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Lei Orgânica

do Município de Salvador

Edição consolidada até a Emenda nº 33


Salvador – janeiro de 2016.
CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR - LEGISLATURA 2013/2016

Diretor Legislativo Diretor Administrativo Diretor Financeiro


Carlos Lima Cavalcanti Neto Carlos Alberto Fagundes Pereira José Cabral Ferreira

Presidente: Vereador Paulo Câmara


1º Vice-Presidente: Geraldo Júnior
2° Vice-Presidente: Vereador Cláudio Tinoco
3º Vice-Presidente: Vereador Isnard Araújo
1º Secretário: Vereador Kiki Bispo
2º Secretário: Vereador Orlando Palhinha
3º Secretário: Vereador Alfredo Mangueira
4º Secretário: J. Carlos Filho
Corregedor: Vereador Edvaldo Brito
Ouvidora: Vereador Henrique Carballal
Ouvidora Substituta: Cátia Rodrigues

Maria Aladilce de Souza J. Carlos Filho


Alberto Vianna Braga Neto Joceval Rodrigues dos Santos
Alemão (Antônio Noélio Libânio) José Gonçalves Trindade
Alfredo Macedo Mangueira Kátia Alves / suplente de Soldado Prisco
Ana Rita Tavares Teixeira Kiki Bispo (Clistenes Bispo)
Antonio Mário dos Santos Leandro Guerrilha (Leandro Alves Dias)
Arnando Lessa Silveira Léo Prates (Leonardo Silva Prates)
Beca (Everaldo Lopes dos Santos) / Luis Carlos de Souza
suplente de Alan Castro Moisés Rocha dos Santos
Carlos da Silva Muniz Odiosvaldo Bonfim Vigas
Cátia Maria Rodrigues Penha Orlando Pereira Palhinha
Claudio Tinoco Melo de Oliveira Paulo Sérgio de Sá Bittencourt Câmara
Duda Sanches (Eduardo Sanches) Pedrinho Pepê (Pedro Souza dos Santos)
Edvaldo Pereira de Brito Sabá (Balbino Carvalho)
Eliel Capistrano / suplente de Marcell Silvio Humberto dos Passos Cunha
Moraes Suíca (Luiz Carlos Santos Lima)
Euvaldo Jorge Miranda de Oliveira Atanázio Júlio / suplente de Tiago
Everaldo Augusto da Silva Brandão Correia
Geraldo Alves Ferreira Junior Toinho Carolino (Antônio Carolino Araújo
Gilmar Carvalho Santiago Filho)
Paulo Magalhães Junior / suplente de Vado Malassombrado (Edivaldo Ribeiro e
Heber Santana Silva)
Henrique Santana Carballal Vânia Galvão / suplente de David Rios
Hilton Barros Coelho Waldir Pires (Francisco Waldir Pires de
Isnard de Pimenta de Araújo Souza)

2
REFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR

PREFEITO
Antônio Carlos Peixoto de Magalhães Neto

VICE-PREFEITO
Célia Oliveira de Jesus Sacramento

2
SUMÁRIO

TÍTULO I
DO MUNICÍPIO................................................................................................................... 05
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ............................................................................... 05
CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA ............................................................................................................ 06
CAPÍTULO III
DOS BENS MUNICIPAIS.................................................................................................... 10

TÍTULO II
Da Organização dos Poderes Municipais ........................................................................... 13
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO................................................................................................. 13
Seção I................................................................................................................................ 13
Da Câmara Municipal ......................................................................................................... 13
Seção II............................................................................................................................... 15
Dos Vereadores .................................................................................................................. 15
Seção III.............................................................................................................................. 18
Da Instalação e do Funcionamento .................................................................................... 18
Seção IV ............................................................................................................................. 21
Do Processo Legislativo ..................................................................................................... 21
Seção V .............................................................................................................................. 22
Das Leis .............................................................................................................................. 22

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO ................................................................................................... 24
Seção I................................................................................................................................ 24
Do Prefeito .......................................................................................................................... 24
Seção II............................................................................................................................... 27
Dos Secretários Municipais ................................................................................................ 27
Seção III.............................................................................................................................. 28
Da Procuradoria .................................................................................................................. 28

TÍTULO III
A ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL ................................................... 30
CAPÍTULO I
Do Planejamento e Desenvolvimento Urbano e Habitação ................................................ 30
Seção I................................................................................................................................ 30
Do Planejamento Urbano ................................................................................................... 30
Seção II............................................................................................................................... 32
Do Plano Diretor ................................................................................................................. 33
Seção III.............................................................................................................................. 34
Do Desenvolvimento Urbano .............................................................................................. 34
Seção IV ............................................................................................................................. 38
Da Habitação ...................................................................................................................... 38
CAPÍTULO II
DAS EDIFICAÇÕES E OBRAS PÚBLICAS ........................................................................ 38
CAPÍTULO III
DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................ 39
Seção I................................................................................................................................ 39
Dos Atos Administrativos .................................................................................................... 39
Seção II............................................................................................................................... 41
Das Licitações e Contratos Municipais ............................................................................... 41
Seção III.............................................................................................................................. 41
Dos Serviços Municipais ..................................................................................................... 41
CAPÍTULO IV
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS............................................................................... 42

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA TRIBUTÁRIO ............................................................. 48
CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO MUNICIPAL ........................................................................... 48
Seção I................................................................................................................................ 48
Dos Princípios Gerais ......................................................................................................... 48

3
Seção II............................................................................................................................... 49
Das Limitações do Poder de Tributar ................................................................................. 49
Seção III.............................................................................................................................. 50
Dos Tributos Municipais ..................................................................................................... 50
Seção IV ............................................................................................................................. 51
Das Isenções, Anistia e Remissão de Tributos .................................................................. 51
Seção V .............................................................................................................................. 52
Da Repartição das Receitas Tributárias ............................................................................. 52
CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS ............................................................................................... 53
CAPÍTULO III
DA FAZENDA PÚBLICA ..................................................................................................... 58
CAPÍTULO IV
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, ORÇAMENTÁRIA FINANCEIRA E PATRIMONIAL ....... 59

TÍTULO V
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL ............................................................................... 60
CAPÍTULO I
PRINCÍPIOS GERAIS ......................................................................................................... 60
CAPÍTULO II
DA EDUCAÇÃO.................................................................................................................. 63
CAPÍTULO III
DA SAÚDE.......................................................................................................................... 68
CAPÍTULO IV
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E ABASTECIMENTO ALIMENTAR .......................................... 69
CAPÍTULO V
DO MEIO AMBIENTE ......................................................................................................... 70
CAPÍTULO VI
DO TRANSPORTE ............................................................................................................. 76
CAPÍTULO VII
DA SEGURANÇA ............................................................................................................... 78
CAPÍTULO VIII
DA CULTURA ..................................................................................................................... 79
CAPÍTULO IX
DO ESPORTE E LAZER..................................................................................................... 81
CAPÍTULO X
DA SEGURIDADE E ASSISTÊNCIA SOCIAL .................................................................... 82
CAPÍTULO XI
DO NEGRO ........................................................................................................................ 83

ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS ...................................................................... 85

ANEXO .............................................................................................................................. 90

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TÍTULO I
DO MUNICÍPIO

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O Município de Salvador, Capital do Estado da Bahia, reger-se-á por


esta Lei Orgânica e pelas leis que adotar, respeitados os princípios
constitucionais.

Parágrafo único. Ninguém será discriminado, prejudicado ou privilegiado


em razão de nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, estado civil, orientação
sexual, atividade profissional, religião, convicção política, filosófica, deficiência
física, mental, sensorial, aparência pessoal, ou qualquer singularidade ou
condição social, ou ainda por ter cumprido pena.

Art. 2º O Município do Salvador dividir-se-á, na forma da lei, em unidades


regionalizadas, objetivando a descentralização administrativa e a otimização da
execução de obras e prestação dos serviços de interesse local.

Art. 3º São Poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o


Legislativo e o Executivo.

Art. 4º A sede do Município é a Cidade de Salvador.

Art. 5º São símbolos do Município os atualmente em vigor e os que forem


adotados por lei.

Art. 6º São princípios que fundamentam a organização do Município:

I - o pleno exercício da autonomia municipal;

II - a cooperação articulada com os demais níveis de Governo, com outros


Municípios e com entidades regionais que o Município integre ou venha a
integrar;

III - o exercício da soberania e a participação popular na administração


municipal e no controle de seus atos;

IV - a garantia de acesso de todos os munícipes, de forma justa e


igualitária, aos bens e serviços públicos que assegurem as condições essenciais
de existência digna;

V - a defesa e preservação do território, dos recursos naturais e do meio


ambiente;

VI - a preservação dos valores e da história da população, fundamentada


no reconhecimento e assimilação da pluralidade étnica, cultural e religiosa,
peculiares à sua formação;

VII - a probidade na administração.

5
CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA

Art. 7º Ao Município de Salvador compete:

I - dispor sobre assuntos de interesse local e suplementar a legislação


federal e a estadual, no que couber;

II - elaborar o orçamento, prevendo a receita e fixando a despesa, com


base em planejamento adequado, observando a divisão do Município em regiões
administrativas, na forma da lei;

III - instituir e arrecadar tributos, fixar tarifas, estabelecer e cobrar preços e


aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar
balancetes, nos prazos fixados em lei;

IV - criar, organizar e suprimir unidades administrativas regionais,


observada a legislação pertinente;

V - dispor, mediante plebiscito popular, sobre qualquer alteração territorial,


na forma de lei estadual, preservando sempre a continuidade e a unidade
histórico-cultural do ambiente urbano;

VI - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou


permissão, os serviços públicos de interesse local;

VII - estabelecer as servidões administrativas necessárias aos seus


serviços;

VIII - dispor sobre a administração, utilização e alienação dos seus bens,


cabendo-lhe:

a) adquirir bens, inclusive através de desapropriação por necessidade, ou


por utilidade pública, ou interesse social;

b) aceitar legados e doações;

c) dispor sobre concessão, permissão, cessão e autorização de uso dos


seus bens;

IX - regulamentar a utilização de logradouros públicos, especialmente no


perímetro urbano:

a) prover sobre transporte coletivo urbano, que poderá ser operado através
de concessão ou permissão;

b) prover sobre serviços de táxis;

c) fixar locais para estacionamento de veículos, inclusive em áreas de


interesse turístico e de lazer;

6
d) fixar e sinalizar os limites das zonas de silêncio, de trânsito e de tráfego
em condições especiais;

e) disciplinar os serviços de carga e descarga, fixar os tipos, dimensões e


tonelagem máxima permitida a veículos que circulem em vias públicas municipais;

f) prover sobre denominação, numeração e emplacamento de logradouros


públicos, vedada a utilização de nome, sobrenome ou cognomes de pessoas
vivas;

X - sinalizar as vias urbanas e estradas municipais, bem como


regulamentar e fiscalizar sua utilização;

XI - prover sobre limpeza das vias e logradouros públicos, coleta, remoção,


destino e aproveitamento do lixo;

XII - prover sobre fornecimento de iluminação das vias e logradouros do


Município e galerias de águas pluviais;

XIII - estabelecer normas sobre prevenção e combate de incêndios;

XIV - regulamentar, autorizar e fiscalizar a fixação de cartazes, anúncios,


faixas e emblemas, bem como a utilização de quaisquer outros meios de
publicidade e propaganda, nos locais sujeitos ao poder de Polícia Municipal;

XV - dispor sobre depósito e venda de animais, mercadorias e coisas


móveis apreendidas em decorrência de transgressão da legislação municipal;

XVI - dispor sobre o registro, vacinação e captura de animais;

XVII - disciplinar e fiscalizar as atividades relacionadas com a exploração


de mercados e matadouros, manter e fiscalizar feiras livres em todos os bairros
de Salvador;

XVIII - regulamentar e fiscalizar jogos esportivos, espetáculos e


divertimentos públicos, observadas as prescrições legais;

XIX - dispor sobre o serviço funerário e de cemitério, sua administração e


fiscalização, cabendo-lhe, também, conforme vier a dispor lei específica,
promover, a suas expensas, todas as condições necessárias ao sepultamento de
corpos, dos quais os parentes ou responsáveis sejam pessoas evidentemente
necessitadas;

XX - ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horários para


funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de
serviços, cabendo-lhe, inclusive:

a) conceder, renovar ou revogar alvará de licença para localização e


funcionamento;

b) conceder licença para o exercício do comércio eventual e ambulante;

7
c) fiscalizar as condições sanitárias e de higiene dos estabelecimentos, a
qualidade das mercadorias, bem como dos veículos destinados ao transporte de
produtos de origem animal ou vegetal e da distribuição de alimentos;

XXI - fiscalizar as instalações sanitárias, as de máquinas e motores, de gás


e elétricas, inclusive domiciliares, bem como regulamentar e fiscalizar as
instalações e funcionamento de ascensores;

XXII - elaborar e aprovar, por lei, o Plano Diretor do Município;

XXIII - estabelecer normas de edificação, loteamento, desmembramento,


arruamento, saneamento urbano e planos urbanísticos específicos, bem como as
limitações urbanísticas convenientes ao ordenamento e ocupação de seu
território;

XXIV - interditar edifícios, construções ou obras em ruína, em condições de


insalubridade ou de insegurança e, diretamente, demolir, restaurar ou reparar
quaisquer construções que ameacem a saúde ou a incolumidade da população;

XXV - fiscalizar os quintais e terrenos baldios, notificando os proprietários a


mantê-los asseados, murados e com as calçadas correspondentes a suas
testadas devidamente construídas, sob pena de execução direta pela
administração e, sem prejuízo de sanções previstas em lei, cobrança do custo
respectivo ao proprietário omisso;

XXVI - tombar bens, documentos, obras e locais de valor artístico e


histórico, as paisagens naturais, bem como cultivar a tradição de festas populares
e as de caráter cívico;

XXVII - dispor sobre as áreas verdes e reservas ecológicas e unidades de


lazer do Município;

XXVIII - criar e manter estabelecimentos para o ensino nos variados graus,


observada a prioridade para o ensino fundamental;

XXIX - promover a prática desportiva;

XXX - dispor sobre o Regime Jurídico Único de seus servidores;

XXXI - amparar a maternidade, a infância, a adolescência, os idosos, as


pessoas com deficiência e os desvalidos, coordenando e orientando os serviços
sociais, no âmbito do Município;

XXXII - proteger a infância e a juventude contra toda exploração e fatores


que possam conduzi-las ao abandono físico, moral e intelectual, promovendo os
meios de assistência, em todos os níveis, aos menores abandonados;

XXXIII - promover as ações necessárias para restringir a mortalidade e


morbidez infantis, bem como medidas de higiene social que impeçam a
propagação de doenças transmissíveis;

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XXXIV - promover a construção e manutenção de creches, especialmente
nos bairros populosos e carentes da cidade;

XXXV - incentivar e apoiar a pesquisa e a aplicação de tecnologia


alternativa no âmbito da atividade humana, objetivando a redução de custos
administrativos e a satisfação das necessidades básicas das comunidades
carentes;

XXXVI - incentivar e apoiar a criação de cooperativas de educação,


produção de alimentos, saúde, habitação popular, consumo, e outras formas de
organização da população, as quais tenham por objetivo a realização de
programas que promovam o ser humano em toda a sua dimensão;

XXXVII - estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e


regulamentos;

XXXVIII - exercitar o poder de polícia administrativa, bem como organizar e


manter os serviços de fiscalização necessários ao seu exercício;

XXXIX - celebrar convênios para execução de suas leis e serviços.

Art. 8º Compete ao Município, em comum com a União, o Estado e o


Distrito Federal, observadas as normas de cooperação fixadas em lei
complementar:

I - zelar pela guarda da Constituição, das instituições democráticas e


conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das


pessoas com deficiência;

III - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte


e de outros bens e edificações de valor histórico, artístico e cultural;

V - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,


artístico e cultural, os monumentos, as edificações, as paisagens naturais
notáveis e os sítios arqueológicos;

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas


formas;

VII - proteger a fauna e a flora, em especial as espécies ameaçadas de


extinção;

VIII - promover programas de construção de moradias e a melhoria das


condições habitacionais e de saneamento básico;

IX - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,


promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;

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X - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios.

CAPÍTULO III
DOS BENS MUNICIPAIS

Art. 9º Constitui patrimônio do Município os seus direitos, ações, bens


móveis e imóveis e as rendas provenientes do exercício das atividades de sua
competência e da prestação dos seus serviços.

Art. 10. A alienação de bens municipais, subordinada à existência de


interesse público devidamente justificado, será sempre precedida de avaliação e
obedecerá às seguintes normas:

I - quando imóveis, será precedida de autorização legislativa, dispensada a


concorrência nos casos de doação, permuta, investidura, dação em pagamento e
integralização ao capital da empresa pública ou sociedade de economia mista de
que o Município seja majoritário;

II - quando móveis, dependerá de licitação, dispensada esta nos casos de


permuta, doação e ações que serão vendidas em bolsa, após autorização
legislativa;

III - será também dispensada de autorização legislativa e concorrência a


alienação de área ou lote de até 120.00m², destinada à habitação de pessoa
comprovadamente pobre, se atendido o preço mínimo fixado em avaliação
administrativa, não sendo permitida a alienação de mais de uma área ou lote à
mesma pessoa.

Art. 11. O Município, observado o interesse público, promoverá, através de


investidura, a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área
remanescente ou resultado de obras públicas ou modificações de alinhamentos,
dispensada a autorização legislativa para áreas de até 300.00m² e a
concorrência, quando atendido o preço mínimo fixado em avaliação
administrativa.

§ 1º Quando a área remanescente, por sua localização, interessar a mais


de uma propriedade limítrofe, será exigida a concorrência, salvo se houver
renúncia expressa dos demais interessados.

§ 2º Caso o proprietário lindeiro não manifeste interesse pela aquisição da


área remanescente, o Município proibirá o seu uso.

§ 3º Para efeitos do estabelecido nos parágrafos anteriores, o Executivo


identificará as áreas remanescentes e desenvolverá as ações que se fizerem
necessárias à sua alienação.

Art. 12. Os bens do Município somente poderão ser doados a entidades de


direito público, a instituições de assistência social e a sociedades cooperativas de
interesse social, ainda assim mediante autorização legislativa e estabelecimento
de cláusula de reversão, para os casos de desvio de finalidade, ou de não

10
realização, dentro do prazo de 2 (dois) anos, contados a partir da efetivação da
doação, das obras necessárias ao cumprimento de sua finalidade.

Parágrafo único. Lei especial estabelecerá outros requisitos e condições


para efetivação das doações.

(16) Art.
13. Para efeito de alienação ou concessão do direito real de uso de
bens imóveis municipais, a avaliação administrativa será processada tomando-se
por base os preços vigentes no mercado imobiliário.

Parágrafo único. A Lei poderá estabelecer condições facilitadas de


pagamento, na hipótese de alienação ou concessão de direito real de uso de
terrenos integrantes de programas habitacionais para populações de baixa renda.
(16) Emenda à LOM nº 16

(16) (21) (26)


Art. 14. O Município poderá conceder direito real de uso de seus bens
imóveis, mediante prévia avaliação, autorização legislativa e processo licitatório.

(16) §
1º A concessão de direito real de uso, remunerada, com imposição de
encargo, ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado, com direito real resolúvel,
terá por objeto, apenas, terrenos para fins específicos de regularização de
interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo de terra,
preservação das comunidades tradicionais e seus meios de subsistência, ou
outras modalidades de interesse social em áreas urbanas.

(16)(21)
§ 2º Na hipótese de bens imóveis construídos e destinados ou
efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais de interesse social
ou de regulação fundiária de interesse social, desenvolvidos por órgãos ou
entidades da administração pública, a concessão de direito real de uso para fins
de moradia poderá ser outorgada de forma gratuita, dispensada a autorização
legislativa e a licitação para imóveis de área ou fração ideal de terreno não
superior a 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados).
(16) Emenda à LOM nº 16
(21) Emenda à LOM nº 21
(26) Emenda à LOM nº 26

§ 3º Na hipótese de fração ideal de terrenos ou bens imóveis construídos e


efetivamente utilizados como locais de realização de quaisquer cultos religiosos, a
concessão de direito real de uso será outorgada de forma gratuita, dispensada a
autorização legislativa e a licitação para áreas de terreno não superior a 250m 2
(duzentos e cinquenta metros quadrados), nos imóveis situados em áreas objeto
de programas públicos de regularização fundiária social.
(16) Emenda à LOM nº 16
(21) Emenda à LOM nº 21
(26) Emenda à LOM nº 26

Art. 15. O uso dos bens municipais por terceiros poderá ser feito mediante
cessão, permissão e autorização, conforme o caso, desde que atendido o
interesse público.

§ 1º A cessão de uso será feita sempre a prazo determinado, através de:


11
I - contrato administrativo, mediante concorrência, com remuneração ou
imposição de encargos, quando pessoa jurídica de direito privado. A concorrência
poderá ser dispensada quando o uso se destinar a concessionária de serviço
público, a entidades assistenciais, ou verificar-se relevante interesse público,
devidamente justificado;

II - ato administrativo, gratuitamente ou em condições especiais,


independente de concorrência, quando pessoa jurídica de direito público,
autarquias municipais, empresa pública e sociedade de economia mista de que o
Municipal seja majoritário.

§ 2º A permissão de uso, que poderá incidir sobre qualquer bem público,


será feita sempre a título precário, por ato administrativo, mediante remuneração,
ou com imposição de encargos.

§ 3º A autorização de uso, que poderá incidir sobre qualquer bem público,


será feita a título precário, mediante remuneração, ou com imposição de
encargos, por ato administrativo e para atividade ou uso específico, em caráter
eventual.

Art. 16. Atendido o interesse público, o uso de qualquer bem público


municipal por associação representativa de bairro será gratuito, desde que
devidamente autorizado pelo Legislativo e aprovado pelo Executivo.

