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Ética no serviço público p/ MPU.

Teoria e
exercícios comentados
Prof Daniel Mesquita – Aula 00

AULA 00: Improbidade Administrativa

SUMÁRIO

1) APRESENTAÇÃO 2

2) CRONOGRAMA 4

3) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 5

A. SUJEITOS ATIVOS (QUEM COMETE A IMPROBIDADE) 6


B. SUJEITOS PASSIVOS (VÍTIMAS DA IMPROBIDADE) 8
C. . NATUREZA DAS SANÇÕES COMINADAS E CUMULAÇÃO DE INSTÂNCIAS 9
D. DESCRIÇÃO LEGAL DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 13
I. ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTA EM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO 15
II. ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSA PREJUÍZO AO ERÁRIO 19
III. ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 22
E. DECLARAÇÃO DE BENS 26
F. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E PROCESSO JUDICIAL 27
I. ÂMBITO ADMINISTRATIVO 28
II. ÂMBITO JUDICIAL 30
G. JUÍZO COMPETENTE 33
H. PRESCRIÇÃO 35

4) REGIME DISCIPLINAR 36

4.1 DOS DEVERES 37


4.2 DAS PROIBIÇÕES 38
4.3 DA ACUMULAÇÃO 39
4.4 DAS PENALIDADES 41

5) PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 46

5.1 REVISÃO 63

6) RESUMO 65

7) QUESTÕES 70

8) REFERÊNCIAS 77

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1) Apresentação

Bem vindos ao curso de Ética no Serviço Público, preparatório


para o concurso do MPU.
Saiu o edital do MPU! Serão contratados 147 profissionais para
os cargos de Técnico e Analista!!! O edital prevê a correção de 4.000
redações. E aí, será que vão chamar muita gente? Com certeza!
A remuneração inicial para os cargos de Técnico e Analista é
simplesmente R$ 4.575,16 e R$ 7.506,55!
A banca que realizará o concurso é o CESPE.
E isso não está muito longe pra você não, meu amigo, tenha isso
em mente: SE VOCÊ ESTUDAR, VOCÊ VAI PASSAR E SE VOCÊ PASSAR,
VOCÊ VAI SER CHAMADO!
Hoje eu estou aqui desse lado, tentando passar o caminho das
pedras pra você, mas lembre-se de que eu já estive aí, onde você está
agora.
Pra você me conhecer melhor, vou falar um pouco de mim.
Meu nome é Daniel Mesquita, sou formado em Direito pela
Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em direito público. A
minha vida no mundo dos concursos teve início em 2005, quando me
preparei para o concurso de técnico administrativo – área judiciária – do
Superior Tribunal de Justiça. Já nesse concurso, obtive êxito e trabalhei
por dois anos no Tribunal, na assessoria de Ministro da 1ª Turma.
Em seguida, passei para o concurso de analista do Tribunal
Superior Eleitoral (CESPE/UnB), na quarta colocação.

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A partir daí, meu estudo foi focado para as provas de advogado


público (AGU, procuradorias estaduais, defensorias públicas etc.), pois
sempre tive como objetivo a carreira de Procurador de Estado ou do
Distrito Federal.
Nem tudo na vida são louros. Nessa fase obtive muitas derrotas
e reprovações nos concursos. Desanimei por algumas vezes, mas
continuei firme em meu objetivo, pois só não passa em concurso quem
pára de estudar!
E essa atitude rendeu frutos, logo fui aprovado no concurso de
Procurador Federal – AGU.
Continuei estudando, pois ainda faltava mais um degrau:
Procuradoria de Estado ou do Distrito Federal.
Foi então que todo o suor, dedicação, disciplina, renúncia e
privações deram o resultado esperado, logrei aprovação no concurso de
Procurador do Distrito Federal. Tomei posse em 2009 e exerço essa
função até hoje.
Não posso deixar de mencionar também a minha experiência
como membro de bancas de concursos públicos. A participação na
elaboração de diversas provas de concursos, inclusive para tribunais,
me fez perceber o nível de cobrança do conteúdo nas provas, as
matérias mais recorrentes e os erros mais comuns dos candidatos.
Espero que a minha experiência possa ajudá-lo nos seus
estudos.
Vamos tomar cuidado com os erros mais comuns, aprofundar
nos conteúdos mais recorrentes e dar a matéria na medida certa, assim
como um bom médico prescreve um medicamento.
Para que esse medicamento seja suficiente, ele deve atacar
todos os sintomas e, ao mesmo tempo, deve ser eficiente contra o foco
da doença. Isso quer dizer que não podemos deixar nenhum ponto do
edital para trás.

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Além disso, buscarei usar muitos recursos visuais para que a


apreensão do conteúdo venha mais facilmente.
Para reforçar a aprendizagem, resumirei o conteúdo
apresentado ao final de cada aula e apresentarei as questões
mencionadas ao longo da aula em tópico separado, para que você possa
resolvê-las na véspera da prova.
Todos esses instrumentos você terá a sua disposição para
encarar a batalha.

2) Cronograma

Num concurso com muitos inscritos como esse, você não pode
perder tempo e deve lutar com as armas certas. A principal arma para
você vencer essa batalha é o planejamento.
Nesse curso serão ministradas 04 aulas de ética no serviço
público, cada uma com os seguintes temas, de acordo com os pontos
previstos no edital:

Aula 00 (22/03/2013)
5.3 Lei nº 8.429/1992: das disposições gerais, dos atos de improbidade
administrativa.
Aula 01 (29/03/2013)
1 Ética e moral. 2 Ética, princípios e valores. 3 Ética e democracia:
exercício da cidadania. 4 Ética e função pública.
Aula 02 (05/04/2013)
5 Ética no Setor Público. 5.1 Código de Ética Profissional do Serviço
Público (Decreto nº 1.171/1994).
Aula 03 (12/04/2013)
5.2 Lei nº 8.112/1990 e alterações: regime disciplinar (deveres e
proibições, acumulação, responsabilidades, penalidades).

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Com base nesse cronograma, você já pode planejar o seu estudo,


dividindo o tempo que você tem até a prova pelas matérias
apresentadas. Dedique-se mais às matérias que tem maior peso e
naquelas em que você não tem muito conhecimento. Faça uma escala
de estudos e cumpra-a.
Se você seguir essas dicas, não tem erro, você vai passar!
Sem mais delongas, vamos à luta com o conteúdo da aula 00!
Rumo à aprovação!

3) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

O fundamento constitucional para a responsabilização pelos atos de


improbidade administrativa encontra-se no §4º do art. 37 da
Constituição Federal. Veja:

Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.

Esse dispositivo alcança a administração pública direta e indireta


de qualquer dos Poderes, em todos os entes da Federação. É uma
norma constitucional de eficácia limitada.

Em 1992, ocorreu sua necessária regulamentação, mediante a


edição da Lei nº 8.429/92, de caráter nacional, ou seja, de observância
obrigatória para a União, os estados, o DF e os municípios.

Questão de
concurso

1. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) O responsável por


cometer ato de improbidade sofrerá a sanção de suspensão dos direitos

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políticos, pena esta aplicável a todas as hipóteses de cometimento de


ato de improbidade.

A Constituição Federal nos diz:

Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.

Veremos a seguir que em todas as modalidades está presente a


suspensão dos direitos políticos.

Gabarito: Certo.

Vamos aos principais pontos dos atos de improbidade.

a. Sujeitos ATIVOS (quem comete a improbidade)

Neste tópico, veremos quem são as pessoas que podem praticar


atos de improbidade administrativa e, consequentemente, sofrer as
penalidades. Observe que essas serão as pessoas que terão
legitimidade para figurar no polo passivo da ação judicial de
improbidade administrativa.

As normas da Lei nº 8.429/92 são endereçadas precipuamente


aos agentes públicos, considerado seu sentido bastante amplo,
abrangendo todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades passíveis de ser enquadradas como
sujeito passivo de atos de improbidade administrativa. ATENÇÃO!!!
Não é preciso ser servidor público ou ter vínculo empregatício

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para enquadrar-se como sujeito ativo da improbidade


administrativa.

Contudo, uma pessoa que não seja agente público não tem
como praticar um ato de improbidade administrativa
isoladamente. Para sua conduta ser enquadrada na Lei nº 8.429/92 e
sofrer as sanções nela estabelecidas, deve ocorrer uma das seguintes
hipóteses:

1. a pessoa induz um agente público a praticar ato de


improbidade;

2. a pessoa pratica um ato de improbidade junto com um agente


público, ou seja, concorre para a prática do ato;

3. a pessoa se beneficia, de forma direta ou indireta, de um


ato de improbidade que não praticou.

CUIDADO: Está sujeito às sanções de improbidade aquele que


apenas se beneficia, direta ou indiretamente, de um ato de
improbidade.

Questão de
concurso

2. (CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo) Um terceiro que


pratique, juntamente com um agente público, ato do qual decorra
prejuízo ao erário não estará sujeito às sanções previstas na Lei de
Improbidade Administrativa.

Como acabamos de ver, está sujeito às sanções de improbidade


aquele que se beneficia, direta ou indiretamente, de um ato de
improbidade.

Gabarito: Errado.

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b. Sujeitos PASSIVOS (vítimas da improbidade)

Sob uma perspectiva geral ou mediata, os atos de improbidade


administrativa vitimam a sociedade brasileira, globalmente considerada.
Entretanto, um particular pessoa física ou uma empresa privada
que nenhuma relação específica tenha com o Poder Público, não
pode ser diretamente alvo de um ato de improbidade
administrativa.

As entidades que podem ser diretamente atingidas por atos de


improbidade administrativa (vítimas imediatas do ato) são:

1. a administração pública direta e indireta, de qualquer dos


Poderes da União, dos estados, do DF e dos municípios;

2. empresa incorporada ao patrimônio público e entidade para


cuja criação ou custeio o erário haja concorrido com mais de
50% do patrimônio ou da receita anual;

3. entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal


ou creditício, de órgão público, bem como aquelas para cuja
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de 50% do patrimônio ou da receita anual,
limitando-se a sanção patrimonial, nesses casos, à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos.

Questão de
concurso

3. (CESPE - 2011 - EBC - Analista) Os empregados públicos,


regidos pelas normas trabalhistas, não se submetem aos preceitos
contidos na lei de improbidade administrativa, por não serem agentes

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políticos nem constarem expressamente no rol de sujeitos ativos,


previstos taxativamente na norma de regência.

Os empregados públicos estão dentro daqueles que se submetem


aos atos de improbidade, pois a expressão “agentes públicos” deve ser
entendida em sentido amplo. Vimos acima que não é necessário sequer
ser agente público para praticar ato de improbidade. Por isso, o item
está errado.

c. . Natureza das sanções cominadas e cumulação de


instâncias

O art. 37, §4º, CF, acima transcrito, traz um rol de


consequências mínimas atribuídas à prática de atos de improbidade
administrativa, não sendo, portanto, taxativo. Por essa razão, há
previsão legal de outras sanções.

A Lei nº 8.429/92 estabelece sanções de natureza administrativa


(perda da função pública, proibição de contratar com o Poder Público,
proibição de receber do Poder Público benefícios fiscais ou creditícios),
civil (ressarcimento ao erário, perda dos bens e valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, multa civil) e política (suspensão dos direitos
políticos). Grosso modo, pode-se dizer que essa lei só prevê sanções de
natureza cível (em contraposição à expressão “sanção penal”).

Veja a redação dos arts. 5º, 6º e 7º da Lei nº 8.429/92:

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Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa


ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do
dano.
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou
terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou
ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa
responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo
recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou
sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.

