Treinamento de Goleiros
Treinamento de Goleiros
Treinamento de Goleiros
Desse modo o goleiro é o único atleta dentre todas as posi- 1 Mestre em Ciências da Saúde pela UnB.
Coordenador do curso de Educação
ções em que se realiza um trabalho individualizado dos demais Física da FUG.
jogadores. A posição de goleiro é aquela em que são exigidas 2 Mestrando em Educação pela PUC
Goiás. Professor da FAESPE, wplima9@
condições especiais do atleta para ocupá-la (CARLESSO, 1981). gmail.com
Segundo Marcellus (2004), as principais ações defensivas 3 Especialista em Docência Universitária
pela IAESUP. Professor da FUG.
que o goleiro deve dominar para se torna um atleta tecnica- 4 Graduado em Educação Física pela FUG.
mente completo são: a pegada alta no meio, a pegada na altura 5 Graduado em Educação Física pela FUG.
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jun. 2016, p. 38
do peito, o encaixe, a defesa rasteira no meio, a defesa rasteira nas laterais, a defesa quicando
no meio, a defesa quicando nas laterais, a defesa à meia altura nas laterais, a defesa alta no
meio, a defesa alta nas laterais, as saídas nos cruzamentos, penalidade máxima e a formação
de barreiras. Para Leal (2000). O goleiro precisa também estar bem colocado, pois essa atitude
possibilitará a diminuição do ângulo para o chute do atacante. .
Para desempenhar com qualidade, as funções acima citadas, o goleiro utiliza de uma série
de valências físicas. Entendemos por valências físicas como sendo os potenciais ou as qua-
lidades inatas do homem, que são expressas continuamente por meio da predisposição e do
talento. (MANTOVANI, M.).
De acordo com Tubino (1984), elas são classificadas da seguinte forma: Força (dinâmi-
ca, estática e explosiva), Velocidade (de deslocamento, segmentar e de reação), Coordenação
motora, Equilíbrio (dinâmico, estático e de recuperação), ritmo, Flexibilidade, Resistência
(localizada, aeróbica e anaeróbica), Agilidade, Descontração (completa e diferencial). Estas
valências físicas bem trabalhadas melhoram o desempenho tanto físico quanto técnico do
goleiro. E para esta pesquisa foram tratadas as seguintes valências físicas: flexibilidade, agili-
dade, velocidade de reação e Força de impulsão. Tendo em vista que estas quatro são as mais
utilizadas durante a ação do goleiro nos jogos e treinamentos, exigindo um maior grau de
aprimoramento.
Sendo assim, esse instrumento de pesquisa ressalta a importância de se individualizar ain-
da mais os treinamentos com goleiros, através de trabalhos específicos para estas valências
físicas, visando sempre à evolução do atleta em todos os aspectos funcionais. Assim avaliamos
e comparamos os níveis de aptidão física de goleiros de diferentes clubes em Goiás, a fim de
propor diferentes formas na preparação física e técnica destes atletas.
HISTÓRIA DO FUTEBOL
na China Antiga, por volta de 3000 a.C, os militares praticavam um jogo como forma de treinamen-
to militar. Após as guerras, formavam equipes para chutar a cabeça dos soldados rivais. Com o tem-
po, as cabeças foram sendo substituídas por bolas de couro revestidas com cabelo. Eles fincavam
duas estacas no campo e Formavam duas equipes com oito jogadores o objetivo era passar a bola
de pé em pé sem deixar cair no chão, levando-a para dentro das estacas fincadas no campo. Estas
estacas eram ligadas por um fio de cera. (DUARTE, 1997)
Existem também registros de um jogo na Itália Medieval, denominado gioco del cálcio. Este
jogo era praticado nas praças e o objetivo era levar a bola de um canto para o outro da praça,
mas a violência era tão grande que o rei Eduardo II decretou uma lei proibindo a pratica do
jogo. Com o passar dos tempos o futebol foi se desenvolvendo tomando cada vez mais formas
de jogo, mas foi na Inglaterra por volta do século XVII que o jogo ganhou regras foi organizado
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 39
e sistematizado. Com regras claras e objetivas, com isso o futebol começou a ser praticado e foi
se popularizando mundialmente. (FRISSELLI; MANTOVANI. 1999)
FUTEBOL NO BRASIL
De acordo com Voser (2010), o futebol no Brasil começou século XIX, através de Charles
Miller, paulistano nascido no bairro do Brás. Ele viajou para Inglaterra aos nove anos de idade
para estudar, e lá ele teve os primeiros contatos com o futebol. Ao retornar ao Brasil em 1894,
trouxe na bagagem a primeira bola de futebol e um conjunto de regras. Muitos acreditam que
tivemos partidas de futebol no nosso litoral, tanto no Norte como no Nordeste e no Sudeste do
Brasil, e seriam jogos disputados entre brasileiros e marinheiros estrangeiros.
