Ametropias e Lentes Compensadoras

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Ametropias e Lentes Compensadoras

DEMONSTRAÇÕES GRÁFICAS DOS ENCONTROS FOCAIS NO INTERIOR DO OLHO

O FUNCIONAMENTO DO OLHO

Quando o olho não apresenta nenhuma deficiência visual, a imagem dos objetos, próximos ou distantes,
forma-se sobre a retina, mais precisamente na fóvea central, onde a qualidade da visão chega a 90%. O
cristalino tem suas curvas e poderes dióptricos modificados em função das distâncias de longe e perto, a
fim de reproduzir uma imagem nítida: é o chamado “poder de acomodação”. A acomodação funciona
quando o olho se posiciona para ver de perto, fazendo com que o poder dióptrico do cristalino se torne
mais convergente, ou seja, com seu poder dióptrico mais positivo (forte) ou se torne dioptricamente
variável para desde uma distância de uma dezena de centímetros até ao infinito. Quando a imagem não se
forma sobre a retina, a visão é desfocada, então se caracteriza uma ametropia.

EMETROPIA

Emetropia é a normalidade da visão.

O olho tem um tamanho de 25mm., no sentido ântero posterior, e seu poder dióptrico médio é de +58,00
dioptrias. A córnea tem uma curvatura média de 44,00 dioptrias.

OLHO EMÉTROPE (NORMAL)

Quando o encontro focal de objetos visualizados em diversas distâncias, ocorre na fóvea (retina) o olho é
emétrope (com visão normal). Desenho acima.
MIOPIA

Como se observa no desenho acima, pelas linhas tracejadas, vemos a ação corretora de uma lente esférica
negativa fazendo com que as imagens se focalizem na retina (fóvea).

OLHO MÍOPE

Quando o encontro focal ocorre antes da fóvea está caracterizada uma miopia.

A MIOPIA é um deficiência visual que impede a visão nítida em distâncias maiores, muito embora em
alguns casos, a visão de perto seja próxima da normal.

Ela é corrigida com lentes negativas designada pelo sinal menos. Estas lentes divergem os raios, antes de
penetrarem no olho, fazendo com que as cerca de +58,00 dioptrias do olho desviem os raios refratados,
convergindo-os e fazendo com que o encontro focal passe a ocorrer exatamente na fóvea. Este é o
princípio da correção dos míopes. A miopia pode ser de dois tipos: De ‘campo’, quando é causada por olho
mais alongado e de ‘curva’ quando é causada pela excessiva curvatura da córnea.

Causa:

Olho maior no sentido ântero-posterior, curva muito acentuada da córnea ou a somatória destes casos. A
miopia pode ser proveniente de fator hereditário ou adquirida, neste último caso, por uso excessivo, na
adolescência, em leituras e trabalhos que exijam proximidade excessiva dos objetos aos olhos.

Sintomas:

Falta de visão nítida em distâncias maiores, por exemplo: proximidade exagerada dos livros ao olho ou
proximidade exagerada de visão em TV. O míope franze os olhos para ver com nitidez ao longe.

Cruza-se com os seus amigos na rua sem os reconhecer.

O seu filho, ainda criança, escreve com o nariz colado ao caderno.

Estes podem ser indícios de miopia.

Compensação:

É feita com lentes negativas (divergentes) ou lentes de contato. Estas lentes tem o centro mais fino que as
bordas. Objetos vistos através destas lentes, deslocam-se no mesmo sentido do seu movimento e sua curva
côncava é mais acentuada que a convexa.
HIPERMETROPIA

Olho Hipermetrope

Quando o encontro focal dos raios paralelos que penetram no olho ocorre atrás da retina (fóvea), está
caracterizada a hipermetropia.

Hipermetropia é um vício de refração em que os raios luminosos que entram no olho, paralelamente ao
eixo óptico, são levados a um foco além da retina (fóvea)

Olho hipermetrope sendo corrigido com lente positiva (convergente)

Notem que a lentes positivas convergem os raios, antes de penetrar na córnea, fazendo com que o
encontro focal (que era atrás da fóvea) passe a ser exatamente na retina.

Lentes Positivas

As lentes positivas possuem sua espessura central maior que as das bordas. Estas lentes convergem os
raios antes de entrarem na córnea. O movimento da lente fora do olho faz com que os objetos vistos
através dela se desloquem em sentido contrário. Sua curva convexa é mais acentuada do que a côncava.
São designadas pelo sinal positivo.