Como se vê, se houver lesão ao patrimônio público dar-se-á o


integral ressarcimento do dano, além de outras sanções previstas
na lei. No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público
ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu
patrimônio, além das demais sanções previstas. Além disso, a
indisponibilidade dos bens do agente público recairá sobre os bens
que assegurem o integral ressarcimento do dano ou sobre o
acréscimo patrimonial.

E se aquele que lesou o patrimônio púbico falecer, os filhos


respondem pela improbidade?

Conforme preceitua o art. 8º do referido diploma legal, o


sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da lei até o limite
do valor da herança.

Como tratamos da indisponibilidade dos bens, saiba que a


jurisprudência do STJ tem se posicionado no sentido da
DESNECESSIDADE de prova de periculum in mora concreto, ou seja,
de que os réus estariam dilapidando seu patrimônio, ou na iminência
de fazê-lo, exigindo-se apenas a demonstração de fumus boni
iuris. (REsp 1.203.133/MT)

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ATENÇÃO!!! A Lei nº 8.429/92 não estabelece sanções


penais pela prática de improbidade administrativa. Entretanto,
as penalidades nela cominadas são aplicáveis
independentemente de outras sanções, previstas em outras leis.

Assim, um mesmo ato enquadrado na Lei nº 8.429/92 pode


corresponder também a um crime previsto em outra lei (p. ex.: a
corrupção passiva é crime previsto no Código Penal e pode ser
caracterizada como ato de improbidade, incorrendo no agente na
sanção penal e nas previstas na Lei nº 8.429/92). Nesse caso, serão
instaurados, em regra, processos concomitantes.

E se o processo administrativo absolver o agente público, pode o


processo penal condenar?

Sim, meus caros, pois há a independência das instâncias.

MUITA ATENÇÃO: A vinculação entre o resultado de uma esfera


na outra só acontece quando o Poder Judiciário absolve com
fundamento na inexistência do fato ou na ausência de autoria.

Veja que esse tema é muito cobrado em provas:

Questão de
concurso

4. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) As sanções penais,


civis e administrativas previstas em lei podem ser aplicadas aos
responsáveis pelos atos de improbidade, de forma isolada ou
cumulativa, de acordo com a gravidade do fato.

Por óbvio o item está correto.

5. (CESPE - 2012 - ANAC - Analista Administrativo) O agente


público deverá ressarcir integralmente o dano causado ao patrimônio

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público somente se restar comprovado que sua ação ou omissão foi


dolosa.

Conforme acabamos de ver na lei:

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa


ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do
dano.

Percebeu? Ação poderá ser dolosa ou culposa!

Gabarito: Errado.

6. (CESPE - 2012 - ANAC - Analista Administrativo) Caso morra


um agente público que tenha cometido ato ilícito previsto na referida
lei, a punição a que ele tiver sido submetido será extinta, não
acarretando, portanto, nenhum ônus aos seus sucessores.

Conforme preceitua o art. 8º do referido diploma legal, o sucessor


daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer
ilicitamente está sujeito às cominações da lei até o limite do valor da
herança.

Gabarito: Errado.

7. (CESPE - 2012 - Banco da Amazônia - Técnico Científico) De


acordo com a jurisprudência do STJ, estando presente o fumus boni
iuris, no que concerne à configuração do ato de improbidade e à sua
autoria, dispensa-se, para que seja decretada a indisponibilidade de
bens, a demonstração do risco de dano.

Como acabamos de ver o STJ tem se posicionado no sentido da


DESNECESSIDADE de prova de periculum in mora concreto, ou seja,
de que os réus estariam dilapidando seu patrimônio, ou na iminência

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de fazê-lo, exigindo-se apenas a demonstração de fumus boni


iuris.

Gabarito: Certo.

8. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista


Judiciário) O terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado nas
esferas cível e criminal, mas não por improbidade administrativa, visto
que esta não abrange particulares.

O terceiro beneficiado também responderá! A Lei nº 8.429/92


estabelece sanções de natureza administrativa (perda da função
pública, proibição de contratar com o Poder Público, proibição de
receber do Poder Público benefícios fiscais ou creditícios), civil
(ressarcimento ao erário, perda dos bens e valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, multa civil) e política (suspensão dos direitos
políticos). Grosso modo, pode-se dizer que essa lei só prevê sanções de
natureza cível (em contraposição à expressão “sanção penal”).

Gabarito: Errado.

d. Descrição legal dos atos de improbidade administrativa

Os atos de improbidade administrativa são classificados em 3


grandes grupos pela Lei nº 8.429/92, em ordem decrescente de
gravidade das condutas e sanções: que importam em enriquecimento
ilícito, que causam prejuízo ao erário e que atentam contra os princípios
da administração pública.

ATENÇÃO!!! Para que se configure a prática de ato de improbidade


administrativa, seja ele descrito no art. 9º (enriquecimento ilícito), 10
(prejuízo ao erário) ou 11 (violação aos princípios da administração) da
Lei nº 8.429/92, deve estar caracterizado o dolo do agente na prática

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desses atos (EREsp 875.163). Somente no caso do ato de improbidade


previsto no art. 10 da Lei nº 8.429/92 é que o STJ admite a culpa
grave. Veja o seguinte trecho do julgamento da AIA 30 pelo STJ:

2. Não se pode confundir improbidade com simples ilegalidade. A


improbidade é ilegalidade tipificada e qualificada pelo elemento subjetivo
da conduta do agente. Por isso mesmo, a jurisprudência do STJ
considera indispensável, para a caracterização de improbidade, que a
conduta do agente seja dolosa, para a tipificação das condutas descritas
nos artigos 9º e 11 da Lei 8.429/92, ou pelo menos eivada de culpa
grave, nas do artigo 10. (AIA . 30/AM, Rel. Ministro TEORI ALBINO
ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 21/09/2011, DJe 28/09/2011)

Questão de
concurso

9. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Analista – Processual) Retardar ou


deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício configura ato de
improbidade administrativa cuja configuração prescinde da presença de
elemento doloso.

Como acabamos de ver: Para que se configure a prática de ato de


improbidade administrativa, seja ele descrito no art. 9º (enriquecimento
ilícito), 10 (prejuízo ao erário) ou 11 (violação aos princípios da
administração) da Lei nº 8.429/92, deve estar caracterizado o dolo do
agente na prática desses atos (EREsp 875.163).

A questão está errada tão somente pela palavra prescinde, que


significa despensa.

Gabarito: Errado.

10. (CESPE - 2012 - ANAC - Técnico Administrativo) De acordo com


a legislação, para que determinado ato seja caracterizado como ato de

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improbidade administrativa, é necessário ter havido lesão ao erário, em


virtude de ação ou omissão, desde que na modalidade culposa.

Para que se configure a prática de ato de improbidade


administrativa deve estar caracterizado o dolo do agente na prática
desses atos (EREsp 875.163). Somente no caso do ato de improbidade
de lesão ao erário é que o STJ admite a culpa grave.

Gabarito: Errado.

11. (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) Segundo


jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o reconhecimento
de ato de improbidade administrativa, nos moldes previstos pela Lei de
Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429'1992), requer o exercício de
função específica (administrativa), não se admitindo sua extensão à
atividade judicante.

Pessoal, essa questão refere-se ao julgado: REsp 1249531 / RN de


05/12/2012. Nesse julgado aplicou-se a lei de improbidade a um juiz
que não atuou em sua atividade com imparcialidade e aplicou-se a
leide improbidade, mesmo sendo a atividade sendo a atividade
judicante, ou seja, a atividade finalística do Poder Judiciário.

Gabarito: Errado.

Vamos, sem demora, ao primeiro grupo:

i. Ato de improbidade administrativa que importa em


ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Segundo o art. 9º da Lei nº 8.429/92, o ato de improbidade que


importa em enriquecimento ilícito é aquele que visa auferir qualquer
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades
passíveis de ser enquadradas como sujeito passivo de atos de
improbidade administrativa.

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Rol EXEMPLIFICATIVO de condutas:

1. receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou


imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou
indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que
possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente público;

2. perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para


facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou
imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades passíveis
de serem vítimas de atos de improbidade administrativa por
preço superior ao valor de mercado;

3. perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para


facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o
fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao
valor de mercado;

4. utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,


equipamentos ou material de qualquer natureza, de
propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
passíveis de serem vítimas de atos de improbidade
administrativa, bem como o trabalho de servidores públicos,
empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

5. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou


indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de
azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura
ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de
tal vantagem;

6. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou


indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou

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avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou


sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica
de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer dessas
entidades;

7. adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato,


cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza
cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à
renda do agente público;

8. aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de


consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica
que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado
por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
público, durante a atividade;

9. perceber vantagem econômica para intermediar a liberação


ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;

10. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta


ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou
declaração a que esteja obrigado;

11. incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens,


rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades passíveis de serem vítimas de atos de
improbidade administrativa;

12. usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores


integrantes do acervo patrimonial dessas entidades.

No caso de enriquecimento ilícito, independentemente das


sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou

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cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato (art. 12, I, da


Lei nº 8.429/92):

1. perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao


patrimônio;

2. ressarcimento integral do dano, quando houver;

3. perda da função pública;

4. suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos;

5. pagamento de multa civil de até três vezes o valor do


acréscimo patrimonial;

6. proibição de contratar com o Poder Público ou receber


benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos.

Questão de
concurso

12. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista) Os atos de improbidade que


importam enriquecimento ilícito sujeitam seus autores, entre outras
sanções, à perda da função pública, à suspensão dos direitos políticos
de oito a dez anos e à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
ao patrimônio.

Veja o art. 12, da lei de improbidade:

Art. 12. I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver,
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial
e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
dez anos;

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Gabarito: certo.

ii. Ato de improbidade administrativa que CAUSA PREJUÍZO AO


ERÁRIO

De acordo com o art. 10 da Lei nº 8.429/92, consiste em


qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres das entidades passíveis de ser
enquadradas como sujeito passivo de atos de improbidade
administrativa.

Rol EXEMPLIFICATIVO de condutas:

1. facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação


ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens,
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades passíveis de serem vítimas de atos de
improbidade administrativa;

2. permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica


privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
acervo patrimonial dessas entidades, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

3. doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente


despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio
de qualquer dessas entidades, sem observância das
formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

4. permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem


integrante do patrimônio de qualquer dessas entidades, ou

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ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço


inferior ao de mercado;

5. permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem


ou serviço por preço superior ao de mercado;

6. realizar operação financeira sem observância das normas


legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou
inidônea;

7. conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância


das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie;

8. frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo


indevidamente;

9. ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas


em lei ou regulamento;

10. agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda,


bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio
público;

11. liberar verba pública sem a estrita observância das normas


pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
irregular;

12. permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se


enriqueça ilicitamente;

13. permitir que se utilize, em obra ou serviço particular,


veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das
entidades passíveis de serem vítimas de atos administrativos,
bem como o trabalho de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades;

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14. celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto


a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada
sem observar as formalidades previstas na lei;

15. celebrar contrato de rateio de consórcio público sem


suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as
formalidades previstas na lei.

No caso de prejuízo ao erário, independentemente das sanções


penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações,
que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo
com a gravidade do fato (art. 12, II, da Lei nº 8.429/92):

1. ressarcimento integral do dano;

2. perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao


patrimônio, se concorrer esta circunstância;

3. perda da função pública;

4. suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos;

5. pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do


dano;

6. proibição de contratar com o Poder Público ou receber


benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 anos.

Questão de
concurso

13. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) A dispensa


indevida de processo licitatório por agente público, além de causar
prejuízo ao erário, constitui ato de improbidade administrativa que
importa no enriquecimento ilícito daquele que o pratica.