Com o passar dos tempos o futebol foi evoluindo e tornando um fenômeno social, chaman-
do cada vez mais a atenção de toda população. Com isso foi tendo uma influencia cada vez
maior em nossa cultura. DaMatta (1982) entende o futebol como um fenômeno social que está
intimamente ligado à sociedade e que atinge todas as camadas sociais.
No Brasil o futebol é o principal esporte do país, desde cedo os jovens são impulsionados
pelo sonho e desejo de ser um jogador de futebol profissional, não só pela fama que o espor-
te pode proporcionar, mas também pelo sonho de transformar sua realidade social. A partir
dessa lógica, podemos afirmar que se constitui muito da realidade do nosso país, pois muitos
sonham conquistar reconhecimento e fama através do futebol, e este é um dos motivos que
levou essa modalidade a transformar-se neste espetáculo que temos hoje em dia.
O futebol como e praticado hoje em dia foi tomar formas de jogo, por volta de 1900 nos
países da Europa Central. No dia 23 de maio de 1904 foi criado o Estatuto e elegeu se uma di-
retoria era então criada a FIFA1, que e o principal órgão do futebol mundial, ela e responsável
por coordenar as ações dessa modalidade esportiva, até o momento ela mantém uma atuação
importante, e muito influente no crescimento e organização desse esporte. A FIFA até hoje é
responsável por organizar os principais campeonatos mundiais e todos os campeonatos ofi-
ciais de futebol do mundo seguem os estatutos definidos pela FIFA. (VOSER, 2010)
Atualmente existem 17 regras oficiais no futebol. Uma das principais regras diz respeito ao
campo de jogo que deve ter dimensões de no mínimo 90m e no Maximo 120m de comprimen-
to com no mínimo 45m e no Maximo 90m de largura, também o tempo de disputa do jogo de
deve ser de 90 minutos sendo dois tempos de 45 minutos cada, com intervalo de 15 minutos
entre eles.
O jogo deve ser disputado com 22 jogadores sendo 11 de cada equipe, estes jogadores são
distribuídos em diferentes posições no campo de jogo, estas posições se dividem em jogadores
de defesa, meio campo e atacantes. Cada equipe deve ter um goleiro que deve se diferenciar
dos demais jogadores em campo. Para se diferenciar, o goleiro deve usar uniforme diferente
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 40
dos outros jogadores, ele é o único jogador que pode usar as mãos durante a partida, este mes-
mo e responsável por defender o gol de seu time contra o adversário.
GOLEIROS DE FUTEBOL
O goleiro e uma posição no campo de jogo que seu principal objetivo e defender o seu gol,
e ele deve estar com uniforme totalmente diferente dos demais jogadores no campo de jogo.
De acordo com Carlesso (1981) posição de goleiro é aquela em que são exigidas condições es-
peciais do atleta para ocupá-la. Desse modo,
as principais ações defensivas que o goleiro deve dominar para se torna um atleta tecnicamente
completo são: a pegada alta no meio, a pegada na altura do peito, o encaixe, a defesa rasteira no
meio, a defesa rasteira nas laterais, a defesa quicando no meio, a defesa quicando nas laterais, a
defesa à meia altura nas laterais, a defesa alta no meio, a defesa alta nas laterais, as saídas nos cru-
zamentos, penalidade máxima e a formação de barreiras.(MARCELLUS, 2004)
É fundamental que o goleiro consiga trabalhar bem todas essas técnicas, mas é muito im-
portante ele ter uma boa reposição de bola, tanto com os pés quanto com as mãos, pois a
reposição de bola é um elemento técnico-tático que possibilita um ataque rápido. A técnica
de reposição de bola com as mãos é bastante utilizada para acelerar o andamento do jogo. De
acordo com Carlesso (1981) para lançar a bola, haverá um movimento harmônico e sincroni-
zado entre tronco e membros, visando á aplicação máxima de força.
