Processo Penal II - Casos Concretos Estacio
Processo Penal II - Casos Concretos Estacio
Processo Penal II - Casos Concretos Estacio
Semana 01
(Magistratura Federal / 2 Regio)
Para provar a sua inocncia, o ru subtraiu uma carta de terceira pessoa, juntando-a ao processo. O juiz
est convencido da veracidade do que est narrado na mencionada carta. Pergunta-se: como deve
proceder o magistrado em face da regra do artigo 5, LVI da Constituio Federal ? Justifique a sua
resposta.
RESPOSTA
Atualmente, a teoria da proporcionalidade, da razoabilidade ou do interesse preponderante vem ganhando
espao na doutrina e na jurisprudncia, a qual sustenta o seguinte:
Admite-se a prova ilcita, mesmo havendo violao de norma constitucional, em casos excepcionais, ou
seja, tambm se deveria levar em considerao valores igualmente constitucionais protegidos da mesma
forma ou de forma mais relevante que aqueles violados na coleta da prova (Jos Carlos Barbosa Moreira,
Sergio Demoro Hamilton).
Ultimamente, a doutrina e a jurisprudncia, inclusive do STF, admitem o princpio da proporcionalidade
somente em favor da defesa, mas nunca a favor do Estado.
O juiz devera absolver o ru, aplicando o principio da proporcionalidade e aceitando a prova produzida por meio ilcito
para relativizar a regra estabelecida no art. 5, LVI da CF/88, afim de, proteger o direito de liberdade do acusado.
Exerccio Suplementar
(OAB FGV 2010.2) Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando-lhe srias leses
no ombro direito. O promotor de justia ofereceu denncia contra Joaquim, imputando-lhe a prtica do
crime de leso corporal grave contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato. A
defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que tambm presenciaram o fato.
Na audincia de instruo, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de
fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarm-lo. J as
testemunhas de acusao disseram que no viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro.
Nas alegaes orais, o Ministrio Pblico pediu a condenao do ru, sustentando que a legtima defesa
no havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvio do ru, alegando que o mesmo agira em legtima
defesa. No momento de prolatar a sentena, o juiz constatou que remanescia fundada dvida sobre se
Joaquim agrediu Pedro em situao de legtima defesa.
Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.
(A) O nus de provar a situao de legtima defesa era da defesa. Assim, como o juiz no se convenceu
completamente da ocorrncia de legtima defesa, deve condenar o ru.
(B) O nus de provar a situao de legtima defesa era da acusao. Assim, como o juiz no se convenceu
completamente da ocorrncia de legtima defesa, deve condenar o ru.
(C) O nus de provar a situao de legtima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em dvida
sobre a ocorrncia de legtima defesa, deve absolver o ru.
(D) Permanecendo qualquer dvida no esprito do juiz, ele est impedido de proferir a sentena. A lei
obriga o juiz a esgotar todas as diligncias que estiverem a seu alcance para dirimir dvidas, sob pena de
nulidade da sentena que vier a ser prolatada.
Semana 02
(Exame de Ordem)
O juiz criminal responsvel pelo processamento de determinada ao penal instaurada para a apurao de
crime contra o patrimnio, cometido em janeiro de 2010, determinou a realizao de importante percia por
apenas um perito oficial, tendo sido a prova pericial fundamental para justificar a condenao do ru.
Considerando essa situao hipottica, esclarea, com a devida fundamentao legal, a viabilidade
jurdica de se alegar eventual nulidade em favor do ru, em razo de a percia ter sido realizada por
apenas um perito.
RESPOSTA
No h nulidade no caso. Com o advento da Lei n. 11.690/2008, que alterou dispositivos do Cdigo de
Processo
Penal,
o
artigo
159
do
CPP
passou
a
ter
a
seguinte
redao:
O exame de corpo de delito e outras percias sero realizados por perito oficial, portador de diploma de
curso superior.