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Pertence ao rol exemplificativo de prejuízo ao erário frustrar a


licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente. Portanto
item errado.

14. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) Em caso


de ato de improbidade, o ressarcimento do poder público só será
cabível se o ato causar prejuízo ao erário ou ao patrimônio público.

Questão simples! Por que o poder público iria ressarcir se não


houve prejuízo ao erário ou ao patrimônio publico?? Não haveria
motivo! Para haver ressarcimento é necessário o prejuízo.

Gabarito: certo.

iii. Ato de improbidade administrativa que ATENTA CONTRA OS


PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Com base no art. 11 da Lei nº 8.429/92, abrange qualquer ação


ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade, e lealdade às instituições.

Além disso, o art. 4º do referido diploma legal determina que os


agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar
pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.

Rol EXEMPLIFICATIVO de condutas:

1. praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou


diverso daquele previsto, na regra de competência;

2. retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

3. revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das


atribuições e que deva permanecer em segredo;

4. negar publicidade aos atos oficiais;

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5. frustrar a licitude de concurso público;

6. deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

7. revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro,


antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política
ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou
serviço.

No caso de violação aos princípios da administração pública,


independentemente das sanções penais, civis e administrativas
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de
improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas
isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato
(art. 12, III, da Lei nº 8.429/92):

1. ressarcimento integral do dano, se houver;

2. perda da função pública;

3. suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos;

4. pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da


remuneração percebida pelo agente;

5. proibição de contratar com o Poder Público ou receber


benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 anos.

IMPORTANTE observar, quanto as sanções previstas para as três


modalidades de improbidade (prejuízo ao erário, enriquecimento ilícito e
violação a princípios), o art. 21 da Lei nº 8.429/92 assim prevê:

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Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena
de ressarcimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou
pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Perceba: só é necessária a comprovação da existência de dano


ao patrimônio público para aplicar a sanção de ressarcimento, as
demais sanções independem de dano.

Perceba: mesmo que as contas do agente público tenham sido


APROVADAS pelo TCU, ele pode ser condenado por ato de improbidade
e se sujeitar às sanções da Lei nº 8.429/92.

Além disso, para a fixação das penas a serem concretamente


aplicadas, o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim
como o proveito patrimonial obtido pelo agente (art. 12, parágrafo
único, da Lei nº 8.429/92).

Questões de
concurso

15. (CESPE/STF/Técnico/2008) Os atos de improbidade


administrativa devem ter por pressuposto a ocorrência de dano ao
erário público.

16. (CESPE/TJ-CE/Analista/2008) A aprovação das contas do


agente público por Tribunal de Contas afasta a possibilidade de
incidência em ato ímprobo pelo servidor que o praticou.

Esses dois itens cobram os incisos do art. 21 da Lei nº 8.429/92,


acima transcrito. O primeiro item está errado, pois as sanções de
improbidade podem ser aplicadas independentemente do dano. O
segundo item também está errado, pois as sanções da lei podem ser

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aplicadas quando o tribunal de contas aprova as contas do agente


público.

17. (CESPE - 2012 - ANCINE - Técnico Administrativo) Frustrar a


licitude de concurso público configura ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da administração pública.

Vimos com base no art. 11 da Lei nº 8.429/92, abrange qualquer


ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, um rol
exemplificativo de condutas que atentam contra esses princípios e
frustrar a licitude de concursos públicos esta entre essas condutas.

Gabarito: Certo.

18. (CESPE - 2012 - AGU – Advogado) É necessária a comprovação


de enriquecimento ilícito ou da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público para a tipificação de ato de improbidade administrativa que
atente contra os princípios da administração pública.

Como acabamos de ver:

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena
de ressarcimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou
pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Gabarito: Errado.

19. (CESPE - 2012 - ANAC - Técnico Administrativo) Se condenado


por improbidade administrativa, o servidor público que, para beneficiar
um amigo, tiver deixado de praticar, indevidamente, ato de ofício

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deverá realizar o ressarcimento integral do dano causado e perderá sua


função pública, sendo vedada a suspensão de seus direitos políticos.

Vamos lá! Deixar de praticar ato de ofício é violação aos princípios


da administração pública, de acordo com a gravidade do fato, o servidor
poderá ser condenado a:

1. ressarcimento integral do dano, se houver;

2. perda da função pública;

3. suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos!!!

4. pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da


remuneração percebida pelo agente;

5. proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios


ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo de 3 anos.

A questão está errada por desconsiderar a suspensão dos direitos


políticos.

Gabarito: Errado.

e. Declaração de bens

A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à


apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu
patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal
competente.

São excluídos da declaração apenas os objetos e utensílios


de uso doméstico.

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A declaração de bens será anualmente atualizada e na data


em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo,
emprego ou função.

E qual é a sanção para aquele que não declara?

Observe a redação legal, meus amigos:

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem


prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a
prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar
falsa.

Você viu bem: DEMISSÃO SERÁ A SANÇÃO APLICADA!

O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração


anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na
conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de
qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a
referida exigência.

Questão de
concurso

20. (CESPE/TCEES/Procurador/2009) Servidor público estadual que,


notificado para apresentar a declaração anual de bens, recusar-se a
apresenta-la, dentro do prazo especificado, será punido com a pena de
demissão, conforme previsto na lei de regência.

Com base no que acabamos de estudar, fica fácil concluir que a


questão está certa.

f. Procedimento administrativo e processo judicial

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i. Âmbito administrativo

Qualquer pessoa poderá representar à autoridade


administrativa competente para que seja instaurada investigação
destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Entretanto, constitui crime a representação contra agente


público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe
inocente, cuja pena é a de detenção, de 6 a 10 meses, e multa (art. 19
da Lei nº 8.429/92). OBS: além da sanção penal, o denunciante
está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
morais ou à imagem que houver provocado.

Atendidos os requisitos da representação, a autoridade


determinará a imediata apuração dos fatos, mediante a instauração de
um processo administrativo disciplinar.

A comissão encarregada da instrução do processo administrativo


deve dar conhecimento da existência dele ao Ministério Público e ao
tribunal de contas competente, os quais poderão designar
representante para acompanhar o procedimento administrativo.

Veja a redação do art. 15 da Lei nº 8.429/92:

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e


ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento
administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas
poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o
procedimento administrativo.

Isso não quer dizer que o Ministério Público pode interferir


na realização do processo administrativo a cargo da
Administração Pública. Se o MP achar que as coisas não estão
indo bem, ele pode adotar as providências de sua alçada, como
instaurar inquérito civil ou criminal, mas não pode ter qualquer
participação no processo administrativo em si.

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Questões de
concurso

21. (CESPE/MP-RN/2009) É crime a representação por ato de


improbidade administrativa contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia tem conhecimento de que este
é inocente.

O item trata da representação irresponsável por ato de


improbidade (art. 19 da Lei nº 8.429/92), por isso está correto.

22. (CESPE - 2012 - Polícia Federal - Agente da Polícia Federal) Se


o suposto autor do ato alegar que não tinha conhecimento prévio da
ilicitude, o ato de improbidade restará afastado, por ser o
desconhecimento da norma motivo para afastá-lo.

Veja o que diz a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro


(Decreto Lei 4.567/42):

Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

Jamais esqueça isso! Pois em qualquer matéria o CESPE pode


cobrá-lo!

Gabarito: Errado.

23. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Apenas o


Ministério Público (MP) poderá representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação devida para apurar a
prática de ato de improbidade.

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Como vimos: Qualquer pessoa poderá representar à autoridade


administrativa competente para que seja instaurada investigação
destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Gabarito: Errado.

ii. Âmbito judicial

Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão


representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão
para que requeira ao juízo competente, em sede de ação cautelar, a
decretação do sequestro (incide sobre bens específicos, quantos sejam
necessários para assegurar o êxito da execução) dos bens do agente ou
terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
patrimônio público, seguindo-se o rito previsto no Código de Processo
Civil.

Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o


bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas
pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
internacionais.

É importante ressaltar que o Ministério Público não depende de


representação para pedir ao Poder Judiciário as medidas cautelares
cabíveis, não dependendo de qualquer provocação até mesmo para
atuar visando a apurar a prática de ato de improbidade administrativa
(ver art. 22 da Lei nº 8.429/92).

A ação principal (ação judicial de improbidade administrativa),


que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou
pela pessoa jurídica interessada, dentro de 30 dias da efetivação
da medida cautelar.

OBS: Maria Sylvia Di Pietro considera essa ação como uma


espécie de ação civil pública, posição que vem sendo adotada pelo

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Ministério Público, com ampla aceitação da jurisprudência, sendo


aplicável, residualmente, a Lei nº 7.347/85 (lei da ação civil pública).

ATENÇÃO!!! Como podemos perceber, há uma legitimação


ativa concorrente para propor a ação de improbidade
administrativa: Ministério Público e pessoa jurídica contra a qual
o ato de improbidade foi praticado.

No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério


Público, a pessoa jurídica interessada poderá abster-se de contestar o
pedido ou atuar ao lado do autor, como litisconsorte, desde que isso se
afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante
legal ou dirigente.

O Ministério Público, se não intervir no processo como parte,


atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

Conforme informação já exposta, caso tenha sido efetivada


medida cautelar, o prazo para ajuizamento da ação principal é de 30
dias, contados da efetivação da medida cautelar.

A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas


as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de
pedir ou o mesmo objeto.

ATENÇÃO: Há um juízo prévio da existência de fundamentos


suficientes para sustentar a demanda. Após o recebimento da inicial, o
juiz, no prazo de 30 dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação,
se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência
da ação ou da inadequação da via eleita.

Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar


contestação. OBS: da decisão que receber a petição inicial, caberá
agravo de instrumento.

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OBS: em qualquer fase do processo, reconhecida a


inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o
processo sem julgamento do mérito.

A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de


dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o
pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da
pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações


necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público.

ATENÇÃO!!! A perda da função pública e a suspensão dos


direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da
sentença condenatória.

Entretanto, a autoridade judicial ou administrativa


competente poderá determinar o afastamento do agente público do
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução
processual (ATENÇÃO!!! Observe que é a única medida cautelar prevista
na Lei nº 8.429/92 que pode ocorrer na esfera administrativa). OBS: o
afastamento temporário não é uma sanção e sim uma medida
cautelar, não havendo contraditório e ampla defesa prévios.

É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações por atos


de improbidade administrativa, com base no princípio da
indisponibilidade do interesse público.

Questões de
concurso

24. (CESPE/TRF-1/Juiz/2009) A ação de improbidade administrativa


terá o rito ordinário e será proposta pelo MP ou pela pessoa jurídica
interessada, dentro de 60 dias da efetivação da medida cautelar.

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25. (CESPE/TCE-ES/Procurador/2009) Pessoas jurídicas de direito


público, mesmo que interessadas, não têm legitimidade ativa para
propor ação civil pública de improbidade administrativa.

O primeiro item está errado, já que o prazo é de 30 dias e não


de 60 dias.

O segundo item também está errado, já que a legitimidade ativa


é concorrente entre o MP e a pessoa jurídica de direito público
interessada.

26. (CESPE - 2012 - TC-DF - Auditor de Controle Externo)


Durante a instrução processual, o agente público poderá ser afastado
do seu cargo mediante determinação de autoridade administrativa
competente.

Como vimos, a autoridade judicial ou administrativa competente


poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a
medida se fizer necessária à instrução processual.

Gabarito: Certo.

g. Juízo competente

O STF declarou inconstitucional o dispositivo legal (art. 84, §§ 1º


e 2º, do CPP) que previa o foro por prerrogativa de função nas ações de
improbidade administrativa. Isso ocorreu na ADI 2797. A partir daí, a
regra geral é que não existe foro especial por prerrogativa de
função nas ações de improbidade, apenas nas ações criminais.

Entretanto, no julgamento da Reclamação 2138, o mesmo STF


decidiu que os juízes de primeira instância são incompetentes “para
processar e julgar ação civil de improbidade administrativa ajuizada

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contra agente político que possui prerrogativa de foro perante o


Supremo Tribunal Federal, por crime de responsabilidade, conforme o
art. 102, I, "c", da Constituição”.

Assim, a regra geral foi excepcionada para admitir o foro por


prerrogativa de função nas ações de improbidade aos agentes políticos
que possuem foro privilegiado nos crimes de responsabilidade.

A partir desse julgado, o STJ passou a afirmar que “o julgamento


das autoridades – que não detêm foro constitucional por prerrogativa
de função, quanto aos crimes de responsabilidade –, por atos de
improbidade administrativa, continuará a ser feito pelo juízo
monocrático da justiça cível comum de 1ª instância” (REsp 1106159).

Desse modo, OS PREFEITOS, por exemplo, NÃO TÊM QUALQUER


FORO PRIVILEGIADO EM AÇÃO DE IMPROBIDADE (RESP 401472).

Entretanto, diversas outras autoridades já conseguiram foro


privilegiado para ações de improbidade. Destacamos algumas delas:

O STF, na QO na Pet n. 3.211-0, declarou que "com pete


ao Supremo Tribunal Federal julgar ação de improbidade contra
seus membros", ou seja, os Ministros do STF têm foro privilegiado em
ação de improbidade.

A partir disso, o STJ passou a afirmar que “não há competência


de primeiro grau para julgar ação semelhante – de improbidade –
contra membros de outros tribunais superiores ou de tribunais de
segundo grau, como no caso” (AgRg na Sd .208/AM, Corte Especial).
Nos casos dos membros dos tribunais superiores, a competência
para julgar ação de improbidade é do STF (art. 102, I, c, da
Constituição), no caso dos tribunais de segundo grau, a
competência é do STJ (Rcl 4.927/DF, Corte Especial).

O Superior Tribunal de Justiça admite, até mesmo, foro por


prerrogativa de função em ação de improbidade para Secretário de

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Estado, desde que previsto na Constituição Estadual. No RESP 1235952,


o STJ afirmou que cabe ao Tribunal de Justiça julgar ação de
improbidade contra Secretário de Estado quando houver previsão de
foro privilegiado na Constituição Estadual.

Assim, muito cuidado ao afirmar que para ação de improbidade


não há foro privilegiado.

Por fim, vale lembrar que as ações de improbidade


administrativa estão expressamente excluídas da competência
dos Juizados Especiais Federais.

h. Prescrição

As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas na Lei


nº 8.429/92 podem ser propostas:

1. até 5 anos após o término do exercício de mandato, de cargo


em comissão ou de função de confiança; ATENÇÃO QUANTO
AO TERMO INICIAL DA CONTAGEM: APÓS O TÉRMINO DO
MANDATO!!!!

2. dentro do prazo prescricional previsto em lei específica


para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem
do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou
emprego.

ATENÇÃO!!! Nos termos do art. 37, §5º, da CF, as ações


civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis.

Questões de
concurso

27. (CESPE/MP-RN/2009) As ações de improbidade administrativa


de atos que atentem contra os princípios da administração pública

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podem ser propostas até 10 anos após o término da função de


confiança de quem as tenha praticado.

O prazo de prescrição no caso de função de confiança é de 5


anos e não de 10 anos. Logo, o item está errado.

28. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) As ações que têm


por objeto a aplicação das sanções previstas para o cometimento de ato
de improbidade realizado por prefeito municipal prescrevem até três
anos após a ocorrência do ato de improbidade.

Eu chamei sua atenção! As ações destinadas a levar a efeitos as


sanções previstas na Lei nº 8.429/92 podem ser propostas: até 5 anos
após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de
função de confiança; ATENÇÃO QUANTO AO TERMO INICIAL DA
CONTAGEM: APÓS O TÉRMINO DO MANDATO!!!!

A questão está errada por afirmar que a prescrição é até três anos
após a ocorrência do ato de improbidade.

Gabarito: Errado.

4) Regime Disciplinar

A Administração goza do poder disciplinar, que a autoriza a punir


os agentes públicos que descumprem as regras e princípios do direito
administrativo.

A Lei 8.112/90 dispõe, em linhas gerais, como deve ser exercido


esse poder disciplinar.

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O regime disciplinar encontra previsão no título IV da Lei 8.112.


Os seus capítulos dispõem: Capítulo I- Dos Deveres; II- Das Proibições;
III- Da acumulação; IV- Das Responsabilidades; V- Das Penalidades.
Veremos a seguir cada um desses capítulos:

4.1 Dos Deveres


Com relação aos deveres, vale a transcrição do art. 116 da Lei
8.112/90:

Art. 116. São deveres do servidor:


I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as
protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que
tiver ciência em razão do cargo; (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

PRESTE BEM ATENÇAO PARA O DEVER INSERTO NO INCISO IV:


CUMPRIR AS ORDENS SUPERIORES, EXCETO QUANDO
MANIFESTAMENTE ILEGAIS.

Caso não sejam observados os deveres legais, o servidor sofrerá


sanções disciplinares.

Cada um dos deveres violados terá uma sanção.

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4.2 Das Proibições


Além dos deveres, a Lei n. 8.112/90 arrola várias proibições.
Estas são específicas e a lei comina a sanção que deverá ser aplicada
caso o agente incorra em uma delas.

Vejamos a classificação com modelo semelhante ao proposto por


Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo:

1. Proibições que acarretam advertência (a numeração foi


feita de acordo com a posição dos incisos):

Art. 117. Ao servidor é proibido:


I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do
chefe imediato;
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer
documento ou objeto da repartição;
III - recusar fé a documentos públicos;
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou
execução de serviço;
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei,
o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado;
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação
profissional ou sindical, ou a partido político;
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança,
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

2. Proibições que se infringidas têm por consequência a


suspensão:

Art. 117. Ao servidor é proibido:


XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa,
exceto em situações de emergência e transitórias;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

Lembre-se que, nos casos de reincidência em que o servidor já


foi penalizado com a advertência, a suspenção poderá ser aplicada.

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3. Poderá ocasionar a demissão

Art. 117. Ao servidor é proibido:


X - participar de gerência ou administração de sociedade privada,
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na
qualidade de acionista, cotista ou comanditário;

4.3 Da acumulação
Lembre-se que a regra geral é a vedação à acumulação. Assim,
somente nas hipóteses expressamente previstas no texto constitucional
será ela lícita, mesmo assim, quando houver compatibilidade de
horários.

A vedação só existe quando ambos os cargos, empregos ou


funções forem remunerados. As exceções somente admitem dois
cargos, empregos ou funções, inexistindo qualquer hipótese de tríplice
acumulação, a não ser que uma das funções não seja remunerada.

A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e


abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público.

Quando houver compatibilidade de horários, é possível


acumular:

1. Dois cargos de PROFESSOR;

2. Um cargo de PROFESSOR com outro, TÉCNICO OU


CIENTÍFICO;

3. Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE PROFISSIONAIS


DE SAÚDE, com profissões regulamentadas.

O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando


investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver
compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles,

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declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades


envolvidos.

Importante notar a existência, no texto constitucional, de outras


hipóteses em que é lícita a acumulação remunerada, a saber:

1. Permissão de acumulação para os VEREADORES;

2. Permissão para os JUÍZES exercerem o MAGISTÉRIO;

3. Permissão para os MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO


exercerem o MAGISTÉRIO.

A proibição de acumular é a mais ampla possível, abrangendo,


salvo as exceções constitucionalmente previstas, qualquer agente
público remunerado em qualquer poder ou esfera da Federação.

Quanto ao tratamento dado à percepção simultânea de


remuneração e de proventos de aposentadoria, o art. 37, §10, da
Constituição Federal, prevê que é vedada a percepção simultânea
de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos
arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função
pública, RESSALVADOS (ou seja, nas hipótese a seguir será possível
a acumulação de aposentadorias):

 os cargos acumuláveis na forma desta Constituição;

 os cargos eletivos; e

 os cargos em comissão declarados em lei de livre


nomeação e exoneração.

Como se vê, um juiz pode ter a aposentadoria de seu cargo de


juiz e uma de magistério, pois são cargos acumuláveis na atividade.
Além disso, entende-se que a soma dessas aposentadorias não pode ser
superior ao TETO.

ATENÇÃO!!! Não se enquadram na proibição de acumulação


de proventos com remuneração os proventos recebidos em

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decorrência de aposentadoria obtida pelo regime geral de


previdência (RGPS), de que trata o art. 201 da Constituição.

Questão de
concurso

29. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo)


Servidor público que ocupe cargo de médico na administração direta da
União e cargo de professor em uma universidade pública federal, ambos
remunerados, pode, havendo compatibilidade de horários entre as
atividades, ocupar outro cargo público remunerado de médico, desde
que esse cargo se situe no âmbito da administração de um estado-
membro, do Distrito Federal ou de um município.

Em nenhuma das hipóteses que estudamos é possível acumular


três cargos. Tal hipótese não está prevista na Constituição. Item errado.

4.4 Das Penalidades


O servidor estará sujeito às penalidades sempre que descumprir
suas obrigações e faltar com seus deveres. Devendo ser observado o
processo disciplinar cabível.

O artigo 127 prevê as penalidades disciplinares:

Art. 127. São penalidades disciplinares:


I - advertência;
II - suspensão;
III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V - destituição de cargo em comissão;
VI - destituição de função comissionada.

O direito ao contraditório e ampla defesa deverá sempre ser


observado. E ainda, o administrador não poderá inovar em sanções a
serem aplicadas no servidor, tal dispositivo é numerusclausus.

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Você deve ter observado que há uma discricionariedade no grau


de aplicação da pena, por isso sempre será analisado a natureza e a
gravidade da infração cometida, bem como o princípio da
proporcionalidade.

É claro que a discricionariedade não atenua a obrigação da


Administração de punir o servidor ou aquele que tem vinculo jurídico
específico com a Administração quando esta tomar conhecimento do
fato.

Vamos a cada uma das penalidades?

a) ADVERTÊNCIA: será aplicada nos casos que já citamos,


em situações que são incabíveis penalidades mais graves. Destacamos
ainda que a advertência será por escrito, e ficará no banco de dados
do servidor sendo cancelada após 3 anos de efetivo exercício.

Confira o art. 129 da Lei 8.112/90:

Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de


violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de
inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou
norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.

Estudamos as situações descritas nas proibições dos servidores.

b) SUSPENSÃO: será cabível nos casos de reincidência nos


casos em que a advertência foi aplicada, além das situações já tratadas.
O servidor poderá ser suspenso por no máximo 90 dias.

A lei nos traz um caso específico de suspensão. Vamos conferir?

Art. 130 § 1oSerá punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o


servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção
médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da
penalidade uma vez cumprida a determinação.

Quando for conveniente ao serviço público, a penalidade de


suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50%

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(cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o


servidor obrigado a permanecer em serviço (art. 130, §2º).

Essa hipótese é menos prejudicial ao servidor, uma vez que no


período da suspensão ele fica sem receber os seus vencimentos.

CUIDADO! Dentre as penalidades expostas no art. 127 da Lei


8.112/90 não existe a “pena de multa”, a multa será aplicada somente
no caso de conversão da suspensão.

O cancelamento do registro da suspensão só se dará após 5 anos


de efetivo exercício. O cancelamento, contudo, não tem efeitos
retroativos.

Mais uma vez, isso deve ficar claro: o servidor não receberá
remuneração no período da suspensão tampouco o tempo de suspensão
será computado como tempo de serviço.

c) DEMISSÃO: Neste caso não há cancelamento do registro da


pena, o servidor perde o seu vinculo com a Administração e deixa de
prestar o serviço público. Vimos acima que só uma proibição enseja a
demissão se descumprida.

Contudo, você deve estar atento ao art. 132 da Lei 8.112/90, que
prevê diversas outras situações em que será aplicada a pena de
demissão. Confira:

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:


I - crime contra a administração pública;
II - abandono de cargo;
III - inassiduidade habitual;
IV - improbidade administrativa;
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
VI - insubordinação grave em serviço;
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em
legítima defesa própria ou de outrem;
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
XI - corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

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XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

Dessa forma, a demissão está vinculada a uma das situações


específicas. Repito: A pena de demissão é um ato vinculado, ou seja,
ocorrida uma das hipóteses descritas no quadro, o julgador deve aplicar
a sanção de demissão – ele não tem escolha!

Nesse sentido, vale a transcrição do entendimento do Superior


Tribunal de Justiça sobre o tema:

3. "A Administração Pública, quando se depara com situações em que


a conduta do investigado se amolda nas hipóteses de demissão ou
cassação de aposentadoria, não dispõe de discricionariedade para
aplicar pena menos gravosa por tratar-se de ato vinculado" (MS
15.517/DF, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe
18.2.2011). No mesmo sentido: MS 16.567/DF, Rel. Ministro Mauro
Campbell Marques, Primeira Seção, DJe 18.11.2011). No mesmo
sentido: MS 15.951/DF, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJe
27.9.2011.
Segurança denegada.
(MS 12.200/DF, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 28/03/2012, DJe 03/04/2012)

d) Cassação de aposentadoria ou indisponibilidade: Será


aplicada no caso do inativo que houver cometido, na atividade, falta
punível com a demissão.

e) Destituição de cargo em comissão: será aplicada ao não


ocupante de cargo efetivo nos casos de infração sujeita às penalidades
de suspensão e de demissão (Art. 135 da Lei 8.112/90).

Por fim, com relação às penalidades você deve atentar-se para o


disposto no art. 137 da Lei nº 8.112/90:

Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por


infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para
nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor
que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do
art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

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Esse dispositivo informa que, no caso de demissão ou a destituição


de cargo em comissão, por ter o servidor valido do cargo para lograr
proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função
pública, e por atuar, como procurador ou intermediário, junto a
repartições públicas, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura
em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Lembre-se que não é considerada infração administrativa se o


servidor atuar como procurador ou intermediário para obter benefícios
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de
cônjuge ou companheiro

Ademais, o servidor público federal não poderá mais integrar


qualquer cargo público federal se foi demitido ou destituído do cargo em
comissão se foi demitido por:

 crime contra a administração pública;

 improbidade administrativa;

 aplicação irregular de dinheiros públicos;

 lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio


nacional;

 corrupção;

Perceba que o servidor criminoso, ímprobo, corrupto ou aquele que


causou lesão aos cofres públicos não poderá retornar ao serviço público
se foi demitido ou destituído do cargo em comissão.

Não podemos encerrar este tópico sem mencionar que não é uma
penalidade, mas encontra previsão da Lei nº 8.112/90 o
afastamento preliminar.

Esse afastamento é uma medida cautelar adotada pela


Administração que afasta o servidor de suas funções, pelo prazo de até

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60 dias (pode ser prorrogado por uma só vez), para que ele não
influa na apuração da irregularidade cometida por ele.

ATENÇÃO: Nesse período, o servidor continua recebendo!

Questão de
concurso

30. (CESPE- 2010 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) Em


processo administrativo disciplinar, a remoção de ofício de um servidor
pode ser utilizada como forma de punição.
A Lei 8.112/90 nos fala que são penalidades disciplinares:

art. 127. São penalidades disciplinares:


I - advertência;
II - suspensão;
III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V - destituição de cargo de comissão;
VI - destituição de função comissionada.

Observe que a remoção não está entre as penalidades!


Gabarito: Errado.

5) Processo Administrativo Disciplinar

Os ilícitos administrativos são apurados pelo processo


administrativo disciplinar e os meios sumários.
Segundo LadisaelBernado e Sérgio Viana, “o Processo
Administrativo pode ser conceituado com como um instrumento formal
em que a Administração Pública, tendo como suporte o jus puniendi do
Estado (via Poder Disciplinar, espécie do gênero Poder Administrativo),
apura a existência de infrações de natureza funcional praticadas por
seus servidores e, caso o apuratório resulte pela autoria da prática

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infracional, aplica a sanção adequada e prevista em instrumento legal


pertinente.”
Veja o diz esse artigo:

Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar


responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas
atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se
encontre investido.

Aqui o legislador nos trouxe duas preciosas informações:


1º) O processo disciplinar é um instrumento destinado a apurar
responsabilidade deservidor por infração praticada no exercício de suas
atribuições.
2º) O instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor
por infração que tenha relação com as atribuições do cargo em que se
encontre investido.
No âmbito do direito disciplinar do servidor público há o processo
administrativo disciplinar e a sindicância.
Di Pietro define sindicância como: “fase preliminar à instauração do
processo administrativo; corresponderia ao inquérito policial que se
realiza antes do processo penal... A lei não estabelece procedimento
para a sindicância, que pode ser realizada por funcionário ou por
comissão de funcionário.”
A sindicância pode ter duas naturezas: (a) preparatória e (b)
punitiva.
Na primeira, a sindicância apenas apura de modo preliminar a
existência de anomalia na conduta do servidor. Se verificado que a
prática do ato investigado pode se caracterizar como uma infração
disciplinar, a sindicância concluirá pela necessidade de abertura de um
processo administrativo disciplinar. Se afastada qualquer possibilidade
de infração, a sindicância é arquivada.
Na segunda natureza da sindicância – a punitiva – esse
procedimento verificará, de plano, que o fato praticado pelo servidor

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caracteriza-se como ato infracional sujeito à sanção de repreensão


ou suspensão de até 30 (trinta) dias. Nessa hipótese, não será
necessária a abertura do processo disciplinar, poderá ser aplicada a
repreensão ou a suspensão de até 30 dias no próprio procedimento da
sindicância.

Veja o que diz o art. 143 da Lei nº 8.112/90:

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço


público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante
sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao
acusado ampla defesa.

ATENÇÃO: Você não pode ler esse dispositivo sem se atentar para
um fato de suma relevância: seja na sindicância PUNITIVA, seja no
processo administrativo disciplinar, deve ser assegurado ao
acusado a ampla defesa.
Repare: na sindicância investigativa não é necessário observar a
ampla defesa, pois esta se dará quando da abertura do processo
administrativo disciplinar.
Outras duas importantes características da sindicância é que ela
deve ser concluída em 30 (trinta) dias, prorrogáveis por igual período, e
que ela deve ser impulsionada por uma comissão disciplinar composta
por três servidores.
Assim, a sindicância, quando instaurada com caráter punitivo e não
meramente investigatório ou preparatório de um processo disciplinar,
tem natureza de verdadeiro processo disciplinar principal, no qual é
indispensável a observância das garantias do contraditório e da ampla
defesa e, além disso, do princípio da impessoalidade e da
imparcialidade, mediante a convocação de uma comissão disciplinar
composta por três servidores (STJ: REsp 509318).

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Vistas as principais características da sindicância, você pode passar


para o estudo do processo administrativo disciplinar.
A legislação brasileira retrata o PAD da seguinte forma:
 Constituição Federal:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

 Lei 8.112/90

Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição
de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou
destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de
processo disciplinar.

Como se vê, quando o servidor estiver sujeito a penalidade de


suspensão por mais de 30 (trinta) dias, demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em
comissão, o procedimento que deve ser instaurado é o processo
administrativo disciplinar.
O PAD segue as seguintes fases: instauração, instrução, defesa,
relatório e decisão.
Veja bem, são 5 fases! INSTA – INSTRU – DE – RE –DE
Mas essa sequência de fases pode ser simplificada com a seguinte
operação:

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Instrução Inquérito
Defesa administrativo
Relatório (ou instrução
sumária)

Com isso, teremos as três fases: instauração, inquérito e


decisão.
Para decorar: INSTA – INQUÉ – DE
A instauração é promovida por meio da portaria de instauração.
Ela é elemento processual indispensável, devendo estar juntada aos
autos. A portaria, em sua redação, deve conter determinados requisitos
formais essenciais, tais como, a identificação dos integrantes da
comissão processante (nome, cargo e matrícula), destacando o
presidente; o procedimento do feito (se sindicância ou PAD - no caso de
rito sumário) e o nome e matrícula do servidor investigado.
É importante observar que o Superior Tribunal de Justiça
sedimentou o entendimento no sentido de que, na portaria de
instauração do PAD, não é necessária a descrição detalhada dos fatos.
Confira-se, nesse sentido, o seguinte trecho de um julgamento do
STJ:
- Na linha da jurisprudência desta Corte, a portaria inaugural do processo
disciplinar está livre de descrever detalhes sobre os fatos da causa, tendo
em vista que somente ao longo das investigações é que os atos ilícitos, a
exata tipificação e os seus verdadeiros responsáveis serão revelados.
(...)
- A absolvição na seara criminal interfere no resultado do processo
administrativo disciplinar apenas quando for reconhecida a efetiva
inexistência do fato ou da autoria (art. 126 da Lei n. 8.112/1990), o que não
aconteceu no caso em debate, em que a absolvição decorreu da ausência de
provas.
Mandado de segurança denegado.
(MS 16.815/DF, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 11/04/2012, DJe 18/04/2012)

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E quem conduz, instrui e preside o PAD? Ou melhor, quem é a


“Administração” nas fases do PAD?
O PAD é conduzido por comissão processante composta de 3
servidores estáveis. Isso quer dizer que eles devem ser ocupantes de
cargo efetivos, ou seja, ingressaram na Administração por meio de
concurso.
Um deles será o presidente da comissão. Essa autoridade deverá
ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível
de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
Confira, por oportuno, a redação do art. 149 da Lei nº 8.112/90:

Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta


de três servidores estáveis designados pela autoridade competente,
observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o
seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de
mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do
indiciado.
§ 1o A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu
presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros.
§ 2o Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito,
cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em
linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

Então, as exigências feitas pela Lei aos três integrantes detentores


de cargo efetivo são relacionadas ao nível do cargo efetivo ou de grau
de escolaridade do presidente em relação ao acusado.
Como o legislador colocou de forma expressa requisitos legais
alternativos, não cabe ao aplicador da lei criar restrições que a norma
não previu, tais como requisitos de nível de cargo ou grau de
escolaridade dos vogais em relação ao acusado e de experiência de
qualquer dos integrantes na matéria técnica de que cuida o processo.
Outra coisa que você deve ter em mente é que a autoridade
instauradora pode designar servidor experiente na matéria para
integrar a comissão. Na comissão, pode haver servidores de órgão

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distinto do órgão de lotação do acusado, mas nesse caso, convém


prévia solicitação ao titular daquele órgão.
Já caiu em outras provas o seguinte questionamento: o servidor é
obrigado a integrar a comissão quando for designado para tanto?
Quanto a esse assunto saiba que a convocação, por parte da
autoridade competente, para servidor integrar comissões disciplinares é
encargo obrigatório e irrecusável, não depende nem mesmo de
liberação do superior hierárquico do servidor indicado.
Importante notar, ainda com relação à comissão, é que ela
exercerá suas atividades com independência e imparcialidade,
assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
interesse da administração.
Vistos os requisitos da instauração, ou melhor, da portaria, vamos
à instrução.
Na instrução, primeiro ato do inquérito administrativo, a
Administração promoverá a tomada de depoimentos, acareações,
investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova,
recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir
a completa elucidação dos fatos.
Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o
interrogatório do acusado.
A instrução se encerra com a tipificação da infração disciplinar, ou
seja, a comissão processante informa qual dever foi violado pelo
servidor ou qual ato infracional foi praticado. Aqui é onde ocorre o
indiciamento do servidor.
No indiciamento, os fatos devem ser bem especificados, de modo
que o servidor saiba de qual acusação ele deve se defender e a qual
pena ele está sujeito.
O indiciamento é, em outras palavras, o instrumento de acusação
formal do servidor inicialmente notificado para acompanhar o processo

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administrativo disciplinar, refletindo convicção preliminar da comissão


de que ele cometeu irregularidade.
O indiciamento é para o PAD o que a denúncia é para o processo
penal.
É dentro dos limites do indiciamento que o servidor deverá
apresentar sua defesa escrita. Dessa forma, a indiciação (além da
notificação como acusado e da intimação para interrogar) é peça
essencial no processo em que se cogita de responsabilização funcional.
Se a Comissão entender por não indiciar o acusado, ele não será
citado e nem precisará apresentar defesa escrita.
Após a apresentação da defesa, a comissão processante
apresentará seu relatório final, onde exporá as suas convicções e
opinará pela aplicação da penalidade ou não ao servidor.
Esta última foi a sequência de fases adotada pela lei. Veja o
disposto no art. 151 da Lei nº 8.112/90:

Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:


I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e
relatório;
III - julgamento.

É bom observar, ainda, que, para não expor o servidor investigado,


as reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.
Além disso, o PAD corre em sigilo na Administração.
E com relação aos prazos, professor, em quanto tempo o PAD deve
se encerrar?
A Lei nº 8.112/90 informa que o PAD tem o prazo de 60 dias para
sua conclusão (art. 152). Esse prazo pode ser prorrogado.
E se a Administração não respeitar esse prazo e solicitar a
prorrogação do prazo do PAD por diversas vezes ou se esquecer de
pedir a prorrogação, o processo será nulo, professor?
Não, meus caros.

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O STJ já sedimentou entendimento no sentido de que o excesso de


prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar não
conduz à sua nulidade, desde que não tenha causado qualquer prejuízo
ao servidor (MS 12369).
Além disso, o art. 169, § 1º, da Lei nº 8.112/90, prevê que o
julgamento fora do prazo não implica em nulidade do processo.
A Lei nº 8.112/90 estabelece que o PAD poderá ser revisto, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando houver fatos novos ou
circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
inadequação da penalidade aplicada (art. 174).
Mas, professor, é a comissão processante quem julga o servidor?
Não, meu caro aluno, a comissão apenas conduz o PAD e faz o
relatório final de caráter opinativo. O julgamento é realizado pelas
autoridades assim definidas na Lei nº 8.112/90, de acordo com a
infração sugerida no relatório final. Leia, com atenção o seguinte
dispositivo:
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder
Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República,
quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou
disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente
inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de
suspensão superior a 30 (trinta) dias;
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos
regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão
de até 30 (trinta) dias;
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de
destituição de cargo em comissão.

Para que esse importante tema de nosso estudo fique ainda mais
claro, segue o quadro:

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Autoridade competente Sanção


Presidente da República, Presidentes demissão e cassação de
das Casas do Poder Legislativo e dos aposentadoria ou disponibilidade
Tribunais Federais e pelo Procurador-
Geral da República

Ministros de Estado, Presidentes de suspensão superior a 30 (trinta) dias


autarquias e fundações (autoridades
administrativas de hierarquia
imediatamente inferior àquelas
mencionadas acima)

Chefe da repartição advertência ou suspensão de até 30


(trinta) dias;

Autoridade que houver feito a quando se tratar de destituição de


nomeação, cargo em comissão.

MUITA ATENÇÃO AQUI! O Presidente da República pode


delegar aos seus Ministros a competência de demitir servidores.
Esse é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça. Veja:

“Possibilidade de o Presidente da República delegar aos Ministros de Estado


a competência para demitir servidores de seus respectivos quadros –
parágrafo único do art. 84, CF”. (MS 7.024/DF)

OUTRA QUESTÃO IMPORTANTE: Pode a autoridade que vai julgar o


PAD contrariar as conclusões da comissão processante e deixar de
aplicar a penalidade sugerida ou absolver o servidor quando a comissão
opinou pela condenação?
Pode sim, contudo, em apenas uma hipótese: quando o relatório
da comissão contrariar a prova dos autos. Nesse caso, a autoridade
julgadora pode, de forma motivada, agravar ou abrandar a penalidade
proposta ou, até mesmo, isentar o servidor de responsabilidade (art.
168).

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Vamos complementar nossos estudos com a resolução de


questões? Para que você se aprofunde ainda mais na matéria,
recomendamos a leitura dos arts. 149 a 173 da Lei nº 8.112/90.
Perceba o quanto esses dispositivos são importantes ao resolver as
seguintes questões.

Questões de
concurso

31. (CESPE - 2009 - IBRAM-DF – Advogado) Conforme


entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o controle
jurisdicional a respeito do ato administrativo que impõe sanção
disciplinar restringe-se aos seus aspectos meramente formais.
Segundo posicionamento do STJ no MS 13.986/DF, "Em face dos
princípios da proporcionalidade, dignidade da pessoa humana e
culpabilidade, aplicáveis ao regime jurídico disciplinar, não há juízo de
discricionariedade no ato administrativo que impõe sanção disciplinar a
Servidor Público, razão pela qual o controle jurisdicional é amplo,
de modo a conferir garantia aos servidores públicos contra
eventual excesso administrativo, não se limitando, portanto,
somente aos aspectos formais do procedimento sancionatório."
Gabarito: Errado.

32. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário)O rito sumário do


processo administrativo disciplinar aplica-se apenas à apuração das
irregularidades de acumulação ilícita de cargos públicos, abandono de
cargo e inassiduidade habitual.
Vejamos o que dizem os arts. 133 e 140 da Lei 8.112/90:

Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos,


empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143
notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar
opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na

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hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e


regularização imediata, cujo processo administrativo disciplinar se
desenvolverá nas seguintes fases:
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser
composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e
a materialidade da transgressão objeto da apuração;
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
III - julgamento.
(...)
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade
habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se
refere o art. 133, observando-se especialmente que:
I - a indicação da materialidade dar-se-á:
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de
ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias;
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao
serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias
interpoladamente, durante o período de doze meses;

No caso de abandono de cargo e inassiduidade, a lei também


afirma que será adotado o procedimento sumário.
Gabarito: certo.

33. (CESPE - 2009 - SEAD-SE (FPH) – Procurador) O secretário de


estado da saúde de determinado estado da Federação determinou a
instauração de processo administrativo disciplinar para apurar fatos
envolvendo irregularidades praticadas por servidor daquela secretaria.
Nessa situação, o processo administrativo disciplinar iniciar-se-á com a
sindicância, que é um meio sumário e sigiloso de investigação, com o
objetivo de apuração preliminar dos fatos, vedada a presença de partes
e advogado.
Vimos que as fases para instauração do PAD seguem a seguinte
sequência:

Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:


I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e
relatório;
III - julgamento.

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Para decorar: INSTA – INQUÉ – DE


Gabarito: Errado.

34. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da Informação)


De acordo com entendimento do Supremo Tribunal Federal, a falta de
defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.
Veja o que diz a súmula vinculante nº5 do STF:

A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo


disciplinar não ofende a Constituição.

Gabarito: Certo

35. (CESPE - 2011 - TRE-ES - Técnico Judiciário) O Ministro de


Estado pode ser submetido a processo administrativo disciplinar, nos
termos da Lei n.º 8.112/1990.
Sobre esse tema, a AGU editou o parecer vinculante nº GQ-35, que
assim concluiu:
“4. A Lei n. 8.112, de 1990, comina a aplicação de penalidade a
quem incorre em ilícito administrativo, na condição de servidor público,
assim entendido a pessoa legalmente investida em cargo público, de
provimento efetivo ou em comissão, nos termos dos arts. 2ºe 3º. Essa
responsabilidade de que provém a apenação do servidor não alcança os
titulares de cargos de natureza especial, providos em caráter precário e
transitório, eis que falta a previsão legal da punição. Os titulares dos
cargos de Ministro de Estado (cargo de natureza especial) se
excluem da viabilidade legal de responsabilização
administrativa, pois não os submete a positividade do regime jurídico
dos servidores públicos federais aos deveres funcionais, cuja

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inobservância acarreta a penalidade administrativa. É que o processo


disciplinar se destina "a apurar responsabilidade de servidor por
infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha
relação com as atribuições do cargo em que se encontra investido" (art.
148 da Lei n. 8.112, de 1990)”.

Art.148 O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar


responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas
atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se
encontre investido.

Por isso, o gabarito é errado.

36. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA)


Um servidor público federal que, admitido no serviço público, sem
concurso público, em 1982, e atualmente lotado em determinado órgão
público federal, seja indicado para integrar comissão de processo
administrativo disciplinar estará impedido legalmente de presidir essa
comissão.
Aqui o que você não pode confundir o servidor ocupante de cargo
efetivo com servidor estável. Para ser membro de comissão, o servidor
deve ser estável. No caso do presidente da comissão, o art. 149
determina que, além de ser estável, ele deve ser ocupante de cargo
efetivo. Isso quer dizer que o presidente deve ter sido admitido no
serviço público por meio de concurso público. Outros requisitos para ser
presidente são: a autoridade deverá ser ocupante de cargo superior ou
de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do
indiciado.
Gabarito: Certo.
37. (CESPE - 2010 - PGM-RR - Procurador Municipal)A comissão de
sindicância não é pré-requisito para a instauração do processo
administrativo disciplinar.

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A comissão de sindicância é requisito para a instauração do PAD,


pois é ela quem vai movimentar o processo na fase de inquérito.
Gabarito: Errado.

38. (CESPE - 2010 - MS - Analista Técnico) A autoridade julgadora


poderá decidir em desconformidade com o relatório elaborado pela
comissão responsável pela condução do processo disciplinar quando
reputá-lo contrário às provas dos autos.
MUITA ATENÇÃO PARA ESSA QUESTÃO!
É importante que você leia os artigos recomendados da Lei nº
8.112/90, pois você pode se deparar com uma questão como essa, que
é a pura lei:

Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando


contrário às provas dos autos.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as
provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente,
agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
responsabilidade.

Gabarito: Certo.

39. (CESPE - 2008 - ABIN - Oficial de Inteligência) No âmbito do


processo administrativo disciplinar, o interrogatório do acusado ocorre
antes da inquirição das testemunhas, e depois da sua citação.
Essa afirmação contraria o seguinte dispositivo da Lei nº 8.112/90:

Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão


promoverá o interrogatório do acusado, observados os
procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.
§ 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido
separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre
fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles.
§ 2o O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem
como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas
perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por
intermédio do presidente da comissão.

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Gabarito: errado.
Não podemos encerrar o estudo do processo administrativo
disciplinar sem abordarmos os seguintes entendimentos
jurisprudenciais.
É devida a observância do prazo de três dias de antecedência
da oitiva para a intimação de testemunha (art. 41 da Lei n.
9.784/1999, aplicado subsidiariamente a Lei n. 8.112/1990) (STJ-MS
12.895-DF).
Com relação ao interrogatório do acusado, quando se demonstrar
conveniente, pode a comissão interrogar o acusado logo no início da
instrução e/ou no curso da instrução. Estes interrogatórios preliminares
não carreiam nulidade para o processo, uma vez que não se afasta a
realização do interrogatório ao final, tentando-se concluir a busca da
convicção, conforme determina o art. 159 da Lei nº 8.112/90.
Cabe à administração comprovar o ônus da prova, a culpa de
terceiro, ou a culpa concorrente ou exclusiva da vítima, ou força maior
e casofortuito, para excluir ou atenuar sua responsabilidade civil de
reparar.
Por fim, veja o que saiu no recente informativo do STJ
(23/05/2012):
O tribunal reconheceu que é impossível o agravamento da
penalidade imposta a servidor público após o encerramento do
respectivo processo disciplinar, ainda que a sanção anteriormente
aplicada não esteja em conformidade com a lei ou orientação normativa
interna. O PAD somente pode ser anulado quando constatada a
ocorrência de vício insanável (art. 169, caput, da Lei n.
8.112/1990), ou revisto quando apresentados fatos novos ou
circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do servidor punido ou
a inadequação da penalidade aplicada (art. 174, caput, da Lei n.
8.112/1990). Para o STJ, a anulação parcial do processo administrativo
disciplinar para adequar a penalidade aplicada ao servidor, consoante

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pareceres do órgão correspondente, ensejando aplicação de sanção


mais grave ofende o devido processo legal e a proibição da
reformatio in pejus.(MS 13.341-DF)
Ah, já ia me esquecendo da prescrição. Afinal, quando uma
infração administrativo-disciplinar prescreve? Até quando os servidores
ficarão sujeitos a uma punição se a Administração se mantiver inerte e
não instaurar qualquer procedimento?
Esses questionamentos são respondidos pelo seguinte dispositivos
da Lei nº 8.112/90:
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão,
cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo
em comissão;
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou
conhecido.
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações
disciplinares capituladas também como crime.
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade
competente.
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir
do dia em que cessar a interrupção.

Assim como há uma autoridade julgadora para cada pena prevista,


há um prazo prescricional para cada sanção. Como se viu, para a
demissão, cassação de aposentadoria e destituição de cargo em
comissão, a Administração deve promover a abertura de processo
disciplinar em 5 anos, contados a partir da data em que o fato se tornou
conhecido.
Para as infrações sujeitas à suspensão, a prescrição é de 2 anos.
Para as sujeitas à advertência, a Administração deve promover a
abertura de processo disciplinar no exíguo prazo de 180 dias.
Para as infrações disciplinares que também são previstas como
crime, o prazo prescricional será o da lei penal.

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5.1 Revisão
O processo pode ser revisado a qualquer tempo, desde que haja
fato novo ou circunstâncias que justifiquem o abrandamento da
decisão original. O fato novo é aquele que se tinha conhecimento
quando do processo originário, tem que ser novo como instrumento de
prova no processo administrativo disciplinar.
Assim, a revisão acontece quando o PAD ou a sindicância já foram
encerrados. O novo processo correrá em apenso ao processo original,
conforme dispõe o art. 178 Lei 8.112/90.
Lembre-se que no PAD não há segunda instância, o processo todo
ocorre em uma única instância. Dessa forma, a revisão NÃO é uma
segunda instância do processo Administrativo.
Na revisão, o ônus da prova do fato novo é do requerente.
Quanto ao prazo:

Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos
trabalhos.
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos
termos do art. 141.
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados
do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá
determinar diligências.

Para que chegue a revisão requer o esgotamento de todas as


eventuais ferramentas recursais no processo originário, de modo que
não é aceito apresentar pedido de revisão e, ao mesmo tempo, um
pedido de reconsideração da decisão do PAD.
Somente após decididos todos os pedidos no PAD é que se pode
ingressar com o pedido de revisão.
Mas caso o servidor utilize desses artifícios simultaneamente, a
administração irá intimá-lo para que o servidor desista do procedimento
recursal para que a revisão seja de imediato apreciado ou que ele opte
pelo esgotamento das análises de natureza recursal no processo

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originário antes de ter apreciado seu pedido de instauraração de


processo revisor.
A revisão poderá ocorrer de ofício (a própria administração
promove a abertura quando constata um fato ou circunstância nova) ou
a pedido da parte interessada.
Professor, para que ocorra a revisão, o PAD deve ter sido concluído
com a aplicação de uma pena grave, como a demissão?
Não meu caro! A revisão poderá ocorrer independente do grau de
responsabilização imposto ao servidor na sindicância ou PAD originário.
Quem tem competência para autorizar a instauração do processo
de revisão?

Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro


de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão,
encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou
o processo disciplinar.

Se o processamento for deferido, será remetido para a respectiva


autoridade instauradora, para a formação da comissão revisora. O
curioso é que essa comissão poderá ser integrada por membros da
comissão originária!
Prevalecem os mesmos requisitos para os integrantes da comissão
já descritos para o rito ordinário.
Para concluir, saiba que na revisão não pode ocorrer a reformatio
in pejus, ou seja a pena não pode ser mais grave do que a
aplicada anteriormente no PAD.

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6) RESUMO

Quanto a improbidade administrativa, seu fundamento


constitucional encontra-se no §3º do art. 37 da Constituição Federal:
“Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
sem prejuízo da ação penal cabível”.

Uma pessoa que não seja agente público pode praticar ato de
improbidade, desde que ocorra uma das seguintes hipóteses:

1. a pessoa induz um agente público a praticar ato de


improbidade;

2. a pessoa pratica um ato de improbidade junto com um agente


público, ou seja, concorre para a prática do ato;

3. a pessoa se beneficia, de forma direta ou indireta, de um


ato de improbidade que não praticou.

A Lei nº 8.429/92 estabelece sanções de natureza administrativa


(perda da função pública, proibição de contratar com o Poder Público,
proibição de receber do Poder Público benefícios fiscais ou creditícios),
civil (ressarcimento ao erário, perda dos bens e valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, multa civil) e política (suspensão dos
direitos políticos). Grosso modo, pode-se dizer que essa lei só prevê
sanções de natureza cível (em contraposição à expressão “sanção
penal”).

A Lei nº 8.429/92 não estabelece sanções penais pela prática de


improbidade administrativa. Entretanto, as penalidades nela cominadas
são aplicáveis independentemente de outras sanções, previstas em
outras leis.

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ATENÇÃO!!! Para que se configure a prática de ato de improbidade


administrativa, seja ele descrito no art. 9º (enriquecimento ilícito), 10
(prejuízo ao erário) ou 11 (violação aos princípios da administração) da
Lei nº 8.429/92, deve estar caracterizado o dolo do agente na prática
desses atos (EREsp 875.163). Somente no caso do ato de improbidade
previsto no art. 10 da Lei nº 8.429/92 é que o STJ admite a culpa grave
(AIA 30, STJ).

Segundo o art. 9º da Lei nº 8.429/92, o ato de improbidade que


importa em enriquecimento ilícito é aquele que visa auferir qualquer
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades
passíveis de ser enquadradas como sujeito passivo de atos de
improbidade administrativa.

De acordo com o art. 10 da Lei nº 8.429/92, consiste em


qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres das entidades passíveis de ser
enquadradas como sujeito passivo de atos de improbidade
administrativa.

Com base no art. 11 da Lei nº 8.429/92, abrange qualquer ação


ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade, e lealdade às instituições.

Perceba: só é necessária a comprovação da existência de dano


ao patrimônio público para aplicar a sanção de ressarcimento, as
demais sanções independem de dano.

Perceba: mesmo que as contas do agente público tenham sido


APROVADAS pelo TCU, ele pode ser condenado por ato de improbidade
e se sujeitar às sanções da Lei nº 8.429/92.

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A Lei nº 8.429/92 prevê que os agentes públicos devem prestar


declaração anual de seus bens sob pena de demissão. Será demitido,
ainda, aquele que prestar declaração falsa.

Há uma legitimação ativa concorrente para propor a ação de


improbidade administrativa: Ministério Público e pessoa jurídica contra
a qual o ato de improbidade foi praticado.

Há um juízo de prévio da existência de fundamentos suficientes


para sustentar a demanda. Após o recebimento da inicial, o juiz, no
prazo de 30 dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se
convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da
ação ou da inadequação da via eleita.

O STF declarou inconstitucional o dispositivo legal (art. 84, §§ 1º


e 2º, do CPP) que previa o foro por prerrogativa de função nas ações de
improbidade administrativa. Isso ocorreu na ADI 2797. A partir daí, a
regra geral é que não existe foro especial por prerrogativa de
função nas ações de improbidade, apenas nas ações criminais.

Entretanto, no julgamento da Reclamação 2138, o mesmo STF


decidiu que os juízes de primeira instância são incompetentes “para
processar e julgar ação civil de improbidade administrativa ajuizada
contra agente político que possui prerrogativa de foro perante o
Supremo Tribunal Federal, por crime de responsabilidade, conforme o
art. 102, I, "c", da Constituição”.

Assim, a regra geral foi excepcionada para admitir o foro por


prerrogativa de função nas ações de improbidade aos agentes políticos
que possuem foro privilegiado nos crimes de responsabilidade.

As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas na Lei


nº 8.429/92 podem ser propostas:

1. até 5 anos após o término do exercício de mandato, de cargo


em comissão ou de função de confiança; ATENÇÃO QUANTO

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AO TERMO INICIAL DA CONTAGEM: APÓS O TÉRMINO DO


MANDATO!!!!

2. dentro do prazo prescricional previsto em lei específica


para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem
do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou
emprego.

ATENÇÃO!!! Nos termos do art. 37, §5º, da CF, as ações


civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis.

O PAD segue as seguintes fases: instauração, instrução, defesa,


relatório e decisão.
Veja bem, são 5 fases! INSTA – INSTRU – DE – RE –DE
Mas essa sequência de fases pode ser simplificada com a seguinte
operação:

Instrução
Inquérito
Defesa administrativo
Relatório (ou instrução
sumária)

Com isso, teremos as três fases: instauração, inquérito e


decisão.
Para decorar: INSTA – INQUÉ – DE
Na instrução está presente a indiciação, sendo esta fase o
instrumento de acusação formal do servidor inicialmente notificado para
acompanhar o processo administrativo disciplinar, refletindo convicção
preliminar da comissão de que ele cometeu irregularidade. A indiciação
delimita a acusação e dentro deste limite o servidor deverá apresentar
sua defesa escrita.
Apresentada a defesa, a comissão processante apresenta relatório
final, opinando pela aplicação ou não de penalidade. Essa conclusão

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definirá a autoridade competente para aplicar a sanção proposta, de


acordo com sua gravidade.
O relatório final pode deixar de ser acolhido pela autoridade
julgadora quando estiver contrário às provas dos autos.
E quem conduz, instrui e preside o PAD?
O PAD é conduzido por comissão processante composta de 3
servidores estáveis, lembre-se de cargo efetivo.
Um deles será o presidente da comissão. Essa autoridade deverá
ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível
de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
Então, as exigências feitas pela Lei aos três integrantes detentores
de cargo efetivo e estabelece critério de nível do cargo efetivo ou de
grau de escolaridade do presidente em relação ao acusado.
A portaria de instauração é elemento processual indispensável,
devendo estar juntadaaos autos. A portaria, em sua redação, deve
conter determinados requisitos formais essenciais, com a
identificaçãodos integrantes da comissão (nome, cargo e
matrícula),destacando o presidente; o procedimento do feito (se
sindicância ou PAD - no caso de rito sumário).
Não é necessária a descrição minuciosa dos fatos na portaria. Essa
descrição deve constar do indiciamento.
Para não expor o servidor investigado, as reuniões e as audiências
das comissões terão caráter reservado. Além disso, o PAD corre em
sigilo na Administração.
A Lei nº 8.112/90 estabelece que o PAD poderá ser revisto, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando houver fatos novos ou
circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
inadequação da penalidade aplicada (art. 174).
A Lei nº 8.112/90 informa, ainda, que o PAD tem o prazo de 60
dias para sua conclusão (art. 152). Esse prazo pode ser prorrogado.

