, sem fazer antes a confisso sacramental, a no ser que exista causa grave e no haja oportunidade para se confessar; nesse caso, porm, lembre-se que obrigado a fazer um ato de contrio perfeita, que inclui o propsito de se confessar quanto antes49.
O Catecismo da Igreja Catlica acrescenta: O pecado mortal, atacando em ns o princpio vital que a caridade, exige uma nova iniciativa da misericrdia de Deus e uma converso do corao, que se realiza normalmente no sacramento da Reconciliao (n. 1856); ainda: Para que um pecado seja mortal requerem-se trs condies ao mesmo tempo: pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matria grave, e que cometido com plena conscincia e deliberadamente (n. 1857). 49 Cdigo de Direito Cannico, cn. 916.
48
48
Captulo
5
Questes ligadas conservao da Eucaristia e o espao sagrado
O lugar onde se conserva a Santssima Eucaristia seja realmente um lugar de destaque. Recomenda-se encarecidamente que esse lugar seja ao mesmo tempo apropriado para a adorao e a orao particulares de modo que os fiis, com facilidade e proveito, possam honrar individualmente o Senhor presente no Sacramento. Isso se conseguir mais facilmente se a capela do Santssimo estiver separada da nave central, principalmente nas igrejas onde com freqncia se celebram casamentos e exquias. Quais so as recomendaes prticas a respeito da igreja em que se conserva a Eucaristia? A no ser que por motivo grave, a igreja em que se conserva a Eucaristia seja aberta todos os dias aos fiis, ao menos durante algumas horas, a fim de que eles possam dedicar-se adorao diante do Santssimo Sacramento. Promovam-se oportunamente 50 horas de adorao e viglias . Aos fiis das comunidades do interior que tm a presena da Eucaristia, pede-se que faam todo esforo possvel para que sejam feitas, diariamente, visitas ao Santssimo. Seria louvvel que, durante a semana, se alternassem grupos de adorao. Jamais acontea que o Santssimo fique sozinho de um domingo a outro. Quando no for possvel a celebrao da Santa Missa, realize-se a celebrao da Palavra de Deus, que poder ser oportunamente completada com a comunho eucarstica. Assim os fiis se nutriro,
50
49
simultaneamente, da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo. Qual orientao que a Igreja nos d sobre o sacrrio? O tabernculo eucarstico ou o sacrrio do Santssimo nos lembra a presena do Senhor. Originalmente a Igreja conservou a Eucaristia somente para atender aos enfermos e agonizantes. Com o passar do tempo, a reserva eucarstica (hstias consagradas que no foram distribudas na missa e que permanecem no sacrrio) passou a ser distribuda aos fiis que celebram a Palavra de Deus na ausncia do sacerdote e para os momentos de adorao51. A Igreja pede que a Eucaristia seja conservada em um tabernculo inamovvel (isto , fixo, chumbado) e construdo de matria slida e no transparente e, de tal modo fechado, que se evite o mais possvel o perigo de profanao52. Que haja em cada igreja um nico tabernculo colocado em um lugar distinto, visvel e prprio para a orao. O sacrrio deve ser cuidado sempre sob um perfil artstico. E sobre o lugar onde fica o sacrrio na igreja? A Igreja recomenda que o sacrrio ou tabernculo fique dentro da igreja em um local discreto e muito bem cuidado onde as pessoas possam fazer adorao ao Santssimo em silncio. No precisa estar no altar mor da igreja; pode estar em uma capela ao lado. De quem a responsabilidade do cuidado com a chave do sacrrio? O Direito Cannico orienta: quem tem o cuidado da igreja providencie que seja guardada com o mximo cuidado a chave do 53 tabernculo onde se conserva a Santssima Eucaristia . Em geral, nas comunidades do interior, a chave permanece com o MECE. Como saber se tem Jesus Eucaristia no sacrrio? Diante do tabernculo em que se conserva o Po Consagrado,
Cf. Ritual Romano, Ritual de Bnos, Bno do Novo tabernculo Eucarstico, n. 919. necessrio muito cuidado, pois recentemente aconteceram em nossa Diocese alguns arrombamentos do sacrrio e os ladres, alm de roubarem os cibrios, profanaram a Eucaristia. 53 Cdigo de Direito Cannico, cn. 938.
52 51
50
brilhe continuamente uma lmpada especial com a qual se indique e reverencie a presena de Cristo54. Na falta da Eucaristia apaga-se a lmpada e pode-se deixar o sacrrio entreaberto. As hstias consagradas se deterioram com o tempo? O Cdigo de Direito Cannico prescreve o seguinte: Conservem-se na mbula hstias consagradas em quantidade suficiente para as necessidades dos fiis; renovem-se com freqncia, consumindo55 se devidamente as antigas . Depois de um certo tempo, sobretudo devido umidade, as hstias podem se estragar. O que fazer caso as hstias se estraguem? A Igreja ensina que se o po da hstia, ou seja, a espcie se deteriorar completamente, ento, j no h mais ali a presena real de Cristo. Neste caso, o que se deve fazer colocar as hstias em gua at que se dissolvam completamente; e depois pode-se colocar essa gua em algum vaso de planta. Como transportar a Eucaristia quando faltou na comunidade e foi necessrio busc-la em outra comunidade ou na matriz? Com todo carinho e respeito. Leve-se a Eucaristia no cibrio ou teca envoltos em bolsa prpria. No se admite o que aconteceu, por exemplo, numa parquia: o MECE foi matriz buscar a Eucaristia, logo pela manh, e deixou-a no carro. Passou o dia todo na cidade, retornando comunidade somente noite. O que deve haver na capela do Santssimo? - Uma luz indicando a presena de Jesus; - Vasos de flores (no flores artificiais); - Alguns bancos, cadeiras ou genuflexrio confortveis e, se for o caso, um tapete ou almofadas; - Tudo isso ajudar a criar um ambiente de orao. Lembre-se, no entanto, que qualquer elemento que possa se
54 55
51
encontrar na capela do Santssimo deve ser secundrio, pois o foco de ateno deve ser o tabernculo eucarstico. Portanto, muita ateno para que a decorao e, principalmente as imagens, no distraiam os fiis. Tudo deve convergir para a presena de Cristo na 56 Eucaristia . Os cuidados da sacristia e dos objetos sagrados usados na missa cabem ao MECE? direito da comunidade que as vestes, toalhas e alfaias sagradas, bem como todos os objetos sagrados, resplandeam pela 57 dignidade, decoro e limpeza . Por isso interessante, em acordo com o proco, designar pessoas que cuidem desses materiais. Esse zelo expressa o fervor da f da comunidade. recomendvel que a primeira lavada das alfaias destinadas a acolher as sagradas espcies (corporal e sangneo) seja feita manualmente e sua gua derramada na terra ou em um outro lugar apropriado58. importante que o MECE esteja atento a que todas essas atividades se desenvolvam a contento. No se est afirmando que o MECE deva cuidar pessoalmente de tudo isso. Mas preciso zelar para que tudo isso esteja em ordem e muito bem cuidado. O clice pode ser de vidro? Os vasos sagrados devem ser de material nobre e resistente. So, 59 portanto, reprovados os de cristal, de vidro, de argila, e similares . Para distribuir a comunho pode-se usar potinhos comprados em supermercado? Requer-se estritamente que o material dos vasos sagrados seja verdadeiramente nobre de maneira que, com seu uso, tribute-se honra ao Senhor e se evite absolutamente o perigo de enfraquecer, aos olhos dos fiis, a doutrina da presena real de Cristo nas espcies eucarsticas. Portanto, reprova-se qualquer uso, de vasos
Diretrio Litrgico Diocesano, n. 122. Cf. CONGREGAO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS, Instruo Redemptionis Sacramentum, 2004, n. 57. 58 Cf. Idem, n. 120. 59 Cf. Idem, n. 117.
57 56
52
comuns ou de escasso valor, no que se refere qualidade, ou carentes de todo valor artstico, ou, ainda, simples recipientes60. Pode-se limpar o clice com substncias qumicas? Em muitas comunidades criou-se o costume de limpar o clice com materiais qumicos tais como silvo, kaol e outros. Essas substncias podem ser usadas para limpar a patena (para tirar as marcas dos dedos e a oxidao) e tambm o clice por fora, mas no por dentro, pois so substncias txicas. Para limpar o clice por dentro, basta passar um pano mido. Os cibrios vazios precisam ser guardados no sacrrio? Se os cibrios no contm hstias consagradas, no precisam absolutamente e nem devem ser colocados no sacrrio. O que fazer com imagens de santos quebradas que esto nas sacristias? Essas imagens devem ser enterradas em um lugar onde no sejam profanadas ou colocadas em um lugar apropriado onde no sejam encontradas pelas pessoas. Uma terceira possibilidade seria entreg-las ao padre que saber o que fazer com elas. O que fazer com os folhetos usados de missa ou culto dominical? Os livrinhos de liturgia diria e os folhetos (recolhidos dos bancos logo aps a celebrao) sejam possivelmente reciclados ou ento queimados. No ocorra encontrarem-se folhetos, nos quais est escrita a Palavra de Deus, perdidos pela rua ou at em banheiros. Que orientaes a Igreja d sobre o altar? Daremos somente algumas orientaes prticas referentes ao altar. Para mais esclarecimentos indicamos o Diretrio Litrgico61, ao qual nos reportamos para os elementos de ordem prtica, que seguem, em forma de sntese:
60 61
53
- O altar ocupe um lugar que seja de fato o centro para onde espontaneamente se volte a ateno de toda a assemblia dos fiis. Tome-se muito cuidado com qualquer tipo de decorao que prejudique a viso do altar. No adequado que se cubra o altar com enormes toalhas, cheias de bordados e pinturas, ou arranjos artsticos com flores. A mesa do altar deve estar vista da assemblia, de tal modo que por si prpria manifeste seu valor; - Mesmo fora das celebraes, o altar merece venerao e no perde o seu valor simblico. Por isso, no se permita que se descansem os braos sobre ele, nem se coloquem papis, culos, livros. Durante a limpeza da igreja, no se coloquem materiais de limpeza sobre o altar; - A toalha deve ser de cor branca e seu tamanho deve combinar com o tamanho e a proporo da superfcie do altar62. A toalha pode ser decorada segundo os critrios da sobriedade, simplicidade e nobreza; - Quanto s flores, a Igreja ensina: Na ornamentao do altar observe-se moderao. No Tempo do Advento se ornamente o altar com flores tais que convenham ndole desse tempo, sem contudo, antecipar aquela plena alegria do Natal do Senhor. No Tempo da Quaresma no se ornamente o altar com flores. Excetuam-se, porm, o domingo "Laetare" (IV na Quaresma), solenidades e festas. A ornamentao com flores seja sempre moderada e, ao invs de se dispor o ornamento sobre o altar, de preferncia seja colocado junto a ele63. Portanto, no se pode colocar vasos ou arranjos de flores em cima do altar. Pede-se ainda que no se utilizem flores artificiais, mas naturais. Como deve ser o ambo? Tambm quanto a esse ponto, daremos somente algumas orientaes prticas. Para aprofundamentos indicamos o Diretrio 64 Litrgico , ao qual nos reportamos para os elementos de ordem prtica, que seguem, em forma de sntese:
Cf. Instruo Geral sobre o Missal Romano, n. 304. Idem, n. 305 64 Diretrio Litrgico Diocesano, ns. 100-104.
63 62
54
- O ambo o lugar do qual se proclama a Palavra de Deus. O termo ambo indica lugar alto, elevao. Na Liturgia da Palavra se proclamam do ambo as leituras bblicas, o salmo responsorial e pode tambm ser utilizado para a homilia e para a orao da 65 comunidade . No se devem fazer do ambo os comentrios, 66 oraes meditativas, homenagens e nem dar avisos comunitrios ; - A Introduo Geral ao Lecionrio nos ensina sobre as caractersticas de um ambo: ... deve existir um lugar elevado, fixo, adequadamente disposto e com a devida nobreza, que ao mesmo tempo corresponda dignidade da Palavra de Deus e lembre aos fiis que na missa se prepara a mesa da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo. Alm disso deve ajudar, da melhor maneira possvel,a que os fiis ouam bem a Palavra e estejam atentos a ela. Por isso se deve procurar, segundo a estrutura de cada igreja, que haja uma 67 ntima proporo e harmonia entre o ambo e o altar . Para demonstrar aos fiis essa harmonia celebrativa, o ambo seja construdo com o mesmo material do altar. Assim como o altar deve estar vista da assemblia, o mesmo vale para o ambo. Logo, evite-se colocar toalhas, enfeites ou cartazes frente do ambo; - A estrutura do ambo deve ser estvel, no uma simples estante mvel, porque um sinal de que a Palavra de Deus firme, a rocha na qual os cristos aliceram as suas vidas. O ambo deve ocupar um lugar de destaque no presbitrio, para onde se volte espontaneamente a ateno dos fiis e os leitores possam ser vistos 68 e ouvidos com facilidade ; - Geralmente o ambo situado ao lado direito do altar, isto , no lado esquerdo de quem olha da assemblia para o presbitrio, no na mesma linha, mas mais frente que o altar. No conveniente colocar o ambo nem muito prximo do altar e nem muito distante. Os ensinamentos do Conclio Vaticano II afirmam que a Igreja sempre venerou de igual a mesa da Palavra (ambo) e a mesa da Eucaristia (altar). Portanto, merecem o mesmo respeito, cuidado e dignidade.
Cf. Instruo Geral sobre o Missal Romano, n. 309. Cf. Idem, n. 105. 67 Introduo Geral ao Lecionrio, n. 32. 68 Cf. Instruo Geral sobre o Missal Romano, n. 309.
66 65
55
Quais cuidados se devem ter com a sacristia? A sacristia um espao fsico existente nas igrejas catlicas onde so guardados os paramentos e demais objetos litrgicos. Lugar onde o sacerdote ou ministro se rene com os membros da equipe litrgica antes da celebrao. A sacristia, nas capelas do interior, no deve se tornar uma espcie de depsito de coisas velhas, quase que um lugar de despejo, onde vo se acumulando objetos desnecessrios. Pede-se ao MECE que cuide ou encarregue algum de zelar pela limpeza da sacristia, como tambm da organizao dos armrios, das gavetas, etc. Lembre-se que a sacristia, antes ou depois da celebrao, no lugar para conversas altas e risadas.
56
Captulo
6
A adorao ao Santssimo Sacramento69
Que tipo de culto devido ao sacramento da Eucaristia? devido o culto de adorao reservado unicamente a Deus. A Igreja, com efeito, conserva com o mximo cuidado a Hstia Consagrada, para lev-la aos enfermos (e a outras pessoas impossibilitadas de participar da Santa Missa) e para ser adorada pelos fiis diante do sacrrio ou conduzida em procisso. A Eucaristia um tesouro inestimvel: no s a sua celebrao, mas tambm o permanecer diante dela fora da missa permite-nos 70 beber na prpria fonte da graa . A adorao ao Santssimo Sacramento leva os cristos a reconhecerem a admirvel presena de Cristo, que nos convida unio cordial com Ele, e favorece de modo excelente o culto em 71 esprito e verdade, o que lhe devido . Quem pode expor o Santssimo para adorao? O MECE pode fazer a exposio do Santssimo Sacramento, tanto a simples como a solene. No lhe concedido, entretanto, o direito de dar a bno com o Santssimo; esta cabe exclusivamente aos ministros ordenados (diconos, presbteros e bispos).
O presente manual para os Ministros Extraordinrios da Comunho e da Esperana destinase exclusivamente ao uso interno da Diocese de Ponta Grossa. E por no ter fins lucrativos, no seremos demasiadamente minuciosos quanto s citaes. Para este captulo faremos referncia ao Diretrio Litrgico Diocesano, cap. 7: Adorao ao Santssimo Sacramento. Faremos referncia tambm ao livro IUBEL CRISTOVAM, Manual do Ministro Extraordinrio da Sagrada Comunho e das Exquias. Po e Vinho, Guarapuava 2008, pp. 60-61. 70 JOO PAULO II, Carta Encclica, Ecclesia de Eucharistia, n. 25. 71 Cf. Instruo Eucharisticum Mysterium, n. 60.
69
57
A exposio solene do Santssimo Sacramento consiste em retirar a hstia grande do sacrrio e coloc-la no ostensrio, expondo-a adorao dos fiis. A exposio simples do Santssimo Sacramento consiste em retirar do sacrrio o cibrio com as hstias pequenas e deposit-las sobre o altar para adorao. Terminada a adorao, o ministro guarda o Santssimo no sacrrio. Faz a genuflexo quando abre o sacrrio para a exposio, bem como quando guarda o Santssimo. Se o rito da exposio do Santssimo for breve, coloque-se o cibrio ou ostensrio sobre o corporal no altar. Se for uma exposio mais longa, pode-se usar um trono, em lugar bem destacado, mas cuidese que no fique demasiadamente alto e distante dos fiis.72 Quais orientaes a adorao deve seguir? Durante a exposio do Santssimo, dedique-se um tempo conveniente leitura da Palavra de Deus, aos cantos eucarsticos que afirmam a presena real do Senhor, s preces e orao silenciosa73. Diante do Santssimo exposto a comunidade convidada a vivenciar as quatro dimenses da orao: a adorao, a ao de graas, o pedido de perdo e a splica. Tambm pode-se rezar a Hora Santa ou recitar o tero. Valorize-se o silncio e a orao contemplativa. O que genuflexo? Jesus se faz presente na Eucaristia tanto na celebrao da missa, como nas hstias consagradas, que ficam guardadas no sacrrio. exatamente esse o motivo pelo qual ao entrarmos numa igreja, ou ao passarmos diante do sacrrio, fazemos a genuflexo. A palavra genuflexo vem do latim genu flexione, oriunda de genu flectere, que significa dobrar o joelho, ajoelhar, adorar. Diante do Santssimo Sacramento, faz-se genuflexo (isto , dobrar um joelho, o joelho direito), quer esteja no tabernculo, quer exposto. A
72 73
Cf. Idem, n. 62. Cf. Ritual Romano, A Sagrada Comunho e o culto Eucarstico fora da missa, n. 89.
58
genuflexo exprime respeito e adorao . Que o MECE demonstre sua f em Jesus presente na Eucaristia; faa a genuflexo diante do sacrrio com calma e zelo, sem afobao e sem exageros. Seja simples, mas profundo. Como se faz a genuflexo? Com a cabea e o tronco bem direitos, leva-se a perna direita um pouco atrs e dobra-se o joelho direito at que toque ao cho, exatamente ao lado do calcanhar esquerdo. A genuflexo faz-se pausadamente levantando-se logo que o joelho toque ao cho. No se inclina a cabea nem nos devemos benzer durante a genuflexo. Cabe ao ministro promover a adorao? Se, numa comunidade do interior, o MECE no promover a adorao com toda certeza ningum a promover. O ministro tem, entre outras atribuies, a de promover a adorao ao Santssimo 75 Sacramento, bem como exp-lo para a orao dos fiis . essencial que o ministro tenha a convico de que a adorao ao Santssimo no apenas 'uma orao a mais', mas um verdadeiro encontro com Deus. Na Eucaristia, Jesus se entrega a ns, faz-se um de ns, chega to perto de ns que at podemos toc-lo! A aparncia de po e vinho, mas a realidade a presena de Cristo, vivo e ressuscitado76. O papa Bento XVI recomenda vivamente ao povo de Deus a prtica 77 da adorao eucarstica, tanto pessoal como comunitria . A devoo de adorar Jesus sacramentado , depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoes, a mais agradvel a 78 Deus e a mais til para ns .
Instruo Geral sobre o Missal Romano, 233. Cf. CRISTOVAM IUBEL, Manual do Ministro Extraordinrio da Sagrada Comunho e das Exquias. Po e Vinho, Guarapuava 2008, pp. 45-46. 76 Cf. CRISTOVAM IUBEL, Conversando com voc, Ministro Extraordinrio da Sagrada Comunho. Po e Vinho, Guarapuava 2003, pp. 34-35. 77 BENTO XVI, Exortao Apostlica ps-sinodal, Sacramentum Caritatis, n. 67. 78 Santo Afonso Maria de Ligrio, citado em JOO PAULO II, Carta Encclica, Ecclesia de Eucharistia, n. 25.
