Expresso-Revista E PDF
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Joias da Coroa
portuguesa
A histria nunca
contada de um tesouro
A Revista do Expresso
EDIO 2206
7/FEVEREIRO/2015
PLUMA CAPRICHOSA
VEMO-NOS GREGOS
/ CLARA
FERREIRA
ALVES
E 3
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SUMRIO
EDIO 2206
7/FEVEREIRO/2015
fisga
+E
Culturas
Vcios
24 | Joias da Coroa
Raridades nunca vistas do
esplendor de uma glria
perdida vo estar em
exposio
59 | Houellebecq Clara
Ferreira Alves escreve
sobre Soumission
91 | Vinho do Porto
Visita guiada a dez caves
histricas onde se
envelhece o famoso vinho
10 | Do Cu ao Inferno
+ Batata Quente
12 | Pimenta na Lngua
14 | Dj Vu + Altifalante
15 | O Que Eu Andei
para Aqui Chegar
Yanis Varoufakis
16 | Oito da Manh O incio
do dia com Vincent Farges
18 | Planetrio Mscara
de Tutankhamon pode
ser restaurada
20 | Passeio Pblico
60 Minutos com...
Lus Miguel Cintra
32 | As senhoras do
Terreiro Quatro ministras
ocupam a praa que o
smbolo do poder em
Portugal
46 | Filhos de uma me
maior Histrias de mulheres
que optaram por ser mes
sozinhas
50 | Nuno Teotnio Pereira
Entrevista: H o culto da
imagem na arquitetura. Por
Jos Pedro Castanheira
62 | Sonnabend Antnio
Homem, dono de uma das
grandes colees de arte
94 | Receita
Por Jos Avillez
95 | Sobre Mesa
Por Fortunato da Cmara
96 | Vinhos
Por Joo Paulo Martins
97 | Sair
98 | Comer
100 | Recomendaes
De Boa Cama Boa Mesa
102 | H Homem
Por Lus Pedro Nunes
103 | Comprar
104 | Passatempos
86 | Exposies Tobias
Rehberger traz On Shunga
88 | Obrigatrio Tudo o que
no vai querer perder
38
Cuba e
Estados Unidos
Paz vista entre dois
pases que viveram
dcadas de costas
voltadas e com uma
guerra que esteve
iminente?
105
10 Perguntas a...
Joo Paulo Cotrim.
O jornalista, escritor
e amante de banda
desenhada defende
que o riso ilumina a
inteligncia. Por Ins
Maria Meneses
CRNICAS
3 Pluma Caprichosa por Clara Ferreira Alves | 22 Cartas Abertas por Comendador Marques de Correia
73 Isto Anda Tudo Ligado por Ana Cristina Leonardo | 77 O Cinema D o Que a Vida Tira por Manuel S. Fonseca
81 A Desarmonia das Esferas por Joo Lisboa | 90 Que Coisa So as Nuvens por Jos Tolentino Mendona
101 Dirio de Um Psiquiatra por Jos Gameiro | 106 Fraco Consolo por Pedro Mexia
ILUSTRAES DOS CRONISTAS: HADA
FOTOGRAFIA DA CAPA: CAMPISO ROCHA
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QUEM SABE TUDO PORQUE ANDA MUITO MAL INFORMADO
Vacinas:
monstro
ou salvao?
COM O SURTO DE SARAMPO NOS ESTADOS UNIDOS
A AMEAAR PROPORES EPIDMICAS, OS
MOVIMENTOS ANTIVACINAO ESTO DE NOVO
DEBAIXO DOS HOLOFOTES. EM PORTUGAL, POR
ANO, 3 A 7 MIL CRIANAS SO ALVO DESTA OPO
TEXTO LUCIANA LEIDERFARB
INFOGRAFIA SOFIA MIGUEL ROSA
Crianas suspensas da escola e em quarentena, lojas a exibirem
alertas, pediatras a negarem o atendimento e a comunidade
mdica em peso a pronunciar-se: desta forma que o surto de
sarampo est a ser vivido nos Estados Unidos, onde pelo menos
102 casos reportados em 14 estados (a 3 de fevereiro, data de
fecho desta edio) escondem uma potencial epidemia. O surto
comeou na Disneylndia, em incios deste ano, e o Centro para
o Controlo e Preveno de Doenas (CDC) assume, embora sem
certezas, que o vrus tenha sido importado por algum visitante
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estrangeiro. Sendo o sarampo altamente
contagioso, os holofotes recaram sobre os
movimentos antivacinao, que proliferam nos
Estados Unidos. At porque, como foi revelado
pelo CDC, a maioria das crianas e dos adultos
infetados ou no foram vacinados ou no sabem
se o foram.
O assunto no novo. Em 2014, os EUA
registaram 644 casos de sarampo em 27 estados,
o maior nmero em 20 anos. Isto num pas que,
entre 2001 e 2010, tinha conseguido uma mdia
de 60 casos por ano e que, em 2010, considerou
o sarampo eliminado. Se 2014 subverteu essa
tendncia, janeiro de 2015 confirma que a doena
veio para ficar: s neste ms houve quase o dobro
de casos do que a mdia anual da dcada citada.
O problema no a eficcia da vacina, a vacina
no estar a ser usada, disse Anne Schuchat,
diretora do Centro Nacional para a Imunizao e
Doenas Respiratrias do CDC, no que pode ser
entendido como um recado direto aos adeptos da
no-vacinao, cujo aumento apontado como
causa da propagao do sarampo.
O sarampo to contagioso que uma s pessoa
pode infetar 90 por cento das pessoas no
vacinadas que a rodeiam: em mil pessoas, se 90
por cento forem vacinadas, uma s pode propagar
o vrus s restantes 10 por cento, o que resulta
em 90 pessoas infetadas. Visto que se dissemina
por via das gotculas respiratrias, partilhar
o espao suficiente mas no imperativo o
vrus persistir horas aps o seu portador ter
abandonado o local. E se verdade que o sarampo
pode passar por si prprio, as complicaes
decorrentes da infeo, como pneumonia e
encefalite, costumam ser fatais.
Nos dados sobre o atual surto, o CDC informa que
uma em cada trs crianas que apanha a doena
morre, apesar de ter o melhor tratamento.
James Cherry, pediatra especializado em doenas
infecciosas da Universidade da Califrnia,
citado pelo New York Times, foi ao ponto de
estabelecer 100 por cento de ligao entre a
no-vacinao e o surto da Disneylndia: De
outra forma no teria acontecido e no se teria
alastrado. H alguma gente burra por a.
Os movimentos antivacinao falam de barriga
cheia, concorda Manuel Carmo Gomes, membro
fundador da Comisso Tcnica de Vacinao. Para
este epidemiologista, o quase desaparecimento
de doenas como a plio, o ttano, a difteria ou
o sarampo fez com que os pais deixassem de
valorizar o sofrimento e a mortalidade causados
OS MOVIMENTOS ANTIVACINAO
FALAM DE BARRIGA CHEIA, DIZ
MANUEL CARMO GOMES. NO POR
ACASO QUE NO SE VEEM IDELOGOS
DA ANTIVACINAO EM FRICA A
RECUSAR VACINAS PARA OS FILHOS
SARAMPO NA EUROPA
Nmero de casos reportados
30.000
20.000
10.000
0
2009 2010
2011
2012
2013
FONTE: OMS
SARAMPO EM PORTUGAL
Nmero de casos reportados
2009 2010
2011
2012
FONTE: DGS
2011
2012
VACINAO EM PASES DA UE
Cobertura das segundas inoculaes
da vacina contra o sarampo (MCV2)
99
99
99
97
96
95
95
95
94
93
92
92
92
92
91
91
88
88
86
83
82
67
Rep. Checa
Hungria
Eslovquia
Crocia
Portugal
Letnia
Eslovnia
Sucia
Bulgria
Polnia
Estnia
Alemanha
Litunia
Holanda
Espanha
Reino Unido
Malta
Romnia
Dinamarca
Grcia
Luxemburgo
Frana
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fisga
DO CU AO INFERNO
A SEMANA EM REVISTA POR MARTIM SILVA
Na Europa, o terramoto causado pela vitria do Syriza na Grcia ainda faz sentir os seus efeitos,
que ameaam estender-se a Espanha e outros pases. Enquanto isso, os novos governantes
gregos andam, sem gravata, pelas capitais europeias a tentar apoios para aliviar a sua situao.
No Brasil, a gua, ou a falta dela, que faz correr muita tinta, enquanto por c continuamos
a assistir ao verdadeiro jogo de xadrez em que se transformaram as eleies presidenciais
Harper Lee
Com apenas uma obra pode
conseguir-se um lugar na
histria. A autora de Mataram
a Cotovia, escrito nos anos
50, reapareceu em cena para
anunciar o lanamento de uma
sequela. Ser seguramente um
dos livros do ano.
Tom Brady
Decisivo no Super Bowl, que
coroou os New England Patriots
como campees de futebol
americano, o quarterback e
marido de Gisele Bundchen, foi considerado, pela terceira
vez, o MVP de
uma final.
Podemos
Ventos de mudana abalam a poltica espanhola,
com o movimento de Pablo Iglesias, herdeiro dos
indignados, a demonstrar uma surpreendente
fora. E j est frente
do PSOE nas sondagens.
Tsipras
O Governo grego quer marcar
a diferena e comeou por a,
pelos colarinhos abertos e as
viagens em econmica. Na
visita a Itlia, ou no estivesse
no pas da moda, Tsipras recebeu uma gravata. Prometo
us-la quando encontrarmos
uma soluo vivel. Se o virmos engravatado j sabemos
o que aconteceu.
Miguel ngelo
Os Bronzes de Rothschild tero sido
concebidos por Miguel ngelo depois de
esculpir o seu David e antes de se dedicar
Capela Sistina e so os nicos trabalhos em bronze do renascentista
italiano. Os mais afortunados podem v-los at agosto, em
Cambridge, Inglaterra.
Brasil
Presidenciais
Guterres vai continuar a
cuidar dos refugiados por
esse mundo fora at final do
ano e ameaa deixar o seu
partido de sempre rfo
de candidato para as
eleies presidenciais de janeiro do
ano que vem.
Barrigas de aluguer
A agenda fraturante j teve melhores
dias. A maioria chumbou a adoo e
coadoo por casais homossexuais, as
barrigas de aluguer e, agora, a possibilidade de casais de lsbicas recorrerem a tcnicas de PMA.
BATATA
QUENTE
PERGUNTAS
IMPERTINENTES
Ainda vale
a pena
investir em
Certificados
de Aforro?
Se no foi um dos muitos
que acorreram s estaes
dos Correios nos ltimos dias
de janeiro para investir em
Certificados de Aforro (CA)
e Certificados do Tesouro
Poupana Mais (CTPM),
ento no vale a pena apressar-se agora. Desde o incio
de fevereiro, a subscrio
destes produtos financeiros do Estado tm taxas de
rentabilidade muito menos
vantajosas, que os colocam
ao nvel ou mesmo abaixo da
oferta bancria disponvel
em Portugal, conclui a Deco
Proteste: H depsitos a
render mais do que os CA
e seguros de capitalizao
e planos mutualistas mais
rentveis do que os CTPM.
Isto depois de nos ltimos
anos estes produtos terem
liderado a oferta de aplicaes com capital garantido.
Os nmeros so claros. A
taxa de rentabilidade lquida
dos CA caiu de 2,2% para
0,8%, nas subscries em
fevereiro. Os depsitos bancrios standard a 12 meses
oferecem 0,7%, em linha
com a previso de inflao
para este ano. Nos CTPM,
a taxa lquida mantendo o
produto por cinco anos cai
de 3% para 1,6%. / SNIA
M. LOURENO
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fisga
Figuras
pblicas
criam
E para
o Expresso
PIMENTA NA LNGUA
FRASES DA SEMANA
O defensor do ex-primeiro-ministro diz que entre os dois h uma grande diferena: Ele tem de se preocupar com os jornais.
Acrescenta que entre advogado e cliente no h amizade e que tm conversas secas. E que no o v como presidencivel:
O perfil de Scrates no se coaduna com a natureza passiva do cargo
Referindo-se aos congressistas republicanos que tm vindo a manifestar preocupao com o nvel
de desigualdade nos EUA, que ter atingido nveis inditos, segundo relatrios internacionais
O jogador, que cumpre o seu primeiro ano como profissional, foi decisivo
na final do Super Bowl ao interceptar uma jogada ofensiva dos Seattle Seahawks
a escassos 20 segundos do final da mais importante partida de futebol americano.
Os Patriots venceram por 28-24
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FOTO ASF
fisga
1975
DJ VU
O FUTURO FOI ONTEM
O enaltecimento
ou a justificao,
por qualquer
meio de expresso
pblica,
dos delitos
ALTIFALANTE
NAS ENTRELINHAS
Da justificao
A seguir ao 11 de Setembro, um clrigo muulmano que vivia no
Reino Unido chamava aos 19 autores do atentado os maiores
homens que jamais viveram. Dizia-o em entrevistas, e no foi
preso por causa disso. S depois dos atentados de 7 de julho
de 2005 em Londres que teve realmente problemas, porque,
como explicou o ento primeiro-ministro, as regras do jogo
mudaram. Agora, aps o massacre no Charlie Hebdo, querem
mud-las outra vez. Em Espanha, por exemplo, uma nova lei
probe o enaltecimento e a justificao do terrorismo, punido
com priso entre um e trs anos.
Afirmaes como as do tal clrigo so enaltecimento. Quanto
justificao, fia mais fino. Se algum disser que o ISIS resulta da
guerra lanada no Iraque em 2003, est a fazer uma observao
correta ou no ou a justificar crimes? A distino menos
clara do que parece. Quantas vezes, ao tentarmos perceber
o que esteve na origem de um ato horrvel, ouvimos o nosso
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O QUE EU ANDEI PARA AQUI CHEGAR
UM CURRCULO VISUAL
Yanis Varoufakis
As mulheres acham que ele sexy, muito sexy. Angela Merkel at j disse que no quer ter reunies sozinha com ele. Ser receio perante
o inegvel carisma ou medo da fora de um raciocnio clarividente? O novo ministro das Finanas grego motard, veste-se com jeans
e couro e recorre poesia para melhor passar a mensagem. Mas Yanis Varoufakis, o homem com um crnio rapado a proteger um crebro
efervescente, tem pouco tempo para provar que no se fica pela imagem musculada nem pelas palavras fortes. / CHRISTIANA MARTINS
2015
No centro do universo
1961
Casa arrombada
1978
Crescer
na velha Albion
Acabado o liceu, os pais
preferem que faa o ensino
superior na Inglaterra,
afastando-o da turbulncia
ps-ditadura. Licencia-se
e faz o doutoramento
em Economia em Essex
e s sai do reino de sua
majestade aps a
terceira vitria
de Margaret
Thatcher. demais, afirmou.
2010
Sair da casca
1989
Amor abaixo
do Equador
Um lugar para ensinar na Universidade
de Sydney, uma
mulher e uma filha
australianas, uma
nova nacionalidade.
Na Austrlia, parecia
ter encontrado
o seu destino.
2000
Volta ao bero, sem beb
1998
Uma prola
escondida
Publicou Fundamentos
da Economia, segundo o
Guardian uma espcie de
bblia com orientaes para
o desenvolvimento de um
movimento alternativo ao
institucional.
2004
Dormir
com o inimigo
Depois da dor, o recomeo
atende pelo nome de Danae, a bela artista plstica
com quem ter mais duas
crianas. Entretanto, aceita
ser consultor dos socialistas do PASOK, hoje alvo
de todas as crticas.
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OITO DA MANH
PELA FRESCA
Vincent Farges
O mar est bravo, as ondas batem forte nas rochas. Quem visse um sujeito de bata
branca a apanhar ervas e algas ao fundo das escarpas agrestes decerto no imaginaria
estar a ver um dos chefes mais prestigiados em Portugal, que cativa a estrela Michelin
na Fortaleza do Guincho. Este o meu jardim, diz com sotaque gauls. Afirma-se um
apaixonado pelo mar e um eterno curioso em busca de novas texturas e sabores que a
natureza oferece. bom para experimentar, inspirar, juntar no prato. Vincent, nascido
em Rilleux La Pape, perto de Lyon, revela-se um entusiasta das maravilhas do clima e
da paisagem de Cascais e um conhecedor de tudo o que ali desponta entre as rochas e
o mar. Com desembarao, arranca vrias ervas, prova-as, guarda-as na mo formando
um grande ramalhete de verdes. Umas so salgadas, outras cidas. Entre elas est o
crypton martimo, erva que se d bem no meio daquelas pedras, e a alga ulva rgida,
que o levou a molhar os sapatos numa vaga traioeira. Uso o crypton no prato com
salmonete e favas de primavera. A alga boa para saladas que acompanham peixes.
