A Biografia de Aleyster Crowley E O Seu Culto

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A Biografia De Aleyster Crowley e o seu Culto

Um homem cuja vida sempre esteve simultaneamente compartilhada por


genialidade e loucura, por criao e destruio, amor e dio,
encanto e desafeto !ue mist"rios estaro ocultos na vida e o#ra
desse homem cujo propsito sempre esteve muito al"m de todo o dogma
e de $ual$uer moral, al"m de todo %&tase, de toda vida e morte
'alve( poucos tenham as respostas e conheam os motivos $ue moveram
o pior homem do mundo a reviver o Culto das )om#ras
A*+,),-'A./0
0 ano de 1234 ev516 certamente foi de grande import7ncia para o
estudo do sim#olismo esot"rico ,ntre tantos e v8rios acontecimentos
nesta "poca ocorridos, podemos destacar9 a morte de ,liphas :evi, a
fundao da )ociedade 'eosfica e a primeira pu#licao de ;sis
+evelada por <elena * Blavats=y -esse mesmo ano nasceram Carl >
?ung e de Al#ert )chweit(er Al"m disto, este mesmo ano testemunhou
todo o movimento de grandes 0rdens 0cultas $ue nos legaram #oa
parte, seno tudo, da$uilo $ue hoje " conhecido como 'radio,
esoterismo etc
Um outro fato por"m, viria, depois, consolidar@se como um dos mais
importantes relacionados A histria do ocultismo mundial9 o
nascimento, na Bnglaterra, de ,dward Ale&ander Crowley 51234@1CD36,
mais conhecido como Aleister Crowley
Eas $uem " Aleister CrowleyF
Euito j8 foi escrito a respeito dessa singular figura $ue,
considerando@se um )anto, foi tido o mais perverso homem da face da
terraG desse homem, cuja vida sempre esteve simultaneamente
compartilhada por genialidade e loucura, por criao e destruio,
amor e dio, encanto e desafetoG cujo propsito sempre esteve al"m
de todos os dogmas, todo %&tase, al"m de toda vida e morte Crowley,
segundo suas prprias palavras, um <imog5H6, parado&almente a este
conceito, adotou, $uando assumiu o >rau de Eagus da AIAI, o Eote
'0 E,>A '<,+B0- 5A >rande Besta, ou, simplesmente, como passou a ser
conhecido, Eestre 'herion6, $ue sinteti(aria a ra(o de sua
e&ist%ncia e o propsito de seu tra#alho, sendo essa a divisa com
$ual viria a se tornar o maior Eago do s"culo JJ )im, muito j8 foi
escrito so#re sua pessoa e e&iste tanto material de $ualidade a
respeito, $uanto tolices e a#surdos5K6 'anta " a variao de
opiniLes $ue, por ve(es, o tra#alho de pes$uisa so#re sua #iografia
se revela difMcil ao e&tremo ,ntretanto, mesmo sendo imenso o
volume de material disponMvel, curiosamente, em portugu%s, nossa
lMngua natal, pouco, ou $uase nada, consta referindo@se a Aleister
Crowley 'udo a respeito de sua #iografia 5ou hagiografia, como ele
preferiria enfati(ar6, ou mesmo de sua o#ra, est8 A merc% de um no
favor8vel crivo editorial $ue vem, insistentemente, negando espao
aos tra#alhos dos estudantes da :ei de 'helema Apesar dessas fortes
resist%ncias continuarem se antepondo A possi#ilidade de apresentar
a 0#ra de Crowley, agora, aps muito tra#alho, j8 vislum#ramos
hipteses contr8rias
,nto, a$ui intentamos no s apresentar ao pN#lico interessado um
resumo #iogr8fico de Aleister Crowley, mas tam#"m mostrar como o
tra#alho desse Eago influenciou e continua influenciando diversos
segmentos do ocultismo internacional
A:,B)',+ C+0O:,P @ UE ,)B0.0 BB0>+QRBC0
-a Nltima hora do dia 1H de outu#ro de 1234, em :eamington )pa,
Oarwic=shire, Bnglaterra, nascia ,dward Ale&ander Crowley5D6
)ua inf7ncia esteve marcada por rMgidos padrLes de comportamento
impostos por seus pais, ,dward Crowley e ,mily Bishop, ativos
mem#ros de uma e&tremada seita Crist chamada Brmandade de *lymonth
5fundada por ?ohn - Dar#y6 )eu pai, um rico cervejeiro aposentado,
e fan8tico Brmo de *lymonth, fe( com $ue Crowley, ainda criana,
fre$Sentasse a sua seita, forando@o a diversas leituras da BM#lia
Crist e acostumando@o A vida religiosa da Brmandade ,ste fato,
muito em#ora viesse ser de grande valia #em mais tarde, $uando da
compreenso dos Eist"rios com os $uais esteve em contato, na$uele
momento apenas fe( nascer na criana $ue se formava, uma intensa
repulsa $uanto a dogmas, em esp"cie a$ueles de nature(a TcristT
0utro fator $ue, certamente, muito contri#uiu para a formao moral
de Crowley, no s em sua inf7ncia como tam#"m na juventude, teria
sido a$uele #em conhecido e tradicional jeito de vida ingl%s da
"poca vitoriana
,m 122U, com o falecimento de seu pai, Crowley fica so# os cuidados
de seu tio e tutor 'om Bishop 'amanha era a crueldade de seu tio,
$ue Crowley referiu@se a este perModo de sua vida como TA Bnf7ncia
no BnfernoT
,m sua adolesc%ncia, a #usca por aventuras o condu(iu ao alpinismo
*raticou com afinco esse esporte, chegando a destacar@se no mesmo
)ua carreira de alpinista chegou ao 8pice nos anos de 1CVH e 1CV4,
$uando participou das primeiras tentativas de escalar o Chogo +i
5WH6 e o Wanchenchunga, duas das maiores montanhas do mundo,
situadas no <imalaia
,studou, destacando@se em todas as disciplinas, em 'rinity College,