75 74
74
59
Concluindo queremos encoraj-lo, MECE, a falar com o seu proco e combinar com ele sobre quando e como realizar momentos de adorao na sua comunidade. Repetimos: sobretudo no interior, se voc no promover as adoraes ningum far no seu lugar. RITO DA EXPOSIO DO SANTSSIMO SACRAMENTO EXPOSIO Reunido o povo, o ministro aproxima-se do altar, ao som de um canto apropriado. O cibrio ou o ostensrio colocado sobre o altar. Em seguida o ministro reza trs vezes: Ministro: Graas e louvores se dem a todo momento! Todos: Ao santssimo e divinssimo Sacramento. Se a exposio for com ostensrio, o ministro incensa o Santssimo Sacramento e se retira. ADORAO Durante a exposio, as oraes, cantos e leituras devem ser organizados de tal modo que os fiis, recolhidos em fervorosa orao, se dediquem ao Cristo Senhor. Para favorecer a orao, usar-se-o leituras da Sagrada Escritura apropriadas ao momento, ou breves exortaes que despertem maior estima pelo mistrio eucarstico. Convm que os fiis respondam Palavra de Deus atravs de cantos e que, na adorao, existam momentos de sagrado silncio para orao pessoal. BNO Ao trmino da adorao, o ministro aproxima-se do altar, faz a genuflexo e se ajoelha. Entoa-se o To Sublime Sacramento ou outro canto eucarstico. O Ministro, de joelhos, poder incensar o Santssimo Sacramento. O Ministro Extraordinrio da Comunho no pode dar a bno com o Santssimo Sacramento (somente o dicono ou o sacerdote). Em seguida, pondo-se de p, diz:
60
Oremos. Senhor Jesus Cristo, neste admirvel sacramento nos deixastes o memorial de vossa paixo. Dai-nos venerar com to grande amor o mistrio de vosso Corpo e de vosso Sangue, que possamos colher continuamente os frutos da vossa redeno, Vs que viveis e reinais para sempre. Todos: Amm. REPOSIO O ministro extraordinrio da comunho repe o Santssimo Sacramento no tabernculo, faz a genuflexo, enquanto o povo entoa o cntico final. Observao: - Na exposio do Santssimo Sacramento com ostensrio, acendem-se quatro ou seis velas. Usa-se tambm o incenso. Na exposio com cibrio, haja ao menos duas velas e pode-se usar o incenso.
61
62
Captulo
7
A Comunho aos doentes e idosos79
O bom MECE abraa com entusiasmo o compromisso com a evangelizao. No perde ocasio de proporcionar o encontro de Jesus Eucaristia com as pessoas. Levar a Comunho aos doentes e idosos uma misso belssima, e quase que exclusiva do MECE. uma das misses mais importantes e gratificantes, pois normalmente significa levar Jesus ao encontro de algum que realmente est precisando. Os enfermos, bem como os idosos, so pessoas que sofrem. Alguns participaram a vida toda na comunidade e agora no podem mais. Nesse momento, precisam que a Igreja v at eles; precisam de fora, de nimo, de coragem. Jesus Eucaristia, para muitos, constitui a nica alegria da semana e ningum mais do que Ele pode animar, fortalecer na f e consolar o enfermo. muito gratificante poder dar essa alegria aos enfermos e idosos, levando-lhes Jesus vivo. Como era o contato de Jesus com os enfermos? Quando Jesus estava fisicamente presente entre ns, o contato dEle com os doentes era de muito carinho, compaixo, tanto que praticamente curou todos que encontrou pelo seu caminho. MECE, creia nesta verdade: como outrora, tambm hoje, Jesus pode curar os enfermos por meio do seu ministrio. No nos referimos somente cura fsica: muitos enfermos, alm da cura fsica, precisam de curas espirituais, isto , voltar-se para Deus;
Faremos referncia ao Diretrio Litrgico Diocesano, cap. 7: Distribuio da Comunho aos doentes e idosos e amplamente ao livro: ALRIO J. PEDRINI, Ministros da Eucaristia: Formao ministerial. Edies Loyola, 2003, pp. 124-136.
79
63
precisam tambm de curas familiares atravs do perdo, curas de relacionamentos com as pessoas, e assim por diante. Quais cuidados deve ter o MECE com a Eucaristia quando a leva aos doentes? O Santssimo seja transportado casa do doente numa teca ou em outro recipiente digno. No caminho, o ministro conservar atitude de respeito, evitar passar por bares, feiras, casas de comrcio, dirigindo-se diretamente para a casa do enfermo. Ao ministrar a comunho ao doente ou idoso, o ministro vista o seu jaleco80. O Santssimo Sacramento seja levado diretamente casa do doente ou idoso81. No permitido guardar o Santssimo em casa para lev-lo num outro momento ao doente82, nem confi-lo a outras pessoas no credenciadas. Instrua-se a famlia do doente ou idoso para que prepare uma mesa com toalha branca, se possvel, com duas velas acesas, para o 83 ministro depositar a teca com o Santssimo . Segundo o Ritual Romano, ao chegar, o ministro sada os presentes e realiza a Liturgia da Palavra, mesmo que seja breve. Depois reza o Pai-nosso e apresenta a Eucaristia para o doente comungar. Aps a comunho, conduza o doente para que reze por algum tempo em silncio, em ao de graas pelo Mistrio recebido. Encerra a celebrao com uma orao e invoca a bno de Deus sobre o 84 doente . Caso ele no possa receber a comunho, o prprio ministro comungue a partcula que est levando. Ou ento, caso tenha sobrado alguma partcula consagrada que seja consumida durante a celebrao, pelo MECE, na casa do doente. Os fragmentos da partcula que restarem na teca sejam recolhidos e purificados com gua85.
Cf. Ritual Romano, A Sagrada Comunho e o culto Eucarstico fora da missa, n. 20. CONGREGAO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS, Instruo Redemptionis Sacramentum, n. 133. 82 Cf. Cdigo de Direito Cannico, cn. 935. 83 Cf. Ritual Romano, A Sagrada Comunho e o culto Eucarstico fora da missa, n. 19. 84 Cf. Idem, n. 25; 56-63. 85 Cf. Idem, n. 22.
81 80
64
Como preparar devidamente o doente para receber a comunho? preciso preparar o enfermo, o idoso que vai comungar, a fim de que realize um verdadeiro encontro com Jesus. Na preparao, a primeira providncia deve ser a evangelizao da pessoa. Fazer um anncio ardoroso de Jesus presente na Eucaristia, despertando-lhe a f na presena real de Jesus, levando-o a desejar vivamente o encontro com Ele na Eucaristia. Falar com palavras simples, piedosas, mas vivas, diretas, compreensveis, para que o enfermo ou o idoso perceba, que ele no vai receber uma coisa, um po bento apenas, mas o prprio Jesus Cristo. Pode ser que o enfermo ou idoso precise de uma palavrinha de esclarecimento sobre a Comunho, ou at de uma catequese. Nesse caso, pode-se dar testemunho pessoal do encontro com Jesus na Eucaristia, ou servir-se de alguma passagem bblica, etc., tudo isso para que o comungante entenda que Jesus mesmo que vem a ele, sob forma de Po Consagrado. Pode-se aproveitar da ocasio para uma reconciliao do enfermo ou idoso? Sem dvida! Trata-se de algo muito importante. Quantos enfermos ou idosos tm mgoas profundas das pessoas de sua famlia, coisas que vm de dcadas, ou ento recentes devido ao fato de no se sentirem bem cuidados. Alguns, quando falam da famlia, chegam at a chorar de raiva. preciso fazer uma reconciliao, mostrar a essa pessoa a importncia do perdo. Incentivar, conduzir os passos de perdo para que o enfermo perdoe, declare o seu perdo. Quanto mais for feito nessa direo mais ajudar o enfermo ou idoso a se libertar do dio e da tristeza. Tudo o que se conseguir fazer, nessa direo, matria preciosa em vista de uma futura confisso ou uno dos enfermos. Portanto, como preparao para a comunho, procure reconciliar o enfermo ou o idoso com todas as pessoas.
65
Se a pessoa no aceitar perdoar, deve-se dar a Eucaristia? Se a pessoa estiver obstinada e no quiser perdoar o ministro converse, reze com a pessoa, mas no d a Eucaristia. No pode receber a Eucaristia quem est com o corao empedrado, tomado pelo dio. Pode acontecer que o enfermo ou idoso precise de uma reconciliao consigo mesmo? Certamente. H pessoas que tm raiva de si mesmas, dio ou remorso do seu passado. preciso ajud-las a se perdoar a si mesmas. Voc, MECE, pode realizar muito bem essa funo usando o mtodo de perguntas e respostas. s vezes so falhas cometidas na famlia, com a esposa ou o marido, com os filhos ou parentes; outras vezes, porque sabem que a sua doena fruto dos seus erros e vcios; que esto doentes porque abusaram da bebida ou fumaram demais, ou por desordens sexuais, ou at mesmo por escrpulo exagerado. A reconciliao das pessoas consigo mesmas, o auto-perdo as ajudar muito. Quando se leva a comunho reza-se somente com o doente ou enfermo? Ao dar a assistncia a um enfermo ou doente, levando-lhe Jesus em Comunho, importante que voc promova a participao dos familiares e, se possvel, at mesmo dos vizinhos. Em lugares populares, onde os vizinhos se conhecem, possvel fazer uma boa preparao de todos, para que as pessoas da famlia, bem como os vizinhos, possam participar. Que tal se pudesse fazer uma celebrao reunindo as pessoas do Pequeno Grupo? Em todo caso, procure envolver a famlia. Ensine-a a preparar o ambiente, conforme descrevemos acima, para a acolhida de Jesus. Mesmo que a famlia seja bem pobre, que no tenha um mvel e uma toalha branca, ensine-a a preparar um criado mudo ou uma cadeira, com uma velinha, um vasinho de flores, um copo ou uma xcara de gua para a purificao. lindo perceber como eles o fazem to bem quando se lhes explica que Jesus mesmo que vem para visitar a famlia, e que Ele vem para confortar e santificar o doente ou idoso e para trazer a todos a sua bno.
66
Como saber se o doente quer se confessar? Perguntando a ele e percebendo se ele tem condies de se confessar. comum o ministro, por iniciativa prpria, levar o padre at a casa do doente e, chegando l, verificar que o enfermo no pediu e nem deseja se confessar ou ento no apresenta condies86 para se confessar. O que fazer se o doente ou idoso necessite se confessar? O ministro esteja atento a fim de que seja dada ao idoso ou doente a oportunidade de se confessar. s vezes ser a prpria pessoa que manifestar esse desejo, outras vezes precisar falar pessoa sobre a confisso, at mesmo encoraj-la. Nas comunidades do interior precisa aproveitar a ocasio em que o padre est na comunidade e ir junto com ele at a casa do idoso ou doente. Na cidade, combine com o sacerdote o dia e o horrio em que ele possa atender a pessoa e, tambm nesse caso, acompanhe-o. Cuidado no seguinte: no queira exigir que o padre v imediatamente atender, sempre no dia e hora que voc quiser. Dialogue, combine, perceba que o sacerdote tem muitas outras coisas a fazer. Seja compreensivo. evidente, se um enfermo est mal e h necessidade urgente, prepare a pessoa e procure logo o padre e lhe mostre a urgncia do atendimento. A uno dos enfermos para quando o doente j estiver morrendo? No incio da Igreja, at pelo ano 700, a uno era feita para se alcanar graas para a sade fsica. Aps o Vaticano II, a uno dos enfermos foi recolocada como sacramento para a sade. Portanto, a uno no para preparar a pessoa para a morte. No mais extrema uno, como se falava at h pouco. A uno sacramento para a vida. Devido a essa mudana de compreenso, bom que o MECE explique isso ao enfermo; que Jesus vem toc-lo pelo sacramento para que tenha foras para enfrentar a enfermidade. Outro detalhe: nunca prometa ao doente
86
67
que logo aps a uno ele vai sair da cama, curado, pois, embora a uno fortalea a sade, pode no ser plano divino que a pessoa seja curada. Feita essa preparao, combinar com o sacerdote, do mesmo modo que para a confisso o dia e o horrio. O MECE, em nenhum caso, pode fazer unes, nem com leo abenoado comum e muito menos com o leo da Uno dos Enfermos, pois poderia induzir o doente de estar recebendo a Uno dos Enfermos87. Quanto tempo deve durar a visita? Depende da condio do doente: h doentes que ficam bastante tempo sozinhos e precisam de algum com quem conversar e at desabafar. Nesse caso, a visita do MECE ser muito agradvel e pode at se estender. Mas h casos em que a pessoa precisa estar sozinha, pois necessita de repouso, de silncio e a presena do MECE alm do tempo necessrio comear a causar incmodo. Aconteceu numa parquia que os familiares do doente vieram reclamar ao padre sobre a visita do ministro que se estendia por mais de uma hora e o doente j no agentava mais. Ento, precisamos ter sensibilidade. O MECE pode pensar que est fazendo um gesto de caridade, mas, na verdade, est sendo um peso ao doente, alm do peso da sua doena. Que leituras bblicas podem ser lidas junto ao doente ou idoso? Pode-se levar a Bblia e ler diretamente dela alguma passagem ou pode-se at mesmo levar o folheto da missa ou do culto com as leituras do calendrio litrgico. A pessoa que cuida do doente tambm pode comungar? As pessoas que cuidam do doente tambm podem receber a Comunho, se as obrigaes com o enfermo as impossibilitam de participar da celebrao com a comunidade. Preste-se ateno, no entanto, se a pessoa est em condies de
87
68
receber a comunho. H casos em que o ministro deu a comunho a pessoas no casadas na Igreja. Como se organizar para que os MECEs consigam atender todos os enfermos? Uma proposta poderia ser a seguinte: cada MECE deveria ter dois, trs ou quatro enfermos ou idosos, a quem presta uma assistncia permanente. Alis, em muitos lugares isso j feito. Se no houver essa forma de organizao na sua parquia ou comunidade, o MECE, por sua prpria iniciativa, poderia assumir essa assistncia cuidadosa, como expresso do seu amor a Deus por meio das pessoas que atende. Como tomar conhecimento sobre os doentes da comunidade? aconselhvel o MECE trabalhar em unio com os agentes da Pastoral da Sade, Apostolado da Orao, Zeladoras de Capelinhas, Legionrias de Maria, Vicentinos ou outros que tm contatos com as famlias, a fim de que tais colaboradores o avisem sobre os doentes que pedem a Comunho. Como deve ser a celebrao na casa do doente ou idoso? Seguem abaixo alguns ritos indicados para as vrias circunstncias. 1 - RITO ORDINRIO DA COMUNHO DOS ENFERMOS RITOS INICIAIS O ministro, vestido com o seu jaleco, aproxima-se e sada cordialmente o enfermo e todos os presentes, acrescentando, se for o caso, a seguinte saudao: A paz esteja nesta casa e com todos os seus habitantes. Em seguida, coloca Jesus Eucaristia sobre a mesa, adora-o com todos os presentes. Aps um tempo conveniente, o ministro convida o doente e os demais presentes ao ato penitencial. Irmos e irms, reconheamos os nossos pecados, para participarmos dignamente desta santa celebrao.
69
Aps um momento de silncio, o ministro convida: Confessemos os nossos pecados: Todos: Confesso a Deus todo-poderoso e a vs, irmos e irms, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e omisses por minha culpa, minha to grande culpa. E peo Virgem Maria, aos anjos e santos e a vs, irmos e irms, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor. O ministro conclui: Deus todo-poderoso tenha compaixo de ns, perdoe os nossos pecados e nos conduza vida eterna. Todos: Amm! BREVE LEITURA DA PALAVRA DE DEUS Se for conveniente, poder ser lido por um dos presentes ou pelo prprio ministro, um dos seguintes textos: 1 - Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no ltimo dia. Porque a minha carne verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele (Jo 6,54-56). 2 - Permanecei em mim e eu permanecerei em vs. Como o ramo no pode dar fruto por si mesmo, se no permanecer na videira, assim tambm vs no podereis dar fruto, se no permanecerdes em mim (Jo 15,4). 3 - Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ningum vai ao Pai seno por mim (Jo 14,6). 4 - Se algum me ama, guardar a minha palavra, e o meu Pai o amar, e ns viremos e faremos nele a nossa morada (Jo 14,23). Pode-se tambm escolher outro texto bblico como, por exemplo, o evangelho ou outras leituras do dia, indicados pelo calendrio litrgico. SAGRADA COMUNHO O ministro introduz a orao do Pai Nosso com estas ou outras
70
palavras: Agora, todos juntos, rezemos a Deus, como nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou: Todos: Pai nosso... O ministro apresenta o Santssimo Sacramento, dizendo: Felizes os convidados para a Ceia do Senhor! Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O doente e os que vo comungar concluem: Senhor, eu no sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma s palavra e serei salvo(a). O ministro aproxima-se do doente, apresenta-lhe a Eucaristia e diz:: O Corpo de Cristo. O doente responde: Amm. E recebe a Comunho. Depois da distribuio da Comunho, o ministro faz a purificao de costume (purificao da teca). Se for conveniente, observe-se o silncio sagrado por algum tempo. A seguir, o ministro conclui com a seguinte orao: Oremos. Senhor Pai Santo, Deus todo-poderoso, ns vos pedimos confiantes, que o sagrado Corpo de vosso Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, seja para nosso irmo (nossa irm) remdio de eternidade, tanto para o corpo como para a alma. Por Cristo Senhor Nosso. Todos respondem: Amm! RITOS FINAIS O ministro, invocando a bno de Deus, diz: Que o Senhor nos abenoe, guarde-nos de todo mal e nos conduza vida eterna. Todos respondem: Amm! 2 - RITO MAIS BREVE DA COMUNHO DOS ENFERMOS Usa-se este rito mais breve quando a Comunho dada a muitos doentes em vrios quartos da mesma casa, como, por exemplo, nos
71
hospitais, acrescentando-se, se for conveniente, alguns elementos do rito ordinrio. O rito pode comear na igreja, na sacristia ou no quarto do primeiro doente, dizendo o ministro a seguinte antfona: Sagrado Banquete, de que somos convivas, no qual recebemos o Cristo em comunho! Nele se recorda a sua paixo e ressurreio. Nosso corao se enche de alegria e nos dado o penhor da glria que h de vir. O ministro, se possvel acompanhado por uma pessoa que leva uma vela acesa, aproxima-se dos doentes e diz uma s vez a todos os que estejam no mesmo aposento ou a cada comungante: Felizes os convidados para a Ceia do Senhor! Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Cada comungante responde: Senhor, eu no sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma s palavra e serei salvo(a). E recebe a comunho como de costume. O rito termina com a orao, que pode ser recitada na igreja, na sacristia ou no ltimo quarto: Oremos. Senhor Pai Santo, Deus todo-poderoso, ns vos pedimos, confiantes, que o sagrado Corpo de vosso Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, seja para nossos irmos remdio de eternidade, tanto para o corpo como para a alma. Por Cristo Senhor Nosso. Amm. 3 - O VITICO Por Vitico se entende o rito da ltima comunho eucarstica concedida ao enfermo em perigo de vida. RITOS INICIAIS O ministro, com vestes convenientes para essa funo, aproxima-se e sada cordialmente o enfermo e todos os presentes, acrescentando, se for o caso, a seguinte saudao: A paz esteja nesta casa e com todos os seus habitantes.
72
Em seguida, coloca Jesus Eucaristia sobre a mesa, adora-o com todos os presentes. Dirige aos presentes esta exortao ou outra mais adaptada s condies do doente. Caros irmos e irms: Nosso Senhor Jesus Cristo, antes de passar deste mundo para o Pai, deixou-nos o Sacramento de seu Corpo e de seu Sangue, para que, na hora de nossa passagem desta vida para Ele, fortificados por este alimento da ltima viagem, nos encontrssemos munidos com o penhor da ressurreio. Unidos pela caridade ao nosso irmo ( nossa irm), rezemos por ele(a). E todos rezam por algum tempo em silncio. O ministro convida o enfermo e os demais presentes ao ato penitencial. Irmos e irms, reconheamos os nossos pecados, para participarmos dignamente desta santa celebrao. Aps um momento de silncio, o ministro convida: Confessemos os nossos pecados: Todos: Confesso a Deus todo-poderoso e a vs, irmos e irms, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e omisses por minha culpa, minha to grande culpa. E peo Virgem Maria, aos anjos e santos e a vs, irmos e irms, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor. O ministro conclui: Deus todo-poderoso tenha compaixo de ns, perdoe os nossos pecados e nos conduza vida eterna. Todos: Amm! BREVE LEITURA DA PALAVRA DE DEUS Ser muito oportuno que um dos presentes ou o prprio ministro leia um breve texto da Sagrada Escritura, por exemplo: - Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no ltimo dia. Porque a minha carne verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele (Jo 6,54-56).
73
- Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ningum vai ao Pai seno por mim (Jo 14,6). - Se algum me ama, guardar a minha palavra, e o meu Pai o amar, e ns viremos e faremos nele a nossa morada (Jo 14,23). - Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, mas no a dou como o mundo. No se perturbe nem se intimide o vosso corao (Jo 14,27). - Permanecei em mim e eu permanecerei em vs. Como o ramo no pode dar fruto por si mesmo, se no permanecer na videira, assim tambm vs no podereis dar fruto, se no permanecerdes em mim (Jo 15,4). - Eu sou a videira e vs os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer (Jo 15,5). - Ns conhecemos o amor que Deus tem para conosco, e acreditamos nele. Deus amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele (1Jo 4,16). Pode-se tambm escolher outro texto bblico como, por exemplo, o evangelho ou outras leituras do dia, indicados pelo calendrio litrgico. PROFISSO DA F BATISMAL Convm que o enfermo, antes de receber o Vitico, renove a profisso de f batismal. Portanto, o ministro, aps breve introduo com palavras adequadas, interroga: Crs em Deus Pai todo-poderoso, criador do cu e da terra? O doente: Creio. Crs em Jesus Cristo, seu nico Filho, nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria, padeceu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e subiu ao cu? O doente: Creio. Crs no Esprito Santo, na Santa Igreja Catlica, na comunho dos santos, na remisso dos pecados, na ressurreio dos mortos e na vida eterna?
