A Revoluà à o Russa - Sheila Fitzpatrick PDF
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Sheila Fitzpatrick
A Revolução Russa
tradução
José Geraldo Couto
Introdução
Extensão temporal da revolução
Escritos sobre a revolução
Interpretando a revolução
Notas sobre a quarta edição
1. O cenário
A sociedade
A tradição revolucionária
A Revolução de 1905 e seus desdobramentos; a Primeira Guerra Mundial
3. A Guerra Civil
A Guerra Civil, o Exército Vermelho e a Tcheka
Comunismo de guerra
Visões do novo mundo
Os bolcheviques no poder
5. A revolução de Stálin
Stálin contra a direita
O esforço de industrialização
Coletivização
Revolução cultural
6. Encerrando a Revolução
“Revolução concluída”
“Revolução traída”
O terror
Agradecimentos
Notas
Bibliografia selecionada
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Autora
Créditos
Introdução
No início do século XX, a Rússia era uma das grandes potências da Europa.
Mas era uma grande potência vista universalmente como atrasada em
comparação com a Grã-Bretanha, a Alemanha e a França. Em termos
econômicos, isso significava que ela havia emergido tardiamente do
feudalismo (os camponeses só foram libertados da servidão legal a seus
senhores ou ao Estado nos anos 1860) e chegado tardiamente à
industrialização. Em termos políticos, significava que até 1905 não havia
partidos políticos legais nem parlamento central eleito, e que a autocracia
sobrevivia com poderes ilimitados. As cidades russas não tinham a menor
tradição de organização política ou autogoverno, e sua nobreza tampouco
conseguira desenvolver um sentido de identidade coletiva forte o bastante
para exigir concessões por parte do trono. Legalmente, cidadãos da Rússia
ainda pertenciam a “estamentos” (urbano, camponês, clerical e nobre),
embora esse sistema estamental não contemplasse novos grupos sociais,
como profissionais liberais e trabalhadores urbanos, e somente o clero
detivesse algo parecido com as características de uma casta autônoma.
As três décadas que antecederam a Revolução de 1917 não assistiram a
um empobrecimento, mas a um crescimento da riqueza nacional; foi naquele
período que a Rússia experimentou seu primeiro surto de crescimento
econômico, como resultado de políticas governamentais de industrialização,
investimento estrangeiro, modernização da estrutura bancária e de crédito, e
um modesto desenvolvimento da atividade empresarial nativa. O
campesinato, que ainda constituía 80% da população da Rússia na época da
Revolução, não experimentou uma melhora visível em sua posição
econômica. Contrariamente a algumas opiniões contemporâneas, é quase
certo que não houve uma deterioração contínua da situação econômica dos
camponeses.
Como percebeu com tristeza o último tsar da Rússia, Nicolau II, a
autocracia estava travando uma batalha perdida contra insidiosas influências
liberais do Ocidente. A direção da mudança política – rumo a algo como uma
monarquia constitucional ocidental – parecia clara, embora muitos membros
das classes instruídas estivessem impacientes com a lentidão das mudanças e
com a atitude obstrucionista da autocracia. Depois da Revolução de 1905,
Nicolau II cedeu e instituiu um parlamento nacional eleito, a Duma,
legalizando ao mesmo tempo partidos políticos e sindicatos. Porém, os velhos
hábitos arbitrários do governo autocrático e a atividade continuada da polícia
secreta solaparam essas concessões.
Depois da Revolução Bolchevique de outubro de 1917, muitos russos
emigrados passaram a recordar os anos pré-revolucionários como uma era
dourada de progresso arbitrariamente interrompida (assim parecia) pela
Primeira Guerra Mundial, pela turba descontrolada ou pelos bolcheviques.
Houve progresso, mas ele contribuiu bastante para a instabilidade social e a
probabilidade de insurreição política: quanto mais rápido uma sociedade
muda (seja essa mudança percebida como progressista ou retrógrada), menos
estável ela provavelmente ficará. Se pensarmos na grande literatura da Rússia
pré-revolucionária, as imagens mais vigorosas são de deslocamento,
alienação e falta de controle sobre o próprio destino. Para o escritor
oitocentista Nikolai Gógol, a Rússia era uma troica em disparada na
escuridão rumo a um destino desconhecido. Para o político da Duma
Aleksandr Gutchkov, ao denunciar Nicolau II e seus ministros em 1916, o
país era um carro conduzido à beira de um precipício por um motorista louco,
cujos passageiros apavorados estavam ponderando o risco de tomar o volante.
Em 1917 correu-se esse risco, e o precipitado movimento da Rússia para a
frente tornou-se um mergulho na revolução.
A sociedade
A Rússia tsarista tardia era uma potência imperial expansionista com o maior
exército permanente de todas as grandes potências da Europa. Sua força em
face do mundo exterior era motivo de orgulho, uma realização que podia ser
contraposta aos problemas sociais e políticos internos do país. Nas palavras
atribuídas a um ministro do Interior do início do século XX, “uma pequena
guerra vitoriosa” era o melhor remédio para a inquietação doméstica da
Rússia. Historicamente, porém, trata-se de uma proposição bastante dúbia.
Ao longo do meio século anterior, as guerras da Rússia em geral não tiveram
sucesso nem fortaleceram a confiança da sociedade no governo.
A humilhação militar da Guerra da Crimeia precipitara as reformas
domésticas radicais dos anos 1860. A derrota diplomática sofrida pela Rússia
com seu envolvimento militar nos Bálcãs no final da década de 1870
produziu uma crise política interna que só terminou com o assassinato de
Alexandre II. No início dos anos 1900, a expansão russa no Extremo Oriente
a empurrava para um conflito com outra potência expansionista na região: o
Japão. Embora alguns ministros de Nicolau II recomendassem cautela, o
sentimento predominante na corte e nos altos círculos burocráticos era de que
haveria ganhos fáceis no Extremo Oriente, e de que o Japão – uma potência
inferior, não europeia, afinal de contas – não seria um adversário temível.
Iniciada pelo Japão, mas também provocada pela política russa no Extremo
Oriente, a Guerra Russo-Japonesa eclodiu em janeiro de 1904.
Para a Rússia, a guerra se mostrou uma série de desastres e humilhações
em terra e no mar. O entusiasmo patriótico inicial de sociedade respeitável
logo amargou, e – como aconteceu também durante a carestia de 1891 –
tentativas de organizações públicas como os zemstva de ajudar o governo em
uma emergência só levaram a conflitos com a burocracia e frustração. Isso
serviu de combustível ao movimento liberal, uma vez que a autocracia
sempre parecia menos tolerável e era percebida como incompetente e
ineficaz; e a nobreza e os profissionais dos zemstva se uniram ao movimento
ilegal da Libertação, controlado da Europa por Piotr Struve e outros ativistas
liberais. Nos últimos meses de 1904, com a guerra ainda em andamento, os
liberais da Rússia organizaram uma “campanha de banquetes” (inspirada
naquela usada contra o rei da França, Luís Filipe, em 1847), por meio da qual
a elite social demonstrava apoio à ideia de reforma constitucional. Ao mesmo
tempo, o governo estava sob outros tipos de pressão, incluindo ataques
terroristas contra autoridades, manifestações estudantis e greves operárias.
Em janeiro de 1905, trabalhadores de São Petersburgo realizaram uma
manifestação pacífica – organizada não por militantes e revolucionários, mas
por um religioso renegado com relações com a polícia, o padre Gapon – a fim
de atrair a atenção do tsar para suas queixas econômicas. No Domingo
Sangrento (9 de janeiro), tropas dispararam contra os manifestantes diante do
Palácio de Inverno, e a Revolução de 1905 começou.18
O espírito de solidariedade nacional contra a autocracia foi muito forte nos
primeiros nove meses de 1905. A pretensão dos liberais à liderança do
movimento não foi seriamente contestada; e sua posição para negociação com
o regime estava baseada não somente no apoio dos zemstva e dos novos
sindicatos de profissionais de classe média, mas também nas pressões
heterogêneas provenientes das manifestações estudantis, greves operárias,
desordens camponesas, motins nas forças armadas e inquietação nas regiões
não russas do império. A autocracia, por sua vez, estava firmemente na
defensiva, tomada pelo pânico e pela confusão, e aparentemente incapaz de
restaurar a ordem. Suas perspectivas de sobrevivência melhoraram
consideravelmente quando Witte conseguiu negociar a paz com o Japão (o
Tratado de Portsmouth) em termos notavelmente vantajosos no final de
agosto de 1905. Mas o regime ainda tinha 1 milhão de soldados na
Manchúria, e eles não podiam ser trazidos de volta para casa pela ferrovia
Transiberiana até que os ferroviários em greve estivessem de novo sob
controle.
O auge da revolução liberal foi o Manifesto de Outubro (de 1905) de
Nicolau II, em que ele reconhecia a proposta de uma constituição e prometia
criar um parlamento nacional eleito, a Duma. O Manifesto dividiu os liberais:
os outubristas o aceitaram, enquanto os democratas constitucionais (kadeti)
se recusaram formalmente a aceitá-lo, ansiando por mais concessões. Na
prática, porém, os liberais se retiraram da atividade revolucionária naquele
momento, e concentraram suas energias na organização dos novos partidos
Outubrista e Kadet e nos preparativos das futuras eleições para a Duma.
No entanto, os operários permaneceram ativamente revolucionários até o
final do ano, conseguindo mais visibilidade do que antes e tornando-se cada
vez mais militantes. Em outubro, os operários de São Petersburgo
organizaram um “soviete” ou conselho de representantes de operários eleitos
nas fábricas. A função prática do Soviete de São Petersburgo era prover a
cidade de uma espécie de governo municipal de emergência em um momento
em que outras instituições estavam paralisadas e uma greve geral estava em
andamento. Tornou-se também um fórum político para os operários, e, em
menor escala, para os socialistas dos partidos revolucionários (Trótski, então
um menchevique, tornou-se um dos líderes do soviete). Por alguns meses, as
autoridades tsaristas lidaram cautelosamente com o soviete, e órgãos
semelhantes surgiram em Moscou e em outras cidades. Mas no início de
dezembro, ele foi dispersado por uma operação policial bem-sucedida. A
notícia do ataque contra o Soviete de São Petersburgo ocasionou um levante
armado do Soviete de Moscou, no qual os bolcheviques tinham conquistado
uma influência considerável. Foi reprimido por tropas militares, mas os
operários revidaram e houve muitas vítimas.
A revolução urbana de 1905 estimulou as mais sérias sublevações
camponesas desde a revolta de Pugatchov do final do século XVIII. Porém, as
revoluções urbana e rural não foram simultâneas. Os distúrbios camponeses –
que consistiram em saques e incêndios de casas senhoriais e ataques a
senhores de terras e autoridades – começaram no verão de 1905 e cresceram
até atingir um pico no final do outono; arrefeceram e por fim retornaram em
larga escala em 1906. Mesmo no final de 1905 o regime estava forte o
bastante para começar a usar tropas em uma campanha pela pacificação de
aldeia por aldeia. Em meados de 1906, todas as tropas haviam retornado do
Extremo Oriente, e a disciplina fora restaurada nas forças armadas. No
inverno de 1906-7, boa parte da Rússia rural estava sob lei marcial, e uma
justiça sumária (incluindo mais de mil execuções) era exercida por cortes
marciais de campanha.
A nobreza fundiária da Rússia aprendeu uma lição com os acontecimentos
de 1905-6, a saber, que seus interesses estavam do lado da autocracia (que
podia talvez protegê-la de um campesinato vingativo) e não dos liberais.19
Em termos urbanos, a Revolução de 1905 não produziu uma consciência tão
grande da polarização de classe: mesmo para muitos socialistas, aquele não
era um 1848 russo, que revelasse a natureza traiçoeira do liberalismo e o
antagonismo essencial entre burguesia e proletariado. Os liberais –
representando uma classe média mais de profissionais do que de capitalistas –
ficaram afastados em outubro, mas não aderiram ao regime em seu ataque
violento à revolução dos operários. Sua atitude em face dos movimentos
operários e socialistas permaneceu bem mais benevolente que a dos liberais
da maioria dos países europeus. Os operários, por sua vez, pareciam perceber
os liberais como um aliado mais tímido que traiçoeiro.