§ 1º Somente poderão ser beneficiadas as associações sem fins lucrativos,


devidamente registradas, reconhecidas de utilidade pública e com, no mínimo, um
ano de fundação.

§ 2º Lei específica regulará os prazos e condições gerais de uso de bens


municipais pelas associações referidas neste artigo.

Art. 17. Os bens objeto de concessão, permissão, cessão e autorização de


uso terão atualizadas, permanentemente, suas condições contratuais, de forma
que reflitam, objetivamente, remuneração ou encargo compatível com os
resultados econômicos auferidos pelos respectivos beneficiários.

Art. 18. É vedado ao Município a constituição de enfiteuse, subordinando-


se às existentes, até sua extinção, as disposições da legislação federal
pertinente, inclusive no tocante ao direito de resgate do aforamento.

Art. 19. O Município, considerado o interesse público, poderá admitir à


iniciativa privada, a título oneroso, conforme o caso, o uso do subsolo ou do
espaço aéreo de logradouros públicos para a construção de passagens ou
equipamentos destinados a segurança ou conforto dos transeuntes e usuários, ou
para outros fins de interesse urbanístico.

Art. 20. O Executivo Municipal manterá atualizado cadastro de bens


imóveis municipais de domínio pleno, aforados, arrendados ou submetidos a
contratos de concessão, permissão, cessão, autorização de uso, devidamente
documentado, devendo uma cópia desse cadastro ficar permanentemente à
disposição da Câmara de Vereadores.

12
TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES MUNICIPAIS

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

Seção I
Da Câmara Municipal

(23)(32)Art. 21. Compete à Câmara:

I - privativamente:

a) eleger a Mesa, bem como destituí-la, na forma regimental;

b) decretar estado de calamidade pública, por um prazo de trinta dias, se


assim o requerer 2/3 (dois terços) de seus membros;

c) elaborar o Regimento Interno;

d) deliberar, através de Resoluções, sobre assuntos de sua economia


interna, e, por meio de Decretos Legislativos, nos casos em que criem, alterem ou
extingam cargos dos seus servidores, fixem os respectivos vencimentos, bem
assim nos demais casos de sua competência;

e) prorrogar as sessões;

f) conceder licença aos Vereadores e declarar, nos casos previsto nesta


Lei, a perda dos respectivos mandatos;

g) tomar e julgar as contas do Prefeito;

(32) h)fixar os subsídios dos Vereadores, do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos


Secretários Municipais e do Procurador-Geral, pela forma e nos limites previstos
na Constituição da República Federativa do Brasil;
(32) i) conceder licença ao Prefeito e ao Vice-Prefeito para ausentar-se do
Município quando for por mais de 15 (quinze) dias, vedada a autorização para a
ausência concomitante do Prefeito e do Vice-Prefeito, cabendo a preferência ao
Prefeito, salvo por motivo de tratamento de saúde do Vice-Prefeito;

(32)j) designar Comissão Especial Interna de Vereadores (CEI) para


proceder, por prazo certo, a inquérito para a apuração de fato determinado, de
interesse do Município, sempre que o requerer 1/3 (um terço) de seus membros,
aprovada em Plenário por 2/3 (dois terços) de seus membros, na forma
estabelecida pelo Regimento Interno da Câmara de Vereadores;
(32) k) julgar o Prefeito e os Vereadores, nos casos previstos na
Constituição da República Federativa do Brasil;
(32) Emenda à LOM nº 32

13
l) apreciar Vetos, somente podendo rejeitá-los através de decisão da
maioria absoluta dos seus membros;

m) representar perante os Poderes Públicos do Estado ou da União;

n) representar contra o Prefeito;

o) apresentar votos de pesar, congratulações, indicações e requerimentos


a autoridades e personalidade diversas;

p) conceder honrarias a pessoas que, reconhecida e comprovadamente,


tenham prestado relevantes serviços ao Município;

(32)
q) preservar sua competência legislativa, sustando os atos normativos
do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar;
(32) Emenda à LOM nº 32

r) autorizar, mediante pronunciamento favorável da maioria absoluta dos


seus membros, consulta plebiscitária requerida pelo Executivo, por qualquer dos
Vereadores da Câmara ou por 2% (dois por cento) do eleitorado do Município;

s) fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, inclusive os da


administração indireta e fundações públicas, acompanhando sua gestão e
avaliando seu resultado operacional, com auxílio do Tribunal de Contas dos
Municípios;

t) autorizar o Poder Executivo Municipal a celebrar convênios, acordos e


consórcios com a União, o Estado, outros Municípios e entidades privadas, em
geral;
u) autorizar o Prefeito, por deliberação da maioria absoluta dos seus
membros, a contrair empréstimos, regulando-lhes as condições e a respectiva
aplicação.

§ 1º A Câmara Municipal, pelo seu Presidente, ou qualquer de suas


Comissões, pode convocar Secretário Municipal, Procurador-Geral ou titulares de
entidades autárquicas, fundações, empresas públicas e sociedade de economia
mista para, no prazo de oito dias, prestar pessoalmente, ou de 30 (trinta) dias, por
escrito, informações sobre assuntos previamente determinados, importando crime
contra administração pública a ausência sem justificação adequada ou a
prestação de informações falsas.

(23) § 2º Constituem honrarias, previstas na alínea “p” do presente artigo:

a) Título de Cidadão da Cidade de Salvador, concedido àqueles que


tenham relevantes serviços prestados à Cidade de Salvador, mas nela não
tenham nascido;

b) Medalha Thomé de Souza, concedida àqueles nascidos ou não no


Município de Salvador, que tenham relevantes serviços prestados a esta cidade;

c) Comenda Maria Quitéria, concedida às mulheres que tenham prestado


serviços relevantes à Cidade de Salvador;
14
(23)d)Medalha Zumbi dos Palmares, outorgada às pessoas que tenham
prestado relevantes serviços à Cidade de Salvador e ao Estado da Bahia, no
combate ao racismo, discriminação e intolerância de qualquer gênero;
(23) Emenda à LOM nº 23

II - Com a sanção do Prefeito, aprovar e deliberar especialmente sobre:

a) orçamento e abertura de créditos adicionais;

b) sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

c) criação e extinção de cargos públicos e fixação dos respectivos


vencimentos e vantagens inerentes ao Executivo Municipal;

d) planos gerais e programas financeiros;

e) alienação de bens imóveis e concessão de direito real de uso;

f) o Plano Diretor do Município; e especial planejamento e controle do


parcelamento, uso e ocupação do solo;

g) isenções de tributos e de outros benefícios fiscais;

h) divisão territorial do Município;

i) alteração da estrutura organizacional da administração municipal;

j) aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de doação ou


legados sem encargos;

k) denominação de vias e logradouros públicos, vedada a utilização de


nome, sobrenome ou cognomes de pessoas vivas.

Seção II
Dos Vereadores

(14)(32)Art. 22. O mandato de Vereador é remunerado dentro dos limites e


critérios fixados em lei, observadas as normas constitucionais aplicáveis.
(32) §1º O mandato do Vereador é remunerado dentro dos limites e critérios
fixados nas normas constitucionais aplicáveis, especialmente aquelas da
vinculação percentual automática ao subsídio dos Deputados da Assembleia
Legislativa do Estado da Bahia, se houver prévia dotação orçamentária destinada
ao custeio desta despesa.

(32)
§ 2º O subsídio do Vereador será fixado em cada Legislatura para a
subsequente, observado o que dispõe o parágrafo anterior.
(14) Emenda à LOM nº 14
(32) Emenda à LOM nº 32

15
Art. 23. Os Vereadores têm imunidade parlamentar na jurisdição do
Município, sendo invioláveis por suas opiniões, palavras e votos.

§ 1º Desde a expedição do diploma, os Vereadores não poderão ser


presos, salvo em flagrante delito de crime inafiançável, nem processados
criminalmente sem prévia licença da Câmara Municipal.

§ 2º O indeferimento de pedido de licença ou ausência de deliberação


suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

§ 3º No caso de flagrante de crime inafiançável, os autos serão remetidos,


dentro de 24 horas, à Câmara Municipal, para que, pelo voto secreto da maioria
dos seus membros, resolva sobre a prisão e autoria, ou não, e a formação de
culpa.

§ 4º O Vereador não será obrigado a testemunhar sobre informações


recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as
pessoas que lhe confiaram tais informações, podendo ter acesso a documentos
ou diligenciar em qualquer secretaria ou entidade da administração indireta.

(13) Art. 24. Ao Vereador é vedado:

I - desde a diplomação:

a) celebrar contrato com pessoa de direito público, entidade autárquica,


sociedade de economia mista, empresa pública ou concessionária de serviço
público local, salvo quando obedecer a normas uniformes;

b) aceitar cargo, emprego ou função da administração pública municipal,


direta ou descentralizada, salvo em decorrência de concurso público;

II - desde a posse:

a) ser proprietário ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de


contrato, ou pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função
remunerada;
(34)
b) suprimido;

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que


se refere a alínea “a” do inciso I deste artigo;

d) estabelecer domicílio fora do Município durante o exercício do mandato;

e) exercer outro cargo eletivo federal, estadual ou municipal;

(13)f) integrar Conselhos Municipais.

(13) Emenda à LOM nº 13


(34) Emenda à LOM nº 34

Art. 25. A infringência de qualquer das proibições do artigo anterior


importará a perda do mandato, a ser decretada pela Câmara através de voto de

16
2/3 dos seus membros, por iniciativa do Prefeito, da Mesa da Câmara, de
qualquer Vereador ou, ainda, pelo Judiciário.

(32)Art. 26. O Vereador que, sem justo motivo, deixar de comparecer à


Sessão do dia da Sessão Deliberativa Ordinária ou Extraordinária deixará de
perceber, de acordo com o que dispuser sobre o assunto o Regimento Interno da
Câmara, 1/30 (um trinta avos) do subsídio.
(32) Emenda à LOM nº 32

Art. 27. Perderá o mandato o Vereador que deixar de comparecer, em


cada Período Legislativo anual, à terça parte das Sessões Ordinárias da Câmara
Municipal, salvo por motivo de doença comprovada, licença ou missão autorizada
pela Edilidade, ou, ainda, deixar de comparecer a cinco Sessões Extraordinárias,
convocadas pelo Prefeito, por escrito, mediante prova de recebimento, para
apreciação de matéria urgente, assegurada ampla defesa, em ambos os casos.

Art. 28. Nos casos de morte, renúncia ou nos demais previstos em lei, a
extinção de mandato de Vereador será declarada pelo Presidente da Câmara, na
primeira Sessão após a comprovação do ato extintivo, cabendo ao Suplente, com
direito à vaga, obtê-la do Judiciário, se ocorrer omissão do Presidente:

Art. 29. Suspender-se-á o exercício do mandato do Vereador:

I - em razão de sentença definitiva transitada em julgado;

II - pela decretação de prisão preventiva.

Art. 30. A Câmara poderá cassar o mandato do Vereador que:

I - proceder de modo incompatível com o decoro parlamentar;

II - utilizar-se do mandato para prática de atos de corrupção ou de


improbidade administrativa;

III - incidir em qualquer das proibições do art. 27 desta Lei.

§ 1º O processo de cassação do mandato do Vereador deverá obedecer


ao estabelecido em lei federal.

§ 2º O Presidente da Câmara afastará de suas funções o Vereador


acusado, desde que a denúncia seja recebida pela maioria absoluta da Câmara.

(34) Art. 31. O Vereador poderá licenciar-se:

I - para desempenhar funções de Ministro de Estado, Secretário de Estado,


Secretário do Município da Cidade de Salvador, Superintendente, Diretor-
Presidente e Presidente de autarquias, empresas públicas e de sociedade de
economia mista da União, dos Estados e do Município da Cidade de Salvador,
incluindo a assunção de cargos eletivos de suplência e/ou por decisão judicial
provisória, enquanto perdurar esta condição;

17
II - a licença de que trata este artigo estende-se aos cargos de
superintendências regionais da União e aos cargos, inclusive regionais, de
Presidente, Superintendente, Diretor Executivo, Diretor-Superintendente e
Diretor-Geral das entidades parestatais criadas por lei”. (NR)

(34) Emenda à LOM nº 34

Art. 32. A renúncia de Vereador far-se-á por comunicação escrita, com


firma reconhecida, dirigida à Câmara, tornando-se efetiva com a sua transcrição
na ata da Sessão em que for lida.

Parágrafo único. Opor-se-á a renúncia tácita ao mandato quando o


Vereador ou o Suplente não prestar compromisso dentro de trinta dias da
instalação da Legislatura, ou, em igual prazo, não atender à convocação da
Mesa, salvo a hipótese de prorrogação concedida pela Câmara.

(32)
Art. 33. Dar-se-á a convocação do Suplente apenas no caso de vaga,
em virtude de morte, perda ou extinção do mandato legislativo, renúncia ou
licença do titular que ultrapasse 120 (cento e vinte) dias, na forma desta Lei
Orgânica.

Parágrafo único. Será de 180 (cento e oitenta) dias a licença-maternidade


para gestante, adotante ou guardião, na forma do disposto na legislação em
vigor, sem necessidade de se convocar o Suplente.
(32) Emenda à LOM nº 32

Art. 34. No ato da posse, bem como ao término do mandato, o Vereador


deverá apresentar declaração do seu patrimônio, a ser transcrita em livro próprio,
constando de ata o seu resumo.

Seção III
Da Instalação e do Funcionamento
(19)(23)(30)(32)(33)Art.
35. A Legislatura terá a duração de 04 (quatro) anos, devendo a
Câmara reunir-se, anualmente, em dois períodos, em cada Sessão Legislativa
Ordinária, nas mesmas datas fixadas pela Constituição da República Federativa
do Brasil para as reuniões do Congresso Nacional.
(19)(32)§1º
Independentemente de convocação, no primeiro dia útil
subsequente à data do mês de fevereiro de cada ano, fixada constitucionalmente
para início do primeiro período da Sessão Legislativa Ordinária do Congresso
Nacional, instalar-se-á a Sessão Legislativa Ordinária da Câmara Municipal de
Salvador, quando, então, o Prefeito fará a leitura da Mensagem.
(19)(20)(23)(30)(33)
§2º A Câmara elegerá, a 02 de janeiro do primeiro ano da
Legislatura, a Mesa Executiva, constituída de 01 (um) Presidente, 03 (três) Vice-
Presidentes, 04 (quatro) Secretários, 01 (um) Corregedor, 01(um) Ouvidor e 01
(um) Ouvidor Substituto para o mandato de dois anos, vedada a recondução para
o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente, observando-se:
(19) Emenda à LOM nº 19
(20) Emenda à LOM nº 20
(23) Emenda à LOM nº 23

18
(30) Emenda à LOM nº 30
(32) Emenda à LOM nº 32

I - a eleição da Mesa será realizada em primeira convocação com a


presença de, pelo menos, 2/3 (dois terços) dos Vereadores que compõem a
Câmara;

(33)II - no caso de empate na votação para cargos da Mesa, proceder-se-á


a novo escrutínio, e, permanecendo inalterada a situação entre os postulantes
aos referidos cargos, será proclamado eleito o candidato mais votado no último
pleito municipal em que se elegeu.

§ 3º À Mesa, dentre outras atribuições, compete:

I - propor Projetos de Lei que criem ou extingam cargos dos serviços da


Câmara e fixem os respectivos vencimentos;

II - elaborar e expedir, mediante ato, a discriminação analítica das


dotações orçamentárias da Câmara, bem como alterá-las quando necessário;

III - apresentar Projetos de Lei dispondo sobre abertura de créditos


suplementares ou especiais, através de anulação parcial ou total da dotação da
Câmara;

IV - suplementar, mediante ato, as dotações do orçamento da Câmara,


observado o limite da autorização constante da Lei Orçamentária, desde que os
recursos para sua cobertura sejam provenientes de anulação total ou parcial de
suas dotações orçamentárias;

V - nomear, promover, comissionar, conceder gratificações, licenças, pôr


em disponibilidade, exonerar, demitir, aposentar e punir funcionários ou
servidores da Secretaria da Câmara Municipal, nos termos da lei;

VI - declarar a perda do mandato de Vereador, de ofício, ou por


provocação de qualquer de seus membros, ou por partido político representado
na Câmara, nas hipóteses previstas em lei, assegurado pleno direito de defesa;

VII - outras atividades previstas no Regimento da Câmara.

(33)
§4º A eleição para a renovação da Mesa Executiva será regulada pelo
Regimento Interno da Câmara Municipal.

(33) §5º O primeiro período de cada Sessão Legislativa não será


interrompido sem a aprovação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias –
LDO, e o segundo período não será interrompido sem a aprovação do Projeto de
Lei do Orçamento Anual -LOA.
(19) Emenda à LOM nº 19
(20) Emenda à LOM nº 20
(30) Emenda à LOM nº 30
(33) Emenda à LOM nº 33

Art. 36. Na composição das Comissões Permanentes atender-se-á, tanto


quanto possível, à representação proporcional dos partidos políticos.
19
§ 1º Nenhum Vereador poderá fazer parte de mais de 03 (três) Comissões;

§ 2º Às Comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I - opinar sobre Projeto de Lei, na forma do Regimento;

II - discutir e aprovar iniciativas do Executivo que dependam de autorização


da Câmara;

III - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

IV - acompanhar, junto ao Governo, os atos de regulamentação, zelando


por sua completa adequação;

V - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer


pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

VI - solicitar depoimento e informações de qualquer agente da


administração.
(28)(31)Art.
37. As sessões da Câmara serão públicas, salvo quando ocorrer
motivo relevante, reconhecido pelo voto de 2/3 (dois terços) dos seus membros.
Quando a votação for secreta, fica assegurado o direito de declaração de voto.

Parágrafo único. Será secreta a votação, nos seguintes casos:


(31) I - suprimido

(28)(31) II - suprimido

III - eleição da Mesa.


(28) Emenda à LOM nº 28
(31) Emenda à LOM nº 31

Art. 38. As sessões serão realizadas no Paço Municipal, nos dias úteis
estabelecidos no Regimento Interno da Câmara, só podendo ser instaladas com
a presença de, no mínimo, 1/3 (um terço) do colegiado.

§ 1º Reputar-se-á nula a Sessão que se realizar em desacordo com as


exigências deste artigo.

§ 2º As deliberações da Câmara, excetuando os casos previstos nesta Lei,


serão tomadas por voto majoritário, presente a maioria absoluta dos Vereadores.

§ 3º Os atos da Câmara Municipal de Salvador serão publicados no órgão


oficial do Município ou do Estado, ou, em caso de urgência, em qualquer jornal de
circulação diária do Município de Salvador.

Art. 39. Somente pelo voto de, no mínimo, 2/3 (dois terços) dos membros
da Câmara consideram-se aprovadas as deliberações sobre:

20
I - destituição de componentes da Mesa;

II - aquisição de bens por doação ou legados, ambos se com encargos ou


ônus para o Município;

III - suspensão, extinção ou exclusão de crédito tributário;

IV- isenção de impostos municipais;

V - mudança de local de funcionamento da Câmara, comprovado o


impedimento de acesso ao recinto do Paço Municipal;

VI - modificação territorial do Município;

VII - cassação do mandato de Vereador;

VIII - alteração desta Lei;

IX - alienação de bens imóveis;

X - rejeição de Parecer Prévio do Tribunal de Contas.

(33)Art. 40. O Presidente da Câmara exercerá o direito de voto, quando a


votação for secreta, nos casos estabelecidos na Constituição da República
Federativa do Brasil, ou se ocorrer empate na votação da matéria submetida à
apreciação do Plenário.

Art. 41. O Presidente, com aprovação do Plenário, poderá requisitar


policiamento que deverá ficar à sua disposição para garantir a ordem no recinto
das sessões.
Art. 42. Dependerá de proposta escrita qualquer alteração ao Regimento
Interno, em 2 (duas) discussões, com interstício de 2 (dois) dias, considerando-se
a matéria aprovada pelo voto da maioria absoluta da Câmara.

Art. 43. A Câmara poderá ser convocada, extraordinariamente, pelo seu


Presidente, nos casos de decretação de estado de sítio, estado de emergência e
de intervenção federal, ou a requerimento de 2/3 (dois terços) de seus membros,
ou ainda por solicitação do chefe do Poder Executivo Municipal.

Seção IV
Do Processo Legislativo

Art. 44. O Processo Legislativo compreende a elaboração de:

I - Emenda à Lei Orgânica;

II - Leis Complementares;

III - Leis Ordinárias;

IV - Decretos Legislativos;

21
V - Resoluções.

Art. 45. Esta Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço do número de Vereadores;

II - do Chefe do Executivo;

III - dos munícipes que representem, no mínimo, 5% do eleitorado.

§ 1º A proposta será discutida e votada em dois turnos, com interstício


mínimo de 10 dias, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, dois terços
dos votos dos Vereadores.

§ 2º A Emenda à Lei Orgânica será promulgada pela Mesa da Câmara de


Vereadores, com o respectivo número de ordem.

§ 3º A matéria constante da proposta da Emenda rejeitada ou havida por


prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta no mesmo Período
Legislativo.

Seção V
Das Leis

Art. 46. A iniciativa das Leis Complementares e Ordinárias, salvo os casos


de competência privativa, cabe ao Vereador, Comissão da Câmara Municipal, ao
Prefeito e por proposta de 5% do eleitorado, no mínimo.

(33)Art. 47. O Prefeito poderá enviar à Câmara Projetos de Lei sobre


qualquer matéria, os quais, quando solicitar, deverão ser apreciados em regime
de urgência, no prazo de até 75 (setenta e cinco) dias, a contar do seu
recebimento pelo Protocolo da Secretaria da Câmara, ao final do qual, não tendo
sido apreciado, será sobrestada a deliberação quanto às demais proposições,
para que ultime a votação na próxima Sessão subsequente.

