BPC Na Escola - Elyria Yoshida Revisado - 06 - 05 - 13 PDF
BPC Na Escola - Elyria Yoshida Revisado - 06 - 05 - 13 PDF
BPC Na Escola - Elyria Yoshida Revisado - 06 - 05 - 13 PDF
Introduo
O Brasil, com a ratificao da Conveno sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia e
seu Protocolo Facultativo, ONU 2006 incorporada Legislao Brasileira como Emenda
Constitucional pelo Decreto Legislativo n 186, de 9 de julho de 2010, e promulgada no
pas pelo Decreto n 6.949, de 25 de agosto de 2009 , reconhece que deficincia resulta da
interao entre as pessoas que tm, no nvel do corpo, impedimentos de natureza fsica,
mental, intelectual ou sensorial com as diversas barreiras do ambiente, o que pode obstruir
A autora agradece a colaborao de Ana Paula Matias e de Walace Dias Freitas, tcnicos do Departamento de
Benefcios Assistenciais do MDS.
Fenmeno relacional definido como contexto social, com diferentes nveis de poder, dominao e valorao, onde
grupos e indivduos so tidos como desqualificados devido a padres historicamente estabelecidos e so assim
colocados nas relaes de trocas sociais. A existncia dessa situao fortalece e legitima as diferenas sociais, produzindo
excluso e pobreza (PINHEIRO, 2003).
3
O Modelo Social v a deficincia como um resultado do modo como a sociedade est organizada. Como a sociedade
no est bem organizada, as pessoas com deficincia enfrentam os seguintes tipos de discriminao e barreiras
participao: a) de atitude expressa-se em medo, ignorncia e baixas expectativas; b) institucional so as
discriminaes de carter legal; c) pessoas com deficincia so excludas de certos direitos (por exemplo, no poder casar
e ter filhos), excluso das escolas etc. Esses trs tipos de barreiras tornam as pessoas com deficincia incapazes de assumir
o controle das suas prprias vidas (Handicap International Making PRSP Inclusive www.making-prsp-inclusive.org).
Unknown
Field Code Changed
Elyria Bonetti Yoshida 14/5/13 16:11
Formatted: Portuguese (Brazil)
4
Proteo social refere-se a um conjunto de iniciativas pblicas ou estatalmente reguladas para a proviso de servios e
benefcios sociais, visando enfrentar situaes de risco social ou privaes sociais (...) seus objetivos so amplos e
complexos, podendo organizar-se no apenas para a cobertura de riscos sociais, mas tambm para equalizao de
oportunidades, o enfrentamento das situaes de destituio e pobreza, o combate s desigualdades sociais e a melhoria
das condies sociais da populao (JACCOUD, 2009, p. 58 e 60).
Acesso educao
Uma possibilidade para ampliar a proteo social aos beneficirios com deficincia do BPC
na perspectiva de adquirir autonomia e melhoria na qualidade de vida o acesso
educao.
No entanto, sabe-se que crianas e adolescentes com qualquer tipo de deficincia, entre 7 e
14 anos de idade, tm o dobro de chance de estar fora da escola, em comparao com as
crianas e os adolescentes sem deficincia no Brasil. E ainda h muitos obstculos fsicos e
sociais que impedem o livre acesso das crianas com deficincia escola e educao
inclusiva: do percentual de 2,4% de crianas e adolescentes fora da escola no Brasil, cerca
de 680 mil crianas, as mais atingidas so as negras, indgenas, quilombolas, pobres, sob
risco de violncia e explorao e com deficincia (UNICEF, 2009).
Com a adoo da poltica de educao inclusiva, esta realidade vem se modificando no
pas. Conforme registro do Censo Escolar, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP), autarquia federal do Ministrio da
Educao (MEC), houve uma evoluo nas matrculas de crianas com deficincia nas
escolas, que passou de 337.326 em 1998 para 654.606 em 2007, expressando um
crescimento de 94%. No que se refere ao ingresso em classes comuns do ensino regular,
verifica-se um crescimento de 597%, de 43.923 alunos em 1998 para 304.882 em 2007
(UNICEF, 2009).
Apesar deste avano importante, identificou-se que muitas crianas e adolescentes com
deficincia beneficiria do BPC no frequentam a escola, permanecendo restritos
convivncia domstica ou institucional. De acordo com o cruzamento de dados realizado
entre o Cadastro Administrativo do BPC/DATAPREV-MPS (2007) e o Censo
Escolar/INEP-MEC (2007), verificou-se que apenas 30% dos beneficirios com
deficincia, na faixa etria de 0 a 18 anos de idade, frequentavam a escola5.
Destaca-se que os resultados deste cruzamento devem ser considerados com alguma reserva em funo da diferena de
padronizao dos registros das informaes nas duas bases de dados: por no haver um campo chave comum, h mais
susceptibilidade de perda de informao no processo do cruzamento de dados. Atualmente, est sendo realizado pelo
Assim, com o objetivo de modificar esta realidade e propor polticas pblicas com
planejamento e execuo de aes integradas nas reas de educao, assistncia social,
sade e direitos humanos, foi institudo o Programa de Acompanhamento e Monitoramento
do Acesso e Permanncia na Escola das Pessoas com Deficincia Beneficirias do BPC:
Programa BPC na Escola. Trata-se de um programa que visa consolidao do direito
educao e promoo da equiparao de oportunidades e incluso social aos beneficirios
com deficincia do BPC.
Apresentao do Programa
Objetivos
O
Programa
BPC
na
Escola
foi
institudo
pela
Portaria
Interministerial
7
Os procedimentos e os instrumentais para a adeso ao Programa e os compromissos que se estabelecem mediante a
adeso no mbito de cada ente federado constam da Portaria Interministerial n 1, de 12 de maro de 2008.
8
Ver Portaria Interministerial n 409, publicada em 2009.
Por tecnologia assistiva compreende-se qualquer produto, instrumento, equipamento, ou tecnologia adaptada ou
especialmente projetada para melhorar a funcionalidade de uma pessoa com limitao (BRASIL, 2008c, p. 26).
10
Acessibilidade entendida como condio para utilizao, com segurana e autonomia, total ou assistida dos espaos,
mobilirios e equipamentos urbanos, das edificaes, dos servios de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de
comunicao e informao, por pessoa portadora de deficincia ou como mobilidade reduzida (BRASIL, 2008c, p. 19).
11
Os critrios para seleo dos municpios e do Distrito Federal para o pr-teste foram: a) serem prximos capital do
estado; b) possuir os ndices educacionais acima ou abaixo da mdia do pas; c) ter indicado o grupo gestor e o
coordenador da equipe tcnica at a data do pr-teste; d) dispor de infraestrutura de apoio para a realizao do pr-teste; e)
ter disponibilidade para participar de forma ininterrupta de todas as etapas do processo que envolvia o pr-teste do
Questionrio (BRASIL, 2008c, p. 7).
10
12
ausncia de cuidador13.
Com vista em subsidiar a ao dos municpios e do Distrito Federal diante das barreiras
identificadas por meio das respostas do Questionrio, os dados de uma amostra
significativa dos questionrios inseridos no aplicativo do Programa foram analisados por
consultora contratada pelo MDS14, visando apresentao dos resultados e das principais
barreiras identificadas no Encontro de Gestores do Programa BPC na Escola, realizado em
junho de 2010. A amostra contemplou 190.644 questionrios aplicados e inseridos no
aplicativo do Programa at maro de 2010, ou seja, antes do prazo final estabelecido para o
cadastro das informaes no sistema informatizado que se deu em 28 de maio de 2010. O
quantitativo de questionrios da amostra significou 87% do total de 219.011 cadastros no
sistema informatizado e refere-se aos questionrios aplicados a crianas e adolescentes com
deficincia beneficirias do BPC, de 0 a 18 anos, de todos os estados brasileiros e com
tipos de deficincia distintos, o que permitiu a identificao de diversas barreiras,
contemplando contextos diferenciados e representando significativamente a diversidade dos
entrevistados.
13
Cuidador aquele que exerce a funo de cuidar de pessoas dependentes numa relao de proximidade fsica e afetiva
o cuidador pode ser desde um parente, que assume o papel a partir das relaes familiares, at um profissional
especialmente treinado para tal fim. As funes do cuidador domiciliar referem-se especialmente ajuda nos hbitos de
vida diria, nos exerccios fsicos, no uso da medicao, na higiene pessoal, nos passeios e outros (em BRASIL, 2008c,
p. 29).
