As Cruzadas
As Cruzadas
As Cruzadas
Destacaremos outros factores gerais das cruzadas para além dos já referenciados e poder
realçar das vantagens que as cruzadas proporcionaram ao continente europeu visto que
atravessava uma fome intensa e que, as piores colheitas se sucediam uma atrás da outra.
E sem esquecer no sectore conómico, outros elementos importantes foram as práticas
financeiras e comerciais, como a letra ou o uso de câmbio, o cheque, a contabilidade.
1
Factores das cruzadas
As cruzadas teriam sido impossíveis sem a crise do sistema feudal, que marginalizou a
mão-de-obra militar, indispesável à realização das campanhas militares. Se as cruzadas
fossem convocadas antes não haveria homens com vontade de partir para uma aventura
militar em terras desconhecidas.
Não podemos ignorar o aspecto reliogioso das cruzadas; pois a espiritualidade e o
sentimento religioso mediaval eram aspectos muito fortes, antes de tudo eram fiel
servidor de Deus e da Igreja.
Destacamos outros factores gerais para além dos já referenciados, um motivo mais
particular das cruzadas: a ascensão do poder papal. O fortalecimento do poder papal
ficou claro durante a Querela das Investidura, quando o Papa Gregório VII impôs sua
autoridade ao imperador alemão Henriques IV; mas tratava-se também de um problema
interno dentro da Igreja; isto é, com o cisma ocorrido durante a Querela das investiduras
(…), a Igreja passou a ter dois Papas. O verdadeiro papa, no exílio, que tinha autoridade
perante toda a Igreja, e convocar a cruzada era uma demostração de força e prestígio
junto aos fiéis; e também tinha o antipapa em Roma.
Nesta ordem de ideia, considerar o Cisma do Oriente foi essencial ocorrido em 1054;
nesse ano, o patriarca de Constatinopla rejeitou definitivanente a supremaciado Bispo de
Roma (o papa) e passou a considerar-se o chefe supremo da Igreja no império Bizatino.
Esta é a chamada Igreja Cismática Grega, ou Igreja Ortodoxa. Também esta divisão da
cristanidade foi um dos factores das Cruzadas, pois ela estimulou o papa a tentar a
reconquista dos fiéis separados. Assim a cruzada seria tanto contra os infiéis
muçulmanos, quanto contra os cristãs cismáticos do Império Bizatino; e o imperador
Constantinopla também estava interessado numa cruzada contra os muçulmanos.
As oito cruzadas
2
Primeira Cruzada (1095-1099) – O Papa Gregório VII tinha pensado em organizar
uma expedição contra os turcos seldjúcidas, para conquistar jerusalém. Mas foi Urbano
II quem recebeu do imperador bizatino Aleixo I Comneino o pedido de ajuda militar
contra os infieis muçulmanos. No Concílio de Clermont, em 1095, o papa convocou os
fiéis cristãos para uma guerra santa contra o Islão. (Os cavaleiros tomaram a cruz branca
como símbolo da cruzada. )
Antes da partida dos cavaleiros, um grupo de fiéis exaltados originários das baixas
camadas sociais, partiu em direção a Jerusalém, sob a liderança do místico Pedro, o
Eremita. Sem organização, armamento e sistema de abastecimento, a cruzada dos
Mendigos, como ficou conhecida, foi fatalmente destruída ao chegar à Ásia Menor.
Os chefes cruzados fundaram então uma série de Estados Cristãos no Oriente Médio. A
organizãção desses Estados obedecia ao sistema existente na Europa, o feudalismo. Isto
representava a introdução de instituições do Ocidente no Oriente Próximo. O reino de
Jerusalém ficou sob a chefia de Godofredo de Bulhão, substituído por Balduíno após a
sua morte. Este tomou o título de Rei de Jerusalém, governado de 1100 a 1118. As
questões de sucessão criaram problemas políticos nesse reino. Enquanto isso, o
principado de Antioquia e os condados de Edessa e de Trípoli formavam pequenos
Estados feudais.
3
armistício com o Sultão Saladino, pelo qual os cristãos eram autorizados a peregrinar
até Jerusalém; Ricardo recebeu também um pedaço de terra entre Tiro e Jaffa.