§ 1º A solicitação do prazo mencionado neste artigo poderá ser feita depois


da remessa do Projeto e em qualquer fase de seu andamento, sendo o prazo de
que trata o caput deste artigo contado da data do protocolo do pedido.

§ 2º O Presidente da Câmara deverá negar a admissibilidade do pedido de


urgência quando se trate de desafetação de área pública, ou outros assim,
definidos nesta Lei Orgânica ou na Constituição Federal, quando o Projeto
tramitará à ordem prevista para os projetos de iniciativa dos Vereadores.

§ 3º O prazo fixado neste artigo não corre nos períodos de recesso da


Câmara.
(33) Emenda à LOM nº 33

Art. 48. Nenhum Projeto será submetido a discussão sem audiência e


parecer da Comissão competente, salvo quando da sua própria iniciativa.

22
§ 1º Os Projetos de Lei, de Decreto Legislativo ou de Resolução, além de
constarem da Ordem do Dia, deverão ser publicados com antecedência de 48
(quarenta e oito) horas de sua discussão, exceto nos casos de urgência
concedida por membros da Câmara.

§ 2º Os Projetos de Lei e de Resolução serão submetidos a 03 (três)


discussões; os oriundos de Comissões ou do Executivo, a 02 (duas) discussões;
os Decretos Legislativos, Indicações, Requerimentos e Moções, a discussão
única.

§ 3º Projeto encaminhado às Comissões será incluído em pauta por


determinação do Presidente, ou a requerimento de qualquer Vereador, se o
parecer não for apresentado até 10 (dez) sessões ordinárias da Câmara.

§ 4º O Projeto de Lei encaminhado por iniciativa popular será apresentado


na Ordem do Dia da Câmara e deverá ser apreciado no prazo máximo de 45
(quarenta e cinco) dias, a contar do seu recebimento pela Câmara Municipal.
Decorrido esse prazo, o Projeto irá automaticamente à votação, sobrestadas as
demais, independente de pareceres.

§ 5º Não tendo sido votado Projeto de Lei de iniciativa popular quando do


encerramento da Sessão, será considerado reinscrito, de pleno direito, na Sessão
seguinte da mesma Legislatura, ou na primeira Sessão da Legislatura
subsequente.

§ 6º O Regimento Interno da Câmara deverá prever forma que assegure a


defesa da proposta de Emenda ou Projeto de Lei de iniciativa popular, em
Comissão ou Plenário, por um dos seus signatários.

(33)Art. 49. Aprovado em redação final, será o Projeto enviado ao Prefeito


que, aquiescendo, o sancionará no prazo de 15 (quinze) dias úteis, determinando
a sua publicação.

§1º Se o Prefeito considerar o Projeto, no todo ou em parte,


inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á, total ou parcialmente,
no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados da data do recebimento, e
comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente da Câmara Municipal
os motivos do Veto.

§2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo,


de inciso ou de alínea.

§3º Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias, o silêncio do Prefeito importará


sanção.

§ 4º O veto será apreciado dentro de 30 (trinta) dias, a contar de seu


recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
Vereadores, observada a modalidade de votação estabelecida pela Constituição
da República Federativa do Brasil, para o Veto.
§5º Se o veto não for mantido, será o Projeto enviado, para promulgação,
ao Prefeito.

23
§6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no §4º do presente
artigo, o veto será colocado na “Ordem do Dia” da Sessão imediata, sobrestadas
as demais proposições, até sua votação final.

§7º Se a Lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo
Prefeito, nos casos dos §§ 3º e 5º deste artigo, o Presidente da Câmara Municipal
a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente da
Câmara fazê-lo.
(33) Emenda à LOM nº 33

Art. 50. Não poderão ser renovados, no mesmo Período Legislativo anual,
Projetos rejeitados pela Câmara, bem como aqueles cujos vetos tenham sido
aceitos.

Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo os Projetos que no


mesmo Período Legislativo forem de iniciativa da maioria absoluta dos membros
da Câmara ou do Prefeito Municipal.

Art. 51. Os Projetos de Lei não poderão tratar de matéria estranha ao


enunciado da respectiva ementa e, quando da iniciativa do Prefeito, serão
acompanhados de mensagem fundamentada.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

Seção I
Do Prefeito

Art. 52. O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, competindo-lhe:

I - representar o Município em juízo ou fora dele;

II - apresentar Projetos de Lei à Câmara;

III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, e expedir regulamento


para sua fiel execução;

IV - vetar, no todo ou em parte, Projetos de Lei aprovados pela Câmara;

V - baixar decretos e demais atos administrativos, fazendo-os publicar em


órgãos oficiais;

VI - enviar à Câmara, até 30 de setembro de cada ano, Projeto de Lei do


orçamento anual;

VII - nomear seus auxiliares diretos e, em cada unidade funcional, os


ordenadores de empenho, despesa e liquidação;

VIII - convocar extraordinariamente a Câmara Municipal em caso de


urgência ou relevante interesse público;

24
IX - decretar desapropriação e intervenção em empresas concessionárias
de serviço público;

X - contrair empréstimos e oferecer garantias;

XI - observar e fazer cumprir as leis, resoluções e regulamentos


administrativos;

XII - apresentar anualmente à Câmara, na abertura do Período Legislativo


Ordinário, relatório das atividades;

XIII - prestar contas relativas ao exercício anterior, na forma da lei;

XIV - pronunciar-se sobre os requerimentos da Câmara em até 15 (quinze)


dias do recebimento da solicitação;
XV - dirigir, superintender e fiscalizar serviços de obras municipais;

XVI - promover a arrecadação dos tributos, preços públicos e tarifas


devidos ao Município, dando-lhes a publicação adequada;

XVII - administrar os bens municipais, promover a alienação, deferir


permissão, cessão ou autorização de uso, observadas as prescrições legais;

XVIII - permitir, conceder ou autorizar a execução dos serviços públicos por


terceiros, quando não possível ou conveniente ao interesse público a exploração
direta pelo Município;

XIX - autorizar despesas e pagamentos em conformidade com as dotações


votadas pela Câmara;

XX - decidir sobre requerimentos, reclamações e representações;

XXI - prover os cargos públicos, contratar, exonerar, demitir, aposentar,


colocar em disponibilidade e praticar os demais atos relativos à situação funcional
dos seus servidores, respeitado o Estatuto do Funcionário Público e as
prescrições legais;

XXII - requisitar às autoridades do Estado o concurso de força policial para


cumprimento de suas determinações estabelecidas na lei;

XXIII - celebrar convênios, acordos e consórcios com a União, o Estado,


outros Municípios e entidades privadas;

XIV - promover, com prévia autorização da Câmara, a emissão de títulos


de dívida pública;

XXV - promover o tombamento dos bens do Município;

XXVI - transigir com terceiros, em juízo, inclusive nos casos de


responsabilidade civil, e celebrar acordos com devedores, ou credores do
Município, ou transações preventivas ou extintivas de litígio, se comprovada, em
processo regular, manifesta vantagem para o Município;

25
XXVII - abrir créditos suplementares e especiais, com autorização
legislativa;

XXVIII - abrir créditos extraordinários, mediante decreto, nos casos em que


a lei indicar;

XXIX - promover processo por infração das leis e regulamentos municipais


e impor as sanções respectivas;

XXX - encaminhar aos órgãos competentes os planos de aplicação e


contas exigidas em lei;

XXXI - providenciar, obedecidas as normas urbanísticas vigentes, o


emplacamento de vias e logradouros públicos;

XXXII - aplicar multas previstas em leis e contratos, bem como relevá-los


quando impostos irregularmente;

XXXIII - colocar à disposição da Câmara os recursos correspondentes às


suas dotações orçamentárias e a ela destinados, na forma prevista nesta Lei;

XXXIV - delegar competência aos seus auxiliares imediatos;

XXXV - decretar a intervenção e requisição de bens e serviços;

XXXVI - fixar os preços dos serviços prestados pelo Município e os


relativos à concessão, cessão, permissão ou autorização de uso de seus bens e
serviços;

XXXVII - fixar tarifas dos serviços públicos de sua competência;

XXXVIII - dispor sobre a estrutura e organização dos órgãos da


administração municipal, mediante autorização da Câmara Municipal;

XXXIX - solicitar à Câmara licença para ausentar-se do Município por


tempo superior a 30 (trinta) dias;

XL - aceitar e receber legados e doações, salvo quando se tratar de


encargos, que dependerão de autorização da Câmara;

XLI - praticar quaisquer atos de interesse do Município que não estejam


reservados à competência privativa da Câmara Municipal.

(7)(33)Art.
53. Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento, e suceder-lhe-
á, no de vaga, o Vice-Prefeito.

§ 1º O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem conferidas


em lei, auxiliará o Prefeito sempre que for por ele convocado para missões
especiais.

26
(7)§ 2º Ressalvada a hipótese do parágrafo seguinte, em caso de
impedimento do Prefeito, do Vice-Prefeito, ou no caso de vacância dos
respectivos cargos, serão, sucessivamente, chamados ao exercício da Chefia do
Poder Executivo o Presidente da Câmara e o Vereador mais antigo em exercício
do mandato, que não tenha impedimento eleito.
(7) Emenda à LOM nº 07

§ 3º No caso de impedimento do Vice-Prefeito, em período eleitoral no qual


este seja candidato, pela forma permitida constitucionalmente, e vagando-se o
cargo de Prefeito, ou impedido o titular deste cargo, este será exercido até o final
do impedimento eleitoral do Vice-Prefeito, sucessivamente, pelo Presidente da
Câmara ou pelo Vereador mais antigo em exercício de mandato.

§ 4º Vagando os cargos do Prefeito, do Vice-Prefeito, far-se-á eleição 90


(noventa) dias depois de aberta a última vaga.

§ 5º Ocorrendo a vacância nos últimos 2 (dois) anos de mandato, a eleição


para ambos os cargos será feita 30 (trinta) dias depois de aberta a última vaga
pela Câmara Municipal, na forma da Lei, devendo, em qualquer caso, os eleitos
completar o período dos seus antecessores.

(33) Emenda à LOM nº 33

Art. 54. O Prefeito perderá o cargo nos seguintes casos:

I - por extinção quando:

a) perder os direitos políticos;

b) não prestar contas de sua administração, nos termos da lei;

II - por cassação, através do voto de 2/3 (dois terços) dos membros da


Câmara Municipal, quando:

a) incidir em infração político-administrativa, nos termos do art. 56;

III - por renúncia.

Parágrafo único. O Prefeito terá assegurada ampla defesa na hipótese do


inciso II.

Art. 55. O Prefeito e seus auxiliares incorrerão em crime de


responsabilidade quando atentarem contra as Constituições Federal ou Estadual,
a Lei Orgânica do Município, o livre exercício dos outros poderes, inclusive os
direitos políticos, sociais e individuais, a probidade na administração, a Lei
Orçamentária, ficando sujeito à suspensão do exercício de suas funções, à
destituição e perda de mandato e a outras decisões judiciais.

Seção II
Dos Secretários Municipais

27
Art. 56. Junto ao Prefeito, funcionará como órgão de coordenação e
representação uma secretaria, a cujo Secretário compete:

I - assessorar direta e imediatamente o Prefeito no desempenho de suas


atribuições e, em especial, nos assuntos referentes à administração em geral;

II - promover a divulgação dos atos e atividades da administração


municipal;

III - acompanhar a tramitação de Projetos de Lei na Câmara, com a


participação das secretarias e demais órgãos da administração no que se refere
aos Projetos de Lei submetidos à sanção do Prefeito;

IV - referendar os atos do Prefeito.

Art. 57. Os Secretários do Município são auxiliares diretos de confiança do


Prefeito, sendo responsáveis pelos atos que praticarem ou referendarem no
exercício do cargo.

Art. 58. Poderão exercer os cargos indicados no artigo anterior os


brasileiros no gozo de seus direitos civis e políticos, que farão declaração pública
de bens, no ato de posse e no término do exercício do cargo.

Art. 59. Ficam sujeitos a punição os Secretários e Dirigentes de órgãos


públicos que violarem os direitos constitucionais ou cometerem crimes
administrativos, ou corrupção, tráfico de influência ou omissão dolosa. O crime
não prescreve com o afastamento ou demissão do cargo.

Art. 60. Compete aos Secretários:

I - supervisionar, coordenar, orientar, dirigir e fazer executar os serviços de


sua Secretaria, de acordo com o planejamento geral da administração;

II - expedir instruções para execução das leis e regulamentos;

III - apresentar proposta parcial para elaboração da Lei do Orçamento e,


até o dia 31 de janeiro, relatório dos serviços de sua Secretaria;

IV - comparecer à Câmara, dentro de 08 (oito) dias, quando convocado,


para, pessoalmente, prestar informações;

V - delegar atribuições aos seus subordinados;

VI - referendar os atos do Prefeito.

Seção III
Da Procuradoria

(25)Art.61. A Procuradoria Geral do Município é a instituição que representa


o município, judicial ou extrajudicial, cabendo-lhe, ainda, exercer as atividades de

28
consultoria e assessoramento do Poder Executivo e, privativamente, administrar e
executar a dívida ativa.

Parágrafo único. A Procuradoria Geral do Município tem por Chefe o


Procurador-Geral do Município, auxiliar direto da confiança do Prefeito, por ele
nomeado dentre os integrantes da carreira de Procurador do Município, de
reconhecido saber jurídico e reputação ilibada.
(25) Emenda à LOM nº 25

Art. 62. A Procuradoria Fiscal do Município é órgão da estrutura da


Procuradoria Geral, competindo-lhe a representação judicial ou extrajudicial, a
consultoria e o assessoramento jurídico ao Município, em matéria tributária e não
tributária, de sua competência.

Art. 63. A Procuradoria do Meio Ambiente, Patrimônio, Urbanismo e Obras


é também órgão integrante da estrutura da Procuradoria Geral do Município,
competindo-lhe a representação judicial e extrajudicial do Município, bem como a
consultoria e o assessoramento jurídico nas áreas de meio ambiente, patrimônio,
urbanismo e obra de sua competência, cabendo-lhe, ainda, a consultoria e
assessoramento do Poder Executivo e, privativamente, a orientação do exercício
do poder de polícia na área de sua competência.
Art. 64. As Procuradorias Fiscal e do Meio Ambiente, Patrimônio,
Urbanismo e Obras do Município serão dirigidas por procuradores integrantes da
carreira de Procurador do Município, de reconhecido saber jurídico e reputação
ilibada, indicados pelo Prefeito.

Art. 65. Ao Procurador-Geral compete, dentre outras atribuições:

I - defender e representar, em juízo ou fora dele, o Município;

II - dirigir e supervisionar os serviços da Procuradoria Geral e supervisionar


as Procuradorias Fiscal e do Meio Ambiente, Patrimônio, Urbanismo e Obras e
demais procuradorias especializadas;

III - emitir parecer sobre questões jurídicas em processo submetido a seu


exame;

(25) Emenda à LOM nº 25

IV - prestar assistência jurídica ao Executivo Municipal nas áreas de sua


competência;

V - avocar a defesa da Fazenda Municipal em qualquer ação ou processo,


ou atribuí-la a Procurador especialmente designado;

VI - dirigir, supervisionar e orientar os serviços de assistência jurídica das


autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista
municipais, nas áreas de sua competência.

Art. 66. Ao Procurador-Chefe da Procuradoria Fiscal compete:

29
I - a representação judicial do Município e a sua defesa extrajudicial, bem
como assessoramento jurídico dos órgãos da administração, em matéria fiscal
tributária e não tributária;

II - dirigir e supervisionar os serviços da Procuradoria Fiscal;

III - avocar a defesa da Fazenda Municipal em qualquer ação ou processo,


ou atribuí-la a Procurador especialmente designado;

IV - dirigir, supervisionar e orientar os serviços de anuência jurídica das


autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista
municipais, nas áreas de sua competência;

V - apresentar semestralmente relatório circunstanciado de suas atividades


ao Procurador-Geral do Município.

Art. 67. Ao Procurador-Chefe da Procuradoria do Meio Ambiente,


Patrimônio, Urbanismo e Obras compete:

I - a representação judicial do Município e a sua defesa extrajudicial, bem


como o assessoramento jurídico dos órgãos da administração, em matéria
relativa ao meio ambiente, sua proteção e utilização, ao patrimônio, urbanismo,
planejamento, ordenamento urbano, ocupação e uso do solo e obras do
Município;

II - dirigir e supervisionar os serviços da Procuradoria;

III - avocar a defesa do Município em qualquer ação ou processo, ou


atribuí-la a Procurador especialmente designado;

IV - dirigir, supervisionar e orientar os serviços de assistência jurídica das


autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista
municipais, nas áreas de sua competência;

V - apresentar, semestralmente, relatório circunstanciado de suas


atividades ao Procurador-Geral do Município.

Art. 68. A consultoria e o assessoramento jurídico das autarquias,


fundações empresas públicas e sociedades de economia mista competem às
respectivas procuradorias.

Art. 69. A carreira de Procurador, a organização e o funcionamento das


procuradorias serão disciplinados em lei, dependendo o respectivo ingresso de
classificação em concurso público de provas e títulos.

Art. 70. Os vencimentos dos cargos de Procurador de 1ª e 2ª classes


corresponderão, sempre, respectivamente, a 50% (cinqüenta por cento) e 45%
(quarenta e cinco por cento) da remuneração mensal atribuída ao cargo de
Procurador-Geral, devendo ser procedidos os reajustamentos, para efeito de
observância dessa correspondência, automática e coincidentemente, nas épocas
dos aumentos dos servidores municipais.

30
TÍTULO III
A ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

CAPÍTULO I
DO PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO URBANO E HABITAÇÃO

Seção I
Do Planejamento Urbano

Art. 71. O Município, atendendo às peculiaridades locais e às diretrizes


estaduais e federais, promoverá o desenvolvimento urbano através de um
processo de planejamento, levado a efeito pelo sistema de planejamento
municipal, visando aos seguintes objetivos:

I - promoção das medidas necessárias à cooperação e articulação de


atuação municipal com a dos demais níveis de Governo;

II - criação das condições necessárias à adequada distribuição espacial da


população e das atividades socioeconômicas e culturais, em especial a de baixa
renda;

III - estímulo e garantia de participação da comunidade em todas as fases


do processo de planejamento, desenvolvimento e organização territorial e
espacial do Município;

IV - ordenação da expansão dos núcleos urbanos;

V - estruturação do crescimento urbano;

VI - integração e complementariedade de atividades urbanas e rurais,


públicas e privadas;

VII - garantia a qualquer cidadão de acesso aos serviços básicos de


infraestrutura e equipamentos urbanos e comunitários adequados;

VIII - otimização e atribuição de finalidade aos imóveis municipais;

IX - otimização dos equipamentos e infraestrutura urbana, evitando


deseconomias no processo de urbanização;

X - cumprimento da função social da propriedade imobiliária urbana:

a) oportunidade de acesso à propriedade imobiliária urbana e à moradia;

b) justa distribuição dos benefícios e ônus do processo de urbanização;

c) prevenção e correção das distorções de valorização da propriedade


urbana;

d) prevenção da especulação imobiliária;

e) adequação do direito de construir às normas urbanísticas;


31
XI - controle do uso do solo, visando evitar:

a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;

b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;

c) adensamentos inadequados à infraestrutura e aos equipamentos


urbanos e comunitários existentes ou previstos;

d) a ociosidade do solo urbano edificável;

e) a deterioração das áreas urbanizadas;

f) a ocorrência de desastres naturais, especialmente nas encostas;

g) a deterioração da imagem ambiental, natural ou construída;

XII - adequação da política fiscal e financeira aos objetivos do


desenvolvimento urbano;

XIII - recuperação dos investimentos públicos municipais, mediante


contribuição de melhoria e outras cobranças que o Plano Diretor determinar,
pagos diretamente ao Município pelos proprietários dos imóveis beneficiados;

XIV - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente e do


patrimônio cultural, de modo a privilegiar os investimentos geradores do bem-
estar geral e a fruição de bens pelos diferentes segmentos sociais;

XV - adequação dos investimentos públicos aos objetivos do


desenvolvimento urbano, notadamente quanto ao sistema viário, transporte,
habitação e saneamento;

XVI - proteção, preservação e recuperação do patrimônio histórico,


artístico, arqueológico, paisagístico e ecológico;

XVII - estímulo à participação da iniciativa privada na urbanização e no


processo de desenvolvimento urbano;

XVIII - promoção do turismo como fator de desenvolvimento econômico;

XIX - incentivo à participação popular no processo de desenvolvimento


urbano.

Parágrafo único. Como sistema de planejamento compreende-se o


conjunto de órgãos, normas, recursos humanos e técnicos à coordenação da
ação planejada da administração municipal.

Seção II
Do Plano Diretor

32
Art. 72. As ações do Poder Público Municipal, relativas ao processo de
planejamento permanente, deverão ser desenvolvidas de acordo com a seguinte
orientação coordenada:

I - avaliação da realidade presente e análise dos planos, programas e


projetos existentes, para caracterização de problemas e identificação das
necessidades prioritárias de intervenção pública;

II - fornecimento de subsídios necessários para a criação de alternativas e


definição de diretrizes gerais da política de desenvolvimento urbano;

III - estabelecimento dos meios para operacionalização e compatibilização


entre si dessas diretrizes;

IV - elaboração de programas e projetos executivos, controle de sua


implantação e avaliação dos resultados, reiniciando o ciclo.

Art. 73. O Município terá aprovado por lei o seu Plano Diretor de
Desenvolvimento e de Expansão Urbana, peça fundamental da gestão municipal,
que conterá as diretrizes gerais, objetivando ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar e a melhoria da qualidade
de vida de seus habitantes.
Art. 74. A elaboração do Plano Diretor bem como sua revisão, atualização,
complementação e ajustamento são da iniciativa e atribuição do Executivo, por
intermédio de seus órgãos de planejamento, e dele deverá constar, como
conteúdo básico:

I - análise e diagnóstico dos sistemas urbanos do Município;

II - projeções relativas à demanda real de equipamentos, infraestrutura,


serviços urbanos e atividades econômicas, em geral, para os horizontes
estudados;

III - diretrizes relativas à estrutura urbana, uso e ocupação do solo,


zoneamento, áreas de interesse social e especial infraestrutura urbana, além das
diretrizes socioeconômicas, financeiras e administrativas.

