Roteiro Do Pajé
Roteiro Do Pajé
Roteiro Do Pajé
Pequeno Paj
PEQUENO PAJ
Raul Zelaya
Trino Ypoar
Agradecimento
Dedicatria
Salve Deus.
Cludio Batista
Acervo de Origem
Mestre Carlinhos
Trino Solitrio Jurem - Adjunto Apar
Presidente do Pequeno Paj deste Amanhecer
Mestre Assis
Adjunto Pajeiro
Presidente do Pequeno Paj
a Servio da Clarividente
Pesquisa e Montagem
Mestre Cludio Batista
Trino Sardyos - Adjuntos Oraman
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 6|
Tia Neiva
reunida com
dirigentes do
Paj e
Pajezinhos
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 8|
Tia Neiva
reunida com
Pajezinhos no
Templo de
Santa Teresa
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 9|
AOS MDIUNS
DESTE AMANHECER
ROTEIRO DO
PEQUENO PAJ
RITUAL DE ABERTURA DO
TRABALHO DO PEQUENO PAJ
CONTEDO DE AULAS
SANTIFICADO SENHOR
SEJA TEU NOME DIVINO
EM MINHA ALMA DE MENINO
QUE CONFIA EM TEU AMOR
3 Canta-se o
HINO DO TIOZINHO
Este Hino era cantado no Paj, pelas crianas do orfanato em
Taguatinga vindo da UESB, criado por Tia Neiva. 1962.
PALMINHAS, PALMINHAS
SALVE DEUS QUEM CHEGOU,
CHEGOU TIOZINHO DE LUZ
HUMILDADE E AMOR
TIOZINHO S JOVENS TE
CERCOU QUE FAZER AGORA,
JUSTININHA CHEGOU
JUSTININHA ALMA GMEA
DE SUA ALMA SUA DOCE
ESPOSINHA QUE DEUS CRIOU
PALMINHAS, PALMINHAS
SALVE DEUS QUE CHEGOU
CHEGOU TIOZINHO, DE LUZ
HUMILDADE E AMOR
CHULINHAS DA V MARIL
Alm do seu Mantra, a Espiritualidade deu a Tia Neiva duas
Chulinhas da V, que so pequenos cnticos de amor. As mocinhas da
Casa Grande gostam de cant-las ao p do fogo de lenha. Essas chulas
contam a histria da encarnao de Maril e sua alma gmea, a Vov Agripino.
CISNE
CISNE VEIO E CANTOU,
BATEU ASAS E VOOU.
FOI BATER L NOUTRA MARGEM
FOI JUNTAR-SE AO SEU AMOR
PASSARINHO
PASSARINHO DESPERTOU,
BATEU ASAS E VOOU.
VEIO POR CIMA DO TELHADO
VEIO BUSCAR O SEU AMOR
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 16 |
PASSARINHO L DO CU,
QUE O DIVINO CONSAGROU.
SOMOS DUAS ALMAS GMEAS,
NO SEPARA DE MIM NO
PASSARINHO DO ALM,
DE MIM TENHA COMPAIXO.
FAZ-ME UMA CASINHA BELA,
QUE EM BREVE TAMBM VOU.
A VIDA
Procurando analisar com carinho os versos desse hino seguramente
chegaremos a concluses sobre um futuro de grandes acontecimentos, j
que os mesmos so de um profundo sentido proftico.
O MUNDO GIROU
A VIDA CRIOU
NINGUM DISSE NADA
NO FUNDO DA MATA
A PEDRA ROLOU
O NDIO CRIOU
NINGUM DISSE NADA.
QUEM SABE QUE A VIDA
SE A TERRA PARAR
E O SOL DEIXAR DE ESQUENTAR
A NUVENS BAIXINHO FAZENDO GELAR.
E O VU DA NOIVA IMPEDINDO
TRENZINHO LIGEIRO PARAR
E O SOL PARTINDO PRA LONGE
INDO OUTRO PLO ESQUENTAR.
AS GUAS CHEGANDO
O FOGO APAGANDO
E AS VIDAS NAS VIDAS SE AMAR
PADRES NA IGREJA TENTANDO REZAR
OS JOVENS CANTANDO DO CU A ENTOAR.
AS CORDILHEIRAS PASSANDO
AS CAMPINAS SE AFOGANDO
DESCENDO AS PRAIAS DO MAR
OS PEIXES FALANDO, IDIOMA SINGULAR.
PEQUENOS HOMENS
GRANDES TESOUROS
EQUITUMS SE VOLTANDO
JAGUARES SE DESDOBRANDO
PRA VIDA NAS VIDAS CHEGAREM.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 17 |
PEQUENOS CUIDADOS
CUIDADO CABECINHA COM QUE PENSA, S, S,
CUIDADO CABECINHA COM QUE PENSA, S, S,
O NOSSO PAI DO CU ESTA OLHANDO PRA VOC
CUIDADO CABECINHA COM 0 QUE PENSA...
SE S FELIZ
SE S FELIZ QUERO TE VER BATER AS MOS
SE S FELIZ QUERO TE VER BATER AS MOS
SE S FELIZ PARA QUE EU POSSA ACREDITAR QUERO TE VER BATER AS MAOS
BIS
SE S FELIZ QUERO TE VER BATER AS MOS
SE S FELIZ QUERO TE VER BATER OS PS
SE S FELIZ QUERO TE VER FAZER LEGAL
SE S FELIZ QUERO TE VER FAZER ATCHIM
SE S FELIZ QUERO TE VER GARGALHAR
SE S FELIZ QUERO TE VER FAZER SILNCIO
Grupo Pequeno Paj
A PESCA MARAVILHOSA
PEDRO, THIAGO E JOO NUM BARQUINHO
PEDRO, THIAGO E JOO NUM BARQUINHO
NO MAR DA GALILIA
NO MAR DA GALILIA
POLEGARES
POLEGARES, POLEGARES, ONDE ESTO?
AQUI ESTO!
ELES SE SADAM, ELES SE SADAM E SE VO, E SE VO.
PAJEZINHO DE JESUS
SOU UM PAJEZINHO DE JESUS
SOU UM PAJEZINHO DE JESUS
ABRO A BOQUINHA PARA EMANAR
FECHO OS OLHINHOS A CONCENTRAR
COM AS MOZINHAS VOU CURAR
SOU UM PAJEZINHO DE JESUS
SOU UM PAJEZINHO DE JESUS
SIM DE JESUS.
Grupo Pequeno Paj
HOMENZINHO TORTO
HAVIA UM HOMENZINHO TORTO,
MORAVA NUMA CASINHA TORTA,
ANDAVA NUM CAMINHO TORTO.
SUA VIDA ERA TORTA
O MUNDO
O MUNDO PODE SER MELHOR, MELHOR, MELHOR
DEPENDE DE MIM, DEPENDE DE VOC, DEPENDE DE TODOS
S SORRIR.
DEPENDE DE MIM, DEPENDE DE VOC, DEPENDE DE TODOS
S SORRIR.
SE VOC NO CU
SE VOC NO CU
SE VOC NO CU
CONSEGUIR ENTRAR
CONSEGUIR ENTRAR
DEIXE UM BURAQUINHO PARA EU PASSAR
DEIXE UM BURAQUINHO PARA EU PASSAR
PARA EU PASSAR
TUP TABAJARA
FOI TUP, FOI TUP, FOI TUP, FOI TABAJARA
FOI TABAJARA NA TERRA DE TUP
TEM PICA-PAU ARARA MARACAN TODAS
AS AVES DO CU QUEM NOS DEU
FOI TUP, FOI TUP, FOI TUP, FOI TABAJARA
NA TERRA DE TUP TEM PICA-PAU
ARARA MARACAN TODAS AS AVES DO
CU QUEM NOS DEU FOI TUP
Grupo Pequeno Paj
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 21 |
PAJZINHO PEQUENINO
I
SOU PAJZINHO, SOU PAJZINHO
SOU PAJZINHO, SOU PEQUENINO
II
COMO PODEMOS SENHOR,
DEIXAR-NOS DE SER FELIZ
TENDO UM MUNDO DE AMOR
E LUZ AO NOSSO ALCANCE
III
OBRIGADO AOS NOSSOS TITIOS
QUE CONDUZEM NOSSO PRIMEIROS
PASSOS PARA CAMINHAR-MOS NA LUZ DE JESUS
Refro
Refro
Obs.: Esta cano deve ser cantada em pocas do dia das crianas.
FAUSTINA
Salve Deus!
Salve Deus.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 23 |
O CACIQUE
O PEQUENO PAJ
PAJ
CARO MDIUM
Neste nmero apresentamos a voc uma histria diferente: a do Pequeno
Paj. Ela foi feita para as crianas do Vale do Amanhecer, principalmente os filhos
dos Mdiuns.
Essa histria poderia chamar-se tambm O Pirata da Aldeia Encantada
ou Em busca da aldeia encantada. Preferimos esse nome porque as crianas do
Vale j se acostumaram com o Pequeno Paj.
O Pequeno Paj do Vale do Amanhecer uma pequena organizao, que
funciona paralela com as atividades do Templo do Amanhecer. Destina-se ele a
ambientar as crianas , at os 14 anos, com a atividade medinica.
At essa idade as crianas se familiarizam com a mediunidade, sem praticar
o mediunismo. O pequeno Paj se incumbe de satisfazer as necessidades psicolgicas
ao mesmo tempo que afasta suas mentes do espiritismo, do fenmeno medinico,
principalmente em seus aspectos angustiados.
As crianas cantam, brincam, recebem passes, so tratadas pelos Mentores
espirituais, tudo sem falar em mediunidade,espiritismo ou religio.
Essa atitude se fundamenta no conhecimento da fisiologia da mediunidade.
A energia medinica produzida na intimidade dos ossos, na medula no tutano.
Desde a formao do feto humano, at mais ou menos 7 anos de idade, essa energia
se dilu no organismo, de tal maneira que toda a criana um Mdium natural.
Esse fenmeno varia de criana para criana, dependendo de fatores
complexos que circundam cada uma mas, de um modo geral, todas vem,
escutam, tocam o mundo invisvel. As crianas se comunicam to
naturalmente como mundo invisvel como com o mundo fsico, na proporo inversa
das idades. Os sentidos vo se desenvolvendo e se firmando e, nessa proporo vo
diminuindo as percepes do mundo invisvel at desaparecerem quase por completo
na faixa dos 7 anos.
Por isso, quando a gente v um grupinho de crianas brincando de
casinha ou coisa parecida,a gente deve levar to a srio como elas levam. No
meio da brincadeira existem personagens que ns no vemos mas que as crianas
vem... Tambm quando nosso filhinho estiver brincando sozinho e estiver falando
com algum, respeite seus amigos e finja que est vendo...
Esse fenmeno muito mais intenso quando os Mdiuns da casa , a me, o
pai ou outros adultos que morem na mesma casa, no so Mdiuns desenvolvidos e
a carga recai mais sobre as crianas.
A pior coisa que se pode fazer numa circunstncia dessas achar engraado
e incentivar atitudes espritas nas crianas. Diante de um fenmeno to simples
quanto esse os pais costumam achar que seus filhos so geniosinhos e os fazem
exibir-se para os amigos...
Dos 7 anos aos 14 o fenmeno toma uma direo diferente. A partir dos 7
anos a criana comea a esticar, a crescer, principalmente o esqueleto, os ossos. O
gasto de energia tanto (a mesma energia que falamos acima, que o fenmeno se
inverte : o adolescente perde a segurana do mundo invisvel e comea a depender
tanto dos sentidos fsicos que os exagera. A voz luta por se firmar, os olhos comeam
a depender mais dos contornos fsicos e da iluminao ambiente e ele no sabe o
que fazer com as mos.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 25 |
JESUS E AS CRIANAS
13 Depois, trouxeram-lhe (algumas) crianas para que impusesses as mos
sobre elas e orasse; os discpulos, porm, as repreendiam.
14 Mas Jesus disse: Deixai as crianas e no proibais que venham a mim,
porque destas o reino dos cus.
15 E depois que lhes imps as mos, partiu dali.
Mateus, 19:13-15
O PEQUENO PAJ
Era uma vez um jovem casal de cientistas.
Eles viviam numa grande cidade e trabalhavam nos laboratrios
da Universidade. Haviam se tornado cientistas porque gostavam de estudar.
Seu maior sonho era viajar em busca da ALDEIA ENCANTADA, uma linda
histria que conheciam desde crianas.
Trabalharam, trabalharam, at que puderam construir um barco
capaz de enfrentar o alto-mar. O barco era lindo, com velas coloridas e
todo conforto. Havia at mesmo um motor auxiliar, para que eles pudessem
enfrentar as tempestades ou navegar quando no houvesse vento para
suas velas.
Finalmente, chegou o dia em que eles decidiram sair em busca da
ALDEIA ENCANTADA. At ento, eles haviam acumulado conhecimentos e
equipamento para todo tipo de pesquisas. Despediram-se dos seus amigos
e muita gente chorou de emoo. O jovem casal era muito querido na
comunidade.
Como indicao levavam, apenas, o sonho de criana e a confiana
nas estrelas do cu. Assim, viajaram por muitos oceanos, viram muitas
terras e gentes. Conheceram os perigos dos mares bravios, viram toda
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 26 |
Capitulo I
Salve Deus!
Meu filho Jaguar:
De todos os males, o mais triste que deixamos em nossas passagens
a cicatriz de nosso mau comportamento. Quando estamos na Terra vivemos
seguros no orgulho, principalmente no egosmo.
Muitas vezes sentimos necessidade de chorar, de sorrir, de amar;
ou melhor, pensamos em ser amados,mas nunca desejamos amar
incondicionalmente para melhor atrairmos ao nosso favor...No! pelo
contrrio, exigimos de algum o que nos convm, sem queremos oferecer
nada em troca.
Salve Deus meu filho! Vamos sentir a vida das Princesas e melhorar
o nosso comportamento a respeito do amor.
Sim, as crioulas Princesas em 1700 no Brasil Colnia, anunciavam o
seu tempo de evoluo nas senzalas, a dor no destino crmico de um
povo em desenvolvimento.
Ento, tudo comeou vibrar quando os dois grandes missionrios,
Pai Z Pedro e Pai Joo, resolveram agir no campo vibracional de nossa
misso, com este imenso amor ouvindo e sentindo o cu, nos poderes de
V Agripino que emitia aos mesmos toda luz do santo evangelho.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 31 |
CAPITULO II
Salve Deus!
Meu filho Jaguar:
Deus de fato, toma cedo ou tarde o partido dos que se dizem
inocentes. Porque o Cristianismo surgiu por canais piedosos numa Era
difcil. A alma e o perisprito so sempre os mesmos e por esta fora, se
opera pelo compromisso ao Etreo e se desenvolvem na vontade de Deus.
Sim, Jurema dormia. Os escravos no sabiam sair da senzala e o
dia comeava a raiar. Pai Z Pedro pediu a Pai Joo que a deixasse sob seus
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 33 |
cuidados, que ele determinaria outros para zelar da pequena Jurema. Pai
Joo era escravo recente naquela senzala.
O feitor chegando inesperadamente soleira, gritou e todos
tomaram um rumo, exceto Pai Z Pedro que era protegido do Sinhozinho.
Quem essa crioula Z Pedro? Jurema, que desde ontem no quer se
levantar. Est sofrendo pela me que esta no tronco. O que? (Exclamou
o feitor) - Quem j viu uma crioula com mimo destes? Mimo para
Sinhazinha. Vou levanta-la agora mesmo com este chicote. E marchando
para a cama de Jurema, fez meno de levantar o chicote quando se ouviu
o grito de Pai Z Pedro:
- Se arremessar eu o mato! E o seu grito foi to grande que se fez
ouvir em toda redondeza, enfurecendo mais ainda o feitor que arremessava
o chicote de qualquer jeito, blasfemando horrores e ameaando de contar
ao Sinhozinho de Jurema.
- No! (gritou Pai Z Pedro) No far! Os Ferreiras so muito
malvados, no far! Ouviram a risada sarcstica do feitor. Ento no se
sabe como, centenas de negros apareceram intimidando o feito apenas
com suas presenas: Nags que j tinham ganho sua alforria pela velhice e
pela doena. O feitor que agia escondido do Sinhozinho, saiu dali calado e
foi avisar sobre Jurema. Foi um rebolio. O Senhor de Pai Z Pedro mandou
cham-lo e pediu noticias do que estava acontecendo. Pai Z Pedro disse
que havia sido por malcriao da pequena crioula.