Quarta Cruzada (1202-1204) – O Papa Inocêncio III convocou mais uma cruzada, esta
com a finalidade de dirigir-se ao Egipto. O imperador alemão Henrique VI começou a
organizá-la em 1197. Muitos nobres franceses aderiram, como Bonifáio de Montferrat e
Balduíno da Flandres. Ao contrário das anteriores, esta cruzada deveria ser
essencialmente marítima, pois os venezianos, através do Doge* Enrico Dandolo,
forneceriam o transporte aos cruzados até o Egipto.
Para realizar uma parte do pagamento pelo transporte, os venezianos exigiram que os
cruzados tomassem Zara, no Mar Adriático, porto estrategicamente localizado, a meio
entre Veneza e Constantinopla, que tinha enorme importância para suas actividades
comerciais. As astrocidades cometidas contra os cristãos de Zara levaram o Papa
Inocêncio III a excomungar os venezianos.
Mas nesse meio tempo, o príncipe bizantino Aleixo, herdeiro marginalizado do trono do
Império Bia=zantino, pois seu pai, Isaac, o Anjo, fora deposto por Aleixo III, que no
momento ocupava o trono do Império propôs um acordo a Dandolo: os cruzados o
ajudariam a tomar o trono imperial e em troca os venezianos receberiam o monopólio
comercial de Constantinopla e uma soma em dinheiro, com a qual pagariam o transporte
dos cruzados até o Egipto.
Então, ao invés de irem ao Egipto, os cruzados se dirigiam primeiro para
Constantinopla. Depois de vencer a resistência da cidade, destituíram o imperador e
colocaram no trono Isaac, o Anjo, juntamente com o príncipe Aleixo, com o nome de
Aleixo IV. Mas este não conseguiu arrumar o dinheiro que tinha prometido aos cristãos.
E isto custou-lhe o trono. Os cruzados, dirigidos pelos venezianos , os quais só se
preocupavam com os interesses comerciais, tomaram a cidade do assaito pela segunda
vez, saqueando-a e matando sem piedade muitos habitantes.
Os cruzados formaram em seguida o Império Latino de Constantinopla, governado por
Balduíno da Flandres, tutelado pelos venezianos. Este império duraria até 1261, quando
Miguel Paleológo, com a juda dos genoveses, reconquistou a cidade. Satisfeitos com o
saque realizado em Constantinopla e com a conquista do monopólio comercial para
Veneza, os cruzados abandonaram seus objectivos e voltaram à Itália.
Quinta Cruzada (1217 - 1221) – em 1212 foi organizada a chamada Cruzada das
crianças. Ela consistiu em um exército formado por jovens que deveria reconquistar
Jerusalém. Acreditavam os cristãos que os jovens, inocentes e sem pecados,
conseguiriam vencer os muçulmanos e recuperar Jerusalém. Embarcados em Marselha,
os jovens aportaram em Alexandria, onde acabaram vendidos como escravos.
Pela pregação do Papa Honório III, o rei da Hungria, André III, e o duque da Áustria,
Leopoldo VI, chefiados pelo Barão João de Brienne, organizaram a Quinta Cruzada. Em
1217 iniciaram diversas ofensivas no Egipto. Mas, depois de algumas vitórias, ficaram
isolados pelas inundações do Rio Nilo e desistiram da campanha militar.
4
Sétima Cruzada (1248-1250) – Em 1239, o Papa Gregório IX convocou mais uma
cruzada. Mas antes que ela partisse, os turcos reconquistaram definitivamente
Jerusalém, em 1244.
Então o rei da França, Luís IX (depois canonizado como São Luís), tomou a iniciaticva
de comandar a Sétima Cruzada. Depois de alguns êxitos militares, o exército do rei foi
dizimado pelos turcos e Luís IX foi aprisionado. Seu resgate custou o abandono das
posições conquistadas e o pagamento de 500 000 libras tornesas.
Oitava Cruzada (1270) – Nesta época, reinava a anarquia entre os cristãos no Oriente
Médio. As ordens religiosas de monges cavaleiros, criadas para permanecerem na
região e defendê-las , viviam em conflitos continuos. Eram as seguintes as ordens de
cavaleiros: os templários, guardiões do Santo Sepulcro, os hospitalários, que cuidavam
dos hospitais na Terra Santa; os cavaleiros teutónicos, organizados para dar atendimento
aos doentes.