1. Na falta de perito oficial, o exame ser realizado por duas pessoas idneas, portadoras de diploma de
curso superior preferencialmente na rea especfica, dentre as que tiverem habilitao tcnica relacionada
com a natureza do exame.
A inovao legislativa dispensou a antiga exigncia de dois peritos no mnimo para a produo do laudo
pericial, pois, com a alterao na redao do art. 159, caput, basta agora que a percia seja realizada por
"perito oficial".
Tendo sido a expresso empregada no singular, resta clara a inteno do legislador de se contentar, de
agora em diante, com a percia realizada por apenas um perito. Nesse contexto, passa a ser regra o que
era exceo.
Antes da reforma do CPP a lei exigia que a percia fosse realizada por dois peritos oficiais sob pena de nulidade, entretanto
atualmente o art. 159, CPP exige apenas um perito oficial, no mais se aplicando a smula 361 do STF, razo pela qual no
merece prosperar a alegao da defesa.
Jurisprudncia:
TJ-MS
Habeas
Corpus
HC
4215
MS
2012.004215-3
(TJ-MS)
Data
de
publicao:
05/03/2012
Ementa: HABEAS CORPUS - CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL - NULIDADES - ALEGADA
ILICITUDE DAS PROVAS E PROCEDIMENTOS - INVASAO DE DOMICLIO - NAO OCORRNCIA REJEITADA - AUSNCIA DE MATERIALIDADE - PERCIA REALIZADA POR UM NICO PERITO - ART.
159 DO CPP , ALTERADO PELA LEI N. 11.690 /2008 - POSSIBILIDADE - ATOS LIBIDINOSOS
DIVERSOS DA CONJUNAO CARNAL - COMPORTAMENTOS QUE NAO DEIXAM VESTGIOS REJEITADA - ILEGITIMIDADE DO MINISTRIO PBLICO - FALTA DE REPRESENTAAO DISPENSABILIDADE - VTIMAS MENORES DE 18 ANOS - AAO PENAL PBLICA INCONDICIONADA
- REJEITADA - PRISO PREVENTIVA - PEDIDO DE REVOGAAO - NECESSIDADE DA
MANUTENAO DE SEGREGAAO DO PACIENTE - AMPARO NA GARANTIA DA ORDEM PBLICA E
CONVENINCIA DA INSTRUAO CRIMINAL - CONDIES PESSOAIS FAVORVEIS IRRELEVNCIA - CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE - ORDEM DENEGADA.
Exerccio Suplementar
(Ministrio Pblico BA/2010) luz do Cdigo de Processo Penal, deve-se afirmar que:
a) A prova testemunhal no pode suprir a falta do exame de corpo de delito, ainda que tenham
desaparecidos os vestgios do crime; Errado Art. 167 CPP.
b) A confisso ser indivisvel (divisvel, ou seja, a confisso pode ser aceita em parte e no
obrigatoriamente no todo ) e retratvel, sem prejuzo do livre convencimento do Juiz de Direito, fundado no
exame das provas em conjunto; Errado - art. 200 CPP
c) O ofendido no deve ser comunicado da sentena e respectivos acrdos que a mantenham ou
modifiquem; Errado. (Art. 201, 2 CPP).
d) As pessoas proibidas de depor em razo da profisso, podero faz-lo se, desobrigadas pela parte
interessada, quiserem dar o seu testemunho; neste caso, porm, no devero prestar compromisso legal;
e) Todas as afirmativas esto incorretas.
Mvio Arajo foi denunciado por crime de apropriao indbita de um computador de que tinha a
precedente posse. No curso da instruo, restou provado que o computador pertencia a uma entidade
central de direito pblico e que Mvio desempenhava funo por delegao do poder pblico. A partir da,
o magistrado entendeu de sentenciar, com adoo do artigo 383, do CPP, concluindo por condenar Mvio
nas penas do artigo 312 c/c art. 327, CP. Inconformada, a defesa interps recurso de apelao
sustentando a violao aos princpios do devido processo legal, do contraditrio e da ampla defesa (art. 5,
LIV e LV da CF). Com base nisto, responda: O recurso da defesa deve ser julgado procedente?
Fundamente a sua resposta.
Coma a hiptese de mutatioliberi, o juiz no poderia condenar Mvio pelo crime de peculato sem
haver o aditamento da denncia por parte do MP. Logo, o magistrado feriu o princpio da correlao
que um princpio garantidor do direito de defesa do acusado, cuja inobservncia acarreta a
nulidade da deciso.
Portanto, assiste razo defesa em virtude de ter havido alterao ftica, sendo necessrio o
aditamento da denncia pelo MP (Mutatio Libelli art. 384, CPP) acrescentando circunstncias no
narradas na inicial, havendo, portanto, violao aos princpios mencionados, bem como ao
princpio da correlao.
Por princpio da correlao entende-se que deve haver uma correlao entre o fato descrito na
denncia ou queixa e o fato pelo qual o ru condenado.
Trata-se de mutatioliberi, o juiz deveria ter observado a regra estabelecida pelo art. 384 do CPP e aberto vista para a acusao
aditar a denncia, como no a fez ocorreu violao dos princpios do contraditrio e da ampla defesa, tendo em vista que o ru se
defende dos fatos contra ele imputados e estes foram alterados sem que o ru pudesse se manifestar.
Exerccio Suplementar
(Magistratura/PR-2008) Quanto aos atos jurisdicionais penais, assinale a alternativa correta:
a) As decises interlocutrias simples so aquelas que encerram a relao processual sem julgamento
do mrito ou, ento, pem termo a uma etapa do procedimento. So exemplos desse tipo de deciso a
que recebe a denncia ou queixa ou rejeita pedido de priso preventiva;
b) As decises interlocutrias mistas no se equiparam as decises interlocutrias simples, pois as
primeiras servem para solucionar questes controvertidas e que digam respeito ao modus procedendi,
sem contudo trancar a relao processual. Enquanto que as decises interlocutrias simples trancam a
relao processual sem julgar o meritum causae;
c) A deciso que no recebe a denncia terminativa de mrito, por isso no pode ser considerada
deciso interlocutria mista;
d) As decises interlocutrias simples servem para solucionar questo controvertida e que diz respeito
ao modus procedendi, sem contudo trancar a relao processual; as interlocutrias mistas, por sua vez,
apresentam um plus em relao quelas: elas trancam a relao processual sem julgar o meritum causae.
Semana 04
Proposta ao penal aonde se imputa a prtica de crime de estupro a ru preso em outra unidade da
federao, o juiz natural, analisando a inicial, recebe a mesma e determina a citao do denunciado para
que o mesmo comparea a audincia de interrogatrio designada para 30 dias aps. A citao foi
realizada considerando que o ru est em local incerto e no sabido, aplicando assim a Smula 351, STF.
Na data marcada, o ru no comparece e o juiz decreta a revelia, nomeando Defensor Pblico para
defesa. Com base nisto, responda: O procedimento utilizado pelo juiz encontra-se em compasso com
o ordenamento jurdico? Fundamente a sua resposta.
RESPOSTA:
O ru citado para oferecer resposta e no para interrogatrio, alm disso, se o ru estivesse em local
incerto e no sabido a citao por edital no acarreta a decretao da revelia, mas sim diante da no
constituio de advogado e no comparecimento suspendendo o processo e o prazo prescricional
conforme Art. 396 do CPP.. Tratando-se de procedimento ordinrio a citao completa a relao
processual e abre-se prazo para apresentao da resposta e no para comparecimento para
interrogatrio.
O procedimento adotado no est adequado porque o ru deveria ter sido citado para apresentar resposta preliminar, conforme
art. 396 do CPP, e no para o interrogatrio. Alm disso, o juiz considerando que o ru estava em local incerto e no sabido,
deveria, portanto, fazer a citao por edital, nessas hipteses se o ru no comparece e no constitui advogado, se aplicaria o art.
366 do CPP, suspendendo o processo e o prazo prescricional.
Exerccio Suplementar
Com relao ao tema CITAES, assinale a alternativa incorreta:
a) No processo penal, o ru que se oculta para no ser citado poder ser citado por hora certa, na forma
estabelecida no Cdigo de Processo Civil;
b) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, a citao far-se- por carta ou qualquer meio
hbil de comunicao; (POR CARTA ROGATRIA)
c) Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o
processo e o curso do prazo prescricional;
d) O processo seguir sem a presena do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer
ato, deixar de comparecer sem motivo justificado;
e) A citao do militar dar-se- por intermdio do chefe do respectivo servio, respeitando assim
hierarquia militar bem como a inviolabilidade do quartel.
Exerccio Suplementar
(OAB-FGV) Em processo sujeito ao rito ordinrio, ao apresentar resposta escrita, o advogado requer a
absolvio sumria de seu cliente e no prope provas. O juiz, rejeitando o requerimento de absolvio
sumria, designa audincia de instruo e julgamento, destinada inquirio das testemunhas arroladas
pelo Ministrio Pblico e ao interrogatrio do ru. Ao final da audincia, o advogado requer a oitiva de duas
testemunhas de defesa e que o juiz designe nova data para que sejam inquiridas. Considerando tal
narrativa, assinale a afirmativa correta.
(A) O juiz deve deferir o pedido, pois a juntada do rol das testemunhas de defesa pode ser feita at o
encerramento da prova de acusao.
(B) O juiz no deve deferir o pedido, pois o desmembramento da audincia una causa nulidade absoluta.
(C) O juiz s deve deferir a oitiva de testemunhas de defesa arroladas posteriormente ao momento
da apresentao da resposta escrita se ficar demonstrado que a necessidade da oitiva se originou
de circunstncias ou fatos apurados na instruo.
(D) O juiz deve deferir o pedido, pois apesar de a juntada do rol de testemunhas da defesa no ter sido
feita no momento correto, em nenhuma hiptese do processo penal, o juiz deve indeferir diligncias
requeridas pela defesa.
Exerccio Suplementar
Sobre os crimes contra a propriedade intelectual, assinale a opo INCORRETA:
A) Nos crimes contra a propriedade imaterial de ao penal de iniciativa privada, o exerccio do direito de
queixa ser precedido da medida cautelar de busca, apreenso e percia dos objetos que constituem o
corpo de delito;
B) O exame de corpo de delito constitui verdadeira condio de procedibilidade;
C) Nos crimes de ao privativa do ofendido, no ser admitida a queixa com fundamento em apreenso
e em percia, se decorrido o prazo de 15 dias, aps a homologao do laudo; (30 dias) Art. 529 CPP.
D) Quando encerradas todas as diligncias pertinentes, os autos devero ser conclusos ao juiz para
homologao do laudo.
provas que pretendem produzir e tem fim com o trnsito em julgado da deciso do Tribunal do Jri; (ao
contrrio).
d) Alcanada a etapa decisria do sumrio da culpa, o juiz poder exarar quatro espcies de deciso, a
saber: pronncia, impronncia, absolvio sumria e condenao. (ABSOLVIO SUMARIA E
DESCLASSIFICAO)
CASO CONCRETO 09
Antnio foi submetido a julgamento pelo Tribunal do Jri e condenado por 4X3. Aps o julgamento,
descobriu-se que integrou o Conselho de Sentena o jurado Marcelo, que havia participado do julgamento
de Pedro, co-ru no mesmo processo, condenado por crime de roubo conexo ao delito pelo qual Antnio
foi condenado. Pergunta-se: Qual a defesa que poder ser apresentada pelo Defensor de Antnio em
eventual recurso interposto? Justifique a sua resposta:
A tese a ser apresentada a de Suspeio de impedimento com base no Art. 449, II CPP.
Exerccio Suplementar
(Magistratura/RS/2009) Acerca de processo e julgamento dos crimes dolosos contra a vida,
assinale a assertiva CORRETA:
A) Diante das respostas aos quesitos, os jurados condenaram o acusado por homicdio doloso
qualificado. Ao proferir a sentena condenatria e fixar a pena, o magistrado no poder reconhecer as
agravantes que no foram objeto dos quesitos; ERRADO pode reconhecer as atenuantes e agravantes.
B) Poder haver recusa ao servio do Jri, fundada em convico religiosa, filosfica ou poltica;
C) Os jurados podero perguntar diretamente ao ofendido e s testemunhas, sem a intermediao do
Juiz Presidente do Tribunal do Jri; ERRADO. Podem perguntar atravs do juiz presidente.
D) Em um processo onde o ru foi pronunciado por homicdio consumado e trfico de entorpecentes,
aps terem os jurados afastado o dolo direto e o dolo eventual, na votao dos quesitos acerca do
homicdio consumado, sero questionados sobre o delito conexo de trfico de entorpecentes; ERRADO.
Quando afastado o dolo direto e o dolo eventual o crime conexo no de competncia do jri.
E) Durante os debates, no plenrio do Tribunal do Jri, aos jurados vedado, mesmo por intermdio do
juiz-presidente, pedir ao promotor de justia que indique a folha do processo onde se encontra o
depoimento da testemunha a que est fazendo referncia em seu pedido de condenao. ERRADO.
CASO CONCRETO 10
(Ministrio Pblico PR / 2008)
Tcio foi condenado pena privativa de liberdade de 06 (seis) anos de recluso por violao ao artigo 157,
pargrafo 2, incisos I e II do Cdigo Penal. Da sentena condenatria, Tcio foi intimado em 09/05/2008
(sexta-feira), oportunidade em que manifestou o interesse de no recorrer da deciso condenatria. O
advogado de Tcio, defensor devidamente constitudo, fora intimado da deciso condenatria em
08/05/2008 (quinta-feira). No dia 16/05/2008, o advogado de Tcio interps recurso de apelao. O recurso
tempestivo ou no? Justifique a sua resposta.
tempestivo de acordo com o entendimento do supremo quando a intimao feita na sexta o prazo
comea a contar na segunda. No processo penal vale a vontade daquele que quer recorrer e o prazo
comea a partir da ultima coisa a ter sido realizada.
Exerccio Suplementar
Quantos aos recursos em geral, dispe o Cdigo de Processo Penal, dentre outras hipteses, que
a) no caso de concurso de agentes, a deciso do recurso interposto por um dos rus, se fundado em
motivo de carter exclusivamente pessoal, aproveitar aos outros;
b) excetuando-se dentre outros o da sentena que denegar habeas corpus, hiptese em que dever ser
interposto, de ofcio, pelo juiz, os recursos sero voluntrios;
c) salvo a hiptese de m-f, a parte no ser prejudicada pela interposio de um recurso por outro e
se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandar process-lo
de acordo com o rito do recurso cabvel;
d) a qualquer tempo, o Ministrio Pblico poder desistir de recurso que haja interposto;
e) interposto por termo o recurso, o escrivo, sob pena de suspenso por 05 a 60 dias, far conclusos os
autos ao juiz, at o quinto dia seguinte ao ltimo do prazo.
CASO CONCRETO 11
(OAB) Pedro, almejando a morte de Jos, contra ele efetua disparo de arma de fogo, acertando-o na
regio torxica. Jos vem a falecer, entretanto, no em razo do disparo recebido, mas porque, com
inteno suicida, havia ingerido dose letal de veneno momentos antes de sofrer a agresso, o que foi
comprovado durante instruo processual. Ainda assim, Pedro foi pronunciado nos termos do previsto no
artigo 121, caput, do Cdigo Penal. Na condio de Advogado de Pedro:
I. indique o recurso cabvel;
II. o prazo de interposio;
III. a argumentao visando melhoria da situao jurdica do defendido.
Indique, ainda, para todas as respostas, os respectivos dispositivos legais.
Exerccio Suplementar
(Magistratura PR 2010) Caber recurso, no sentido estrito, da deciso, despacho ou sentena:
I.
Que pronunciar ou impronunciar o ru;
II.
Que julgar procedentes as excees, salvo a de suspeio;
III.
Que absolver sumariamente o ru;
IV.
Da deciso que, admitindo embora o recurso, obstar sua expedio e seguimento para o juzo
ad quem.
Dadas as assertivas acima, escolha a alternativa CORRETA:
a) Apenas a assertiva I est correta;
b) Apenas a assertiva II est correta;
c) Apenas as assertivas I e IV esto corretas;
d) Todas as assertivas esto corretas.
CASO CONCRETO 12
Em 11/1/2008, Celso foi preso em flagrante pela prtica do crime previsto no artigo 213, CP. Regularmente
processado, foi condenado a uma pena de 6 anos de recluso, em regime inicialmente fechado. Somente
a defesa recorreu da deciso e, logo aps a interposio do recurso, Celso fugiu da priso. Considerando
essa situao hipottica, mencione:
a) qual foi o recurso interposto pela defesa (mencionar tambm dispositivo legal pertinente)
Apelao com base no Art. 593, I, CPP.
b) qual a possibilidade de conhecimento e julgamento do recurso interposto em face da fuga de Celso.
A questo trata do Art. 595 CPP que trazia a previso de que o recurso interposto pelo ru, que deveria
estar preso art. 594 CPP, fugisse da priso durante o trmite do recurso, este seria julgado deserto, ou
seja, o Tribunal no julgaria o recurso. Com a reforma dada pela Lei 11719 de 20 de Junho de 2008 os
referidos artigos foram revogados, por no se coadunarem com o sistema acusatrio, nem com os
princpios constitucionais. Assim, se a sentena foi proferida aps a reforma de 2008, o Tribunal poder
conhecer e julgar o recurso apesar da fuga do apelante.
Exerccio Suplementar
(Magistratura DF/2007) Tcio, submetido a julgamento pelo Tribunal do Jri de Braslia, foi condenado, por
incurso no artigo 121, 2, II, do Cdigo Penal (homicdio qualificado por motivo ftil), pena privativa de
liberdade mnima, vale dizer, de 12 (doze) anos de recluso. Com fundamento no artigo 593, III, "d", do
Cdigo de Processo Penal, interps recurso de apelao para uma das Turmas Criminais do Tribunal de
Justia do Distrito Federal, limitando-se a sustentar que a deciso dos jurados, no que concerne ao motivo
ftil, foi manifestamente contrria prova dos autos. A posio prevalente a de que, reconhecendo que,
efetivamente, a deciso dos jurados manifestamente contrria prova dos autos, que no ampara o
motivo ftil, a Turma Criminal:
a) deve dar provimento ao recurso para anular o julgamento, determinando a submisso de Tcio a novo
julgamento pelo Tribunal do Jri. E desse novo julgamento, em que poder Tcio ser novamente
condenado pelo Tribunal do Jri por homicdio qualificado por motivo ftil, no se admitir, pelo mesmo
motivo, segunda apelao;
b) deve dar provimento ao recurso para anular o julgamento, determinando a submisso de Tcio a novo
julgamento pelo Tribunal do Jri. E desse novo julgamento, em que poder Tcio ser novamente
condenado pelo Tribunal do Jri por homicdio qualificado por motivo ftil, se admitir, pelo mesmo motivo,
segunda apelao;
c) deve dar provimento ao recurso para anular a sentena condenatria do juiz presidente do Tribunal do
Jri, determinando que ele profira nova, excludo o motivo ftil;
d) deve dar provimento ao recurso, excluindo o motivo ftil, desde logo condenando Tcio por incurso
no artigo 121, caput, do Cdigo Penal, homicdio, fixando a pena mnima privativa de liberdade de 6 (seis)
anos de recluso.
CASO CONCRETO 13
Mefistteles foi condenado a 20 anos de recluso pela prtica de latrocnio. Na sentena condenatria, o
juiz demonstra clara contradio entre as razes de sua fundamentao com sua deciso, principalmente
ao acolher os depoimentos favorveis das testemunhas de defesa bem como ao considerar boa a tese de
desclassificao apresentada em alegaes finais orais sob o argumento de violao de princpio
constitucional (prova obtida por meio ilcito). Sabendo que a deciso foi prolatada em AIJ (audincia de
instruo e julgamento), dia 03/06/2011 (sexta-feira), pergunta-se:
a) Qual o instrumento cabvel, no caso em tela, para obter o esclarecimento da contradio?
Embargos de declarao, pois houve contradio na sentena.
b) Qual o ltimo dia para interposio do instrumento citado na questo anterior?
de 2 dias o prazo, logo contando-se o prazo a partir da segunda-feira, o prazo final ser dia 07/06/11 de
acordo com a sumula 310 STF;
c) Sendo uma deciso condenatria, qual a data mxima para interposio de recurso de apelao,
considerando a interposio do instrumento citado no item a acima?
De acordo com a corrente majoritria e o STJ, por analogia aplica-se o CPC, sendo o prazo interrompido.
Por outro entendimento deve-se aplicar a Lei 9099/95, ocorrendo a suspenso do prazo.
Exerccio Suplementar
(Juiz TO/Cespe) Com relao aos embargos infringentes, assinale a opo CORRETA:
a) Tais embargos so cabveis em relao a deciso no unnime proferida em habeas corpus.;
b) Esses embargos tm carter pro et contra, isto , podem ser interpostos pela defesa ou pela
acusao, no prazo de 10 dias;
c) A divergncia nesses recursos pode ser apurada tanto em relao concluso do voto quanto em
relao sua fundamentao;
d) O relator e o revisor de tais embargos no podem ter participado do primeiro julgamento do ru.
CASO CONCRETO 14
Aristteles foi condenado pena de 9 anos de recluso pela prtica do crime de estupro (artigo 213,
caput, CP). Aps o trnsito em julgado da sentena condenatria, Aristteles, atravs de seu advogado,
ajuza pedido de reviso criminal da sentena que lhe fora desfavorvel, sustentando vcio processual
insanvel consistente na ausncia da intimao de seu ento patrono para a apresentao de resposta
preliminar obrigatria (art. 396, CPP). O Tribunal de Justia competente acolhe o pleito de reviso criminal,
anulando o referido processo. Nesta hiptese, pergunta-se: Seria juridicamente possvel que, aps a
anulao, por meio de reviso criminal, do primeiro julgamento de Aristteles, seja proferida, em
um segundo julgamento pelo juzo de primeiro grau, sentena condenatria com imposio de
sano penal mais gravosa do que aquela que lhe fora anteriormente imposta? Justifique a sua
resposta:
No poder dar pena mais alta, entretanto a regra geral e o entendimento majoritrio aplica-se a regra do
nico do art. 626. Entretanto h uma corrente que entende que o nico do art. 626 s aplicado no
juzo da reviso criminal. Nesse caso poderia o juiz agravar a situao do ru.
Exerccio Suplementar
(CESPE) Assinale a opo correta em relao ao instituto da reviso criminal.
a) O pleito de reviso criminal pode constituir mera reiterao de recurso de apelao anteriormente
interposto pelo condenado;
b) No cabe reviso criminal para rever sentena proferida contra pessoa que, em momento posterior, se
sabe no ter cometido o crime objeto da condenao. parte ilegtima para ajuiz-la a pessoa que tem
seu nome lanado como ru na sentena condenatria proferida com erro na identificao do agente do
delito;
c) Aplicando-se o princpio da fungibilidade entre o habeas corpus e a reviso criminal, possvel
desconstituir deciso transitada em julgado por meio de habeas corpus, se verificada a existncia de
flagrante ilegalidade;
d) O ajuizamento de reviso criminal obsta a execuo da sentena condenatria transitada em julgado,
tendo em vista que o pedido revisional possui efeito suspensivo.