Cam#ridge, onde ficou no perModo de 12C4 a 12C2 -esta "poca,
Crowley, leitor vora(, estudou intensamente, incluindo tudo de
importante $ue havia da literatura inglesa, francesa, al"m de
diversas outras o#ras em :atim e >rego cl8ssicos, inclusive
filosofia e al$uimiaG se dedicou a canoagem, ciclismo, montanhismo e
&adre(, atividade esta em $ue ganhou notoriedade e $ue e&erceu por
toda sua vida *raticando o montanhismo, Crowley viria a conhecer um
homem o $ual passou a admirar profundamente9 0scar ,c=enstein
,c=enstein, $ue, segundo Crowley, era um singular e&emplo, sem igual
em dignidade e no#re(a, ensinou@lhe 5por hora6 o alpinismo Alguns
anos depois, ,c=enstein demonstraria $ue seu conhecimento no se
limitava apenas A con$uista de elevadas montanhas
,m Cam#ridge, seu espMrito, como era #em prprio A nature(a da
Besta, ansiando por um volume maior de conhecimento e aventuras,
encontrava@se pertur#ado com a insu#stancial perspectiva futura ,m
12C2, antes de sua graduao, Crowley a#andona os estudos para se
dedicar a algo no comum e de maior profundidade do $ue o oferecido
por uma promissora carreira acad%mica
Eas o $ue e&atamente seria este algo mais profundoF
*or volta de 12CU, Crowley havia iniciado a leitura de alguns livros
so#re magia546 e misticismo Algo comeava a tomar forma dentro de
seu in$uieto serG por"m a leitura de -uvem so#re o )antu8rio5U6,
o#ra lhe recomendada por Oaite, " $ue fa( com $ue Crowley decida
dedicar sua vida ao estudo do 0cultismo e da Eagia, e empenhar@se
com afinco no sentido de encontrar a >rande Rraternidade Branca536
mencionada no inspirador livro de ,c=hartshausen , a$ui comea a
carreira m8gica de Aleister Crowley526
,m 12C2, atrav"s de dois amigos, ?ulian Ba=er e >eorge Cecil ?ones
5respectivamente Rrati DA e Xolo -oscere, am#os mem#ros da
>IDI6, Crowley " apresentado a )amuel :iddell TEac>regorT
Eathers 5124D@1C126, Rrater Deo Duce Comite Rerro, um dos lideres da
0rdem <erm"tica da Aurora Dourada 5'he <ermetic 0rder of the >olden
Dawn, mais conhecida pela sigla >IDI6, uma das mais influentes
0rdens do final do s"culo passado, $ue proporcionou a Crowley sua
primeira Bniciao e o contato com os primeiros mist"rios m8gicos
$ue tanto procurava
A >IDI fora fundada pelo prprio Eathers, junto com Oilliam Oinn
Oestcott 512D2@1CH46, Rrater -on 0mnis Eoriar, e Oilliam +o#ert
Ooodman 512H2@12C16, Rrater Xincit 0mnia Xeritas, em 1223 )egundo
seus fundadores, a e&ist%ncia da >IDI era devida A orientao e
A ordem de uma alta iniciada alem chamada Anna )prengel 5)oror
)DA, )apiens Dona#itur Astris6, $ue autori(ara a a#ertura de uma
:oja na Bnglaterra $ue representasse a suposta 0rdem ancestral a
$ual pertencia5C6 Diga@se de passagem $ue, a >IDI, mesmo
levando em conta o possMvel concili8#ulo de sua criao, constitui
uma das mais importantes 0rdens jamais inventadas pelo espMrito
humano, conseguindo reunir em seu corpo de iniciados a nata da
intelectualidade inglesa e europ"ia da "poca -omes como o pr%mio
-o#el de :iteratura em 1CHK, Oillian Butler Peats, al"m de >ustav
Eeyrin=, Rlorence Rarr, A , Oaite, )a& <omer, Bram )toc=er51V6, R
: >ardner, Arthur Eachen, o prprio Crowley e tantos outros,
pertenceram a esta not8vel organi(ao
Crowley, iniciado por Eathers em 12 de novem#ro de 12C2, ao >rau de
-eophytus 5VoYV6, tomava, como Eote m8gico, o nome de *erdura#o 5eu
perdurarei at" o fim6, iniciando, assim, seus estudos na >IDI,
tendo como primeiro Bnstrutor Rrater Xolo -oscere ,m de(em#ro do
mesmo ano, Crowley atinge o >rau de Zelator 51oY1V6
)ua capacidade de assimilao de conhecimento e sua dedicao ao
estudo e a pr8tica do 0cultismo o condu(iram, agora so# a instruo
de Rrater Behi Aour 5Allan Bennett6, a ascender rapidamente aos
>raus su#se$uentes da >IDIG assim, respectivamente em janeiro,
fevereiro e maio do ano seguinte, em 12CC, Crowley con$uistou os
>raus de 'heoricus 5HoYC6, *racticus 5KoY26 e *hilosophus 5DoY36
Bennett, considerado por Crowley um aut%ntico >uru, o ensinou v8rias
t"cnicas m8gicas oferecidas pela >IDI, t"cnicas como Ca#ala e
Eagia Cerimonial, consagrao de 'alisms, evocao de ,spMritos,
etc
,ste perModo de sua vida foi fortemente marcado por duas atividades
principais !uando Rrater *erdura#o no estava estudando ou
praticando, Crowley, so# o pseud[nimo de Conde Xladmir )vareff ou
Aleister Eac>regor, custeava as ediLes de seus escritos
5normalmente algum tipo de pornografia ou poesia6, al"m de cultivar
uma intensa vida se&ual, a $ual escandali(ou alguns mem#ros da
>IDI )ua grande atividade e principal preocupao, no entanto,
continuava a ser a Eagia
,ntretanto, e isto deveu@se menos aos esc7ndalos promovidos por
Rrater *erdura#o do $ue ao ciNme e inveja de certos Adeptos
londrinos, e mesmo Crowley tendo demonstrado capacidade e talento em
magia, sua iniciao A )egunda 0rdem5116 fora negada, em fins de
12CC, pelos chefes da seo inglesa da >IDI -esta "poca,
Eathers, agora Nnico lMder da 0rdem, residia em *aris