Além disso, os interesses comerciais dos genoveses e venezianos criavam outras
dificuldades, provocando até mesmo choques armados entre os cristãos.
Mas entre os turcos as divisões não eram menores. E agora viam-se pressionados por
um novo inimigo, os mongóis. Vindo do Oriente, sob a liderança de Gengis Khan, os
mongóis dominaram parte da China, a, Ásia Central, penetrando em seguida na Hungria
e na Alemanha. Um neto de Gengis Khan, Hulago Khan conquistou a Síria muçulmana
aos turcos e ameaçava outras posições. A presença dos mongóis favorecia os cristãos,
pois muitos deles se tinham convertido ao cristianismo. Mas apesar de instigados pelos
cristãos contra os turcos, estes conseguiram afastá-los da região. Os sedjúcidas do
Egipto, chamados mamelucos, começaram diversas ofensivas contra os cristãos,
empurrado-os em direção ao mar. isto decidiu o Rei Luís IX a organizar a Oitava
Cruazada. Saindo do Porto de Águas Mortas, desembarcou em Túnis, onde morreu. E a
cruzada foi suspensa.
Em 1291, São João D’Acre, última fortaleza cristã, caiu nas mãos dos turcos
muçulmanos. Os cristãos abandonaram também Beirute, Tiro e Sidon. A Ilha de Chipre
ainda permaneceu sob controlo cristão até 1489. E Rodes ficou nas mãos dos cavaleiros
da ordem de São João até 1523. A colonização cristã no Oriente Médio tinha chegado
ao fim.
As razões desse insucesso se devem em primeiro lugar ao caractér superficial da
ocupação. A presença cristã no Oriente Médio limitou-se aos quadros adminitrativos,
não criando raízes entre as populações locais. Outra razão foi a anarquia feudal, que
enfraquecia as colónias militares estabelecidas em território inimigo. A luta fratricida
foi uma constante entre as ordens religiosas e os cruzados latinos, principalmente entre
os genoveses e venezianos.
5
A expansão européia iniciada com as Cruzadas não se limitou às oito expedições
realizadas em direcção à Terra Santa. Ao mesmo tempo, os pequenos reinos ibéricos de
Leão, Castela, Navarra e A ragão começaram a reconquista da Península Ibérica aos
muçulmanos. A ofensiva teve início com a tomada de Toledo, em 1086, e se completou
com a conquista de Granada, em 1492.
A expansão desses reinos teve um carácter territorial: baseou-se na conquista de terra. A
aristocracia européia, atraída pelas terras disponíveis na Península Ibérica, participou
dessa expansão. Lá, ela começou a reconstituir o regime feudal já em crise também na
Europa. Por isso, esta expansão teve um caractér reacionário, pois reimplantou um
sistema que já estava em processo de transformação. Mas o feudalismo da Península
Ibérica apresentava algumas diferenças em relação ao sistema típico dos séculos IX a XI
, existente no restante da Europa. Em grande parte, essas diferenças resultavam do seu
caractér tardio.
Muito diferente desta expansão foi a conquista realizada pelas cidades italianas de
Gênova, Piza e Nápoles. Pressionadas pelos muçulmanos, as cidades italianas reagiram
com ofensivas militares. Depois de reconquistar as ilhas do Mar Tirreno aos
muçulmanos, os italianos partiram para o ataque às posições árabes no norte da África
como Bona e Mehdia. Era uma expansão marítima, conquistava-se água e não terra.
Essa expansão tinha um caractér mais democrático, pois contava com a participação das
camadas inferiores da população, representadas pelos marinheiros. Enquanto a expansão
ibérica reconstituía o feudalismo, os italianos lançavam as sementes do capitalismo no
Mediterrâneo. Daí o sentido mais progressista desta expansão.
De modo geral, a expansão a européia realizada através das Cruzadas contribuiu para
dinamizar as relações comerciais entre o Oriente e o Ocidente. Os cruzados reabriram
em parte o Mar Mediterrâneo aos navios europeus, depois de séculos de bloqueio
muçulmano.