Tambm vai muito bem com mexilho e percebes. Toda essa combinao resulta nos
vrios sabores do mar. Mas este meu jardim tem muito mais interesse no vero. Agora
bom para apanhar ondas nos ps, brinca. Junta ao molho outras plantas para enfeitar
os pratos de canap. Reconstruo este cenrio no prato. Porque os olhos tambm se
saciam. / BERNARDO MENDONA (TEXTO) E JOS CARLOS CARVALHO (FOTOGRAFIA)
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fisga
PLANETRIO
NO CAMINHO DAS ESTRELAS
POR NUNO GALOPIM
MOSCOVO
Fogo em biblioteca
destri um milho
de documentos
Foi comparado ao desastre de 1986 na central
nuclear de Chernobyl o incndio que no ltimo fim
de semana devastou dois mil metros quadrados
de uma das maiores bibliotecas universitrias
russas, destruindo cerca de um milho de livros e
documentos que estavam ali arquivados.
Com causa possivelmente atribuda a um curtocircuito, o incndio e, depois, a gua usada
durante o combate, afetaram significativamente
a coleo do INION Instituto para a Informao
Cientfica nas Cincias Sociais (com sede
em Moscovo). A sua biblioteca integrava
documentos que remontavam ao sculo XVI e
representa um dos maiores acervos do mundo
de trabalhos em lngua eslava, apesar de conter
tambm documentos provenientes de outras
regies do globo.
Foi Vladimir Fortov, o presidente da Academia
de Cincias Russa (que tutela o instituto), o autor
da comparao do incndio a um Chernobyl
cultural, estabelecendo um paralelo entre a
coleo do INION e a Biblioteca do Congresso,
nos EUA. Com 49 mil leitores e mais de 300
funcionrios, o instituto um dos maiores centros
de investigao na rea das cincias sociais e
humanidades no mundo. Fundado em 1918 tinha
entre os mais de 14 milhes de documentos
arquivados uma extensa representao de
publicaes da Liga das Naes, ONU e UNESCO,
assim como relatrios da atividade parlamentar
dos EUA (desde 1789), Reino Unido (desde 1803)
ou Itlia (desde 1897).
Alm das chamas a gua usada
no combate ao incndio danificou
parte do acervo da biblioteca
TUTANKHAMON
Restauro da mscara
afinal possvel
O caso comeou a ser falado quando
surgiram na internet imagens mostrando
o que parecia ser uma linha de cola a unir
a barba ao queixo da mscara funerria
de Tutankhamon. Um acidente no
havia sido tornado pblico pelo Museu
do Cairo, onde a pea da respetiva
coleo est em exposio. Uma equipa
que trocava as luzes que asseguram a
iluminao da mscara tinha tocado nela
inadvertidamente. Resina epxi foi usada
para, de imediato, voltar a colar a barba
mscara. As imagens e comentrios fizeram
depois com que o silncio se quebrasse.
E colocou-se a questo: estaria a mscara
permanentemente danificada?
Christian Eckmann, um especialista
ligado ao Instituto Arqueolgico Alemo
que em 2014 iniciara um programa
de investigao sobre peas em ouro
achadas no tmulo do jovem fara, foi
chamado para averiguar a possibilidade
de um restauro, tendo revelado que os
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CICLO
FLASHES
Harvard
programa
cinema
portugus
TECNOLOGIA
LIVRO
Um dos filmes-sensao
da edio deste ano do Festival
de Sundance (Park City, Utah)
foi Tangerine, do norte-americano Sean Baker. Integralmente rodado com o auxlio
de apenas trs iPhone 5s,
o filme procura sugerir uma
nova ideia de realismo pela
imagem, numa histria vivida
nas ruas de Los Angeles.
MUSEU
Carinhosamente conhecido
como Dippy, o modelo em gesso de um Diplodocus que desde
1979 anos habita o trio do
Museu de Histria Natural, em
Londres, vai ceder o seu lugar
a um outro inquilino em 2017.
Acolhendo a partir da aqueles
que entrarem no museu estar
o esqueleto (real) de uma baleia
azul que integra a coleo do
museu desde que o animal deu
costa, em 1891, e que est, desde 1938, em exposio numa
sala dos grandes mamferos.
A troca justificada pelo museu
no apenas como forma de
assinalar a biodiversidade mas
tambm uma ideia de futuro
sustentvel para o planeta.
PHOTO
MATON
BANDA DESENHADA
O japons Katsuhiro Otomo
venceu o Grande Prmio da
42 edio do Festival de Banda Desenhada de Angoulme.
O criador de Akira tinha como
concorrncia o belga Hermann
(autor, entre outras, da srie
Bernard Prince) e o ingls Alan
Moore (criador de V For Vendetta). Entre as grandes revelaes feitas durante a edio
deste ano do festival surgiu a
notcia de um novo lbum de
aventuras de Astrix, que ter
como autores Didier Conrad
e Jean-Yves Ferri, os mesmos
que assinaram o mais recente
"Asterix entre os Pictos". A Asa
j confirmou a edio nacional
do livro a 22 de outubro.
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fisga
PASSEIO PBLICO
60 MINUTOS COM
LUS MIGUEL
CINTRA
O ESPETCULO
UMA COISA
MARCANTE
NA VIDA
DE QUEM O FAZ
A CORNUCPIA ESTREIA NO DIA 12 LISBOA FAMOSA
(PORTUGUESA E MILAGROSA). UM ESPETCULO
CONSTRUDO A PARTIR DE TEXTOS QUINHENTISTAS
E SEISCENTISTAS DE TEATRO DE CORDEL
ENTREVISTA JOO CARNEIRO
Numa altura em que a Cornucpia atravessa enormes problemas
de sobrevivncia, apresenta, logo no princpio do ano, uma das mais
complexas e interessantes programaes do ano teatral. Comea com
um espetculo j em fevereiro, anuncia o Hamlet em julho, atelis de
teatro. Pode explicar melhor tudo isto?
E os atelis?
E 20
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JOS VENTURA
PASSEIO PBLICO
E 21
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CARTAS ABERTAS
/ COMENDADOR
MARQUES DE CORREIA
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O esplendor
de uma glria
perdida
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OBRAS DE ARTE
O Diadema de Estrelas,
uma das joias usadas
por D. Maria Pia ( esq.),
a Tabaquire mais
sumptuosa do mundo,
que fez inveja at a
Madame de Pompadour, e a Placa da
Insgnia das Trs
Ordens ( dir.). Trs
joias de beleza
inestimvel
m Versalhes, Madame de Pompadour, a preferida
de Lus XV, ficou maravilhada. sua frente, o ourives Pierre Andr Jacquemin mostrava-lhe a sua
ltima joia, uma Tabaquire em ouro cravejada de
diamantes e esmeraldas, fruto de um trabalho artstico sublime. A amante do rei de Frana no foi
a primeira nem a ltima pessoa a ver a caixa de tabaco tida at hoje como a mais espetacular executada na Europa, tal a sua riqueza, o talho rarssimo
e a dimenso, mas nunca a viu ser usada. A pea
pertencia coroa portuguesa. Tinha sido encomendada pelo rei D. Jos ao ourives da realeza francesa,
tambm marchant de joias e que, orgulhoso da sua
obra, quis exibi-la antes de a enviar para Portugal.
Em Lisboa, onde chega em 1756, no demora a
ser protagonista de momentos de convivncia da famlia real. Passada de mo em mo, fornece o tabaco, elixir de descontrao e amigo do pensamento
poltico e ideolgico, ao monarca e seus convidados
no Pao Real. A caixa no deixou nunca de ser usada
com frequncia, passando de rei para rei e sofrendo alteraes segundo o gosto prprio de cada um
deles. Viu serem-lhe retirados diamantes e pedras,
mudadas de stio gemas. Mas resistiu artisticamente
como uma pea nica at voltar sua traa original
j no sculo XX, quando o joalheiro Alexandre Pinto
da Silva, sob a orientao do ourives Jos Rosas Jnior, que entre 1945 e 1954 foi encarregue pelo Estado de restaurar as joias da coroa, lhe recoloca os 28
diamantes que espantaram o mundo.
No final do sculo XVIII, o pas vivia um perodo
farto. As grandes jazidas de ouro e de diamantes no
Brasil forneciam a matria-prima a uma corte que a
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A amante
de Lus XV
foi uma das
primeiras
pessoas a ver
a sublime
Tabaquire
encomendada
por D. Jos
ao ourives
da realeza
francesa
que se conhecem anteriormente. A estrutura circular da base est envolta em veludo entretelado de
algodo, para lhe dar forma e corpo. enorme. No
est feita para ser colocada na cabea, mas sim para
ser vista ao lado do monarca. A tradio e o respeito assim o mandam. Desde que D. Joo IV ofereceu
simbolicamente a coroa real a Nossa Senhora da
Conceio, em Vila Viosa, pedindo proteo para
o reino aquando da restaurao da independncia,
que os monarcas no usavam a coroa na cabea. Ela
pintada vrias vezes ao lado dos soberanos e cumprir as suas funes at ao final da monarquia, em
1910, com D. Manuel II, o trigsimo quinto e ltimo
rei de Portugal.
OBRAS-PRIMAS DA JOALHARIA
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RARIDADES
A Insgnia da Ordem
do Tesouro de Ouro
( esq.) e a grande
Laa, pertena da
infanta D. Mariana,
irm de D. Maria, com
216 diamantes e 31
esmeraldas vindas da
Colmbia ( dir.)
Em dias de gala, no incio do ano, nos cumprimentos
diplomticos e visitas de chefes de Estado, as mais
simblicas, exuberantes e de representao. J nas
aparies pblicas, nas idas pera ou ao teatro, na
visita s igrejas da Baixa, na passagem por quermesses e nos passeios pela recm-aberta Avenida da Liberdade, no final do sculo XIX, nas festas para que
so convidados e nas recees que davam, a rotatividade de joias usadas era enorme. Tal como a sua
adaptao s tendncias de cada poca. Uma das
mais imponentes peas de joalharia portuguesa, a
Laa, grandioso lao de peitilho de corpete, que exibe 216 diamantes e 31 esmeraldas vindas da Colmbia e lapidadas ao gosto barroco da primeira metade do sculo XVIII, foi transformada, a pedido de D.
Maria Pia, num adereo composto por colar, brincos,
alfinete de peito, pulseira e travessa. S a sua armao em ouro e prata se manteve intacta, o que permitiu a sua recomposio. A joia tomba num movimento suave e natural ao ser desembrulhada nossa
frente, e esse ondular que lhe confere toda a graa. Pertena da infanta D. Mariana, irm de D. Maria
I, teve vida atribulada. A infanta chegou a ordenar a
sua venda para custear a construo do Convento do
Desagrado, e s por interferncia do prncipe D. Joo
foi resgatada e inserida no inventrio das joias da Patriarcal. S mais tarde, depois do regresso da corte
do Brasil, mais uma infanta, D. Isabel Maria, a integra definitivamente no tesouro real.
Tambm imponentes, o Colar e Diadema de Estrelas, um dos adereos de joalharia portuguesa mais
conhecido e divulgado de sempre, quase se perdia.
A fazer lembrar as joias que a imperatriz Sissi usava
na ustria, uma das primeiras encomendas da rainha D. Maria Pia de Saboia depois da sua chegada a
Portugal na dcada de 60 do sculo XIX. A monarca ter dado instrues precisas ao ourives Estvo
de Sousa, que viria a ser um dos seus preferidos, sobre o modelo que desejava, e este, com toda a originalidade, cria um adereo que flutua ao prender,
atravs de molas, estrelas feitas de diamantes a uma
estrutura de ouro. Frgil, no entanto, o adereo original, composto por um alfinete de peitilho, um colar, um grande alfinete, dois alfinetes para ombro,
16 pequenos alfinetes, uma pulseira, uma travessa e
um par de brincos, foi perdendo os diamantes, e s a
mo e a experincia de Rosas Jnior, ao restaurar as
joias da coroa em meados do sculo XX, fez com que
sobrevivessem colar e diadema. O ourives aproveitou os diamantes que restavam e preservou as duas
peas que achou serem as de maior valor artstico,
eliminando as outras.
PROPAGANDA REAL
As joias eram
muito usadas
pelo cl real.
Em dias de
gala, nas
visitas de
chefes de
Estado, nas
aparies
pblicas e nas
idas pera
ou ao teatro
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UMA CASA
PARA
AS JOIAS
povo e a maneira como se apresenta com determinado aparato faziam a propaganda do grande monarca. Nada que no acontecesse tambm nas cortes europeias, todas elas detentoras de um tesouro
real que obedecia aos mesmos critrios e que hoje
se expe ao pblico como um documento histrico
mais ou menos detalhado, de acordo com a capacidade de preservao das peas.
Foi exatamente com esse intuito que o Estado
encarrega Rosas Jnior de restaurar as joias da coroa. O objetivo era mostr-las ao pblico, exibir o
seu valor intrnseco e material e recuperar a histria. A exposio acontece em 1954. a primeira vez
que o nosso thesaurus visto no seu conjunto. Sob
o ttulo Joias e Pratas da Coroa, a mostra faz-se
no piso trreo do Palcio Nacional da Ajuda e atrai a
populao. O brilho das pedras e do ouro pe imaginaes a funcionar e redescobre mundos e glrias
passadas. Tornam-se mais reais descries como a
do traje que a rainha usava no baile dado no Pao da
Ajuda aquando da visita do prncipe de Gales a Lisboa, publicada no Dirio de Notcias de 5 de maio
de 1876: As cores da sua toilette eram as nacionais,
o azul e branco, a vasta cauda do vestido era semeada em toda a orla de estrelas de brilhantes. Estrelas
de brilhantes lhe estavam fixadas no apanhado interior do vestido. O penteado era constelado de estrelas de brilhantes, destacando-se sobre a fronte
um magnfico diadema.
Este universo real s seria visto de novo em Portugal em 1991. Novamente no Palcio da Ajuda, mas
agora sob o ttulo Tesouros Reais, a mostra, patente entre julho e agosto, foi visitada por 27.867
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descendentes, a condecorao s foi adquirida pelo Estado portugus em 1943. Estava na posse dos
herdeiros de D. Miguel e custou data um milho e
trezentos mil escudos.
SIMBOLOGIAS
No menos valiosa, a Insgnia das Trs Ordens Militares Cristo, Santiago e Avis foi realizada, por
ocasio da reforma das ordens, pelo ourives de origem polaca Ambrsio Gottlieb Pollet, tambm responsvel pela execuo do Toso de Ouro, que por
ela recebeu da rainha D. Maria I o valor de oitenta
e um mil e oitocentos ris, referenciados em recibo prprio. Joia de representao, a insgnia surge
sob o Sagrado Corao de Jesus, do qual a rainha era
particular devota, e foi feita em 1789, o ano da sagrao da Baslica da Estrela, cuja invocao precisamente o Sagrado Corao. Constitua a mais alta
distino honorfica quer para os soberanos portugueses quer para os chefes de Estado estrangeiros,
nicas pessoas, alm do gro-mestre da ordem,
que dela podiam ser titulares. A pea, tambm ela
carregada de simbologia, ricamente decorada. A
sua exuberncia, pelo nmero de pedras preciosas,
redobra o prestgio do homenageado e denota uma
opulncia que a monarquia fazia questo de mostrar ao exterior como sinnimo de poder e dentro
da teatralidade social das coroas europeias, onde igualmente assume o papel de joia espetculo.
A afirmao econmica de cada reino no dispensava esse palco, onde a magnificncia das peas de
joalharia correspondia diretamente ao imprio que
se detinha e capacidade que este lhe oferecia na
obteno de matria-prima. Os diamantes marcam
sobremaneira as joias portuguesas, os seus quilates
pesam na definio do reino e vincam a conquista
de territrios vastos e ricos. Mas sem matria-prima
toda a hegemonia definha. Sem as jazidas brasileiras, a produo de joias cai a pique no sculo XIX,
altura em que em Inglaterra vemos a rainha Vitria mandar fazer pequenas coroas com diamantes
vindos da frica do Sul. A lgica exatamente a
mesma.