O resultado político da Revolução de 1905 foi ambíguo, e em alguns
aspectos, insatisfatório para todos os envolvidos. Nas Leis Fundamentais de
1906 – o mais perto que a Rússia chegou de uma constituição – Nicolau
deixou clara sua crença de que a Rússia ainda era uma autocracia. É verdade
que o autocrata agora consultava um parlamento eleito, e que partidos
políticos foram legalizados. Mas a Duma tinha poderes limitados; ministros
continuavam respondendo unicamente à autocracia; e, depois que as duas
primeiras Dumas se mostraram insubordinadas e foram dissolvidas de modo
arbitrário, introduziu-se um novo sistema eleitoral que, na prática, privava do
direito de voto alguns grupos sociais e aumentava pesadamente a
representação da nobreza fundiária. A principal importância da Duma
repousava, talvez, no fato de proporcionar um fórum público para o debate
político e um campo de treinamento para políticos. As reformas de 1905-7
deram origem a parlamentares do mesmo modo que as reformas legais dos
anos 1860 geraram advogados; e ambos os grupos tinham uma tendência
inerente a desenvolver valores e aspirações que a autocracia não podia
tolerar.
Um aspecto que a Revolução de 1905 não mudou foi o regime político
que atingira a maturidade nos anos 1880. O devido processo legal ainda
estava suspenso (como no caso das cortes marciais de campanha que lidaram
com o campesinato rebelado em 1906-7) para boa parte da população da
época. Claro que havia razões compreensíveis para isso: o fato de que, em
1908, um ano comparativamente tranquilo, 1800 autoridades e funcionários
do governo foram mortos e 2083 ficaram feridos em ataques com motivação
política20 indica o quanto a sociedade permanecia turbulenta, e o quanto o
regime permanecia na defensiva. Mas significava também que em muitos
aspectos as reformas políticas eram somente uma fachada. Sindicatos
profissionais, por exemplo, tinham sido legalizados em princípio, mas
sindicatos específicos eram frequentemente fechados pela polícia. Partidos
políticos eram legais, e mesmo os partidos socialistas revolucionários podiam
concorrer nas eleições à Duma e conquistar algumas cadeiras – no entanto, os
membros de partidos socialistas revolucionários não estavam menos sujeitos
à prisão que no passado, e os líderes partidários (muitos deles de regresso à
Rússia durante a Revolução de 1905) eram obrigados a emigrar novamente
para evitar a prisão e o exílio.
Em uma visão retrospectiva, pode parecer que os revolucionários
marxistas, com 1905 no currículo e 1917 se assomando no horizonte,
deveriam estar se parabenizando pela espetacular estreia revolucionária dos
operários e com o olhar confiante para o futuro. Na verdade, o ânimo estava
completamente diferente. Nem os bolcheviques nem os mencheviques
haviam conquistado mais do que um pequeno espaço de apoio na revolução
operária de 1905: os operários não os tinham propriamente rejeitado, e sim
deixado para trás, e essa era uma constatação muito séria, sobretudo para
Lênin. A revolução tinha chegado, mas o regime revidara e sobrevivera. No
seio da intelligentsia, havia muita conversa sobre abandonar o sonho
revolucionário e as velhas ilusões de perfeição social. Do ponto de vista
revolucionário, não houvera ganho algum em uma fachada de instituições
políticas legais e uma nova raça de políticos liberais presunçosos e
verborrágicos (para resumir a visão de Lênin, que não era muito diferente da
de Nicolau II). Foi também profunda e quase insuportavelmente frustrante,
para os líderes revolucionários, retornar à velha melancolia da vida de
emigrados. Os emigrados nunca foram tão irritadiços e briguentos quanto nos
anos entre 1905 e 1917; de fato, as rixas contínuas e pequenas entre os russos
tornaram-se um dos escândalos da social-democracia europeia, e Lênin era
um dos piores agressores.
Entre as más notícias dos anos pré-guerra figurava a de que o regime daria
início a um grande programa de reforma agrária. As revoltas camponesas de
1905-7 haviam convencido o governo a abandonar sua premissa anterior de
que o mir era a melhor garantia da estabilidade rural. Suas esperanças agora
repousavam na criação de uma classe de pequenos proprietários
independentes – uma aposta nos “moderados e fortes”, como definiu o
presidente do conselho de ministros de Nicolau, Piotr Stolípin. Os
camponeses agora eram incentivados a consolidar suas propriedades e separá-
las do mir, e comissões fundiárias eram instaladas nas províncias para
facilitar o processo. A suposição era de que os pobres venderiam o que
tinham e iriam para as cidades, enquanto os mais prósperos melhorariam e
expandiriam suas propriedades, adquirindo a mentalidade pequeno-burguesa
conservadora do, digamos, agricultor camponês francês. Em 1915, entre um
quarto e metade de todos os camponeses da Rússia mantinham suas terras em
alguma forma de posse individual, embora, dada a complexidade legal e
prática do processo, apenas um décimo tivesse completado o processo e
cercado suas propriedades.21 As reformas de Stolípin eram “progressistas”
em termos marxistas, uma vez que estabeleciam as bases para o
desenvolvimento capitalista da agricultura. Em contraste com o
desenvolvimento do capitalismo urbano, suas implicações de pequeno e
médio alcance para a Revolução Russa foram bastante desanimadoras. O
campesinato tradicional da Rússia era propenso à revolta. Se as reformas de
Stolípin funcionassem (como Lênin, por exemplo, temia que acontecesse), o
proletariado russo perderia um importante aliado revolucionário.
Em 1906, a economia russa foi reforçada por um grande empréstimo (2,4
bilhões de francos) que Witte negociou com um consórcio bancário
internacional; e a indústria, tanto nacional como de propriedade estrangeira,
expandiu-se rapidamente nos anos pré-guerra. Isso significa, é claro, que a
classe operária industrial também se expandiu. Mas a agitação trabalhista
caiu drasticamente por alguns anos depois do esmagamento brutal do
movimento revolucionário dos operários no inverno de 1905-6, recuperando
as forças somente por volta de 1910. Greves em larga escala tornaram-se
cada vez mais comuns nos anos imediatamente anteriores à guerra,
culminando na greve geral de Petrogrado no verão de 1914, séria o bastante
para que alguns observadores duvidassem de que a Rússia fosse aventurar-se
a mobilizar seu exército para a guerra. As demandas dos operários eram
políticas, tanto quanto econômicas; e suas queixas contra o regime incluíam a
responsabilidade deste pelo domínio estrangeiro em muitos setores da
indústria russa, bem como seu uso da coerção contra os próprios operários.
Na Rússia, os mencheviques tinham consciência de perder apoio à medida
que os operários se tornavam mais violentos e beligerantes, e os bolcheviques
tinham consciência de ganhar esse apoio. Mas isso não elevou o ânimo dos
líderes bolcheviques emigrados: por causa das comunicações precárias com a
Rússia, é bem provável que não soubessem tudo o que ocorria, e sua própria
posição na comunidade russa e socialista de emigrados na Europa era cada
vez mais fraca e isolada.22
Quando a guerra eclodiu na Europa em agosto de 1914, com Rússia aliada
à França e à Inglaterra contra Alemanha e Áustria-Hungria, os emigrados
políticos ficaram quase completamente apartados da Rússia, além de suportar
os problemas normais de residentes forasteiros em tempos de guerra. No
movimento socialista europeu como um todo, um grande número de antigos
internacionalistas se tornou patriota da noite para o dia quando a guerra foi
declarada. Os russos estavam menos inclinados que outros ao patriotismo
sem reservas, mas muitos assumiram a postura “defensivista” de apoiar o
esforço de guerra russo na medida em que isso representasse defesa do
território russo. Lênin, porém, pertencia ao grupo menor de “derrotistas” que
repudiavam inteiramente a causa de seu país: era uma guerra imperialista, no
entender de Lênin, e a melhor perspectiva era uma derrota russa que pudesse
talvez provocar uma guerra civil e uma revolução. Esta era uma posição
muito controversa, mesmo para o movimento socialista, e os bolcheviques
passaram a ser vistos com muita frieza. Na Rússia, todos os bolcheviques
conhecidos – incluindo representantes na Duma – ficaram presos durante
toda a guerra.
Como em 1904, a declaração de guerra da Rússia produziu um surto
público de entusiasmo patriótico, um agitar nacionalista de bandeiras, uma
trégua nas disputas internas e sérias tentativas por parte da sociedade
respeitável e de organizações não governamentais de colaborar com o esforço
de guerra do governo. Porém, mais uma vez, o ânimo rapidamente azedou.
Embora o desempenho e o moral do exército russo hoje pareçam aos
estudiosos menos melancólicos que em outros tempos, o exército sofreu
derrotas e perdas esmagadoras (um total de 5 milhões de baixas entre 1914 e
1917), e o exército alemão adentrou fundo nos territórios ocidentais do
império, causando um fluxo caótico de refugiados para a Rússia central.23 As
derrotas suscitaram suspeitas de traição em altos escalões, e um dos alvos
principais foi a esposa de Nicolau, a imperatriz Alexandra, uma princesa
alemã por nascimento. O escândalo pairava sobre o relacionamento de
Alexandra com Raspútin, um personagem suspeito, mas carismático, em
quem ela confiava como verdadeiro homem de Deus capaz de controlar a
hemofilia de seu filho. Quando Nicolau assumiu as responsabilidades de
comandante supremo do exército russo, afastando-se da capital por longos
períodos, Alexandra e Raspútin passaram a exercer uma influência desastrosa
sobre escolhas ministeriais. As relações entre o governo e a Quarta Duma se
deterioraram drasticamente: a disposição na Duma e entre as pessoas
instruídas como um todo foi captada na frase com que o kadet Pável
Miliukov pontuou um discurso sobre as deficiências do governo: “É
estupidez ou traição?”. No final de 1916, Raspútin foi assassinado por jovens
nobres próximos à corte e um deputado direitista da Duma, cuja motivação
era o resgate da honra da Rússia e da autocracia.
As pressões da Primeira Guerra Mundial – e, sem dúvida, as
personalidades de Nicolau e sua esposa, bem como a tragédia familiar da
hemofilia do jovem filho do casal24 – puseram em pungente relevo os traços
anacrônicos da autocracia russa e fizeram Nicolau parecer menos um
sustentáculo da tradução autocrática do que um satirista involuntário dela. As
promoções precipitadas de protegidos incompetentes ao gabinete ministerial,
a presença do curandeiro camponês iletrado na corte, as intrigas da alta
nobreza que levaram ao assassinato de Raspútin e mesmo a narrativa épica da
obstinada resistência de Raspútin à morte por veneno, tiros e afogamento –
tudo isso parecia pertencer a uma época anterior, e um acessório esquisito e
irrelevante às realidades do século XX de trens militares, guerra de trincheira e
mobilizações em massa. A Rússia tinha não somente uma população instruída
capaz de perceber isso, mas contava com instituições como a Duma, os
partidos políticos, os zemstva e o Comitê das Indústrias de Guerra, todos
agentes potenciais de transição do antigo regime para o mundo moderno.
A situação da autocracia era precária às vésperas da Primeira Guerra
Mundial. A sociedade estava profundamente dividida, e a estrutura política e
burocrática era frágil e submetida a uma pressão excessiva. O regime estava
tão vulnerável a todo tipo de solavanco ou revés que é difícil imaginar que
pudesse sobreviver muito tempo, mesmo sem a guerra, embora esteja claro
que a mudança, em outras circunstâncias, talvez viesse de modo menos
violento e com consequências menos radicais do que aconteceu em 1917.
A Primeira Guerra Mundial expôs e ao mesmo tempo aumentou a
vulnerabilidade do antigo regime na Rússia. A população aplaudia vitórias,
mas não tolerava derrotas. Quando estas ocorriam, a sociedade não se unia
em apoio a seu governo (reação relativamente normal, sobretudo quando o
inimigo se torna um invasor do território pátrio; foi essa a reação da
sociedade russa em 1812 e de novo em 1941-2), em vez disso, voltava-se
violentamente contra ele, denunciando sua incompetência e seu atraso em um
tom de desprezo e superioridade moral. Isso sugere que a legitimidade do
regime tinha se tornado muito instável, que sua sobrevivência dependia muito
de façanhas visíveis ou, na falta delas, de pura sorte. O antigo regime tivera
sorte em 1904-6, ocasião em que as derrotas militares o mergulharam na
revolução, porque saíra da guerra de modo até certo ponto rápido e honrado,
e conseguira obter depois da guerra um grande empréstimo da Europa, que
estava em paz. O regime não teve tanta sorte em 1914-7. A guerra se
estendeu demais, exaurindo não somente a Rússia, mas toda a Europa. Pouco
antes do armistício na Europa, o antigo regime russo estava morto.