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E se a Administração não respeitar esse prazo e solicitar a


prorrogação do prazo do PAD por diversas vezes não há qualquer
problema, desde que o atraso não tenha causado qualquer prejuízo ao
servidor, segundo o STJ.
O processo pode ser revisado a qualquer tempo, desde que haja
fato novo ou circunstâncias que justifiquem o abrandamento da
decisão original. O fato novo é aquele que se tinha conhecimento
quando do processo originário, tem que ser novo como instrumento de
prova no processo administrativo disciplinar.
A revisão poderá de ofício ou a pedido da parte interessada.
Quem tem competência para autorizar a instauração do processo
de revisão?

Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro


de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão,
encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou
o processo disciplinar.

Se o processamento for deferido, será remetido para a respectiva


autoridade instauradora, para a formação da comissão revisora. O
curioso é que essa comissão poderá ser integrada por membros da
comissão originária!
Para concluir, saiba que não revisão não pode ocorrer a reformatio
in pejus, ou seja a pena não pode ser mais grave do que anterior.

7) Questões

1. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) O responsável por


cometer ato de improbidade sofrerá a sanção de suspensão dos direitos
políticos, pena esta aplicável a todas as hipóteses de cometimento de
ato de improbidade.

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2. (CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo) Um terceiro que


pratique, juntamente com um agente público, ato do qual decorra
prejuízo ao erário não estará sujeito às sanções previstas na Lei de
Improbidade Administrativa.
3. (CESPE - 2011 - EBC - Analista) Os empregados públicos,
regidos pelas normas trabalhistas, não se submetem aos preceitos
contidos na lei de improbidade administrativa, por não serem agentes
políticos nem constarem expressamente no rol de sujeitos ativos,
previstos taxativamente na norma de regência.
4. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) As sanções penais,
civis e administrativas previstas em lei podem ser aplicadas aos
responsáveis pelos atos de improbidade, de forma isolada ou
cumulativa, de acordo com a gravidade do fato.
5. (CESPE - 2012 - ANAC - Analista Administrativo) O agente
público deverá ressarcir integralmente o dano causado ao patrimônio
público somente se restar comprovado que sua ação ou omissão foi
dolosa.
6. (CESPE - 2012 - ANAC - Analista Administrativo) Caso morra
um agente público que tenha cometido ato ilícito previsto na referida
lei, a punição a que ele tiver sido submetido será extinta, não
acarretando, portanto, nenhum ônus aos seus sucessores.
7. (CESPE - 2012 - Banco da Amazônia - Técnico Científico) De
acordo com a jurisprudência do STJ, estando presente o fumus boni
iuris, no que concerne à configuração do ato de improbidade e à sua
autoria, dispensa-se, para que seja decretada a indisponibilidade de
bens, a demonstração do risco de dano.
8. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista
Judiciário) O terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado nas
esferas cível e criminal, mas não por improbidade administrativa, visto
que esta não abrange particulares.

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9. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Analista – Processual) Retardar ou


deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício configura ato de
improbidade administrativa cuja configuração prescinde da presença de
elemento doloso.
10. (CESPE - 2012 - ANAC - Técnico Administrativo) De acordo com
a legislação, para que determinado ato seja caracterizado como ato de
improbidade administrativa, é necessário ter havido lesão ao erário, em
virtude de ação ou omissão, desde que na modalidade culposa.
11. (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) Segundo
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o reconhecimento
de ato de improbidade administrativa, nos moldes previstos pela Lei de
Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429'1992), requer o exercício de
função específica (administrativa), não se admitindo sua extensão à
atividade judicante.

12. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista) Os atos de improbidade que


importam enriquecimento ilícito sujeitam seus autores, entre outras
sanções, à perda da função pública, à suspensão dos direitos políticos
de oito a dez anos e à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
ao patrimônio.
13. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) A dispensa
indevida de processo licitatório por agente público, além de causar
prejuízo ao erário, constitui ato de improbidade administrativa que
importa no enriquecimento ilícito daquele que o pratica.
14. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) Em caso
de ato de improbidade, o ressarcimento do poder público só será
cabível se o ato causar prejuízo ao erário ou ao patrimônio público.
15. (CESPE/STF/Técnico/2008) Os atos de improbidade
administrativa devem ter por pressuposto a ocorrência de dano ao
erário público.

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16. (CESPE/TJ-CE/Analista/2008) A aprovação das contas do


agente público por Tribunal de Contas afasta a possibilidade de
incidência em ato ímprobo pelo servidor que o praticou.
17. (CESPE - 2012 - ANCINE - Técnico Administrativo) Frustrar a
licitude de concurso público configura ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da administração pública.
18. (CESPE - 2012 - AGU – Advogado) É necessária a comprovação
de enriquecimento ilícito ou da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público para a tipificação de ato de improbidade administrativa que
atente contra os princípios da administração pública.
19. (CESPE/TCEES/Procurador/2009) Servidor público estadual que,
notificado para apresentar a declaração anual de bens, recusar-se a
apresenta-la, dentro do prazo especificado, será punido com a pena de
demissão, conforme previsto na lei de regência.

20. (CESPE - 2012 - ANAC - Técnico Administrativo) Se condenado


por improbidade administrativa, o servidor público que, para beneficiar
um amigo, tiver deixado de praticar, indevidamente, ato de ofício
deverá realizar o ressarcimento integral do dano causado e perderá sua
função pública, sendo vedada a suspensão de seus direitos políticos.

21. (CESPE/MP-RN/2009) É crime a representação por ato de


improbidade administrativa contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia tem conhecimento de que este
é inocente.
22. (CESPE - 2012 - Polícia Federal - Agente da Polícia Federal) Se
o suposto autor do ato alegar que não tinha conhecimento prévio da
ilicitude, o ato de improbidade restará afastado, por ser o
desconhecimento da norma motivo para afastá-lo.
23. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Apenas o
Ministério Público (MP) poderá representar à autoridade administrativa

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competente para que seja instaurada investigação devida para apurar a


prática de ato de improbidade.

24. (CESPE/TRF-1/Juiz/2009) A ação de improbidade administrativa


terá o rito ordinário e será proposta pelo MP ou pela pessoa jurídica
interessada, dentro de 60 dias da efetivação da medida cautelar.

25. (CESPE/TCE-ES/Procurador/2009) Pessoas jurídicas de direito


público, mesmo que interessadas, não têm legitimidade ativa para
propor ação civil pública de improbidade administrativa.
26. (CESPE - 2012 - TC-DF - Auditor de Controle Externo) Durante
a instrução processual, o agente público poderá ser afastado do seu
cargo mediante determinação de autoridade administrativa competente.
27. (CESPE/MP-RN/2009) As ações de improbidade administrativa
de atos que atentem contra os princípios da administração pública
podem ser propostas até 10 anos após o término da função de
confiança de quem as tenha praticado.
28. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) As ações que têm
por objeto a aplicação das sanções previstas para o cometimento de ato
de improbidade realizado por prefeito municipal prescrevem até três
anos após a ocorrência do ato de improbidade.
29. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo)
Servidor público que ocupe cargo de médico na administração direta da
União e cargo de professor em uma universidade pública federal, ambos
remunerados, pode, havendo compatibilidade de horários entre as
atividades, ocupar outro cargo público remunerado de médico, desde
que esse cargo se situe no âmbito da administração de um estado-
membro, do Distrito Federal ou de um município.

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30. (CESPE- 2010 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) Em


processo administrativo disciplinar, a remoção de ofício de um servidor
pode ser utilizada como forma de punição.

31. (CESPE - 2009 - IBRAM-DF – Advogado) Conforme


entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o controle
jurisdicional a respeito do ato administrativo que impõe sanção
disciplinar restringe-se aos seus aspectos meramente formais.
32. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário)O rito sumário do
processo administrativo disciplinar aplica-se apenas à apuração das
irregularidades de acumulação ilícita de cargos públicos, abandono de
cargo e inassiduidade habitual.

33. (CESPE - 2009 - SEAD-SE (FPH) – Procurador) O secretário de


estado da saúde de determinado estado da Federação determinou a
instauração de processo administrativo disciplinar para apurar fatos
envolvendo irregularidades praticadas por servidor daquela secretaria.
Nessa situação, o processo administrativo disciplinar iniciar-se-á com a
sindicância, que é um meio sumário e sigiloso de investigação, com o
objetivo de apuração preliminar dos fatos, vedada a presença de partes
e advogado.

34. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da Informação)


De acordo com entendimento do Supremo Tribunal Federal, a falta de
defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.

35. (CESPE - 2011 - TRE-ES - Técnico Judiciário) O Ministro de


Estado pode ser submetido a processo administrativo disciplinar, nos
termos da Lei n.º 8.112/1990.

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36. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA)


Um servidor público federal que, admitido no serviço público, sem
concurso público, em 1982, e atualmente lotado em determinado órgão
público federal, seja indicado para integrar comissão de processo
administrativo disciplinar estará impedido legalmente de presidir essa
comissão.
37. (CESPE - 2010 - PGM-RR - Procurador Municipal)A comissão de
sindicância não é pré-requisito para a instauração do processo
administrativo disciplinar.

38. (CESPE - 2010 - MS - Analista Técnico) A autoridade julgadora


poderá decidir em desconformidade com o relatório elaborado pela
comissão responsável pela condução do processo disciplinar quando
reputá-lo contrário às provas dos autos.

Gabarito:

1) C
2) E
3) E
4) C
5) E
6) E
7) C
8) E
9) E
10) E
11) E
12) C
13) E

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14) C
15) E
16) E
17) C
18) E
19) E
20) C
21) C
22) E
23) E
24) E
25) E
26) C
27) E
28) E
29) E
30) E
31) E
32) C
33) E
34) C
35) E
36) C
37) E
38) C
39) E

8) Referências

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ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Direito Administrativo


descomplicado. 18ª ed. São Paulo: Método, 2010.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito


Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Malheiros, 2010.

CAHALI, Yussef Said. Responsabilidade civil do Estado. São Paulo:


Malheiros, 1995.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito


Administrativo. 13ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005.

CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil. 5ª


ed. São Paulo: Malheiros, 2003.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22ª ed.


São Paulo: Editora Atlas, 2009.

DUEZ, Paul. La responsabilité de la puissance publique. Paris:


Librairie Dalloz, 1927.

FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental


brasileiro. 7ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2006.

FREITAS, Juarez. Responsabilidade civil do estado. São Paulo:


Malheiros, 2006.

GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo. 13ª ed. São Paulo:


Saraiva, 2008.

MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo - tomo I. 3ª ed.


Salvador: Jus Podivm, 2007.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. São


Paulo: Malheiros, 2003.

MESQUITA, Daniel. Direito Administrativo – Série Advocacia


Pública, Vol. 3, Ed. Forense, Rio de Janeiro, Ed. Método, São Paulo,
2011.

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STOCO, Rui. Responsabilidade civil e sua interpretação


jurisprudencial: doutrina e jurisprudência. 4ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1999.

Informativos de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em


www.stf.jus.br, e do Superior Tribunal de Justiça, em www.stj.jus.br.

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