De resto, no h melhor forma de conhecer os
interesses poltico-econmicos das coroas europeias do que apreciar e analisar os seus tesouros, sobretudo aqueles que eram revelados em cerimnias
de gala, perante embaixadores, altos dignitrios e
outros monarcas. A utilizao da Baixela Germain,
por exemplo, constituda por mais de mil peas e
cujo centro de mesa foi recentemente adquirido pelo Estado e integrado na coleo dos Tesouros Reais
, capaz de documentar as relaes da casa real
com as diversas cortes europeias, serve de testemunho presena portuguesa na ndia e no Brasil, pe
a descoberto as vicissitudes econmicas, culturais e
religiosas que da resultaram e ilustra ainda os gostos que predominaram pocas fora. A baixela, guardada no Museu Nacional de Arte Antiga, brilha em
quase todo o seu esplendor. Faltam-lhe os talheres,
ainda hoje utilizados para as grandes recees de
Estado no Palcio de Queluz.
Certo que as vrias contingncias da Histria
nos permitiram guardar e preservar tudo isto. Muitos tesouros reais quase desapareceram por completo, como o caso do francs, destrudo quase por inteiro pela Revoluo de 1789-1799, outros
ficaram-se pela metade, outros ainda consolidaram-se nas colees possveis, como o caso do tesouro austraco ou do tesouro da Baviera. Atrs de
REALEZA Todo
o cl real usava com
frequncia as suas joias
preferidas. D. Amlia,
D. Lus I, D. Pedro IV
e a infanta Mariana
(nesta pg.) e D. Carlos
I (na pg. ao lado) no
foram excees
nenhum deles fica o portugus, que poderia ir ainda mais alm. Se tivermos em conta que s no espao de 78 anos, de 1740 a 1818, o monoplio rgio
sobre os diamantes do Brasil fez chegar a Portugal
3.054.770 quilates daquela pedra preciosa, como
conta Jos Rosas Jnior, teremos uma pequena
ideia, e nem lhe acrescentaremos o ouro.
Mesmo assim, no por acaso que, no catlogo da j citada primeira exposio das joias da coroa, o historiador de arte Reynaldo dos Santos escreva no prefcio que a Casa Forte do Palcio da
Ajuda encerra uma das colees mais notveis no
s de Portugal mas da Europa, tal o valor das pratas cinzeladas e douradas e o excecional esplendor
das suas joias, num dos conjuntos mais preciosos
do Patrimnio Nacional. (...) Se se lhes juntassem
outros espcimes tambm portugueses, dispersos
nos nossos museus e colees particulares, e at
nos museus da Europa e Amrica, poderamos reunir um sumptuoso conjunto de peas raras de ourivesaria profana, gticas ou manuelinas como talvez
nenhum pas no mundo.
Olhamos para as joias, j todas ordenadas sobre
a mesa, e tentamos imaginar o seu valor. Como dizia Oscar Wilde e que no pode vir mais a propsito: O cnico sabe o preo de tudo, mas no conhece o valor de nada. que a Histria no se vende
nem se compra. prefervel olhar assim as peas
que Jos Alberto Ribeiro e Teresa Maranhos j repem nas suas caixas de origem e v-las depois desaparecer no fundo do cofre. b
Em 2002,
no Museu de
Haia, as joias
pareciam
intocveis,
mas s trs
da manh uma
das janelas
do edifcio
seria partida
e as peas
roubadas
e@expresso.impresa.pt
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DIAGNSTICO
DO
PATRIMNIO
REAL
O ROUBO DE HAIA
Nada fazia supor a tragdia. Portugal emprestava Holanda 15 das
suas mais valiosas joias da coroa
para integrarem uma exposio
indita que, em Haia, no Museu
Municipal, iria reunir ainda os melhores tesouros das cortes holandesa, francesa e inglesa. A mostra,
Diamante: Da Pedra Bruta Joia,
foi inaugurada no final de 2002
com pompa e circunstncia. Nunca
se vira nada assim. Alta segurana
e vigilncia apertada garantidas,
seguros acionados, as joias pareciam intocveis. Mas, na madrugada
de 2 de dezembro, uma das janelas
do museu seria partida por volta
das 3h30 e as peas portuguesas
roubadas em longos 45 minutos,
sem que ningum desse por isso,
nem mesmo os dois polcias que se
encontravam no interior do edifcio.
O alerta s seria dado s sete da
manh. A operao fora bem pensada, e tudo indica que os ladres
conheciam bem o espao e o dispositivo museolgico: uma gigantesca
estrutura de madeira, qual caixa-forte, guardada por quatro cmaras de videovigilncia apontadas a
28 expositores equipados com um
alarme. Partindo a janela e evitando
os sensores, os ladres dirigiram-se
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O Terreiro
delas
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J.L.
O smbolo mximo do
poder poltico portugus
, hoje, ocupado s por
mulheres. Maria Lus,
Assuno, Paula
e Anabela so as
responsveis mximas
pelos quatro Ministrios
do Terreiro do Pao
ROSA PEDROSO LIMA (TEXTOS)
JOO LIMA E PAULO PETRONILHO (FOTOGRAFIAS)
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J.L.
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PERSPETIVAS Numa
das varandas do salo
nobre do Ministrio
das Finanas, com
vista privilegiada para
a praa, Paula Teixeira
da Cruz, Assuno
Cristas, Anabela
Rodrigues e Maria Lus
Albuquerque
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So confundidas com
os assessores homens,
claro quando chegam
a encontros no exterior.
Por norma, um ministro
no mulher
em austeridade rigorosa e as contas do
Estado estavam em vigilncia permanente. Paula Teixeira da Cruz agarrou
a Justia em estado de caos e sob fogo cerrado. A Agricultura, sem fundos
e sem garra. A Administrao Interna
em escndalo dos vistos gold. No so
s mulheres nos cargos. So as suas
circunstncias que esto longe de serem as mais fceis.
GNERO PARTE
HISTRIA As ministras
desceram praa para
uma rpida sesso
fotogrfica. Os assessores
registaram o momento
nos telemveis, enquanto
discretamente e
distncia os seguranas
acompanhavam todos os
movimentos. Ningum
procurou interpel-las
rlima@expresso.impresa.pt
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P.P.
P.P.
DEFESA E
ECONOMIA:
AS PASTAS
INTERDITAS
Em 40 anos de democracia, Portugal j conheceu 25 governos
diferentes seis provisrios e 19
Constitucionais onde a presena das mulheres tardou mas
acabou por ficar.
J houve uma primeira-ministra,
alis, cedo na histria da democracia, com o V Governo Constitucional, logo em 1979 e a independente Maria de Lourdes Pintasilgo.
O pas recrutou por quatro vezes
mulheres para a pasta da Educao (Manuela Ferreira Leite, Maria
do Carmo Seabra, Maria de Lurdes
Rodrigues e Isabel Alada) e
outras tantas para a Sade (Leonor
Beleza, Maria de Belm, Manuela
Arcanjo e Ana Jorge). Nomeou
trs ministras para a Cultura (Maria
Joo Bustorf, Isabel Pires de Lima
e Gabriela Canavilhas), outras trs
para o Ambiente (Teresa Gouveia,
Elisa Ferreira e Dulce Pssaro).
J houve duas ministras das
Finanas (Ferreira Leite e Maria
Lus), duas que trataram da Justia
(Celeste Cardona e Paula Teixeira
da Cruz) e at uma a ocupar os
Negcios Estrangeiros (Teresa Patrcio Gouveia). As mulheres foram
chamadas para as pesadas pastas
do Planeamento (Elisa Ferreira) ou
para o Emprego (Helena Andr), o
Trabalho (Maria Joo Rodrigues)
ou a Cincia (Graa Carvalho).
Na verdade, o poder feminino
chegou a quase todos os Ministrios. Quase. Porque mesmo que as
mulheres tenham sido nomeadas,
atravessando governos socialistas
ou sociais-democratas, centristas
ou de vrias coligaes, mesmo
que tenham passado dcadas de
histria, no foi ainda oportuno
fazer chegar as mulheres a duas
nicas pastas ministeriais: Defesa
e Economia. Estes so, na verdade,
os ltimos resqucios totalmente
masculinos do Governo portugus. At ver.
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Hey
gringo!
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H duas Cubas
de contrastes
extraordinrios,
que partilham
as mesmas ruas,
fendidas pela
passagem do
tempo num pas
que se dedicou
arte de
fabricar runas
PROCURA DO FUTURO
h dois anos, tambm podem viajar para o estrangeiro os que conseguirem obter uma dupla licena: a interna e a do destino.
As mesmas sombras de sempre e algumas luzes que comeam a aparecer, acesas pela esperana de 11 milhes de cubanos. O histrico degelo
entre o Governo de Ral e o de Obama trouxe s
ruas um otimismo exacerbado, pouco realista, que
quase todos partilham. H excees, claro. Ns
cubanos temos uma coisa, no sei se boa ou m:
rimos de tudo, mesmo da nossa vida desgraada.
Luis Fernndez j fez 88 anos, a mesma idade do
desaparecido Fidel. Cada uma das suas palavras
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KEN CEDENO/CORBIS
LOURAS E MORENAS
So novos tempos, tambm, para as famosas prostitutas cubanas. Jennifer (28), nome adotado na
guerra do amor, acaba de chegar de Las Tunas,
no Leste do pas. L trabalhava como enfermeira, mas o Estado cortou os nossos empregos. Deixei a minha filha com a minha me e aqui estou,
em Havana, acolhida por uma amiga que vem todas as noites discoteca La Maison. Comeo hoje, confessa a jovem, um pouco nervosa devido s
circunstncias, mas sem abafar a sua impudncia
natural.
Acaba de conhecer Claudia, 29 anos, de uma
cidade prxima da sua, que descreve o porqu das
contnuas mudanas na cor do cabelo. Antes, os
mexicanos s queriam loiras, agora preferem morenas (cabelo preto). Os canadianos e os centro-europeus, que procuravam negras, agora querem
tudo. Como os italianos e os espanhis, conta,
sem perder de vista uma patrulha da polcia que
deambula pela zona.
Aldo Rodrguez, dois anos mais velho, o lder de Los Aldeanos, um fenmeno social idolatrado na ilha graas s suas rimas urbanas, que
descrevem a vida das pessoas. Os revolucionrios
da Revoluo. A cavalo entre a Florida e Havana,
graas reforma da imigrao em 2013, Aldo ultima o seu novo lbum, Hip hop conciencia. A
sua casa em frente ao Zoolgico parece uma embaixada, cheia de amigos. Alguns compem novos versos, outros bebem caf, saudosos do rapper
Silvito El Libre, filho rebelde do mito revolucionrio Silvio Rodrguez. Este pas no cabe numa
cano, assegura hoje quem encheu as ruas com
as suas letras subversivas. Canes de crtica ao
sistema que serviram para aquele momento, revela o mesmo Aldo, como quando cantava que
esta realidade apenas uma piada de mau gosto.
Aldo agua a sua msica para descrever os valores
que se perderam: Na necessidade comea o fim
dos princpios.
um dos lderes dos Txis Ruteros, uma cooperativa fora, com 106 scios e 46 autocarros, que
cobre rotas desde Alamar at Santiago de las Vegas. Se no aceitssemos a oferta do Estado, amos para nossas casas. Mas um engano e um fracasso, assegura um trabalhador que, para se salvar do desemprego que afetou mais de um milho
de cubanos aps os cortes de Ral, padece hoje
num regime de escravido. Trata-se de veculos em sexta mo, cujos trs quartos de receita so
para pagar o combustvel. As peas que se vo estragando compram-se ao Estado. Dos 46 veculos, apenas 15 esto a trabalhar, num sector que ao
longo dos ltimos 25 anos tem monopolizado boa
parte das crticas da populao.
Mas Valido no homem que se assuste. Enviei duas queixas ao Ministrio dos Transportes. Resposta? Que so os problemas do pas, que
vo tentar resolv-los. Prometeram-nos veculos
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VIDAS O passado e o presente vivem lado a lado, e de olhos no futuro, nas ruas de Havana.
Todos os dias cruzam-se vidas de gente que faz o que tem de fazer para no deixar de viver
ALUGA-SE CASA
Assim chegamos perto do cemitrio, onde se levanta outro novo negcio: La Isla Immobiliaria.
Aps meio sculo de proibio, voltam a vender-se
casas, e todos aqueles que querem ir para o estrangeiro ou precisam de dinheiro para comear
um negcio pem a casa venda. Os preos esto a acalmar agora aps as primeiras escaramuas com valores muito elevados, reconhece a administradora, que gere mais de mil apartamentos.
Em mdia, garante, os imveis so vendidos entre
80.000 e 60.000 CUC, embora as boas casas em
Miramar disparem at 250.000. Recorda a praa
em frente Embaixada de Espanha, perto do Malecn, onde os havaneses procuravam durante dcadas as suas famosas permutas.
A viagem entre a velha e a nova realidade conduz-nos s imediaes do cinema Chaplin, onde
se destaca UltraCell, outro dos negcios mais ativos: agentes de telecomunicaes. Reparamos
celulares, atualizamos sistemas, instalamos aplicaes, recita um parceiro, que reconhece que
tudo de importao. Ou se traz ou compramos aqui a pessoas que trazem de fora. A marca
favorita dos cubanos a Samsung e a aplicao da
moda nos telefones ConoceCuba, um guia interessante da capital.
As poucas luzes e as muitas sombras da nova
Cuba no impedem que os mais atrevidos continuem a lanar-se ao mar em busca do sonho a
170 quilmetros de distncia. Rodney Liven, de 31
anos, mostra-me a tatuagem no peito, a bandeira cubana, para que ningum ponha em dvida o
amor que tem ao seu pas. Eu no acredito em nada do que diz esta gente [o Governo], acredito no
que vejo e at agora no vi nada, diz este pedreiro
e empregado de uma cafetaria estatal.
No final de 2014, falharam as suas duas tentativas de deixar o pas por balsa. O relato faz estremecer, porque consegue descrever com um sorriso os farrapos da sua alma. Isto aqui est duro,
muito duro. At a minha irm acabou em Mazorra
[hospital psiquitrico em Havana]. Acho que no
foi capaz de superar o facto de no ter tido a sua
festa dos 15 anos, o festejo com que se celebra a
passagem de menina a mulher, mais importante
do que um casamento no pas caribenho.
Rodney e os seus irmos de bairro, o Cerro
Habanero, concordam: Vamos mal, vamos. Cada
um ps na mesa 400 CUC, um dinheiro, e escondidos numa quinta comearam a construir. ramos 13 e em apenas trs dias desenhmos a nossa
embarcao com um grande tanque de metal e o
motor de um Lada [carro sovitico] avariado, que
tnhamos reparado. Na sexta-feira, falhou o camio que nos ia levar para a praia, e sbado samos
da quinta. Mas pesava muito, e quando o baixmos do camio partiu-se. Ainda assim, lanmonos ao mar. Era o mximo, todo o mundo cantando e celebrando, alguns vomitando. Em duas horas, tnhamos navegado cinco milhas em direo
ao Yuma (EUA). At que se quebrou... Tivemos que
remar de volta, at encalhar nuns mangais em Pinar del Ro. A Guarda de Fronteiras viu-nos e tivemos de fugir, deixando o barco.
Rodney descreve com um sorriso um relato assustador e o incio da nova aventura. O tio da minha mida enviou-me 300 CUC, vendi a televiso
e o DVD, mais 200, e com 500 no bolso tentei arranjar outro barco, conta. Nessa altura, 28 pessoas para levantar uma Cienfueguera, uma espcie de bacia com tubos de alumnio. Fomos a
um lugar remoto, sem luz, apenas cocos para beber gua durante trs dias. Mas eu sou da rua, luto
desde os 12 anos, senti a mecnica [o golpe]. Devolveram-me uma parte e fugi, antecipando-se
chegada da polcia.
Avanamos para o aperfeioamento de um socialismo mais eficiente, justo, prspero e sustentvel, fez um editorial a revista Bohemia, sem
saber que essas palavras coincidiam com a fuga de
um dos seus fotgrafos, o qual a partir do Mxico
conseguiu chegar a terra norte-americana no fim
do ano. Hoje comea uma nova vida na Califrnia
aps uma breve visita a Las Vegas, convidado por
um de seus amigos que o precedeu no exlio.
Assim o labirinto de Cuba 2015, uma encruzilhada humana formada por balseros e taxistas,
mdicos em misses internacionais e cantores
da moda, dependentes e vendedores, militares
e dissidentes, ancios num pas que deixou de
ser jovem... Um deles, poeta da rua, assegura-me que o cubano se habituou a viver de iluses
e quando umas se acabam, comeam outras.