2. 1917: As Revoluções de Fevereiro e Outubro
(Depois de chegar à capital, Nicolau foi enviado para juntar-se à família nos
arredores de Petrogrado, e dali em diante permaneceu discretamente sob
prisão domiciliar enquanto o Governo Provisório e os Aliados tentavam
decidir o que fazer com ele. Não se chegou a uma solução. Mais tarde, a
família toda foi mandada para a Sibéria e depois para os Urais, ainda sob
prisão domiciliar, mas em condições cada vez mais penosas que Nicolau
suportou com firmeza. Em julho de 1918, depois da eclosão da Guerra Civil,
Nicolau e sua família foram executados por ordem do Soviete Bolchevique
dos Urais.4 Da época de sua abdicação até sua morte, Nicolau se comportou
de fato como um cidadão comum, sem desempenhar nenhum tipo de papel
político ativo.)
Nos dias que se seguiram à abdicação de Nicolau, os políticos de
Petrogrado estavam em um estado de grande agitação e atividade frenética. A
intenção original era livrar-se de Nicolau, mais do que da monarquia. Mas a
abdicação de Nicolau em favor do filho removera a possibilidade de uma
regência durante a menoridade de Aleksei; e o grã-duque Mikhail, sendo um
homem prudente, declinou do convite para suceder o irmão. Na prática,
portanto, a Rússia não era mais uma monarquia. Decidiu-se que a futura
forma de governo do país seria determinada a seu tempo por uma Assembleia
Constituinte, e que enquanto isso um autodesignado “Governo Provisório”
assumiria as responsabilidades do antigo Conselho de Ministros do império.
O príncipe Gueórgui Lvov, líder da União dos Zemstva e liberal moderado,
tornou-se chefe do novo governo. Seu gabinete incluía Pável Miliukov,
historiador e teórico do Partido Kadet, como ministro do Exterior; dois
proeminentes industriais como ministros das Finanças e da Indústria e
Comércio; e o advogado socialista Aleksandr Kiérenski como ministro da
Justiça.
O Governo Provisório não tinha nenhum mandato eleitoral, extraindo sua
autoridade da agora extinta Duma, do consentimento do Alto-Comando
Militar e de acordos informais com organismos públicos como a União dos
Zemstva e o Comitê das Indústrias de Guerra. A velha burocracia tsarista
forneceu sua máquina executiva, mas, como resultado da dissolução anterior
da Duma, ela não dispunha do suporte de nenhum corpo legislativo. Levando
em conta sua fragilidade e falta de legitimidade formal, a apropriação do
poder pelo novo governo parecia notavelmente tranquila. As potências
aliadas reconheceram-no de imediato. Era como se o sentimento monarquista
tivesse desaparecido da noite para o dia na Rússia: em todo o Décimo
Exército, apenas dois oficiais se recusaram a jurar obediência ao Governo
Provisório. Como relembrou mais tarde uma política liberal:
O Governo Provisório não tem nenhum poder real; e suas diretrizes são
implementadas apenas quando permitidas pelo Soviete de Delegados dos
Operários e Soldados, que desfruta de todos os elementos de poder real,
uma vez que as tropas, as estradas de ferro, o correio e o telégrafo estão
todos em suas mãos. Pode-se dizer simplesmente que o Governo
Provisório só existe enquanto for permitido pelo Soviete.6
A esquerda foi quem mais saiu ganhando no caso Kornílov, já que este
fomentou a noção, até então abstrata, de uma ameaça contrarrevolucionária
de direita, mostrou a força da classe operária e, ao mesmo tempo, convenceu
muitos operários de que somente a vigilância armada poderia salvar a
revolução de seus inimigos. Os bolcheviques, com muitos líderes ainda
encarcerados ou na clandestinidade, não desempenhavam nenhum papel
especial na resistência real a Kornílov. Mas a nova inclinação da opinião
popular em direção a eles, já discernível em agosto, aumentou enormemente
depois do golpe abortado de Kornílov; na prática eles viriam a colher
benefícios futuros da criação das unidades de milícia operária ou “Guardas
Vermelhas” que começou em reação à ameaça de Kornílov. A força dos
bolcheviques vinha do fato de serem o único partido não comprometido com
associações à burguesia e ao regime de fevereiro, e o partido identificava-se
mais firmemente com ideias de poder operário e levante armado.
A Revolução de Outubro
De abril a agosto, o slogan bolchevique “Todo poder aos sovietes” tinha sido
essencialmente provocador – um escárnio dirigido aos moderados que
controlavam o Soviete de Petrogrado e não queriam tomar o poder. Contudo
a situação mudou depois do caso Kornílov, quando os moderados perderam o
controle. Os bolcheviques conquistaram a maioria no Soviete de Petrogrado
em 31 de agosto e no Soviete de Moscou em 5 de setembro. Se o II Congresso
Nacional dos Sovietes, programado para outubro, seguisse a tendência
política das capitais, o que isso significaria? Será que os bolcheviques
desejavam uma transferência semilegal de poder aos sovietes, com base em
uma decisão do Congresso de que o Governo Provisório não tinha mais
autoridade para governar? Ou o velho slogan era um chamado à insurreição,
ou uma afirmação de que os bolcheviques (à diferença dos outros) tinham a
coragem de tomar o poder?
Em setembro, Lênin escreveu de seu esconderijo na Finlândia instando o
partido bolchevique a se preparar para uma insurreição armada. O momento
revolucionário havia chegado, dizia ele, e devia ser aproveitado antes que
fosse tarde demais. A demora seria fatal. Os bolcheviques deviam agir antes
da reunião do II Congresso dos Sovietes, antecipando-se a qualquer decisão
que o Congresso viesse a tomar.
A defesa de Lênin por um levante armado imediato era apaixonada, mas
não convenceu de todo seus colegas de liderança. Por que os bolcheviques
deveriam fazer uma aposta desesperada, quando a maré estava fluindo tão
claramente a seu favor? Além disso, o próprio Lênin não retornou para
assumir o comando: teria agido dessa maneira se estivesse falando sério?
Sem dúvida as acusações contra ele no verão o exauriram. Possivelmente, ele
andara meditando sobre isso e sobre a hesitação do Comitê Central durante as
Jornadas de Julho, convencendo-se de que uma chance rara de tomar o poder
fora perdida. Em todo caso, Lênin era temperamental, como todos os grandes
líderes. Esse estado de ânimo podia passar.
A conduta de Lênin naquele momento foi certamente contraditória. Por
um lado, ele insistia em uma insurreição bolchevique. Por outro, permaneceu
algumas semanas na Finlândia, apesar de o Governo Provisório ter libertado
os políticos de esquerda presos em julho, de os bolcheviques agora
controlarem o Soviete e de o período de maior perigo para Lênin ter passado.
Quando ele retornou a Petrogrado, provavelmente no final da primeira
semana de outubro, permaneceu escondido, isolado até mesmo dos
bolcheviques, e comunicou-se com seu Comitê Central por meio de uma série
de cartas raivosas e exortatórias.
Em 10 de outubro, o Comitê Central Bolchevique concordou que um
levante era desejável, em princípio. Porém. estava claro que muitos dos
bolcheviques se inclinavam a usar sua posição no Soviete para conquistar
uma transferência semilegal, não violenta, de poder. De acordo com a
rememoração posterior de um membro do Comitê Bolchevique de
Petrogrado,
Quase nenhum de nós concebia o início como uma tomada pelas armas de
todas as instituições do governo em um momento específico […].
Pensávamos no levante como a simples tomada de poder pelo Soviete de
Petrogrado. O Soviete deixaria de sujeitar-se às ordens do Governo
Provisório, declararia que ele próprio era o poder e eliminaria todos os que
tentassem impedi-lo disso.18
Hoje, isso pode ter ressonâncias sinistras para nós, graças ao 1984 de George
Orwell, mas nos termos da época era um pensamento ousado, revolucionário,
tão empolgante e moderno (e distante da realidade) quanto a arte futurista. A
Guerra Civil foi um tempo de experimentação intelectual e cultural, e uma
atitude iconoclasta diante do passado era obrigatória entre jovens intelectuais
radicais. Máquinas – incluindo a “máquina bem ajustada” da sociedade futura
– fascinavam artistas e intelectuais. Sentimentos, espiritualidade, drama
humano e interesse indevido pela psicologia individual estavam fora de
moda, denunciados frequentemente como “pequeno-burgueses”. Artistas de
vanguarda como o poeta Vladímir Maiakóvski e o diretor de teatro Vsiévolod
Meyerhold viam a arte revolucionária e a política como parte do mesmo
protesto contra o velho mundo burguês. Estavam entre os primeiros membros
da intelligentsia a aceitar a Revolução de Outubro e oferecer seus serviços ao
novo governo soviético, produzindo cartazes de propaganda em estilo cubista
ou futurista, pintando slogans revolucionários nos muros de palácios antigos,
encenando nas ruas representações populares de vitórias revolucionárias,
levando acrobacias ao lado de mensagens políticas relevantes ao teatro
convencional e dedicando monumentos não figurativos a heróis
revolucionários do passado. Se os artistas de vanguarda tivessem imposto sua
visão, a arte burguesa tradicional teria sido liquidada mais depressa que os
partidos políticos burgueses. Os líderes bolcheviques, porém, não estavam
plenamente convencidos de que o futurismo artístico e o bolchevismo eram
aliados naturais inseparáveis, e adotaram uma posição mais cautelosa quanto
aos clássicos.
O éthos da libertação revolucionária era aceito mais sinceramente pelos
bolcheviques (ou ao menos pelos intelectuais bolcheviques) no que dizia
respeito às mulheres e à família. Os bolcheviques apoiavam a emancipação
das mulheres, como a maior parte da intelligentsia radical russa já vinha
fazendo desde os anos 1860. Como Friedrich Engels, que escrevera que na
família moderna o marido é o “burguês” e a esposa, o “proletário”, eles viam
as mulheres como um grupo explorado. Ao final da Guerra Civil, foram
decretadas leis que tornavam o divórcio facilmente acessível, aboliam o
estigma formal dos filhos ilegítimos, permitiam o aborto e determinavam
direitos e salários iguais para homens e mulheres.
Embora apenas os pensadores bolcheviques mais radicais falassem em
destruir a família, havia uma impressão geral de que mulheres e crianças
eram vítimas potenciais de opressão no seio da família, e de que esta tendia a
inculcar valores burgueses. O Partido Bolchevique instaurou departamentos
femininos especiais (jenotdiéli) para organizar e educar mulheres, proteger
seus interesses e ajudá-las a desempenhar um papel independente. Jovens
comunistas tinham suas próprias organizações separadas – o Komsomol para
adolescentes e jovens adultos e o Jovens Pioneiros (criado alguns anos
depois) para o grupo de dez a catorze anos – que incentivavam seus membros
a estarem alerta a tendências burguesas em casa e na escola, e a tentar
reeducar pais e professores que olhassem com nostalgia para os velhos
tempos, antipatizassem com os bolcheviques e a revolução ou se aferrassem a
“superstições religiosas”. Se um slogan expresso durante a Guerra Civil,
“Abaixo a tirania capitalista dos pais!”, parecia um tanto excessivo aos
bolcheviques mais velhos, o espírito da rebeldia juvenil era comumente
valorizado e respeitado pelo partido nos primeiros anos.
A liberação sexual, porém, era uma causa dos jovens comunistas que, ao
contrário, desconcertava a liderança bolchevique. Devido à posição do
partido quanto ao aborto e ao divórcio, presumia-se que os bolcheviques
defendessem o “amor livre”, querendo dizer sexo promíscuo. Lênin
certamente não o defendia: sua geração era contra o moralismo filisteu da
burguesia, mas enfatizava relações de companheirismo entre os sexos e
achava que a promiscuidade mostrava uma natureza frívola. Até mesmo
Aleksandra Kollontai, a líder bolchevique que mais escreveu sobre questões
sexuais e era uma espécie de feminista, acreditava mais no amor que na teoria
do sexo “natural como tomar um copo d’água” que se costuma atribuir a ela.