- O que devemos fazer? Enquanto falava, o Senhor de Jurema j
estava na senzala e como um raio j tinha Jurema desmaiada em seus
braos, espraguejando de raiva. Tanto a me como as filhas so feras,so
feras, so irresponsveis, so negras malvadas, imundas! Estes Nags...no
tenho palavras para suas blasfmias.
De repente ouviu-se um estampido na serra e todos correram para
olhar ou chegar mais perto, quando todos gritavam: - Afastem-se! Junte
as armas, atirem!no deixem que eles desam ate aqui!
Sim. Todos corriam abandonando a Fazenda, menos Pai Z Joo
que correram para proteger os seus Senhores da Casa Grande.
Era horrvel. Trapos de negros revoltados pela escravido.
Arrebentavam tudo por onde passavam, matavam as crianas, levavam o
que podiam; inclusive animais, etc. eram meio daquele pnico os negros
chegaram e Pai Z Pedro na soleira, gritou em voz alta:
- Parem, parem!
Um silncio muito grande se fez ouvir. Os negros estacaram e
ficaram como que petrificados.
- Sigam seus destinos, levem algumas leitoas e vo-se embora.
- Tem algum no tronco? (perguntaram) No, aqui no encontro
nem no tronco. O meu senhor o meu filho (continuou Pai Z
Pedro). Nisto Pai Joo saiu de trs de uma rvore muito grande que tinha
na frente da Casa Grande, e um crioulo em cima de um cavalo deu um tiro
ferindo seu ombro. Jurema j havia se libertado do seu Senhor, pois o
mesmo ao ver os negros jogou-a no cho e saiu correndo. Jurema ao se
libertar correu para socorrer Pai Joo.
- Queremos o Senhor branco! (gritavam os negros). Pai Joo com
ternura disse: - Chega! Chega, Deus pode castigar! O dio amigo da
fome. Voltem para seus donos, as onas vo lhes comer nestas matas!
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 34 |
A me em Cristo.
15 de dezembro de 1979
CAPITULO III
Salve Deus!
Meu filho Jaguar:
No estamos preocupados com os velhos documentos das velhas
escrituras, porm estamos sim, desejosos de saber onde os nossos
antepassados encontraram tanta fora e tanta coragem para chegar at
aqui. Sim meus filhos, o Missionrio tem, graa a Deus, a sua energia e
toda harmonia nos trs reinos de sua natureza. Muitas vezes contando,
at pensamos ser irreal o que nos dizem sobre os escravos e seus
Missionrios.
Vejam filhos, estavam em festa, quando algum anunciou que os
Ferreiras j haviam cercado Cong e que queriam Jurem a todo custo. Pai
Z Pedro, mais evoludo do que Pai Joo, foi tentando segurar o povo
dentro do Cong e qual no foi sua surpresa, os crioulos novatos j haviam
sado de dentro de casa e como loucos aoitavam os Ferreiras, fazendo-se
ouvir pragas, ameaas e gemidos! O feitor que estava do lado dos Ferreiras,
sentindo que estava perdendo gritou:
- Sou o feitor desta Fazenda. Estes Nags imundos esto me
assassinando. Socorro!
S se ouvia o urro do feitor, pois na escurido daquela noite, fora
atingido na coluna ficando inerte no cho, gritando como um louco. Pai Z
Pedro foi at o terreiro onde estava a briga e logo viu que a feitor estava
aleijado para sempre.
- Oh meu Deus! (gritou Pai Z Pedro). Como poderemos assumir
tal dvida com este pobre irmo? Nisto, algum que ouvia gritou:
- Eu acho muito bom que ele nunca mais caminhe, para no
chicotear os outros.
- Meus Deus, meu Deus! (dizia Pai Z Pedro andando de um
lado para outro). Oh meu Deus! Este pobre homem que no vai nunca
mais andar... Caminhando, deparou com um outro triste quadro. Efignia,
uma jovem negra estava ali tambm com o crnio aberto de pancadas. Era
filha de Jlia, uma paraltica. Z Pedro no resistiu e foi buscar o seu
Sinhozinho. Sim, nenhum dos Ferreira havia morrido e quis a vontade de
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 36 |
Deus, nem mesmo ferido. Foi ento que um dos quarenta que ainda no
havia se manifestado, deu um urro e se manifestou dizendo: - Salve Deus!
O sol j comeava a esquentar seus raios, ento o Nag Pai Jernimo
disse:
- Levanta acampamento, leva Jurema e Jurem. Escolhe o teu
povo e segue rumo cachoeira do jaguar, que desemboca nas guas grandes
do mar. Ns, os Nags ficamos. Vamos buscar a desditosa me destas
gmeas (disse apontando para Jurema e Jurem).
- No! Eu no permitirei ( gritou Z Pedro).
- Como? (disse Pai Jernimo). Como se atreve a duvidar de teu
irmo?Vo embora que eu a levo. Se demorarem tero mais mortes. Vamos,
vamos logo. E desencorporou. Salve Deus. Z Pedro e Pai Joo no esperaram
mais. No se sabe como, juntaram suas coisas ajudados pelo Sinhozinho e
partiram dali. S no caminho notaram que no faltava, ningum e, inclusive
o feitor l estava, numa cama de varas. O Sinhozinho e a Sinhazinha
despediram-se com amor. Quando j iam longe ouviu-se um forte
estampido. Era um tiro de cravinote.
Os negros do terreiro, que j estavam de volta e o Sinhozinho com
sua famlia, com a ajuda dos escravos que ficaram, enterraram os mortos e
seguiram para a cidade onde moravam seus pais. Enquanto os crioulos
contavam 108, faltando Jernimo que ningum sabia do paradeiro. J era
noite quando chegaram cachoeira do Jaguar. A lua cheia clareava as
matas e o mar, as palmeiras balanando suas folhas como uma prece. Pai
Z Pedro sentando em uma pedra descortinava todo quadro por onde
teria que passar com aquela gente.
Pai Joo e os dois comearam a fazer os seus projetos.
- Sim, (diziam) tudo pela condenao da matria. A terra...a terra.
(dizia Pai Joo) to lindo o mar, no entanto a Terra, (disse Pai Joo) to lindo o
mar, no entanto a Terra o que nos pertence, por ser a parte slida deste
planeta. Porm o que me conforta que as foras csmicas continuam em
atividade, porque neste universo no h inrcia, tudo se movimenta em nosso
favor pela bno de Deus. A sua atividade essencialmente produtora desta
nossa matria orgnica e inorgnica logo nos dar novas foras, graas a Deus!
Pai Z Pedro que s ouvia, disse sorrindo.
- Onde aprendeste tanto? Isto no so palavras de Nag!
- Estou consolado a mim mesmo, Pedro.
- Porque no pede ao Mestre Agripino? Ele quem me consola.
(Foi quando os dois comearam a receber energia).
- Sim Z Pedro, a atividade do homem essencialmente produtora
e as foras essencialmente ativas. Como j disse, cria na matria orgnica
este arsenal de foras, portanto temos que organizar um ritual, uma jornada,
vestimentas que mudem a sintonia dos crioulos.
- Sim Z Pedro, vamos erguer esta arma para o Cu.
- Sim Joo, realmente um arsenal. Oh Meu Deus!.
E olhando a paisagem do lugar disseram Faremos uma jornada
em frente a Cachoeira, enfeitaremos as crioulas e faremos lindas princesas
dos castelos encantados que j ouviu contar.
- E eu que pensei que voc meu irmo, era um simples escravo!
- Sim (disse Pai Joo), tenho Agripino que vem nos meus sonhos
e me conta tudo.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 37 |
CAPITULO IV
Salve Deus!
Meu filho Jaguar!
O dever obrigao moral da criatura para consigo mesmo em primeiro
lugar, em segundo para com os outros. O dever e a lei da vida. Meu filho, a
virtude o mais alto grau onde o homem encontra sua liberdade espiritual. A
virtude a forma que sobrevive e explica a natureza do homem, porque tudo
est contido em Deus! Sempre estamos a percorrer as runas de nossas vtimas,
das suas vidas, sem preocupao exata de nossa misso. Hoje meu filho,
estamos tentando acreditar no que nos dizem os nossos antepassados.
Sim meus filhos, todos j estavam no Cong da Cachoeira do jaguar.
Foi triste aquela noite. Jernimo havia chegado aos gritos, trouxera a me
das gmeas que estava muito mal. Emoes, choros, tristeza e tambm
risos. O fato que no se sabe como dormiram. To logo o dia clareou,
todos estavam tirando palmas, fazendo lindas choupanas. No prazo de
oito dias existia um lindo povoado de palha e tudo na melhor sintonia
possvel. Foi ento o dia do Cong. Todos estavam realmente desejosos.
Sim, o menor dos seres vibrava na presena daquele lindo altar formado
de palmas. Pai Z Pedro e Pai Joo estavam muito felizes aquela noite, pois
haviam se encontrado com Henrique de Enoque e com ele se identificaram.
Henrique era um dos Nags. Juntos entraram na choupana de Jurema que
estava ao lado de sua me moribunda. Jurema ao sentir os trs, ergueu a
cabea e disse como se estivesse dormindo:
- Salve Deus! Seja bem-vindo nesta Terra meu estimado
Procurador! rdua esta misso que escolhestes de Nag. Assim assumistes
a maior das misses. Oh! (gritou) como me orgulho de ti filho! Me orgulho
de ti, como em poucos tenho o mais puro exemplo...
Nisto abriu os olhos e meio decepcionada voltou para sua me e
todos correram para ela.
- Oh filha! No sabes o bem que nos fez.
Ela comeou a chorar dizendo - Sim , eu sei. Eu ouvi tudo que
disse, apenas no pude me impedir de dizer. (Z Pedro olhou para Joo).
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 38 |
Salve Deus!
Meus filhos Jaguares:
Explica-se a diferena entre a velha estrada e o novo caminho.
A velha estrada cheia de medo, de temor a Deus. A velha estrada
foi palmilhada por milhares de pessoas, milhares de teorias sempre escritas
e nunca praticadas. O novo caminho entretanto foi traado pelo suor, pela
prpria energia de quem o traou e vive a emitir com tanto amor.
Vamos sentir o caminho do Amanhecer, sem superties e sem as
teorias dos pensadores, pela vivncia na pratica, na execuo desta Doutrina
e seus fenmenos sensoriais.
Vamos senti-lo no respeito dor alheia, no carinho aos humildes,
no afeto das ninfas, no progresso e na compreenso de nossa famlia.
Este o carinho traado para o homem na doutrina do amanhecer.
Quem diria que naquela Era distante os Enoques levassem to alto
esta filosofia, esta corrente.
Sim, Pai Joo, o mais velho, era quem observava com mais preciso
o desenrolar das vidas nos Carmas. Suas preocupaes aumentavam
enquanto Pai Z Pedro filosofava de vez em quando.
Os dias passavam sem qualquer anormalidade, isto , sempre
acontecendo fenmenos que ali j eram corriqueiros. Porm s Deus sabia
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 41 |
como e onde chegariam. Havia dias alegres e outros menos alegres, porm
sempre em harmonia.
At que as foras foram se materializando e tudo comeasse a ser
mais verdadeiro, mais preciso.
Pai Joo se enebriava com todos aqueles fenmenos e estava sempre
a espreita dos mnimos acontecimentos. Os momentos de descanso era
cochilando em baixo de uma pequena arvore.
O pequeno arraial estava tranqilo quando Pai Joo em um dos
cochilos, viu um finssimo fio magntico entrando numa das cabanas, ao
mesmo tempo que ouviu o grito desesperado de algum que fora atingido.
Era um fenmeno medinico,puramente espiritual. O grito era da
jovem Iracema que rolava com uma dor na espinha, como se tivesse levado
uma pancada.
Pai Joo ento correu e fez uma elevao tirando-lhe a dor.
Ele ento comeou a pensar que nada havia enxergado. Tinha certeza
de ter visto aquele fio saindo da cabana do feitor.
Chamou ento Pai Z Pedro e contou-lhe o que vira e os dois
comearam a ter medo da situao.
Nisto Jurema, manisfestada por um caboclo comeou a dize:
- Meus filhos! Tomem cuidado, este feitor um instrumento
feliz de evoluo. O pobre infeliz vive ainda pelas mos caridosas de Sinh
Sabina. O fenmeno foi visto por vosmiss Joo, para que tome cuidado!.
- Como!? (perguntou Pai Joo).
- Ele vai entrando em transe (respondeu o caboclo) e sua alma
ruim,odiosa,pega a quem ele mais ama ou odeia.
- Salve Deus! (disseram todos de uma vez.)
- E eu pensava que somente os desencarnados atuavam...
- Sim! (continuou o caboclo) vocs esto em uma jornada para
desenvolvimento, at que passe todo o Carma da escravido.
- O homem ser feliz quando tiver a libertao? (perguntou Pai Z Pedro).
- No! (continuou o caboclo) o homem jamais se libertar.
E dizendo isso deixou Jurema e se foi.
Todos ficaram sem entender nada. Jurema porm entendeu e saiu
correndo dali para a cabana do feitor, decidida a falar com ele e dizendo
que iria mata-lo, quando Pai Joo interferiu dizendo:
- Jurema, a concepo de morte resulta de um entendimento
completamente errado da vida, porqu na verdade ela jamais existiu. O
Esprito no morre e ento o feitor nos atentar mil vezes mais. Matando-
o ele ficar mais leve, mais sutil.
- Todos que se prendem pelo pensamento e se enchem de dio,
ao se verem desencarnados no astral inferior, evidente que voltam, sendo
mais comuns as suas furiosas crises.
- Vamos Jurema, vamos tentar doutrina-lo antes que morra e se
torne invisvel aos nossos olhos.
Chegaram na cabana do feitor. Ele estava esticado numa cama de
vara e capim. Sabina veio sorrindo ao encontro deles. O feitor comeou a
espraguejar e Pai Joo a lhe fazer doutrina, porm com medo de Jurema
que o observava seriamente, com seus olhos verdes e amendoados.
Sem perceber, disse ento Pai Joo: - Pobre imperador! Viestes
com to nobre misso e no entanto eis o que restou! Pensa Eufrsio, no
que estou te dizendo. Vou levar Jurema e voltarei.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 42 |
como a se punir pelas suas prprias leis. Leis, sempre para punir outros e
no sabem se desviarem e continuar a punir.
Sim, meu filho, no fcil abandonar a multido, fixar-se em si
para buscar a verdade. E quando conseguimos encontra-la mais difcil
ainda, permanecer com ela. Permanecer com a verdade quando a
encontramos.
Sim meu filho, com este esprito de lealdade vamos encontrar o
nosso povo na Cachoeira do Jaguar.
Foi tudo muito bem aquele primeiro dia. Curas, muitas curas que
se espalharam por tida parte. De longe se viam luzes naquela cachoeira.
Nossos Missionrios estavam unidos pelos compromissos Crmicos.
Pai Joo, amanheceu doente. Seis horas da manh e o cu no
clareava, fazendo os pensamentos se encontrarem. Eufrsio entoava um
bendito da igreja catlica. Jurema juntou a roupa e desceu com uma
enorme trouxa para a fonte e com ela: Janaina, Jandaia e Janra. Alguns
Nags j voltavam das caladas e outros seguiam para as roas. As Sinhs
preparavam a feijoada e outras ainda, reativavam o fogo da clebre fogueira.
Pai Joo sentia a tristeza daquela gente e em sua mente comeou a
voltar. Foi quando Pai Z Pedro chegou fazendo algumas premonies.
Sim! Pai Z Pedro provia alguma dor devido tambm ao procedimento
daquela gente.
Pai Z Pedro estava triste porque Pai Joo j havia contato uma
certa comunicao sua V Agripino, que segundo os fenmenos habituai,
a desarmonia que h horas estava se dando no grupo, era forada pelas
vibraes dos familiares de Janaina. Eles acabariam descobrindo o seu
paradeiro. Evidente, seria uma guerra. Perder Janaina seria um terrvel
descontrole para Jurema. Seus pensamentos no chegaram a se
conscientizarem.
Da entrada da aldeia trs cavaleiros gritavam: - Negros! Queremos
paz, porm, nos entreguem a Sinhazinha Janaina, porque o senhor seu pai
pede a cabea de todos vocs que roubaram sua filha.
- Ela no se encontra aqui (disse decidida Jurema).