Art. 75. O Executivo Municipal deverá promover a revisão e atualização do


Plano Diretor a cada decurso de oito anos, após a sua aprovação pela Câmara
Municipal, podendo o mesmo sofrer complementações e ajustamentos antes do
prazo estabelecido neste artigo, sem prejuízo da revisão e atualização prevista
nesta lei.

Art. 76. Os planos específicos, programas e projetos urbanísticos criados


ou implantados pelo Município deverão observar as diretrizes gerais
estabelecidas no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.

Art. 77. O Município elaborará as normas a serem observadas no


planejamento urbano, no ordenamento do uso e da ocupação do solo, as quais
deverão guardar harmonia com as diretrizes gerais previstas no Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e se constituirão no seu instrumento de
operacionalização.

33
Art. 78. Os órgãos e entidades federais e estaduais deverão compatibilizar
sua atuação no Município com as diretrizes e prioridades estabelecidas no Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano.

Art. 79. O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano será elaborado pelo


órgão de planejamento municipal, cabendo-lhe, para esse efeito, a coordenação
dos procedimentos de todos os órgãos da administração direta e indireta, que
serão co-responsáveis pela sua preparação, cabendo-lhe, ainda, o controle de
sua implementação e a avaliação de seus resultados.

Art. 80. Quando da elaboração e/ou atualização do Plano Diretor de


Desenvolvimento Urbano e dos planos específicos, o órgão de planejamento
municipal deverá assegurar, durante todo o processo, a participação da
comunidade, pela Câmara Municipal, e dos setores públicos, que poderão se
manifestar de acordo com a regulamentação a ser fixada, devendo ser
representados:

I - a comunidade, pelas entidades representativas de qualquer segmento


da sociedade;

II - a Câmara Municipal, pelos seus membros, no Conselho de


Desenvolvimento Urbano, e através de representantes de sua Comissões
Permanentes;

III - o setor público, pelos órgãos da administração direta e indireta


municipal, estadual e federal.

Seção III
Do Desenvolvimento Urbano

(16)Art.81. A política de desenvolvimento urbano a ser formulada pelo


Município fica vinculada ao atendimento das funções sociais da cidade e da
propriedade e ao bem-estar de seus habitantes.

§ 1º Para efeito do desenvolvimento urbano, o Município poderá se utilizar


dos seguintes instrumentos:

I - de caráter tributário e financeiro, entre estes:

a) imposto predial e territorial, progressivo no tempo e diferenciado por


zonas e outros critérios de ocupação e uso do solo;

b) taxas e tarifas diferenciadas em função de projetos de interesse social e


serviços públicos oferecidos;

c) contribuição de melhoria;

d) fundos destinados ao desenvolvimento urbano;

e) incentivos e benefícios fiscais a programas e empreendimentos de


notório alcance social;
34
II - de caráter jurídico:

a) desapropriação, por interesse social ou utilidade pública, em especial a


destinada à urbanização e reurbanização;

b) servidão administrativa;

c) limitação administrativa;

d) inventários, registros e tombamentos de imóveis;

e) concessão do direito real de uso;

f) transferência do direito de construir;

g) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;

h) concessão, através da aprovação de planos ou programas urbanísticos


especiais, de índices e parâmetros urbanísticos mais permissivos que os
estabelecidos, mediante contraprestação;
i) direito de preempção ou preferências, caso institucionalizado por lei
federal e regulamentado por lei municipal;

j) discriminação de terras públicas;

k) declaração de área de preservação ou proteção ambiental;

l) usucapião especial, nos termos do artigo 183 da Constituição Federal;

m) usucapião coletivo, nos termos do parágrafo 3º do artigo 169 da


Constituição Estadual;

(16) n) concessão de uso especial para fins de moradia.

§ 2º A utilização dos instrumentos de caráter tributário e financeiro se fará


na forma da lei.
(16) Emenda à LOM nº 16

Art. 82. A desapropriação, a servidão administrativa, a limitação


administrativa, o tombamento de bens e o direito real de concessão de uso
regem-se pela legislação federal que lhes é própria.

§ 1º As desapropriações poderão abranger as áreas contíguas necessárias


ao desenvolvimento da obra a que se destina e as zonas que se valorizarem
extraordinariamente em conseqüência da realização do serviço, devendo a
declaração de utilidade pública compreendê-las, mencionando quais as
indispensáveis à realização das obras e as que se destinam a posterior revenda.

§ 2º Nas desapropriações específicas para urbanização e reurbanização, o


valor de revenda das áreas remanescentes não poderá ser superior ao do custo
das obras para o Município, acrescidos dos custos da desapropriação. Dar-se-á,
35
nos casos de reurbanização, prioridade à manutenção no mesmo local dos
moradores expropriados, ficando-lhes assegurada a preferência para aquisição
dos imóveis resultantes do programa.

Art. 83. O proprietário de terreno considerado pelo Poder Público como de


interesse do patrimônio histórico, artístico, arqueológico ou paisagístico poderá
exercer, em outro local, ou alienar a terceiros, o direito de construir, previsto na
legislação de uso do solo do Município, e ainda não utilizado, desde que transfira,
sem ônus, ao Poder Público a área considerada como de interesse público.

§ 1º A mesma faculdade poderá ser concedida ao proprietário que doar ao


Poder Público imóvel seu ou parte dele, para fins de implantação de infraestrutura
urbana, equipamentos urbanos ou comunitários, ou utilização pelo próprio
Município.

§ 2º As indenizações devidas pelo Poder Público em razão de


desapropriação de imóveis, para implantação de infraestrutura ou equipamentos
urbanos ou comunitários, poderão ser satisfeitas através da concessão ao
proprietário da faculdade prevista neste artigo.

§ 3º Para efeito de transferência do direito de construir, considerar-se-ão


sempre os valores de avaliação do imóvel a ser doado à Prefeitura e o valor de
avaliação do terreno para o qual o aludido direito de construir será transferido.

§ 4º A área construída a ser transferida será diretamente proporcional ao


valor do metro quadrado do terreno a ser doado e inversamente proporcional ao
valor do metro quadrado do terreno para o qual será transferido o direito de
construir. Existindo construções, acessões ou benfeitorias no terreno doado, o
valor dessas será considerado para apuração do valor do seu metro quadrado.

§ 5º A avaliação será dispensada quando a transferência se referir a


imóveis situados na mesma zona ou região de concentração de uso e de
ocupação do solo.

§ 6º Dependerá de prévia autorização da Câmara Municipal a aplicação


pelo Executivo do instrumento previsto neste artigo sempre que resultar em
modificação:

I - que importe no dobro do índice de utilização da zona;

II - do número de pavimentos ou cota previstos para a zona;

III - da taxa de ocupação prevista para a zona.

§ 7º O Executivo, na aplicação do instrumento referido neste artigo,


observará, ainda, em qualquer hipótese:

I - a largura dos logradouros públicos decorrentes da instalação da


atividade;

II - a preservação do patrimônio histórico, artístico, paisagístico, ecológico


e do meio ambiente;

36
III - o impacto urbanístico da implantação do empreendimento no tocante à
saturação da capacidade viária do contorno, à qualidade ambiental e à paisagem
urbana;

IV - os usos previstos na legislação urbanística.

Art. 84. Para assegurar o aproveitamento dos equipamentos urbanos


existentes e o efetivo cumprimento da função social da propriedade, lei municipal
definirá o conceito de solo urbano não utilizado e determinará os procedimentos e
prazo para o parcelamento, edificação ou utilização compulsória e as sanções
cabíveis para a hipótese de desacolhimento.

Art. 85. O Município facultará aos proprietários de terrenos contidos em


planos urbanísticos que definam parâmetros mais permissivos, propostas para
utilização dos mesmos, mediante contraprestação em espécie.

Art. 86. Os recursos a que se refere o artigo anterior, exigidos em


contraprestação, corresponderão ao incremento econômico gerado pela utilização
dos novos parâmetros, apurados e definidos o valor e a forma de pagamento,
segundo critérios estabelecidos pelo Executivo.

Art. 87. As alterações supervenientes a esta Lei, de índices ou parâmetros


urbanísticos que importem utilização mais permissiva do solo que a atualmente
permitida, seja em decorrência da alteração de leis urbanísticas, seja em razão
da aprovação de novos planos urbanísticos, importará, sempre, o pagamento de
contraprestação ao Município pelo proprietário, para que este possa beneficiar-se
dos novos índices ou parâmetros, assegurado o seu direito de usar ou ocupar,
sem ônus, o seu terreno, segundo os índices ou parâmetros vigentes na data da
alteração ou aprovação das novas leis ou planos urbanísticos.

Art. 88. As disposições constantes das leis que regulam o uso e a


ocupação do solo prevalecem sobre as normas urbanísticas convencionais,
inclusive as constantes de termo de acordo e compromisso firmado com o
Município.

Art. 89. Os recursos obtidos através da utilização dos instrumentos de


desenvolvimento urbano referidos nesta lei serão destinados à recuperação de
centros históricos, à construção de habitações populares, à regularização de
situação fundiária de áreas ocupadas por população de baixa renda, à
preservação de encostas ou à realização de obras de infraestrutura que
favoreçam a população de baixa renda, mediante a construção ou contribuição,
se for o caso, e a fundos específicos.

Art. 90. Não será admitida urbanização que impeça o acesso público às
praias e ao mar.

Art. 91. Observada a legislação federal, nos parcelamentos de solo, o


Executivo poderá, em substituição à doação no local, das áreas institucionais
previstas em lei, admitir a doação em outro local, desde que:

37
I - a área entregue em substituição seja, segundo avaliação administrativa
de valor, no mínimo, equivalente àquela inserida no parcelamento do solo que
seria objeto da doação;

II - as áreas entregues em substituição correspondam a, no mínimo, três


vezes mais que aquela que seria objeto da doação;

III - a manutenção na área objeto do parcelamento de, no mínimo, metade


do percentual de áreas verdes, previsto na Lei de Ocupação e Uso do Solo;

IV - a área a ser entregue em substituição àquela objeto de doação, sirva à


construção de habitações populares, equipamentos públicos e comunitários,
preservação do meio ambiente, de interesse do patrimônio histórico, cultural,
paisagístico e ecológico.

Art. 92. Na elaboração de planos, programas e projetos de


desenvolvimento urbano, o Município, sem prejuízo de outras formas de
participação, assegurará a participação da comunidade através do Conselho de
Desenvolvimento Urbano - CONDURB, que será constituído com a representação
de órgãos públicos, entidades profissionais, associações de classe e 1 (um)
membro do Conselho de Meio Ambiente, na forma da lei.

Parágrafo único. O CONDURB contará, na sua composição, com dois


representantes titulares e dois Suplentes do Poder Legislativo, havendo
substituição de titulares de seis em seis meses, sendo que a escolha dos
mesmos será feita em Plenário.

Seção IV
Da Habitação

Art. 93. O Município promoverá e dará apoio à criação de cooperativas,


associações e outras formas de organização da população, que tenham por
objetivo a construção de habitações e equipamentos comunitários, colaborando
mediante assistência técnica e financeira.

Art. 94. O Município estimulará a implantação de loteamentos e


empreendimentos habitacionais destinados à população de baixa renda,
estabelecendo incentivos à iniciativa privada, entre estes:

I - elaboração gratuita de projetos;

II - implantação de infraestrutura simplificada.

Art. 95. O Município desenvolverá uma política habitacional voltada para o


atendimento da população de baixa renda, promovendo a urbanização e a
implantação de empreendimentos habitacionais destinados a esta população,
assegurada:

I - a redução do preço final das unidades imobiliárias;

II – a destinação exclusiva àqueles que não sejam proprietários de outro


imóvel residencial.
38
Art. 96. O Município desenvolverá ações, no sentido de promover a
regularização de loteamentos ou parcelamentos de solo irregulares, observando,
para tanto, as normas constantes da legislação federal.

CAPÍTULO II
DAS EDIFICAÇÕES E OBRAS PÚBLICAS

Art. 97. O Município terá o seu código de edificações, que regulará o


exercício das atividades de construção.

Art. 98. Nas edificações e parcelamentos de solo deverão ser observadas


as normas de ordenação, ocupação e uso do solo, cabendo ao Município
fiscalizar a sua adequação às aludidas normas e ao atendimento dos requisitos
da técnica, estética, segurança, salubridade e solidez, observadas as disposições
constantes do Código de Edificações e da Lei de Ordenamento e Ocupação do
Uso do Solo.

Art. 99. A execução de obras públicas será precedida sempre do


respectivo projeto básico, elaborado e aprovado segundo normas técnicas
adequadas, sob pena de suspensão de sua despesa ou de invalidade de sua
contratação, ressalvadas as situações prevista em lei.

Art. 100. É facultado ao Município, nas licitações e contratos


administrativos para construção e realização de obras públicas, satisfazer o preço
ajustado através de:

I - exploração, via concessão da obra, por prazo determinado e sob


fiscalização do Poder Público;

II - transferência de propriedade das áreas remanescentes ou


especialmente destinadas à incorporação;

III - dação em pagamento de bens imóveis municipais;

IV - cessão de uso de bens imóveis municipais.

Parágrafo único. Nenhuma obra pública já iniciada poderá deixar de ser


concluída sem que haja prévia aprovação do Poder Legislativo e ampla ciência à
comunidade das razões que justificarem seu abandono.

Art. 101. O Município, na forma da lei, criará mecanismos que assegurem


às pessoas com deficiência física acesso adequado aos logradouros públicos,
edifícios e praias, bem como aos particulares abertos à população, em geral, com
mecanismos especializados.

Art. 102. Lei municipal disciplinará que os empreendimentos e edificações


de luxo contenham obra de arte de autor de comprovada habilidade profissional.

CAPÍTULO III
DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

39
Seção I
Dos Atos Administrativos

Art. 103. A administração pública direta, indireta ou fundacional na prática


de atos administrativos, observará as prescrições constitucionais, o disposto
nesta Lei e demais normas pertinentes e atenderá aos princípios básicos de
legalidade, moralidade, finalidade e publicidade.

Art. 104. Os atos administrativos externos deverão ser publicados no órgão


oficial do Município para que produzam os seus efeitos regulares. A publicação
dos atos normativos poderá ser resumida.

Art. 105. A lei fixará prazos para a prática dos atos administrativos e
estabelecerá os recursos adequados à sua revisão, indicando seus efeitos e a
forma de processamento.

Art. 106. O Município terá os livros que forem necessários ao registro de


seu expediente.

Art. 107. O Município assegurará a todos os cidadãos o direito de:

I - receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou


de interesse coletivo, ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
à segurança da sociedade e do Estado;

II - obter nas repartições públicas, independentemente do pagamento de


taxas, certidão de atos, contratos, decisões e pareceres, para defesa de direitos e
esclarecimentos de situações de interesse pessoal;

III - peticionar aos poderes públicos, independentemente do pagamento de


taxas, em defesa de direito, ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

Art. 108. As informações, esclarecimentos ou certidões a que se refere o


artigo anterior serão fornecidos pela administração no prazo máximo de vinte dias
úteis, sob pena de responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou
retardar a prestação ou expedição.

Parágrafo único. No mesmo prazo, a administração deverá atender às


requisições judiciais, se outro não for fixado pela autoridade judiciária.

Art. 109. O Município poderá emitir títulos de divida pública, mediante


autorização legislativa e observadas as disposições estabelecidas pela legislação
federal.

Art. 110. O Município, na forma da lei, instituirá mecanismos que


assegurem a participação da comunidade na administração municipal e no
controle de seus atos, através de conselhos, colegiados, entidades,
representantes de classe, prevendo, dentre outros, os seguintes:

I - audiências públicas;

40
II - fiscalização da execução orçamentária e das contas públicas;

III - recursos administrativos coletivos;

IV - plebiscito;

V - iniciativa de Projetos de Lei.

Art. 111. A publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas,


feitas pelos órgãos públicos municipais, deverão ter caráter educativo, informativo
ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Art. 112. A administração pública tem o dever de anular seus próprios atos,
quando ilegais, e a faculdade de revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, visando ao interesse público, resguardados o direito adquirido e o
devido processo legal.

Art. 113. A autoridade ou servidor público que, ciente de vício invalidador


de ato administrativo, deixar de saná-lo ou de adotar providências para que o
órgão ou agente competente o faça, incorrerá nas penalidades administrativas de
lei, por sua omissão, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal.

Art. 114. Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão


dos direitos públicos, a perda da função pública, a indisponibilidade de bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível.

Seção II
Das Licitações e Contratos Municipais

Art. 115. Observadas as normas gerais estabelecidas pela União, lei


municipal disciplinará o regime de licitação e contratação de obras, serviços,
compras e alienação.

§ 1º Nas licitações a cargo da administração direta e indireta municipal,


observar-se-ão, sob pena de nulidade, os princípios da isonomia, publicidade,
moralidade, vinculação ao instrumento convocatório e julgamento objetivo.

§ 2º Nos contratos administrativos celebrados pelo Município manter-se-á,


sempre, a relação que as partes pactuarem inicialmente, entre os encargos do
contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra,
serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do seu inicial equilíbrio
econômico e financeiro.

Art. 116. A execução de obras públicas será sempre precedida do


respectivo projeto básico e previsão dos recursos, sob pena de nulidade,
ressalvadas as situações previstas em lei.

Seção III
Dos Serviços Municipais
41
Art. 117. Incumbe ao Município, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, a prestação de serviço público.

§ 1º O Município poderá retomar, sem indenização, os serviços permitidos


ou concedidos, desde que executados em desconformidade com o ato ou
contrato, bem como aqueles que se revelarem insuficientes para o atendimento
ao usuário.

§ 2º A permissão, cessão de uso e a concessão do direito real de uso de


bens municipais, para execução de serviços públicos, reger-se-ão pelas normas
contidas na presente Lei.

Art. 118. A concessão, contratada mediante concorrência pública, ou a


permissão de serviço público, ou outorgada por ato administrativo, com vistas à
plena satisfação dos usuários, obedecerá aos seguintes princípios:

I - obrigação de manter serviço adequado;

II - fixação e revisão periódica de tarifas que permitam o melhoramento e a


expansão dos serviços e assegurem o equilíbrio econômico e financeiro do
contrato;

III - fiscalização permanente dos serviços;

IV - intervenção imediata na empresa, quando devidamente comprovada a


má prestação do serviço;

V - direitos e reclamações dos usuários.

Art. 119. A concessão ou permissão para a exploração do transporte


coletivo urbano poderá ser atribuída em caráter de exclusividade, quando assim
for tecnicamente recomendável.

Art. 120. Somente por lei específica poderão ser criadas empresas
públicas, sociedades de economia mista, autarquias ou fundações públicas.

Parágrafo único. Depende de autorização legislativa, em cada caso, a


criação de subsidiárias das entidades mencionadas neste artigo, assim como a
participação de qualquer delas em empresa privada.

Art. 121. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes ou
prepostos, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Art. 122. O Município poderá realizar obras e serviços de interesse comum


mediante convênio com o Estado, a União ou entidades de direito público ou
privado, ou mediante consórcio com outros Municípios, com autorização prévia da
Câmara Municipal.

42
CAPÍTULO IV
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS

Art. 123. O Município estabelecerá em lei o Regime Jurídico Único de seus


servidores, atendendo às disposições, aos princípios, aos direitos que lhes são
aplicáveis pela Constituição Federal e pelo Estatuto do Funcionário Público
Municipal, a ser aprovado.