Mas a concepção do copo d’água era popular entre jovens comunistas,
especialmente entre os homens que tinham aprendido sua ideologia no
Exército Vermelho e encaravam o sexo casual quase como um rito comunista
de passagem. Sua atitude refletia um relaxamento da moral em tempos de
guerra e de pós-guerra mais acentuado na Rússia do que em outros países
europeus. Os comunistas mais velhos tinham que tolerar isso – admitiam que
o sexo era assunto privado e, afinal de contas, eram revolucionários e não
filisteus burgueses – assim como tinham que tolerar os cubistas, os
defensores do esperanto e os nudistas que, como ato de afirmação ideológica,
ocasionalmente subiam nus nos bondes lotados de Moscou. Embora eles
sentissem que essas coisas desgastavam a seriedade da revolução.
Os bolcheviques no poder
O recuo estratégico da NEP, afirmou Lênin, era imposto aos bolcheviques por
circunstâncias econômicas muito graves, e pela necessidade de consolidar as
vitórias que a revolução já conquistara. Seu propósito era restaurar a
economia esfacelada e acalmar os temores da população não proletária. A NEP
significou concessões ao campesinato, à intelligentsia e à pequena burguesia
urbana; o relaxamento dos controles sobre a vida econômica, social e
cultural; e a substituição da coerção pela conciliação no trato dos comunistas
com a sociedade como um todo. Porém, Lênin deixou muito claro que o
relaxamento não deveria se estender à esfera política. No seio do Partido
Comunista, “a mais leve violação da disciplina deve ser punida de modo
severo, duro, impiedoso”:
de outro modo que não fosse com a execução por pelotão de fuzilamento
de um número bem grande dos mais influentes e perigosos dos Cem
Negros* em Chuia e, na medida do possível, não apenas naquela cidade,
mas também em Moscou e em vários outros centros clericais […] quanto
maior o número de representantes do clero reacionário e da burguesia
reacionária conseguirmos executar por esse motivo, melhor. Devemos dar
uma lição a essas pessoas agora mesmo, de modo que elas não ousem
sequer pensar em qualquer resistência por várias décadas.7
Ao mesmo tempo, a questão da disciplina no interior do Partido Comunista
estava sendo reexaminada. Os bolcheviques, evidentemente, sempre
atribuiram uma forte ênfase teórica na disciplina partidária desde o panfleto
de 1902 de Lênin, Que fazer?. Todos os bolcheviques aceitavam o princípio
do centralismo democrático, o que significava que os membros do partido
podiam debater livremente os assuntos antes de se chegar a uma decisão
programática, mas deviam acatar a decisão logo que fosse votada em um
congresso do partido ou no Comitê Central. O princípio do centralismo
democrático em si não determinava as convenções do partido no tocante ao
debate interno – quanto de discussão era aceitável, com que contundência os
líderes partidários podiam ser criticados, se os críticos podiam ou não
organizar “facções” ou grupos de pressão em torno de questões específicas, e
assim por diante.
Antes de 1917, o debate partidário interno significava, para todos os
efeitos práticos, debate no seio da comunidade de intelectuais bolcheviques
emigrados. Por causa da posição dominante de Lênin, os emigrados
bolcheviques eram um grupo mais unificado e homogêneo que seus
correlatos menchevique e SR, que tendiam a se agrupar em vários pequenos
círculos, cada um com seu líder individual e sua identidade política. Lênin
resistia tenazmente a esse tipo de desenvolvimento entre os bolcheviques.
Quando outra personalidade bolchevique poderosa, Aleksandr Bogdánov,
começou a formar um grupo de discípulos que compartilhavam sua
abordagem filosófica e cultural na emigração pós-1905, Lênin obrigou
Bogdánov e seu grupo a deixar o Partido Bolchevique, embora eles não
constituíssem de fato uma facção política ou uma oposição partidária interna.
A situação mudou radicalmente depois da Revolução de Fevereiro, com a
fusão dos contingentes bolcheviques de emigrados e clandestinos em uma
liderança partidária maior e mais diversa, e o enorme crescimento da filiação
partidária total. Em 1917, os bolcheviques estavam mais preocupados em
surfar na onda da revolução popular do que com a disciplina partidária.
Muitos indivíduos e grupos no seio do partido discordavam de Lênin em
questões políticas importantes, tanto antes como depois da Revolução de
Outubro, e a opinião de Lênin nem sempre prevalecia. Alguns grupos se
solidificaram em facções semipermanentes, mesmo depois de suas
plataformas terem sido rejeitadas pela maioria do Comitê Central ou em um
congresso do partido. As facções minoritárias (formadas amplamente por
velhos intelectuais bolcheviques) em geral não deixavam o partido, como
teriam feito antes de 1917. Seu partido estava agora no poder em um Estado
quase unipartidário; e deixá-lo, portanto, significava abandonar por completo
a vida política.
Apesar dessas mudanças, as velhas premissas teóricas de Lênin sobre
disciplina e organização do partido ainda faziam parte da ideologia
bolchevique ao final da Guerra Civil, como ficou claro no modo como os
bolcheviques conduziam a nova organização comunista internacional sediada
em Moscou, o Comintern. Em 1920, quando o II Congresso do Comintern
discutiu os pré-requisitos para admissão no órgão, os líderes bolcheviques
insistiram em impor condições claramente baseadas no modelo do Partido
Bolchevique pré-1917 na Rússia, muito embora isso significasse excluir o
amplo e popular Partido Socialista Italiano (que desejava se filiar ao
Comintern sem antes expurgar-se de seus grupos de direita e de centro) e
enfraquecer o Comintern como concorrente da renascida Internacional
Socialista na Europa. As “21 Condições” para admissão adotadas pelo
Comintern exigiam, na prática, que os partidos membros deviam ser minorias
de extrema esquerda, recrutando apenas revolucionários muito engajados e,
de preferência, formados por uma cisão (comparável à cisão entre
bolcheviques e mencheviques em 1903) na qual a esquerda partidária tivesse
comprovadamente se separado do centro “reformista” e da direita. Unidade,
disciplina, intransigência e profissionalismo revolucionário eram as
qualidades essenciais de qualquer partido comunista atuando num ambiente
hostil.
As mesmas regras, é claro, não se aplicavam necessariamente aos próprios
bolcheviques, uma vez que eles já haviam tomado o poder. Podiam alegar
que um partido governante num Estado unipartidário precisava, em primeiro
lugar, tornar-se um partido de massas e, em segundo lugar, acomodar e até
mesmo institucionalizar a diversidade de opiniões. Era isso, de fato, que
vinha ocorrendo no Partido Bolchevique desde 1917. Facções haviam se
formado no seio da liderança quanto a questões específicas e (numa violação
do princípio do centralismo democrático) tendiam a permanecer existindo
mesmo depois de derrotadas na votação final. Em 1920, as facções que
participavam do debate em andamento sobre o status dos sindicatos tinham se
convertido em grupos bem organizados que não apenas ofereciam
plataformas políticas concorrentes, mas também tramavam apoio nos comitês
partidários locais durante as discussões e eleições de delegados que
precederam o X Congresso do Partido. O Partido Bolchevique, em outras
palavras, estava desenvolvendo sua própria versão da política
“parlamentarista”, e as facções desempenhavam o papel de partidos políticos
em um sistema pluripartidário.
Do ponto de vista de historiadores ocidentais posteriores – e decerto de
qualquer observador externo com valores liberal-democráticos –, obviamente
tratava-se de uma evolução admirável e uma mudança para melhor. Mas os
bolcheviques não eram democratas liberais; e havia uma inquietação
considerável nas fileiras bolcheviques com a percepção de que o partido
estava ficando fragmentado, perdendo sua unidade resoluta e seu senso de
direção anteriores. Lênin certamente não aprovava o novo estilo de política
partidária. Em primeiro lugar, o debate sobre os sindicatos – bem periférico
em relação aos problemas urgentes e imediatos que os bolcheviques
enfrentavam em consequência da Guerra Civil – estava consumindo enorme
quantidade de tempo e energia dos líderes. Em segundo, as facções estavam
implicitamente desafiando a liderança pessoal de Lênin no partido. Uma
facção no debate dos sindicatos era liderada por Trótski, o homem mais forte
do partido depois de Lênin apesar de sua admissão relativamente recente
como membro. Outra facção, a “Oposição Operária”, liderada por Aleksandr
Chliápnikov, ostentava uma relação especial com os operários membros do
partido potencialmente danosa ao velho núcleo da liderança de intelectuais
emigrados encabeçada por Lênin.
Lênin, por conta disso, pôs-se a exterminar as facções e a fragmentação no
seio do Partido Bolchevique. Para isso, usou táticas não apenas faccionárias,
mas inequivocadamente conspiratórias. Tanto Mólotov como Anastás
Mikoian, um jovem armênio membro do grupo de Lênin, descreveram mais
tarde o prazer e a obstinação com que ele deu início à operação no X
Congresso do Partido, no começo de 1921, realizando reuniões secretas com
seus apoiadores, fragmentando as grandes delegações provinciais ligadas a
facções de oposição e elaborando listas de oposicionistas a serem derrotados
nas eleições para o Comitê Central. Lênin queria convocar “um velho
camarada comunista da época da clandestinidade que tem tipografia e
impressora manual” para imprimir panfletos e realizar uma distribuição
secreta – sugestão à qual Stálin se opôs, com o argumento de que poderia ser
interpretada como divisionismo.8 (Essa não foi a única vez, nos primeiros
anos soviéticos, que Lênin retomou hábitos conspiratórios do passado. Em
um momento sombrio da Guerra Civil, conforme relembrou Mólotov, Lênin
convocou os líderes e lhes disse que a queda do regime soviético era
iminente. Documentos de identidade falsos e endereços secretos tinham sido
preparados para eles: “O partido passará para a clandestinidade”.)9
Lênin derrotou a facção de Trótski e a Oposição Operária no X Congresso,
assegurando uma maioria leninista no novo Comitê Central e substituindo
dois membros trotskistas do Secretariado do Comitê Central por um leninista,
Mólotov. Mas isso não foi tudo, de maneira alguma. Num gesto que espantou
os líderes de facções, o grupo de Lênin apresentou, e o X Congresso do
Partido aprovou, uma resolução “Sobre a unidade do partido”, que
determinava a dissolução das facções existentes e proibia toda atividade
faccionária no interior do partido.
Lênin descrevia a proibição de facções como temporária. Isso pode muito
bem ter sido sincero, porém é mais provável que ele estivesse simplesmente
concedendo a si mesmo margem para voltar atrás caso a proibição se
revelasse inaceitável à opinião partidária. Não foi esse o caso: o partido como
um todo parecia bem preparado para sacrificar as facções em prol da unidade,
provavelmente porque as facções não tinham fincado raízes profundas nas
bases partidárias e eram vistas por muitos como uma prerrogativa de
intelectuais encrenqueiros.
A resolução “Sobre a unidade do partido” continha uma cláusula secreta
que permitia ao partido expulsar faccionalistas persistentes e ao Comitê
Central afastar qualquer de seus membros eleitos que fossem julgados
culpados de atividade faccionária. Havia fortes reservas quanto a essa
cláusula no Politburo, e ela não foi invocada formalmente durante a vida de
Lênin. No outono de 1921, porém, foi empreendido por iniciativa de Lênin
um expurgo em larga escala do partido. Isso significou que, para manter sua
filiação ao partido, cada comunista tinha que se apresentar diante de uma
comissão de expurgo, justificar suas credenciais revolucionárias e, se
necessário, defender-se de críticas. Os principais propósitos alegados para o
expurgo partidário de 1921 eram extirpar “carreiristas” e “inimigos de
classe”; eles não foram dirigidos formalmente contra apoiadores das facções
derrotadas. Não obstante, Lênin enfatizou que “todos os membros do Partido
Comunista Russo que sejam, ainda que no mínimo grau, suspeitos ou não
confiáveis […] devem ser afastados” (isto é, expulsos do partido); e,
conforme comenta T. H. Rigby, é difícil acreditar que nenhum oposicionista
estivesse entre os quase 25% dos membros do partido julgados então
indignos.10
Embora nenhum oposicionista proeminente tenha sido expulso do partido
no expurgo, nem todos os membros das facções de oposição de 1920-1
escaparam de punição. O Secretariado do Comitê Central, agora encabeçado
apenas por homens de Lênin, tinha a atribuição de nomear e distribuir as
funções ao pessoal do partido; e começou a enviar vários membros da
Oposição Operária a missões que os mantinham longe de Moscou, excluindo-
os assim de uma participação ativa no comando político. A prática de usar
tais “métodos administrativos” para reforçar a unidade no comando foi mais
tarde muito desenvolvida por Stálin, quando este se tornou secretário-geral do
partido (isto é, chefe do Secretariado do Comitê Central) em 1922; e os
estudiosos têm frequentemente considerado isso o verdadeiro réquiem para a
democracia interna no Partido Comunista Soviético. Foi uma prática
originada com Lênin e retirada dos conflitos no XX Congresso do Partido,
quando Lênin ainda era o estrategista-mor e Stálin e Mólotov, seus fiéis
sequazes.