Eesmo contrariando a opinio dos lMderes londrinos, em 1U janeiro de
1CVV, em *aris, Eathers, fa(endo valer sua autoridade dentro da
0rdem, inicia Crowley ao >rau de Adeptus Einor 54oYU6, so# o Eote
*ar(ival 'alve( a$ui tenha sido o inicio da ruMna da >IDI
*ouco antes de sua iniciao, seu grande amigo e Bnstrutor, Allan
Bennett, decide partir para Ceilo, e tornar@se monge Budista
A insatisfao dos mem#ros da >IDI com Eathers j8 era mais $ue
um fato nessa "poca *rovavelmente o caso Crowley tenha servido como
impulso e 8li#i necess8rios para o grupo londrino, liderado por
Peats, entre outros menos conhecidos, declarar@se independente de
seu mentor e lMder, Eac>regor Eathers
0 $ue se seguiu aps a re#eldia londrina resultou em histrias
fant8sticas de ata$ues m8gicos envolvendo Crowley e uns dem[nios
versus Peats e, " claro, mais dem[nios Depois o prprio Eathers
teria entrado na #riga, junto, evidentemente, com uma outra legio
de encapetados amiginhos Eas essa estria no escapa nem a mais
tola crMtica 0 fato " $ue Crowley e Eathers ficaram praticamente
so(inhos, e a outrora grande >IDI, agora condu(ida pelos auto@
proclamados novos chefes, ia progressivamente implodindo, ou se
esfacelando, resultando num sem nNmero de 0rdens Cristiani(adas, sem
o "lan da >IDI51H6 original
Crowley, $ue a#andonara um importante tra#alho m8gico51K6 para
ajudar Eathers, v%@se s *arte para -ova Por= e depois vai para o
E"&ico
A estadia no E"&ico constituiu um perModo #em produtivo a Crowley
Al"m de 'annhauser, escrito em ininterruptas U3 horas, conse$S%ncia
de uma #em sucedida opera )e&ualis, esse perModo na Am"rica Central
representou uma decisiva con$uista no magista $ue se formava
Roi apresentado a Don ?esus Eedina, um dos altos chefes da maonaria
local, +ito ,scoc%s, $ue, de to impressionado por a$uele singular
figura, no tardou em convidar Crowley para iniciar@se em sua :oja
Como h8#ito, Crowley rapidamente alcanou o mais alto >rau do +ito
Eas a chegada de seu amigo e mentor, 0scar ,c=enstein, " $ue daria
novos rumos a seu aprendi(ado ,c=enstein, revelando@se, para a
surpresa de seu pupilo, um grande instrutor, demonstrou $ue Crowley
no tinha controle so#re seus prprios pensamentos, $ualificando sua
atitude para com a magia como apenas mera fascinao rom7ntica A
partir daM, Crowley decide dar um tom cientMfico a seus
e&perimentos, estudando com ,c=enstein, uma s"rie de m"todos de
controle mental
Aps algum tempo de escaladas e treino mental, Crowley parte para o
0riente, para se encontrar com Bennett, seu antigo instrutor, no
Ceilo Antes, entretanto, com#ina, com ,c=enstein, a escalada do
WH, no <imalaia, a se reali(ar na primavera de 1CVH
Bennett, agora Bhi==u Ananda Eeteya, $ue aprendera Poga e Budismo,
instrui Crowley nestas disciplinas
-o outono de 1CVH, aps e e&pedio ao WH, Crowley retorna a *aris
)eu novo encontro com Eathers o decepciona a tal ponto $ue s lhe
restou a #o%mia vida parisiense +etorna a Boles=ine em 1CVK e
ento, procurando algo suficientemente prosaico para si, intitula@se
:orde Boles=ine -este mesmo ano, casa@se com +ose Welly
Eas o ano seguinte revelaria a Crowley o mist"rio $ue o acompanharia
at" seu Nltimo momento9 A :ei de 'helema
Casado com +ose Welly, de acordo com Crowley, Tuma da mais
#rilhantes e inteligentes mulheres do mundoT, viaja pela ,uropa e
,gito , no Cairo, aps uma s"rie de +ituais e BnvocaLes, um ser,
identificando@se como Aiwass, transmite a Crowley, nos dias 2, C e
1V de a#ril, o :i#er Al vel :egis ou, como passaria a ser conhecido,
0 :ivro da :ei51D6 \$ueles $ue conhecem todo esse processo, "
significativo sa#er $ue esse e&traordin8rio livro foi o primeiro
escrito de Crowley, de cunho mMstico@m8gico
,ntre tantos significados, :i#er Al vel :egis proclama o fim de uma
era, ou Aeon, marcada pelo sofrimento, pela intermediaco entre Deus
e o homem, pelo deus sacrificado etc ,m seu lugar, nascia a "poca
do deus de alegria, onde o homem teria a li#erdade de reali(ao de
sua prpria vontade A epMgrafe TRa(e o $ue tu $ueres dever8 de ser
o todo da :eiT, contida em :i#er Al e utili(ada nos escritos de
nature(a thel%mica, sinteti(a a prpria regra de conduta a ser
tomada como t[nica do Aeon nascido
,ssa e&peri%ncia, levou Crowley a assumir o >rau de Adeptus Eajor,
UoY4 da >IDI, so# o novo Eote de 0)X5146
De volta a Boles=ine, Crowley imediatamente trata de e&por sua
e&peri%ncia a Eathers, revelando ter, finalmente, feito contato com
os Eestres )ecretos $ue tanto havia procurado Como costume, Eathers
no aceita a revelao Conse$Sentemente, o mundo do esoterismo
novamente, " palco para ata$ues m8gicos de Eathers a Crowley e vice@
versa51U6 Eas o incontest8vel fato " $ue isso era o fim da
conviv%ncia entre os dois magos
,m 1CV4, mais uma e&pedio ao <imalaia9 desta ve( o alvo era o
Wanchenchunga
Cansado de suas #irras com a >IDI, em 1CV3, Crowley funda a
AIAIG a Argenteum Astrum, 0rdem da ,strela de *rata, $ue @
