Análise Financeira (Fes - BR Revistas) AG-2007-52
Análise Financeira (Fes - BR Revistas) AG-2007-52
Análise Financeira (Fes - BR Revistas) AG-2007-52
Zenilda Alves1
2
José A Moura Aranha
Resumo
INTRODUÇÃO
O estudo comparativo serve de referência para análise das empresas que buscam
excelência em sua administração financeira, constantemente as empresas são avaliadas por
fornecedores, instituições bancárias, investidores ou outros órgãos que possuem algum tipo
de interesse e necessitam saber quão sólida é sua estrutura financeira ou patrimonial e se esta
possui uma administração financeira adequada.
1
Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade Estácio de Sá de Campo Grande.
2
Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Católica Dom Bosco – UCDB, pós-graduação
(especialização) em Perícia e Investigação Contábil, Financeira e Empresarial pela UCDB/INPG, mestre em
Ciências Contábeis e Atuarias pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP, professor nos
cursos de graduação em Ciências Contábeis da Faculdade Estácio de Sá de Campo Grande e do Centro
Universitário de Campo Grande – UNAES.
Diante deste contexto procurar-se-á, neste artigo fazer a comparação das duas formas
distintas de análise financeira e verificar as possíveis similaridades e diferenças apresentadas
por cada indicador.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Hendriksen e Van Breda (1999 p.99) é fundamental que seja feita uma distinção útil
entre dados e informações, para tanto ele relata a seguir:
Considera-se que o sistema de informação contábil deve sempre interagir com todos
os departamentos da organização, a fim de fornecer informações conforme a necessidade de
cada um, somente através de conhecimento destas informações será capaz de implantar um
sistema de controle, execução e planejamento. Planejamento é uma ferramenta de extrema
importância na administração de uma organização, através do planejamento será possível
minimizar o risco, e as ações devem sempre ser pautadas de acordo com o planejado.
Matarazzo (1998) acredita que nessa época é pouco provável que existissem técnicas
analíticas que possibilitassem a medição quantitativa nos dados dos balanços, as idéias eram
vagas em relação ao que comparar. Com o passar dos anos foi se desenvolvendo a noção de
comparação de diversos itens sendo o mais comum o ativo circulate com o passivo circulante.
Em 1915, determinava o Federal Reserve Board (o Banco Central dos Estados Unidos) que só
poderiam ser renegociados os títulos de empresas que tivessem apresntado seu balanço ao
banco, medida instituiu o uso das demonstrações financeiras como base para a conceção de
crédito.
No Brasil até 1968 a análise de balanço era pouco utilizado na prática, nesse ano foi
criado a SERASA empresa que surgiu para operar como central de análise de balanços dos
bancos comerciais, onde este mesmo autor organizou sua parte técnica. Alguns dos índices
que surgiram inicialmente permanecem em uso até hoje, porém, as técnicas foram
aprimoradas, refinadas e tornaram-se objeto de estudos; fazem parte delas , hoje, avançados
conhecimentos de estatística e matemática, conforme afirmação de Matarazzo (1998).
De acordo com Matarazzo (1998) índices são dados extraído da relação entre contas
ou grupo de contas do balanço patrimonial, sobre os quais são aplicadas técnicas de análise, a
fim de fornecer uma visão ampla da situação econômica e financeira das empresas, através
destes podemos construir um quadro de avaliação das empresas.
Para Matarazzo (1998 p.153) “um índice é como uma vela acessa num quarto escuro”.
Segundo este autor um índice por sí só não fornece base suficiente para uma análise
satisfatória mas serve de medida para diversos aspectos econômico e financeiro das
empresas, faz se necessário, porém, que mais informações sejam acrescentadas, o importante
não é o cálculo de um grande número de índices, isso vai depender da profundidade de
análise que se queira realizar, os índices extraídos dos balanços patrimoniais devem ser
comparados a um índice padrão adotado para cada ramo da atividade específica, desta forma
permite ao analista comparar o desempenho da empresa em relação ao mesmo segmento.
De acordo com Hermann JR (1980) a análise do capital pode ser destinado a verificar
tanto sua potencialidade financeira quanto econômica, a primeira por ocasião do estudo da
liquidez financeira é mais utilizada quando da finalidade de análise para fornecimento de
créditos a segunda é utilizada principalmente para informações da própria administração que
avalia a rentabilidade de seu capital, porém análise financeira e econômica se completam e
para fornecerem dados mais amplo devem ser examinadas em conjunto.
Segundo Matarazzo (1998) O índice de liquidez é o termômetro que mede quão sólida
é a base financeira da empresa, conseqüentemente a empresa com uma base sólida dispõe de
condições muito favoráveis para honrar seus compromissos, porém não dá uma garantia de
que o pagamento das dívidas ocorra no prazo acertado.
Observa-se que através do estudo analítico dos índices, pode-se avaliar a tendência
patrimonial e financeira da organização, muito embora exista o risco do imprevisto, pode-se
afirmar, com certa margem de segurança, qual a tendência que está sendo evidenciada.