O problema da burocracia
Essas novas tarefas [de industrialização] não são apenas tarefas do tipo
que considerávamos em termos abstratos há dez, quinze ou mesmo vinte
anos, quando afirmávamos ser impossível construir o socialismo sem
estabelecer uma via para a industrialização do país. Agora não estamos
colocando a questão em um plano teórico geral, mas como um objetivo
definido, concreto, de toda nossa atividade econômica atual.23
* Pale, ou Zona de Assentamento Judeu, foi uma região do império russo à qual os judeus
estavam circunscritos. Localizada na Rússia Ocidental, vigorou entre 1791 e 1917, e
incluía partes do que hoje são a Lituânia, a Belarus, a Polônia, a Moldávia e a Ucrânia. (N.
T.)
[ «« ]
5. A revolução de Stálin
Agora, com essa prova em mãos, concluía Stálin, o regime soviético seria
capaz de lhe dar intensa divulgação no país e no exterior, “e assim paralisar e
deter todas as tentativas de intervenção por um ano ou dois, o que é de
absoluta importância para nós”.6
Quer Stálin e outros líderes acreditassem ou não, e de que maneira, em
complôs antissoviéticos e ameaças militares imediatas, o fato é que essas
ideias se disseminaram amplamente na União Soviética. Não apenas graças
aos esforços de propaganda do regime, mas também porque essas noções,
reforçando preconceitos e temores já existentes, pareciam verossímeis a
vastos segmentos da população soviética. A partir do final dos anos 1920,
conspirações internas e externas eram regularmente invocadas para explicar
problemas econômicos como carestia de alimentos e panes na indústria, nos
transportes e na energia. O perigo de guerra incrustou-se da mesma forma na
mentalidade soviética daquele período, com recorrentes ondas de pânico de
guerra ocupando repetidamente a atenção do Politburo e do público leitor de
jornais até a eclosão verdadeira da guerra em 1941.
Stálin contra a direita
não tínhamos pátria alguma, nem poderíamos ter. Mas agora que
destronamos o capitalismo e o poder está em nossas mãos, nas mãos do
povo, temos uma pátria, e devemos defender sua independência. Vocês
querem que nossa pátria socialista seja derrotada e perca sua
independência? Se não querem isso, devem dar um fim a esse atraso no
prazo mais curto possível e desenvolver um ritmo bolchevique genuíno na
construção de sua economia socialista.
Retardar o ritmo significaria ficar para trás. E os que ficam para trás são
derrotados. Mas não queremos ser derrotados. Não, nós nos recusamos a
ser derrotados! Um traço da história da velha Rússia foram as contínuas
derrotas que ela sofreu por causa de seu atraso. Ela foi derrotada pelos cãs
mongóis. Foi derrotada pelos beis turcos. Foi derrotada pelos soberanos
feudais suecos. Foi derrotada pela pequena nobreza polonesa e lituana. Foi
derrotada pelos capitalistas britânicos e franceses. Foi derrotada pelos
barões japoneses. Todos a derrotavam – por causa de seu atraso, do
seu atraso militar, seu atraso cultural, seu atraso político, seu atraso
industrial, seu atraso agrícola […]. Estamos 150 anos atrasados em
relação aos países desenvolvidos. Precisamos superar essa distância em
dez anos. Ou fazemos isso ou sucumbimos.12
Com a adoção do Primeiro Plano Quinquenal em 1929, a industrialização
tornou-se a prioridade máxima do regime soviético. A agência estatal que
comandava o esforço de industrialização, o Comissariado da Indústria Pesada
(sucessor do Conselho Econômico Supremo), foi dirigida entre 1930 e 1937
por Sergó Ordjonikidze, um dos membros mais poderosos e dinâmicos da
liderança stalinista. O Primeiro Plano Quinquenal centrava o foco em ferro e
aço, impulsionando as metalúrgicas estabelecidas na Ucrânia à produção
máxima e construindo a partir do zero novos complexos enormes, como
Magnitogorsk, nos Urais meridionais. Fábricas de tratores também tinham
alta prioridade, não apenas por sua necessidade imediata na agricultura
coletivizada (tornada mais urgente pela matança de animais de tração pelos
camponeses durante o processo de coletivização), mas também porque elas
poderiam ser facilmente convertidas para a produção de tanques no futuro. A
produção de máquinas industriais foi logo expandida de modo a libertar o
país da dependência de maquinário importado do exterior. A indústria têxtil
definhava, apesar de o Estado ter investido pesadamente em seu
desenvolvimento durante a NEP e de ela contar com uma força de trabalho
numerosa e tarimbada. Como teria comentado Stálin, o Exército Vermelho
não combateria com couro e tecidos, mas com metal.13
A prioridade da metalurgia estava inextricavelmente vinculada a
considerações de segurança e defesa nacional, mas no que diz respeito a
Stálin, parecia ter um significado além disso. Stálin, afinal de contas, era o
revolucionário bolchevique que criou seu codinome partidário a partir da
palavra russa para aço (stal); e no início dos anos 1930 o culto à produção de
aço e ferro-gusa excedia até o emergente culto a Stálin. Tudo era sacrificado
pelo metal no Primeiro Plano Quinquenal. Na verdade, o investimento em
carvão, energia elétrica e ferrovias era tão insuficiente que crises de
fornecimento de energia e combustível e panes nos transportes ameaçavam
com frequência paralisar as fábricas metalúrgicas. Na visão de Gleb
Krjijanóvski, o veterano bolchevique que comandou a Comissão de
Planejamento Estatal até 1930, Stálin e Mólotov estavam tão obcecados pela
produção de metal que tendiam a esquecer que as fábricas dependiam de
remessas por via ferroviária de matérias-primas e de um abastecimento
seguro de combustível, água e eletricidade.
No entanto, a organização de abastecimento e distribuição foi
possivelmente a tarefa mais formidável assumida pelo Estado durante o
Primeiro Plano Quinquenal. A exemplo do que tinha feito (sem êxito e de
modo temporário) sob o comunismo de guerra uma década antes, o Estado
tomou para si o controle quase total da economia, da distribuição e do
comércio urbanos; desta vez, a posse seria permanente. A restrição à
manufatura e ao comércio privados começara nos últimos anos da NEP, e o
processo se acelerou com uma investida contra os Nepmen – combinando
difamação na imprensa, perseguição legal e financeira e prisões de
empreendedores privados por “especulação” – em 1928-9. No início dos anos
1930, até mesmo artesãos e pequenos lojistas tinham sido alijados dos
negócios ou obrigados a entrar em cooperativas supervisionadas pelo Estado.
Com a simultânea coletivização de uma parte substancial da agricultura
camponesa, a antiga economia mista da NEP estava desaparecendo depressa.
Para os bolcheviques, o princípio do planejamento centralizado e do
controle estatal da economia tinha grande significado, e a introdução do
Primeiro Plano Quinquenal em 1929 era um marco na estrada para o
socialismo. Certamente, foi naqueles anos que se estabeleceram os alicerces
institucionais da economia planificada soviética, embora tenha sido um
período de transição e experimentação no qual o componente “planejamento”
do crescimento econômico nem sempre possa ser tomado muito ao pé da
letra. O Primeiro Plano Quinquenal tinha uma relação muito mais tênue com
o funcionamento real da economia do que planos quinquenais posteriores: na
verdade, era um híbrido de genuíno planejamento econômico e exortação
política. Um dos paradoxos da época era que no auge do plano, nos anos
1929-31, as agências de planejamento estatal foram expurgadas tão
impiedosamente de direitistas, ex-mencheviques e economistas burgueses
que mal conseguiam funcionar.
Tanto antes como depois de sua introdução em 1929, o Primeiro Plano
Quinquenal sofreu muitas versões e revisões, com grupos concorrentes de
planejadores respondendo em diferentes graus à pressão dos políticos.14 A
versão básica adotada em 1929 não conseguiu preparar de antemão a
coletivização em massa da agricultura, subestimou amplamente a necessidade
industrial de mão de obra e lidou de modo muito confuso com questões como
produção e comércio artesanais, campo em que o regime permanecia
ambíguo ou desarticulado. O plano estabeleceu metas de produção – embora
em áreas cruciais como a metalurgia essas metas fossem repetidamente
elevadas depois que o plano entrou em operação – mas deu apenas a mais
vaga indicação sobre de onde deveriam provir os recursos para o aumento da
produção. Nem as sucessivas versões do plano nem o balanço final das suas
realizações tinham muita relação com a realidade. Mesmo o título do plano
terminou se revelando inexato, uma vez que se decidiu completar (ou
concluir) o Primeiro Plano Quinquenal em seu quarto ano.
A indústria era exortada a ultrapassar as metas do plano, em vez de
simplesmente alcançá-las. Esse plano, em outras palavras, não estava
concebido para alocar recursos ou equilibrar demandas, mas para empurrar a
economia para a frente de modo estabanado. A fábrica de tratores de
Stalingrado, por exemplo, podia cumprir melhor o plano produzindo mais
tratores que o planejado, mesmo que isso provocasse uma desordem total nos
cronogramas das fábricas que forneciam metal, componentes elétricos e
pneus para Stalingrado. As prioridades de abastecimento não eram
determinadas pelo que estava escrito no plano, mas por uma série de decisões
circunstanciais do Comissariado da Indústria Pesada, do Conselho de
Trabalho e Defesa do governo e mesmo do Politburo. Uma competição feroz
envolvia a lista oficial de empreendimentos e projetos de construção com
prioridade máxima (udárnie), pois a inclusão significava que os fornecedores
deviam ignorar todos os contratos e obrigações anteriores até que as
encomendas de prioridade máxima fossem supridas.
As prioridades máximas mudavam o tempo todo em resposta a crises, a
desastres iminentes ou à emergência de novas metas em algum dos setores-
chave da indústria. “Panes no front industrial”, exigindo que novas reservas
de homens e materiais fossem mobilizadas às pressas, conferiam um
elemento de drama à cobertura pela imprensa soviética, e certamente à vida
cotidiana dos industriais soviéticos. O administrador soviético de sucesso
durante o Primeiro Plano Quinquenal era menos um funcionário obediente do
que um empreendedor bom de manobras, sempre pronto a improvisar e a
agarrar qualquer oportunidade para ultrapassar seus concorrentes. Os fins –
alcançar e ultrapassar as metas do plano – eram mais importantes que os
meios; e houve casos em que fábricas desesperadas por suprimentos
emboscaram trens de carga e se apossaram de seu conteúdo, sem sofrer
consequências mais graves, somente uma indignada repreensão por parte das
autoridades encarregadas dos transportes.
No entanto, a despeito da ênfase no aumento imediato da produção
industrial, o verdadeiro propósito do Primeiro Plano Quinquenal era a
construção. Os gigantescos projetos novos de construção – Automóveis Níjni
Nóvgorod (Górki), Tratores Stalingado e Khárkov, Metalúrgicas Kuznetsk e
Magnitogorsk, Siderúrgica Dniéper (Zaporójie) e muitos outros –
consumiram enormes recursos durante o Primeiro Plano Quinquenal, mas só
passaram a funcionar com plena capacidade depois de 1932, sob o Segundo
Plano Quinquenal (1933-7). Eram investimentos para o futuro. Devido à
magnitude desse investimento, decisões tomadas durante o Primeiro Plano
Quinquenal quanto à localização dos novos complexos industriais
gigantescos estavam na prática redesenhando o mapa econômico da União
Soviética.