Causas

A principal causa da hipermetropia é o encurtamento do olho, ou quando o olho é menor que o normal,
fazendo com que as imagens vistas se focalizem atrás da fóvea (retina). A outra causa é quando a curvatura
externa da córnea e muito baixa (exemplo de 35,00/36,00 dioptrias).

Sintomas

O hipermétrope vê mal ao perto e só com esforço ao longe.

O hipermétrope vê mal ao perto e ao longe. Se conseguir ver bem ao longe, será à custa de esforço e
fadiga, pois o olho não é suficientemente potente.

No teste visual, o hipermetrope acomodativo lê momentaneamente e muito bem as letras


correspondentes à acuidade visual de 20/20 (100%). Só que após algum tempo de leitura (por exemplo)
sentirá fadiga ocular. O esforço permanente de acomodação pode ser a causa das manifestações de dores
de cabeça e fadiga ocular, mais frequente ao fim da tarde e depois do trabalho.

Uma fraca hipermetropia passa frequentemente despercebida até aos 35/40 anos, pois o olho "acomoda"
para estabelecer uma imagem nítida. Quando, na idade prematura, a hipermetropia é forte, apercebemo-
nos bastante cedo desta deficiência, pois é muitas vezes acompanhada de estrabismo convergente
(endofórico), que deve ser preventivamente corrigido especialmente próximo dos três anos de idade.
ASTIGMATISMO

Não se trata de doença.

O astigmatismo simples, por si próprio é uma dificuldade de visão de se ver nitidamente apenas em uma
direção (meridiano). Vejam os desenhos abaixo:

A cruz acima demonstra as linhas horizontais desfocadas e a linha vertical perfeita. É a visão de um
portador de astigmatismo miópico simples com deficiência na direção horizontal. Esta dificuldade de visão
apenas em uma direção, faz com que o portador desta deficiência visual não distinga bem símbolos, letras
e objetos, dependendo do grau de astigmatismo.

Um exemplo de RX seria: esf. 0,00 cil.-2,00 x 180º.

A dificuldade de visão do astigmata não é somente nas linhas horizontais como o desenho acima. O
astigmatismo pode ocorrer em quaisquer direções, de 0º a 180º, muito embora na maioria das vezes
ocorra próximo á direção horizontal.

Alunos novos costumam entender com dificuldade a situação acima descrita. Fica bem claro que quando a
visão é desfocada nas linhas horizontais, o eixo negativo da lente corretora ficará a 180º ou próximo dele e
não na vertical.
Sintomas

O astigmata costuma sentir dores de cabeça, fadiga ocular, sensação de esforço visual, náuseas e cansaço
visual durante a leitura. Algumas vezes os sintomas se apresentam com dores nas têmporas. Muitas vezes
troca as letras ou linhas durante a leitura.

A visão desfocada em determinadas direções e distâncias faz com que se sinta impedido de atividades,
especialmente em leitura e, dependendo do grau da dioptria astigmática, até mesmo há o desinteresse da
leitura.

A visão desfocada, dificulta ver objetos próximos e distantes

A visão indistinta pode ser sintoma de astigmatismo. Podem também ocorrer cansaço e dor ocular,
dificuldades de concentração e incapacidade de leitura prolongada. É frequente que as linhas em uma só
direção (exemplo: na horizontal) pareçam menos nítidas.

Causas

A principal causa do astigmatismo é a diferença entre as curvas da córnea, que é a parte externa do olho.
Uma curva externa da córnea de um olho de visão normal é aproximadamente a curva de uma esfera.
Entretanto, no astigmata, esta curva se apresenta como se fora a curva externa de uma câmara de ar ou a
superfície externa de um barril, guardadas as devidas proporções.

Exemplo de córnea tórica, demonstrando um astigmatismo de -2,00 diop.cil. com eixo próximo a 180°

O astigmatismo pode também ser causado, em poucos casos, pela deformação das curvas do cristalino
(pequena lente interna do olho) ou até mesmo por curvas tóricas internas da córnea.
Vejam no desenho acima que o encontro focal, na direção vertical, ocorre antes da retina e na direção
oposta, horizontal, ocorre exatamente na retina. Esta é uma demonstração gráfica do astigmatismo
miópico simples, dentro do olho. Neste caso a curva externa vertical da córnea é mais acentuada do que a
horizontal e sendo assim converge mais nesta direção fazendo com que o encontro focal ocorra antes da
fóvea.

Tipos

O astigmatismo pode se apresentar juntamente com outras deficiências de visão, tais como miopia,
presbiopia e hipermetropia.

Os tipos de astigmatismo baseado na estrutura assimétrica são:

o Astigmatismo corneal - devido a córnea de formato tórico e irregular.

o Astigmatismo cristaliniano - devido ao cristalino ter formato irregular, na verdade é bem mais raro.

Baseado no foco dos meridianos principais pode ser:

o Astigmatismo hipermétrope simples

o Astigmatismo miópico simples.

o Astigmatismo composto com miopia.

o Astigmatismo composto com hipermetropia.

o Astigmatismo misto.

o Astigmatismo residual (causado por irregulares das partes internas do olho)

o De posição descentrada do cristalino no (caso de implante intraocular).

o De posição inclinada do cristalino, também causado por implante intraocular.

Em indivíduos mais sensíveis, com astigmatismos corneanos de 0,50 ou 0,75 dioptrias também podem
originar sintomas. Por outro lado, num caso de astigmatismo de 0,25 dioptrias, a compensação óptica é
desnecessária, pois se assim não fosse, cerca de 90-95% das pessoas teriam que usar óculos.

Este astigmatismo corneano de 0,25 diop. pode ser causado pelo movimento vertical das pálpebras.
ASTIGMATISMO MIÓPICO SIMPLES

Astigmatismo é a impossibilidade de se ver nitidamente apenas em uma direção (meridiano). 0 astigmata


míope simples tem uma visão imperfeita, tanto para perto como para longe. Não consegue perceber
nitidamente a diferença de nitidez dos meridianos principais, ou melhor, vê mal as linhas em certas
direções e bem no meridiano oposto. Isto o impede de ver nitidamente símbolos ou letras, especialmente
em distâncias maiores.

Astigmatismo Miópico (Simples) impede a visão nítida para longe e perto, mas as pessoas sentem mais
falta de lentes corretoras dirigindo carro à noite ou principalmente na visão de longe. Vejam abaixo a
projeção gráfica do que ocorre quando o astigmatismo miópico é corrigido com lentes esf. 0,00 cil. -1,00 x
180° (ou outra dioptria similar)

Vejam que no plano vertical, representado pela área hachurada na direção vertical, o encontro focal ocorre
antes da fóvea, enquanto no plano horizontal, representado pela área hachurada com linhas diagonais, o
encontro focal ocorre exatamente na fóvea. Já nas linhas pontilhadas ocorre a compensação com lentes
0,00 cil. Negativo. Digamos que uma lente esf. 0,00 cil. -1,00 180° corrigirá o astigmatismo miópico como
demonstra o desenho acima, pelas linhas tracejadas.

Veja abaixo a ação refrativa desta lente compensadora:

Geralmente o astigmatismo miópico é provocado pela curva vertical da córnea ser mais acentuada do que
a curva horizontal. Isto faz com que as imagens sejam focalizadas (antes da retina) apenas em um plano
(vertical na maioria dos casos) sendo no plano horizontal a focalização, na retina faz a visão normal neste
meridiano. Isto faz com que seja necessária correção com lentes negativas apenas no meridiano vertical e
no horizontal seja a lente ‘plano’ (0,00).
O astigmatismo pode ocorrer em qualquer meridiano, porém, na maioria das vezes, ele ocorre com o eixo
negativo a 180° (horizontal) ou próximo dele, por isso é chamado "a favor da regra".

Quando o astigmatismo ocorre com eixo vertical (90° casos mais raros) é chamado "contra a regra". O
astigmatismo pode ocorrer em qualquer eixo mesmo que não seja 90° ou 180°.

Vejam pela projeção gráfica abaixo como é a visão de um astigmata míope com eixo 180°. Ele vê
nitidamente as linhas verticais e desfocadamente as linhas horizontais.

ASTIGMATISMO HIPERMETRÓPICO SIMPLES

Astigmatismo é a impossibilidade de se ver nitidamente apenas em uma direção (meridiano). O astigmata


hipermétrope simples é mais raro do que o astigmatismo míope simples. Geralmente o seu eixo positivo se
posiciona próximo a 90º. Este astigmata tem uma visão imperfeita, tanto para perto como para longe. Não
consegue perceber nitidamente a diferença de nitidez dos meridianos principais, ou melhor, vê mal as
linhas em certas direções e bem no meridiano oposto. Isto o impede de ver nitidamente símbolos ou letras,
especialmente em distâncias maiores.

O astigmatismo impede a visão nítida para longe e perto, mas as pessoas sentem mais falta de lentes
corretoras dirigindo carro à noite ou principalmente na visão de longe. Vejam abaixo a projeção gráfica do
que ocorre quando o astigmatismo hipermetrópico é corrigido com lentes (por exemplo) esf. 0,00 cil. +2,00
x 90° (ou outra dioptria similar), que transposta nos daria esf.+2,00 cil.-2,00 x 180º.

O astigmatismo hipermetrópico pode ser prescrito, por uma questão de padronização, usando-se o sinal do
cilíndrico negativo. Exemplo: um esf. 0,00 cil. +1,50 x 95º pode ser transcrito na receita assim: esf. +1,50 cil.
-1,50 x 5º. Ambos têm o mesmo efeito refrativo.
Vejam, acima, a ação refrativa de uma lente esf. 0,00 cil. +1,50 x 90°. Lembre-se que a ação refrativa desta
lente, com eixo positivo a 90º, demonstrado pelas linhas tracejadas, tem seu poder refrativo oposto ao eixo
de 90º, logo esta ação refrativa fará a correção das linhas desfocadas verticalmente. Isto fará com que o
encontro focal no plano horizontal (desenho), que se acha atrás da fóvea, será trazido para focalizar-se
nela. Esta é uma fase que costuma dificultar o entendimento ao aluno novo.

Vejam no desenho acima a visão de um astigmata hipermetrope simples que será corrigido, por exemplo
esf.0,00 cil.+1,50 x 90°conforme a lente do desenho anterior. A ação refrativa, no sentido horizontal,
promoverá a nitidez das linhas verticais.
ASTIGMATISMO MISTO

O astigmatismo misto se constitui de duas ametropias. Uma num sentido meridional míope e outra
hipermétrope no sentido oposto. Exemplo no desenho abaixo está demonstrado que no plano vertical há
uma miopia e no plano horizontal há uma hipermetropia.

Logo a lente compensadora será (por exemplo): esf. +1,00 cil. -3,00 x 180º (apenas um exemplo)

Neste exemplo acima vemos a ação refrativa de uma lente esf. +1,00 cil. -3,00 eixo a 180º que compensará
o astigmatismo misto demonstrado pelo desenho mais acima.

Sintomas

Falta de visão nítida em ambos meridianos principais. Um deles é míope e o oposto é hipermétrope o que
causa falta de visão nítida e desconforto visual.

Causa

Duas diferentes curvas da córnea formando um astigmatismo corneano provavelmente combinado com
uma hipermetropia.

Compensação

Como exemplo está demonstrado pelo desenho anterior. O astigmatismo míope normalmente é corrigido
com lentes esf./cil de sinais diferentes e com o valor cil. numérico maior que o esférico.
MIOPIA COMPOSTA COM ASTIGMATISMO

Trata-se de uma miopia com valores refrativos diferentes nos meridianos principais. Digamos que num
certo meridiano (direção) o encontro focal ocorre 10 mm antes da retina e no oposto ocorre 5 mm antes
da retina. Evidentemente que se trata de uma miopia com diferentes valores dióptricos, um para cada
meridiano específico. Em resumo trata-se de uma ametropia similar à miopias esférica porém diferenciada
pelo acréscimo do astigmatismo.

Vejam pela demonstração gráfica, acima, o que ocorre dentro do olho quando há uma miopia composta
com astigmatismo. Evidentemente, para sua compensação, precisaremos de uma lente. (por exemplo) esf,
-2,00 cil. -1,00 x 180º(vejam a demonstração do efeito refrativo pelas linhas tracejadas).

Importante: estamos fazendo esta demonstração gráfica com eixos horizontais e verticais, apenas para
melhor esclarecermos esta ametropia, mas fica bem claro, que estes astigmatismos poderão ocorrer em
eixos diferenciados, a partir de 5º até 175º.

Vejam abaixo exemplo de lente esf. -2,00 cil. -1,00 x 180º.

Vejam no desenho acima uma demonstração da visão de uma míope combinado com astigmatismo, onde
as linhas horizontais são mais desfocadas do que as verticais, sendo que ambas são diferentemente
desfocadas.

Sintomas

Similares ao da miopia simples, só que precisará de valores dióptrico diferentes para sua compensação.

Causa

Olho maior no sentido ântero posterior combinada com diferentes curvas da córnea, formando um
astigmatismo corneano.
Compensação

É feita com lentes esférico cilíndricas com ambos meridianos principais negativos, porém com valores
dióptricos diferenciados

HIPERMETROPIA COMPOSTA COM ASTIMATISMO

Trata-se de uma hipermetropia só que com valores refrativos diferentes em cada uma dos meridianos
principais.

Sintomas

Similares a uma hipermetropia simples, só que, combinada com astigmatismo.

Causa

Olho menor no sentido ântero posterior combinado com duas diferentes curvas da córnea.

Compensação

É conseguida com lentes esf. Cil. positivas em ambos meridianos, porém dioptricamente diferenciados.

Lente Compensadora

É uma lente positiva em ambos meridianos principais só que com valores dióptricos diferentes,
esf. +3,00 cil.-0,50 x 0º, como demonstra o desenho acima dentro do olho e abaixo o desenho da lente
compensadora esf. +3,00 cil. -0,50 x 180º:
PRESBIOPIA

A presbiopia é conhecida popularmente como ‘vista cansada’. É a mais popular das ametropias do olho, ou
seja, segundo dados da demanda nos USA e no BRASIL, chega a contribuir com cerca de 60% das pessoas
que usam óculos. Ela ocorre em todas as pessoas, e todos nós, um dia, seremos presbitas.([do grego
presbytes ‘velho’] Oftalm.adj. 2G 1) . {Quem escreve ou fala ‘présbitas’, proparoxítona, está errado,
segundo o Dicionário Aurélio.}

A presbiopia ocorre na grande maioria das pessoas e geralmente se iniciai entre os 41/42 anos de idade. O
cristalino, e seus músculos ciliares, começam a perder seu poder de acomodação para perto entre os 23 e
30 anos de idade. Porém o ser humano consegue contornar este problema. Quando passa dos 42 anos
começa a distanciar as pequenas letras ou procurar melhor claridade para vê-las corretamente e quando o
braço não consegue trazer a nitidez, está na hora de ir ao Optometrista ou ao Oftalmologista para correção
da visão para perto.

Crescimento do Cristalino

Segundo Priestley Smith e outros (Anatomia do olho humano)

Compensação

A presbiopia também é corrigida com lentes positivas (convergentes) designadas pelo sinal positivo. As
lentes positivas são mais espessas no centro e ao serem movimentadas diante dos olhos, deslocam em
sentido contrário os objetos vistos através delas.

O uso de lentes multifocais é adotado para permitir visão nítida para longe e perto numa só lente,
especialmente quando a presbiopia alcança também a visão de longe.

A presbiopia cresce tanto que próximo dos 52 anos costuma atingir a visão de longe. Deste modo um
presbita começa corrigindo a visão para perto e com o tempo também necessita dioptria positiva para
longe. Mesmo não sendo hipermétrope na juventude; começa a corrigir a visão de longe. A seguir damos
uma ideia da progressão do poder de acomodação, desde os 22 anos até os 80 anos.
O quadro acima demonstra que a partir dos 22 anos, o cristalino e o conjunto de músculos ciliares já
iniciam a perda de acomodação, mas somente a partir dos 42 anos haverá necessidade de lentes
corretoras, sendo inicialmente para perto. Próximo dos 52 anos a presbiopia cresce tanto que afeta a visão
de longe e também necessitará correção cada vez maior. Todos nós seremos presbitas um dia, podemos ter
certeza disso. A perda de acuidade visual e os intervalos são também demonstrados pela tabela acima.
Diga-se também que estes números são todos estimativos e poderão variar de acordo com a atividade da
pessoa e fatores genéticos.

Esta progressão da perda de acomodação é o que poderíamos chamar de uma média do que acontece. As
variações ficam por conta da atividade e da natureza das pessoas.
Notem, pelo desenho acima, que num objeto colocado a curta distância (40 cm.) os raios de luz não
penetram paralelamente no olho. Como se observa, os raios entram no olho divergindo, isto porque estão
próximos, ao contrário das outras ametropias que vinham de uma distancia de 6,10 metros ou maior.

Caso o cristalino ainda fosse novo, ele traria as imagens para a fóvea, mas nos casos em que a pessoa já
passou dos 42 anos, não consegue realizar o que conseguia quando era mais jovem.

Pelas linhas tracejadas, no desenho acima, vemos a correção da presbiopia com lentes positivas.

Tipos de Multifocais

Quando a presbiopia alcança a visão de longe, o uso de lentes multifocais é mais indicado. Vejam abaixo os
tipos de multifocais:

Presbita ou Présbita?

Será que o dicionário Aurélio está errado? Lá está: [Presbita, “paroxítona”. (Do gr. presbytes, ‘velho’.)
Oftalm. Adj.2g1. Diz-se do olho ou de pessoa que tem presbiopsia.* S2 g2. Pessoa presbita.]

Especialmente nos folhetos publicitários a palavra errada “présbita” vem sendo usada. Nós, ópticos e
optometristas temos que dar o exemplo. Ou será que o Aurélio está errado?

Sintomas da Presbiopia

Dificuldade de ver nítido durante a leitura; impossibilidade de focar objetos próximos; ardor nos olhos;
dificuldade em ler o jornal, bulas de remédios ou enfiar a linha numa agulha; sensação de pálpebras
pesadas, dores de cabeça quando se realiza tarefas próximas.

Caso o cliente tenha mais que 42 anos e queixe-se de falta de visão nítida para perto, provavelmente será o
principal indício de ser presbita (vista cansada). A procura de claridade próxima das janelas e afastamento
da leitura para ver melhor, são indicações e sintomas da vista cansada.
Caso se queixe de falta de visão nítida para perto (mais de 42 anos) e na anamnese ficou constatado que
antes, não tinha deficiência alguma, mesmo assim, faça o teste para longe, sem óculos, para se certificar se
há necessidade de correção também para longe. Às vezes se constata com o quadrante horário um
astigmatismo não constatado anteriormente, que poderá melhorar a qualidade visual, juntamente com as
lentes positivas da presbiopia.

Causas da Presbiopia

Algumas teorias explicam que a base desse distúrbio visual é a perda da capacidade de contração do
músculo ciliar, juntamente com o esclerosamento gradual do cristalino, ou seja, o endurecimento da lente
intraocular natural, reduzindo, assim, a capacidade de focar as imagens de perto.

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a presbiopia não é uma doença, é apenas uma involução
natural da visão que diminui a capacidade de focagem em objetos, inicialmente para perto.

Mais da metade da população mundial possui esse problema. Tanto homens quanto mulheres são
afetados. Não existe uma forma de prevenção para a presbiopia, devido ao fato de ser um fenômeno
natural, salvo com as modernas cirurgias.

Procedimento para refratar e corrigir a visão do presbita

Na armação de provas

Em primeiro lugar ajuste a DP de perto na armação de provas. Ajuste o comprimento das hastes. Em
seguida ajuste a altura e a inclinação. Esta última deverá ter os aros inferiores inclinados e mais próximos
da face para evitar que distorções impeçam uma correção exata.

Correção da Presbiopia (vista cansada)

Nos casos em que a deficiência de visão seja igual em ambos os olhos, o teste para perto, poderá ser em
ambos os olhos, simultaneamente, com duas lentes positivas adaptadas na armação de provas. De todo
modo, especialmente quando a anisometropia é constatada no teste de longe, é melhor fazer o teste para
perto já com a correção de longe adaptada na armação de provas.

Casos de astigmatismo combinados com presbiopia

Caso o cliente acuse astigmatismo no teste de longe, antes da avaliação da visão de perto, o mesmo
astigmatismo encontrado antes, será usado na armação de provas, para então se proceder a correção da
presbiopia propriamente dita com lentes esféricas positivas já combinadas com as lentes cilíndricas.

Use a carta de refração para perto e vá colocando duas lentes positivas, iniciais em A.O. Por exemplo: Esf.
+1,00 e posicione a carta a uma distância de 35/40 mm. Verifique se nesta distância a visão é boa. Usando
a carta para perto e recomendando que o cliente visualize as letras da fileira do J1 (as menores).

Caso a visão nítida não seja conseguida, vá aumentando a dioptria, de +0,50 em +0,50, até que as letras ou
símbolos fiquem nítidos na distância de 35/40 cm. na fileira do J1. Faça a análise ocupacional antes de
refratar. Se o cliente usar muito no trabalho, numa distância de refração de 35 cm., use correção
ligeiramente mais forte e se a 40 cm. use ligeiramente mais fraca.

Caso, no teste, o cliente afaste a carta a mais de 40 cm, significa que a dioptria usada é insuficiente. Em
caso em que o cliente aproxime demasiadamente a carta de refração, estará hiper-refratado. Faça o teste
final, afastando e aproximando a carta de refração. Avalie os pontos de focalização, mais próximos e mais
afastados. Avalie o ponto médio de focalização e, confrontando-o com a análise ocupacional e defina a
refração final. Escolha a melhor correção. Este último teste conclui um bom trabalho e evita que o cliente
reclame posteriormente que sente dores intraoculares (identificadas por ele como dor de cabeça). Oriente
com inteligência o cliente e isto faz parte do sucesso da correção.

Correção da presbiopia com cirurgias

Com o desenvolvimento das tecnologias cirúrgicas, a cargo dos médicos oftalmologistas, os implantes
intraoculares começaram a se iniciar a partir de anos próximos, com uma cirurgia revolucionária que vem
dando resultados satisfatórios. A cirurgia e correção da presbiopia, com lentes multifocais, começa a
corrigir a visão, tanto para longe como para perto.

Técnica da monovisão

A técnica da monovisão compreende a correção para longe em um dos olhos (o dominante) e para perto (o
dominado). Cada olho tem uma função específica. É a ‘técnica da monovisão’. Geralmente esta correção
com óculos, não costuma ser total, sendo que, no caso de óculos, olho corrigido para longe, se aumenta a
correção normal em +025 diop. e no de perto se reduz -0,25 diop. sempre procurando reduzir a diferença
dióptrica entre longe e perto. De outro modo se entende que a adaptação é melhor aceita pelo usuário
quando a adição é até 2,00 diop. Não sabemos se esta limitação é aplicada nas cirurgias, mas é uma
possibilidade.

Nos casos da monovisão, e mesmo nos demais, o paciente tem que se esforçar no sentido de haver uma
adaptação a este novo ‘modo de enxergar’. Existem suspeitas de que somente 50% das pessoas se
adaptam a monovisão. As percepções e concepções visuais são conscientizadas pelo cérebro e fazer com
que um dos olhos seja usado para perto e outro para longe, exige um certo período de adaptação e nem
todos conseguem.

Nas cirurgias da catarata novas técnicas estão surgindo. Já que os dois cristalinos serão substituídos, se
inicia um novo modo de aplicação da monovisão, implantando-se a correção simultânea dos dois olhos, um
para longe e outro para perto. Não temos dados mais precisos sobre esta técnica.

BAIXA VISÃO

O que significa a chamada “baixa visão”? É a visão abaixo do normal, mesmo que seja depois da correção
com lentes convencionais. Ela pode ser classificada como:

20/30 a 20/60: é considerado leve perda de visão, ou próximo da visão normal;

20/70 a 20/160: é considerada baixa visão moderada;

20/200 a 20/400: é considerada grave deficiência visual ou baixa visão grave. É desta última que nos
ocuparemos.

O que causa a ‘baixa visão’?

As seguntes doenças e anomalias são as principais causadoras da ‘baixa visão’:

o Degeneração macular:
É uma doença que afeta a retina que é o revestimento sensível à luz na parte de trás do olho onde
as imagens são focadas. A mácula e a fóvea central são as áreas na retina responsáveis pela visão
central (20/20, quando é normal) que se deteriora, causando a chamada baixa visão. Estas podem
causar problemas como dificuldade de leitura e, para alguns, um ponto cego na área central da
visão. Em alguns casos a acuidade visual pode ficar próxima a 20/200 (10%).
Outras causas são:

o Glaucoma:
É uma doença caracterizada pela elevada ou instável pressão intraocular que pode danificar as
estruturas internas do olho especialmente as zonas da mácula. Esta pressão aumentada pressiona
as células centrais e causa a atrofia da escavação do disco óptico ou fóvea central.

o Maculopatia relacionada com a idade:


É uma doença relacionada em boa parcela de idosos. É quando ocorre certa degeneração das
células fotosensoras da área macular da retina. Pode se tornar bilateral após alguns anos.

o Catarata
É a parcial ou completa perda de transparência do cristalino ou de sua cápsula. A catarata pode
ocorrer, na maioria das vezes, em pessoas idosas. Devido aos excelentes desenvolvimentos das
cirurgias ela deixa de ser uma causa da ‘baixa visão’, pois após a cirurgia, a visão pode se tornar
normal.