14
Lvia Barbosa Pereira Consultoria Qualitativa do Programa BPC na Escola Documento tcnico final contendo
anlise qualitativa dos dados coletados e sugestes de aes para as Polticas de Assistncia Social, Sade, Educao e
Direitos Humanos na esfera nacional. Projeto 914BRA3026, Edital n 22/2009.
14
Das pessoas entrevistadas, 68,3% frequentam a escola no perodo em que a entrevista foi realizada, 17,5% nunca havia
frequentado a escola e 14,1% j havia frequentado a escola, mas havia sado por alguma razo. O fato dos entrevistadores
terem encontrado com maior facilidade as pessoas que frequentam a escola pode indicar a centralidade das escolas para a
visibilidade dos indivduos na comunidade e para a proteo social. A entrevista no ocorreu em 36,9% dos casos, dentre
as principais razes esto a no localizao do endereo (31,2%); a mudana de endereo para outra localidade no mesmo
municpio (18,8%) e a mudana para outro municpio (13,3%). (Lvia Barbosa Pereira - Consultoria Qualitativa do
Programa BPC na Escola - Documento tcnico final contendo anlise qualitativa dos dados coletados e sugestes de aes
para as Polticas de Assistncia Social, Sade, Educao e Direitos Humanos na esfera nacional. Projeto 914BRA3026,
Edital n 22/200).
15
16
Diante da
. Estes dados possibilitam ao grupo gestor local identificar as principais barreiras no mbito
de cada municpio e permitem estruturar um plano de aes conjuntas, relativas s reas
de sade, educao, assistncia social e direitos humanos para superar as barreiras de
acesso e permanncia na escola.
Encontro Nacional de Gestores do Programa BPC na Escola
Os dados das anlises realizadas pela consultora foram apresentados durante o Encontro de
Gestores do Programa BPC na Escola: Avaliao de Resultados e Propostas de Aes
Intersetoriais nos dias 29 e 30 de junho de 2010, em Braslia. O evento teve como objetivo
avaliar e discutir os resultados dos Questionrios para Identificao das Barreiras para o
Acesso e Permanncia na Escola das Pessoas com Deficincia de 0 a 18 anos, beneficirias
16
Ana Rita de Paula- produto de consultoria Anlise quantitativa e qualitativa da totalidade das informaes dos questionrios
cadastrados no aplicativo do Programa BPC na Escola. Projeto PNUD BRA/04/046, 2012.
17
do BPC, bem como apresentar, discutir e debater aes em desenvolvimento e/ou a serem
implementadas pelos entes federados, para superar as barreiras para o acesso e permanncia
na escola.
Participaram deste evento aproximadamente 200 pessoas, representantes das reas de
assistncia social, educao, sade e direitos humanos dos Grupos de Gestores de todos os
estados, do Distrito Federal e de 40 municpios que foram selecionados em cada regio do
pas Norte (07); Nordeste (12); Centro-Oeste (05); Sul (06) e Sudeste (10) de acordo
com os seguintes critrios: representao dos Portes Pequeno I, Pequeno II, Mdio e
Grande, dentre aqueles que possuem o maior nmero de beneficirios, e com maior nmero
de questionrios inseridos no aplicativo do Programa BPC na Escola. O evento contou
tambm com a presena de representantes dos Ministrios integrantes do Programa MDS,
MEC, MS e SDH/PR , do Frum Nacional de Secretrios (as) de Estados da Assistncia
Social (Fonseas) e do Colegiado Nacional de Gestores Municipais da Assistncia Social
(Congemas).
Durante as oficinas temticas intersetoriais realizadas no Encontro, os gestores estaduais,
municipais e do Distrito Federal, com base na anlise qualitativa sobre os resultados da
amostra com 190.644 mil questionrios apresentada no evento pela consultora, elaboraram
propostas de aes intersetoriais a serem implementadas pelos entes federados em direo
superao das barreiras referentes aos seguintes eixos: cuidado, barreiras atitudinais e
acesso a bens e servios.
Foram elaboradas mais de 200 propostas pelos participantes do Encontro e as proposies
dos gestores giraram em torno das seguintes aes:
19
visita domiciliar;
diagnstico da situao familiar;
Incluso da famlia no PAIF/CRAS (Servio de Proteo e Atendimento Integral
Famlia);
Incluso da famlia no PAEFI/CREAS (Servio de Proteo e Atendimento
Especializado a Famlias e Indivduos);
Encaminhamento de membros adultos da famlia para projetos de profissionalizao,
qualificao ou incluso produtiva;
orientao sobre concesso de benefcio eventual;
orientao e encaminhamento para avaliao e concesso do BPC;
orientao para incluso da famlia no Cadastro nico;
encaminhamento para rgos de defesa de direitos;
comunicao para a rea de educao;
comunicao para a rea de sade.
Por meio do sistema tambm possvel propor novas aes e realizar o acompanhamento
das aes ou atividades j executadas com o beneficirio do Programa BPC na Escola,
visualizar o histrico das aes desenvolvidas e registrar comentrios sobre a concluso
do acompanhamento.
A Equipe do CRAS ou CREAS deve associar as informaes sobre os beneficirios do
BPC com at 18 anos que so acompanhados por estes equipamentos sob a
responsabilidade do Grupo Gestor Local do Programa BPC na Escola. Por sua vez, o
Grupo Gestor Local tem condies de visualizar e acompanhar as aes cadastradas pelos
tcnicos dos CRAS e dos CREAS.
Considerando a necessria articulao intersetorial para o desenvolvimento BPC na
Escola, foi construdo e, tambm, ser disponibilizado no aplicativo do Programa o
Mdulo de Acompanhamento das Aes Intersetoriais, que permite aos gestores locais
desenvolver e registrar estratgias conjuntas, envolvendo as reas de assistncia social,
sade, educao e direitos humanos para a superao das barreiras de acesso e
permanncia na escola dos beneficirios com deficincia do BPC.
21
22
A partir dos relatrios com as informaes sobre a situao diagnosticada, o Grupo Gestor
Local tem a possibilidade de cadastrar o Plano Intersetorial de Superao das Barreiras
de Acesso e Permanncia na Escola, que contm as seguintes aes:
AES ESTRATGICAS PARA O MUNICPIO
formar e manter o Grupo Gestor do Programa BPC na Escola;
criar e manter atualizado um cadastro de todas as pessoas com deficincia (que recebem
e as que no recebem o BPC);
garantir transversalmente o tema pessoa com deficincia nas polticas pblicas;
incluir as pessoas com deficincia nas polticas de habitao e trabalho;
Fomentar o dilogo permanente intersetorial;
garantir a alocao de recursos oramentrios;
promover campanhas de sensibilizao sobre pessoas com deficincia (cidadania,
incluso, emancipao);
garantir a igualdade de oportunidade s pessoas com deficincia de acesso ao meio
fsico, ao transporte, informao e comunicao, bem como outros servios e
instalaes abertos ao pblico ou de uso pblico, tanto na zona rural como urbana.
EDUCAO
Acesso escola
garantir a matrcula dos beneficirios na rede de ensino regular;
implementar o atendimento educacional aos beneficirios residentes em instituies de
longa permanncia e no domiclio;
garantir a oferta de acompanhante no trajeto de casa at a escola.
Transporte escolar
instituir o transporte escolar;
garantir a presena do monitor no transporte escolar;
ampliar a frota escolar com veculos acessveis;
capacitar os profissionais do transporte escolar (motorista e monitor).
Infraestrutura escolar (Lei n 5.269, art. 6, pargrafos 3 e 4)
propor aes de acessibilidade nos ambientes fsicos da escola (sala de aula, banheiro,
sala
de
recreao/ptio,
refeitrio/cantina,
laboratrio
de
informtica,
ginsio/quadra/sala de educao fsica e biblioteca/sala de leitura e entorno);
viabilizar a contratao de profissionais de comunicao e de apoio;
garantir o acesso aos materiais didticos especializados e ao mobilirio adequado.
Permanncia na escola
propiciar a formao de professores da sala de aula comum e Atendimento Educacional
Especializado (AEE) na forma presencial e a distncia;
implantar e implementar salas de recursos multifuncionais;
23
ASSISTNCIA SOCIAL
ampliar o acesso do beneficirio e sua famlia aos servios socioassistenciais;
capacitar os profissionais da assistncia social sobre a incluso de beneficirios com
deficincia nos servios da rede;
promover a capacitao de cuidadores;
implantar o servio de Proteo Social Bsica no domiclio para pessoas com
deficincia;
implantar o servio de Proteo Social Especial para pessoas com deficincia.
SADE
garantir acesso aos beneficirios s aes e servios desenvolvidos na ateno bsica;
ampliar o acesso dos beneficirios a medicamentos e alimentos especiais;
capacitar os profissionais da ateno bsica (agentes comunitrios de sade, equipes de
sade da famlia e outros) para acolhimento e atendimento s pessoas com deficincia;
implantar Ncleo de Apoio Sade da Famlia (NASF) com profissionais de
reabilitao em suas equipes;
constituir fluxo de referncia e contrarreferncia com as Redes Estaduais de Servios de
Reabilitao Fsica, de Sade Auditiva, de Reabilitao Visual e de Reabilitao em
Deficincia Intelectual e Redes de Sade Mental;
garantir a reabilitao e o acesso a rteses, prteses e meios auxiliares de locomoo
nas Redes Estaduais de Servios de Reabilitao Fsica, de Sade Auditiva e de
Reabilitao Visual;
ampliar o acesso a terapias de reabilitao em Servios Especializados do municpio.
DEFESA DE DIREITOS
incentivar a criao do Conselho Municipal da Pessoa com Deficincia;
promover campanhas de divulgao dos direitos das pessoas com deficincia;
fortalecer o relacionamento com as instituies de defesa dos direitos da pessoa com
deficincia.
TRABALHO
identificar o potencial e as necessidades de trabalho dos adolescentes com deficincia;
viabilizar meios e condies para o acesso situao de trabalho;
promover capacitao e acesso a programas de preparao para o trabalho, compatveis
com as capacidades dos beneficirios.
SERVIO PBLICO DE TRANSPORTE COLETIVO
24
Programa com objectivo de contribuir para que o atendimento aos beneficirios do BPC na
Escola se d por intermdio de uma abordagem integrada das polticas setoriais visando
superao dos diversos obstculos de acesso e permanncia na escola do pblico do
Programa.
19
O Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficincia Plano Viver sem Limite, tem como finalidade promover,
por meio da integrao e articulao de polticas, programas e aes, o exerccio pleno e equitativo dos direitos das
pessoas com deficincia, nos termos da Conveno Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia e seu
Protocolo Facultativo, aprovados por meio do Decreto Legislativo n 186, de 9 de julho de 2008, com status de emenda
constitucional, e promulgados pelo Decreto n 6.949, de 25 de agosto de 2009.
26
INDICADOR
Meta
at 2014
Ano
2011
Ano
2012
Ano
2013
Ano
2014
2.351
3.000
219
PROCESSO
Quantidade de municpios
que aderiram ao BPC na
Escola
224.000
PROCESSO
Quantidade de visitas
domiciliares, para aplicao
do Questionrio, realizadas
pelos municpios que
aderiram aps 2011
22.000
6.000
PROCESSO
Quantidade de Gestores do
BPC na Escola com
participao nos cursos de
formao de gestores, por
meio do PAR
5.570
7.000
9.000
Fonte: Relatrio Gerencial das Aes do BPC na Escola Plano Viver sem Limite 20122014.
Com objetivo de alcanar as metas estabelecidas para o BPC na Escola, no mbito
do Plano Viver sem Limite, o Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome
(MDS), o Ministrio da Educao (MEC), o Ministrio da Sade (MS) e a Secretaria de
Direitos Humanos da Presidncia da Repblica (SDH/PR) vem realizando diversos
esforos, merecendo destaque as estratgias de mobilizao dos estados, do Distrito Federal
e dos municpios para adeso ao Programa; e de fomento e acompanhamento da realizao
das visitas domiciliares para identificao de barreiras por meio da aplicao do
Questionrio.
27
28
2012. O percentual de crianas alcanadas pela BPC na Escola aumentou de 23,2% para
61,3% entre 2008 a 2011 nas cidades do Semirido e de 21,9% em 2008 para 59,7% em
2011 nos municpios da Amaznia que receberam o selo.
Por fim, no perodo de setembro a novembro de 2012, o MDS, realizou quatro (04)
transferncias de recursos financeiros aos municpios no montante total de R$ 442.360
(quatrocentos e quarenta e dois mil e trezentos e sessenta reais), referentes a 11.059 (onze
mil e cinquenta e nove) questionrios registrados no aplicativo do Programa.
A partir desse conjunto de estratgias foi possvel, superar a meta prevista para o
ano de 2012 2.000 municpios, no mbito do Plano Viver sem Limite, contando com a
participao de todos os estados, o Distrito Federal (DF) e 2.351 municpios que aderiram
ao Programa. Sendo 1.536 municpios renovao (incluindo as capitais) e 815 municpios
que esto aderindo ao Programa pela primeira vez.
Com intuito de potencializar a execuo dessa meta para 2013, o Grupo Gestor
Interministerial (GGI) do BPC na Escola est organizando, em parceria com as Secretarias
Estaduais de Educao, Assistncia Social Sade e Direitos Humanos, Seminrios
Estaduais de Formao Intersetorial, que contaro com a presena de representantes dos
Grupos Gestores Locais e Tcnicos dos municpios que realizaram a adeso ao Programa
BPC na Escola, a partir de 2011.
Para subsidiar a realizao dos Seminrios de formao dos gestores do Programa,
foi produzido, pelo Grupo Gestor Interministerial (GGI), em parceria com a TV Escola,
30
material udio visual, contendo informaes sobre o Programa BPC na Escola, destacando
os procedimentos mais relevantes para a aplicao da pesquisa domiciliar.
O material composto por dois (02) blocos, assim distribudos:
I - Painel sobre o Programa BPC na Escola
1 Bloco: Apresentao do Programa BPC na Escola
o O que o Programa; Objetivos; principais indicadores relativos ao perodo de
2007 a 2011; identificao de crianas dentro/fora da escola; o direito
educao.
2 Bloco: Apresentao dos eixos do Programa BPC na Escola
o Compromissos dos entes federados (Unio, estados, Distrito Federal e
municpios), ressaltando importncia da intersetorialidade do Programa BPC na
Escola.
II - Identificao das Barreiras ao acesso escola
1 Bloco:
o Apresentao do Manual de Aplicao do Questionrio para Identificao das
Barreiras para o Acesso e Permanncia na Escola das Pessoas com Deficincia
Beneficirias do BPC 2011/2012.
o Destaque de alguns termos e expresses sublinhados no Questionrio Comentrios do Manual de Aplicao do Questionrio - como, por exemplo,
AEE, acessibilidade, cuidador, transporte escolar acessvel/adaptado, rtese e
prteses, dentre outros.
2 Bloco:
o Objetivos da Aplicao do Questionrio.
o Metodologia (Abordagem dos Beneficirios, Responsabilidade de responder o
Questionrio, Coleta de Dados e Papel do Aplicador).
o Caractersticas do Questionrio (Sees do Questionrio; Preenchimento do
Questionrio, Tipos de Questes, Pulos e Notas de Rodap).
o Questo 119 Justificativa de No Preenchimento do Questionrio.
III - Oficina de Aplicao do Questionrio
1 Bloco:
31
V - Perguntas Frequentes
1 Bloco:
o Perguntas mais frequentes nos Cursos de Formao Informaes
Educacionais.
2 Bloco:
o Perguntas mais frequentes nos Cursos de Formao Informaes tcnicas e
financeiras.
32
O
material
udio
visual
est
disponvel
nos
endereos:
http://bpcnaescola.mec.gov.br/http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/beneficiosassist
enciais/bpc/bpc-naescolahttp://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17
432&Itemid=817e postados no Youtube (www.youtube.com).
Fonte: INEP/2007/2012
Consideraes Finais
O Programa BPC na Escola, ainda em fase de ampliao, tem tido o reconhecimento
positivo dos entes envolvidos e da sociedade em geral. Est entre as principais aes
desenvolvidas em consonncia com as demais aes do Plano Nacional dos Direitos da
34
Pessoa com Deficincia Viver sem Limite e das Diretrizes do Plano de Desenvolvimento
da Educao PDE. .
O BPC na Escola apresenta um modelo de administrao pblica que foge da lgica setorial
e de organizao vertical ao concretizar uma ao transversal, baseada na articulao de
diversas polticas pblicas, por meio da oferta dos diversos servios no mbito do territrio
para enfrentar as barreiras sociais, responsveis pelas dificuldades de acesso aos direitos
pelas pessoas com deficincia.
O exerccio da intersetorialidade novo e desafiador para as polticas e para os entes
federados, exigindo de cada um mudanas de concepo, de posturas profissionais, de
organizao de servios, coordenao de atividades e flexibilidade para a negociao das
aes conjuntas. Isso significa a superao de eventuais conflitos de interesses profissionais
e polticos que possam ocorrer, na busca de solues que efetivem os objetivos do
Programa.