Já em 1925, durante o conflito de Stálin com a oposição zinovievista, a
questão do investimento desempenhara certo papel na política interna
partidária, na medida em que defensores de Stálin tinham se empenhado para
que líderes partidários regionais compreendessem os benefícios dos planos de
industrialização para suas respectivas regiões. Mas foi nos últimos anos da
década de 1920, com a iminência das decisões finais do Primeiro Plano
Quinquenal, que os olhos dos bolcheviques se abriram para toda uma nova
dimensão da política: a competição regional por alocação de recursos. Na XVI
Conferência do Partido, em 1929, oradores tinham dificuldade de manter o
foco na luta ideológica com a direita por conta de sua intensa preocupação
com questões mais práticas: como observou com sarcasmo um velho
bolchevique, “Cada discurso termina com […] ‘Dê-nos uma fábrica nos
Urais, e que se danem os direitistas! Dê-nos uma usina elétrica, e que se
danem os direitistas!’”.15
As organizações partidárias na Ucrânia e nos Urais estavam em disputa
acirrada pela distribuição de verbas de investimento para complexos de
mineração e metalurgia e fábricas de máquinas; e sua rivalidade – que
envolvia políticos nacionais de primeiro plano como Lázar Kaganóvitch, ex-
secretário do partido na Ucrânia, e Nikolai Chvérnik, que comandara a
organização partidária nos Urais antes de assumir o comando nacional dos
sindicatos – continuaria ao longo dos anos 1930. Rivalidades intensas
também surgiram quanto à localização de fábricas específicas agendadas para
construção durante o Primeiro Plano Quinquenal. Meia dúzia de cidades
russas e ucranianas fizeram ofertas para sediar a fábrica de tratores que
acabou construída em Khárkov. Uma batalha semelhante, provavelmente a
primeira de seu gênero, causou estragos a partir de 1926 em torno da
localização da Fábrica de Máquinas dos Urais (Uralmach): Sverdlovsk,
vitoriosa, começou a construção usando fundos locais sem autorização
central de modo a forçar uma decisão de Moscou a seu favor.16
A forte competição regional (por exemplo, entre a Ucrânia e os Urais)
com frequência resultava numa vitória dupla – a autorização para duas
fábricas separadas, uma em cada região, embora a intenção original dos
planejadores fosse a construção de uma única fábrica. Esse foi um fator
subjacente às metas desmedidas e aos custos sempre crescentes
característicos do Primeiro Plano Quinquenal. Mas não foi o único fator, pois
os políticos e planejadores centrais de Moscou estavam claramente tomados
pelo “gigantismo”, pela obsessão com a grandeza. A União Soviética deveria
construir e produzir mais que qualquer outro país. Suas fábricas tinham que
ser as mais novas e maiores do mundo. Era preciso não apenas alcançar o
Ocidente em termos de desenvolvimento econômico, mas ultrapassá-lo.
A tecnologia moderna, como Stálin não cansava de enfatizar, era essencial
para o processo de alcançar e ultrapassar. As novas fábricas de automóveis e
tratores eram construídas para a produção em linha de montagem, contra as
recomendações de muitos especialistas, porque o famoso capitalista Ford
precisava ser derrotado em seu próprio jogo. Na prática, as novas esteiras
transportadoras às vezes ficaram ociosas durante o Primeiro Plano
Quinquenal, enquanto os operários montavam penosamente um único trator
seguindo métodos tradicionais no chão da fábrica. Mas mesmo uma esteira
ociosa tinha uma função. Em termos concretos, ela fazia parte do
investimento do Primeiro Plano Quinquenal para a produção futura. Em
termos simbólicos, fotografada pela imprensa soviética e admirada por
visitantes oficiais e estrangeiros, transmitia a mensagem de Stálin para o povo
soviético e o mundo: a Rússia atrasada logo se tornaria a “América
soviética”; seu grande salto no desenvolvimento econômico estava a
caminho.
Coletivização
Nas palavras de Crane Brinton, a revolução é como uma febre que se apossa
do paciente, atinge o clímax e finalmente cede, deixando-o retomar sua vida
normal – “talvez sob alguns aspectos fortalecido pela experiência, imunizado
ao menos por um tempo contra um ataque semelhante, mas com certeza
jamais transformado inteiramente em um novo homem”.1 Para usar a
metáfora de Brinton, a Revolução Russa atravessou vários surtos de febre. As
revoluções de 1917 e a Guerra Civil constituíram o primeiro surto, a
“Revolução de Stálin” do Primeiro Plano Quinquenal foi o segundo e os
Grandes Expurgos foram o terceiro. Nesse esquema, o interlúdio da NEP foi
um tempo de convalescença seguido por uma recaída ou, como alguns
poderiam argumentar, uma nova injeção do vírus no infeliz paciente. Um
segundo período de convalescença começou em meados dos anos 1930, com
as políticas de estabilização que Trótski chamou de “Termidor soviético” e
Timasheff, de “o grande recuo”.2 Depois de outra recaída durante os Grandes
Expurgos de 1937-8, a febre parecia curada e o paciente ergueu-se trêmulo de
seu leito a fim de retomar a vida normal.
Mas o paciente era de fato o mesmo homem de antes dos surtos de febre
revolucionária? Será que sua vida anterior estava à espera de ser retomada? É
certo que a “convalescença” da NEP significou em muitos aspectos uma
retomada do tipo de vida interrompida pela eclosão da guerra em 1914, pelas
insurreições revolucionárias de 1917 e pela Guerra Civil. Mas a
“convalescença” da década de 1930 tinha um caráter diferente, pois àquela
altura muitos dos laços com a vida anterior estavam rompidos. Era menos
uma questão de retomar a vida anterior do que começar uma vida nova.
As estruturas da vida cotidiana na Rússia tinham sido modificadas pelas
revoluções do Primeiro Plano Quinquenal de uma maneira nada parecida com
a da experiência revolucionária anterior, de 1917-20. Em 1924, durante o
interlúdio da NEP, um moscovita que voltasse depois de dez anos de ausência
podia apanhar a lista telefônica de sua cidade (imediatamente reconhecível,
pois seu velho design e formato praticamente não foram alterados desde os
anos pré-guerra) e ter uma boa chance de encontrar o registro de seu velho
médico, do advogado ou até mesmo do corretor de valores, do confeiteiro
(ainda com uma discreta propaganda do melhor chocolate importado), da
taverna local e do padre da paróquia, bem como das firmas que, em outros
tempos, consertaram seus relógios e forneceram material de construção ou
caixas registradoras. Dez anos mais tarde, em meados dos anos 1930, quase
todos esses registros teriam desaparecido, e o viajante que voltasse ficaria
ainda mais desorientado por causa dos novos nomes de muitas ruas e praças
de Moscou, além da destruição de igrejas e outros pontos de referência até
então familiares. Mais alguns anos e a própria lista telefônica da cidade teria
desaparecido, para ser publicada de novo somente meio século depois.
Pelo fato de as revoluções envolverem uma concentração anormal de
energia humana, idealismo e fúria, é da natureza das coisas que sua
intensidade se afrouxe em algum momento. Mas como dar um fim a uma
revolução sem rejeitá-la? É um problema traiçoeiro para os revolucionários
que permanecem no poder tempo suficiente para ver o ímpeto revolucionário
esmorecer. O revolucionário de longa data dificilmente pode seguir a
metáfora de Brinton e anunciar que agora está curado da febre revolucionária.
Contudo, Stálin estava totalmente à altura desse desafio. Seu modo de
encerrar a Revolução foi declarando vitória.
A retórica da vitória impregnava o ar na primeira metade dos anos 1930.
Um novo jornal intitulado Nossas Realizações, fundado pelo escritor Maksim
Górki, sintetizava esse espírito. As batalhas da industrialização e da
coletivização foram vencidas, alardeavam os propagandistas soviéticos. Os
inimigos de classe foram liquidados. O desemprego desaparecera. O ensino
fundamental se tornara universal e compulsório, e (alegava-se) o índice de
adultos alfabetizados na União Soviética subira para 90%.3 Com seu Plano, a
União Soviética dera um passo gigantesco rumo ao domínio humano do
mundo: os homens já não eram mais as vítimas indefesas de forças
econômicas sobre as quais não tinham controle algum. Um “novo homem
soviético” estava emergindo no processo de construção do socialismo. Até
mesmo o ambiente físico estava sendo transformado, à medida que fábricas
se erguiam na estepe vazia e os cientistas e engenheiros soviéticos se
empenhavam na “conquista da natureza”.
Dizer que a Revolução havia triunfado era dizer implicitamente que a
Revolução havia terminado. Era tempo de colher os frutos da vitória, se fosse
possível encontrar algum, ou pelo menos de descansar dos extenuantes
esforços da revolução. Em meados da década de 1930, Stálin dizia que a vida
tinha se tornado mais descontraída, e prometia “um feriado em nossa rua”. As
virtudes da ordem, da moderação, da previsibilidade e da estabilidade
voltaram a cair nas graças oficiais. Na esfera econômica, o Segundo Plano
Quinquenal (1933-7) era mais sóbrio e realista que seu antecessor
desvairadamente ambicioso, embora a ênfase na construção de uma base
industrial pesada seguisse inalterada. No campo, o regime realizava acenos
conciliatórios para os camponeses no contexto da coletivização, tentando pôr
o kolkhoz em funcionamento. Um comentador não marxista, Nicholas
Timasheff, descrevia com aprovação o que estava acontecendo como um
“grande recuo” em termos de valores e métodos revolucionários. Trótski, em
desaprovação, classificava aquilo como “Termidor soviético”, uma traição da
revolução.
Neste capítulo final, examinarei três aspectos da transição da revolução
para a pós-revolução. A primeira seção trata da natureza da vitória
revolucionária proclamada pelo regime nos anos 1930 (“Revolução
concluída”). A segunda seção examina as políticas e tendências termidorianas
do mesmo período (“Revolução traída”). E o assunto da última seção, “O
Terror”, são os Grandes Expurgos de 1937-8. Este lança uma nova luz sobre
o “retorno à normalidade” da segunda seção, lembrando-nos que a
normalidade pode ser tão enganosa quanto a vitória. Da mesma maneira
como havia falsidade na declaração de vitória revolucionária pelo regime,
existia também uma grande dose de impostura e fingimento em suas
afirmações de que a vida estava voltando ao normal, por mais que a
população desejasse aceitá-las. Não era fácil encerrar uma revolução. O vírus
revolucionário permanece no sistema, sujeito a aflorar de novo em condições
de pressão. Isso aconteceu com os Grandes Expurgos, um surto final de febre
revolucionária que incinerou muito do que restava da Revolução – idealismo,
fervor transformador, o léxico revolucionário e, por fim, os próprios
revolucionários.
“Revolução concluída”
Este livro já tem uma longa história. O primeiro esboço foi escrito no verão
de 1979, quando eu era pesquisadora visitante na Research School of Social
Sciences da Australian National University. Quero expressar minha gratidão
ao amigo Harry (T. H.) Rigby, que providenciou meu convite para a ANU e
depois fez comentários úteis sobre o manuscrito; a R. W. Davies, que fez
uma correção importante; e a Jerry Hough, uma fonte de estímulo intelectual
e incentivo ao longo do processo de escrita do original. A segunda e a terceira
edições, em 1993 e 2008 respectivamente, foram preparadas quando eu
estava na Universidade de Chicago, e meus alunos de pós-graduação e
participantes das oficinas de Estudos Russos e Europa Moderna foram uma
grande fonte de estímulo. É um prazer observar que alguns alunos de pós-
graduação na época da segunda e da terceira edições produziram desde então
importantes trabalhos acadêmicos, que estão citados na terceira e na quarta
edições. Meu marido, Michael Danos, leu o manuscrito revisado para a
segunda edição, mas faleceu antes da revisão da terceira; sua presença em
tudo o que escrevo é permanente. Esta quarta edição foi preparada na
Austrália, com um novo grupo de colegas colaboradores na Universidade de
Sydney. As muitas conferências internacionais organizadas para o centenário
da Revolução Russa propiciaram a ocasião para uma reavaliação do
significado no longo prazo do acontecimento.
Notas
Introdução
1. Até nomear a Revolução ficou complicado. A expressão “Revolução Russa” nunca foi
usada na Rússia. No uso soviético, que muitos russos agora tentam evitar, era “a Revolução
de Outubro”, ou simplesmente “Outubro”. O termo pós-soviético preferido parece ser “a
Revolução Bolchevique”.
