A Luz No Caminho
A Luz No Caminho
A Luz No Caminho
Na época, a comunhão entre as almas era tão imediata que não havia
necessidade de linguagem verbal. Bastava a percepção direta. A linguagem
externa apareceu mais tarde, inicialmente através de monossílabos que
visavam dar apoio à comunicação intuitiva. Só pouco a pouco, à medida
que nossa mente se tornava afiada e que perdíamos a percepção espiritual
das coisas, surgiu uma linguagem mais complexa. Ganhávamos a lógica
dos detalhes em troca da intuição perdida. É verdade que hoje temos uma
linguagem dependente das palavras, e ela frequentemente se divorcia do
mundo espiritual, negando e ocultando a verdade interior. Mas, para a
sabedoria oriental, um dia nós voltaremos a aquele estado inicial de
comunhão interior que tornava as palavras desnecessárias. Mesmo na
atualidade há momentos em que alcançamos o nível intuitivo de
consciência, enxergando as coisas com o coração e não só através do
cérebro. O pequeno livro “Luz no Caminho” é um instrumento para o
despertar desta percepção.
“Antes que os olhos possam ver, devem ser incapazes de lágrimas. Antes
que o ouvido possa ouvir, deve ter perdido sua sensibilidade.”
O texto prossegue:
“Antes que a voz possa falar na presença dos Mestres, deve ter perdido o
poder de ferir. Antes que a alma possa estar na presença dos Mestres, seus
pés devem ser lavados com o sangue do coração.”
O que move uma pessoa são seus desejos e emoções. Diga-me o que você
deseja, e eu lhe direi quem você é. Quando purificamos nossas intenções,
alcançamos a felicidade interior. Mas quem está disposto a trocar seus
desejos egoístas por outros, melhores e mais puros? “Luz no Caminho”
aconselha:
“Deseja somente o que está dentro de ti. Deseja somente o que está além de
ti.”
“Qual era teu nome, qual era teu rosto, duzentos anos antes de nasceres?”
O texto prossegue:
O poder que nos faz parecer nada aos olhos dos outros é a força da alma.
A paz interior está ao abrigo da maré perpétua das emoções que sobem e
descem, seguindo mecanicamente as alegrias e tristezas de curto prazo. O
caminho espiritual é uma trilha estreita que se abre entre duas expectativas
igualmente ilusórias: a esperança do prazer, de um lado, e o medo da dor,
de outro. Estes dois extremos geram dependência emocional e sofrimento
psicológico.
Segue o texto:
NOTA:
[1] “Luz no Caminho”, Mabel Collins, edição de bolso com 110 pp.,
Editora Teosófica, Brasília, 1999. Há uma edição da Editora Pensamento,
com 85 pp.