O Diálogo

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FILOSOFAR

Capítulo 3

O diálogo

1
CONCEITOS-CHAVE

Você sabe o que significam


estas palavras?

diálogo dialética

linguagem refutação

clareza ironia

precisão maiêutica

conhecimento crença

2
DIALOGANDO SOBRE A IMAGEM

Observe atentamente esta imagem


e os elementos que a compõem.

 Qual é o nome desta obra? Quem é


seu autor? Em que ano foi feita?
 Que elementos você consegue
identificar nela?
 Que sentimentos e ideias ela inspira
em você?
 Qual é seu tema?
 A imagem sugere algum problema?
 Você sabe dialogar?

3
SITUAÇÃO FILOSÓFICA

Os três cientistas

Leia a historieta da página 55.

4
ANÁLISE DA SITUAÇÃO

5
CAMINHOS DO ENTENDIMENTO
A anedota dos três cientistas nos mostrou,
com humor, o potencial de um bom diálogo.

1. Os três se surpreenderam com o que viram (uma ovelha negra).


2. Cada um buscou expressar a ideia ou conhecimento que formou
a partir dessa visão, estabelecendo um diálogo.
3. A afirmação de cada um foi sendo corrigida e melhorada pela seguinte.
4. Desse modo, construíram juntos uma expressão linguística
mais clara e precisa do conhecimento que podiam ter nessa situação.

6
CAMINHOS DO ENTENDIMENTO

Descartes fez algo parecido


em suas Meditações.

 Só que ele utilizou um diálogo interno.


 Mas esteve acompanhado o tempo todo por interlocutores
distantes ou imaginários.
 Esse “diálogo” ajudou-o a aprofundar e enriquecer suas teses.

Assim, filosofar é fundamentalmente conversar.

Primeiro, é preciso burilar Depois, ajustar o discurso,


os pensamentos. o texto, a conversação. Daí a importância da linguagem, do
bom uso da palavra, seja quando se
pensa, se fala ou se escreve.

“A clareza é a cortesia do filósofo.”


ORTEGA Y GASSET

7
O PODER DA LINGUAGEM

O linguagem é muito importante


em nossas vidas cotidianas.

 Somos seres fundamentalmente linguísticos.


 Vivemos mergulhados na linguagem tanto
quanto em nossos corpos e em nossas emoções.

Por meio da linguagem, construímos boa parte


do que somos e do mundo à nossa volta.

O poder concreto da linguagem


pode ser percebido com facilidade
no campo político...

... em que a simples ordem ou declaração


de um governante pode determinar a
alegria ou sofrimento de milhares de
pessoas.
Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776)
8
CONVERSAS COTIDIANAS

Vamos então refletir um pouco sobre Exemplos:


“justiça”,
nossas falas cotidianas. “democracia”,
“amor” etc.

Quando conversamos, ► que sabemos bem o


usamos muitas que elas significam;
palavras acreditando:
► e que todos estamos
falando das mesmas
“coisas” ao usá-las.

Também fazemos ►o que é bom e o que é


afirmações ou juízos mau, o que é certo e o
como se soubéssemos: que é errado, o que é
belo e o que é feio etc.

Mas será que de fato conhecemos tudo isso?

9
AÇÕES COTIDIANAS

Com nossas ações não é diferente.

 Toda ação é uma espécie de afirmação.


 Quando ajo de uma maneira, estou de
certo modo “afirmando” algo.
 Estou dizendo implicitamente : “Esta é a
melhor maneira de agir ou de ser”.

Mas é “melhor” por quê? E para quem é “melhor”?

O fato é que temos muitas crenças, Se não tivéssemos essas crenças,


acreditamos em muitas “verdades” não diríamos o que dizemos e
sem nos darmos conta delas. não agiríamos como agimos.

 Você não acha admirável a quantidade de Essas crenças são a base, os


coisas que acredita conhecer sem nunca ter pressupostos, de nosso modo de
pensado seriamente sobre elas? pensar, sentir e agir.

10
O DIÁLOGO E A ARTE DE PERGUNTAR

E qual é o papel da filosofia nessa história?

Identificar essas crenças e questioná-las,


procurando saber:
 em que elas se fundamentam;
 se são justas e verdadeiras;
 se são válidas sempre e para todos etc.

“Só sei que nada sei”, dizia.

Sócrates Assim desenvolveu um método de dialogar


Atenas, c. 469-399 a.C. baseado na arte de perguntar.

11
A ARTE DE PERGUNTAR
,,
Vejamos então algumas lições
deixadas por Sócrates.

IGUALDADE
1 Tudo deve iniciar-se com um
diálogo amigável entre iguais.

Não seja convencido. Ninguém sabe mais que


ninguém. Aquele que pensa que já conhece a
verdade deixa de questionar e de crescer.

Recorde o significado da palavra filósofo.


Trata-se de uma pessoa que busca, cuida e
quer o conhecimento, mas não o possui.

12
A ARTE DE PERGUNTAR

PERGUNTAS PENETRANTES
Formule perguntas que ajudem seus
2 colegas a conceber um conhecimento
mais profundo sobre os diversos temas.

“[meu interlocutor] acreditava saber e não


sabia, enquanto eu, ao contrário, como não
sabia, também não julgava saber, e tive a
impressão de que, ao menos numa pequena
coisa, fosse mais sábio que ele, ou seja,
porque não sei, nem acredito sabê-lo.”
PLATÃO, Defesa de Sócrates,
em Apologia de Sócrates, p. 71.

13
A ARTE DE PERGUNTAR

CONHECIMENTO PROGRESSIVO
3 Avance pouco a pouco no caminho
do conhecimento verdadeiro.

PRÁTICA CONSTANTE
4 Pratique a dúvida e a conversação
filosófica durante toda a vida.

14
A ARTE DE PERGUNTAR

DIFICULDADES DO PERCURSO
5 Não tema os momentos críticos de
incerteza e angústia pela dúvida.

15
OS DOIS MOMENTOS DA DIALÉTICA

Observe, por último, as duas fases do diálogo


socrático, mais conhecido como dialética.

Dialética socrático-platônica

1º momento
Ironia e refutação
2º momento
Maiêutica
 Sócrates faz uma série de perguntas a seu
interlocutor, buscando aprender com ele sobre
determinado tema (ironia).  Sócrates propõe uma nova série de perguntas
 Muito atento, o filósofo tenta mostrar os a seu interlocutor, com o propósito de ajudá-lo
problemas e as contradições contidos em suas a trazer à luz suas próprias ideias.
respostas (refutação).  Livre do orgulho e da presunção de saber, este
 Desse modo, também afrouxa o orgulho e a inicia o caminho de ascensão ao conhecimento
presunção de saber de seu interlocutor. verdadeiro.

16
Créditos das imagens

Slides 1 a 3: Detalhe de Diálogo A — Diana Ong, acrílico sobre tela. (Coleção particular). DIANA ONG/DIOMEDIA
Slide 4: ESTÚDIO MIL
Slides 5 e 6: ESTÚDIO MIL (detalhe)
Slide 7: Detalhe de Descartes composant son systême du monde (Descartes em sua mesa de trabalho). MARY EVANS PICTURE LIBRARY/OTHER IMAGES
Slide 8 (Da esquerda para a direita, de cima para baixo): Detalhe de Camponesas bretãs (1894) – Paul Gauguin, óleo sobre tela (Musèe d’Orsay, Paris, França).
PAUL GAUGUIN/ALBUM/DEA/G. DAGLI ORTI/LATINSTOCK; IMAGES.COM/CORBIS/LATINSTOCK; GWENN DUBOURTHOUMIEU/AFP (detalhe); Detalhe de
Declaração de Independência dos Estados Unidos (1817-1819) – John Trumbull. JOHN TRUMBULL/ROTUNDA DO CONGRESSO DOS ESTADOS UNIDOS DA
AMÉRICA, WASHINGTON D.C., EUA
Slide 9: Detalhe de Homens no café – José Lutzenberger (Coleção particular). JOSÉ LUTZENBERGER
Slide 10 (Da esquerda para a direita): MOSA'AB ELSHAMY/AFP (detalhe); AFP (detalhe); Detalhe de Metabiótica 16 (2004) – Alexandre Órion.
Slide 11: Detalhe de A morte de Sócrates (1787) – Jacques-Louis David. JACQUES-LOUIS DAVID/THE METROPOLITAN MUSEUM OF ART, NOVA YORK
Slides 12 a 15: Detalhe de Escola de Atenas (1510-1512) – Rafael. MUSEUS E GALERIAS DO VATICANO
Slide 16: ESTÚDIO MIL (detalhe)

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