(1)Art.124. São direitos dos servidores públicos, além dos previsto na


Constituição Federal:

I - o piso salarial da Prefeitura Municipal será de um salário-mínimo e meio;

II - irredutibilidade do salário ou vencimento;

III - licença não remunerada para tratamento de interesse particular;

IV - licença remunerada à gestante, nos termos da Constituição Federal,


extensiva à servidora que vier a adotar criança, perdurando o benefício até que
se completem cento e vinte dias do nascimento;

V - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

VI - licença para tratamento de saúde;

VII - licença especial, na forma da lei;

(1)VIII
- adicional por tempo de serviço, correspondente a 3% (três por
cento) por biênio de efetivo exercício na administração direta, autárquica,
fundacional e na Câmara de Vereadores deste Município, incidente sobre o
vencimento do cargo de provimento efetivo, até o limite de 51% (cinqüenta e um
por cento);

(1)IX
- contagem, para fins de percepção de adicional por tempo de serviço
e gozo de licença-prêmio ou especial, de todo o tempo de serviço prestado a
órgãos ou entidades da administração direta, autárquica ou fundacional deste
Município;

X - salário-família por dependente;

XI - readaptação, na forma da lei;

XII - contagem em dobro dos períodos de licença-prêmio não gozadas,


para efeito de aposentadoria;

XIII - garantia de licença-parental para o atendimento de cônjuge, filho, pai


ou mãe doente, mediante comprovação da necessidade, conforme indicação
médica;

XIV - garantia de salário nunca inferior ao piso, para os que percebem


remuneração variável;

43
XV – décimo-terceiro salário, com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;

(1)XVI - gozo de férias anuais remuneradas, com 50% (cinquenta por cento)
a mais do valor do vencimento e do adicional por tempo de serviço, ou, se maior,
1/3 (um terço) a mais do vencimento e das vantagens habitualmente percebidas
pelo servidor, com adicional de férias;

XVII - disponibilidade remunerada, com vencimento integral, em caso de


extinção ou declaração de desnecessidade do cargo, até o aproveitamento em
cargo equivalente;

XVIII - licença-prêmio de três meses por quinquênio de serviços prestados


à administração direta, autarquias e fundações, assegurado o recebimento
integral das gratificações percebidas, ininterruptamente, há mais de dois anos;

XIX - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de


saúde, higiene e segurança;

XX - proibição de diferença de salário e de critérios de admissão por


motivo de sexo, idade, cor, estado civil, convicção política ou religiosa;

XXI - adicional de remuneração às atividades penosas, insalubres ou


perigosas, na forma da lei;

XXII - afastamento imediato de suas funções do servidor que, juntando


certidão de tempo de serviço expedido pelo órgão competente, requerer
aposentadoria com proventos integrais;

XXIII - isenção de contribuição para o Instituto de Previdência dos


servidores aposentados e pensionistas, na forma da lei;

XXIV - aperfeiçoamento pessoal e funcional, mediante cursos, treinamento


e reciclagem, para melhor desempenho das funções, vinculando essas ações aos
planos de cargos, salários e sistemas de carreira;

XXV - garantia de que nenhum servidor público sofrerá punição disciplinar


sem que seja ouvido através de sindicância ou processo administrativo, sendo-lhe
assegurado direito de defesa;

XXVI - proteção do mercado de trabalho da mulher, nos termos da lei;

XXVII - assistência médica e previdenciária, compreendendo:

a) amparo a invalidez;

b) amparo a velhice;

c) pensão;

d) auxílio-reclusão;

44
e) auxílio-natalidade;

f) pecúlio;

g) assistência social;

XXVIII - garantia ao homem, à mulher e a seus dependentes do direito de


usufruir dos benefícios previdenciários decorrentes de contribuição do cônjuge ou
companheiro;

XXIX - estabilidade econômica, definida em lei;

XXX – auxílio-doença, na forma da lei;

XXXI – auxílio-educação extensivo aos dependentes;

XXXII - participação na gerência de fundos e entidades para as quais


contribuem, na forma da lei;

XXXIII - reajuste salarial mensal nunca inferior aos índices oficiais para
correção de salários;

XXXIV - garantia a todos os servidores de formação universitária atingir o


último nível funcional da tabela específica, assegurado o salário-mínimo
profissional;

XXXV - garantia de adaptação funcional à gestante nos casos em que


houver recomendação médica, sem prejuízo dos seus vencimentos e demais
vantagens do cargo;

XXXVI - os valores incorporados por cargos em comissão ou função


gratificada de funcionários municipais já estabilizados correspondem,
respectivamente, aos valores atribuídos aos ocupantes dos respectivos cargos e
funções;

XXXVII – ascensão, nos quadros de carreira definidos no Plano de Cargos


e Salários, dos servidores que preencham os requisitos de promoção,
independente de restrição de vagas, sem que implique no aumento total das
vagas existentes na função;

XXXVIII - é assegurado aos servidores públicos e às suas entidades


representativas o direito de reunião nos locais de trabalho em comum acordo com
a administração;

(01)XXXIX – suprimido.

(1) Emenda à LOM nº 01

Art. 125. É garantido o direito à livre associação sindical. O direito de


greve será exercido nos termos e limites definidos em lei própria.

45
Parágrafo único. É garantida a disponibilidade do servidor para o exercício
de mandato eletivo em diretoria de entidades sindicais representativas da
categoria, sem prejuízo da remuneração do cargo, emprego ou função pública,
nos Poderes Executivo e Legislativo, na forma da lei.

Art. 126. A lei assegurará ao servidor público municipal que,


comprovadamente, não for proprietário de bem imóvel no Município de Salvador a
isenção do pagamento do Imposto Sobre a Transmissão e Venda de Bem Imóvel
que se destina à sua residência ou de sua família.

Art. 127. A investidura em cargo ou emprego público na administração


direta e indireta dependerá de aprovação prévia em concurso público de provas
ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão,
declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

§ 1º O prazo de validade do concurso público será de 2 (dois) anos, a partir


da homologação, prorrogável, por uma vez, por igual período.
§ 2º Enquanto o concurso se encontrar dentro do prazo de validade e
tenha candidatos a serem chamados, não se realizará novo concurso público, sob
pena de nulidade.

Art. 128. São estáveis, após 2 (dois) anos de efetivo exercício, os


servidores nomeados em virtude de concurso público.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença


judicial ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será


ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga reconduzido ao cargo de origem,
sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável


ficará em disponibilidade remunerada até seu adequado aproveitamento.

Art. 129. Não será admitido vinculação ou equiparação de qualquer


natureza para efeito de contribuição do pessoal de serviço público, respeitado o
princípio da isonomia para os cargos que tenham idênticas prerrogativas e
equivalência de atribuições.

Art. 130. O Município observará os limites de remuneração estabelecidos


em lei para os seus servidores, na conformidade do art. 37, inciso XI, da
Constituição Federal, excluídas as vantagens de caráter individual.

(22) Art. 131. Suprimido.


(22) Emenda à LOM nº 22

Art. 132. Lei específica reservará percentual dos cargos e empregos


públicos para as pessoas com deficiência física e definirá os critérios de sua
admissão, que se dará mediante concurso público.

46
Art. 133. O servidor será aposentado:

I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando


decorrentes de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e proporcionais, nos demais casos;

II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com proventos


proporcionais ao tempo de serviço;

III – voluntariamente:

a) 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) anos, se


mulher, com proventos integrais;

b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério, se


professor, e 25 (vinte e cinco), se professora, com proventos integrais;

c) aos 30 (trinta) anos de serviço se homem, e aos 25 (vinte e cinco), se


mulher, com proventos proporcionais a esse tempo.

§ 1º A lei estabelecerá critérios para aposentadoria especial, no caso de


exercício de atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas.

§ 2º A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empregos


temporários.

§ 3º O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal será


computado integralmente para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade.

§ 4º Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e


na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em
atividade, e estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens
posteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusive quando
decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se
deu a aposentadoria.

§ 5º O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade dos


vencimentos ou proventos do servidor falecido, reajustável nas mesmas
proporções e datas em que ocorra atualização da remuneração dos servidores
em atividade, observado o disposto no parágrafo anterior, ficando estipulado que
nenhuma pensão será inferior ao piso salarial.

Art. 134. A revisão geral da remuneração dos servidores públicos far-se-á


sempre na mesma data e com os mesmos índices.

Art. 135. É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto


quando houver compatibilidade de horários:

I - a de dois cargos de professor;

II - a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

47
III - a de dois cargos privativos de médico.

Parágrafo único. A proibição de acumular estende-se a empregos e


funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista
e fundações mantidas pelo Poder Público.

Art. 136. Os acréscimos pecuniários percebidos pelo servidor público não


serão computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos
ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

Art. 137. A lei assegurará aos servidores da administração direta isonomia


de vencimento entre cargos de atribuições iguais ou assemelhados do mesmo
Poder, ou entre servidores dos Poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as
vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

Art. 138. Os cargos públicos serão criados por lei, que fixará sua
denominação, padrão de vencimento, condições de provimento e indicará os
recursos pelos quais serão pagos seus ocupantes.

Parágrafo único. A criação e a extinção dos cargos da Câmara, bem como


a fixação e alteração de seus vencimentos, dependerão de Projeto de Decreto
Legislativo.

Art. 139. O servidor municipal será responsável, civil, criminal


e administrativamente, pelos atos que praticar no exercício de cargo ou função,
ou a pretexto de exercê-lo.

Art. 140. O servidor municipal poderá exercer mandato eletivo, obedecidas


as disposições legais vigentes.

Art. 141. Os titulares de órgãos da administração da Prefeitura deverão


atender convocação da Câmara Municipal para prestar esclarecimentos sobre
assuntos de sua competência.

Art. 142. O Município estabelecerá, por lei, o regime previdenciário de seus


servidores.

Art. 143. A atribuição de vantagens ao servidor que decorram do exercício


da função ou cargo para o qual foi transferido, somente prevalecerá, para fins de
aposentadoria, caso a transferência se tenha verificado a, no mínimo, dois anos
antes da referida aposentadoria.

Art. 144. Os funcionários dos Poderes Executivo e Legislativo, ao


passarem para um Regime Jurídico Único, por força da Constituição Federal,
serão efetivados com mais de 5 (cinco) anos e, se admitidos por concurso
público, com 2 (dois) anos de serviço.

Art. 145. A lei reservará percentual de cargos e empregos públicos


municipais para as pessoas que cumpriram pena em presídios, reformatórios,
colônias penais e outros estabelecimentos similares, definindo critérios de
recrutamento, seleção e admissão, mediante concurso público.

48
Art. 146. Fica garantida a participação dos sindicatos de trabalhadores nas
ações de vigilância sanitária, nos locais de trabalho dos órgãos municipais.

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA TRIBUTÁRIO

CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO MUNICIPAL

Seção I
Dos Princípios Gerais

Art. 147. Aplica-se ao sistema tributário municipal os princípios e normas


gerais da Constituição Federal, da Constituição Estadual, desta Lei Orgânica, das
leis complementares e das demais leis que deva observar.

Art. 148. A receita pública municipal será constituída por tributos, preços e
outros ingressos.

Art. 149. Os preços públicos serão fixados pelo Executivo, observadas as


normas gerais de Direito Financeiro, e aprovados pela Câmara Municipal.

Art. 150. Compete ao Município instituir:

I - os impostos de sua competência;

II -taxas, em razão do poder de polícia, ou pela utilização, efetiva ou


potencial, de serviços públicos de sua atribuição, específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

II - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas;

III - contribuição, cobrada de seus servidores, para custeio, em benefício


destes, de sistemas de previdência e assistência social, observado o disposto no
art. 149 da Constituição Federal.

§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão


graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetivamente a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Seção II
Das Limitações do Poder de Tributar

(03)Art.
151 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
é vedado ao Município:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;


49
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situações equivalentes, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independente da denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos;

III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos gerados ocorridos antes do início da vigência da lei


que os houver instituído ou aumentado;

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os


instituiu ou aumentou;

IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

V - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços da União, dos Estados, do Distrito Federal


e dos Municípios;

b) templos de qualquer culto;

(03)c)patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas


fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, dos clubes sociais e
esportivos, considerados de utilidade pública, atendidos os requisitos da lei e
devidamente registrados na respectiva federação estadual;

(03) Emenda à LOM nº 03

d) livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão;

VI - respeitado o disposto no art. 150 da Constituição Federal, bem assim


na legislação complementar específica, instituir tributo que não seja uniforme em
todo o seu território, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes
regiões do Município.

§ 1º A proibição do inciso V, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações


instituídas ou mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à
renda e aos serviços, vinculados aos seus fins especiais ou deles decorrentes.

§ 2º As proibições do inciso V, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam


ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração de atividades
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em
que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário.

§ 3º As proibições expressas no inciso V, alíneas “b” e “c”, compreendem


somente o patrimônio e os serviços relacionados com as finalidades essenciais
das entidades nelas mencionadas.

50
Art. 152. É vedada a cobrança de taxas:

I - pelo exercício do direito de petição ao Poder Público em defesa de


direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

II - para a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de


direitos e esclarecimentos de interesse pessoal.

Seção III
Dos Tributos Municipais

Art. 153. Compete ao Município instituir impostos sobre:

I - a propriedade predial e territorial urbana;

II - transmissão Inter Vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens


imóveis, por natureza ou acessão física, situados em seu território, e de direitos
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua
aquisição;

III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo


diesel;

IV - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, I, “b”


da Constituição Federal, definidos em lei complementar.
§ 1º O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos termos da
lei, de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade.

§ 2º o imposto previsto no inciso II:

a) não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao


patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão
de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente
foi a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou
arrendamento mercantil;

b) incide sobre as operações referidas, em relação aos imóveis situados


neste Município.

Seção IV
Das Isenções, Anistia e Remissão de Tributos

(18)
Art. 154. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas
ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei especifica, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas, aprovada por, no mínimo, dois
terços dos membros da Câmara, observado o disposto em lei complementar a
que se refere a Constituição Federal.

51
§ 1º A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício, a que se refere o
caput, que implicar em renúncia fiscal deverá:

I - ser acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no


exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes;

II – atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias;

III – atender a, pelo menos, uma das seguintes condições:

a) demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na


estimativa de receita da Lei Orçamentária e não afetará as metas de resultados
fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias; ou

b) estar acompanhada de medidas de compensação no período


mencionado no inciso I, por meio de aumento de receita, proveniente da elevação
de alíquotas, ampliação da base de calculo, majoração ou criação de tributos ou
contribuição.

§ 2º A concessão ou ampliação do incentivo que decorrer da condição a


que se refere a alínea “b” do inciso III só entrará em vigor quando implementadas
as medidas referidas.

§ 3º Não se considera renúncia de receita:

I - o cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao do respectivo


custo de cobrança;
II - o incentivo fiscal concedido em caráter geral ou por prazo certo visando
ao interesse público.

§ 4º A concessão de incentivo fiscal não gera direito adquirido e será


revogada de ofício sempre que se apure que o beneficiário:

I - não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições exigidas por Lei;

II - não cumpria ou deixou de cumprir os requisitos legais para a sua


concessão.

(18) Emenda à LOM nº 18

(18)Art.
155. O Município não concederá, em nenhuma hipótese, qualquer
dos benefícios ou incentivos mencionados no art. 154:
(18) I - que não visem ao interesse público e social da comunidade;

II - em caráter pessoal;

III - de taxas de serviços públicos ou de contribuição de melhoria;

IV - a pessoas em débito com a Fazenda Pública Municipal;


(18) V - sem que seja fixado prazo, que não poderá ser superior a 10 (dez)
anos.
52
(18) Parágrafo único. O Município dispensará às microempresas e às
empresas de pequeno porte, constituídas sob as leis brasileiras, assim definidas
por critérios estabelecidos em regulamento municipal, tratamento jurídico
diferenciado, visando incentivá-las pela simplificação, eliminação ou redução de
suas obrigações administrativas ou tributárias.

(18) Emenda à LOM nº 18

Seção V
Da Repartição das Receitas Tributárias

Art. 156. Fica o Poder Executivo autorizado a acompanhar o cálculo das


cotas e a liberação de sua participação nas receitas tributárias a serem repartidas
pela União e pelo Estado, nos termos da lei complementar.

Art. 157. O Poder Executivo divulgará, até o último dia do mês


subsequente ao da arrecadação, o montante de cada um dos tributos
arrecadados e os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e
a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio do fundo de
participação.

Art. 158. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias


destinadas aos órgãos do Poder Legislativo serão entregues até o dia 20 de cada
mês, na forma como estabelecido na Lei das Diretrizes Orçamentárias.

CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Art. 159. A administração financeira e patrimonial do Município, inclusive a


arrecadação de tributos e rendas, será exercida pelo Poder Executivo, através de
seus órgãos de controle interno, criados por lei.

Art. 160. As importâncias pagas em atraso pela administração pública


direta ou indireta, fundações e empresas sob o controle do Município e suas
subsidiárias, terão seus valores corrigidos monetariamente, “pró-rata tempore”, a
partir dos respectivos vencimentos, até a data do efetivo pagamento, sem
prejuízo das demais cominações previstas em lei ou contrato.

§ 1º Havendo pagamento de qualquer importância sem o acréscimo


imposto neste artigo, a diferença devida continuará a ser atualizada
monetariamente até a sua integral e efetiva liquidação.

§ 2º Os contratos vigentes e celebrados até a data da promulgação desta


lei, terão suas cláusulas e condições revisadas para a sua adequação ao disposto
neste artigo.

§ 3º O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, às medições relativas a


obras e serviços executados, pendentes de pagamento até a data da
promulgação desta Lei.

53
§ 4º As despesas dos órgãos da administração direta e das entidades da
administração indireta, inclusive fundações, deverão ser discriminadas com
clareza e alocadas segundo as regiões administrativas.

§ 5º No que diz respeito à receita proveniente do Imposto Predial e


Territorial Urbano (IPTU), a proposta orçamentária deverá vir acompanhada de
demonstrativos que indiquem sua arrecadação nas regiões administrativas.

Art. 161. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o Plano Plurianual;

II - as Diretrizes Orçamentárias;

III - os Orçamentos Anuais.

§ 1º A lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá, por regiões


administrativas, bairros ou distritos, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública municipal para as despesas de capital, e outras dela
decorrentes, e para as relativas aos programas de duração continuada.

§ 2º A proposta orçamentária será acompanhada de demonstrativos do


efeito sobre receitas e despesas decorrentes de isenções, anistias, remissões e
benefícios outros de natureza financeira e tributária.

§ 3º A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e


prioridades da administração pública municipal, incluindo as despesas de capital
para o exercício financeiro subsequente, que orientará a elaboração da Lei
Orçamentária Anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de fomento.

§ 4º O Poder Executivo e a Câmara Municipal publicarão, até trinta dias


após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução
orçamentária da receita e da despesa.

§ 5º Os planos e programas municipais, distritais, de bairros, regionais e


setoriais previstos nesta Lei Orgânica serão elaborados em consonância com o
Plano Plurianual e apreciados pela Câmara Municipal, após discussão com
entidades da comunidade.

§ 6º A Lei Orçamentária Anual compreenderá:

I - O orçamento fiscal referente aos Poderes Legislativo e Executivo, seus


fundos, órgãos e entidades instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - O orçamento de investimentos das empresas em que o Município,


direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social, com direito a voto;

III - O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e


órgãos a ela vinculadas da administração direta e indireta.

54
§ 7º A Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão
e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura
de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação da receita, nos termos da lei.

Art. 162. Obedecerá às disposições da lei complementar federal especifica


a legislação municipal referente a:

I - exercício financeiro;

II - vigência, prazos, elaboração e organização do Plano Plurianual, da Lei


de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual;

III - normas de gestão financeira e patrimonial de funcionamento da


administração direta e indireta, bem como instituição de fundos.

(33)Art. 163. Os Projetos de Lei relativos ao Plano Plurianual, às Diretrizes


Orçamentárias, à proposta do Orçamento Anual e aos créditos adicionais serão
apreciados pela Câmara Municipal, na forma do Regimento Interno, respeitados
os dispositivos deste artigo.

§ 1º Caberá à Comissão Permanente de Finanças:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos e propostas referidos neste


artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Prefeito;

II - examinar e emitir parecer sobre planos e programas municipais,


distritais, de bairros, regionais e setoriais previstos nesta Lei Orgânica e exercer o
acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das
demais Comissões da Câmara Municipal criadas de acordo com o artigo.

§ 2º As emendas só serão apresentadas perante a Comissão de Finanças,


que sobre elas emitirá parecer escrito, sendo apreciadas pelo Plenário da
Câmara, na forma regimental.

§ 3º As emendas à proposta do orçamento anual ou aos projetos que o


modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes


Orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes


de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida municipal;

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões;

55
b) com os dispositivos do texto da proposta ou do Projeto de Lei.

§ 4º As emendas ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias não


poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o Plano Plurianual.

§ 5º O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para propor


modificações dos projetos e propostas a que se refere este artigo enquanto não
iniciada a votação, na comissão, da parte cuja alteração é proposta.

(33)§6º Os Projetos de Lei do Plano Plurianual, de Diretrizes e do


Orçamento Anual serão enviados pelo Prefeito à Câmara Municipal e obedecerão
aos prazos estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil.

(33) Emenda à LOM nº 33

I - o do Plano Plurianual, na forma da lei complementar;

II - o de Diretrizes Orçamentárias, até o dia 15 de maio, para o exercício


subsequente;

III - o do Orçamento Anual, até o dia 30 de setembro, para o exercício do


ano seguinte.

§ 7º Aplicam-se aos projetos e propostas mencionadas neste artigo, no


que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao
Processo Legislativo.

§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição da


proposta anual, ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados,
conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e
específica autorização legislativa.

(33)§ 9º As emendas individuais dos Vereadores ao Projeto de Lei


Orçamentária serão apuradas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por
cento) da receita corrente líquida, previsto no Projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e
serviços públicos de saúde.

§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de


saúde, previsto no § 9º do presente artigo, inclusive custeio, será computada para
fins do cumprimento do inciso III do § 2º do art. 198 da Constituição da República
Federativa do Brasil, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou
encargos sociais.

§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das


programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a
1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida, realizada
no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da
programação, definidos na Lei Complementar, prevista no § 9º do art. 165 da
Constituição da República Federativa do Brasil.

56
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não
serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica.

§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da


programação prevista no §11 deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito
Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo
destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins
de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169
desta Lei.

§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa


que integre a programação, na forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as
seguintes medidas:

I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da Lei Orçamentária, o


Poder Legislativo fará as justificativas do impedimento;

II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder


Legislativo indicará ao Poder Executivo o remanejamento da programação cujo
impedimento seja insuperável;

III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no


inciso II, o Poder Executivo encaminhará Projeto de Lei sobre o remanejamento
da programação cujo impedimento seja insuperável;

IV - se até 20 de novembro, ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo


previsto no inciso III a Câmara Municipal, não deliberar sobre o Projeto, o
remanejamento será implementado por ato do Poder Executivo, nos termos
previstos na Lei Orçamentária.

§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14 deste artigo, as


programações orçamentárias previstas no § 11 não serão de execução
obrigatória nos casos dos impedimentos justificados na notificação prevista no
inciso I do § 14.

§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados, para fins de


cumprimento da execução financeira prevista no § 11 deste artigo, até o limite de
0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício
anterior.

§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá


resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na Lei de
Diretrizes Orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste artigo poderá ser
reduzido em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das
despesas discricionárias.