Outro poeta de verdade, Virgilio Piera, mestre
de Reinaldo Arenas, deixou escrita uma receita
extrema que hoje se volta a aplicar na Cuba das
iluses retomadas: Os mortos no temem as
consequncias. b
e@expresso.impresa.pt
Traduo de Lus M. Faria
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Filhos
de uma
me maior
O sonho da maternidade vem com prazo de validade. Quando se aproxima do fim,
e sem perspetivas de pai no horizonte, h mulheres que tomam as rdeas da situao
e vo ao estrangeiro fazer tratamentos de fertilidade. Por c, o assunto ainda tabu
e a prtica ilegal, mas esteve esta semana em discusso no Parlamento
TEXTO CAROLINA REIS FOTOGRAFIAS ANA BAIO
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Desde 2006
que o nmero
de mulheres que
nos procuram
para engravidar
sozinhas
tem vindo
a aumentar.
Ao todo s na
clnica de Vigo
atendemos 92
mulheres. Em
2014, foram 21
O que que prefervel: tomar uma deciso consciente ou andar numa vida sexual varivel a tentar engravidar?, questiona Isabel Moreira, deputada do PS. A esquerda vai continuar a
ter o assunto na agenda. O direito maternidade
uma questo filosfica, no devia sequer ser poltica. Mas do que a direita tem medo das lsbicas, continua a deputada.
A ironia da vida faz com que hoje se v a Espanha engravidar enquanto antigamente, at 2007,
se ia abortar. Estas mulheres preferem uma deciso consciente a ter uma noite de sexo em que se
sujeitam a apanhar doenas sexualmente transmissveis, frisa o mdico Fernando Snchez Martn, da clnica Ginemed em Lisboa. Enquanto c
ainda a questo fraturante, no pas vizinho basta
assinar um papel atestando a sanidade e capacidade mental para tomar a deciso. E pagar, claro. Um tratamento de inseminao artificial, em
que o esperma diretamente introduzido, aconselhvel a mulheres at aos 38 anos, custa em mdia mil euros. J a fertilizao in vitro, quando os
vulos so retirados, fertilizados e recolocados no
tero, a partir dessa idade custa volta de cinco
mil euros. As taxas de sucesso esto entre os 30%
para a inseminao e os 70% para a fertilizao.
A mim deram-me 5% de hipteses. Os 40
anos, a profisso e a doena de Crohn ditaram-lhe chances reduzidas. Mas nada disso fez Cludia pestanejar. Disse-lhes que era eu que estava a pagar, que queria tentar. O processo que lhe
trouxe o reguila Gustavo, de cabelo encaracolado,
e o tmido Francisco, mais alto e de cabelo liso,
no foi linear. No acertou primeira. Quando lhe
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jovens que no tiveram uma figura masculina, porm desenvolveram-se de um modo harmonioso
e feliz. Para a especialista, o maior perigo vir da
sociedade, que tender a tecer comentrios muitas vezes negativos e que podem conduzir a algum
desconforto emocional por parte da criana.
Francisco e Gustavo ainda no perguntaram
pelo pai. O Estado, no entanto, perguntou. Como em Portugal no podem existir filhos de pai
incgnito, as clnicas em Espanha passam uma
declarao em como a criana fruto de um dador annimo, atravs de um processo de fertilizao, e que segundo a lei espanhola a sua identidade no pode ser revelada. Mesmo assim, aberto
um processo de investigao da paternidade pelo Ministrio Pblico. Cludia foi com algum receio a tribunal para justificar a sua maternidade,
mas surpreendentemente no houve problemas.
Quando a oficial de justia comeou a ler o papel deu uma gargalhada e disse: At que enfim
algum que toma uma deciso destas. At agora
aparecem sempre com um amigo para perfilhar o
filho assim a lei no muda.
O registo dos filhos, apenas com o seu nome,
uma vitria para Cludia. No carto de cidado e
no passaporte, Francisco e Gustavo tm em branco o espao para o nome do pai, porm a mquina administrativa no est preparada para estas
situaes. Ficmos horas espera quando foi do
carto do cidado, o que costuma ser um processo
simples, porque a senhora tentava encontrar solues e punha traos, deixava em branco, punha
reticncias e no dava para fechar a filiao.
PAIS DE FICO
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Entrevista
Nuno Teotnio Pereira
H o culto
da imagem
na arquitetura
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at Saragoa e depois ele seguiu para Portugal, para as cerimnias fnebres. Voltei em 1940, na altura da
ofensiva do Hitler sobre a Frana.
Em Bordus estava o cnsul Aristides de Sousa Mendes e havia muitos refugiados a passar a fronteira. O
exrcito alemo j tinha chegado aos
Pirenus, e tenho fotografias de soldados fardados a passear ao domingo em San Sebastin como turistas.
O seu tio Pedro teve alguma
interveno junto dos refugiados?
Interveio foi junto do Aristides de
Sousa Mendes. Salazar deu-lhe indicaes para ir a Bordus pr o cnsul
na ordem. E ele foi.
Numa das suas viagens a Espanha
foi acompanhado pelo inspetor Rosa Casaco, da PIDE...
Creio que foi em 1940, quando fomos
ter com o meu tio, j embaixador
em Madrid, num Chrysler daqueles
grandes. O Rosa Casaco era o correio
diplomtico entre Lisboa e Madrid e
acompanhou-nos. Mandava o motorista parar, saa do carro e disparava
a mquina. Era realmente um grande
fotgrafo. Nunca mais o vi.
Como era a sua relao com o seu
tio? Ele era das figuras mais importantes do salazarismo.
Eu era adolescente, ele gostava muito de mim, e tnhamos uma tima
relao. Depois, as nossas relaes
foram-se tornando menos cordiais.
Ele foi embaixador quase toda a vida: Madrid, Rio de Janeiro, Washington, Londres... Quando passou a ministro da Presidncia, em 1959, praticamente no tive relaes com ele.
Em 1958 tinha havido as eleies do
Humberto Delgado, e eu assumi publicamente a oposio ao regime, assinando dois manifestos.
Alguma vez ele comentou a sua
atitude?
No me lembro. Houve uma altura
em que evitvamos encontrar-nos.
Antes, ele fora ministro do Comrcio, e Salazar achava que era demasiado avanado na parte social. Foi
quem fundou a Sacor, para refinar o
petrleo, e a Covina, para produzir
vidro industrial. Depois construiu
o bairro dos Olivais, em Lisboa, onde juntou prdios construdos pelo Estado, com rendas acessveis, e
VALMOR O Franjinhas
a obra em que Nuno
Teotnio Pereira mais se
rev, um dos seus quatro
Prmios Valmor, feita com
o amigo Nuno Portas. Os
outros so um prdio nos
Olivais Norte, a Igreja
do Sagrado Corao
de Jesus e a estao de
Metro do Cais do Sodr.
Todos em Lisboa
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movimento do Rolo Preto, que depois acabou por ser afastado pelo Salazar. Em 1936, quando a Mocidade
Portuguesa foi criada, entrei voluntariamente. Participava nas paradas
da Avenida da Liberdade.
Conheceu Marcello Caetano?
Conheci. Era muito amigo do meu
av. Mas conheci-o melhor quando ele j tinha deixado a Mocidade Portuguesa. Em 1943 fiz parte de
um grupo de estudantes que organizou um ciclo de conferncias sobre Lisboa, com o Vitorino Nemsio
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padre foi o meu orientador espiritual da juventude, um jesuta, que aceitou a contragosto, padre Joo Cabral,
que depois foi missionrio em Timor
e construiu o Colgio de So Joo de
Brito.
Entretanto, j tinha deixado cair
o h de Theotnio Pereira...
Achei que era muito arrogante. Ainda hoje embirro com as pessoas que
preservam a grafia antiga, anterior
reforma de 1911. O meu pai deve ter
ficado aborrecido, mas no me chateou muito.
Quando entrou em Belas-Artes, at
a forma de vestir era diferente da
dos seus colegas: ia sempre de fato...
Cheguei at a usar chapu de feltro.
O meu tio Pedro insistia muito nisso:
Uma pessoa como deve ser tem de
usar chapu.
Conheceu o bispo do Porto,
D. Antnio Ferreira Gomes?
Eu fui um dos que recebeu uma cpia
da carta que escreveu ao Salazar. Ele
no a tornou pblica, mas enviou-a a
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Fui um dos organizadores, assim como a Sophia de Mello Breyner, que fez
a letra do poema Vemos, Ouvimos e
Lemos a msica foi do Francisco
Fernandes. No final da missa, presidida pelo Cerejeira, manifestmos o
interesse em organizar uma viglia;
ele l disse que sim, embora chateado, desde que o prior tambm ficasse. O cnego Correia de S ficou toda
a noite a policiar tudo, mas sem sucesso. Era um grupo muito grande, de
mais de 50 pessoas... Quando samos,
s 8h da manh, havia agentes da PIDE porta, mas no houve represso.
Voc editou um livro pstumo
da sua mulher.
Em 1973. Chama-se Cada Pessoa
Traz em Si Uma Vida, so poemas e
outros escritos. Ela converteu-se ao
catolicismo, e passmos a ter uma
vida muito ativa no aspeto catlico.
Uma grande amiga dela, muito catlica, convenceu-a a deixar a plula, substituindo-a pelo mtodo das
temperaturas. Engravidou, mas no
podia ter mais filhos, era um grande
risco. Ela e o feto morreram no parto.
Tinha 40 anos.
Na sua biografia, h quatro detenes pela polcia poltica. Quando
que se estreou?
Houve um abaixo-assinado de catlicos contra as torturas da PIDE, na
sequncia da campanha do Delgado.
Fomos todos ouvidos na sede da PIDE, na Rua Antnio Maria Cardoso.
O meu av paterno vivia num quarto
andar paredes-meias com a sede da
Fiz um abaixo-assinado
contra a guerra colonial,
entregue ao Papa
Paulo VI em Ftima
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Paralelamente, as BR provocaram
o rebentamento de dezenas de
petardos. Esteve envolvido nisso?
No. Uma vez fui aliciado para as BR
pelo escritor Nuno Bragana, que estava a viver em Paris e me props
que participasse numa operao de
entrada de armamento. Hesitei muito, porque nunca tive vocao para
essas coisas. A certa altura conheci
o Carlos Antunes, das BR, que estava
clandestino e marcou um encontro
comigo perto do IPO; deu-me um livrinho para eu estudar com ateno.
A mala tinha...
Nunca cheguei a saber ao certo. S
soube que era armamento da LUAR.
Foi torturado...
Pois... Sono, pancadas, chicotadas. O
pior foram as chicotadas nas pernas.
S aguentei dois dias e duas noites de
tortura do sono muito pouco! No
tinha preparao para aquilo. A certa altura apareceu um agente em tom
amigvel e eu fui na conversa. Estava to mal de cabea que pensei que
aquilo era sincero. Acreditei e fui dizendo mais algumas coisas.
Houve muita gente torturada
que falou na priso. O mais normal,
se calhar, at era falar...
Est bem, mas chato.
Denunciou muitos nomes?
O Lus Moita, por exemplo, que fazia
a ligao s BR. A Lusa Cabral tambm foi presa.
Conversou mais tarde com essas
pessoas?
Sim. Foi horrvel ouvir os gritos das
pessoas a serem torturadas em Caxias. Gritos lancinantes! Um horror!
Esteve numa cela sozinho?
Durante os interrogatrios. Depois
fui para uma cela coletiva. Conheci
gente muito boa, como um jovem da
LUAR. O Palma Incio estava por cima da nossa cela, comunicavam por
ao PCP?
No. S para entrar num movimento que estava na sua rbita, as Juntas
da Ao Patritica. Em relao ao PC
consegui manter sempre as minhas
distncias. Faziam de conta que todos aqueles horrores do Estaline no
tinham existido...
Conheceu lvaro Cunhal?
Falei uma vez com ele, durante a independncia de Moambique. Uma
conversa com pontos de vista divergentes, mas muito cordial.
E Mrio Soares?
Somos amigos. Quando foi desterrado para So Tom, em 1968, fui ao
aeroporto. Estava l muita gente a
protestar e a certa altura apareceu a
polcia com bastes e ainda apanhmos. Na altura do MES, o PS era o
nosso inimigo principal, achvamos
que era muito reformista. O Jorge
Sampaio quem conheci melhor. O
grupo dele, que deu origem ao MES,
teve vrias reunies clandestinas antes do 25 de Abril no nosso ateli, na
Rua da Alegria. Foi por intermdio
do Nuno Portas, meu scio.
No congresso do MES de dezembro
de 1974, quando foi a ciso
do grupo de Sampaio, voc
continuou no partido...
Essa ciso foi um desastre. Saram
os mais brilhantes e maduros, ficaram os mais novos e radicais, como o
Ferro Rodrigues e o Augusto Mateus.
Se no tivesse havido a ciso, o MES
poderia ter eleito alguns deputados
Constituinte e ser uma espcie de
Bloco de Esquerda, uma alternativa.
Assim, o PS e o PC tomaram conta da
esquerda. Um dos meus falhanos foi
essa ciso. Recebi uma carta aflita do
Lus Salgado Matos, que estava no governo provisrio de Moambique, pedindo-me para evitar a ciso e no
fui capaz de fazer nada! Fui eu que fiz
o discurso de encerramento do congresso, mas no fui eu que o escrevi...
E quem foi?
O Ferro Rodrigues! Nunca tive jeito
para essas coisas, de modo que li um
discurso feito por outro...
O MES esteve envolvido no PREC
at ao pescoo.
Eu no estive ativo no 25 de Novembro, mas houve gente que participou.
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jpcastanheira@expresso.impresa.pt
Porqu?
Porque uma nave retangular, em
que as pessoas esto sentadas atrs
umas das outras, em vez de estarem
volta do altar, que est l ao fundo...
Com uma agravante: no h bancos,
mas cadeiras individuais, uma coisa
que nunca se viu em Portugal. As cadeiras apelam ao individualismo. Os
bancos de correr podem estar cheios
mas h sempre lugar para mais um...
Eu fiz-lhe essa crtica.
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jri
AUGUSTO BRZIO, FOTGRAFO E MEMBRO DO COLETIVO [KAMERAPHOTO];
MARGARIDA MEDEIROS, PROFESSORA UNIVERSITRIA E AUTORA NAS REAS
DE CULTURA VISUAL E DE TEORIA DA FOTOGRAFIA; MRIO TEIXEIRA DA
SILVA, DIRETOR DO MDULO - CENTRO DIFUSOR DE ARTE; SRGIO B. GOMES,
JORNALISTA DO PBLICO E AUTOR DO BLOGUE ARTE PHOTOGRAPHICA.
VENCEDORA
LUZ INTERIOR
HELENA FLORES
FNAC SANTA CATARINA
10 FEV10 MAI
MENO HONROSA
MENO HONROSA
A GUA DA LUZ
RITA PINHEIRO BRAGA
VIAGGIO IN LAPPONIA*
MRCIA NASCIMENTO
jornal oficial
FNAC GUIMARESHOPPING
09 MAR09 JUN
apoios
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M
MIGUEL MEDINA/AFP/GETTY IMAGES
Um esprito livre
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Houellebecq
o mais talentoso
escritor europeu
contemporneo
(ex aequo com
Martin Amis)
literatura da Sorbonne em 2022. A
data de assinalar porque, nesta
fantasia, o futuro torna-se distopia.