segundo Rrater 0)X @ su#stituirira a >IDI, herdando sua
estrutura de graduao ,ntre tantos significados possMveis,
particularmente um inspirou Crowley na escolha desse nome para a
0rdem )egundo ele, o dourado amanhecer 5>olden Dawn6 " o $ue
precede a ,strela Dalva 5X%nus, ou :Ncifer6, a prateada estrela da
manh $ue TanunciaT o )ol5136 Crowley, em 1CVC, d8 inMcio ao
primeiro perModo a#erto a *ro#acionistas a sua AIAI e, com a
pu#licao da s"rie 'he ,$uino&, TdestriT magicamente a >IDI
5126
-o perModo de 1CV3@1C11, Crowley, consagrando seu tempo ao estudo, a
pr8tica e a escrita, pu#licaria cerca de uma dN(ia de livros de
cunho po"tico@m8gico 5e&cluindo a s"rie 'he ,$uino&6 -este perModo
tam#"m, aps a morte de sua filha em 1CVU, Crowley separa@se de sua
esposa, +ose Welly, em 1CVC -esse mesmo ano, Crowley assume o >rau
Adeptus ,&emptus 3oYD5, agora da AIAI, com o Eote 0U E< ,m K de
de(em#ro de 1CVC, durante uma a Xiso do 1Do Aethyr, toma o >rau de
Eagister 'empli, so# o Eote XXXXX, 2oYK da 0rdem da ,strela de
*rata1C ,m 1C11 Crowley escreve :i#er CCCJJJBBB, 0 Ralsamente
chamado :ivro das Eentiras, $ue pu#licaria mais tarde, em 1C1K
,m 1C1H por"m, outro acontecimento daria novo rumo a sua vida
Crowley, como seu :ivro das Eentiras, curiosamente, mesmo antes de
sua pu#licao em 1C1K, chamaria a ateno de, nada mais nada menos,
'heodor +euss, mem#ro do servio secreto germ7nico, ocultista,
Rrater Eerlin *eregrinus Jo, ento 0<05HV6 da 0rdo 'empli
0rientis 50'06 +euss, tendo lido :i#er CCCJJJBBB, para seu
espanto, l8 identificara o segredo central da 0'05H16
A 0'0 era uma organi(ao de cunho ma[nico fundada por Warl
Wellner, em 1CVH Wellner, segundo a lenda, teria viajado pelo
oriente onde havia sido iniciado por um fa$uir 8ra#e, chamado
)olimam #en Aifha, e pelos yoguis hindus Bhima )hen *ratap e )ri
Eahatma Aganya >uru *aramahansa, rece#endo os mist"rios da Rilosofia
e do Poga da Eo ,s$uerda, a Eagia )e&ual5HH6
A 0'0, $ue reivindicara para si a deteno do conhecimento
outrora pertencente aos lend8rios Cavaleiros do 'emplo, assim como
ocorreu com a >IDI, reuniu entre seus Adeptos v8rios eminentes
maons e ocultistas da "poca, alguns dos $uais, a partir dos
fundamentes ad$uiridos nessa 0rdem, ou fundaram ou em muito
cola#oraram em outros movimentos da "poca A tMtulo de e&emplo
temos9 +udolf )teiner, fundador da AntroposofiaG Rran( <artmann, um
dos mais importantes cola#oradores do movimento 'eosficoG Wrumm@
<eller, respons8vel pela e&panso da Rraternitas +osacruciana
Anti$ua 5R+A6G >erald >ardner, considerado como o TpaiT da OiccaG
Warl >ermer, sucessor de Crowley como lMder da 0'0G Wenneth
>rant, $ue depois lideraria um variao da 0rdem na BnglaterraG <
)pencer :ewis, fundador de um #em conhecido movimento neo@
rosacruciano denominado AE0+C5HK6G al"m do prprio Crowley
0 #i(arro encontro entre +euss e Crowley, definitivamente, marcaria
o destino da 0rdem alem Crowley, aps ter sido acusado de divulgar
a#ertamente este segredo, e&pLe a +euss $ue este teria sido
aprendido por ele $uando de sua viagem ao 0riente5HD6 e $ue j8 o
praticava h8 muitoG sendo@lhe impossMvel sa#er ser este o mesmo
)anto )egredo cultivado pela 0'0
0 desenvolvimento da conversa entre os dois Bniciados dei&ou +euss
to #em impressionado $ue este nomearia Crowley lMder da 0'0 para
os paMses da lMngua Bnglesa ,ssa tarefa foi e&ercida por Crowley
atrav"s do Eote Baphomet
Crowley ento, passaria a escrever 5e tam#"m reescrever6 os +ituais
da 0'0 so# a lu( de seu :i#er :egis ,m 1C1D, acompanhado de Eary
dI,st" )turges 5)oror Xira=am6, escreve seu famoso Boo= Rour5H46
,m 1H de 0utu#ro de 1C14, em seu $uadrag"ssimo anivers8rio, Aleister
Crowley toma o Eote de '0 E,>A '<,+B0-, UUU, para o CoYH, o >rau de
Eagus da AIAI
, como UUU, Crowley conce#e uma das mais #elas p8ginas da literatura
esot"rica, :i#er Aleph, 'he Boo= of Oisdow or Rolly, uma ,pMstola de
UUU a seu Rilho 333 5Rrater Achad, Charles ) ?ones6 ,m 1C1C,
pu#lica o primeiro nNmero do terceiro volume do 'he ,$uino&
Um dos mais curiosos feitos da Besta, teve lugar com a fundao, em
H de a#ril de 1CHV, da A#adia de 'helema, em Cefalu, )icMlia,
Bt8lia Depois, Crowley, em secreto juramento, assume, em maio de
1CH1, o >rau de 1VoY1 AIAI, Bpississimus A a#adia funcionou at"
1CHK, $uando Crowley foi e&pulso da Bt8lia por Eussolini
Eas, em 1CH4, com o falecimento de 'heodor +euss, Crowley "
convocado para uma reunio internacional da 0'0, onde os rumos
dessa 0rdem seriam traados Crowley " convidado a ser o Chefe
Bnternacional da 0rdo 'empli 0rientis Aceita e toma o )anto Eote de
Deus est <omoHU
Durante os anos seguintes, Crowley viveu alternadamente na Rrana,
Alemanha e -orte da Qfrica -esta "poca ele viria a conhecer duas
pessoas $ue, al"m de serem discMpulos e amigos, seriam depois
importantes personagens dentro da histria de 'helema9 Warl >ermer e
Bsrael +egardie5H36 ,&pulso da Rrana em 1CHC so# acusao de ser
agente alemo, Crowley retorna A Bnglaterra
A pu#licao de suas ConfissLes, em 1CKV, proporcionou a Crowley um
interessante encontro com um dos maiores g%nios da literatura
portuguesa ,stamos falando de Rernando *essoa *essoa, $ue al"m de
c"le#re poeta era um competente astrlogo, fascinado pelas ci%ncias
esot"ricas, envia, neste mesmo ano, uma carta a Crowley, indicando
erros em seu mapa natal Crowley, entusiasmado com o conhecimento do
poeta lusitano, contesta sua carta, dando@lhe ra(o, e e&pressa seu
desejo de conhec%@lo
*essoa, mesmo incomodado e receando tal encontro, rece#e@o no porto
de :is#oa A lenda di(@nos $ue estranhos acontecimento tiveram ve(
na$uela tarde, como um ine&plicado nevoeiro $ue, descendo na cidade
de :is#oa, atrasou o #arco $ue condu(ia a Besta ao encontro do
criador de Qlvaro de Campos , tanto foi a admirao e fascMnio de
*essoa para com o pior homem do mundo, $ue, no famoso caso da Boca
do Bnferno, onde Crowley simulou um tr8gico suicMdio, *essoa
testemunhara, confirmando o $ue supostamente teria ocorrido a seu
novo amigo
*essoa, $ue vira na$uele estranho ingl%s um irmo nos Eist"rios, a
partir do encontro e da ami(ade com Crowley, em muito mudou o tom de
sua poesia Adentrou@se no estudo do sim#olismo, pu#licando o#ras de
not8vel valor, at" sua prematura morte, aos D3 anos, em 1CK4
Crowley segue e, entre casos amorosos, drogas, e causas judiciais,
pu#lica nos anos KV uma s"rie de ensaios e instruLes $ue comporiam
os nNmeros su#se$Sentes de 'he ,$uino&, iniciado em 1C1C 'he
,$uino& of the >ods, relatando suas e&peri%ncia no Cairo e a
escritura de :i#er :egis, " pu#licado em 1CK3
'ra#alhando com :ady Rrieda <arris, Crowley, ao longo de cerca de
cinco anos, conce#e um 'arot de modo $ue a imagem do Aeon fi$ue
registrada 0 resultado final " o maravilhoso 'he Boo= of 'hoth,
onde a principal mensagem de sua o#ra est8 apresentada de forma
sint"tica Durante esse tra#alho com :ady <arris, em 1CDH, na forma
de um manifesto da 0'0, Crowley pu#lica :i#er 0Z, a Carta dos
Deveres e Direitos dos homens e das mulheres Algo muito parecido
seria ela#orado alguns anos depois pela 0-U
)eus Nltimos anos, a partir de 1CD4, so vividos em <astings, onde
uma s"rie de novos discMpulos continuam rece#endo instruLes ,,
assim, Wenneth >rant, ?ohn )ymonds, >rady EcEurty, conhecem a Besta
Desta "poca, vem sua Nltima o#ra, consistindo numa colet7nea de
cartas dirigidas a uma jovem discMpula, $ue foram pu#licadas #em
mais tarde, aps a sua morte, como Eagic= Oithout 'ears
-o primeiro dia de de(em#ro de 1CD3, aos 3H anos, Aleister Crowley,
serenamente segundo alguns, e&ultante segundo outros, e ainda
perple&o, segundo terceiros, falece, vMtima de #ron$uite cr[nica e
complicaLes cardMacas
!uatro dias depois, no crematrio de Brighton, assistido por um
redu(ido nNmero de admiradores e discMpulos, " reali(ada a cerim[nia
$ue ficou conhecida como T0 ]ltimo +itualT, com a leitura de trechos
da Eissa >nstica, e de seu maravilhoso <ino a *
+eali(ara@se, assim, a Nltima vontade da Besta
0 :,>AD0
Durante #oa parte de sua vida, Aleister Crowley #uscou
incansavelmente, e isto de fato era uma gigantesca o#sesso para
ele, reconhecimento de seu tra#alho )ua vida, marcada pela
e&centricidade, drogas, e&cessos se&uais, nunca lhe permitiu
reconhecimento do valor de sua 0#ra Bsto por"m, e mesmo ele o sou#e
$uando de seu amadurecimento m8gico, s viria a acontecer aps seu
falecimento Ali8s, Crowley di(ia estar meio deslocado no tempo, e
como di( seu :i#er Al vel :egis, entendia ser o sucesso o seu grande
ord8lio, a grande prova de sua e&ist%ncia Eas seu sucesso, de modo
parado&o, ocorrendo em vida, seria a ca#al prova de seu fracasso,
pois, segundo Crowley, o estado mental da a#soluta maioria dos seus
contempor7neos, ainda no suportando a revelao contida em suas
o#ras, o rejeitaria por completo A aceitao delas seria, ento, o
incontest8vel argumento de sua falha5H26
,sta opinio poderia ter sido, muito #em, apenas mais uma jact7ncia
da presunosa personalidade da Besta, ou simplesmente uma tola
desculpa ar$uitetada como 8li#i a ser usado $uando de seu fracasso,
isto no fosse a imparcialidade da histria demonstrando e
confirmando a ga#olice do pior homem do mundo
Alguns de seus discMpulos diretos se tornaram os principais
respons8veis pela maior parte do $ue se v% em termos de vanguarda
ocultista internacional ,ntre tantos dignos de nota, citaremos
somente a$ueles mais conhecidosHC cujo importante tra#alho " apenas
um aspecto da forte influ%ncia legada por Aleister Crowley
*ersonagens como Arnold Wrumm@<eller 5Rra <uiracocha6, Wenneth
>rant 5Aossic Aiwass6, Austin 0sman )pare 5Zos vel 'hanatos6, Warl
? >ermer 5)aturnus6, :ouis >rady EcEurty 5<imenaeus Alfa6, Cecil
Rrederic= +ussel 5>enesthai6, Charles )tanfeld ?ones 5Achad6, >erald
Brosseau >ardner, entre outros, estiveram so# direta instruo de
Crowley
'odos estes, cada um de acordo com a prpria vontade, esta#eleceram
ou formaram novas 0rdens, desenvolveram +itos e criaram movimentos
