PLANO - INTEGRADO de Segurança Do Paciente - ANVISA - 2015 PDF
PLANO - INTEGRADO de Segurança Do Paciente - ANVISA - 2015 PDF
PLANO - INTEGRADO de Segurança Do Paciente - ANVISA - 2015 PDF
Brasília
2015
1
Diretor-Presidente
Jarbas Barbosa da Silva Júnior
Diretores
Ivo Bucaresky
José Carlos Magalhães Moutinho
Renato Alencar Porto
Equipe técnica
André Anderson Carvalho
Ana Clara Bello
Cleide Felícia de Mesquita Ribeiro
Fabiana Cristina de Sousa
Heiko Thereza Santana
Humberto Luiz Couto Amaral de Moura
Luana Teixeira Morelo
Magda Machado de Miranda Costa
Mara Rubia Santos Gonçalves
Maria Dolores Santos da Purificação Nogueira
Paulo Affonso Bezerra de Almeida Galeão
Suzie Marie Gomes
Elaboração
Aline Cristino Figueiredo
Benefran Junior da Silva Bezerra
Diana Carmem S. N. de Oliveira
Fabiana Cristina de Sousa
Fabiana Petrocelli
Heiko Thereza Santana
Janete Ferreira Pinheiro
Julia Souza Vidal
Luana Teixeira Morelo
Magda Machado de Miranda Costa
Mara Rúbia Santos Gonçalves
Márcia Corrêa de Araújo
2
Maria de Lourdes de Oliveira Moura
Patrícia Fernanda Toledo
Paulo Affonso Bezerra de Almeida Galeão
Rosângela Gomes Benevides
Suzie Marie Gomes
Wildo Navegantes
Zenewton André da Silva Gama
Colaboração
3
Siglário
EA - Eventos Adversos
MS - Ministério da Saúde
4
RDC - Resolução de Diretoria Colegiada
5
Sumário
1. Introdução ................................................................................................................................................... 7
2. Justificativa ................................................................................................................................................ 10
3. Objetivos ................................................................................................................................................... 12
3.1. Objetivo Geral ................................................................................................................................. 12
3.2. Objetivos Específicos ..................................................................................................................... 12
4.Escopo ........................................................................................................................................................ 12
5. Abrangência............................................................................................................................................... 12
6. Público Alvo ............................................................................................................................................... 13
7.Competências e atribuições ....................................................................................................................... 13
8. Bases para a gestão de riscos assistenciais ............................................................................................... 15
8.1 Bases para o monitoramento e investigação de eventos adversos em serviços de saúde .................... 19
8.2. Bases para a avaliação da implantação de Práticas de Segurança em Serviços de Saúde. ................... 20
9.Processo organizativo do monitoramento e investigação de eventos adversos e avaliação das práticas de
segurança do paciente .................................................................................................................................. 23
9.1 Processo organizativo do monitoramento das notificações de incidentes relacionados à assistência à
saúde ............................................................................................................................................................. 23
9.2Processo organizativo do monitoramento e investigação de óbitos e never events............................... 25
9.3 Processo organizativo do monitoramento das notificações de infecções relacionadas à assistência à
saúde ............................................................................................................................................................. 27
9.4 Processo organizativo de monitoramento das notificações de agregados de casos ou surtos .............. 29
9.5 Processo organizativo de monitoramento de rumores de eventos adversos ........................................ 30
9.6 Processo organizativo do monitoramento da implantação de Práticas de Segurança ........................... 32
10. Metas do Plano....................................................................................................................................... 37
11. Avaliação e Monitoramento do Plano .................................................................................................... 37
12. Cronograma............................................................................................................................................. 39
13. Glossário .................................................................................................................................................. 40
14. Referências bibliográficas ....................................................................................................................... 42
15. Anexos ..................................................................................................................................................... 45
6
1. Introdução
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que todos os anos dezenas de milhares
de pessoas sofrem danos desnecessários causados por serviços de saúde inseguros 1.
As consequências acarretam prejuízosnos resultados clínicos e funcionais dos
pacientes, insatisfação da população usuária e custos desnecessários para os serviços
de saúde e o sistema.
No âmbito de países da América Latina, este problema foi evidenciado no Estudo Ibero-
Americano de Eventos Adversos (IBEAS), coordenado pela Espanha e realizado com
apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS/OMS) e o Programa de
Segurança do Paciente da OMS. Contou com a participação de 58 hospitais
pertencentes a cinco países (Argentina, Colômbia, Costa Rica, México e Peru) e
observou um total de 11.379 pacientes internados. Dez de cada 100 pacientes
internados em determinado dia (prevalência) tinham sofrido dano produzido pela
7
assistência à saúde, e quase 60% dos EA foram considerados evitáveis. A cada 100
pacientes que sofreu EA, 29 ficaram com incapacidade severa ou total e 7 vieram a
óbito. A alta prevalência de EA observada sinaliza a segurança do paciente como uma
importante questão de saúde pública e alerta para a necessidade de políticas para sua
melhoria em hospitais de países latino-americanos4.
No Brasil, a realidade dos EA também foi identificada. Um estudo realizado por Mendes
et al. (2009) em três hospitais do Estado do Rio de Janeiro (RJ) observou 1.103
pacientes adultos internados e estimou incidência de EA de 7,6% e proporção de EA
evitáveis de 66,7%, uma das maiores identificadas no mundo 5. O local mais frequente de
ocorrência de EA foi a enfermaria (48,5%) e o tipo mais comum os cirúrgicos (35,2%) 5.
Além dos cirúrgicos, outros EA comuns e evitáveis são relacionados a: infecções
relacionadas à assistência à saúde (IRAS), em particular a transmissão de micro-
organismos resistentes; erros de medicação (prescrição, dispensação, administração,
etc.); úlceras por pressão (UPP); quedas; tromboembolismo venoso; problemas na
identificação dos pacientes e outros.
Diante da frequência e gravidade dos danos decorrentes aos pacientes, a OMS criou a
Aliança Mundial para a Segurança do Paciente (2004)6, atualmente caracterizada como
Programa de Segurança do Paciente. A partir de então, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) incorporou ao seu escopo de atuação as ações previstas na Aliança,
da qual o Brasil faz parte, inclusive promovendo as campanhas globais Uma Assistência
Limpa é uma Assistência Mais Segura (2005)7e Cirurgia Segura Salva Vidas (2008)8.
8
garantia de retorno às unidades notificantes"10. O conhecimento sobre monitoramento e
vigilância da segurança do paciente11,12 para a gestão dos riscos assistenciais, enfatiza
a necessidade de informações que:
Sobre este tipo de informação, a RDC nº. 36 de 25 de julho de 201313, em seu Art. 7º,
estabelece como competência do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) notificar ao
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) os EA decorrentes da prestação do
serviço de saúde e manter sob sua guarda e disponibilizar à autoridade sanitária,
quando requisitado, as notificações de EA. O monitoramento dos incidentes e EA é
atribuição do NSP, devendo a notificação ser realizada mensalmente, até o 15º (décimo
quinto) dia útil do mês subsequente ao mês de vigilância, por meio das ferramentas
eletrônicas disponibilizadas pela Anvisa. Os EA que evoluírem para óbito devem ser
notificados em até 72 (setenta e duas) horas a partir do ocorrido 13. A utilidade do tipo de
informações geradas pelo sistema de notificações é principalmente local, mas também
deve orientar tomadas de decisão tanto da vigilância sanitária como da gestão do
sistema de saúde como um todo, buscando a aprendizagem e melhoria contínua.
Ressalta-se que para que um sistema de atenção à saúde seja seguro torna-se
imprescindível a participação de todos os atores envolvidos no processo: profissionais
9
do SNVS, gestores, profissionais de saúde, educadores, pesquisadores, pacientes e
familiares.
2. Justificativa
Sabe-se que os sistemas e serviços de saúde são complexos e têm cada vez mais
incorporado tecnologias potencialmente eficazes, porém acompanhadas de riscos
adicionais à assistência aos pacientes. Atualmente, o Brasil possui mais de 200 mil
estabelecimentos assistenciais de saúde, nos quais os doentes são expostos
rotineiramente às tecnologias e intervenções de profissionais de saúde, estando sujeitos
à ocorrência de incidentes com ou sem dano 14. A maior complexidade das tecnologias
de saúde demanda a integração do gerenciamento de risco focado na segurança do
paciente15.
