Telhado Verde
Telhado Verde
Telhado Verde
CURITIBA
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: AMBIENTE CONSTRUÍDO
CURITIBA
2015
S267t Savi, Adriane Cordoni
Telhados verdes : uma análise da influência das espécies vegetais no seu
desempenho na cidade de Curitiba/ Adriane Cordoni Savi. – Curitiba, 2015.
176, [39] f. : il. color. ; 30 cm.
CDD: 635.9671
AGRADECIMENTOS
A viabilidade dessa pesquisa não seria possível sem alguns agentes que
contribuíram de forma direta para a sua realização. Algumas empresas e pessoas
acreditaram no potencial da pesquisa e desta forma auxiliaram com doações para
viabilizar economicamente a construção do protótipo.
Desta forma, gostaria de agradecer primeiramente ao horto municipal de
Curitiba, na pessoa do engenheiro agrônomo Daniel Salvador Schlichta, que cedeu
o espaço para a instalação do protótipo de telhado verde.
À Eneida Hoffmann pela doação das madeiras. À LCC Construções pela
doação de material e mão de obra para a base do sistema. À Global Wood Brasil
pela doação das chapas de compensado estruturado. Às empresas Impertech que
forneceu a borracha liquida para impermeabilização, À Guter Instalação pela manta
PEAD e À Diprotec pela doação da manta geotêxtil.
Agradeço também ao Labeam, na pessoa da Luciane Prado, por abrir as
portas do laboratório para a realização dos testes de qualidade da água.
Gostaria de agradecer aos alunos de arquitetura: Maria Isabel Reis, Rafael
Vaz e Giani Leguizamon, pela contribuição na construção e medições necessárias.
À amiga, arquiteta e mestre Ana Priscilla Muller, que dividiu comigo essa
tarefa de construir o protótipo.
Ao meu orientador Sergio Tavares, que já sonhava com a realização dessa
pesquisa e contribuiu de todas as formas para a sua viabilidade e por todas as suas
contribuições para meu crescimento como pesquisadora.
Aos colegas de mestrado pelas contribuições e pelo crescimento juntos.
Agradeço à minha família, Marcia Savi, Francisco Savi e Andressa Savi pela
paciência, compreensão e dedicação nesse processo, que quando necessário
ajudaram na realização da construção e das medições da pesquisa.
Ao Raphael Travenssoli pelas revisões necessárias.
Especialmente ao Ormy Júnior pelo companheirismo nesse processo, me
apoiando em todas as minha decisões, me dando suporte nas horas difíceis e
trabalhando junto sempre que necessário.
E por fim agradeço ao Ian Matias, que teve a minha ausência alguns dias
para que eu pudesse finalizar a pesquisa.
RESUMO
Palavras chave: telhado verde, espécies vegetais, desempenho térmico, retenção de água,
qualidade da água, sustentabilidade.
ABSTRACT
Researches highlight the benefits brought by the adoption of green roofs to the cities and
buildings, however it's noticeable a variation on the obtained results, reason that encouraged
this research, which assesses how the vegetation species influences on the green roof
performance in the city of Curitiba by analyzing the surface temperature, how much rain
water is retained and its quality, five green roof prototypes were used along with three
regular roof (waterproof slab, fiber cement roofing, ceramic roof tiles) prototypes to provide
comparison parameters. The following five vegetation species were chosen, all with different
morphological characteristics: Bulbine frutescens, Tradescantia zebrina, Arachis repens,
Sedum mexicanum, Callisia repens. The species Arachis repens did not resist to the winter
and had to be replaced by the Zoysia tenuifolia. The roofs were assembled in modules on a
testing table, each one measuring 75x100cm, simulating the roof systems. The surface
temperature was measured using a type K thermocouple and recorded using a TD890
datalogger, five data collection were held (average of 48 hours period) and records every ten
minutes. The results showed that there is a significant variation between the vegetation
species. Analyzing the superior surface temperature (above the substratum), the specie
Zoysia tenuifolia had the highest temperatures during daytime and the lowest at night,
temperatures close to the slab, the specie Bulbine frutescens had the lowest records during
the day and the highest at night. For the inferior surface temperature, the highest records
were with the Bulbine frutescens, still below regular roofs (up to 10ºC)while at night the
highest temperatures recorded was with the specie Zoysia tenuifolia, however, all species
recorded higher temperatures than conventional roofs. To analyze the water retention was
recorded the amount of rain water that flew thru the slab (used as a pluviometer in this
experiments) and the green roofs between June 2014 and January 2015, the retention
variation among the species was significant and can be explained by the plants' typologies
and how much of the soil they cover. The highest retention observed was by the plants which
its morphology absorbers more water and retain on its leafs and roots, species that don't
cover much soil did retain more water than others. The specie with the highest retention was
the Bulbine frutescens followed by the Sedum mexicanum. The water flown quality analysis
was done by analyzing the following parameters: pH level, total nitrogen, ammoniacal
nitrogen, total phosphorus, color and total solids, with records being made in the following
day of the rain. The bibliography highlights that those parameters are the ones that show the
biggest variations when the water flows thru a green roof system. This research corroborates
with the bibliography, demonstrating that the phosphorus and nitrogen presence is higher
when using this type of roof, related to the fertilization. The coloring of the water that flew thru
the green roofs had an intense ferrous shade, above the limits foreseen by legislation and
higher than the water that flew thru regular roofs system. The amount of solids present and
the pH was within the limits foreseen by legislation for both roof methods.
Keywords: green roof, vegetation species, thermal performance, rainwater retention, water
quality, sustainability.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................13
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA .............................................................................14
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................15
1.3 HIPÓTESE ........................................................................................................15
1.4 CONTEXTUALIZAÇÃO NO PROGRAMA ........................................................16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................18
2.1 TELHADO VERDE: TIPOLOGIA ......................................................................18
2.1.1 Telhados verdes: intensivo e extensivo.........................................................18
2.2 COMPOSIÇÃO E TÉCNICAS DE TELHADO VERDE ......................................21
2.2.1 Estrutura........................................................................................................22
2.2.2 Impermeabilização ........................................................................................23
2.2.3 Membrana antirraiz .......................................................................................23
2.2.4 Camada de drenagem...................................................................................24
2.2.5 Separação substrato .....................................................................................24
2.2.6 Substrato .......................................................................................................25
2.2.7 Vegetação .....................................................................................................26
2.3 TELHADO VERDE: BENEFÍCIOS ....................................................................27
2.3.1 Isolamento térmico, conservação de energia e proteção da edificação quanto
aos raios solares .....................................................................................................28
2.3.2 Redução das ilhas de calor e da amplitude térmica ......................................30
2.3.3 Sistemas de drenagem mais eficazes ...........................................................31
2.3.4 Produção de oxigênio, absorção de CO2 e filtragem do ar ...........................32
2.4 ESTADO DA ARTE ...........................................................................................33
2.4.1 Artigo 01 ........................................................................................................33
2.4.2 Artigo 02 ........................................................................................................37
2.4.3 Artigo 03 ........................................................................................................44
2.4.4 Artigo 04 ........................................................................................................51
2.4.5 Artigo 05 ........................................................................................................58
3 MÉTODO DE PESQUISA.....................................................................................61
3.1 DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA (MÉTODO) DE PESQUISA.............................61
3.1.1 Unidade de análise........................................................................................61
3.1.2 Delimitação do trabalho.................................................................................61
3.1.3 Justificativa da escolha a partir do objetivo ...................................................63
3.1.4 Testes de validade ........................................................................................63
3.1.4.1 Validade do constructo................................................................................63
3.1.4.2 Validade interna ..........................................................................................64
3.1.4.3 Validade externa .........................................................................................64
3.1.4.4 Rastreabilidade ...........................................................................................65
3.2 PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS ..........................................................65
3.3 EXPERIMENTO - CAMA DE TESTES..............................................................66
3.3.1 Localização ...................................................................................................66
3.3.2 Projeto da cama de testes.............................................................................68
3.3.3 Montagem da mesa de testes .......................................................................71
3.3.4 Montagem dos módulos de telhado verde ....................................................77
3.3.5 Montagem dos módulos de coberturas tradicionais ......................................87
3.4 MÉTODO DE ANÁLISE DE DADOS.................................................................90
4 RESULTADOS .....................................................................................................102
4.1 DESENVOLVIMENTO DAS ESPÉCIES ...........................................................102
4.1 RETENÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA..................................................................107
4.2 ANÁLISE DE DESEMPENHO TÉRMICO .........................................................113
4.2.1 Evento 01: 07 a 09 de outubro de 2014 ........................................................115
4.2.2 Evento 02: 07 a 10 de novembro de 2014 ....................................................123
4.2.3 Evento 03: 07 a 09 de janeiro de 2014..........................................................126
4.2.4 Evento 05: 09 e 10 de abril de 2014..............................................................134
4.3 ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA ..............................................................140
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................148
5.1 SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS .......................................................153
REFERÊNCIAS .......................................................................................................154
APÊNDICE A ..........................................................................................................160
APÊNDICE B ..........................................................................................................167
APÊNDICE C ..........................................................................................................168
APÊNDICE D ..........................................................................................................169
APÊNDICE E ..........................................................................................................170
ANEXO A ................................................................................................................176
13
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
1.3 HIPÓTESE
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
figura 2 -Telhado verde com inclinação de 45º figura 3 - Telhado Plano - Albergue em
- Siegen Oberscheiden (Alemanha) Stuttgart Hohenheim (Alemanha)
Fonte: MINKE (2005) Fonte: MINKE (2005)
6. Plantas, vegetação
impermeabilização.
figura 5 - Exemplo de telhado verde de uso figura 6 - Exemplo de telhado verde de uso
intensivo - Houston, USA intensivo – Beloit, USA
Fonte: GREEN ROOF TECHNOLOGY (2012) Fonte: GREEN ROOF TECHNOLOGY (2012)
20
6. Plantas, vegetação
impermeabilização.
1 - Estrutura
2- Impermeabilização
3 - Membrana Antirraízes
4 - Drenagem
5 - Separação Substrato
6 - Substrato
7 - Vegetação
8 - Rufo
2.2.1 Estrutura
carga. Minke (2005) afirma que, para o dimensionamento da estrutura, deve-se levar
em consideração não apenas a carga permanente do telhado verde saturado de
água e sua vegetação, mas também as cargas pontuais previstas, como circulação
de pessoas ou colocação de outros elementos.