A parte psicológica no goleiro também é algo muito importante, pois ele deve ter um ní-
vel de concentração muito maior que todos os outros jogadores, De acordo com Weimberg
e Gould (2001, p.350), “concentração é a capacidade de manter o foco em sinais ambientais
relevantes”. Para Leal (2000) o goleiro precisa também estar bem colocado, pois essa atitude
possibilitará a diminuição do ângulo para o chute do atacante.
O goleiro de futebol deve exercer uma liderança sobre o time, passando sempre muita se-
gurança, para que os demais jogadores possam desempenhar de forma tranqüila e eficaz suas
habilidades. Para Weimberg e Gould (2001), a liderança é o processo comportamental através
do quais indivíduos e grupos são influenciados na direção de metas estabelecidas.
Com a profissionalização do futebol, tornou-se cada vez mais importante, buscar recursos e
profissionais capacitados para todas as funções dentro do futebol. O futebol como o principal
esporte do mundo, vem recebendo grandes investimentos em todas as áreas, em contraparti-
da a cobrança pelos resultados é cada vez maior, com isso as equipes foram se modernizando
visando sempre atingirem objetivos maiores e conquistarem melhores resultados em todas as
áreas do futebol.
As funções que antes o treinador precisava desempenhar sozinho sem nenhum tipo de
auxilio, passaram a ser exercidas por vários outros profissionais, como por exemplo: prepa-
radores físicos, nutricionista, fisioterapeuta, preparador de goleiros, etc. Com isso a evolução
dos jogadores foi muito maior devido à individualização dos trabalhos e melhores métodos
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 41
de treinamentos. (CARVALHO; MARCHI, 2007). A evolução tática e técnica do futebol exigem
cada vez mais dos jogadores que precisam ter um maior nível de condicionamento físico, e
esse aspecto tem por sua vez exigido mais conhecimentos dos profissionais, os quais passaram
a receber uma maior atenção e destaque dentro de suas áreas. Assim tal crescimento impôs
maior comprometimento, conhecimento e dedicação.
Dentro dessas funções, nasceu a função de preparador de goleiros. De acordo com Brunoro
(2004), os primeiros treinadores de goleiros surgiram no Brasil no início da década de 1970. O
precursor e primeiro grande nome da preparação de goleiros no Brasil foi Valdir Joaquim de
Morais, goleiro do Palmeiras e Seleção Brasileira na década de 60. Sua visão de que o goleiro
era peça fundamental e que necessitava de um treinamento diferenciado e especializado, fez
com que os clubes despertassem para a necessidade e importância dessa especialização, desse
modo abriu-se a oportunidade para que muitos ex-goleiros se engajassem na função. Desde o
surgimento dessa atividade, eram, e ainda são,
os ex-goleiros que mais atuam nesta função. No entanto atualmente, com desenvolvimento de
novos métodos de treinamento e a evolução da Ciência do esporte, aliados a componentes como
a publicação de livros, manuais para treinamento de goleiros contendo exercícios específicos, ví-
deos, encontros e seminários sobre a preparação de goleiros, torna-se necessário uma evolução e
aperfeiçoamento ainda maiores dos treinadores de goleiro que devem utilizar todos os recursos e
tecnologias disponíveis, não podendo ficar fixo apenas nas experiências vivenciadas na vida como
atleta (OLIVEIRA, 2004).
Os métodos de treinamento vêm desenvolvendo muito, é a posição que tem maior evolu-
ção no futebol. Os preparadores de goleiros devem oferecer estímulos freqüentes para que
os atletas tenham confiança em suas capacidades, em todos os tipos de ambiente. Torna-se
imprescindível fazermos considerações a respeito da motivação. Segundo Samulsk (2002), a
motivação é um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta, que depende da interação
de fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais (extrínsecos). Técnicas motivacionais devem ser
utilizadas pelos treinadores que visam a elevação do desempenho de seus atletas.
Mesmo sendo uma função importante no futebol, são poucas as referências e estudos, e é
uma área que não está sendo aprofundada pelos profissionais de Educação Física, deixando
assim com que os ex-goleiros ocupem estas lacunas existentes, pois nos últimos anos são eles
os responsáveis por desenvolver esse treinamento. Talvez o que leve os profissionais da área
a essa falta de interesse pela profissão, pode ser a falta de literatura especifica na área ou
também a pouca exposição destes profissionais, mas e uma área que esta em plena ascensão
devido a procura incessante por melhores resultados, e também por melhores métodos de
treinamentos para os atletas.
O treinamento de goleiro deve conter trabalhos específicos e funcionais para que, ele con-
siga ter um melhor desempenho de todas suas ações defensivas, todas as valências físicas
utilizadas pelo goleiro devem estar bem trabalhadas, fazendo assim com que ele tenha melhor
desempenho. O goleiro é o único atleta dentre todas as posições em que se realiza um trabalho
individualizado dos demais jogadores.
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 42
VALÊNCIAS FISICAS UTILIZADAS PELOS GOLEIROS DE FUTEBOL
Para desempenhar com qualidade, suas ações defensivas, o goleiro utiliza de uma série de
valências físicas. Segundo Mantovani (1996), valências físicas, e os potenciais ou as qualidades
inatas do homem, que são expressas continuamente por meio da predisposição e do talento.
Para Tubino (1984), elas são classificadas da seguinte forma: Força (dinâmica, estática e
explosiva), Velocidade (de deslocamento, segmentar e de reação), Coordenação motora, Equi-
líbrio (dinâmico, estático e de recuperação), Flexibilidade, Resistência (localizada, aeróbica
e anaeróbica), Agilidade, Descontração (completa e diferencial). Estas valências físicas bem
trabalhadas, o desempenho tanto físico quanto técnico do goleiro, serão muito maiores.
Pesquisando em artigos científicos, bibliografias sobre treinamento de goleiros e até mes-
mo através de vivencias praticam com goleiros de futebol constatamos que as valências físicas
mais utilizadas pelos goleiros, tanto nos seus treinamentos quanto em jogos são:
Flexibilidade: devido a grande importância que o goleiro tem de atingir máximas ampli-
tudes de seu corpo para realizar as defesas. De acordo com Weineck (1994), flexibilidade é a
capacidade e a qualidade que tem o atleta para executar movimentos de grande amplitude
angular por si mesmo ou sob influência auxiliar de forças externas.
Agilidade: Pelo fato do goleiro precisar em vários momentos realizar várias mudanças de
direções curtas, porém extremamente rápidas e ágeis, conseguindo assim desempenhar suas
defesas com eficiência. De acordo com Frisselli e Montovani (1999) a agilidade é requisito
indispensável para o sucesso do goleiro, pois é a capacidade que o atleta tem de mudar de
direção e sentido o mais rápido possível.
Força de impulsão: Por o goleiro ter de realizar diversos saltos sempre em grandes ampli-
tudes, utilizando muito de sua força física para realizar principalmente as defesas em bolas
altas. De acordo com Bompa (2002, p.332) “força e a capacidade neuromuscular de superar
uma resistência interna e externa”.
Velocidade de Reação: Esta valência o goleiro desempenha na maior parte do tempo, devi-
do à velocidade do jogo fazendo assim com que o goleiro tenha que tomar decisões em frações
de segundo. Segundo Weineck (1994) velocidade de reação se refere ao tempo necessário para
o acionamento das forças musculares após a chegada do estímulo via receptores sensoriais.
Tendo em vista que estas quatro valências físicas são as mais utilizadas durante a ação do
goleiro nos jogos e treinamentos, exige se um maior grau de aprimoramento para estas valên-
cias, enfatizando os treinamentos específicos para cada uma, fazendo assim com que o goleiro
fique preparado para todas as situações e adversidades dentro da partida.
Sendo assim, esse instrumento de pesquisa ressalta a importância de melhorar as con-
dições na preparação dos atletas. Os preparadores de goleiros devem individualizar mais os
treinamentos, através de trabalhos específicos para estas valências físicas, visando sempre à
evolução do atleta em todos os aspectos funcionais. Assim avaliamos e comparamos os níveis
de aptidão física de goleiros de diferentes clubes em Goiás, a fim de propor diferentes formas
na preparação física e técnica destes atletas.