Outras causas de menor frequência existem.

Como melhorar a visão?

Em primeiro lugar, quando a acuidade visual está próxima de 20/200 (10%), causada pelas doenças citadas
acima, as lente convencionais, dioptricamente graduadas, pouco ou nada adiantam na correção.

Auto refratores computadorizados

Antes de se efetuar a aplicação das ajudas visuais, propriamente ditas, pode-se utilizar os auto refratores
computadorizados que ajudam levemente indicando as correções, assim como esféricas e cilíndricas. Estes
instrumentos medem e imprimem as dioptrias, mesmo sem a participação dos clientes. Estes não tem
sensibilidade visual para distinguir símbolos. Nestes casos a refração indicada pela eletrônica ajudará
levemente a melhora visual do portador de ‘baixa visão’. Para quem pouco enxerga, qualquer pequena
ajuda, mesmo com lentes convencionais, acopladas as tele lupas não deixam de ser importantes.

Recursos de ajudas visuais

Os recursos são a utilização de vários artefatos. Estes nada tem a ver com a nitidez propriamente dita.
Estes recursos são apenas uma ajuda visual pelo aumento do tamanho (magnificação) das imagens ou
símbolos, o que pode melhorar a acuidade visual em 10%, 20% ou 30%. Nada mais do que isso. E assim
mesmo, depende da gravidade da perda.

Designação dos artefatos

Podem ser designados por:

o Tele lupa

o Lupa eletrônica

o Prancha de leitura

As telelupas tem uma certa semelhança com um ‘binóculo’ (que não deixa de ser) e outros auxílios, todos
eles simplesmente aumentam o tamanho das imagens.
Tamanho das imagens vistas

Tamanho das imagens, com o uso de tele lupa para longe é limitado.

O uso da tele lupa não é apropriado para andar na rua. Evantualmente pode ser útil na identificação de
número de ónibus, por exemplo, mas sem movimentar a cabeça. Sem treinamento torna-se difícil a
localização dos objetos. Na rua ou em locais semelhantes, o movimento dos objetos e demasiadamente
veloz, o que tonteia o usuário.

Usando a telelupa, digamos que o tamanho das imagens visualizadas, numa distância de três metros, é
aproximadamente similar a uma tela de TV. O tamanho das imagens é limitado. A tele lupa é mais indicada
para interiores.

Como a perda visual é muito grande, qualquer ajuda, mesmo que pequena é valiosa. Não se deve aumentar
a expectativa dos portadores da ‘baixa visão’, mesmo porque elas não deixam de ser limitadas. Esta é a
verdade.

Obs. Ney Dias já trabalhou com estas ajudas e equipamentos da Zeiss.


Tipos de Astigmatismo
A Favor da Regra
Quando o eixo negativo está a 180° ou próximo de 30°. Quando a curva vertical da có
horizontal.

Contra a Regra
Quando o eixo negativo está próximo de 90° e quando a curva horizontal da córnea é m

Assimétrico
Condição em que os eixos maior e menor não se cruzam em angulo reto.

Corneano
Quando a correção astigmática é proveniente do astigmatismo corneano.

Cristaliniano
Proveniente de curvas irregulares do cristalino.

Final
É a soma algébrica e vetorial de todos os componentes cilíndricos, não corrigidos, que

Induzido
É induzido por uma lente esférica, de alto poder positivo, formado pela inclinação indev

Irregular
Causado por lesão ou anomalia da córnea, cujas depressões irregulares superficiais alt

Lenticular
Erro refratométrico irregular do olho, no qual o astigmatismo se apresenta com vários
cristalino.

Marginal
Defeito óptico das lentes produzido pela falta de completa nitidez através da periferia d

Oblíquo
Quando o eixo negativo do astigmatismo está a 45° ou 135°, ou próximo deles.

Ocular
Composto de três setores: da córnea, do cristalino, ou residual.

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