2.2.2 Impermeabilização
A camada de drenagem encaminha a água para o dreno, para que o solo não
fique completamente saturado. Minke (2005) observa que os melhores materiais a
serem utilizados são os mais porosos, que possuem a capacidade de absorver
água, por exemplo: argila expandida (figura 11).
2.2.6 Substrato
2.2.7 Vegetação
figura 13 - Comparativo das temperaturas superficiais internas de cinco protótipos: 1.) aço
galvanizado; 2.) fibrocimento ondulada; 3.) laje pré-moldada cerâmica inclinada (sem telhas) e
com impermeabilização, de cor branca, com resina de óleo vegetal (Ricinus communis);
4.)cobertura verde leve e, finalmente; 5.) telha cerâmica.
Fonte: VECCHIA (2005)
30
a) Laje betumada;
b) Cascalho;
c) Tinta clara reflexiva;
d) Molhado, planta artificial;
e) Vegetado.
2.4.1 Artigo 01
Saadatian et al. (2013) realizam uma revisão de alguns artigos científicos que
discorrem sobre o tema telhado verde, trazendo alguns resultados voltados aos seus
benefícios no seu artigo: A review of energy aspects of green roofs. Destaca-se, na
sequência, alguns dos resultados obtidos por esses pesquisadores e apresentados
pelos autores.
Saadatian et al. (2013) destacam estudos nos quais viabiliza-se a instalação
de telhados verdes em edificações existentes, ou seja, através do retrofit das
coberturas. Segundo os autores, um estudo realizado em Melbourne por Wilkinson e
Reed (2009, apud SAADATIAN et al., 2013) demonstrou que em retrofit de cobertura
de edificações para a instalação de telhados verdes, as edificações com lajes de
concreto são as mais adequadas para receberem esse tipo de coberturas.
34
A norma brasileira NBR 6120/80, que discorre sobre as cargas para cálculo
de estruturas de edificações, destaca que terraços com acesso ao público devem
ser projetados para carga de 300kg/m² e aqueles sem acesso ao público com
200kg/m². Segundo Savi e Tavares (2013), os telhados verdes podem ter carga de
aproximadamente 90kg/m² quando saturados. Desta forma, pode-se perceber que
as lajes existentes que cumprem a NBR 6120/80 suportam a carga da instalação de
um telhado verde do tipo extensivo.
Castlelon e colaboradorres ressaltam que a modernização dos edifícios com
telhados verdes traz ainda mais benefícios que nos telhados novos, pois
normalmente as edificações antigas contam com menor isolamento trazendo, desta
forma, maior qualidade para o espaço interno (CASTLELON et al., 2010 apud
SAADATIAN et al., 2013).
Saadatian et al. (2013) abordam ainda a influência de qualquer componente
do telhado verde na sua eficiência. Os telhados verdes podem ser projetados sobre
diferentes superfícies como laje, telhas metálicas, e cada um desses irá apresentar
um desempenho diferente. O tipo de substrato e sua espessura e as espécies
vegetais também influenciam no desempenho da cobertura.
Estudo de Kosareo e Rios (2007) destaca a diferença entre telhados verdes
do tipo intensivo e extensivo no escoamento de água pluvial, sendo que os primeiros
podem reduzir cerca de 85% do escoamento da água e os do tipo extensivo em
torno de 60%. Já um estudo realizado por Baldessar (2012) destaca que telhados
extensivos nas condições climáticas de Curitiba podem reter cerca de 69% da água
da chuva. Desta forma, as condições de precipitação local e a tipologia do telhado
verde podem influenciar na retenção de água da chuva.
Esse resultado é importante para a tomada de decisão quanto a tipologia de
cobertura a ser adotada, ou seja, se há necessidade de uma retenção maior de
água. Por exemplo, em centros urbanos com sistemas de drenagens saturados,
recomenda-se o uso de tipologias que possuam a capacidade de maior retenção; se
em áreas rurais com grande capacidade de absorção de água pelo solo, pode-se
optar por um sistema mais leve e com menos retenção.
Saadatian et al. (2013) destacam que a redução da contaminação da água da
chuva também é expressiva quando comparada com telhados tradicionais, cerca de
35
1,5 vezes menos quantidade de zinco, 2,5 vezes menos de cádmio e 3 vezes menos
de cobre e chumbo.
Estudo elaborado por Wong et al. (2003) e abordado por Saadatian et al.
(2013) destaca que a aplicação de plantas nas superfícies dos edifícios é
considerada uma técnica que reduz a temperatura da edificação em até 20ºC e pode
reduzir também a energia gasta com ar condicionado variando de 25% a 80%. Os
autores destacam que os telhados verdes possuem grande contribuição nos dias de
verão pois segundo eles a principal função das coberturas verdes é evitar que a
radiação solar aqueça os espaços internos da edificação (WONG et al. 2003).
Os telhados verdes são capazes de refletir 27% da radiação solar e absorver
60% através da fotossíntese (WONG et al. 2003).
Estudo de Martens et al. (2008 apud SAADATIAN et al., 2013 ) destaca que
os benefícios dos telhados verdes, quanto à economia de energia, são ainda
maiores nas edificações térreas, pois o ganho com isolamento/conforto térmico se
estende por toda a edificação.
Saadatian et al. (2013) destacam em seu artigo o estudo de Getter et al.
(2011), o qual demonstra que na região de Midwstern, nos EUA, os telhados verdes
foram capazes de reduzir 5ºC durante o outono. Durante períodos frios e úmidos, o
fluxo de perda de calor foi menor na cobertura verde quando comparada com uma
cobertura com cascalho. Os autores constataram ainda que a maior variação
aconteceu no verão, reduzindo o fluxo de calor em sua envoltória em média 67%; no
inverno essa redução foi em torno de 13%. Enquanto isto, o telhado com cascalho
demonstrou que houve ganho de calor no verão (GETTER et al., 2011, apud
SAADATIAN et al., 2013).
Estudo realizado em nove cidades no mundo por Alexandri e Jones (2008)
demonstrou que Brasília e Hong Kong apresentaram a melhor redução em
resfriamento, com magnitude de 100%. Este estudo demonstra ainda a eficiência
dos telhados verdes para climas quentes, podendo os mesmos reduzirem a carga
térmica de arrefecimento de 100% para 32%. Os autores destacam ainda que os
telhados verdes contribuem de forma mais efetiva para a redução das ilhas de calor
que a aplicação de paredes verdes, pois o maior ganho térmico da edificação é pela
cobertura (ALEXANDRI e JONES, 2008 apud SAADATIAN, et al., 2013).
36
No que diz respeito à qualidade do ar, ela produz mais oxigênio e fixa dióxido
de carbono, além de criar habitats para a vida selvagem importante para o
ecossistema. No que diz respeito à interação humana, os telhados verdes
proporcionam oportunidades de lazer e convivência, além do apelo estético desse
tipo de tecnologia e ajuda a melhorar a qualidade urbana (SAADATIAN, et al., 2013).
Os autores trazem um apanhado dos diferentes benefícios que os telhados
verdes proporcionam para a edificação e ressaltam ainda que os estudos
demonstram uma variação entre os resultados alcançados. Essa diferença entre os
resultados é associada à variação da tipologia dos telhados, localização, espécies e
substrato.
Tendo em vista essa especificidade destacada pelos autores, busca-se
analisar alguns parâmetros para o desempenho das coberturas nos telhados verdes
na cidade de Curitiba, destacando a influência das espécies vegetais.
2.4.2 Artigo 02
de vida e saúde dos ocupantes das edificações. A maioria dos estudos de telhados
verdes abordam os benefícios quanto a capacidade de isolamento da edificação no
verão, se caracterizando pela economia de energia e o conforto humano, ou seja,
através da refrigeração passiva.É importante destacar a contribuição e a variação do
desempenho dos telhados verdes quanto ao aquecimento passivo.
Jim (2014) pesquisa a influência dos telhados verdes no aquecimento das
edificações em clima subtropical úmido, como em Hong Kong, e destaca que muitas
soluções relacionadas à questão de saúde e conforto, em estações com clima
quente, estão relacionadas à melhoria do espaço urbano em função do ecossistema
criado pelos espaços verdes urbanos.
A falta de isolamento térmico na maioria dos edifícios de Hong Kong permite
uma troca de calor mais intensa do espaço interno e externo, aumentando assim a
carga de arrefecimento ou aquecimento nas edificações (JIM, 2014).
Assim como a realidade de Curitiba, Jim (2014) afirma que em Hong Kong
raramente adota-se sistemas de aquecimento para o inverno, tornando, desta forma,
os espaços bastante desconfortáveis nos dias frios.
Se sistemas de aquecimento passivo através da radiação solar ou da
redução da perda de calor dos espaços internos forem adotados, o resultado do
desempenho térmico melhor. Além disso, os telhados verdes podem aumentar a
área útil de uma edificação através do uso dessas coberturas.
Diante dessa realidade e a da falta de pesquisas quanto à influência dos
telhados verdes em clima frio, Jim (2014) realiza um experimento para analisar a
variável de temperatura no inverno de Hong Kong, verificando a influencia da
fisiologia vegetal no desempenho das coberturas verdes.
Hong Kong caracteriza-se pelo seu alto índice de urbanização com uma
densidade populacional de 6.620 pessoas/km², com médias climáticas no inverno
variando entre 16,3ºC a 17,9ºC, média superior à de Curitiba, que é de 11ºC (IBGE,
2010).
O experimento foi realizado em Tseung Kwan em três apartamentos de um
edifício residencial com as mesmas condições, sendo um deles cobertura controle e
dois telhados verdes (JIM, 2014).
Sobre uma laje de concreto armado impermeabilizada foram instalados os
telhados verdes, compostos por uma camada de 50 mm de substrato para duas
39
figura 15 - Composição das três coberturas: Plot A: Cobertura de controle (tradicional); Plot B,
telhado verde com a espécie Sedum; Plot C: telhado verde com Grama Amendoim.
Marcando a posição dos sensores de temperatura e suas alturas.