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 43
METODOLOGIA
O presente projeto de pesquisa teve início após ter sido submetido à avaliação e aprovação
do Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade União de Goyazes (FUG) sobre o protocolo n0
045/2014-1. Antes, porém, os participantes foram esclarecidos sobre o estudo e os pais, assi-
narão o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, além disso, foi necessária a autorização
verbal dos jovens, conforme a Resolução 499/13 do Conselho Nacional de Saúde. Foi garan-
tindo aos participantes tanto o anonimato, quanto a liberdade de retirar o consentimento,
se não desejarem mais participar. Após a apresentação do artigo, o mesmo será arquivado na
biblioteca da Faculdade União de Goyazes.
Coleta de dados
Foi realizada por meio de observacional transversal descritivo mediante aplicação de teste,
com protocolos para todas as valências físicas avaliadas flexibilidade, velocidade de reação,
força de impulsão e agilidade, lembrando que a coleta de dados apenas foi iniciada após a
aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da FUG e teve duração entre os meses de agosto e
outubro de 2014 pelos próprios avaliadores. 499/11
Para a coleta de dados foi necessário dois encontros em cada equipe, no qual foram aplica-
dos dois testes por dia.
A coleta de dados foi realizada nas próprias dependências dos clubes. Foram utilizados os
seguintes protocolos:
Teste de Flexibilidade – Banco de Wells e Dilon,
Teste de agilidade - 9,14 metros. Segundo Kiss (1987),
Velocidade de Reação - RAST (Running-based Anaerobic Sprint Test),
Teste de Força de Impulsão Vertical Segundo Kiss (1987) e Horizontal - Segundo Fernandes
(1998)
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 44
Procedimentos para coleta de dados
Foi agendado com responsáveis dos clubes o horário para a aplicação dos testes. Após acei-
tar fazer parte da pesquisa, os pais e responsáveis assinarão o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, no dia anterior a aplicação dos testes, também foi necessária a autorização verbal
dos atletas no dia da aplicação dos testes, os participantes foram submetidos aos testes pre-
viamente estruturados.
A análise discursiva foi registrada dentro da abordagem descritiva “Na pesquisa descritiva
não há interferência do investigador, que apenas procura perceber, com o necessário cuidado,
a freqüência com que o evento acontece” (MARCONI e LAKATOS, 2001).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As tabelas abaixo mostram os níveis de aptidão física dos goleiros de alguns clubes de Goiás
com idades entre 15 e 17 anos, todos estes clubes disputam os campeonatos organizados pela
federação goiana de futebol. Portanto são garotos que treinam diariamente sempre buscando
melhores níveis técnicos e físicos, e com o sonho de se tornarem atletas profissionais de fu-
tebol.
Flexibilidade (cm) 31 28 35
Agilidade (seg.) 9.30 9.10 9.07
Velocidade de reação
14.55 14.58 14.61
(W.KG)
Força de impulsão
40 42 36
Vertical (cm)
Força de impulsão
263 283 252
Horizontal (cm)
Os goleiros da equipe Jardim America Esporte Clube apresentaram um bom nível de condi-
cionamento para todas as valências físicas em especifico na agilidade. Isto se deve ao fato do
preparador de goleiros do clube enfatizar os trabalhos com os goleiros nesta valencia física.
De acordo com Tubino (1984), a agilidade deve ser treinada desde a fase de preparação geral,
pois é importante salientar que a agilidade é uma capacidade especificada da maioria dos
desportos.
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 45
Tabela 2 – Valências Físicas dos goleiros do Vila Nova Futebol Clube.
Flexibilidade (cm) 33 30 37
Agilidade (seg.) 9.90 9.24 9.22
Velocidade de reação
14.44 14.65 14.53
(W.KG)
Força de impulsão
43 38 49
Vertical (cm)
Força de impulsão
255 271 274
Horizontal (cm)
Os goleiros da equipe Vila Nova Futebol Clube apresentaram um bom nível de condiciona-
mento físico em todas as valências testadas, principalmente na questão de força, por contarem
com uma estrutura de academia no clube, os atletas vivenciam mais trabalhos nesta valência
física. Segundo Bompa (2002), é importante realizar treinamentos de musculação, pois auxilia
no desenvolvimento em relação à força muscular localizada, além de evitar lesões e agir na
manutenção e aumento da massa muscular.
Flexibilidade (cm) 28 32 31
Agilidade (seg.) 10.04 9.90 10.01
Velocidade de reação
13.30 13.18 13.14
(W.KG)
Força de impulsão
32 43 42
Vertical (cm)
Força de impulsão
254 262 256
Horizontal (cm)
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 46
Tabela 4 – Valências Físicas dos goleiros do Atlético Clube Goianiense.
Os goleiros da equipe Atlético Clube Goianiense apresentaram um bom nível geral para as
valências físicas testadas, o clube conta com o trabalho de um preparador de goleiros traba-
lhando especificamente os goleiros em todas as valências. Para Marcellus (2004), goleiro que
está bem preparado física, técnica e psicologicamente, dá um grande passo para alcançar as
vitórias e o sucesso.
O time que apresentou o pior nível de condicionamento físico geral dentre todos os avalia-
dos. O fato de não contar com preparador de goleiro e de ter uma estrutura de trabalho limita-
do, são os fatores que levaram a este resultado. A carência de infra-estrutura, e de profissionais
qualificados nos clubes influencia diretamente na formação de novos atletas (OLIVEIRA, 2004).
Na media geral dos goleiros o clube que mais se destacou na flexibilidade foi o Atlético
clube Goianiense. Pelo fato de seus goleiros terem uma seqüência de trabalho, com o mesmo
preparador de goleiros á mais tempo que os demais, valorizando o trabalho seqüencial das
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 47
categorias de base. Segundo Tubino (1984), para mantermos nosso estado de treinamento de-
vemos dar continuidade ao longo do tempo para que o organismo se adapte progressivamente,
e a condição atlética só pode ser obtida depois de seguidos treinamentos.
Na media geral para Força de Impulsão Vertical, destacam-se os clubes, Atlético Clube
Goianiense, Vila Nova Futebol Clube e Jardim America Esporte Clube.Essas equipes realizam
trabalhos em academia no mínimo duas vezes por semana, por isso tiveram níveis mais eleva-
dos que os que não vivenciam trabalhos neste segmento. Neste sentido, Bompa (2002) ressalta
a importância de realizar treinamentos de musculação para ganhos principalmente de força
muscular localizada.
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 48
de uma Valencia física que requer sempre maior nível de força muscular e imprescindível a
utilização de treinamentos em academias, como citado acima.
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 49
CONCLUSÃO
Este trabalho teve a finalidade de avaliar e comparar os níveis de aptidão física de goleiros
de futebol com idades entre 15 e 17 anos em diferentes clubes de Goiás, também através deste
trabalho buscamos mostrar a importância de ter um profissional que realize trabalhos especí-
ficos na preparação dos goleiros.
De acordo com os dados apresentados os clubes que tem uma estrutura de trabalho pre-
cária, e que não contam com o trabalho de um profissional especifico para individualizar os
treinamentos com seus goleiros, tiveram um desempenho abaixo dos demais.
Este fato se da porque os goleiros que tem treinamentos diários com profissionais especí-
ficos na área conseguem elevar os seus níveis de aptidão física em todas as valências físicas,
deixando assim com que possam ter melhores condições de desempenhar suas qualidades
técnicas atingindo maiores resultados como atletas.
Os preparadores de goleiros devem oferecer estímulos freqüentes para que os atletas te-
nham confiança em suas capacidades, podendo assim atingir melhores resultados em suas
carreiras.
Portanto com a evolução do esporte é fundamental que os clubes de futebol ofereçam me-
lhores condições de trabalho para seus atletas, e que também invistam em profissionais quali-
ficados, podendo assim individualizar mais os trabalhos com seus goleiros. Melhorando estes
aspectos conseguimos fazer da posição de goleiro seja a que consiga melhor evolução dentro
do futebol.
Resumo: O presente trabalho tem por finalidade avaliar e comparar os níveis de aptidão física
de goleiros de futebol de alguns clubes goianos, todos os atletas avaliados tem idade entre 15
e 17 anos das categorias de base. O objetivo geral deste artigo é ressaltar a importância dos
clubes terem um preparador de goleiros, podendo assim individualizar mais os treinamentos
a fim de ter um maior nível de evolução de seus atletas. A pesquisa valeu-se de testes específi-
cos para cada valência física sendo elas agilidade, flexibilidade, velocidade de reação, força de
impulsão vertical e horizontal. Ao final do estudo concluiu-se que os clubes precisam oferecer
boas condições de trabalho e terem profissionais competentes para realizarem os treinamen-
tos de seus goleiros, a fim de terem melhores condições físicas e técnicas para desempenha-
rem suas habilidades.
GOALKEEPER TRAINING: Soccer goalkeepers aged 15-17 years and their core of
physical valences in the categories of base at clubs from goiás state in Brasil.
Abstract: The present study aims to evaluate and compare the fitness levels of soccer goal-
keepers at clubs from Goiás, Brazil. All athletes have evaluated aged between 15 and 17 years-
old in the categories of base. The purpose of this paper is to highlight the importance of clubs
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 50
to maintain a goalkeeper coach, distinguishing more training in order to keep a higher level
of development of their athletes. The research used of specific tests for each physical valence:
agility, flexibility, reaction speed, strength, vertical, and horizontal impulse. It was concluded
the clubs need to offer good working conditions and have competent professionals to carry
out the training of their goalkeepers, in order to get better physical and technical conditions
to perform their skills.
REFERÊNCIAS
BOMPA, T. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. 4. Ed. São Paulo: Phorte, 2002.
CARLESSO, R. A. Manual de treinamento do goleiro. Rio de Janeiro: Palestra, 1981.
CARVALHO, A. F; MARCHI,F.L. Futebol: historias e bastidores de uma paixão nacional. Cidade: Goiânia
GO: Editora, Vieira Ano 2007
DAMATTA, R. Esporte na sociedade: um ensaio sobre o futebol brasileiro. In:
DAMATTA, R. (org.). Universo do futebol: esporte e sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Pinako-
theke, 1982.
DUARTE, O. Futebol: histórias e regras. São Paulo: Makrans Boods do Brasil 1997.
FREIRE, J. P. Pedagogia do futebol. Campinas: Autores Associados, 2003
Frisselli, A.; Mantovani, M. Futebol Teoria e Prática. São Paulo: Phorte, 1999
KISS, M. A. P. D.M. Avaliação em Educação Física. Aspectos Biológicos e Educacionais. 1ª Ed. São
Paulo, SP: Editora Manole, 1987.
LEAL, J. C. Futebol arte e ofício: histórico, sistemas, táticas, técnicas e Planejamentos. Rio de
Janeiro: Sprint, 2000.
LUSSAC, Ricardo Martins Porto. Os princípios do treinamento esportivo: conceitos, definições, pos-
síveis aplicações e um possível novo olhar. Revista Digital – Buenos Aires N° 121, 2008
MANTOVANI, M. A formação do Atleta de Futebol, in: Treinamento Desportivo. Vol. 1. 1996.
MARCELLUS, C. Goleiros.com. Disponível em:< www.goleiros.com.br>. Acesso em: 17 out. 2004.
MARCONI e LAKATOS, 2001. Livro - Fundamentos de Metodologia Científica 7ª Ed.
Nogueira, Armando. Bola na rede. Rio de janeiro. Editora vozes. 1973
OLIVEIRA, Rommelo. Psicomotricidade e preparação de goleiros: o treinamento ontem e hoje. Dispo-
nível em: http://www.rommeloliveira1.hpg.com.br/esportes/5/internahpg1.html Acesso em 19, maio,
2014.
SAMULSKI, D. M. Psicologia do esporte. Belo Horizonte: Imprensa Universitária/Ed. daUFMG , 2002.
TUBINO, M. J. G. Metodologia científica do treinamento desportivo. 3. Ed. São Paulo: Ibrasa, 1984.
VOSER, R. C: Futebol historia técnica e treino de goleiro, Rogerio da Cunha Voser, Marcos Giovani
Vieira Guimarães, Everton Rodrigues Ribeiro – 2.ed. rev e atual – Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.
WEINBERG, R. S.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício.2. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2001.
WEINECK, J. Manual de treinamento desportivo. São Paulo: Manole, 1994.
Revista da Faculdade União Goyazes, Trindade (GO), v.10, n.1, jan-jul. 2016, p. 51