[ «« ]
3. Crane Brinton, The Anatomy of Revolution. Ed. revista. Nova York: 1965. [Ed. bras.:
Anatomia das revoluções. Rio de Janeiro, 1958.] Na Revolução Francesa, o 9 de termidor
(27 de julho de 1794) foi a data do calendário revolucionário em que Robespierre caiu. A
palavra “Termidor” é usada como referência tanto do fim do terror revolucionário como do
fim da fase heroica da Revolução.
[ «« ]
4. Ver pp. 242-3.
[ «« ]
5. Meu modo de pensar o terror de Estado tem uma dívida considerável com o artigo de
Colin Lucas “Revolutionary Violence, the People and the Terror”. In: K. Baker (Org.), The
French Revolution and the Creation of Modern Political Culture. Oxford: 1994. v. 4: The
Terror.
[ «« ]
8. Adam B. Ulam, “The Historical Role of Marxism”. In: The New Face of Soviet
Totalitarianism. Cambridge, MA: 1963, p. 35. [Ed. bras.: A nova face do totalitarismo
soviético. Trad. de Evaristo M. Costa. Rio de Janeiro: Record, 1964.]
[ «« ]
9. Sobre esse assunto, ver Igal Halfin, Terror in My Soul: Communist Autobiographies on
Trial. Cambridge, MA, 2003.
[ «« ]
10. “Os Grandes Expurgos” é uma expressão ocidental, não soviética. Por muitos anos, não
houve um meio aceitável de se referir publicamente ao episódio em russo porque,
oficialmente, ele não havia ocorrido; em conversas privadas, era geralmente mencionado de
modo oblíquo como “1937”. A confusão de nomenclatura entre “expurgos” e “Os Grandes
Expurgos” vem do uso soviético de um eufemismo: quando o Terror foi encerrado com
quase repúdio no XVIII Congresso do Partido, em 1939, o que se repudiou expressamente
foram os “expurgos em massa” (mássovie tchístki), embora nenhum expurgo partidário em
sentido estrito tivesse ocorrido desde 1936. O eufemismo foi usado brevemente em russo,
mas logo desapareceu, ao passo que em inglês e outras línguas ocidentais ele se consagrou
de modo permanente.
[ «« ]
11. The Great Terror é o título da obra clássica de Robert Conquest sobre o assunto.
[ «« ]
1. O cenário
1. Frank Lorimer, The Population of the Soviet Union. Genebra: 1946, pp. 10, 12.
[ «« ]
5. Sobre a rebeldia camponesa e a revolução operária, ver Leopold Haimson, “The Problem
of Social Stability in Urban Russia, 1905- 1917”. Slavic Review, v. 23, n. 4, pp. 633-7,
1964.
[ «« ]
6. Ver Edith W. Clowes; Samuel D. Kassow; James L. West (Orgs.), Between Tsar and
People. Educated Society and the Quest for Public Identity in Late Imperial Russia.
Princeton, NJ: 1991.
[ «« ]
8. Ver Marc Raeff, Origins of the Russian Intelligentsia. The Eighteenth-Century Nobility.
Nova York: 1966.
[ «« ]
10. Ver o debate em Richard Pipes, Russia under the Old Regime. Nova York: 1974, cap.
10.
[ «« ]
11. Sobre a antevisão dos populistas quanto a esse assunto, ver Gerschenkron, Economic
Backwardness, op. cit., pp. 167-73.
[ «« ]
12. Para uma opinião negativa, ver Richard Pipes, Social Democracy and the St Petersburg
Labor Movement, 1885-1897. Cambridge, MA: 1963; para uma mais positiva, ver Allan K.
Wildman, The Making of a Workers’ Revolution. Russian Social Democracy, 1891-1903.
Chicago: 1967.
[ «« ]
13. Extraído de Sidney Harcave, First Blood: The Russian Revolution of 1905. Nova York:
1964, p. 23.
[ «« ]
14. Para uma análise da filiação de bolcheviques e mencheviques até 1907, ver David
Lane, The Roots of Russian Communism. Assen: Holanda, 1969, pp. 22-3, 26.
[ «« ]
15. Para uma discussão lúcida da cisão, ver Jerry F. Hough e Merle Fainsod, How the
Soviet Union is Governed. Cambridge: MA, 1979, pp. 21-6.
[ «« ]
16. Citação extraída de Trótski, “Our Political Tasks” (1904). In: Isaac Deutscher, The
Prophet Armed. Londres: 1970, pp. 91-2. [Ed. bras.: Trotsky: O profeta armado. Trad. de
Valtensir Dutra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.]
[ «« ]
18. Sobre a Revolução de 1905, ver Abraham Ascher, The Revolution of 1905. Stanford,
CA: 1988 e 1992. 2 v.
[ «« ]
19. Ver Roberta Thompson Manning, “Zemstvo and Revolution: The Onset of the Gentry
Reaction, 1905-1907”. In: Leopold Haimson (Org.), The Politics of Rural Russia, 1905-
1914. Bloomington, IN: 1979.
[ «« ]
20. Mary Schaeffer Conroy, Petr Arkad’evich Stolypin: Practical Politics in Late Tsarist
Russia. Boulder, CO: 1976, 98.
[ «« ]
21. Judith Pallot, Land Reform in Russia, 1906-1917: Peasant Responses to Stolypin’s
Project of Rural Transformation. Oxford: 1999, p. 8.
[ «« ]
22. Para uma vigorosa representação ficcional do que significou o isolamento em termos
psicológicos, ver Aleksandr Soljenítsin, Lenin in Zurich. Nova York: 1976.
[ «« ]
23. Ver Peter Gatrell, A Whole Empire Walking. Refugees in Russia during World War I.
Bloomington, IN: 1999. Para número de baixas, ver Peter Gratell, Russia’s First Word War:
A Social and Economic History. Harlow: 2005, p. 246; e para uma revisão da atuação do
exército na guerra, ver David. R. Stone, The Russian Army in the Great War: The Eastern
Front, 1914-1917. Lawrence, KS: 2015.
[ «« ]
3. George Katkov, Russia, 1917: The February Revolution. Londres: 1967, p. 444.
[ «« ]
4. Para um relato documental dos últimos dias de Nicolau, ver Mark D. Steinberg e
Vladimir M. Khrustalëv, The Fall of the Romanovs. New Haven; Londres: 1995, pp. 277-
366. [Ed. bras.: A queda dos Romanov. Trad. de Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1996.]
[ «« ]
6. Citação extraída de Allan K. Wildman, The End of the Russian Imperial Army.
Princeton, NJ: 1980, p. 260.
[ «« ]
8. Para um relato incisivo sobre o desenrolar da situação nas províncias, ver Donald J.
Raleigh, Revolution on the Volga. Ithaca e Londres: 1986.
[ «« ]
10. V. I. Lenin, Collected Works. Moscou: 1964, pp. 21-6. v. XXIV. O crítico citado por
Lênin era Goldenberg.
[ «« ]
11. Para uma análise cuidadosa dos dados de filiação relativos a 1917, ver T. H. Rigby,
Communist Party Membership in the USSR, 1917-1967. Princeton, NJ: 1968, cap. 1.
[ «« ]
12. Wildman, The End of the Russian Imperial Army. Além de seu tema central, o exército
no período de fevereiro a abril de 1917, esse livro fornece uma das melhores análises
disponíveis sobre a transferência de poder de fevereiro.
[ «« ]
13. Marc Ferro, The Russian Revolution of February 1917. Trad. de J. L. Richards.
Londres: 1972, pp. 112-21. [Ed. bras.: A Revolução Russa de 1917. Trad. de Maria P. V.
Resende. São Paulo: Perspectiva, 1974.]
[ «« ]
14. Para uma série de reações populares, ver os documentos em Mark D. Steinberg, Voices
of Revolution, 1917. New Haven; Londres: 2001.
[ «« ]
16. Citação extraída de A. Rabinowitch, The Bolsheviks Come to Power. Nova York: 1976,
p. 115.
[ «« ]
17. Entrevista de jornal com o general Alekseiev (Rech’, 13 set. 1917, p. 3). In: Robert Paul
Browder; Alexander F. Kerensky (Orgs.), The Russian Provisional Government 1917:
Documents. Stanford: 1961. v. III. p. 1622.
[ «« ]
18. Citação extraída de Robert V. Daniels, Red October. Nova York: 1967, p. 82.
[ «« ]
20. Leon Trotsky, The History of the Russian Revolution. Trad. de Max Eastman. Ann
Arbor, MI: 1960. v. III. caps. 4-6. [Ed. bras.: A História da Revolução Russa. Trad. de E.
Huggins. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. 3 v.]
[ «« ]
21. Ver, por exemplo, Roy A. Medvedev, Let History Judge: The Origins and
Consequences of Stalinism. 1 ed. Nova York: 1976, pp. 381-4.
[ «« ]
22. A análise a seguir se baseia em O. Radkey, Russia Goes to the Polls: The Election to
the All-Russian Constituent Assembly 1917. Ithaca: NY, 1989.
[ «« ]
3. A Guerra Civil
1. Para relatos dos desdobramentos da revolução nas províncias, ver Peter Holquist,
Making War, Forging Revolution: Russia’s Continuum of Crisis, 1913-1921. Cambridge;
Londres: 2002 (sobre a região do Don) e Donald J. Raleigh, Experiencing Russia’s Civil
War: Politics, Society, and Revolutionary Culture in Saratov, 1917-1922. Princeton, NJ:
2002.
[ «« ]
2. Terry Martin, The Affirmative Action Empire. Ithaca: 2001, pp. 8, 10.
[ «« ]
3. Para uma discussão sobre essas questões, ver Ronald G. Suny, “Nationalism and Class in
the Russian Revolution: A Comparative Discussion”. In: E. Frankel; J. Frankel; B. Knei-
Paz (Orgs.), Russia in Revolution: Reassessments of 1917. Cambridge: 1992.
[ «« ]
5. T. H. Rigby, Communist Party Membership in the USSR, 1917-1967. Princeton, NJ: 1968,
p. 242; Vsesoyuznaya partiinaya perepis’ 1927 goda. Osnovnye itogi perepisi. Moscou:
1927, p. 52.
[ «« ]
6. Robert C. Tucker, “Stalinism as Revolution from Above”. In: Tucker, Stalinism, pp. 91-
2.
[ «« ]
10. Para uma amostra das declarações de Lênin sobre o terror, ver W. Bruce Lincoln, Red
Victory. A History of the Russian Civil War. Nova York: 1989, pp. 134-9; para as opiniões
de Trótski, ver seu Terrorism and Communism: A Reply to Comrade Kautsky (1920). [Ed.
bras.: Terrorismo e comunismo: O Anti-Kautsky. Trad. de Lívio Xavier. Rio de Janeiro:
Saga, 1969.]
[ «« ]
11. Sobre as atitudes dos camponeses, ver Orlando Figes, Peasant Russia, Civil War: The
Volga Countryside in Revolution, 1917-1921. Oxford: 1989.
[ «« ]
12. Sobre a economia, ver Silvana Malle, The Economic Organization of War Communism,
1918-1921. Cambridge: 1985.
[ «« ]
13. Ver Alec Nove, An Economic History of the USSR. Londres: 1969, cap. 3.
[ «« ]
14. Sobre políticas comerciais, ver Julie Hessler, A Social History of Soviet Trade.
Princeton: NJ, 2004, cap. 2.
[ «« ]
15. Sobre o confisco de comida, ver Lars T. Lih, Bread and Authority in Russia 1914-1921.
Berkeley: 1990.
[ «« ]
16. Para uma defesa da ideia de que não houve uma “segunda revolução”, ver T. Shanin,
The Awkward Class: Political Sociology of Peasantry in a Developing Society: Russia
1910-1925. Oxford: 1972, pp. 145-61.
[ «« ]
18. Sobre a continuidade entre o período das reformas de Stolípin e os anos 1920,
especialmente mediante a presença no campo de especialistas trabalhando em fusões de
terras, ver George L. Yaney, “Agricultural Administration in Russia from the Stolypin
Land Reform to Forced Collectivization: An Interpretive Study”. In: James R. Millar
(Org.), The Soviet Rural Community. Urbana, IL: 1971, pp. 3-35.
