Apostila - Análise Química Quantitativa 2016
Apostila - Análise Química Quantitativa 2016
Apostila - Análise Química Quantitativa 2016
QUANTITATIVA
Teoria e Prática
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APRESENTAÇÃO
Ao aluno:
1. Prepare-se antes de ir para o laboratório; leia prévia e cuidadosamente o texto
relacionado à atividade a ser executada.
2. Confira o material recebido. Ao sair do laboratório deixe cada coisa em seu lugar,
exatamente como foi encontrado.
3. Mantenha-se atento e concentrado durante a atividade para um melhor
desempenho e faça um registro cuidadoso de todas as observações e resultados
obtidos. Seja escrupuloso no registro das observações e não altere os valores obtidos
com o intuito de forçar sua coerência com os dados do problema. Não forje
observações que não tenham sido feitas realmente. Se o resultado final for
insatisfatório, procure descobrir as possíveis causas do erro e, somente se
necessário, refaça a experiência.
4. Siga as instruções fornecidas e em caso de algum problema, não tome nenhuma
providência sem antes consultar o professor ou o responsável pelo laboratório.
Ao grupo:
1. Procure harmonizar-se durante a execução da atividade de maneira a evitar
acidentes.
2. Procure manter-se nos limites da bancada e com o menor índice de barulho
possível.
3. Organize a execução das atividades de modo a deixar a bancada sempre
organizada.
CADERNO DE LABORATÓRIO
Anteceda cada conjunto de registro com um cabeçalho com data (ex. título do
experimento e data da execução).
Escreva as equações químicas balanceadas para cada reação que será usada.
Sempre registre os nomes dos arquivos em computadores que foram gerados com os
dados obtidos nos experimentos.
RELATÓRIOS
O trabalho científico realizado por uma pessoa ou um grupo só poderá ter utilidade
para outras pessoas, se adequadamente transmitido. A forma de transmissão mais
difundida é a da linguagem escrita, principalmente na forma de resumos, relatórios,
artigos científicos e livros, dependendo da extensão, importância e público a ser
atingido.
Nos laboratórios acadêmicos e industriais são muito empregados os relatórios de
experiências realizadas.
Não existem normas rígidas da sua elaboração, mas, devido à sua provável
importância na carreira profissional do aluno, serão dadas algumas recomendações
que lhe serão úteis no progressivo aperfeiçoamento da sua técnica de redação
científica.
Queimaduras.
a) - Queimaduras causadas por calor seco (chama e objetos aquecidos)
No caso de queimaduras leves, aplicar pomada de picrato de butesina. No caso de
queimaduras graves, elas devem ser cobertas com gase esterilizada umedecida com
solução aquosa de bicarbonato de sódio à 5%.
b) - Queimaduras por ácidos
Lavar imediatamente o local com água em abundância, durante cerca de cinco
minutos. Em seguida, lavar com solução saturada de bicarbonato de sódio e
novamente com água. Secar, aplicando então mertiolate. Se os olhos forem
atingidos, lave-os com bicarbonato de sódio a 1% se o ácido for diluído; se for
concentrado, lave primeiro com água, depois com a solução de bicarbonato de sódio.
Procure o médico imediatamente.
c) - Queimaduras por álcalis
Lavar a região atingida imediatamente com bastante água durante cinco minutos.
Tratar com solução de ácido acético 1% e novamente lavar com água. Secar a pele e
aplicar mertiolate.
Se os olhos forem atingidos, lave com ácido bórico a 1%, para álcalis diluídos e água
seguida de solução de ácido bórico a 1% para álcalis concentrados. Procure o
médico imediatamente.
Cortes
a) Cortes Pequenos
Deixe sangrar por alguns segundos, verifique se há ainda fragmentos de vidro,
desinfete o local e coloque atadura.
b) Cortes Maiores
Desinfete e procure estancar o sangue, fazendo pressão logo acima do corte, no
máximo cinco minutos, se necessário, procure um médico.
Em um nível melhor o analista pode ter que decidir que método aplicar em uma
análise além de ter a habilidade necessária para realizá-la. A escolha do método
pode não ser tão simples quanto parece, pois o analista deve levar em conta a
exatidão, o tempo de execução e a economia, entre outros fatores.
Exemplos:
b) Volumetria:
reage-se a substância a ser determinada com um reagente adequado e padronizado.
Exemplos: reações de neutralização, complexação, precipitação e óxido-redução.
c) Volatilização ou desprendimento:
mede-se o volume de gás desprendido ou absorvido em uma reação química.
Métodos instrumentais:
são aqueles que requerem um instrumento para medir a propriedade de interesse
(e.g. elétrica, absorção, emissão etc.).
Em um nível melhor o analista pode ter que decidir que método aplicar em uma
análise além de ter a habilidade necessária para realizá-la. A escolha do método
pode não ser tão simples quanto parece, pois o analista deve levar em conta a
exatidão, o tempo de execução e a economia, entre outros fatores.
II - Processo Analítico
Substâncias padrão primário: não precisam ser padronizadas por outra solução
para serem utilizadas. Devem satisfazer os seguintes requisitos:
- ser de fácil obtenção, purificação, dessecação e conservação;
- as impurezas devem ser facilmente identificáveis com ensaios qualitativos
conhecidos;
- o teor de impurezas não deve ser superior a 0,01 – 0,02%;
- a substância não deve ser higroscópica ou eflorescente;
- a substância deve ser totalmente solúvel de modo que se forme uma solução
perfeita;
- a substância deve possuir peso molecular elevado;
- a substância deve ser sólida.
A solução padrão primária é preparada pelo método DIRETO, ou seja, pesa-se uma
quantidade definida por cálculo da substância e dissolve-se, normalmente em água.
O volume e a massa são definidos previamente por cálculo, dependendo da
substância, da concentração e da quantidade desejadas da solução. Deve-se usar
vidraria volumétrica (balão volumétrico, pipetas volumétricas). A solução obtida é
considerada um padrão primário.
Grau do Reagente
Grau-Padrão Primário
Os produtos químicos que tenham sido preparados para uma aplicação específica
também estão disponíveis. Entre eles estão incluídos os solventes para
espectrofotometria e para cromatografia líquida de alta eficiência. As informações
pertinentes ao uso pretendido são fornecidas juntamente com esses reagentes. Os
dados fornecidos para um solvente espectrofotométrico, por exemplo, podem incluir
sua absorbância em comprimentos de onda selecionados e seu comprimento de onda
de corte do ultravioleta.