Janaina, que estava de ccoras, saiu correndo e entrou na cabana
de Eufrsio, que tinha um cravinote na sua cabeceira para se defender de
bichos (onas, lobos,etc.). vendo Janaina tremendo de medo, segurou o
cravinote e ficou ali a espreita do que desse e viesse.
Ah!foi horrvel! Os homens desceram dos cavalos e foram direto
cabana de Eufrsio. Este fazendo um esforo acima de suas condies
fsicas, vendo o homem quase pegando Janaina, segurou a arma e atirou.
Dois ficaram cados e o outro foi embora pela mata a dentro.
Pai Joo mandou que desarreassem os cavalos e os juntasse tropa.
Todos correram para a cabana de Eufrsio que s sabia dizer: - Oh!
Pai Joo, pelo amor de Deus, jamais pude pensar em to desesperado
gesto. Sim, Pai Z Pedro! (Eufrsio continuava a falar) eu no podia deixar
que eles pusessem a mo nesta criaturinha...
Nisto um urro. Reviraram o homem que estava de bruo com a
boca no cho, ele ainda esta vivo, porm, o outro estava morto.foi horrvel.
Ningum sabia como proceder. Mas, a verdade no se pode esconder:
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 47 |
Sua Me em Cristo
Vale do Amanhecer-DF. 16 de maio de 1980
CAPITULO VII
Salve Deus!
Meu filho:
Salve Deus!
Pai Joo e Pai Z Pedro se preparavam para o anfiteatro. Suas
cabeas no haviam despertado daquele triste crepsculo na Terra, na
cachoeira do Jaguar. Sentados em frente de uma grande tela, que nos
planos espirituais do Canal Vermelho como um cinema; aparece tudo
que queremos saber de nossa vida na Terra. Pai Joo e Pai Z Pedro viam
com paixo tudo que lhes eram to caros; aqui ali os dois comentavam:
- Todos, todos estava, ali conosco.
- Sim! (dizia um ao outro) viam tudo...Nisto ouviu-se um soluo,
era Efignia que soluava por no poder mais voltar Terra, pois o seu
crnio ainda merecia cuidados.
Nisto ouviram tambm algum que chegava:
- Oh! Quantas saudades... falaram muito, tudo o que se passou,
como se tivesse perdidos de vista. Depois Pai Joo perguntou:
- Por qu Efignia no pode voltar Terra?
- Joo (falava V Agripino): as foras biognicas so transmutaes
das foras csmicas. A funo da matria organizada pelo sistema do
corpo etrico. O corpo sempre um e o mesmo tem sua origem na matria
orgnica, metamorfose da matria csmica. As funes so muitas e vrias.
Tem sua origem nos fenmenos vitais, que criado pela matria inorgnica
que forma o corpo bruto, inerte, sem atividade prpria. Efignia
naturalmente no est preparada para tanto. Ouviu-se um dar uma rica
surpresa.
V Agripino sorrindo disse: - Vou lhes dar uma rica surpresa.
- Ah!, l esto todos que iro voltar...
- Onde estamos? (perguntou Pai Z Pedro).
- Na manso dos Jaguares E quem voc esta procurando Z
Pedro?
- Eufrsio!
- Ah! Sim, (disse Pai Joo) Eufrsio ainda no chegou.
Perguntaram quanto tempo j se encontravam ali. Cinco anos e no
entanto estavam todos ali. Sim, pensava Pai Z Pedro: no Universo h no
inrcia. O movimento incessante. A atividade essencialmente produtora
e as foras no param. Se ficarmos parados ela se vai e ficamos s. Sim
repetia ele, o homem portanto o microcosmo, matria e fora, corpo e
funes; o corpo fsico no gera a vida ou a fora promotora dos movimentos,
mas observe-os. O organismo um reservatrio Universal, assim o
instrumento da vida, aparelho que varia do infinito, aos pesados contatos
da Terra que alimentam as clulas vegetais...
Sim, a experincia foi muito brusca, muito fatal. Pai Joo e Pai Z
Pedro no sabiam, nem mais nem menos o que estavam fazendo. Levados
pelos arrolhos dos tumultos, arrastavam em suas mentes aquele crepsculo
final. Sim. Perguntavam-se sempre: porque uma dor to grande? Verdade!
Lembravam-se na Cachoeira... os dois presos, soterrados da cintura para
baixo, sem poder socorrer os demais, at que outra avalanche os levassem
para o fim.
Sim, pensavam, ficamos presos por castigo de Deus? Perguntavam
sempre, ficamos presos por reparao...castigo!?... Eram as duvidas e os
conflito daqueles dois. Por que suas cabeas no sabiam analisar, os dois
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 52 |
O primeiro anncio
Nos longnquos dias da criao, um anncio havia ressoado aos
ouvidos dos nossos primeiros pais: Colocarei inimizade entre ti e a mu-
lher - Dissera Deus serpente - Entre a tua descendncia e a dela: ela,
porm, te esmagar a cabea. Certamente Ado e Eva no compreende-
ram o significado da promessa: haveria de vir um que poria fim domina-
o do demnio. Estas palavras so chamadas proto-evangelho porque
a primeira boa-nova da redeno.
A grande Expectativa
Todos os acontecimentos narrados no Antigo testamento no so
seno etapas da historia de redeno. Deus preparou para si um povo do
qual deveria nascer o Messias. Os profetas mantm viva a expectativa do
Redentor atravs dos sculos. Mas aquele que devia vir no era, como
muitos errneamente esperavam, um reino terreno, mas o filho de Deus, a
segunda pessoa da Trindade, que se fazia homem para salvar os homens.A
terra predestinada a receber o Messias era a Palestina, chamada nos livros
Sagrados de Terra Prometida, porque prometida por Deus a Abrao e
sua descendncia. Este pas habitados por arteses e pobres pastores,
compreendia tambm aquele pedao de costa de costa mediterrnea da
sia que une a Sria ao Egito, e estava dividido em varias regies, entre as
quais a Judia, ao sul onde o Messias devia nascer, e a Galilia, ao norte,
onde ao invs haveria de passar a maior parte de sua vida.
O Precursor
Numa aldeia nas montanhas de Jud, a pouca distancia de Jerusa-
lm, vivia Zacarias, sacerdote do templo, com sua esposa Isabel, os quais
pela idade avanada, no havia podido ter filhos. Um dia, enquanto Zacarias
oferecia no templo o incenso e orava para obter a vinda do Messias um
anjo do Senhor apareceu-lhe e assim lhe falou: Deus ouviu a tua orao.
Ters um filho que chamars Joo. Ele prepara o caminho ao Messias que
h de vir.
O piedoso sacerdote,por motivo da sua idade e da esposa, ousou
objetar ao anjo: Mas como possvel que eu agora possa ter um filho? E o
anjo, que falava em nome de Deus, disse-lhe: Tudo quanto prometi se
realizar a seu tempo; Zacarias, terminado o seu ministrio no templo, reto-
mou a casa, causando em todos admirao por no mais poder falar, Mas
Isabel, sua esposa, logo concebeu um filho, segundo a profecia do anjo.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 56 |
A Anunciao
Seis meses depois deste fato, Deus pai enviou o seu anjo terra,a um
maravilhosa mocinha de Nazar, de nome Maria, filha de Joaquim e de Ana,
Consagrada a Deus no templo desde a meninice e agora noiva, como todas as
boas moas israelitas, de um excelente rapaz da estirpe de Davi, chamado
Jos. O anjo encontrou-a em casa na hora da orao e assim a saudou: Ave,
cheia de graa; o Senhor contigo; s bendita entre as mulheres.
Me de Deus
Depois da saudao, o anjo deu a Maria a extraordinria notcia:
Achaste graa diante de Deus. E eis que concebers e dars luz um filho
e lhe pors o nome de Jesus. Maria pensou e lhe no voto de virgindade
que tinha feito e pediu ao anjo explicao. Este tranqilizou-lhe: O espri-
to Santo descer sobre ti e o poder do Altssimo te cobrir. Ela, declaran-
do-se serva do Senhor, inclinou a cabea; naquele momento o filho de
Deus se encamou nela.
O nascimento do Precursor
O anjo tinha dito a Maria que a esposa de Zacarias, Isabel, sua
prima, esperava um filho. Maria decidiu ento ir fazer uma visita, para
ajud-la e conforta-Ia. A terra de Isabel ficava nos montes da Judia e
distava de Nazar trs ou quatro dias de viagem. Maria fez esta viagem a
p. Juntando-se ate Jerusalm, s caravanas de peregrinos que desciam
cidade Santa por ocasio da Pscoa.
Chegada a Ain-Karim, e tendo entrado na casa de Isabel - O se-
nhor contigo do os braos para receber o brao da prima. A presena
de Maria trouxe muita graa quela casa, tanto que o filho de Isabel saltou
de alegria no seu seio. Isabel mesma ficou repleta do Esprito Santo do
mistrio que havia feito de sua prima a me do Senhor.
Cntico de Louvor
Bendita s tu entre as mulheres, respondeu Isabel, e bendito o
fruto do teu seio. A estas palavras, Maria sentiu a necessidade de acres-
centar um hino de alegria e de louvor ao Senhor de t-la escolhida para
me de Deus: A minha alma engrandece ao senhor, meu salvador, porque
olhou para a humildade de sua serva. E eis que doravante todas as gera-
es me chamaro de Bem-Aventurada, porque grandes coisas fez em
mim o Onipotente.
Maria ficou em casa da prima Isabel por trs meses, at que nas-
ceu o menino. Houve grande festa em toda a famlia, e os vizinhos e
conhecidos vinham congratular-se por este nascimento que alegrava e ve-
lhice de Isabel e de Zacarias. No oitavo dia o menino, como do sexo mascu-
lino, devia ser circuncidado, para entrar a fazer parte do povo eleito. Nesta
cerimnia o pai lhe punha o nome.
Os parentes aconselharam Isabel a dar criana o nome de Zacarias,
como se chamava o pai. Mas ela preferia cham-lo de Joo, que quer
dizer: Deus propcio. Os parentes, porm, insistiam, dizendo: No h
ningum na tua famlia com este nome. Recorreram ento ao pai, para
saber como queria que se chamasse. Zacarias, estando ainda mudo fez
trazer uma tabuinha e escreveu nela: Joo o seu nome.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 57 |
Bendito o Senhor
Todos se admiraram quando viram que o velho sacerdote, apenas
escrevera o nome do recm-nascido, readquirira a palavra, entoando em
altas vozes um hino de louvor: Bendito o Senhor, Deus se Israel, porque
suscitou um poderoso Salvador para n, como tinha prometido. Dirigin-
do-se ao menino, acrescentou: E tu, menino, sers chamado profeta do
altssimo; preceders, com efeito, a vinda do Senhor para preparar-lhe o
caminho, anunciando ao povo a salvao.
Esponsais de Maria
Depois do nascimento de Joo Batista, Maria retomou a Nazar,
onde tinha ficado Jos, seu noivo. Jos, tendo percebido que Maria espe-
rava criana, e no sabendo o que havia acontecido, ficou perturbado,
chegando mesmo a pensar em desmanchar o noivado. Mas um anjo lhe
apareceu em um sonho, explicando-lhe o mistrio: Jos - lhe disse - no
temas tomar Maria como tua esposa, pois o menino que dela h de nascer
e que chamars Jesus o fruto do Esprito Santo.
Depois deste esclarecimento, Jos em cujo corao jamais tinha
duvidado de Maria, marcou o dia das npcias, que foram celebradas com
os festejos prprios daquele tempo. Terminado o banquete nupcial, Jos
tomou consigo a esposa e levou-a para morar consigo. No entanto, os dias
passavam e o tempo do nascimento do Redentor se aproximava, segundo
quanto tinha sido predito pelas Escrituras, por boca dos profetas.
Belm
Naquele tempo o imperador romano, Csar Augusto, que reinava tam-
bm sobre a Palestina, ordenou o recenseamento de todos os povos sujeitos ao
domnio de Roma. Cada qual devia dar o seu nome na cidade de origem. Ora,
sendo Jos e Maria da estirpe de Davi, deveriam pr-se a caminho at a sua
cidade de origem, Belm, distante de Nazar cerca de 120 quilmetros.
L chegando extenuados. Era noitinha, e Jos foi bater a todas as
portas de amigos e presentes, procurando lugar para a esposa poder re-
pousar um pouco. Mas ningum os quis receber; nem mesmo no albergue
pblico, cheio como estava de peregrinos, foi possvel arranjar acomoda-
es. No podendo deixar Maria passar a noite ao relento, Jos dirigiu-se
com ela para o campo, na esperana de encontrar algum abrigo.
Encontraram uma gruta cavada na rocha e usada como estbulo:
mas, depois do que tinham passado, acharam que no poderiam desejar
lugar mais seguro e abrigado. Jos acomodou como pde a esposa, prepa-
rando-lhe um leito com as palhas usadas pelos pastores, quando obrigados
tambm eles a um abrigo improvisado. No havia lugar para o nascituro
Jesus que diria um dia: O Filho do homem no tem onde reclinar a cabea.
Natal
Foi ali naquela gruta que nasceu Jesus, enquanto os anjos canta-
vam: Glria a Deus no alto dos cus e paz na terra aos homens de
benquerena. Ningum soube do nascimento do Redentor, ano ser al-
guns pastores que ali se encontravam montando guarda aos rebanhos. Um
anjo do senhor apareceu, dizendo-lhes: No temais, trago-vos uma gran-
de nova: hoje nasceu na cidade de Davi o Salvador: ide, encontrareis um
menino envolto em faixas, reclinado numa manjedoura.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 58 |
Os pastores, uma vez ss, disseram entre si: Vamos a Belm para
vermos que acontecimento este que o Senhor nos fez conhecer. E,
pondo-se a caminho, levando no corao as notas alegres do canto dos
anjos e na mo os seus pobres presentes, chegaram gruta e encontraram
Maria com Jos e o menino reclinado na manjedoura. Depois de adorar o
menino, voltaram louvando a Deus por tudo que viram.
A lei hebraica prescrevia que todo recm-nascido, no oitavo dia,
fosse circuncidado. Com este rito, muito simples, realizado pelo pai, que
impunha tambm o nome, o menino era oficialmente introduzido na co-
munidade do povo eleito, tornando-se herdeiro das promessas feitas pelo
Senhor a Abrao e sua descendncia. Jos realizou o rito prescrito e deu-
lhe o nome de Jesus, que quer dizer Salvador.
Apresentao no Templo
A lei hebraica previa ainda que todo primognito masculino fosse
consagrado ao Senhor, em sinal de total dependncia dele; quarenta dias
depois do nascimento de Jesus, seus pais dirigiram-se a Jerusalm, levan-
do consigo o menino. Naquela circunstncia, toda me devia purificar-se
diante do Senhor, oferecendo aquilo que sua condio lhe permitia; Maria,
pobre como era, ofertou ao sacerdote duas pombinhas.
Havia em Jerusalm certo Simeo, homem bom e piedoso, a quem
o Esprito Santo tinha revelado que no haveria de morrer antes de ter
visto o Messias. Foi, pois, ao Templo, e tendo visto o menino, tomou-o nos
braos e ergueu a Deus um hino de agradecimento, dizendo: Agora, Se-
nhor, deixa partir em paz o teu Salvador, a luz que ilumina as gentes, e a
glria do povo de Israel.
Depois o velho Simo pronunciou esta profecia que encheu de
amargura o corao de Maria: Eis que este menino foi posto para a runa
e a salvao de muitos em Israel, e como sinal de contradio; digo mais:
quanto a ti, uma espada de dor haver de te transpassar a alma... Jesus,
com efeito, haveria de ser motivo de salvao para todos aqueles que nele
creriam, e, ao invs, motivo de condenao para aqueles que o haveriam
de recusar.
A profetisa Ana
Mal o velho Simeo acabara de falar, adiantou-se uma profetisa
chamada Ana, de 84 anos, que no deixava o Templo, servindo a Deus dia
e noite, com jejuns e oraes. Ela tambm tinha visto no menino o Salva-
dor prometido, e, dando graas a Deus, ps-se a falar dele a todos que
esperavam a libertao de Israel.
Volta do Egito
Tendo morrido Herodes, apareceu de novo o anjo a Jos, no Egito,
dizendo-lhe: Levanta-te, toma o menino e sua esposa e volta para a terra
de Israel, pois j no vivem aqueles que queriam tirar a vida do Menino. E
Jos, tendo tomado a estrada de volta, pensou em fixar-se em Belm, sua
terra natal. Mas, tendo ouvido dizer que l reinava Arquelau, filho de
Herodes e to cruel como o pai, foi morar em Nazar.
