Livro Ufc Conselho Escolar PDF
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ESCOLAR:
Processos, Mobilizao,
Formao e Tecnologia
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Dilma Vana Rousseff
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ESCOLAR:
Processos, Mobilizao,
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Fortaleza
2013
Conselho Escolar: processos, mobilizao, formao e tecnologia
2013 Copyright by Francisco Herbert Lima Vasconcelos, Swamy
de Paula Lima Soares, Cibelle Amorim Martins e Cefisa Maria Sabino
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REVISO DE TEXTO
Leonora Vale de Albuquerque
NORMALIZAO BIBLIOGRFICA
Perptua Socorro Tavares Guimares CRB 3/801-98
PROGRAMAO VISUAL E DIAGRAMAO
Luiz Carlos Azevedo
CAPA
Valdianio Arajo Macedo
Catalogao na Fonte
Bibliotecria: Perptua Socorro T. Guimares CRB 3/80198
Conselho escolar: processos, mobilizao, formao e tecnologia /
Francisco Herbert Lima Vasconcelos, Swamy de Paula Lima
Soares, Cibelle Amorim Martins e Cefisa Maria Sabino Aguiar
[organizadores]. Fortaleza: Edies UFC, 2013.
Isbn: 978-85-7282-563-4
CDD: 370
RELAO DE AUTORES
APRESENTAO ......................................................................................15
PARTE 1
CONSELHO ESCOLAR: RAZES E PROCESSOS
PARTE 2
CONSELHO ESCOLAR: EXPERINCIAS E PROCESSOS FORMATIVOS
15
o dos conselhos escolares como efetivo lugar de vivncia do
espao pblico na escola. Essa primeira parte do livro contar
com quatro captulos e, de certa forma, abrir as discusses
para a segunda parte, que visa discutir algumas experincias
no campo da mobilizao e formao dos conselhos escolares.
A terceira parte focar a formao de tcnicos de secretaria de
educao e a criao de novos cursos nesse campo.
O captulo que abre o livro de autoria do professor Wal-
ter Pinheiro, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN). Como ressaltado, o movimento inicial do livro pro-
blematizar conceitualmente o Conselho Escolar como espao
efetivamente democrtico, de construo do espao pblico
na instituio escolar. Walter Pinheiro procura desnaturalizar
o prprio conceito de conselho escolar, situando-o no quadro
histrico e social em que est inserido. Portanto, no existe
gesto democrtica se esta no estiver profundamente enrai-
zada no cotidiano da escola e na histria de vida daqueles que
compem a instituio. Sim, a provocao de Walter Pinheiro
nos leva a perceber que as relaes humanas, mesmo conside-
rando a dimenso institucional em que a escola se encontra,
o grande ponto de entendimento das relaes democrticas e
a grande aposta para conselhos escolares ativos e enraizados
no cotidiano da escola.
Nessa mesma linha argumentativa encontra-se o texto
de den Ernesto Lemos, professor da rede municipal de Na-
tal/RN. Por meio de uma abordagem histrica, o autor situa
o movimento dos conselhos escolares no quadro da recente
histria da redemocratizao no Brasil, destacando o papel
ativo dos movimentos organizados do campo da educao.
Seu objetivo compreender as aes dos conselhos escolares
de forma contextualizada, dialogando com tantos outros mo-
vimentos de redemocratizao das instituies brasileiras.
16
O terceiro captulo dessa primeira parte trata de uma pro-
blematizao realizada entre conselhos escolares e polticas
pblicas, escrita pelo professor Swamy de Paula Lima Soares
da Universidade Federal da Paraba (UFPB). Procura, portan-
to, construir um panorama conceitual do que viriam a ser os
conselhos escolares e as polticas pblicas, identificando, nos
conselhos, um potencial real de publicizao das instituies
sociais, em especial a escola. Essa primeira parte concluda
com o captulo escrito por Maria Ceclia Luiz, Sandra Apareci-
da Riscal, ambas professoras da Universidade Federal de So
Carlos (UFSCar), e Juliana Carolina Barcelli, mestranda em
educao dessa instituio. O texto resultado de reflexes
sobre as prticas realizadas nos cursos de formao continuada
em Conselhos Escolares, tanto em encontros presenciais como
na modalidade a distncia. As questes apresentadas tiveram
origem em diferentes experincias, decorrentes de aes que
vm sendo desenvolvidas por pesquisadores, docentes e alu-
nos, da Universidade Federal de So Carlos (UFSCar) que
atuam em projetos voltados para os Conselhos Escolares, na
modalidade a distncia e/ou presencial.
A segunda parte do livro intitula-se Conselho Escolar:
experincias e processos formativos e aberta pelo captulo
escrito por Cefisa Maria Sabino Aguiar, mestranda em Ava-
liao de Polticas Pblicas (MAPP/UFC), professora da Rede
Municipal de Ensino de Fortaleza com atuao tcnica na
Secretaria Municipal de Educao e Regina Stella Pereira do
nascimento Abreu, professora da Universidade Estadual do
Cear e tcnica da Secretaria de Educao de Fortaleza. Sob o
ttulo de Frum Municipal de Conselhos Escolares de Forta-
leza: tessituras reflexivas e a dinmica para o fortalecimento
da gesto democrtica. O referido texto relata a rica experin-
cia do Frum Municipal dos Conselhos Escolares da capital
17
cearense, procurando socializar o movimento dos Conselhos
Escolares da rede municipal de ensino do municpio de Forta-
leza para estabelecer um dilogo com aqueles que se interes-
sam pelo fortalecimento da gesto democrtica.
Sublinha-se o texto escrito por Antonio Nilson Gomes
Moreira, Carlos Henrique Avelar, Glucia Mirian de Oliveira
Souza e Jos Mauro Braz Aquino. A produo resultante de
um trabalho realizado no mbito do Conselho Municipal de
Educao de Maracana, a partir da perspectiva do acompa-
nhamento e assessoria tcnica aos Conselhos Escolares deste
municpio. Para propor estratgias que contribussem para a
qualificao e fortalecimento dos referidos colegiados, pro-
porcionar recomendaes que culminassem em um empo-
deramento dos atores e uma qualificao de sua atuao na
perspectiva da gesto democrtica das escolas, foi elaborado
um plano de trabalho que teve como atividade inicial conhe-
cer o Estado da Arte dos Conselhos Escolares de Maracana.
Em seguida, foram realizadas audincias com os diversos
segmentos que representam esses colegiados. Ao final, foram
apresentadas proposies que visam contribuir para a melho-
ria da atuao dessas instituies. Os autores ressaltam que
o caminho percorrido e as constataes contribuem para um
assessoramento aos Conselhos Escolares, nas dimenses po-
ltica, humana e tcnica de sua atuao, na perspectiva do for-
talecimento dos mesmos enquanto instrumentos e estratgias
para a gesto democrtica da escola.
Sob o ttulo de Educador da Secretaria de Educao: en-
saiando um dilogo, o captulo escrito pela mestre em edu-
cao e tcnica da Secretaria Estadual de Educao de Santa
Catarina, Ana Merabe de Souza e Walter Pinheiro Barbosa
Junior, procura apresentar o resultado parcial de uma pes-
quisa nacional sobre o perfil dos tcnicos de secretaria de edu-
18
cao do Brasil, contribuindo para se analisar perfis e traar
aes mais efetivas de formao para esses sujeitos. Trata-se
de uma profunda reflexo sobre o papel do tcnico, desmisti-
ficando conceitos e apresentando estratgias originais de an-
lise. Ainda nessa segunda parte encontram-se os dois cap-
tulos escritos por Alcilane Mota Saavedra Pinto, Ktia Maria
Ferreira Barreto e Larisse Barreira de Macdo Santiago, que
procura fazer uma anlise mais aprofundada sobre os desafios
e dilemas dos cursos de formao, tendo como base analti-
ca o desenvolvido pela UFC. Temas como a situao laboral
do tutor, o material didtico do curso e as estratgias insti-
tucionais de qualificao do mesmo, so tratados pelas auto-
ras, procurando um intenso dilogo com todos aqueles que,
de alguma forma, vivem a experincia de formao e tutoria.
O captulo que fecha a segunda parte do livro, versa sobre os
desafios da formao no campo do conselhos escolares, no
s para os tcnicos de secretaria, mas, sobretudo, para os pr-
prios conselheiros. Ederclinger Melo Reis, Francisco Herbert
Lima Vasconcelos da Universidade Federal do Cear (UFC) e
Cibelle Amorim Martins, escolhem o tema As manifestaes
de aprendizagem em Ambientes Virtuais de Aprendizagem
(AVA), no intuito de apresentar a problemtica que perpassa
o incessante avano das Tecnologias Digitais de Informao e
Comunicao (TDIC). Seus novos recursos j esto dispon-
veis em nosso cotidiano podendo, a depender da forma do seu
uso, fornecer consistentes elementos para o ensino e a apren-
dizagem. Problematizar tais questes no contexto da forma-
o o principal objetivo dos autores.
O captulo que inicia a terceira parte do livro escrito por
ngela Onofre, Cibelle Amorim Martins, Ederclinger Melo
Reis, Lcia Helena Carvalho Furtado Leite, Maria Dulce
Brito Rebouas Freitas, Maria Jos Alencar e Patrcia Fer-
19
nandes Costa Martins. Os autores procuram apresentar os
novos desafios para a formao, tendo como referncia o de-
poimento/opinio dos prprios cursistas. Avanam, portan-
to, na incluso desses sujeitos no processo reflexivo sobre
os possveis rumos tomados pelos cursos de formao em
Conselhos Escolares.
Temos ainda o captulo intitulado Curso para conselhei-
ros escolares: uso de recursos de animao digital para con-
cepo de material pedaggico, de autoria de Cibelle Amorim
Martins, Csar Lima Costa e Mrcia Cunha Silva Costa. O pre-
sente trabalho apresenta as etapas de produo do material
pedaggico que integra parte das aes relacionadas ao Pro-
grama Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares
(PNFCE). A referida ao objetiva desenvolver um curso para
contemplar conselheiros escolares que estejam atuando nas
escolas pblicas do Brasil. O processo de produo do mate-
rial pedaggico vem sendo desenvolvido pelo Instituto UFC
Virtual por equipe multidisciplinar, envolvendo vrias eta-
pas de produo que foram divididas em: transio didtico-
-pedaggica do contedo da coleo de cadernos do PNFCE
para roteiros de animao; gravao de udios; modelagem e
animao de personagens; criao de cenrios e ilustraes;
compilao dos arquivos em flash e sincronizao de udio
e imagem; criao de jogos educativos e do ambiente virtual
do curso. Compreender e analisar esse processo de formao,
que resulta em um dos grandes desafios para o PNFCE, a
mais relevante contribuio deste captulo.
Cibelle Amorim Martins, Cleyton Carvalho Cndido, o
professor Francisco Herbert Lima Vasconcelos, Francisco
Jose dos Santos e Sarah Pires Barreto de Souza, autores do
texto intitulado Os desafios na formao continuada em con-
selhos escolares: uma anlise da oferta do curso de extenso
20
formao continuada em conselhos escolares ofertados pela
Universidade Federal do Cear (UFC) procuram analisar os
cursos de formao continuada em Conselhos Escolares mi-
nistrados pela Universidade Federal do Cear.
A terceira e ltima parte do livro concluda com o ca-
ptulo escrito por Francisca Aparecida Prado Pinto, Francisco
Herbert Lima Vasconcelos (UFC), Gesyanne Keila Teixeira e
Glucia Mirian de Oliveira Souza. O texto apresenta anlise e
avaliao da atuao do Conselho Escolar na Escola Munici-
pal de Ensino Fundamental Jos Parsifal Barroso, situada no
municpio de Fortaleza - Cear.
Podemos, portanto, afirmar que este livro apresenta al-
guns esforos no sentido de problematizar o conselho escolar,
os movimentos e os atores participantes de processos forma-
tivos, bem como as novas possibilidades que avizinham-se no
campo da implementao de cursos de formao. Mais uma
vez importante ressaltar a relevante parceria entre o Progra-
ma e a UFC ao agregar profissionais para a composio deste
livro. Aes como essas so importantes para problematizar a
prtica de formao, trazendo elementos tericos e reflexivos
para se pensar a prpria prtica dos tcnicos de secretaria e
conselheiros escolares. Os desafios esto postos para novas
aes de sistematizao crtica e a construo do conhecimen-
to no campo da gesto democrtica, em geral, e dos conselhos
escolares, em particular.
21
PARTE 1
CONSELHO ESCOLAR: RAZES
E PROCESSOS
UM CONSELHO PARA O COTIDIANO
Referncias Bibliogrficas
Introduo
1
SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. A modernizao autoritria: do golpe
militar redemocratizao 1964/1984. 9. ed. In: ____. Histria geral do
Brasil.
Consideraes Finais
Referncias Bibliogrficas
Introduo
1
A situao do tempo presente descrita por Mills se assemelha metfora do
Angelus Novus de Walter Benjamin. A representao do tempo e da prpria
modernidade analisada por Benjamin se apresenta na figura do anjo, cujos
olhos apontam para frente; nele, a fora do progresso comparada a uma
tempestade que impede o anjo de juntar os fragmentos do passado.
2
Vale ressaltar que as crticas de Arendt ao stalinismo fez com que ela fosse
bastante questionada por parte dos intelectuais de esquerda de sua poca.
Na verdade, dificilmente poderamos catalogar a posio intelectual de
Arendt e, menos ainda, as consequncias polticas de seu pensamento.
3
Talvez para ns educadores seja importante revisitar a crtica de Arendt
ao conceito de cidadania e sua vinculao direta aos Estados-nao. Isso
porque, no exerccio de desnaturalizao dos conceitos, o termo cidadania
aparece como um consenso irremedivel, em que todos falam e poucos
problematizam. Se a este texto no cabe o aprofundamento, no nos
privamos de, pelo menos, provocar o pensamento sobre esse assunto.
Referncias Bibliogrficas
Introduo
1
Este questionrio, semiestruturado foi elaborado pela equipe pedaggica da
UFSCar, com 30 perguntas (abertas e fechadas). A participao dos cursistas
foi voluntria, uma vez que este foi deixado disposio no ambiente coletivo
virtual (no moodle), durante a primeira fase do curso.
2
Para saber mais sobre patrimonialismo e clientelismo no Brasil ver FAORO,
Raymundo. Existe um pensamento poltico brasileiro? So Paulo: tica 1994.
3
Refere-se aos Cadernos elaborados pelo Programa nacional de
fortalecimento dos Conselhos de escola, a partir de 2004. Disponveis em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article
&id=12619%3Apublicacoes-dos-conselhos-escolares&catid=195%3Aseb-
educacao-basica&Itemid=859 que foram utilizados nos cursos.
Referncias Bibliogrficas
Introduo
1
Fortaleza est dividida administrativamente de forma descentralizada em
seis Secretarias Executivas Regionais. A SER I, localizada na Zona Oeste
do municpio, tem, em 2012, cerca de 360 mil habitantes e engloba quinze
bairros: Barra do Cear, Pirambu, Jacarecanga, Otvio Bonfim, Jardim
Iracema, So Gerardo, Floresta, Vila Velha, Cristo Redentor, varo Weyne,
Jardim Guanabara, Carlito Pamplona, Monte Castelo, Moura Brasil, Vila
Ellery.