10
práticas de segurança do paciente envolvem: mecanismos de dupla identificação do
paciente; melhoria da comunicação entre profissionais de saúde; uso e administração
segura de medicamentos; realização de cirurgia em local de intervenção, procedimento
e paciente corretos; higiene das mãos para a prevenção de infecções e prevenção de
quedas e úlceras por pressão16.
Para isso, faz-se necessária a integração das ações nos diversos níveis de atuação do
SNVS. Nesse contexto, nasce o Plano Integrado para a Gestão Sanitária da Segurança
do Paciente em Serviços de Saúde - Monitoramento e Investigação de Eventos Adversos
e Avaliação de Práticas de Segurança do Paciente, com o intuito de otimizar os
processos de monitoramento e investigação de EA relacionados a assistência à saúde,
identificando atores responsáveis, de acordo com a etapa da gestão do risco.
11
3. Objetivos
3.1. Objetivo Geral
Integrar as ações do SNVS para a gestão da segurança do paciente em serviços de
saúde do país visando à identificação e redução de riscos relacionados à assistência à
saúde.
4.Escopo
5. Abrangência
SNVS de serviços de saúde.
12
6. Público Alvo
Profissionais dos órgãos de vigilância sanitária federal, estadual/distrital e municipal.
7.Competências e atribuições
13
Promover e colaborar na formação e capacitação de pessoas.
14
Caberá à Vigilância Sanitária Municipal a coordenação do Plano Integrado para a
Gestão Sanitária da Segurança do Paciente em Serviços de Saúde - Monitoramento e
Investigação de Eventos Adversos e Avaliação de Práticas de Segurança do Paciente,
no âmbito de sua competência.
Nessa abordagem, a Gestão de Risco Sanitário pode ser entendida como aplicação
sistêmica e contínua de políticas, procedimentos, condutas e recursos na identificação,
análise, avaliação, comunicação e controle de riscos e eventos que afetam a segurança,
a saúde humana, a integridade profissional, o meio ambiente e a imagem institucional 10.
Um dos princípios da Gestão de Risco é que o processo de gerenciar riscos deve ser
parte integrante de todos os processos organizacionais. A Gestão de Risco, portanto, é
parte do processo decisório. Atualmente a operacionalização desse processo, ainda que
de maneira empírica, procura ordenar o conjunto de ações de VISA propostas para a
Gestão de Risco Sanitário.
15
especialmente, as medidas para a redução da frequência e da gravidade de incidentes
em serviços de saúde20.
Estabelecimento do contexto
Identificação do risco
16
O primeiro grande objetivo é estar consciente sobre os riscos e perigos presentes na
organização. Estes podem ser considerados problemas de segurança quando não
controlados. São identificados a partir de dados (p. ex., indicadores, microamostragem,
etc.) ou de forma qualitativa, quando usamos a experiência dos profissionais para
evidenciar os riscos (p. ex., mapeamento de processos, técnicas de consenso, etc.). O
resultado é uma lista dos riscos da instituição e sua caracterização (local, tipo,
circunstâncias, etc.)23.
Há ainda causas que embora relacionadas com o risco, desconhecemos sua frequência
de aparecimento e gravidade, o que pode encadear o processo de avaliação do risco,
para qualificar ainda mais a tomada de decisão. Este processo possibilita a priorização
de critérios e uma intervenção mais potente, quando o risco é um resultado de vários
fatores. Quando se avaliam riscos identificados previamente na organização, a avaliação
faz parte dos passos de um ciclo de melhoria que tem por objetivo solucionar os riscos
ou problemas identificados e geralmente implica na quantificação empírica das possíveis
causas. Se for realizada prospectivamente para prevenir incidentes potenciais, esta
17
avaliação se realiza de forma mais qualitativa e se integra às atividades de planejamento
para o controle dos riscos23.
Tratamento de risco
O tratamento de risco pode ser uma ação proativa ou reativa. O tratamento proativo ou
preventivo ocorre antes mesmo de identificar algum incidente ou risco e atua para
prevenir seu aparecimento, por exemplo, ao implantar um novo serviço com normas,
protocolos e processos seguros. Exemplo de planejamento da segurança, ou atividade
proativa ou preventiva, são os protocolos clínicos focados no cuidado seguro (ex. os seis
Protocolos do PNSP). Por outro lado, as ações reativas vão desde medidas interventivas
específicas em problemas de segurança identificados na organização, eliminando os
riscos ou reduzindo suas causas23.
Comunicação de risco
A comunicação do risco deve ser feita por todo o SNVS, sendo esta etapa fundamental
para a sensibilização, socialização e implantação de ações em todas as unidades (ou
todas as áreas) envolvidas.
18
Monitoramento de risco
Os resultados do monitoramento também devem ser divulgados para que todos possam
verificar se houve progresso com a implantação das ações a partir de uma comparação
com o diagnóstico da situação inicial. Isso também contribui para o engajamento de
colaboradores e usuários na cultura de segurança23.
EA infecciosos
EA não infecciosos
19
recomendações e soluções para o caso, o acompanhamento e o monitoramento da
implementação de medidas para evitar as recorrências dos danos.
Este procedimento é essencial para a busca das causas que podem ter contribuído para
a ocorrência do evento e posterior implementação de barreiras para evitar a recorrência
de eventos semelhantes dentro do serviço de saúde.
Cabe lembrar que o serviço de saúde terá que notificar casos de óbitos relacionados aos
EA em até 72h após a ocorrência do evento e deverão preencher todas as 10 etapas do
formulário (investigação/ACR) no prazo de 60 dias corridos, a partir da data da
notificação25.
20
Prática de Segurança é um tipo de processo ou estrutura cuja aplicação reduz a
probabilidade de ocorrência de EA resultantes da exposição ao sistema de saúde em
uma variedade de doenças e procedimentos26.
As práticas de segurança devem ser: baseadas nas melhores evidências científicas que
são práticas efetivas em reduzir a chance de se causar dano ao paciente; aplicadas em
diferentes níveis de assistência e para diferentes tipos de pacientes; amplas e
sustentáveis; e utilizadas por pacientes, profissionais de saúde, fontes pagadoras e
pesquisadores20.
Por sua vez, a Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ) publicou em 2013
Relatório de evidências sobre práticas de segurança do paciente 26, contendo a síntese
das informações sobre a força das evidências das PSP avaliadas. Considerando as
evidências existentes sobre a efetividade e a implementação, concluíram que a adoção
das PSPs abaixo mencionadas por prestadores do cuidado de saúde pode ser
“fortemente recomendada”26:
21
Intervenções para reduzir o uso de cateteres urinários, incluindo o uso de
lembretes, ordens de interrupção ou protocolos de remoção iniciados pelos
enfermeiros.
Conjuntos de medidas que incluem a elevação da cabeceira do leito, as "férias"
de sedação, o cuidado oral com clorexidina e os tubos endotraqueais com sucção
subglótica para prevenir a pneumonia associada à ventilação mecânica.
Higienização das mãos.
Listas de abreviações perigosas a "Não Utilizar".
Intervenções multifacetadas para reduzir a ocorrência de úlceras por pressão.
Precauções de barreira para prevenir as infecções relacionadas à assistência à
saúde.
Uso de ultrassonografia em tempo real para a inserção de cateteres centrais.
Intervenções para melhorar a profilaxia do tromboembolismo venoso.
Inicialmente, o Plano irá contemplar as principais práticas de segurança que devem ser
instituídas para a melhoria da prestação do cuidado em serviços de saúde embasadas
em normativa da Anvisa13indicadas no Quadro 1.
1 - Identificação do paciente;
3 - Segurança cirúrgica;
22
9.Processo organizativo do monitoramento e investigação de eventos
adversos e avaliação das práticas de segurança do paciente
Cabe lembrar que os resultados obtidos com o monitoramento podem ser comunicados
a todo o SNVS por meio de Alerta sanitário, Nota técnica, Nota para imprensa, entre
outros.
23
Depois de selecionar os filtros necessários basta clicar na opção Pesquisar e será
apresentada uma planilha com todas as notificações solicitadas no sistema de
informação.
Sempre que necessário, a equipe da VISA deve entrar em contato com o serviço de
saúde com o intuito de obter informações detalhadas sobre o incidente ocorrido em um
determinado serviço. Na oportunidade, devem ser solicitados documentos contendo as
principais medidas adotadas pelo serviço de saúde frente à ocorrência do incidente.
Assim, a equipe da VISA deve assegurar que as informações estejam corretas,
completas e organizadas, pois a partir da coleta destas informações será possível a
avaliação criteriosa das respostas do serviço de saúde em dado momento do processo
de identificação e resolução de problemas. Caso os dados fornecidos pelo serviço de
saúde não sejam satisfatórios, a VISA poderá solicitar informações adicionais quantas
vezes forem necessárias para maior elucidação do caso.