cuja #ase " a :ei de 'helema Assim, Wrumm@<eller herdou e
esta#eleceu a R+A, onde a palavra da :ei " 5ou pelo menos era6
'helemaG Wenneth >rant, tendo como #ase a 0rdo 'empli 0rientis,
funda a :oja -ova ;sis na Bnglaterra5KV6, sendo ele um dos
principais divulgadores da o#ra de CrowleyG Austin 0sman )pare, um
talentoso artista pl8stico ingl%s, desenvolveu um culto totalmente
pessoal denominado Zos WiaG Warl ? >ermer, 2oYK AIAI, 5Eagister
'empli6, torna@se, por herana, o 0<0 da 0'0G aps >ermer,
:ouis > EcEurty assume a liderana da 0rdem, esta#elecendo
definitivamente a 0'0, como a Nnica 0rdem thel%mica de e&presso
mundial Cecil R +ussel fundou o Choron(on Clu#, grupo $ue mais
tarde viria a ser conhecido como >reat Brotherhood of >od, a
>IBI>IG Charles ) ?ones, considerado o filho m8gico de
Crowley, desco#riu a chave matem8tica do :i#er Al vel :egisG e
>erald B >ardner, a partir de +ituais escritos por Crowley, escreve
seu Boo= of )hadows, conce#e e funda a Oicca moderna5K16
Eas a influ%ncia de Crowley no aca#a aM Uma intermin8vel relao
de 0rdens poderia ser citada como, se considerando ou no seguidores
da :ei de 'helema, fruto direto ou indireto de seu tra#alho ,stas
0rdens constantemente utili(am a farta o#ra de Aleister Crowley no
s como refer%ncia, mas como sendo #8sicas a seus tra#alhos e
imprescindMveis ao desenvolvimento de seus Adeptos
-ovamente a$ui citaremos apenas as mais conhecidas5KH6 0rdens e
movimentos $ue, de uma forma ou de outra, so frutos do tra#alho do
:orde Boles=ine
Desta forma, temos a prpria 0rdo 'empli 0rientis Anti$ua, a
0'0A, movimento fundado no <aiti, como dissid%ncia da 0'0,
por :ucien@Rrancois ?ean@Eaine em 1CH15KK6 Um inovador e
interessante movimento conhecido na Bnglaterra como Waos Eagic= e a
curiosa B0' 5Blluminates of 'hanateros6 de *eter ?ames Carrol5KD6,
#aseados nas o#ras de Crowley e )pare, tiveram ve( nos anos 2V 0s
mem#ros da B0' consideram@se herdeiros da 'radio da AIAI e do
Culto Zos Wia, t%m em :i#er -ull and *sychonaut, um grupo de ensaios
de #oa $ualidade, um de seus mais importantes escritos
A 0rdo 'empli 0rientis5K46, reesta#elecida por Rrater <ymenaeus Alfa
5:ouis >rady EcEurty6, atualmente dirigida por Rrater <ymenaeus
Beta, est8 fundamentalmente edificada so#re as o#ras de Crowley e
muito tem feito para a divulgao de seu tra#alho Eas, como j8
dito, em#ora seja a Nnica organi(ao a difundir, em nMvel
internacional, os preceito de :i#er Al e :i#er 0Z, a :ei de 'helema
no se resume a 0'0, cuja sede hoje se encontra nos ,UA
Atualmente e&iste uma enorme variao de 0rdens menores espalhadas
pelo mundo so# as mais diversas nomenclaturas Cada uma a seu modo,
na Bnglaterra, )uMa, ,spanha, Xene(uela, Rrana, Austr8lia,
tra#alham para a promulgao da :ei de 'helema
Devemos a$ui, tam#"m, mencionar um interessante fen[meno dos anos
UV, $ue at" hoje permanece con$uistando uma consider8vel gama de
interessados em ocultismo 'rata@se da Bgreja de )at, movimento
fundado na Califrnia, por Anton )(andor :a Xey, $ue, muito em#ora
no tenha uma direta ligao com Crowley, consiste numa esp"cie de
simplificao de seus mais #8sicos escritos 0utro $ue ad$uiriu
certa notoriedade, nessa mesma "poca, foi Ale& )anders, um discMpulo
de >ardner $ue se denominou +ei dos Bru&os, utili(ou alguns rituais
ela#orados por Crowley, desenvolvendo seu prprio controvertido
sistema de Oitchcraft
Al"m destas, temos tam#"m algumas derivaLes da >IDI e da )tella
Eatutina $ue, em#ora Tcristiani(adasT por seus fundadores, utili(am
a 0#ra da Besta como importante fonte de pes$uisa9 )ociety of the
Bnner :ight, de Eadame Xiolet RirthKU, )ervants of :ight, de O ,
Butler e Basil Oil#y 5mais conhecido como >areth Wnigth6 A Aurum
)olis, liderada por Eelita Denning e 0s#orne *hillipis, tam#"m
consiste numa variao da >olden Dawn
\ parte os movimentos m8gicos e inici8ticos, Crowley tam#"m e&erceu
enorme influ%ncia so#re o tra#alho de v8rios artistas, compositores
e conjunto musicaisG famosos grupos e cantores de roc= como Blac=
)a##ath, :ed Zeppelin 5?immy *age, guitarrista do :ed, inclusive
comprou o Castelo de Boles=ine, onde Crowley morou por alguns anos6,
+olling )tones, 'he Clash, Beatles 5no 8l#um )ergeant *epperIs
:onely <earts Clu# Band, sua fotografia aparece como Tuma das
pessoas $ue gostamosT6, Bron Eaiden, 0((y 0s#ourne, entre tantos
outrosG e artistas e escritores do $uilate de < + >iger, Wenneth
Anger, David Bowie e Aldous <u&ley5K36, t%m no e&emplo de UUU uma
fonte de inspirao para seus tra#alhos e vidas
'am#"m na literatura encontramos v8rios romances $ue foram
conce#idos utili(ando a imagem cultivada por Crowley, como e&emplo9
'he Eagician de O )omerset Eaugham 5o mesmo autor de 0 Rio da
-avalha6, 'he >oat@Rood >od de Dion Rortune, )tranger in a )trange
:and de +o#ert A <einlein, etc
Rinali(ando, no poderMamos dei&ar de mencionar o meio artMstico
#rasileiro, $ue teve no memor8vel +aul )ei&as, o grande arauto da