104 CEFISA MARIA SABINO AGUIAR / REGINA STELLA PEREIRA DO NASCIMENTO ABREU
zao, expresso especialmente mas no s pela Cons-
tituio de 1988, que foi fundamental na implementao
destes espaos de participao da sociedade civil na ges-
to da sociedade. Por outro lado, o processo de encolhi-
mento do Estado e da progressiva transferncia de suas
responsabilidades sociais para a sociedade civil, que tem
caracterizado os ltimos anos, estaria conferindo uma di-
menso perversa a essas jovens experincias, acentuada
pela nebulosidade que cerca as diferentes intenes que
orientam a participao. (DAGNINO, 2004, p.143).
106 CEFISA MARIA SABINO AGUIAR / REGINA STELLA PEREIRA DO NASCIMENTO ABREU
da democracia a coexistncia de princpios contraditrios
liberais da sociabilidade poltica e princpios destinados a
garantir a excluso social e poltica (ALVAREZ, DAGNINO
e ESCOBAR, 2000, p.27).
No contexto da gesto educacional, no mbito da escola,
a participao se apresenta como fator diferencial nos proces-
sos de discusso e deliberao, principalmente referente a as-
pectos financeiros.
Tessituras Contextuais
2
Com 210 mil alunos matriculados no ano de 2012, Fortaleza a quarta
maior rede de ensino do pas em matrcula, ficando atrs apenas de So
Paulo, Rio de Janeiro e Manaus.
3
O IDEB foi elaborado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP /MEC) com o objetivo de
mostrar as condies de ensino no Brasil. O indicador pretende medir a
qualidade da educao e foi estabelecido numa escala de zero at dez. O
IDEB calculado a partir de dois fatores que interferem na qualidade da
educao: taxa de rendimento escolar (taxas de aprovao, reprovao e
abandono) e mdias de desempenho. Os ndices de aprovao so obtidos
a partir do Censo Escolar, realizado anualmente pelo INEP. As mdias de
desempenho utilizadas so as da Prova Brasil (para IDEBs de escolas e
municpios) e do SAEB (no caso dos IDEBs dos estados e nacional),que so
avaliaes realizadas pelo INEP para diagnosticar a qualidade dos sistemas
educacionais. (INEP/IDEB,2010).
108 CEFISA MARIA SABINO AGUIAR / REGINA STELLA PEREIRA DO NASCIMENTO ABREU
rede municipal de ensino, por meio das Diretrizes Curricula-
res e da implementao de projetos especficos, como o de Co-
ordenao Pedaggica, tem intensificado esforos para atingir
a meta, que se projeta nacionalmente com indicador 6 no ano
de 2021, para os dois recortes.
Nessas circunstncias, entretanto, a cidade ainda carecia
de um planejamento, uma diretriz que integrasse e fizesse o
dilogo entre os seus projetos, programas e aes educacio-
nais. Reforando essa demanda some-se o advento do Pla-
no de Desenvolvimento da Educao PDE, integrante do
Programa de Acelerao do Crescimento PAC, do Governo
Federal, que expressava novos desafios aos estados e muni-
cpios, principalmente no que se refere aos ndices educacio-
nais. Desta forma, a elaborao, em 2007, do Plano Municipal
de Educao PME, com um profundo carter democrtico
e participativo, priorizou as discusses com os segmentos es-
colares e envolveu tambm rgos, instituies e entidades
pblicas, privadas, filantrpicas e confessionais por meio de
dezesseis plenrias, seis pr-conferncias e uma conferncia
municipal configurando-se como um marco para a educao
da cidade. Ainda nesse mesmo ano, vrias demandas histri-
cas se efetivaram, como: a instalao do Frum Municipal de
Educao, a reestruturao do Conselho Municipal de Educa-
o, a criao do Fundo Municipal de Educao, a elaborao
do Plano de Cargos, Carreiras e Salrios para o Ambiente de
Especialidade da Educao e a institucionalizao do Frum
Municipal dos Conselhos Escolares de Fortaleza, com ampla
participao dos segmentos de estudantes, professores, fun-
cionrios e pas e mes de alunos da rede municipal de ensino.
Assim, a partir do ano de 2007, a educao municipal
comportou significativas mudanas em decorrncia desses
vrios espaos de participao que, ocupados tambm pela
110 CEFISA MARIA SABINO AGUIAR / REGINA STELLA PEREIRA DO NASCIMENTO ABREU
Uma Experincia de Participao na Gesto Democrtica da
Educao em Fortaleza
112 CEFISA MARIA SABINO AGUIAR / REGINA STELLA PEREIRA DO NASCIMENTO ABREU
constituem a comunidade escolar justifica a necessidade de
que sejam desenvolvidas aes que garantam a mobilizao
dos distintos atores que integram a escola, no sentido de par-
ticipar na implementao da gesto democrtica da institui-
o, objetivando a melhoria da qualidade dos servios presta-
dos pela escola s comunidades interna e externa.
No municpio de Fortaleza, alm das funes especficas
do Conselho Escolar consultiva, deliberativa, normativa, fis-
calizadora, mobilizadora e pedaggica - lhe foi tambm atri-
buda a natureza de Unidade Executora. Portanto, esto sob
sua responsabilidade: receber os recursos financeiros dispo-
nibilizados pelos entes federados; movimentar contas banc-
rias; prover as demandas de material, de equipamentos e de
servios aprovados pelo Colegiado com vistas manuteno
e desenvolvimento do ensino, assim como, prestar contas aos
rgos competentes.
Em fevereiro de 2006, foi realizado um Encontro promo-
vido pelo Ministrio da Educao MEC - em parceria com a
Unio dos Dirigentes Municipais de Educao UNDIME, no
qual foi apresentado o Programa Nacional de Fortalecimento
dos Conselhos Escolares. Participaram consultores do MEC,
tcnicos das Secretarias de Educao do Estado e de Muni-
cpios do Cear. No caso de Fortaleza, participaram tcnicos
lotados na Secretaria Municipal de Educao SME e lotados
nos Distritos de Educao das Secretarias Executivas Regio-
nais. Ao final do evento, por meio de parceria, a Prefeitura
Municipal de Fortaleza aderiu ao Programa.
Na jurisdio da Secretaria Executiva Regional I, em
2006, conselheiros escolares representantes dos segmen-
tos Professor, Funcionrio, Aluno e Pais e representantes de
Membros Natos dos vinte e sete Conselhos Escolares existen-
tes poca, participaram, pela primeira vez, do I Encontro
114 CEFISA MARIA SABINO AGUIAR / REGINA STELLA PEREIRA DO NASCIMENTO ABREU
Regional e props a criao do Frum dos Conselhos Escola-
res, de mbito municipal. Na verdade, estava fomentando a
ideia do Frum da cidade, com amplitude em todas as SERs.
A ideia do Frum Municipal consolidada entre os Con-
selhos Escolares da SER I e sua concretude se iniciou no dia
16 de setembro de 2006, quando foi constituda uma Comis-
so Pr-Frum Municipal dos Conselhos Escolares, integra-
da por representantes dos Conselhos das seguintes escolas:
Antonio Correia Lima, Lorhan Marques Medeiros, Aldedes
Rgis, Agostinho Moreira, Dom Hlder Cmara, Dois de De-
zembro, Lenira Jurema Magalhes, Francisco Domingos da
Silva, Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, Manuel Rodri-
gues, Faustino de Albuquerque, Nossa Senhora de Ftima,
Maria Dalva Severino Marreiro e tcnicos do Distrito de
Educao da SER I.
Na Assembleia Geral dos Conselhos Escolares da SER
I, realizada em 29 de novembro de 2006, na EMEIF Dois
de Dezembro, sob a coordenao da Comisso Regional Pr-
-Frum, com a presena de conselheiros escolares de todas
as escolas patrimoniais no mbito dessa Regional, foi deli-
berada a realizao de outra Assembleia Geral, em janeiro
de 2007, com o objetivo de dar posse Comisso Regional I
dos Conselhos Escolares, a qual, alm da tarefa de contribuir
para a criao do Frum Municipal dos Conselhos Escolares
de Fortaleza, tambm teria as atribuies de acompanhar a
atuao dos Conselhos e de promover o fortalecimento e a
integrao destes organismos, assim como, capacitar seus
conselheiros.
Aquela deliberao foi efetivada no dia 24 de janeiro de
2007 em Assembleia realizada na EMEIF Professor Martinz
de Aguiar, com ampla participao dos membros dos Conse-
lhos Escolares da SER I, quando foi aprovado o seguinte:
116 CEFISA MARIA SABINO AGUIAR / REGINA STELLA PEREIRA DO NASCIMENTO ABREU
c) a composio do Grupo de Trabalho encarregado de
cumprir as tarefas estabelecidas na primeira reu-
nio: Aline Mara Ribeiro Furtado, Ana Lucia Pe-
reira, Cludia Maria Giffoni, Francisco Wellington
Monteiro, Helena Iln Alves Fonteles, Maria Ilza
Moura, Silvia Ctia Souza da Silva e a Articuladora
da Coordenao.
Aps amplo estudo, o Grupo de Trabalho apresentou
uma proposta de Regimento Interno a qual, depois de incor-
porar contribuies, foi aprovada em 25 de maro de 2009.
Durante a realizao do II Encontro Municipal dos Con-
selhos Escolares de Fortaleza de 7 a 9 de novembro de 2007
foi institucionalizado o Frum Municipal dos Conselhos
Escolares de Fortaleza, tendo sido aprovado seu Regimento
Interno a partir da proposta apresentada pela Comisso Mu-
nicipal Pr-Frum.
Garantir a autonomia estabelecida pela Lei No 7990/1996
tem sido o grande desafio enfrentado pelos Conselhos Escola-
res e a criao do Frum Municipal dos Conselhos Escolares
possibilitou um canal de dilogo entre os Conselhos e o Secre-
trio de Educao, assim como tambm permitiu integrar os
Conselhos Escolares do Municpio de Fortaleza.
Desde 2005, vem sendo promovido no municpio de For-
taleza, um processo de fortalecimento e de consolidao dos
Conselhos Escolares, sendo que, na SER I, sua estrutura est
assim constituda:
Guisa de Consideraes
118 CEFISA MARIA SABINO AGUIAR / REGINA STELLA PEREIRA DO NASCIMENTO ABREU
Contudo, para que o Conselho Escolar possa cumprir de
modo eficiente e eficaz sua atribuies, se faz necessrio o em-
penho de seus membros e que a comunidade escolar tenha
conscincia da importncia deste Colegiado. Por outro lado,
indispensvel que os gestores do Sistema Educacional es-
tejam empenhados em assegurar as condies polticas, de
infraestrutura e de recursos humanos, materiais e financeiros
necessrios ao funcionamento dos Conselhos.
Reunir os conselheiros escolares em um Frum favorece
que cada sujeito v alm de sua prpria individualidade e pos-
sibilita que esses atores entrem em domnio diferente, ainda
que essencialmente relacionado: o domnio da vida comum
e o espao pblico. O reconhecimento desse espao pblico
comporta dimenses que, atreladas a categorias como parti-
cipao e democracia, so permeadas por conflitos de interes-
ses, mas na perspectiva da busca de consensos que contem-
plem um objetivo comum: a qualidade da educao pblica.
Portanto, necessrio que os conselheiros escolares es-
tejam constantemente refletindo sobre suas aes a partir da
dinmica do Frum, avaliando de que maneira essa prtica
coletiva est influenciando e contribuindo para a qualidade
da educao pblica municipal de Fortaleza, e a partir desta
avaliao, buscar subsdios para melhor qualificar e aprimo-
rar sua insero na gesto da educao.
O Frum Municipal dos Conselhos Escolares de Forta-
leza ao se constituir em instncia que comporta dimenses
mobilizadora, consultiva e propositiva, por meio da integra-
o/interao dos conselheiros escolares, traz um novo tom
gesto da educao municipal de Fortaleza ao construir um
espao legtimo de participao em que a sociedade se apre-
senta tambm como protagonista.
120 CEFISA MARIA SABINO AGUIAR / REGINA STELLA PEREIRA DO NASCIMENTO ABREU
______. Os movimentos sociais e a emergncia de uma nova
noo de cidadania. In: DAGNINO, Evelina. Anos 90: poltica
e sociedade no Brasil. So Paulo: Editora Brasiliense, 2004.
pp. 103-115.
122 CEFISA MARIA SABINO AGUIAR / REGINA STELLA PEREIRA DO NASCIMENTO ABREU
_______. TEIXEIRA, A. C. C. Participao e democracia:
velhos e novos desafios. Porto Alegre: Civitas, 2006. v. 6, p.
223-240.
Introduo
Situando o Problema
126 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
junto a essas entidades, e ainda, estar propondo polticas p-
blicas que contribuiro para o empoderamento dos sujeitos e
qualificao das instituies.
Todavia, essa prerrogativa, at ento, no tem efetiva-
mente sido realizada. Acreditamos que tal fato deva-se a pers-
pectiva primeira de constituio e construo da identidade
do CME a partir de suas demandas mais imediatas, decorren-
tes de sua funo normativa, em que se enquadram a elabora-
o de pareceres e de resolues, bem como os processos de
legalizao das instituies de ensino.
Dessa forma, o assessoramento tcnico aos Conselhos
Escolares deve ser realizado pelo CME e pela Secretaria de
Educao, com vistas a contribuir para o fortalecimento da-
quelas entidades, objetivando uma participao mais efetiva
junto s suas escolas.
Para propor estratgias que contribussem para a qua-
lificao e fortalecimento dos Conselhos Escolares, tornou-
-se imprescindvel conhecer esses colegiados de Maracana,
de modo a proporcionar recomendaes que culminassem
em um empoderamento dos atores, uma qualificao de sua
atuao na perspectiva da gesto democrtica das escolas;
conhecer as bases legais e institucionais em que se assentam
os Conselhos Escolares; conhecer as condies de funciona-
mento dos Conselhos Escolares a partir de audincias pbli-
cas com cada um dos segmentos que o compem; e, conhecer
outras experincias relativas estrutura e funcionamento dos
Conselhos Escolares.
Para tanto, foi elaborado um plano de trabalho que tinha
como atividade inicial produzir um Estado da Arte dos Con-
selhos Escolares de Maracana. Em seguida, foram realizadas
audincias com os diversos segmentos que representam esses
colegiados. Foram ouvidos 210 Conselheiros, conforme tabela 1.
128 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
Grfico 1 Representantes dos Conselhos Escolares
Participantes das Audincias Pblicas por Segmento
em Percentual
Fonte: Elaborao prpria.
130 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
Na esteira desse debate, Guimares (2008, p.16), afirma
que:
132 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
Uma questo de crucial importncia a ser debatida sobre
a escola pblica fundamental, hoje, parece ser o de sua
real funo social. A partir de uma concepo de educa-
o como atualizao histrica cultural do ser humano,
seria de desejar que tanto as pessoas que trabalham na
escola, quanto queles que buscam seus servios, tives-
sem condies de um razovel aprofundamento dessa
questo, que deveria estar no centro de seus interesses.