Em Nazar
Os anos passavam felizes na famlia de Nazar. Jesus crescia belo e
robusto como qualquer outro menino, sem deixar transparecer no exterior a
sua divindade. Ajudava nas lidas domesticas, mostrando-se servial e obedi-
ente em todas as circunstncias dos dia em que sua ajuda era solicitada.
Aprendia a ler e a escrever, unia-se aos folguedos das demais crianas.
Jos, que aos olhos dos habitantes de Nazar era o verdadeiro pai
de Jesus, quando na realidade era apenas seu pai nutrcio, tinha uma
oficina de carpintaria e dela tirava o necessrio para a manuteno da sua
pequena famlia. Jesus mesmo procurava aprender o ofcio de carpinteiro,
ajudando o pai a trabalhar a madeira. Nisso iria ele passar a maior parte de
sua vida, at a idade de trinta anos.
Entre os Doutores
Maria e Jos, como todos os bons israelitas, subiam todos os anos
a Jerusalm para as solenidades da Pscoa hebraica, em que se comemora-
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 60 |
O Batismo de Jesus
Tambm Jesus se apresentou a Joo Batista para fazer-se batizar.
Apenas o viu, foi Joo prostrar-se diante dele, dizendo-lhe: Sou eu que
devo ser batizado por ti, e tu vens ao invs a mim? Mas Jesus o tranqilizou:
Deixa estar por ora, pois convm que cumpramos toda a vontade do Pai.
Joo deixou ento que Jesus descesse at o rio e derramou-lhe gua na
cabea, batizando-o.
Apenas batizado Jesus saiu da gua e foi ajoelhar-se s margens
do Jordo, para rezar. Em determinado momento abriram-se as nuvens e
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 61 |
Jesus Tentado
Satans estava aguardando o momento oportuno para colocar
prova este homem que o intrigava, verificar se ele era realmente o Filho de
Deus, o Redentor prometido e que haveria de destruir o seu reino. Aproxi-
mou-se pois, de Jesus, depois de quarenta dias de oraes e mortifica-
es, quando os estmulos de fome j se faziam sentir. O demnio espera-
va faz-lo cair em sua rede, como se Jesus fosse um homem como os
outros, que cedem facilmente tentao.
Aproximou-se, pois de Jesus, e sussurrou-lhe: Se s o Filho de
Deus, ordena a estas pedras que se convertam em po. Com este mila-
gre, Jesus teria podido matar a prpria fome e a de todos aqueles que se
aproximassem daquele lugar. Mas ele limitou-se a responder: Est escri-
to: No s de po vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de
Deus. Um dia Jesus haveria de realizar um milagre semelhante, multipli-
cando os Pes; mas agora afastou o tentador.
Satans no se deu por vencido e pensou em colocar prova a
modstia de Jesus. Conduziu-o a Jerusalm, at o pinculo do Templo, a
uma altura de 180 metros por cima do vale subjacente, e disse-lhe: Se s o
Filho de Deus, atira-te daqui para baixo, pois Deus prometeu: Aos seus
anjos ordenou que te carreguem nos braos para que no acontea que
venhas a bater-te de encontro a alguma pedra ;. E Jesus: Mas tambm
est escrito: No tentars ao Senhor teu Deus .
O Cordeiro de Deus
O demnio levou por fim Jesus ao cimo de um monte muito alto,
mostrou-lhe todos os reinos do mundo e lhe disse: Tudo isto te darei,
todo este poder e a glria destes reinos, porque me foram dados e eu os
dou a quem quero; se te prostrares diante de mim e me adorares, tudo
ser teu. A esta altura Jesus no pde mais suportar a presena do malig-
no: Vai-te embora, Satans! Pois est escrito: Adoras ao Senhor teu Deus
e somente a ele servirs .
O demnio, com os chifres partidos, retirou-se cabisbaixo, deixando
o lugar aos anjos do cu que vinham trazer alimento para Jesus, o qual,
daquele lugar de retiro, desceu para o meio dos homens, pronto para iniciar
a pregao da nova mensagem que haveria de mudar a face da terra. O
senhor dirigiu-se, pois, para as margens do Jordo onde Joo batizava.
Joo encontrara dificuldades, pois alguns tinham ido perguntar-
lhe quem ele era, tomando-o pelo Messias. Mas ao descortinar Jesus que
regressava do deserto indicou-o grande multido que o rodeava, dizen-
do: Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira os pecados do mundo. Eu
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 62 |
Os primeiros Apstolos
Doutra feita, Joo fez sinal para dois dos seus discpulos, Andr e
Joo, afim de que seguissem o Messias. Um instante depois os dois cami-
nhavam ao lado de Jesus sem dizer palavra. Foi Jesus quem por primeiro
quebrou o silncio, perguntando-lhes: Que quereis? E eles, por sua vez
responderam: Mestre, onde moras? Vinde e vede. E assim foram at a
casa onde estava hospedado o Mestre, tornando-se assim os seus primei-
ros discpulos.
No dia seguinte, Andr, regressando a casa, encontrou seu irmo
Simo e lhe comunicou a alegre notcia: Encontramos o Messias: Simo,
um rstico mas generoso pescador, quis ser apresentado a Jesus, e pediu
ao irmo que o levasse at ele mal o viu, o Salvador fixou-se com imensa
predileo, e disse-lhe: Tu s Simo, filho de Jonas; de agora em diante
chamar-te-s Pedro. Trocando-lhe o nome, ele demonstrava ter sobre Si-
mo um desgnio todo particular.
Jesus continuava a peregrinar pela Glilia, acompanhado dos pri-
meiros trs discpulos, a fim de retomas a Nazar, onde deixara sozinha a
me. Enquanto caminhava, encontrou um tal de Filipe, de Betsaida, a mes-
ma cidade dos dois irmos, Andr e Pedro. E disse-lhe: Segue-me. voz
do Mestre, Filipe ficou profundamente emocionado e obedeceu profunda-
mente: uniu-se ao grupo que seguia o mestre, sem pedir outras explicaes.
Natanael
Homem muito simples, Filipe no conseguiu disfarar por mais
tempo a prpria satisfao: desabafou com um seu antigo do peito,
Natanael: Encontramos aquele de quem escreveram Moiss e os profetas,
Jesus de Nazar. Natanael, porm desconfiado como era, sacudiu a cabe-
a: De Nazar saiu algum dia alguma coisa que preste? Nazar, como se
v, no gozava l de muito boa fama entre os judeus. Filipe, porm insis-
tiu: Vem e v Natanael seguiu-o.
Assim que Jesus viu Natanael, exclamou: Eis um verdadeiro israelita,
em quem no h fingimento Era a primeira vez que se viam; imagine-se,
pois, o espanto de Natanael... Donde me conheces? - perguntou ele a
Jesus. Antes que Filipe te chamasse, eu j te vira sob a figueira - respondeu-
lhe o Mestre, tu s o Filho de Deus, tu s o Rei de Israel.
As Bodas de Can
Doutra feita, foi Jesus convidado para uma festa nupcial que se
realizava em Can, a poucos quilmetros de Nazar. Chegou acompanha-
do dos cinco primeiros discpulos e encontrou l tambm a sua me. A
famlia dos noivos era muito pobre: prova disso que no melhor da festa
veio a faltar o vinho ... Maria percebeu-o foi ter com Jesus, dizendo-lhe
que o problema no era da alada sua nem dela.
O primeiro Milagre
Mas entre Jesus e sua me houve, sem dvida, naquele momento,
alguma transmisso de pensamento, pois Maria, sem dar maior importn-
cia s palavras do filho, foi logo dizendo aos servos: Fazei tudo o que ele
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 63 |
vos disser. Jesus, com efeito, ordenou que se enchessem de gua as seis
talhas de pedra colocadas na entrada para as ablues dos hspedes.
Quando estavam bem cheias, disse o Senhor aos servos: Tomai e levai ao
mestre-de-mesa.
Assim fizeram os servos, e qual no foi a sua surpresa quando
perceberam que a gua se transformara em vinho! Levada ao mestre-de-
mesa, este, ignorando o acontecimento, assim que o provou correu para
os esposos, dizendo-lhes: Todos costumam servir primeiro o vinho bom,
reservando o menos bom para o fim, quando todos j beberam muito; tu,
ao invs, guardaste para o fim o vinho melhor.
O possesso de Cafarnaum
Jesus escolheu para residncia a cidade chamada Cafarnaum. Todo
sbado dirigia-se sinagoga, aproveitando a leitura de algum trecho da Bblia
para instruir os concidados a respeito da vinda do Messias. Um sbado
encontrou l um homem possesso do demnio. Movido de compaixo, orde-
nou ao demnio: Sai deste homem. O homem ficou aliviado, e os presentes
comentavam entre si: Quem este que manda at nos demnios?.
Jesus e as multides
Onde quer que Jesus fosse, numerosa multido comprimia-se ao
seu redor a fim de ouvi-lo, como tambm para obter a cura de enfermos,
instinto com ele para salvar todos os homens, e devia pregar e dar-se a
conhecer a todos. Por isso comeou a percorrer toda a Galilia, ensinando
nas sinagogas: pregava o reino de Deus e curava todas as doenas e enfer-
midades, e expulsava dos possessos os demnios.
As bem-aventuranas
Rodeado dos apstolos e da multido, comeou Jesus a ensinar
sua doutrina cujo primeiro mandamento a caridade. E disse: Bem-aven-
turados os mansos, bem-aventurados Os aflitos, bem-aventurados os po-
bres, bem-aventurados os que tm fome e sede de justia, bem-aventura-
dos os misericordiosos, bem-aventurados os puros de corao, bem-aven-
turados os pacficos, bem-aventurados os que sofrem perseguio por
amor de justia: destes o reino dos cus.
O Pai-Nosso
Muitos fariseus costumavam ir ao templo para orar; isso para se-
rem altamente considerados. Recitavam interminveis oraes, cada uma
ms complicada que a outra. Jesus, ao invs disso, sugeriu outra maneira
de rezar: Quando orardes, no multipliques inutilmente as palavras, pois
vosso Pai celeste conhece muito bem as vossas necessidades. Rezai, pois,
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 64 |
As parbolas do reino
Depois de ter exposto nas suas grandes linhas a lei do seu reino,
quis Jesus explica-Ia tambm com parbolas: O reino dos cus seme-
lhante a um gro de mostarda, que um homem tomou e semeou no seu
campo; sem duvida o menor de todos os gros, mas assim que cresce
a maior das hortalias e toma-se rvore; tanto verdade que os pssaros
do cu vm abrigar-se nos seus ramos. Como a rvore, a Igreja se esten-
der por toda a terra.
Disse tambm Jesus: O reino dos cus semelhante a um campo
semeado de boa semente, e no qual um inimigo do proprietrio vem e
semeia a m erva. Crescero ambas juntas, mas na poca da colheita reco-
lher-se- a boa semente, ao passo que a erva m ser lanada ao fogo. No
reino de Jesus haver sempre bons e maus. No fim dos tempos vir a
triagem: os bons sero levados para o cu pelos anjos do Senhor, ao passo
que os maus sero atirados ao fogo do inferno.
Com outras parbolas quis o Senhor ensinar que para possuir o
seu reino preciso estar disposto a abandonar tudo: O reino dos cus
semelhante a um tesouro escondido em um tesouro escondido em um
campo. O homem que descobriu esconde-o de novo e, cheio de alegria,
vai, vende o que possui e compra aquele campo. ainda o reino dos cus
semelhante a um homem que sai procura de prolas preciosa. Tendo
encontrado uma de inestimvel valor, vende e compra-a.
O servo do centurio
Apresentaram-se a Jesus alguns Judeus, pedindo-lhe, em nome de
um centurio romano, que lhe sarasse o servo. Irei e sar-lo-ei respon-
deu o Senhor. Mas enquanto caminhava, foi-lhe ao encontro o centurio,
suplicando-lhe: Senhor, no te incomodes por minha causa: eu no sou
digno de que entres na minha casa, mas dize uma s palavra e meu servo
ficar curado. E Jesus, admirado com a sua f, disse-lhe: Vai e faa-se
como creste. Naquele instante o servo sarou.
O filho da viva
Doutra feita, quando entrava em Naim, cidadezinha da Galilia
situada a 12 quilmetros de Nazar, deparou Jesus um enterro: era levado
sepultura um rapazinho, filho nico de unia viva, por sinal muito pobre.
A me, desolada, seguia o fretro, chorando desconsoladamente e cha-
mando pelo filho exnime, seu nico arrimo depois do falecimento do
marido. Jesus notou a pobre me e talvez tenha pensado na sua, que
tambm ficar s, depois da sua partida.
Compadecido, quis consola-Ia. No chores - disse-lhe. Fez colo-
car em terra o caixo e tocou o corpo inerte do jovem, dizendo: Jovem, eu
te ordeno: levanta-te!. Em meio ao pasmo dos presentes, o rapaz ergueu-
se e comeou a falar. Jesus tomou-o pela mo e entregou-o me que
agora chorava de felicidade. E o povo comentava: Um grande profeta
surgiu entre ns. A notcia espalhou-se em um timo por toda a cidade e
por todos os povoados vizinhos.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 65 |
Jesus e as crianas
Era comum aproximarem-se de Jesus as crianas. Os discpulos
afastavam-nas para no causar incmodos. Mas Jesus repreendia-os: Deixai
vir a mim as crianas porque o reino dos cus delas e dos que lhes
tomam semelhantes. Certa vez acrescentou mesmo: Se algum escanda-
lizar um destes pequeninos, melhor fora para ele que se lhe atasse ao
pescoo um n de moinho e fosse atirado ao fundo do mar.
O cego de nascena
Achando-se em Jerusalm, Jesus encontrou um cego de nascena.
Os discpulos, como o povo de ento, logo pensaram que aquele infeliz
ficara cego em castigo de algum pecado. Mas Jesus retificou: Nem ele,
nem seus pais pecaram mas assim sucedeu para que se manifestem nele as
obras de Deus. Dito isso, cuspiu no cho, fez lodo com a saliva e passou-
o nos olhos do cego, dizendo-lhe: Vai, lava-te na piscina de Silo. Assim
fez o cego e recuperou a viso.
Zaqueu
Quem se interessava tambm muito por Jesus era um tal de Zaqueu,
chefe dos publicamos, cobradores de impostos. Levado pela curiosidade
subiu ele certa vez em uma rvore a fim de observar melhor o Salvador
que passava. E Jesus, apenas se aproximou da rvore, ergueu os olhos e
disse: Zaqueu, desce; hoje hospedo-me em tua casa. Zaqueu desceu e
levou Jesus a casa, oferecendo-lhe um almoo. Depois, arrependido dos
seus pecados, prometeu a Jesus emendar-se.
Maria Madalena
Certo dia foi Jesus convidado para jantar com um amigo seu,
fariseu, chamado Simo. Durante a refeio, uma pecadora foi lanar-se
aos ps do Mestre, comeando a banha-los de lagrimas. Depois enxugou-
os com a sua cabeleira, beijou-os e perfumou-os. Simo achou que deveria
avisar a Jesus de que aquela mulher era pecadora. Jesus, porm, tomou a
defesa da mulher, dizendo: Em verdade te digo: a esta mulher foram
perdoados muitos pecados, porque muito amou.
A ovelha perdida
Quem de vs - disse tambm Jesus - que possuindo cem ovelhas
e perdendo uma, no deixa noventa e nove no deserto e no sai procura
da que perdeu? E quando a encontra, coloca-a sobre os ombros, todo
contente, e, voltando correndo para casa, chama os amigos e vizinhos,
dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo; encontrei a minha ovelha perdida. As-
sim tambm vos digo: haver no cu maior alegria por um pecador arre-
pendido do que por noventa e nove justos.
O filho prdigo
Para ilustrar melhor a misericrdia de Deus para com o pecador
arrependido, narrou ainda Jesus outra parbola. Um pai tinha dois filhos.
O mais jovem tendo conseguido obter dele a parte da herana que lhe
cabia, partiu para longe da casa paterna. Perdulrio como era, em pouco
tempo esbanjou tudo o que possua, a ponto de, para no morrer de
fome, ter de ir trabalhar como guarda de porcos, at que resolveu voltar.