mensagem de Crowley ,m especial as mNsicas A :ei e )ociedade
Alternativa 5am#as de +aul )ei&as e *aulo Coelho6, $ue t%m como #ase
:i#er 0Z 0utras not8veis o#ras de sua autoria so A Ea, 'ente
0utra Xe( 5estas em parceria com Earcelo Eotta5K26 e *aulo Coelho6 e
*edra do >%nese 5de +aul )ei&as e ? + + A#raho6, al"m de muitas
outras canLes do maluco #ele(a $ue apresentam, de um modo #em
particular ao +aul, a :ei de 'helema
C0-C:U)/09
Certamente o legado da Besta 5como passou a ser conhecida a
influ%ncia de Aleister Crowley6 surpreendeu a$ueles $ue esperavam, e
at" mesmo ansiavam, seu es$uecimento ,sses nunca poderiam imaginar
$ue a $uantidade de admiradores e discMpulos da 'radio revivida
por Crowley, o Culto da Besta, ou o Culto das )om#ras, aumentasse de
forma Tassustadora, chegando mesmo a comprometer as #ases morais,
nas $uais nossa sociedade est8 erigidaT 'alve( esses tenham
es$uecidos $ue essas mesmas #ases morais, nas $uais to solidamente
foi esta#elecido a$uilo $ue hoje denominamos sociedade, so as
Nnicas respons8veis pela o#tusa condio em $ue se encontram
centenas de milhLes de homens e mulheres, massacrados $ue esto
pelas inpias e no $ualific8veis condiLes de vida, seguro retorno
do #i@milenar investimento scio@religioso e econ[mico, $ue " a
mis"ria
Xontade fraca e entendimento nulo A resultante desta insidiosa ao
no poderia ser outra , $uando vontade e entendimento, dois dos
princMpios #8sicos $ue constituem o homem, operam sem harmonia, o
espMrito cai enfermo 0 estudo e a pr8tica da :ei de 'helema
intentam fa(er com $ue o conjunto Xontade e ,ntendimento, funcione
devidamente, levando o Adepto a sua reali(ao plena
)im, a :ei de 'helema Euito j8 foi feito, e tam#"m muito ainda
resta por fa(er Aleister Crowley representou, to somente neste
sentido, o papel de *rofeta, Xate e Apstolo Eas sua grande
aspirao reflete a aspirao de todo ser humano, sim, o anseio do
homem por :i#erdade )eu tra#alho no " apenas resultado dos
caprichos de uma controvertida personalidade, mas, principalmente,
vem da necessidade humana de tomada de consci%ncia, necessidade de
Xontade, necessidade de entendimento ,ste era todo o anseio de
Crowley Bsto " li#erdade, li#erdade apenas para a reali(ao de sua
Xontade Xerdadeira, nada mais
^ a esta demanda por irrestrita :i#erdade, munidos pela 'radio,
$ue os Adeptos e ,studantes de 'helema dedicam sua 0#ra , eles,
certamente, estaro sempre acompanhados, como acontece com a prpria
histria da Eagia, pela lem#rana do calvo sem#lante da >rande Besta
UUU, Aleister Crowley
-otas9
16 ev, era vulgari 'odos as datas deste artigo so referentes a
era vulgar 5ie era Crist6
H6 Um -otari=on de <oly _ Bluminated Ean of >od 5)anto e Bluminado
<omem de Deus6 Uma #rincadeira #em tMpica de Crowley
K6 )o#re o assunto recomendamos 'he ,ye in the 'riangle de Bsrael
+egardie, 'he :egacy of the Beast de >erald )uster, e 'he Eagical
Oord of Aleister Crowley de Rrancis Wing, as $uais so consideradas
#oas o#ras de refer%ncia -o podemos dei&ar de mencionar o volumoso
'he Wing of the )hadow +ealm 5edio revisada de 'he >reat Beast6 de
?ohn )ymonds, uma das mais conhecidas #iografias de CrowleyG apesar
de uma escrachada antipatia para com Crowley, )ymonds, mesmo
enfati(ando as supostas #i(arrias da Besta, no consegue refutar seu
amor e admirao por seu #iografado Caso o leitor esteja disposto a
dedicar seu tempo a o#ras no to valiosas $uanto as j8 citadas,
indicamos a leitura dos sofrMveis 'he -ature of the Beast de Colin
Oilson, e tam#"m 'he Beast de Dan Eanni&
D6 <ora corrigida por Rernando *essoa9 1191U pm
46 *rincipalmente 'he Boo= of Blac= Eagic and of *acts de Arthur
,dward Oaite 512U3@1CDV6, norte@americano, maom, erudito e autor de
diversas o#ras so#re Ca#ala, Eaonaria, +osacrucianismo, etc
U6 Der Ool=e vor dem <eiligthume 512VH6, de autoria de Warl von
,c=hartshausen 5134H@12VK6, #i#liotec8rio, mMstico e autor alemo
5Baviera6
36 Devemos lem#rar $ue isto ocorreu ao final do s"culo passado,
$uando o termo T>rande Rraternidade BrancaT de fato significava algo
mais interessante do $ue se v% hoje
26 Aleister " apenas a forma ga"lica de Ale&ander, e no, como
muitos pensam, uma oculta refer%ncia a algum tipo de terrMvel
dem[nio
C6 *ara maiores informaLes so#re a trama e a histria da >IDI,
ver 'he Eagicians of the >olden Dawn de ,llic <owe
1V6 )a& <omer, autor de Dr Rumanchu, e Bram )toc=er, autor de
Dr8cula, segundo consta no #est@seller de :ouis *auwels e ?ac$ues
Bergier, :e Eatin des Eagiciens, pertenceram a >IDI 5essa
informao, entretanto, " refutada por <owe6 ,m relao a >ustav
Eeyrin=, sua participao na >IDI tam#"m " negada por alguns
pes$uisadores
116 A >IDI era dividida em tr%s su#@ordens9 a primeira consistia
dos cinco primeiros >raus 5de -eophytus a *hilosophus6, a segunda de
Adpetus Einor A ,&emptus, a terceira e Nltima comportava os >raus de
Eagister 'empli e Eagus Uma e&celente e&planao so#re a >IDI