Todavia, no assim que costuma acontecer.
134 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
jeto poltico pedaggico e assegurar o ensino pblico e social-
mente referenciado.
Ressaltamos novamente que o princpio da democrati-
zao da gesto escolar pblica est garantido e pautado na
Constituio Federal de 1988, bem como na Lei de Diretrizes e
Bases da Educao Nacional LDB (Lei No 9394/96) que nos
seus artigos 14 e 15 estabelece um princpio e duas diretrizes
para implementao da gesto democrtica da educao, so
eles, o princpio: Os sistemas de ensino asseguraro s uni-
dades escolares pblicas de educao bsica que os integram
progressivos graus de autonomia pedaggica e administrativa
e de gesto financeira, [...] (LDB, Art. 15); e as diretrizes
136 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
Aos que responderam que existia cronograma, questio-
nou-se ainda se o mesmo foi cumprido. Percentual de 35%
dos segmentos respondeu que sim totalmente; 59% disseram
que sim, parcialmente; e 6% que no. Os percentuais podem
ser acompanhados no grfico 2.
138 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
Os segmentos que responderam positivamente acerca da
existncia de Plano Anual de Trabalho citaram algumas aes
inseridas no documento, em 2011. As que mais se repetiram
quantitativamente foram: elaborao e Reviso do Regimento
e Projeto Poltico-Pedaggico da escola; aes desenvolvidas
na escola envolvendo o PDE e PDDE elaborao, acompa-
nhamento e fiscalizao; acompanhamento e visita a alunos
faltosos; aes voltadas para a melhoria da escola; projetos de
acessibilidade.
Sobre a realizao das reunies, questionou-se a exis-
tncia de pauta previamente elaborada. Percentual de 88%
respondeu que sim; 5% que no e 7% no sei. Quanto aos des-
dobramentos da reunio, 83% afirmaram que a pauta nego-
ciada para a aprovao, 11% dos entrevistados disseram que
no h negociao da pauta, e 6% que no sabiam. Aqui dois
aspectos chamam ateno. Primeiro, a provvel ausncia pr-
via de pauta de reunies em cerca de 12% dos Conselhos Esco-
lares, o que pode ser bastante comprometedor para a clareza
dos objetivos que se pretende atingir, bem como da conduo
das discusses. Depois, provvel que em 17% dos conselhos
a pauta seja imposta, o que tende a comprometer uma parti-
cipao qualitativa dos diversos segmentos. Mais outros agra-
vantes: 11% dos diretores no elaboram pauta previamente, e
22% desse segmento no abre espao para negociar a agenda
da reunio. O detalhamento desses dados est expresso nas
tabelas 5 e 6 a seguir.
140 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
Os dados tratados a seguir partem do segundo bloco de
questes, estas relacionadas ao trabalho cotidiano dos conse-
lheiros. Inicialmente, questionou-se se os mesmos tm clare-
za acerca dos objetivos e metas da escola. A maioria respon-
deu que sim (84%), enquanto 16% afirmaram que no. Chama
ateno o fato de 28% dos diretores terem respondido no a
essa questo. Os dados esto expressos na tabela 7.
142 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
Grfico 3 reas de Concentrao das Atividades do
Conselho Escolar
Fonte: Elaborao prpria.
144 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
como ponto positivo, pois a partir dos conflitos que se podem
construir as melhores alternativas para superao de problemas.
As respostas por segmento esto apresentadas na tabela 10.
146 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
Tabela 13 Avaliao do Desempenho do Conselho
Escolar Segundo os Segmentos
148 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
Do percentual de 69% que afirmou ser positiva a con-
tribuio do Conselho, 47% afirmaram que contribui muito
e 53% disseram que essa contribuio pouca, conforme de-
monstrado na tabela 16, por segmento.
150 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
aos dirigentes e tcnicos das secretarias municipais e estadu-
ais de educao e ainda doze cadernos institucionais destina-
dos aos conselheiros escolares, sendo eles: caderno 1 - Con-
selhos Escolares: democratizao da escola e construo da
cidadania; caderno 2 Conselho Escolar e a aprendizagem
na escola; caderno 3 Conselho Escolar e o respeito e a valo-
rizao do saber e da cultura do estudante e da comunidade;
caderno 4 Conselho Escolar e o aproveitamento do tempo
pedaggico; caderno 5 Conselho Escolar, gesto democr-
tica da educao e escolha do diretor; caderno 6 Conselho
Escolar como espao de formao humana: crculo de cultura
e qualidade da educao; caderno 7 Conselho Escolar e o fi-
nanciamento da educao no Brasil; caderno 8: A valorizao
dos trabalhadores em educao; caderno 9 Conselho Esco-
lar e a educao do campo; caderno 10: Conselho Escolar e
a relao entre a escola e o desenvolvimento com igualdade
social; caderno 11 Conselho Escolar e Direitos Humanos;
caderno 12 Conselho Escolar e sua organizao em Frum;
e caderno de Consulta: Indicadores da qualidade na educao.
Importante registrar que esse programa utiliza como
critrio de inscrio em seus cursos, o participante ser tc-
nico das Secretarias Estaduais e Municipais de Educao, de
forma que estes se tornem multiplicadores de conhecimentos
e aes no mbito dos conselhos escolares. Dessa forma, as
secretarias organizam capacitaes junto aos conselhos com
o objetivo de socializar os contedos dos cadernos e orientar
metodologias que podem ser utilizadas nos estudos realizados
no mbito das escolas.
Um percentual de 46% dos entrevistados afirmou conhe-
cer o Programa de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, e
54% disseram no conhecer. Conforme exposto na tabela 18.
152 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
Tabela 19 Contribuio dos Momentos de Estudo
para a Melhoria da Qualidade do Trabalho do Conselho
Segundo os Segmentos
Concluses
154 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
Convm inicialmente adjetivar o Conselho Escolar como
um rgo colegiado, composto por representantes dos diver-
sos segmentos, com diferentes histrias de vida, condies
objetivas e subjetivas de existncia, expectativas e perspec-
tivas tambm diversas sobre o mundo, sobre a vida, sobre a
sociedade, sobre a educao e, tambm, com concepes di-
versas de escola. Contudo, foi delegado a este grupo discutir e
deliberar sobre todos os problemas e questes que a escola vi-
vencia, alm de proporcionar os melhores encaminhamentos
possveis, na perspectiva da formao humana e garantindo a
democracia.
O trabalho com um grupo to diverso no simples e no
fcil. Pressupe a todos os envolvidos a clareza dos fins a que
se pretende, bem como uma discusso permanente acerca dos
melhores caminhos, e de como caminhar, para se chegar l.
Nesse sentido, faz-se necessrias algumas reflexes e a
adoo de algumas medidas visando possibilitar a apropria-
o, por todos, dos fins a que se pretende chegar, e tambm,
das condies necessrias para o percurso.
O primeiro grupo, clareza dos fins a que se pretende
chegar, est relacionado participao, ao envolvimento de
todos em todas as decises tomadas, e no comprometimento
dos mesmos com os rumos que toma a escola. Pressupe pro-
cessos formativos permanentes acerca de questes diversas e
debates para alm da superficialidade sobre todas as questes
que se fazem presentes no cotidiano escolar.
No segundo grupo, as condies necessrias para o per-
curso esto compreendidas as condies objetivas e subjetivas
do trabalho cotidiano do Conselho Escolar. Como este orga-
nismo essencialmente deliberativo, um lcus muito especial
para a anlise a reunio na qual se tomam as decises.
156 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
No caso em anlise, percebemos a existncia de alguns do-
cumentos, processos e procedimentos imprescindveis atua-
o desses organismos. Como exemplos destes, citamos a falta
de espao para as reunies (31%), a inexistncia de plano de
trabalho (37%), e a periodicidade das reunies no parece clara
para todos os segmentos (grfico 3 e tabelas 2, 3, 4, 5 e 6).
16% dos conselheiros afirmaram no ter conhecimento
dos objetivos e metas da escola, 30% no realizam acompa-
nhamento aos professores, e 15% no tm espao para se
manifestar (direito a voz e voto). Em 46% dos Conselhos
no existe voz discordante, o que ainda carece de maior
aprofundamento.
Em 44% dos Conselhos no h uma avaliao dos traba-
lhos. Em 35% no so encaminhadas as decises por quem de
direito e em tempo hbil, e em 19% as decises tomadas no
contribuem para a gesto democrtica da escola.
Sobre os resultados do Conselho, 30% entendem que as
deliberaes do colegiado contribuem para melhorar o trabalho
da escola, mas, destes, 52% entendem que a melhora pouca.
No existem processos formativos em 57% dos Conselhos
Escolares, e 54% sequer tomaram conhecimento do programa
de formao a eles destinada pelo Ministrio da Educao.
Como justificativa, 72% afirmaram que no foi disponibiliza-
do tempo para estudo. Daqueles que realizam momentos de
estudo, 37% disseram que este no contribui para melhorar o
trabalho da escola.
As sugestes apresentadas pelos conselheiros podem ser
sintetizadas em quatro: mais estudos; modificao na condi-
o de a presidncia do conselho ser sempre a direo da es-
cola; destinao de parte da jornada de professores para atu-
ar no Conselho; e ajuda de custo aos pais para participar das
reunies.
158 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
vas que venham a contribuir para a superao da problemti-
ca. Se a ajuda de custo (para ressarcimento de despesas com
transporte etc) se fizer necessria, deve-se adotar todas as
providncias necessrias para a sua implementao, o que in-
clui a mudana na legislao, dentre outras.
Alm dos dados coletados, tambm foram realizadas ou-
tras atividades, em especial a anlise da legislao. O conjunto
desses estudos nos permite realizar algumas sugestes a se-
rem implementadas, na perspectiva do pleno funcionamento
deste, da melhoria da qualidade da educao e da construo
de uma sociedade democrtica.
Como primeira sugesto, recomendamos uma modifica-
o na legislao, de modo a possibilitar que todos os Conse-
lhos Escolares tenham um perodo de mandato equivalente.
Isto permitir que os processos eleitorais ocorram concomi-
tantemente em todas as escolas, o que poder influenciar os
movimentos sociais e polticos a uma ampliao e qualificao
dos debates. Dentro de algum tempo, esse processo poder ter
contribudo com mudanas considerveis acerca da represen-
tao desses colegiados no imaginrio social.
Outra recomendao, ainda no plano normativo, refere-
-se a ampliao do tempo de mandato de dois para trs anos,
com a alternncia para cada segmento. Assim, o Conselho po-
der se renovar sempre e parcialmente a cada ano, sem ter
que comear tudo outra vez.
Uma ao, permanente, o fomento s iniciativas de
formao continuada. Dentre as pautas, a comunicao e a
gesto democrtica, bem como a administrao de conflitos,
devem ser temas presentes. Tambm, o suporte para a ela-
borao, aprovao e publicizao de plano de trabalho, bem
como para a organizao e realizao de reunies e gesto par-
ticipativa devem se fazer presentes em processos formativos.
Referncias Bibliogrficas
160 ANTONIO NILSON GOMES MOREIRA / CARLOS HENRIQUE AVELAR / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA /
JOS MAURO BRAZ DE AQUINO
GOHN, Maria da Glria. Conselhos gestores e participao
sociopoltica. 4. ed. So Paulo: Cortez, 2011.
BRASIL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao B-
sica. Conselhos escolares: democratizao da escola e cons-
truo da cidadania. Caderno 1. Elaborao Ignez Pinto Na-
varro et al. Braslia: MEC, SEB, 2004.
_______. Conselho escolar, gesto democrtica da educa-
o e escolha do diretor. Caderno 5. Elaborao de Ignez Pin-
to Navarro et al. Braslia: MEC, SEB, 2004.
PARO, Vitor Henrique. Qualidade do Ensino: a contribuio
dos pais. So Paulo: Xam, 2000.
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Ed. tica, 1998.
PEREIRA, Maria de Lourdes Dolabela. As polticas pblicas
locais e os processos de hibridao no Brasil e na Amrica
Latina. In: DAGNANINO, Evelina & TATAGIBA, Luciana
(Orgs.). Democracia, sociedade civil e participao. Chape-
c: Argos, 2007.
WERLE, Flvia Obino Corra. Conselhos escolares: implica-
es na gesto da escola bsica. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
Principiando o Dilogo
1
Atualmente a Secretaria de Estado da Educao de Santa Catarina no
dispe de quadro de pessoal criado por Lei. Do total de 618 servidores,
63,75% pertencem ao quadro do magistrio da escola, o que significa
que os servidores fizeram concurso para a escola e posteriormente foram
transferidos para a SED/SC. Este assunto ser aprofundado no decorrer do
texto.
2
Diretoria de Educao Bsica (DIEB), Diretoria de Educao Superior
(DIES) e Diretoria de Apoio ao Estudante (DIAE)
3
Ncleo Vida e Cuidado: Estudos e Pesquisas sobre Violncias, vinculado
ao Centro de Cincias da Educao da Universidade Federal de Santa
Catarina, um espao interinstitucional coordenado, at o ano de 2010, pela
professora Dra. Ana Maria Borges de Sousa.
4
Segundo relatrio da Diretoria de Recursos Humanos do dia 24 de maro
de 2010, a SED conta com 618 servidores.
5
Edital No 005/93/DIRH/SEC, publicado no Dirio Oficial do Estado No
14.744 de 04 de agosto de 1993.
6
Em relao vinculao partidria, a maioria dos/as servidores/as (48%)
nega ser vinculado a partido poltico. Os partidos que mais apareceram
dentre aqueles/as servidores/as que afirmaram ter vnculo partidrio
so PMDB (7 servidores/as), seguido de PSDB (2 servidores/as), PDT (1
servidor/a), 1 servidor/a declarou j ter sido filiado/a nos partidos PP e PT e
4 servidores/as afirmam pertencer a um partido poltico mas no declaram
a sigla.
7
Termo utilizado pelos/as servidores/as da SED para referir-se ao seu local
de trabalho.
Referncias Bibliogrficas
Introduo
194 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
O processo de seleo constou de 2 (duas) etapas: avalia-
o de certificados e entrevistas. J para efeito de classifica-
o dos candidatos, a pontuao referente qualificao pro-
fissional, considerou a apresentao de, no mximo, 3 (trs)
certificados, que estivessem em conformidade com o edital
supracitado. O candidato que obtivesse menos de 15 (quinze)
pontos na nota final seria desclassificado, no cabendo recur-
so dessa deciso. Como tambm seria automaticamente elimi-
nado aquele que faltasse ou deixasse de cumprir os prazos ou
qualquer uma das instrues ou etapas do processo seletivo.
A nota final do candidato seria a mdia obtida com a
soma da avaliao dos certificados com a nota da entrevista.
