Equipamentos de RF
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- 2 - Equipamentos de RF
Equipamentos de
RF
Luiz Betini
- 3 - Equipamentos de RF
© 2007 by Afterglow Eletrônica Ltda.
ISBN XXXXXXXXXXXXXXXX
Afterglow Eletrônica
www.luizbertini.net/dowload.html
- 4 - Equipamentos de RF
Apresentação:
- 5 - Equipamentos de RF
Agradecimento:
A Deus,
Ao Gilberto;
Aos meus amigos da TV Cultura, do DIM.
- 6 - Equipamentos de RF
Sumário
Capítulo 1
WATTÍMETROS DE RF, PASTILHAS, CARGA ATENUADORA ________________ 09
1.1. Construção Básica de um Wattímetro para VHF e UHF __________________ 10
1.2. A “Cara” do Wattímetro de Pastilhas __________________________________ 12
1.3. Vamos Imaginar uma Medida _______________________________________ 13
1.4. Veja uma Carga Atenuadora ________________________________________ 14
Capítulo 2
FREQÜENCÍMETROS ________________________________________________ 19
2.1. Funcionamento Básica de um Freqüencímetro _________________________ 20
Capítulo 3
SWEEP DE FI, ATENUADOR, DETETOR, OSCILOSCÓPIO __________________ 21
3.1. Veja o Canal de FI ________________________________________________ 23
3.2. Diodo Detector ou Detetor __________________________________________ 25
3.3. Como Sweepar um Circuito de FI ____________________________________ 31
3.4. Sweepando um Amplificador de FI ___________________________________ 34
3.5. Exemplos de Curvas Erradas _______________________________________ 36
3.6. Sweepando um Filtro de FI _________________________________________ 37
3.7. Sweepando um FI de uma TV _______________________________________ 37
3.8. Detetor Alternativo ________________________________________________ 38
3.9. Leve em Consideração o Seguinte ___________________________________ 39
Capítulo 4
SWEEP DE VHF E UHF _______________________________________________ 41
4.1. Algumas coisas são Comuns a qualquer um destes Três Tipos ____________ 41
4.2. Alguns Sweeps de VHF são assim, ou Parecidos _______________________ 42
4.3. Alguns Sweeps de VHF e UHF são assim, ou Parecidos__________________ 43
4.4. Funcionamento Básico ____________________________________________ 43
4.5. Outros Sweeps de VHF e UHF são assim _____________________________ 46
4.6. Funcionamento Básico ____________________________________________ 46
Capítulo 5
GERADOR DE MARCAS ______________________________________________ 47
Capítulo 6
GERADOR DE 2,33 MHz ______________________________________________ 49
- 7 - Equipamentos de RF
Capítulo 7
ANALISADOR DE ESPECTRO E SONDA PESCADORA _____________________ 53
7.1. Vamos ver a “Cara” de um Espectro e como Utilizá-lo ____________________ 55
7.2. Uso do Analisador de Espectro ______________________________________ 55
Capítulo 8
MEDIDOR DE CAMPO ________________________________________________ 57
Capítulo 9
REDE ESCOLAR ____________________________________________________ 59
Capítulo 10
FM – TEORIA BÁSICA/DIAGRAMA DE BLOCOS/DIAGRAMA ESQUEMÁTICO ___ 61
- 8 - Equipamentos de RF
Capítulo 1 - Wattímetro de RF - Pastilhas / Cargas
O Wattímetro de RF é um instrumento que serve para medir a potência entre dois pontos.
Normalmente é utilizado para se medir a potência entre dois módulos amplificadores ou entre um
transmissor e sua antena.
Existem diversos tipos de Wattímetros de RF e duas diferenças básicas, que são:
- Preço;
- Freqüência de trabalho.
Quanto menor o preço de um wattímetro, menor a sua qualidade é menor a faixa de freqüência
que ele é capaz de medir.
Como exemplo de um wattímetro barato podemos citar os wattímetros usados em PX, por rádios
amadores e geralmente chamamos de medidor de onda estacionária.
Como exemplo de um walttímetro caro, podemos citar os Wattímetros Bird que podem medir
diversas faixas de freqüência. Desde VHF baixo até os canais de UHF.
Podemos ter dois tipos de Wattímetros Bird, um onde trocamos uma pastilha, que se encaixa no
corpo principal, e que define a faixa de freqüência e a potência máxima que pode ser medida e
outro que possui uma chave para selecionarmos a potência e uma tabela para fazermos a correção
da potência de acordo com a faixa de freqüência medida.
Com um wattímetro podemos medir a potência direta e a potência refletida ou onda estacionária.
Potência direta é a potência que sai do transmissor e é irradiada pela antena.
Potência refletida é parte da potência que chega até a antena, não é irradiada e volta para o de
onda estacionária.
Você tem potência refletida devido a um casamento de impedância errada entre a transmissão
o cabo e a antena. Quando medimos uma portadora única, sem modulação, o wattímetro mede a
potência de pico.
Quando medimos uma portadora com modulação em amplitude (AM) o valor medido é um valor
médio e devemos multiplicá-lo por um determinado valor para encontrarmos o valor de pico.
No caso de um transmissor de TV com barras coloridas modulando a portadora de vídeo devemos
multiplicar o valor eficaz (Wrms) por 3,33 para encontrarmos o valor de pico.
Quando a portadora é modulada por um sinal de preto devemos multiplicar tudo por 1,67 para
encontrarmos o valor real.
Quando um transmissor que gera muitas freqüências harmônicas e usamos um wattímetro para
medir a potência, ele indicará uma potência errada, pois ficará uma média das portadoras.
Por freqüências harmônicas queremos dizer freqüências múltiplas e sub-múltiplas da freqüência
principal.
Veja a seguir a figura 1.1:
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Fig. 1.1
Considerando “Fo” como freqüência principal, ou fundamental, as harmônicas são as múltiplas
dela.
Existem também wattímetros e multivoltímetros para a medição de freqüência de microondas
que vão de 3GHz a 30GHz, mais ou menos.
Quando falamos em wattímeros bons, devemos associar a elas mais duas coisas:
- Pastilhas;
- Cargas atenuadoras.
Fig. 1.2
- 10 - Equipamentos de RF
Capítulo 1 - Wattímetro de RF - Pastilhas / Cargas
Fig. 1.3
Dentro da pastilha teremos um circuito sintonizado em uma faixa de freqüência e um circuito
detetor, que transformará a RF em tensão DC. Esta tensão DC será aplicada no galvanômetro que
deflexionará o ponteiro de acordo com a potência. A escala do galvanômetro é logarítmica. A figura
1.4 nos mostra um exemplo desta pastilha:
Fig. 1.4
“R” pode ser só um resistor como um circuito “LC” mais complexo.
“D” é um diodo detetor (um diodo que pode ser usado é o 1N82).
Através dos contatos usados da carcaça metálica, a tensão induzida em “R” e detectada por “D”,
será aplicada ao galvanômetro. Veja a seguir a figura 1.5:
- 11 - Equipamentos de RF
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Fig. 1.5
Normalmente uma pastilha tem uma seta que indica a direção para onde está indo o sinal do RF
medido.
Fig. 1.6
Fig. 1.7
- 12 - Equipamentos de RF
Capítulo 1 - Wattímetro de RF - Pastilhas / Cargas
Fig. 1.8
Com a seta neste sentido, mediremos a potência direta que sai do TX e vai para a antena. Este
sinal é que esta sendo irradiado pela antena e que você capta em sua casa com a TV, por exemplo:
Com a seta com a direção contrária, para isto se gira a pastilha, medindo a potência que retorna
doas antenas para o TX, que é a potência refletida.
A relação entre as duas se chama “VSWR” e podemos “traduzir” como onda estacionária.
É muito importante que a potência refletida seja sempre pelo menos 100 vezes menor do que a
potência direta. Veja na figura 1.9 a medição da potência refletida:
Fig. 1.9
- 13 - Equipamentos de RF
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Fig. 1.10
Uma carga é um resistor que transforma RF em calor. A potência refletida de uma carga comercial
é cerca de 18 mil vezes menor do que a direta ou cerca de 37dB.
O resistor que forma a carga possui diâmetros diferentes em sua extensão, a finalidade disto é
fazê-la ter uma resposta de freqüência bem larga.
Cargas comerciais têm uma largura de banda entre 10 a 1.000 MHz.
É lógico que existem cargas para freqüências mais altas. As aletas das cargas servem para
dissipar o calor. Acima de 1000W muitas cargas tem refrigeração a óleo.
Algumas cargas são refrigeradas com água que circula através de tubos, são usadas para a
medição de potências muito elevadas, acima de 5KW. Caso a circulação da água pare, a carga se
estraga quase que imediatamente.Existem cargas que tem entradas e saídas e isto deve ser
respeitado, caso indicado na carga. A função de uma carga assim ou carga atenuadora para ser
mais específico, e atenua um sinal de forma a podermos medi-la, veja a figura 1.11:
Fig. 1.11
- 14 - Equipamentos de RF
Capítulo 1 - Wattímetro de RF - Pastilhas / Cargas
Viu!?
1W + 40dB = 10.000W
↓
número pequeno
Para simplificar, vamos falar o seguinte:
Quando trabalhamos com a unidade Watts (W) podemos usar os dBs da seguinte forma:
1W + 1dB = 1W x 1,25
1W + 3dB = 1W x 2
1W + 30dB = 1W x 10
Isto é uma forma apropriada e com poucos cálculos para encontrarmos uma potência. Usamos
dB sempre que falamos em ganho ou perda sobre um sinal. Sendo assim:
Fig. 1.12
- 15 - Equipamentos de RF
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10W – 3dB = 5W
10W – 10dB = 1W
Importante:
- O wattímetro serve para medir potência em Watts;
- As pastilhas definem a máxima potência a ser medida e a faixa de freqüência;
- A carga serve para substituir a antena, de forma a medirmos a potência sem transmitirmos
nada, ou quase nada.
Temos cargas e cargas atenuadoras e, embora muitas pessoas até eu, chamem as duas pelo
mesmo nome, existe uma diferença básica entre elas:
- Uma carga só tem entrada;
- A outra uma carga atenuadora tem entrada e saída.
Podemos medir a potência com diferentes unidades, quando falamos em transmissão, geralmente
usamos Watts ou dBm. Veja:
1W = 30 dBm
10W = 40dBm
100W = 50dBm
100mWz = 20dBm
10mW = 10dBm
1mW = 0dBm
Quando falamos em recepção, medimos a potência recebida em dBµV (dB microvolts) ou dBmV
(dB milivolts) e a impedância geralmente é de 75 Ohms (a entrada da sua TV tem uma impedância
de 75 Ohms).
Falando em TV, os níveis adequados para uma boa recepção ficam entre 60dBµV a 72dBµV
(1mV a 5mV, mas, o que é isto? Calma!)
Para convertermos dBµV em dBmV ou vice versa, é a forma mais fácil, veja:
- 16 - Equipamentos de RF
Capítulo 1 - Wattímetro de RF - Pastilhas / Cargas
Basta subtrair 60 do valor em dBµV que encontraremos o valor em dBmV. Mas, e o 1nV a 5mV?
Isto é uma outra forma de ser medida a potência recebida, mas, esta cada vez sendo menos
usada, vamos ver como converter uma em outra. Mas, em outro capítulo.
Por enquanto basta saber o que apresentamos e o que você já leu e entendeu até agora.
Existem wattímetros que tem a carga junto com o medidor e estes não servem para medir a
potência entre um transmissor (TX) e uma antena. Veja o raciocínio que apresentamos na figura
1.13 de um wattímetro assim:
Fig. 1.13
Quando usamos miliwattímetro sempre estaremos medindo potência na ordem de miliwatts ou
usando uma carga atenuadora para diminuir a potência.
Um miliwattímetro quase sempre é um equipamento eletrônico sofisticado e caro e permite fazer
a leitura em Watts, dBm, dBµV, mV, etc.
Devemos ter muito cuidado ao usar um miliwattímetro de forma a não danificá-lo.
Um dos cuidados principais é saber sua máxima potência ou nível de entrada a nunca ultrapassá-
la.
Normalmente, um miliwattímetro é composto de duas partes:
- ponta detetora;
- e o corpo que faz a leitura.
Veja a figura 1.14 seguinte:
Fig. 1.14
Caso seja necessário medir uma potência de 25W com um miliwattímetro que suporta no máximo
100mV de entrada, o que devemos fazer?
Devemos colocar entre a ponta do miliwattímetro e TX uma carga atenuadora, conforme nos
mostra a figura 1.15 a seguir:
- 17 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
Fig. 1.15
Ao medir a potência do transmissor através da carga, teremos uma leitura no miliwattímetro de
25mW, mas, como sabemos que a carga atenua 30 dB podemos calcular a potência real na saída
do TX.
0,025W + 30dB = 0,025W + 10dB + 10dB + 10dB
0,0125 x 10 = 0,250
0,250 x 10 = 2,5
2,5 x 10 = 25W
Ou seja, a potência na saída de TX é de 25 Watts e esta correta.
Resumindo, vemos a leitura no miliwattímetro e somamos com os 30dB de atenuação da carga
e encontramos a potência na saída do transmissor.
É importante lembrar que a carga terá uma resposta ligeiramente diferente para as diversas
freqüências que podemos medir.
Uma carga com a faixa de freqüência entre 1GHz a 6GHZ pode atenuar 30dB em 1GHz a
31GHz em 6GHz e esta diferença é importante, por incrível que pareça.
Em um miliwattímetro, teremos como entrar com este valor de correção e até com o valor de
atenuação da carga, fazendo isto teremos o seguinte:
Fig. 1.16
Observe que ajustamos no miliwattímetro a atenuação da carga e o fator de correção da
freqüência, apenas para lermos a potência real, mas, o nível na entrada do miliwattímetro é menor
de que a leitura, pois foi atenuada pela carga.
- 18 - Equipamentos de RF
Capítulo 2 - Freqüencímetros
FREQÜENCÍMETROS
Fig. 2.1
Na figura 2.1 mostrada acima, temos um freqüencímetro de oito dígitos (o que é bom), que
possui uma chave liga e desliga (L/D), um ajuste para a taxa de amostragem, uma ajuste de
sensibilidade (mas, o que é isto?), uma entrada para medir freqüências entre 0 a 10 MHz e outra
entrada para medirmos freqüências entre 10MHz até 1GHz. Ele é construído desta forma para
facilitar os circuitos internos e melhorar a visualização.
- 19 - Equipamentos de RF
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Alguns freqüencímetros permitem congelar uma leitura, mas, este recurso não é muito útil, de
acordo com o meu ponto de vista. Mas, é o ajuste de sensibilidade?
Este ajuste serve para o freqüencímetro não se ofender com os padrões do usuário.... Brincadeira.
Pressupondo que você saiba mais ou menos o nível de freqüência que está medindo, você deve
fazer este ajuste para uma escala que corresponda a este nível.
Caso você não saiba o nível, comece pela escala mais alta, geralmente
estes valores são fixos:
E você deve escolher um.
Caso o nível seja muito baixo para a escala escolhida, você provavelmente
não terá leitura alguma, caso o nível seja muito alto, você terá uma leitura
incorreta. Fig. 2.2
Existem freqüencímetros onde estas escalas estão divididas em HIGH
(nível alto) e LOW (nível baixo), para saber qual o valor de um ou outro, consulte o manual do
equipamento.
Freqüencímetros podem ter display de LCD ou display de leds.
Caso você vá medir um sinal que possui muitas harmônicas, a leitura será errada pois, dependendo
do nível das harmônicas, o freqüencímetro não “saberá” qual freqüência ler.
2.1. Funcionamento Básico de um Freqüencímetro:
- Durante um segundo (1s) o freqüencímetro conta o sinal de entrada;
- Depois disto ele para e mostra esta contagem no display.
Diagrama de blocos básicos:
Fig. 2.3
1) Neste estágio temos o ajuste de sensibilidade e um circuito que transforme o sinal de entrada
em uma onda quadrada;
2) Contador que conta a onda quadrada durante um período definido pelo estágio (3);
3) Define o tempo de contagem, caso seja 1s, o valor contado corresponderá ao valor real, em
ciclos da freqüência da entrada;
4) Comandado pelo circuito (3), armazenada a sua saída;
5) O decodificador ou conversor, transforma este número de forma a ser visualizado corretamente
no display. Lembre-se que na saída da LATCH teremos uma informação formada por 0 a 1, ou
seja, em binário e teremos que ver isto em decimal;
Permite a visualização em decimal da freqüência da entrada.
- 20 - Equipamentos de RF
Capítulo 3 - Sweep de FI, Atenuador, Detetor e Osciloscópio
O Sweep, também chamado de gerador de varredura, serve para ajustarmos qualquer circuito
que precise estar sintonizado, ou ter sua freqüência de ressonância ajustada.
No caso da Sweep de FI, estamos nos referindo diretamente a faixa de freqüências de FI de um
sistema da TV analógica.
A FI ou Freqüência Intermediária em TV, está na faixa de 41 MHz a 47 MHz. Neste “espaço” de
6MHZ de largura teremos todas as informações para termos uma imagem e um som correto em
nossa TV.
A FI é a mesma, tanto para a TV quanto para o transmissor de TV.
O nome Freqüência Intermediária (FI), existe pois ela não é nem mesmo a freqüência de entrada
do TX ou saída da TV, nem a freqüência de saída do TX ou entrada da TV, se situa em uma posição
“intermediária” entre as duas.
Com o uso da FI fica muito mais fácil e padronizada a construção e ajuste, tanto do transmissor
de TV quanto do receptor de TV.
Um Sweep de FI gerará freqüências entre 30 MHz a 60 MHz, aproximadamente, sendo que esta
freqüência será uma portadora que ficará “caminhando” entre 30 a 60MHz em uma “velocidade” de
normalmente 50 Hz ou fará este percurso a cada 0,02 segundos ou 20 milisegundos.
Para entender isto melhor, veja a figura 3.1 a seguir:
Fig. 3.1
Em um primeiro instante a portadora estará em 30 MHz, ou seja, terá a freqüência de 30 MHz,
milésimos de segundos depois sua freqüência terá se alternando linearmente até outro valor:
- 21 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
Fig. 3.2
Quando a portadora chegar em 60 MHz, ou seja, tiver o valor de 60 MHz, ela será “desligada” e
“ligada” novamente com 30 MHz e este ciclo se repetirá 50 vezes por segundo ou em 50 Hz, ou
uma vez a cada 20 milisegundos.
Quando dizemos que a movimentação da portadora deve ser linear, queremos dizer que a
velocidade com que ela vai de 30 MHz até 60 MHz seja sempre a mesma durante o percurso.
Também é importante que a amplitude da portadora não varie durante este percurso.
As freqüências de 41 e 47 MHz estão indicadas nos gráficos, pois são elas quem define o canal
de FI. Dentro do Sweep de FI teremos dois geradores de freqüência fixa, um de 41 MHz e outro de
47 Mz, que serão chamados de geradores de marca.
Tem este nome pois, marcarão um ponto (dois pontos) na curva indicando onde começa e onde
termina o canal de FI.
Como já vimos, o canal de FI tem 6 MHz de largura e vai de 41 a 47 MHz. Dentro dele estão as
portadoras de áudio, vídeo e a sub portadora de cor ou croma.
- 22 - Equipamentos de RF
Capítulo 3 - Sweep de FI, Atenuador, Detetor e Osciloscópio
Fig. 3.3
AM-DSB-SC quer dizer uma portadora modulada em amplitude que gera e mantém as duas
bandas laterais , mas, tem a portadora suprimida retirada.
É por isto que na TV existe um cristal de 3,58 MHz para gerar a portadora de croma novamente.
Voltando ao Sweep de FI, vamos ter claramente o seguinte: dentro do Sweep temos um oscilador
linear e com resposta plana que gera uma freqüência sem modulação, que irá variar de 30 MHz a
60 MHz 50 vezes por segundo. Vamos estudar um diagrama de blocos para entender como tudo
isto funciona.
Diagrama de blocos de um Sweep de FI:
Fig. 3.4
- 23 - Equipamentos de RF
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1) Um VCO é um oscilador controlado por tensão. No caso do VCO deste Sweep ele é baseado
em um transistor montada em um emissor comum junto com um oscilador Calpitts.
Uma parte importante deste oscilador é um conjunto de diodos tipo varicap que mudam sua
capacitância de acerto com a tensão reversa aplicada sobre eles. Desta forma conseguimos fazer
ele oscilar entre 30 MHz a 60 MHz.
Para que esta variação aconteça, o circuito (2) fornece uma tensão com forma de onda dente de
serra na freqüência de 50 Hz.
Fig. 3.5
O período de subida da onda dente de serra corresponde ao movimento da portadora. O período
de descida corresponde ao tempo onde a portadora é desligada, isto é conseguido através da
onda quadrada aplicada ao VCO. Esta onda despolariza o transistor oscilador fazendo a portadora
deixar de existir. Quando o oscilador começa a oscilar novamente, ele está em 30 MHz.
Fig. 3.6
Tudo isto que acontece, pode ser conseguido com um VCO feito com um transistor comum,
bipolar, um LM 555 e alguns amplificadores operacionais.
Um fator importante do circuito (1), é que a corrente de alimentação deve sempre ser igual, isto
é conseguido com uma fonte de corrente. Isto é preciso para manter o nível da portadora sempre
igual, independente do valor dela.
2) O gerador de rampa e apagamento tem a função de gerar a rampa para mudar a freqüência do
VCO. O sinal VCO é um oscilador que tem a sua freqüência de saída controlada por tensão. A
- 24 - Equipamentos de RF
Capítulo 3 - Sweep de FI, Atenuador, Detetor e Osciloscópio
rampa e o pulso de apagamento são conseguidos com um oscilador com o LM 555 e alguns
LM 741, e tem a freqüência de 50 Hz.
3) O amplificador da FI amplifica o sinal gerado no estágio (1) e faz o casamento de impedância
com o estágio seguinte. Este circuito tem o ganho fixo.
4) Somador de FI e marcas – este circuito tema a função de juntar diversos sinais e manter os
níveis e linearidade dos mesmos corretos.
Isto pode acontecer com o uso correto de resistores e capacitores. Também faz parte deste
circuito que permitirá, por igual u ajuste dos três ou mais sinais. Isto é conseguido com diodos
PIN ou transistor FET.
5) O estágio de saída ou amplificador de RF, tem o ganho fixo e deve oferecer um nível de saída
capaz de excitar circuitos passivos, como por exemplo, filtros. A impedância deste circuito
deve ser de 50Ω, caso se vá trabalhar com transmissores ou 75Ω caso se vá trabalhar com
televisores.
A impedância de saída também pode ter um valor ôhmico mais elevado para casos específicos.
Com o uso de uma chave e resistores corretos, podemos fazer com que ora a impedância
tenha 50Ω, ora tenha 75Ω.
6) Somador de marcas – lembrando que cada marca é uma freqüência fixa que será de 41MHz
ou 47 MHz, mas, também pode ser de 41,25 MHz e 45,75 MHz, (caso desejamos uma curva de
FI mais estreita) e que não podemos mudar as suas características, vamos fazer esta soma
usando resistores, capacitores e trimpots.
Também fará parte deste estágio um atenuador para ajustar o nível das marcas separado o
nível da FI. Isto é útil para conseguirmos uma melhor visualização do sinal na tela do osciloscópio.
7 e 8) Estes estágios são os geradores de marcas. São osciladores fixos, controlados a PLL ou
cristal e geram uma portadora que deve manter a sua amplitude fixa durante o tempo.
O nível dos dois osciladores também deve ser o mesmo, ou melhor dizendo, iguais. Isto é
conseguido variando-se a polarização do transistor oscilador.
9) este estágio amplifica e corrige a rampa de forma que ela gera uma linha horizontal perfeita e
que complete totalmente a tela do osciloscópio. Isto é conseguido com amplificadores
operacionais.
Neste circuito fica o ajuste de largura do Sweep. Este estágio fica ligado com a entrada “X” do
osciloscópio ou o eixo horizontal.
10) O amplificador DC amplifica o sinal que saiu do ponto RF, entrou no circuito a ser sintonizado
ou “sweepado” e que, depois de passar pelo diodo detetor, (o que é isto)?) É injetado nele. Sua
saída vai ligada a entrada “Y” do osciloscópio ou ao eixo vertical.
Neste estágio temos o ajuste de ganho DC. Normalmente, alguns transistores ou um AO
resolvem este problema.
AO = Amplificador Operacional.
- 25 - Equipamentos de RF
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Fig. 3.7
Este circuito pode ser construído dentro de próprios conectores ou dentro de uma caixa metálica,
para a faixa de FI o tipo de montagem não é muito crítico, mas, é importante se deixar o máximo de
terra possível.
Agora o atenuador de teclas:
Este nome é um pouco estranho pois, parece que é um equipamento que diminui o tamanho das
teclas... Mas, deixando as baterias de lado, vamos ver ele por fora e por dentro, sobre como ele
funciona e como utilizá-lo.
Fig. 3.8
Por dentro:
Fig. 3.9
Ao ligarmos chave iremos atenuar o sinal da entrada de acordo com o valor associado a esta
cave.
- a chave 1 atenuará 2dB;
- a chave 2 atenuará 5dB;
- a chave 3 atenuará 10dB;
- a chave 4 atenuará 20dB.
- 26 - Equipamentos de RF
Capítulo 3 - Sweep de FI, Atenuador, Detetor e Osciloscópio
Agora o osciloscópio:
Quando eu disse que é necessário o uso de um osciloscópio para se usar um Sweep, não falei
a verdade em sua forma plena. Você pode usar um osciloscópio sim (mas, eles custam caro) ou
você pode usar um monitor apenas para uso com um Sweep (você os encontra usados por preços
menores do que um Scape).
Um osciloscópio pode ter várias funções, neste estudo vamos nos referir apenas aos ajustes e
funções necessárias (tendo uma apostila sobre scape ou osciloscópio também), este tipo de literatura
você encontra nas livrarias na área de eletrônica.
Usando um osciloscópio de 20MHz, duplo traço, para “sweepar” alguma coisa. O que devemos
conhecer:
- entrada vertical ou “Y”;
- entrada horizontal ou “X”
- chave de base de tempo horizontal e “XY”;
- chave de atenuação vertical;
- ajuste de posição horizontal;
- ajuste de posição vertical;
- ajuste de alinhamento horizontal;
- ajuste de foco;
- ajuste de astigmatismo;
- ajuste de intensidade.
- 27 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
Fig. 3.11
Liga/Desliga – liga e desliga o osciloscópio.
Foco – focaliza o traçado.
Intensidade – varia o brilho do traça.
Tela – é uma tela de fósforo, na maioria dos osciloscópios tem uma retícula quadriculada que
serve para fazermos medições e comparações.
Astigmatismo – de certa forma ajusta o foco das linhas ou traços verticais. Tem mais atuação
sobre eles. Geralmente não é um ajuste que possui knob ou botão, normalmente, é um eixo com
uma fenda que deve ser ajustada com uma chave de fenda.
Alinhamento horizontal – este ajuste também é feito com uma chave de fenda. Ele serve para
deixarmos uma linha horizontal exatamente na posição horizontal.
Muitas vezes quando ligamos um Sweep em um osciloscópio, o eixo horizontal fica um pouco
inclinado. Usamos este ajuste para acertá-lo, veja:
Fig. 3.12
Após se ajustar o alinhamento horizontal....
Fig. 3.13
- 28 - Equipamentos de RF
Capítulo 3 - Sweep de FI, Atenuador, Detetor e Osciloscópio
Posição vertical – permite ajustar a posição do feixe de elétrons para baixo ou para cima, ou
seja, na posição vertical:
Fig. 3.14
Posição horizontal – permite ajustar a posição do feixe de elétrons para um lado ou para o outro
lado, ou seja, na posição horizontal:
Fig. 3.15
Atenuador vertical – este ajuste é composto por uma chave de onda que seleciona valores fixos
e por um potenciômetro, que geralmente fica em seu centro, e que serve para um ajuste fino
quando necessário. Este ajuste fino tem uma posição chamada de calibrada e, na grande maioria
dos casos, deve ficar nesta posição. Este ajuste, a chave rotativa, tem uma ligação direta com a
marcação da tela.
Cada posição desta chave tem um valor, valor este que corresponde há uma divisão, no sentido
vertical, da tela. Sendo assim, se esta chave estiver na posição de 1V e na tela, um sinal ocupar 5
posições na vertical, este sinal terá 5Vpp ou 5 Volts, pico à pico.
Podemos notar bem isto, visualizando a figura 3.16:
Fig. 3.16
A chave está na posição de 1V por posição (ou quadradinho) vertical, e a forma de onda senoidal
ocupa de uma extremidade até a outra, 5 divisões, ou seja, ele tem 5Vpp.
Caso a chave estivesse na posição de 5V, ele ocuparia apenas uma divisão. E assim, por diante.
Base de tempo horizontal – a base de tempo horizontal funciona de forma similar ao atenuador
vertical. Ele usa as divisões na horizontal para sabermos o período de uma determinada forma
de onda e, através da equação:
F = 1
1 encontramos a freqüência.
Existem osciloscópios digitais ou com recursos digitais, que permitem a leitura da freqüência e
da tensão de uma forma mais direta. Geralmente eles mostram estes valores na tela, além da
forma de onda medida.
- 29 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
A base de tempo horizontal possui uma chave rotativa com valores fixos e um potenciômetro
para ajuste fino. Este potenciômetro tem uma posição de calibração e este ajuste deve uma sempre,
salvo raras exceções, ficar nesta posição, caso contrário, não fazemos uma leitura correta. Veja a
demonstração desta chave na figura 3.17:
Fig. 3.17
Girando esta chave iremos desde 1s até a posição “XY”, que é usada com o Sweep. Caso esta
chave esteja na posição de 20ms e uma forma de onda ocupe uma posição e seu período será de
20ms. Veja:
F = 1
0,02 F = 50Hz
Fig. 3.18
Caso colocássemos a chave na posição de 10ms a senóide deveria ocupar duas divisões de
10ms e o resultado seria o mesmo, porém a visualização seria melhor. Não entendeu nada?
Então vamos relembrar o que é um ciclo e como ele define uma freqüência:
O período de 1 ciclo, que usamos para calcular a freqüência, tem o “comprimento” exato entre
duas partes iguais de uma forma de onda. Veja a figura 3.19:
Fig. 3.19
- 30 - Equipamentos de RF
Capítulo 3 - Sweep de FI, Atenuador, Detetor e Osciloscópio
Caso você deixe o potenciômetro fora da posição de calibração, todas as leituras e medições
serão erradas. Tanto no eixo horizontal quanto no eixo vertical.
Entrada do canal 1 – este é o ponto onde devemos ligar uma ponta de prova para medir um
sinal, ou ligara saída “X” da Sweep.
Entrada do canal 2 – este é o ponto onde devemos ligar outra ponta de prova para medir outro
sinal, ou ligar a saída “Y” da Sweep.
Podemos perceber que esta oscilação tem duas entradas e pode medir dois sinais
simultaneamente. Por isto o chamamos de osciloscópio de duplo traço.
Fig. 3.20
- ligamos a saída “X” da Sweep na entrada “X” do osciloscópio;
- ligamos a saída “Y” na entrada “Y” do osciloscópio;
- ligamos a sida RF do Sweep na entrada do atenuador;
- ligamos a saída do atenuador na entrada do diodo detetor (lado do anodo);
- ligamos a saída do detetor na entrada DC do Sweep.
Ajustamos o nível de saída do Sweep e o nível DC para termos duas linhas aparecendo com um
“espaço” entre eles de 4 ou 5 divisões na vertical.
Ajustamos o Sweep para as marcas terem um nível visível, mas, pequeno. E fazemos outros
ajustes no Sweep. Mas, quais?
O ajuste de posicionamento que move a imagem na tela do osciloscópio de um lado para o
outro. E o ajuste de largura de banda ou BW que faz com que a imagem na tela do osciloscópio
“encolha” ou “estique”. Através destes ajustes posicionamos a imagem de forma a deixarmos bem
centralizadas e com a capacidade para vermos as marcas.
- 31 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
É importante que se vemos Sweep um circuito amplificador, deixamos o atenuador com algumas
teclas ligadas, ou seja, com alguma atenuação. Isto após ajustarmos nossa referência para 4 divisões
sem atenuação. Caso tenhamos uma noção do ganho deste amplificador, podemos deixar
atenuadora um pouco mais do que o ganho (esta experiência vem com a prática).
É importante saber que esta atenuação não deve chegar a ponto de fazer as linhas na tela do
Scape mostre ruído, ou seja, fique uma linha irregular:
Fig. 3.21
Para que isto não aconteça, aumente o nível de RF.
O amplificador e todo o equipamento a ser medido, ou Sweepado deva ficar ente o atenuador e
o diodo detetor:
Fig. 3.22
Antes de ligar, veja se todos as conexões estão corretas. Ligue o circuito e veja a tela do
osciloscópio. Caso a imagem seja a parecida com a figura 3.23:
Você tem um amplificador perfeito, porém seja que ela não
tenha o nível que você deixou como referência o ganho dele deve
ser encontrado e talvez esteja baixo. Mas, como descobrir o
ganho? Aí é que entra o atenuador de teclas:
Vamos supor que você atenuou 30dB usando as teclas de
1dB, 2dB, outra de 2dB, uma de 5dB, outra de 10dB e outra de
10dB.
Desatenue as teclas até que a linha onde estão as marcas Fig. 3.23
chegue a sua referência (4 divisões por exemplo).
Vamos supor que dos 30dB você desatenue 3 para chegar a esta posição, ou seja, com 27dB de
atenuação o sinal que saiu do amplificador chega na referência. Qual o ganho do seu amplificador?
O ganho é de 27dB.
Como saber se isto é verdade?
Ora, você sem atenuar alguma, tinha ajustado a referência para 4 divisões na vertical, colocou o
amplificador com 27dB e o nível ficou em 4 divisões, então o ganho é de 27dB. Quer ter certeza?
Então desatenue mais 10dB e veja o tamanho da curva...
Porque atenuar antes de ligar o amplificador?
Para evitar que caso o seu ganho seja muito grande, ele não queime o detetor.
E os ajustes do osciloscópio?
- 32 - Equipamentos de RF
Capítulo 3 - Sweep de FI, Atenuador, Detetor e Osciloscópio
Fig. 3.25
- BW – ajuste de largura ou banda passante, variando-a você estará fazendo o Sweep aumentar
ou diminuir a varredura entre um extremo e outro da faixa de freqüência em que ele atua. Na
tela você verá as marcas e aproximando ou se afastando. No circuito você estará aumentado
ou diminuindo a onda dente de serra aplicada ao VCO;
- 33 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
PH – posição horizontal variando-o você estará somando mais ou menos um nível DC com a
onda dente de serra. Na tela você verá o conjunto de marcas se deslocar de um lado para o
outro;
NM – nível das marcas;
RF – nível de saída;
O resto é tudo igual.
Observações:
- Caso você perceba que mesmo diminuindo a atenuação o nível não aumenta na tela do
osciloscópio, é porque você está saturando ou o circuito ou o detetor, de qualquer forma eu
aconselho você a diminuir o nível de RF do Sweep e aumentar o ganho da entrada “Y” do
osciloscópio, caso contrário o detetor poderá estragar. Se o circuito Sweepado for um
amplificador, ele poderá começar a auto-oscilar e queimar tudo;
- A finalidade de se Sweepor um circuito, seja ele um amplificador ou um filtro, é conseguir o
melhor ponto de trabalho para ele. Para se conseguir isto, é interessante em dividir os
equipamentos em duas categorias:
- Amplificadores é uma;
- Circuitos com perda de inserção é a outra.
Qual o objetivo de quando se Sweepa um amplificador?
- Obter o maior ganho possível com a melhor resposta em freqüência e sem possibilidade de
auto-oscilação.
Para fazermos isto montamos os equipamentos da forma já explicada e consultamos o manual
do equipamento que queremos Sweepar. Como quase sempre, não teremos este manual,
vamos ver alguns princípios básicos.
- Capacitores variáveis ou trimmers normalmente atuam mais no ganho do circuito e na sintonia
do mesmo;
- Indutores ou bobinas, normalmente atuam mais no acoplamento entre os estágios do circuito;
- Todo o circuito amplificador é desenvolvido para trabalhar dentro de uma faixa de freqüência;
- Esta faixa de freqüência será definida por um, dois, três ou mais circuitos sintonizados. Falamos
que o circuito tem 1 pólo, 2 pólos, 3 pólos ou mais.
Fig. 3.26
- 34 - Equipamentos de RF
Capítulo 3 - Sweep de FI, Atenuador, Detetor e Osciloscópio
Mexendo nos trimmers com uma chave plástica ou com uma chave espectral, vamos verificando
o que acontece na figura. Mexendo nas bobinas com uma chave plástica para bobinas ou com uma
chave de teste para bobinas de núcleo de ar, vamos poder fazer o seguinte ou algo bem parecido:
Fig. 3.27
Podemos dizer que tiramos o filtro de sintonia e colocamos na sintonia correta, é um bom exercício,
mas, antes vamos ver o seguinte:
- veja que este filtro tem 3 pólos, pois conseguimos separar uma curva perfeita em três “morrinhos”.
Totalmente ondulada;
- podemos perceber que a curva ficou mais larga.
Mexendo nos trimmers, percebemos que encontramos alguns que movimentam algum dos pólos
de um lado para o outro e com isto seu nível subirá ou diminuirá (o trimmer estará atuando na
freqüência de sintonia deste pólo) e de certa forma, em seu ganho. Mexendo nos indutores ou
bobinas, veremos que conseguimos uma diferença entre o topo e a vale da onda:
Fig. 3.28
Conseguimos ajustar, ou acoplar, melhor, dois ou mais pólos distintos. O ideal de uma curva é o
seguinte:
Fig. 3.29
- 35 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
Conseguindo isto você terá um filtro que só aplicará uma faixa e que terá resposta plana dentro
desta faixa com o melhor ganho possível.
Lembre-se de que podemos Sweepar a FI limitando-a em suas portadoras:
41,25 MHz – portadora de áudio;
45,75 MHz – portadora de vídeo. Veja:
Fig. 3.30
Fazemos isto para interferir o mínimo possível outros circuitos.
Fig. 3.31
Fig. 3.32
Fig. 3.33
- 36 - Equipamentos de RF
Capítulo 3 - Sweep de FI, Atenuador, Detetor e Osciloscópio
Fig. 3.34
Fig. 3.35
É importante salientar que como a impedância da TV é de 75Ω, o Sweep deve ser de 75Ω de
impedância de saída, na falta de um Sweep com esta saída, da para fazer um circuito resistivo (que
não é o ideal, mas, resolve ou ajuda) que “transforma” uma impedância em outra. Vamos ver este
circuito mais adiante...
Supondo que a saída de FI do varicap ou seletor tem uma impedância de 75Ω, desconectamos
o varicap do circuito e ligamos no local a saída de RF do Sweep. Ligamos o detetor no ponto antes
do diodo detector da TV ou usando um circuito “detetor” diferente, ligamos após o detetor do circuito,
o que é o ideal.
- 37 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
Fig. 3.36
Veja o circuito que está sendo mostrado na figura 3.37:
Fig. 3.37
No circuito da figura 3.37 estamos mostrando uma forma de Sweepar a FI com o “detetor
alternativo”.
Siga os passos a seguir:
1) Desligue a alimentação do tuner ou varicap ou seletor de canais;
2) Interrompa a ligação entre o tuner e a primeira FI;
3) Interrompa a ligação original do AGC, da FI, e aplique um valor de tensão de acordo com o
valor escrito no esquema da TV. Use uma fonte de tensão DC;
4) Caso perceba alguma interferência no sinal, desligue a alimentação do horizontal, mas, muito
cuidado, pois isto poderá fazer acontecer algum tipo de problema:
- queimar componentes do horizontal;
- desligar a alimentação da FI;
- queimar o fósforo do tubo.
Então, antes de fazer isto, pense bem se é necessário (eu não aconselho), mas, se você achar
que deve primeiro abaixar toda a tensão de screen no flyback.
- 38 - Equipamentos de RF
Capítulo 3 - Sweep de FI, Atenuador, Detetor e Osciloscópio
Curva da FI em uma TV é um pouco diferente das mostradas até agora. Como o sinal de áudio
é retirado de uma sub portadora, resultado da subtração entre 45,75 MHz a 41,25 MHz e que
resulta em 4,5 MHz. Entre a terceira FI e o detetor da TV é colocado uma “armadilha de onda” ou
“trap” de forma a retirar este sinal de 4,5 MHz, que é modulado em freqüência e traz a informação
de áudio. Com o áudio já “salvo”, sua portadora é atenuadora para evitar interferências, chamadas
de “intermodulação” (e que aparecem na tela da TV como pequenas barras onduladas na diagonal).
Desta forma a curva de FI fica assim:
Fig. 3.38
O valor máximo será o que corresponde a freqüência de 44 MHz (que e o outro da FI: (41 + 47)
÷ 2 = 44 MHz).
O valor mínimo entre a portadora de vídeo e a de áudio deve ser de 17dB.
Você pode Sweepar uma TV e usar um detetor comum, porém deverá retirar o sinal antes do
diodo detetor o que pode resultar em um casamento de impedância errada e, conseqüentemente,
uma visualização de uma curva errada.
Hoje em dia, as maiorias das TVs usam circuitos integrados na FI, o que pode dificultar Sweepar
a mesma.
O imprescindível é a prática e o uso dos esquemas.
Fig. 3.39
- Se sumiu o som, você mexeu no trap de 4,5 MHz.
Quando falo, imagem, me refiro a imagem da TV depois de Sweepada.
- 39 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
- 40 - Equipamentos de RF
Capítulo 4 - O Sweep de VHF e UHF
Fig. 4.1
- 41 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
O diagrama em blocos básico 1 mostra um exemplo de Sweep que serve como referência para
um Sweep de VHF ou UHF.
Através da chave 1 “ch1” selecionamos o gerador de rampa para o VCO 1, VCO 2 ou VCO 3 e
também conectamos com o amplificador de banda larga.
Cada VCO poderá oscilar em uma faixa de freqüência, por exemplo:
- VCO 1 - oscila entre 10 MHz a 250 MHz;
- VCO 2 – oscila entre 240 MHz a 470 MHz;
- VCO 3 – oscila entre 400 MHz a 890 MHz.
Temos dois geradores de marca e cada um poderá gerar uma marca entre 10 a 890 MHz. Dentro
de cada gerador podemos ter subdivisões de circuitos. Podemos com estes dois geradores, colocar
as duas marcas em qualquer lugar.
O atenuador de RF fica na saída e isto pode ser uma faca de dois gumes. Isto facilita a construção
de Sweep, porém, obriga o atenuador que normalmente tem passos ou posições de atenuação de
1dB a 10dB, (pode ter passos de 10 a 60dB, por exemplo), além de um ajuste linear com
potenciômetro, a ser coaxial, ou seja, ter impedância de 50 ou 75Ω, independente da atenuação.
Isto torna sua confecção e manutenção mais difícil. Além do que se entrar tensão contínua
através de sua saída ele poderá mudar os valores de atenuação ou estragar permanentemente.
Muitos destes atenuadores seguem o mesmo princípio dos atenuadores de teclas
que usam resistores e capacitores (para compensação de freqüência) em montagem
PI:
O somador de marcas soma as marcas e é nele que teremos o ajuste do nível
das marcas.
Todo o resto segue o princípio e um Sweep de FI.
A diferença entre um Sweep de VHF, um só de UHF e outra de VH e UHF está na
Fig. 4.2
complexidade do circuito e no preço.
Quanto mais alta a freqüência, mais crítico o circuito e mais caro o “componente”.
Fig. 4.3
- 42 - Equipamentos de RF
Capítulo 4 - O Sweep de VHF e UHF
Fig. 4.4
BW – ajusta o BW através de um potenciômetro;
NM – nível das marcas;
Aten – atenuador em passos de 10dB e com um ajuste fino ⊗.
NRF – nível de RF;
TF – teclado que seleciona as faixas de freqüência;
TM – teclado que seleciona o espaçamento entre as marcas. Isto é importante;
PFo – posição da freqüência central;
KF – Knob para ajuste da ponteira do dial;
VR – variação da freqüência da varredura;
Rampa – saída do sinal de rampa (pouco usado a não ser que você deseja usar este Sweep
para construir um espectro);
Dial – mostrador com várias escalas ou com escalas que mudam (giram) de acordo com a
posição das chaves no teclado TF;
⊗ - para entrada “X” do osciloscópio;
Y – para entrada “Y” do osciloscópio;
Det – entrada do detetor.
- 43 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
Fa = 500 MHz
BW = 100 MHz
[100 MHz] pressionada.
Fig. 4.5
Fa = 50 MHz
BW = 100 MHz
[10 MHz] pressionada
Aparecerá uma marca a cada 10 MHz e ficará meio confuso, portanto, eu aconselho você a
colocar o “Fo” sobre o eixo vertical central do osciloscópio.
Fig. 4.6
Vamos supor que você deseja Sweepar um amplificador de TV na freqüência do canal 49 que
vai de 680 a 686 MHz. Vamos ver a tela:
Fig. 4.7
Você ligou o Sweep, ajustou tudo e agora coloca as marcas de 100 MHz.
Agora você conta as marcas e ajusta PFo para a marca correspondente a 700 MHz ficar próximo
ao centro da tela, você ajusta BW para “alargar” a varredura e pressiona a tecla [10 MHz], veja:
Fig. 4.8
Você ajusta novamente as posições deixando o eixo vertical central de scape com a marca de
680 de um lado e a de 690 do outro lado. Agora você pressiona [1 MHz] e veja o que acontece:
- 44 - Equipamentos de RF
Capítulo 4 - O Sweep de VHF e UHF
Aperta [1 MHz]:
Fig. 4.13
Tanto atuando na chave de posição do canal ⊗ do osciloscópio quanto na chave PFo ou no
Knob KF, você pode centralizar a curva e brincar de ajustá-la. Legal não é mesmo!!!
Cuidado para não se perder cantando as marcas...
- 45 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
- 46 - Equipamentos de RF
Capítulo 5 - Gerador de Marcas
GERADOR DE MARCAS
Um gerador de marcas é um equipamento que pode ser utilizado com Sweeps que permitem a
entrada de uma marca externa, ou mesmo diretamente, através de um mixer ou misturador que
junte o sinal de saída de RF do Sweep com o sinal da saída do gerador de marcas. Olhe a figura
5.1 abaixo:
Fig. 5.1
Normalmente ele consiste em um VCO (oscilador controlado por tensão), um estágio amplificador
e um controle para o VCO que pode ser um PLL ou um circuito mais simples.
Sua função básica é gerar as marcas que um Sweep não passa. Na prática é pouco utilizado.
- 47 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
- 48 - Equipamentos de RF
Capítulo 6 - Gerador de 2,33 MHz
Fig. 6.1
Para visualizarmos esta forma de onda, precisaremos montar os seguintes equipamentos:
Fig. 6.2
A saída do gerador de 2,33 MHz deve ser injetada na entrada de vídeo do transmissor de
microondas, a saída do TX deve ser ligado há uma carga atenuadora que responda a freqüência
do microondas e a saída da carga deve ser ligada a entrada do analisador de espectro.
Um analisador de espectro é um equipamento que mostra a amplitude de um sinal no domínio
da freqüência. Com isto queremos dizer que o eixo “X” representará a freqüência e o eixo “Y”
representará a amplitude.
- 49 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
Fig. 6.3
Veja que isto é bem diferente de um osciloscópio que representa a variação da amplitude no
domínio de tempo:
Fig. 6.4
Com as ligações já feitas e com o espectro ligado, vamos ajustar tudo:
- colocar 1Vpp na saída do gerador de 2,33 MHz;
- ajustar o nível de modulação, dentro do microondas, até conseguir o nível mais baixo do primeiro
nulo de Bessel, veja:
- ajustar o nível de modulação para este “morrinho” ter a menor amplitude possível.
Fig. 6.5
Feito isto, estaremos transmitindo dentro dos padrões corretos para o microondas.
Algumas características são importantes no gerador de 2,33 MHz, são elas:
- 50 - Equipamentos de RF
Capítulo 6 - Gerador de 2,33 MHz
Fig. 6.6
Uma relação de 40dB entre a fundamental e as harmônicas e/ou espúrios que dizer que a
portadora fundamental tem uma potência 10.000 vezes maior do que a harmônica.
4) apresentar uma portadora criada por uma forma de onda senoidal.
- 51 - Equipamentos de RF
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Fig. 6.7
- 52 - Equipamentos de RF
Capítulo 7 - O Analisador de Espectro
O ANALISADOR DE ESPECTRO
O analisador de espectro é o tap de linha dos equipamentos usados em RF. Com um deles
podemos:
- medir potência;
- visualizar as portadoras e modulações de um canal de TV analógico;
- consertar ou sintonizar um oscilador;
- sintonizar um filtro;
- ver a porcentagem de modulação de uma portadora em AM;
- ver o desvio da portadora em FM;
- ver sinais harmônicos, intermodulação entre outras coisas;
- usar como ferramenta de desenvolvimento em circuitos de RF;
- usar como ferramenta de manutenção em transmissores de VHF, UHF, microondas, FM e
receptores de TV e VCRs.
O principal problema deles é o preço que eles custam. Mas, dá para fazer um protótipo MB (meia
boca) com um osciloscópio, mais um circuitinho e sucatas de TV.
Eu já fiz esta experiência, mas, isto é outra história.
Vamos ver primeiro, um diagrama de blocos básico destes:
Fig. 7.1
- Na entrada de RF, que normalmente é um conector N, podemos injetar freqüências que serão
definidas pelo fabricante. Valores comuns estão entre 9 kHz a 1 GHz, 9 kHz a 1,8 GHz, 9 kHz
a 12 GHz, 9 kHz a 24 GHz.
- 53 - Equipamentos de RF
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- 54 - Equipamentos de RF
Capítulo 7 - O Analisador de Espectro
Fig. 7.3
- 55 - Equipamentos de RF
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Fig. 7.4
- Usando um pescador ou acoplador, para medir o sinal de um transmissor ligado a uma antena.
Fig. 7.5
O pescador pode ser usado com um espectro, ou com um walttímetro e serve para tirar uma
amostra do sinal para ser medido em um analisador de espectro.
Na figura 7.6, procuramos mostrar um desenho mais detalhado:
Fig. 7.6
Mexendo no ajuste podemos aumentar ou diminuir o nível do sinal “pescado”.
- Usa com Wattímetro:
Fig. 7.7
- 56 - Equipamentos de RF
Capítulo 8 - Medidor de Campo
MEDIDOR DE CAMPO
Fig. 8.1
Este equipamento é extremamente útil em instalação e manutenção de antenas coletivas.
- 57 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
- 58 - Equipamentos de RF
Capítulo 9 - Rede Escolar
REDE ESCOLAR
Uma Rede Escolar, normalmente é formada por um conjunto de equipamentos, são eles:
- um Sweep digital;
- um display com ajustes digitais
- um plotter; Todos conectados
- uma impressora.
- 59 - Equipamentos de RF
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- 60 - Equipamentos de RF
Capítulo 10 - FM - Teoria Básica/Diagrama de Blocos/Diagrama Esquemático
Fig. 10.1
- 61 - Equipamentos de RF
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Os instantes T1 a T11, são pontos que determinam a amplitude do sinal modulante em tempos
diferentes, dependendo do instante a sinal modulante terá uma amplitude diferente e fará com que
o desvio da portadora seja diferente.
No instante T1 a portadora está em uma posição. No instante T3 a portadora está em outra
posição. No instante T6 ela está em outra posição.
No instante T8 ela estará em outra posição. No instante T12 ele estará na posição que corresponde
a “Fo”.
Podemos perceber como o áudio muda a freqüência da portadora.
Veja as figuras a seguir e tire as dúvidas:
Fig. 10.2
Se o áudio tiver a freqüência de 20 Hz a portadora irá de um lado para o outro 20 vezes em 1
segundo.
Se o áudio tiver a freqüência de 1 kHz a portadora irá de um lado para outro 1.000 vezes por
segundo.
Olhando em um espectro este tipo de modulação com uma freqüência modulante de 1 Hz
poderemos ver a portadora se mover lentamente de um lado para o outro. Veja a figura 10.3 na
página seguinte:
- 62 - Equipamentos de RF
Capítulo 10 - FM - Teoria Básica/Diagrama de Blocos/Diagrama Esquemático
Fig. 10.3
- 63 - Equipamentos de RF
Luiz Bertini
Fig. 10.4
Para sabermos o desvio basta medir a freqüência do pico 2 (P2) e subtrair do pico 1 (P1) e
teremos, no nosso caso 150kHz. Se você a portadora de áudio de um canal de TV este valor seria
de 50 kHz. Mas, como variar a freqüência de uma portadora deixando ela com nível fixo. Em termos
de circuitos podemos fazer isto da seguinte forma:
- juntar um oscilador controlado por tensão com um oscilador controlado por tensão com uma
banda passante que permita uma variação de 150 kHz;
- junto com uma fonte de corrente o oscilador e assim, limitar o nível do oscilador;
- junto com uma fonte de tensão contínua muito estável para definir a freqüência central da
portadora (Fo). Em blocos isto fica assim:
Fig. 10.5
- 64 - Equipamentos de RF
Capítulo 10 - FM - Teoria Básica/Diagrama de Blocos/Diagrama Esquemático
Fig. 10.6
NM = nível de modulação;
NSPF = nível de saída de RF;
Fo = ajuste de freqüência central;
Diodo varicap = são diodos que quando polarizados, reversamente apresentam uma certa
capacidade.
Como o áudio modulante fica variando de nível, os diodos ficarão variando a capacitância. Como
a capacitância deles é quem definem a freqüência do oscilador, esta freqüência variará de acordo
com o áudio, ou seja, FM.
- 65 - Equipamentos de RF
Apôio:
LCV
(11) 3337-7730
(11) 3223-0322
- 66 - Equipamentos de RF