Mastery

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MASTERY

(MAESTRIA)
DE GEORGE
LEONARD –
INTRODUÇÃ
O AO LIVRO
Resumo do livro Mastery: The Keys to Success and Long-Term

Fulfillment (Maestria: as Chaves do Sucesso e da Realização

Pessoal) de George Leonard.

Traçando inúmeros paralelos entre a arte do Aikidô e o sucesso

(chamado de maestria), Leonard dedica a primeira parte de seu livro à

Jornada do Mestre.
Capítulo 1: O que é a Maestria?

A maestria, diz George Leonard, é o misterioso processo durante o

qual aquilo que a princípio é difícil torna-se cada vez mais fácil e mais

prazeiroso com a prática.

E isso não é apenas no Aikido. Nem apenas nos esportes em geral.

Mas em toda a vida.

Um conceito diametralmente oposto é a mentalidade do “quick fix”,

das soluções rápidas. A elas trataremos adiante.

Leonard ilustra a jornada do mestre com lições de tênis. São tantos

exercícios, como aprender a segurar a raquete, bater com a bolinha

no chão, na parede, fazer o arco do movimento… entre outros que

aparentemente não levam a lugar algum.

As longas jornadas têm muitos obstáculos. E estes obstáculos podem

assustar aqueles que são excessivamente orientados a resultados,

que poderiam ter quatro perspectivas:


 continuar

 intensificar o treino

 encontrar um esporte mais fácil

 desistir

Mastery é um livro que diz que devemos continuar praticando, mesmo

se aparentemente não estivermos indo a lugar algum. Praticar pelo

prazer da prática. Sem frustração.

Os argumentos são baseados inclusive nos estudos do professor Karl

Pribram, de neurociência em Stanford. Para Pribram, existem

camadas inconscientes muito abaixo da camada racional. São elas

que nos fazem, por exemplo, tocar um violão no modo automático.

No processo de aprendizado, temos que pensar usando nosso

sistema cognitivo. Além dele, entram sistemas de hábito e de esforço.

Tudo ao mesmo tempo cansa. Porém, quando o aprendizado é

observado, os sistemas de esforço e cognitivo se afastam, ficando

apenas o hábito.

No modelo gráfico de aprendizado apresentado por Leonard, existem

pequenos picos de grande aprendizado, com uma pequena retração

para internalização e então seguidos de um longo platô de mesmice,

até chegar a hora de um novo pico de aprendizado.

Capítulo 2) O fogo-de-palha, o obsessivo e o acomodado


Para continuar a explicação dos modelos de mestre, Leonard

apresenta três modelos de personalidade que não atingem o grau de

mestre:

O fogo-de-palha

É aquele que adora coisas novas, os rituais de compra dos materiais

de estudo e tem empolgação. Apesar disso tudo (ou justamente por

causa disso tudo), após finda a emoção do primeiro pico de

aprendizado, ao chegar no platô nivelado, o fogo-de-palha sente estar

em situação incompreensível e inaceitável. Seu entusiasmo evapora,

ele deixa de assistir aulas e começa com desculpites para racionalizar

a sua falta de dedicação.

Ele faz isso para carreira, mudando constantemente de empregos. No

romance, após a fase da sedução, ele desaparece, pois para

continuar a maestria do amor, deveria mudar a si mesmo. Para Jung,

este é o puer aeternus, a criança eterna.

O obsessivo

Já o obsessivo é aquele que não aceita segunda opção. Os resultados

contam e não importa a que preço. Ele quer fazer tudo perfeito na

primeira lição. Fica conversando com o professor após o fim da aula

para conseguir dicas bibliográficas que acelerarão seu aprendizado.

Ele se inclina para a frente ao conversar.


O seu pico de aprendizado é esperado, mas o platô é inaceitável. Ele

o enfrentará duplicando seus esforços, passando noites em claro e

procurando atalhos.

É o típico diretor estressado. Nos relacionamentos, é aquele que quer

levar a pessoa amada às estrelas. Diferente do fogo-de-palha, quando

o ardor da paixão esfria, ele não some: ao contrário, intensifica ainda

mais os encontros românticos com melodrama, presentes

extravagantes, diamantes, jóias, viagens exóticas e escalamento

erótico.

O obsessivo não entende os platôs. Ao invés disso, a vida é uma

montanha-russa com separações tempestuosas e reconciliações

apaixonadas. Ele vive picos intensos de crescimento seguidos de

fortes quedas, machucando a si e a outros a seu redor.

