2-Pecado e Salvação
2-Pecado e Salvação
2-Pecado e Salvação
encontro devemos falar mais do amor de Deus, da Sua salvao, do Seu perdo, da Sua
ao concreta no mundo, na vida dos homens, devemos proclamar a Boa Nova de Deus
que nos salva gratuitamente, pela graa, mediante a f no Evangelho, para que eles se
sintam atrados a Deus por amor e no por temor. Inverter essa ordem e pr as
doutrinas e as obrigaes do Evangelho na frente da descoberta de Jesus seria como
pr os vages de um trem adiante da locomotiva que deve pux-los. A pessoa de
Jesus aquilo que abre caminho no corao aceitao de tudo o mais. Quem
conheceu uma vez Jesus vivo no precisa de outro impulso; ele mesmo quem arde de
desejo de conhecer seu pensamento, sua vontade, sua palavra (Ungidos pelo Esprito,
pg. 80, Raniero Cantalamessa, Edies Loyola). Alm de tudo isto, esse primeiro
anncio deve ser tambm recheado dos dons carismticos. No podemos ter medo de
exercit-los, pelo contrrio, esses dons devem fluir livre e eficazmente para que este
anncio seja cheio da ao e do poder do Esprito Santo.
O Esprito Santo a alma de todo anncio e de toda evangelizao. Omitir,
deixar de ensinar, no incentivar a ao carismtica do Esprito deixar o anncio
incompleto, ferir a vontade de Deus, diminuir os canais da ao de Deus no meio do
seu povo: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for
batizado ser salvo, mas quem no crer ser condenado. Estes milagres acompanharo
os que crerem... ( Mc 16,15-18). Os homens no querem apenas ouvir vozes que falem
de Deus, mas ouvir a voz de Deus atravs de nossas palavras. O Esprito Santo deve
passar sem obstculo por meio de nossas palavras.
1.
3.
homem buscar julgar o que bem e o que mal por ele mesmo, independente do
que Deus considera e ensina como bem e mal.
Assim, o ato voluntrio e livre do homem de comer este fruto significou que ele
preferiu atribuir a si prprio o conhecimento do bem e do mal. Decidiu no mais se
submeter inteiramente a Deus e rebelou-se contra a autoridade de Deus em sua vida.
Tentado a ser independente de Deus, a ser como Deus, o homem acreditou mais na
mentira da serpente do que no prprio Deus que o amava.: Oh, no!, vs no
morrereis! Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abriro,
e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal ( Gn 3,4-5). O homem quer ser
Deus, caindo na idolatria, que consiste em adorar a criatura em vez do Criador ( cf. Rm
1,25), institui um deus para si.
A liberdade que Deus deu ao homem a maior prova de Seu amor por ele.
Deixando-o livre, Deus deu ao homem mais um dos atributos de sua imagem e
semelhana. No incidente do pecado original, o homem estava bem consciente de que
s Deus podia discernir o que bom e o que mau, mas mesmo assim, optou por
deixar-se seduzir pela tentao que o Inimigo de Deus lhe apresentava, tornando-se
assim responsvel pelo ato consciente que praticou.
O homem inverteu os papis: sendo homem deveria reconhecer sua limitao
devido a sua natureza humana, no entanto quer ser Deus; como homem dependente de
Deus deveria ser obediente a Ele, no entanto, desobedece-O; como homem deveria
reconhecer sua humildade, no entanto, encheu-se de orgulho e assim o pecado entrou
no mundo. Pecado no mais aquilo que mau aos olhos de Deus ( cf. Sl 51,6), mas o
que mau aos olhos do homem. O homem determina o que pecado, resolve por si
mesmo o que bom e o que mau; traa autonomamente a sua moral progredindo na
histria, como um rio que, avanando, cava sozinho o prprio leito ( A Vida sob o
Senhorio de Cristo, pg.35, Raniero Cantalamessa, Edies Loyola).
O pecado original assim chamado porque ele o primeiro pecado, o pecado
de origem. O pecado original constitui na rebelio orgulhosa que levou o homem a
dizer no a Deus e querer ser independente Dele em suas decises e plano de vida. O
pecado original um no dito ao amor. Desta forma, o homem no mais amou a Deus
acima de todas as coisas, com toda a sua alma, com todas as suas foras, mas colocouse a si prprio no lugar de Deus, separando-se voluntariamente de Deus e de Sua
vontade para a sua vida.
3.2. A Perca do sentido de pecado:
Como j vimos o pecado original, ou todo pecado, um ato consciente e
voluntrio da negao de Deus para nossa vida. O pecado a recusa de reconhecer a
Deus como Deus, em no tributar-lhe a considerao que lhe devida. Consiste em
ignorar a Deus, onde porm ignorar no significa tanto no saber que existe quanto agir
como se no existisse ( A Vida sob o Senhorio de Cristo, pg. 33, Raniero Cantalamessa,
Edies Loyola). O pecado nos afasta de Deus e do Seu plano de amor e felicidade para
ns. O pior que, mesmo sabendo disso, continuamos a pecar. O mais importante no
saber o que o pecado, mas sim saber que ele e o seu autor, que o Demnio, ou
serpente existem, porque o mundo tem uma viso mope do pecado e do Demnio,
chegando at a achar que este negcio de pecado e de Demnio no existem.