74
O doente: Creio. PRECES PELO ENFERMO Em seguida, se as condies do enfermo permitirem, faz-se uma breve splica, com estas palavras ou com outras semelhantes, a que o doente responder, quando possvel, com todos os presentes: Caros irmos, invoquemos num s corao Nosso Senhor Jesus Cristo: - Senhor, que nos amastes at o fim, e vos entregastes morte para nos dar vida, ns vos rogamos por nosso(a) irmo() N. Todos: Senhor, escutai a nossa prece. - Senhor, que dissestes: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue possui a vida eterna, ns vos rogamos por nosso(a) irmo() N. - Senhor, que nos convidais ao banquete onde no haver mais dor, nem pranto, nem tristeza, nem separao, ns vs rogamos por nosso(a) irmo() N. A COMUNHO (VITICO) O ministro introduz a orao do Pai Nosso com esta ou outras palavras: Agora, todos juntos, rezemos a Deus, como nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou: Todos: Pai nosso... O ministro apresenta o Santssimo Sacramento, dizendo: Felizes os convidados para a Ceia do Senhor! Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O doente e os que vo comungar concluem: Senhor, eu no sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma s palavra e serei salvo(a). O ministro aproxima-se do doente, apresenta-lhe o Sacramento e diz: O Corpo de Cristo.
75
O doente responde: Amm. Imediatamente, o ministro, aps ter dado a comunho ao doente, acrescenta: Que ele te guarde e te conduza vida eterna. O doente responde: Amm. Aps a distribuio da comunho, o ministro faz a purificao como de costume. Se for conveniente, observa-se um silncio sagrado por algum tempo. A seguir, o ministro conclui com a seguinte orao: Oremos. Deus, em vosso Filho temos o caminho, a verdade e a vida, olhai com bondade o(a) vosso(a) servo(a) N. E fazei que, confiando em vossas promessas e renovado(a) pelo Corpo e Sangue de vosso Filho, caminhe em paz para o vosso Reino. Por Cristo Senhor Nosso. Todos respondem: Amm! RITOS FINAIS O ministro diz ao doente: Que Deus esteja sempre contigo, te proteja com seu poder e te guarde em paz. Por fim, o ministro e os demais presentes podem saudar o enfermo desejando-lhe a paz. Como enriquecer a celebrao? Anteriormente vimos os ritos. Agora apresentamos algumas sugestes para o momento da celebrao dos ritos. preciso realizar o ato de levar Jesus ao assistido com f viva, com devoo, com alegria e piedade. O clima deve existir desde o sacrrio at finalizar a celebrao. Que a celebrao no se realize de maneira fria, seca. No se deve agir assim: chegar na casa, entrar, colocar a teca em algum lugar, abrir este manual no ritual, ler simplesmente as oraes, dar a hstia ao comungante, despedir-se e ir apressadamente embora. Que no se exera uma funo apenas mecanicamente. Que se procure meditar, ser criativo para encontrar uma forma de celebrar bem esse acontecimento para o
76
doente ou idoso. importante fazer sempre uma evangelizao, mesmo que imediata, uma motivao espiritual ao enfermo, cada vez que o MECE o visita. Essa motivao pode ser feita a partir da prpria Palavra de Deus que vai proclamar. Explique-a s pessoas que ali se encontram junto do enfermo ou idoso. Explique-a de forma acessvel, piedosa, anunciadora. Lembre-se que sem a abertura do corao a graa no acontece plenamente. - A chegada. Quando o MECE chega cumprimenta as pessoas, sada o enfermo carinhosamente, rene as pessoas, faz uma breve introduo, entoa, se souber, um canto eucarstico simples que todos conheam. Realiza, portanto, uma boa abertura da celebrao. Realiza a liturgia da Palavra possivelmente com a participao dos familiares. Se h pessoas que possam ler, d o texto bblico para ser lido. Aps a leitura diz algumas palavras explicando a Palavra de Deus. Fala com ardor no corao. As preces dos fiis sejam distribudas entre as pessoas presentes. Como fazer na prtica? Ter essas preces escritas com letra maior, em cartes, que podem at ser plastificados. Cada prece em um carto, a fim de que possa distribu-las entre os presentes. Dessa forma o MECE envolve as pessoas da famlia na celebrao. Depois da celebrao as recolha e as leve consigo. No fcil? - O ato penitencial. O ministro faz um ato penitencial participativo, que leva o assistido e as pessoas a dele participarem com arrependimento. Se seguir friamente o ritual dizendo: Irmos, reconheamos os nossos pecados... e depois ficar em silncio, as pessoas no sabem o que fazer nesse silncio. Dirija o ato penitencial fazendo motivaes para ajudar as pessoas a reconhecerem seus pecados e a pedirem perdo. Poderia dizer, por exemplo: Irmos, Jesus est aqui, e Ele to bom para com todos. Diante dele reconheamos que muitas vezes ns erramos. Peamos perdo a Jesus pelas vezes que ns mentimos; pelas vezes que dissemos palavras duras, magoando as pessoas; pelas vezes que no cuidamos muito bem da pessoa doente. Depois disso, o MECE deixa um breve momento de silncio, sugerindo que
77
cada um fale com Jesus e pea perdo, em silncio. Uma outra forma muito boa esta: o MECE recita palavras de orao de perdo e pede para que as pessoas repitam. Exemplo: Irmos, repitam as palavras que vou dizendo. E reza dizendo: Jesus... e eles repetem: Jesus.... O MECE: Eu te peo perdo... e eles repetem as mesmas palavras. Se quiser, pode pegar a teca aberta e mostrar Jesus Eucaristia aos presentes dizendo: Olhem para Jesus, e repitam a orao que eu vou dizer. Dessa forma, o ministro dirige o ato penitencial ajudando as pessoas participarem ativamente. claro que os frutos sero muito maiores do que se voc fizer um ato penitencial ritualista. - Momento da comunho. Ao dar Jesus em comunho, motive o doente com algumas palavras carinhosas e piedosas. Alm de dizer: Eis o Cordeiro de Deus e Corpo de Cristo, pode segurar Jesus em suas mos, apresent-lo ao enfermo e dizer alguma palavra de f. Por exemplo: Vejam que bno receber Jesus. Ele veio at sua casa! Veja, Joo, que bno! Jesus o ama tanto que lhe d a graa de receb-lo e Ele entrar em seu corao. Que maravilha voc receber Jesus Vivo!. - Ao de graas. Enquanto a pessoa est concentrada conversando com Jesus, o ministro inicia um momento de ao de graas. O MECE pode, de novo, emprestar palavras para que as pessoas repitam: Jesus / ns te agradecemos / porque viestes nossa casa / para nos visitar. / Obrigado Jesus / porque agora voc mora em nosso corao! / Obrigado Jesus, / porque o Senhor veio trazer sade e paz, / alegrias e bnos, e fortalecer o amor entre ns. Vai falando parte por parte, e as pessoas vo repetindo. Agindo assim, levar as pessoas orao, interiorizao, a uma ao de graas bem feita e cheia de frutos. Mas que no seja algo externo. Que as pessoas, alm de serem envolvidas, percebam que o ministro tambm est vivendo em profundidade aquele momento. Quais cuidados ter quando visita um doente na sua casa? Damos aqui algumas sugestes que podem ser teis na visita aos enfermos. Lembramos sempre que o objetivo da visita levar ao
78
doente o amor de Deus e da comunidade por ele. - Realizar a visita no em nome prprio, mas em nome da Igreja. Mostrar que a comunidade est interessada em sua sade; - Fazer a visita, possivelmente, em dupla; - Pode-se levar a Bblia, mas us-la com critrio; - No deixar-se impressionar pela doena ou enfermidade; - No recordar com o doente os momentos difceis de sofrimento, a fim de no provocar piora no seu estado de sade. Evitar relatos de caos ou doenas semelhantes; - Conversar com o doente somente sobre temas agradveis. No falar sobre doenas; - Ter muita caridade, demonstrar o amor que tem por ele, evitar mentiras, dialogar sobre a f e a esperana; - Quando o doente, espontaneamente, contar a prpria histria, no interferir com perguntas indiscretas, mas escut-lo; estender-lhe a mo e sorrir para ele; - Quando o enfermo confiar algum problema, interessar-se. Guardar sigilo do que lhe confiar; - Para entender um doente precisa colocar-se no seu lugar; - Pode acontecer que o sofrimento leve o doente a sentir a unio com Deus e isso d serenidade. Se for necessrio, ajud-lo a unir a sua dor de Jesus; fazer isso mais com o prprio testemunho que com palavras; - Procurar conhecer a famlia do doente; - No interferir no tratamento, indicando medicamentos ou suspendendo os receitados pelo mdico; - No visitar doentes quando se est angustiado, triste, descontrolado emocionalmente, ou com gripe, etc.; - Em certos casos compartilhar at as lgrimas o melhor presente que podemos dar ao enfermo. As lgrimas no so sinal de fraqueza, mas expresso de sensibilidade humana; - No levantar demasiado a voz, nem fazer festa ou barulho junto ao doente, manter um ambiente de paz, harmonia e silncio. Usar tom
79
de voz moderado; - Respeitar a dor do paciente. No neg-la; - Abster-se de beijar o doente, bem como utilizar copos ou xcaras de uso do mesmo, (voc poder estar levando germes perigosos ao/do doente); - Se no souber o que dizer, simplesmente no diga nada (leve uma flor, um carto); - Em tudo ter discrio e bom senso. Transmitir alegria e confiana. Ser breve sem ser afobado ou apressado; - Procurar fazer com que a sua visita no seja um estorvo famlia; - Procure os horrios mais convenientes. Respeite os momentos de descanso e alimentao; - Ter sensibilidade de perceber quando o doente est cansado e necessitado de repouso; - No reparar o ambiente; - Quando a doena grave, a angstia, a ansiedade, o medo so normais. No tente neg-los ou escond-los; - preciso simplicidade e delicadeza; no esquecer que a dor aumenta a sensibilidade; - No ir acompanhado de crianas; - Terminada a visita, dizer um at logo, prometer nova visita e convidar a todos da famlia para fazer uma orao. Saiba, porm, que nem sempre se tem clima para falar de Deus e fazer oraes. A orao no pode ser uma coisa imposta. Rezar a partir daquilo que foi partilhado. Quais cuidados ter quando visita um doente no hospital? - Ao visitar o doente, permanecer no apartamento, quarto ou enfermaria, e no nos corredores; - Conversar em voz baixa, assuntos agradveis e de interesse do doente; - Procurar no agir como visitador reprter, que s faz perguntas (para matar a sua curiosidade pessoal, no caso); Levar notcias
80
alegres e agradveis ao doente; - Ser um bom ouvinte, e portador de vida e esperana ao doente. Ouvir atentamente o que ele tem a dizer, e no ficar somente falando; - Respeitar o silncio que deve haver dentro do hospital, porque o hospital e a Igreja tm muita semelhana. No hospital, Cristo se faz presente na pessoa do doente; - No levar crianas para visitar doentes. Preservar a sade e a tranqilidade do doente; - No servir alimentos ao doente sem permisso da enfermagem. Para crianas da pediatria no se deve levar guloseimas; - Respeitar os profissionais que trabalham no hospital; - O visitador deve se retirar do quarto se coincidir a visita do mdico ou da enfermagem com a sua; - Lavar as mos antes e aps tocar no doente (prevenir infeces). O que no se deve dizer ao doente? - No falar do aspecto exterior do doente. O enfermo susceptvel a tudo; - Evitar fazer afirmaes sobre a doena; - No fazer perguntas incmodas, principalmente sobre os sintomas; - No dar conselhos mdicos nem se fazer de psiclogo. Exemplo: Tenha pacincia o mesmo que dizer seja masoquista; - No manifestar sentimentos de piedade, tal como, coitado de voc; - Evitar frases como estas: vontade de Deus. Deus quer assim. Aceite. Comparado ao de Jesus seu sofrimento nada; - No dizer ao doente que no se importa com sua ausncia no trabalho ou na comunidade. Exemplo: No se preocupe em voltar logo. Temos procurado fazer todos os seus trabalhos. Voc no est fazendo falta; - Melhor mesmo deixar o doente falar.
81
Conclumos este captulo com uma citao do Documento de Aparecida: A maternidade da Igreja se manifesta nas visitas aos enfermos nos centros de sade, na companhia silenciosa ao enfermo, no carinhoso trato, na delicada ateno s necessidades da enfermidade, atravs dos profissionais e voluntrios discpulos do Senhor. Ela abriga com sua ternura, fortalece o corao e, no caso do moribundo, acompanha-o no trnsito definitivo. O enfermo recebe com amor a Palavra, o perdo, o Sacramento da Uno e os gestos de caridade dos irmos. O sofrimento humano uma experincia especial da cruz e da ressurreio do Senhor88.
88
82
Captulo
83
alimentar seu j admirvel esprito missionrio participando da 'celebrao dominical da Palavra', que faz presente o Mistrio Pascal no amor que congrega (Cf. 1Jo 3,14), na Palavra acolhida (Cf. Jo 5,24-25) e na orao comunitria (Cf. Mt 18,20). Sem dvida, os fiis devem desejar a participao plena na Eucaristia dominical, pela qual tambm os motivamos a orar pelas vocaes sacerdotais92. Que orientaes os documentos da Igreja do sobre a 93 Celebrao da Palavra? A ordem a observar na reunio do dia do Senhor, quando no h missa, consta de duas partes, a saber: a Celebrao da Palavra de Deus e distribuio da Comunho. Na Celebrao da Palavra no deve ser inserido o que prprio da missa, sobretudo a apresentao dos dons e a orao eucarstica. O rito da celebrao deve ser organizado de tal modo que favorea totalmente orao e d a imagem duma assemblia litrgica e no duma simples reunio94. Os textos das oraes e das leituras para cada domingo ou solenidade, sejam tomados do Missal, Lecionrio ou do folheto litrgico, conforme o costume. Assim, os fiis cristos, no decorrer do ano litrgico, rezaro e ouviro a Palavra de Deus em comunho com as demais comunidades da Igreja95. A Equipe de liturgia poder iniciar a celebrao com uma procisso, levando uma imagem do santo padroeiro, ou da devoo do povo, bandeiras, estandartes, faixas, cartazes e smbolos expressivos da realidade e da vida de f dos presentes. O MECE faa a saudao assemblia com palavras espontneas e breves, introduzindo-a no esprito prprio da celebrao, despertando na assemblia a conscincia de que est reunida em nome de Cristo e da Trindade para celebrar. O rito penitencial um momento importante na celebrao da
Documento de Aparecida, n. 253. Para este ponto faremos ampla referncia ao documento 52 da CNBB, Orientaes para a Celebrao da Palavra de Deus. Itaici, 1994, ns. 57-93. 94 CONGREGAO PARA O CULTO DIVINO, Diretrio sobre Celebraes Dominicais na Ausncia de Presbteros, n. 35. 95 Cf. Idem, n. 36.
93 92
84
Palavra. Ele prepara a assemblia para a escuta da Palavra e para a orao de louvor. Para que a comunidade externe melhor os sentimentos de penitncia e de converso, a equipe de liturgia, de modo criativo, poder prever cantos populares litrgicos de carter penitencial, refres variados, expresses corporais, gestos, smbolos e elementos audiovisuais que permitam s pessoas externar melhor os sentimentos de penitncia e converso. Aquele que preside concluir os ritos iniciais com uma orao. Poder solicitar aos presentes, aps uns instantes de orao silenciosa, que proclamem os motivos de sua orao: os fatos da vida, aniversrios, falecimentos, alegrias e esperanas e, depois, concluir a orao. A proclamao do Evangelho deve aparecer como ponto alto da liturgia da Palavra. O lecionrio ou a Bblia podem ser trazidos em procisso, colocado na mesa da Palavra, ser aclamado antes e depois da leitura. No recomendvel que o MECE proclame a Palavra usando o folheto. A Palavra de Deus a ser proclamada e a dimenso comunitria da celebrao requerem dos ministros uma adequada preparao bblico-litrgica e tcnica. Por esta razo, leve-se em conta a maneira de ler, a postura corporal, o tom da voz, o modo de se vestir e a boa comunicao. Proclamar a Palavra colocar-se a servio de Jesus Cristo que fala pessoalmente a seu povo reunido. O salmo responsorial parte integrante da liturgia da Palavra. resposta orante da assemblia primeira leitura. Favorece a meditao da Palavra escutada. Em lugar do refro do mesmo salmo, podem-se cantar refres adaptados, de carter popular. A homilia tambm parte integrante da liturgia da Palavra. Ela atualiza a Palavra de Deus, de modo a interpelar a realidade da vida pessoal e comunitria. Quando o dicono preside a celebrao da Palavra a ele compete a homilia. Na sua ausncia, a explicao e a partilha comunitria da Palavra de Deus cabe a quem preside a celebrao. Quando oportuno, convm que a explicao da Palavra desperte a participao da assemblia. Quem preside convida os presentes a dar depoimentos, contar fatos de vida, expressar suas reflexes,
85
sugerir aplicaes concretas da Palavra de Deus96. Conforme o caso, a dramatizao da Palavra, poder ser excelente complementao da explicao, para melhor express-la com gestos, smbolos e encenaes. Na orao dos fiis, ou orao universal, os fiis pedem a Deus que a salvao proclamada se torne realidade para a Igreja e a humanidade. Suplicam pelos que sofrem e pelas necessidades da prpria comunidade. O folheto oferece algumas sugestes, mas que no se faa a sua leitura apenas. Convm freqentemente acrescentar oraes pelas vocaes sacerdotais, diaconais e religiosas, pelo bispo, pelo proco e seus auxiliares97. Aps a orao dos fiis pode-se fazer a coleta como expresso de agradecimento a Deus pelos dons recebidos, para a manuteno da comunidade e seus servidores e como gesto de partilha. A orao do Pai-nosso nunca pode faltar na celebrao da Palavra. Pode, no entanto, ser cantada por toda a comunidade. O altar, que a mesa do sacrifcio e do banquete pascal, somente seja usado para se colocar o po consagrado, antes da distribuio 98 da Eucaristia . Antes de encerrar a celebrao, valorizem-se os avisos e as notcias que dizem respeito comunidade, parquia e diocese. Como preparar bem a Celebrao da Palavra? Que nas comunidades (todas as comunidades!) o MECE se encontre com a equipe litrgica para preparar a celebrao do domingo. Uma celebrao que tenha por objetivo levar os fiis a um processo de converso no pode ser improvisada. Por isso, necessrio que a equipe se rena durante a semana e a prepare com muito carinho. O Documento 43 da CNBB prope quatro passos para se preparar uma celebrao99:
Cf. CNBB, Animao da vida litrgica no Brasil, doc. 43, n. 279. Cf. CONGREGAO PARA O CULTO DIVINO, Diretrio sobre Celebraes Dominicais, na Ausncia de Presbteros, n. 44. 98 Cf. IDEM, n. 40. 99 CNBB, Animao da vida litrgica no Brasil, doc. 43, ns. 219-228.
97 96
86
1 - Situar a celebrao no tempo litrgico e na vida da comunidade. Situar no tempo litrgico identificar o domingo em relao ao ano litrgico... no se celebra do mesmo jeito na quaresma e no tempo pascal. Situar na vida da comunidade significa escutar os acontecimentos que marcaram a vida da comunidade, enraizar a celebrao no cho da vida; significa tambm estar atentos a outros acontecimentos que marcam a celebrao, como, por exemplo: o ms de maio, o dia da Bblia, etc.; 2 - Aprofundar as leituras . Neste segundo passo lem-se os textos bblicos luz dos acontecimentos da vida. Convm iniciar a preparao pelo Evangelho, que a leitura principal do mistrio de Cristo celebrado, e, a seguir, a 1 leitura, o salmo e a 2 leitura. Realiza-se, ento, um confronto da Palavra de Deus com a vida por meio das perguntas: o que dizem as leituras? O que significam para a nossa vida? Como a Palavra de Deus ilumina a nossa realidade? 3 - Exerccio da criatividade. Exercer a criatividade fazer surgir idias novas a partir das reflexes feitas nos passos 1 e 2. 4 - Elaborar o roteiro da celebrao levando em conta os passos anteriores. Define-se o tom da celebrao. Exemplo: festivo, de 7 dia, das crianas, etc. A seguir se passa os vrios momentos da celebrao, escolhem-se os cantos, anotando tudo isso num roteiro. Depois distribuem-se as tarefas e os servios: anotam-se as coisas a fazer antes da celebrao, como cartazes, decorao, ensaios, etc. No s o que se deve fazer, mas quem e quando. Concluindo este ponto, podemos afirmar o seguinte: o MECE est a servio da comunidade. Quando ele vem para a igreja poucos minutos antes da celebrao e na sacristia junto com outras pessoas organiza s pressas quem vai fazer as leituras e outras funes, no conseguir transmitir segurana, e tem poucas chances de evangelizar atravs da celebrao. Quem faz isso deve se questionar se o seu ministrio realmente servio comunidade. Qual a funo do MECE antes da Celebrao da Palavra? Como foi dito, o MECE no pode chegar em cima da hora e muito
100
100
Podem ser teis os 4 passos da Lectio Divina, conforme proposta que est um pouco adiante.