§ 18. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter


obrigatório que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas
apresentadas, independentemente da autoria.
(33) Emenda à LOM nº 33

Art. 164. São vedados:


57
I - o início de programas ou projetos não incluídos na Lei Orçamentária
Anual;

II - a realização de despesas ou assunção de obrigações diretas que


excedam os créditos orçamentários ou adicionais;

III - a concessão de aval ou garantias para operações de crédito realizados


por empresas ou entidades não controladas pelo Município, salvo caso de
aprovação específica pela Câmara Municipal;

IV - a vinculação da receita de impostos a órgãos, fundos ou despesas,


ressalvados os casos previstos na Constituição Federal;

V - a abertura de crédito adicional suplementar ou especial, sem prévia


autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de


uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa;

VII - a utilização, em qualquer hipótese, de recursos do orçamento anual


para suprir necessidades ou cobrir “déficit” de entidades da administração
descentralizada ou de fundos sem autorização legislativa específica;

VIII - concessão ou utilização de créditos ilimitados;

IX - a instituição de fundo de qualquer natureza, sem prévia autorização


legislativa.

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício


financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no Plano Plurianual ou sem lei
que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício


financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos
nos limites de seus saldos, incorporados ao orçamento de exercício financeiro
subsequente.

§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para


atender as despesas imprevisíveis e urgentes decorrentes de calamidade pública,
pelo Prefeito.

Art. 165. A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá
exceder aos limites estabelecidos em lei complementar.

Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de


remuneração, a criação de cargos ou alteração de estrutura de carreira, bem
como a admissão de pessoal a qualquer título, pelos órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações mantidas pelo Poder Público
Municipal, só poderão ser feitas:

58
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender as
projeções de despesas de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;

II - se houver autorização específica na Lei das Diretrizes Orçamentárias,


ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

CAPÍTULO III
DA FAZENDA PÚBLICA

Art. 166. A Fazenda Pública compreende e será representada, em juízo ou


fora dele, pelas Procuradoria Geral, Procuradoria Fiscal e Procuradoria do Meio
Ambiente, Patrimônio, Urbanismo e Obras, nas áreas de suas competências.

Art. 167. A dívida ativa será cobrada e supervisionada pela Procuradoria


Fiscal.

Art. 168. As Procuradorias Geral, Fiscal e do Meio Ambiente, Patrimônio,


Urbanismo e Obras poderão, no interesse do Município e mediante autorização
do chefe do Executivo Municipal, celebrar transação preventiva ou extintiva de
lide.

Art. 169. Até quando encerrado o exercício financeiro, os devedores do


crédito tributário não recebido serão inscritos em dívida ativa, que será
encaminhada nos trinta dias subsequentes à Procuradoria Fiscal, a quem
compete a coordenação dos trabalhos de cobrança amigável e execução.

Parágrafo único. Inscrito o crédito tributário em dívida ativa só será


permitido o seu recebimento mediante guia expedida pela Procuradoria Fiscal, ou
pelo cartório de execução, devidamente visada por um dos Procuradores fiscais.

Art. 170. Sempre que o interesse público exigir, ouvindo a Procuradoria


correspondente, o Prefeito poderá determinar a contratação de serviços jurídicos
especializados para cobrança do crédito tributário e da dívida ativa, além de
pareceres e serviços de especialistas nos variados ramos do Direito.

CAPÍTULO IV
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, ORÇAMENTÁRIA
FINANCEIRA E PATRIMONIAL

Art. 171. A fiscalização contábil, orçamentária, financeira e patrimonial do


Município e das entidades da administração indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas,
será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle externo, pelo sistema de
controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade


pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e
valores públicos, ou pelos quais o Município responda, ou que, em nome deste,
assuma obrigações de natureza pecuniária.

59
(09)Art. 172. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com
auxílio do Tribunal de Contas dos Municípios, através de Parecer Prévio sobre as
contas que o Prefeito e a Mesa da Câmara deverão prestar anualmente, e de
inspeções e auditorias em órgãos e entidades públicas.

§ 1º As contas deverão ser apresentadas até noventa dias do


encerramento do exercício financeiro.

§ 2º Apresentadas as contas, o Presidente da Câmara as colocará pelo


prazo de sessenta dias à disposição de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, na forma da lei.

§ 3º Vencido o prazo do parágrafo anterior, as contas e as questões


levantadas serão enviadas ao Tribunal de Contas, para emissão do Parecer
Prévio.

§ 4º Recebido o Parecer Prévio, a Comissão Permanente de Fiscalização


sobre ele e sobre as contas dará seu parecer em 30 (trinta) dias, excluídos os
períodos de recesso parlamentar.

§ 5º Findo o prazo do parágrafo anterior sem deliberação da Comissão


Permanente, o Parecer Prévio emitido pelo Tribunal de Contas dos Municípios
será incluído na Ordem do Dia da Sessão imediatamente subsequente,
sobrestadas as demais proposições.

§ 6º Somente pela decisão de dois terços dos Membros da Câmara


Municipal deixará de prevalecer o Parecer Prévio do Tribunal de Contas.

(09) Emenda à LOM nº 09


Art. 173. A Comissão Permanente de Fiscalização, diante de indícios de
despesas não autorizadas, ainda que sob forma de investimentos não
programados ou de subsídios não aprovados, ou tomando conhecimento de
irregularidade ou ilegalidade, poderá solicitar da autoridade responsável que, no
prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes


insuficientes, a Comissão Permanente de Fiscalização solicitará ao Tribunal de
Contas pronunciamento conclusivo sobre a matéria, em caráter de urgência.

§ 2º Entendendo o Tribunal de Contas irregular a despesa ou o ato ilegal, a


Comissão Permanente de Fiscalização, se julgar que o gasto possa causar dano
irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá à Câmara Municipal a sua
sustação.

Art. 174. Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, na esfera de suas


respectivas competências, sistema de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a


execução dos programas de Governo e dos orçamentos do Município;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e


eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e

60
entidades da administração municipal, bem como da aplicação de recursos
públicos municipais por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias bem


como dos direitos e haveres do Município;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

Art. 175. Constará do Orçamento do Município dotação para pagamento da


dívida municipal, no que se refere ao pagamento dos precatórios, na forma
estipulada na Constituição.

TÍTULO V
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL

CAPÍTULO I
PRINCÍPIOS GERAIS

Art. 176. O Município, em conformidade com os princípios constitucionais,


atuará no sentido da promoção do desenvolvimento econômico e social, que
assegure a elevação do nível de vida e bem-estar da população, conciliando a
liberdade de iniciativa com os ditames da justiça social, cabendo-lhe:

I - conceder especial atenção ao trabalho como fator principal da produção


de riquezas e atuar no sentido de garantir o direito ao emprego e justa
remuneração;

II - exercer, como agente normativo e regulador da atividade econômica, as


funções de planejamento, fiscalização, controle e incentivo, sendo livre a iniciativa
privada;

III - dispensar às microempresas e às empresas de pequeno porte


tratamento jurídico diferenciado, visando incentivá-las pela simplificação, redução
ou eliminação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e
creditícias, na forma da lei;

IV - promover e incentivar o turismo como fator de desenvolvimento social


e econômico;

V - promover a defesa do consumidor;

VI - assegurar o respeito à propriedade privada e atribuição de função


social da propriedade urbana;

VII – defender o meio ambiente;

VIII – reduzir as desigualdades sociais.

§ 1º É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade


econômica, independente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos
previsto em lei.
61
§ 2º O planejamento governamental terá caráter determinante para o setor
público e será indicativo para o setor privado.

§ 3º A exploração de atividade econômica pelo Município não será


permitida, salvo quando motivada por relevante interesse coletivo, na forma da
lei.

§ 4º Na aquisição de bens e serviços, o Poder Público Municipal dará


tratamento preferencial, na forma da lei, a empresas brasileiras de capital
nacional, principalmente às de médio e pequeno porte.

§ 5º O Município de Salvador, na forma que a lei estipular, manterá


serviços de orientação e ajuda aos migrantes desempregados, sem endereço
certo, garantindo-lhes acolhimento, abrigo noturno digno, saúde e alimentação
durante sua estada no Município, o que poderá ser feito em albergues destinados
a esse fim.

Art. 177. A família, como base da sociedade, tem especial proteção do


Município, que manterá programas destinados a assegurar:

I - o planejamento familiar, como livre decisão do casal, fundado nos


princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável,
competindo ao Município propiciar recursos educacionais e científicos para o
exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições
oficiais ou privadas;

II - a orientação psicossocial às famílias de baixa renda;


III - os mecanismos para coibir, com prioridade absoluta, a violência no
âmbito das relações familiares e toda a forma de negligência, discriminação,
exploração, crueldade e opressão da criança e do adolescente;

IV - o reconhecimento da maternidade e paternidade como relevantes


funções sociais, e aos pais os meios necessários ao acesso a creches e ao
provimento da educação, profissionalização, saúde, alimentação, segurança e
lazer dos seus filhos;

V - o reconhecimento da família como espaço preferencial para o


atendimento da criança, do adolescente e do idoso, incentivando a valorização
dos vínculos familiares e comunitários;

VI - o cumprimento da legislação referente ao direito à creche,


estabelecendo formas de fiscalização da qualidade do atendimento às crianças, e
de sanções para os casos de inadimplemento;

VII - o incentivo à criação e manutenção de creches comunitárias,


especialmente voltadas à população carente;

VIII - o acolhimento e a guarda de crianças e adolescentes órfãos ou


abandonadas, em regime familiar.

62
Parágrafo único. O Município criará, na forma da lei, o Conselho Municipal
de Promoção dos Direitos e Defesa da Criança e Adolescente, responsável pela
implementação da prioridade absoluta dos direitos da criança e do adolescente.

Art. 178. O Município, na forma da lei, assegurará à mulher qualidade de


vida compatível com a dignidade humana e o seu acesso à educação,
profissionalização, mercado de trabalho, comunicação, saúde, esporte e lazer,
competindo-lhe:

I - adotar mecanismos para coibir a violência e a discriminação sexual ou


social contra mulher;

II - a assistência ao pré-natal, parto e puerpério, incentivo ao aleitamento,


além de assistência clínica ginecológica, controle de prevenção do câncer
ginecológico e doenças sexualmente transmissíveis;

III - a assistência em caso de aborto previsto em lei ou sequelas de


abortamento;

IV - a fiscalização da produção, distribuição e comercialização de


processos químicos ou hormonais e artefatos de contracepção, proibindo a
comercialização daqueles em fase de experimentação;

V - a assistência médica, saúde e psicológica e a criação de abrigos para


mulheres vítimas de violência sexual, prioritariamente as carentes.

Parágrafo único. É vedada, a qualquer título, a exigência de atestado de


esterilização, testes de gravidez ou quaisquer outras imposições que atentem
contra os preceitos constitucionais concernentes aos direitos individuais, ao
princípio de igualdade entre os sexos e à proteção à maternidade.
Art. 179. Compete ao Município, à família e à sociedade o dever de
amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade,
defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.

§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados


preferencialmente nos seus lares.

§ 2º O Município instituirá programas de preparação para a aposentadoria,


especialmente dos seus servidores, e criará centros de lazer e amparo à velhice.

Art. 180. É dever do Município assegurar às pessoas com deficiência


física a plena inserção na vida econômica e social, criando mecanismos para o
total desenvolvimento de suas potencialidades, inclusive, mediante:

I - incentivo a empresas públicas e privadas a absorverem mão de obra de


pessoas com deficiência;

II - programas de prevenção, atendimento especializado e treinamento


para o trabalho e a convivência;

III - facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação


de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.

63
Art. 181. Compete ao Município valorizar a presença da comunidade afro-
brasileira em seu território, coibindo a prática do racismo.

Parágrafo único. A rede municipal de ensino e os cursos de formação e


aperfeiçoamento do servidor público municipal incluirão, nos seus programas,
conteúdos que valorizem a participação do negro na formação histórica da cidade
e da sociedade brasileira.

CAPÍTULO II
DA EDUCAÇÃO

Art. 182. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada pelo Município, com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.

(02)(05)Art.183.Compete ao Município, em conjunto com os Poderes


Públicos Federal e Estadual, assegurar o ensino público gratuito e de qualidade,
em todos os níveis, acessível a todos, sem nenhum tipo de discriminação por
motivos econômicos, ideológicos, culturais, sociais e religiosos e deficiência
física, mental ou sensorial.

§ 1º O Município atuará, prioritariamente, no ensino fundamental, não


podendo atuar no ensino superior enquanto não estiverem atendidas noventa por
cento das necessidades dos graus anteriores, sob pena de responsabilidade.

§ 2º O Município assegurará, com o apoio técnico financeiro dos Poderes


Públicos Federal e Estadual, vagas suficientes para atender toda a demanda de
creches, ensino pré-escolar e educação infantil e de primeiro grau.

§ 3º O ensino da religião será de livre opção dos educandos ou de seus


responsáveis legais.

§ 4º O Município incluirá no currículo escolar da rede oficial de ensino as


disciplinas Iniciação Musical, Artes Cênicas e Educação Artística, objetivando
desenvolver a sensibilidade, a capacidade criadora do educando e a habilidade
para o trabalho em grupo.

§ 5º É obrigatório o fornecimento da merenda escolar em todos os


estabelecimentos da rede municipal de ensino fundamental, inclusive no turno
noturno e pelos estabelecimentos conveniados.

§ 6º É vedada a adoção de livro didático que dissemine qualquer forma de


discriminação ou preconceito.

§ 7º Será garantido aos jovens e adultos acesso ao ensino fundamental


público gratuito, cabendo ao Município prover e garantir o oferecimento do ensino
noturno regular, adequado às condições de vida e trabalho desta população.

§ 8º Na rede municipal de ensino é vedada a cobrança de taxas ou


contribuições de qualquer natureza, sob pena de responsabilidade.

64
§ 9º O Executivo Municipal, através da Secretaria de Educação, promoverá
anualmente campanhas com vistas à erradicação do analfabetismo.

§ 10. O Município planejará e realizará periodicamente cursos de


reciclagem e atualização do corpo docente e dos especialistas da rede municipal
de ensino, obedecendo aos seguintes critérios:

I - integração destes cursos às diretrizes do planejamento em execução;

II - obrigatoriedade de participação, quando realizados no período letivo;

III - participação facultativa, quando realizados fora do período letivo.

§ 11. O Município recenseará, bienalmente, a população escolarizável do


Município, com a finalidade de orientar a política de expansão da rede pública e a
elaboração do plano municipal de educação.

§ 12. Os estabelecimentos municipais de ensino observarão os limites


pedagógicos na composição de suas turmas.

(02)(05)§13. As unidades municipais de ensino adotarão, obrigatoriamente,


livros didáticos que não sejam descartáveis, incentivando o reaproveitamento dos
mesmos.
(02) Emenda à LOM nº 02
(05) Emenda à LOM nº 05

§ 14. O Município promoverá o desporto educacional na sua rede de


ensino, regulamentando a prática da disciplina Educação Física Escolar.

§ 15. O Poder Público Municipal promoverá a implementação de escola de


tempo integral com áreas de esporte, lazer e estudos, priorizando os setores da
população de baixa renda, estendendo-se, progressivamente, a toda a rede
municipal.

Art. 184. O ensino no Município tem como base o conhecimento e o


processo científico universal, que assegurará uma educação pluralista e
oferecerá aos educandos condições de acesso às diferentes concepções
filosóficas, sociais e econômicas.

Art. 185. O sistema de ensino do Município integrado ao Sistema Nacional


de Educação, tendo como fundamento a unidade escolar, será organizado com
observância das diretrizes comuns, estabelecidas nas legislações federal,
estadual e municipal, e as peculiaridades locais.

Art. 186. A gestão do ensino público municipal será exercida de forma


democrática, garantindo-se a representação de todos os segmentos envolvidos
na ação educativa, na concepção, execução de controle e avaliação dos
processos administrativos e pedagógicos.

Parágrafo único. A organização e o funcionamento de órgãos colegiados,


eleições diretas para diretores e vice de unidades escolares devem ser
65
asseguradas, garantindo a gestão democrática e a autonomia da unidade
escolar, a partir de eleições diretas para diretores e vice-diretores.

Art. 187. As funções normativas, deliberativas e consultivas referentes à


educação, na área de competência do Município, serão exercidas pelo Conselho
Municipal de Educação.

Art. 188. Os Conselhos Regionais de Ensino, criados em cada região


administrativa, serão compostos de oito membros, cada, como órgão de natureza
colegiada e representativa da sociedade, com atribuições consultivas e
fiscalizadora, com atuação regionalizada, nas seguintes proporções:

I - 1/4 (um quarto) indicado pelo Executivo Municipal;

II - 1/4 (um quarto) indicado pelo Legislativo Municipal;

III - 2/4 (dois quartos) indicados, proporcionalmente, pelas entidades


representativas dos trabalhadores em educação, dos estudantes e dos pais da
região.

Art. 189. Os Conselhos terão estruturas definidas em regimentos próprios,


aprovados pelo Executivo Municipal.

Art. 190. Os diretores e vice-diretores das escolas públicas municipais de


1º grau serão escolhidos através de eleições diretas pela comunidade escolar.

Art. 191. Fica criado o Fundo Municipal de Educação, sendo-lhe


destinados os recursos previstos na Constituição Federal e os provenientes de
outras fontes definidas em lei.

§ 1º As verbas públicas destinadas à educação municipal nunca serão


inferiores a 25% da receita de impostos, compreendidas neste percentual as
verbas provenientes de transferências. Esses recursos devem voltar-se para
garantir a plena satisfação da demanda de vagas e o desenvolvimento do ensino.

§ 2º Às escolas filantrópicas, confessionais ou comunitárias,


comprovadamente sem fins lucrativos e que ofereçam ensino gratuito, poderá ser
destinado um percentual máximo de 3% (três por cento) dos recursos de que
trata este artigo, quando a oferta de vagas na rede pública oficial for insuficiente.

§ 3º É vedada a transferência de recursos públicos municipais às escolas


de iniciativa privada.

Art. 192. A matrícula na rede municipal será efetuada exclusivamente


quando do ingresso do aluno na 1ª série e depois na 5ª, prevalecendo a mesma
para as 4ª séries iniciais e 4ª séries finais do 1º grau, respectivamente.

Art. 193. O servidor público municipal é obrigado a apresentar, duas vezes


por ano, atestado de que os filhos menores de 15 anos estão matriculados e
estudando.

66
Art. 194. O Poder Público Municipal deve garantir o funcionamento de
bibliotecas públicas descentralizadas e com acervo em número suficiente para
atender à demanda dos educandos.

Art. 195. O Município garantirá a educação não diferenciada para ambos


os sexos, eliminando do seu conteúdo práticas discriminatórias, não só nos
currículos escolares, como no material didático utilizado.

Art. 196. É dever do Município garantir o atendimento das crianças de zero


a seis anos em creches e pré-escolar.

Parágrafo único. Entende-se por creche um equipamento social com


função educacional e de guarda, assistência, alimentação, saúde e higiene,
atendida por equipe de formação interdisciplinar.

Art. 197. O Município manterá atualizado o Arquivo Municipal.

Art. 198. Fica criada a Conferência Municipal de Educação, que se reunirá,


bienalmente, com a finalidade de apreciar o Plano Municipal de Educação.

§ 1º O Plano Municipal de Educação, de duração plurianual, será


elaborado em consonância com os planos nacional e estadual, visando à
articulação e ao desenvolvimento de ensino e a integração das ações
desenvolvidas pelo Poder Público, que conduzam à:

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - orientação para o trabalho;

V - promoção humanística, cultural, artística, científica e tecnológica.

§ 2º A Conferência Municipal de Educação deverá ser convocada pelo


Conselho Municipal de Educação e terá a participação de todos os segmentos
envolvidos com a educação.

§ 3º A política municipal de educação deverá ser elaborada para um


período não inferior a 4 (quatro) anos, Plano Quadrienal de Educação.

Art. 199. Será garantido, na forma da lei, um plano único de carreira para
todos os trabalhadores em Educação, de modo a garantir a valorização da
qualificação e da titulação do profissional do magistério, independente do nível
escolar em que atua, assegurando-se:

I - piso salarial;

II - incentivos financeiros por titulação, qualificação, dedicação exclusiva,


tempo de serviço e local de trabalho;

67
III - garantia ao trabalhador em Educação do acesso às condições
necessárias à sua reciclagem e atualização;

IV - liberação de percentual de carga horária semanal do professor para


atividades extraclasse.

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, são considerados


profissionais do magistério os professores e os especialistas em educação.

Art. 200. O Município manterá programa para erradicação do


analfabetismo, coordenado pela Secretaria Municipal de Educação.

Art. 201. Aos servidores públicos municipais matriculados em cursos


noturnos de formação educacional, e de comprovada frequência, será facultado
ausentar-se da sua função uma hora antes do término do expediente para
possibilitar sua locomoção e preparação das atividades educacionais, sem
prejuízo de sua remuneração e demais vantagens.

Art. 202. Nos 10 (dez) primeiros anos de promulgação desta Lei Orgânica,
o Município desenvolverá esforços com a mobilização de todos os setores
organizados da sociedade e com a aplicação de pelo menos 50% (cinquenta por
cento) dos recursos a que se refere o art. 212 da Constituição Federal, para
eliminar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental.

Art. 203. O planejamento do ensino será de caráter permanente e


envolverá, necessariamente, em todas as suas fases, os segmentos
responsáveis por sua aplicação e avaliação, em especial docentes e
especialistas, independente de estarem lotados no órgão central de educação ou
nas unidades escolares.

CAPÍTULO III
DA SAÚDE

Art. 204. A saúde é direito de todos e dever do Município, que integra com
a União e o Estado o Sistema Único Descentralizado de Saúde, cujas ações e
serviços públicos, na sua circunscrição territorial, são por ele dirigidos,
objetivando:

I - o bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da coletividade e a


eliminação ou redução do risco de doenças ou outros agravos à saúde;

II - o acesso universal e igualitário às ações e serviços, para a promoção,


proteção, recuperação e reabilitação da saúde, observadas as necessidades
específicas dos diversos segmentos da população;

III - o atendimento integral, com prioridade para ações preventivas, sem


prejuízo dos serviços assistenciais;

IV - assegurar condições dignas de trabalho, saneamento, habitação,


alimentação, educação, transporte e lazer;

68
V - proteger o meio ambiente e controle da poluição ambiental;

VI - assegurar o atendimento integral à saúde da mulher, incluindo o


planejamento familiar.