De posse das informações referentes às ações adotadas pelo serviço de saúde, a VISA
deve avaliar se estas medidas corretivas são suficientes. Se suficientes, a VISA deve
24
acompanhar a implementação das ações e encerrar o monitoramento. Para isso, a
equipe da VISA deve acessar o sistema de informação Notivisa 2.0, módulo
ASSISTÊNCIA À SAÚDE, e clicar em “histórico”. Depois ir ao campo “histórico geral” e
selecionar a situação “concluída”.
A RDC nº. 36/201313 estabelece em seu Art. 11 que compete à Anvisa, em articulação
com o SNVS, acompanhar, junto às VISAS distrital, estadual e municipal, as
investigações sobre os EA que evoluíram para óbito.
Apesar da RDC não referenciar os EA graves ou never events (eventos que nunca
deveriam ocorrer em serviços de saúde), devido à sua gravidade, suas notificações
devem ter o mesmo tratamento que as dos casos de óbitos. O Anexo IV apresenta os
21 never events listados no sistema de informação da Anvisa.
Sendo assim, os óbitos e never events devem passar, necessariamente, pela análise de
risco da VISA. A análise destes eventos é realizada mediante análise da notificação e
avaliação do relatório preliminar de investigação preenchido pelo serviço de saúde
(Anexo V - RELATÓRIO DESCRITIVO DE INVESTIGAÇÃO DE EVENTO ADVERSO
GRAVE E ÓBITO).
Na avaliação do relatório, é importante verificar qual o método de investigação adotado
pelo serviço, se a investigação foi conduzida de forma correta e oportuna, se os fatores
contribuintes foram identificados e, principalmente, avaliar o plano de ação que deve
conter as medidas preventivas e corretivas a serem adotadas, com prazos e
responsáveis pela execução.
Se necessário, devem ser instituídas outras medidas pela VISA, incluindo solicitação de
informações adicionais, formação de uma equipe de investigação de campo e outras.
25
A avaliação de risco, pela VISA, deve estabelecer qual ação será adotada em relação ao
tratamento do risco:
A implementação das ações adotadas pelo serviço de saúde deve ser monitorada até
que haja a comprovação documental da execução do plano de ação e a não ocorrência
de óbitos evitáveis ou never events semelhantes aos ocorridos no prazo de 6 meses no
serviço de saúde.
Para encerramento do caso, a VISA deve acessar o sistema de informação Notivisa 2.0,
módulo ASSISTÊNCIA À SAÚDE, e clicar em “histórico”. Depois ir ao campo “histórico
geral” e selecionar a situação “concluída”.
Esta situação ocorre quando a VISA avalia o relatório preliminar do serviço de saúde
(Formulário FormSUS - RELATÓRIO DESCRITIVO DE INVESTIGAÇÃO DE EVENTO
ADVERSO GRAVE E ÓBITO) e discordadas medidas corretivas adotadas pelo serviço,
sendo necessária a investigação in loco.
26
Para isso, deve seguir os passos descritos no item 8.1 do Plano. Vale lembrar que o
Relatório descritivo de investigação de evento adverso grave e óbito deve ser
preenchido ao final da investigação.
De posse das informações referentes às ações adotadas pelo serviço de saúde, a VISA
deve avaliar se estas medidas corretivas são suficientes. Neste caso, a VISA deve
acompanhar a implementação das ações e encerrar o monitoramento. Para isso, a VISA
deve acessar o sistema de informação Notivisa 2.0, módulo ASSISTÊNCIA À SAÚDE, e
clicar em “histórico”. Depois ir ao campo “histórico geral” e selecionar a situação
“concluída”.
27
O conjunto de notificações de IRAS deve ser avaliado agregado, ou seja, semestral ou
anualmente, somando-se os numeradores (infecções) e dividindo-se pela soma dos
denominadores (dispositivos-dia, pacientes-dia, cirurgias realizadas).
A partir daí, são identificados os serviços de saúde que apresentam indicadores de IRAS
altos e baixos (consultar Boletins Segurança do Paciente e Qualidade em Serviço de
Saúde no hotsite da Anvisa, em: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/). A
cada ano de publicação, este dado deve ser consultado e comparado aos dados dos
serviços de saúde. O indicador do serviço deve estar “próximo“ ao percentil 50 que é a
mediana das taxas apresentadas pelas UTIs brasileiras, ou entre P25 e P75.
Recomenda-se a interpretação:
Indicador alto = a taxa agregada é maior que P75 e/ou P90
Indicador baixo = a taxa agregada é menor que P25 e/ou P10
Se os indicadores de IRAS estiverem altos, deverão ser identificados os motivos e
acompanhar a implementação dos planos de intervenção para a redução das IRAS. Se
necessário, a equipe das Coordenações Estadual/Distrital/Municipal ou equipe
responsável, deve entrar em contato com o serviço de saúde com o intuito de obter
informações detalhadas sobre as IRAS. Na oportunidade, devem ser solicitados
documentos contendo as principais medidas adotadas pelo serviço de saúde frente à
ocorrência destes eventos. Se houver necessidade, a equipe das Coordenações
Estadual/Distrital/Municipal deverá ir até ao serviço de saúde.
Se os indicadores de IRAS estiverem baixos, deverá ser verificado se o método de
vigilância e a detecção das IRAS estão adequados nos serviços de saúde.
Após a avaliação das informações e documentos recebidos, a equipe da VISA pode
estar de acordo com todas as medidas adotadas por este serviço para a melhoria da
segurança do cuidado e, concluir o caso finalizando a investigação.
Se, após a investigação realizada, as novas medidas de prevenção e controle de IRAS
forem consideradas insuficientes, devem ser adotadas as medidas sanitárias
pertinentes.
As coordenações devem orientar os serviços de saúde a seguirem as recomendações
da publicação da ANVISA intitulada Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à
Assistência à Saúde28, da série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de
Saúde, disponível em: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/.
O Anexo VII mostra o Fluxograma de Monitoramento das Notificações de Infecções
Relacionadas à Assistência à Saúde.
28
9.4 Processo organizativo de monitoramento das notificações de
agregados de casos ou surtos
Sugere-se que sejam priorizadas as notificações nas quais o serviço de saúde relata
dificuldades para conter o evento e as notificações de eventos inusitados ou imprevistos,
como, por exemplo, os que envolvem mecanismo de resistência novo na epidemiologia
do país. Deve-se também priorizar eventos com potencial de propagação e
disseminação para outros serviços de saúde, municípios ou estados.
Após análise das notificações, a VISA deve entrar em contato com o serviço de saúde
para solicitar informações adicionais e o envio do relatório de investigação preliminar. O
prazo para o envio dos dados solicitados será determinado pelas VISAs.
Caso seja necessário proceder a uma investigação in loco no serviço de saúde, a VISA
deve ir ao local afetado e proceder à investigação dos EA ocorridos. Para isso, seguir os
passos descritos na publicação da Anvisa (Caderno 5) da série Segurança do Paciente e
Qualidade em Serviços de Saúde, intitulada Investigação de Eventos Adversos em
Serviços de Saúde24, disponível em: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/.
Não havendo a interrupção do evento com as ações realizadas pelo serviço de saúde, a
VISA irá adotar as medidas sanitárias pertinentes e acompanhar a implementação de
novas ações até o reestabelecimento dos níveis endêmicos.
Caso não seja necessária a realização de uma investigação in loco, a VISA deverá
aguardar o relatório de investigação realizado pelo serviço de saúde em até 60 dias. Se
a VISA concordar com o relatório apresentado, esta deve acompanhar a implementação
29
das medidas adotadas pelos serviços de saúde e monitorar o local afetado até o
reestabelecimento dos níveis endêmicos.
Não concordando com o relatório enviado pelo serviço de saúde, a VISA deve adotar as
medidas sanitárias pertinentes e acompanhar a implementação das ações adotadas pelo
serviço até o reestabelecimento dos valores endêmicos aceitáveis.
Uma parte integrante de todo este sistema de vigilância é a captação ativa de eventos
adversos. Esta pode se dar por meio de busca sistematizada e poderá ser realizada
tanto em nível local quanto em nível nacional.
O Quadro 3 mostra sugestões de definições, que já são dotadas pela Anvisa, e que
podem ser empregadas pela VISA.
30
Fontes não oficiais: fontes de informações não ligadas a órgãos
governamentais. São representadas por jornais, sítios eletrônicos de busca
geral ou de busca especializada em saúde (GPHIN, ProMed, Great News,
Health Map,entre outras).