O pai, que o esperava, acolheu-o com festana.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 66 |
O po vivo
Novamente dirigiu-se Jesus aos apstolos, perguntado-lhes:
Quantos Pes tendes? muito pouca coisa tinham eles: apenas cinco pes
e dois peixes. Jesus fez ento acomodar na relva a multido, depois tomou
os pes e os peixes e abenoou-os e deu-os aos apstolos, a fim de que os
distribussem multido. Aqueles pes e aqueles peixes, multiplicaram-se
sob os seus olhos, de modo que toda aquela gente comeu at saciar-se.
Tendo visto o milagre, a multido comentava: Este verdadeira-
mente o Profeta que deve vir ao mundo, e queria arrebata-lo para o fazer
rei. Mas Jesus desapareceu no meio deles, retirando-se para orar. Quando,
ento, no dia seguinte, tomou a aparecer, o povo que tinha assistido ao
prodgio da multiplicao dos pes aglomerou-se novamente ao seu redor.
Jesus compreendeu que chegara o momento de revelar-lhe uma grande
promessa, aproveitando o entusiasmo despertado na multido pela multi-
plicao dos pes.
Disse-lhes, pois, Jesus: Vs me procurais, no por causa dos mila-
gres que vistes, mas por causa dos pes que comestes e de que vos sacias-
ses. Procurai, no o po que parece, mas o po que dura para a vida
eterna. Ele falava da sua palavra e da Eucaristia que haveria de instituir:
Eu sou o po vivo descido do cu. Se algum comer deste po viver
eternamente: o po que vos darei a minha carne. O povo nada enten-
deu, e afastou-se decepcionado. Mas Pedro, falando em nome dos doze,
fez a sua profisso de f.
Os dois endemoninhados
Assim que chegaram outra margem, Jesus e os apstolos dirigi-
ram-se regio dos garasenos. Apenas pisaram em terra, foram-lhes ao
encontro dois endemoninhados, que viviam no meio das tumbas e eram
to furiosos que ningum ousava aproximar-se deles. Um destes, vendo de
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 67 |
A Canania
Continuando sua viagem, dirigiu-se Jesus para a regio de Tiro e
Sdon. Tambm aqui o demnio manifestava seu poder sobre os homens,
entrando-lhes nos corpos. Entre outros, estava possessa do demnio uma
mulher pag, tendo ouvido falar de Jesus que andava por aquelas bandas,
decidiu ir-lhe ao encontro e pedir-lhe que libertasse sua filhinha, havia
vrios dias.
A mulher assim gritava a Jesus: Senhor, filho de Davi, tem com-
paixo de mim! Minha filha est sendo cruelmente atormentada pelo
demnio. Mas ele fingiu ignor-la. Os discpulos, incomodados com aqueles
gritos. Disseram-lhe: Dize a ela que se v, pois no pra de gritar atrs de
ns! E Jesus: No fui enviado seno s ovelhas perdidas de Israel. De-
pois disse mulher: Deixa que se saciem primeiro os de casa, pois no fica
bem tomar o po dos filhos e atir-lo aos ces.
A me, longe de desanimar, respondeu a Jesus: Est certo, Se-
nhor, mas acontece que tambm os cachorrinhos costumam comer debai-
xo da mesa as migalhas dos filhos. Diante de tanta f, Jesus no pde
resistir mais: mulher, grande a tua f! Vai pelo que disseste sejam-te
satisfeitos os desejos: o demnio j deixou a tua filha. A mulher creu nele,
e tendo regressado a casa encontrou a filha completamente curada. que
o demnio, a uma ordem de Jesus, j a tinha abandonado.
O primado de Pedro
Depois de ter pregado no territrio de Sdon, Jesus dirigiu-se com
os apstolos aos ps do monte Hermon, na cidade de Cesaria de Filipe.
Ali perguntou aos discpulos: Quem dizem os homens ser o filho do
homem? Os apstolos relataram-lhe as vrias opinies. E ele acrescentou:
E vs, quem dizeis que eu sou? Pedro, em nome de todos, tomou a
palavra, dizendo: Tu s o Cristo, o Filho de Deus Vivo. Muito agradou a
Jesus esta profisso de f.
Tanto que ele premiou imediatamente a confisso de Pedro, res-
pondendo-lhe: Feliz de ti, Simo, filho de Jonas, porque no foi por ti
mesmo que chegaste a isto, e sim o meu Pai que est nos cus foi quem to
revelou. E eu te digo que tu s Pedro e sobre esta pedra edificarei minha
igreja, e as portas do inferno no ho de prevalecer contar ela. Dar-te-ei as
chaves do reino dos cus. Com estas palavras tencionava Jesus construir
Pedro chefe dos apstolos e seu vigrio na Terra.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 68 |
O anncio da paixo
Pouco tempo depois revelou aos seus discpulos que era necess-
rio que ele fosse a Jerusalm, onde haveria de sofrer, ser condenado,
conduzido morte, para ressuscitar ao terceiro dia. Os discpulos no
conseguiam compreender como Jesus, Messias e Filho de Deus, devesse
sofrer. Pedro chegou mesmo a dizer-lhe: Senhor, isso no deve aconte-
cer! Mas Jesus respondeu-lhe duramente: Retira-te, Satans! Tu no raci-
onas segundo Deus.
A transfigurao
Certa vez tomou Jesus consigo Pedro, Tiago e Joo e subiu com
eles ao monte Tabor. L chegando, transfigurou-se diante deles: seu rosto
tomou-se resplendente como a neve. Junto dele estavam Moiss e Elias.
Os apstolos prostraram-se por terra e Pedro disse: Senhor, como bom
estarmos aqui! Faamos trs tendas e fiquemos aqui. Nisto ouviu-se uma
voz vinda do alto, que dizia: Este o meu filho bem-amado: ouvi-o!
Assim que desceram da colina, encontraram os outros apstolos
discutindo com os escribas. E um homem, assim que avistou Jesus, desta-
cou-se do grupo e veio prostrar-se-lhe aos ps, rogando-lhe: Senhor, tem
piedade do meu filho, que est atormentado pelo demnio. Jesus fez
trazer o rapaz e curou- os apstolos perguntaram-lhe; Por que ns no
conseguimos expulsar o demnio? Ele ento lhes explicou que aquela
espcie de demnio s se podia expulsar com orao e o jejum.
O bom pastor
Jesus amava os hebreus, apesar de muitos deles o odiarem e dese-
jar-lhe a morte. Por isso, quis comparar-se um dia ao bom pastor. Conhe-
o minhas ovelhas, amo-as, chamo-as pelo nome e por elas dou a minha
vida. Para isso vim a esta terra: para que tenham a vida e a tenham, em
abundncia. A mercenria, ao invs, encontrando-se em perigo, foge e
abandona as ovelhas.
O bom samaritano
Um fariseu perguntou certa vez a Jesus: Mestre, que devo fazer
para possuir a vida eterna. Jesus respondeu: Amars ao Senhor teu Deus
de todo o teu corao e ao prximo como a ti mesmo. Quem o meu
prximo?- perguntou o outro. E Jesus contou-lhe o caso de um homem
que fora assaltado, ferido e abandonado na estrada. Um samaritano, ao
passar por ali, teve compaixo dele e pensaram-lhe as feridas. E concluiu:
Vais faa o mesmo.
A famlia de Lzaro
Jesus ia freqentemente casa de Lzaro e de Marta e Maria, suas
irms.Um dia, enquanto Marta se atarefava para proporcionar a Jesus um
acolhimento altura, Maria continuava aos seus ps do Mestre, ouvindo-
o. Marta ento comeou a falar a Jesus: Mestre, dize a minha irm que
venha ajudar-me. Jesus, ao invs, sorrindo, respondeu: Marta, Marta,
preocupas-te com coisas de pouco importncia. Maria ao invs escolheu o
melhor: ouvir as palavras de vida eterna.
A ressurreio de Lzaro
Lzaro adoeceu e logo ficou nas ltimas. As irms mandaram cha-
mar Jesus: Senhor, eis que o teu amigo est doente. Mas ele no deu
maior importncia ao fato, observando apenas que no se tratava de uma
doena mortal, e continuou a pregao. Logo em seguida, porm, ele pr-
prio anunciou que Lzaro morrera, e tomou o caminho de Betnia. Marta
foi-lhe ao encontro: Senhor, se estivesse aqui meu irmo no teria morrido.
Jesus dirigiu palavras de consolo s duas irms, encaminhando-se
em seguida sepultura de Lzaro. Tirai a pedra - disse aos parentes,
apenas chegou diante do sepulcro. Todos o fixaram espantados, e Marta
notou-lhe que j fazia quatro dias que Lzaro fora sepultado. Mas Jesus
fez remover assim mesmo a pedra; em seguida, com voz imperiosa, excla-
mou: Lzaro, vem para fora! A estas palavras a vida retomou repentina-
mente queles membros inertes, e Lzaro ressuscitou.
Alguns fariseus que haviam presenciado a cena creram em Jesus;
outros, porm, percebendo que este prodgio s podia aumentar-lhe a
fama, foram avisar os chefes do povo. Que faremos? - perguntavam-se
estes. Se o deixarmos agir, todos acabaro crendo nele, e viro os roma-
nos e destruiro a nossa cidade e a nossa nao. Ento levantou-se Caifs,
sumo sacerdote, e sentenciou: melhor que um s morra por todos. E
desde aquele dia os chefes dos judeus decidiram matar Jesus.
A entrada em Jerusalm
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 70 |
Os maus vinhateiros
Narrou-lhes uma parbola. Um homem arrendara uma vinha, e no
templo da vindima enviou os servos para trazerem parte dos frutos; mas
os viticultores os espancaram e afugentaram. Enviou-lhes ento o prprio
filho, julgando que o respeitariam. Ao invs, eles, para terem a herana,
mataram-no. Que far o Senhor?, perguntou Jesus. Punir os viticultores
e dar a vinha a outros, responderam-lhes. Jesus concluiu: A vs ser
tirado o reino de Deus e dado a outros.
A instituio da Eucaristia
Jesus consumiu a ceia segundo o costume hebreu; depois, a certa
altura, tomou um po, benzeu, partiu-o e distribuiu-o aos discpulos, di-
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 71 |
No Getsmani
Chegando ao Getsmani, e antes de l entrar, disse Jesus aos aps-
tolos: Esperai aqui,enquanto vou orar. Tomou consigo Pedro, Tiago e Joo
e dirigiu-se para uma clareira solitria.Os apstolos caram logo no sono,
enquanto ele orava Meu Pai, tudo possvel para ti; quer-se afasta de mim
este clice; acrescentando: Porm, no a minha, mas a tua vontade seja
feita. Devido ao sofrimento, um suor de sangue caa-lhe do corpo.
Jesus preso
Jesus acordou vrias vezes os apstolos, e por fim, ouvindo os
passos da soldadesca, disse: Levantai-vos, vamo-nos: eis que se aproxima
alquile que me h de trair. Judas prevenira os soldados: Aquele a quem
eu beijar, ele: prendei-o. E apenas se aproximou de Jesus, beijou-o e os
soldados o cercaram. Mas Jesus lhes disse: A quem procurais? E eles:
Jesus Nazareno. Sou eu. Se for a mim que procurais, deixai em paz
estes. Os deixai em paz estes . Os soldados ento o prenderam.
Diante do tribunal
Jesus foi conduzido casa de um tal de Ans, que j fora sumo
sacerdote, o qual lhe fez vrias perguntas sobre sua doutrina e seus
seguidores,mas Jesus respondeu-lhe: Eu sempre ensinei em pblico: in-
terroga aqueles que me ouviram. A estas palavras, um dos soldados deu-
lhe uma bofetada, julgando injuriosa tal resposta. Jesus ento lhe disse:
Se falei mal, diz-me em que; se no por que me bates? Ans decidiu
ento encaminh-lo a Caifs.
Negao de Pedro
Neste nterim Pedro tinha penetrado no ptio, para ver que rumo
tomavam os acontecimentos. Foi reconhecido primeiramente por uma cria-
da, depois por outra, e logo em seguida por um grupo de curiosos, os
quais lhe disseram: s um dos discpulos de Jesus.
Mas Pedro, tmido e medroso, negou-o, dizendo: Nem conheo
este homem! Logo em seguida, porm, lembrando-se que Jesus lhe tinha
predito a negao, chorou amargamente.
Diante de Platos
A sentena de morte pronunciada pela autoridade judaica no po-
dia ser executada antes de receber a confirmao por parte da autoridade
romana representada por Pilatos. O sumo sacerdote encarregou ento al-
guns de acompanharem Jesus at Pilatos, a fim de que este confirmasse a
sentena de morte por ele decretada. Os chefes dos judeus enviaram tam-
bm uma grande multido para que gritasse contra Jesus, influenciando a
deciso do procurador.
Pilatos, quando viu diante de si Jesus, tentou proceder legalmen-
te. Comeou a sair do pretrio e perguntar aos judeus que acusaes
traziam contra Jesus. Mas aqueles no queriam saber de jri, e sim da
confirmao da sentena de morte j pronunciada pelo Sindrio. Por isso,
ponderam enfurecidos: Se este tal no fosse um malfeitor, no o teramos
trazido at aqui.
Mas Natos no era homem de ceder facilmente, e resolveu interro-
gar Jesus. No conseguiu encontrar nele culpa alguma, disse aos judeus:
No encontro nele sombra de culpa. Os judeus, ento, percebendo que
Natos estava disposto a libertar Jesus, gritaram: Encontramos este ho-
mem incitando o povo revolta, aconselhando a sonegar o imposto ao
Csar e chegando a se proclamar rei. Ouvindo isto, Pilatos reinquiriu Je-
sus: s tu rei? Respondeu-lhe Jesus: Sim, sou-o; meu reino, porm, no
deste mundo.
De Herodes a Pilatos
O procurador enviou Jesus a Herodes, tetrarca da Galilia, que se
encontrava ento em Jerusalm. Este o tratou como louco, devolvendo-o a
Pilatos, o qual usou outro expediente: props ao povo escolher entre a
libertao de Jesus ou a Barrabs, um criminoso vulgar. Mas os judeus no
vacilaram: pediram a libertao de Barrabs e a crucificao de Jesus. Pilatos
tentou um ltimo recurso: Mandarei flagela-lo, e depois livrarei. E entre-
gou Jesus soldadesca.
Os soldados despiram Jesus de suas vestes, e amarraram-no numa
coluna, flagelaram-no e coroaram-no de espinhos. Reduzido a tal estado,
com um farrapo de prpura aos ombros e na cabea uma coroa de espi-
nhos, foi Jesus apresentado multido: Eis o homem! - disse Pilatos. E a
turba endurecida: Crucifica-o! Notando em Pilatos certa indeciso, ber-
ravam: Se soltares este homem, no s amigo do Csar!. Pilatos empali-
deceu e assinou a sentena de morte contra o Senhor.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 73 |
A via dolorosa
O tumulto crescia. Pilatos lavou ento as mos, dizendo: Sou ino-
cente do sangue deste justo. Entrementes, os soldados revestiram Jesus
com sua prpria roupa e puseram-lhe aos ombros uma cruz pesadssima.
Conduziram-no depois a uma elevao prxima, a fim de crucifica-lo. Du-
rante o trajeto, premido por uma multido que o insultava, Jesus chegou a
cair trs vezes; ento os soldados obrigaram um transeunte, Simo Cireneu,
a ajud-lo a carregar a cruz.
Os dois Ladres
Um destes comeou a dirigir insultos a Jesus: No s o Cristo?
Pois ento salva-te a ti mesmo e a ns! Mas o outro repreendeu-o No
temes a Deus, nem depois de condenado? Ns recebemos o justo castigo,
mas este nada fez de mal. E disse Jesus: Hoje mesmo estars comigo no
paraso. Em seguida perdoou aos seus algozes: Pai! Perdoai-lhes: no
sabem o que fazem.
A morte de Jesus
No meio de to atrozes tormentos, ergueu Jesus os olhos para o
cu e exclamou: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?. Mas
logo em seguida manifestou ter realizado at o fim a vontade do Pai,
rezando assim: Pai, em tuas mos encomendo o meu esprito. Em segui-
da, inclinando a cabea, expirou. Eram trs horas da tarde. Produziu-se
ento um grande terremoto e o sol obscureceu-se. O centurio exclamou:
Certamente este era o Filho de Deus.
O sepultamento
vista do terremoto, muitas pessoas ficaram convencidas da ino-
cncia de Jesus. Um soldado quis, porm, certificar-se de que ele estava
realmente morto, e lhe enterrou a lana no lado, donde correu o sangue e
gua. Jos de Arimatia, discpulo de Jesus, embora membro do Sindrio,
pediu a Pilatos autorizao para retirar o corpo do Senhor e dar- lhe sepul-
tura. Pilatos permitiu-lhe. Jos envolveu-o em uma tumba no jardim de sua
propriedade.
A ressurreio
Os amigos de Jesus pensavam retomar o cadver no dia seguinte
Pscoa, para embalsam-lo e dar-lhe condigna sepultura. Mas Jesus tinha
predito: Hei de ressuscitar no terceiro dia. E eis que na manh do tercei-
ro dia, num abrir e fechar de olhos, os soldados que montavam guarda ao
sepultamento foram acordados por uma luz fortssima e viram um anjo
que removia a pedra do sepulcro, agora vazio, pois Jesus ressuscitara
gloriosamente.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 74 |
As aparies de Jesus
Pedro e Joo foram ver se Jesus tinha realmente ressuscitado. Che-
garam correndo ao sepulcro, entraram ms Jesus l no mais estava. Viram
as faixas com que tinha sido envolvido, o sudrio que lhe tinha colocado
na cabea, mas ainda sob o impacto do medo que deles se apoderara nos
dias anteriores, no conseguiam convencer-se de que Jesus tivesse real-
mente ressuscitado. Retiraram-se com os demais apstolos e ficaram em
casa, esperando...
Mas Jesus se mostrou aos apstolos na mesma tarde da ressurrei-
o. Estando fechadas as portas, apareceu no meio deles, e disse: A paz
esteja convosco. Ps-se a conversar e repreendeu-os por no terem dado
f s piedosas senhoras. Depois disse-lhes: Como o Pai me enviou, assim
eu vos envio a vs: ide, pois, e pregai o Evangelho a todas as gentes,
batizando- as em nome do Pai, do filho e do Esprito Santo. Quem crer,
ser salvo.
Os discpulos de Emas
No mesmo dia da ressurreio, dois discpulos caminhavam em
direo a uma aldeia chamada Emas . Enquanto falavam e discutiam,
Jesus juntou-se a eles, sem que o reconhecessem. Fez-lhes perguntas sobre
Jesus, de que estavam falando, e eles disseram-lhe: Espervamos que ele
fosse aquele que haveria de libertar Israel. Chegados aldeia, os dois
discpulos convidaram-no a comer com eles, e, tendo-se assentado mesa,
reconheceram-no partindo o po.
A incredulidade de Tom
O apostolo Tom no estava com os demais na ocasio em que
Jesus lhes aparecera. Disseram-lhe pois: Vimos o Senhor. Mas ele: En-
quanto no vir nas suas mos os sinais dos cravos e a mo no seu lado, no
crerei. Oito dias depois, o Senhor, aparecendo de novo, disse Tom: Co-
loca a mo aqui no meu lado, e no sejas incrdulo! Tom exclamou:
Meu Senhor e meu Deus.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 75 |
O primado de Pedro
Certo dia, Jesus se apresentou aos apstolos no lago de Tiberades. E
perguntou a Pedro: Simo, amas-me mais do que estes? Sim, Senhor, tu
bem sabes que te amo. E Jesus lhe disse: Apascenta os meus cordeiros.
Interrogado uma segunda e uma terceira vez, Pedro respondeu: Sim, Senhor,
tu bem sabes que te amo. E Jesus lhe disse: Apascenta minhas ovelhas,
apascenta minhas ovelhinhas. Destarte confirmou-o como chefe da Igreja.
A ascenso
Passados quarenta dias depois da ressurreio, Jesus apareceu uma
ltima vez aos apstolos, convidando-os para subir com ele at o monte
das Oliveiras. Depois disse-lhes: Est escrito que o Cristo deveria sofrer,
morrer e ressuscitar ao terceiro dia. Fostes testemunhas destas coisas, a
fim de que as possais pregar at os confins do mundo. Dito isto, aben-
oou-os e, erguendo-se acima do solo, subiu ao cu, para assentar-se
direita do seu Pai.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 76 |
HISTRIAS
EVANGELICAS
O ENSINAMENTO DE JESUS
Jesus no tinha casa, percorria cidades e vilas da Galileia espalhando os
ensinamentos do bem. ficou muito popular, a multido vinha de toda parte
para v-lo para ouvir seus ensinamento pedir-lhe a cura de alguma doena.
Desde ento comeou a surgir os seus seguidores, por onde ele
passava sempre fazia cura. e todos ficavam curiosos se perguntando que
homem esse com tanto poder de salvar as pessoas, e os seguiam largando
tudo para trs.
Jesus continuou com suas andanas, pregando o evangelho de Deus.
JESUS E AS CRIANAS
Jesus estava com seus 12 apstolos ensinando as palavras de Deus,
quando algumas pessoas traziam suas crianas para ele os tocar, os seus
amigos apstolos repeliram aquelas pessoas para no o perturbar. Porm,
Jesus os chamava.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 78 |
JESUS NA SAMARIA
Os judeus odiavam os samaritanos. A Samaria ficava entre a Galileia,
ao norte, e Jerusalm, ao sul. Os judeus que viajavam entre o norte e o sul,
davam uma grande volta, atravessando o rio Jordo, s para no se
encontrarem com os samaritanos.
Um dia, Jesus estava a caminho de Jerusalm para a Galilia.
Atravessou a Samaria com os seus doze ajudantes. Por volta do
meio dia, chegaram a uma pequena cidade. Jesus sentou-se a beira de um
poo, enquanto seus ajudantes foram procurar po. Uma mulher da cidade
de Samaria veio buscar gua no poo. Jesus lhe disse: Por favor me d
um pouco de gua. Ela lhe respondeu: Um judeu pedindo gua para
uma samaritana!
Jesus respondeu: Se voc soubesse quem sou eu, voc que
me pediria e eu lhe daria gua viva.
A mulher disse: Meu povo adora a Deus exatamente como vocs,
judeus. vocs dizem que Deus s pode ser adorado em Jerusalm. Mas eu sei
que chegar um salvador, chamado Cristo. Quando ele chegar, ele nos dir a
verdade. Jesus disse: Eu sou Cristo, o que fala com voc neste momen-
to.
A mulher voltou a cidade e contou a seus amigos tudo o que se
passara no seu encontro com Jesus. Muitos samaritanos foram v-lo.
Jesus ficou com eles durante dois dias. E muitos acreditaram nele.
O HOMEM RICO
Um dia um homem rico muito importante foi a Jesus e se ajoelhou
humildemente diante dele. E disse: Bom Mestre, o que que devo
fazer para ganhar a vida eterna e viver com Deus?
Jesus respondeu: por que voc me chama de bom? Voc sabe
que somente Deus perfeitamente bom. Voc tambm conhece os
mandamentos.
No tomar a mulher do outro, no roubar, no dizer falso
testemunho, no enganar e honrar pai e me.
O homem rico disse: Mestre, sempre vivi de acordo com os
mandamentos, desde criana. Jesus sabia que ele era um homem bom.
Mas lhe disse: S existe uma coisa que voc precisa fazer. Venda tudo
o que voc possui e d o dinheiro aos pobres. Ento o seu tesouro ficar
no cu quando voc fizer isto, volte e siga-me.
O homem rico ficou triste, ele no queria abandonar todas as suas
riquezas, nem pelo Reino de Deus. Levantou-se devagar, na maior tristeza,
e foi embora. ento Jesus voltou-se para seus seguidores: Como
difcil para o homem rico entrar no Reino de Deus!
Todos ficaram admirados e perguntaram: Ento quem poder
se salvar? Jesus respondeu: Tudo possvel a DEUS.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 79 |
O SAL DA TERRA
Jesus dizia aos seus discpulos:
Vocs so o sal da terra, eles eram poucos, assim como o sal
que podia conservar uma grande quantidade de alimentos.
Jesus comparou seus amigos com o sal, por que naquela poca
todos precisavam de sal, para conservar alimentos como peixe, verdura
etc... graas ao sal, os alimentos naquela terra quente no se estragavam.
Por isso, o sal era preciso para o povo daquela terra.
Os que negociavam com o sal ficavam, ricos e o usavam como di-
nheiro. Sal era smbolo de amizade, na poca comer po e sal juntos, unia as
pessoas. Quando havia sal entre eles usavam dizer (Somos amigos).
Assim como o sal, os discpulos deviam espalhar a bondade e a
pureza de Deus em toda terra.
Por isso Jesus dizia Pessoa boa o SAL DA TERRA.
O MENDIGO CEGO
Um dia Jesus estava passando pela cidade de Jeric. Bartimeu, um
mendigo cego, estava sentado na beira da estrada, como sempre fazia,
pedindo esmola aos que por ali passavam. Ouvi um barulho de uma grande
multido. e perguntou a algum que estava perto dele: Que barulho e
esse? Seu companheiro respondeu: Jesus, o homem de Nazar, com
a multido de seus seguidores.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 80 |
JULGAR OS OUTROS
Jesus, um dia fez a seguinte comparao. Por acaso um cego pode
guiar outro cego? No caram ambos no buraco? Por que voc olha o cisco
no olho de seu irmo e no percebe a trave que h no seu? Como voc
pode dizer a seu irmo: Irmo deixe me tirar o cisco de seu olho
quando no ver a trave de seu prprio olho? Tire primeiro a trave de seu
olho e ento ver bem, para tirar o cisco do olho de seu irmo.
O povo que ouvia Jesus, sorriam a comparao mas ele as ensinou
no julgar seus irmos. todos ns temos faltas, muitos fcil ver as pequenas
faltas dos outros, e muito difcil ver nossos grandes erros. Jesus quis
dizer, devemos cuidar, assim seremos verdadeiros missionrios dele.
FALANDO COM DEUS
Jesus muitas vezes deixava seus doze ajudantes e se retirava sozinho.
Seus apstolos sabiam que ele no estava realmente sozinho todo esse
tempo. Ele estava com seu Pai Celestial.
Um dia, disseram a Jesus: Senhor, ensine-nos a falar com o
Deus Pai Criador do universos, das coisa, das criaturas e da natureza.
Jesus lhe disse: Quando vocs falarem com Deus, rezem assim:
Pai nosso, Que estais no cu e em toda parte, Santificado seja o teu santo
nome, Venha a ns o teu reino, Seja feita a tua vontade assim na terra
como nos ciclos espirituais, O po nosso de cada dia dai-nos hoje, senhor,
Perdoe as nossa dvidas, se ns perdoarmos os nosso devedores, No nos
deixe cair em tentao, Mas livra-nos do mal, Porque s em ti brilha a luz
eterna, A luz do reino, da glria e do poder por todos os sculos sem fim.
A RESPOSTA CELESTE
Jesus sempre fazia aos seus discpulos pregaes dos seus
ensinamentos, preparando-os para substitu-lo na exemplificao, para a
humanidade. foi numa dessas ocasies, que um deles indagou-lhe se DEUS
atendia aos pedidos dos homens. O Senhor, para esclarecimento, narrou
esta estria:
Certa vez, um jovem seguidor dos ensinamentos de DEUS saiu a
fim de espalhar as verdades celestes, indo de uma aldeia para outra, bem
distanciadas entre si, em sua companhia um co amigo. quando anoiteceu,
estando ele em meio do caminho, sem calcular a distncia que o separava
da outra aldeia e, reparando que a solido em plena natureza era medonha,
orou, implorando a proteo do eterno Pai, e seguiu adiante.
Na noite fechada e sem luar, notou a existncia de larga e
confortadora cova margem do caminho, e acariciando o co que o seguia
atento, disps-se a deitar e dormir. Mal comeou a instalar-se
pacientemente, grande nuvem de moscas vorazes o atacou de repente,
obrigando-o a retomar o caminho.
O Jovem continuou a caminhada, quando percebeu um belo riacho
num trecho onde a estrada se dividia. Uma ponte servia de passagem pelo
caminho principal e alm dela via-se terra to bonita, como se fora um
lenol branco na escurido da noite. O moo preparou-se para atravess-la,
puxando o cozinho obediente, quando a ponte se desligou das bases,
estalando e abatendo-se por inteiro. Sem meios para a travessia, o rapaz
seguiu por outro rumo e, encontrando frondosa rvore, robusta e
acolhedora, pensou em abrigar-se, porque o firmamento prometia
tempestade prxima. O vegetal oferecia proteo segura em seu tronco
aberto. Dispunha-se a proteger-se, mas a ventania soprou to forte que o
tronco caiu, partindo irremediavelmente. Exposto chuva, ps-se a
caminhar em frente.
Depois de muito andar, encontrou um casebre iluminado por doce
luz. Suspirou aliviado. Bateu porta. O homem que veio atender foi claro
na negativa, alegando que no recebia visitas noite e que no deveria
receber pessoas estranhas. Por mais que chorasse, pedisse, o viajor foi
constrangido a seguir alm. Acomodou-se como pde, sob o temporal,
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 82 |
A SUPLICA FINAL
Pensando que o Divino Mestre distribui as ddivas de acordo com
os pedidos das criaturas, um homem fervoroso e sincero, muito interessa-
do em cumprir os ensinamentos do Senhor, ao orar, pediu-lhe a ddiva do
dinheiro justificando o pedido com o fim de poder atender aos necessitados.
Ouvindo-lhe a rogativa, o divino Mestre prontamente concedeu-lhe
a graa do dinheiro, e logo o fervoroso homem viu a fortuna enchendo
seus cofres.
Entretanto, as suas preocupaes se multiplicaram, e com elas sur-
giram desgostos graves. esquecido de empregar o recebido, em auxlio
dos famintos e necessitados, passava dias e noite vigiando a entrada e
sada do ouro, assistindo ao crescimento da prpria fortuna.
Logo, alguns de seus familiares o abandonaram, desgarrou-se do
lar, pelo fascnio da vida de facilidade e excesso de dinheiro. Porm, o
homem conservava sua f, e percebendo que o dinheiro s o infelicitara,
prosternou-se em orao e pediu a Jesus que lhe desse a autoridade.
Somente com a vantagem da autoridade, pensava ele, poderia seguir a
Jesus, pois a todos guiaria.
O Mestre ouvi-lhe a splica, e pouco depois o discpulo ganhava
nobre posio de administrador. Todavia, sem experincia e incapaz de tolerar
as calnias e incompreenses, viu-se odiado pelos subalternos e superiores.
Aturdido e desencantado, voltou a orar e pediu a Jesus o poder de curar.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 83 |
VIDA DE JOS
Jos era filho de Jac. Jac era neto de Abrao, aquele que, a
chamado do Senhor, saiu de sua terra e foi para Cana, onde fica hoje a
Palestina, a fim de formar um povo que espalhasse por toda a Terra a
notcia de que existi um s Deus. Jos era, portanto, bisneto de Abrao.
Jac, pai de Jos, tinha mais 11 filhos e todos moravam na terra de
Cana.
Se ns pudssemos assistir s cenas que se desenrolaram naquela
tempo perguntaramos:
Quem ser aquela homem que est entrada de sua tenda? Seu
cabelo est se tomando branco. Ele no vai mais aos campos, no cuida
mais das ovelhas. Seus filhos, j homens, fazem esse trabalho.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 84 |
Esse homem Jac, seus olhos brilham quando ele fala com os
filhos, quando fala, gira e torna a gorar o seu bordo, aquele pedao de
pau em que se apoia para andar, algumas vezes, traa no cho qualquer
sinal. Provavelmente, estar, nessas horas, contando a seus filhos alguma
coisa a respeito de sua vida. Gosta muito de contar um sonho, que teve a
certa vez, quando era moo como eles. Nesse sonho, Jac viu uma grande
escada, que saa da Terra e penetrava no Infinito, l bem no alto do cu,
to alto que no se podia avistar o seu fim. Pela escada, iam e vinham
espritos, em grande nmero. alguns estavam nos degraus mais baixos,
outros mais altos, e iluminados.
Jos e Bejamim, os mais novos dos filhos de Jac, gostavam muito
de escutar o pai, quando ele falava das coisas de Deus. Ficavam
maravilhados.
Os outros, no davam muita importncia a esse assunto.
Quando os irmos iam levar as ovelhas para pastar, Jos e Benjamim
ficavam na companhia do velho Jac. nessas oportunidades, Jos, muito
inteligente, procurava aprender com seu pai tudo que este lhe podia ensi-
nar. De vez em quando, Jos tambm ajudava seus irmos, no trabalho do
campo.