O BPC na Escola tem se destacado pelo envolvimento dos diversos entes federados
traduzido principalmente pela articulao intersetorial de polticas pblicas de assistncia
social, sade, educao e direitos humanos, dentro de um modelo de gesto pblica
participativa, onde cada ente federado, no mbito de atuao de cada poltica, assume a
responsabilidade de realizar aes conjuntas para a identificao das barreiras sociais
existentes no cotidiano das pessoas com deficincia e de construir alternativas para a
superao dos entraves identificados.
Os relatos das experincias municipais de implementao do Programa BPC na Escola
demonstram que com a instituio do Grupo Gestor Intersetorial houve mudana de cultura
das aes isoladas, pontuais, promovendo abordagem integrada mais eficaz para superar os
obstculos e atendimento s necessidades dos beneficirios com deficincia.
A intersetorialidade promovida pelas aes conjuntas das polticas setoriais mostra-se
indispensvel para garantir s crianas e adolescentes com deficincia o direito de estarem
na escola, de participarem e conviverem com todos os outros meninos e meninas da
35
atendimento
socioassistencial
ao
beneficirio
sua
famlia,
priorizando
Referncias Bibliogrficas
37
_______. Lei n 12.435, de 06 de julho de 2011. Braslia, 2011.
Altera
a
Lei
n
8.742,
de
7
de
dezembro
de
1993,
que
dispe
sobre
a
organizao
da
Assistncia
Social:
Ministerio
do
Desenvolvimento
social
e
Combate
Fome,
2011
_______. Lei n 8742, de 07 de dezembro de 1993, Brasilia, 1993 Lei Orgnica da
Assistncia Social. Braslia, 1993.
_______. Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva.
Braslia: Ministrio da Educao, 2008.
_______. Portaria n 18, de 24 de abril de 2007. Institui o Programa de Acompanhamento
e Monitoramento de Acesso e Permanncia na Escola das Pessoas com Deficincia,
Beneficirias do Benefcio de Prestao Continuada PROGRAMA BPC NA ESCOLA.
Braslia: Ministrio da Educao, Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate
Fome, Ministrio da Sade, Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidncia da
Repblica, 2007.
_______. Portaria n 1, de 12 de maro de 2008. Estabelece os procedimentos e aprova os
instrumentos para adeso ao Programa de Acompanhamento e Monitoramento do Acesso e
Permanncia na Escola das Pessoas com Deficincia Beneficirias do Benefcio de
Prestao Continuada - PROGRAMA BPC NA ESCOLA. Braslia: Ministrio da Educao,
Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, Ministrio da Sade, Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidncia da Repblica 2008.
38
39
HANDICAP INTERNATIONAL. Making PRSP Inclusive. Disponvel em www.makingprsp-inclusive.org. Acesso 04 de outubro de 2010.
JACCOUD, Luciana de Barros. Proteo Social no Brasil: Debates e Desafios. IN:
Concepo e Gesto da Proteo Social No Contributiva no Brasil no Brasil. Braslia:
Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, UNESCO, p. 13-56, 2009.
PAULA,AnaRita. Relatrios de Consultoria : proposio de aes intersetoriais no mbito
das polticas pblicas de assistencia social, sade, educao e direitos humanos ,
observando a diversidade de porte dos municipios e das regies do pas, visando
superao das barreiras identifcadas nos questionrios aplicados, relativos ao ProgramaBPC
na Escola, Projeto PNUD BRA/04/046, 2012, mimeo
.
PEREIRA, Lvia Barbosa. Consultoria Qualitativa do Programa BPC na Escola.
Documento tcnico final contendo anlise qualitativa dos dados coletados e sugestes de
aes para as Polticas de Assistncia Social, Sade, Educao e Direitos Humanos na
esfera nacional. Projeto 914BRA3026. Edital n 22/2009, mimeo.
PINHEIRO, Humberto Lippo. Pessoas Portadoras de Deficincia e as Polticas Pblicas
www.institutointegrar.org.br - na Proposta para a Construo da Poltica Municipal de
Ateno Pessoa com Deficincia Prefeitura do Municpio de So Paulo, 2003.
Citao de Humberto Lippo Pinheiro Pessoas Portadoras de Deficincia e as Polticas
Pblicas www.institutointegrar.org.br - na Proposta para a Construo da Poltica
40
41