87
menos atrasado. Quando isso acontece, ele demonstra o pouco caso que faz do seu ministrio, como tambm desrespeita enormemente a comunidade. O horrio de incio do culto tambm deve ser respeitado. Tenha inclusive uma previso de encerramento. No pode perder a noo do tempo estendendo-se nas suas colocaes. Tome-se cuidado com as interminveis homenagens. Tendo j preparado a celebrao, o MECE integre-se equipe de acolhida que sada os que chegam e deseja as boas-vindas a todos. A acolhida cria um esprito de famlia, superando a frieza nos relacionamentos. Alm do mais, ajuda a encontrar um lugar para aqueles que necessitam de assistncia por idade avanada. oportuno que o MECE, no incio da celebrao, lembre as pessoas ausentes por motivos de enfermidade, cite os falecidos e seus familiares enlutados. No interior, comum muitas pessoas ficarem fora da Igreja antes do incio da missa ou do culto dominical, entrando somente quando se inicia a celebrao. O MECE poderia convidar essas pessoas a entrarem para um momento de orao antecedendo a Celebrao da Palavra. Qual a funo do MECE durante da Celebrao da Palavra? A sua funo presidir com carinho e ardor a celebrao. Apresente-se vestido de modo digno do ofcio que desempenha usando a veste estabelecida pela Diocese. No use a cadeira presidencial (prepare-se para ele outra cadeira, de preferncia fora do presbitrio). Durante a Celebrao da Palavra comporte-se como um entre iguais. No profira palavras que pertencem ao presbtero ou ao dicono; omita ritos que evocam a celebrao da missa, por exemplo, as saudaes, principalmente O Senhor esteja convosco e a frmula de despedida. Tais comportamentos poderiam induzir erroneamente os fiis a considerarem o dirigente leigo como um ministro ordenado101.
Cf. CONGREGAO PARA O CULTO DIVINO, Diretrio sobre Celebraes Dominicais, na Ausncia de Presbteros, n. 39.
101
88
Antes do Pai-nosso, o MECE busca o cibrio com a Eucaristia, coloca-o sobre o altar e comea a orao do Pai-nosso102. O momento da ao de graas ou de louvor pode realizar-se atravs de salmos, hinos, cnticos, oraes e outras expresses orantes inspiradas na piedade popular103. No se esquea o silncio como momento propcio para a ao de graas. O MECE pode fazer a homilia? A homilia tem por fim explicar aos fiis a Palavra de Deus, proclamada nas leituras, e atualizar a mensagem da mesma. A pregao, por sua importncia e natureza, dentro da Missa est reservada ao sacerdote ou ao dicono. Mas, para que os participantes possam assimilar a Palavra de Deus no culto, haja uma certa explicao das leituras ou um respeitoso 104 silncio para meditar no que se ouviu . Sugere-se ao MECE que se utilize de textos explicativos da Palavra de Deus do domingo. Que mtodo o MECE pode utilizar para conhecer melhor a Palavra de Deus? Apresentamos um mtodo para a leitura da Bblia, com o qual o MECE pode, alm de rezar o texto bblico do domingo, tambm se preparar devidamente para a Celebrao da Palavra. Afirma o Documento de Aparecida: Entre as muitas formas de se aproximar da Sagrada Escritura existe uma privilegiada qual todos somos convidados: a Lectio Divina ou exerccio orante da Sagrada Escritura. Essa leitura orante, bem praticada, conduz ao encontro com Jesus-Mestre, ao conhecimento do mistrio de Jesus-Mestre, comunho com Jesus-Filho de Deus e aos testemunho de JesusSenhor do universo. Com seus quatro momentos (leitura, meditao, orao e contemplao), a leitura orante favorece o encontro pessoal com Jesus Cristo105. A Igreja est cada vez mais chamando a ateno para a centralidade
Cf. Idem, n. 47. CNBB, Orientaes para celebrao da Palavra de Deus, doc. 52, n. 85. 104 Cf. CONGREGAO PARA O CULTO DIVINO, Diretrio sobre Celebraes Dominicais, na Ausncia de Presbteros, n. 43. 105 Documento de Aparecida, n. 249.
103 102
89
da Palavra de Deus na vida do cristo. O MECE, estando frente da comunidade, precisa se destacar pelo conhecimento da Sagrada Escritura. So Jernimo dizia que desconhecer os ensinamentos bblicos desconhecer Jesus Cristo. A LECTIO DIVINA EM QUATRO ETAPAS A Leitura orante da Bblia ajuda a: - Conhecer Jesus Cristo e reencantar-se por Ele na f; - Conhecer-se a si mesmo luz do mistrio de Cristo; - Encontrar-se com Jesus Cristo vivo e converter-se. 1 - LER da Palavra de Deus. Pergunta: O que me diz o texto bblico? Finalidade: Compreender o que Deus me ensina pelo autor inspirado. Marcar o texto com ? sobre o que no entendo, e buscar recursos para entendimento; sublinhar o que julgo importante. Marcar com ! o que me interpela profundamente. Disposio: Inspirar-me nos mestres cristos para conhecer a Deus, que se revela atravs do autor inspirado, e acolher a sua mensagem para mim hoje. 2 - MEDITAR sobre as interpelaes na minha vida. Pergunta: O que o Senhor me diz por meio da sua Palavra? Finalidade: Questionar a minha vida, o seu sentido, a minha identidade e misso, o meu nimo e as minhas esperanas. Marcar: Retomar os textos marcados com ! que me interpelam mais e mergulhar neles. Disposio: Inspirar-me nos profetas cristos: questionar minha vida e a vida do mundo a partir do plano de Deus. Deixar-me educar pelo Esprito de Deus e renovar a imagem de Deus em mim. 3 - A ORAO brota do interior do corao. Pergunta: Motivado pela sua Palavra o que digo ao Senhor?
90
Finalidade: Como filho de Deus e membro de seu povo fazer a minha orao seguindo as motivaes do Esprito Santo, o mesmo que inspirou a Palavra, e que agora interpela a minha vida. Marcar com um * os textos e passagens que devem brotar de dentro de mim como uma orao. Disposio: inspirar-me nos sbios cristos. Contemplar os passos de Deus na minha histria. Aprofundar o conhecimento de mim mesmo e, diante de Deus, renovar a minha imagem de ser humano. 4 - CONTEMPLAR, DISCERNIR E AGIR. Bebendo na fonte da Voz de Deus, sou convidado a me converter e a agir em conseqncia. Pergunta: A que me convida o Senhor em converso e em ao? Finalidade: Discernir e assumir o que o Senhor me pede em relao minha mudana e minha ao no mundo. Marcar: Escrever na margem do texto uma palavra chave que deve guiar minha mudana e a transformao do mundo ao meu redor. Disposio: Inspirar-me nos pastores cristos: aceitar ser impulsionado pelo Evangelho que edifica o Reino de Deus e renova a imagem da Igreja.
91
92
Captulo
9
O MECE na celebrao da Santa Missa
Antes de mais nada bom salientar que se espera do ministro um exemplo quanto assdua participao na Santa Missa. Qual a funo do MECE antes da celebrao da missa? - Chegar com antecedncia (cerca de 30 minutos) para preparar o ambiente. Todo o trabalho deve ser feito pelo MECE j com o jaleco; - Ter as mos e unhas limpas. A limpeza no um luxo, mas necessidade. Alm das mos,capriche na higiene pessoal. Na verdade, o ministro que relaxa consigo mesmo passa uma imagem de que aquilo que est fazendo algo sem importncia; - Verificar a quantidade de hstias consagradas que se encontram no sacrrio. Normalmente s deveriam permanecer hstias consagradas suficientes para serem levadas aos doentes e idosos. diferente o caso das comunidades onde h missa apenas uma vez por ms e nos domingos intermedirios realiza-se a celebrao da Palavra com distribuio da comunho. Em todo caso, cuidado para que o sacrrio no se torne uma espcie de depsito desproporcional quantidade necessria; - Se no houver hstias suficientes para a celebrao, preparar os cibrios com as hstias a serem consagradas ( importante o ministro saber qual a quantidade de cada cibrio, para no consagrar em excesso), tomar muito cuidado ao retirar as hstias dos pacotes e colocar no cibrio, fazer manualmente para se evitar de colocar hstias quebradas ou p de hstia; - Deixar, na credncia, os cibrios com as hstias a serem consagradas. Onde houver a procisso das oferendas, reservar um
93
cibrio para ser levado ao altar nessa procisso; - Preparar as galhetas com vinho e gua e para serem levadas tambm na procisso das oferendas ou deixar na credncia, conforme o costume da comunidade. Muito cuidado ao manusear o vinho, deixando a garrafa fechada e limpa; - Preparar o clice, patena com hstia pequena ou grande, corporal, pala e o sangneo; - Preparar bacia, manustrgio e jarra com gua para a purificao das mos do sacerdote e deix-los na credncia; - Preparar o lavabo, jarra com gua e toalha, para os ministros lavarem as mos. Deix-los na credncia; - Acender as velas do altar; - Verificar se o altar est coberto ao menos com uma toalha branca; - Providenciar uma cruz para ser colocada ao lado do altar. Se a cruz for trazida pelo cruciferrio e j existir uma cruz no altar, o cruciferrio deve levar a sua para a sacristia; - Deixar o evangelirio (livro dos Evangelhos) sobre o altar, se ele no for trazido na procisso de entrada; - Evitar, durante a celebrao, dar recados ou conversar; - Verificar se o sistema de som est funcionando; - Providenciar cadeiras suficientes no presbitrio. Deixar folhetos sobre as cadeiras a fim de que se entre com as mos livres; - Combinar com antecedncia quem e como ser dada a comunho; - Deixar sobre a credncia o missal (de preferncia j arrumado), e, se for oportuno um livro de cnticos; - Colocar o livro das leituras sobre o ambo. sempre oportuno conferir se as leituras j esto certas antes de se iniciar a missa. Essa uma tarefa da equipe de liturgia, mas o MECE pode colaborar; - Recolher-se em atitude de orao, ao iniciar a procisso de entrada: sentir-se convocado para servir, com humildade e alegria, a comunidade.
94
Qual a funo do MECE durante a celebrao da missa? - Manter silncio na formao da procisso de entrada. No momento em que o comentarista cumprimentar a assemblia, d-se incio celebrao; - Organizar a formao da procisso de entrada, nesta ordem : O turiferrio e o naveteiro (quando se usa incenso); os aclitos ou coroinhas que levam as velas acesas e, entre eles, um outro aclito ou coroinha com a cruz processional; em seguida vm os coroinhas, os leitores, os MECEs; o dicono ou o leitor (na ausncia do dicono) conduz, um pouco elevado, o evangelirio; por fim, o sacerdote presidente; - Chegando diante do presbitrio, todos fazem uma inclinao profunda em reverncia ao altar107. Mas, quando o sacrrio do Santssimo se encontra no centro do presbitrio, no se realiza a inclinao profunda, mas uma s genuflexo para o altar e a 108 Eucaristia ; - Durante a celebrao, evitar passar de um lado para o outro do altar; - O sacerdote ou o dicono, para proclamar o Evangelho, toma o evangelirio se este estiver sobre o altar, e segue para o ambo (estante da Palavra), precedido pelos ministros que podem levar o incenso e os castiais; - Durante a homilia, ningum deve sair da igreja ou conversar. Toda movimentao prejudica o recolhimento e a participao da assemblia; - Terminada a orao universal (as preces), inicia-se o canto do ofertrio. Os ministros colocam sobre o altar o corporal, o sangneo, o clice, a patena e o missal. Se houver aclito, ele que realiza essa atividade; - Logo aps o Pai-nosso os MECEs vo buscar o cibrio com as hstias consagradas no sacrrio. Os ministros devem chegar perto do sacrrio e aquele que estiver com a chave abre o sacrrio; todos fazem genuflexo, levantam e pegam os cibrios e levam at o altar,
Cf. Idem, n. 120. Cf. Idem, n. 195. 108 Cf. Idem, n. 274.
107 106
106
95
colocando-os sobre o corporal. Em seguida lavam as mos para que, no momento do abrao da paz, estejam livres para esse gesto; - Aps a distribuio da comunho, os ministros levam os cibrios com as hstias consagradas para o sacrrio. Uma vez colocada a mbula dentro do sacrrio, fazer a genuflexo, antes de fech-lo; - O Santssimo Sacramento tem sempre a precedncia. Nunca se deve levar o Santssimo numa mo e ter a outra ocupada, como por exemplo, com a galheta de gua; - Ao retornar para a sacristia o sacerdote faz um ato de louvor voltado a cruz e diz: Bendigamos ao Senhor; e todos respondem: Demos graas e Deus. O MECE pode ajudar na preparao das oferendas? O MECE pode receber o cibrio, como tambm as galhetas com a gua e o vinho, vindos da procisso das ofertas. Na apresentao das oferendas, o presbtero presidente se dirige ao altar, que pode ser preparado por ele mesmo, pelo dicono preferencialmente, pelo 109 aclito ou pelo MECE . O MECE pode ajudar a elevar o clice no por Cristo, com Cristo e em Cristo? Somente os ministros ordenados podem tomar a Hstia e o Clice para a elevao no final da Orao Eucarstica; isso no permitido aos leigos, mesmo ministros extraordinrios ou aclitos. A razo esta: Cristo (o sacerdote 'in persona Christi') que se oferece ao Pai como vtima de expiao110. O MECE pode comungar sozinho em ocasio de missa? No permitido aos fiis pegarem por si, e muito menos passarem entre eles, de mo em mo, a Eucaristia ou o Clice Sagrado. Aguarde para comungar da mo do presbtero. Os ministros leigos que iro auxiliar na distribuio da comunho no se aproximem do altar antes que o presbtero tenha tomado a
Cf. Instruo Geral sobre o Missal Romano, n. 139. CONGREGAO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS, Instruo Redemptionis Sacramentum, n. 36 e Instruo Geral sobre o Missal Romano, n. 151.
110 109
96
comunho, recebendo sempre o cibrio que contm as espcies da Eucaristia a serem distribudas, da mo do presbtero111. O MECE pode purificar os vasos sagrados? A purificao do clice e cibrios seja realizada preferencialmente na credncia, embora possa, tambm ser realizada no altar (pelo presbtero, pelo dicono ou pelo aclito legitimamente institudo) logo aps a comunho ou imediatamente depois da missa, aps a 112 despedida do povo . No sendo aclito legitimamente institudo, 113 no cabe ao MECE realizar a purificao dos vasos sagrados . Onde o MECE deve permanecer durante a missa: junto ao povo ou no presbitrio? O Diretrio Litrgico Diocesano indica que os lugares das pessoas que exercem as funes litrgicas dependem do espao disponvel na igreja. O que no pode acontecer um congestionamento de pessoas no presbitrio, dificultando, assim, a funcionalidade do desenvolvimento dos ritos. O ideal que os ministros ordenados bispo, presbtero e dicono bem como os aclitos que possuem a funo de acompanhar o sacerdote no altar, ocupem as cadeiras no presbitrio. Convm que os coroinhas permaneam junto ao sacerdote no presbitrio, pois alm de ser um ministrio ligado ao servio do altar, a funo de coroinha existe para aprofundar e alimentar nos meninos o discernimento vocacional ao sacerdcio. Alm de meninos, tambm podem existir meninas coroinhas no servio litrgico114. Os leitores e os MECEs ocupem as primeiras fileiras de banco da nave central para expressar a dimenso vocacional da Igreja. Deus que chama do meio do povo pessoas para servirem a
Cf. Instruo Geral sobre o Missal Romano, n. 162. Cf. Idem, n. 279. 113 Cf. Idem, n. 279. 114 Cf. CONGREGAO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS, Instruo Redemptionis Sacramentum, n. 47.
112
111
97
comunidade atravs dos ministrios115. Qual a funo do MECE depois da celebrao? Recolher os objetos utilizados na celebrao e guard-los no local adequado. No caso do sanguneo e do manustrgio (pequena toalha utilizada para o padre enxugar as mos), coloc-los no recipiente prprio para serem lavados. Quando e como se incensa? No incio da missa, o padre incensa o altar e a cruz; na aclamao, o padre ou o dicono incensa o Evangelho; na apresentao dos dons, o padre incensa as ofertas, o altar e a cruz. Em seguida, o dicono ou o MECE incensa o padre e o povo; na consagrao incensa-se as elevaes do Po e do Clice. Antes e depois da incensao, a pessoa que incensa faz inclinao profunda s pessoas ou s coisas que incensou. Incensa-se com 3 ductus (elevao do turbulo): o Santssimo Sacramento, as relquias da Santa Cruz e as imagens Do Senhor expostas para venerao pblica, as oferendas para o sacrifcio da missa, a cruz do altar, o evangelirio, o crio pascal, o sacerdote e o povo. Incensa-se com 2 ductus as relquias e as imagens dos Santos expostas venerao pblica, mas somente uma vez no incio da celebrao, aps a incensao do altar.
115 Durante a celebrao eucarstica, a assemblia litrgica se encontra distribuda em dois lugares sagrados que chamamos de presbitrio (onde ficam o presidente da celebrao, os outros ministros ordenados e os que auxiliam diretamente o presidente da celebrao no altar) e de nave da igreja (onde ficam os ministrios institudos e os demais fiis). Estes dois lugares devem ser de tal maneira estruturados que possam manifestar no s sinal de comunho de todo o Povo de Deus, mas tambm o sinal de diferenciao entre os ministrios ordenados e demais participantes da celebrao (Diretrio Litrgico Diocesano, n. 81).
98
Captulo
10
O MECE e a Celebrao da Esperana116
A presena do Senhor Ressuscitado, no momento da dor e sofrimento com a separao causada pela morte, traz conforto e renova a esperana. Sobretudo nessa hora no pode faltar a presena amiga, fraterna e solidria da Igreja junto aos familiares daqueles que foram visitados pela morte. Em nossa Diocese, em vrias parquias, os MECEs vm desenvolvendo belssimas atividades com os que sofrem, acendendo neles a chama da f no Ressuscitado, garantia da nossa ressurreio. O que quer dizer exquias? Cerimnias ou honras fnebres. Etimologicamente quer dizer cortejo fnebre, funeral, enterro; significa seguir at o fim, acompanhar, escoltar. O MECE autorizado pela Igreja para celebrar as exquias? A orientao dada ao Brasil pela Sagrada Congregao para o Culto Divino em abril de 1971 permite que o ministro de exquias seja leigo ou leiga. Nada impede, porm, a cerimnia seja presidida por um ministro ordenado. No est prevista a celebrao da Eucaristia, 117 mas pode ser feita antes da encomendao . Por que se celebram as exquias? Pela f temos certeza que, com a morte, deixamos nosso corpo para ir morar com o Senhor (Cf. 2Cor 5,8), por isso a Igreja celebra os
116 Faremos ampla referncia ao livro Nossa Pscoa, Subsdios para a Celebrao da Esperana. Paulus, So Paulo, 2003. 117 Nossa Pscoa. Subsdios para celebrao da Esperana. Paulus, 2003, pp. 12 e 13.
99
funerais dos seus filhos. Por meio dela, o cristo, que em sua vida no duvidou da bondade do Salvador, pelo contrrio, sempre acreditou e confiou, entregue terra, como corpo marcado pela fraqueza para ressuscitar cheio de fora (Cf. 1Cor 15,42-44). As exquias exprimem o carter pascal da morte crist. Anunciam comunidade reunida a vida eterna, ao mesmo tempo que realam o 118 carter de provisoriedade da vida aqui na terra . A f na ressurreio dos mortos ponto central da vida crist. Como lembra o apstolo Paulo, se foi s para esta vida que pusemos nossa esperana em Cristo, somos as pessoas mais dignas de compaixo e nossas lutas perdem a razo de ser. Se os mortos no ressuscitam, comamos e bebamos, pois amanh morreremos (Cf. 1Cor 15). Pode-se dar s exquias uma conotao de ressurreio? No s se pode dar, como de fato a Igreja recomenda isso: Lembrem-se todos, especialmente os sacerdotes, ao oficiarem a liturgia das exquias, de que lhes cabe, por obrigao, tanto despertar a esperana dos participantes, quanto fortificar a f no mistrio pascal e na ressurreio dos mortos, de modo que, levando-lhes o carinho da Santa Igreja e a consolao da f, 119 levantem os fiis sem, porm, ofender a tristeza dos que sofrem . Celebrar exquias uma atitude missionria? Para muitos catlicos as exquias so uma das poucas vezes que entram em contato com a Igreja. Os ministros devem prepar-las e celebr-las com muito zelo, pois, por meio delas, os filhos prdigos podero sentir-se chamados a voltar casa paterna. Sintonizar-se com a dor dos presentes, parentes e amigos deve ser o primeiro cuidado a se ter em conta. O segundo cuidado comunicar-lhes a Boa Nova de Jesus Cristo, levando-os a reavivar a f na ressurreio. Tudo deve ser feito com muita benevolncia. Nas celebraes das exquias, mais do que em outras celebraes, os ministros devem ter a conscincia de que so instrumentos do amor de Cristo.
118 119
Cf. Cdigo de Direito Cannico, cn. 1684-1685. Ritual das Exquias, n. 17.