Fonte: Jim (2014)
figura 16 - Fluxo de calor diurno através do telhado em Parcelas A, B e C por dois dias mais
frios nomeadamente adicionais para: (a) Dia de inverno nublado, e (b) dia chuvoso de inverno.
A temperatura é, em ° C e precipitação em mm.
Fonte: Jim (2014)
41
figura 17 - Fluxo de calor diurno através do telhado em Parcelas A, B e C para três cenários
climáticos: (a) dia de inverno ensolarado, (b) dia de inverno nublado e (c) dia chuvoso de
inverno. A temperatura é, em ° C e precipitação em mm.
Fonte: Jim (2014)
2.4.3 Artigo 03
A pesquisa elaborada por Liu et al. (2012): Drought tolerance and thermal
effect measurements for plants suitable for extensive green roof planting in humid
subtropical climates tem o objetivo de analisar o desempenho dos telhados verdes
através da variação de espécies vegetais, e a primeira analise a ser feita é quanto à
resistência das plantas ao estresse hídrico. Liu et al. (2012) realizam um estudo para
verificar a tolerância de algumas espécies quanto ao estresse hídrico, além de
verificar o desempenho térmico dessas espécies para o clima subtropical úmido.
Os autores afirmam que está comprovado a eficácia dos telhados verdes,
tanto em climas quente, como em climas frios. Segundo os autores, os telhados
verdes são utilizados com amplas funções, mas destaca-se principalmente para a
conservação de energia e redução da poluição.
Países de todo o mundo estão promovendo os edifícios verdes como forma
de resolver os problemas dos espaços verdes urbanos insuficientes, através da
criação de mais superfícies horizontais e verticais ajardinados. Essa técnica funciona
como forma de impedir que o calor solar entre dentro de casa e assim reduza as
temperaturas interiores e, por conseqüência, aumente o uso de ar condicionado. As
construções verdes não só reduzem a temperatura e economizam energia, mas
também ajudam no controle do micro clima, melhoram a paisagem visual, criam um
ambiente ecológico de maior biodiversidade, retardam o escoamento das águas
pluviais, protegem os edifícios, reduzem a poluição do ar e reduzem os ruídos
externos (LIU et al., 2012)
Liu et al. (2012) destacam que as edificações recebem duas vezes mais
radiação solar pelos telhados do que pelas superfícies verticais, tais como paredes e
esquadrias.Portanto, o objetivo de seu estudo era o de melhorar a seleção de
plantas para arborização no último andar testando a conservação da água,
tolerância à seca, e os efeitos térmicos de plantas específicas para o clima de
Taiwan.
45
figura 18 - Análise dos efeitos térmico com imagem do infravermelho térmico; (a) nove tipos de
espécies vegetais; (b) Bryophyllum pinnatum com diferentes alturas; (c) Ipomoea batata com
diferentes cores das folhas
Fonte: LIU et al. (2012)
As medições foram feitas entre 10:30 e 15:00 horas durante três distintos dias
no mês de novembro. As temperaturas obtidas (superfície das folhas, abaixo das
47
figura 19 - Variação de temperatura versus o tempo na superfície das folhas para:(a) nove tipos
de espécies vegetais; (b) Bryophyl lumpinnatum com diferentes alturas; (c) Ipomoea batata
com diferentes cores das folhas
Fonte: LIU et al. (2012)
superfície da folha. Desta forma, conforme análise estatística, os autores Liu et al.
(2012) concluíram que a altura da planta é um fator que influencia no desempenho
de uma cobertura verde.
Quanto à análise em relação à influencia da cor no desempenho térmico de
uma cobertura verde, a temperatura média da superfície de espécie I. batata, com
folhas de cor esverdeada, foi de 31,2°C, enquanto que a variedade de folhas
arroxeadas teve média de 30,5°C. Entretanto, a menor temperatura média por baixo
da planta era da folha verde com 29ºC, ou seja, 4,2°C mais baixa do que a
temperatura média diária. Já a temperatura sob a planta com cor roxa foi ainda mais
elevada do que a temperatura da superfície da folha. Isto prova que o I. batata verde
exibiu a maior diferença de temperatura entre a temperatura sob a planta e a
temperatura do solo, indicando que é mais eficiente para reduzir a temperatura do
solo. Segundo Liu et al. (2012), essa característica é resultado da maior refletividade
das folhas verdes do que das folhas roxas, influenciando assim na redução de
temperatura.
Quanto à tolerância à seca, Liu et al. (2012) selecionaram 31 tipos diferentes
de vegetações e semearam em bandejas de plantação. As sementes foram irrigadas
em um período de 3 meses até apresentarem um crescimento estável. Após esse
período foram suspensas as regas para iniciar o acompanhamento de resistência à
seca, que contemplou os meses de agosto até dezembro do ano de 2009. O objetivo
deste estudo foi investigar a tolerância à desidratação de diferentes tipos de plantas
e usar os resultados de observação para determinar a sua tolerância à seca, sendo
as mesmas classificadas quanto a sua resistência: de crescimento esperado à morte
da vegetação.
Durante o período do experimento, o mês de agosto apresentou o maior
índice pluviométrico, chegando a 810 mm. Entre setembro e novembro o clima foi
mais seco, somando uma precipitação total de 959 mm. Devido a essa
característica, no início do experimento todas as plantas se desenvolveram bem.
Apresentaram crescimento normal como resultado as espécies das famílias:
Portulacaria, Kalanchoe, Euphoria, conforme figura 20.
Apesar de plantas com alta tolerância à seca pertencerem a famílias
diferentes e apresentarem diferentes morfologias quanto às folhas, tamanho e cor,
cada uma tem seus próprios mecanismos de enfrentamento da seca para se adaptar
50
ao estresse ambiental. Seu ponto comum é que toda são plantas suculentas com
folhas carnudas que servem como órgãos de armazenamento de água. (LIU et al.,
2012).
Os resultados indicam que as plantas de famílias do tipo CAM,
Euphorbiaceae, são mais tolerantes à seca e
Portulacaceae, Crassulaceae, e Euphorbiaceae,
podem sobreviver por longos períodos sem regas artificiais. Elas são adequados
para a fina camada de telhados verdes em climas subtropicais e sobrevivem apenas
por chuva natural em condições de telhado em Taiwan.
2.4.4 Artigo 04
Tempo
figura 21 - Exemplo de escoamento de um telhado verde (linha tracejada) gerado por um dado
evento de chuva (linha preta).
Fonte: BERNDTSSON(2010)
escoamento do telhado verde estão ligados ao tipo de solo, à idade do telhado verde
e à manutenção (uso de fertilizantes).
Quanto aos metais pesados, não existe nenhum estudo disponível que
associe a liberação de metais pesados aos telhados verdes, afirma o autor. Segundo
ele, em geral nenhum telhado verde mostrou influência na qualidade do escoamento
superficial e na saída, entretanto, como os telhados verdes reduzem a quantidade
de água escoada, a quantidade de metais também é menor (BERNDTSSON, 2010).
Os telhados verdes podem influenciar a qualidade do escoamento
aumentando o pH da água para 7 ou 8 após o escoamento (BLISS et al., 2009 apud
BERNDTSSON, 2010).
O autor ainda destaca a relação com o first flush, ou seja, a primeira água de
escoamento da superfície. Essa água geralmente é mais poluída pois ela faz a
lavagem da superfície, carregando maior carga de poluição atmosférica, além de
rejeitos de pássaros, restos de espécies vegetais, etc., nos telhados verdes. Esse
fato também ocorre diminuindo a qualidade da água do primeiro escoamento
(BERNDTSSON, 2010).
O autor ressalta ainda que muitos telhados verdes, principalmente do tipo
intensivo, utilizam fertilizantes para auxiliar no desenvolvimento das espécies
vegetais.
Berndtsson (2010) conclui que os telhados verdes assumem importante
papel para a drenagem urbana, considerando tanto a quantidade quanto a qualidade
da água, com aspectos relacionados (propriedades geométricas, tipo de solo e
profundidade, vegetação e manutenção). Verifica-se que as declarações gerais
sobre o potencial papel benéfico de telhados com vegetação em ambiente urbano
são comuns através da literatura atual. No entanto, as evidências científicas dos
vários benefícios ainda são insuficientes. Há exemplos de diferentes estudos que
relatam resultados contraditórios e isso é consequência das condições específicas
de cada instalação de telhado verde.
Em relação à qualidade escoamento da água, torna-se evidente que a maior
influência sobre o teor de nutrientes no escoamento superficial é a partir do material
do solo (por exemplo, composto) e fertilizantes adicionados. Desta forma, é sempre
importante avaliar a necessidade de fertilização do solo.
58
2.4.5 Artigo 05
Outro fator que pode ser destacado quanto aos telhados verdes é a sua
sustentabilidade. Kosareo e Ries (2006) buscam analisar de forma comparativa
telhados verdes e telhados convencionais e verificar a análise de ciclo de vida
envolvida no artigo: Comparative environmental life cycle assessment of green roofs.
Segundo Kosareo e Ries (2006), a redução de uso de energia com telhado
verde não é tão grande quando analisada a energia total da construção. Essa
redução é importante quando feita a análise do ciclo de vida da edificação.
Estudos que compararam telhados verdes extensivos, intensivos e telhados
convencionais, verificaram que os telhados extensivos têm custo de ciclo de vida
menor que os telhados convencionais, diferente dos telhados intensivos, que
apresentaram custo do ciclo de vida maior (KOSAREO e RIES, 2006).
Entretanto, esse não deve ser o único fator analisado, tendo em vista que na
vida útil do telhado verde intensivo muitos serão os ganhos ambientais. Desta forma,
Kosareo e Ries (2006) destacam a importância da Análise do Ciclo de Vida (ACV). O
objetivo da ACV é comparar os impactos ambientais e as potencialidades envolvidas
na construção.
O estudo de Kosareo e Ries (2006) quanto à comparação entre três sistemas
de cobertura (telhado verde extensivo, telhado verde intensivo e telhado
59
3 MÉTODO DE PESQUISA
Essa pesquisa tem como objeto de estudo uma cama de teste para analisar
o desempenho de telhados verdes, comparando-os com sistemas tradicionais de
cobertura. A análise será feita em Curitiba com cinco protótipos de telhados verdes,
62
3.1.4.4 Rastreabilidade
3.3.1 Localização
estrutura do Horto Municipal de Curitiba, que possui essa área disponível, além de
segurança 24 horas (figura 24 e figura 25), o que garante maior segurança para os
equipamentos utilizados.