Estas actividades comerciais deram vida aos portos do Ocidente: Génova, Piza,
Nápoles, Amalfi, Bari, Veneza, Marselha e outros. Os comerciantes italianos
organizaram entreposto comerciais em diversas cidades do Mediterrâneo Oriental,
dominadas pelos cristãos, e no litoral africano, conquistadas à força aos muçulmanos.
Estes entrepostos chamavam-se fondacos.
Até mesmo o comércio proibido pela Igreja sob pena de excomunhão era praticado com
os muçulmanos: a venda de armas de ferro e escravos cristãos em trocas de produtos
orientais e de escravos muçulmanos. Os intesses materiais começavam a superar os
limites impostos pela fé; e as cidades italianas assumiam o monopólio do comércio de
produtos orientais através do Mediterrâneo. A partir dessas cidades, as mercadorias do
Oriente se espalhavam por todo o mundo ocidental.
6
no Ocidente, essas técnicas, contribuiram para ampliar o mecanismo de produção e
distribuição de mercadorias, dinamizando a economia européia.
O renascimento das actividades comerciais provocou o crescimento das cidades, o
desenvolvimento da economia baseada na moeda, a expansão do mercado, o surgimento
de uma classe de comerciantes, a difusã do espírito do lucro e o racionalismo
económico.
Em resumo, era o pré-capitalismo que fazia a sua aparição no mundo medieval.
Fato singular e maravilhoso, pois, seguindo a fé, todo mundo vendia o que lhe era mais
caro e todos vendiam a preço baixo. Aqueles que muito conservavam os objectos
necessários à viagem e vendiam o resto por nada. As mulheres as crianças, os velhos
partiam com a esperança de sofrer o martírio na prisão dos sacarraneos e assim ganhar o
céu. Nada mais tocante que ver esses pobres cruzados ferrar seus bois como cavalos,
atrelá-los a uma carroça com duas rodas, sobre a qual colocavam suas pobres bagagens
e seus pequenos filhos. Em todos os castelos, em todas as cidades que eles encontravam
no caminho, estendiam as mãos e perguntavam se aquela não era Jerusalém, para qual
se dirigiam.”
A partir do século XI, o sistema feudal entrou em crise; a solução para essa crise foi o
sistema capitalista. O factor principal dessa crise do feudalismo foi crescimento
demográfico, que ampliou o mercado consumidor, provocando um choque com o modo
de produção servil, incapaz de atender às necessidades do mercado em expansão.
O crescimento demográfico foi ocasionado pelo fim das invasões, que permitiram uma
melhor redistribuição da produção agrícola.
7
Para solucionar a crise era necessário aumentar a produção, e isto era possível
substituindo o modo de produção servil com trabalhadores assalariados.
A solução mais imediata e mais fácil foi marginalizar os excedentes populacionais, em
todas as camadas sociais isto, forneceu mão-de-obra militar para realizar as cruzadas,
estas que foram resultado de um complexo de factores:
8
Conclusão
Após o tempo que tivemos para uma leitura atenta e reflectiva sobre o tema que nos foi
dirigido, conseguimos tirar um pleno proveito sobre os factores das cruzadas. De um
lado, as cruzadas provocaram graves consequências desetruturação politíca e religioso
mas, para outro lado as cruzadas beneficiaram as actuais potências europeias com
políticas e reformas religiosas bastantes utis no seio das suas sociedades. O surgimento
de crise e que havia pouco pão e o preço era alto. Os pobres supriam a fome comendo
raízes e ervas selvagens. De repente, impulsionados pelo grito das Cruzadas, pegavam
tudo ao mesmo tempo, quebrando as fechaduras e arrebantando as cadeias que
fechavam depósitos de cereais
Conseguimos compreender que, partir do século XI, o sistema feudal entrou em crise; a
solução para essa crise foi o sistema capitalista. O factor principal dessa crise do
feudalismo foi crescimento demográfico, que ampliou o mercado consumidor,
provocando um choque com o modo de produção servil, incapaz de atender às
necessidades do mercado em expansão.
Referência BIBLIOGRÁFICA
9
10