5 " dada por Bsrael +egardie, em seu memor8vel 'he Complete >olden
Dawn )ystem of Eagic
1H6 ,&emplos9 )tella Eatutina de Oaite, Bnner :ight de Dion Rortune,
)ervants 0f :ight de O , Butler e >areth Wnight, al"m das diversas
T>olden DawnsT espalhadas pelo mundo afora
1K6 A 0perao de A#ramelin
1D6 *ara uma descrio detalhada do ocorrido com Crowley e +ose, #em
como a respeito de Aiwass, ver 'he ,$uino& of the >ods, do prprio
Crowley
146 0)X so as iniciais de T0l )onuf XaoresagiT, parte da
*rimeira Bnvocao ,no$uiana, e $ue significa T,u +eino so#re 'iT
1U6 Crowley, segundo se afirma, enviou o )r Beel(e#u# e seus DC
TcomparsasT para rechaar um ata$ue m8gico desferido por Eathers
136 Bsto " apenas um sentido po"tico ,&istindo outros, inclusive de
nature(a t7ntrica, associado com o tra#alho interno da 0rdem
126 Bsso apenas se constituiu em mais um glamour A >IDI, nessa
"poca, j8 se encontrava em processo de fragmentao e em nada
poderia ser mais prejudicada com a pu#licao de suas Bnstruo na
s"rie 'he ,$uino& Diga@se ainda $ue, o fato de uma 0rgani(ao
$ual$uer, ver pu#licado seus prprios +ituais no significa, em
hiptese alguma, $ue seus tra#alhos tenham dei&ados de ser v8lidos
*ensar assim seria o mesmo $ue supor estarem h8 muito invalidadas as
v8rias posiLes se&uais contidas no Wama@)utra, visto ter ele sido
pu#licado +esumindo, a e&peri%ncia, pr8tica e pessoal, sempre
valer8
1C6 Como resultado da operao temos o :i#er CDJXBBB, 'he Xision and
'he Xoice
HV6 0<0, do ingl%s 0uter <ead of 0rde, ou Chefe ,&terno da 0rdem
H16 -o se sa#e ao certo como +euss teria ad$uirido o :i#er
CCCJJJBBB, antes de sua pu#licao )upLe@se $ue isto poderia ter
sido um ardil, preparado por Crowley, para impressionar +euss
HH6 A jornada pelo oriente, e o contato com os altos iniciados, " a
verso oficial da criao da 0'0 *or"m no h8 conhecemos
registros $ue Wellner, ali8s, assim como +euss, agente do servio
secreto germ7nico, tenha estado engajado numa viagem de tal tipoG
sendo possMvel $ue estes TsegredosT tenham sido o#tidos $uando de
sua passagem, em *aris, atrav"s da Brotherhood of :ight, a $ual
pertencera *ascal B +andolph
HK6 *ara melhor e&planao so#re < )pencer :ewis e a criao da
AE0+C, sugiro a leitura do timo 0s Eist"rios da +osa Cru(, de
Christopher Ecintosh 5,diLes B#rasa6
HD6 !ue, diferindo da viagem de Wellner, de fato ocorrera
H46 Eais conhecido como Eagic=, ou ainda :i#er ABA
HU6 )egundo o curioso 'he Eagical +evival, de Wenneth >rant
H36 0 primeiro, como j8 dito, sucedeu Crowley como 0<0 da 0'0,
e o segundo tornou@se seu secret8rio particular
H26 Crowley e&pLe isto em ?ohn )t ?ohn, em 'he ,$uino&, vol B
nNmero B
HC6 ,stes Tmais conhecidosT so mundialmente reconhecidos como
grandes autoridades em ocultismo atual Bnfeli(mente isto no se
passa em nosso paMs, pois $uase tudo $ue escapa ao #vio no escapa
do veto editorial, levando os Tmais conhecidosT a continuarem
desconhecidos por a$ui Consilium )celeris`
KV6 -o confundir com a verso #rasileira $ue se utili(a do mesmo
nome ,st8 em nada se relaciona com o movimento 'ifoniano, assim
como desenvolvido por de Wenneth >rant
K16 ,&iste movimentos Oicca, por e&emplo a assim chamada Oicca
Rrancesa, cuja origem no est8 nem em >ardner nem em Crowley
KH6 , novamente a$ui fa(emos valer a nota de nNmero HC
KK6 Apenas em 1C3K a 0'0A, tendo Eicheal Bertiau& como um de
seus lMderes, aceitou a :ei de 'helema Atualmente esta 0rdem tam#"m
" dirigida por Courtney Oillis, Rrater 'au 0gdoade@0rfeo, sendo $ue
no Brasil ela foi representada, at" 1CC4, por ? + + A#raho,
Rrater *otens
KD6 Carrol lidera esta, mais curiosa do $ue catica, ordem so# o
tMtulo Rrater )to=asti=os 1H3, Vo Eagus )upremo B0', -ossa
*estil%ncia 5sic6 *apa *edro B do Caos`
K46 -o sentido de se evitar atropelos causados pela
irresponsa#ilidade de determinados grupos $ue, mesmo sem um devido
preparo, se apresentam como sendo de nature(a thel%mica, alertamos
$ue os estudantes interessados em fa(er parte de tais grupos
devero, no mMnimo, se certificar da representividade dos mesmos A
0rdo 'empli 0rientis por e&emplo, 0rdem respons8vel pela divulgao
da :ei de 'helema, em nMvel mundial, se encontra funcionando
regularmente no Brasil 0s contatos podero ser feitos atraves da
<omepage do 08sis )ol no )ul, da 0rdo 'empli 0rientis, sediado no
+io de ?aneiro
KU6 Eais conhecida como Dion Rortune
K36 ,m especial suas o#ras *ortas da *ercepo e C"u e Bnferno
K26 Earcelo +amos Eotta 51CK1@1C236 @ tam#"m conhecido como Rrater
*ar(ival @ $ue nunca o#teve Bniciao regular na 0'0 5ou em
$ual$uer ramificao desta6, teve como Bnstrutor na AIAI Warl ?
>ermer -a mesma "poca >ermer j8 era lMder da 0'0 Earcelo Eotta
" erroneamente considerado como sendo o respons8vel pela vinda de
'helema para nosso paMs, fato $ue ocorreu nos anos KV, com a chegada
da R+A no Brasil Eotta foi, no inMcio dos anos 3V, um dos
instrutores de +aul )ei&as e *aulo Coelho

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