O acomodado

Após subir um pico, ele pode ficar no platô numa boa. Ele não se

move para continuar crescendo e acha que suas vantagens

compensarão as desvantagens. Ele faz o mínimo necessário. O

casamento é para ele não uma oportunidade de crescer e aprender,

mas um refúgio confortável.

Veja que na vida, as relações são complexas. Aquele que é

acomodado no trabalho pode ser obsessivo no amor. Aquele que está


vivendo um dia obsessivo pode chegar à noite acomodado. Mas em

regra geral as pessoas que não conseguem alcançar a maestria

tendem a se encaixar em um certo perfil desses apresentados.

Capítulo 3) A guerra norte-americana contra a maestria

Nós vivemos hoje em uma sociedade consumista. Nossos valores

atuais são completamente distintos da sociedade que prezava a

sabedoria de membros mais velhos da família, da tribo ou do vilarejo.

Não temos mais jogos de rua.

Ao falar em “aprendiz”, ao pensarmos na antiga relação de mestre e

aprendiz, pensamos em reality shows de televisão. A espiritualidade e

a religião também não tem lugar na sociedade atual.

O modelo democrático baseado na economia capitalista de massa, diz

o seriado The Century of the Self, está estruturado no consumo.

As agências de publicidade são as ditadoras dos valores modernos.

Com a mídia, elas disseminam o medo (“faça seguro” / “compre

travellers cheques caso seja roubado”), argumentos lógicos sobre a

vantagem de certos produtos mas principalmente, usando as lições de

Bernays, falam diretamente às emoções promovendo o hedonismo e a

sensação de bem estar através de objetos. Fume o cigarro do mundo


de Marlboro, beba Coca Cola com amigos bonitos e felizes na piscina,

desfrute as vantagens de férias no Caribe.

Todo o diálogo público mediático está estruturado de modo a

incentivar o gasto de dinheiro. A vida é melhor em propagandas

televisivas, em que um momento climático sucede o outro, sem fim. A

cultura de Hollywood e da MTV também promovem soluções de última

hora em que pessoas são malandras, enriquecem rápido e não se

esforçam.

Não existe platô. É o caminho do clímax sem fim. Os reality shows e

games televisivos e de loteria entregam prêmios e fama instantânea.

Apesar de todos os benefícios e progressos da cultura americana,

princípios como a vitória a qualquer custo, o uso de drogas para ter

prazer imediato e a busca do aprendizado sem esforço estão minando

o caminho da maestria.

O quick-fix, a solução rápida de aspirinas e band-aids, está em todo

lado. São medicamentos para alívio que não atacam a causa da

doença. São os milionários instantâneos corporativos, os shakes

milagrosos de dietas para perder dez quilos por semana. Sem atacar a

base do problema, como falta de exercício e má alimentação, os

resultados de perda de 10 kilos em uma semana desaparecem em


poucos dias, com consequências desastrosas para a saúde – e em

muitos casos, engordando ainda mais!

4) Amando o platô

Por tudo isso, Leonard recomenda viver a vida como um processo

interessante a cada momento, e não como um meio para atingir algo.

Algumas crianças crescem com o objetivo de serem as melhores no

colégio, pois isso lhes dará uma boa faculdade. Sendo excelentes na

faculdade, conseguirão um bom emprego. Somente sendo

excepcionais no emprego, ganharão dinheiro suficiente para suas

mansões, carros importados e, assim, a felicidade.

A boa vida, a vida da maestria, é vivida fundamentalmente no platô.

E de toda a primeira parte, esta é a passagem que mais me chamou a

atenção: Os objetivos e contingências são, sim, importantes. Mas elas

existem em um futuro e em um passado, além do reino sensorial. A

prática, o caminho da maestria, existe apenas no presente. Você pode

ver, ouvir, cheirar, sentir. Amar o platô é amar o agora eterno, é

desfrutar dos picos de progresso e dos frutos da realização, e então

com serenidade aceitar o novo platô que o aguarda logo após.

Não é brilhante essa passagem acima?


Este post faz parte de uma série de seis textos resumindo o

livro Maestria: as Chaves do Sucesso e da Realização Pessoal, de

George Leonard (link afiliado).

01 – Mastery (Maestria) de George Leonard– introdução ao livro

02 – As cinco chaves essenciais do mestre

03 – A importância da prática para a Maestria

04 – A entrega como chave para a Maestria

05 – Visualizar o destino como forma de alcançar a Maestria

06 – Viver no limite como forma de alcançar a Maestria

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