Evento: rumor confirmado pela área técnica responsável pelo tema ou por
atores externos OU evento captado, notificado ou recebido diretamente de
fontes oficiais. EVENTO deverá ser classificado em INFORME ou EVENTO
EM MONITORAMENTO.
Com a chegada dos rumores e eventos, a VISA deverá seguir os fluxos determinados
neste plano.
Se o rumor for procedente, ou seja, caso o evento adverso realmente tenha ocorrido,
este deverá ser classificado como óbito, never event, surtos, agregados de casos de
IRAS e Resistência microbiana, IRAS e demais EA.
31
Caso o EA não tenha sido captado por fontes oficiais, verificar se houve notificação do
evento.
Na falta de notificação do EA, a VISA deverá solicitar ao serviço de saúde que notifique
o evento, além de adotar as medidas sanitárias pertinentes, caso seja necessário. Após
cada solicitação, a VISA deve verificar se houve notificação do evento.
Caso o EA tenha sido notificado, as VISAS devem proceder conforme estabelecido nos
fluxogramas 1, 2, 3 ou 4 apresentados neste Plano. O fluxograma 1 trata do
monitoramento da notificação de incidentes; o fluxograma 2 é referente ao
monitoramento das notificações de óbitos e never events; o fluxograma 3 é aplicado ao
monitoramento de notificações de IRAS e o fluxograma 4, relativo ao monitoramento das
notificações de agregados de casos ou surtos.
A descrição a seguir tem por objetivo guiar o processo de inspeção e monitoramento por
parte das VISAS distrital, estadual e municipal em relação aos padrões de qualidade
exigidos na regulamentação vigente.
32
Apesar de que a RDC 36/201313 abrange todos os serviços de saúde do Brasil, o
processo de monitoramento da implantação de Práticas de Segurança é inicialmente
aplicado apenas a serviços de saúde prioritários: hospitais com leitos de UTI.
O processo de trabalho da VISA começa pela análise das informações enviadas pelo
serviço de saúde (Figura 2). O primeiro passo é analisar os documentos comprobatórios
dos indicadores de estrutura avaliados: portaria de implantação do NSP, PSP e
documentos referentes aos protocolos institucionais que foram implantados.
Posteriormente, analisa-se a conformidade dos indicadores de estrutura e processo29
enviados. Os serviços serão classificados em três grupos: 1- conformidade alta (67-
100% de conformidade dos indicadores de estrutura e processo); 2- conformidade média
(34-66% de conformidade dos indicadores de estrutura e processo); 3- conformidade
baixa (0-33% de conformidade dos indicadores de estrutura e processo).
Quanto às ações da VISA em resposta ao nível de risco do serviço, serão aplicadas aos
serviços de saúde classificados como média e baixa adesão (Figura 2). Podem incluir,
dependendo do caso, solicitação de documentações enviadas no FormSUS, análise
crítica do PSP (baseada no plano anexo ao FormSUS ou em visita técnica ao serviço) e
33
adoção de medidas oportunas, tais como o estabelecimento de prazo para adequação
das práticas. O não cumprimento do prazo pode resultar em outras exigências ou
medidas sanitárias cabíveis.
Para o conjunto de serviços de saúde classificados como “baixa adesão” deve ser
desenvolvida uma estratégia de mobilização e sensibilização de gestores para a adesão
ao PNSP e implementação de práticas de segurança do paciente.
34
Por fim, a Anvisa publicará em seu Portal (www.anvisa.gov.br), anualmente, a lista dos
serviços de saúde classificados como sendo de alta adesão às práticas de segurança.
35
Figura 2. Modelo teórico da gestão do risco sanitário baseado no monitoramento da implantação de Práticas de Segurança.
Avaliação do risco Gerenciamento do risco
Identificação do risco pelo Análise pela vigilância Avaliação pela vigilância Monitoramento pela Comunicação pela
Ação da vigilância sanitária
serviço de saúde sanitária sanitária vigilância sanitária vigilância sanitária
* Confirmar o nível de adesão
da autoavaliação dos * Monitorar anualmente
serviços de saúde (adesão conformidade dos
ALTA ADESÃO
alta: 67% -100% dos indicadores de práticas de
indicadores de práticas de segurança
segurança)
* Confirmar o nível de adesão
da autoavaliação dos
Envio da autoavaliação * Solicitar adequação às
serviços de saúde (adesão
anual de práticas de MÉDIA ADESÃO práticas de segurança com
média: 34% -66% dos * Publicar anualmente
segurança prazo definido
indicadores de práticas de lista dos serviços de
segurança) * Monitorar cumprimento saúde classificados como
das metas no prazo “Alta adesão”
* Confirmar o nível de adesão
estabelecido
da autoavaliação dos
*Determinar adequação às
serviços de saúde (adesão
práticas de segurança com * Monitorar anualmente
baixa: 0% -33% dos
prazo definido conformidade dos
indicadores de práticas de
indicadores de práticas de
segurança) BAIXA ADESÃO segurança
* Determinar envio da
NÃO envio da auto autoavaliação com prazo
avaliação anual de definido
práticas de segurança
Melhoria da Segurança do Paciente pela presença de barreiras sistêmicas baseadas em evidência => diminuição dos incidentes de segurança
36
10. Metas do Plano
37
Número de serviços de saúde que preencheram o questionário de autoavaliação /
Número de serviços de saúde prioritários
38
12. Cronograma
39
13. Glossário
Qualidade nos Serviços de Saúde: conjunto de elementos que incluem: um alto grau
de competência profissional, a eficiência na utilização dos recursos, um mínimo de riscos
e um alto grau de satisfação dos pacientes e um efeito favorável na saúde.
40
Regulamentação: o ato de redigir e publicar o regulamento ou conjunto de normas. Esta
ação não possui muita eficácia se utilizada isoladamente, precisando da fiscalização,
inspeção, auditoria, notificação, monitoramento, vigilância, instrução e investigação para
atingir seus objetivos.
41
14. Referências bibliográficas
42
segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da
União, 26 jul 2013.
14. Boletim Informativo Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde
[Internet]. [Brasília (DF)]: Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Vol. 1, n°. 1 jan-jul,
2011 [acessado 2014nov 22]. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/segurancadopaciente/publicacoes.html
15. National Patient Safety Agency. Seven steps to patient safety. The full reference
guide. London; 2004.
16. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Assistência Segura: uma
reflexão teórica aplicada à prática. Série Segurança do Paciente e Qualidade em
Serviços de Saúde. Brasília; 2013.
17. Bengoa R, Kawar R, Key P, Leatherman S, Massoud R,Saturno P. Quality of care. A
process of for making strategic choices in health systems.OMS press. 2006; 1-50.
18. Berwick D.A promise to learn – a commitment to act. Improving the safety of patients
in England. 2013. Available at https://www.gov.uk/government/publications/berwick-
review-into-patient-safety [accessed February 2015].
19. Sistema de Notificações para a Vigilância Sanitária - NOTIVISA. Módulo Assistência
à Saúde. Disponível em:www8.anvisa.gov.br/notivisa/frmlogin.asp.
20. Fragata J. Segurança do doente – uma abordagem prática. Lisboa: Lidel; 2011.
21. Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR ISO 31010:2012. Gestão de
Riscos – Técnicas para o processo de avaliação de riscos. Rio de Janeiro; 2012.
22. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Implantação do Núcleo de
Segurança do Paciente em Serviços de Saúde. Brasília: ANVISA. No prelo 2015.
23. Gama ZAS, Saturno PJ. Curso em inspeção de boas práticas de gestão de riscos em
serviços de sáude. Módulo I. Conceitos para a inspeção da gestão de riscos em serviços
de saúde. Organização Pan-americana da saúde – OPAS/Brasil. 2013.
43
and Quality. March 2013. www.ahrq.gov/research/findings/evidence-based-
reports/ptsafetyuptp.html.
27. National Quality Forum (NQF). Safe Practices for Better Healthcare–2010 Update: A
Consensus Report. Washington, DC: NQF; 2010.
28.Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Medidas de prevenção de
Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Série Segurança do Paciente e Qualidade
em Serviços de Saúde. Brasília; 2013.
29. Mainz J. Defining and classifying clinical indicators for quality improvement.
International Journal for Quality in Health Care. 2003; 15(6):523–530.