Sobre este assunto, diz o Cantalamessa que o mundo perdeu o sentido de
pecado. Diverte-se com ele como se fosse a coisa mais inocente do mundo. Condimenta
com a idia do pecado seus produtos e espetculos, para torn-los mais atraentes. Fala
do pecado, mesmo dos mais graves, com certo carinho: pecadilhos, pequenos vcios,
doces pecados... No tem mais medo deles. Tem medo de tudo, fora o pecado. Tem
medo da poluio atmosfrica, dos males secretos do corpo, da guerra atmica, mas
no tem medo da guerra contra Deus, que o eterno, o onipotente, o amor, quando
Jesus diz que no devemos temer aqueles que matam o corpo, mas s aquele que,
depois de ter matado, tem poder de lanar na Geena ( A Vida sob o Senhorio de Cristo,
pg. 119, Raniero Cantalamessa, Edies Loyola, So Paulo, Brasil, 1993).
Quanto a negao da existncia do Demnio por uma boa parte do mundo,
Raniero diz que ningum, julga, ficou mais contente de ser desmitificado quanto o
Demnio se na realidade certo - como se disse - que a maior astcia de Satans
fazer crer que no existe ( Ungidos pelo Esprito, pg. 33, Edies Loyola, So Paulo,
Brasil, 1996).
Concluindo, o mundo perdeu a noo de pecado, perdeu a f na existncia do
Demnio que age e acha timo que no acreditemos na sua existncia porque assim ele
age livremente. O homem no quer nem ouvir falar de pecado, brinca com o pecado,
no sabe nem o que pecado, no reconhece que pecador e no entanto a Palavra de
Deus afirma que todos pecaram e esto privados da glria de Deus ( Rm 3,3). Todos
ns estamos debaixo do domnio do pecado ( Rm 3,23).
4. Somente o Esprito Santo tem o poder de convencer o homem acerca do
pecado:
difcil para o homem reconhecer que pecador. O homem no consegue, por si
s, reconhecer o pecado e que pecador. Os homens de hoje, especialmente os
intelectuais arvoram-se em fundamento ltimo de si mesmo, seu verdadeiro
descobridor... Por isto necessrio que anunciemos a Palavra de Deus para que
recebam a revelao divina. Alm do mais que o Demnio prope ao homem que ele
deve renascer para uma vida nova, sim, mas renascer da sua vontade, de si mesmo e
no de Deus. Deve dar um novo comeo prpria vida, mas totalmente independente
de Deus, considerando-se senhor absoluto de si mesmo e da sua vida. Por isto s o
Esprito Santo tem o poder de convencer o homem acerca do pecado e da existncia do
Maligno. Ele no nos acusa, mas nos faz ver os nossos pecados, pois h gente que
pensa que no tem pecado ( I Jo 1,8-9) e nos mergulha na misericrdia divina, que nos
acolhe pecadores e que existe para nos perdoar e nos reconciliar com Ele.
O abandono de Deus leva confuso e ao extravio at de si mesmo: Aqueles
que te abandonam ficam confusos ( Jr 17,13); quem quiser salvar a prpria vida perdela- dizia Jesus ( cf. Mt 16,25)... O pecado , portanto, um fracasso e um fracasso
radical. Um homem pode fracassar de muitos modos: como marido, como pai, como
homem de negcios; se mulher, pode fracassar como esposa, como me; se sacerdote,
pode fracassar como proco, como superior, como diretor de conscincia; algum pode
fracassar de todos esses modos e ser uma respeitadssima, at mesmo um santo. Mas
com o pecado no se d o mesmo; com o pecado, fracassa-se enquanto criatura, isto ,
na realidade fundamental, naquilo que se , no naquilo que se faz... O homem
pecando, julga ofender a Deus, mas na realidade ele ofende, isto , danifica e rebaixa
somente a si mesmo, para vergonha prpria ( Jr 7,19). Recusando glorificar a Deus, o
homem acaba ficando ele mesmo privado da glria de Deus (Rm 3,23). O pecado
ofende, isto , entristece tambm a Deus, e o entristece muitssimo, mas s enquanto
mata o homem a quem ele ama; fere-o no seu amor ( A Vida sob o Senhorio de Cristo,
pgs. 42 e 43, Raniero Cantalamessa, Edies Loyola).