100
Celebram-se exquias para os vivos mais que para os mortos? Embora o costume de enterrar seus mortos seja algo que faz parte natural do ser humano, e os funerais uma venervel tradio crist, segundo Santo Agostinho, as exquias so mais teis aos vivos do que aos mortos120. E se a pessoa no participava da comunidade devem-se fazer exquias? A Igreja existe para evangelizar e por isso, no pode ficar indiferente quando, por ocasio de uma morte, for solicitada pelas pessoas, mesmo se (e justamente por isso) em suas vidas abandonaram suas convices religiosas. Afinal de contas a Igreja tambm reza por aqueles dos quais s Deus conheceu a f121. O que significam o crio, a cruz, a Palavra de Deus e as flores nas exquias? O crio (ou vela) lembra que Cristo Ressuscitado ilumina a vida do cristo desde o seu batismo at o momento de sua passagem para a eternidade. A cruz recorda que a morte de Cristo modelo da morte do cristo. A Bblia mostra que a Palavra de Deus foi luz para os ps daquele que acaba de chegar ao fim de sua peregrinao terrena. As flores falam dos sentimentos dos familiares, das pessoas amigas do defunto e de todos os enlutados. Expressam participao na dor e no luto e, ao mesmo tempo, indicam esperana de vida. A gua benta e sua asperso lembra o batismo que nos faz entrar na dinmica pascal e participar da paixo, morte e ressurreio do Senhor. O incenso um sinal de respeito ao corpo que desde o batismo foi templo do Esprito Santo. Tem tambm um sentido sacrifical. Assim como se queima incenso para difundir um agradvel perfume, da mesma forma o cristo, com sua morte, consuma o sacrifcio de suave perfume que durante a vida ofereceu a Deus (2Cor 2,15).
120
SANTO AGOSTINHO, Sermo 172. O cuidado devido aos mortos. Paulus, So Paulo, 1990, p. 82. 121 Orao Eucarstica IV.
101
Assim como no batismo os familiares traam o sinal da cruz na fronte da criana, agora todos so convidados a fazer a mesma coisa sobre o corpo daquele que morreu, enquanto aspergem. As procisses recordam que todos vivemos como peregrinos nesta terra e que a morte tambm uma viagem para a eternidade. oportuno durante a celebrao das exquias fazer elogios ao defunto? Sem excluir a possibilidade de uma simples e breve aluso vida crist do defunto, preciso que se evite qualquer tipo de elogios fnebres, pois na celebrao de exquias, como em qualquer outra, no deve haver distino de pessoas ou classes sociais122. Nas exquias, quais cuidados o MECE deve ter? - Apresentar-se a algum da famlia que esteja em condies de conversar; - Ser discreto; - Anotar o nome do falecido (levar papel e caneta); - Saber idade, causa da morte, que familiares deixou; - Se no canta bem, levar algum que o faa de maneira adequada; - Se possvel, estar acompanhado de outro MECE ou algum de outra pastoral. O ideal se sempre fossem dois ou mais MECEs juntos para celebrar as exquias. RITUAL DAS EXQUIAS EM TRS ETAPAS PRIMEIRA ETAPA DA CELEBRAO: ORAES NA CASA DO MORTO O ministro dirige-se casa do morto ou ao lugar onde est sendo velado, levando a cruz e a gua benta. Entrando, o ministro sada os presentes, expressando-lhes o consolo da f, atravs de alguma palavra da Sagrada Escritura, por exemplo: Ministro: Vinde a mim, vs todos que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso (Mt 11,28).
122
102
Ou: Ministro: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericrdias e Deus de toda a consolao. Ele nos consola em todas as nossas aflies, para que, com a consolao que ns mesmos recebemos de Deus, possamos consolar os que se acham em toda e qualquer aflio (1Cor 1,3-4). Se houver costume, asperge o corpo e, se as circunstncias permitirem, rezar o Salmo 129 (130): Das profundezas eu clamo a vs, Senhor, / escutai a minha voz! Vossos ouvidos estejam bem atentos / ao clamor da minha prece! Se levardes em conta nossas faltas, / quem haver de subsistir? Mas em vs se encontra o perdo, / eu vos temo e em vs espero. No Senhor ponho a minha esperana, / espero em sua palavra. A minh'alma espera no Senhor / mais que o vigia pela aurora. Espere Israel pelo Senhor / mais que o vigia pela aurora! Pois no Senhor se encontra toda graa / e copiosa redeno. Ele vem libertar a Israel / de toda a sua culpa. Depois acrescenta: Ministro: O Senhor esteja conosco. Todos: Ele est no meio de ns. Ministro: Oremos: Ouvi, Pai, as nossas preces: sede misericordioso para com o(a) vosso(a) servo(a) N., que chamastes deste mundo. Concedei-lhe a luz e a paz no convvio dos vossos santos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Esprito Santo. Todos: Amm. A esta orao pelo morto poder preceder ou seguir a seguinte orao pelos que sofrem: Ministro: Oremos: Pai de misericrdia e Deus de toda consolao, vs nos acompanhais com amor eterno, transformando as sombras da morte em aurora de vida. Olhai, agora, compassivo, as lgrimas dos vossos filhos. Dai-nos, Senhor, vossa fora e proteo, para que a noite de nossa tristeza se ilumine com a luz da vossa paz. O vosso Filho e Senhor nosso, morrendo, destruiu a morte e, ressurgindo,
103
deu-nos novamente a vida. Dai-nos a graa de ir ao seu encontro, para que, aps a caminhada desta vida, estejamos um dia reunidos com nossos irmos, onde todas as lgrimas sero enxugadas. Por Cristo Senhor Nosso. Todos: Amm. PROCISSO IGREJA Se o morto for levado Igreja numa procisso, esta se organiza segundo os costumes locais, indo frente o ajudante com a cruz. O ministro precede o caixo. Poder-se-o empregar tambm cnticos apropriados ou outras oraes, como de costume. Se no houver celebrao alguma na casa do morto, o ministro, porta da igreja, sada os presentes e asperge o corpo. Se for oportuno, reza a orao ou oraes, como acima foi indicado para a celebrao na casa do morto. SEGUNDA ETAPA DA CELEBRAO: ACOLHIMENTO NA IGREJA Ao entrar na igreja, conserve-se o costume de colocar o corpo naquela posio que lhe era habitual na assemblia litrgica, isto , com o rosto voltado para o altar. Sobre o caixo (fechado) pode-se colocar o evangelirio ou uma cruz. Se a cruz do altar for bem visvel, no se deve colocar outra cruz. Junto da cabea do morto coloque-se apenas o Crio Pascal aceso. Na falta do Crio Pascal, podem-se colocar algumas velas acesas junto ao corpo. A celebrao se inicia normalmente. Aps o Evangelho, o ministro pode realizar um breve comentrio das Sagradas Escrituras, mas seja excludo todo e qualquer tipo de elogio fnebre ao falecido. Aps o comentrio das leituras, pode ser realizada a Orao dos Fiis contando com o auxlio de leitores: Ministro: Irmos e irms, nesta orao comunitria rezemos no s por nosso(a) irmo() N. mas tambm por toda a Igreja, pela paz do mundo e pela nossa salvao, rezando: Todos: Senhor, escutai a nossa prece.
104
- Por todos os pastores da Igreja, para que realizem com aes o que pregam com palavras, rezemos ao Senhor. - Por todos os que sofrem no corpo e na alma, para que nunca se julguem abandonados por Deus, rezemos ao Senhor. - Por nosso(a) irmo() N., para que Deus o(a) liberte do poder das trevas e das penas do pecado, rezemos ao Senhor. - Para que Deus acolha este(a) nosso(a) irmo() na sua luz e conceda a felicidade na companhia de seus santos, rezemos ao Senhor. - Pelos seus parentes e amigos que choram a sua partida, para que sejam consolados pelo Santo Esprito, rezemos ao Senhor. Ministro: Irmos e irms, supliquemos ao Pai todo-poderoso e cheio de amor que conduza plenitude do Reino celeste este(a) nosso(a) irmo() que hoje partiu do nosso meio, rezando a orao que o Senhor Jesus nos ensinou: Todos: Pai nosso, que estais nos cus... O ministro faz a ltima encomendao e despedida. De p, ao lado do caixo e voltado para o povo, com gua benta e, se for conveniente, turbulo, o ministro diz ao povo estas palavras ou outras semelhantes: Ministro: Conforme o costume cristo, vamos sepultar o corpo de nosso(a) irmo(a) N. Peamos com toda a confiana em Deus - para quem tudo vive - que ressuscite na glria dos santos este pobre corpo que hoje sepultamos e acolha N. entre os eleitos. Que ele(a) alcance misericrdia no julgamento, para que, resgatado(a) pela morte e absolvido(a) de seus pecados, seja reconciliado(a) com o Pai. E, transportado(a) nos ombros do Bom Pastor, merea gozar alegria eterna na companhia de Cristo Rei, com todos os seus santos. Todos rezam por algum tempo em silncio. O corpo aspergido e incensado. Em seguida, o ministro dir: Ministro: Nas vossas mos, Pai de Misericrdia, entregamos nosso(a) irmo(a) N. na firme esperana de que ele(a) ressurgir com Cristo no ltimo dia, com todos os que no Cristo adormeceram. Ns vos damos graas por todos os dons que lhe concedestes na
105
sua vida mortal, para que fossem sinais de sua bondade e da comunho de todos em Cristo. Escutai na vossa misericrdia as nossas preces: abri para ele(a) as portas do paraso e, a ns que ficamos, concedei que nos consolemos uns aos outros com as palavras da F, at o dia em que nos encontraremos todos no Cristo e assim estaremos para sempre convosco e com este nosso irmo. Por Cristo Senhor Nosso. Todos: Amm. Enquanto o corpo transportado, pode-se cantar ou rezar. Se o ministro e a assemblia acompanharem o corpo ao cemitrio, a ltima encomendao e despedida podem ser realizadas junto ao sepulcro. Durante a procisso ao cemitrio, poder-se- cantar ou rezar. TERCEIRA ETAPA DA CELEBRAO: JUNTO SEPULTURA Antes que o corpo seja depositado, o ministro dar a bno sepultura. Ministro: Oremos: Senhor Jesus Cristo, permanecendo trs dias no sepulcro, santificastes os tmulos de vossos fiis, para que, recebendo nossos corpos, fizessem crescer a esperana de nossa ressurreio. Que N., nosso(a) irmo(), descanse em paz neste sepulcro at que Vs, ressurreio e vida, o(a) ressusciteis para contemplar a luz eterna na viso de vossa face. Vs que sois Deus com o Pai, na unidade do Esprito Santo. Todos: Amm. O ministro poder aspergir a sepultura e o corpo se j no o fez no rito da ltima encomendao. O enterro ser feito imediatamente. Quando o corpo colocado na sepultura o ministro rezar: Ministro: Como Deus todo-poderoso chamou para si nosso(a) irmo(), entregamos seu corpo terra de onde veio. Mas o Cristo que ressuscitou, como primognito dentre os mortos, h de transformar nosso corpo imagem de seu corpo glorificado. Recomendemos, pois, ao Senhor este(a) nosso(a) irmo(), para que Ele o(a) receba na sua paz e lhe conceda a ressurreio no ltimo dia.
106
Em seguida, inicia a orao dos fiis: Ministro: Rezemos pelo(a) nosso(a) irmo() ao Senhor Jesus Cristo, que disse Eu sou a ressurreio e a vida. Quem cr em mim, mesmo que morra, viver. E todo aquele que vive e cr em mim, no morrer jamais (Jo 11,25). - Vs que chorastes sobre Lzaro, enxugai as nossas lgrimas: Todos: Ns vos pedimos, Senhor. - Vs que ressuscitastes os mortos, dai vida eterna a este(a) nosso(a) irmo(): Todos: Ns vos pedimos, Senhor. - Acolhei entre os santos este(a) nosso(a) irmo(), purificado(a) com a gua do batismo e assinalado(a) pela sagrada uno: Todos: Ns vos pedimos, Senhor. - Recebei mesa do vosso Reino este nosso irmo, tantas vezes alimentado pelo vosso Corpo e Sangue: Todos: Ns vos pedimos, Senhor. - Fortalecei pela consolao da f e pela esperana da vida a ns, entristecidos pela morte de nosso(a) irmo(): Todos: Ns vos pedimos, Senhor. Todos rezam juntos o Pai-nosso. O ministro conclui: Ministro: Pai de misericrdia, que este(a) vosso(a) filho(a) N. no sofra o castigo de seus atos, ele(ela) que desejou fazer a vossa vontade. E como a f o(a) associou na terra ao povo fiel, vossa misericrdia o(a) associe no cu aos vossos anjos. Por Cristo Senhor Nosso. Todos: Amm. Ministro: Dai-lhe Senhor o repouso eterno. Todos: E brilhe para ele(a) a vossa luz. Se o tmulo ainda no foi fechado, pode-se rezar uma ou algumas dezenas do tero e concluir com algum canto de Nossa Senhora.
107
CELEBRAO DE EXQUIAS (numa nica celebrao) 1. CNTICO INICIAL Quem nos separar, quem nos separar? Do amor de Cristo, quem nos separar? Se Ele por ns, quem ser, quem ser contra ns? Quem vai nos separar do amor de Cristo, quem ser? Nem a vida, nem a morte, nem tampouco a perseguio, / Nem o passado, nem o presente, ou o futuro e a opresso. Ou: Ministro: Iluminai-o(a), Senhor, com a vossa luz. Todos: Iluminai-o(a), Senhor, com a vossa luz. Ministro: Dai-lhe, Senhor, o descanso eterno. Todos: E a luz perptua o(a) ilumine. Ministro: Quem viveu na justia ser lembrado para sempre, no precisa recear os homens. 2. ACOLHIDA Ministro: Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Todos: Amm. Ministro: O amor e a paz de Deus, nosso Pai, que est sempre perto de ns e nos consola nas tribulaes, a graa e a fora de Jesus Cristo, nosso Senhor, que morreu para nos libertar de todo mal, estejam sempre conosco. Todos: Bendito seja Deus, que nos reuniu nos amor de Cristo. 3. INVOCAO INICIAL Ministro: Irmos e irms, N., nosso(a) irmo(), viveu aqui em nosso meio e agora nos deixou. Invoquemos, pois, o nosso Deus, Uno e Trino para que em sua grande bondade se compadea dele(a). - Senhor Deus, nosso Pai, que em Jesus nos mostrastes o Caminho da verdadeira Vida, tende piedade dele(a). Todos: Senhor, tende piedade dele(a). - Cristo Jesus, nosso irmo e Salvador, vs que vos entregastes
108
morte de cruz para nos conceder a libertao definitiva, tende piedade dele(a). Todos: Cristo, tende piedade dele(a). - Esprito Santo Consolador, vs que nos conduzis comunho plena com Jesus e renovais a face da terra, tende piedade dele(a). Todos: Senhor, tende piedade dele(a). Ministro: Senhor nosso Deus, entregamos hoje em vossas santas mos o(a) nosso(a) irmo() que hoje partiu deste mundo, para que, junto de vs, encontre o perdo, a misericrdia, a paz e a luz eterna. Todos: Amm. 4. ORAO Ministro: Oremos: Recebei, Deus Pai, nosso(a) irmo() N. que tanto amastes nesta vida. Liberto(a) de todos os males, ele(a) alcance hoje o repouso eterno; e, passada esta vida mortal, levaio(a) com bondade ao paraso eterno, onde no mais existem luto, gemidos e dor, mas a paz e a alegria para sempre. Consolai tambm seus parentes e amigos que choram a sua ausncia e rezam por ele(a). Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Esprito Santo. Todos: Amm. 5. EVANGELHO Pode-se ainda proclamar outros textos indicados no Lecionrio Dominical para a celebrao dos fiis defuntos. Ministro: Aleluia, aleluia, aleluia! Todos: Aleluia, aleluia, aleluia! - Se com Cristo ns morremos, com Cristo viveremos. Se com ele ns sofrermos, com ele reinaremos. Ministro: Ouamos, irmos e irms, o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo narrado por Joo (Mt 11,17-27). Naquele tempo quando Jesus chegou, encontrou Lzaro j sepultado, havia quatro dias. Muitos judeus tinham ido consolar Marta e Maria pela morte do irmo. Logo que Marta soube que Jesus
109
tinha chegado, foi ao encontro dEle. Maria ficou sentada em casa. Marta, ento, disse a Jesus: Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmo no teria morrido. Mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, Ele te conceder. Jesus respondeu: Teu irmo ressuscitar. Marta disse: Eu sei que ele vai ressuscitar, na ressurreio do ltimo dia. Jesus disse ento: Eu sou a ressurreio e a vida. Quem cr em mim, ainda que tenha morrido, viver. E todo aquele que vive e cr em mim, no morrer jamais. Crs nisto? Ela respondeu: Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu s o Filho de Deus, aquele que deve vir ao mundo. Palavra da Salvao. Todos: Glria a Vs, Senhor! Aps o Evangelho, o ministro pode realizar um breve comentrio das Sagradas Escrituras, porm seja excludo todo e qualquer tipo de elogio fnebre ao falecido. 6. PRECE DOS FIIS Ministro: Oremos, irmos e irms, por N. nosso(a) irmo(), ao Senhor Jesus, que disse: Eu sou a ressurreio e a vida, todo aquele que cr em mim, ainda que esteja morto, viver, e todo aquele que vive, confiando em mim, no morrer para sempre: - Vs, que chorastes sobre a morte de Lzaro, aliviai a tristeza dos familiares de N. e enxugai-lhes as lgrimas: Todos: Ns vos rogamos, ouvi-nos, Senhor! - Vs, que ressuscitastes os mortos, concedei a vida eterna ao() nosso(a) irmo() N. - Vs, que prometestes o paraso a todos que observaram a sua Palavra, recebei em vosso Reino eterno este(a) nosso(a) irmo() falecido(a). - Vs, que purificastes este(a) nosso(a) irmo() N. nas guas do Batismo, acolhei-o(a) entre vossos santos. - Vs, autor de toda esperana e consolao, fortalecei na f e na caridade crist a ns que nos reunimos para nos despedirmos deste(a) nosso(a) irmo().
110
Ministro: Irmos e irms, supliquemos ao Pai todo-poderoso e cheio de amor que conduza plenitude do Reino celeste este(a) nosso(a) irmo() que hoje partiu do nosso meio, rezando a orao que o Senhor Jesus nos ensinou: Todos: Pai nosso... Ministro: Pois vosso o reino, o poder e a glria para sempre. Todos: Amm. Ministro: Aproveitem, Pai, ao() vosso(a) filho(a) N. estas nossas preces e splicas que fazemos por seu descanso eterno e sua paz. Perdoai seus pecados e fazei-o(a) participar da vida eterna, preparada para ns pela Morte e Ressurreio do vosso Filho Jesus Cristo, que convosco vive e reina na unidade do Esprito Santo. Todos: Amm. 7. RITO DE ENCOMENDAO E DESPEDIDA Terminadas as preces dos fiis, o ministro, juntamente com os que o acompanham, aproxima-se do caixo para o Rito de Despedida. Ministro: Conforme o costume cristo, vamos agora sepultar o corpo de nosso irmo(). Com toda confiana peamos a Deus, para quem tudo vive e existe, que ressuscite na glria dos santos o corpo de N., que hoje sepultamos, e acolha a sua alma entre os eleitos. Que ele(a) alcance misericrdia no julgamento, para que, resgatado(a) pela morte e absolvido(a) de seus pecados, seja reconciliado(a) com o Pai, e, transportado(a) nos ombros do Bom Pastor, merea gozar a alegria eterna, na companhia do Cristo Senhor e na comunho com todos os Santos. Durante a orao abaixo, que pode ser lida ou cantada, o ministro asperge o corpo com gua benta. Ministro: Ao Paraso conduzam-te os anjos de Deus! Todos: Ao Paraso conduzam-te os anjos de Deus! - Os mrtires te acolham tua chegada E te levem Jerusalm Celeste. - Os Santos de Deus venham em teu auxlio
111
E corram ao teu encontro. - Os coros dos anjos te recebam E te apresentem ao Cristo morto por ti. - Junto a Lzaro, o amigo de Cristo Possuas a paz e o repouso sempiterno. Ministro: Oremos: Senhor Deus, recebei a alma de nosso(a) irmo() N., morto(a) para este mundo, mas vivo para vs. E, em vossa grande bondade, perdoai-lhe todos os pecados, por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso. Todos: Amm. 8. INVOCAO SANTA ME DE DEUS Ministro: Irmos e irms, voltemos os nossos olhares suplicantes Santa Me de Deus e nossa Me na f, para que ore a Jesus Cristo, seu Filho, por nosso irmo() falecido(a), rezando todos juntos: Todos: Salve, Rainha, Me de misericrdia, vida, doura, esperana nossa, salve! A vs bradamos, os degredados filhos de Eva. A vs suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lgrimas. Eia, pois, Advogada Nossa, esses vossos olhos misericordiosos a ns volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, clemente, piedosa, doce Virgem Maria. Ministro: Rogai por ele(a), santa Me de Deus. Todos: Para que ele(a) seja digno(a) das promessas de Cristo! Ministro: Deus nosso Pai, vosso Filho Jesus nasceu da Virgem Maria e, na cruz, venceu o poder da morte. Pela prece da Santa Me de Deus, que invocamos ns vos pedimos que concedais a N. vosso filho(a) superar as suas culpas terrestres e estar junto de vs para sempre, pelo mesmo Jesus Cristo, que veio ao mundo por Maria, e reina convosco na unidade do Esprito Santo. Todos: Amm. 9. BNO FINAL O ministro, fazendo o sinal da cruz, diz:
112
Ministro: O Senhor nos abenoe, guarde-nos de todo mal e nos conduza vida eterna. Todos: Amm. Ministro: Irmos e irms, o(a) nosso(a) irmo() era um templo vivo do Esprito Santo, por isso, vamos sepult-lo como todo respeito cristo. Vamos em paz e o Senhor nos acompanhe. Todos: Graas a Deus. 10. CNTICO FINAL 1. Com minha Me estarei / na santa glria um dia; ao lado de Maria/ no cu triunfarei. Refro: No cu, no cu, com minha Me estarei. No cu, no cu, com minha Me estarei. 2. Com minha Me estarei / aos anjos me ajudando, do Onipotente ao mando, / Hosanas lhe darei. CELEBRAES DA ESPERANA (a serem usadas durante os velrios) CELEBRAO DA ESPERANA I RITOS INICIAIS Ministro: Em nome do Pai, do Filho e do Esprito Santo. Todos: Amm. Ministro: Irmos, sejam bem vindos a esta celebrao que fazemos por nosso irmo falecido. O nosso irmo dormiu em Cristo e ns aqui estamos para saud-lo e nos despedirmos dele. Pelo batismo, ele nasceu e se uniu a Cristo. Que ele seja agora convidado a participar da vida divina e possa, com os santos, tornar-se herdeiro das promessas eternas. Pai clemente e cheio de misericrdia, ns vos recomendamos o(a) nosso(a) irmo() N. ORAES COMUNITRIAS Leitor: Quem crer e for batizado ser salvo (Mc 16,16). Todos: Creio, Senhor, mas aumentai a minha f (Mc 9,24).