O preenchimento das vagas ofertadas seria na ordem de clas-
sificao decrescente por pontos. Em caso de empate, seria
dada preferncia ao candidato que obtivesse maior nmero
na qualificao profissional; permanecendo o empate o mes-
mo seria concedido ao candidato que obtivesse maior nmero
de pontos na entrevista. Interessante registrar que dentro dos
pr-requisitos do edital quanto a: inscries, avaliao dos
certificados, entrevista e divulgao dos resultados, faziam-
-se presentes a obrigatoriedade de participao e aprovao
em um Curso de Formao de Tutor (64 h/a) oferecido pela
Universidade Federal do Cear atravs do Instituto UFC Vir-
tual. Ento, somente aps o cumprimento de todas estas eta-
pas que se chegava listagem final dos aprovados. Citar este
interstcio temporal e percurso percorrido se torna relevante
para situar a funo esperada do tutor, bem como compreen-
der o longo caminho galgado por aqueles que desejaram estar
neste projeto de educao a distncia. Mas, antes de se falar
de experincia se faz necessrio, primeiro, entender o que
Educao a Distncia, justamente por ser o campo de atuao
do profissional em questo: o tutor.
196 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
Deste modo, verifica-se que o conceito aqui trabalhado
de aprendizagem o de aprendizagem significativa adotado
por Fink (2003), citado por Sousa (2007), compreendendo
198 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
dos nas escolas municipais e estaduais do Brasil contribuindo
para a qualificao dos membros dos Conselhos Escolares e
demais interessados.
Ainda no possvel entregar este material impresso a
cada cursista, no entanto, o Instituto UFC Virtual tem como
proposta para suas prximas ofertas de curso, entregar um
DVD contendo os materiais didticos, cadernos do curso, re-
cursos audiovisuais e softwares para visualizao dos respec-
tivos textos e vdeos.
O material do curso tem por objetivo aprofundar alguns
conceitos que so essenciais para o trabalho desenvolvido
pelos Conselhos Escolares em sua prtica escolar. Dentre es-
tes, os princpios da gesto democrtica, no que concerne a
participao da comunidade escolar e a explicao dos diver-
sos papis e funes desenvolvidos por este rgo colegiado
em relao s aes desenvolvidas na escola. Conhecendo os
contedos abordados no curso, percebe-se a importncia do
papel do professor tutor que deve dominar os respectivos as-
suntos a fim de promover momentos de interao, troca de
experincias e conhecimentos com os cursistas por meio do
ambiente virtual de aprendizagem (AVA).
Como estratgias para trabalhar os contedos dos cader-
nos com os cursistas, a tutoria utiliza as ferramentas dispon-
veis no ambiente, como o Chat que acontece quantas vezes for
necessrio durante o perodo de cada caderno. Esta atividade
funciona com hora e dia agendados previamente com a tur-
ma. Fruns e Portflios so outras atividades adotadas para
refletir sobre questes norteadoras propostas a fim de apro-
fundar a discusso sobre as temticas, como tambm promo-
ver maior interao entre as ideias e respostas dos cursistas.
Mensagens instantneas tambm podem ser enviadas parti-
cularmente para esclarecimento de dvidas.
200 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
O Trabalho do Tutor: Limites e Desafios
1
Processo de ensino e aprendizagem em que professores e alunos no esto
fisicamente juntos no meio ambiente, porm podem estar ligados por outros,
como a internet. (CUNHA, SILVA, 2009).
202 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
Estes autores denominam o tutor de professor-tutor e
ressaltam que os professores exercem funes que vo alm
da tutoria em sua acepo tradicional. (Idem., 2007).
Tomando como foco de anlise o trabalho do tutor no cur-
so, fases 1 e 2, promovido pelo Instituto UFC Virtual, vejamos
alguns elementos da prtica deste profissional, no intuito de
problematizar a sua atuao em cursos de perfil semelhante.
Desafios do Professor-tutor
2
As atividades propostas neste curso so: fruns, portflios e chats por
Mdulo.
3
Estas so as competncias sociais e profissionais descritas por Machado e
Machado (2004) .
204 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
que os muitos alunos, por serem novatos, possuem dificulda-
des com as ferramentas tecnolgicas. Ou seja, nesta fase es-
tes alunos necessitam de mais ateno, de um maior suporte
tcnico. J na fase 2 (dois), por serem alunos mais conhece-
dores das tecnologias digitais e possurem um conhecimento
acumulado da fase 1 (um), precisam ser mais instigados pelo
tutor. Portanto, este deve ter um domnio dos contedos, in-
cluindo as temticas da fase anterior. Sendo assim, impor-
tante que o tutor da fase 2 (dois) seja um tutor com mas expe-
rincia, por conhecer ambas as fases.
Uma caracterstica diferencial do tutor da UFC Virtual,
neste curso de extenso, o contato por telefone com o aluno.
Esse primeiro contato realizado logo no incio do curso para
dar as boas-vindas aos cursistas com a finalidade de aproxi-
m-los do curso e assim, evitar a evaso. Normalmente esse
contato feito pelo celular e o tutor fornece as orientaes
necessrias para o aluno e o retorno geralmente positivo.
Em geral, o perfil do aluno do curso de um profissio-
nal, na faixa de idade entre trinta (30) e cinquenta (50) anos,
sendo tcnicos das secretarias municipais e/ou estaduais de
educao. A maioria possui formao em Pedagogia e outras
licenciaturas especficas. Possuem ps-graduao em nvel de
especializao e, normalmente, so diretores de escolas.
Outro aspecto fundamental para o bom rendimento da
turma a aproximao que o tutor deste curso busca fazer
com o aluno, ou seja, a procura pelo estabelecimento de uma
relao afetiva entre professor-aluno. Embora a comunicao
entre tutor e aluno seja basicamente por meio da linguagem
escrita, busca-se criar estratgias de aproximao com o estu-
dante, tendo como norte o respeito e cordialidade.
Um ponto essencial para o bom desempenho do referido
curso refere-se s reunies que acontecem quinzenalmente
4
Constitui-se num software intuitivo e fcil de utilizar. Esta plataforma vem
sendo bastante utilizada em instituies de ensino bsico e superior, como
tambm, em centros de formao Disponvel em: http://pt.wikipedia.org/
wiki/Moodle).
206 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
exposio percebe-se que, diante de tantos desafios, o objeti-
vo maior do professo-tutor prender a ateno do aluno tor-
nando o curso algo prazeroso e que o aluno obtenha um bom
desempenho para que os conhecimentos adquiridos durante
o curso possam contribuir significativamente para uma mu-
dana na cultura de participao da gesto escolar atravs da
implantao e solidificao dos conselhos escolares. Cabe ao
tutor a tarefa de motivar a turma do incio ao final do curso.
Sabe-se que esta tarefa no fcil, mas com planejamento,
disciplina, organizao e determinao possvel sim, vencer
tais dificuldades.
Consideraes Finais
Referncias Bibliogrficas
208 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
CUNHA, Fbio Oscar da; SILVA, Juliana Marques Carvalho
da. Anlise das dimenses afetivas do tutor em turmas de
EaD no ambiente virtual Moodle. [s.l:s.n,s.d].
210 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
CONSELHOS ESCOLARES NA PERSPECTIVA DA QUALIFICAO DO
COLEGIADO: CONTEDOS ESTRATGICOS
Introduo
212 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
dentre elas, a elaborao do documento norteador do trabalho
pedaggico, o Projeto Poltico Pedaggico (PPP), assim como
o Regimento Escolar e o Currculo que propiciam a unidade
escolar e a participao de membros dos diversos segmentos
da comunidade escolar.
Na elaborao desse documento vital valorizar o saber
e a cultura do estudante e da comunidade, buscando meios
para realizar um bom aproveitamento do tempo pedaggico.
Esses seriam passos fundamentais para a melhoria da quali-
dade da educao. Libneo (2007) afirma que,
214 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
dos da administrao escolar e ajudar a prover meios de re-
solver os problemas administrativos e pedaggicos, alm de
ajudar a decidir sobre os investimentos prioritrios aplicados
na escola. Portanto,
216 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
respeito ao saber e a cultura do estudante e da comunidade;
aproveitamento significativo do tempo pedaggico e princ-
pios da gesto democrtica.
A seguir apresentam-se a composio e temas abordados
em cada um dos cadernos da Fase I:
218 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
to democrtica e a escolha de diretores; as formas de
provimento ao cargo de diretor: limites e possibilida-
des; o Conselho Escolar como espao de democratiza-
o da gesto e da organizao escolar. Conclui a parte
IV descrevendo a gesto democrtica e a autonomia
da escola; os mecanismos de participao e a autono-
mia da escola; o diretor, o Conselho Escolar e a ges-
to democrtica na escola. Verifica-se, desta forma, o
objetivo de fortalecer os processos de democratizao
atravs da gesto participativa, contemplando os pro-
cedimentos de escolha do diretor e a busca pela auto-
nomia das escolas.
220 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
nativas de gesto de recursos financeiros; plano de ao
coletivo: prestao de contas dos recursos financeiros da
escola (modalidades de licitao e prestao de contas).
Finalizando o caderno, a Unidade IV foca a temtica do
Conselho Escolar e autonomia: participao e democra-
tizao da gesto administrativa, pedaggica e financeira
da educao e da escola; projeto poltico-pedaggico e a
construo coletiva na escola. Repensando a gesto finan-
ceira da escola e o papel dos Conselhos Escolares. Gesto
pedaggica e financeira: a construo progressiva da au-
tonomia das unidades escolares.
Caderno 8 Conselho Escolar e a valorizao dos traba-
lhadores em educao, traz a reflexo sobre os trabalha-
dores da educao bsica; a desvalorizao/valorizao
dos trabalhadores da educao bsica; a desvalorizao
dos professores da educao bsica; a desvalorizao dos
funcionrios de escola; a valorizao dos trabalhadores
da educao bsica: os movimentos sociais e a poltica
educacional; a valorizao dos trabalhadores da educao
bsica na legislao brasileira; o papel do conselho esco-
lar diante dos trabalhadores da educao bsica. Finaliza
trazendo em seus anexos a Resoluo do CNE que cria a
rea profissional 21 e a Resoluo No 5, de 22 de novem-
bro de 2005.
Caderno 9 Conselho Escolar e a educao do campo, em
sua Primeira parte apresentam o tema o campo e a educa-
o do campo. O campo: aspectos constitutivos; educao
do campo: da concepo s polticas pblicas. A segun-
da parte trata da gesto democrtica e conselho escolar;
gesto democrtica: democratizando a escola do campo;
conselhos escolares: a participao responsvel da socie-
dade. Em sua terceira parte trata do conselho escolar e
222 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
como um processo de organizao pela conquista de direitos
individuais e coletivos, dentre outros.
No escopo das apresentaes dos cadernos de estudos,
percebemos claramente que o material em sua composio
objetiva estimular e instrumentalizar com subsdios tericos
para o debate entre os prprios membros do conselho esco-
lar sobre a importncia desse colegiado na implementao da
gesto democrtica.
Neste contexto se desperta a reflexo sobre a impor-
tncia e relevncia da qualificao do colegiado que compe o
conselho escolar para sua atuao na prtica escolar. Vejamos
a seguir o desdobramento desta temtica.
1
Todas estas reformas estatais ocorridas no Brasil e no mundo fazem parte
de um ajuste estrutural imposto pela mundializao do capital.
224 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
A necessidade de uma gesto eficiente fundada no dis-
curso da tcnica e na agilidade administrativa. (OLIVEIRA,
2001, p.95) exigiu dos gestores escolares competncias e ha-
bilidades para a administrao escolar. Neste contexto, a edu-
cao passou a ser percebida como fator determinante para o
desenvolvimento econmico do pas, contexto em que a gesto
da escola ganhou destaque. Foi uma poca de mudanas nas
relaes sociais de poder chamando a comunidade escolar a
participar na tomada de decises da escola, o que representou
um exemplo de democracia no sistema educacional. Sendo as-
sim, a escola precisou aprender a compartilhar a gesto com
atores da comunidade escolar e comunidade local representa-
dos pelos membros dos conselhos escolares.
Embora os Conselhos Escolares tenham sido criados
no final dos anos 1980 ainda hoje se enfrenta o problema da
no existncia deste colegiado em muitas escolas brasileiras e
da restrita participao dos conselheiros na administrao da
escola, por conta de gestes centralizadas na figura do diretor
e da cultura da no participao.
Diante desta situao, o Curso de Extenso em Formao
Inicial e Continuada em Conselhos Escolares, ofertado pelo
Instituto UFC Virtual, foi elaborado para esclarecer, fortalecer
e subsidiar a atuao dos conselhos escolares. Neste caso, ca-
beria ao cursista contribuir para a organizao desses colegia-
dos no municpio/estado em que atua, pautado nos princpios
que organizam o curso: a construo da cidadania, aprendiza-
gem na escola, respeito e valorizao do saber e da cultura do
estudante e da comunidade, aproveitamento significativo do
tempo pedaggico, formao dos conselhos escolares, gesto
democrtica e escolha do diretor, financiamento da educa-
o, valorizao dos trabalhadores em educao, educao do
campo e relao escola/cidadania.
226 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
mente na escola. Quando alunos, professores, pais/mes,
funcionrios convivem com uma gesto fechada ao dilogo
torna-se difcil agir de forma participativa. A participao
um processo cultural que precisa ser trabalhado nas pessoas
desde a infncia. E a escola, como espao de formao para
a cidadania, deve incentivar a comunidade escolar e local a
participar das suas aes.
Desde o ano de 2004 este curso tem formado tcnicos e
gestores das diversas secretarias municipais e estaduais. Este
curso comea a dar seus primeiros frutos atravs de Conse-
lhos Escolares que j foram criados e tambm consolidados.
Muitos tcnicos que receberam esta formao j repassaram
esses conhecimentos para os conselheiros de suas cidades,
atravs de formaes ministradas por eles mesmos, atuando
como profissionais multiplicadores.
O referido curso representa uma semente que vem sendo
plantada em diversas regies deste Brasil no intuito de colher
bons frutos. Frutos que rompam com gestes centralizadas
que impedem a participao efetiva dos conselheiros. fato
que isto tambm depende muito do perfil do gestor em ser
incentivador no processo de participao da comunidade es-
colar e local. Sabe-se que no fcil mudar a cultura da no
participao na gesto. Entretanto, a escola constantemente
convidada a se reinventar no sentido de promover o encontro
de saberes do educando e da comunidade. nesse encontro de
saberes que todos participam da gesto. Um exemplo claro
de participao da comunidade na gesto da escola a defini-
o do projeto poltico-pedaggico. atravs da participao
neste projeto, que a escola desenha a sua cara. Sendo assim,
o Conselho Escolar foi institudo para garantir a participao
dos diferentes segmentos.
228 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
Referncias Bibliogrficas
230 ALCILANE MOTA SAAVEDRA PINTO / KTIA MARIA FERREIRA BARRETO / LARISSE BARREIRA DE MACDO SANTIAGO
APLICAO DE PARMETROS PARA IDENTIFICAO DE MANIFESTAES
DE APRENDIZAGEM NO CURSO DE EXTENSO EM FORMAO
CONTINUADA EM CONSELHOS ESCOLARES
Introduo
232 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
As TDIC, a Cibercultura e a Sociedade
234 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
As discusses acima nos levam ao ponto central, que a
deciso da utilizao das TDIC, suas consequncias e o modo
de explorao das virtualidades atravs de iniciativas, e no
do impacto desses recursos. No podemos deixar de delimitar
que essa maneira de tratamento deve ser por meio da inteli-
gncia coletiva, em que o suporte a cibercultura, isto , uma
das principais condies de seu prprio desenvolvimento.