[ «« ]
19. Ver Richard Stites, Revolutionary Dreams: Utopian Vision and Experimental Life in
the Russian Revolution (Oxford: 1989) e William G. Rosenberg (Org,), Bolshevik Visions:
First Phase of the Cultural Revolution in Soviet Russia. 2. ed. Ann Arbor, MI: 1990.
[ «« ]
22. T. H. Rigby, Lenin’s Government. Sovnarkom, 1917-1922. Cambridge: 1979. Para uma
abordagem recente baseada em arquivos do período de Lênin no poder, ver Robert Service,
Lenin: A Biography. Londres: 2000, caps. 15-25. [Ed. bras.: Lênin, a biografia definitiva.
Trad. de Eduardo Francisco Alves. Rio de Janeiro: Difel, 2006.]
[ «« ]
23. Sto sorok besed s Molotovym. Iz dnevnikov F. I. Chueva. Moscou: 1991, p. 184.
Tradução minha. A versão inglesa em Molotov Remembers, tradução de Albert Resis
(Chicago: 1993, p. 107), é imprecisa.
[ «« ]
26. Ver Sheila Fitzpatrick, Education and Mobility in the Soviet Union, 1921-
-1934. Cambridge: 1979, cap. 1.
[ «« ]
27. Sobre os judeus e a Revolução, ver Yuri Slezkine, The Jewish Century. Princeton, NJ:
2004, espec. pp. 173-80 e 220-6.
[ «« ]
4. A NEP e o futuro da Revolução
3. Oliver H. Radkey, The Unknown Civil War in Soviet Russia. Stanford, CA: 1976, p. 263.
[ «« ]
4. Ver Paul A. Avrich, Kronstadt, 1921. Princeton, NJ: 1970; e Israel Getzler, Kronstadt,
1917-1921. Cambridge: 1983.
[ «« ]
5. Sobre a NEP, ver Lewis H. Siegelbaum, Soviet State and Society between Revolutions,
1918-1929. Cambridge: 1992.
[ «« ]
6. Lenin, “Political Report of the Central Committee to the Eleventh Party Congress” (mar.
1922). In: V. I. Lenin, Collected Works. Moscou, 1966. v. XXXIII, p. 282.
[ «« ]
7. Richard Pipes (Org.), The Unknown Lenin. Trad. de Catherine A. Fitzpatrick. New
Haven: 1996, pp. 152-4.
[ «« ]
10. Rigby, Communist Party Membership, pp. 96-100, 98. Para uma vigorosa
reconstituição do expurgo de 1921 em âmbito local, ver F. Gladkov, Cement. Trad. de A. S.
Arthur e C. Ashleigh. Nova York: 1989, cap. 16. [Ed. bras.: Cimento. Trad. anônima. São
Paulo: Unitas, 1933. (Coleção Aurora)].
[ «« ]
12. “Better Fewer, But Better” (2 mar. 1923). In: Lenin, Collected Works. v. XX
-XIII. p. 488.
[ «« ]
16. Ver Robert V. Daniels, The Conscience of the Revolution. Cambridge, MA: 1960, pp.
225-30.
[ «« ]
17. A expressão é de Daniels. Para uma discussão clara e concisa, ver Hough e Fainsod,
How the Soviet Union is Governed, pp. 124-33, 144.
[ «« ]
18. Sobre a formação do grupo de Stálin no curso das lutas de facções dos anos 1920, ver
Sheila Fitzpatrick, On Stalin’s Team: The Years of Living Dangerously in Soviet Politics.
Princeton: 2015, cap. 1.
[ «« ]
19. Esse é o tema que unifica o estudo de Daniels da Oposição Comunista dos anos 1920,
The Conscience of the Revolution – ainda que, como seu título indica, Daniels veja os
apelos por democracia partidária interna como uma expressão de idealismo revolucionário,
mais do que função inerente da oposição.
[ «« ]
20. Ver Moshe Lewin, Lenin’s Last Struggle. Nova York: 1968. Para uma interpretação
alternativa, ver Service, Lenin, caps. 26-8.
[ «« ]
21. Sobre o surgimento do culto a Lênin, ver Nina Tumarkin, Lenin Lives!. Cambridge:
1983.
[ «« ]
22. Lenin, “Our Revolution (A Propos of the Notes of N. Sukhanov)”, em suas Collected
Works. v. XXXIII. p. 480.
[ «« ]
24. J. V. Stalin, “October, Lenin and the Prospects of Our Development”, em suas Works.
Moscou: 1954. v. VII. p. 258.
[ «« ]
25. Para acompanhar essas discussões, ver E. H. Carr, Socialism in One Country. v. II. pp.
36-51.
[ «« ]
26. Para um exame detalhado do debate, ver A. Erlich, The Soviet Industrialization Debate,
1924-1926. Cambridge, MA: 1960.
[ «« ]
27. Ver Stephen F. Cohen, “Bolshevism and Stalinism”. In: Tucker (Org.), Stalinism, e
Bukharin and the Bolshevik Revolution. Nova York, 1973; e Moshe Lewin, Political
Undercurrents in Soviet Economic Debates: From Bukharin to the Modern Reformers.
Princeton, NJ: 1974.
[ «« ]
28. Sobre os debates partidários acerca do Termidor, ver Deutscher, The Prophet Unarmed.
Londres, 1970, pp. 312-32 [Ed. bras.: O profeta desarmado. Trad. de Valtensir Dutra. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968], e Michal Reiman, The Birth of Stalinism. Trad. de
George Saunders. Bloomington, IN: 1987. pp. 22-3.
[ «« ]
29. Sobre as preocupações quanto à insatisfação dos jovens, ver Anne E. Gorsuch, Youth in
Revolutionary Russia. Bloomington, IN: 2000, pp. 168-81.
[ «« ]
5. A revolução de Stálin
1. Ver, por exemplo, Adam B. Ulam, Stalin. Nova York: 1973, cap. 8.
[ «« ]
2. Com a Lei dos Suspeitos (17 set. 1793), a Convenção Jacobina ordenou a prisão
imediata de todos que pudessem ser considerados uma ameaça à revolução em virtude de
seus atos, relações, escritos ou conduta geral. Sobre a admiração de Stálin pelo terror
revolucionário francês, ver Dmitri Volkogonov, Stálin. Triumph and Tragedy. Trad. de
Harold Shukman. Londres: 1991, p. 279. [Ed. bras.: Stálin: Triunfo e tragédia. Trad. de
Joubert de Oliveira Brízida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004. 2 v.]
[ «« ]
5. Ver Sheila Fitzpatrick, “Stalin and the Making of a New Elite”. In: ______, The Cultural
Front, pp. 153-4, 162-5.
[ «« ]
10. Ver Cohen, Bukharin and the Bolshevik Revolution, pp. 322-3. [Ed. bras.: Bukharin:
Uma biografia política. Trad. de Maria Inês Rolim. São Paulo: Paz e Terra, 1990.]
[ «« ]
11. Esse comentário foi feito pelo secretário do partido nos Urais, Ivan Kabakov, em
reação a um discurso “direitista” tardio que Ríkov fez em Sverdlovsk no verão de 1930. X
Ural’skaya konferentsiya Vsesoyuznoi Kommunisticheskoi Partii (bol’shevikov).
Sverdlovsk: 1930, Bull. pp. 6, 14.
[ «« ]
15. David Ryazanov. In: XVI konferentsiya VKP(b), aprel’ 1929 g. Stenograficheskii
otchet. Moscou: 1962, p. 214.
[ «« ]
17. Alec Nove, An Economic History of the USSR. Londres: 1969. p. 150.
[ «« ]
18. Citação extraída de R. W. Davies, The Socialist Offensive. Cambridge, MA: 1980, p.
148.
[ «« ]
20. Dados citados em Nove, Economic History of the USSR, pp. 197 e 238. Sobre “os 25
mil”, ver Lynne Viola, The Best Sons of the Fatherland. Nova York: 1987.
[ «« ]
22. Para uma discussão dos dados estatísticos, ver R. W. Davies e Stephen Wheatcroft, The
Years of Hunger: Soviet Agriculture, 1931-33. Basingstoke; Nova York: 2004, pp. 412-5.
[ «« ]
24. Ver Sheila Fitzpatrick, “The Great Departure: Rural-Urban Migration in the Soviet
Union, 1929-1933”. In: William R. Rosenberg; Lewis H. Siegelbaum (Orgs.), Social
Dimensions of Soviet Industrialization. Bloomington, IN: 1993, pp. 21-2.
[ «« ]
25. A discussão a seguir foi extraída de Sheila Fitzpatrick (Org.), Cultural Revolution in
Russia, 1928-1931. Bloomington, IN: 1978.
[ «« ]
26. A discussão que se segue foi extraída de Fitzpatrick, “Stalin and the Making of a New
Elite”. In: ______., The Cultural Front, e ______., Education and Social Mobility, pp. 184-
205. Vale notar que políticas semelhantes foram implementadas em favor de
nacionalidades “atrasadas”, como os uzbeques e basquires: sobre esse tema, ver Martin,
Affirmative Action Empire, esp. cap. 4.
[ «« ]
27. Sobre a mudança de situação dos operários durante o Primeiro Plano Quinquenal, ver
Hiroaki Kuromiya, Stalin’s Industrial Revolution. Cambridge: 1988. Sobre os
desdobramentos subsequentes, ver Donald Filtzer, Soviet Workers and Stalinist
Industrialization. Nova York: 1986.
[ «« ]
28. Izmeneniia sotsial’noi struktury sovetskogo obshchestva 1921-seredina 30-kh godov.
Moscou: 1979, p. 194; Sotsialisticheskoe stroitel’stvo SSSR. Statisticheskii ezhegodnik.
Moscou: 1934, pp. 356-7.
[ «« ]
29. Sobre esse processo, ver Fitzpatrick, On Stalin’s Team, pp. 91-5. Cabe observar que
nos anos 1930 o termo “vojd” (líder) não era reservado apenas a Stálin: seus parceiros no
Politburo também eram chamados de “vojdi” pela imprensa.
[ «« ]
30. Sobre o isolamento soviético, ver Jerry F. Hough, Russia and the West: Gorbachev and
the Politics of Reform. 2 ed. Nova York: 1990, pp. 44-66.
[ «« ]
6. Encerrando a Revolução
1. Crane Brinton, The Anatomy of Revolution. Ed. Rev. Nova York: 1965, p. 17. [Ed. bras.:
Anatomia das revoluções. Trad. de José Veiga. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1958.]
[ «« ]
2. L. Trotsky, The Revolution Betrayed. Londres: 1937); Nicholas S. Timasheff, The Great
Retreat: The Growth and Decline of Communism in Russia. Nova York: 1946. [Ed. bras.: A
Revolução traída. Trad. de Olinto Bekerman. São Paulo: Global, 1980.]
[ «« ]
4. Sobre a Turksib, ver Matthew J. Payne, Stalin’s Railroad: Turksib and the Building of
Socialism. Pittsburgh: 2001); sobre a Dniéprostroi, ver Anne Rassweiler, The Generation of
Power: the History of Dneprostroi. Oxford, 1988.
[ «« ]
5. Alec Nove, An Economic History of the USSR (nova edição). Londres: 1992, pp. 195-6.
[ «« ]
6. Holland Hunter, “The Overambitious First Soviet Five-Year Plan”, Slavic Review, v. 32,
n. 2, pp. 237-57, 1973. Para uma leitura mais positiva, ver Robert C. Allen, Farm and
Factory: A Reinterpretation of the Soviet Industrial Revolution. Princeton, NJ: 2003.
[ «« ]
7. Ver James R. Millar, “What’s Wrong with the ‘Standard Story’?”, de James Millar e
Alec Nove, “A Debate on Collectivization”, Problems of Communism, pp. 53-5, jul.-ago.
1976.
[ «« ]
8. Para uma discussão mais detalhada do verdadeiro kolkhoz dos anos 1930, ver Fitzpatrick,
Stalin’s Peasants, caps. 4-5.
[ «« ]
9. J. Stálin, Stalin on the New Soviet Constitution. Nova York: 1936. Para o texto da
Constituição, aprovado pelo VIII Congresso Extraordinário dos Sovietes da União Soviética
em 5 dez. 1936, ver Constitution: Fundamental Law of the Union of Soviet Socialist
Republics. