Vestibular UFSC 2014

COPERVE CONCURSO VESTIBULAR-UFSC/2014 PROVA 1: AMARELA 1
LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA

01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45

TEXTO 1

A vida invisvel

H sculos, o ser humano comeou a perguntar-se por qual razo as sociedades
diferenciavam a tal ponto os dois sexos em matria de hierarquia e funes. Uma ou outra
mulher especialmente intrpida j se havia feito essas perguntas, como, por exemplo, a
francesa Christine de Pisan, que em 1405 escreveu A cidade das mulheres; mas foi
preciso que viessem o positivismo e a morte definitiva dos deuses para que os habitantes
do mundo ocidental desdenhassem a imutabilidade da ordem natural e comeassem a
perguntar massivamente sobre o porqu das coisas, curiosidade intelectual que
forosamente teve de incluir, apesar da resistncia apresentada por muitos e muitas, os
numerosos motivos relativos condio da mulher: diferente, distante, subjugada.
Na realidade, ainda no h uma resposta clara a essas perguntas: como se
estabeleceram as hierarquias, quando isso aconteceu, se sempre foi assim. Cunharam-se
teorias, nenhuma suficientemente demonstrada, que falam de uma primeira etapa de
matriarcado na humanidade, de grandes deusas onipotentes, como a Deusa Branca
mediterrnea descrita por Robert Graves. Talvez no tenha sido uma etapa de
matriarcado, mas simplesmente de igualdade social entre os sexos, com domnios
especficos para umas e outros. A mulher paria, e essa assombrosa capacidade deve
t-Ia tornado muito poderosa. As vnus da fertilidade que nos chegaram da pr-histria
(como a de Willendorf gorda, bojuda, deliciosa) falam desse poder, assim como as
mltiplas figuras femininas posteriores, fortes deusas de pedra do neoltico.
Engels sustentava que a sujeio da mulher se originou ao mesmo tempo que a
propriedade privada e a famlia, quando os humanos deixaram de ser nmades e se
assentaram em povoados de agricultores; o homem, diz Engels, precisava assegurar-se
filhos prprios, aos quais pudesse transferir suas posses, e por isso controlava a mulher.
Ocorre-me que talvez o dom procriador das fmeas assustasse demais os vares,
sobretudo quando os grupos se tornaram camponeses. Antes, na vida errante e caadora,
o valor de ambos os sexos estava claramente estabelecido: elas pariam, amamentavam,
criavam; eles caavam, defendiam. Funes intercambiveis em seu valor, fundamentais.
Mas depois, na vida agrcola, o que os homens faziam de especfico? As mulheres
podiam cuidar da terra tanto quanto eles, ou talvez, sob um ponto de vista mgico, at
melhor, pois a fertilidade era seu reino, seu domnio. Sim, razovel pensar que eles
deviam ach-Ias demasiadamente poderosas. Talvez a nsia de controle dos homens
tenha nascido desse medo (e da vantagem de serem eles mais fortes fisicamente).
Nota-se esse receio ante o poder feminino j nos primeiros mitos de nossa cultura,
nas narrativas sobre a criao do mundo [...]. Eva arruna Ado e toda a humanidade por
deixar-se tentar pela serpente, e o mesmo faz Pandora, a primeira mulher segundo a
mitologia grega, criada por Zeus para castigar os homens: o deus d a Pandora uma
nfora cheia de desgraas, jarra que ela destampa, movida por sua irrefrevel curiosidade
feminina, liberando assim todos os males. Esses dois contos primordiais apresentam a
mulher como um ser dbil, estouvado e carente de juzo. Mas, por outro lado, a
curiosidade um ingrediente bsico da inteligncia, e nesses mitos a mulher quem tem
o atrevimento de perguntar-se sobre o que existe alm, o anseio de descobrir o que est
oculto. Alm disso, os males que Eva e Pandora trazem ao mundo so a mortalidade, a
enfermidade, o tempo, condies que formam a substncia mesma do humano, de modo
que, na realidade, a lenda lhes atribui um papel agridoce mas imenso, como fazedoras da
humanidade. [...]
MONTERO, Rosa. A vida invisvel. In: ______. Histrias de mulheres. Traduo de J oana
Anglica dvila Melo. Rio de J aneiro: Agir, 2008. p. 9-13. [Adaptado]

Questo 01

Com base na leitura do texto 1 e na norma padro da lngua portuguesa, assinale a(s)
proposio(es) CORRETA(S).

01. Quando os habitantes do mundo ocidental passaram a desdenhar a imutabilidade da ordem
natural e comearam a se perguntar massivamente sobre o porqu das coisas, foram os
homens que resistiram ideia de se discutirem os motivos que levaram submisso da
mulher.
02. A primeira mulher a se questionar por qual motivo as sociedades diferenciavam a tal ponto os
dois sexos em matria de hierarquia e funes foi a francesa Christine de Pisan, que em 1405
escreveu A cidade das mulheres, uma obra de grande repercusso por polemizar o papel da
mulher.
04. De acordo com o texto, a Deusa Branca mediterrnea e as vnus da fertilidade da pr-histria
tinham em comum a imagem de uma mulher forte, parideira. J os mitos de Eva e Pandora
evocam uma mulher curiosa e atrevida, a qual desrespeita as ordens de um deus masculino e
causa grandes males.
08. As narrativas mticas analisadas no texto a Eva tentada pela serpente e a Pandora curiosa e
descuidada serviam para explicar a origem dos castigos divinos e alertar para o risco que as
mulheres representavam; por isso, essas narrativas s deixam margem para interpretar a
mulher como "um ser dbil, estouvado e carente de juzo" (linha 39).
16. As palavras sublinhadas no texto por qual razo (linha 1); motivos (linha 9) e pois (linha 30)
podem ser substitudas por por que, porqus e porque, respectivamente, sem que isso
acarrete erro.

Questo 02


01. Segundo o texto, ao trazerem ao mundo "a mortalidade, a enfermidade e o tempo" (linhas 42-
43), Eva e Pandora macularam a imagem da mulher para sempre, uma vez que condenaram
a humanidade ao sofrimento.
02. Os vrios adjetivos que caracterizam a mulher no texto intrpida (linha 3), subjugada (linha
9), dbil (linha 39), estouvada (linha 39), etc. s lhe atribuem traos de personalidade
negativos, o que sugere uma concordncia da autora com a viso machista presente desde
h milnios na histria da civilizao ocidental.
04. A autora do texto 1 associa a curiosidade feminina inteligncia, o que contradiz a ideia de
que a curiosidade um defeito nas mulheres.
08. As palavras domnio (linha 30) e juzo (linha 39) so ambas acentuadas por serem
paroxtonas terminadas em o.
16. O trecho apesar da resistncia apresentada por muitos e muitas (linha 8) poderia ser
reescrito devido resistncia apresentada por muitos e muitas, sem que isso implicasse
mudana no sentido da frase no texto.
32. Na linha 44, se o pronome lhes fosse substitudo por as a lenda as atribui um papel
agridoce , haveria erro quanto regncia do verbo atribuir.

Questo 03


01. Engels explica que a sujeio da mulher, a propriedade privada e a famlia se originaram
simultaneamente nos primeiros povoados de agricultores, a fim de que os homens tivessem
garantia da paternidade dos filhos, para poder legar-lhes a posse dos bens.
02. de Engels a ideia de que o desejo de domnio do homem sobre a mulher , em parte,
devido ao medo fundamental do homem diante da fertilidade feminina.
04. No perodo Engels sustentava que a sujeio da mulher se originou ao mesmo tempo que a
propriedade privada e a famlia, quando os humanos deixaram de ser nmades e se
assentaram em povoados de agricultores (linhas 20-22), o pronome relativo quando pode ser
substitudo por onde, sem que isso implique desvio em relao norma padro.
08. No trecho H sculos, o ser humano comeou a perguntar-se [...] (linha 1), caso o verbo
haver fosse substitudo por fazer, seria necessrio flexionar esse verbo na terceira pessoa do
plural Fazem sculos [...] para estabelecer a concordncia com o sujeito.
16. No trecho Uma ou outra mulher especialmente intrpida j se havia feito essas perguntas
[...] (linhas 2-3), se respeitadas as regras de pontuao, deveria haver uma vrgula aps a
palavra intrpida.
32. No trecho o homem [...] precisava assegurar-se filhos prprios, aos quais pudesse transferir
suas posses (linhas 22-23), se substitussemos o substantivo filhos por descendncia,
teramos: o homem [...] precisava assegurar-se descendncia prpria, qual pudesse
transferir suas posses.

01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
TEXTO 2
Era uma moa de dezesseis a dezessete anos, delgada sem magreza, estatura um
pouco acima de mediana, talhe elegante e atitudes modestas. A face, de um moreno-
pssego, tinha a mesma imperceptvel penugem da fruta de que tirava a cor; naquela
ocasio tingiam-na uns longes cor-de-rosa, a princpio mais rubros, natural efeito do
abalo. As linhas puras e severas do rosto parecia que as traara a arte religiosa. Se os
cabelos, castanhos como os olhos, em vez de dispostos em duas grossas tranas lhe
cassem espalhadamente sobre os ombros, e se os prprios olhos alassem as pupilas ao
cu, dissreis um daqueles anjos adolescentes que traziam a Israel as mensagens do
Senhor. No exigiria a arte maior correo e harmonia de feies, e a sociedade bem
podia contentar-se com a polidez de maneiras e a gravidade do aspecto. Uma s coisa
pareceu menos aprazvel ao irmo: eram os olhos, ou antes o olhar, cuja expresso de
curiosidade sonsa e suspeitosa reserva foi o nico seno que lhe achou, e no era
pequeno.
MACHADO DE ASSIS, J . M. Helena. So Paulo: FTD, 1992. p. 26.

Questo 04

Com base na norma padro da lngua portuguesa, na leitura do texto 2, no romance Helena,
publicado pela primeira vez em 1876, e no contexto do Romantismo brasileiro, assinale a(s)

01. A descrio fsica de Helena, apresentada no texto 2, bem como suas caractersticas de
personalidade, reveladas ao longo do romance, correspondem, em linhas gerais, ao modelo
da herona romntica: uma jovem bela, submissa ao homem, infantilizada, recatada e
ingnua.
02. Na descrio do olhar de Helena, anuncia-se a ambiguidade de carter que marcar algumas
das personagens femininas da fase realista de Machado, notadamente Capitu, de Dom
Casmurro.
04. Mostrada neste trecho como um anjo, Helena revela-se, mais tarde, uma jovem
manipuladora, que no hesita em levar adiante a farsa de ser filha do Conselheiro visando
posio da herdeira.
08. Uma vez provado que Helena no , afinal, a irm biolgica de Estcio, o rapaz est livre
para tom-la como esposa; o casamento s no acontece devido morte de Helena.
16. Como se pode ver no texto 2, apesar de Helena ser uma obra da fase romntica de Machado
de Assis, nela j se encontra a linguagem econmica em adjetivos, comedida, com termos
menos carregados de emoo, que ir caracterizar a produo realista do autor.
32. Com a forma verbal dissreis (linha 8) segunda pessoa do plural do pretrito
mais-que-perfeito do indicativo do verbo dizer , o narrador dirige-se aos leitores, o que um
recurso comum na prosa de Machado de Assis.
64. Na sentena As linhas puras e severas do rosto parecia que as traara a arte religiosa
(linha 5), ocorre um desvio de concordncia, pois o verbo parecer deveria estar flexionado no
plural para concordar com o sujeito as linhas puras e severas do rosto. Isso constitui um
exemplo da liberdade formal dos romnticos.

Glossrio
voluptuosas sensuais prpura certo tom de vermelho;
clida morna (fig.) roupas usadas por nobres
langues sensuais vetusta antiga; respeitvel
polichinelo certa personagem do augusta elevada, solene
teatro de humor; fantoche
TEXTO 3

O Soneto

Nas formas voluptuosas o Soneto
tem fascinante, clida fragrncia
e as leves, langues curvas de elegncia
de extravagante e mrbido esqueleto.
A graa nobre e grave do quarteto
recebe a original intolerncia,
toda a sutil, secreta extravagncia
que transborda terceto por terceto.
E como um singular polichinelo
ondula, ondeia, curioso e belo,
o Soneto, nas formas caprichosas.

As rimas do-lhe a prpura vetusta
e na mais rara procisso augusta
surge o sonho das almas dolorosas...

CRUZ E SOUSA, J . da. ltimos sonetos. p. 17.
Disponvel em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000078.pdf>.
Acesso em: 2 set. 2013.
Questo 05

Com base na leitura do texto 3, no livro de poemas ltimos sonetos, obra publicada pela primeira
vez em 1905, e no contexto geral da literatura brasileira da poca de sua primeira edio, assinale
a(s) proposio(es) CORRETA(S).

01. No elogio que faz forma do soneto, Cruz e Sousa aproxima-se, tematicamente, de alguns
poemas parnasianos que tm por tema a prpria poesia; isso pode estar relacionado com o
desejo de reconhecimento, expresso em outros poemas de ltimos sonetos.
02. Neste, como em outros poemas de ltimos sonetos, Cruz e Sousa exercita certa liberdade
formal, manifesta especialmente na mtrica irregular e no uso pouco convencional do
vocabulrio; essas caractersticas fazem com que o poeta seja hoje visto como um dos
precursores da revoluo modernista da dcada de 1920.
04. Neste poema, o soneto visto, metaforicamente, como uma mulher sensual, o que sugere
uma valorizao da fertilidade e da vida; porm, a evocao da figura do esqueleto remete
ideia da morte inevitvel. Dessa tenso entre vida e morte, resulta a valorizao da vida como
um momento efmero para celebrao e humor, sintetizado na figura do polichinelo.
08. Nos versos tem fascinante, clida fragrncia e e as leves, langues curvas de elegncia,
ocorrem, respectivamente, sinestesia e aliterao, figuras de linguagem utilizadas na poesia
do Simbolismo.
16. O primeiro quarteto do soneto Vida obscura Ningum sentiu o teu espasmo obscuro, /
ser humilde entre os humildes seres. / Embriagado, tonto dos prazeres, / o mundo para ti foi
negro e duro. revela o envolvimento de Cruz e Sousa, como poeta e jornalista, na denncia
das condies miserveis em que viviam os trabalhadores no incio do processo de
industrializao brasileiro.
32. Nos dois ltimos versos do soneto Crcere das almas que chaveiro do Cu possui as
chaves / para abrir-vos as portas do Mistrio?! , aparece um tema frequente na poesia de
Cruz e Sousa, a libertao do esprito pela morte.

01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
TEXTO 4

Menina pensa Amaro. Tu nunca poderias compreender. Nem tu nem ningum
sabe quanta ternura h em mim. Eu hei de ser sempre para vocs todos o seu Amaro
melanclico e taciturno, o seu Amaro que trabalha num banco e faz msica nas horas
vagas, o seu Amaro que vai ler livros sombra dos pltanos; o seu Amaro que no sabe
fazer um gesto de amizade nem de acolhimento. Vocs nunca compreendero. E tu,
menina, no podes compreender tambm a alegria ntima que me ds. Porque s poesia,
s msica, s... nem sei o que s... Tudo isto se pode sentir, tudo isto se pode pensar.
Mas nada disto se pode dizer. Seria piegas, seria idiota, como seria idiota tambm eu
dizer que te amo. Tenho mais do dobro da tua idade. E algumas rugas no rosto. Pirulito
no pode apanhar o raio de sol. O raio de sol de um outro mundo. Clarissa, se eu
pudesse falar, se tu pudesses entender... eu te diria que nunca desejasses que o tempo
passasse. Eu te pediria que fizesses durar mais e mais este momento milagroso. A vida
m, menina, a vida envenena. Amanh sers gorducha e prtica como titia. Amanh ters
filhos, te transformars numa matrona respeitvel. Onde estar ento a menina em flor
que corria no ptio atrs das borboletas? Mas tu tens curiosidade de conhecer a vida...
natural. Talvez nem compreendas a significao deste momento. Quanta coisa eu teria
para dizer se eu pudesse falar, se pudesses entender...
VERISSIMO, Erico. Clarissa. So Paulo: Companhia de Bolso, 2011. p.159-160.

Questo 06

Com base no texto 4, na leitura do romance Clarissa, lanado em 1933, e no contexto de sua
publicao, assinale a(s) proposio(es) CORRETA(S).

01. O leiteiro que batia cedo porta das casas, o bonde eltrico nas ruas em que raros so os
carros, as penses que alugam seus quartos a toda sorte de gente e uma cidade que troca a
luz dos lampies pelos postes de iluminao eltrica evocam a atmosfera da Porto Alegre da
dcada de 1930, cenrio em que se ambienta o romance Clarissa.
02. Amaro revela sua disposio para a melancolia, a poesia e a msica em composies como
Cano de acalanto para o menino que vai morrer e Pirulito querendo apanhar um raio de
sol. Esta ltima servir de metfora paixo platnica de Amaro no apenas pela garota,
mas por seu frescor juvenil.
04. Ao tomar o peixinho dourado como uma metfora de si prprio e a Clarissa como um raio de
sol inapreensvel O raio de sol de um outro mundo (linha 10) , Amaro refere-se ao fato
de que Clarissa lhe inacessvel por ele pertencer a uma classe social mais elevada, pois
um bancrio bem-sucedido, tpico homem burgus, alm de ser bem mais velho do que a
menina.
08. Alm de lamentar o que o futuro reserva a Clarissa casamento e filhos que a transformaro
numa matrona gorducha e prtica como titia (linha 13) , Amaro sofre pelo prprio destino e
pela inexorabilidade do tempo que acabou com a pureza dos sonhos que nutria na juventude.
16. A leitura de romances vista como um hbito prejudicial pela tia de Clarissa, razo pela qual
a menina precisa ler s escondidas os livros de aventura e espionagem que consegue
emprestar das colegas de classe. So obras que inspiram a menina de treze anos a romper
pouco a pouco com o esteretipo do prncipe encantado e do eterno final feliz.

01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
TEXTO 5

Elza filho chegado do stio ou me que volta de Caxambu. Membro que faltava e de
novo cresce. Comeara como quem recomea, e a tranqilidade aplainou logo a existncia
dos Sousa Costas, extraindo as ltimas lascas da desordem, polindo os engruvinhamentos
do imprevisto.
Mesmo para as meninas, trs: Maria Lusa com doze anos, Laurita com sete, Aldinha
com cinco, Elza j dera completo conhecimento de si, estrangulando a curiosidade delas. J
determinara as horas de lio de Maria Lusa e Carlos. J dispusera os vestidos, os chapus
e os sapatos no guarda-roupa. No jardim, fizera as meninas pronunciar muitas vezes:
Frulein. Assim deviam lhe chamar.
"Frulein" era pras pequenas a definio daquela moa... antiptica?... No. Nem
antiptica nem simptica: elemento. Mecanismo novo da casa. Mal imaginam por enquanto
que ser ponteiro do relgio familiar.
Frulein... nome esquisito! nunca vi! Que bonitas assombraes havia de gerar na
imaginao das crianas! Era s deixar ele descansar um pouco na ramaria baralhada,
mesmo inda com poucas folhas, das associaes infantis, que nem semente que dorme os
primeiros tempos e espera. Ento espigaria em brotos fantsticos, floradas maravilhosas
como nunca ningum viu. Porm as crianas nada mais enxergariam entre as asas daquela
mosca azul... Metodicamente a dissecara. "Frulein" significava s isto e no outra coisa. E
elas perderam todo gosto com a repetio. A mosca sucumbira, rota, nojenta, vil. E baa.
ANDRADE, Mrio de. Amar, verbo intransitivo: idlio. Rio de J aneiro: Agir, 2008. p. 24-25.

Questo 07

Com base no texto 5, na leitura do romance Amar, verbo intransitivo, lanado em 1927, e no
contexto de sua publicao, assinale a(s) proposio(es) CORRETA(S).

01. A histria narrada pelo prprio protagonista, Carlos, que, aps adulto, relembra a difcil
experincia de iniciao sexual que tivera com a governanta Elza. Ainda traumatizado pelo
trmino da relao, faz uso de um tom amargurado, repleto de introspeces e anlises
pessoais permeadas por lembranas da So Paulo da dcada de 1920.
02. No trecho Elza filho chegado do stio ou me que volta de Caxambu (linha 1), fica evidente
o distanciamento, a insensibilidade e a dificuldade de adaptao que marcaram a chegada de
Elza na famlia Sousa Costa. A governanta repelia a curiosidade alheia mantendo certo
afastamento e frieza, alm de ditar ordens incansavelmente. No por acaso, o narrador
destaca o fato de ela vir a tornar-se ponteiro do relgio familiar (linha 12).
04. O vocbulo Frulein comparado a uma mosca azul, por permitir bonitas assombraes
na imaginao das crianas, que desconheciam o significado do termo e o papel da
governanta. Todavia, tais associaes nunca ocorreriam, tendo em vista os mtodos de Elza,
que dissecava no apenas palavras, mas sentimentos, posturas e gestos, a fim de ensinar
metodicamente o que compreendia ser a forma saudvel do amor.
08. No trecho A mosca sucumbira, rota, nojenta, vil. E baa. (linha 19), temos uma gradao de
adjetivos destinados caracterizao da mosca. Se por um instante o inseto sugeriu um
mundo de fantasias, foi rapidamente devolvido a sua animalidade asquerosa, com a
familiarizao do som que agora remetia apenas mulher diante deles.
16. Em era pras pequenas (linha 10) e que nem semente que dorme (linha 15), as palavras
destacadas so exemplos do projeto encampado por Mrio de Andrade e outros modernistas
de romper formalmente com a escrita do portugus de Portugal, em prol de um brasileirismo
vocabular e gramatical que melhor representasse a gente e a fala do nosso pas.

TEXTO 6
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
CLIO
Quem no tem
J uzo? O que pergunta ou o que responde?
O que quer dar um pouco do que seu
Ou o que tinha juzo e que perdeu
E que nem sabe onde?

ORFEU (como para si mesmo)
Sabe onde.
Sabe onde! Minha me, neste momento
O juzo de Orfeu tem outro nome
Um nome de mulher... Neste momento
O juzo de Orfeu canta baixinho
Um poema de Orfeu que no seu:
um nome de mulher... Neste momento
O juzo de Orfeu, todo de branco
Sobe o morro para encontrar Orfeu!
[...]
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35

ORFEU [...]
Minha mezinha, eu quero me casar
Com Eurdice...

CLIO (a voz desesperada)
Com Eurdice, meu filho?
Com Eurdice, nego? Mas... pra qu?

ORFEU (dedilhando docemente)
Eu gosto dela, minha me; um gosto
Que no me sai nunca da boca, um gosto
Que sabe a tudo o que de bom j tive...
Aos seus beijos de me quando eu menino
primeira cano que fiz, ao sonho
Que tive de chegar onde estou hoje...
Um gosto sem palavras, como s
A msica pode saber...

MORAIS, Vincius de. Orfeu da Conceio: tragdia carioca em trs atos.
Disponvel em: <http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/article.php3?id_article=665>.
Acesso em: 25 ago. 2013.

Questo 08

Com base na leitura do texto 6, na pea Orfeu da Conceio, de 1956, e no contexto do
Modernismo brasileiro, assinale a(s) proposio(es) CORRETA(S).

01. A pea Orfeu da Conceio baseia-se no mito grego de Orfeu e mostra a histria de amor de
Orfeu e Eurdice ambientada nos morros do Rio de J aneiro; entretanto, desvia-se da histria
original, por exemplo, quando Eurdice morta por Aristeu e no pela picada de uma
serpente.
02. Orfeu da Conceio combina trechos em prosa com trechos em verso e inclui tambm
msicas compostas por Vincius de Morais e Tom J obim; essa fuso de diferentes formas de
arte contrria ao princpio modernista de estabelecer fronteiras ntidas entre as artes.
04. Apolo, o pai de Orfeu, tem ao pouco destacada na pea, de forma geral; todavia,
compadecido com o sofrimento de Orfeu, participa decisivamente no resgate de Eurdice, que
fora aprisionada no Inferno.
08. Como se pode ver nas linhas 11 a 17, Orfeu no ama exclusivamente a Eurdice, porque em
seu juzo (sua cabea), outro nome de mulher surge; da o espanto de Clio, mostrado nas
linhas 24 e 25, quando Orfeu diz que pretende casar-se com Eurdice.
16. Na linha 30, o verbo saber tem o sentido de ter sabor de, ter gosto de; seu longo objeto
compreende o trecho desde a tudo o que de bom j tive... at ao sonho / Que tive de
chegar onde estou hoje... (linhas 30-33).

01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26

TEXTO 7

Ia alto o sol reconquistado na vspera quando, aos gritos de dona Arminda, Nacib
acordou:
Vamos espiar os enterros, menina. Vale a pena!
Inhora, no. O moo ainda no levantou.
Pulou da cama: como perder os enterros? Saiu do banheiro j vestido, Gabriela acabava
de pr na mesa os bules fumegantes de caf e leite. Sobre a alva toalha, cuscuz de milho
com leite de coco, banana-da-terra frita, inhame, aipim. Ela ficara parada na porta da
cozinha, interrogativa:
O moo precisa me dizer do que que gosta.
Engolia pedaos de cuscuz, os olhos enternecidos, a gula a prend-lo mesa, a
curiosidade a dar-lhe pressa, era hora dos enterros. Divino aquele cuscuz, sublimes as
talhadas de banana frita.
Arrancou-se da mesa com esforo. Gabriela amarrara uma fita nos cabelos, devia ser
bom morder-lhe o cangote moreno. Nacib saiu quase correndo para o bar. A voz de Gabriela
acompanhava-o no caminho, a cantar [...]
O enterro de Osmundo despontava na praa, vindo da avenida na praia.
No tem gente nem para pegar nas alas do caixo... comentou algum.
Pura verdade. Era difcil imaginar-se enterro mais magro de acompanhamento. S
mesmo as mais chegadas a Osmundo tiveram a coragem de acompanh-lo nesse seu
ltimo passeio pelas ruas de Ilhus. Levar o dentista ao cemitrio era quase uma afronta ao
coronel J esuno e sociedade. Ari Santos, o Capito, Nh-Galo, um redator do Dirio de
Ilhus, uns poucos mais, revezavam-se nas alas do caixo.
O morto no tinha famlia em Ilhus, mas nos meses que ali passara fizera muitas
relaes, homem dado, amvel, freqentador dos bailes do Clube Progresso, das reunies
do Grmio Rui Barbosa, das danas familiares, dos bares e cabars. No entanto ia para o
cemitrio como um pobre diabo, sem coroas e sem lgrimas. [...]
AMADO, J orge. Gabriela, cravo e canela. So Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 146.

Questo 09

Com base na leitura do texto 7, no romance Gabriela, cravo e canela, obra lanada em 1958, e no
contexto de publicao da obra, assinale a(s) proposio(es) CORRETA(S).

01. Na obra de J orge Amado, frequente a presena de coronis, como J esuno, personagem de
Gabriela, cravo e canela. Coronel substantivo masculino que designa posto superior nas
foras armadas empregado no romance como uma espcie de pronome de tratamento
para se referir aos grandes proprietrios rurais e mandatrios locais.
02. Osmundo era um proeminente dentista local, que foi assassinado por envolver-se em
disputas de terra com o coronel J esuno, crime imperdovel perante a sociedade da poca.
Apesar de sua famlia ter posses na capital, acaba por ser enterrado sem homenagens nem
lamentos: ia para o cemitrio como um pobre diabo (linhas 25-26).
04. Ao referir-se aos bules fumegantes de caf sobre a mesa, ladeados de quitutes da nova
cozinheira, como cuscuz de milho com leite de coco, banana-da-terra frita, inhame e aipim
(linhas 6-7), o narrador evoca por meio dos olhos enternecidos de Nacib uma faceta
importante da obra de J orge Amado: a sinestesia do paladar, do olfato, do tato. Essa peculiar
combinao de sensaes est presente inclusive na descrio da protagonista, moa que
tem cheiro de cravo e cor de canela.
08. Como peculiar a vrios dos romances de J orge Amado, cada uma das partes que compem
Gabriela, cravo e canela precedida de uma longa sucesso de ttulos e subttulos. Os
captulos ainda contam com poemas, citaes de discursos, trechos de jornais da poca,
cantigas e modas populares que, apesar de no estabelecerem relao com a obra, ajudam a
emprestar cor local ao que narrado.
16. No trecho Levar o dentista ao cemitrio era quase uma afronta ao coronel J esuno e
sociedade (linhas 20-21), caso substitussemos as palavras sublinhadas, respectivamente,
por ltima morada e todos da cidade, seria necessrio usar o acento indicativo de crase
em ambos os casos: Levar o dentista ltima morada era quase uma afronta ao coronel
Jesuno e todos da cidade.

01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
TEXTO 8

Nascera inteiramente raqutica, herana do serto os maus antecedentes de que
falei. Com dois anos de idade lhe haviam morrido os pais de febres ruins no serto de
Alagoas, l onde o diabo perdera as botas. Muito depois fora para Macei com a tia beata,
nica parenta sua no mundo. Uma outra vez se lembrava de coisa esquecida. Por exemplo a
tia lhe dando cascudos no alto da cabea porque o cocoruto de uma cabea devia ser,
imaginava a tia, um ponto vital. Dava-lhe sempre com os ns dos dedos na cabea de ossos
fracos por falta de clcio. Batia mas no era somente porque ao bater gozava de grande
prazer sensual a tia que no se casara por nojo que tambm considerava de dever seu
evitar que a menina viesse um dia a ser uma dessas moas que em Macei ficavam nas
ruas de cigarro aceso esperando homem. Embora a menina no tivesse dado mostras de no
futuro vir a ser vagabunda de rua. Pois at mesmo o fato de vir a ser uma mulher no
parecia pertencer sua vocao. A mulherice s lhe nasceria tarde porque at no capim
vagabundo h desejo de sol. As pancadas ela esquecia pois esperando-se um pouco a dor
termina por passar. Mas o que doa mais era ser privada da sobremesa de todos os dias:
goiabada com queijo, a nica paixo de sua vida. Pois no era que esse castigo se tornara o
predileto da tia sabida? A menina no perguntava por que era sempre castigada mas nem
tudo se precisa saber e no saber fazia parte importante de sua vida.

LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de J aneiro: Rocco, 1999. p. 28.

Questo 10

Com base no texto 8, na leitura do romance A hora da estrela, lanado em 1977, e no contexto de
sua publicao, assinale a(s) proposio(es) CORRETA(S).

01. Macaba, personagem central de A hora da estrela, mantm ao longo da vida uma crena
cega na igreja, trao incutido pela tia beata que a obrigara a decorar e a repetir os
padre-nossos e as ave-marias desde menina.
02. No romance A hora da estrela, a autora tentou ocultar-se por trs do pseudnimo de Rodrigo
S. M., um narrador onisciente intruso que busca o tempo todo problematizar o processo de
criao.
04. O vocbulo "mulherice" (linha 12) um neologismo derivado do substantivo mulher.
Diferentemente da condio fsica atribuda automaticamente s pessoas do sexo feminino, o
narrador d a entender que a "mulherice" seria constituda pela personagem ao longo do
tempo, fsica e psicologicamente.
08. A datilgrafa Macaba adorava goiabada com queijo, divertia-se recortando anncios de
jornais velhos, bebia o mesmo refrigerante que todos bebem, passeava aos finais de semana
no cais e dividia seu quarto com outras cinco meninas, todas de nome Maria. Essa
associao de Macaba a banalidades, gostos, comportamentos e pessoas comuns ajuda a
compor a imagem de uma mulher sem traos prprios, cpia sem vio de tantas outras
sertanejas indigentes.
16. O romance de Clarice Lispector distancia-se, pelo tempo e pela temtica, da gerao de
1930; ainda carrega parte da crtica social caracterstica daquele momento, mas a imagem da
menina cuja herana do serto o raquitismo de retirante fica em segundo plano, ganhando
maior relevo a problemtica da modernizao das cidades de Macei e do Rio de J aneiro,
locais onde Macaba tenta ganhar a vida.
32. O ttulo da obra revela forte ironia, tendo em vista que algo que nunca se concretiza: a hora
da estrela, quando finalmente Macaba brilharia tal qual suas artistas de cinema preferidas,
no ocorre, devido ao acidente fatal sofrido pela protagonista.

Questo 11

Das oito obras cuja leitura foi solicitada para o presente exame vestibular, sete tm mulheres
como protagonistas ou ocupando algum outro papel de relevncia no enredo. Assinale a(s)
proposio(es) CORRETA(S) quanto postura ou papel dessas mulheres nas narrativas.

01. Ao revelar abertamente sua origem como fruto de uma relao extraconjugal, Helena ousa
afrontar os valores da poca e assume uma postura surpreendentemente avanada para uma
herona romntica.
02. Em Orfeu da Conceio, as trs personagens femininas de maior importncia, Eurdice, Clio e
Mira, so mostradas como mulheres fortes, capazes de alterar o prprio destino e at o
destino do heri, Orfeu; assim, a pea pode ser tomada como um manifesto a favor do
feminismo.
04. Em O detetive de Florianpolis, Ivete vive com Domingos uma relao amorosa avanada
para os padres da dcada de 1980, tendo-se entregado ao chefe logo poucos dias aps ser
admitida como secretria no escritrio do detetive.
08. Mesmo sendo personagens to distintas, Clarissa, Frulein Elza e Macaba reproduzem o
discurso do casamento como ideal feminino de realizao, sonho que nutrem ao longo das
respectivas narrativas.
16. Gabriela prezava de tal forma a liberdade que foi comparada por J oo Fulgncio a uma flor do
campo que no serviria para jarro. Entretanto, prope-se a casar com Nacib, no por
interesse financeiro, mas por entender as convenes sociais que o imigrante libans
buscava respeitar a fim de inserir-se na sociedade de Itabuna.


TEXTO 9
As tirinhas abaixo so do quadrinista argentino J oaqun Salvador Lavado Tejn, mais conhecido
como Quino. Nelas, v-se sua personagem mais famosa, Mafalda (a menina de cabelos pretos), e
sua colega Susanita. Leia com ateno as tiras para responder questo 12.

QUINO. Toda Mafalda. 2. ed. So Paulo: Martins Fontes, 2010. p. 26; 87; 306.
Questo 12

Com base na leitura das quatro tirinhas que compem o texto 9, assinale a(s) proposio(es)
CORRETA(S).

01. Na primeira tirinha, ao comparar a vida ambicionada por Susanita com um fluxograma,
Mafalda refere-se ao papel reservado mulher no modelo tradicional de famlia, que se
apresenta como uma espcie de planejamento fechado, sem margem a outras opes.
02. Na segunda tirinha, percebe-se como, segundo a concepo de Mafalda, a maternidade no
uma forma relevante de contribuir para o progresso.
04. Na terceira tirinha, fica evidente como Susanita, por influncia de Mafalda, comea a se
afastar do paradigma que tem a mulher como responsvel pelos ditos servios domsticos.
08. Na quarta tirinha, a afirmao final de Susanita permite supor que, na concepo da menina,
as mulheres que se dedicam a profisses tidas por ela como masculinas (arquitetura,
engenharia, advocacia, medicina) so mais femininas que aquelas que realizam apenas as
tarefas domsticas.
16. Na segunda tirinha, a interjeio Meu Deus, no quadro final, mostra o espanto de Mafalda
perante o modo como Susanita consegue, mesmo que de forma no esperada, ir passando
de uma posio mais conservadora a outra mais avanada no que se refere ao papel social
da mulher.
32. Na primeira tirinha, nota-se que, entre as concepes conservadoras de Susanita, est o
consumismo, representado na meta de possuir uma casa bem grande, um carro bem
bonito e joias.

INGLS

TEXT 1

Six months ago, Malala Yousafzai was lying in a hospital bed, recovering from a Taliban attack in
which she was shot in the head and neck. The shooting was intended to silence the Pakistani
teenager who had defied the Taliban's ban against girls in school. But it had the opposite effect:
Instead of silencing the 15-year-old, the attack only made her voice more powerful.
Malala's story has raised global awareness of girls' education. And now that she's out of the
hospital and back in school, she is determined to keep fighting for equality.
"God has given me this new life," she said in February, her first public statement since the
shooting. "I want to serve the people. I want every girl, every child, to be educated."
Worldwide, there are 66 million girls out of school, according to UNESCO many more than
boys, who don't have to face the same discrimination and obstacles that girls do in some
countries.
Malala was critically injured in the attack, but she suffered no permanent brain injuries. She
underwent several successful surgeries in Pakistan and the United Kingdom, where she now
lives after her father was given a job with the Pakistani Consulate.
In March, she went back to school for the first time since the attack, attending an all-girls high
school in Birmingham, England. And while she recovers from her injuries, she is continuing to
raise awareness and money for education. Last month, she announced a $45,000 grant to a
fund that was set up in her name and the first to benefit will be girls from the Swat Valley.

By Kyle Almond, CNN
J une 17, 2013 Updated 1346 GMT (2146 HKT)

Adapted from: <http://edition.cnn.com/2013/04/30/world/malala-girls-education/index.html>
Accessed on: J uly 18
th
, 2013.

Questo 13

Select the appropriate title(s) for text 1.

01. Schools for boys and girls
02. Religion against violence
04. Fighting for womens right to study
08. Raising money to build hospitals for girls
16. Schools in Pakistan and England
32. Malalas battle for life and education

Questo 14

Select the CORRECT proposition(s) according to the information in text 1.

01. Malala still lives in Pakistan.
02. All of Malalas surgeries were performed in the United Kingdom.
04. Malala got injured because her family was irresponsible.
08. The attack could have killed Malala.
16. Currently Malala attends a school for female students.
32. The Pakistani government has donated money to help Malala in her campaign.
64. Malala has already raised money to help girls.

Questo 15

Select the CORRECT proposition(s).

Text 1 gives information about:

01. the number of girls who are out of school all over the world.
02. Malalas current age and health state.
04. the amount of money Malalas father receives from the government.
08. the reason why Pakistani girls cannot attend school.
16. Malalas plans for the future.
32. the specific type of surgeries Malala underwent.

Questo 16

Select the proposition(s) which contains (contain) the CORRECT definition for the underlined
words as they are used in text 1.

01. ban: prohibition
02. injuries: insults
04. attending: listening to
08. recovers: gets over an illness
16. awareness: consciousness
32. grant: financial aid
.


TEXT 2

Women with unusual careers

J ill Heinerth
Underwater filmmaker/photographer

J ill Heinerth, of Heinerth Productions Inc., isn't afraid to get her feet wet. She's dived inside
Antarctic icebergs, in volcanic lava tubes and in remote places like the frozen caves of Siberia.
Her specialty is underwater filmmaking in challenging environments, specifically caves.
Heinerth, who has been diving for more than 20 years, says she was inspired as a young girl to
be an explorer. My family never placed boundaries in my way, she says. Gender and racial
barriers did not exist in my family. People were simply people, able to pursue their dreams
through tenacity.
When she first joined the ranks of underwater explorers, being one of the few women was often a
challenge. In the early days, there were a lot of men who tried to slow me down and tell me I did
not belong in the field, she says. That slowly changed into men being fascinated that I was a
cave explorer. These days, I get far less resistance and mostly respect from men and women
alike.

Adapted from: <http://www.sheknows.com/living/articles/811378/6-women-with-unusual-careers>
Accessed on: Aug. 26
th
2013.

Questo 17

Which question(s) can be answered according to text 2?

01. What is J ills area of expertise?
02. How many films has J ill made so far?
04. Where does J ill live?
08. Who admires J ill for her work?
16. For how long has J ill been diving?
32. When did J ill dive in Siberia?

Questo 18

Select the CORRECT ending(s) for the following sentence, according to text 2.
J ills family

01. expected her to become an underwater explorer.
02. gave her the necessary financial support.
04. didnt impose limits on her dreams.
08. had no prejudices in relation to people.
16. wanted her to inspire other young people.
.

TEXT 3

Women with unusual careers

Barb J ohnson
Carpenter

Barb J ohnson's favorite thing about carpentry is starting out with nothing but a sheet of paper in
the morning and transforming that drawing into something useful and beautiful. And at the end
of the day, it is always perfectly clear what I have accomplished with my time, she says.
J ohnson claims 30 years in the business and owned Novio Wooden Furniture until Hurricane
Katrina destroyed it in 2005.
Home shows on television have made carpentry a more practical career for women because
they see others doing it, J ohnson says. When J ohnson first started out, she was the only female
carpenter in her city. Now it's not uncommon to see a woman carpenter, she says. I mean, it's
not a rare occurrence.
These days, J ohnson's focus is on writing, but she says it parallels carpentry in many ways. I
essentially write the way I build, she says. I construct some sort of framework and get to know
the piece as I go along. She also recently taught a carpentry class for female undergraduates
at Tulane University in New Orleans.

Adapted from: <http://www.sheknows.com/living/articles/811378/6-women-with-unusual-careers>
Accessed on: Aug. 26
th
2013.

Questo 19

What does text 3 say about Barb J ohnson?

01. She owns a furniture factory.
02. She is no longer the only woman carpenter in her city.
04. She learned carpentry by seeing others doing it.
08. Teaching is her main motivation nowadays.
16. She can see similarities between writing and carpentry.
32. Her interests include different activities.

Questo 20

According to the first paragraph of text 3, when Barb J ohnson says And at the end of the day, it is
always perfectly clear what I have accomplished with my time, she is expressing:

01. satisfaction for having done a good job.
02. pleasure for the productive use of her time.
04. curiosity for what happens in her profession.
08. confidence in the people who work with her.
16. concern about working and making money.

MATEMTICA

FORMULRIO

30
o

45
o

60
o

sen
2
1

2
2

2
3

cos
2
3

2
2

2
1

tg
3
3

1

3

1) A
tringulo
=
2
altura base

12) A
crculo
= r
2
2) A
tringulo
=
D
2
1
,
1 y x
1 y x
1 y x
D
3 3
2 2
1 1
= onde

13) A
lateral cone
=.r.g
3) sen
2
(x)+ cos
2
(x)=1 14) A
retngulo
= altura base
4) cos(x) (x) sen 2 = sen(2x)
15) C = r 2
5) cos(2x) =cos
2
(x) sen
2
(x)
16) V
esfera
=
3
r 4
3

6) P
n
= n! 17) V
paraleleppedo
= abc

7)
! p n
n!
A
p
n
) (
=
18) A
lateral pirmide
=
2
p b
a a n

19) (y y
0
) = m(x x
0
)
8)
! !
n!
Pn
=
,
20) T
p+1
=
p n
p
x a
p
n

|
|
.
|
\
|

9)
! p n p!
n!
C
p
n
) (
=
21) d
A,B
= ( ) ( )
2
A B
2
A B
y y x x +
10)
2
3) - (n n
d

= 22) d
P,r
=
p p
2 2
ax by c
a b
+ +
+

11) (x a)
2
+ (y b)
2
= r
2
23) (hipotenusa)
2
= (cateto
1
)
2
+ (cateto
2
)
2

Questo 21

Assinale a(s) proposio(es) CORRETA(S).

01. O nmero do carto de crdito composto de 16
algarismos. Zez teve seu carto quebrado, perdendo a
parte que contm os quatro ltimos dgitos. Apenas
consegue lembrar que o nmero formado por eles par,
comea com 3 e tem todos os algarismos distintos.
Ento, existem 280 nmeros satisfazendo essas
condies.
02. No prdio onde Gina mora, instalaram um sistema
eletrnico de acesso no qual se deve criar uma senha com
4 algarismos, que devem ser escolhidos dentre os
algarismos apresentados no teclado da figura. Para no
esquecer a senha, ela resolveu escolher 4 algarismos
dentre os 6 que representam a data de seu nascimento.
Dessa forma, se Gina nasceu em 27/10/93, ento ela pode
formar 15 senhas diferentes com 4 algarismos distintos.

04. Entre as ltimas tendncias da moda, pintar as unhas ganha um novo estilo chamado de
filha nica. A arte consiste em pintar a unha do dedo anelar de uma cor diferente das
demais, fazendo a mesma
coisa nas duas mos,
conforme mostra o exemplo
na figura. Larissa tem trs
cores diferentes de esmalte,
ento, usando essa forma
de pintar as unhas, poder
faz-lo de 6 maneiras
diferentes.
08. Uma fbrica de automveis lanou um modelo de carro que pode ter at 5 tipos de
equipamentos opcionais. O nmero de alternativas deste modelo com respeito aos
equipamentos opcionais igual a 120.
16. J ogando-se simultaneamente dois dados idnticos e no viciados, observa-se a soma
dos valores das faces que ficam voltadas para cima. A soma com maior probabilidade
de ocorrer 7.
32. O nmero de solues inteiras no negativas de x y z 6 + + = igual a 28.
64. Se a soma de quatro nmeros primos distintos igual a 145, ento o menor deles 3.

Questo 22

Seja p um polinmio de grau 4 dado por ( ) ( )
4
p x x 1 = + . Com essa informao, assinale a(s)

01. O polinmio p igual a ( )
4 3 2
p x x 4x 6x 4x 1 = + + + + .
02.
O nico nmero real no qual p se anula x 1 = .
04. Se k um polinmio dado por ( )
4 3 2
k x x 4x 6x 4x 3 = + + + + , ento o menor valor
possvel para o polinmio k , quando x varia em todo o conjunto dos nmeros reais, 2.
08.
O coeficiente do termo de expoente 5 do polinmio dado por ( ) ( )
4
p x x 1 igual a 1.

Questo 23

Duas cidades, marcadas no desenho abaixo como A e B, esto nas margens retilneas e opostas
de um rio, cuja largura constante e igual a 2,5 km, e a distncias de 2,5 km e de 5 km,
respectivamente, de cada uma das suas margens. Deseja-se construir uma estrada de A at B
que, por razes de economia de oramento, deve cruzar o rio por uma ponte de comprimento
mnimo, ou seja, perpendicular s margens do rio. As regies em cada lado do rio e at as
cidades so planas e disponveis para a obra da estrada. Uma possvel planta de tal estrada est
esboada na figura abaixo em linha pontilhada:

Considere que, na figura, o segmento HD paralelo a AC e a distncia HK =18 km.
Calcule a que distncia, em quilmetros, dever estar a cabeceira da ponte na margem do lado
da cidade B (ou seja, o ponto D) do ponto K, de modo que o percurso total da cidade A at a
cidade B tenha comprimento mnimo.

Questo 24


01. Sex um nmero inteiro positivo tal que x

par, ento x par.
02. A quantidade de nmeros inteiros positivos cujo dobro de seus quadrados tm 4 como
algarismo das unidades igual quantidade dos nmeros inteiros positivos cujo dobro de
seus quadrados tm 8 como algarismo das unidades.
04. A quantidade de nmeros pares positivos de dois algarismos (algarismo da dezena no
nulo) cujo produto desses dois algarismos um quadrado perfeito no nulo igual a 8.
08.
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 2 2 2 2
4 sen x cos x cos 2x cos 2x sen 4x + = para todo x real.
16. Na figura abaixo, a reta que passa por A e B tangente circunferncia de centro O e
raio OA 1 = no ponto A. Se o ngulo AOB mede x radianos, ento tan AB x = .

32. Para todo x real, o maior valor que a soma S = sen(x) + cos(x) pode assumir 2.

Questo 25

No livro A hora da estrela, de Clarice Lispector, a personagem
Macaba atropelada por um veculo cuja logomarca uma estrela
inscrita em uma circunferncia, como mostra a figura. Se os pontos A,
B e C dividem a circunferncia em arcos de mesmo comprimento e a
rea do tringulo ABC igual a 3 27 cm, determine a medida do raio
desta circunferncia em centmetros.

Questo 26


01. J orge parou em um posto de combustvel no qual o preo do litro de gasolina era R$ 2,90.
Ao entrar na loja de convenincia, percebeu que a garrafa de 500 mL de gua mineral
custava R$ 2,50. Ento o preo do litro da gasolina 58% do preo do litro de gua.
02. Um polgono regular de 17 lados possui uma diagonal que passa pelo centro da
circunferncia circunscrita a ele.
04. As medidas dos ngulos internos de um tringulo esto em progresso aritmtica de razo
r > 0. A quantidade de possveis valores para r igual a 59.
08. Se um polgono tem todos os seus ngulos congruentes entre si e se ele est inscrito em
uma circunferncia, ento ele regular.
16. Em um tringulo ABC, o segmento AH, com H no segmento BC, perpendicular a BC e
(AH)
2
= BH CH. Se M o ponto mdio de BC, ento 2 AM = BC.

Questo 27


01. O sistema linear, abaixo, de duas equaes a duas incgnitas x e y, no qual os coeficientes
, , A B C e D so nmeros primos distintos, tem soluo nica.

Ax By E
Cx Dy F
+ =
+ =

02. A matriz
A B
C D
| |
|
\ .
, na qual A, B, C e D

so nmeros inteiros positivos que no tm fator
primo comum, inversvel.

04.
Se
1 1
( , y ) x e ( )
2 2
, y x so dois pontos da reta 3 y x = , ento a matriz
1 1
2 2
x y
x y
| |
|
\ .

inversvel.
08.
A equao
10 10 10
log ( x 3 ) log ( x 2 ) log 14 + + = tem duas solues reais.
16.
2013
2
log 2 2000 > .
32. Os grficos das funes ( ) : 0, e : f g + , dadas respectivamente
por e
x
10
f ( x ) log x g( x ) 10
= = , no tm ponto comum.

1,20m
3,50m
2,40m
Questo 28


01. No ltimo inverno, nevou em vrios municpios de Santa Catarina, sendo
possvel at montar bonecos de neve. A figura ao lado representa um
boneco de neve cuja soma dos raios das esferas que o constituem igual
a 70 cm. O raio da esfera menor obtido descontando 60% da medida do
raio da esfera maior. Ento, o volume do boneco de neve considerado
igual a 288 dm.

02. O MMA uma modalidade de luta que mistura vrias artes marciais. O ringue onde ocorre
a luta tem a forma de um prisma octogonal regular. Suas faces laterais so constitudas de
uma tela para proteo dos atletas. Se considerarmos a aresta da base com medida igual a
12 m e a altura do prisma igual a 1,9 m, para cercar esse ringue seriam necessrios 182,4 m
de tela.
04. Para a festa de aniversrio de sua filha, Dona Maricota resolveu confeccionar chapus
para as crianas. Para tanto, cortou um molde com a forma de semicrculo cujo raio mede
20 cm. Ao montar o molde, com o auxlio de um adesivo, gerou um cone cuja rea lateral
igual rea do molde. Dessa forma, a altura desse cone igual a 10 3 cm.

08.

Fatos histricos relatam que o cone da Renascena,
Leonardo da Vinci, no sculo XV, idealizou uma espcie
de paraquedas. O prottipo teria o formato de uma
pirmide regular de base quadrangular, como mostra a
figura. Recentemente, recriaram o modelo, construindo
uma pirmide com o mesmo formato, cujas arestas
medem 6 m. Portanto, para fechar as laterais, usaram
36 3 m de material.

Disponvel em: <www.youtube.com/watch?v=EXJ 6iMj4g0o>
Acesso em: 9 set. 2013.

16. A caamba de um caminho basculante tem a
forma de um paraleleppedo e as dimenses
internas da caamba esto descritas na figura. Uma
construtora precisa deslocar 252 m de terra de uma
obra para outra. Dessa forma, com esse caminho
sero necessrias exatamente 24 viagens para
realizar esse deslocamento.

Disponvel em: <http://blocos.fabricadoprojeto.com.br>
Acesso em: 29 ago. 2013.
Questo 29

01. O domnio da funo f dada por
x 1
f ( x )
x 3
=
+
{ } x ; x 1 .

02. O nico valor inteiro que pertence soluo da inequao
2
x 4x 3 0 + < 2.

04. O conjunto soluo da equao modular { } 3 2x x 2 S 1 = = .

08. A funo
x, se x 0
R( x ) x, se 0 x 1
1, se x 1
<
>

crescente em todo o seu domnio.
16. Se uma funo : f simultaneamente par e mpar, ento ( ) f 1 0 = .

32. Os grficos das funes : f e : g , dadas respectivamente
por ( ) ( ) e
2 x
f x x g x 2 = = , para todo x real, se intersectam em exatamente um nico
ponto.

64.

2
x x = para todo x real.

Questo 30
Assinale a(s) proposio(es)
CORRETA(S).
Para a transmisso da copa do mundo de
2014 no Brasil, sero utilizadas cmeras
que ficam suspensas por cabos de ao
acima do campo de futebol, podendo, dessa
forma, oferecer maior qualidade na
transmisso. Suponha que uma dessas
cmeras se desloque por um plano paralelo
ao solo orientada atravs de coordenadas
cartesianas. A figura ao lado representa o
campo em escala reduzida, sendo que cada
unidade de medida da figura representa
10 m no tamanho real.

01. A equao da circunferncia que delimita o crculo central do campo na figura
2 2
x y 12x 8y 51 0 + + = .

02. Se a cmera se desloca em linha reta de um ponto, representado na figura por ( ) A 4,2 ,
at outro ponto, representado na figura por ( ) C 10,6 , ento a equao da reta que
corresponde a essa trajetria na figura 2x 3y 2 0 = .
04. Na figura, o ponto B (8,3) est a uma distncia de 8 unidades da reta que passa pelos
pontos ( ) A 4,2

e ( ) C 10,6 .
08. Os pontos (7,4), (4,2) e (10,6) no so colineares.

16. No tamanho real, a rea do crculo central do campo de futebol igual a
2
100 m .

BIOLOGIA
Questo 31

A Peste Negra, tambm conhecida como Peste Bubnica, uma das muitas doenas causadas
pela ao de bactrias, especificamente a bactria Yersinia pestis.
Analise as proposies abaixo e indique a soma da(s) CORRETA(S).

01. A Yersinia pestis tambm o agente causador de doenas como a gonorreia e a sfilis.
02. A transmisso da Peste Negra aos humanos ocorre pela picada de pulgas infectadas com
a bactria Yersinia pestis.
04. O controle da Peste Negra na Idade Mdia s foi possvel com o uso de antibiticos.
08. A Peste Negra, com certeza, foi uma pandemia que assolou a humanidade na Idade
Mdia.
16. Nos tempos atuais, devido ao uso de antibiticos, no so mais registrados casos de Peste
Negra.
32. O escorbuto, doena comum nos tempos das grandes navegaes, era causado por uma
bactria encontrada na gua contaminada dos barcos que navegavam por meses em
viagens transatlnticas.

Questo 32

Analise as proposies abaixo e indique a soma da(s) CORRETA(S).

01. O crebro de um indivduo adulto tem sua origem embrionria a partir da regio posterior
do tubo neural.
02. O crebro possui reas responsveis por sensaes, movimentos, enquanto que
associaes como, por exemplo, as lembranas so processadas no cerebelo.
04. Os glicitos ou clulas gliais fazem parte do crebro e so clulas responsveis por dar
sustentao e nutrir os neurnios.
08. A comunicao entre neurnios normalmente feita atravs das sinapses qumicas, as
quais se caracterizam pela ausncia de contato fsico entre os neurnios envolvidos.
16. Nas sinapses qumicas, ocorre a liberao de molculas neurotransmissoras como, por
exemplo, a adrenalina, a serotonina e a dopamina.
32. Substncias qumicas como os opiceos e a nicotina, entre outros, no interferem nas
sinapses qumicas estabelecidas entre os neurnios.

No outono de 1347, a frota genovesa regressou Itlia levando nos pores no somente
especiarias da ndia mas tambm os ratos negros da sia, portadores da Peste Negra. Cerca de
quatro quintos da populao de Florena morreria durante os 12 meses seguintes, despovoando
a cidade de tal maneira que foi preciso importar escravos trtaros e circassianos para minorar a
escassez de mo de obra [...].

KING, Ross. O domo de Brunelleschi. So Paulo: Record, 2013. p. 17.
A maioria das pessoas aceita sem embaraos os resultados da pesquisa cientfica
experimental quando ela se aplica s outras partes do corpo: no nos sentimos incomodados,
por exemplo, com o conhecimento de que o corao no a sede das emoes... No entanto,
a ideia de que a mente e a espiritualidade humanas se originam num rgo fsico, o crebro,
parece nova e desconcertante para algumas pessoas. Elas acham difcil acreditar que o
crebro um rgo computacional de processamento de informaes cujo extraordinrio poder
resulta, no do seu mistrio, mas de sua complexidade da enorme quantidade, variedade e
interatividade de suas clulas nervosas.

KANDEL, Eric R. Em busca da mente: o nascimento de uma nova cincia da mente. So Paulo: Cia. das Letras, 2009. p. 23.
Questo 33

O grfico indica, em escala logartmica, a relao dos casos de cncer em diversos rgos com a
idade dos indivduos.
Com relao ao grfico e ao desenvolvimento de cncer, indique a soma da(s) proposio(es)
CORRETA(S).

Fonte: AMABIS, J os Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia
das clulas. 2. ed. So Paulo: Moderna, 2004. p. 187. v. 1. [Adaptado]

01. Nos indivduos na faixa de 20 a 30 anos, so mais comuns casos de cncer de esfago.
02. O tipo de cncer com maior probabilidade de se desenvolver a partir dos 50 anos, tanto em
homens quanto em mulheres, o da prstata.
04. Entre os tipos mostrados no grfico, o cncer de pele o que afeta de maneira mais
precoce os indivduos.
08. Uma pessoa de 80 anos tem aproximadamente 500 vezes mais chances de ter cncer de
prstata do que uma pessoa de 40 anos.
16. No se pode concluir que a idade dos indivduos esteja relacionada com o
desenvolvimento de cnceres.
32. As mutaes genticas que levam uma clula a se tornar cancerosa tm origem em fatores
ambientais ou hereditrios.
64. Estatisticamente, o cncer de esfago mais precoce que o de estmago.

0,5
500
100
50
10

5
1
0,1
30 40 50 60 70 80 20
Idade em anos
I
n
c
i
d
n
c
i
a

a
n
u
a
l

/

1
0
0

m
i
l

i
n
d
i
v
d
u
o
s

Esfago
Reto
Pele
Estmago
Prstata
Questo 34

As clulas apresentam grande variedade de formas e funes, as quais so relacionadas ao seu
repertrio de organelas. Nas micrografias eletrnicas abaixo, possvel observar o citoplasma de
uma clula da glndula partida de um hamster, bem como o detalhamento de algumas organelas
nas imagens menores direita.
Indique a soma da(s) proposio(es) CORRETA(S).

Fonte: J UNQUEIRA, L.C.U; SALLES, L.M.M. Ultraestrutura e funo celular. Rio de J aneiro: Guanabara Koogan, 1975. p. 69.

01. A organela C est vinculada funo de respirao celular anaerbica. Esta organela est
presente em grandes quantidades em espermatozoides.
02. As clulas intestinais que produzem enzimas apresentam grandes quantidades da organela
D em seu citoplasma.
04. A organela B est presente em grandes quantidades em clulas do fgado, onde
desempenha importante funo de destoxificao, e por isso tem seu volume aumentado
quando h ingesto excessiva de substncias como o lcool.
08. A organela A est presente em grandes quantidades em clulas pancreticas. Esta
organela tem importante papel na traduo daquelas protenas no secretadas pela clula.
16. Protenas do citoesqueleto participam da sustentao e manuteno da forma das clulas.
32. Ribossomos livres, no vinculados organela A, so os responsveis pela traduo de
protenas transmembrana.
64. Os cromossomos no so visveis no ncleo devido ao pequeno aumento utilizado para o
estudo da clula apresentada na Figura 1.

Questo 35

Utilizando o grfico acima e conhecimentos relacionados ao HIV/AIDS, indique a soma da(s)

01. O vrus HIV transmitido somente atravs de contato com sangue contaminado e de sexo
no seguro.
02. As clulas atingidas pelo HIV fazem parte do sistema imune, um dos fatores que dificultam
o combate infeco.
04. As drogas antivirais interferem no ciclo de replicao do HIV, impedindo que ele infecte
outras clulas.
08. O grfico mostra que, apesar de haver uma tendncia de queda na taxa de incidncia de
infectados por HIV no Brasil, em Santa Catarina a tendncia de aumento ou manuteno
desta taxa nos ltimos anos.
16. O vrus HIV, assim como outros vrus, possui altas taxas de mutao, o que explicado
pela ausncia de enzimas de controle e reparo na sntese de seu genoma.
32. A transcriptase reversa uma enzima viral responsvel pela replicao do DNA do HIV.

Em 2013, completam-se 30 anos da publicao do artigo que divulgava a
identificao do vrus responsvel pela AIDS, batizado anos depois de HIV. Ao longo
dos anos, a AIDS perdeu estigmas antigos e os tratamentos doena tiveram
importantes avanos, melhorando a vida de pacientes infectados. Todavia, no
existem metodologias definitivas de cura para a doena ou vacina eficaz. Alm disso,
a epidemia no est totalmente controlada, sendo o vrus responsvel por infectar
aproximadamente 35 milhes de pessoas em todo o mundo. O grfico abaixo
apresenta a incidncia de novos casos de AIDS na populao de Santa Catarina em
comparao com dados de todo o pas.

Fonte: GE-DST/AIDS/HIV/SINAN/DIVE/SES/SC. [Adaptado]
Questo 36

Sobre os pontos abordados no texto, indique a soma da(s) proposio(es) CORRETA(S).

01. O nctar um composto que pode ser produzido por flores, caules e folhas.
02. Como estratgia para atrair polinizadores, alm do nctar contendo ou no cafena, as
flores podem apresentar ptalas com cores vibrantes ou aromas perfumados.
04. O transporte de plen por animais, como as abelhas, representa uma estratgia evolutiva
importante para a independncia de um ambiente aquoso na reproduo de Brifitas,
Pteridfitas e Angiospermas.
08. Os grupos de plantas que apresentam plen so os mesmos que produzem sementes. A
semente deriva de um vulo fecundado e a fecundao s pode ocorrer com a formao
de um tubo polnico.
16. O plen representa o gameta masculino produzido pelo gineceu das flores. O androceu
responsvel pela produo de vulos.
32. A cafena capaz de causar dependncia por aumentar os nveis de neurotransmissores,
como a dopamina, no crebro.

At pouco tempo, acreditava-se que a cafena presente nas flores do caf era produzida
pela planta com o intuito de inibir a herbivoria. Experimentos recentes trazem tona uma
nova perspectiva. Descobriu-se que existem baixos nveis de cafena no nctar destas
flores. Alm disso, constatou-se que as abelhas que ingerem a cafena presente no
nctar das flores de caf guardam por mais tempo a associao entre o cheiro das flores
e o prazer obtido ao consumir o seu nctar aucarado. Assim como um vendedor de
crack fornece drogas psicoativas capazes de viciar o consumidor, garantindo sua volta
para obter uma nova dose, podemos imaginar que a planta de caf utiliza a cafena para
alterar o crebro das abelhas e garantir que elas retornem s suas flores.

REINACH, Fernando. A funo da cafena na natureza. O Estado de So Paulo, 4 abr. 2013. [Adaptado]
Questo 37

A difuso de substncias um mecanismo de transporte muito lento para distncias superiores a
poucos milmetros. Existem duas diferentes estratgias adaptativas para resolver este problema
em animais: (1) apresentar um tamanho e formato de corpo capaz de fazer com que um grande
nmero de clulas realize trocas com o ambiente e (2) apresentar um sistema circulatrio que
transporte um lquido e que este passe prximo das clulas.

Observe as figuras abaixo e indique a soma da(s) proposio(es) CORRETA(S).

Disponvel em:
A
<http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/05/aparicao-de-agua-viva-rara-no-litoral-norte-de-sp-preocupa-
ambientalistas.html>;
B
<http://olhares.uol.com.br/ninfa-do-gafanhoto-do-egipto-anacridium-aegyptium-foto2373317.html>;
C
<http://www.tier3.de/field-studies/soil-organisms/>.
Acesso em: 1 nov. 2013.

01. O animal representado em A no apresenta sistema circulatrio distinto; neste grupo, a
cavidade gastrointestinal apresenta duas funes: a digesto e a distribuio de
substncias em todo o corpo.
02. O animal representado em B apresenta sistema circulatrio fechado e sua hemolinfa circula
inteiramente dentro de vasos.
04. O animal representado em C apresenta sistema circulatrio aberto, assim o sangue se
mistura com o lquido intersticial.
08. Os animais representados em B e C apresentam corao e sistema circulatrio fechado.
Alm disso, a difuso de gases se d atravs de um sistema respiratrio traqueal.
16. Os animais mostrados em A, B e C possuem como pigmento respiratrio a hemoglobina.
32. O sistema circulatrio fechado proporciona maior presso, permitindo oxigenao e
nutrio mais eficientes para as clulas de animais maiores e mais ativos.

Questo 38

Em uma espcie de mamfero existe um par de genes situados em cromossomos autossmicos
no homlogos; cada um dos genes possui dois alelos com relao de dominncia entre si. Foi
cruzado um indivduo duplo homozigoto dominante com um duplo homozigoto recessivo, obtendo-
se a gerao F1. Esta foi entrecruzada e obtiveram-se 352 descendentes.
Marque no carto-resposta o nmero esperado destes descendentes que sero machos com o
mesmo fentipo de seus pais.

Questo 39

A diabetes do tipo II o tipo mais comum de diabetes nos seres humanos, caracterizando-se pelo
aumento da taxa de glicose no sangue. Fatores genticos, bem como obesidade e sedentarismo,
entre outros, so apontados como potenciais desencadeadores desta doena. Sabe-se tambm
que a pessoa diabtica possui em suas clulas poucas protenas receptoras para o hormnio
insulina, o qual sinaliza s clulas que absorvam a glicose presente no sangue.

Com relao a este assunto, indique a soma da(s) proposio(es) CORRETA(S).

01. As protenas mencionadas como receptoras da insulina so produzidas no ncleo celular.
02. Alm de protenas receptoras, podemos tambm encontrar protenas que transportam
substncias na membrana celular.
04. As protenas de membrana esto dispostas em duas camadas na membrana celular, assim
como os glicdios.
08. Alm da insulina, outros hormnios tambm podem servir como desencadeadores de
processos metablicos transcricionais no interior das clulas.
16. A principal glndula produtora da insulina o fgado.
32. O reconhecimento celular feito pelos lipdios presentes na membrana citoplasmtica.
64. As protenas de membrana, ao contrrio de outras protenas presentes na clula, so
sintetizadas a partir do DNA mitocondrial.

Questo 40

O diagrama abaixo representa uma possvel teia alimentar marinha antrtica.
Com base nas informaes contidas no diagrama, bem como em conceitos ecolgicos, indique a
soma da(s) proposio(es) CORRETA(S).

01. O fitoplncton configura o grupo dos produtores e os seres que se alimentam dele so
consumidores secundrios.
02. As baleias com dentes participam de trs nveis trficos diferentes.
04. Cerca de 10% da energia armazenada na matria orgnica de cada nvel trfico
convertida em matria orgnica no nvel trfico seguinte. Este fato considerado relevante
para a inexistncia de cadeias alimentares muito longas.
08. Os decompositores, no representados na teia alimentar acima, tm papel fundamental na
ciclagem de nutrientes.
16. O krill e a lula podem ser consumidores secundrios ou tercirios.
32. A biomassa da populao de baleias menor do que a biomassa da populao de
fitoplncton no ecossistema antrtico.
64. Na teia representada, existe apenas um indivduo ocupando o topo da cadeia alimentar.

SOMENTE ESTA PARTE PODER SER DESTACADA

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

Vestibular UFSC 2014

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Vestibular UFSC 2014

Enviado por

Dados do documento

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Vestibular UFSC 2014

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

COPERVE CONCURSO VESTIBULAR-UFSC/2014 PROVA 1: AMARELA 1

LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA

Você também pode gostar

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.