Embora Jos fosse um rapaz amoroso e bom, seus irmos no
gostavam muito dele. Tinha inveja da amizade que existia entre Jac e
Jos, sem compreender que eles tambm poderiam ser mais amigos do
pai, se procurassem estar na companhia dele.
Certa vez, Jac deu a Jos um lindo casaco todo colorido. Jos
ficou contentssimo e muito agradecido. Mas os irmos no ficaram nada
satisfeito com a demonstrao de carinho de Jac para com Jos. ficaram
com os coraes ainda mais cheios de inveja.
Um dia, Jos teve um sonho, e contou-o aos irmos:
Estvamos no campo, reunindo varas, que atvamos todas jun-
tas, formando feixes. Em certo momento, o meu feixe se levantou e ficou
de p. E os feixes de vocs o rodearam e se inclinaram para o meu.
Tanto bastou para que os irmos ficassem com raiva
Estars querendo dizer que nos dominars, que reinars sobre
ns e que nos inclinaremos tua frente?
E passaram a gosta ainda menos do irmo.
Em uma ocasio em que os irmos levaram as ovelhas para pastar
em um lugar distante daquele em que moravam, Jos no foi com eles.
Benjamin tambm ficou. Os dois ficaram fazendo companhia ao velho pai.
Como os filhos demoravam para voltar, Jac ficou preocupado.
Resolveu ento mandar Jos procura dos irmos, porque Jac gostava
muito de todos os filhos. Disse ele a Jos:
Vai ver como esto os teus irmos e como est o rebanho, e
volta trazendo-nos notcias
Jos seguiu a ordem do pai. Custou a encontrar os irmos, mas
finalmente um homem lhe indicou onde eles estavam.
Quando avistaram Jos, em vez de ficaram contentes em rev-lo, ,
os irmos comearam a comentar:
L vem o sonhador mor.
Um deles teve a idia infeliz tima oportunidade para ficarmos
livres dele.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 85 |
Pai do Cu mais uma vez mostrou seu grande amor, mandando, antes do
Messias, outro mensageiro para avisar o povo: Aprontem-se, limpem
seus coraes, pois agora vir o Messias. Esse mensageiro batizava, jogando
gua, para dizer aos homens que lavassem seus coraes, que se tornassem
melhores, mais humildes, para receber os ensinamentos do enviado de
DEUS, o Messias Prometido.
Esse mensageiro era outro profeta, e seu nome Joo Batista.
O Messias, vocs j sabem, foi JESUS, o enviado que trouxe
ensinamentos e exemplos extraordinrios, que nos ajudam a nos tornarmos
melhores.
Foi importante o papel dos profetas e JESUS muitas vezes falou
deles: No pensem que eu vim destruir a Lei (isto a Lei de DEUS, os
Dez Mandamentos) e os profetas. No vim destruir, mas cumpri-los. E
tambm: Amar a DEUS sobre todas as coisas e ao prximo como a si
mesmo; ali esto toda a Lei e os profetas.
Muitos no aceitaram as palavras e o amor de Jesus. Mas se DEUS
no tivesse permitido que os profetas preparassem os homens, talvez
nenhum ouvisse o Mestre dos Mestres. Era to grande e to bela a Sua
misso que foram necessrios vinte sculos para preparar os homens para
receb-Lo. E hoje, passados outros vinte sculos, a humanidade ainda hesita
em amar e seguir o Mestre.
MOISS
Existe um lugar que se chama Egito, onde h cerca de 3.500 anos,
vivia um povo que trabalhava como escravo para o rei de l.
Pela vontade de Deus, nasceu-lhes um filho - Moiss - que deveria
levar toda aquela gente sofredora para uma terra distante, chamada Cana.
Moiss era forte, corajoso e inteligente.
Os espritos de Deus costumavam dar ensinamentos a Moiss, para
que conseguisse livrar seu povo.
Depois de muitos anos de esforo, Moiss partiu do Egito com a
maior quantidade de pessoas que jamais se viu em to longa caminhada;
at chegarem a Cana, levaram cerca de 40 anos!
A maior parte do tempo levaram atravessando o deserto que separa
o Egito de Cana. Os espritos que Deus destacou para guiarem Moiss
estavam sempre a postos.
Muitas coisas maravilhosas aconteceram.
Por exemplo: quando faltava gua, Moiss com uma varinha,
indicava onde ach-la entre montanhas; quando faltava alimento, o cho
pela manh era encontrado recoberto de uma frutinha chamada man, da
qual se alimentavam.
O mais importante acontecimento, porm, que se deu durante a
viagem, foi quando chegaram ao p do Monte Sinai.
Moiss recomendou ao povo que permanecesse descansando,
enquanto ele iria subir ao monte para orar.
Moiss subiu ao monte sozinho, e l foi surpreendido por uma
coisa que jamais havia visto: uma espcie de nuvem branca se formou e
comeou a falar com ele. Na verdade, no era uma nuvem, mas um Esprito
enviado por Deus, que se fazia visvel para Moiss.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 90 |
AVISO EM SONHO:
Jos, esposo de Maria, avisado em sonho sobre o nascimento do
menino.
Maria, tua esposa, ter um filho a quem dars o nome de
Jesus, porque ele salvar o seu povo dos seus pecados.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 91 |
AVISOS ESPIRITUAIS
Naquela noite, pastores que guardavam rebanhos nas campinas
prximas foram avisados do grande acontecimento.
Um esprito de muita luz, um anjo, apareceu e lhes disse:
No temais, porque eu aqui vos trago boas novas de grande
alegria, pois hoje vos nasceu o Salvador, que cristo, o Senhor. Achareis o
menino envolto em panos, deitado numa manjedoura.
No mesmo instante, apareceu com o anjo uma multido de outros
espritos de luz, dizendo:
Gloria a Deus nas alturas, paz na terra e boa vontade para com
os homens.
Os pastores foram a Belm, encontraram Jesus visitaram-no e sa-
ram a contar o que aconteceu.
OS SBIOS MDIUNS
Em terras bem distantes de Belm, havia chefes religiosos que se
denominavam magos, os quais eram sbios e tinham poderes para conver-
sar com os espritos, isto , eram mdiuns. Alguns deles (no sabemos
quantos), cientificados pelos espritos do nascimento de Jesus, partiram
para Belm a fim de o visitarem.
Dizem que foram guiados por uma estrela, mas como elas no
podem mover-se, fora de suas rbitas, devemos compreender que se tratava
de um esprito luminoso ou alguma luz que algum esprito fazia brilhar
para ensinar-Lhes o caminho.
Passando por Jerusalm, encontraram-se com o rei de Cana,
Herodes, o grande, a quem narraram o acontecimento. Mostrando-se
interessado em visitar o menino, pediu-lhes que, de volta, lhe contassem
onde o localizaram.
A VISITA E O AVISO
Localizando o estbulo com a ajuda da estrela, ofereceram a
Jesus, de acordo com os costumes de suas terras: ouro, incenso e mirra.
Embora ele no tivesse necessidades dessas coisas, foi uma visita grata a
Jesus, dada a bondade dos coraes dos magos. Acontece que, antes de
regressarem, foram avisados em sonhos, por espritos de luz, que Herodes,
por medo de que Jesus crescesse e lhe tomasse o reinado, desejava mandar
mat-lo, por isso, no dia seguinte, partiram de volta por outro caminho.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 92 |
SEMPRE EM SONHO
Alguns anos depois, desencarnava Herodes, fato que foi
comunicado a Jos, em sonho, por esprito de Luz. Por isso, voltou ele com
a famlia, vindo instalar-se novamente em Nazar.
JESUS crescia em tamanho, sabedoria e graa.
MESSIANATO
Quando Jesus contava cerca de 30 anos, reuniu doze discpulos
(apstolos) e passou a declarar-se abertamente o messias que veio ao
mundo para:
- ensinar o Evangelho (que significa Boa Nova);
- ensinar que se deve amar a todos, sem exceo;
- ensinar que deve perdoar a todas as ofensas, por mais grave que
sejam;
- ensinar que a vida verdadeira a espiritual.
O mais importante que Jesus deveria dar esses ensinamentos de
3 maneiras.
1) atravs de explicaes;
2) pela demonstrao de seus poderes, atravs de fenmenos
medinicos e magnticos; e
3) pelo exemplo prprio, isto , sofrendo sem reclamar, perdoan-
do aos seus ofensores.
JESUS FALA
Como numa s aula impossvel repetir tudo o que o mestre falou
de importante, limitar-nos-emos a dizer.
- Que ele deixou inmeros ensinamentos atravs de pequenas
estrias denominadas parbolas (algumas das quais estudaremos durante
o curso);
que nos ensinou o Pai Nosso;
- Que repetiu os Dez Mandamentos recebidos por Moiss;
- Que, aos dez, acrescentou mais um: Um novo mandamento
vos dou: que vos ameis uns aos outros com eu vos amei.
tirem esse meio na marcha da coisa por vir, para a realizao dos destinos
humanos. Entretanto, no disse tudo, limitando-se respeito a muitos pon-
tos, a lanar grmen de verdades que segundo ele prprio declarou, ainda
no podiam ser compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou
menos implcitos. Para ser apreendido o sentido oculto de algumas pala-
vras suas, mister se fazia que novas idias e novos covel, idias que, po-
rm, no podiam surgir antes que o esprito humano houvesse alcanado
um certo grau de madureza. A Cincia tinha que contribuir poderosamen-
te para a ecloso e o desenvolvimento de tais idias. Importava, pois, dar
Cincia tempo para progredir.
O Espiritismo a Cincia nova que vem revelar aos homens, por
meio de provas irrecusveis a existncia e a natureza do mundo espiritual
e as suas relaes com o mundo corpreo. Ele no-lo mostra, no mais
como coisa sobrenatural, porm, ao contrrio, como uma das foras vivas
e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de
fenmenos at hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domnio
do fantstico e do maravilhoso. a essas relaes que o CRISTO alude em
muitas circunstncias e da vem que muito do que ele disse permaneceu
ininteligvel ou falsamente interpretado. O ESPIRITISMO a chave, com o
auxlio da qual se explica de modo fcil.
O LEPROSO
No tempo em que JESUS estava na Terra, havia muitas pessoas que
sofria de uma doena chamada lepra.
Era uma enfermidade terrvel! Os doentes ficavam cheios de chagas
e, medida que pioravam, a carne ia apodrecendo e caindo pouco a pou-
co. Perdiam os dedos, as orelhas e, muitas vezes, at o nariz.
Acreditava-se, naquela poca, que essa enfermidade fosse muito
contagiosa e que no tivesse cura. Por isso, as pobres criaturas que tinham
essa doena eram obrigadas a abandonar suas casas, obrigadas tambm a
viver ao ar livre, entre as montanhas, e ainda a dormir nas cavernas. Se
alguma vez se aproximavam de um povoado, deviam gritar:
Imundos! Imundos! para que o povo soubesse que eles
vinham e tivesse tempo de fugir.
Naquela poca, vivia um homem com essa terrvel doena. Triste,
desanimado, andava daqui para ali por entre as montanhas, esperando a
morte. Algumas vezes encontrava-se com outros leprosos e conversava
com eles. Eram seus nicos companheiros.
Certo dia, um desses amigos lhe disse:
No ouvistes falar do Homem de Nazar? Dizem que, nos lugares
por onde Ele passa, vai curando os doentes.
Quem ele? Perguntou o leproso.
Seu nome JESUS. Dizem alguns que o Messias, o enviado de DEUS.
Ento deve curar a lepra?
No sei, no. Mas bem quisera que viesse por aqui.
Separam-se os dois, prosseguindo cada qual sua triste caminhada.
O tempo foi passando, passando...
Um dia, estava o leproso sentado na encosta da montanha, quando
ouviu o rumor de uma multido que se aproximava. Que ser isso? -
pensou. E, curioso, desceu a encosta, to rpido quanto o permitia seu
estado, escondendo-se o mais possvel para ver e ouvir.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 94 |
A VISITA DE JESUS
Um campons russo, muito bondoso, durante alguns anos vinha
pedindo, em suas preces, que Jesus o viesse visitar em sua casinha, uma
vez s que fosse.
Uma noite, sonhou que o Senhor, no dia seguinte, iria visit-lo. E
to certo ficou que assim sucederia que, apenas acordou, levantou-se
imediatamente e entregou-se ao trabalho de pr a casinha em ordem,
para que nela pudesse ser recebido o hspede celeste, to desejado.
Apesar de uma violenta tempestade de neve e granizo que durou
todo o dia, nem por isso o pobre campons abandonou os preparativos
domsticos, cuidando tambm de fazer uma sopa de couve, o seu prato
predileto.
De vez em quando olhava a estrada, sempre espera da feliz
ocasio, no obstante a tempestade continuar implacvel!
Passado algum tempo, viu que caminhava pela estrada, em luta
com a tempestade de neve que o cegava, um pobre vendedor ambulante
que levava s costas um fardo bastante pesado. Compadecido, saiu de
casa e foi ao encontro do vendedor. Levou-o para casa, ps-lhe roupa a
secar ao fogo da lareira, repartiu com ele a sua sopa de couve, e s o
deixou partir quando viu que j se achava com foras bastantes para
continuar a jornada.
Olhando de novo atravs da vidraa, viu uma pobre mulher, toda
embaraada procura do caminho, na estrada coberta de neve. Foi busc-la
e levou-a para sua casa, deu-lhe a sua capa e no a deixou partir enquanto
no readquiriu as foras para a caminhada.
A noite comeou a cair, e no viu que pudesse anunciar a vinda de
Jesus.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 95 |
O CEGO DE JERIC
Pense em algumas coisas maravilhosas que voc v todos os dias.
Pode mencion-las? E todas as coisas que voc aprende? Poderia aprender
to depressa, se no pudesse ver? E se voc no pudesse ver os seus amigos?
Gostaria deles como gosta? Mas imaginemos que voc NO PUDESSE VER.
Pois quando Jesus estava na Terra, prximo da cidade de Jeric, na Palestina,
havia um pobre cego chamado Bartimeu.
Vestido de farrapos, sentava-se beira do caminho, pedindo aos
que passavam que deixassem uma moeda na caixinha que apresentava
com mo trmula, a fim de poder comprar o que comer.
Assim vivia e dias... anos e anos...
Certa vez, quando de seus olhos apagados rolavam copiosas
lgrimas, algum falou ao passar por ele.
No fique triste, Bartimeu. Talvez voc ainda possa ficar curado.
Sabe? Ouvi dizer que, em Nazar, um homem est curando todos os
doentes. Que at mesmo aos cegos faz voltar a vista.
Uma grande esperana nasceu no corao de Bartimeu. Parou de
chorar e pensou: - estaria o caminhante falando a verdade?... Que homem
maravilhoso seria esse... Ah! Se pudesse ir at Nazar e ach-lo!... mas
Nazar ficava to longe... O Caminho era ruim e perigoso. E no havia
quem o pudesse guiar at l.
Assim pensando, o pobre Bartimeu suspirou profundamente, mas,
ainda esperanado, disse baixinho:
Pode ser que um dia o grande mdico venha a Jeric.
O tempo foi passando, passando... at que, numa tarde, o ceguinho
ouviu um rumor estranho vindo dos lados de Jeric. Eram vozes de homens
e mulheres, que gritavam acaloradamente.
O tumulto foi-se avizinhando cada vez mais do lugar onde se achava
o cego. O caminho comeou a ficar poeirento. Agora, Bartimeu percebia
claramente os passos de centenas de pessoas. Que poderia ser?... Estaria o
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 96 |
A PESCA MARAVILHOSA
No centro da Galilia existe um grande lago de gua doce, chamado
Mar da Galilia. Tem 20 KM de comprimento e mede 13 KM de largura, em
sua parte mais larga. As ondas que nele se formam cintilam luz do sol, e
no fundo de suas guas h grande fartura de peixes. Suas margens so
agradveis, e nelas se edificaram vrias cidadezinhas e aldeias, das quais,
por vezes, o Mar da Galilia toma o nome, tais como Cafarnaum, Genesar,
Teberades e outras.
O Mar da Galilia foi o cenrio da maior parte dos ensinamentos
de Jesus.