O Horto Municipal localiza-se na cidade de Curitiba, no bairro Guabirotuba, na
Avenida Senador Salgado Filho, 1050. É administrado pelo Departamento de
Produção Vegetal, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e é responsável pela
produção de mudas de flores destinadas às áreas públicas da cidade de Curitiba.
A Cidade de Curitiba representa hoje a oitava cidade mais populosa do
Brasil (IBGE, 2010). Ainda, segundo dados do IBGE (2010), está localizada na zona
de clima temperado super úmido sem seca. Já, segundo a classificação climática de
Köppen-Geiger, Curitiba possui como tipo climático Cfb, caracterizado como
temperado úmido ou sub-tropical com verão temperado, chuvas bem distribuídas e
verões brandos, com temperatura média no inverno de 11ºC e no verão de 23ºC
(SAMPAIO et al., 2011).
Conforme as normais climatológicas do Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET, 2015) destaca-se que Curitiba possui uma precipitação anual média de
aproximadamente 1500mm e temperatura m édia de 16,8ºC (1961-1990), conforme
tabela 4.
fixação foi aplicado adesivo estrutural de base epóxi e secagem rápida, indicado
para a fixação de materiais como concreto, madeira e aço.
figura 35 - Identificação das vigas e pilares figura 36 - limpeza e identificação das vigas e
conforme projeto pilares
Fonte: A Autora (2013) Fonte: A Autora (2013)
73
figura 37 - Corte das madeiras conforme figura 38 - Corte das madeiras conforme
projeto projeto
Fonte: A Autora (2013) Fonte: A Autora (2013)
figura 47 - Composto para fechar frestas figura 48 - Vedação nos encaixes das caixas
Fonte: A autora (2013) Fonte: A autora (2013)
Sobre essa camada foi disposta a camada de drenagem, que foi executada
com argila expandida com espessura média de 4 cm (figura 52). A escolha pela
argila expandida se deu devido ao seu peso, que é muito inferior ao peso de pedra
britada, além de apresentar formato arredondado que prejudica menos a camada
antirraízes do sistema (figura 53). Não foi utilizado nenhum sistema de retenção de
água da chuva pois o objetivo é verificar a resistência ao estresse hídrico das
plantas e a capacidade de retenção no substrato e na vegetação, sem influência do
sistema.
pluviométrico médio de 1500 mm por ano. A partir disso optou-se por plantas tanto
do tipo CAM, ou seja, suculentas, quanto do tipo C3 e C4.
A primeira espécie vegetal escolhida foi a Bulbine frutescens, popularmente
conhecida como bulbine.Segundo Lorenzi (2013), a bulbine é uma herbácea, perene
e suculenta, originária da África do Sul, com altura de 20 a 30 cm. Caracteriza-se por
folhas longas, cilíndricas, carnosas e cerosas, ssendo composta de tufos com
inflorescencia no centro desses, com flores pequenas e amareladas que aparecem
ao longo de todo o ano. Lorenzi (2013) destaca que é uma planta tolerante ao frio e
com pouca exigência de água, característica ideal para telhados verdes na região de
Curitiba. Sua multiplicação é por touceiras, sendo pouco alastrante. É uma
vegetação de sol pleno e que gosta de solo rico em matéria orgânica e bem
permeável (figura 57 e figura 58).
Um dos módulos simula uma cobertura com telha do tipo cerâmica. Segundo
a ABNT (NBR 13582/2002), que regula sobre as telhas do tipo romana, a inclinação
mínima para esse tipo de cobertura é de 30%. Como os módulos possuem altura de
20 cm, não seria possível fazer a inclinação indicada por norma. Desta forma,
adaptou-se o módulo, inserindo uma estrutura em compensado plastificado, à prova
d'água, dispensando a impermeabilização. O compensado é composto de lâminas
de pinus de reflorestamento e resina fenol-formaldeído e filme fenólico (GLOBAL
WOOD, 2014). O selamento entre o encontro das duas chapas foi feito com silicone.
Para a fixação da chapa foram utilizadas chapas e cantoneiras metálicas
parafusadas, conforme figura 70.
Foram utilizados dois caibros (2x2") nas duas laterais longitudinais para fixar
as ripas (2x1") que suportam as telhas romanas. Os caibros foram posicionados com
inclinação de 30% e sobre eles instaladas as ripas com distanciamento adequado
88
para instalação das telhas, que possui caimento no sentido do ralo do módulo,
conforme figura 71. Sobre as ripas foram colocadas as telhas romanas. As telhas
cerâmicas, quando novas, possuem uma absorção maior de água devido a abertura
dos poros. Desta forma, para simular da melhor forma uma cobertura ao longo da
sua vida útil, foram utilizadas telhas com 12 anos de uso, conforme pode ser
verificado na figura 72.
figura 73 - Detalhe do ralo, módulo telhado de figura 74 - Fixação de caibro para apoio da
fibrocimento telha de fibrocimento
Fonte: A Autora (2014) Fonte: A Autora (2014)
módulos possui um coletor transparente graduado (figura 77), que permite fazer a
leitura da quantidade de água que o mesmo escoou (figura 78), com capacidade de
armazenamento de 20 litros, ou seja, 26,67mm de precipitação no módulo de
75cmx100cm. Essas informações são anotadas em tabelas, conforme apêndice B,
para depois comparar os dados entre si. Foram avaliados eventos de chuva de
junho de 2014 a janeiro de 2015, dias com precipitação superior aos 26,67mm serão
anotados na tabela como "transbordo". Os demais dados serão comparados entre si
(dados dos telhados verdes).
As primeiras análises foram feitas primeiramente no módulo
impermeabilizado e nos de telhado verde (eventos 1 ao 10) e nas análises
posteriores foram considerados os 8 módulos distintos (eventos 11 ao 13). Esses
resultados são comparados com dados da bibliografia que demonstram qual a
retenção média dos telhados verdes, para verificarmos a validade da análise.
figura 79 - Datalogger TD-90 com termopares figura 80 - medição com datalogger TD-890 e
do tipo K termopares do tipo
Fonte: A autora (2014) Fonte: A autora (2014)
compensado de base) com o termopar fixado com fita adesiva sobre o sensor de
medição para evitar a influência dos ventos sobre o mesmo, conforme figura 83. O
sensor de temperatura do ar foi fixado abaixo da estrutura em uma viga de madeira.
A fixação dele nesse local foi com o objetivo de evitar que outras pessoas pudessem
ver o sensor e ficasse suscetível ao roubo (figura 84).
Os termopares superiores e inferiores diferem em sua tipologia, sendo os
superiores com haste, e os inferiores apenas o sensor fixado em fio com
revestimento plástico.
Com o objetivo de protegê-los da chuva e do acesso por outras pessoas, os
dataloggers foram colocados dentro de caixas de correio fixadas na estrutura do
móvel (figura 85). Cada datalogger coletou os dados de dois módulos, sendo dois
sensores para temperaturas superiores (entrada 01 e 02) e dois sensores para
temperaturas inferiores (entrada 03 e 04).
figura 90 - Membrana para filtragem da água figura 91 - Estufa para secagem das
Fonte: A autora (2015) membranas
Fonte: A autora (2015)
97
figura 95 - Redução pela coluna Cd-Cu figura 96 - Amostras para curva de calibração
Fonte: A autora (2014) (500 ao 0)
Fonte: A autora (2014)
Quanto à coloração da água, será feita uma análise visual comparativa entre
a amostra e a água destilada, que não possui nenhuma coloração, no equipamento
NQ 200 (figura 97). Nesse modelo, coloca-se uma amostra branca (água destilada)
e no tubo do lado água da amostra (figura 98); através de um filtro de cor compara-
se a amostra com a coloração branca até chegarem ao mesmo tom, sendo então
feita a leitura. Para as coletas com coloração intensa é necessário fazer a diluição
da água para então realizar a leitura, e depois por cálculo chegar ao valor que
corresponde à cor (ver apêndice G).
tabela 5 - Classificação do uso de águas segundo Resolução Conama 357/2005 (BRASIL, 2005)
Classificação Uso da água
Classe I à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se
desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de
película.
Classe II irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de
esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto
Classe III à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras
Classe IV à harmonia paisagística
Fonte: A Autora, a partir de dados de Brasil, 2005 (2015)
Fonte: A autora, a partir dos dados das legislações: Brasil (2000), Brasil (2004), Brasil (2005)
102
4 RESULTADOS
repens, muitas das suas folhas morreram, mas de forma menos intensa que na
espécie Arachis repens, que pode ser percebida através da coloração escura da
maior parte das folhas e conseguiram rebrotar.
No dia 26/05/2014 foram adubados todos os módulos com esterco de
galinha, com 500 gramas aproximadamente de adubo por módulo e então realizada
a rega. A opção pelo adubo orgânico se deu pois ele é rico em nitrogênio, que
auxilia no desenvolvimento das plantas e esse tipo de adubo é liberado mais
lentamente; desta forma a sua ação é mais prolongada, o que é desejado no
telhados verdes, tendo em vista que a intenção não era realizar novas adubações
durante o período de testes.
Com a queima das folhas, a Arachis repens não conseguiu rebrotar a ponto
de cobrir novamente o solo, dando espaço para muitas ervas daninhas, como pode
ser visto nas fotos do dia 23/06 e 15/07 (figura 100). Como Curitiba possui um
inverno intenso e a geada é comum nessa época, optou-se por substituir essa
especie vegetal, destacando que ela não é indicada para telhados verdes na cidade
de Curitiba, devido as condições de inverno.
No dia 25/07/2014 (figura 101) foi feita a troca da espécie vegetal,
substituindo-a por uma gramínea, tendo em vista que esse tipo de vegetação é
muito utilizada em telhados verdes, principalmente aqueles que possuem a função
de terraço, ou seja, possuem circulação de pessoas.