113
Leitor: Eu sou o po da vida: aquele que vier a mim no ter fome e aquele que crer em mim jamais ter sede (Jo 6,35). Todos: Creio, Senhor, mas aumentai a minha f. Leitor: Esta a vontade de meu Pai: que eu no deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que o ressuscite no ltimo dia (Jo 6,40). Todos: Creio, Senhor, mas aumentai a minha f. Leitor: Na casa de meu Pai h muitas moradas, vou preparar-vos um lugar. Eu vos levarei comigo, para que onde eu estou tambm vs estejais (Jo 14,2). Todos: Creio, Senhor, mas aumentai a minha f. Leitor: Eu sou a ressurreio e a vida. Quem cr em mim, mesmo que morra, viver (Jo 11,25). Todos: Creio, Senhor, mas aumentai a minha f. Leitor: Nosso(a) irmo() N. acreditava na ressurreio. Ele(a) sabia que a morte no o fim definitivo. A morte o princpio, a porta da vida eterna, da felicidade sem fim. Todos: Creio, Senhor, mas aumentai a minha f. Ministro: Senhor e Redentor nosso, que vos submetestes morte para nos fazer passar da morte para a vida, olhai e atendei as preces que ora vos dirigimos por este(a) irmo() falecido(a). Perdoai-lhe os pecados e abri-lhe para sempre as portas da vida. Vs que viveis e reinais por toda a eternidade. Todos: Amm. Ministro: Junto ao corpo de nosso(a) irmo() e seguros da ressurreio final, faamos as nossas oraes: Todos: Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do cu e da terra. E em Jesus Cristo, seu nico Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Esprito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Desceu manso dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos cus; est sentado direita de Deus Pai todo-poderoso, donde h de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Esprito Santo; na Santa Igreja Catlica; na comunho dos santos; na remisso dos pecados; na
114
ressurreio da carne; na vida eterna. Amm. Ministro: Dai-lhe, Senhor, o descanso eterno. Todos: E a luz perptua o(a) ilumine. A PALAVRA DE DEUS Ministro: Cristo viveu, morreu e ressuscitou. Pelo batismo ns fomos enxertados em Cristo; por isso vivemos com Cristo, com Cristo morremos. Mas assim como Cristo ressuscitou, tambm ns ressuscitaremos com Ele. Ouamos o que So Paulo nos diz na carta aos Romanos (Rm 14,7-10): Leitor: Nenhum dentre ns vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, para o Senhor que vivemos; se morremos, para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto, para ser o Senhor dos mortos e dos vivos. Palavra do Senhor. Ministro: Graas a Deus. Ministro: Entoemos o canto ... Ministro: verdade que o fato da morte nos entristece. Ningum de ns se acostuma com a idia da morte. Isso porque, no fomos feitos para a morte, mas para a vida eterna. Cristo nos consola com a certeza da felicidade sem fim. Cristo trouxe para ns a esperana da ressurreio. Hoje temos, diante de ns, o mistrio da morte. Sabemos, porm, que a morte do cristo, como a de Cristo, ser seguida pela ressurreio. A morte no seno uma passagem para uma vida melhor. Para os vossos filhos, Senhor, a vida no tirada, mas transformada e desfeita esta morada terrena, dada para ns uma habitao no cu. Possamos ns merecer um dia as palavras de Cristo: Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herana o reino que meu Pai vos preparou desde a criao do mundo! (Mt 25,34). Ministro: Ouamos agora a leitura de So Paulo aos Tessalonicenses (1Ts 4,13-18). So Paulo nos diz que a morte um encontro definitivo com Cristo. Essa certeza nos consola. Leitor: Irmos, no queremos deixar-vos na incerteza a respeito
115
dos mortos, para que no fiqueis tristes como os outros, que no tm esperana. Se Jesus morreu e ressuscitou - e essa a nossa f - de modo semelhante Deus trar de volta, com Cristo, os que atravs dele entraram no sono da morte. Isto vos declaramos, segundo a palavra do Senhor: ns que formos deixados com vida para a vinda do Senhor no levaremos vantagem em relao aos que morreram. Pois o Senhor mesmo, quando for dada a ordem, voz do arcanjo e ao som da trombeta, descer do cu, e os que morreram em Cristo ressuscitaro primeiro. Em seguida ns, que formos deixados com vida, seremos arrebatados com ele nas nuvens, para o encontro com o Senhor, nas alturas. E assim estaremos sempre com o Senhor. Exortai-vos, pois, uns aos outros, com estas palavras. Palavra do Senhor. Todos: Graas a Deus. PRECES COMUNITRIAS Leitor: Por este(a) nosso(a) irmo() N. falecido(a), que um dia recebeu pelo batismo a semente da vida eterna, para que possa participar agora da felicidade sem fim em companhia dos santos, rezemos ao Senhor. Todos: Senhor, atendei a nossa prece. Leitor: Por todos aqueles que sofrem a ausncia deste nosso irmo falecido, para que encontrem consolo em sua tristeza, rezemos ao Senhor. Todos: Senhor, atendei a nossa prece. Leitor: Por todos aqueles que adormeceram na esperana da ressurreio, para que Deus os receba nos cus, rezemos ao Senhor. Todos: Senhor, atendei a nossa prece. Leitor: Por todos ns, que ainda caminhamos nesta vida, para que Deus confirme a nossa esperana, rezemos ao Senhor. Todos: Senhor, atendei a nossa prece. Ministro: Senhor, Pai Santo, imploramos a vossa misericrdia, para que vos digneis olhar para os vossos filhos que hoje choram e rezam por este(a) nosso(a) irmo(a) querido(a). Perdoai-lhe Senhor, todos
116
os pecados. No permitais que ele(a) fique separado de Vs; dai-lhe o lugar da luz, da felicidade e da paz. A vs Senhor, o poder, a honra e a glria, agora e por toda a eternidade. Todos: Amm. ORAO PARA A FAMLIA Ministro: Rezemos juntos a orao que o Senhor Jesus nos ensinou e a orao nossa Me do cu. Todos: Pai Nosso ... Ave-Maria ... Ministro: Dai-lhe, Senhor, o descanso eterno Todos: E a luz perptua o(a) ilumine. Ministro: Oremos: Senhor, vs sois a ressurreio e a vida. Olhai para este(a) vosso(a) filho(a); concedei-lhe um repouso tranqilo e uma feliz ressurreio com vossos santos no ltimo dia. Todos: Amm. Ministro: Rezemos tambm por todos ns que ainda teremos que peregrinar nesta vida terrena rumo casa do Pai. Ministro: Senhor Deus, a vossa misericrdia infinita, dignai-vos lembrar-nos sempre a incerteza e a brevidade desta vida, conduzinos atravs deste mundo nos caminhos da santidade e da justia, durante todos os nossos dias da vida. Fazei que ajudados pela nossa f, consolados pela esperana, pratiquemos a caridade, a fim de que um dia cheguemos felizes ao vosso Reino. Por Cristo, Senhor nosso. Todos: Amm. Ministro: Finalizando a nossa celebrao, entoemos o canto... CELEBRAO DA ESPERANA II RITOS INICIAIS Ministro: Meus irmos, sejam bem vindos a este momento de reflexo e de orao que fazemos por N. Ns estamos aqui porque acreditamos na Palavra de Deus. Todos: Aquele que cr em mim, mesmo morto, viver.
117
Ministro: Deus nos fez para a vida. Deus nos fez para a luz. Todos: Aquele que cr em mim, mesmo morto, viver. Ministro: Nossa vida nesta terra uma caminhada para o encontro com Deus; no final da caminhada nossa vida ser transformada. Somos tirados de nossa casa e de nossos amigos. Passamos pela morte, mas a morte no o fim. Todos: Aquele que cr em mim, mesmo morto, viver. A PALAVRA DE DEUS Leitor: Aproximando-se o fim de sua vida, Davi ordenou a seu filho Salomo: Vou seguir o caminho de todos. S forte e porta-te varonilmente. Guardars as ordens do Senhor teu Deus, andando em seus caminhos, observando seus estatutos, seus mandamentos, suas normas e suas instrues, conforme esto escritos na lei de Moiss, a fim de seres bem sucedido em tudo quanto empreenderes e em todos os teus projetos (1Reis 2,1-3). Ministro: Assim fala Davi: Vou seguir o caminho de todos. Todas as pessoas caminham para a morte. Temos que passar pela morte para alcanar a vida perfeita que Deus preparou para aqueles que o amam. Todos: A morte nos abre a porta para a verdadeira vida. Ministro: A morte apenas um estgio em nossa vida: nascemos, crescemos e morremos. Embora a morte seja algo natural, ela nos assusta. Entretanto, temos que aceit-la. Temos que aceitar a nossa morte e a morte das pessoas que amamos. S. Francisco exclamou, quando estava morrendo: Seja bem vinda a nossa irm morte. Quem quer encontrar-se com Deus tem que passar pela morte. Todos: A morte nos abre a porta para a verdadeira vida. Ministro: Devemos nos preocupar no tanto com a morte, mas com a nossa situao naquele momento decisivo. Feliz aquele que a morte o encontrar com o corao cheio de amor a Deus e aos irmos. Feliz aquele que durante a vida terrena escutou e cumpriu a palavra de Deus. Todos: Bem aventurados os mortos que morrem no Senhor. Ministro: Irmos e irms, ouamos o evangelho de Nosso Senhor
118
Jesus Cristo segundo Joo (14,1-4). Leitor: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discpulos: No se perturbe o vosso corao. Tendes f em Deus, tende f em mim tambm. Na casa de meu Pai h muitas moradas. Se assim no fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vs, e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais tambm vs. Palavra da Salvao. Todos: Glria a Vs, Senhor. Ministro: Faamos nosso ato de f. Todos: Creio em Deus Pai ... ORAES COMUNITRIAS Ministro: Rezemos por N. para que o Senhor o(a) receba na luz e na paz. Leitor: Para que repouse no amor e na paz. Todos: Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno. Leitor: Para que seja recebido na companhia de Maria e dos anjos. Todos: Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno. Leitor: Para que receba o perdo de seus pecados, que na sua fraqueza cometeu. Todos: Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno. Leitor: Para que Deus o recompense pelo bem que praticou. Todos: Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno. Leitor: Rezemos por todos ns, para que o Senhor nos livre da morte eterna. Todos: Livrai-nos, Senhor. Leitor: Da morte com maldade no corao. Todos: Livrai-nos, Senhor. Leitor: Da morte na inimizade, da morte sem preparao. Todos: Livrai-nos, Senhor. Ministro: Senhor, queremos rezar pelos familiares de N. Aumentai
119
sua f nesta hora de dor. Acolhei N. junto de Maria e dos santos. Concedei-lhe o repouso eterno na vossa luz. Por Cristo Senhor Nosso. Todos: Amm. Ministro: Nossa vida um presente de Deus. Vamos oferecer a Deus todo o bem que N. praticou e agradecer a Deus pelo tempo que viveu em nosso meio. Vamos pedir a Deus tambm por nossos idosos e doentes. Todos: Pai Nosso ... Ave-Maria ... Ministro: Oremos. Cristo, vs sois adorado no cu e na terra, em todo tempo e lugar. Sois a pacincia, a compaixo e a misericrdia; amais os justos, tendes piedade dos pecadores. Chamais todos os homens salvao e lhes prometeis os bens futuros: acolhei nossas oraes, conformai nossa vida vossa vontade; santificai as nossas almas e os nossos corpos, retificai os nossos pensamentos e tornaios vitoriosos na provao e na tristeza. Protegei-nos e abenoainos, para que cheguemos unidade na f e ao conhecimento de vossa glria. Vs que sois Deus, com o Pai, na unidade do Esprito Santo. Todos: Amm. Ministro: Que o Senhor nos abenoe e nos guarde. Que ele nos mostre a sua face e tenha piedade de ns. Que o Senhor volte para ns o seu olhar e nos d a paz. Que o Senhor nos abenoe em nome do Pai, do Filho e do Esprito Santo. Todos: Amm. Ministro: Que a paz do Senhor sempre permanea com todos. Assim seja. CELEBRAO DA ESPERANA III RITOS INICIAIS Ministro: Meus irmos, o sofrimento nos aparece nesta hora como reflexo de Cristo na cruz. Foi Jesus quem viveu intensamente o mistrio da dor por amor a todos ns. Unidos pela tristeza que nos invade, vamos pedir a presena de Deus Pai, de Jesus Cristo, do Esprito Santo e de Maria Me de Jesus, para que nos ajudem a
120
aceitar este acontecimento e tambm para que confortem com seu amor a famlia de nosso(a) irmo() N. Ministro: Para todos ns cristos, a morte no deixa de ser um sofrimento. Continua a ser clice amargo, difcil de ser aceito, mas nos conforta a certeza de que do outro lado desta vida h um Pai que nos espera de braos abertos. Prestemos ateno na leitura da Palavra de Deus que vamos ouvir. Nesta leitura, J lana seu grito de protesto contra a dor e o sofrimento. Mas ele no tem medo da morte, porque sabe que ir viver para sempre e contemplar a face de Deus. (J 19,23-27) Leitor: J tomou a palavra e disse: Gostaria que minhas palavras fossem escritas e gravadas numa inscrio com ponteiro de ferro e com chumbo, cravadas na rocha para sempre! Eu sei que o meu redentor est vivo e que, por ltimo, se levantar sobre o p; e depois que tiverem destrudo esta minha pele, na minha carne, verei a Deus. Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplaro, e no os olhos de outros. Palavra do Senhor. Todos: Graas a Deus. Ministro: Ns vivemos pouco tempo, os anos passam rpido e a vida cheia de lutas. Mas Deus nos acompanha. Diante da morte de nosso(a) irmo() N., que acreditava na Vida Eterna e que na hora do sofrimento teve sede do amor de Deus e que no mais ntimo do seu ser desejou ver o Pai, estar sempre em sua casa, vamos, inspirados no Salmo 42, juntos, rezar: Todos: A minha alma tem sede do Deus vivo. Quando irei ao encontro de Deus e verei vossa face, Senhor? Leitor: Senhor meu Deus, eu vos busco inquieto. Minha alma est sedenta de Vs, o meu corpo anseia por vos achar como a terra seca necessita de gua. Todos: A minha alma tem sede do Deus vivo. Quando irei ao encontro de Deus e verei vossa face, Senhor? Leitor: Sim, melhor que a vida a vossa graa. Os meus lbios vos bendizem. Quero louvar-vos ao longo de meus dias. Em vosso nome erguerei as minhas mos necessitadas do vosso amor e consolo.
121
Todos: A minha alma tem sede do Deus vivo. Quando irei ao encontro de Deus e verei vossa face, Senhor? Leitor: meu Deus, fostes sempre o meu auxlio. Ns nos alegramos sombra das vossas mos. Todos: A minha alma tem sede do Deus vivo. Quando irei ao encontro de Deus e verei vossa face, Senhor? Ministro: Deus Pai, que tanto amou seus filhos e que tambm nos ama, quis concretizar a nossa esperana na vida eterna. Escolheu a Virgem Maria para ser a me do seu Filho Jesus, que foi concebido pelo poder do Esprito Santo, e quando se encarnou, assumiu nossa humanidade e passou por todos os sofrimentos, at a morte e morte de cruz. Ele nos conquistou a vida eterna, o cu, a felicidade total e absoluta. EVANGELHO Ministro: Meus irmos, estamos nesta terra de passagem. No temos aqui morada permanente. Jesus promete um lugar na casa do Pai para todos aqueles que acreditam na sua ressurreio. Vamos ouvir o que Jesus vai nos dizer atravs do Evangelho escrito por Joo 14,1-6: Leitor: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discpulos: No se perturbe o vosso corao. Tendes f em Deus, tende f em mim tambm. Na casa de meu Pai h muitas moradas. Se assim no fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vs, e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais tambm vs. E para onde eu vou, vs conheceis o caminho. Tom disse a Jesus: Senhor, ns no sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho? Jesus respondeu: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ningum vai ao Pai seno por mim. Palavra da Salvao. Todos: Glria a vs, Senhor. ORAES COMUNITRIAS Ministro: Deus o Pai de todos ns, e nos ama individualmente. O Bom Pastor conhece as ovelhas e chama cada uma pelo seu nome.
122
No tenhamos medo: o Pai nos conhece, e providencia um lugar para cada um de ns. o amor que Ele tem para conosco que o faz agir assim: Ele nos levar consigo a fim de que estejamos para sempre onde Ele estiver. Como chegar at l? Sigamos a Cristo, que o caminho. Ouamos a Cristo que a verdade. Vivamos Cristo que a vida de nossa vida, o sopro vital que nos anima e impulsiona por meio de seu Esprito. Ns participamos dos sofrimentos de Cristo e dEle recebemos consolo em abundncia para fortalecer nossos irmos. Unidos, vamos fazer a nossa splica ao Pai. Leitor: Pelo(a) nosso(a) irmo() N. a fim que seja acolhido(a) nos braos do Bom Pastor. Todos: Senhor, atendei a nossa prece. Leitor: Para que suas obras sejam acompanhadas de nossas oraes. Todos: Senhor, atendei a nossa prece. Leitor: Para que lhe conceda a felicidade na companhia da Virgem Maria e dos santos. Todos: Senhor, atendei a nossa prece. Leitor: Para que aqueles que a morte surpreendeu afastados do amor de Cristo, a fim de que encontrem misericrdia e perdo. Todos: Senhor, atendei a nossa prece. Ministro: Pai, acolhe na vossa imensa bondade o(a) nosso(a) irmo)) N. que chamastes para junto de vs. Que N. tenha parte na ressurreio de Jesus e que um dia possamos nos reencontrar com ele(a) na vossa casa. Por Cristo Senhor Nosso. Todos: Amm. Ministro: A presena salvadora de Deus revela-se onde a f nos sustenta, onde a esperana nos encoraja e onde amadurecemos sob a dor, reassumindo a vida de cada dia. Pedindo o descanso eterno de nosso(a) irmo(a) falecido(a) e a fora para enfrentarmos a nossa vida, rezemos com f a orao que Jesus nos ensinou: Todos: Pai Nosso ... Ministro: Maria, me de Jesus e nossa, pedimos-te: segura a mo do(a) teu(tua) filho(a) N. que foi chamado pelo Pai do cu e
123
acompanha-o(a) ao Reino Eterno. Rezemos juntos: Todos: Ave-Maria ... Ministro: Senhor, ajudai-nos a enxergar o vosso poder salvador em nossa fraqueza e a ressurreio na morte. Ajudai-nos a enriquecer os dias de nossa vida levando a generosidade onde reina o egosmo, o consolo onde h tristeza, a coragem e o esprito de doao onde h medo e cansao. Todos: Amm. Ministro: Que o Senhor nos abenoe e nos guarde. Que ele nos mostre a sua face e tenha piedade de ns. Que o Senhor volte para ns o seu olhar e nos d a paz. Que o Senhor nos abenoe em nome do Pai, do Filho e do Esprito Santo. Todos: Amm. Ministro: Que a paz do Senhor sempre permanea com todos. Assim seja. CELEBRAO DE EXQUIAS DE CRIANA CNTICO INICIAL Senhor, quem entrar no santurio pra te louvar? (bis) Quem tem as mos limpas, e o corao puro Quem no vaidoso e sabe amar. (bis) Ou: Ministro: Iluminai-o(a), Senhor, com a vossa luz. Todos: Iluminai-o(a), Senhor, com a vossa luz. Ministro: Dai-lhe, Senhor, o descanso eterno. Todos: E a luz perptua o(a) ilumine. Ministro: Quem viveu na justia, ser lembrado para sempre, no precisa recear os homens. ACOLHIDA Ministro: Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Todos: Amm.
124
Ministro: A fora e a consolao, o amor e a bno de Deus, nosso Pai, e de Jesus Cristo, nosso Senhor, estejam sempre conosco. Todos: Bendito seja Deus, que nos reuniu nos amor de Cristo. INVOCAO INICIAL Ministro: Invoquemos, irmos e irms, a misericrdia do nosso Deus e Pai para que acolha, no seu Reino Celeste, a esta criana que foi chamada para junto de dEle. (Breve silncio). Ministro: Senhor Deus, princpio e fim de todas as coisas, tende piedade dela! Todos: Senhor, tende piedade dela! Ministro: Cristo Jesus, vs que enfrentastes a morte e ressurgistes para que tenhamos a vida em abundncia, tende piedade dela! Todos: Cristo, tende piedade dela! Ministro: Esprito Santo, vs que iluminais todos os homens e sois o consolo dos que sofrem, tende piedade dela! Todos: Senhor, tende piedade dela! Ministro: Oremos: Concedei, Senhor, a felicidade e a glria eterna a N. que chamastes deste mundo ainda no incio de vida; mostrai, Senhor, para ele(a) a vossa misericrdia acolhendo-o(a) entre os vossos santos, onde se cantam eternamente os vossos louvores. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Esprito Santo. Todos: Amm. PALAVRA DE DEUS Ministro: Ouamos a proclamao do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (19,13-15). Naquele tempo, levaram crianas a Jesus, para que impusesse as mos sobre elas e fizesse uma orao. Os discpulos, porm, as repreendiam. Ento Jesus disse: Deixai as crianas, e no as proibais de virem a mim, porque delas o Reino dos Cus. E depois de impor as mos sobre elas, Jesus partiu dali. Palavra da Salvao.
125
Todos: Glria a Vs, Senhor. (Outros textos: Mt 11,25-30; Sb 4,7-15; Is 15,6a.7-8a). BREVE COMENTRIO DA PALAVRA PRECES Ministro: Irmos e irms, elevemos confiantes nossas preces ao Pai todo-poderoso que ouviu a voz de seu Filho amado sobre a cruz quando lhe apresentava suas oraes e splicas com grito e lgrimas: Ministro: Por esta criana que hoje entregamos nas mos de nosso Deus, para que contemple seu rosto glorioso e participe da alegria eterna, rezemos ao Senhor: Todos: Senhor, escutai a nossa prece! Ministro: Para que o Senhor, que chorou sobre o tmulo de seu amigo Lzaro e se compadeceu diante das lgrimas da viva de Naim, que chorava a morte de seu filho nico, compadea-se tambm dos pais de N., rezemos ao Senhor: Todos: Senhor, escutai a nossa prece! Ministro: Para que o Senhor lhes conceda a fora necessria para superar o sofrimento, a fim de que encontrem na f o consolo e esperana, rezemos ao Senhor: Todos: Senhor, escutai a nossa prece! Ministro: Por todos os que morreram na esperana da ressurreio, para que Deus os ilumine com a luz da sua face, rezemos ao Senhor: Todos: Senhor, escutai a nossa prece! Ministro: Por todos ns, aqui reunidos, para que tenhamos a alegria de tambm participarmos um dia da alegria eterna junto de Deus e de seus anjos e santos, rezemos ao Senhor: Ministro: Concluamos nossos pedidos e splicas, com a orao que o Senhor Jesus nos ensinou, pedindo que se faa a vontade do Pai em nossas vidas, dizendo todos juntos: Todos: Pai nosso...
126
(a seguir, oraes para uma criana batizada:) Ministro: nosso Deus e Pai bondoso, em vosso plano de amor quisestes chamar a si este(a) menino(a) ainda no desabrochar da vida, a quem adotastes como filho(a) no Batismo, ouvi bondoso nossas splicas e concedei-nos a graa de um dia estarmos todos reunidos no vosso Reino Eterno. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amm. RITO DE ENCOMENDAO E DESPEDIDA Ministro: Irmos e irms, Deus, em sua providncia, chamou a si N. que j adotara como filho(a) pelo Batismo. Este corpo que hoje confiamos terra vai desabrochar na ressurreio para uma vida nova que jamais ter fim. Na firme esperana dessa vida em que j entrou esta criana renascida pelo Batismo, roguemos a Deus que console seus pais e parentes e desperte em todos ns o desejo do cu. (Breve silncio. Depois, asperge-se o caixo, rezando ou cantando a seguinte antfona:) Ministro: Creio que meu Redentor vive e que Ele me ressuscitar no ltimo dia. Todos: Creio que meu Redentor vive e que Ele me ressuscitar no ltimo dia. Ministro: Em minha prpria carne verei a Deus, meu Salvador. Eu mesmo o verei, e no outro. Todos: Creio que meu Redentor vive e que Ele me ressuscitar no ltimo dia. Ministro: Tenho esta esperana no corao: eu contemplarei com meus olhos, o meu Deus e Salvador. Todos: Creio que meu Redentor vive e que Ele me ressuscitar no ltimo dia. Ministro: Consolai, Deus de bondade, estes vossos filhos. Como destes a N., purificado(a) pelo Batismo, participar da vida eterna, dai-nos tambm gozar com ele(a) da eterna alegria. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amm.
127
(a seguir, oraes para uma criana no batizada:) Ministro: Acolhei, Deus, as splicas dos vossos fiis. Vs permitis que estes pais sejam oprimidos pela saudade do(a) filho(a) que lhes foi arrebatado. Concedei-lhes que sejam reanimados pela esperana da vossa misericrdia. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amm. RITO DE ENCOMENDAO E DESPEDIDA Ministro: Irmos e irms, recomendemos a Deus N. Unidos na caridade, rezemos por estes pais que choram a morte de seu(sua) filho(a) e o(a) confiaram misericrdia de Deus. (Breve silncio. Depois asperge-se o caixo, rezando ou cantando a seguinte antfona:) Ministro: Confia minhalma no Senhor, nele est a minha esperana. Todos: Confia minhalma no Senhor, nele est a minha esperana. Ministro: No Senhor ponho minha esperana, espero em sua Palavra. Todos: Confia minhalma no Senhor, nele est a minha esperana. Ministro: Pois no Senhor se encontra toda graa e copiosa redeno. Todos: Confia minhalma no Senhor, nele est a minha esperana. Ministro: Deus, conheceis os nossos coraes e nos consolais como Pai. Vs conheceis a f destes pais. Dai-lhes crer que entregaram vossa misericrdia o(a) filho(a) que hoje esto chorando. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amm. INVOCAO SANTA ME DE DEUS Ministro: Imploremos, irmos e irms, a intercesso da Santa Me de Deus e nossa, em favor desta criana hoje falecida, dizendo todos juntos: Todos: Salve Rainha, Me de misericrdia, vida, doura, esperana
128
nossa, salve! A vs bradamos, os degredados filhos de Eva. A vs suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lgrimas. Eia, pois, Advogada Nossa, esses vossos olhos misericordiosos a ns volvei, e, depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, clemente, piedosa, doce Virgem Maria. Ministro: Rogai por ele(a), santa Me de Deus. Todos: Para que ele(a) seja digno(a) das promessas de Cristo! Ministro: vossa proteo recorremos, Santa Me de Deus, no desprezeis nossas splicas em nossas necessidades, mas livrainos sempre de todos os perigos, Virgem Gloriosa e Bendita, Senhora nossa, Advogada Nossa, orai por ns a Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso. Todos: Amm. BNO FINAL Ministro: O Senhor esteja conosco! Todos: Ele est no meio de ns! O ministro, fazendo o sinal da cruz, diz: Ministro: O Senhor nos abenoe, guarde-nos de todo mal e nos conduza vida eterna. Todos: Amm. Ministro: Sepultai esta criana com amor e grande confiana em Deus, pois Ele nos ama e sempre nos conforta nas tribulaes. Vamos em paz e o Senhor nos acompanhe. Todos: Graas a Deus. O que falar depois da leitura da Palavra de Deus nos velrios e encomendaes? Caso o MECE no se sinta em condies de dizer algumas palavras pode servir-se, eventualmente, de duas sugestes que damos abaixo:
129
1 - A ESPERANA QUE NOS VEM PELA PALAVRA DE DEUS Diante da uma dor to grande como esta de perder uma pessoa da famlia, as nossas palavras parecem perder a fora e o significado. De fato, muitos de ns, ao abraar os parentes da pessoa falecida, no sabemos nem mesmo o que dizer. Muitos preferem deixar que o silncio fale por si s. A nica Palavra que nos d segurana, neste momento, a Palavra de Deus. Certa vez, quando Jesus havia anunciado aos discpulos o que significava segui-lo, isto , acreditar nEle, abraar, com amor, a cruz, as dores, as dificuldades com amor e ir em frente, muitos o abandonaram e no o seguiram mais. Ento Jesus disse aos doze discpulos: Vocs tambm querem ir embora? E Simo Pedro respondeu: A quem iremos, Senhor? S tu tens Palavras de vida eterna (Jo 6,66-68). Sim, s Deus tem palavras de vida eterna, como essas que h pouco ouvimos. E mais: Jesus falou: Os cus e a terra passaro, mas as minhas palavras no passaro (Mc 13,31). Ns passamos, mas a Palavra de Deus permanece sendo verdade para sempre. Por isso, conforta-nos saber que Deus reservou para ns um lugar l no cu, e isso quem nos garante o prprio Deus na sua Palavra: No se perturbe o vosso corao. Na casa de meu Pai h muitas moradas, vou preparar-vos um lugar. Tomar-vos-ei comigo, para que onde eu estou tambm vs estejais (Cf. Jo 14,1-6). E outras passagens na Bblia vm em nosso auxlio neste momento. Ouamos: - Diz o profeta Isaas: O Senhor Deus eliminar para sempre a morte e enxugar as lgrimas de todas as faces (Is 25,8). - E So Paulo Apstolo: Se Deus por ns, quem ser contra ns? Quem nos separar do amor de Cristo? Tribulao? Perseguio? Angstia? Fome? Perigo? Espada? Mas, em tudo isso somos mais que vencedores, graas quele que nos amou! Tenho a certeza de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem o presente, nem o futuro, nem as foras csmicas, nem outra qualquer criatura ser capaz de nos separar do amor de Deus por ns, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor (Cf. Rm 8,35.37-39).
130
- E Jesus mesmo nos garante: Eu sou a ressurreio e a vida. Quem cr em mim, mesmo que morra, viver (Jo 11,25). Que estas palavras que ouvimos e acolhemos em nosso corao possam nos confortar. Que assim seja. Amm. 2 - ATO DE ESPERANA Jesus Cristo a nossa esperana, agora e na hora de nossa morte. Contagiados pela sua palavra aguardamos a vida nova que vai brotar de nossas cinzas. Acreditamos que a morte ''passagem'' do nosso ser, de um corpo perecvel para um corpo marcado com o selo da imortalidade. Sabemos que o nosso corpo no pode sobreviver ao tempo, j que foi construdo aqui na terra. Esperamos por outro, que jamais perecer, j que construdo no cu, semelhana daquele que Jesus mesmo recebeu ao ressuscitar, primcias da nova humanidade. Essa ''passagem'' mistrio incompreensvel para ns. Mas mistrio de esperana, no de tristeza, mistrio de vida, no de morte. Mistrio que d sentido nossa existncia humana, ao nosso peregrinar e sofrer por este mundo. Jesus disse que toda semente jogada ao cho precisa primeiro morrer para depois ressuscitar: Se o gro de trigo que cai na terra no morre, ele fica s. Mas, se morre, produz muito fruto (Jo 12,24). A semente que morre no corao da terra, depois de pouco tempo, volta luz do sol, de roupagem nova e cores festivas. Se a erva do campo e as flores do jardim morrem e renascem, por que o ser humano, uma vez ferido pela morte, no pode tambm se levantar de novo brilhante e festivo para a vida eterna? Ao espalhar a semente pela terra, o agricultor anda firme na esperana de que ela voltar de novo luz, trazendo alimento mesa e alegria ao corao. Nossa esperana de renascer para a Vida Nova mais fundamentada que a do semeador, porque ele se baseia nas leis da natureza, ns nos fundamentamos em Deus, na sua palavra, nas suas promessas, na vitria dele sobre a morte (Cf. Folheto ''O Domingo'' Celebrao da Esperana, Pe. Virgilio ssp).
131
132
Captulo
11
PRECES Ministro: Carssimos irmos e irms, implorando a bno do Senhor sobre a vossa famlia, tenhamos diante dos olhos que uma unio estvel s poder se conservar e aumentar, quando tiver o prprio Senhor como seu autor. Vamos, portanto, invoc-lo e digamos: Todos: Permanecei conosco, Senhor! Ministro: Por esta famlia, que hoje visitamos, para que viva sempre na presena do Senhor, colhendo suas graas e bnos, rezemos: Ministro: Para que a sade e a paz reinem no corao de todos, rezemos: Ministro: Para que o Senhor abenoe os empreendimentos desta famlia, rezemos: Ministro: Para que esta famlia seja firme na f e participante assdua da vida da comunidade, rezemos: Ministro: Com amor e confiana, rezemos a orao que o Senhor ensinou: Todos: Pai nosso... Ministro: Senhor, ns vos suplicamos, visitai esta casa e afastai para longe dela todas as ciladas do inimigo, venham habitar aqui os vossos santos anjos, para guardar esta famlia, na paz, alegria e sade. Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Todos: Amm. Ministro: Invoquemos irmos e irms, a intercesso da Santa Me de Deus em favor desta famlia, rezando todos juntos: Todos: Salve Rainha... (durante a orao, asperge-se a casa).
134
Captulo
12
Rito para instituio de um MECE
O conferimento pode ser durante ou fora da Missa, pelo Ordinrio do Lugar, ou pelo proco ou um sacerdote delegado, com a presena do povo. QUANDO O RITO REALIZADO DURANTE A MISSA No incio da Santa Missa, aps a saudao inicial do celebrante, este pede que se proceda leitura do documento de nomeao. Depois da homilia, na qual fala aos fiis sobre a razo pastoral do encargo na assemblia dos fiis, o sacerdote apresenta ao povo o eleito para ministro extraordinrio da sagrada comunho, com as seguintes palavras (ou semelhantes): Por indulto da S Apostlica e aprovao do Bispo Diocesano conferido ao nosso irmo ( nossa irm) N. um encargo, a saber, o de distribuir a sagrada comunho a si e aos outros, levar o sagrado Vitico aos moribundos, celebrar a esperana quando acompanha os velrios. Tu, porm, irmo (irm), que s designado para um encargo to grande, esfora-te acima de todos por distinguir-te pela vida crist, pela f e pelos costumes, e por viver intensamente deste mistrio, pelo qual a unidade da Igreja convenientemente significada e admiravelmente realizada. Como sabes que, comendo o Corpo de Cristo e bebendo o seu Sangue, ns anunciamos a morte do Senhor at que ele venha, converte as tuas obras em oblaes espirituais, aceitveis a Deus por Jesus Cristo. Distribuindo a Eucaristia, visitando os doentes e acompanhando os
135
velrios, procura exercer intensamente a caridade, segundo o preceito do Senhor, o qual, ao se entregar pelos seus discpulos, ordenou-lhes que se amassem uns aos outros e, de joelhos, diante deles, lavou-lhes os ps a cada um. Depois da alocuo, o eleito fica de p diante do celebrante, o qual o interroga com estas palavras: - Queres assumir o encargo que te confiado, de apresentar a teus irmos o Corpo do Senhor, para servio e edificao da Igreja? - Quero. - Queres viver mais intensamente do mesmo Po da Vida e conformar a tua vida ao sacrifcio de Cristo? - Quero. - Queres dedicar todo cuidado e reverncia em guardar, administrar e distribuir a Eucaristia? - Quero. Ento o celebrante levanta-se e profere esta bno sobre o ministro ajoelhado diante dele: Deus onipotente, de toda a graa e de toda a bno, digne-se abenoar-te para o encargo de distribuir o Corpo de Cristo, a fim de que, distribuindo fielmente o po da vida a teus irmos, mereas ter parte no convvio deste sacramento. Por Cristo, nosso Senhor. O eleito, em p, como resposta de entrega e confiana a Deus, recita a orao do MECE que se encontra no final deste manual. Todos: Amm. Na orao dos fiis haja uma invocao pelo ministro recm-eleito. Na procisso das ofertas, o ministro traz o cibrio com as partculas e, na comunho, recebe e Eucaristia sob ambas as espcies. QUANDO O RITO REALIZADO FORA DA MISSA Se o rito se realiza fora da Missa, estando o povo reunido, canta-se um canto conveniente. A seguir, o que preside a celebrao, aps a leitura do documento de nomeao, profere breve alocuo, conforme o que foi dito acima, na qual instrui o povo sobre a razo pastoral deste encargo na comunidade, e apresenta o eleito para o
136
ministrio extraordinrio da comunho e da esperana, usando as mesmas palavras (ou semelhantes) quando o rito realizado durante a missa. Segue-se o convite para a orao, a orao silenciosa de toda a assemblia litrgica e a invocao daquele que preside a celebrao, como acima. A seguir faz-se a orao dos fiis, na qual se faz um pedido pelo ministro recm-eleito, d-se a bno final e celebrao se conclui com um canto apropriado.
137
138
Cantos
SALMO 22 1 - Pelos prados e campinas verdejantes eu vou / o Senhor que me leva a descansar / junto s fontes de guas puras repousantes eu vou / minhas foras o senhor vai animar. Refro: Tu s senhor o meu pastor / por isso nada em minha vida faltar / Tu s senhor o meu pastor por isso nada em minha vida faltar. 2 - Nos caminhos mais seguros junto d'Ele eu vou / e pra sempre o seu nome eu honrarei / se eu encontro mil abismos nos caminhos eu vou / segurana sempre tenho em suas mos. 3 - Ao banquete em sua casa muito alegre eu vou / um lugar em sua mesa me preparou / ele unge minha fronte e me faz ser feliz / e transborda minha taa em seu amor. 4 - Com alegria e esperana caminhando eu vou / minha vida est sempre em suas mos / e na casa do Senhor eu irei habitar / e este canto para sempre irei cantar. E QUANDO AMANHECER 1 - Antes da morte e ressurreio de Jesus, / Ele, na Ceia, quis se entregar: / Deu-se em comida e bebida pra nos salvar. Refro: E quando amanhecer o dia eterno, / a plena viso, ressurgiremos por crer / nesta vida escondida no po. 2 - Para lembrarmos a morte, a cruz do Senhor, / ns repetimos, como Ele fez: / Gestos, palavras, at que volte outra vez. 3 - Este banquete alimenta o amor dos irmos, / e nos prepara a glria do cu; / Ele a fora na caminhada pra Deus. 4 - Eis o Po vivo mandado a ns por Deus Pai! / Quem O recebe, no morrer; / No ltimo dia vai ressurgir, viver.
139
5 - Cristo est vivo, ressuscitou para ns! / Esta verdade vai anunciar / toda terra, com alegria, a cantar. POR SUA MORTE 1 - Por sua morte, a morte viu o fim, / do sangue derramado a vida renasceu. / Seu p ferido nova estrada abriu, / e neste Homem, o homem, enfim se descobriu. Refro: Meu corao me diz: / O amor me amou, / e se entregou por mim! / Jesus ressuscitou! / Passou a escurido, / o sol nasceu! A vida triunfou: / Jesus ressuscitou! 2 - Jesus me amou e se entregou por mim! / Os homens todos podem o mesmo repetir. / No temeremos mais a morte e a dor, / o corao humano em Cristo descansou. TO SUBLIME 1 - To sublime Sacramento / adoremos neste altar, / pois o Antigo Testamento / deu ao Novo seu lugar / Venha a f por suplemento / os sentidos completar. 2 - Ao Eterno Pai cantemos, / e a Jesus, o Salvador, / ao Esprito exaltemos, / na Trindade, eterno amor. / Ao Deus Uno e Trino demos / a alegria do louvor. / Amm! Amm! GLRIA A JESUS NA HSTIA SANTA 1 - Glria a Jesus na Hstia Santa / que se consagra sobre o altar / e aos nossos olhos se levanta / para o Brasil abenoar! Refro: Que o Santo Sacramento, / que o prprio Cristo Jesus, / seja adorado e seja amado / nesta terra de Santa Cruz! 2 - Glria a Jesus, prisioneiro / do nosso amor a esperar, / l no sacrrio o dia inteiro, / que O vamos todos procurar. 3 - Glria a Jesus, Deus escondido, / que, vindo a ns, na Comunho, / purificado, enriquecido, deixa-nos sempre o corao. COM MINHA ME ESTAREI 1 - Com minha me estarei / Na santa glria um dia / Ao lado de Maria / No cu triunfarei.