Art. 205. As ações de saúde são de natureza pública, devendo sua


execução ser feita, preferencialmente, através de serviços oficiais.

Art. 206. O volume mínimo dos recursos destinados à saúde pelo


Município corresponderá, anualmente, a 15% (quinze por cento) da respectiva
receita.

Art. 207. O Município promoverá, quando necessário, reciclagem e


aperfeiçoamento profissional, em todos os níveis, para os seus servidores.

Art. 208. O Município manterá o Conselho Municipal de Saúde, órgão


deliberativo e fiscalizador da política de saúde municipal, constituído
proporcionalmente de:

I - gestores do sistema;

II - associações comunitárias;

III - entidades representativas das classes empregadoras;

IV - entidades representativas de profissionais de saúde.

Art. 209. Compete ao Município fiscalizar e supervisionar alimentos de


qualquer natureza desde a sua origem até o seu consumo.

Art. 210. O Sistema Municipal de Saúde será financiado com recursos do


orçamento da seguridade social do Município, do Estado, da União e outros.

Art. 211. Cabe ao Município integrar-se com as ações de vigilância


sanitária, com as demais esferas do Governo, garantindo a participação dos
sindicatos de trabalhadores nessas ações, nos locais de trabalho.

Art. 212. Fica criada a Conferência Municipal de Saúde, a ser convocada


pelo Conselho Municipal de Saúde.

Art. 213. A Secretaria de Saúde e Assistência Social manterá um sistema


de unidades móveis de saúde, com serviços médicos e odontológicos.

Art. 214. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada, obedecidos os


requisitos da lei e as diretrizes da política de saúde.

Art. 215. Os postos de saúde do Município estarão equipados para o


fornecimento gratuito de carteira de saúde à população.

Art. 216. As instituições privadas poderão participar de forma supletiva do


SUS, segundo diretrizes, mediante contrato de direito público ou convênios, tendo
preferência as entidades filantrópicas de utilidade pública e sem fins lucrativos.

69
CAPÍTULO IV
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E ABASTECIMENTO ALIMENTAR

Art. 217. A política agrícola e de abastecimento alimentar do Município


será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva dos
setores de produção, comercialização, armazenamento e de transporte,
observada a competência federal e estadual sobre a matéria.

(04)Art. 218. São objetivos da política agrícola e do abastecimento alimentar


do Município:

I - dinamizar e expandir a economia, através do aumento da oferta de


alimentos, incorporando ao processo produtivo terras inexploradas e melhorando
a produtividade de mão de obra e das terras já trabalhadas;

II - criação de novas oportunidades de trabalho, de forma a ampliar o


mercado interno e reduzir o nível de pobreza absoluta;

III - estimular o uso da propriedade como bem de produção;

IV - integrar as áreas de produção de alimentos com as do mercado


consumidor, envolvendo, prioritariamente, o extrato de pequenos produtores com
as organizações de mercadores de bairros;

V - oferecer assistência técnica aos pequenos produtores, especialmente


de hortigranjeiros;

VI - incentivar a implantação e manutenção de hortas comunitárias e a


criação de animais de pequeno porte;

VII - fiscalizar o abate de animais e a comercialização de alimentos;

VIII - desenvolver ações voltadas para o combate à fome e o atingimento


de condições plenas de segurança alimentar.

(04) Emenda à LOM nº 04

(04)Art.
219. O Município, mediante Lei, instituirá o Conselho Municipal de
Abastecimento, Agricultura e Segurança Alimentar, com competência para
elaborar planos anuais que visem ao desenvolvimento e expansão da produção
agropecuária, à organização do abastecimento alimentar e ao desenvolvimento
de ações voltadas para o combate à fome.
(04) Emenda à LOM nº 04

CAPÍTULO V
DO MEIO AMBIENTE

Art. 220. Ao Município compete proteger o meio ambiente e combater a


poluição, em qualquer de suas formas, de modo a assegurar o direito de todos ao
meio ambiente ecológico equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida das presentes e futuras gerações.
70
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Município:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o


manejo ecológico das espécies e ecossistemas;

II - definir espaços territoriais do Município e seus componentes a serem


especialmente protegidos, e a forma da permissão para alteração e supressão,
vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção;

III - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,


métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o
meio ambiente;

IV - promover a educação ambiental na sua rede de ensino e a


conscientização da comunidade para a preservação do meio ambiente;

V - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que


coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
submetam animais a crueldade;

VI - estimular ações de educação sanitária e ambiental para a comunidade;

VII - combater a poluição urbana, em todas as suas formas, inclusive a


visual e sonora.

§ 2º É assegurada a participação popular em todas as decisões


relacionadas ao meio ambiente e o direito à informação sobre essa matéria,
através de entidades ligadas à questão ambiental, na forma da lei.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente


sujeitarão os infratores a sanções, na forma da lei, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.

Art. 221. O Município instalará, na forma da lei, o Conselho Municipal de


Meio Ambiente, em prazo máximo de 06 (seis) meses, após promulgada esta Lei,
órgão superior de administração de qualidade ambiental, proteção, controle e
desenvolvimento do meio ambiente e uso adequado dos recursos naturais, para
organizar, coordenar e integrar as ações de organismos da administração pública
e da iniciativa privada.

Art. 222. O Município, na forma da lei, formulará um Plano Municipal de


Meio Ambiente e, através de seus órgãos de administração direta e indireta,
promoverá:

I - a conscientização pública para a proteção do meio ambiente,


estabelecendo programa sistemático de educação ambiental em todos os níveis
de ensino e nos meios de comunicação de massa;

II - o amplo acesso da comunidade, informando sobre as fontes e causas


da poluição e degradação ambiental e qualidade do meio ambiente, os níveis de

71
poluição, a presença de substâncias potencialmente danosas à saúde nos
alimentos, água, ar e solo e as situações de riscos de acidente;

III - o estabelecimento e controle dos padrões de qualidade ambiental;

IV - a exigência, na forma da lei, para instalação de obras ou atividade


potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, de
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

V - a preservação, a diversidade e a integridade do patrimônio biológico e


genético, fiscalizando as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético;

VI - a definição de espaços territoriais e seus componentes a serem


especialmente protegidos, representativos de todos os ecossistemas originais do
Município, vedada a utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção;

VII - a proteção da fauna e da flora, em especial, as espécies ameaçadas de


extinção, fiscalizando a extração, captura, produção, transporte, comercialização e
consumo de seus espécimes e subprodutos, vedadas, na forma da lei, as práticas
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem sua extinção ou submetam
os animais à crueldade;

VIII - a fiscalização e o controle sobre veículos, que devem manter sua


emissões dentro dos padrões definidos por lei;

IX - o estabelecimento de critérios, identificação das áreas de risco


geológico, especialmente nos perímetros urbanos, e a recuperação de áreas
degradadas;

X - a promoção das medidas judiciais e administrativas, responsabilizando


os causadores de poluição ou de degradação ambiental, podendo punir ou
interditar, temporária ou definitivamente, a instituição causadora de danos ao
meio ambiente;

XI - o estabelecimento, na forma da lei, de tributação das atividades que


utilizem recursos ambientais e que impliquem potencial ou efetiva degradação;

XII - a arborização urbana, utilizando, preferencialmente, essenciais


nativas regionais e espécies frutíferas;

XIII - o controle e a fiscalização da produção, estocagem, transporte,


comercialização e utilização de substâncias que comportem risco efetivo ou
potencial para a vida e o meio ambiente, incluindo materiais geneticamente
alteráveis pela ação humana e fontes de radioatividade;

XIV - a fiscalização das concessões de direitos de pesquisa e exploração


de recursos hídricos e minerais em seu território;

XV - o estímulo à utilização de tecnologias economizadoras, bem como de


fontes energéticas alternativas que possibilitem a redução das emissões de
poluentes;
72
XVI - requisitar a realização periódica de auditorias no sistema de controle
da poluição e prevenção de riscos de acidentes nas instalações e atividades de
significativo potencial poluidor, incluindo a avaliação detalhada dos efeitos de sua
operação sobre a qualidade física, química e biológica dos recursos ambientais,
bem como sobre a saúde dos trabalhadores e da população afetada;

XVII - implementar política setorial, visando à coleta, transporte, tratamento


e disposição final de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, urbanos e industriais,
com ênfase nos processos que envolvam sua reciclagem;

XVIII - estimular e promover, na forma da lei, o reflorestamento ecológico


em áreas degradadas, objetivando, especialmente, a proteção de encostas e dos
recursos hídricos, a fixação de índices mínimos de cobertura vegetal.

Art. 223. São áreas de preservação permanente, como definidas em lei:

I - os manguezais;

II - as áreas estuarinas;

III - os recifes de corais;

IV - as dunas e restingas;

V - as áreas de proteção das nascentes e margens dos rios;

VI - as áreas que abriguem exemplares da fauna, da flora e de espécies


ameaçadas de extinção bem como aquelas que sirvam como local de pouso ou
reprodução de espécies migratórias;
VII - as reservas de flora apícola, compreendendo suas espécies vegetais
e enxames silvestres;

VIII - as cavidades naturais subterrâneas e cavernas;

IX - as encostas sujeitas a erosão e deslizamento.

Art. 224. Constituem patrimônio municipal, e sua utilização far-se-á, na


forma da lei, dentro de condições que assegurem o manejo adequado do meio
ambiente, inclusive quanto ao uso de seus recursos naturais, históricos e
culturais:

I - o Centro Histórico de Salvador;

II - as praias;

III - os Parques de Pituaçu, Pirajá e São Bartolomeu, Abaeté, Dunas, o


Dique do Tororó, o Parque da Cidade, e outros sítios históricos.

Art. 225. O Poder Público Municipal, na forma da lei, estabelecerá planos


que visem à preservação de diques, lagos e lagoas existentes no Município, não

73
permitindo, sob qualquer hipótese, aterramento e esgotamento sanitários no seu
interior, observadas as determinações da lei.

§ 1º A exploração comercial desses locais somente será permitida se


obedecer a padrões explícitos que assegurem a harmonia da paisagem e a
manutenção do usufruto público.

§ 2º O direito ao ambiente saudável inclui o ambiente de trabalho, ficando


o Município obrigado a garantir e proteger o trabalhador contra toda e qualquer
condição nociva à saúde física e mental.
Art. 226. É vedado, no território do Município:

I - a fabricação, comercialização e utilização de substâncias que emanem


cloro-flúor-carbono;

II - a fabricação, comercialização, transporte e utilização de equipamentos


e artefatos bélicos nucleares;

III - o depósito de resíduos nucleares ou radioativos, gerados fora dele;

IV - a localização, em zona urbana, de atividades industriais capazes de


produzir danos à saúde e ao meio ambiente. Em desacordo com o disposto neste
inciso, deverão transferir-se para áreas apropriadas, no prazo máximo de 05
(cinco) anos;

V - o lançamento de resíduos hospitalares, industriais e de esgotos


residenciais, sem tratamento, diretamente em praias, rios, lagos e demais cursos
d’água, devendo os expurgos e dejetos, após conveniente tratamento, sofrer
controle e avaliação de órgãos técnicos governamentais quanto aos teores de
poluição;

VI - a implantação e construção de indústrias que produzem resíduos


poluentes, de qualquer natureza, em todo o litoral do Município, compreendendo
a faixa de terra que vai de preamar até cinco mil metros para o interior;

VII - a incineração de lixo a céu aberto, em especial de resíduos


hospitalares;

VIII - a fabricação, comercialização ou utilização, em seu território, de


novos combustíveis, sem aprovação prévia da Câmara Municipal.

Art. 227. Para os efeitos do estabelecido no artigo anterior, o Município,


através do Executivo, promoverá:

I - a identificação de atividades industriais situadas nas zonas urbanas


predominantemente residenciais, capazes de produzir danos à saúde ou ao meio
ambiente, que deverão ser estimuladas ou obrigadas a se transferir para local
melhor adequado no prazo de 05 (cinco) anos;

II - a identificação de hospitais, indústrias e esgotos residenciais que


lançam, sem tratamento, resíduos e dejetos diretamente em praias, rios, lagos e
demais cursos d’água, os quais passarão a sofrer controle e avaliação pelo
74
Município e serão ratificados, para a adoção das providências necessárias ao
saneamento das irregularidades.

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, o Executivo Municipal


buscará o desenvolvimento de ações conjuntas com o Estado, especialmente no
que tange à cobrança e exigibilidade das penalidades definidas na legislação
estadual de proteção ambiental para as hipóteses de ações predatórias ao meio
ambiente.

Art. 228. O Município elaborará e operará um Plano Diretor de Áreas


Verdes de Lazer, que deverá corresponder aos padrões de distribuição e
estratificação da população, de acordo com o Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano, o qual deverá integrar as massas vegetais e vazios aproveitáveis para
tais finalidades, adotando-se, quanto possível, um sistema unitário e contínuo.

§ 1º O Plano Diretor de Áreas Verdes, espaço aberto à recreação, será de


iniciativa do Executivo e aprovado pela Câmara Municipal.

§ 2º O Município, em seguida à aprovação do Plano Diretor de Áreas


Verdes e Lazer, aprovará a legislação pertinente a áreas verdes, com base nas
diretrizes gerais fixadas neste plano, consolidando-o, complementando-o, se for o
caso.

§ 3º O Município buscará integrar os esforços da comunidade, na


organização e manutenção das áreas verdes, bem como na arborização dos
logradouros.

§ 4º O Município poderá conceder incentivos para os empreendimentos


que propiciem a manutenção de áreas arborizadas, ou de valor ecológico notável.

§ 5º O Município envidará os esforços necessários, junto a todas as


esferas de Governo, objetivando extinguir todos os lançamentos, “in natura”, de
esgotos domiciliares, dejetos industriais, lixo urbano e resíduos de embarcações
marítimas na Baía de Todos os Santos e no Litoral Atlântico, especialmente os
resíduos de petróleo provenientes de transbordos ou lavagens de tanques,
aplicando-se sanções aos causadores de prejuízos ambientais.

Art. 229. O Poder Executivo elaborará e operará um Plano Diretor de


Saneamento, a ser aprovado pela Câmara Municipal, e obrigatório para as
empresas concessionárias ou permissionárias dos serviços públicos, que o
deverão atender rigorosamente, não sendo permitida a renovação da concessão
ou permissão nos casos de infrações.

Art. 230. A criação de unidades ou parques de conservação por parte do


Poder Público, com finalidade de preservar a integridade de exemplares dos
ecossistemas, será imediatamente seguida de desapropriação e dos
procedimentos necessários à regularização fundiária, bem como da implantação
de estruturas e fiscalização adequada.

Art. 231. A administração municipal e as concessionárias de serviço


público publicarão relatório semestral de monitoragem da qualidade da água
distribuída à população.

75
Art. 232. É vedada a instalação de aterro sanitário, usina de
reaproveitamento e depósito de lixo em locais inadequados, que não estejam de
acordo com pareceres técnicos competentes, inclusive em rotas de tráfego,
evitando-se acidentes.

Parágrafo único. Para os efeitos do estabelecido neste artigo, o Município,


no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a partir da publicação desta Lei, através
do Executivo, promoverá a desativação do aterro sanitário e depósito de lixo, no
qual se deverá instalar usina de reaproveitamento para local que se adeque às
exigências desta Lei, cujo espaço aéreo não sirva de rotas de aviação.

Art. 233. O Município elaborará o Código de Defesa do Meio Ambiente.

§ 1º O código referido no caput deste artigo será de iniciativa do Conselho


Municipal de Meio Ambiente e aprovado pela Câmara Municipal.

§ 2º O código definirá as penalidades decorrentes de sua violação.

Art. 234. A lei definirá os critérios e métodos de recomposição ambiental


bem como as penalidades impositivas aos infratores, independente da obrigação
que lhe incumbirá de arcar com todas as despesas necessárias à integral
recuperação dessas áreas.

Art. 235. O Município deverá consultar o Conselho Municipal do Meio


Ambiente quando da concessão de licenças para obras e atividades com
potencial de impacto ambiental, nos casos não apreciados pelos órgãos
congêneres do Estado e União.

Art. 236. Os lançamentos finais dos sistemas públicos e particulares de


coleta de esgotos sanitários deverão ser precedidos, no mínimo, de tratamento
primário completo, na forma da lei.

§ 1º Fica vedada a implantação de sistemas de coleta conjunta e águas


pluviais e esgotos domésticos ou industriais.

§ 2º As atividades poluidoras deverão dispor de bacias próprias de


contenção para as águas de drenagem, na forma da lei.

CAPÍTULO VI
DO TRANSPORTE

Art. 237. Compete ao Município o planejamento e controle dos serviços de


transporte coletivo, cuja execução poderá ser efetuada diretamente ou por
concessão ou permissão, observadas as prescrições contidas nesta Lei.

Art. 238. O transporte coletivo deverá ter uma tarifa condizente com o
poder aquisitivo da população, que assegure a justa remuneração do capital,
permitindo o melhoramento, a expansão e a qualidade dos serviços, e propicie o
equilíbrio econômico-financeiro do contrato respectivo.

76
Art. 239. O transporte coletivo é um serviço público essencial a que todo
cidadão tem direito, sendo de responsabilidade do Poder Público Municipal o
planejamento, o gerenciamento e a operação do mesmo.

Art. 240. O Município estabelecerá Plano Diretor de Transportes Urbanos,


definindo normas e diretrizes de planejamento e execução do sistema de
transporte coletivo, conforme o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.

Art. 241. Os planos de transportes devem priorizar:

I - o atendimento à população de baixa renda;

II - a observância dos padrões de segurança e manutenção dos veículos;

III - a observância das normas de proteção ambiental, relativas à poluição


sonora e atmosférica;

IV - a observância de normas relativas ao conforto, à saúde e à segurança


dos passageiros e operadores dos veículos.

Art. 242. O ônus dos custos dos serviços de transportes coletivos deverá
ser assumido por todos que usufruem do benefício, mesmo que de forma indireta,
como o comércio, a indústria, os Governos Federal, Estadual e Municipal, na
forma que a legislação complementar determinar.

Art. 243. O Município promoverá programas de educação para o trânsito.

Art. 244. Fica o Poder Executivo obrigado a encaminhar à Câmara


Municipal a planilha de custos antes de decretar qualquer aumento de tarifa.

Art. 245. Fica mantida a Empresa Municipal de Transporte Coletivo como


reguladora e operadora do sistema coletivo de transporte.

Art. 246. As cargas de alto risco somente poderão ser transportadas na


zona urbana após vistoria e licença da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
observadas as medidas de segurança estabelecidas por lei e resoluções dos
órgãos técnicos.

(06)Art. 247. Fica assegurada a gratuidade nos transportes coletivos


urbanos:

I - aos maiores de sessenta e cinco anos, mediante apresentação de


documento oficial de identificação;

II - aos policiais militares, quando fardados, limitados a dois por veículo;

III – às pessoas com deficiência, visual, mental e física, de coordenação


motora, comprovadamente carentes, previamente autorizadas pelo Conselho
Municipal de Pessoas com Deficiência e o Órgão Gestor dos Transportes
Urbanos.

77
Parágrafo único. Fica mantida a meia passagem para os estudantes
regularmente matriculados nos estabelecimentos das redes pública e privada
devidamente reconhecidos.
(06) Emenda à LOM nº 06

Art. 248. O Município promoverá a substituição gradativa de combustíveis


poluentes, por fontes energéticas não poluentes - gás natural, dos veículos das
empresas de transporte coletivo urbano.

Art. 249. Lei municipal disporá sobre o percentual da frota do sistema de


transporte coletivo, que será progressivo à demanda real dos usuários com
deficiências.

Parágrafo único. A elaboração desta Lei deverá ser precedida de ampla


consulta ao conjunto da sociedade organizada, especialmente às entidades de
pessoas com deficiência e aos organismos de apoio às mesmas.

Art. 250. Fica mantido o Conselho Municipal de Transporte, com caráter


consultivo, fiscalizador e deliberativo da política de transporte e será composto
com número de membros definidos em lei, da seguinte forma:

I - 1/4 (um quarto) indicado pelo Executivo Municipal;

II - 1/4 (um quarto) indicado pelo Legislativo Municipal;

III - 2/4 (dois quartos) indicados proporcionalmente pelas entidades


representativas dos trabalhadores e da sociedade civil.

§ 1º De dois em dois anos cessará o mandato de metade dos membros do


Conselho, permitida a recondução por uma só vez.

§ 2º A lei definirá as competências e formas de funcionamento do


Conselho.
CAPÍTULO VII
DA SEGURANÇA

Art. 251. A segurança do cidadão e da sociedade é de vital interesse para


o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e bem-estar dos seus
habitantes.

Art. 252. Fica criada a Guarda Municipal, destinada à:

I - proteção dos bens do Município;

II - disciplina do trânsito;

III - proteção ao meio ambiente, à propriedade e equipamentos urbanos;

IV - colaboração com o cidadão, objetivando desenvolver o convívio social,


civilizado e fraterno.

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Art. 253. A atividade policial não poderá subordinar-se a interesse de
facção político-partidária, devendo o seu comando ser exercido por oficial da
Polícia Militar do Estado de patente compatível com a função.

Art. 254. O Município, em colaboração com o Estado e a União, criará


mecanismo para garantir a execução de uma política de combate e prevenção da
violência contra a mulher e o menor, nos limites da sua competência.

Art. 255. A atividade do salva-vidas, por seus meios, processos e técnicas,


constitui-se em fator básico para a segurança coletiva e individual no âmbito
marítimo, fluvial, lacustre, desportivo e recreativo, cabendo ao Município, na
forma da lei, regulamentar o exercício da profissão do salva-vidas.