(id., p. 29). E a emergncia do ciberespao fruto de um ver-
dadeiro movimento social. (LVY, 1999, p. 123).
As TDIC na Educao
236 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
a ambientao pode ser motivadora, instigante, mas impor-
tante atentar que, independentemente do ambiente educati-
vo, esse deve ser interessante, como Valente (1993) exemplifi-
ca ao tratar de escola, pelo que acontece na escola em termos
de aprendizado e desenvolvimento intelectual, afetivo, cultu-
ral e social. (VALENTE, 1993).
O papel do educador diante das TDIC fundamental e
diferenciado para que o conhecimento seja orientado, facili-
tado, mediado. O seguinte cenrio passa a se estabelecer nos
ambientes virtuais de aprendizagem: os estudantes acessam
mais informaes, dispem de diferentes nveis de conte-
dos, desenvolvem habilidades individuais de autonomia
e autodisciplina e organizao; o professor, na figura de tu-
tor, atua como motivador, incentivador de debates; o saber
construdo de forma coordenada, colaborativa e cooperativa;
a tica e outros valores, como o respeito perante as palavras
dos colegas (LVY, 1999) surge como guia para estabeleci-
mento dos processos comunicativos; interao e participao
dos envolvidos, transformam-se em indicadores para uma
prtica educativa de qualidade; a avaliao confere relevncia
ao processo de autoavaliao do aprendizado quantitativa e
qualitativamente, pois influencia na formao de sujeitos que
assumem cada vez mais a responsabilidade e o controle da
construo de suas aprendizagens.
As TDIC e a Democracia
238 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
Se por um lado, ainda h barreiras de acesso, por causa
de pobreza, infraestruturas de comunicao precria ou, ain-
da, por falta de habilidades e de treinamento digital. (VIL-
CHES, 2003) e falta de vontade poltica, por outro,
240 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
O objetivo geral do curso capacitar dirigentes e tcnicos
da educao, de forma a contribuir para a efetiva participa-
o dos profissionais da educao e da comunidade na ges-
to escolar e para a melhoria da qualidade social da educao
bsica ofertada nas escolas pblicas. A capacitao tambm
pretende: promover a gesto democrtica; apoiar os Conse-
lhos Escolares na construo coletiva de um projeto polti-
co-pedaggico no mbito da escola, em consonncia com o
processo de democratizao da sociedade; oferecer os conhe-
cimentos necessrios para a atuao efetiva dos conselheiros;
estimular a integrao entre os Conselhos Escolares; oferecer
os conhecimentos necessrios para a qualificao dos traba-
lhadores das Secretarias Municipais e Estaduais de Educao
para atuarem como multiplicadores do Programa Nacional de
Fortalecimento dos Conselhos Escolares.
A experincia desenvolvida na Universidade Federal
do Cear (UFC) por meio do Grupo de Pesquisa e Ensino em
Formao Educacional e Tecnolgica (GPEGE www.virtual.
ufc.br/gpege) do Instituto UFC Virtual da UFC. O material di-
dtico sugerido por dez cadernos, mas a equipe de trabalho
daquela universidade desenvolveu um novo material, a par-
tir dos cadernos, formatado em Portable Document Format
(PDF) para Flash, conferindo uma maior interatividade com
o estudante. Desse modo, esse material se configura em ani-
maes, slides, recursos de leituras passo a passo por meio
de abas, quadrinhos, alm de citaes de outras referncias
e multimdias, como vdeos, imagens, udios e textos. Outro
destaque foi que, para minimizar a evaso, a equipe realizou
comunicao com as secretarias de educao, os cursistas, por
meio de ofcios, comunicados e telefonemas.
Nesta especificao, esto envolvidos na execuo direta
coordenador, supervisores, suportes tcnicos administrativos,
1
O Moodle (Modular Object-OrientedDynamic Learning Environment)
um Ambiente Virtual de Aprendizagem que, na forma de um sistema
administrado, composto de atividades educacionais para comunidades on-
line, com objetivo da aprendizagem na modalidade Educao a Distncia.
(http://moodle.org).
242 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
foram constatados, segundo nossa anlise, aspectos de signi-
ficncia e representatividade, alm de haver uma das maiores
ocorrncias em nmeros de mensagens entre os participantes.
A escolha foi o Frum 1 - Caderno 1 da turma 1C, porque a
proposta do mesmo identificar resultados da funo da escola
relacionada formao cidad, em que o tema para discusso
o seguinte: Tendo em vista a funo social da escola, descrita
no Caderno 1 (p.17) reflita com seus colegas os resultados, no
tocante a formao do cidado, alcanados pela escola, nos dias
de hoje. (ver Quadro 4.1, no Apndice A). O perodo da ativi-
dade foi de 01 a 20 de abril de 2011. No total foram 132 mensa-
gens postadas, entre cursistas e tutor, respostas atividade ou
respostas s mensagens, ou seja, sem ou com interaes entre
os participantes, 67 no total dos 75 estudantes matriculados e
a presena do professor tutor. O coordenador estava includo
tambm, mas sem o objetivo de participao.
244 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
Reis (2010) faz uma anlise dos estudos de Bassani
(2009) e David (2009) e chegou ao cruzamento desses dois
referenciais, propondo parmetros de observaes de intera-
es na ferramenta frum de EAD. O autor pde perceber se-
melhanas hbridas entre as categorias afetivo e amor, que
correspondem mesma proposta. Portanto, percebemos duas
categorias de anlise que se convergiram: amor / afetivo.
Na continuao destes cruzamentos, observamos outro
cruzamento entre os parmetros epistemolgico e pensar cr-
tico, porque a abordagem epistemolgica se refere ao proces-
so de construo do conhecimento sobre determinado estudo,
e este momento em que trabalhada a reflexo. Portanto,
temos o parmetro pensar crtico/epistemolgico. Alm dis-
so, apesar de a proposta das categorias serem propostas para
perfis especficos de sujeitos, como apenas para estudante ou
apenas professores, nossa inteno tambm desdobrar as
mesmas para qualquer representao.
O quadro 1 apresenta o cruzamento das categorias a partir dos
dados dos autores Bassani (2009), David (2009) e Reis (2010):
Fonte: Elaborao prpria a partir dos dados de Bassani (2009), David (2009)
e Reis (2010).
246 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
categorias de predominncia, especificao e essncia nas
mensagens analisadas. Por questo tica, no identificaremos
os nomes dos participantes.
Percebemos um modelo de avaliao da aprendizagem
por meio das anlises de interao e trocas de valores entre
sujeito individual e interindividual. Estas prticas podem
disponibilizar suporte de avaliao do desempenho dos estu-
dantes apenas quanto participao segundo interao com
o estudo ou com o(s) outro(s), porque fundamental alertar
para o quantitativo de acessos, postagens, ausncia e inte-
rao, que podem representar limitaes, seja por cpias e/
ou fuga do objeto estudado, contudo, tambm atentamos
para a possibilidade do sujeito individual estar em estado
de aprendizagem at mesmo quando apenas acessa o frum.
Ainda assim, apresentamos o quadro de interaes individu-
ais e interindividuais:
Tutor 31 0 31
68 75 1 1 0
248 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
rias de avaliao. Inicialmente, neste quadro, verificamos
que os maiores percentuais so das categorias pensar crti-
co / epistemolgico e social, 34% e 32% respectivamente.
Isto representa o perfil geral da turma no frum analisado,
no caso, reflexiva para construo do conhecimento a partir
da proposta da atividade e referente s aes sociais. Este
aspecto ajudado pela proposta do frum, que identificar
resultados da funo da escola relacionada formao cida-
d. Esse resumo nos remete constatao que da atividade
proposta j induz os sujeitos citarem exemplos cotidianos,
os contextos sociais locais e fatos que representam a coleti-
vizao e colaborao.
Por outro lado, antes da anlise aprofundada relativa
categoria pensar crtico / epistemolgico, que obteve o maior
nmero de incidncias, podemos nos antecipar em perceber
que h um sinal importante em comum que particulariza a
turma, pois existe um dominante de reflexibilidade de te-
mas que pode proporcionar a construo do conhecimento.
Alm disso, identificamos um cenrio de pistas que remetem
a aprendizagem, a graus de desempenho, a aes gestoras da
turma por meio de intervenes.
Para esse ltimo aspecto, f nos homens com o terceiro
maior percentual, 17%, tambm percebemos que atitudes de
incentivo e estmulo podem trazer contribuies significativas.
No deixemos de citar, por meio da categoria humil-
dade, com 11%, a expresso de igualdade entre os sujeitos,
demonstrando valores relacionais entre professor e estudante
em que nenhum est acima de verdades e detentores exclusi-
vos de conhecimentos. Claramente, nenhuma postagem apre-
sentou desvio desse parmetro, mas ficou mais evidente em
15 mensagens, assim como podemos acompanhar na tabela 2
em nossas anlises qualitativas, descritivas e interpretativas.
250 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
construo do conhecimento, porm, faremos um diferencial
citando em que ocorrem trocas individuais. Vejamos ainda os
casos que demonstram limitaes do suporte avaliativo quan-
titativo das postagens.
Em considerao ao quadro quantitativo das postagens,
verificamos um limite de avaliao da aprendizagem eviden-
ciada nas postagens a seguir:
252 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
Quadro 3 Postagens em Torno do Estudante 28 e suas
Interaes
Interao Mensagem Categoria
Interao
Re/Re: - [Tutor]: Ol Aluno 28 e demais
Interindividual
cursistas!
Tomando como base o pensamento da colega
Aluno 74de que difcil lidar com alunos que
no ainda no tem a cultura de participar das f nos homens
atividades escolares o que voc acha que a es-
cola atual vem fazendo para formar cidados?
Ser que ela vem cumprimdo este papel?
Abs,
254 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
A contribuio do Tutor neste processo de discusso
ganha importncia, pois instiga o Estudante 28 a refletir e
continuar citando exemplos de acordo com a discusso, ca-
racterizando um ato de f nos homens. Isto demonstra o
gerenciamento e o acompanhamento da turma, a valorizao
da autonomia. Isto pode ser observado na maioria das men-
sagens do tutor, assim como ocorre nesta interao. Porm,
pouco houve retorno dos estudantes, porque esses se omiti-
ram e no responderam aos questionamentos, seja pela au-
sncia posterior as suas participaes ou pelo pouco tempo da
atividade. Quanto a isso, no cabia atual pesquisa se deter.
Como predominncia, o Estudante 28, depois de questiona-
do, respondeu num vis social, pois relaciona itens de possi-
bilidades de acontecimentos sociais a partir de aes concre-
tas. Numa outra postagem de interao ao sujeito anterior,
observamos uma mensagem do tipo amor / afetivo atravs
da trplica do Tutor ao agradecer pela resposta. Este exemplo,
nesta interao, um dos poucos casos em que esta categoria
predomina. Isto ocorre devido ao perfil dos sujeitos e do AVA
ou a no inteno da proposta da atividade.
Nossas anlises levam a caracterizar esta interao como
interindividual, pois a interao aconteceu entre sujeitos e o
tema em discusso. Se a postagem do Estudante 74 estivesse
isolada, assim como a do Estudante 21, a interao seria in-
dividual, mas o Estudante 28 deu outro rumo s discusses.
Ainda de acordo com o quadro 3, na segunda interao, h
um fator importante, pois quem ocasiona uma interao in-
terindividual o Estudante 28, que provoca a participao
do Tutor e o Estudante 36, que esto em consonncia com a
postagem anterior, logo, esses caracterizam a categoria hu-
mildade. No entanto, o diferencial dessa vez que o 28, em
sua mensagem predomina o pensar crtico / epistemolgico,
Consideraes Finais
256 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
diao e interveno. No estudo do campo de pesquisa, pude-
mos trazer melhores esclarecimentos sobre o Curso Formao
Continuada a Distncia em Conselhos Escolares.
A princpio, podemos dizer que, por meio das categorias
de estudo, traamos subsdios para a avaliao da aprendiza-
gem dos sujeitos envolvidos em AVA, logo, podendo ser apli-
cados em ferramentas assncronas, em que no h necessidade
de interao simultnea, porm as pistas em mensagens pos-
tadas nos levam a perceber que em ferramentas sncronas, os
parmetros tambm podem ser utilizados. Vale refletir para o
no equvoco da resposta imediata na ferramenta assncrona,
porque a inteno que haja fundamental um planejamento
e um perodo de tempo para participaes, porm no pode
fora do prazo.
Assim sendo, as ferramentas de aprendizagem em AVA
que possibilitam interao podem ser consideradas tambm
como espao de aprendizagem virtual, em que a atuao dos
participantes acaba caracterizando a comunicao eficiente.
Esta argumentao importante porque verificamos nos re-
cortes a comunicao falha, revelando a falta de autonomia
por parte dos estudantes, logo, no basta que o professor
apenas proponha discusses e incentive. Alm de ficar claro
o papel de todos na forma cooperativa, fundamental eviden-
ciar as atitudes no frum estudado, por exemplo, respeito,
igualdade, senso questionador, aprofundamento das discus-
ses com citaes de outras referncias. Reconhecemos ou-
tras potencialidades tecnolgicas, com as suas devidas falhas.
Da vlida discusso sobre a utilizao das tecnologias para
a aprendizagem.
A nossa pesquisa no tem a pretenso de apresentar so-
lues definitivas, mas trazer possibilidades em busca de su-
perar algumas dessas limitaes dos sistemas de avaliao em
258 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
O universo do trabalho investigativo possibilitou o
aprofundamento de estudos dialgicos, trocas interacionis-
tas, ainda que cientes que h muito ainda a desvendar, pois
fizemos uso de apenas algumas. Como propostas futuras,
podemos descobrir outros parmetros de avaliao a partir
de outros autores, assim como realizar estudos nos diver-
sos campos da rea de humanas, com objetivo de verificar
comportamentos, papis, atitudes, enfim, estudos sociol-
gico, psicolgico, filosfico, educacional, poltico, cultural,
comunicacional. Tambm vlida a ideia de aplicao de
questionrio, entrevistas na mapeamentos das aprendiza-
gens podem ser implementados para identificar evidncias
da aprendizagem significativa.
A inteno que o nosso estudo venha a ser mais uma
referncia para futuros trabalhos. Levando em considerao
que estamos e somos interligados numa teia, rede social em
escala global, ainda que enfrentemos os desafios, sabemos
que uma ao num lugar e num momento pode influenciar
toda uma sociedade, levando-a a um permanente movimento
de transformao.
Referncias Bibliogrficas
260 EDERCLINGER MELO REIS / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / CIBELLE AMORIM MARTINS
In: VASCONCELOS JNIOR, R. E. P. (Orgs.). Cultura, edu-
cao, espao e tempo. Fortaleza: Edies UFC, 2011.