As gramas são facilmente encontradas e comumnente utilizadas no
paisagismo no Brasil. A espécie escolhida foi a Zoysia tenuifolia, conhecida como
grama coreana ou grama japonesa. Segundo Lorenzi (2013), é uma herbácea
rizomatosa estolonífera, nativa do Japão e Coreia, uma gramínea de pleno sol que
possui crescimento lento, reduzindo assim a manutenção. A escolha por essa
espécie diante das outas gramíneas se deu pelo seu lento crescimento e baixa
manutenção.
Observou-se a remoção de uma muda da espécie Bulbine frutescens e da
Sedum mexicanum, tendo sido retirado alguns brotos do mesmo módulo para
realizar o fechamento das mesmas.
A Bulbine frutescens manteve o seu porte ao longo de todo o ano, alterando
a sua coloração para tons mais amarelos ou esverdeados conforme o período do
ano. Acredita-se que a adubação, a insolação e a pricipitação sejam os principais
fatores que influenciam nessa variação da espécie.
104
Bulbine frutescens Tradescantia zebrina Arachis repens Sedum mexicanum Callisia repens
figura 100 - Desenvolvimento das vegetações entre os meses de fevereiro e julho de 2014
Fonte: A Autora (2015)
106
Bulbine frutescens Tradescantia zebrina Zoysia tenuifolia Sedum mexicanum Callisia repens
figura 101 - Desenvolvimento das vegetações entre os meses de julho de 2014 a fevereiro de
2015.
Fonte: A Autora (2015)
107
Precipitação
2014 e 2015
210,4 49 62,7 176,4 116,8 203,2 155,6 180,5
(mm)
Precipitação
média 1961 a
115,6 98,8 73,4 119,2 133,3 126,9 152,3 171,8
1990 (mm)
Fonte: A autora, a partir de dados Inmet (2015)
tabela 8 - tabela de retenção de água da chuva nos meses de junho de 2014 a janeiro de 2015
Fibrocimento
Dinheiro em
Trapoeraba
Amendoim
Cerâmica
Unidade
Bulbine
Evento
Sedum
Grama
INMET
penca
Data
Laje
1 18/06/2014 mm 1,33 4,67 3,33 2,67 6,67 16,67 * * 20,1
Fibrocimento
Dinheiro em
Trapoeraba
Cerâmica
Coreana
Unidade
Bulbine
Evento
Sedum
Grama
INMET
penca
Data
Laje
5 13/08/2014 mm 3,33 8,00 9,33 3,33 8,67 ** * * 19,5
11 08/01/2015 mm 9,33 12,00 10,67 13,33 12,00 18,67 17,33 16,00 40,2
12 09/01/2015 mm 6,67 6,67 8,00 5,34 5,33 2,00 2,67 2,67 4,5
13 30/01/2015 mm 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 11,33 6,67 8,00 16,2
*Sem medição nesses módulos - instalação posterior
**Transbordo dos galões de captação de água da chuva
TOTAL 62,4
4 16,67 11,33 8,67 26,67 71,33
PORCENTAGEM
DE RETENÇÃO DE
ÁGUA % 94% 77% 84% 88% 63% 0%
Fonte: A autora (2015)
80
70
60
50
23/07/2014
40
15/07/2014
30
30/06/2014
20
10 18/06/2014
0 18/06/2014
Fibrocimento
Dinheiro em
Trapoeraba
Cerâmica
Coreana
Unidade
Bulbine
Evento
Sedum
Grama
INMET
penca
Data
Laje
11 08/01/2015 mm 9,33 12,00 10,67 13,33 12,00 18,67 17,33 16,00 40,2
12 09/01/2015 mm 6,67 6,67 8,00 5,34 5,33 2,00 2,67 2,67 4,5
TOTAL mm 16,00 18,67 18,67 18,67 17,33 20,67 20,00 18,67 44,7
PORCENTAGEM
DE ESCOAMENTO
DE ÁGUA % 23% 10% 10% 10% 16% 0% 3% 10%
13 30/01/2015 mm 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 11,33 6,67 8,00 16,2
60
50
40
30/01/2015
30
30/01/2015
20
09/01/2015
10 08/01/2015
Trapoeraba
em penca
Dinheiro
Coreana
Bulbine
Evento
Sedum
Grama
INMET
Data
Un.
5 13/08/2014 mm 3,33 8,00 9,33 3,33 8,67 19,5
6 19/08/2014 mm 15,33 19,33 19,33 17,33 20,00 25,3
7 19/09/2014 mm 20,00 25,33 22,00 20,00 24,00 34,7
8 18/10/2014 mm 12,67 20,00 17,33 14,67 14,67 47,5
9 24/10/2014 mm 6,67 8,67 6,67 9,33 9,33 25,0
10 18/12/2014 mm 0,67 1,33 1,33 1,33 1,33 8,00
11 08/01/2015 mm 9,33 12,00 10,67 13,33 12,00 40,2
12 09/01/2015 mm 16,00 18,67 18,67 18,67 17,33 4,5
TOTAL 204,70
mm 84,00 113,33 105,33 98,00 107,33
PORCENTAGEM
DE RETENÇAO DE ÁGUA % 59% 45% 49% 52% 48% 0%
Fonte: A autora (2015)
210
190
170
150 09/01/2015
130 08/01/2015
110 18/12/2014
24/10/2014
90
18/10/2014
70 19/09/2014
50 19/08/2014
13/08/2014
30
10
figura 105 - Sensor tipo K figura 106 - Sensor tipo K figura 107 - Datalogger HT -
temperatura superficial temperatura superficial 4000 - temperatura e
superior. inferior. umidade do ar.
Fonte: A autora (2015) Fonte: A autora (2015) Fonte: A autora (2015)
44,0
42,0
40,0
38,0
36,0
34,0
32,0
30,0
28,0
26,0
24,0
22,0
20,0
18,0
16,0
14,0
12,0
10,0
8,0
08:53
09:23
09:53
10:23
10:53
11:23
11:53
12:23
12:53
13:23
13:53
14:23
14:53
15:23
15:53
16:23
16:53
17:23
17:53
18:23
18:53
19:23
19:53
20:23
20:53
21:23
21:53
22:23
22:53
23:23
23:53
00:23
00:53
01:23
01:53
02:23
02:53
03:23
03:53
04:23
04:53
05:23
05:53
06:23
06:53
07:23
07:53
Bulbine frutescens Superior Tradescantia zebrina Superior Bulbine frutescens Inferior Tradescantia zebrina Inferior Zoysia tenuifolia Superior
Sedum Mexianum Superior Zoysia tenuifolia Inferior Sedum Mexianum Inferior Callisia repens Superior Laje Superior
Callisia repens Inferior Laje Inferior Fibrocimento Superior Cerâmica Superior Fibrocimento Inferior
Cerâmica Inferior Temperatura do ar
15,00
10,00
5,00
0,00
-5,00
08:53
09:38
10:23
11:08
11:53
12:38
13:23
14:08
14:53
15:38
16:23
17:08
17:53
18:38
19:23
20:08
20:53
21:38
22:23
23:08
23:53
00:38
01:23
02:08
02:53
03:38
04:23
05:08
05:53
06:38
07:23
Bulbine frutescens Superior Tradescantia zebrina Superior Zoysia tenuifolia Superior
Sedum Mexianum Superior Callisia repens Superior Laje Superior
tabela 13 - Comparação das amplitudes térmicas e dos valores máximos, médios e mínimos,
temperaturas superficiais superiores dos módulos 08 e 09/10/2014 (Dados: Apêndice B)
Callisia repens
Fibrocimento
Laje Superior
Temperatura
Tradescantia
mexicanum
frutescens
tenuifolia
Cerâmica
Superior
Superior
Superior
Superior
Superior
Superior
Superior
Bulbine
zebrina
Sedum
Zoysia
do ar
T Mínima 13,10 14,00 9,35 13,25 12,06 9,44 9,40 11,30 13,40
T Máxima 31,90 40,60 37,95 42,25 41,00 37,39 42,90 39,10 28,10
T Média 20,33 21,84 20,18 19,88 20,64 21,60 20,35 20,25 22,10
Amplitude 18,80 26,60 28,60 29,00 28,94 27,94 33,50 27,80 14,70
Fonte: A Autora (2015)
35,00
33,00
31,00
29,00
27,00
25,00
23,00
21,00
19,00
17,00
15,00
13,00
11,00
08:53
09:38
10:23
11:08
11:53
12:38
13:23
14:08
14:53
15:38
16:23
17:08
17:53
18:38
19:23
20:08
20:53
21:38
22:23
23:08
23:53
00:38
01:23
02:08
02:53
03:38
04:23
05:08
05:53
06:38
07:23
Bulbine frutescens Inferior Tradescantia zebrina Inferior Zoysia tenuifolia Inferior
Sedum Mexianum Inferior Callisia repens Inferior Laje Inferior
Fibrocimento Inferior Cerâmica Inferior Temperatura do ar
9,00
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
-1,00
-2,00
-3,00
08:53
09:38
10:23
11:08
11:53
12:38
13:23
14:08
14:53
15:38
16:23
17:08
17:53
18:38
19:23
20:08
20:53
21:38
22:23
23:08
23:53
00:38
01:23
02:08
02:53
03:38
04:23
05:08
05:53
06:38
07:23
Bulbine frutescens Inferior Tradescantia zebrina Inferior Zoysia tenuifolia Inferior
Sedum Mexianum Inferior Callisia repens Inferior Laje Inferior
tabela 14 - Comparação das amplitudes térmicas e dos valores máximos, médios e mínimos,
temperaturas superficiais inferiores dos módulos 08 e 09/10/2014
Callisia repens
Fibrocimento
Temperatura
Tradescantia
Laje Inferior
mexicanum
frutescens
tenuifolia
Cerâmica
Bulbine
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
zebrina
Sedum
Zoysia
do ar
T Mínima 15,10 15,90 15,75 15,55 15,06 11,89 13,30 13,20 13,40
T Máxima 28,10 25,60 27,75 28,45 26,06 35,94 28,30 29,40 28,10
T Média 20,62 20,22 20,73 20,65 19,82 21,29 19,98 20,33 22,10
Amplitude 13,00 9,70 12,00 12,90 11,00 24,06 15,00 16,20 14,70
Fonte: A Autora (2015)
41,00
39,00
37,00
35,00
33,00
31,00
29,00
27,00
25,00
23,00
21,00
19,00
17,00
15,00
13,00
08:53
09:38
10:23
11:08
11:53
12:38
13:23
14:08
14:53
15:38
16:23
17:08
17:53
18:38
19:23
20:08
20:53
21:38
22:23
23:08
23:53
00:38
01:23
02:08
02:53
03:38
04:23
05:08
05:53
06:38
07:23
Bulbine frutescens Superior Tradescantia zebrina Superior
Bulbine frutescens Inferior Tradescantia zebrina Inferior
Temperatura do ar
figura 114 - Módulo telhado verde espécie figura 115 - Módulo telhado verde espécie
Bulbine frutescens 07/10/2014 Tradescantia zebrina 07/10/2014
Fonte: A autora (2015) Fonte: A autora (2015)
35,0
33,0
31,0
29,0
27,0
25,0
23,0
21,0
19,0
17,0
15,0
00:05
00:50
01:35
02:20
03:05
03:50
04:35
05:20
06:05
06:50
07:35
08:20
09:05
09:50
10:35
11:20
12:05
12:50
13:35
14:20
15:05
15:50
16:35
17:20
18:05
18:50
19:35
20:20
21:05
21:50
22:35
23:20
Bulbine frutescens Inferior Tradescantia zebrina Inferior Zoysia tenuifolia Inferior
Sedum Mexianum Inferior Callisia repens Inferior Laje Inferior
Fibrocimento Inferior Cerâmica Inferior
tabela 15 - Comparação das amplitudes térmicas e dos valores máximos, médios e mínimos,
temperaturas superficiais inferiores07/11/2014
Fibrocimento
Tradescantia
Laje Inferior
mexicanum
frutescens
tenuifolia
Cerâmica
Bulbine
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
zebrina
Callisia
Sedum
repens
Zoysia
36,0
34,0
32,0
30,0
28,0
26,0
24,0
22,0
20,0
18,0
16,0
14,0
00:05
00:50
01:35
02:20
03:05
03:50
04:35
05:20
06:05
06:50
07:35
08:20
09:05
09:50
10:35
11:20
12:05
12:50
13:35
14:20
15:05
15:50
16:35
17:20
18:05
18:50
19:35
20:20
21:05
21:50
22:35
23:20
Bulbine frutescens Inferior Tradescantia zebrina Inferior Zoysia tenuifolia Inferior
Sedum Mexianum Inferior Callisia repens Inferior Laje Inferior
Fibrocimento Inferior Cerâmica Inferior
tabela 16 - Comparação das amplitudes térmicas e dos valores máximos, médios e mínimos,
temperaturas superficiais inferiores 09/11/2014
Callisia repens
Fibrocimento
Tradescantia
Laje Inferior
mexicanum
frutescens
tenuifolia
Cerâmica
Bulbine
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
zebrina
Sedum
Zoysia
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
08:37
09:17
09:57
10:37
11:17
11:57
12:37
13:17
13:57
14:37
15:17
15:57
16:37
17:17
17:57
18:37
19:17
19:57
20:37
21:17
21:57
22:37
23:17
23:57
00:37
01:17
01:57
02:37
03:17
03:57
04:37
05:17
05:57
06:37
07:17
07:57
08:37
09:17
09:57
10:37
11:17
11:57
12:37
13:17
13:57
14:37
15:17
15:57
16:37
Bulbine frutescens Superior Tradescantia zebrina Superior Bulbine frutescens Inferior Tradescantia zebrina Inferior
Zoysia tenuifolia Superior Sedum Mexianum Superior Zoysia tenuifolia Inferior Sedum Mexianum Inferior
Callisia repens Superior Laje Superior Callisia repens Inferior Laje Inferior
Fibrocimento Superior Cerâmica Superior Fibrocimento Inferior Cerâmica Inferior
Temperatura do ar Temperatura INMET
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
08:37
09:47
10:57
12:07
13:17
14:27
15:37
16:47
17:57
19:07
20:17
21:27
22:37
23:47
00:57
02:07
03:17
04:27
05:37
06:47
07:57
09:07
10:17
11:27
12:37
13:47
14:57
16:07
Bulbine frutescens Superior Tradescantia zebrina Superior Zoysia tenuifolia Superior
Sedum Mexianum Superior Callisia repens Superior Laje Superior
Fibrocimento Superior Cerâmica Superior Temperatura do ar
Temperatura INMET
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
-5,00
-10,00
18:07
18:57
19:47
20:37
21:27
22:17
23:07
23:57
00:47
01:37
02:27
03:17
04:07
04:57
05:47
06:37
07:27
08:17
09:07
09:57
10:47
11:37
12:27
13:17
14:07
14:57
15:47
16:37
Bulbine frutescens Superior Tradescantia zebrina Superior Zoysia tenuifolia Superior
Sedum Mexianum Superior Callisia repens Superior Laje Superior
figura 121 - Sensor sobre o sistema de telhado verde com a espécie Zoysia tenuifolia.
Fonte: A autora (2015)
tabela 17 - Comparação das amplitudes térmicas e dos valores máximos, médios e mínimos,
temperaturas superficiais superiores dos módulos 08 e 09/10/2014
Callisia repens
Fibrocimento
Laje Superior
Temperatura
Tradescantia
mexicanum
frutescens
tenuifolia
Cerâmica
Superior
Superior
Superior
Superior
Superior
Superior
Superior
Bulbine
zebrina
Sedum
Zoysia
do ar
T Mínima 19,60 19,90 15,10 19,30 20,50 19,80 20,30 20,40 18,80
T Máxima 36,60 43,00 48,50 42,70 37,20 42,90 41,80 56,90 33,30
T Média 25,27 26,55 29,30 26,32 26,36 27,94 28,03 29,56 23,07
Amplitude 17,00 23,10 33,40 23,40 16,70 23,10 21,50 36,50 14,50
Fonte: A Autora (2015)
37
35
33
31
29
27
25
23
21
19
08:37
09:47
10:57
12:07
13:17
14:27
15:37
16:47
17:57
19:07
20:17
21:27
22:37
23:47
00:57
02:07
03:17
04:27
05:37
06:47
07:57
09:07
10:17
11:27
12:37
13:47
14:57
16:07
Bulbine frutescens Inferior Tradescantia zebrina Inferior Zoysia tenuifolia Inferior
Sedum Mexianum Inferior Callisia repens Inferior Laje Inferior
Fibrocimento Inferior Cerâmica Inferior Temperatura do ar
Temperatura INMET
7,00
5,00
3,00
1,00
-1,00
-3,00
-5,00
18:07
18:57
19:47
20:37
21:27
22:17
23:07
23:57
00:47
01:37
02:27
03:17
04:07
04:57
05:47
06:37
07:27
08:17
09:07
09:57
10:47
11:37
12:27
13:17
14:07
14:57
15:47
16:37
Bulbine frutescens Inferior Tradescantia zebrina Inferior Zoysia tenuifolia Inferior
Sedum Mexianum Inferior Callisia repens Inferior Laje Inferior
tabela 18 - Comparação das amplitudes térmicas e dos valores máximos, médios e mínimos,
temperaturas superficiais inferiores dos módulos 07 e 08/01/2015
Callisia repens
Fibrocimento
Temperatura
Tradescantia
Laje Inferior
Mexianum
frutescens
tenuifolia
Cerâmica
Bulbine
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
zebrina
Sedum
Zoysia
do ar
T Mínima 19,80 20,30 20,40 20,00 20,30 18,10 18,80 18,60 18,80
T Máxima 30,80 30,10 31,00 30,90 30,10 36,50 32,40 33,00 33,30
T Média 23,91 23,74 23,92 23,78 23,73 24,48 23,71 23,70 23,86
Amplitude 11,00 9,80 10,60 10,90 9,80 18,40 13,60 14,40 14,50
Fonte: A Autora (2015)
49
44
39
34
29
24
19
14
08:37
09:47
10:57
12:07
13:17
14:27
15:37
16:47
17:57
19:07
20:17
21:27
22:37
23:47
00:57
02:07
03:17
04:27
05:37
06:47
07:57
09:07
10:17
11:27
12:37
13:47
14:57
16:07
figura 124 - Gráfico de temperatura superficial superior e inferior: Bulbine frutescens, Zoysia
tenuifolia e temperatura do ar dias 07 e 08/01/2015
Fonte: A Autora (2015)
134
45,0
43,0
41,0
39,0
37,0
35,0
33,0
31,0
29,0
27,0
25,0
23,0
21,0
19,0
17,0
15,0
13,0
11,0
08:53
09:23
09:53
10:23
10:53
11:23
11:53
12:23
12:53
13:23
13:53
14:23
14:53
15:23
15:53
16:23
16:53
17:23
17:53
18:23
18:53
19:23
19:53
20:23
20:53
21:23
21:53
22:23
22:53
23:23
23:53
00:23
00:53
01:23
01:53
02:23
02:53
03:23
03:53
04:23
04:53
05:23
05:53
06:23
06:53
07:23
07:53
08:23
08:53
09:23
09:53
10:23
Bulbine frutescens Superior Tradescantia zebrina Superior Bulbine frutescens Inferior Tradescantia zebrina Inferior Zoysia tenuifolia Superior
Sedum Mexianum Superior Zoysia tenuifolia Inferior Sedum Mexianum Inferior Callisia repens Superior Laje Superior
Callisia repens Inferior Laje Inferior Fibrocimento Superior Cerâmica Superior Fibrocimento Inferior
Cerâmica Superior Temperatura do ar Temeratura do ar Inmet
44,0
42,0
40,0
38,0
36,0
34,0
32,0
30,0
28,0
26,0
24,0
22,0
20,0
18,0
16,0
14,0
12,0
10,0
08:53
09:43
10:33
11:23
12:13
13:03
13:53
14:43
15:33
16:23
17:13
18:03
18:53
19:43
20:33
21:23
22:13
23:03
23:53
00:43
01:33
02:23
03:13
04:03
04:53
05:43
06:33
07:23
08:13
09:03
09:53
Bulbine frutescens Superior Tradescantia zebrina Superior Zoysia tenuifolia Superior
Sedum Mexianum Superior Callisia repens Superior Laje Superior
Fibrocimento Superior Cerâmica Superior Temperatura do ar
Temeratura do ar Inmet
A alta incidência solar das 08:00 às 17:00 horas pode ser percebida na figura
126. Comparando os sistemas de cobertura, quanto à temperatura superficial
superior, o telhado de fibrocimento apresentou os maiores picos de temperatura das
12:00 às 16:00 horas. No início da manhã, o telhado verde com a espécie Zoysia
tenuifolia apresentou as temperaturas mais elevadas, enquanto a Bulbine frutescens
apresentou as menores temperaturas, juntamente com a Tradescantia zebrina,
assim como apresentaram a menor amplitude térmica, conforme tabela 19.