O que que isto tem a ver com o
islo? Em 2022, a Frana elege um
Presidente muulmano, Mohammed
Ben-Abbes, que quer converter
toda a Europa e recriar uma espcie
de Eurbia, teoria enunciada
pela historiadora iconoclasta Bat
Ye-or retomada pelos militantes
da Counterjihad. Dito assim,
parece mais do que uma fantasia,
parece uma teoria da conspirao,
mas o talento argumentativo do
autor torna a ao uma realidade
plausvel. Aquilo que Houellebecq
faz, e que faz nas fices anteriores,
argumentar e contra-argumentar
nos dois sentidos sem se perder
nem enlouquecer (a definio de
gnio de Oscar Wilde). Quando
pressentimos que est a defender
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Festival RESCALDO
MSIcA DE SEX 20 A SB 28 DE FEVEREIRO 21h30 6 (pREO nIcO DIRIO) M6
Produo Culturgest/Trem Azul Comissrio Travassos
Sex 20 Vicente & Marjamaki; Nova Orquestra Futurista do Porto Sb 21 Coclea;
Lula Pena Qui 26 Gesso; Caveira Sex 27 Con Con + Joana Guerra; La La La Ressonance
Sb 28 Joana Gama + Lus Fernandes; Sumbu Dunia; Adolfo Luxria Canibal Estilhaos
Pinceladas de celuloide
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A arte somos ns
Dono de uma das grandes colees do mundo, Antnio Homem,
portugus, traduz a sua vida na arte e a arte na sua vida. assim desde
que conheceu Iliana Sonnabend, a galerista que o adotou tinha ele 47 anos
TEXTO ALEXANDRA CARITA FOTOGRAFIAS LUS BARRA
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SONNABEND,
PARIS-NEW YORK (1962-1967)
Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva,
Lisboa, at 3 de maio
A orientao
da coleo era
comprar tudo
o que lhes
interessava e de
que gostavam, qual
reflexo pavloviano
em Zurique e decide aceitar o convite do casal de galeristas e vai visit-los, juntando-se a eles em Veneza
durante as frias. A Bienal estava
a decorrer, e Lichtenstein tinha l
uma exposio. Haviam passado
dois anos desde que Robert Rauschenberg fora o primeiro americano
a vencer o grande prmio daquela montra de arte e se criara um
conjunto de controvrsias na cena
artstica europeia. Era o momento
em que a arte americana, sobretudo
a Pop Art, encontrava finalmente
um pblico europeu. O caminho
para esse momento tinha como protagonista Iliana Sonnabend e a sua
galeria. A razo era s uma: Iliana
e Michael tinham-se deslocado para
a Europa e criado a galeria de Paris
para mostrar os artistas americanos. Em 1971, quando abriram outra
galeria em Nova Iorque, pensaram
no processo inverso: levar para
a Amrica os artistas europeus,
conta Antnio Homem antes de
regressarmos ao vero de 1966 na
fervilhante Veneza. O momento em
que Iliana lhe diz que, em vez da sua
ex-mulher, quem devia trabalhar na
galeria era ele.
Mas ele, Antnio, sentia-se mal por
abandonar os estudos de Engenharia
por causa dos pais e continuou em
Zurique. Tinha uma grande dificuldade em mudar e em desapontar as
pessoas. Nesse sentido, a separao
foi muito til. Era uma situao em
que queria contentar toda a gente
mas ningum estava contente, nem
eu prprio, desabafa. Por isso, s
quando acabou o curso, dois anos
depois, em 1968, que foi a Paris dizer ao casal Sonnabend que aceitava
o convite feito em Veneza. Parecia
tarde demais. Iliana responde-lhe,
para sua surpresa, que no era do
seu interesse t-lo a trabalhar na galeria. Fiquei completamente perdido. Pensei em fazer de tudo, ir lavar
pratos, o que fosse, s no conseguia
ver-me como engenheiro.
De regresso a Zurique, recebe a visita dos pais e, ao ir lev-los ao aeroporto, passa pela praa onde se situa
a Galeria Bruno Bischofberger e v
Iliana a atravessar a rua. Pede licena aos pais para ir cumpriment-la
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Warhol pensava
que no existia
uma estupidez
no mundo sem
interesse, diz
Antnio Homem
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com eles e tem deles opinies muito prprias. Andy Warhol no era
um tipo nada mundano no sentido
proustiano do termo. Pelo contrrio. O que lhe interessava era esta
espcie de mito que o star system,
as pessoas ricas, famosas, bonitas.
No fundo, o que ele tinha era uma
grande admirao e um grande
interesse por esses mitos e tambm por no importa quem. A sua
viso das coisas era extremamente
abstrata. Warhol pensava que no
existia uma estupidez no mundo
sem interesse. J Lichtenstein era
um homem com grande sentido de
humor. Era um personagem muito
emocional, muito romntico, muito
culto, talvez o mais culto deles
todos. Interessava-se muito por literatura, por poesia, por fotografia.
E um homem bastante neurtico
tambm. Jeff Koons, que conheceu
em 1986 em Nova Iorque por indicao de uma art adviser de quem
gostava imenso, um dos artistas
com quem mais priva at hoje.
O seu trabalho extremamente
profundo e cheio de camadas, as
pessoas que no se do conta
disso. O que ele faz parece simples,
mas na realidade no .
isso que mais lhe agrada na
Pop Art, aquela que tambm vem
mostrar a Lisboa. Antnio Homem
diz que a noo de descobrir que
assuntos e temas que no faziam
parte do que pensvamos que poderia ser arte de repente poderem
s-lo aquilo que de mais sugestivo
e interessante h na Pop Art. Como
tambm a ideia de poder pensar
que a obra pode ser um cartoon,
mas feito como se fosse uma esttua
grega ou um fresco gtico. Esse rol
de pensamentos levam-no a definir
a arte. A arte uma contnua definio dos limites do que ou no
arte. Todos ns falamos, todos ns
cantamos, todos ns escrevemos,
todos ns desenhamos... Mas em
que momento que isso se transforma em arte? uma questo de
intensidade. a mesma questo de
Duchamp e do ready-made. A arte
existe para provocar. a reao que
a torna arte.
Na memria tem a performance que
Gilbert & George apresentaram na
inaugurao da Galeria Sonnabend,
no Soho, em Nova Iorque, em 1971,
os filmes de Bruce Nauman, os
vdeos de Vito Acconci, os objetos
de Claes Oldenburg, as fotografias
de Bernd e Hilla Becher, os desenhos de Jasper Johns e tambm os
de George Seurat... A lista infinita.
Quase como poderia ser a lista de
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Razo e
corao
O norte-americano
Father John Misty
lana segunda-feira
o seu novo lbum.
Ao Expresso, explica
por que razo
detesta o conceito
de singer-songwriter
ENTREVISTA LIA PEREIRA
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A intimidade
no para os
fracos de esprito
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JOS VENTURA
Em A Ridcula Ideia
de No Voltar a Ver-te,
a escritora e jornalista
Rosa Montero
aproxima-se da figura
de Marie Curie como
quem procura
uma mscara para
as suas prprias
inquietaes
Sacar a luz
que h
na vida
E 68
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ALBERTO CARNEIRO
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Li
vros
No centro do silncio
Depois de perder o marido, Rosa Montero seguiu o rasto da viuvez
de Marie Curie, procurando na existncia difcil da grande cientista
polaca uma medida para a sua prpria vida
TEXTO JOS MRIO SILVA
QQQQ
A RIDCULA IDEIA DE NO
VOLTAR A VER-TE
Rosa Montero
Porto Editora, 2015, trad. de Helena
Pitta, 175 pgs., 14,40
E 70
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QQQQ
CU DE CHUMBO
Ben Pastor
Clube do Autor, 2014, trad. de
Eugnia Antunes, 418 pgs., 17,50
Romance
Dedicado a Isaak Babel, e com uma epgrafe retirada do clssico de Sun Tzu, o
imprevisvel vence, o bvio perde, este
romance de feitura histrica e policial
apresenta Martin Bora. Oficial alemo,
poliglota, cavaleiro, pianista, catlico
aristocrata de ascendncia escocesa,
casado com uma bela mulher, ele o
protagonista de uma srie que a escritora
talo-americana criou com assinalvel
xito. Desde a Guerra Civil espanhola at
Roma, passando pela Ucrnia, onde se
desenrola este tomo, o oficial da Abwehr,
a contraespionagem do exrcito, um
improvvel detetive informal, sabendo
que toda a ao muda aquele que a pratica. Bora corresponde-se com Junger,
recebe cartas em latim do seu mentor,
cita Goethe: A coisa mais elevada a que
o homem pode aspirar o assombro.
Mal sobreviveu a Estalinegrado e, agora,
est a braos com dois generais soviticos e um escroque alemo. Um passado
nebuloso, que recua at guerra civil
que se seguiu Revoluo de Outubro,
e um misterioso bosque, onde paira uma
ameaa de morte, so o palco onde
evolui. O seu alter ego lembra-lhe o paradoxo de So Petersburgo, que estipula
trs atitudes perante o risco: desfavorvel, neutra ou amante do risco. Com
o seu amigo da Abwehr cogita sobre as
consequncias de uma guerra que est
no seu ponto de viragem: No apenas
o que fizemos ou o que nos fizeram, mas o
que vimos outros fazer, aquilo de que no
conseguimos desviar o olhar. Sente-se
o horizonte sem fim na atmosfera agitada
e o perfume da terra ucraniana, ocupada
por uma forma de insanidade, que se
infiltra no solo, nos rios e na pele, e tanto
pode levar loucura como a uma lucidez
estoica. Mas ele no recua perante o que
pensa ser a justeza do que est certo,
apesar de saber que numa guerra tudo
desperdcio. / JOS GUARDADO MOREIRA
QQQ
O MAR DE CORAL
Patti Smith
no (edies), 2015, trad.
de Ricardo Marques, 59 pgs., 12
Poesia
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O dinheiro no tudo
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QUE LUZ ESTARIAS A LER?
Joo Pedro Msseder
e Ana Biscaia
Xerife Edies, 2014, 16 pgs., 5
Banda desenhada/Ilustrao
COLIN MCPHERSON/CORBIS
o teatro e no cinema,
chama-se ironia dramtica
situao em que o
pblico conhece coisas que os
personagens ignoram. A Lgica
do Dinheiro produz hoje um efeito
algo semelhante. A edio original
foi publicada no incio de 2001,
portanto meses antes dos atentados
do 11 de setembro. Lido distncia
de 14 anos, parece bizarro que
defenda as ideias do ltimo captulo;
resumindo, que os Estados Unidos
da Amrica devem assumir o seu
papel imperial e, como diz o autor,
dedicar uma maior percentagem
dos seus vastos recursos a tornar o
mundo seguro para o capitalismo
e a democracia. Atravs,
evidentemente, da guerra. Para que
no haja dvidas, Niall Ferguson
tem subcaptulos intitulados
Dar uma hiptese guerra e Os
benefcios do militarismo. A certa
altura pergunta mesmo: No seria
desejvel que os Estados Unidos
depusessem tiranos como Saddam e
impusessem governos democrticos
nos seus pases? A resposta dele
afirmativa. Sabendo ns o que
sabemos sobre os resultados da
invaso do Iraque, que ainda no
parou de fazer mortos, difcil no
pensar como as iluses humanas s
vezes saem caro aos outros. No
aos intelectuais que dizem o que
alguns polticos gostam de ouvir, ou
queles entre estes que prosperam
escandalosamente aps deixarem o
poder, no fundo custa do sangue
alheio que fizeram derramar.
Isto dito, a tese em questo
uma pequena parte do livro. O
grosso dele dedicado a ilustrar
uma outra tese, relacionada mas
diferente, sobre a conexo entre
poder e dinheiro. A Ferguson
encontra-se em base mais slida,
e a sua erudio enciclopdica
abarca reas muito variadas. Ele
contesta as teses deterministas
sobre a relao entre dinheiro e
poltica. O dinheiro, sendo um fator
importante na histria, no tudo, e
por vezes nem o mais importante.
Sexo, violncia e poder, diz ele
simplificando, podem, separada
ou conjuntamente, sobrepor-se ao
dinheiro, ao motivo econmico.
Mesmo a relao entre dinheiro
e guerra est longe de ser linear.
A nica certeza quase universal
que o dinheiro, podendo ser ou no
motivo da guerra, uma condio
QQQQ
A LGICA DO DINHEIRO
Niall Ferguson
Temas e Debates, 2015, trad.
de Pedro Vidal, 727 pgs., 24,40
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ISTO ANDA
TUDO LIGADO
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QQQQ
UM TESTE DE RESISTORES
Jorge Buescu
Gradiva, 2014, 226 pgs., 12
Ensaio
Publicar o sexto livro de divulgao da Matemtica num mercado como o portugus parece
impensvel, mas Jorge Buescu conseguiu esse
feito com a obra Primos Gmeos, Tringulos
Curvos e Outras Histrias. Alm do mais, cinco
dos seis livros incluindo este esto editados
pela Gradiva. O segredo est na natureza da Matemtica, um dos pilares de todas as cincias, o
que leva o matemtico e professor da Faculdade
de Cincias da Universidade de Lisboa a abordar
todos os temas a partir desta disciplina, recorrendo a uma linguagem simples, clara, viva, cativante
e com sentido de humor. Na ltima obra, o autor
um contador de histrias sobre assuntos to
diversos como a fraude cientfica, o mundo da
moda, a Constituio americana, o comportamento das cidades, a verdade e a fico na
literatura, os mistrios dos nmeros primos, os
jogos de casino, a partilha e a inveja. E esclarece
por que razo a maioria das mes pega nos seus
bebs ao colo com o brao esquerdo. Ou porque
que as tampas de esgoto so redondas... Como
diz o matemtico Joo Filipe Queir no prefcio
do livro, a busca da certeza no conhecimento (...)
sempre um impulso no sentido da matematizao. Uma das histrias mais curiosas de Jorge
Buescu sobre a aplicao da Matemtica
Literatura. Os fsicos tericos Pdraig Mac Carron e Ralph Kenna, da Universidade de Coventry
(Reino Unido), dedicam-se ao estudo das redes
complexas, um ramo emergente da Matemtica.
Ao analisarem as redes sociais construdas com
base nas centenas de personagens das narrativas
literrias da Ilada de Homero, do mito pico
nrdico Bowulf e do poema mitolgico irlands Tin B Cailnge, conseguiram separar a
realidade da fico e concluram que as sociedades nas quais se baseiam as duas primeiras obras
existiram mesmo, enquanto a terceira pertence
ao reino da fico. Esta anlise coincide, alis,
com a investigao histrica, arqueolgica e literria das mesmas obras. / VIRGLIO AZEVEDO
Marlia Garcia
Mariposa Azual, 2015, 128 pgs., 15
Poesia
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Ci
ne
ma
A identidade retalhada
de uma mulher (Julianne Moore
em O Meu Nome Alice)
QQQQ
O MEU NOME ALICE
De Richard Glatzer
e Wash Westmoreland
Com Julianne Moore, Alec Baldwin,
Kristen Stewart (EUA)
Drama M/12
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QQ
A ASCENSO DE JPITER
De Andy Wachowski e Lana Wachowski
Com Mila Kunis, Channing Tatum,
Eddie Redmayne (EUA)
Ao/Fico cientfica M/12
QQQ
SELMA A MARCHA
DA LIBERDADE
De Ava DuVernay
Com David Oyelowo, Carmen Ejogo,
Tim Roth (EUA)
Drama biogrfico M/12
A PERNA ESQUERDA
DE TCHAIKOVSKI
BARBORA HRUSKOVA E MRIO LAGINHA
TIAGO RODRIGUES
TEXTO E DIREO
WWW.CNB.PT // BILHETEIRAS: TEATRO CAMES, TEATRO NACIONAL DE SO CARLOS, TICKETLINE, LOJAS ABREU, WORTEN, EL CORTE INGLS, C.C. DOLCE VITA // ESPETCULO M/6
E
75
MEDIA PARTNERS
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FESTIVAL DE ROTERDO
Reatar o passado
Q
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O CINEMA D
O QUE A VIDA TIRA
NUNCA HOUVE
PORTUGUESES
CARECAS
QQ
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O ESPRITO DE 45
De J. C. Chandor
Com Oscar Isaac, Jessica Chastain, Albert Brooks (EUA)
Drama/Thriller M/12
De Ken Loach
(Reino Unido)
Documentrio M/12
ESTRELAS DA SEMANA
Um Ano Muito Violento
Francisco
Ferreira
Jorge
Leito
Ramos
Vasco
Baptista
Marques
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A Ascenso de Jpiter
QQQQ
O Esprito de 45
Q
QQQQ
O Excntrico Mortdecai
Foxcatcher
O Jogo da Imitao
QQQQ
QQQ
QQQ
QQQQ
QQQ
QQQ
QQQQ
QQQ
A Teoria de Tudo
QQQQQ
QQQ
MXIMO
QQ
EXPRESSO
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Sinatra a montanha
que temos de escalar
mesmo que nos
fiquemos apenas
pelo meio do caminho,
afirmou Dylan
recentemente
A escassa
luz da noite
H
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SHADOWS
IN THE NIGHT
Bob Dylan
Columbia/Sony
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QQQQQ
I LOVE YOU, HONEYBEAR
Father John Misty
Sub Pop/PIAS ( venda dia 9)
fascinante, dona de um universo altamente personalizado e bem-vindo nestes tempos de algum cinzentismo. Em
I Love You..., Tillman admite que fez as
coisas de forma diferente, consciente de
que, pela primeira vez, tem um pblico
sua espera. Carregando mais na pompa, o
homem que admite ter-se inspirado em
John Lennon ou Randy Newman constri
um mosaico baseado na relao com
a mulher, a fotgrafa Emma Elisabeth
Tillman. Honrando o que defendeu na entrevista ao Expresso a intimidade no
para os fracos de esprito , Tillman
faz do amor um lugar verdadeiramente
estranho. Se estilisticamente saltita
entre os anos 60 (The Night Josh Tillman
Came to Our Apartment), uma soul ber
libidinosa (When Youre Smiling and Astride Me) e a improvvel perfeio pop
para mariachis (Chateau Lobby), em
termos lricos traz um novo significado
palavra confessional. Vaidade e traio,
cimes e paranoia, a aleatoriedade do
destino humano (na tocante I Went to
the Store One Day): segunda, Misty
confirma ser um dos melhores cantores
da sua gerao, levando a bom porto
uma das intenes expressas no disco:
thats how you live free/ to truly see and
be seen. / LIA PEREIRA
QQQQQ
MONTEVERDI:
VESPRI DI SAN MARCO
Concerto Italiano, Rinaldo Alessandrini (d)
CD + DVD Nave/Andante
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A arte do duo
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MAN IT FEELS
LIKE SPACE AGAIN
Kenny Wheeler
ECM/Distrijazz
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THE ART OF CONVERSATION
Kenny Barron/Dave Holland
Impulse!/Universal
IMPULSE
a concluso de
Conversation: A History
of a Declining Art (Yale
University Press, 2006), o ensasta
Stephen Miller alertava para o
facto de se estarem a popularizar
mecanismos que pareciam
concebidos para anular o prprio
potencial de conversao em
sociedade: Hoje, no s podemos
ficar a ver talk shows na televiso
o dia inteiro como, atravs dos
nossos telefones ou de outros
dispositivos portteis, nos
possvel assistir a vdeos e usar
videojogos a qualquer hora, em
qualquer lugar. Como um ugure,
terminava: Em maro de 2005 o
Washington Post publicou um
artigo intitulado Como maximizar
o seu iPod, que comeava assim:
O iPod j o seu melhor amigo.