Uma análise química de alta qualidade requer reagentes e soluções com purezas
conhecidas. Um frasco de um reagente de grau químico, aberto recentemente, pode
ser utilizado normalmente, com confiança; se essa mesma confiança pode ser
justificada quando o frasco estiver pela metade, isso depende inteiramente da
maneira como ele tem sido manuseado desde que foi aberto. As seguintes regras
devem ser observadas para prevenir a contaminação acidental de reagentes e
soluções.
Quando a quantidade de substancia a ser pesada não necessita ser conhecida com
muita precisão, pode-se empregar uma balança menos precisa, tipicamente com 2
ou 3 casas decimais, equivalentes a precisões entre 1 mg e 10 mg. Este
procedimento e muito comum quando, por exemplo, deseja-se pesar reagentes para
o preparo de soluções que deverão ser necessariamente padronizadas mais tarde, tal
como e o caso da solução padrão de NaOH.
Sao elas:
1. Nunca tocar com as maos os objetos a serem pesados. Estes objetos devem ser
manipulados com uma pinca ou com um pedaco de papel limpo (Figura 3).
2. Todo objeto deve ser pesado a temperatura ambiente para se evitar erros devidos
a formacao de correntes de conveccao. Use desseca dores (Figura 4) para a
estabilização da temperatura. Solicite instruções se não souber como utilizar um
dessecador!
3. Nunca colocar reagentes diretamente sobre os pratos da balanca, mas pesa-los
em recipientes adequados, tais como pesa-filtro, bequer pequeno, vidro de relogio
ou ate mesmo em papel apropriado para pesagem (papel acetinado). Sempre que
alguma substancia cair acidentalmente sobre o prato da balanca, este deve ser
imediatamente limpo com um pincel macio.
4. Manter sempre as laterais da câmara de pesagem fechadas quando se faz a
leitura em uma balança analítica, pois qualquer corrente de ar externa pode causar
instabilidade e erros nas leituras.
5. Nunca colocar ou retirar objetos do prato de uma balanca sem que esta esteja
travada. Em caso de duvida, consulte o manual do seu equipamento.
Durante a pesagem
1. Colocar o recipiente de pesagem sempre no centro do prato.
2. Tarar (zerar) a balança com as janelas fechadas.
3. Adicionar cuidadosamente a massa desejada no interior do recipiente.
4. Fechar as janelas e aguarde a sua estabilização.
5. Anotar o valor da massa ate a ultima casa decimal
6. Retirar o frasco de pesagem.
Após a pesagem
1. Se necessário utilizar um pincel para a limpeza.
2. Deixar o prato da balança limpo e seco.
3. Fechar todas as janelas da balança.
4. Zerar a balança.
5. A bancada da balança deve estar sempre limpa e os fracos de reagentes fechados.
Medida de Volume
Unidades de Volume
O volume ocupado por uma certa massa de líquido varia com a temperatura, assim
como o dispositivo que abriga o líquido, durante a medida. Em sua maioria, os
dispositivos de medida volumétricos são feitos de vidro, que felizmente têm um
pequeno coeficiente de expansão. Conseqüentemente, as variações no volume de
um recipiente de vidro, com a temperatura, não precisam ser consideradas no
trabalho analítico corriqueiro.
O volume pode ser medido de maneira confiável com uma pipeta, uma bureta, ou
um frasco volumétrico.
O equipamento volumétrico é marcado pelo fabricante para indicar não apenas a sua
forma de calibração, geralmente TD para dispensar (to deliver) ou TC para conter (to
contain), como também a temperatura na qual a calibração se aplica estritamente.
As pipetas e as buretas são normalmente calibradas para dispensar volumes
específicos, enquanto os frascos volumétricos são calibrados para conter um dado
volume.
Pipetas
Como as buretas, antes do uso, as pipetas devem ser bem lavadas com água e
detergente e feito o ambiente com o líquido a ser medido.
Para operar efetivamente uma pipeta, devemos usar uma peça de borracha,
chamada pipetador de Griffin, mas entre nós mais conhecida como própipeta (veja
figura 3.3), sempre que o líquido (a ser pipetado) seja muito tóxico (ou corrosivo),
ou que emita vapores tóxicos. Líquidos moderadamente tóxicos também devem ser
pipetados com a pró-pipeta por operadores ainda inexperientes. Mesmo operadores
que se considerem muito experientes e capazes, só podem operar pipetas com a
boca (com líquidos moderadamente tóxicos ou corrosivos) após se certificarem de
que estão próximos a uma pia, de que a torneira da pia está funcionando, de que o
caminho para a pia está desimpedido, etc., de forma que, se necessário, possam
lavar a boca em poucos segundos, reduzindo assim os maus efeitos de uma entrada
acidental de líquido em sua boca.
Quando o líquido é inócuo (como água, por exemplo) não há perigo em pipetar com
a boca, mas é muito importante tomar certos cuidados para que a medida seja bem
feita. Em primeiro lugar, é essencial que o extremo superior da pipeta esteja bem
seco (se estiver molhado, seu dedo perderá o controle fino da velocidade de
escoamento); da mesma forma, o dedo indicador (que vai fechar e abrir o topo da
pipeta) também precisa estar seco. Ao aspirar o líquido com a boca, os lábios devem
ser colocados de forma a não molhar a boca da pipeta (não se esqueça também da
língua). CUIDADO.* Aspira-se até o líquido passar a marca desejada, retira-se a
pipeta de dentro da boca e tampa-se rapidamente com o dedo indicador (observe a
figura 3.4).
Escoamento e retenção. Instrumentos volumétricos que funcionam com
escoamento de líquidos (como pipetas e buretas) exigem cuidado, na operação, para
evitar erros de medida devidos à retenção dos líquidos em suas paredes durante o
escoamento. Ao esvaziar uma pipeta, se você deixar o líquido escorrer muito
rapidamente, uma quantidade considerável de líquido ficará retida nas paredes,
introduzindo erro nas medidas. Experimente com uma pipeta volumétrica; encha
com álcool e deixe escorrer bem rápido (abra totalmente o topo) até que o nível do
álcool atinja o tubo estreito de baixo. Tampe totalmente e ponha um dedo marcando
o ponto onde está o nível do álcool neste momento. Espere um pouco e veja como
esse nível sobe, devido ao líquido que estava retido e vem escoando mais
lentamente. Por isso, ao usar pipetas e buretas, deve-se deixar o líquido escorrer a
uma velocidade apenas moderada.
Buretas
Uma bureta consiste em um tubo calibrado para abrigo do titulante, mais uma
válvula pela qual a vazão do titulante é controlada. Essa válvula é a principal fonte
de diferenças entre as buretas. A válvula de pinça mais simples é composta por uma
bolinha de vidro finamente ajustada, colocada em um tubo de borracha curto, que
conecta a bureta e sua ponteira; o líquido escoa pela conta de vidro apenas quando
o tubo é deformado.
Uma bureta equipada com uma torneira de vidro depende do uso de um lubrificante
aplicado entre as superfícies esmerilhadas da torneira e do cilindro para uma
vedação bem eficiente. Algumas soluções, notadamente de bases, provocam o
emperramento da torneira quando permanecem na bureta por longos períodos;
portanto, uma limpeza completa é necessária após sua utilização. As válvulas feitas
em Teflon são encontradas comumente; essas válvulas não são afetadas pelos
reagentes mais comuns e não requerem o uso de um lubrificante.
Antes de ser colocados em uso, os frascos volumétricos precisam ser lavados com
detergente e enxaguados completamente. Apenas raramente eles precisam ser
secos. Se necessário, no entanto, a secagem é mais bem realizada prendendo-se o
frasco na posição invertida. A inserção de um tubo de vidro conectado a uma linha
de vácuo acelera o processo.
Após o soluto ter sido transferido, encha o frasco até a metade e agite o conteúdo
para apressar a dissolução. Adicione mais solvente e em seguida misture bem. Leve
o líquido quase até a marca e deixe drenar por algum tempo (≈1 min); em seguida,
use um gotejador para fazer qualquer adição final necessária do solvente (ver nota a
seguir). Tampe o frasco com firmeza e inverta-o repetidamente para garantir a
completa mistura. Transfira o conteúdo para um frasco de armazenamento que
esteja seco ou que tenha sido enxaguado com várias pequenas porções da solução
do frasco volumétrico.
Nota
Se, como acontece algumas vezes, o nível do líquido exceder a marca de calibração,
a solução pode ser aproveitada, corrigindo-se para o excesso de volume. Use uma
fita adesiva para marcar a posição do menisco. Após o frasco ter sido esvaziado,
preencha-o com água de novo, cuidadosamente, até a marca do fabricante. Use uma
bureta para determinar o volume adicional necessário para encher o frasco até que o
menisco esteja na marca da fita colada. Esse volume precisa ser adicionado ao
volume nominal do frasco quando a concentração da solução for calculada.
Evitando a Paralaxe
Notas
1. O líquido pode ser mantido sob um nível constante com maior facilidade se o dedo
indicador estiver ligeiramente úmido. A umidade excessiva torna o controle
impossível.
2. Enxágüe a pipeta completamente após seu uso.
Preenchimento
Cada béquer, frasco ou cadinho que vão conter uma amostra devem ser
completamente lavados antes de ser utilizados. O aparato precisa ser lavado com
uma solução detergente, a quente, e então deve ser enxaguado – inicialmente com
copiosas quantidades de água corrente, e finalmente inúmeras vezes com pequenas
porções de água deionizada. Um recipiente de vidro limpo de forma apropriada será
recoberto com um filme uniforme e contínuo de água. Às vezes é necessário secar a
superfície interna de um recipiente de vidro antes do seu uso; a secagem é
normalmente uma perda de tempo, no melhor dos casos, e uma fonte potencial de
contaminação, no pior deles.
Este resultado 17,24 mL tem quatro algarismos significativos (os dígitos um, sete e
dois são conhecidos com certeza e o quatro é o algarismo duvidoso – aquele que foi
estimado). O algarismo duvidoso sempre está na casa decimal em que está o limite
de erro do aparelho de medida utilizado. Como o limite de erro de uma proveta
corresponde à metade de sua menor divisão, no caso da proveta acima mencionada,
este limite é de 0,05 mL; por isso que no valor 17,24 mL o dígito 4 corresponde ao
algarismo duvidoso. Já no caso de um valor de massa igual a 7,241 g, medido numa
balança cujo fundo de escalas é 0,001 g (para balanças, o limite de erro é igual à
menor divisão), os dígitos sete, dois e quatro são conhecidos com certeza e o um é o
algarismo duvidoso.
13 cm = 13 x 10-2 m = 0,13 m
13 cm = 13 x 10 mm, seria errado escrever 13 cm = 130 mm, pois aqui você diz que
o 3 é certo e o duvidoso é o zero.
13 cm = 13 x 10-5 km = 0,00013 km, nesse caso está correto escrever assim pois os
zeros a esquerda não são significativos.
Muitas vezes, a resposta a uma operação aritmética contém mais algarismos do que
os significativos. Nesses casos, as seguintes regras devem ser usadas para
arredondar o valor até o número correto de algarismos significativos:
Adição e Subtração
O resultado de uma soma ou de uma subtração deve ser relatado com o mesmo
numero de casas decimais que o termo com o menor número de casas decimais. Por
exemplo, os resultados da seguintes soma e subtração.
Devem ser relatados como 8,4 e 88, respectivamente, pois 6,3 têm somente uma
casa decimal e 90 não tem nenhuma.
Multiplicação e Divisão
O resultado de uma multiplicação ou de uma divisão deve ser arredondado para o
mesmo número de algarismos significativos que o do termo com menor número de
algarismos significativos. Por exemplo, os resultados das seguintes multiplicação e
divisão.
Devem ser relatados como 13 e 2,9, respectivamente. Pois o termo 6,3 tem somente
dois algarismos significativos.
Definições de erros
Erro absoluto: é a diferença entre o valor exato (ou verdadeiro) da grandeza física
e o seu valor determinado experimentalmente.
onde: Eabs= erro absoluto, X= valor medido e Xv= valor verdadeiro da grandeza.
Nos casos em que o valor exato é desconhecido, se usa o valor mais provável ou
representativo. Esse valor é obtido pela média aritmética ou através da mediana do
conjunto de medidas realizadas.
CONCENTRAÇÕES DE SOLUÇÕES
Conceito:
É a razão entre a massa de soluto, em gramas, e o volume de solução em litros.
Expressão matemática
Onde:
C = concentração (g/L);
m1 = massa do soluto (g);
V = Volume de solução (L).
Exemplo:
Uma solução 1 g/L possui um grama de soluto dissolvido em um litro de solução;
uma solução 20 g/L possui 20 gramas de soluto dissolvidos em um litro de solução.
Densidade
Conceito
É a razão da massa da solução pelo volume da solução, dada em L ou mL.
Expressão matemática
Onde:
d = densidade;
m = massa da solução;
V = volume da solução, dada em L ou mL.
Significado
A densidade indica a massa, em gramas, encontrada num litro ou mililitro de
solução.
Exemplos:
Uma solução de densidade 1 g/mL possui massa de 1 g por ml de solução, ou seja,
1mL de solução apresenta massa igual a 1 g. Uma solução de densidade 980 g/L
possui massa 980 g por 1 L de solução, ou seja, 1 L de solução apresenta massa
igual a 980 g.
Concentração em massa ou título
Conceito
É a razão entre a massa de soluto e a massa de solução.
Expressão matemática
Onde:
t ou T = título
m1 = massa do soluto
m2 = massa do solvente
m1 + m2 = m (massa da solução).
Unidade
O título de uma solução ou a porcentagem em massa é um número sem unidades,
maior que zero e menor que um. Geralmente utiliza-se o título expresso em
porcentagem. Para isso, multiplica-se o título em massa por 100.
Significado
Exemplo:
Uma solução de KCl a 10 % possui 10 g de KCl em 100 g de solução ou seja 90 g de
água.
O uso de porcentagem (%), partes por mil, partes por milhão (ppm) e partes por
bilhão (ppb) são utilizados em indústrias e laboratórios, mas não são unidades SI. O
principal problema com estes termos é a ambigüidade, pois eles podem se referir as
relações massa/massa, massa/volume, volume/volume ou volume/massa. Assim, se
o seu uso for necessário, é preciso dar referência à relação de comparação (ex.: 2%
m/V). O uso de porcentagem é aceitável quando em eventos que não possam ser
descritos com unidades SI ou então quando se trata de uma comparação fracional
bem definida. Alguns dos casos possíveis são: coeficiente de variação, composição
de produtos comerciais, umidade relativa e átomo-porcento de abundância de
isótopos estáveis, etc.
Conceito
É a razão entre o número de mols de soluto e o volume de solução dado em L.
Expressão matemática
como
assim:
Onde:
M = Concentração em mol/L;
n1 = número de mols de soluto;
V = volume de solução (litros);
m1 = massa de soluto (gramas);
Mol = massa molar do soluto.
Unidade : mol por litro (mol/L), molar.
Significado
Normalidade
a) uma entidade de íons hidrogênio ionizáveis, nas reações que não envolve
mudança no número de oxidação, como nas reações ácido-base;
Onde:
N = Concentração em neq/L;
neq = m1/E = número de equivalentes de soluto;
V = volume de solução (litros);
m1 = massa de soluto (gramas);
E1 = equivalente do soluto
Mol = massa molar do soluto.
K = constante que depende da substância
sendo,
Logo:
Concentração e molaridade
I - Algumas definições
Titulação
Principio da volumetria
Classificação
a) Método direto ou titulação direta: por este método a espécie a ser determinada
reage diretamente com a solução padrão.
Solução padrão
Padrões primários são reagentes que preenchem todos os requisitos dos reagentes
analíticos além de conter uma quantidade conhecida, aproximadamente 100% da
substância principal. São freqüentemente preparados e purificados por métodos
especiais. Um bom padrão primário deve preencher as seguintes condições:
a) ser 100% puro, embora 0,01 a 0,02% de impurezas seja tolerável, se exatamente
conhecidas;
b) ser estável ao ar, isto é, não ser higroscópico (não absorver umidade), nem
eflorescente (não perder água de hidratação), não absorver oxigênio, nem gás
carbônico.
c) ser estável às temperaturas de secagem. Os padrões primários devem ser sempre
secados antes da pesagem exceto quando o padrão é um hidratado;
d) ter boa solubilidade no meio da titulação;
e) ter peso equivalente elevado de modo que o erro relativo associado à pesagem
seja minimizado.
Curva de titulação
A curva de titulação é uma representação gráfica que mostra a variação do logaritmo
de uma concentração crítica com a quantidade de solução titulante adicionada. O
logaritmo dessa concentração crítica sofre uma variação brusca nas imediações do
ponto de equivalência e isto é o que permite o uso da técnica para fins quantitativos.
II - Requisitos para uma Reação Volumétrica
Para ser empregada em uma análise volumétrica uma reação deve satisfazer as
seguintes condições:
a) deve ocorrer uma reação simples que possa ser expressa por uma equação
química; a substância a ser determinada deverá reagir completamente com o
reagente adicionado em proporções estequiométricas e equivalentes;
b) a reação deve ser praticamente instantânea ou proceder com grande velocidade
de tal modo que o equilíbrio seja imediatamente estabelecido a cada adição do
titulante;
c) deve haver uma mudança de energia livre marcante conduzindo à alteração de
alguma propriedade física ou química da solução no ponto de equivalência;
d) deve haver um indicador que, por mudanças de propriedades físicas (cor ou
formação de precipitado), defina nitidamente o ponto final da titulação.
1) Volumetria ácido-base:
2) Volumetria de precipitação:
3) Volumetria de complexação
4) Volumetria de oxidação-redução
Introdução
Na prática, um dos componentes da reação deve ser forte, de modo a se obter uma
boa inflexão na região do ponto de equivalência, o que facilita a escolha do indicador
e diminui o erro da titulação.
Como cada indicador possui uma zona de transição própria é fundamental conhecer
o pH do ponto de equivalência da titulação e, mais do que isso, a maneira como o
pH varia no decorrer da titulação, particularmente, em torno do ponto de
equivalência.
H+ + OH- ↔ H2O
Nos demais casos o ponto de equivalência se acha deslocado para a região alcalina
na titulação de um ácido fraco com uma base forte.
HA + OH- ↔ A- + H2O
E para a região ácida na titulação de uma base fraca com um ácido forte.
B + H+ ↔ BH+
Aplicações
O ácido clorídrico é o titulante mais comumente usado por apresentar a maioria das
propriedades requeridas para um titulante: é um ácido forte, suas soluções diluídas
são muito estáveis, tem baixo poder oxidante ou redutor e os íons cloreto não
formam sais pouco solúveis com a maioria dos cátions.
Embora o HCl puro seja um gás, a sua alta solubilidade e completa dissociação em
água tornam as soluções diluídas do ácido bastante estáveis. Soluções 0,1 mol/L de
HCl podem ser submetidas a ebulição durante, pelo menos, 1 hora sem perder ácido,
desde que a água evaporada seja constantemente reposta; até mesmo soluções 0,5
mol/L suportam ebulição por cerca de 10 minutos sem perda apreciável.
O carbonato de sódio anidro é ligeiramente higroscópico por isso deve ser secado
antes da pesagem a 200°C por mais ou menos 30 minutos ou a 150-160°C durante 2
horas. Na titulação do carbonato de sódio são observados dois pontos de
equivalência: o primeiro ponto de equivalência, em pH ~8,3 corresponde à
conversão do carbonato a hidrogenocarbonato
CO32- + H+ ↔ HCO3–
Um ponto final mais nítido pode ser conseguido se a solução for levada brevemente
à ebulição para eliminar o ácido carbônico produzido pela reação. O carbonato é
titulado até o aparecimento da cor relativa à forma ácida do indicador. Neste ponto,
a solução contém grande quantidade de ácido carbônico e uma pequena quantidade
de hidrogenocarbonato que ainda não reagiu. Uma ebulição eficiente destrói esse
tampão pela eliminação do gás carbônico.
2-
B4O7 + 2 H+ + 5 H2O ↔ 4 H3BO3
c) Tris(hidroximetil)aminometano [(HOCH2)3CNH2]
(HOCH2)3CNH2 + H+ ↔ (HOCH2)3CNH3+
O ponto final dessa titulação não é afetado pela presença do CO2 como no caso do
carbonato de sódio, no entanto, o reagente é uma base relativamente fraca (Kb =
1,3 x 10-6).
O reagente mais usado para a preparação das soluções padrão alcalina é o hidróxido
de sódio (NaOH), mas o hidróxido de potássio (KOH) e o hidróxido de bário
(Ba(OH)2) também encontram uso embora sejam mais caros.
CO32- + H+ ↔ HCO3 –
HCO3- + H+ ↔ H2CO3
É o padrão primário ideal para bases fortes. No comércio é encontrado com uma
pureza de 99,95% enquanto que na National Bureau of Standards essa pureza pode
ainda ser maior. É estável a temperaturas de até 135°C, não é higroscópico, é
solúvel em água e tem alto peso equivalente (204,23 g/eq). É um ácido fraco
monoprótico (Ka = 3,91 x 10-6), portanto, o pH do ponto de equivalência, quando
titulado com uma base forte, se localiza na região alcalina, conseqüentemente, a
solução da base deve estar livre de carbonato.
É um ácido monoprótico relativamente forte de modo que a sua titulação com base
forte pode ser sinalizada entre pH 4 e 10. É encontrado no comércio com uma
pureza de, pelo menos, 99,8%, O reagente não contém água de cristalização, não é
higroscópico, tem elevado peso equivalente (389,91 g/eq) e é suficientemente
estável até 110°C.
Forma um sal duplo com o potássio que pode ser usado como padrão primário. Tem
uma massa molar grande (550,655 g/mol) e um Ka = 1,4 x 10-3.
É um ácido monoprótico fraco (Ka = 6,2 x 10-5) e, portanto, a titulação pode ser feita
na presença de indicadores com zona de transição na região alcalina.
- Ácidos e bases NÃO devem ser pipetados com a boca, sempre pipetar com auxílio
de pipetadores.
- Ácidos concentrados e soluções de bases concentradas devem ser manipulados na
CAPELA em função dos vapores irritantes e corrosivos.
- Sempre deve-se adicionar o ÁCIDO CONCENTRADO sobre a água e nunca o
contrário.
- Rotular os frascos, de preferência, antes de transferir a solução preparada. O rótulo
do frasco contendo a solução deve conter: nome da substância, concentração da
solução, identificação do preparador e data do preparo da solução.
VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
1 – Introdução
2 - Métodos Argentimétricos
1- Soluções padrão
O reagente pode ser obtido como padrão primário e as suas soluções podem ser
preparadas a partir da pesagem direta. Tanto o nitrato de prata sólido como as suas
soluções aquosas devem ser cuidadosamente protegidos do contato com poeiras e
matérias orgânicas e da ação da luz solar direta; a redução química no primeiro caso
é a fotodecomposição, no segundo provocam a formação da prata metálica. A
umidade superficial do reagente pode ser eliminada mediante aquecimento, em
estufa a 110°C. Esse aquecimento pode determinar o aparecimento de uma leve
coloração nos cristais, mas a extensão da decomposição é, via de regra, desprezível.
O nitrato de prata dessecado não é higroscópico. A grande desvantagem desse
reagente é o seu elevado custo.
O sal quando aquecido a 150°C durante uma hora retém alguns centésimos
percentuais de água. Os últimos traços de água podem ser eliminados mediante
fusão a 190-200°C, durante 5 minutos e, então, o sal não mais absorve água, se
conservado sob umidade relativa de 50%; o sal é estável quando conservado sobre
cloreto de cálcio. O reagente quando convenientemente tratado pode servir para a
preparação direta de soluções padrão. Normalmente, as soluções de tiocianato de
potássio são padronizadas contra nitrato de prata. As soluções são indefinidamente
estáveis.
2-Indicadores
Os indicadores usados nas titulações de precipitação são usualmente específicos, isto
é, reagem seletivamente com o titulante para formar uma substância colorida. Tanto
o analito, A, como o indicador, In, podem reagir com o titulante, T, assim, ambos
podem ser considerados como competidores.
3 - Aplicações
Esse método foi desenvolvido para a determinação de íons cloreto, brometo e iodeto
usando como titulante uma solução padrão de nitrato de prata e como indicador uma
solução de cromato de potássio.
Quando o pH é superior a 10,5 o íon prata pode reagir com o hidróxido ao invés do
íon cloreto, formando o hidróxido de prata ou o óxido de prata insolúveis.
Os cátions dos metais de transição são interferentes para o método de Mohr porque
formam hidróxidos insolúveis ou sais básicos em meio neutro ou em soluções
alcalinas que tendem a co-precipitar os íons cloreto e brometo. Além disso, alguns
hidróxidos são bastante coloridos, como o Fe(OH)3, e mascaram a cor do indicador.
Chumbo e bário não devem estar presentes por formarem cromatos pouco solúveis.
Ânions como fosfato, arseniato, carbonato e oxalato interferem por formarem sais
pouco solúveis com a prata em soluções neutras e alcalinas. Se essas espécies
estiverem presentes em quantidades apreciáveis devem ser separadas da amostra ou
deve ser usado um método alternativo.
O método de Volhard envolve a titulação do íon prata, em meio ácido, com uma
solução padrão de tiocianato e o íon Fe(III) como indicador, que produz uma
coloração vermelha na solução com o primeiro excesso de tiocianato.
O método pode ser usado para a titulação direta de prata com solução padrão de
tiocianato ou para a titulação indireta de cloreto, brometo e iodeto. Na titulação
indireta, um excesso de solução padrão de nitrato de prata é adicionado e a
quantidade que não reage com os íons Cl-, Br- e I- é contratitulada com solução
padrão de tiocianato.