No período noturno, destaca-se a Zoysia tenuifolia com a temperatura
superior mais baixa e próxima da temperatura do ar Isso se deve ao fato dos dois
sensores estarem igualmente expostos. As demais coberturas apresentaram
resultados similares entre si.
137
10,00
5,00
0,00
-5,00
-10,00
-15,00
-20,00
-25,00
08:53
09:43
10:33
11:23
12:13
13:03
13:53
14:43
15:33
16:23
17:13
18:03
18:53
19:43
20:33
21:23
22:13
23:03
23:53
00:43
01:33
02:23
03:13
04:03
04:53
05:43
06:33
07:23
08:13
09:03
09:53
Bulbine frutescens Superior Tradescantia zebrina Superior Zoysia tenuifolia Superior
Sedum Mexianum Superior Callisia repens Superior Laje Superior
tabela 19 - Comparação das amplitudes térmicas e dos valores máximos, médios e mínimos,
temperaturas superficiais superiores - 09 e 10/04/2015
Callisia repens
Fibrocimento
Laje Superior
Temperatura
Tradescantia
mexicanum
frutescens
tenuifolia
Cerâmica
Superior
Superior
Superior
Superior
Superior
Superior
Superior
Bulbine
zebrina
Sedum
Zoysia
do ar
T Mínima 14,20 14,10 11,20 13,90 13,10 12,40 13,00 13,20 11,40
T Máxima 33,30 32,70 43,80 37,90 37,40 35,90 41,80 36,60 43,80
T Média 20,17 19,67 20,84 20,78 21,17 20,72 21,65 21,09 18,24
Amplitude 19,10 18,60 32,60 24,00 24,30 23,50 28,80 23,40 32,40
Fonte: A Autora (2015)
138
44,0
42,0
40,0
38,0
36,0
34,0
32,0
30,0
28,0
26,0
24,0
22,0
20,0
18,0
16,0
14,0
12,0
10,0
08:53
09:43
10:33
11:23
12:13
13:03
13:53
14:43
15:33
16:23
17:13
18:03
18:53
19:43
20:33
21:23
22:13
23:03
23:53
00:43
01:33
02:23
03:13
04:03
04:53
05:43
06:33
07:23
08:13
09:03
09:53
Bulbine frutescens Inferior Tradescantia zebrina Inferior Zoysia tenuifolia Inferior
Sedum Mexianum Inferior Callisia repens Inferior Laje Inferior
Fibrocimento Inferior Cerâmica Superior Temperatura do ar
Temeratura do ar Inmet
5,00
0,00
-5,00
-10,00
-15,00
-20,00
-25,00
08:53
09:43
10:33
11:23
12:13
13:03
13:53
14:43
15:33
16:23
17:13
18:03
18:53
19:43
20:33
21:23
22:13
23:03
23:53
00:43
01:33
02:23
03:13
04:03
04:53
05:43
06:33
07:23
08:13
09:03
09:53
Bulbine frutescens Inferior Tradescantia zebrina Inferior Zoysia tenuifolia Inferior
Sedum Mexianum Inferior Callisia repens Inferior Laje Inferior
tabela 20 - Comparação das amplitudes térmicas e dos valores máximos, médios e mínimos,
temperaturas superficiais inferiores - 09 e 10/04/2015
zebrina Inferior
Callisia repens
Fibrocimento
Laje Superior
Temperatura
Tradescantia
mexicanum
frutescens
tenuifolia
Cerâmica
Superior
Superior
Bulbine
Inferior
Inferior
Inferior
Inferior
Sedum
Zoysia
do ar
T Mínima 16,10 16,70 16,90 16,60 16,60 13,60 15,20 15,30 11,40
T Máxima 26,20 24,20 24,40 24,70 24,60 30,70 25,70 26,20 43,80
T Média 19,76 19,38 19,54 19,45 19,34 20,11 19,21 19,48 21,69
Amplitude 10,10 7,50 7,50 8,10 8,00 17,10 10,50 10,90 32,40
As águas coletadas pelas coberturas podem ser destinadas para fins não
potáveis, conforme prevê legislação específica. Em Curitiba, através da Lei
10.785/2003, foi criado o programa de conservação e uso racional da água nas
edificações, que foi regulamentado através do decreto 293/2006, o qual estabelece
critérios para o uso e conservação racional da água nas edificações. No decreto são
descritos os parâmetros para dimensionamento das cisternas, conforme
dimensionamento das unidades habitacionais ou comerciais e industriais, mas não
se menciona padrão de qualidade mínima da água para fins não potáveis.
Desta forma, como o objetivo da presente pesquisa é verificar se a água da
chuva, depois de escoar por um sistema de telhado verde, se enquadra nos
141
figura 130 - Membranas após filtragem dos sólidos totais presentes na água.
01-Bulbine frutescens, 02-Tradescantia zebrina, 03-Zoysia tenuifolia, 04-Sedum mexicanum,
05-Callisia repens, 06-laje, 07-telhado de fibrocimento, 08-telhado cerâmico - coleta 01.
Fonte: A autora (2015)
5 CONCLUSÃO
pode ser percebido na espécie Zoysia tenuifolia, que apresentou os valores mais
altos e mais próximos aos valores da laje, com picos de temperatura até 10ºC acima
dos outros sistemas de telhado verde.
As folhas escuras podem absorver mais calor, apresentando também
temperaturas mais elevadas na superfície superior. Essa característica pode ser
observada nas espécies de coloração arroxeada, como a Tradescantia zebrina e
Callisia repens.
Na espécie bulbine, que, devido à sua composição morfológica, apresenta a
maior altura entre as espécies analisadas, foram observados dois efeitos: o primeiro
é quanto ao sombreamento do substrato, que ajuda a reduzir a temperatura
superficial; e, o segundo, é o efeito de frenar o vento, fazendo com que a
temperatura se afastasse da temperatura do ar. Essa espécie apresentou a menor
temperatura superficial superior entre as espécies analisadas.
No período noturno pode-se destacar dois efeitos que ocorrem quanto à
temperatura: o primeiro deles é a troca de radiação (acumulada ao longo do dia)
com o espaço/ar nas espécies com plantas menos densas. Esse efeito faz com que
a temperatura superficial aproxime-se da temperatura observada na laje ou a
temperatura do ar e é evidente na espécie Zoysia tenuifolia, que apresentou as
menores temperaturas superficiais superiores durante a noite, em alguns casos até
4,5ºC em relação a espécie Bulbine frutescens (evento 5). Ainda, o efeito do vento
sobre o sistema que, dependendo da morfologia da espécie, pode aumentar ou
diminuir a temperatura da superfície em relação a temperatura do ar.
Com relação aos resultados apresentados, pode-se destacar que a espécie
Zoysia tenuifolia apresentou a maior temperatura superficial superior durante o dia,
seguida das espécies Callisia repens, Sedum mexicanum. A espécie Bulbine
frutescens foi a que apresentou as menores temperaturas entre os sistemas
analisados. A espécie Tradescantia Zebrina variou com temperaturas altas e baixas
dependendo do evento analisado, podendo estar associado à incidência solar (figura
132).
151
figura 132 - Hierarquia entre os sistemas de telhados quanto a temperatura superficial superior
Fonte: A autora (2015)
REFERÊNCIAS
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analysis of green roof materials. Building and Environment, Canadá, V 48 Pg 57 a
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S.A, 2002.
156
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ROBSON, Colin, Real World Research. 3.ed. John Wiley & Sons, 2011.
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WONG, N. H.; CHEONG, D. K.; YAN, H.; SOH, J.; ONG, C. L.; SIA, A. The effects of
rooftop garden on energy consumption of a commercial building in Singapore.
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WONG, N., CHEN, Y., ONG, C., & SIA, A. Investigation of thermal benefits of rooftop
garden in the tropical environment. Building and Enviroment , 261-270, 2003.
APÊNDICE A
161
162
163
164
165
166
167
APÊNDICE B
tabela 22 - Modelo para anotação das informações coletadas nos protótipos em dia posterior a
precipitação
Análise Pluvial:
Data:
Hora:
Data da última coleta:
Ensaio número:
Dados pluviométricos Simepar:
Conversão
para
mm/m²
Observações:
168
APÊNDICE C
Análise Temperatura:
Data:
Data da última coleta:
Ensaio número:
8:15
8:30
8:45
Temper
atura
do ar
8:00
8:15
8:30
8:45
169
APÊNDICE D
Precipitação (mm)
Dia jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15
1 10 0 0 23,7 46,1 0 0 0,2
2 0 0 0,1 0 0 0,2 0 10,4
3 0 0 0 26,3 0,2 0 0 0,7
4 0,1 0 0 0,7 0,4 0 6,8 6,7
5 0,1 0 0 2,2 0,3 72,5 0 10,3
6 54,4 0 0 0 0 0,2 0 22,2
7 95,2 0,1 0 4,9 0 10,6 0 40,2
8 12,4 8,3 0 0,6 0 10,4 0 0,4
9 6,7 0 0 0 0 9,4 0 4,5
10 0,3 2,5 0 0 0 0 7,2 0
11 0 0,2 0 0 0 0 0,4 3
12 0 0 0 0 0 0 0 19,8
13 0 0 30,3 0 0 0 4,2 0,5
14 0 0 1,2 0 0 10,4 0,4 10,8
15 0,1 0 0 0 0,5 4,3 0 0,4
16 0,6 0 16,6 0 0 0 0 0
17 0 0 7,5 0 0 0 0 0
18 9,4 18,5 0 0 41,8 0 0 0
19 1,6 0 0 44,7 0,1 0 2 0
20 0 0 0 3,4 24,9 8,7 3,5 8,4
21 0 0 0 13,2 0 43,9 0 11,6
22 0 0 0 0 0 8,3 47,6 0,5
23 0 0 0 0 0 0 38 0,3
24 0 10 0 0 0,1 0 7,8 0
25 0 9,4 0 28 0 0,2 0,7 0
26 0 0 7 13 2,4 24,3 18,4 1,4
27 0 0 0 1,5 0 0 3,1 0
28 0 0 0 1,5 0 0 0 12,2
29 19,5 0 0 4,8 0 0 1,6 4
30 0 0 0 7,9 0 0 7,6 9,8
31 0 0 0 6,3 2,2
170
APÊNDICE E
SÓLIDOS TOTAIS
COLORAÇÃO
Diluição Unidade de cor
MODULO 01 1:20 20 400
MODULO 02 1:50 50 1000
MODULO 03 1:20 20 400
MODULO 04 1:50 50 875
MODULO 05 1:20 20 500
MODULO 06 1:1 1 12,5
MODULO 07 1:1 1 20
MODULO 08 1:10 10 100
171
CURVA NITRATO
Concentração Absorbância 1,2
1 y = 0,002x - 0,133
0,8 R² = 0,995
50 0,0051 0,6
0,4
100 0,0956
0,2
300 0,5135
0
500 1,0476 -0,2 0 200 400 600
Concentração
Amostras Absorbância (média) Concentração (µg/L) (mg/L)
0,4000
0,3500 y = 0,000x + 0,048
CURVA FÓSFORO 0,3000
R² = 0,978
Absorbância Concentração
Amostras Absorbância (x2) (média) Concentração (µg/L) (mg/L)
SÓLIDOS TOTAIS
peso final Sólidos em
peso inicial Sólidos em
película + 1000 ml mg/l
película (g) 100ml (g)
sólidos (g) (g)
COLORAÇÃO
Diluição Unidade de cor
MODULO 01 1:20 20,00 400
Absorbância
Amostras (média) Concentração (µg/L) Concentração (mg/L)
0,4000
CURVA FÓSFORO 0,3500 y = 0,000x + 0,048
R² = 0,978
Concentração Absorbância (x5) Absorbância 0,3000
0,2500
0,2000
0 0,0475 0,0095 0,1500
50 0,0925 0,0185 0,1000
100 0,1160 0,0232 0,0500
0,0000
250 0,1715 0,0343 0 200 400 600
500 0,3700 0,0740
Concentração Concentração
Amostras Absorbância (x2) Absorbância (média) (µg/L) (mg/L)
ANEXO A
H
(+)
N) Na2[Fe(CN)5NO]·2H2O
H + OCl- H2NCl + OH-
H H Meio básico
Figura 7. Esquema explicativo das etapas de reação de Berthelot (1859), utilizada como
metodologia analítica na quantificação de N-Amoniacal em amostras de água e de
efluentes líquidos.
Equipamentos e materiais
Bomba de vácuo
Membranas de acetato de celulose (Ø 0,45µm)
Balança analítica (precisão ± 0,0001g)
Espectrofotômetro UV-VIS
Micropipeta (100 - 1000µl)
Papel parafilm®
Vidrarias
Reagentes analíticos
* ATENÇÃO: durante o preparo, utilize luvas e óculos de proteção e sempre que for manusear o
fenol (reagente ou solução para N-NH3), trabalhar SEMPRE em capela com ventilação / exaustão;
O fenol é altamente cancerígeno e todos os procedimentos de segurança devem ser adotados na
hora do uso.
2. PROCEDIMENTO ANALÍTICO
Absorvância
0,8
0,6
0,6
0,4
Eq.Reta: Conc=(Abs-0,02894)/4,74999E-4 0,4
R = 0,99757 / n = 10
0,2
0,2
(a) (b)
0,0 0,0
0 300 600 900 1200 1500 1800 2100 0 500 1000 1500 2000 2500
-1
N-NH3 (g.L ) -1
N-NH3 (g.L )
ATENÇÃO: o método do fenato para quantificação de N-NH3 acaba por gerar um resíduo
composto, principalmente, por fenol, devido à existência deste reagente nas etapas de reação do
método. Assim, todo e qualquer material líquido gerado por este método devem ser armazenados
em frascos próprios para o resíduo de fenol / N-NH3 (FRASCOS DE VIDRO PARA DESCARTE).
3. REFERÊNCIAS
WEATHERBURN. Phenol-hypochlorite reaction for determination of ammonia. Anal.
Chem, Vol.8, pp. 130-132, 1962.
O
K2S2O8 / NaOH N
(+)
NT T = 120ºC;t = 30min (-) O O (-)
O
(+)
Cd-Cu
N N
Cd0Cd2+
(-) O O (-) (-) O O (-)
Figura 9. Esquema explicativo das etapas da oxidação por persulfato das formas de
nitrogênio a N-Nitrato, redução de N-Nitrato para N-Nitrito através da coluna de Cd-Cu e
reação de Griess (1879), utilizada como metodologia analítica na quantificação de N-
Total em amostras de água e de efluentes líquidos.
Equipamentos
Balança analítica (precisão ± 0,0001g)
Autoclave vertical
Espectrofotômetro UV-Vis
Vidrarias
Reagentes analíticos
2. PROCEDIMENTO ANALÍTICO
ATENÇÃO: seguindo este procedimento acima, descrito para NT, você estará fazendo uma
diluição de 10 vezes da amostra, ou seja, foram tomados 5ml iniciais da amostra, passado pela
digestão e antes de passar pela coluna de Cd-Cu foi diluída para 50ml. Para este exemplo, o valor
obtido para a absorbância deve ser corrigido com um fator de diluição de 10 vezes, de modo a se
obter o valor da concentração real.
3. REFERÊNCIA
Equipamentos e materiais
Bomba de Vácuo
Balança analítica (precisão ± 0,0001g)
Dessecador
Estufa (105 ± 5ºC)
Mufla (550 ± 5ºC)
Pinça simples metálica ou de madeira e espátula
Porta Filtro
Membrana de filtração de fibra de vidro
Vidrarias
Reagentes analíticos
ST (mg / L)
P1 P0 *1.000.000 (6)
Vamostra(mL)
(c) Determinação de Sólidos Totais Fixos (STF)
1. Após anotar o valor do peso P1, transferir a cápsula para mufla a 550 ± 5ºC
por 1 hora e seguir os passos abaixo na sequência;
2. Esfriar na estufa a 105 ± 5ºC por 30min seguido de dessecador por 45min;
3. Pesar a cápsula e anotar o resultado em g (P2);
4. Expressar o resultado:
STF (mg / L)
P2 P0 *1.000.000 (7)
Vamostra(mL)
1. Após anotar o valor do peso P1, transferir o cadinho para mufla a 550 ±
5ºC por 1h;
2. Deixar a cadinho esfriar na estufa a 105 ± 5ºC por 30min seguido de
dessecado por 45min;
3. Pesar a cadinho e anotar o resultado em g (P2);
4. Expressar o resultado:
SSF (mg / L)
P2 P0 *1.000.000 (10)
Vamostra(mL)
Equipamentos e materiais
Bomba de vácuo e membranas de acetato de celulose (Ø 0,45µm)
Balança analítica (precisão ± 0,0001g)
Autoclave vertical
Espectrofotômetro UV-Vis
Micropipeta (100 - 1000µl)
Vidrarias
Reagentes analíticos
Solução padrão para fosfato (50 mg.L-1): ver POP-12, item 1 (PO43-).
1. PROCEDIMENTO ANALÍTICO
Figura 11. (a) Exemplo de curva analítica de KH2PO4 aplicada à calibração do método
de digestão / colorimétrico para determinação de Fosfato Total (PT) em amostras de
água e de efluentes líquidos e (b) Exemplo comparativo entre a calibração para PO43-,
com ausência da etapa de digestão, e calibração para PT com presença da etapa de
digestão / neutralização.
0,12 0,6
Absorvância
Absorvância
Comparativo com o
3-
padrão P2 de PO4
0,06 0,3
Eq.Reta: Conc=(Abs+0,00166)/5,61129E-4
R = 0,99982 / n = 10 Padrão P5 (PT) diluído 5 vezes
após digestão /
tamponamento.
0,00 0,0
0 50 100 150 200 250 300 0 250 500 750 1000 1250 1500
3- 3-
P-PO4 g.L-1) P-PO4 g.L-1)
3. Juntamente aos padrões, realizar prova em branco utilizando
alíquotas de 5ml de água destilada;
4. Adicionar a cada tubo, 2,5ml da solução digestora alcalina;
5. Fechar bem os tubos para digestão e misturar por inversão;
6. Manter na autoclave, por um período de 25min após atingir a
temperatura de 120ºC e pressão de 14 kg.cm -2. Neste momento,
mudar a chave seletora de máximo para médio e controlar a
possibilidade de aumento no manômetro de controle. Neste caso,
mudar a chave para mínimo;
7. Após o término da digestão e resfriamento da autoclave, retirar os
tubos e aguardar que atinjam a temperatura ambiente;
8. Após esfriar, adicionar 1ml da solução tampão de borato e misturar
por inversão;
9. No mesmo frasco, adicionar 1,5ml de água destilada e misturar por
inversão;
ATENÇÃO: verifique a seguinte etapa da metodologia: ao adicionar 5ml do padrão para
digestão e após a adição dos reagentes seguintes (solução digestora, solução tampão e água),
a amostra foi diluída, neste caso, 2x, fator este que deve ser utilizado na correção da
concentração de PT quantificada.
10. Adicionar a esta alíquota 2ml da solução reativa combinada (Mix).
Repetir o mesmo procedimento para as demais amostras e réplicas;
11. Fechar o frasco e misturar por inversão;
12. Aguardar 10min para o desenvolvimento e estabilidade da cor;
13. Leitura em espectrofotômetro ( = 880nm). Tempo máximo para
leitura de 45min;
5. REFERÊNCIAS
MURPHY, J.; RILEY, J.P. A Modified Single Solution Method for the Determination
of Phosphate in Natural Water. Anal.Chim.Acta, Vol. 27, pp. 31-36, 1962