O pregador deve neste momento fazer uma orao que leve as pessoas a
reconhecerem que so pecadoras, pois o nico pecador que Deus no pode perdoar
aquele que no reconhece que pecador diante de Deus. Em seguida, pea que todos
elevem o grito do profundo crcere do seu eu, em que so mantidos prisioneiros
utilizando para isto o Salmo 129 (130): O De profundis - Penitncia e esperana, pois
este salmo no foi escrito para os mortos, mas para os vivos; o profundo do qual o
salmista eleva seu grito o do pecado.
5. O que nos impede de experimentar o amor de Deus:
Depois de todas estas revelaes nos sentimos aptos para responder as
inmeras dvidas que vem nossa mente em relao ao sofrimento e injustias que
passa a humanidade, como fizemos no incio desta palestra:
- Se Deus nos ama tanto porque o mundo passa por problemas graves em todos os
nveis? Por causa do pecado.
- O que impede que em nosso mundo se manifeste o amor de Deus? O pecado.
- Se Deus me ama tanto porque no consigo experimentar o seu amor? Porque no
consigo me sentir amado por Ele? Por causa do pecado.
- Qual o maior impedimento do homem experimentar o amor de Deus: o pecado.
6. Conseqncias do pecado:
O pecado o grande muro de separao entre o homem e Deus. A opo
fundamental do homem contra Deus gera frutos terrveis: como uma dissoluo geral
nos costumes, uma verdadeira e autntica torrente de perdio que arrasta a
humanidade runa: homossexualismo masculino e feminino, injustia, perversidade,
avareza, inveja, engano, maledicncia, soberba, insolncia, rebelio contra os pais,
deslealdade, injustias sociais, egosmo, guerras, brigas, desentendimentos, destruio
da natureza, competio, dio, mgoas, vinganas, adultrios, abortos...
O salrio do pecado a morte ( Rm 6,23), no tanto morte como um ato que duraria um instante - quanto morte como estado, precisamente quela que foi
denominada a doena mortal, que uma situao de morte crnica ( A Vida sob o
Senhorio de Cristo, pg.43, Raniero Cantalamessa, Edies Loyola). Hoje podemos
verificar concretamente quais as conseqncias do pecado em todos os nveis e em
todas as reas. O homem resolve fugir, esconder-se de Deus, tornou-se escravo, est
condenado e no pode, por si s salvar-se e nem mesmo arrepender-se.
7.
8.
Deus, em seu amor eterno e fiel pelo homem, criou para ele todas as coisas e,
quando este se separou voluntariamente de seu Criador, Ele, em sua misericrdia:
- Prometeu a salvao que traria o homem de volta sua amizade e intimidade. Amaldioa Satans e isto significa a derrota deste e de sua empreita de destruir o
homem ( Gn 3, 14).
- Sabendo que o homem no tem como salvar-se por si mesmo, toma a iniciativa de
prometer a Salvao ( Gn 3,15).
- Deixa claro que vai salvar o homem, pela descendncia de uma mulher ( Gn 3,15 e ao
prometer o Salvador vindo de uma mulher d incio caminhada que prepara o homem
para a vinda de Jesus. A Salvao iniciativa de Deus. Deus que logo aps o pecado
do homem, promete a salvao. No o homem que toma a iniciativa e pede para Deus
salv-lo. Deus no espera, toma a frente e salva o homem impulsionado pelo seu
infinito amor: Nisto consiste o amor: no fomos ns que amamos a Deus, mas foi Ele
quem nos amou e enviou-nos o Seu Filho como vtima de expiao pelos nossos
pecados ( I Jo 4,10).Deus demonstra o seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter
morrido por ns quando ainda ramos pecadores ( Rm 5,8).
9. Deus salva o mundo enviando Jesus Salvador:
Deus transbordou o Amor da Trindade criando o homem, a quem ama desde
toda eternidade. Deus, em Seu amor pessoal e paterno pelo homem, criou para ele
todas as coisas. Deus, em Seu amor fiel e constante pelo homem, no o abandona
quando ele peca, mas transborda em misericrdia e, havendo feito toda a criao para o
homem, a ele se entrega para salv-lo, atravs de Jesus, que a misericrdia do Pai.
H uma soluo para o mundo e para cada homem: chama-se Jesus, cujo nome
significa: Jav salva ( Jo 3,16-17). O homem salvo pela morte e ressurreio de Jesus
Cristo.
10.
10
HOMEM
Sendo homem - se fez de Deus
Desobedeceu a Deus - Pecando Rebelando-se contra a autoridade de Deus
Querendo se fazer independente de Deus
O homem que por sua natureza humilde se enche de orgulho
Assim o pecado ENTROU no mundo
JESUS
Sendo Deus - se fez homem
Colocado no lugar do homem para vencer o pecado que o vencera, obedeceu o Pai da
maneira mais absoluta e radical que se conhece: morrendo na cruz
Jesus que Deus se humilha
Assim pecado SAIU do mundo
12.
A Experincia de Salvao: