Seminário Ppenal
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PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULO
DIREITO PROCESSUAL PENAL
PROF. Luiz Antonio Castro de Miranda
QUESTES DE SEMINRIO
(para ser enviado por email at 10.04.2014)
1.a) Em face de Joo no cabe priso temporria, visto que a mesma s
possvel em relao aos crimes expressamente previstos no inciso III do artigo
1. da Lei 7.960/89 e estelionato e furto no contam no mesmo.
Nota doutrinria:
importante no esquecer que o suspeito tambm est protegido pela
presuno da inocncia e, principalmente, pelo nemo tenetur se
detegere, ou seja, no est ele obrigado a praticar nenhum ato de prova
que lhe posse prejudicar (...) Assim, ilegal a priso temporria
que, com fundamento na imprescindibilidade para as
investigaes do inqurito policial, pretende disponibilizar o
corpo do suspeito para que dele disponha a autoridade policial
(LOPES JUNIOR, Aury. O novo regime jurdico da priso processual, liberdade
provisria e medidas cautelares diversas, 2 Ed. Rio de Janeiro, Lumen Juris,
2011, p.150).
Nota jurisprudencial:
HABEAS CORPUS. PRISO TEMPORRIA. FURTO. IMPOSSIBILIDADE. - A
priso temporria disciplinada pela Lei n 7.969/89 aplica-se, somente a
crimes de maior potencial ofensivo, conforme os elencados nas alneas do
inciso III do artigo 1 da referida Lei dentre eles no se encontrando o crime
de furto.
(TJ-MG 2.0000.00.419088-1/0001, Relator: BEATRIZ PINHEIRO CAIRES, data de
Julgamento: 23/07/2003, data de Publicao: 05/08/2003).
1.b) Para a soltura de Joo necessrio peticionar uma revogao da priso
temporria e com pedido tambm de expedio do alvar de soltura.
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2.a) Ao negar a fiana a Carlos, a autoridade competente no agiu corretamente,
j que a mesma pode ser concedida quando se tratar de infrao penal cuja pena
privativa de liberdade no seja superior a 4 anos. Se no for assim, enquanto no
houver o trnsito em julgado, ser estabelecida pelo juiz de direito, no prazo de
48h. Se houver demora neste processo, o juiz decidir sobre sua viabilidade,
mediante petio do preso. Assim, a autoridade no agiu corretamente uma vez
que, baseado no artigo 155 do CP, o delito praticado por este foi o furto simples,
sendo a pena de recluso de 1 (um) a 4 anos.
3.a) Para a instaurao do inqurito policial no houve justa causa, vez que em
crimes patrimoniais, praticados contra ascendente, descendente trata-se de
escusas absolutrias, que so causas que fazem com que a um fato tpico e
antijurdico, no obstante a culpabilidade do sujeito, no se associe pena alguma
por razes de utilidade pblica. So tambm chamadas de casos de imunidade
penal absoluta, causas de excluso ou de causas de iseno de pena. So,
assim, causas extintivas da punibilidade.
Artigos correspondentes:
O artigo do Cdigo Penal que se aplica neste caso o artigo 181.
Art. 181. isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos
neste ttulo, em prejuzo:
I do cnjuge, na constncia da sociedade conjugal (veja-se que so
dois requisitos que devem ser cumpridos cumulativamente;
evidentemente, aplica-se Unio Estvel, excludo o concubinato);
II de ascendente ou descendente, seja o parentesco legtimo ou
ilegtimo, seja civil ou natural.
Os artigos do Cdigo de Processo Penal que se aplicam neste caso
so os 647 e 648.
Art. 647. Dar-se- habeas corpus sempre que algum sofrer ou se achar
na iminncia de sofrer violncia ou coao ilegal na sua liberdade de ir e
vir, salvo nos casos de punio disciplinar.
Art. 648. A coao considerar-se- ilegal:
I - quando no houver justa causa;
II - quando algum estiver preso por mais tempo do que determina a
lei;
III - quando quem ordenar a coao no tiver competncia para faz-lo;
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IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coao;
V - quando no for algum admitido a prestar fiana, nos casos em que
a lei a autoriza;
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
VII - quando extinta a punibilidade.
Nota jurisprudencial:
APELAO CRIMINAL - FURTO - DELITO PRATICADO NA CONSTNCIA
DA SOCIEDADE CONJUNGAL - ESCUSA ABSOLUTRIA (ARTIGO 181,
INCISO I, CP)- RECONHECIMENTO - ADMISSIBILIDADE - ABSOLVIO
MANTIDA. - Restando demonstrado que o ru estava amparado pela
escusa absolutria prevista no artigo 181, inciso I, do Cdigo Penal, sua
absolvio da prtica do delito de furto tentado narrado na denncia era
mesmo de rigor.
(TJ-MG - APR: 10625120025121001 MG , Relator: Beatriz Pinheiro Caires, Data
de Julgamento: 09/05/2013, Cmaras Criminais / 2 CMARA CRIMINAL, Data
de Publicao: 20/05/2013)
3.b) Baseada na resposta anterior, o delegado de polcia no deve instaurar o
inqurito policial, visto que trata-se de escusa absolutria.