Assaf Neto (2000) apresenta quatro indicadores de liquidez que evidenciam a situação
financeira de uma empresa diante dos seus vários compromissos financeiros, índices de
liquidez imediata, indice de liquidez seca, índice de liquidez corrente e índice de liquidez
geral a seguir a representação de cada índice segundo este autor:
Ativo Disponível
O índice de liquidez imediata = , revela a porcentagem das
Passivo Circulante
dívidas a curto prazo que tem possibilidade de serem liquidadas imediatamente com os
recursos proveniente das disponibilidades.
Entende-se a partir da explicação deste autor que os índices mostram que neste
momento, quando ocorreu avaliação, a empresa apresenta uma situação equilibrada,
favorável ou impossibilitada para saldar total ou parcialmente, se preciso for, seus
compromissos financeiros, muito embora, diversos fatores podem alterar, a qualquer instante,
e comprometer determinado resultado, como por exemplo, ocorrência de um sinistro, e
conseqüente perda de estoque, ação indenizatória ajuizada por terceiros dentre outros, tais
ocorrências alterariam a composição do resultado obtido.
Indicadores de Liquidez
Fonte: A Autora.
A atribuição de pesos pode adquirir contornos altamente científicos, porém não deixa
de ser algo altamente intuitivo, a importância de cada índice depende, evidentemente, de
quem é o usuário, para um banco o índice mais importante provavelmente seja o de
rentabilidade do ativo, já para o acionista é provável que o de maior importância seja o de
rentabilidade do Patrimônio Liquido, segundo afirma Matarazzo (1998).
Para Iudícibus (1998) embora a análise das demonstrações de uma empresa forneça
uma boa idéia de sua situação geral, podem existir alguns aspectos da empresa não
evidenciados por esta análise, a exemplo uma empresa trabalhando com capacidade ociosa
crônica de seus equipamentos, e ainda assim conseguem rentabilidade, para um estudo
econômico e financeiro mais completo da empresa é necessário que seja incluída outras
análises.
De acordo com Viceconti (2001) alguns aspectos podem ficar encobertos numa
simples análise dos demonstrativos, como a capacidade ociosa de máquinas e equipamentos e
também a análise de tendência dos resultados (se o desempenho da empresa no decorrer o
período analisado está se desenvolvendo de forma satisfatória ou não) e, ainda a comparação
com outras empresas do mesmo ramo e porte a fim de verificar se o índice obtido pela
empresa está na média, abaixo ou acima dela.
Matarazzo (1998) revela que nem sempre um índice de liquidez corrente mais alto
aponta para uma situação financeira melhor, por isso deve se associar o grau de confiabilidade
atribuída a cada índice. O peso indica a importância de cada índice, quanto maior o peso
maior a importância.
Nesse sentido Matarazzo (1998, p.231) diz que “espera-se de qualquer análise baseada
num conjunto de índices que estes sejam capazes de distinguir as empresas saudáveis
daquelas com as quais os negócios devem ser evitados”.
Este método segundo Fleuriet (2003) considera que a classificação de certas contas
está relacionada ao seu modo de movimentação, se de forma lenta, mesmo sendo classificada
como uma conta de curto prazo, pode ser considerada como permanente ou não cíclicas.
Outras contas têm relação direta com o ciclo operacional da atividade e apresentam um
movimento contínuo (estoque, clientes, fornecedores etc.). E as contas que não tem relação
direta com a atividade e apresenta movimento descontínuo e aleatório (disponível, títulos
negociáveis, duplicatas descontadas etc.). O balanço esquemático representado abaixo no
quadro 2 mostra as contas classificadas de acordo com sua movimentação.
Quadro 2 – Os Ciclos no Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Contas Erraticas
Contas Erraticas
Numerário em Caixa Duplicatas Descontadas
PASSIVO CIRCULANTE
ATIVO CIRCULANTE
Contas Ciclicas
Estoque de Produção
em Andamento
PASSIVO NÃO
CIRCULANTE
ATIVO NÃO
Financiamentos etc.
Permanente Patrimônio Líquido
Imoblizado Reservas
Diferido
De acordo com Matarazzo (1998) quando o Ativo Circulante Operacional for maior
que o Passivo Circulante Operacional, ocorre uma necessidade de Capital de Giro, e a
empresa deve buscar novas fontes de financiamento, e se o Ativo Circulante Operacional for
menor que o Passivo Circulante Operacional, sobram recursos das atividades operacionais, a
empresa possui mais financiamento do que investimento.
Fonte: os Autores
No quadro acima o índice NCG apresentou valor positivo nos três últimos anos, ou
seja, a aplicação do capital de giro foi maior que a fonte de recursos do ativo cíclico, a
empresa precisou buscar recursos não cíclicos para financiar sua aplicação de capital.
O Capital de Giro demonstrou valores positivos nos três anos analisados, evidenciando
a existência de capital de giro próprio nos financiamentos das operações.
5. Considerações finais
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços, Um Enfoque Econômico
Financeiro, São Paulo: Atlas 2000.
______; SILVA, César A. T., Administração do Capital de Giro, São Paulo, Atlas, 1997.
SILVA, Daniel S.; GODOY, José A.; CUNHA, José X,; NETO Pedro C. Manual de
Procedimentos Contábeis para Micro e Pequenas Empresas, Brasília, Sebrae, 1998.
VICECONTI, Paulo E. V., NEVES, Silvério das. Contabilidade Avançada e Análise das
Demonstrações Financeiras. São Paulo, Frase, 2001.