O Mestre gostava muito desse lago e percorria constantemente suas
margens, ensinando ao povo seu evangelho. Sempre que se deparava uma
oportunidade, ele curava os enfermos. Outras vezes, quando a multido era
grande, enquanto o povo se acomodava na praia, Ele, para ser melhor ouvido,
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 97 |
O CONSOLADOR
Reunido aos apstolos, Jesus lhes diz:
Se me amais, guardais os meus mandamentos. - E eu rogarei
ao Pai, e Ele vos dar outro Consolador, para que fique eternamente
convosco: o Esprito da Verdade, a quem o mundo no pode receber,
porque no v, e nem o conhece; mas vs o conhecereis, porque ele ficar
convosco e estar entre vs.
Mas o Consolador, que o esprito Santo, a quem o Pai enviar em
meu nome, vos ensinar todas as coisas e vos far lembrar tudo o que vos
tenho dito. (Joo cap. XIV v. 15-16-17 e 26).
Jesus prometeu um outro Consolador, que o esprito da Verdade,
que o Pai enviar em Seu nome, para ensinar todas as coisas e relembrar o
que ele havia dito.
Se o Consolador deveria vir mais tarde ensinar todas as coisas,
porque o Cristo no disse tudo; se deveria vir recordar o que Ele disse,
que O esqueceriam ou compreenderiam mal.
O espiritismo vem, no tempo marcado, cumprir a promessa do
Cristo: o Esprito da verdade comanda o seu estabelecimento e convida o
homem obedincia das leis divina. Ensina todas as coisas, fazendo
compreender o que Jesus disse de forma velada, por parbolas.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 98 |
JUSTIA DE CIMA
Quatro operrios, quase todos da mesma idade, depois da morte
compareceram diante da justia.
Aqui na Terra considerados excelentes rapazes, tendo partido por
morte acidental e recebendo as mesmas homenagens sociais e domsticas.
Entretanto, na vida espiritual apresentavam-se diferentes entre si.
Cada qual ostentava brilho especfico.
O atencioso mentor espiritual que os julgava convidou-os a
escutarem as determinaes.
O primeiro dos operrios apresentava-se certos pontos escuros,
envolvidos em escurido. Levantou-se e ouviu:
Verifico que assumiste pesadas dvidas nesta ltima existncia,
meu irmo. H vivas e rfos chorando no mundo. Prejudicaste-os. Volta
a terra e reajusta os que prejudicaste. Deves devolver-lhes a paz e a
segurana.
Aproximou-se o segundo operrio, envolto em cores cinzentas, e
ouviu as consideraes:
No fostes honesto na fbrica onde trabalharas. Recolheste
salrios e vantagens que no merecias. Volta mesma fbrica onde traba-
lhaste devolve os prejuzos em atividades de assistncia.
O terceiro aproximou-se. Destoava dos outros pelo brilho que apre-
sentava, e tambm ouviu:
No prejudicaste ningum, cumpriste as tuas obrigaes e s
recebeste o que merecias. A tua conscincia esta tranqila. Podes escolher
tua nova existncia, mas ainda na Terra.
Em seguida, surgiu o ltimo. Vinha nimbado de luz e belo esplen-
dor. Imensa claridade e raios azulados o envolviam, emitindo felicidade e
luz em todas as direes.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 99 |
A CONSULTA
Elegante dama entrou num Grupo Esprita e pediu uma consulta
ao orientador:
Venho pedir-lhe ajuda pois minha vida est transtornada.
Ontem sonhei que meu falecido pai veio nossa casa e falou comigo.
Acordei repentinamente e ainda pude ver-lhe o rosto. Fiz-lhe algumas
perguntas, e, com assombro, ouvi-lhe a voz, dizendo-me que a morte
no existe, que a vida continua alm do sepulcro. O que o senhor supe
que venha a ser isso?
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 101 |
A MENDIGA
Zezlia pedia esmolas, havia muitos anos.
No era to doente que no pudesse trabalhar, produzindo algo
til, mas no se animava a qualquer esforo.
Esmola, por amor de Deus! pedia, o dia inteiro, dirigindo-se aos
que passavam pela porta do imundo terreiro, qual se assentava.
De vez em quando, pessoas amigas, depois de lhe darem um nquel,
aconselhavam:
Tenha bom nimo, minha irm, o trabalho d sade! Voc no
poderia lavar roupa para fora?
No posso. respondia firme.
Quem sabe voc poderia cuidar de crianas, ganhar algum di-
nheiro? perguntavam senhoras bondosas. E ajuntava:
Tenha bom nimo, minha irm, o trabalho d sade!
Quem sou eu, minhas senhoras? No tenho foras...
Certas vez, um senhor, responsvel por um Centro Esprita, a
convidou:
Ser que voc no podia tirar o p de algumas cadeiras e arrumar
a sala de reunies, todas as tardes? Faa um esforo.
Nem pense nisso. No agento.
E o senhor insistiu:
Tenha bom nimo, minha irm, o trabalho d sade.
Mas qual, Zezlia no se sentia encorajada a assumir qualquer
compromisso de trabalho. Nem mesmo quando a vizinha lembrou,
convidativa:
E o bordado, Zezlia? Voc tem as mos livres. A agulha boa
companheira. Quem sabe poder ajudar-nos? Receber um ordenado
compensador. Tenha bom nimo, minha irm, o trabalho d sade!
No tenho os dedos firmes e falta-me suficiente energia... No
posso, minha senhora...
Zezlia, vamos vender flores? convidavam algumas jovens, que
se compadeciam dela Tenha bom nimo, minha irm, o trabalho d
sade!
No posso andar, minha filhas!... exclamava, suspirando.
E assim Zezlia passou toda a sua vida sempre se queixando de
resfriado, dor aqui, dor ali, at que um belo dia desencarnou, sem tentar
fazer alguma coisa.
Os vizinhos e conhecidos comentaram:
coitada da Zezlia! Sofreu tanto! Deve ter ido para um bom
lugar!...
Se pudessem v-la, verificariam que Zezlia estava em um campo,
porm no se sentia to feliz quanto esperava, porque est inteiramente
s. Depois de pedir, por muito tempo, o socorro de Deus, apareceu-lhe
um esprito todo iluminado que lhe perguntou, bondoso:
Zezlia, que deseja voc?
Ah!. falou, vaidosa j sou conhecida na Casa Celestial?
H muito tempo, informou o esprito, compadecido.
Zezlia comeou a chorar e pedir, em prantos:
Tenho sofrido muito! Quero amparo do Alto!...
Que fez voc para merecer as bno dos Cus? Quis saber o
mensageiro divino.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 103 |
MOEDAS ESPIRITUAIS
Em uma cidade grande, havia famlia que amava a Deus sobre
todas as coisas e compreendia ser o trabalho uma necessidade para seu
sustento digno e honesto. O chefe da casa levantava-se todos os dias bem
de manhzinha e ia para o trabalho, contente e feliz, pela sade que
gozava. Embaixo do brao levava sua marmita, que no tinha muita coisa,
mas quando a fome viesse, l pelas onze horas... hum... que gostoso o
feijo o arroz, a farinha. E tambm o pedao de po! No estava l muito
macio, mas como era bom com-lo.
Sua esposa, senhora tambm muito dedicada, no media esforos
para auxiliar o marido no sustento da casa. Mal ele saa para o trabalho, l
ia ela para o tanque, esfregar roupas.
No reclamara nunca da vida, porque confiava em Deus.
Possua dois filhos: um se dedicava ao estudo, com grande vontade
de aprender. Desejava ser mdico, engenheiro, qualquer coisa de
importante, para poder auxiliar seus semelhantes. Desejava, tambm,
quando crescesse, construir uma famlia, mas que no fosse to pobre
como a sua agora. Que no houvesse tanto sacrifcio para ganhar o po de
cada dia.
Desde muito crianas, ambos j ouviram do pai e da me a leitura
do Evangelho. Quantas coisa bonitas Jesus ensinava, mas fazia tambm
tudo aquilo que pregava. Os meninos gostavam das reunies que seus
pais faziam todas as quintas-feiras noite, quando eram lidas as passagens
daquele maravilhoso livro. Sentiam-se profundamente emocionados com
aqueles ensinamentos e prometiam a si mesmos ser sempre bons e procu-
rar seguir todos aqueles conselhos.
O tempo foi passando e, muitos anos depois, ambos eram ho-
mens feitos. O primeiro havia estudado bastante e se tomara um juiz
famoso. Embora gozasse da estima e do respeito de todos os habitantes
da cidade, no se esqueceu da promessa que fizera quando crianas. Estu-
dando sempre o Evangelho, defendeu os humildes, auxiliou os pobres e
libertou muitos prisioneiros condenados injustamente. De juiz, tomou-se
legislador, e fez muitas benficas e edificantes. Casou-se tambm, e pos-
sua uma famlia muito feliz. Viveu sempre honrado, rico, feliz e correto.
O irmo, porm, era paraltico. No podia trabalhar para acumular
algum dinheiro.. No possua cultura tambm para melhorar de vida. Como
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 105 |
MARIA DE NAZAR
Joaquim e Ana eram essnios. Maria, sua filha nascera-lhes quando
j estavam em idade madura.
Maria contava quinze anos quando seus pais faleceram. Seus
parentes a levaram ao Templo de Jerusalm, para protege-la da orfandade,
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 106 |
JOO BATISTA
No tempo em que a Palestina era governada por Herodes, havia
nas montanhas da Judia um sacerdote chamado Zacarias. Ele era casado,
e sua esposa se chamava Isabel. Ambos eram muito bons, seguiam os
ensinamentos de Moiss e aguardavam a vinda do Mestre prometido aos
judeus. J era muito velhos e no tinham filhos.
Os sacerdotes tinha obrigaes de, durante um determinado tempo,
prestar servios no Templo de Jerusalm. Chegou a vez de Zacarias prestar
seus servios a ele, e partiu de sua casa para Jerusalm.
No Templo havia um servio que era julgado muito importante, e
que poucas pessoas tinham a permisso de fazer: entrar na parte sagrada
do Templo e queimar incenso. Zacarias foi escolhido para esse servio.
Incenso uma planta que, quando queimada desprende uma
fumaa que tem um cheiro caracterstico.
Zacarias, vestido com sua roupa de sacerdote, penetrou na parte
Sagrada, dirigiu-se para o altar onde existia carvo em brasa, e espalhou
sobre essas brasas o incenso, enquanto o povo l fora orava.
Mas o importante que Zacarias no apenas vestia roupa de
sacerdote. Era tambm homem bom, seguidor dos Mandamentos de Deus.
Foi por essa razo que Deus lhe enviou um Mensageiro.
Quando ele estava diante do altar queimando incenso, sentiu que
se lhe aproximou um Mensageiro do Senhor, um esprito de elevada
categoria. A princpio Zacarias se assustou, pois no esperava aquela visita.
Mas o Esprito disse: No tenhas medo, Zacarias, eu sou Gabriel. Deus
me enviou para te dizer que ele ouviu tuas preces, e que tua mulher Isabel
ter um filho, que, dever receber o nome de Joo.
Enquanto Zacarias ouvia admirado, Gabriel lhe dizia que o nasci-
mento daquela criana traria muita alegria, porque ele seria o Mensageiro
que viria anunciar a vinda do Messias.
Mas Zacarias, ouvindo aquilo, comeou a duvidar. Era bom demais-
Ser que Deus tinha ouvido suas preces, mandando-lhe agora um filho, e
logo um filho com tarefa to importante como a de anunciar aos homens
a chegada do Messias? Por isso perguntou a Gabriel: - Mas eu e minha
mulher j somos to velhos e nunca tivemos filhos. Ser mesmo que, agora,
Deus vai nos mandar o filho que esperamos h tanto tempo?
Como prova de que estou falando a verdade disse o
mensageiro. ficars mudo at o nascimento do teu filho.
O povo que esperava fora estava estranhando a demora de Zacarias,
que estava na parte Sagrada mais do que era de costume; e quando ele
saiu compreenderam que alguma coisa havia acontecido. Zacarias fazia
gestos, tentou explicar o que se havia passado, mas o povo no entendia.
Quando terminou seu servio no Templo, o bondoso sacerdote voltou
para casa, e como no podia falar, escreveu, explicando mulher o acontecido.
Isabel ficou radiante quando soube que ia ter um filho. Era o que mais desejara.
Passando algum tempo, as coisas que Gabriel havia dito comea-
ram a acontecer. Assim, na casa de Isabel e Zacarias nasceu um lindo
menino os parentes e vizinhos, logo que viram, disseram que o nen deve-
ria chamar-se Zacarias, como o pai. Mas Isabel disse que no; seu filho
teria o nome de Joo. Todos estranharam, pois na famlia ningum se
chamava assim, e era costume dos judeus pr nas crianas o nome do pai
ou de um parente O nome do menino ser Joo.
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 108 |
tarefa que coube a cada um. a grande mostra de que o homem, por si s,
nada pode fazer sem o auxlio de Deus, pessoa alguma deste mundo tem
poder para fazer ou desfazer. O prprio Jesus a isso se referiu, quando
disse: Por mim mesmo, nada posso fazer, o Pai que faz em mim as
obras que vedes; a minha palavra no minha, mas do Pai que me enviou.
A mediunidade de Pedro foi notvel em todos os aspectos, especi-
almente a de cura. Pedro de Betsaida, foi o esteio do Cristianismo primiti-
vo. Aps a morte de Jesus, ele tomou as rdeas da continuidade da tarefa
por Jesus iniciada, foi crucificado no ano 64 da era Crist. considerando-se
no merecedor de morrer nas mesmas condies de Jesus, pediu para que
o pusessem na cruz de cabea para baixo.
Tiago dedicou-se s obras de caridade, ensinando a todos a
necessidade da f acompanhada das suas obras.
Joo, irmo de Tiago, mais tarde chamado o Evangelista, era o
mais mstico dos apstolos. Falava pouco, dedicando-se muito aos trabalhos
de cura e esclarecimento. Foi o apstolo dileto do Cristo, pela imensa ternura
que os unia. foi o discpulo a cujos cuidados Jesus entregou Maria, sua
me. Joo morreu na ilha de Patmos, aps escrever o apocalipse, Escreveu
tambm o Evangelho que tem o seu nome.
Felipe era pescador nascido em Betsaida. Foi grande colaborador
na propagao do Cristianismo. viajava para outras cidades, sempre
ensinando, e quando retornava a Jerusalm auxiliava na Casa do Cami-
nho, ncleo de caridade e ensino, fundado pelos apstolos, aps a morte
de Jesus. Consta que morreu muito velho.
Mateus era publicano, cobrador de impostos. Teve como principal
trabalho o Evangelho que escreveu. Foi grande propagador dos
ensinamentos de Jesus, tendo desencarnado no ano 80 da era Crist.
Andr, Bartolomeu, Tom, Simo, Judas Tadeu e Tiago cumpriram
tambm sua tarefa de evangelizar os povos, levando-lhes o consolo e a
esperana da Boa Nova. Tiago foi decapitado no ano 41.
Judas de Kerioth era oleiro. Dos discpulos era o que tinha mais
cultura. Dotado de imaginao frtil, porm doentia, perturbava-se
facilmente. Era ambicioso. Invigilante, permitiu que as foras do mal dele
se apoderassem. amava a Jesus, porm no o entendia. Pensava que um
dia Jesus iria assumir o governo de Israel e seus discpulos teriam postos
de comando. Foi o apstolo que intimamente mais sofreu e teve o papel
infeliz no drama da misso crstica de Jesus. Vendo-se incapaz de livrar
Jesus da trama que os sacerdotes do Sindrio prepararam, desesperado,
enforcou-se.
Alm dos doze apstolos j mencionado, destacaram-se ainda no
Cristianismo primitivo novos apstolos que, apesar de no terem contato
com o Mestre enquanto encarnado, revelaram-se verdadeiros discpulos,
sinceros seguidores e propagandistas de seus ensinamentos.
Estvo - foi o primeiro mrtir cristo, segundo informaes do
Instrutor espiritual Emmanuel. foi perseguido e lapidado (morto a pedra-
da) por fanticos liderados pelo rabino Saulo de Tarso. Aps a sua morte,
Estevo tomou-se orientador espiritual de Saulo, quando se transformou
no Apstolo dos Gentios, acompanhando-o nas pregaes e esclarecendo
em suas dificuldades.
Paulo de Tarso - Natural de tarso, era homem com slida educao.
Tinha o nome de Saulo. Conhecia vrias lnguas, tendo estudado em
Roteiro do Pequeno Paj, Vale do Amanhecer, Junho 2005 | 112 |
Concluso
Salve Deus.
Cludio Batista