Esse método usa os indicadores de adsorção para sinalizar o ponto final da titulação.
Na aplicação desses indicadores à argentimetria é preciso considerar que a
sensibilidade do haleto de prata à luz é aumentada pelos corantes. Em vista disso, a
titulação deve ser efetuada rapidamente e sob luz difusa.
O mecanismo de atuação desses indicadores foi explicado por Fajans e pode ser
exemplificado considerando-se a titulação direta de íons cloreto com solução padrão
de nitrato de prata. Antes do ponto de equivalência, partículas coloidais de AgCl são
carregadas negativamente devido à adsorção dos íons Cl- existentes na solução.
Além do ponto de equivalência, o excesso de íons Ag+ desloca os íons Cl- da camada
primária e as partículas se tornam positivamente carregadas.
I-Introdução
M+L ↔ ML
1-Introdução
O EDTA é um ligante hexadentado contendo 6 átomos capazes de atuar como
doares de pares de elétrons sendo 4 átomos de oxigênio provenientes dos grupos
carboxílicos e 2 átomos de nitrogênio.
Em soluções fortemente básicas (pH > 12) todos os grupos carboxílicos estão
desprotonados e o EDTA forma complexos estáveis, do tipo 1:1, com quase todos os
metais multivalentes.
Para o EDTA reagir com o íon metálico os íons de hidrogênio ligados aos grupos
carboxilatos devem ser removidos. Em soluções fortemente básicas esses
hidrogênios são removidos por reação com o íon hidróxido. Em soluções mais ácidas
os íons metálicos devem ser capazes de deslocar os íons hidrogênio. Uma vez que os
íons metálicos diferem significativamente na sua habilidade para deslocar esses íons,
a acidez da solução pode ser usada para “regular” a reatividade do EDTA com os
íons metálicos. Por exemplo, muitos íons metálicos reagem quantitativamente com
uma quantidade estequiométrica de EDTA em pH 10, mas apenas poucos, como o
Fe3+ e o Hg22+, também reagem quantitativamente em pH 2.
M + In ↔ MIn
MIn + Y ↔ MY + In
cor A cor B
Isso constitui o ponto final da reação e é responsável pela mudança de cor que
sinaliza o fim da titulação. Para essa reação ocorrer o complexo metal-titulante deve
ser mais estável do que o complexo metal-indicador.
Muitos indicadores são afetados pelo pH de maneira similar ao EDTA. Isto é, eles
formam diferentes espécies protonadas que podem exibir diferentes reatividades em
relação ao íon metálico. Além disso, essas espécies freqüentemente apresentam
cores diferentes. Por exemplo, o indicador Negro de Eriocromo T (Erio T) é um ácido
triprótico que pode ser representado como H3In. Em soluções aquosas um próton
está sempre completamente dissociado. As propriedades ácido-base do indicador
podem ser resumidas pelas seguintes reações de ionização:
- Calmagita:
- Arsenazo I:
- Alaranjado de xilenol:
Esse é um dos poucos indicadores que pode ser usado em soluções ácidas. O
indicador livre é amarelo em valores de pH menores do que 6 enquanto os
complexos metálicos são vermelhos ou violeta. É usado mais comumente nas
titulações diretas de Bi (III) e Th (IV) e nas contratitulações onde o excesso de EDTA
é titulado com Bi (III).
- Murexida:
As formas do EDTA mais comumente disponíveis são a do ácido livre H4Y e a do sal
dissódico Na2H2Y.
O ácido livre é pouco solúvel em água (~2g/L) e deve ser dissolvido em solução
diluída de hidróxido de sódio, ao contrário do sal dissódico que é bastante solúvel em
água (~108 g/L). O sal dissódico adquirido comercialmente pode conter traços de
umidade. Após secagem a 80°C a sua composição concorda exatamente com a
fórmula Na2H2Y.2H2O (MM = 372,24 g/mol), mas não deverá ser usado como padrão
primário. A menos que seja feito um procedimento de purificação a solução deve ser
padronizada com um padrão primário adequado.
As soluções de EDTA são bastante estáveis e podem ser estocadas por longos
períodos sem nenhuma alteração significativa em sua concentração. A água
empregada na preparação dessas soluções, especialmente as soluções diluídas,
deverá estar isenta de traços de íons polivalentes. A estocagem prolongada deve ser
feita em recipientes de polietileno, uma vez que os frascos de vidro liberam, com o
tempo, quantidades apreciáveis de cátions e ânions para as soluções de EDTA.
O EDTA é usualmente padronizado contra uma solução de íons cálcio preparada pela
dissolução de carbonato de cálcio puro e seco em ácido clorídrico e aquecimento até
a ebulição para eliminar o dióxido de carbono resultante da reação. A titulação
apresenta excelentes resultados quando o Arsenazo I é usado como indicador, mas
um pequeno problema surge quando é usado o Erio T ou a Calmagita. Esses
indicadores, na verdade, não são indicados para a titulação do cálcio porque formam
complexos pouco estáveis. No início da titulação o complexo cálcio-indicador não
estará apreciavelmente dissociado devido à presença de um grande excesso de íons
de cálcio não titulados. Assim, a posição de equilíbrio favorece os produtos da
reação:
a) em pH 10, KCaY = 1,8 x 1010 e o KMgY = 1,8 x 108, o que significa que CaY2- é
mais estável do que MgY2-;
b) em pH 10, KMgIn = 1,3 x 107 e o KCaIn = 1,3 x 105, o que significa que MgIn- é
mais estável do que CaIn-;
c) MgIn- é suficientemente estável, de modo que não é apreciavelmente dissociado
antes do ponto de equivalência.
Quando o titulante é adicionado à solução padrão ocorrerá uma reação de troca com
os íons de cálcio:
O MgIn- produzido, por ser mais estável do que o seu análogo de cálcio,
permanecerá sem dissociar até que o ponto de equivalência seja alcançado e o
problema da mudança gradual de cor é evitado.
O fato de o EDTA formar complexos com praticamente todos os cátions pode levar a
falsa idéia de baixa seletividade para a volumetria de complexação e,
conseqüentemente, seu pouco uso em amostras “reais”. No entanto, pode-se
conseguir um considerável controle sobre a reatividade tanto do EDTA como dos íons
metálicos pelo ajuste do pH do meio e pelo uso de agentes complexantes auxiliares.
Os procedimentos e as condições específicas para as titulações são numerosos,
portanto serão discutidos apenas os tipos mais comumente encontrados na
literatura.
4.1-Titulação direta
Alguns cátions podem ser determinados por titulação direta mesmo quando não há o
indicador adequado. Por exemplo, os indicadores para cálcio não são tão satisfatórios
como para o magnésio. No entanto, o cálcio pode ser determinado por titulação
direta se uma pequena quantidade de cloreto de magnésio for adicionada a solução
de EDTA antes da sua padronização. O titulante, em pH 10, é uma mistura de MgY 2-
e Y4-. À medida que o titulante vai sendo adicionado à solução contendo Ca2+
ocorrerá a formação do complexo mais estável CaY2- e a liberação do íon Mg2+ que
por sua vez reage com o indicador para formar o complexo vermelho MgIn -. No
ponto final da titulação uma quantidade adicional do titulante converte o complexo
MgIn- em MgY2- e o indicador retoma a forma livre azul.
Os cátions que não podem ser titulados diretamente, mas que formam complexos
muito estáveis com o EDTA, podem ser determinados por titulação de retorno ou
contratitulação.
A contratitulação é também útil para a análise de amostras que contêm ânions que
formam sais pouco solúveis com o analito nas condições necessárias para a completa
complexação. O excesso de EDTA evita a formação do precipitado.
4.3-Titulação de substituição
Essa técnica é usada quando não se tem o indicador adequado para o cátion a ser
determinado. Um excesso de uma solução contendo o complexo magnésio-EDTA é
adicionado à solução do analito e, então, o íon metálico M 2+ desloca o magnésio do
complexo relativamente fraco Mg-EDTA.
Para essa técnica ser usada é necessário que o complexo analito-EDTA seja mais
estável do que o complexo magnésio-EDTA.
Certos cátions e ânions são ainda determináveis segundo técnicas indiretas diversas.
O sódio pode ser determinado mediante precipitação como acetato tríplice
NaZn(UO2)3Ac9, seguida de titulação do íon zinco com solução padrão de EDTA.
Uma oxidação não pode ocorrer sem ter uma redução associada com ela, isto é,
elétrons não podem ser doados a menos que alguma coisa os receba. Em qualquer
reação redox, a substância que oxida outra substância, isto é, que retira elétrons
dela, é chamada agente oxidante ou oxidante. A substância que doa elétrons à uma
outra, e portanto a reduz, é denominada de agente redutor, ou redutor.
Etapa 4 – Subtrair (cancelar) qualquer coisa que apareça em ambos os lados (todos
os elétrons deveriam Ter desaparecido nesta etapa).
b) Análise química
Determinação da matéria orgânica do solo
2H2Cr2O7 + 3Cº + 6H2SO4 → 2Cr2(SO4)3 + 3CO2 + 8H2O
6Fe+2 + Cr2O7-2(residual) + 14H+ ↔ 6Fe+3 + 2Cr+3 + 7H2O
Determinação de nitritos
2MnO4- + 5NO2- + 6H+ → 2Mn2+ + 5NO3- + 3H2O
1. Introdução
As soluções com essa substância possuem coloração violeta intensa; na maioria das
titulações o ponto final é detetado pela coloração do íon permanganato dispensando,
portanto, o uso de indicadores.
a) Preparo especial
b) Filtração para remoção do dióxido de manganês
c) Estocagem em frasco escuro
d) Repradronização periódica.
a) Em soluções ácidas:
MnO4- + 8H+ + 5e- ↔ Mn+2 + 4 H2O
b) Em soluções ácidas, na presença de íons fluoreto ou difosfato:
MnO4- + 4H+ + 3e- ↔ MnO2 + 2 H2O
c) Em soluções alcalinas:
MnO4- + e- ↔ MnO4-2
(manganato)
MnO4- + 2 H2O ↔ MnO2 + 4 OH-
O meio ácido deverá ser sempre formado com ácido sulfúrico, que é o mais
apropriado, porque não reage com o permanganato em solução diluída.
O padrão primário a ser utilizado é o oxalato de sódio (Na2C2O4) cuja massa molar é
134,02 g/mol.
2- -
C2O4 ↔ 2 CO2 + 2 e
(1) o potencial padrão de redução do par I 2/I- é intermediário, e além disso, pode
agir como um agente oxidante na forma de I2, ou como agente redutor na forma de
I3-;
I2 + 2é 2I- = 0,535V
Pelo fato do potencial de redução ser relativamente baixo, poucas substâncias são
oxidadas pelo iodo, daí a existência de poucos métodos iodimétricos. Por outro lado,
muitas espécies são capazes de oxidar o iodeto a iodo, resultando numa ampla
variedade de métodos indiretos ou iodométricos, onde a espécie de interesse é
quantitativamente reduzida em excesso de solução de iodeto liberando o eqüivalente
em iodo, e esse é dosado por titulação com uma solução padrão de um redutor. O
método iodométrico é mais vantajoso porque o iodo é gerado in situevitando perdas
por volatilização, pois o iodo é facilmente sublimável.
Importante:
Em Iodimetria (titulação com o I3-), a goma de amido pode ser adicionada no início
da titulação. A primeira gota de excesso de I 3- após o ponto de equivalência causa a
mudança da cor da solução para azul escuro.
Método de Precipitação
A filtração pode ser efetuada com simples aparatos de vidro (funil de vidro
sinterizado) ou porcelana (funil de Bückner) , com papéis de filtro apropriados e
membranas (cujos poros podem alcançar 0,10_m). O aquecimento pode ser
realizado, conforme o caso, em bancada através de um simples aparato ou em
muflas, onde temperaturas de 1400oC podem ser alcançadas.
A. Preparação da Amostra;
B. Preparação da Solução - Ataque da Amostra;
C. Precipitação e Digestão;
D. Filtração;
E. Lavagem;
F. Calcinação ou Secagem;
G. Pesagem;
H. Cálculos.
1. Preparação da Amostra
3. Precipitação e Digestão
4. Solubilidade do precipitado
6. Pureza do precipitado
Quando, em solução, se precipita uma substância química, nem sempre, a mesma é
separada com alta pureza, pois pode conter impurezas em proporções variáveis,
conforme o precipitado e as condições em que se efetuou a precipitação. A
contaminação do precipitado por substâncias que, por sua solubilidade, deveriam
permanecer em solução denomina-se coprecipitação. Esta pode ser por adsorção
sobre a superfície da partícula em contato com a solução ou por oclusão de
substâncias estranhas durante o crescimento dos cristais das partículas primárias.
7. Digestão do precipitado
8. Filtração
A filtração por sucção é utilizada quando se possue precipitados que passam através
do papel de filtro. Para tanto, utiliza-se normalmente cadinho de Gooch com camada
filtrante ou cadinho de placa sinterizada, obedecendo a seguinte técnica:
9. Lavagem do Precipitado
Método de Volatilização
Equipamento.
Cadinhos de vidro sinterizado são feitos com porosidade grossa, média e fina ( com
marcações apropriadas para isso). A máxima temperatura para um cadinho de vidro
sinterizado está ao redor de 200 º C. Cadinhos de filtração feitos inteiramente de
quartzo podem suportar temperaturas bem maiores. O mesmo acontece com
cadinhos de porcelana ou de óxido de alumínio. O último não é tão caro quanto o de
quartzo. São várias as porosidades de cadinhos de filtração encontrados no
comércio.
Um cadinho Gooch pode ter também um fundo perfurado que sustenta um material
fibroso. O asbesto foi muito usado antigamente como meio de filtração para o
cadinho deste tipo. As leis de segurança atuais não permitem mais o uso de asbesto.
Pequenas esteiras de vidro, circulares, têm substituído o asbesto, que são usadas em
pares para evitar sua desintegração durante a filtração. Esteiras de vidro podem
tolerar temperaturas de até 500 ºC e são muito menos higroscópicas que o asbesto.
Papel de filtro. É uma maneira muito usada para a filtração. Papel de asbesto é
feito a partir de fibras de celulose que foram tratadas com ácido clorídrico e ácido
fluorídrico para remover impurezas metálicas e sílica; amônia é então usada para
neutralizar os ácidos. Os sais de amônia residuais em muitos papéis de filtro podem
causar interferência nas análises de nitrogênio pelo método de Kjeldahl.
Cadinho
Cadinho de
Gooch, Cadinho de Cadinho de
Característica Papel óxido de
esteira de vidro porcelana
alumínio
vidro
Velocidade de
Baixa Rápida Rápida Rápida Rápida
filtração
Conveniência e Muito
facilidade de trabalho, Conveniente Conveniente Conveniente Conveniente
preparação inconveniente
Temperatura
máxima de Nenhuma > 500 200-500 1100 1450
ignição
Carbono tem
Reatividade
propriedades Inerte Inerte Inerte Inerte
química
redutoras
Muitas Várias Várias Várias Várias
Porosidade
disponíveis disponíveis disponíveis disponíveis disponíveis
Conveniência Inadequada; Inadequada; Inadequada; Inadequada;
para materiais Satisfatória o filtro tende o filtro tende o filtro tende o filtro tende
gelatinosos a entupir a entupir a entupir a entupir
Custo Baixo Baixo Alto Alto Alto
Uma lâmpada comum de aquecimento pode ser usada para secar um precipitado que
foi coletado em filtro livre de cinzas e para também queimar o papel. O processo é
completado por calcinação a uma temperatura elevada numa mufla.
Preparação dos cadinhos. Nós já notamos que um cadinho usado para converter
um precipitado a uma forma adequada para pesagem deve manter uma massa
constante através de toda a secagem e da calcinação. O cadinho é primeiramente
bem limpo e submetido ao mesmo regime de aquecimento e resfriamento pelo qual
passa o precipitado. Este processo é repetido até que se alcance uma massa
constante; isto é, até que pesagens consecutivas não desviem em 0,3 mg ou menos.
Os últimos traços de precipitado que ficam aderidos no lado interno do béquer são
arrastados com o policial de borracha, o qual não passa de um pequeno pedaço de
tubo de borracha inserido na ponta de uma bagueta. Antes de ser usado, a borracha
é molhada com o líquido de lavagem. Qualquer sólido coletado com o policial é
combinado com o resto do precipitado que já foi arrastado para o filtro. Pequenos
pedaços de papel sem cinzas podem ser usados para remover os últimos traços de
precipitados de hidróxidos da parede do béquer; estes papéis são calcinados junto
com o papel que sustenta todo o precipitado.
Um precipitado gelatinoso pode ser completamente lavado antes de ser deixado para
secar. Estes precipitados contraem-se e produzem fraturas conforme secam. Adições
posteriores de líquido de lavagem simplesmente atravessam estas fraturas e não
lavam bem o precipitado. Nunca permita que um precipitado gelatinoso seque até
que tenha sido completamente lavado.
A seqüência para dobra do papel de filtro envolve 4 etapas para assentá-lo num funil
de 60 graus. O papel é dobrado exatamente no meio (a), firmemente vincado, e
dobrado novamente (b). Um pedaço triangular de um dos cantos é rasgado
paralelamente à segunda dobra. O papel é então aberto de forma que forme um
cone, como em (d). O cone é adaptado ao funil, e a segunda dobra é vincada (e). O
assentamento do papel no funil é completado com água de um frasco de lavagem e
gentilmente apertado com um dedo. Não haverá nenhma folga para ar entre o funil
e um cone bem assentado; além disso, a haste do funil será preenchida com uma
coluna homogênea de líquido (sem ar entrando).
A transferência de papel e precipitado para um cadinho. Depois da filtração e
lavagem, o filtro e seu conteúdo devem ser transferidos do funil para um cadinho
que já tenha sido trazido à massa constante. Papel sem cinzas tem pouca resistência
quando molhados e devem ser manipulados com cuidado durante a transferência. O
perigo de rasgar é diminuído consideravelmente se o papel for deixado secar um
pouco, antes de ser removido do filtro.
Deve-se tomar maior cuidado se um queimador for usado para queimar um papel de
filtro. O queimador produz temperaturas muito mais altas do que uma lâmpada de
aquecimento. Existe então a possibilidade de perda mecânica do precipitado se a
umidade for expelida com violência no estágio inicial de aquecimento ou se o papel
estourar em contato com a chama. Além disso, a redução parcial de alguns
precipitados podem ocorrer graças à reação com o carbono quente do papel
carbonizado; tal redução é um sério problema se for problemática a reoxidação após
a queima. Estas dificuldades podem ser minimizadas colocando-se o cadinho em
posição inclinada, o que permite o livre acesso de ar; uma tampa limpa de cadinho
deve estar disponível para extinguir qualquer chama que se formar.
Esta sequência precede a calcinação final de um precipitado numa mufla, onde uma
atmosfera redutora é igualmente indesejável.
O uso de cadinhos de filtração. Um equipamento de filtração a vácuo é usado
quando um cadinho de filtração puder ser usado ao invés de papel. O trap isola o
kitassato da fonte de vácuo.