44
15. Anexos
45
ANEXO I – Fases da investigação de incidentes relacionados à assistência à saúde
Representante da VISA
Representante da de gestão de serviços de saúde (diretor médico, direção
da enfermagem, entre outros);
Representante do setor no qual ocorreu o incidente (não pode ser aquele
envolvido no incidente);
Profissional com expertise, se necessário.
46
O objetivo da coleta de dados é organizar informações seguras para a investigação, por
meio da obtenção de: informações precisas sobre a descrição do fato, incluindo a
sequência de eventos que possibilitaram o erro; estabelecimento de uma linha de
investigação para o time selecionado e identificação de procedimentos relevantes para a
ocorrência do incidente ou que possam ser alvo de melhorias.
As declarações dos envolvidos podem ser uma fonte útil de informação se guiadas por
elementos essenciais. As declarações precisam conter o relato (claro e objetivo)
individual da sequência e ordem cronológica da ocorrência do evento, com informações
sobre o envolvimento do funcionário com o incidente e as dificuldades encontradas bem
como os problemas evidenciados. Citam-se como exemplos problemas com o
equipamento e dificuldades na realização da atividade. Todas as declarações devem
estar integradas com outras fontes de informação, tais como, protocolos, manuais,
iniciativas para a melhoria da qualidade, e outros.
47
3.2. Condução de entrevistas
Cabe ressaltar que a coleta de dados por meio de entrevistas é uma tarefa dispendiosa.
Por isso, essa abordagem deve ser utilizada para coleta de dados de eventos graves ou
óbitos ou somente quando as pessoas envolvidas possam ser facilmente abordadas.
Caso as entrevistas não possam ser realizadas, outras fontes devem ser buscadas.
Depois da ordem cronológica dos fatos estarem bem definidas por toda a equipe é hora
de classificar o tipo de incidente (como descrito no Notivisa).
Esta etapa envolve conceitos relacionados com as implicações para o paciente, total ou
parcialmente atribuíveis ao incidente. As consequências para o paciente podem ser
classificadas dependendo do tipo de lesão, grau de dano e o impacto social ou
econômico.
7. Características do paciente
48
As características do paciente envolvem as informações demográficas, o motivo da
procura dos cuidados de saúde e o diagnóstico.
8. Características do incidente
9. Fatores contribuintes
Deve-se ter consciência que cada falha (características do incidente) pode apresentar
uma série de fatores contribuintes associados.
49
recursos alocados à assistência ao paciente e à atenção da comunicação social ou
processos judiciais.
11. Detecção
Esta etapa é definida como uma ação ou circunstância que permite revelar um incidente.
Por exemplo, um incidente pode ser detectado por uma mudança na situação do
paciente ou por meio de um monitor, alarme, auditoria, exame ou uma avaliação do
risco.
As ações para reduzir o risco englobam medidas que se concentram no foco do risco
para evitar que o mesmo incidente ou similar, se repita. Estas medidas são capazes de
reduzir, gerir ou controlar o dano ou a probabilidade de lesão associada a um incidente.
Podem ser direcionadas ao paciente (cuidados apropriados, apoio na tomada de
decisão), pessoal (formação, disponibilidade de políticas e procedimentos), organização
(melhoria da liderança ou da orientação, avaliação proativa de riscos) ou equipes de
profissionais de saúde (auditorias regulares, forçando as funções).
50
14. Elaboração e desenvolvimento de um plano de ação
Um dos documentos que pode ser solicitado pela equipe da VISA é o Plano de Ação do
serviço de saúde relacionado ao incidente em investigação, envolvendo as
recomendações e as estratégias do serviço de saúde para melhoria do sistema.
51
Anexo II - Quadro 2: Monitoramento, pelo SNVS, dos Eventos Adversos Relacionados à Assistência à Saúde.
Identificação do Análise pela Avaliação pela vigilância Ação da vigilância Monitoramento pela Comunicação pela
risco vigilância sanitária sanitária sanitária vigilância sanitária vigilância sanitária
Óbitos + never Notificações do Avaliação do Relatório - Concordar com Acompanhamento da - Relatório descritivo Critérios para
events Notivisa 2.0 de investigação do o relatório implementação das da investigação de encerrar o
serviço de saúde, das medidas corretivas never events e monitoramento:
ações de controle e - Se necessário, óbito.
preventivas adotadas fazer exigências - Comprovação
Alto risco ou aplicar as - Boletim informativo documental da
Validação do Plano de medidas execução do plano
Ação - Recomendações sanitárias de ação
e orientações realizadas pertinentes
- Não ocorrência de
- Se necessário, óbitos evitáveis ou
investigar never events
semelhantes aos
- Se necessário, ocorridos no prazo de
intervir 6 meses
Incidentes Notificações do Avaliação do agregado - Concordar com Acompanhamento da - Boletim informativo Critérios para
relacionados à Notivisa 2.0 de incidentes o relatório implementação das encerrar o
assistência à medidas corretivas - Nota técnica, monitoramento:
saúde - Se necessário,
fazer exigências - Alertas ou - Comprovação
ou aplicar as Comunicados documental da
medidas execução do plano
sanitárias de ação
52
pertinentes
- Se necessário,
investigar
- Se necessário,
intervir
Surtos ou Notificações do Epidemiologia descritiva - Investigar Acompanhamento da - Relatório descritivo - Monitoramento até
agregados de FormSUS implementação das da investigação. o restabelecimento
casos – IRAS e - Se necessário, medidas corretivas dos valores máximos
resistência intervir -Comunicado de aceitáveis (níveis
antimicrobiana Risco endêmicos).
(novos
- Nota técnica -
mecanismos,
Redes de
etc.) de casos
Comunicação
(Reniss, Agorass,
CECIH, NSP, Rede
Sentinela, etc.)
53
Sistema de Tratar o rumor e - A VISA verifica - Acompanhamento - Comunicação de Entrada no sistema
Captação de classificá-lo a procedência ou das informações risco de notificação ou
Rumores como: óbito, não do rumor, se referentes aos descarte do rumor
never events, há notificação do rumores - Alertas sanitários
surtos ou incidente/evento
- Realizar - Notas técnicas
agregados de e solicita ao
casos de IRAS serviço de saúde procedimentos
- Nota para
e RM, IRAS e realizar a conforme fluxo de
imprensa
demais eventos notificação, se monitoramento
adversos. necessário. específico
(fluxogramas 1, 2, 3
ou 4) descritos no
Plano
54
categorizado como paciente nos
vermelho. hospitais na
categoria
vermelha e nos
que não
preencheram a
autoavaliação
- Avaliar a
adequação dos
documentos
encaminhados
pelos hospitais na
categoria
vermelha
- Se necessário,
fazer exigências
55
Anexo III – Fluxograma 1 – Monitoramento das Notificações de Incidentes
Relacionados à Assistência à Saúde
Sim
Não
NÃO SIM
NÃO SIM
Monitorar a
implementação das
Adotar medidas ações
sanitárias pertinentes
Encerrar o caso
(VISA modifica a situação da
notificação no sistema)
56
ANEXO IV – Lista dos Never events que podem ser notificados pelo Sistema de
Informação - Anvisa
57
Anexo V – Relatório descritivo da Investigação de Evento adverso grave e óbitos
58
Anexo VI – Fluxograma 2 – Monitoramento das Notificações de Óbitos e Never
Events nos Serviços de Saúde
VISA precisa
Não Sim
investigar?
Proceder investigação in
loco, conforme descrito no
Aguardar relatório de Relatório de item 8.1 deste documento
investigação do serviço de Investigação
saúde (60 dias) (FORMSUS)
FORMSUS
Avaliar ações
do serviço
Avaliar relatório
de investigação
Não Sim
As ações são
suficientes?
O relatório é
Sim
Não satisfatório? Acompanhar a
Adotar as
medidas implementação
sanitárias das ações
Adotar as
Acompanhar a pertinentes
medidas
implementação
sanitárias
das ações
pertinentes
59
Anexo VII – Fluxograma 3 – Monitoramento das Notificações de IRAS
Verificar notificações de Infecções
Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS)
NÃO SIM
As novas medidas de
contenção adotadas pelo
serviço são suficientes?
Aplicar as medidas Acompanhar a
sanitárias implementação das ações e
necessárias monitorar os indicadores
Comunicação ao SNVS
60
Anexo VIII – Fluxograma 4 – Monitoramento das Notificações de Agregados de
Casos ou Surtos
Analisar notificações
NÃO SIM
É necessária investigação in loco?
Proceder
Aguardar relatório de Relatório descritivo da
investigação in
investigação (60 dias) investigação
loco
Adotar medidas
Avaliar relatório de sanitárias para
investigação interromper o
evento
SIM NÃO
SIM NÃO
VISA concorda com o
O evento foi interrompido?
relatório de investigação?
Acompanhar a
Acompanhar a
Adotar as medidas implementação Adotar medidas
implementação das
sanitárias das medidas sanitárias
ações adotadas pelo
pertinentes adotadas pelo pertinentes
serviço de saúde
serviço de saúde
61
Anexo IX – Fluxograma 5 – Monitoramento de Rumores de Eventos Adversos
NÃO
SIM
O rumor de EA é procedente?
Classificar rumor
conforme tipo de EA
(óbito, never event,
surtos, agregados de
casos de IRAS e RM,
IRAS e demais EAs) Descartar
Verificar se houve
notificação do EA
NÃO SIM
EA foi
notificado?
Realizar procedimentos
conforme fluxo de
Solicitar que o serviço de
monitoramento específico (1,
saúde notifique o EA
2, 3 ou 4), descritos neste
documento
Encerrar
62
Anexo X – Fluxograma 6 – Avaliação das Práticas de Segurança em Serviços de
Saúde
Caso necessário,
Conformidade Alta: Conformidade Média: Conformidade Baixa: adotar medidas
67%-100% dos 34%-66% dos 0%-33% dos sanitárias cabíveis
indicadores de práticas indicadores de práticas indicadores de
de segurança de segurança práticas de segurança
Determinar
Monitorar anualmente Solicitar adequação
adequação às
conformidade dos da documentação
práticas de
indicadores de práticas enviada com prazo
segurança com
de segurança definido
prazo definido
Monitorar cumprimento
das metas no prazo
estabelecido
63
ANEXO XI – Metodologia do Monitoramento das Práticas de Segurança nos
Serviços de Saúde
Abrangência
O monitoramento deve ser realizado por todos os 1887 hospitais com leitos de UTI do
Brasil.
Indicadores
A implantação de práticas de segurança pode ser avaliada mediante indicadores de
estrutura e processo. Com base na RDC n°. 36/201313, foram selecionados os 15
indicadores apresentados no Quadro 4. As fichas descritivas de cada indicador estão
apresentadas ao final do anexo.
64
dos padrões (sim, não)
8. Protocolo de prevenção Estrutura Implantado (sim, não)
de infecções associadas
a cateter venoso central
9. Protocolo de prevenção Estrutura Implantado (sim, não)
de infecções associadas
à ventilação mecânica
Prevenção de 10. Protocolo de segurança Estrutura Implantado (sim, não)
eventos adversos cirúrgica
cirúrgicos 11. Adesão à lista de Processo Frequência de utilização da lista
verificação de segurança de verificação de segurança
cirúrgica cirúrgica dentro do padrão (sim,
não)
Prevenção de 12. Protocolo de prevenção Estrutura Implantado (sim, não)
quedas de quedas
13. Adesão à prevenção de Processo Frequência de avaliação do
quedas risco de queda nas 24 h após
admissão dentro do padrão
(sim, não)
Prevenção de 14. Protocolo de Segurança Estrutura Implantado (sim, não)
erros de na prescrição, uso e
medicação administração de
medicamentos
Identificação 15. Protocolo de identificação Estrutura Implantado (sim, não)
correta dos do paciente
pacientes
1. Indicadores de estrutura
65
O serviço de saúde deve informar no FORMULÁRIO DE AUTOAVALIAÇÃO DAS
PRÁTICAS DE SEGURANÇA DO PACIENTE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE COM
LEITOS DE UTI DO BRASIL (FormSUS), se implantou ou não o NSP, PSP e Protocolos
Básicos de Segurança do Paciente. Caso tenha implantado, o serviço de saúde deve
anexar os documentos comprobatórios neste Formulário.
2. Indicadores de processo
Segurança cirúrgica:
Selecionar aleatoriamente (sorteio) uma amostra de 17 prontuários de pacientes a partir
da lista de pacientes submetidos à cirurgia no último ano (exceto cirurgias em neonatos
e pediátricas).
66
Anexo XII - Formulário de Autoavaliação das Práticas de Segurança do Paciente
nos Serviços de saúde com Leitos de UTI do Brasil
67
ANEXO XIII - Fichas dos Indicadores de Práticas de Segurança
68
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Estruturas de liderança para a segurança do paciente
69
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Estruturas de liderança para a segurança do paciente
70
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Prevenção de úlceras por pressão
Título do indicador 3. Protocolo para prevenção de úlcera por pressão
Existência ou não de protocolo sobre como proceder para a prevenção de
Medida
úlcera por pressão.
Qualquer paciente grave, imóvel por um período prolongado ou incapaz de
responder aos desconfortos da pressão nos seus tecidos está em risco de
desenvolver úlceras por pressão. Entretanto, a prevenção é a chave para
reduzir a prevalência desses eventos adversos. Embora exista ampla
Justificativa
evidência científica de intervenções eficazes para prevenir estas úlceras, elas
são subutilizadas. A existência de um protocolo institucional que padronize a
prevenção destes eventos representa um esforço do hospital por reduzir a
incidência de úlceras por pressão.
Tipo de dado Estrutura.
71
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Prevenção de úlceras por pressão
Título do indicador 4. Adesão à prevenção de úlcera por pressão
Porcentagem de pacientes com 60 anos ou mais que é avaliado quanto ao
Medida risco de desenvolver úlcera por pressão dentro de 48 horas após a
admissão.
Qualquer paciente grave, imóvel por um período prolongado ou incapaz de
responder aos desconfortos da pressão nos seus tecidos está em risco de
desenvolver úlceras por pressão. Entretanto, a prevenção é a chave para
reduzir a prevalência desses eventos adversos. Embora exista ampla
evidência científica de intervenções eficazes para prevenir estas úlceras, elas
Justificativa
são subutilizadas. A evidência mostra que a avaliação de risco para úlceras
por pressão não é feita de uma forma consistente e previsível. O objetivo
deste indicador é aumentar a porcentagem de pacientes internados idosos
(60 anos ou mais) que são avaliados nas 48 horas após admissão quanto ao
risco de desenvolver úlcera por pressão.
Tipo de dado Processo.
72
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Higiene das Mãos
Título do indicador 5. Protocolo para a prática de higiene das mãos.
Existência ou não de protocolo para a prática higiene das mãos em serviços
Medida
saúde.
Embora a higiene das mãos tenha se mostrado altamente eficaz na prevenção
da transmissão de patógenos dentro de um hospital, estudos têm relatado
Justificativa baixos índices de adesão, geralmente inferiores a 50%. A existência de um
protocolo para higiene das mãos indica o empenho do hospital para atender esta
boa prática para a segurança do paciente.
Tipo de dados Estrutura.
Fonte dos dados Fornecidos pelo hospital.
Numerador Não se aplica.
Denominador Não se aplica.
The National Quality Forum (NQF). Safe Practices for Better Healthcare–
2010 Update: A Consensus Report. Washington, NQF; 2010. Chapter 7,
Improving Patient Safety Through the Prevention of Healthcare-Associated
Infections; p. 247-322.
Pfoh E, Dy S, Engineer C. Interventions To Improve Hand Hygiene
Compliance: Brief Update Review. In: Shekelle PG, Wachter RM, Pronovost
PJ, et al. Making Health Care Safer II: An Updated Critical Analysis of the
Evidence for Patient Safety Practices. Comparative Effectiveness Review
No. 211. AHRQ Publication No. 13-E001-EF. Rockville, MD: Agency for
Healthcare Research and Quality. March 2013. p. 67-72. Disponível em:
http://www.ahrq.gov/research/findings/evidence-based-reports/ptsafetyII-
full.pdf
Bonten MJ. Infection in the intensive care unit: prevention strategies. Curr
Opin Infect Dis 2002; 15 (n): 401-405.
Referências Guideline for hand hygiene in healthcare settings: Recommendations of the
Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee and the
HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand hygiene task Force. MMWR 2002; 51: 1-
56.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente em
Serviços de Saúde: Higienização das mãos/ Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Brasília: Anvisa, 2009. 105p.
World Health Organization. WHO Patient Safety: WHO guidelines on
hand hygiene in health care. Geneva: World Health Organization; 2009.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Resolução da
Diretoria Colegiada da Anvisa – RDC n°. 36, de 25 de julho de 2013. Institui
ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras
providências. Diário Oficial da União, 26 jul 2013.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n°. 1.377 de 9 de julho de 2013. Aprova
os Protocolos de Segurança do Paciente. Diário Oficial da União 2013;10
jul.