Dez anos depois, num momento
em que, restringindo-se apenas
aos mais expressivos exemplos
na categoria, o artigo para redes
sociais da Wikipedia lista cerca de
200 entradas, tomar-se-ia cada
um dos seus argumentos como
um anacrnico escrito de um
ludita. Alis, relance-los agora
gera o mesmo tipo de desconforto
que se experimenta ao imaginar
algum a descobrir msica nova
no MySpace ou algo que o valha.
Mas, no entanto, de tempo em
tempo ganha trao aquela ideia
to em voga no sculo passado de
que no h efetivamente qualquer
hiptese de se conversar; quando
muito, na clebre formulao de
Rebecca West, h monlogos que
se intersetam. Kenny Barron e Dave
Holland, como bons adversrios do
solipsismo que so, tm dedicado
a vida inteira a desacreditar tal
Pond
Pond Band/Caroline
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QQQ
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PAUL LEWIS
MOZART:
AS BODAS DE FGARO
DESPERATE
JOURNALIST
Desperate Journalist
Fierce Panda/Popstock
A DESARMONIA
DAS ESFERAS
MISSO APOLO
O projeto espacial Apolo, da
NASA, cobriu-se de glria ao
11 captulo quando Armstrong
e Aldrin caminharam sobre
a Lua, a 20 de julho de 1969,
mas no foi alm do 17, em
dezembro de 1972, ocasio
em que Harrison Schmitt, o
primeiro gelogo a pousar
/ JOO
no vale de Taurus-Littrow,
LISBOA
a recolheu 110 quilos de
amostras. Outro lugar existiu,
porm, onde a misso Apolo chegou mais longe: a
avenida Jlio Dinis, em Lisboa, morada do Drugstore
(posteriormente Centro Comercial) Apolo 70,
inaugurado, como de regra, com um ano de atraso
sobre o nome, a 26 de maio de 1971. No foi o primeiro
do gnero esse chamou-se Sol A Sol, na Avenida
da Liberdade, e data de 1967 mas poder, de agora
em diante, reivindicar uma relevncia histrica ainda
maior que reestabelece a ligao com a origem mtica
do nome: um quinteto de jovens criaturas lusas, em
demanda da constituio portuguesa de 1976 (uma
obra de fico) na livraria local, prime, por engano
o boto encarnado e, instantaneamente, o centro
converte-se numa imponente mothership que os
empurra para o que s poder ser encarado como uma
2015 Odisseia no Espao. Na verdade, o documento
udio da homrica expedio dever ser oficialmente
designado por A Viagem dos Capites da Areia A
Bordo do Apolo 70 e nele, encadernado numa rplica
low cost da capa de Sgt Peppers, se descobriro os
formidveis encontros, aventuras e sobressaltos que,
de planeta em galxia, de sistema solar em asteroide,
os fazem confrontar-se com singularidades csmicas
e entidades de horror, assombro e mistrio como
Jos Cid, Capito Fausto, Tiago Guillul, Samuel ria,
Rui Pregal da Cunha, Toy, Tiago Bettencourt, Bruno
Aleixo, Tiago Pereira, as Adufeiras de Monsanto,
Miguel ngelo ou Manuel Fria. o gnero de space
oddity em que os major Tom residentes se sentem
menos inclinados a estabelecer contacto com o ground
control do que a encetarem debates sobre minudncias
lingusticas e a grandeza conservada sob rotaes no
espao tridimensional, em decorrncia da isotropia
(isto , o momento angular aplicado s bicicletas),
pretexto para um portentoso lbum conceptual de
loja do chins, genuna sci-fi em happy hour, primeiro
pico de vo de escada e manifesto inaugural do
surrealismo de quiosque. b
lishbuna@gmail.com
E 81
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Chamem
Bob Odenkirk
Depois de um papel secundrio na premiada srie
de Vince Gilligan, o ator e argumentista
norte-americano vive um dos maiores desafios
da sua carreira. O sucesso da sua personagem
em Breaking Bad deu origem a uma histria
paralela, contada agora em Better Call Saul.
Bob Odenkirk o homem do momento.
TEXTO JOO MIGUEL SALVADOR
Breaking Bad
Fargo
Considerada uma
das melhores sries
televisivas de sempre,
Breaking Bad conta
a histria de um professor de qumica com
cancro que se torna
produtor de metanfetaminas. Walter
e Jesse (um jovem
problemtico que se
torna seu scio) so
os criadores da droga
mais pura de sempre.
A quarta temporada
estreia na SIC Radical
no dia 14, s 00h15.
Vencedora dos
Globos de Ouro para
Melhor Minissrie e
Melhor Ator, Fargo
conta com produo
executiva dos irmos
Coen e Bob Odenkirk
no papel de Bill Oswalt.
Inspirada do filme
homnimo, a srie
retrata um novo caso
de homicdio no Estado
do Minnesota, em
exibio no TVSries.
A segunda temporada
tem estreia prevista
para setembro.
E 82
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Lenda da escrita de
comdia e vencedor
de dois Emmys como
argumentista por
Saturday Night Live
(em 1989) e The Ben
Stiller Show (em
1993) , Bob Odenkirk
lanou o seu primeiro
livro em outubro do
ano passado. Uma obra
cheia de humor disponvel em verso inglesa
nas livrarias on-line.
Nebraska
Filmado a preto e branco em quatro estados
norte-americanos,
Nebraska narra a
histria de uma famlia
norte-americana, na
qual Bob Odenkirk d
vida a Ross Grant, um
piv da televiso local.
O filme de Alexander
Payne esteve nomeado para seis scares, incluindo os de
Melhor Filme, Melhor
Argumento Original
e Melhor Realizador e
Melhor Fotografia.
Load of Hooey
E 83
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Uma viso
da Europa
H
EUROVISION+ISRAEL
+TEAR GAS
De Pedro Zegre Penim
Culturgest, Lisboa, de 13 a 15
E 84
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RUI PINHEIRO
ZERLINA
MUSIC-HALL
De Hermann Broch
Mosteiro de So Bento da Vitria,
Porto, de 12 a 22
De Jean-Luc Lagarce
Teatro Carlos Alberto, Porto
de 13 de fevereiro a 1 de maro
Bolsa Fulbright
fundao carmona e costa
Mestrado em Belas Artes Desenho
Estados Unidos da Amrica | ano acadmico 2016-2017
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Aspeto da exposio
"On Shunga" do artista
alemo Tobias
Rehberger, na Galeria
Pedro Cera, em Lisboa
QQQQQ
ON SHUNGA
Tobias Rehberger
Galeria Pedro Cera, Lisboa,
at 20 de maro
o bem conhecidas as
estampas japonesas que
circulavam pela Europa no
sculo XIX, no seio da burguesia e
cujo convvio por parte de alguns
pintores ocidentais abriu caminho
a transformaes importantes na
pintura moderna, com um decisivo
contributo para a redefinio do
espao pictrico e o abandono da
perspetiva renascentista (pense-se
em Manet, Gauguin ou mesmo em
Matisse, por exemplo).
Mas outras gravuras, igualmente
nipnicas circulavam nessa altura.
Menos aceitveis, obscenas mesmo,
revelavam cenas de sexo explcito
em cpulas pouco realistas mas
esfusiantes. A estas chamaram os
japoneses arte shunga e quem as
vir percebe imediatamente porque
que delas que descende o calo
portugus chunga.
Talvez que quem entre na galeria
Pedro Cera menos avisado no se
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#26
EXPOSIO
Eu
(ttulo em construo)
QQQ
QQQ
Alexandre Conefrey
Museu da Eletricidade, Lisboa,
at 5 de abril
Cristina Garrido
Galeria 3 + 1 Arte Contempornea, Lisboa,
at 14 maro
Obras da Coleo
de Fotografia
do NOVO BANCO
Curador: Hugo Dinis
De 12 de fevereiro
a setembro de 2015
ENTRADA GRATUITA
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Msica
ANDR MENDES
DECCA/SUSSIE AHLBURG
Cinema
Obrigatrio
BENJAMIN GROSVENOR
BEAR ME
De Damien Chazelle
Com Miles Teller, J.K. Simmons,
Melissa Benoist (EUA)
Drama
SONS DE VEZ
SNIPER AMERICANO
De Clint Eastwood
Com Bradley Cooper, Sienna Miller,
Kyle Gallner (EUA)
Drama biogrfico
A TEORIA DE TUDO
De James Marsh
Com Eddie Redmayne, David Thewlis,
Felicity Jones (Reino Unido)
Drama biogrfico
Televiso
Aos 22 anos, o pianista britnico vai acumulando prmios, distines e elogios, pelo que esta
oportunidade para o ouvir ao vivo pela primeira
vez em Portugal promete ser para recordar. O
recital inclui obras de Jean-Philippe Rameau,
Bach-Busoni, Csar Franck, Fryderyk Chopin e
Enrique Granados.
Dois solos de dois novos nomes da dana contempornea do norte do a conhecer as novas
expresses do corpo na 5 edio do Festival
Internacional de Dana de Guimares, o GUIdance. Peas que nos levam para lugares onde nunca
estivemos e que questionam a ideia de relao.
PERFORMANCE... AGAIN! #1
Curadoria de Vera Mota
Teatro Rivoli, Porto, hoje
ANDRS SCHIFF
PETS
De Olga Roriz
So Luiz Teatro Municipal, Lisboa, de hoje a domingo
Estreada em 2011 e parte da retrospetiva do trabalho de Olga Roriz que percorrer o pas este
ano , Pets explora as facetas domesticadas e
selvagens dos seres humanos.
O MENTALISTA
SUITS
Fox
Estreia segunda, 22h15
(Temporada 5/2 Parte)
AXN
Estreia tera, 22h15
(Temporada 6)
TVSries
Estreia amanh, 21h30
(Temporada 4)
Acompanhe a histria de
um colaborador do Departamento de Investigao
da Califrnia num episdio
duplo.
E 88
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Cinema
Livros
HISTRIA UNIVERSAL
DA INFMIA
Jorge Luis Borges
Quetzal
Alberto Carneiro
Fundao Carmona e Costa, Lisboa, at dia 21
68.591
68.591
Taken 3
33.195
100.098
O Jogo da Imitao
28.876
73.204
11.854
11.854
Invencvel
11.184
77.091
9009
224.394
7745
36.572
O Stimo Filho
5105
80.708
5235
23.062
10
3703
39.087
Semana
anterior
D.A.M.A
Hoy Somos Ms
Violetta
O Melhor de
X (Multiply)
Rua da Emenda
10
Tony Carreira
Anselmo Ralph
Violetta
Mickael Carreira
Ed Sheeran
Pink Floyd
Antnio Zambujo
Marilyn Manson
Fico
Semana
anterior
FOGO PLIDO
Nadia Kaabi-Linke
Galeria Cristina Guerra, Lisboa, at 11 de maro
Vladimir Nabokov
Relgio Dgua
Os maiores prmios
da indstria musical,
numa gala em que
atuam as estrelas da
atualidade.
Sniper Americano
Livros
NO FRILLS
SIC Caras
Amanh, 1h
Discos
GRAMMY
AWARDS
Nmero de
espectadores
acumulados
Nmero de
espectadores
por semana
Prometo Falhar
A Chave de Salomo
Lesley Pearse
Maligna
Joanne Harris
10
E. L. James
No fico
Semana
anterior
Irresponsveis
Estes tops foram elaborados pela GfK Portugal, atravs do estudo de um grupo estvel de pontos de venda e de dois canais
de distribuio: livrarias/outros (hipermercados e supermercados). Esta monitorizao feita semanalmente, aps a recolha
da informao eletrnica (EPOS) do sell-out dos pontos de venda. A cobertura estimada do total do mercado de 75%
Exposies
ICA O presente ranking resulta dos dados transmitidos pelos promotores dos espetculos,
nos termos do disposto no Decreto-Lei n 125/2003 de 20 de junho
Top10
E 89
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A ESPIRITUALIDADE
CLANDESTINA DE SARAMAGO
O MAIS SIGNIFICATIVO
MESMO O MODO COMO
A ESCRITA DE SARAMAGO
ILUMINA O ENIGMA HUMANO
A CRTICA DO ESCRITOR
EXERCE-SE CONTRA AS
REPRESENTAES DE DEUS,
CONTRA AS SUAS IMAGENS
IDEOLGICAS E HISTRICAS
MAIS DO QUE SOBRE
O DEUS TRANSCENDENTE
E IRREPRESENTVEL
E 90
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vcios
PESSOAS SEM VCIOS TM POUCAS VIRTUDES
Es e
cial
POpR
TO
Os mistrios
das caves
Viagem guiada ao centro de
dez caves histricas onde envelhece
o famoso Vinho do Porto
TEXTOS ISABEL PAULO
FOTOS LUCLIA MONTEIRO
Caves Taylors:
os vintage so o
ex libris da casa
tricentenria
E 91
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vcios
Pequenas e familiares
As caves da Churchills s abriram as portas ao pblico h quatro
anos, mas so j uma referncia na rota do Vinho do Porto. Situada
na parte alta do centro histrico de Gaia, esta empresa de nicho de
vinhos finos e tranquilos fundada por John Graham em 1981 optou
por visitas para pequenos grupos. Em cinco lnguas, entre paredes
cor de vinho, sentados numa chaise longue, os candidatos a embaixadores de Porto ficam a conhecer as castas durienses e a liturgia
da viticultura at chegar garrafa. Por 5, apreciam-se trs vinhos.
Ferreirinha
imortal
Foi voc que pediu? Porto Ferreira a
resposta certa e o mais conhecido slogan
dos aclamados vinhos, finos e tranquilos,
da mais antiga Regio Demarcada do mundo.
Com 250 anos de tradio, a histria dos
Ferreira da Rgua remonta a 1751, mas foi
a intrpida viva dona Antnia Adelaide,
carinhosamente apelidada de Ferreirinha
pelas gentes do Douro, que no sculo XIX
imprimiu o carisma nico marca. Visitveis
todos os dias, o museu e caves onde
envelhecem os ruby, tawny e vintage, o mais
velho, colheita de 1815, contam-nos a colossal
conquista do homem por cada socalco de
xisto das quintas do Vesvio ou do Seixo.
6 a 16 (prova comentada de cinco vinhos).
Avenida Ramos Pinto, 70, Vila Nova de Gaia.
Tel. 223 746 106
Rua da Fonte Nova, 5, Vila Nova de Gaia. Tel. 223 744 193
Distino
rgia
Porto e Douro
interativos
E 92
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vcios
Ousadias de um
conquistador
Um passeio na
alameda das pipas
O vinho sentido
num balseiro
E 93
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vcios
R ECE I TA
TIAGO MIRANDA
Ingredientes
400 g de lombos de bacalhau demolhados,
sem pele (20 g por nugget); farinha q.b.; leo
de amendoim
Polme
160 g de farinha; 2 ovos biolgicos (de preferncia);
2 colheres de sopa de cebola finamente picada;
gua q.b. e vodca q.b. em partes iguais; sal fino q.b.
Maionese de ovas
100 g de maionese caseira ou de boa qualidade;
40 g de ovas de truta; cebolinho picado q.b.
E 94
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vcios
SO B R E M ESA
Engenho de sabores
em construo
Um local em evoluo para conhecer o novo Porto
no seu velho corao
LSD
Largo de So Domingos, 78 Porto
Tel. 223 231 268 ou 910 298 589
Aberto todos os dias
ACEPIPE
Doura
de carnes
brancas
A globalizao parece
ser um conceito recente,
relacionando-a com a
chamada sociedade do
conhecimento nem
sempre de discernimento
onde tudo se clica, mas
pouco se explica. uma
das marcas da histria da
alimentao, ao dispersar
alimentos como o arroz ou
a batata pelos quatro cantos do mundo. Nas receitas
difcil manter a longevidade, mas houve um
prato simblico por toda
a Europa, desde a Idade
Mdia at desaparecer no
sculo XIX. Os aristocratas
no o dispensavam nos
seus banquetes. O manjar
branco: creme feito a
partir de peito de galinha
(ou capo) cozido em leite,
com acar, farinha de
arroz, e um pouco de gua
de rosas para aromatizar.
Todas as cortes europeias
o faziam desfilar, por vezes
em variaes com lagosta,
embora as aves fossem
mais consideradas na
poca medieval. O clero
ensinava que os animais
com asas, ao estarem mais
perto do cu, eram mais
puros do que aqueles que
tocavam no cho. Cames
efabulou por ele num jantar
desejado, em que sonhava
com um manjar em branco
excelente. O convento
de Chelas chegou a ser
referido pela fama do
seu manjar branco. Foi
talvez um dos primeiros
pratos globais, que agora
apenas uma memria de
sabores inusitados que j
foram duplamente reais.
E 95
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vcios
VI N H OS
Das chamadas castas internacionais, esta sem dvida das mais plantadas
ela, que nasceu em Frana, podemos dizer que gosta de viajar, que se
d bem em vrios climas e no de
manias: conforme o local, o clima, o solo e
aquilo que a deixam (ou no) produzir, assim a Sauvignon Blanc d origem a vinhos
diferentes, mas sempre com qualidade. Com
o Chardonnay faz a dupla mais imitada do
mundo, se o assunto for vinho branco. No
s por moda, mas sim porque uma variedade com carcter, com alma e facilmente
adaptvel. S vantagens. Se formos escavar, provvel que l atrs lhe encontremos parentesco com a Savagnin, uma casta ainda hoje existente no Jura; e tem ainda
o mrito de ser me do Cabernet Sauvignon, aps casamento com outro Cabernet, o Franc. mesmo assim, castas brancas podem originar outras tintas, depende
das ligaes feitas (quase sempre ocasionais). Entre a zona de Bordus e o Vale do
Loire estamos seguramente nas duas reas
onde, ainda hoje, se encontram os melhores
representantes do Sauvignon Blanc. D-se
diria, essencialmente, frescura, acidez elevada, leveza de corpo, boa presena no copo
em termos de aroma e aquele je ne sais quoi
que a torna amiga de todos os consumidores. Estes novos pases produtores no s invadiram o mundo com estes vinhos, bons e
baratos, como os souberam impor em tudo
quanto stio, dos caterings das companhias
areas at aos mais longnquos restaurantes
de frica, onde se vai para ver a vida selvagem e se descobre que, de vinho, o que h
para beber ... Sauvignon Blanc do Chile.
Sem verdadeiramente dela precisar, tambm c a temos, do Douro ao Algarve. Diz
quem produz que mais fcil de exportar
do que outras (tambm boas) nacionais mas
desconhecidas l fora, como a Vital, o Arinto ou o Ferno Pires. E como se resolve esta questo? Neste ponto h, por c, posies
antagnicas, desde os que defendem que
devamos apostar nas grandes castas internacionais at outros que acham que s batalhando pelas nossas podemos ser diferentes.
Assunto complicado, sem soluo vista. b
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vcios
SAI R
Loja de autores
Originalidade e peas de edies
limitadas so os princpios fundadores
do Mercado 48
oo Vasconcelos e Jos Carlos Moutinho so amigos de infncia e sempre sonharam ter uma loja. O projeto tornouse realidade h um ms, batizado Mercado 48, o nmero da
porta do espao onde cabem peas decorativas, quadros e gravuras T-shirts originais, botas Cortbel, mobilirio nrdico anos 70
e tapearias. Aqui o que no exclusivo de srie limitada, que
nem um nem outro so apologistas de mais do mesmo. A dupla
Jos, designer grfico de profisso, e Joo, restaurador por vocao, preza os criadores portugueses ou marcas icnicas, como as
bicicletas de madeira, feitas mo, da Mud Cycles, ou as reabilitadas mobiletes da Motobcane, com mais de 60 anos. Quase
todas as peas venda chegam consignao, de belos candeeiros de cermica aos focos de luz feitos de caixas ovos. Uma sala de
exposies de desenho e pintura completa o espao. / ISABEL PAULO
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vcios
CO M E R
O gelado
como terapia
ratos com a assinatura de chefe, um preo acessvel e uma cozinha sustentvel. este o conceito do Viva Lisboa, cuja carta o mais recente
projeto do chefe Miguel Laffan. Do L'and Vineyards,
no Alentejo, para a Estefnia, em Lisboa, vieram algumas das suas influncias e um dos seus mais diretos (e jovens) pupilos, Pedro Miguel Almeida, que
a partir daqui continuar a desenvolver a ementa.
O meu sub chefe ficou sem me falar quando disse
que o Pedro vinha para c ficar frente do restaurante, conta Laffan. Inserido num hotel de 4 estrelas, mas com entrada prpria, o restaurante quer ser
um polo de atrao para turistas e portugueses, apesar de estar fora das zonas mais visitadas da cidade.
Para conhecer o casamento entre ingredientes portugueses, tcnicas francesas e influncia tailandesa, o melhor experimentar o menu de degustao
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LUS BARRA
O QUE
A VEM
7 FEV
Um ano de Chiado Factory
Rua da Misericrdia, 79, Lisboa
7 E 8 FEV
Capital da gulodice
Campo Pequeno, Lisboa
8 FEV
Contos nas caves
14 E 15 FEV
Descobrir (e saborear)
o porco preto
Herdade do Esporo,
Reguengos de Monsaraz
11 FEV
Carnaval no Eleven
AT 22 JUN
Viva a Sardinha
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vcios
as nossas recomendaes
Amndio Restaurante
Rua Direita, 129, Caminha.
Tel. 258 921 177
bordalesa, em arroz ou em
folhadinhos como entrada, fica a
promessa de ser sempre fresca.
O preo mdio por pessoa ronda
os 20.
lha
exscporesso
e
Varanda de Lisboa
Hotel Mundial, Praa
Martim Moniz, 2, Lisboa.
Tel. 218 842 000
Vallcula
Praa Doutor Jos de Castro, 1, Valhelhas. Tel. 276 444 137
A meia dzia de quilmetros de Belmonte, esconde-se um dos
melhores embaixadores da cozinha beir. O espao pequeno,
apenas 30 lugares, mas sente-se toda a alma da casa, aps a primeira troca de palavras com Lus Castro, o proprietrio. Na cozinha, Fernanda, a mulher, faz magia, prato aps prato, das entradas
s sobremesas. Os produtos locais, de alta qualidade, ajudam
nesta aventura, que comea com um maravilhoso pat de galo e
segue com alheira de caa caseira. Galo estufado moda antiga
ou costeletas de borrego com molho de alecrim so obrigatrios.
Boa seleo de vinhos da regio. Preo mdio: 25.
clssicos
Pabe
Rua Duque de Palmela, 27 A/B,
Lisboa. Tel. 213 537 484
Com mais de 40 anos de histria,
este continua a ser um dos restaurantes mais seletos da capital,
frequentado por polticos e lderes
de opinio. Prove as Costeletas de
cordeiro com hortel (18).
Casa Ins
Rua de Miraflor, 20, Porto.
Tel. 225 106 988
Cervejaria Ramiro
Avenida Almirante Reis, 1 H,
Lisboa. Tel. 218 851 024
A lista de mariscos quase
interminvel. Bom prego no po,
irrepreensvel e suculento, e claro,
uma boa cerveja presso completam o cenrio.
poca
da lampreia
Gambrinus
O Nobre
Avenida Sacadura Cabral, 53B,
Lisboa. Tel. 217 970 760
Aqui, muito fcil comer bem.
Dos pratos mais tradicionalistas,
O Gaveto
Rua Roberto Ivens, 826,
Matosinhos. Tel. 229 378 796
bordalesa, a lampreia custa 32,
se preferir em arroz da mesma,
ter de juntar alguns amigos e comer meia (60) ou uma lampreia
inteira (95).
brunch
Restaurante Stio
Hotel Valverde, Av. da Liberdade,
164, Lisboa. Tel. 210 940 300
A partir de amanh, dia 8, o
restaurante do Hotel Valverde
promete surpreender. Dando continuidade afirmao deste novo
espao no corao de Lisboa, o
brunch custa 22,50, por pessoa.
Varanda do Ritz
cozinha
de autor
Feitoria
Belcanto
Largo de So Carlos, 10, Lisboa.
Tel. 213 420 607
Os vrios menus so a melhor
forma de conhecer o trabalho
criativo de Jos Avillez. O dos
Clssicos (90) sempre um
bom ponto de partida.
Palco
Hotel Teatro, Rua S Da Bandeira,
84, Porto. Tel. 220 409 620
O chefe Arnaldo Azevedo herdou
um valioso patrimnio gastronmico, a que acrescentou criatividade e ousadia. Merece a visita de
quem passa pelo Porto (menus a
partir de 39).
DegustAR
Hotel MAr De Ar, Rua Cndido
dos Reis, 72, vora.
Tel. 266 740 700
Na casa de Antnio Nobre
servem-se os novos caminhos
Choupana Caffe
Avenida da Repblica, 25, Lisboa.
Tel. 213 570 140
considerado um dos melhores
da capital, com opes diversas e
adaptadas ao gosto de cada um.
Do forno saem doces tentaes.
(14,50).
HF Ipanema Park
onde dormir
Vila Gal Palcio
dos Arcos
Largo Conde das
Alcovas, 3, Pao de Arcos.
Tel. 210 493 200
Pousada da Serra
da Estrela
fora de horas
CUFRA
E 100
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vcios
SE N T I R
P'r a
Cinema
no Grande
Auditrio
Ele h coisas
do arco da velha
A malta que no faz pisca, , claramente,
malta revoltada, insatisfeita com a vida,
provocadora
at
21 fev. 2015
rir!
Programador:
Joo Mrio Grilo
Bilhetes 3
Prximo Programa: Sorrisos Europeus
10 de fevereiro de 2015
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vcios
H H O M E M
parte boa das revistas eletrnicas formatadas a gosto, tipo Zite ou Flippboard, poder escolher-se os temas
de artigos muito especficos tipo Homem
+ Cincia + Modernidade. E podemos ir
construindo a imagem do masculino de 2015?
Eis o mais relevante do primeiro ms do ano.
I
Janeiro 5
Estudo sobre memria Porque nos esquecemos de tudo o que supostamente
importante.
J h uma explicao porque que os homens sabem na ponta da lngua os resultados da bola de 1987, mas nunca se lembram de
grande coisa quando se trata do emocional (e
as mulheres nunca se esquecem...). Investigadores analisaram o modo como as crianas
contam histrias nas idades dos 2 aos 6 anos. E
como respondem me ao relatar uma experincia vivida durante o dia (e assim formam
as memrias). Constataram que o modo como
falam com rapazes diferente. Como elas tendem a colocar questes sobre emoes e sentimentos. J com rapazes sobre o que fazer
com esse sentimentos. Essa diferena fundamental. As conversas com os pais nessas idades acabam por determinar o que importante
memorizar ou no. Diz o investigador: Pensei que tinha boa memria at casar. Foi ento que percebi que a minha mulher conseguia
lembrar-se de conversas que tnhamos tido h
anos. assustador. Lembra algo?
(Gender Differences in Autobiographical Memory: Developmental and Methodological Considerations, Azriel Grysman, Hamilton
College Department of Psychology)
II
Janeiro 14
Estudo sobre mesurao da genitlia O
tamanho no importa desde que...
Esqueam l as frases feitas. Os mitos urbanos. A cultura pop. As revistas femininas. O
spam e o anedotrio. Leiam com ateno: na
famlia dos primatas, e em termos comparativos, o homem tem o maior pnis da floresta
(flcido, ereto e dimetro) ficou demonstrado
num exaustivo estudo com 48 espcies e numa extensa lista de 2310 amostras (Alan Dixon, bilogo especialista e reproduo). O do
chimpanz mais comprido. Mas fininho
E 102
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CO M P RAR
No aos
pescoos
enfadonhos!
haso
l
o
c
s
e es
expr
Menos mais
NIKE ROSHE
De norte a sul
LONGCHAMP
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vcios
PASSAT E M POS
POR MARCOS CRUZ
Sudoku Fcil
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Sudoku Difcil
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9
Premiados do n 2049
Radical, de Maajid Nawaz, para Rafael Laranjo,
da Amadora; Merlin Os Anos Perdidos,
de T. A. Barron, para Crislida Abrantes, da Portela;
Ambio, de Lurdes Feio, para Iracema Santos,
da Amadora.
Horizontais
Verticais
Solues n 2051
1. Vivem no ar 2. benfiquista.
Corre na Amrica do Sul
3. Tapetes muito apreciados. O
rabe 4. masculino. Tem sade
5. Glndula endcrina. Passos
Coelho 6. Valiam muito pouco
e o euro acabou com eles 7. Corre
num leito. Fazei como o pndulo
8. Atraem. A famlia deveria s-lo
9. F-los de mercador quem finge
que no percebe. Quem no o
tem caa com gato 10. Monet
pintou-os de todos os tamanhos
11. Segundo o povo, por cima dele,
vinho de tosto. Pedido de socorro
HORIZONTAIS
1. Mercrio; PP 2. guas;
ssia 3. romeiro; aos 4. cio;
nasal 5. is; parceiro 6. atro;
areos 7. naipe; Lorca
8. carplio 9. m; si; c
10. caoar; tios 11. ocorridos
VERTICAIS
1. marciano; Co 2. egosta;
Mac 3. rumo; ricao
4. Cae; popa; or 5. usina;
errar 6. rara; ri 7. issceles
8. o; aerlito 9. Salieri; is
10. Pio; rococ 11. pastosa;
asa
E 104
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6
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7
3
8
9
2
4
1
10 PERGUNTAS A...
JOO PAULO
COTRIM
CADA VEZ ME
FALTA MAIS O AR
1. AINDA S CHARLIE. ISSO NUNCA
MAIS PASSA?
Vai custar a sarar, esta ferida, pois senti as balas a
trespassar no apenas gente concreta, mas tambm
valores que me parecem essenciais vida em sociedade.
To imprescindveis como o oxignio. E cada vez me falta
mais o ar. O assunto complexo, mas tambm nisso no
nos podemos deixar intimidar. O riso ilumina a inteligncia.
TIAGO MIRANDA
7. H OS EMPREENDEDORES DE SUCESSO, E
PESSOAS COMO TU, QUE DECIDEM ABRIR UMA
EDITORA. GOSTAS DE PERDER DINHEIRO?
Ainda h vida alm do dinheiro. Continuo a acreditar que
possvel inventar impossveis. Sai-nos do pelo, mas
INS MARIA
MENESES
E 105
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FRACO CONSOLO
/ PEDRO
MEXIA
DEPOIS DE AUSCHWITZ
AUSCHWITZ PERTENCE
S GERAES FUTURAS,
S GERAES DA MEMRIA
ALHEIA, NO DA
EXPERINCIA PESSOAL
verdadeiro problema de
Auschwitz que Auschwitz
aconteceu. A frase pertence a
Imre Kertsz, sobrevivente dos
campos de concentrao nazis,
e portanto no se trata de uma
afirmao redundante ou leviana.