140
Refro: No cu, no cu com minha me estarei (2X) 2 - Com minha me estarei / Aos anjos me ajuntando / do Onipotente ao mando / hosanas lhe darei. 3 - Com minha me estarei / e sempre neste exlio / de seu piedoso auxlio / com f me valerei. MARIA DE NAZAR 1 - Maria de Nazar, Maria me cativou / Fez mais forte a minha f / E por filho me adotou / As vezes eu paro e fico a pensar / E sem perceber, me vejo a rezar / E meu corao se pe a cantar / Pra Virgem de Nazar / Menina que Deus amou e escolheu / Pra me de Jesus, o Filho de Deus / Maria que o povo inteiro elegeu / Senhora e Me do Cu. Refro: Ave Maria (3X), Me de Jesus! 2 - Maria que eu quero bem, Maria do puro amor / Igual a voc, ningum / Me pura do meu Senhor / Em cada mulher que a terra criou / Um trao de Deus Maria deixou / Um sonho de Me Maria plantou / Pro mundo encontrar a paz / Maria que fez o Cristo falar / Maria que fez Jesus caminhar / Maria que s viveu pra seu Deus / Maria do povo meu. PELAS ESTRADAS DA VIDA 1 - Pelas estradas da vida, nunca sozinho ests / Contigo pelo caminho Santa Maria vai. Refro: vem conosco, vem caminhar, Santa Maria, vem. (bis) 2 - Se pelo mundo os homens sem conhecer-se vo / No negues nunca a tua mo, a quem te encontrar. 3 - Mesmo que digam os homens, "Tu nada podes mudar" / luta por um mundo novo, de unidade e paz. 4 - Se parecer tua vida intil caminhar, lembra que abres caminho / outros te seguiro. IMACULADA Imaculada, Maria de Deus / corao pobre acolhendo Jesus / Imaculada, Maria do povo / Me dos aflitos que esto junto cruz!
141
1 - Um corao que era "sim" para a vida / um corao que era "sim" para o irmo / um corao que era "sim" para Deus / Reino de Deus renovando este cho. 2 - Olhos abertos pra sede do povo / passo bem firme que o medo desterra / mos estendidas que os tronos renegam / Reino de Deus que renova esta terra. 3 - Faa-se, Pai, vossa plena vontade / que os nossos passos se tornem memria / do amor fiel que Maria gerou / Reino de Deus atuando na Histria. SENHOR QUEM ENTRAR? 1 - Senhor, quem entrar no santurio / pra te louvar? (2X) Quem tem as mos limpas / e o corao puro, / quem no vaidoso / e sabe amar (2X). 2 - Senhor, eu quero entrar no santurio / pra te louvar (2X). d-me mos limpas / e um corao puro, / arranca a vaidade, / ensina-me a amar (2X). 3 - Senhor, j posso entrar no santurio/ pra te louvar (2X). Teu sangue me lava, / teu fogo me queima, / o Esprito Santo / inunda meu ser (2X). VS SOIS O CAMINHO 1 - Vs sois o caminho, a verdade e a vida / o Po da alegria descido do cu. 2 - Ns somos caminheiros que marcham para o cu / Jesus o caminho que nos conduz a Deus. 3 - Da noite da mentira, das trevas para a luz / Busquemos a verdade, verdade s Jesus. 4 - Pecar no ter vida, pecar no ter luz / Tem vida s quem segue os passos de Jesus. 5 - Jesus, verdade e vida, caminho que conduz / a Igreja peregrina que marcha para a luz. PROVA DE AMOR Refro: Prova de amor maior no h, que doar a vida pelo irmo.
142
1 - Eis que eu vos dou o meu novo mandamento / Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado. 2 - Vs sereis os meus amigos, se seguirdes meus preceitos / Amaivos uns aos outros, como Eu vos tenho amado. 3 - Como o Pai sempre me ama, assim tambm, eu vos amei / Amaivos uns aos outros, como eu vos tenho amado. 4 - Permanecei no meu amor e segui meu mandamento / Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado. 5 - E chegando a minha pscoa, vos amei at o fim / Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado. SEGURA NA MO DE DEUS 1 - Se as guas do mar da vida quiserem te afogar / Segura na mo de Deus e vai / Se as tristezas desta vida quiserem te sufocar / segura na mo de Deus e vai. Refro: Segura na mo de Deus / segura na mo de Deus / pois ela, ela te sustentar / No temas segue adiante e no olhes para trs / Segura na mo de Deus e vai. 2 - Se a jornada pesada e te cansas da caminhada / Segura na mo de Deus e vai / Orando, jejuando, confiando e confessando / Segura na mo de Deus e vai. 3 - O Esprito do Senhor sempre te revestir / Segura na mo de Deus e vai / Jesus Cristo prometeu que jamais te deixar / Segura na mo de Deus e vai.
143
144
Mateus Moreira, estando ainda vivo, foi-lhe arrancado o corao pelas costas, e ele morreu exclamando: Louvado seja o Santssimo Sacramento! O belssimo testemunho de f na Eucaristia, confessado na hora da morte, foi lembrado pelo Papa Joo Paulo II na homilia de encerramento do XII Congresso Eucarstico Nacional, em Natal (RN), em 1991, e tambm na missa de beatificao. Que o testemunho de f de Mateus Moreira possa servir de encorajamento e exemplo para os Ministros Extraordinrios da Comunho e da Esperana da nossa Diocese.
146
Orao do MECE
Senhor, eu vos agradeo Pela graa que me destes De ser Ministro Extraordinrio da Comunho e da Esperana. Poderei assim distribuir a Eucaristia para alimentar meus irmos E acompanhar os velrios para consolar as famlias enlutadas. Como grande o vosso amor: Me tornastes vosso filho pelo Batismo E testemunha de Jesus Cristo pela Crisma. Sou alimentado pelo Corpo e Sangue de vosso Filho E agora posso, em nome da Igreja, quando necessrio, Lev-lo aos meus irmos na f. Com grande humildade eu vos peo: Dai-me os dons do vosso Esprito Santo Para que, no desempenho de minhas funes, Eu seja um instrutor dcil em vossas mos. Fazei, Senhor, que, em unidade com o proco, Eu me coloque, de corpo e alma, A servio de minha comunidade. Que este ministrio no seja para mim um motivo de orgulho, Mas que me leve a vos amar mais, e assim, A exemplo de Maria, Me da Divina Graa, eu vos bendiga sempre: A minha alma engrandece ao Senhor, e se alegrou o meu Esprito em Deus, meu Salvador (Lc 1,46-47). Assim seja!
147
148
Referncias Bibliogrfica
ARQUIDIOCESE DO RIO DE JANEIRO, Manual para Ministros Extraordinrios da Comunho. Rio de Janeiro, 2005. BENTO XVI, Exortao Apostlica Ps-Sinodal Sacramentum Caritatis, 2007. CNBB, Animao da vida litrgica no Brasil, doc. 43, Itaici, 1989. CNBB, Orientaes para celebrao da Palavra de Deus, doc. 52, Itaici, 1994. CONGREGAO DO CULTO DIVINO. Diretrio sobre Celebraes Dominicais, na ausncia de presbteros, 1988. CONGREGAO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS, Instruo Redemptionis Sacramentum, 2004. CRISTOVAM IUBEL, Conversando com voc, Ministro Extraordinrio da Sagrada Comunho. Po e Vinho, Guarapuava 2003. CRISTOVAM IUBEL, Manual do Ministro Extraordinrio da Sagrada Comunho e das Exquias. Po e Vinho, Guarapuava, 2008. DIOCESE DE PONTA GROSSA, Diretrio Litrgico. Ponta Grossa, 2006. DIOCESE DE TOLEDO, Manual dos Ministros Auxiliares da Comunidade. Toledo, 2006. Documento de Aparecida 2007. ERNESTO N. ROMAN, A Eucaristia para o povo. Paulus, So Paulo, 2005. Instruo acerca de algumas questes sobre a colaborao dos fiis leigos no sagrado ministrio dos sacerdotes. Instruo Geral sobre o Missal Romano. JOO PAULO II, Carta Apostlica Novo Millennio Ineunte, 2001. JOO PAULO II, Carta Encclica, Ecclesia de Eucharistia, 2003. JOO PAULO II, Exortao Apostlica Ps-Sinodal, Christifidelis Laici, 1988. JOO PAULO II, Exortao Apostlica, Familiaris Consortio, 1981. JOS ALDAZBAL, Gestos e Smbolos, Edies Loyola, So Paulo 2005. Nossa Pscoa. Subsdios para a celebrao da Esperana. Paulus, So
149
Paulo, 2003. PEDRINI ALRIO, Ministros da Eucaristia. Formao Ministerial. Edies Loyola, So Paulo, 2003. Ritual das Exquias. SANTO AGOSTINHO, Sermo 172. O cuidado devido aos mortos. Paulus, So Paulo 1990. SRGIO FERREIRA DE ALMEIDA, Celebraes na Ausncia do Presbtero, Editora Vozes, So Paulo, 2008. VALTER M. GOEDERT, Orientaes para Ministros Extraordinrios da Comunho. Edies Paulinas, So Paulo, 1991.
150
NDICE
Apresentao ..................................................................................03 Introduo .......................................................................................05 Cap. 1: Questes freqentes sobre a Eucaristia............................09 O que a Eucaristia? ........................................................................09 Como Jesus est presente na Eucaristia? ........................................09 A frao do po divide Cristo? ...........................................................09 Jesus est dividido, metade no corpo e metade no sangue? ..............09 Por que normalmente se d a comunho sob a espcie de po e no de vinho? ...........................................................................10 At quando continua a presena eucarstica de Cristo? ....................10 Quando a Igreja exige que se participe da Santa Missa? ...................10 O que se requer para receber a Santa Comunho? ...........................10 Qual significado das letras JHS inscritas nas hstias? ......................10 O que significa o XP que aparece em algumas hstias? ....................11 Em que consiste a transubstanciao? .............................................11 Mudana de substncia, por que o po e o vinho no perdem a aparncia que lhes prpria? .........................................................11 A missa do sbado vale para o domingo? ..........................................11 A missa assistida pela TV atende o preceito dominical? ....................11 Quando a hstia Santa prende-se ao cu da boca isto significa que a pessoa estava em pecado? .....................................................12 Qual a importncia que o MECE pode dar aos milagres eucarsticos? ....................................................................................12 Cap. 2: Os ministrios na Igreja .....................................................13 O que significa a palavra ministrio? .................................................13 Como surgiram os ministrios na Igreja? ..........................................13 O Conclio Vaticano II impulsionou os ministrios na Igreja? .............14
151
Os ministrios constituem uma forma de evangelizar? ......................15 Quantos e quais so os ministrios? .................................................15 Quais so as principais funes dos ministros ordenados na comunidade eclesial? .......................................................................16 Qual a funo dos leigos na Igreja? ................................................17 Os Ministros Extraordinrios da Eucaristia so citados nos documentos? ...................................................................................18 Histrico dos Ministros Extraordinrios da Comunho e da Esperana na Diocese de Ponta Grossa............................................18 Cap. 3: O Ministro Extraordinrio da Comunho e da Esperana ...............................................................................21 Quem o MECE? ..............................................................................21 Por que foi institudo o ministrio dos MECEs? ..................................22 Quais so os critrios bsicos para que algum seja admitido ao ministrio de MECE? ...................................................................22 Quais so as exigncias para que algum seja admitido ao ministrio de MECE? .........................................................................23 O que cabe ao MECE fazer? .............................................................23 Quais so as principais qualidades em que o MECE precisa se destacar? .....................................................................................25 Em quais virtudes o MECE precisa se exercitar? ...............................30 Quais conselhos a Igreja d ao MECE? ............................................34 O que o MECE no deve ser? ...........................................................35 O MECE recebe algum salrio? ........................................................36 O MECE pode exercer o seu ministrio fora da sua parquia? ...........36 O MECE participa dos Conselhos Pastorais? ...................................36 O que fazer quando acontece um desentendimento entre um MECE e outro? .................................................................................37 E se o MECE estiver encrencado com os seus parentes ou vizinhos? ..........................................................................................37 E se o MECE transferiu-se de uma outra parquia ou diocese, pode exercer o ministrio em sua nova comunidade? ........................37 O MECE pode exercer o seu ministrio sem o jaleco? ........................37 Como deve ser o jaleco? ...................................................................38 Como deve ser a aparncia do MECE? ............................................38
152
Pessoas que vivem unies irregulares podem ser MECEs? ..............38 O esposo e a esposa podem ser ministros ao mesmo tempo? ...........38 Quanto dura a proviso do MECE? ...................................................38 Quem est h mais de nove anos o que deve fazer? .........................39 E se o MECE estiver exercendo o seu servio e quiser parar, como fazer? ......................................................................................39 O MECE pode candidatar-se a cargos polticos? ...............................39 De quanto em quanto tempo os MECEs devem se reunir? ................39 Que temas deveriam ser abordados na formao dos novos ministros? .........................................................................................40 Como deve ser feita a reciclagem? ...................................................40 O MECE uma bno? ...................................................................40 Cap. 4: A distribuio da Comunho ............................................41 Como deve ser concretamente a distribuio da comunho? ............41 O que fazer quando cai alguma partcula no cho? ...........................41 Estando presente o sacerdote o MECE pode comungar sozinho? ....42 Como devem ser dispostas as mos para receber a Comunho? .....42 Se algum insiste em receber a comunho na boca, deve-se for-lo a receber na mo? ................................................................42 Se estiverem presentes muitos sacerdotes na Igreja os MECEs devem distribuir a Comunho? .........................................................43 Se tiver muita gente para receber a comunho e no tiver nenhum MECE o sacerdote pode pedir para algum ajud-lo? ......................43 Qual deve ser a atitude interior do MECE enquanto distribui a Comunho?....................................................................................43 Quais cuidados devem-se ter com o corporal? ..................................44 Como lavar o corporal e o sangneo? ..............................................44 Pode-se receber a Eucaristia duas vezes no mesmo dia? .................44 O jejum eucarstico deixou de existir? ...............................................44 O que fazer quando na fila da comunho vem uma pessoa embriagada? ....................................................................................45 Uma pessoa que est divorciada, mas que vive uma vida casta pode comungar? ..............................................................................45 Quem casado somente no civil pode comungar? ............................45 Pessoas que vivem em segunda unio podem comungar? ...............46
153
E quando na fila da comunho vem uma pessoa conhecida que est em situao isto , vive uma segunda unio ou est amasiada? ........46 Que tipo de comunho com Deus essas pessoas podem desenvolver? ....................................................................................47 Que pecados me impedem de comungar sem confessar? ................47 Cap. 5: Questes ligadas conservao da Eucaristia e o espao sagrado ..............................................................................49 Quais so as recomendaes prticas a respeito da igreja em que se conserva a Eucaristia? ..........................................................49 Qual orientao que a Igreja nos d sobre o sacrrio? .......................50 E sobre o lugar onde fica o sacrrio na igreja? ...................................50 De quem a responsabilidade do cuidado com a chave do sacrrio? 50 Como saber se tem Jesus Eucaristia no sacrrio? ............................50 As hstias consagradas se deterioram com o tempo? .......................51 O que fazer caso as hstias estragarem? ..........................................51 Como transportar a Eucaristia quando faltou na comunidade e foi necessrio busc-la em outra comunidade ou na Matriz? .................51 O que deve haver na capela do Santssimo? .....................................51 Os cuidados da sacristia e dos objetos sagrados usados na missa cabem ao MECE? .............................................................................52 O clice pode ser de vidro? ...............................................................52 Para distribuir a comunho pode-se usar potinhos comprados em supermercado? ..........................................................................52 Pode-se limpar o clice com substncias qumicas? .........................53 Os cibrios vazios precisam ser guardados no sacrrio? ..................53 O que fazer com imagens de santos quebradas que esto nas sacristias? ..................................................................................53 O que fazer com os folhetos usados de missa ou culto dominical? .....53 Que orientaes a Igreja d sobre o altar? ........................................53 Como deve ser o ambo? .................................................................54 Quais cuidados se devem ter com a sacristia? ..................................56 Cap. 6: A adorao ao Santssimo Sacramento ............................57 Que tipo de culto devido ao sacramento da Eucaristia? ..................57 Quem pode expor o Santssimo para adorao? ...............................57
154
Quais orientaes a adorao deve seguir? .....................................58 O que genuflexo? .........................................................................58 Como se faz a genuflexo? ...............................................................59 Cabe ao ministro promover a adorao? ...........................................59 RITO DA EXPOSIO DO SANTSSIMO SACRAMENTO ...............60 Cap. 7: A Comunho aos doentes e idosos ...................................63 Como era o contato de Jesus com os enfermos? ...............................63 Quais cuidados deve ter o MECE com a Eucaristia quando a leva aos doentes? ............................................................................64 Como preparar devidamente o doente para receber a comunho? ...65 Pode-se aproveitar da ocasio para uma reconciliao do enfermo ou idoso? ..........................................................................................65 Se a pessoa no aceitar perdoar, deve-se dar a Eucaristia? ..............66 Pode acontecer que o enfermo ou idoso precise uma reconciliao consigo mesmo? ..............................................................................66 Quando se leva a comunho reza-se somente com o doente ou enfermo? ..........................................................................................67 Como saber se o doente quer se confessar? .....................................67 O que fazer se o doente ou idoso necessite se confessar? ................67 A uno dos enfermos para quando o doente j estiver morrendo? .68 Quanto tempo deve durar a visita? ....................................................68 Que leituras bblicas podem ser lidas junto ao doente ou idoso? ........69 A pessoa que cuida o doente tambm pode comungar? ....................69 Como organizar-se para que os MECEs consigam atender todos os enfermos? ....................................................................................69 Como tomar conhecimento sobre os doentes da comunidade? ........69 Como deve ser a celebrao na casa do doente ou idoso? ................70 1 - RITO ORDINRIO DA COMUNHO DOS ENFERMOS ..............70 2 - RITO MAIS BREVE DA COMUNHO DOS ENFERMOS .............72 3 - O VITICO ..................................................................................73 Como enriquecer a celebrao? .......................................................76 Quais cuidados ter quando visita um doente na sua casa? ................78 Quais cuidados ter quando visita um doente no hospital? ..................80 O que no se deve dizer ao doente? ..................................................81
155
Cap. 8: O MECE e a Celebrao da Palavra ou Culto Dominical ..............................................................................83 Que orientaes os documentos da Igreja do sobre a Celebrao da Palavra? ...................................................................84 Como preparar bem a Celebrao da Palavra? .................................86 Qual a funo do MECE antes da Celebrao da Palavra? .............87 Qual a funo do MECE durante da Celebrao da Palavra? .........88 O MECE pode fazer a homilia? ........................................................89 Que mtodo o MECE pode utilizar para conhecer melhor a Palavra de Deus? ..............................................................................89 A LECTIO DIVINA EM QUATRO ETAPAS .........................................90 Cap. 9: O MECE na celebrao da Santa Missa .............................93 Qual a funo do MECE antes da celebrao da missa? ................93 Qual a funo do MECE durante a celebrao da missa? ..............95 O MECE pode ajudar na preparao das oferendas? ........................96 O MECE pode ajudar a elevar o clice no por Cristo, com Cristo e em Cristo? ...................................................................................96 O MECE pode comungar sozinho em ocasio de missa?...................96 O MECE pode purificar os vasos sagrados? ......................................97 Onde o MECE deve permanecer durante a missa: junto ao povo ou no presbitrio? ..................................................................................97 Qual a funo do MECE depois da celebrao? .............................98 Quando e como se incensa? .............................................................98 Cap. 10: O MECE e a Celebrao da Esperana ............................99 O que quer dizer exquias? ..............................................................99 O MECE autorizado pela Igreja para celebrar as exquias? ..........99 Por que se celebram as exquias? ...................................................99 Pode-se dar s exquias uma conotao de ressurreio? .............100 Celebrar exquias uma atitude missionria? ................................100 Celebram-se as exquias para os vivos mais que para os mortos? .101 E se a pessoa no participava da comunidade deve-se fazer as exquias? .......................................................................................101 O que significam o crio, a cruz, a Palavra de Deus e as flores nas exquias? ................................................................................101
156
oportuno durante a celebrao das exquias fazer elogios ao defunto? .........................................................................................102 Nas exquias, quais cuidados o MECE deve ter? ............................102 RITUAL DAS EXQUIAS EM TRS ETAPAS .................................102 1 - PRIMEIRA ETAPA DA CELEBRAO: ORAES NA CASA DO MORTO...................................................102 2 - SEGUNDA ETAPA DA CELEBRAO: ACOLHIMENTO NA IGREJA ..........................................................104 3 - TERCEIRA ETAPA DA CELEBRAO: JUNTO SEPULTURA ..................................................................106 CELEBRAO DE EXQUIAS (numa nica celebrao) ...............107 CELEBRAES DA ESPERANA (a serem usadas durante os velrios) ..............................................113 1 - CELEBRAO DA ESPERANA I .............................................113 2 - CELEBRAO DA ESPERANA II ............................................117 3 - CELEBRAO DA ESPERANA III ..........................................120 CELEBRAO DE EXQUIAS DE CRIANA ................................124 O que falar depois da leitura da Palavra de Deus nos velrios e encomendaes? ...........................................................................129 Cap. 11: Bno das famlias em sua casa ..................................133 Cap. 12: Rito para instituio de um MECE .................................135 CANTOS.........................................................................................139 PATRONO DOS MECE ...................................................................145 ORAO DO MECE ......................................................................147 REFERNCIA BIBLIOGRFICA ...................................................149
Diocese de Ponta Grossa Cx. Postal 394 - CEP 84001-970 Ponta Grossa - PR
157
Impresso e Diagramao: ImpressoArte Grfica e Editora Ltda (42) 3028-2999 e 3028-2926 e-mail: impressoarte@yahoo.com.br