O protocolo para a prática de higiene das mãos do serviço de saúde deve
FORMULÁRIO DE AUTOAVALIAÇÃO DAS
ser anexado ao
Observações
PRÁTICAS DE SEGURANÇA DO PACIENTE NOS SERVIÇOS
DE SAÚDE COM LEITOS DE UTI DO BRASIL (FormSUS).
73
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Higiene das Mãos
Título do indicador 6. Estrutura para a prática de higiene das mãos pelos profissionais de saúde.
Número de lavatórios/pias e dispensadores de preparações alcoólicas para as
Medida
mãos.
A mudança de sistema é um dos componentes da Estratégia Multimodal da OMS
para a Melhoria da Higiene das Mãos, assegurando que a infraestrutura
necessária esteja disponível para permitir a prática de higiene das mãos pelos
profissionais de saúde. Isso inclui acesso a um fornecimento contínuo e seguro
de água, bem como de sabonete líquido e acesso imediato a preparações
alcoólicas para a higiene das mãos no ponto de assistência.
Justificativa As regulamentações da Anvisa sobre higiene das mãos envolvem a Resolução
da Diretoria Colegiada (RDC) n°. 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe
sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e
avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde e RDC
n°. 42, de 25 de outubro de 2010, que dispõe sobre a obrigatoriedade de
disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos,
pelos serviços de saúde do País.
Tipo de dados Estrutura.
Fonte dos dados Fornecidos pelo hospital.
Numerador Não se aplica.
Denominador Não se aplica.
The National Quality Forum (NQF). Safe Practices for Better Healthcare–
2010 Update: A Consensus Report. Washington, NQF; 2010. Chapter 7,
Improving Patient Safety Through the Prevention of Healthcare-Associated
Infections; p. 247-322.
Pfoh E, Dy S, Engineer C. Interventions To Improve Hand Hygiene
Compliance: Brief Update Review. In: Shekelle PG, Wachter RM, Pronovost
PJ, et al. Making Health Care Safer II: An Updated Critical Analysis of the
Evidence for Patient Safety Practices. Comparative Effectiveness Review No.
211. AHRQ Publication No. 13-E001-EF. Rockville, MD: Agency for
Healthcare Research and Quality. March 2013. p. 67-72. Disponível em:
http://www.ahrq.gov/research/findings/evidence-based-reports/ptsafetyII-
full.pdf
Bonten MJ. Infection in the intensive care unit: prevention strategies. Cyrr
Opin Infect Dis 2002; 15 (n): 401-405.
Guideline for hand hygiene in healthcare settings: Recommendations of the
Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee and the
Referências
HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Higiene task Force. MMWR 2002; 51: 1-56
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente em
Serviços de Saúde: Higienização das mãos/ Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Brasília: Anvisa, 2009. 105p.
World Health Organization. WHO Patient Safety: WHO guidelines on hand
hygiene in health care. Geneva: World Health Organization; 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Resolução RDC nº. 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o
Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e
avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
Diário Oficial da União [da União da República Federativa do Brasil], Brasília,
20 mar. 2002
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Resolução da
Diretoria Colegiada da Anvisa – RDC nº. 42, de 25 de outubro de 2010.
Dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica
para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do País, e dá
74
outras providências. Diário Oficial da União 2010; 26 out.
75
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Higiene das Mãos
Título do indicador 7. Adesão à higiene das mãos pelos profissionais de saúde.
Medida Consumo de preparação alcoólica para as mãos.
As mãos devem ser higienizadas com o produto apropriado nos cinco
momentos: antes de ter contato com o paciente; antes da realização de
procedimento limpo/asséptico; após risco de exposição a fluidos corporais; após
ter contato com o paciente e após ter contato com superfícies próximas ao
paciente. Produtos alcoólicos têm sido recomendados para uso devido à eficácia
antimicrobiana, facilidade de aplicação, menor dano à pele e economia de
tempo. O monitoramento do consumo de preparação alcoólica para as mãos
Justificativa está previsto na RDC Anvisa nº. 36/2013, que determina a obrigatoriedade de
utilização do Protocolo para a Prática de higiene das mãos, bem como o
monitoramento e notificação dos indicadores de segurança da paciente. O
objetivo do indicador é monitorar o consumo mensal de mL/1.000 pacientes dia
(método indireto de monitoramento das práticas de higiene das mãos). A OMS
recomenda que o consumo mínimo esperado de preparação alcoólica seja de 20
mL por paciente - dia.
76
O formulário de avaliação do consumo de preparação alcoólica para higiene das
Observações mãos está disponível em:
http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=12905
77
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Prevenção de Infecção da Corrente Sanguínea Associada à Cateter
Venoso Central (CVC)
Título do 8. Protocolo de prevenção de Infecção da Corrente Sanguínea Associada à Cateter
indicador Venoso Central (CVC)
Existência ou não de protocolo/normas para prevenção de Infecção da Corrente
Medida
Sanguínea Associada à Cateter Venoso Central (CVC)
Infecções da corrente sanguínea associadas a CVC (bacteremia primária) estão
associadas à morbidade e mortalidade significativas em pacientes criticamente
enfermos. A maioria das infecções associadas a CVC é considerada evitável. A
Justificativa
existência de normas sobre prevenção de Infecção da Corrente Sanguínea
Associada à Cateter Venoso Central (CVC) demonstra o empenho do serviço de
saúde para prevenir tais eventos adversos.
Tipo de dados Estrutura.
78
FORMULÁRIO DE AUTOAVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS DE
SEGURANÇA DO PACIENTE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE COM
LEITOS DE UTI DO BRASIL (FormSUS).
79
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Prevenção de Infecção do Trato Respiratório
9. Protocolo para prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica (
Título do indicador
PAV)
Medida Existência ou não de um protocolo para prevenção de PAV
As pneumonias associadas à ventilação mecânica (PAV) são responsáveis por
15% das IRAS e aproximadamente 25% de todas as infecções na terapia intensiva.
Outros eventos também estão relacionados ao uso de ventilação mecânica como a
ocorrência da PAV como complicações dentárias, úlcera por pressão, úlcera
Justificativa péptica e tromboembolismo venoso. A evidência de estudos apoia a eficácia de
bundles (pacotes) para prevenção de PAV, os quais incluem: manter os pacientes
com a cabeceira elevada entre 30º e 45º; avaliar diariamente a sedação e diminuir
sempre que possível; aspirar a secreção acima do balonete (subglótica) e higiene
oral com antissépticos (clorexidina veículo oral).
80
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Prevenção de eventos adversos cirúrgicos
Título do Indicador 10. Protocolo para cirurgia segura
Existência ou não de protocolo para prevenir cirurgia no paciente errado, no local
Medida
errado ou procedimento errado.
Embora os procedimentos cirúrgicos tenham intenção de salvar vidas, a falha de
segurança nas cirurgias pode causar danos consideráveis nos pacientes. A
utilização de protocolos ou checklist para evitar cirurgias em pacientes ou sítio
cirúrgico errado, para aumentar a segurança na anestesia, minimizar o risco de
Justificativa
infecção, melhorar comunicação entre membros da equipe, entre outros objetivos,
pode diminuir as taxas de complicações. A existência de um protocolo para
cirurgia segura demonstra o esforço do hospital por reduzir os efeitos adversos
associados.
Tipo de dado Estrutura.
Fonte dos dados Fornecidos pelo hospital.
Numerador Não se aplica.
Denominador Não se aplica.
The National Quality Forum (NQF). Safe Practices for Better Healthcare–2010
Update: A Consensus Report. Washington, NQF; 2010. Chapter 8, Improving
Patient Safety Through Condition- and Site-Specific Practices; p. 323-94.
Treadwell JR, Lucas S. Preoperative Checklists and Anesthesia Checklists. In:
Shekelle PG, Wachter RM, Pronovost PJ, et al. Making Health Care Safer II:
An Updated Critical Analysis of the Evidence for Patient Safety Practices.
Comparative Effectiveness Review No. 211. AHRQ Publication No. 13-E001-
EF. Rockville, MD: Agency for Healthcare Research and Quality. March
2013.p. 122-39.Disponível em:
http://www.ahrq.gov/research/findings/evidence-based-reports/ptsafetyII-
full.pdf
Chassin MR, Becher EC. The wrong patient. Ann InternMed.
Referências 2002;136(11):826-33.
A follow-up review of wrong site surgery. Sentinel event alert / Joint
Commission on Accreditation of Healthcare Organizations. 2001(24):1-3.
American Academy of Orthopaedic Surgeons, disponible. Advisory Statement:
Wrong-Site Surgery. Document Number 1015; October 2003.
http://www.aaos.org/about/papers/advistmt/1015.asp (último acesso em 25 de
março de 2013).
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n°. 1.377 de 9 de julho de 2013. Aprova
os Protocolos de Segurança do Paciente. Diário Oficial da União 2013;10 jul.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Resolução da
Diretoria Colegiada da Anvisa – RDC n°. 36, de 25 de julho de 2013. Institui
ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras
providências. Diário Oficial da União, 26 jul 2013 .
Solicitar cópia do documento (Protocolo para cirurgia segura) e:
Avaliar se está implantado em todos os serviços cirúrgicos.
Observações FORMULÁRIO DE AUTOAVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS DE
SEGURANÇA DO PACIENTE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
COM LEITOS DE UTI DO BRASIL (FormSUS).
81
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Prevenção de eventos adversos cirúrgicos
Título do Indicador 11. Utilização de lista de verificação de segurança cirúrgica.
Porcentagem de cirurgias com utilização de lista de verificação de segurança
Medida
cirúrgica.
Embora os procedimentos cirúrgicos tenham intenção de salvar vidas, a falha de
segurança nas cirurgias pode causar danos consideráveis nos pacientes. A
utilização de protocolos ou lista de verificação de segurança cirúrgica para evitar
Justificativa cirurgias em pacientes ou sítio cirúrgico errado, para aumentar a segurança na
anestesia, minimizar o risco de infecção, melhorar comunicação entre membros
da equipe, entre outros objetivos, diminuiu as taxas de complicações em
aproximadamente 40%.
Tipo de dado Processo.
Fonte dos dados Prontuário.
Numerador Não se aplica.
Denominador Não se aplica.
The National Quality Forum (NQF). Safe Practices for Better Healthcare–2010
Update: A Consensus Report. Washington, NQF; 2010. Chapter 8, Improving
Patient Safety Through Condition- and Site-Specific Practices; p. 323-94.
Treadwell JR, Lucas S. Preoperative Checklists and Anesthesia Checklists. In:
Shekelle PG, Wachter RM, Pronovost PJ, et al. Making Health Care Safer II:
An Updated Critical Analysis of the Evidence for Patient Safety Practices.
Comparative Effectiveness Review No. 211. AHRQ Publication No. 13-E001-
EF. Rockville, MD: Agency for Healthcare Research and Quality. March
2013.p. 122-39.Disponível em:
http://www.ahrq.gov/research/findings/evidence-based-reports/ptsafetyII-
full.pdf
Chassin MR, Becher EC. The wrong patient. Ann InternMed.
Referências 2002;136(11):826-33.
A follow-up review of wrong site surgery. Sentinel event alert / Joint
Commission on Accreditation of Healthcare Organizations. 2001(24):1-3.
American Academy of Orthopaedic Surgeons. Advisory Statement: Wrong-Site
Surgery. Document Number 1015; October 2003.
http://www.aaos.org/about/papers/advistmt/1015.asp (último acesso em 25 de
março de 2013).
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n°. 1.377 de 9 de julho de 2013. Aprova
os Protocolos de Segurança do Paciente. Diário Oficial da União 2013;10 jul.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Resolução da
Diretoria Colegiada da Anvisa – RDC n°. 36, de 25 de julho de 2013. Institui
ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras
providências. Diário Oficial da União, 26 jul 2013 .
FORMULÁRIO DE AUTOAVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS DE
Observações SEGURANÇA DO PACIENTE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
COM LEITOS DE UTI DO BRASIL (FormSUS).
82
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Prevenção de Quedas
Título do Indicador 12. Protocolo de prevenção de quedas
Existência ou não de protocolo para a prevenção de quedas de pacientes
Medida
hospitalizados.
As quedas de pacientes são um agravo frequente em hospitais e outros serviços
de saúde. O índice de quedas é alto e pode ser maior segundo a característica do
serviço, em função da frequência de pacientes idosos, psiquiátricos, neurológicos
ou de reabilitação. Entretanto, existem evidências de que as quedas são um
Justificativa evento adverso prevenível nos serviços de saúde. Sua ocorrência pode ser
diminuída com uma atenção de qualidade baseada na intervenção sobre os
fatores de risco intrínsecos (relacionados ao paciente) e extrínsecos (fatores
ambientais). O objetivo do indicador é garantir existência de um protocolo,
baseado em evidências, para prevenção de quedas.
Tipo de dado Estrutura
Fonte dos dados Prontuário.
Numerador Não se aplica.
Denominador Não se aplica.
The National Quality Forum (NQF). Safe Practices for Better Healthcare–2010
Update: A Consensus Report. Washington, NQF; 2010. Chapter 8, Improving
Patient Safety Through Condition- and Site-Specific Practices; p. 323-94.
Treadwell JR, Lucas S. Preoperative Checklists and Anesthesia Checklists. In:
Shekelle PG, Wachter RM, Pronovost PJ, et al. Making Health Care Safer II:
An Updated Critical Analysis of the Evidence for Patient Safety Practices.
Comparative Effectiveness Review No. 211. AHRQ Publication No. 13-E001-
EF. Rockville, MD: Agency for Healthcare Research and Quality. March
2013.p. 122-39.Disponível em:
http://www.ahrq.gov/research/findings/evidence-based-reports/ptsafetyII-
full.pdf
Chassin MR, Becher EC. The wrong patient. Ann InternMed.
2002;136(11):826-33.
Referências
A follow-up review of wrong site surgery. Sentinel event alert / Joint
Commission on Accreditation of Healthcare Organizations. 2001(24):1-3.
American Academy of Orthopaedic Surgeons, disponible. Advisory Statement:
Wrong-Site Surgery. Document Number 1015; October 2003.
http://www.aaos.org/about/papers/advistmt/1015.asp (último acesso em 25 de
março de 2013).
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n°. 2.095 de 24 de setembro de 2013.
Aprova os Protocolos de Segurança do Paciente. Diário Oficial da União 2013;
25 set.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Resolução da
Diretoria Colegiada da Anvisa – RDC n°. 36, de 25 de julho de 2013. Institui
ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras
providências. Diário Oficial da União, 26 jul 2013 .
Solicitar cópia do documento (Protocolo de prevenção de quedas) e avaliar se
inclui:
Avaliação do risco
Observações Medidas de intervenção
FORMULÁRIO DE AUTOAVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS DE
SEGURANÇA DO PACIENTE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE COM
LEITOS DE UTI DO BRASIL (FormSUS).
83
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Prevenção de Quedas
Título do indicador 13. Avaliação do risco de queda na admissão.
Medida Porcentagem de pacientes com avaliação do risco de queda na admissão.
As quedas de pacientes são um agravo frequente em hospitais e outros serviços
de saúde. O índice de quedas é alto e pode ser maior segundo a característica do
serviço, em função da frequência de pacientes idosos, psiquiátricos, neurológicos
ou de reabilitação. Entretanto, existem evidências de que as quedas são um
evento adverso prevenível nos serviços de saúde. Sua ocorrência pode ser
Justificativa
diminuída com uma atenção de qualidade baseada na intervenção sobre os
fatores de risco intrínsecos (relacionados ao paciente) e extrínsecos (fatores
ambientais). O objetivo deste indicador é aumentar a porcentagem de pacientes
avaliados quanto ao risco de quedas na admissão, pois este é um fator essencial
para o início das medidas preventivas.
Tipo de dado Processo.
84
PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos
Título do indicador 14. Protocolo de Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos
Existência ou não de Protocolo de Segurança na prescrição, uso e administração
Medida de medicamentos
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PRÁTICAS DE SEGURANÇA: Identificação do paciente
Título do indicador 15. Protocolo de identificação do paciente
Medida Existência ou não de Protocolo de identificação do paciente
Erros de identificação do paciente podem ocorrer, desde a admissão até a alta do
serviço, em todas as fases do diagnóstico e do tratamento. A identificação correta
do paciente em todos os ambientes de prestação do cuidado de saúde (por
exemplo, unidades de internação, ambulatório, salas de emergência, centro
cirúrgico) em que sejam realizados procedimentos, quer terapêuticos, quer
Justificativa diagnósticos consiste no processo pelo qual se assegura ao paciente que a ele é
destinado determinado tipo de procedimento ou tratamento, prevenindo a
ocorrência de erros e enganos que o possam lesar.
Consensos e relatórios de especialistas indicam reduções significativas na
ocorrência de erros após a implementação de processos de identificação do
paciente.
Tipo de dado Estrutura.
86