Quando o romancista hngaro
diz que o problema de Auschwitz est em ter acontecido, acentua o
acontecimento-Holocausto: no apenas um facto histrico indesmentvel
mas um evento inaudito, bem como o desenlace de um processo
histrico. O Holocausto no um acaso, um acidente, no um assunto
que diga respeito apenas aos alemes e aos judeus, e no equivale
questo judia ou questo do totalitarismo. Escreveu o Nobel da
Literatura que Auschwitz, parbola universal, configura desde logo um
traumatismo europeu. Porque a civilizao ocidental tambm uma
sobrevivente de Auschwitz.
Em vrias conferncias reunidas num volume de 2001 intitulado, na
edio francesa, LHolocauste comme culture, Kertsz afirma a
perenidade dos campos: um acontecimento que no foi ultrapassado
e que nada anulou. Auschwitz aconteceu, e no pode desacontecer,
no um acto modificvel, um facto que se desfaa. Tendo sucedido, o
facto-Auschwitz pede-nos um exerccio de memria, que ao mesmo
tempo um dever e uma poltica. Enquanto dever, o Holocausto
transmite a histria de um grande colapso tico, catstrofe inscrita na
conscincia colectiva. Enquanto poltica da memria, o Holocausto
procura combater as instrumentalizaes, manipulaes, falsificaes,
o sentimentalismo kitsch, a vitimizao abusiva, ou aquilo a que
Kertsz chama a solidariedade tardia (e talvez fictcia). Demasiadas
vezes, sobretudo no cinema, o Holocausto tem sido tratado como um
espectculo, uma chantagem emocional, uma abstractizao esttica do
sofrimento. Auschwitz terminou h dcadas, mas precisamos ainda, e
mais do que nunca, de uma linguagem que sobreviva aos sobreviventes.
Uma linguagem digna e verdadeira. Uma linguagem que ligue aquilo
que aconteceu Histria. E natureza humana.
Imre Kertsz tem tentado perceber que linguagem essa. Ele chama-lhe
a lngua depois de Auschwitz: Para meu uso pessoal, dei-lhe o nome
de um termo da msica lngua atonal. Se pensarmos na tonalidade,
no tom nico, como uma conveno, ento a atonalidade declara que
essa tradio, essa conveno, j no vlida. Antigamente, a tonalidade
existia tambm em literatura, um sistema de valores fundado na moral
consensual que determinava a correlao das frases e das ideias. As
escassas pessoas que dedicaram a existncia a dar testemunho do
Holocausto sabem com conhecimento de causa que a sua vida se
estilhaou, que no podiam continuar a viver de acordo com o que a
sociedade lhes propunha, e que no podiam formular a sua experincia
com a lngua de antes de Auschwitz. O Holocausto um caso de
mal inquestionvel, mal absoluto, quase indizvel. Mas haver uma
linguagem inquestionvel e absoluta, fiel memria dos campos?
Texto aps texto, Kertsz lembra que Auschwitz pertence s geraes
futuras, s geraes da memria alheia, no da experincia pessoal.
Precisamos de novas geraes que se interessem e se preocupem;
que compreendam a vida e o testemunho dos sobreviventes, e a sua
linguagem; e que nunca separem o que aconteceu do que pode
acontecer ainda. Porque nada anulou Auschwitz, e o que se pede aos
sobreviventes do futuro que no esqueam os sobreviventes do passado.
Que no esqueam que houve um antes e um depois. E que o mundo dos
vivos o mundo do depois. b
pedromexia@gmail.com
Pedro Mexia escreve de acordo com a antiga ortografia
E 106
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8 Fevereiro
ciclo de piano
Andrs Schiff
ltimas Sonatas II
mozart
beethoven
haydn
schubert
12 + 13 Fevereiro
Orquestra Gulbenkian
Susanna Mlkki
Tapiola
sibelius
Sinfonia n 9
mahler
FUNDAO
CALOUSTE GULBENKIAN
mecenas
ciclo grandes intrpretes
mecenas
coro gulbenkian
mecenas
ciclo piano
mecenas
concertos de domingo
musica.gulbenkian.pt
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Entre quem ! Assim costumam dizer os transmontanos quando o visitante bate porta. E agora que o frio veio para ficar, vale a
pena aceitar o convite e saborear bons momentos e iguarias volta da lareira. Mas, ateno: no se d preguia, porque a natureza
continua a chamar e, nas ruas, o tempo de muita festa e animao.
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ENCHIDOS E FUMEIRO
O fumeiro no apenas um elemento central da gastronomia da Terra Fria Transmontana, mas representa
tambm uma fatia do rendimento de muitas famlias.
Na base do sucesso desta iguaria est a criao do porco
bsaro. Esta raa suna, que chega a atingir mais de um
metro de altura e metro e meio de comprimento, alimentada a batata, castanha, beterraba, abbora, nabo,
forragens, gros e cereais. A proporo entre msculo e
carne gorda , provavelmente, a razo do sabor nico da
sua carne que, para alm do fumeiro, tambm utilizada para a produo de enchidos.
Por esta altura do ano, tanto o fumeiro como os enchidos reinam mesa e enfeitam as lareiras das casas onde
so preservados os costumes tradicionais e o modo artesanal de os produzir. A variedade muita: alheira, butelo, salpico, azedo, chouria de bofes, de sangue ou de
sangue doce, o difcil vai ser escolher. Depois, s dar-se
tempo para saborear.
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Outros sabores
Nesta altura do ano, em que o frio desperta o apetite
por sabores mais intensos e envolventes, para alm dos
pratos de carne, a Terra Fria Transmontana convida a
desfrutar de iguarias artesanais, produzidas pela mo
de quem sabe e tal como manda a experincia dos nossos avs.
O po tradicional cozido em forno a lenha, os queijos e
as compotas so as maiores tentaes. Aqui, o po, seja
de trigo ou centeio, um alimento essencial e est no
centro de muitos dos ritos e celebraes que ocorrem
nesta altura do ano. Experimente-o com os queijos DOP,
de ovelha ou de cabra, ou, se preferir os doces, opte pelas compotas de frutos vermelhos, abbora e castanha
(as mais famosas da regio), pela marmelada ou pelo
mel artesanal. E lembre-se que, para acompanhar tudo
isto, nada melhor do que um bom vinho da regio, seja
branco ou tinto.
Mas, antes de saborear, venha ver como se faz, aprenda
com os locais os segredos para preservar o carter genuno destas iguarias e saiba por que to nico o gosto do
que se faz na Terra Fria Transmontana.
Da oliveira ao lagar
Numa regio onde as oliveiras pontuam a paisagem e o
azeite um verdadeiro ex-lbris, a apanha da azeitona
um dos rituais de Inverno mais acarinhados e que, hoje
em dia, atraem muitos turistas.
primeira vista simples, a apanha da azeitona, quando no feita mecanicamente, um trabalho que exige
arte, dedicao e persistncia. O varejamento das oliveiras - assim se chama ao ato manual de sacudir os ramos,
com uma vara, at que as azeitonas se libertem e caiam
no cho - garante um azeite de qualidade superior e por
isso continua a ser um mtodo dominante. Depois de
apanhada, a azeitona segue para o lagar, onde lavada, triturada e prensada, de forma a obter azeite. Apesar
de o processo de extrao ser, hoje em dia, mecanizado,
ainda podem encontrar-se lagares tradicionais perto de
Izeda, Santulho e Picote.
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Inverno ao ar livre
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programas
2 noites/3 dias
4 noites/5 dias
1 Dia CHEGADA
1 Dia
box da Rota.
2 Dia Manh
Chegada
2 Dia Manh
Fria Transmontana.
capadinha na Rota da Terra Fria Transmontana: Trio de entradas regionais; Pratos de gastronomia regional da poca; Doaria regional.
Tarde
Tarde
Oficina de artes e ofcios com artesos locais (fabricao de instrumentos musicais tradicionais mirandeses, de trajes tradicionais, de marcenaria ou
Oficina de artes e ofcios com artesos locais (fabricao de instrumentos musicais tradicionais
mirandeses, de trajes tradicionais, de marcenaria
3 Dia Manh
3 Dia Manh
Check-out.
Tarde
Oficina de artes e ofcios com artesos locais: oficina da mscara ou oficina de fumeiro.
Jantar em restaurante aderente Ementa Escapadinha na Rota da Terra Fria Transmontana: Trio
de entradas regionais; Pratos de gastronomia regional da poca; Doaria regional.
4 Dia Manh
Pequeno-almoo com produtos locais e da poca.
Visita a centro histrico escolha e a um museu
relacionado com a cultura e a tradio da Terra
Fria Transmontana.
Almoo em restaurante aderente Ementa Escapadinha na Rota da Terra Fria Transmontana: Trio
de entradas regionais; Pratos de gastronomia regional da poca; Doaria regional.
Tarde
Continuao da atividade da manh. Visita a arteso local; ou passeio de burro e visita ao Centro
de Valorizao do Burro de Miranda; ou visita a
Centro de Interpretao de Pombais do Planalto
Mirands; ou visita guiada ao Parque Biolgico de
Vinhais e passeio pedestre.
Jantar em restaurante aderente Ementa Escapadinha na Rota da Terra Fria Transmontana: Trio
de entradas regionais; Pratos de gastronomia regional da poca; Doaria regional.
5 Dia Manh
Pequeno-almoo com produtos locais e da poca.
Check-out.
Almoo em restaurante aderente Ementa Escapadinha na Rota da Terra Fria Transmontana: Trio
de entradas regionais; Pratos de gastronomia regio-
Os Programas incluem:
2 ou 4 noites em alojamento aderente, com pequenoalmoo e entrega de Maxi Box chegada e Guia da Rota
(apenas no programa de 4 ou mais noites);
3 ou 7 refeies baseadas na gastronomia regional,
incluindo uma seleo de opes de bebidas (vinho da casa,
refrigerante ou gua e caf);
atividades ao ar livre e atividades temticas mencionadas
no programa, com acompanhamento de guia/tcnico local
e com todo o material necessrio atividade;
entrada nos locais indicados com visita guiada;
seguro de acidentes pessoais e responsabilidade civil (nas
atividades realizadas ao ar livre);
taxa de servio de reserva.
Suplementos opcionais
Possibilidade de fazer check-out tardio.
Possibilidade de entrega de box para merenda a meio da manh com produtos locais da poca.
Possibilidade de solicitar um guia local para acompanhamento permanente.
Possibilidade de requerer servio de transfer de bagagens.
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EVENTOS
BRAGANA
MOGADOURO
Centro de Fotografia
Georges Dussaud
Tempo de Castanhas, por Georges Dussaud
at 25 maio
VIMIOSO
17 fevereiro
Promover usos e costumes; promover recursos tursticos; atrair visitantes; divulgar o patrimnio cultural
imaterial.
VINHAIS
Feira do Fumeiro
5-8 fevereiro
Uma das maiores e mais antigas feiras do fumeiro
do pas. Venda e exposio de fumeiro (IGP), artesanato, espao gourmet, tasquinhas, animao,
mquinas agrcolas, chegas de touros e percia
equestre.
A Morte e os Diabos
18 de fevereiro
Na Quarta-feira de Cinzas, os Diabos e a Morte
saem rua em busca de almas pecadoras. Aqueles
que se atreverem a sair rua, so purificados com
acutilantes cinturadas e apresentados perante a
Morte.
MIRANDA DO DOURO
Festival de Sabores Mirandeses
13-16 fevereiro
Festival que pretende desenvolver, reforar e
ajudar os produtores tradicionais, associando o
artesanato com a gastronomia da regio.
Enterro do Entrudo
Sendim, 17 fevereiro
Desfile pelas ruas da vila, como se de um funeral se
tratasse. Os jovens renem-se e um o entrudo que
vai ser enterrado.
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ADERENTES
Moimenta
Rio de Onor
Montesinho
ALOJAMENTO
BRAGANA
Quintanilha
Zoio
Avelanoso
Salsas
Constantim
VIMIOSO
A2
Vinhais
IC28
A28
A24
Braga
A
A11
A7
11
Bragana
Vimioso
Miranda
do Douro
A4
IP2
A7
A3
A28
Vila Real
A41
Algoso
IC5
Mogadouro
IC5
A4
A20
Porto
MIRANDA
DO DOURO
IP4
A4
A3
Viana do
Castelo
A2
4
IP3
A17
Viseu
Rio
4
A1
Sendim
A25
A25
A25
IP2
A1
Rio Vouga
Aveiro
Guarda
o
eg
nd
Mo
A25
MOGADOURO
A23
A29
Rio Douro
1
A4
Covilh
Coimbra
Leiria
Abrantes
Santarm
Vendas Novas
Lisboa
vora
Setbal
TEMPO DE VIAGEM
RESTAURANTES
A Lareira, Mogadouro
A Vileira, Vimioso
Capa dHonras, Miranda do Douro
Casa de Caarelhos, Vimioso
Cepo Verde, Bragana
D. Roberto, Bragana
Hotel Parador Santa Catarina, Miranda do Douro
Hotel Rural La Tenerie, Miranda do Douro
Hotel Rural Sr de Pereiras, Vimioso
Miradouro, Miranda do Douro
O Encontro, Miranda do Douro
O Geadas, Bragana
O Javali, Bragana
O Mirands I, Miranda do Douro
O Poas, Bragana
O Pote, Bragana
Paladares Mirandeses, Miranda do Douro
So Pedro, Miranda do Douro
Solar Braganano, Bragana
Solar dos Marcos, Mogadouro
Paulus, Vinhais
VINHAIS
Sobreir
de Cima
A28
A Vileira, Vimioso
A. Montesinho (Casa da Mestra, Casa da Escola,
Casa do Forno, Casa do Guieiro, Casa do Lpulo,
Casa do Bsaro), Bragana
Casa da Aldeia de Frana, Bragana
Casa da Mencha, Vinhais
Casa de Abrigo da Floresta o Geadas, Vinhais
Casa de Caarelhos, Vimioso
Casa do Alpendre, Bragana
Casa do Lello, Bragana
Casa do Puio, Miranda do Douro
Casa dos Edras, Miranda do Douro
Cepo Verde (Camping, Casa do Parmio, Casa da
Bica, Moinho do Canio), Bragana
Curral del Tiu Pino, Miranda do Douro
Hotel Parador Santa Catarina, Miranda do Douro
Hotel Rural La Tenerie, Miranda do Douro
Hotel Rural Sr de Pereiras, Vimioso
Hotel So Lzaro, Bragana
Casa das Arribas, Mogadouro
Hotel O Encontro, Miranda do Douro
Parque Biolgico de Vinhais, Vinhais
Parque de Campismo de Rio de Onor, Bragana
Pousada da Juventude de Bragana, Bragana
Pousada de So Bartolomeu, Bragana
Quinta de La Barandica, Miranda do Douro
Quinta dos Castanheiros, Vinhais
Hotel Rural Solar dos Marcos, Mogadouro
Terrasol, Mogadouro
Moinho da Ponte Velha, Bragana
Beja
Portimo
Faro
Atividades TURSTICAs/
ASSOCIAES
AEPGA - Associao para o Estudo e Proteco do
Gado Asinino, Miranda do Douro
A. Montesinho, Bragana
Coordenadas d Aventura, Vimioso
Frauga - Associao para o Desenvolvimento
Integrado de Picote, Miranda do Douro
Naturisnor (Passeios de Barco), Mogadouro
Palombar - Associao para a Conservao da
Natureza e do Patrimnio Rural, Vimioso
Parque Biolgico de Vinhais, Vinhais
Direo Regional de Cultura do Norte Museu do
Abade de Baal, Bragana e Museu da Terra de
Miranda, Miranda do Douro
reservas
Anda dI (Bragana)
www.andadi.pt
Tm: +351 935 355 633
info@andadi.pt
Douro Pula Canhada (Miranda do Douro)
www.douropulacanhada.com
Tm: +351 961 561 119
Tel / Fax: +351 273 431 340
info@douropulacanhada.com
INFOTRILHOS viagens e turismo (Bragana)
www.infotrilhos.com
Tel.+351 273 332 167/ telem: +351 919 982 479
geral@infotrilhos.com
de creme
de castanha
1 frasco
de mel
1 sabonete
de leite
de burra
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