Introduo
1
Esse Programa foi criado por portaria ministerial, em 2004, para cumprir
o que determinam as trs principais leis da educao: a Lei de Diretrizes e
Bases (LDB), de 1996; o Plano Nacional de Educao (PNE), de 2001; e o Plano
de Desenvolvimento da Educao (PDE), de 2007. Ele visa implantao
e o fortalecimento de conselhos escolares nas escolas pblicas de educao
bsica nas cinco regies do pas, envolvendo os sistemas de ensino pblicos
estaduais e municipais por meio de sua adeso sistemtica de apoio tcnico,
pedaggico e financeiro do Ministrio da Educao (LUIZ, BARCELLI &
CONTI, 2010, p. 12).
NGELA TORQUATO ONOFRE / CIBELLE AMORIM MARTINS / EDERCLINGER MELO REIS / LCIA HELENA C.
266 F. LEITE / MARIA DULCE B. R. FREITAS / MARIA JOS PORTO ALENCAR / PATRCIA FERNANDES C. MARTINS
Ao longo dos anos at os dias atuais, vem-se criando pol-
ticas pblicas que procuram promover a participao social e
formao do cidado voltada superao da configurao hie-
rrquica ainda presente nas instncias pblicas, inclusive no
Sistema Educacional Brasileiro. Uma dessas polticas PN-
FCE. Podemos observar a multiplicao de criao de Conse-
lhos, especialmente aps a promulgao da LDB No 9394/96.
No que se refere aos processos formativos, o MEC tem criado
diversas estratgias, em parceria com os governos municipais
e estaduais, para desenvolver as principais aes de atuao
dos conselheiros escolares.
Nesse sentido, a Universidade Federal do Cear (UFC)
por intermdio do Instituto UFC Virtual, vem contribuindo
para ampliar a formao em CE, ofertando cursos na moda-
lidade semipresencial para tcnicos das secretarias de educa-
o do Cear e de outros estados brasileiros. Este artigo de-
limita sua anlise formao realizada durante o perodo de
25 de fevereiro a 15 de agosto de 2012. Os cursos ofertados
pelo Grupo de Pesquisa e Ensino em Formao Tecnolgica
e Educacional2 (GPEGE) no mbito do PNFCE comungam
com os objetivos da gesto democrtica, entendendo a escola
como um espao que deve desenvolver aes educacionais no
sentido de promover uma educao de qualidade, respeitan-
do as experincias e conhecimentos individuais e apoiando as
diferentes formas de pensar e agir. A valorizao do saber de
cada aluno fundamental para que sejam banidas da escola
as presses que levam evaso escolar e consequentemente
excluso social. no espao da escola que deve acontecer uma
troca de saberes e uma maior integrao que vem enriquecer
o processo educativo e quem dele participa. Esta uma das
2
Para mais informaes acesse: www.virtual.ufc.br/gpege
NGELA TORQUATO ONOFRE / CIBELLE AMORIM MARTINS / EDERCLINGER MELO REIS / LCIA HELENA C.
268 F. LEITE / MARIA DULCE B. R. FREITAS / MARIA JOS PORTO ALENCAR / PATRCIA FERNANDES C. MARTINS
tipo de escola que deve ser construdo para a sociedade que se
quer, ou seja, mais justa e igualitria. Destaca-se neste artigo,
o efetivo envolvimento de todos os envolvidos na construo
coletiva de ideias, na reflexo sobre a autonomia da escola,
melhoria das relaes entre todos os atores implicados na
prtica educativa, na resoluo de problemas. Por outro lado,
houve aspectos que identificamos como dificuldades ainda
presentes no cotidiano escolar, como a gesto autoritria e
submissa por parte do Conselho, desconhecimento tcnico
das leis por parte dos membros no acompanhamento da ges-
to, ausncia de participao de alguns segmentos da comuni-
dade e o no atendimento das demandas da comunidade pe-
las diversidades encontradas. Esses elementos precisam ser
problematizados na prtica democrtica no sentido da busca
por superao.
Assim, propomos no presente artigo realizar uma anlise
de relatos apresentados pelos cursistas participantes da For-
mao Continuada em Conselho Escolar por meio de amos-
tragem coletadas em ferramentas de interao, com vistas a
enriquecer a discusso e reflexo sobre a gesto democrtica
da escola. Dessa forma, apresentaremos elementos positivos,
como tambm entraves na prtica da gesto democrtica que
possam servir de base para aes no campo da formao.
Relato de cursistas
3
Estes cadernos foram elaborados dentro das aes do Programa de
Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Trata-se de uma coleo de 12
cadernos basilares que foram impressos e distribudos s escolas pblicas
de todo o territrio nacional. Diversas formaes na rea de gesto escolar e
conselhos escolares utilizam esse material em suas discusses e atividades.
Para consultar a verso em PDF dos cadernos acesse: www.mec.gov.br
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270 F. LEITE / MARIA DULCE B. R. FREITAS / MARIA JOS PORTO ALENCAR / PATRCIA FERNANDES C. MARTINS
o poder e as consequentes responsabilidades. Mentira,
porque o aluno fica calado, o segmento pai geralmente
concorda com tudo, o presidente do conselho geralmente
fica refm do segmento nato, cad a gesto democrtica?
No quero dizer que para tudo dissemos amm, muitas
vezes os demais segmentos ficam margem do ocorrido
na escola. Como pode haver educao de qualidade se
no h gesto democrtica, se as decises so feitas s
portas fechadas, tambm no podemos esquecer dos re-
cursos, todos j determinados. (desculpa-me o desabafo).
NGELA TORQUATO ONOFRE / CIBELLE AMORIM MARTINS / EDERCLINGER MELO REIS / LCIA HELENA C.
272 F. LEITE / MARIA DULCE B. R. FREITAS / MARIA JOS PORTO ALENCAR / PATRCIA FERNANDES C. MARTINS
sabido que existem grupos gestores que compreen-
dem o conselho como uma extenso de sua administrao e
por isso, precisam cuidar para que seus indicados ou pesso-
as de sua confiana faam parte da equipe, para reforarem
as aes de trabalho definidas, os programas elaborados e as
prestaes de contas estruturadas. Em contrapartida, outras
realidades so verdadeiros exemplos de democracia, de justi-
a, de interao, compartilhamento e principalmente de co-
letividade. Conforme coloca Mendona (apud ABRANCHES,
2003, p.18):
NGELA TORQUATO ONOFRE / CIBELLE AMORIM MARTINS / EDERCLINGER MELO REIS / LCIA HELENA C.
274 F. LEITE / MARIA DULCE B. R. FREITAS / MARIA JOS PORTO ALENCAR / PATRCIA FERNANDES C. MARTINS
jovens que, de certa forma, foram postos margem da
vida escolar e, por conseguinte, do mercado de traba-
lho. Ainda existe a propagao do uso de drogas ilci-
tas, os casos precoces de iniciao sexualidade, dan-
do margem para o crescimento dos ndices de gravidez
na adolescncia.
A escola tem buscado fortalecer a gesto e tentado fir-
mar parcerias com a comunidade procurando valorizar
o potencial existente na mesma. Ainda tem estimulado a
prtica da gesto democrtica, buscando se fortalecer
como ncleo de cidadania na comunidade, tem valori-
zado a comunidade escolar e procurado incentivar as
habilidades individuais.
Analisando este contexto percebe-se que as relaes da
comunidade em relao escola em que est inserida,
deve ser harmoniosa e recproca, isso muito bom, pois
ajudar a instituio a resolver problemas e encontrar
mecanismos para que seja ainda mais eficaz em suas
atividades.
NGELA TORQUATO ONOFRE / CIBELLE AMORIM MARTINS / EDERCLINGER MELO REIS / LCIA HELENA C.
276 F. LEITE / MARIA DULCE B. R. FREITAS / MARIA JOS PORTO ALENCAR / PATRCIA FERNANDES C. MARTINS
sor, geralmente, no pertencer mesma classe social do
aluno e, por isso, considera seus hbitos e expectativas
como corretos em detrimento dos do aluno. O prprio
fato de o professor ter cursado uma graduao e, com
isso, ter apreendido os signos da boa educao (ain-
da considerado um dos principais objetivos da escola),
aponta para a divergncia de classe social entre esses
dois segmentos escolares, pois em geral o pblico da es-
cola pblica de classe baixa.
Com isso, a escola acaba atendendo aos interesses hege-
mnicos da sociedade, conforme destacado no Caderno
3, que visam apenas qualificar futuros empregados, do-
mestic-los e torn-los obedientes a um sistema opres-
sor e explorador que ir consumi-los por completo, no
somente sua fora de trabalho.
Como tentei destacar, a questo da valorizao da cultu-
ra da comunidade escolar parece ser um grande desafio
para todos os segmentos que compem a escola. Para
haver essa valorizao necessrio que todos compre-
endam a importncia da diversidade cultural existente
em nossa sociedade e que respeitar essa diversidade
fundamental para melhorar os resultados da educao:
aprendizagem, evaso, etc.
NGELA TORQUATO ONOFRE / CIBELLE AMORIM MARTINS / EDERCLINGER MELO REIS / LCIA HELENA C.
278 F. LEITE / MARIA DULCE B. R. FREITAS / MARIA JOS PORTO ALENCAR / PATRCIA FERNANDES C. MARTINS
No sou poetisa profissional Analisa, critica e sugere
Mas gosto de arriscar Faz isso constantemente
Fazer versos que rimam Por isso que de incio
Para algum apreciar Falei de encantamento
E na literatura de cordel De sonho e fico
Eu fico a me encantar Esse meu julgamento
Que conselho desse nvel
Os versos desse poema Deve est em andamento
de um cordel encantado
o sonho que eu tenho Na verdade o que temos
de um conselho arretado De fato e de real
trabalhando ativamente a criao de um Conselho
dando conta do recado s para efeito legal
para assinar papel
sendo deliberativo muito longe do ideal
sendo fiscalizador No PPP da escola
mas tambm na parceria Ele apenas assistiu
junto ao ncleo gestor A leitura do documento
buscando se envolver Ele apenas ouviu
sendo um rgo lutador Pois participar como devia
Isso nunca existiu
que participa com afinco
da atividade escolar Talvez esta realidade
poltico e pedaggico Tenha alguma exceo
ele vai participar E que em alguma escola
dando sua sugestes Haja participao
ajudando a melhorar Do incio at o fim
Do planejar a execuo
No projeto pedaggico
Participa ativamente Continuo refletindo
Do planejar a execuo Sobre o real e a iluso
No avaliar permanente O que temos e o que teremos
Consideraes Finais
NGELA TORQUATO ONOFRE / CIBELLE AMORIM MARTINS / EDERCLINGER MELO REIS / LCIA HELENA C.
280 F. LEITE / MARIA DULCE B. R. FREITAS / MARIA JOS PORTO ALENCAR / PATRCIA FERNANDES C. MARTINS
As diversas ambientaes significam a apropriao dos
contedos contextualizados, como conhecimento de cidada-
nia, leis, administrao pblica, participao democrtica e
disseminao de ideias diversas. Portanto, averiguamos refle-
xes de articulao entre teoria e prtica.
Encontramos pistas de ideias motivacionais da socie-
dade para uma ao conjunta e, por outro lado, muitas vezes
constatamos o desconhecimento da populao sobre o que
um Conselho Escolar, suas atribuies, seu impacto na escola
e como se desenham seus processos participativos no mbito
das comunidades escolar e local. Trazer a sociedade para den-
tro da escola tambm uma maneira de mostrar a transpa-
rncia de suas aes, ao passo que as capacitaes realizadas
so pertinentes para mobilizar e sensibilizar a sociedade para
a importncia da construo de espaos democrticos, co-
mear pelas instituies escolares.
O compartilhamento de experincia e divulgao por
meio de publicaes uma oportunidade de aproximar a co-
munidade cientfica da problemtica existente nas escolas
pblicas brasileiras, reduzindo por sua vez a distncia entre
a teoria construda no interior da universidade e a realidade
vivida nas escolas. Neste artigo, no qual destacamos a voz dos
atores principais dessa realidade, possibilitamos a valorizao
de suas construes crticas ao longo do curso, dando vida ao
contedo, tornando-o instrumento efetivo de fortalecimento
dos Conselhos Escolares. Colocamo-nos cientes de que as for-
maes devem se submeter a constante processo de avaliao
e reviso, assumindo o compromisso de melhorar a qualidade
da educao no nosso pas.
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282 F. LEITE / MARIA DULCE B. R. FREITAS / MARIA JOS PORTO ALENCAR / PATRCIA FERNANDES C. MARTINS
CURSO PARA CONSELHEIROS ESCOLARES: USO DE RECURSOS DE
ANIMAO DIGITAL PARA CONCEPO DE MATERIAL PEDAGGICO
Introduo
1
Para mais informaes acesse: www.virtual.ufc.br/gpege
2
A compilao trata de unir em um s documento todos os arquivos
produzidos por cada equipe responsvel.
3
A sincronizao quando todos os udios (falas de personagens e outros
sons) so sincronizados com as aes que acontecem em cada cena.
284 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
Concepo do Contedo do Curso
4
Para ver a coleo completa dos cadernos do PNFCE acesse o site: www.
mec.gov.br
5
Animao em flash um tipo de animao, antigamente criada no
programa Macromedia flash, atualmente no Adobe Flash e distribuda
em formato fla como raiz e swf como animao exportada. A maioria
das animaes em flash distribuda na web. Disponvel em: <http://
pt.wikipedia.org/wiki/Anima%C3%A7%C3%A3o_em_Flash>. Acesso em:
15 out. 2012.
6
Microsoft PowerPoint um programa utilizado para criao/edio
e exibio de apresentaes grficas. usado em apresentaes,
cujo objetivo informar sobre um determinado tema, podendo
usar: imagens, sons, textos e vdeos que podem ser animados de diferentes
maneiras. Disponvel em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Power_Point>.
Acesso em: 15 out. 2012.
286 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
Figura 1 Roteiro em Power Point para Produo de
Animao
Fonte: Elaborada pelos autores.
7
Storyboard so organizadores grficos tais como uma srie
de ilustraes ou imagens arranjadas em sequncia com o propsito de
pr-visualizar um filme, animao ou grfico animado, incluindo elementos
interativos em websites. Disponvel em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/
Storyboard>. Acesso em: 15 out. 2012.
288 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
zadas no curso, busca-se formar pessoas que depois possam
operar coletivamente por uma escola democrtica pautada
na gesto participativa. A promoo da cultura da participa-
o social e a conscincia de que todos do conselho devem ter
acesso s tomadas de decises na escola so pilares do PN-
FCE, para o fortalecimento da democracia e de uma educao
de qualidade.
290 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
As Teorias Envolvidas no Processo
292 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
mocrtica da escola preciso que o gestor tenha a formao
adequada e possa conduzir suas aes de forma a garantir a
participao de todos. Assim, Libneo estabelece como sendo
requisitos da gesto democrtica:
8
Caracteriza-se a educao a distncia como modalidade educacional na qual
a mediao didtico-pedaggica nos processos de ensino e aprendizagem
ocorre com a utilizao de meios e tecnologias de informao e comunicao,
com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em
lugares ou tempos diversos. (BRASIL/MEC, 2005).
9
Novas Tecnologias de Informao e Comunicao so aquelas referentes aos
processos e produtos relacionados com os conhecimentos provenientes da
eletrnica, da microeletrnica e das telecomunicaes. (KENSKI, 2007, p.25).
10
World Wide Web, em Portugus Rede de Alcance Mundial, isto , sistema
de documentos interligados e executados pela Internet.
294 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
educacional no Brasil, a formao continuada tem cada vez
mais utilizado a EAD como modalidade de ensino. Rivero
nos chama ateno para o fato de estarmos envolvidos em
um novo processo de educao em escala planetria, por
meio do qual:
Nome da
Atribuies Produtos
Equipe
Esta equipe responsvel pela elabora-
o dos roteiros iniciais para adaptar o Contedos em for-
Equipe
contedo das aulas e dos jogos ao for- mato de roteiros
Pedaggica
mato da animao. cinematogrficos.
296 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
Esta equipe possui uma viso geral de
toda a aula (desde a abertura at os cr-
Animaes em
ditos finais). Ela recebe os arquivos em
uma sequncia
Compilao e flash (.fla) e organiza em sequncia atra-
preparada para
Animatic vs de programao em Action Script11.
reproduo em
Tambm torna possvel a navegao
DVD.
entre as cenas, inserindo os botes de
retornar, avanar e pausar.
11
Adobe Actionscript uma linguagem de programao da plataforma Adobe
Flash. Originalmente desenvolvida como um meio para os desenvolvedores
programarem dinamicamente, melhorando a eficincia do desenvolvimento
de aplicaces na plataforma Flash, desde uma imagem simples a uma
complexa animao. Disponvel em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/
ActionScript>. Acesso em: 8 nov. 2012.
298 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
do a um pblico-alvo to diversificado surgiu a ideia de apro-
ximar estes processos daquilo que eles tm de potencialmente
teis ao educativa que intentamos desenvolver. Com efei-
to, procuramos implementar uma espcie de jogo avaliativo
que por um lado, um momento de descontrao e ao mes-
mo tempo de aprendizagem e avaliao, no qual o(a) cursista
pudesse se assenhorear do processo avaliativo, quase sempre
delegado exclusivamente aos docentes, e, consequentemente,
sentir-se motivado a continuar aprendendo e ao mesmo tem-
po se divertindo.
A polissemia atribuda palavra jogo se apresenta na
contemporaneidade em pelos menos trs conotaes poss-
veis, quais sejam:
12
Da o termo Game de origem inglesa.
13
Por ludicidade ou por educao ldica entendemos semelhana de
Nunes (2003, p.30) uma ao que integra uma teoria profunda e uma
prtica atuante. Seus objetivos, alm de explicar as relaes mltiplas do ser
humano em seu contexto, social, cultural, psicolgico, enfatizam a libertao
das relaes pessoais passivas, tcnicas para as relaes reflexivas, criadoras,
inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso
consciente intencional, de esforo, sem perder o carter de prazer, de
satisfao individual e modificador da sociedade. Destas indicaes,
fundamentam-se muitos dos pressupostos terico-metodolgicos que
espelham nossas argumentaes e intencionalidades no decurso deste
esforo acadmico.
300 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
ademais, o elemento fundante da concepo do programa
de fortalecimento dos Conselhos Escolares em curso, prove-
mos intencionalmente adequaes objetivando possibilitar ao
prprio cursista a opo pelo momento no qual gostaria de
se submeter ao esse momento de sondagem que no necessa-
riamente ser no incio do curso, podendo ocorrer a qualquer
instante que aprouver ao cursista. Neste enfoque, a funo
diagnstica da avaliao assume um grau timo, ao possibili-
tar que o cursista cheque seu nvel de conhecimento em qual-
quer fase da aula ou do curso.
Ante o aspecto formativo do processo de avaliao no
contexto social do jogo, procuramos possibilitar que o cursista
pudesse per si acompanhar sua prpria aprendizagem, me-
dida que o feedback gradativo seja dado durante todos os mo-
mentos de avaliao, aula a aula, ao a ao, o cursista in-
formado do seu desempenho, podendo a qualquer momento,
reaver os conceitos e noes essenciais da temtica abordada
em cada aula, permitindo, desta feita, a condio de observar
seu itinerrio formativo. Acreditamos, portanto, que:
302 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
relacionados s funes do Conselho Escolar, por exemplo,
esto presentes em mais de uma aula, sendo retomadas em
diferentes mdulos do curso, sempre que a temtica desen-
volvida suscitar. Este aspecto de movimento do contedo,
cujos limites de localizao especfica no se pode precisar a
priori, requer da sistemtica de avaliao um vis somativo
que acompanhe a ordem de grandeza que caracteriza a cada
momento a dinmica desta aprendizagem que intenciona su-
perar a concepo positivista das caixinhas de contedo que
suscita um processo de avaliao muitas vezes engessado.
Assim, de uma forma geral, a avaliao no contexto so-
cial do jogo pedaggico em EAD, se obriga, enquanto parte
deste todo que o PNFCE, ser tambm contnua e cumulativa,
pois uma vez que os conhecimentos apreendidos so sempre
retomados em um patamar de abstrao superior, tambm
os resultados avaliativos j mensurados, podero ser refeitos
sempre que o aluno achar conveniente e/ou necessrio. Pen-
samos ser este o sentido maior da avaliao, considerando
que at mesmo para os sistemas formais de ensino, conforme
preceitua o artigo 24, inciso V, da Lei de Diretrizes e Bases da
Educao Nacional No 9394/96
304 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
cisasse de ajuda para fazer um strike14, surgiria na tela uma
janela, no interior da qual ele seria solicitado a completar uma
determinada frase que versasse sobre o contedo estudado,
oferecendo inclusive menu de ajuda atravs da consulta a li-
vros, a personagens da aula e assim por diante. medida que
o cursista vai jogando e paralelamente vai sendo submetido
ao conhecimento trabalhado nas aulas, as pontuaes obti-
das so compiladas em um mostrador na prpria tela do jogo.
Desta forma, a cada momento do jogo avaliativo, o cursista
teria o feedback15 de seu desempenho. E, ao final deste pro-
cesso, ele teria um parmetro que em verdade consiste no seu
desempenho, sua avaliao.
14
Expresso para se referir a uma ao prpria do jogo de boliche.
15
No processo de desenvolvimento da competncia interpessoal o feedback
um importante recurso porque permite que nos vejamos como somos
vistos pelos outros. ainda, uma atividade executada com a finalidade de
maximizar o desempenho de um indivduo ou de um grupo. Disponvel em:
< http://pt.wikipedia.org/wiki/Feedback>. Acesso em: 19 out. 2012.
Consideraes Finais
306 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
te dilogo entre todos os envolvidos para o enfrentamento
das barreiras comunicacionais e questes emergentes de
um processo totalmente novo. Alm das peculiaridades do
pblico-alvo, o projeto de produo de material pedaggico
se deparou com aes multidisciplinares de criao de con-
tedo multimdia.
H perspectivas de novos projetos de produo de
material, o que impulsiona o aperfeioamento dos processos
imbricados na oferta de cursos de formao continuada, em
particular aqueles que so realizados na modalidade de Edu-
cao a Distncia, a qual vem sendo utilizada de forma cada
vez mais intensa em programas governamentais.
Em sintonia com a viso de uma sociedade plural e de-
mocrtica, concentramos esforos para que o resultado des-
se trabalho reflita as expectativas de melhoria da educao
pblica brasileira, por meio da gesto democrtica da escola.
Assim, parece-nos que a busca de inovaes tecnolgicas em
mbito educacional est permanentemente em prol da inclu-
so sociodigital dos envolvidos com os processos formativos.
Agradecimentos
Referncias Bibliogrficas
308 CIBELLE AMORIM MARTINS / CSAR LIMA COSTA / MRCIA CUNHA SILVA COSTA
BROUGRE, Gilles. Jogo e educao. Porto Alegre: Artes M-
dicas, 1998. ALMEIDA, Paulo Nunes. Educao Ldica: pra-
zer de estudar. So Paulo: Edies Loyola. 2003.
Introduo
CIBELLE AMORIM MARTINS / CLEYTON CARVALHO CNDIDO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS
312 / FRANCISCO JOSE DOS SANTOS / SARAH PIRES BARRETO DE SOUZA
mentao, vm sendo exercidas pela Secretria de Educao
Bsica (SEB) do Ministrio da Educao (MEC). Cabendo
ressaltar que, nesse Programa, existe a participao de orga-
nismos nacionais e internacionais que compem um grupo
de trabalho o qual exerce vrias atividades visando a implan-
tao do mesmo.
O Programa supracitado elaborou um material di-
dtico-pedaggico denominado de Conselhos Escolares:
Uma Estratgia de gesto democrtica da educao p-
blica composto de vrios cadernos j elencados em Cap-
tulos anteriores, que serviram de base para a capacitao
de tcnicos das secretarias de educao por meio de cur-
sos presenciais ou a distncia e, dentro dessa perspectiva
, que esse nosso trabalho ir se desenvolver, atravs de
uma narrao de como esto sendo executados esses cur-
sos, atravs da viso de quem est na gesto/coordenao
dos mesmos na rea de atuao da Universidade Federal
do Cear [www.ufc.br].
1
O PAR uma ferramenta de planejamento da poltica educacional brasileira
comandada pelo Ministrio da Educao (MEC). Assim que um municpio
ou estado adere ao Compromisso Todos Pela Educao - programa de 28
diretrizes para a melhoria do ensino nacional -, o secretrio responsvel
por essa rea automaticamente se compromete a elaborar um diagnstico
e uma srie de objetivos para a rede de ensino local. Essas metas devem
ser alcanadas em at quatro anos e so estipuladas junto com diretores,
coordenadores, professores e membros da comunidade. a partir desses
dados que o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educao) pode fornecer
apoio tcnico e financeiro s administraes regionais. Disponvel em: <
http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/par-416141.shtml>.
Acesso em: 15 jan. 2013.
CIBELLE AMORIM MARTINS / CLEYTON CARVALHO CNDIDO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS
314 / FRANCISCO JOSE DOS SANTOS / SARAH PIRES BARRETO DE SOUZA
Ajudar os estudantes a planejar seus trabalhos;
Orientar e supervisionar os trabalhos em grupo;
Esclarecer dvidas sobre os contedos;
Esclarecer sobre os regulamentos e procedimentos
da formao;
Proporcionar retorno das avaliaes realizadas;
Representar os alunos junto aos Supervisores e Co-
ordenadores;
Participar da avaliao do curso;
Manter contato constante com os alunos;
Organizar relatrios da participao dos estudantes,
conforme critrios previamente definidos pelas Co-
ordenaes estaduais;
Realizar as oficinas presenciais com a sua turma de
alunos;
Realizar a correo das atividades e dar retorno aos
estudantes;
Encaminhar Coordenao estadual informaes
sobre os cursistas aptos a receberem o certificado;
Participar das formaes iniciais.
CIBELLE AMORIM MARTINS / CLEYTON CARVALHO CNDIDO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS
316 / FRANCISCO JOSE DOS SANTOS / SARAH PIRES BARRETO DE SOUZA
do desempenho do tutor. Assim, a coordenao pedaggi-
ca programou e executou encontros sistemticos semanais
para troca de experincias da equipe participante junta-
mente com a coordenao do projeto para acompanhamen-
to, avaliao e novos encaminhamentos de aes inerentes
ao mesmo, objetivando melhorar ao mximo o andamento
do projeto.
Sobre o tutor, este profissional se relacionou direta-
mente com o cursista, acompanhando o desenvolvimento
de suas atividades, tirando suas dvidas sobre contedos e
questes administrativas, fazendo a correo das avaliaes,
o registro de notas e resultados e informando ao Supervisor
quaisquer problemas e eventualidades. Ele tambm foi res-
ponsvel por manter o cursista motivado e estimulado du-
rante todo o processo de construo de seu conhecimento.
A tutoria funcionou em esquema de planto, em que os cur-
sistas eram atendidos por correio eletrnico, telefone, fax,
correio postal e pelo prprio AVA, durante todo o perodo da
oferta do curso.
Em relao aos encaminhamentos acadmicos relacio-
nados aos cursistas, a equipe pedaggica buscou desenvol-
ver uma metodologia de ensino que possibilitasse a inte-
grao teoria-prtica mediada pela experincia pedaggica
do professor e estudante, ressignificadas no dilogo com o
campo conceitual e prtico. Considerando que os cursistas
so profissionais da educao com pouca disponibilizao de
tempo para estudo e que grande parte deles no conseguiu
realizar suas atividades dentro do prazo estabelecido pelo
curso, a equipe pedaggica estabeleceu um perodo de uma
semana para aqueles que estavam com pendncias em suas
atividades.
MF = Mdia Final
N= Nota de avaliao do professor-orientador por parti-
cipao online.
CIBELLE AMORIM MARTINS / CLEYTON CARVALHO CNDIDO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS
318 / FRANCISCO JOSE DOS SANTOS / SARAH PIRES BARRETO DE SOUZA
Os critrios para aprovao no curso foram pautados por:
2
MOODLE o acrnimo de Modular Object-Oriented Dynamic Learning
Environment, um software livre, de apoio aprendizagem, executado num
ambiente virtual. A expresso designa ainda o Learning Management System
(Sistema de gesto da aprendizagem) em trabalho colaborativo baseado nesse
programa, acessvel atravs da Internet ou de rede local. Disponvel em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Moodle>. Acesso em: 15 jan. 2013.
CIBELLE AMORIM MARTINS / CLEYTON CARVALHO CNDIDO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS
320 / FRANCISCO JOSE DOS SANTOS / SARAH PIRES BARRETO DE SOUZA
so passa por atribuies diversas como: presena nos fruns,
contribuies prprias e fundamentadas nos textos sugeridos
para leitura, consistncia de ideias, dentre outros elementos
importantes para o desenvolvimento de uma aprendizagem
significativa e no classificatria; bem como, um processo de
avaliao contnuo e dinmico.
A interao entre tutores e cursistas foi considerada bas-
tante positiva devido troca de ideias no AVA, favorecendo a
construo do conhecimento sobre a importncia dos conse-
lhos escolares nas escolas. Como aspecto negativo, destaca-se
a falta de compromisso com os estudantes de um tutor o que
ocasionou o desligamento do mesmo do curso.
CIBELLE AMORIM MARTINS / CLEYTON CARVALHO CNDIDO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS
322 / FRANCISCO JOSE DOS SANTOS / SARAH PIRES BARRETO DE SOUZA
Mdia impressa;
Mdia digital (Web): utilizou-se a tecnologia Adobe
Macromdia Flash, o que possibilitou a integrao
de mdias digitais (imagem, vdeo, udio, texto e hi-
perlinks), como tambm viabilizou o uso de anima-
es com interatividade avanada.
Total de
Supervisor Total de Total de Total de
Matrculas
Responsvel Aprovaes Desistncias Reprovaes
Efetivadas
CIBELLE AMORIM MARTINS / CLEYTON CARVALHO CNDIDO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS
324 / FRANCISCO JOSE DOS SANTOS / SARAH PIRES BARRETO DE SOUZA
vagas, local de trabalho, remunerao, jornada de traba-
lho e requisitos bsicos. No entanto foram estabelecidos
como requisitos as mesmas exigncias profissionais da
Fase anterior.
As principais dificuldades encontradas pelos tutores es-
tiveram relacionadas ao acesso ao AVA. O curso foi ofertado
pela plataforma do Ministrio de Educao MEC. Uma difi-
culdade sentida pelos docentes diz respeito ao contato com os
estudantes. Como muitos deles moram em lugares distantes,
e no tm acesso fcil internet, nem telefone residencial, a
comunicao entre professor-aluno foi prejudicada, contri-
buindo para a evaso dos mesmos. Por outro lado, a falta in-
teresse de muitos cursistas em participar do curso tambm foi
uma das causas do abandono do curso.
Para minimizar esse problema, a equipe pedaggica do
curso entrou em contato com os Secretrios de Educao dos
Municpios por telefone e fax a fim de que estes estimulassem
a participao dos estudantes, no entanto, a falta de apoio das
secretarias para providenciar lanche e transporte para os cur-
sistas se deslocarem para o local do encontro presencial, tam-
bm foi um aspecto que causou a ausncia de muitos cursistas
no Encontro Presencial.
Muitos alunos no possuam e-mail e tiveram que cri-
-lo no ato do cadastro no curso. Outra circunstncia que con-
tribuiu para isso foi que os dados informados pelos cursistas
estavam incorretos, como telefones para contato e os prprios
e-mails. Isso acarretou dificuldades de comunicao, elemen-
to crucial em cursos na modalidade semipresencial.
Aps essas aes implementadas, fruto da experincia
das fases anteriores, chegamos aos indicadores abaixo trans-
critos que veio a demonstrar uma melhoria bastante significa-
tiva no tocante ao aproveitamento positivo do curso:
CIBELLE AMORIM MARTINS / CLEYTON CARVALHO CNDIDO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS
326 / FRANCISCO JOSE DOS SANTOS / SARAH PIRES BARRETO DE SOUZA
pblico-alvo (no somente dirigentes e tcnicos das Secre-
tarias Municipais de Educao, mas tambm, presidentes de
Conselho, diretores e supervisores de ensino e conselheiros
escolares) para aes motivadoras de atuao interna e exter-
na nas escolas.
A efetiva participao nos conselhos deve servir como
incentivo tanto para equipe escolar como para a comunidade
escolar articular uma gesto democrtica na instituio, com
vistas melhoria da qualidade social da educao bsica ofer-
tada nas escolas pblicas.
Este curso nessa fase teve um formato pedaggico dife-
renciado, fizemos uma adequao de um modelo j aplicado
pela UFSCar que achamos apropriado as nossas necessidades
do momento.
A divulgao do curso teve incio com a divulgao do
Edital n 001 no dia 10 de janeiro de 2012. Nesse documento
foram estabelecidas as condies para a inscrio do candida-
to que consistia em duas etapas:
CIBELLE AMORIM MARTINS / CLEYTON CARVALHO CNDIDO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS
328 / FRANCISCO JOSE DOS SANTOS / SARAH PIRES BARRETO DE SOUZA
Acompanhamento das Atividades do Curso
CIBELLE AMORIM MARTINS / CLEYTON CARVALHO CNDIDO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS
330 / FRANCISCO JOSE DOS SANTOS / SARAH PIRES BARRETO DE SOUZA
Outra ao inicial que fizemos foi enviar um ofcio para
todos os municpios que tiveram alunos matriculados no cur-
so, o que totalizou mais de 250 documentos, solicitando dos
gestores da educao municipal uma colaborao para moti-
var os cursistas para que os mesmos tivessem uma participa-
o efetiva.
Prximo ao final do curso, enviamos novamente ofcios
aos municpios que tinham alunos que no estavam participan-
do h mais de 60 dias no ambiente. Essa ao teve uma boa re-
percusso, pois a maioria dos gestores atendeu ao nosso apelo.
Os cursistas foram acompanhados pela Coordenao do
Curso, responsvel pelo processo pedaggico, Supervisores e
pela equipe de Tutoria, que esteve em contato direto e per-
manente com os cursistas, atravs da plataforma e tambm
por ligaes telefnicas aos mesmos, para orientar os estudos,
sanando as dvidas de contedo, e motivando-os a fazerem
suas atividades.
A relao pedaggica entre tutores e cursistas est sendo
considerada bastante positiva face s interaes entre ambos
no AVA, e at mesmo durante os telefonemas, o que vem a
favorecer a construo do conhecimento sobre a importncia
dos conselhos escolares nas escolas.
Consideraes Finais
CIBELLE AMORIM MARTINS / CLEYTON CARVALHO CNDIDO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS
332 / FRANCISCO JOSE DOS SANTOS / SARAH PIRES BARRETO DE SOUZA
(Instituto UFC Virtual), a Internet transmitida por ondas
de rdio, o que a deixa sujeita s intempries das condies
climticas. Acresce-se ainda a imensido da regio e seus as-
pectos geogrficos que influenciam nesse sentido. Alunos re-
lataram que em sua cidade transcorre, muitas vezes, mais de
quinze dias sem acesso a Internet, impossibilitando uma par-
ticipao mais assdua e mais dedicao ao curso.
Com a finalidade de superar tais barreiras tecnolgicas e
geogrficas, acreditamos no significativo potencial das TDIC,
sobretudo a Internet; e na preparao adequada dos profis-
sionais (tutores) que vo lidar diretamente com essa demanda
de formao continuada. Procuramos durante todo o perodo
de realizao do curso, manter os tutores em constante con-
tanto com sua turma de alunos, por meio de ligaes efetu-
adas semanalmente. A UFC disponibilizou linhas telefnicas
para viabilizar tal ao. As linhas efetuavam ligaes tanto
para telefone fixo, como para celular. Foi um recurso de gran-
de valia para manter os cursistas motivados a participar das
atividades e interaes virtuais com o tutor. Muitos que eram
diagnosticados como desistentes, retomaram o curso depois
de receberem a ligao do tutor de sua turma.
Por ocasio da realizao do IV Encontro Nacional de
Fortalecimentos dos Conselhos Escolares em Braslia-DF,
ao qual nos fizemos presente, aproveitamos o intervalo das
aes daquele evento e fizemos uma reunio com os partici-
pantes que tinham origem nos estados para os quais estva-
mos ministrando o curso. Naquela ocasio solicitamos que, ao
regressarem aos seus estados, fizessem uma articulao jun-
to aos alunos matriculados para que os mesmos no se eva-
dissem mostrando a importncia da concluso de um curso
dessa magnitude. Essa foi mais uma ao que foi feita para
reduzir a evaso.
Referncias Bibliogrficas
CIBELLE AMORIM MARTINS / CLEYTON CARVALHO CNDIDO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS
334 / FRANCISCO JOSE DOS SANTOS / SARAH PIRES BARRETO DE SOUZA
GESTO DEMOCRTICA NA ESCOLA ATRAVS DA LENTE DO CONSELHO
ESCOLAR: UMA EXPERINCIA DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE FORTALEZA
Introduo
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
336 TEIXEIRA / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA
O texto est organizado inicialmente destacando o
Conselho Escolar como instrumento de gesto democrti-
ca. Em seguida, apresentamos de forma sucinta sua origem,
funes e atribuies. Por fim, abordamos a experincia do
caso estudado.
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
338 TEIXEIRA / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA
Nos Conselhos Escolares, a participao coletiva se d de
forma indireta, visto que so escolhidos representantes para
cada segmento, sendo eles professores, alunos, pais e funcio-
nrios. Werle (2003) concorda que a representao, nesse
caso, est focada nas decises tomadas em conjunto e no no
papel de cada representante. Portanto, para que o Conselho
Escolar caminhe juntamente com uma administrao partici-
pativa preciso que os representantes caminhem defendendo
os interesses de toda a comunidade escolar, principalmente
na elaborao de acordos e na constituio de negociaes.
Outro fator que leva o Conselho Escolar a um patamar
descentralizador e participativo o conhecimento adquirido
por parte dos conselheiros. Conhecimento das polticas pbli-
cas educacionais em vigor, para que estes no se percam em
atitudes alienadas em que o centro das decises fica em torno
somente dos gestores. Do contrrio, segundo afirmam Maier,
Crdias e Pereira (2009), a falta de informao e de conhe-
cimento das polticas educacionais por parte da comunidade
em geral, a falta de uma conscincia participativa e a centra-
lizao do poder por parte das Secretarias Educacionais e da
direo da escola, torna o Conselho Escolar mais burocrtico.
Contudo, falar de democracia e de gesto participativa na
escola, no falar de um processo mgico que se realiza atra-
vs de discursos, no achar que h uma homogeneizao dos
espaos participativos e sim falar de diversidade de saberes e
de foras polticas, entender que por mais que os envolvidos
no processo tenham a garantia de manifestar-se e de expor
seus interesses, no quer dizer que a equidade, a igualdade e a
qualidade estejam tambm asseguradas.
Werle (2003, p.47) entende que a representatividade do
Conselho Escolar composta por um pluralismo, o qual im-
plica o entendimento de que h vrios grupos que podem ser
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
340 TEIXEIRA / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA
discordar e mudar de posies, ou se a direo pode evitar
a consulta ao Conselho Escolar em determinados assuntos.
(WERLE, 2003, p.61).
Em alguns Estados, como mostram Werle (2003), Luz
(2000) e Antunes (2002), os Conselhos Escolares ainda esto
atrelados s decises e diretrizes advindas das secretarias es-
taduais de educao para caminhar e se estabelecer enquan-
to Conselho Escolar. Nisso se verifica o quanto a educao
pblica est marcada por um padro estatal de controle e de
gesto com ampla tutela do Estado. (WERLE, 2003, p.61).
Segundo Luz (2000, p.103), um exemplo de imitao das
prticas autoritrias e clientelistas governamentais esto nas
diferentes formas de escolha de representantes do Conselho
Escolar, que so feitas por convites, eleies, aclamao em
assembleias e at indicao sem consulta. Todo esse processo
revela que
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
342 TEIXEIRA / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA
A origem dos conselhos se perde no tempo e se confunde
com a histria da poltica e da democracia. A institucio-
nalizao da vida humana gregria, desde seus primr-
dios, foi sendo estabelecida por meio de mecanismo de
deliberao coletiva. Os conselhos de ancios das comu-
nidades primitivas, que se fundavam no princpio da sa-
bedoria e do respeito advindos da virtude, foram sendo
gradativamente substitudos, nos Estados-nacionais, por
conselhos de benemritos ou notveis, assumindo carter
tecnocrtico de assessoria especializada no ncleo de po-
der dos governos. (BRASIL, 2004, p.16).
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
344 TEIXEIRA / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA
diretamente escola, ou seja, qualquer conselheiro que
perde seu vnculo direto com a escola deixa de fazer parte
dele. (COSTA, 2003, p.67).
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
346 TEIXEIRA / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA
Todas essas funes do Conselho Escolar visam o desen-
volvimento e a efetivao de aes democrticas e participati-
vas, previstas na gesto democrtica, ou seja, contribuem assim
para a efetivao da democracia participativa e para a melhoria
da qualidade social da educao. (BRASIL, 2004a, p.41).
Antunes (2002, p.24), tambm afirma que o Conselho de
natureza deliberativa o que melhor pode contribuir para os
processos de democratizao e participao do espao escolar,
e para os membros do conselho, juntamente com os demais
atores do meio escolar, terem a clareza de que o essencial
compreender que no necessrio que todos faam tudo, mas
que todos decidam juntos, com base na discusso coletiva.
De acordo com as funes do Conselho Escolar, algumas
atribuies esto atreladas a elas e a primeira que deve ser
pensada a elaborao do regimento interno do Conselho
Escolar, pois, atravs do regimento, que aes importantes
so definidas, como: calendrio de reunies, substituio de
conselheiro, condies de participao do suplente, proces-
so de tomada de decises, indicao das funes do Conse-
lho, dentre outras. Vale ressaltar que o regimento interno do
Conselho deve observar as normas dos respectivos conselhos
municipais e estatuais, bem como a legislao em vigor. Pos-
teriormente,
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
348 TEIXEIRA / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA
Coordenar o processo de discusso, elaborao ou al-
terao do Regimento Escolar;
Convocar assembleias gerais da comunidade escolar
ou de seus segmentos;
Coordenar o processo de discusso, elaborao ou al-
terao do regimento escolar;
Participar da elaborao do calendrio escolar, no
que competir a unidade escolar, observada a legisla-
o vigente.
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
350 TEIXEIRA / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA
A Experincia do Conselho Escolar da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Jos Parfisal Barroso
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
352 TEIXEIRA / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA
Fiscalizao do dinheiro pblico; acompanhamento pe-
daggico. (MHC).
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
354 TEIXEIRA / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA
disputa com o poder dominante. medida que nos organiza-
mos para participar, estabelecemos uma disputa com o poder
dominante e, com isso, criamos outra forma de poder, e esta
nova forma de poder possibilita a ao de todos em prol de
objetivos comuns. Essa participao muito importante para
todos os processos que envolvem a sociedade.
Os conselheiros afirmaram que as aes so decididas
em conjunto. Um percentual de 83,33% versus 16,67% con-
trrio. No decorrer desse trabalho falamos da importncia da
gesto democrtica e, da importncia dos Conselhos Escola-
res agirem de forma democrtica, bem como os outros rgos
colegiados, visto que a escola o local onde devemos aprender
e apreender todas as formas de participao na sociedade.
As relaes entre os sujeitos de um mesmo grupo ou que
desempenham determinada funo, proporciona um melhor
aproveitamento das atividades propostas. E no caso da educa-
o, aumenta a qualidade e a eficincia do processo educacional.
O pensamento de Freire (1971) nos leva a entender que
a comunicao o que transforma essencialmente os homens
em sujeitos. Com ela, existe a fixao de uma base sustentada
no propsito fundamental que a educao, como construo
compartilhada de conhecimentos, constitui um processo de
comunicao porque se gera atravs de relaes dialticas en-
tre os seres humanos e com a sociedade.
Entendemos que os Conselhos Escolares atuam como
instrumentos promotores da descentralizao e da democra-
tizao. Uma das principais caractersticas dos mesmos a
representatividade. Conforme Salles (2010), a representativi-
dade dos conselhos uma garantia de que as decises por eles
tomadas sero legitimadas e, no sentido inverso, a legitimi-
dade reassegurar a representatividade, em um processo de
retroalimentao.
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
356 TEIXEIRA / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA
Consideraes Finais
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
358 TEIXEIRA / GLUCIA MIRIAN DE OLIVEIRA SOUZA
mo que, inicialmente a motivao seja pouca, havendo uma
maior participao, j notaremos e entenderemos como algo
positivo. Pudemos perceber essa vontade de maior partici-
pao por parte dos prprios membros do Conselho Escolar
ao responderem a ltima questo do questionrio, pois os
membros sugeriram justamente uma maior participao dos
segmentos.
Referncias Bibliogrficas
FRANCISCA APARECIDA PRADO PINTO / FRANCISCO HERBERT LIMA VASCONCELOS / GESYANNE KEILA
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