Art. 256. O Município criará, na forma da lei, o Conselho Municipal de


Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, com a finalidade de investigar as
denúncias de violação dos direitos humanos no território do Município,
encaminhando-as aos órgãos pertinentes e propondo soluções gerais
compatíveis.

§ 1º No exercício de suas funções e a fim de bem cumprir sua finalidade, o


Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana deve ordenar perícias.

§ 2º O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana será


composto por oito conselheiros, nomeados pelo chefe do Poder Executivo pelo
prazo de dois anos, sendo:
I - 02 (dois) indicados pelo Executivo;

II - 02 (dois) indicados pela Câmara;

III - 02 (dois) indicados pela OAB;

IV - 02 (dois) indicados pelas entidades gerais da sociedade civil.


CAPÍTULO VIII
DA CULTURA

Art. 257. O Município criará, na forma da lei, o Conselho Municipal de


Cultura, órgão deliberativo, normativo e fiscalizador das ações culturais no âmbito
do Município, composto por representantes dos Poderes Executivo e Legislativo
e, majoritariamente, por representantes de entidades culturais, profissionais da
área cultural e outros segmentos da sociedade civil.

Art. 258. Na política de revitalização dos seus sítios históricos, o Município


observará os seguintes pontos como prioridade básica, dentre outros, para
elaboração e execução de qualquer projeto ou atividade:

I - o compromisso com o desenvolvimento e promoção social das


comunidades locais;

II - o estímulo à permanência e locação de grupos que desenvolvem


atividades culturais, comerciais, artesanais e outras, concernentes com as
tradições da cultura local.

79
Art. 259. A gestão do Carnaval será exercida de forma democrática,
garantindo-se a representação de todos os segmentos envolvidos na concepção,
controle e avaliação dos processos administrativos e financeiros.

(29)
Art. 260. O Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares
será um órgão de natureza colegiada e representativa das entidades, órgãos
públicos e da sociedade, com atribuições normativa, fiscalizadora e deliberativa.
(29) Emenda à LOM nº 29

(03)(11)(24)(29)Art.
261. O Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas
Populares será composto democraticamente nas seguintes proporções:

I – 01 (um) representante do Executivo Municipal;


II – 01 (um) representante da Empresa Salvador Turismo – Saltur;
III – 01 (um) representante da Fundação Gregório de Mattos;
IV – 01(um) representante da Secretaria Municipal de Saúde;
V – 01(um) representante do Poder Legislativo;
VI - 01(um) representante da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia;
VII - 01(um) representante da Secretaria de Segurança Pública do Estado
da Bahia;
VIII - 01(um) representante da Polícia Militar;
IX - 01(um) representante da Empresa de Turismo da Bahia – Bahiatursa;
X - 01(um) representante do Juizado de Menores;
XI - 01(um) representante da Federação dos Clubes Carnavalescos da
Bahia;
XII - 01 (um) representante da Associação dos Blocos de Salvador;
XIII - 01 (um) representante da Associação dos Blocos de Trios;
XIV - 01 (um) representante dos Blocos Afros;
XV - 01(um) representante dos Afoxés;
XVI - 01 (um) representante dos Blocos de Percussão;
XVII – 01(um) representante dos Blocos de Índios e Travestidos;
XVIII - 01(um) representante da União das Entidades de Samba da Bahia;
XIX – 01(um) representante da Associação dos Blocos Alternativos;
XX - 01(um) representante da Associação Baiana de Trios Independentes;
XXI - 01(um) representante da Associação Carnavalesca das Entidades de
Sopro e Percussão;
XXII - 01(um) representante da Associação Baiana dos Camarotes;
XXIII - 01 (um) representante do Sindicato dos Músicos;

80
XXIV - 01 (um) representante da Associação dos Barraqueiros de Festas
Populares;
XXV - 01 (um) representante do Sindicato dos Vendedores Ambulantes e
Feirantes de Salvador;
XXVI - 01 (um) representante da Associação dos Proprietários de
Equipamentos de som, iluminação e infraestrutura;
XXVII - 01 (um) representante da Associação Baiana de Imprensa;
XXVIII - 01 (um) representante da Associação dos Artistas Plásticos
Modernos da Bahia;
XXIX - 01 (um) representante do Conselho Baiano de Turismo;
XXX - 01 (um) representante da Associação Brasileira de Entretenimento –
Seção Bahia;
XXXI- 01 (um) representante da Associação Baiana do Mercado
Publicitário;
XXXII - 01 (um) representante dos Conselhos Comunitários Regionais.
Parágrafo único. A Coordenação Executiva do Carnaval será composta de
03 (três) coordenadores, sendo 01 (um) eleito pelo Conselho do Carnaval e
Outras Festas Populares, 01 (um) indicado pelo Governador do Estado e 01 (um)
pelo Prefeito Municipal, não sendo permitida a recondução do primeiro.
(03) Emenda à LOM nº 03
(11) Emenda à LOM nº 11
(24) Emenda à LOM nº 24
(29) Emenda à LOM nº 29
Art. 262. O Município garantirá a todos pleno acesso às fontes de cultura,
apoiando e incentivando a produção, valorização e difusão das manifestações
culturais, assegurando:

I - as manifestações culturais dos diferentes grupos étnicos formadores da


comunidade soteropolitana, vedada qualquer forma de discriminação;

II - a livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


comunicação, independente de censura;

III - a dinamização, criação e conservação de espaços culturais,


especialmente em bairros carentes;

IV - os meios para condução pelas próprias comunidades das


manifestações culturais populares, tradicionais e contemporâneas;

V - o intercâmbio cultural e artístico com outros Municípios e Estados;

VI - a criação e manutenção de incentivos, inclusive fiscais, objetivando o


investimento privado na área do Centro Histórico e seu beneficiamento;

81
VII - a ação cultural e educativa permanente, visando prevenir e combater
a discriminação e preconceitos.

Art. 263. O Município deverá criar e manter, em cada região administrativa,


espaços públicos devidamente equipados e acessíveis para as diversas
manifestações culturais da população.

Parágrafo único. É vedada a extinção de espaço cultural público, sem a


criação, na mesma região administrativa, de outro equivalente.

Art. 264. O Município, através de seus órgãos e pesquisadores, fica


obrigado a manter viva a história da Cidade, de suas instituições e tradições.

Art. 265. É assegurada a preservação e autonomia da produção cultural


independente.

Art. 266. Ficam sob proteção do Município os conjuntos e sítios históricos


paisagísticos, artísticos, arqueológicos, paleontológicos, ecológicos e científicos
tombados pelo Poder Público Municipal.

Art. 267. O Município preservará a integridade, a respeitabilidade e a


permanência dos valores culturais e artísticos afro-brasileiros.

CAPÍTULO IX
DO ESPORTE E LAZER

Art. 268. Cabe ao Município apoiar e incrementar as práticas desportivas


na comunidade.

Art. 269. O Município promoverá a construção de equipamentos de


parques infantis, centros de juventude e de idosos, com locais de lazer,
notadamente em bairros populares.

Art. 270. Os serviços municipais de esportes e recreação se integrarão


com as atividades culturais do Município, visando à implantação e ao
desenvolvimento do turismo.

(10)Art. 271. O Município incentivará o lazer como forma de promoção e


integração social.

Parágrafo único. Aos estudantes regularmente matriculados em


estabelecimentos de ensino, reconhecidos oficialmente, mediante apresentação
de identidade estudantil, e às pessoas com deficiência física, mediante
identificação fornecida pelo Conselho Municipal de Pessoas com Deficiência, fica
assegurado abatimento de 50% (cinquenta por cento) em casas de diversões,
espetáculos, praças esportivas e similares, exceto clubes sociais.

(10) Emenda à LOM nº 10

Art. 272. É vedado ao Município custear, a qualquer título, o esporte


profissional.

82
Art. 273. O Município, na forma da lei, adotará mecanismos que
assegurem o pleno acesso das pessoas com deficiência ao esporte, cultura e
lazer.

CAPÍTULO X
DA SEGURIDADE E ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 274. A Seguridade Social compreende o conjunto integrado de ações


de iniciativa do Poder Público Municipal e da sociedade, destinado a assegurar os
direitos relativos à saúde, previdência e assistência social.

Art. 275. O Município promoverá, com recursos da seguridade social,


observadas as normas gerais da União, os programas governamentais de
assistência social.
§ 1º As entidades beneficentes e de assistência social sediadas no
território do Município poderão integrar os programas referidos neste artigo.

§ 2º A comunidade, por meio de suas organizações representativas,


participará da formulação de política e no controle das ações, em todos os níveis.

(08)Art.276. Os servidores da administração direta, autarquias, fundações


municipais e Câmara Municipal terão, para efeito de aposentadoria, computado o
tempo de serviço prestado na administração pública estadual e federal e na
atividade privada, rural e urbana.

Parágrafo único. O tempo de serviço a que se refere o artigo anterior será


contado e computado de acordo com a legislação federal pertinente, não sendo
admitida:

I - contagem em dobro ou em outras condições especiais;

II - acumulação de tempo de serviço público com o de atividades privadas


quando concomitante.

(08) Emenda à LOM nº 08

Art. 277. Os proventos de aposentadoria serão revistos sempre na mesma


proporção e data em que se modificar a remuneração dos servidores ativos,
sendo também estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens
concedidas posteriormente aos servidores em atividade, inclusive quando
decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se
tiver dado a aposentadoria, na forma da lei.

Parágrafo único. O reajustamento dos proventos e renda mensal do


servidor aposentado ou que venha a se aposentar obedecerá ao seguinte critério:

I - as parcelas integrantes dos proventos e renda mensal na inatividade,


relativas a vencimento ou salário, deverão ser de igual valor econômico do
vencimento ou salário do cargo ou função que o servidor ocupava quando da
aposentadoria, observado o disposto no caput deste artigo;

83
II - as parcelas referentes à estabilidade econômica, à complementação
salarial, à gratificação de função pelo exercício de cargo ou função de confiança
devem guardar correspondência aos valores do vencimento do cargo em
comissão ou da gratificação atribuída à função de confiança a que sejam
relacionadas;

III - as demais parcelas não expressamente contempladas serão sempre


atualizadas, de modo que seja mantida, sempre, a proporcionalidade registrada
no momento da aposentação entre o valor de cada uma delas e a do vencimento
do cargo no qual se aposentar ou que venha a se aposentar.

Art. 278. A lei assegurará pensão por morte do segurado homem ou


mulher ao cônjuge ou companheiro e dependentes, reajustável na mesma
proporção e datas da atualização dos aposentados.

Art. 279. Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o


rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário-mínimo.

Art. 280. A gratificação natalina é assegurada aos aposentados e


pensionistas e terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada
ano.

(15)CAPÍTULO XI
DO NEGRO

Art. 281. Salvador é a Capital mais negra do país e historicamente


marcada pela presença da comunidade afro-brasileira, constituindo a prática do
racismo crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão, nos
termos da Constituição Federal.

Art. 282. A rede municipal de ensino incluirá em seus programas conteúdo


de valorização e participação do negro na formação histórica da sociedade
brasileira.

Art. 283. Caberá ao Município dar apoio às pesquisas sobre a cultura afro-
brasileira.

Art. 284. Sempre que for veiculada publicidade institucional, no âmbito


deste Município, com mais de duas pessoas participando, será assegurada a
inclusão de uma da raça negra.

Art. 285. É vedada a utilização de termos que caracterizem discriminação


em anúncios de classificados de emprego, neste Município.

Art. 286. As escolas da rede pública municipal destinarão os turnos de


suas aulas, no dia 20 de novembro de cada ano, para o desenvolvimento de
palestras, estudos e trabalhos sobre a importância da Consciência Negra.

(15) Emenda à LOM nº 15

84
ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 1º O Prefeito da Cidade de Salvador e os membros da Câmara


Municipal prestarão o compromisso de manter, defender e cumprir esta Lei
Orgânica, no ato e na data de sua promulgação.

(12)(17)(27)Art.
2º A Câmara Municipal de Salvador compor-se-á de 43
(quarenta e três) Vereadores, eleitos pelo sufrágio direto e universal.
(12) Emenda à LOM nº 12
(17) Emenda à LOM nº 17
(27) Emenda à LOM nº 27

Art. 3º O Município comemorará a data da fundação da Cidade em 29


(vinte e nove) de março.

Art. 4º O Município implantará, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a


contar da promulgação desta Lei, as suas regiões administrativas.

Art. 5º Os equipamentos comunitários e prédios públicos deverão


apresentar a seguinte denominação: “PROPRIEDADE DO POVO DA CIDADE DE
SALVADOR”.

Art. 6º A lei criará o Centro Administrativo Municipal - CAM.

Art. 7º O Município promoverá a informatização dos seus serviços,


aproveitando sempre o material humano já vinculado em suas respectivas áreas.

Art. 8º Os servidores públicos sujeitos ao Regime Jurídico Único de


pessoal serão regidos pelo Estatuto dos Servidores Públicos Municipais.

Art. 9º Os tributos municipais pagos por pessoas jurídicas deverão ser


efetuados, quando possível, com a emissão de apenas um documento.

Art. 10. Os servidores públicos municipais da administração direta e


autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação desta
Lei Orgânica há pelo menos cinco anos continuados, não admitidos na forma
regulada pelo art. 37 da Constituição Federal, são considerados estáveis no
serviço público.

Art. 11. Fica assegurado aos servidores municipais da administração


centralizada, com mais de cinco anos de efetivo exercício municipal, bacharéis
em Direito, que tenham exercido em órgão colegiado, como membros titulares,
atribuições de natureza jurídica tributária, até a data da instalação dos trabalhos
da Lei Orgânica Municipal, isonomia de remuneração e vantagens com os atuais
titulares.

Art. 12. Até que seja aprovada a Lei de Diretrizes Orçamentárias, 30%
(trinta por cento), no mínimo, do orçamento da seguridade social, excluído o
seguro-desemprego, serão destinados ao setor de saúde.

85
Art. 13. Dentro de cento e oitenta dias, a contar da promulgação desta Lei,
o Município promoverá a revisão dos direitos dos servidores públicos inativos e
pensionistas e a atualização dos proventos e pensões a eles devidos, a fim de
ajustá-los ao disposto nesta Lei e na Constituição Federal.

Art. 14. O prazo para fixação de proventos não ultrapassará a sessenta


dias, contados do ato da aposentadoria.

§ 1º Durante o lapso de tempo entre o ato da aposentadoria e a fixação


dos proventos, a provisão do segurado nunca será inferior a sessenta por cento
do seu maior rendimento, nos últimos doze meses.

§ 2º O disposto neste artigo aplicar-se-á no caso de fixação de pensão.

Art. 15. Ficam equiparados à função de professor, para os efeitos do art.


133, III, b, desta Lei, os instrutores e docentes das escolas profissionais e de
ensino artesanal.

Art. 16. O Município celebrará, através do seu órgão previdenciário,


convênio com entidades públicas de financiamento para a construção de
habitações destinadas a servidores que não possuem casa própria, observada a
política nacional de habitação.

Art. 17. A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro


de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
administrativos.

Art. 18. Os benefícios de prestação continuada, mantidos pelo Instituto de


Previdência de Salvador na data da promulgação desta Lei Orgânica, terão seus
valores revistos, a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo, expresso em
cota percentual igual à que tinham na data de sua concessão, obedecendo-se a
esse critério de atualização no artigo seguinte.

Parágrafo único. As prestações mensais dos benefícios atualizados de


acordo com este artigo serão devidas e pagas a partir do sétimo mês, a contar da
promulgação desta Lei.

Art. 19. Os Projetos de Lei relativos à organização da seguridade social, os


planos de custeio e de benefício serão apresentados, no prazo máximo de 06
(seis) meses da promulgação desta Lei Orgânica, à Câmara Municipal, que os
apreciará, também, no prazo de 06 (seis) meses.

Parágrafo único. Os planos serão implantados, progressivamente, nos


doze meses seguintes.
Art. 20. O Poder Executivo, no prazo de doze meses, a contar da
promulgação desta Lei, cadastrará logradouros, prédios e equipamentos públicos
e atribuirá nova designação em caso de multiplicidade, prevalecendo o critério da
tradição e da importância para o sistema viário da cidade.

Art. 21. O Município, até o prazo de 06 (seis) meses, contados da


promulgação desta Lei, criará condições para que todos os estabelecimentos da

86
rede municipal de ensino estejam aptos para o recebimento da merenda escolar,
de acordo com as condições exigidas pelo órgão federal pertinente.

Art. 22. No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da promulgação


desta Lei, o Município definirá a estrutura, o funcionamento, composição e
recursos destinados ao funcionamento do Conselho Municipal de Promoção dos
Direitos e Defesa da Criança e do Adolescente.

Art. 23. Serão consideradas consolidadas e dados os respectivos títulos de


posse às invasões urbanizadas com mais de 10 (dez) anos de existência.

Art. 24. A primeira atualização a que se refere o art. 21 da presente Lei


deverá estar efetivada no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses, contados
de sua promulgação.

Art. 25. Até que lei municipal regule sobre a matéria, somente entrarão em
circulação novos equipamentos de transporte coletivo quando, pelo menos, o
percentual mínimo de 5% (cinco por cento) da frota, que circulará em áreas
prioritárias definidas pelo Executivo, esteja adaptado ao livre acesso e circulação
de pessoas com deficiência, inclusive paraplégicos.

Art. 26. Fica criado o Conselho Municipal de Entorpecentes, que será


regulamentado por lei.

Art. 27. O Município promoverá a criação de Guarda Mirim Municipal.

Art. 28. Os estabelecimentos de ensino municipal de Salvador terão,


obrigatoriamente, que ter um plano de educação especial para pessoas com
deficiência que requeiram este tipo de educação.

Parágrafo único. À pessoa com deficiência que não requerer atendimento


ao plano citado no artigo anterior, e que tenha que estudar em local não possível
tecnicamente de adaptação, serão dadas todas as possibilidades de acesso à
sala de aula, devendo esta ser colocada em andar inferior, em caso de existência
de mais de um andar.

Art. 29. Esta Lei Orgânica fica submetida a um processo de revisão geral a
cada quatro anos, a contar da data de sua promulgação.

Art. 30. Considera-se adaptada à presente Lei toda a legislação ordinária


vigente no Município, ficando revogados os dispositivos legais incompatíveis e
aqueles em relação aos quais esta Lei tenha atribuído novo tratamento.

(16)Art.31. Aquele que, até 30 de junho de 2001, possui como seu, por 05
(cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição, até 250m2 (duzentos e cinquenta
metros quadrados) de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para
sua moradia ou da sua família, tem direito à concessão de uso especial para fins
de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja proprietário
ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural.

87
§ 1º A concessão de uso especial para fins de moradia será conferida de
forma gratuita ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do
estado civil.

§ 2º O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao


concessionário mais de uma vez.

§ 3º Para efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua de pleno direito,


na posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da
abertura da sucessão.

§ 4º O direito de concessão de uso especial para fins de moradia é


transferível por ato inter vivos e causa mortis. A transferência por atos inter vivos
somente considerar-se-á operada mediante a prévia e expressa anuência do
Município.
(16) Emenda à LOM nº 16

(16)Art.32. Nos imóveis públicos municipais de que trata o art. 31, com mais
de 250m2 (duzentos e cinquenta metros quadrados), que até 30 de junho de 2001
estavam ocupados, por 05 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição, por
população de baixa renda, para sua moradia, quando não for possível identificar
os terrenos ocupados por possuidores individuais, a concessão de uso especial
para fins de moradia será conferida de forma coletiva, desde que estes não sejam
proprietários ou concessionários, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou
rural neste Município.

§ 1º O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo
e pelo anterior, acrescentar sua posse à de seu antecessor, desde que ambas
sejam contínuas.

§ 2º Na concessão de uso especial para fins de moradia será atribuída


fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do
terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os ocupantes,
estabelecendo frações ideais diferenciadas.

§ 3º A fração ideal atribuída a cada possuidor não poderá ser superior a


250m2 (duzentos e cinquenta metros quadrados).

§ 4º Aplica-se o disposto nos parágrafos do art. 31 à hipótese de


concessão de uso especial de que trata este artigo.
(16) Emenda à LOM nº 16

(16)Art.
33. O Poder Executivo, mediante decreto, definirá o conceito de
população de baixa renda.

(16) Emenda à LOM nº 16

(16)Art.
34. O título de concessão de uso especial para fins de moradia será
obtido pela via administrativa, perante o órgão competente da Administração
Pública ou, em caso de recusa ou omissão deste, pela via judicial.

88
Parágrafo único. O direito de concessão de uso especial, para fins de
moradia, extingue-se no caso de o concessionário dar ao imóvel destinação
diversa da moradia, para si ou sua família.
(16) Emenda à LOM nº 16

(16)Art.
35. É facultado ao Poder Executivo dar autorização de uso àquele
que, até 30 de junho de 2001, possui como seu, por 05 (cinco) anos,
ininterruptamente e sem oposição, até 250m2 (duzentos e cinquenta metros
quadrados) de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para fins
comerciais ou misto, observados os critérios definidos em lei.

§ 1º A autorização de uso de que trata este artigo será concedida de forma


gratuita para as pequenas e microempresas e de forma onerosa para as
empresas de médio e grande porte.

§ 2º O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo,
acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam
contínuas.

§ 3º É facultado ao Poder Executivo assegurar o exercício do direito de que


trata o caput deste artigo em outro local, na hipótese do imóvel ocupado ser:
I - de uso comum do povo;

II - destinado a projeto de urbanização;

III - de interesse de defesa nacional, da preservação ambiental e de


proteção dos ecossistemas naturais;

IV - situado em via de comunicação;

V - situado em local que possa acarretar, consoante parecer do órgão


técnico competente, risco à vida e à saúde dos ocupantes.

(18) Emenda à LOM nº 18

Art. 36. As isenções de tributos concedidas por leis específicas vigorarão


pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data em que, respectivamente, entraram
em vigor.

89

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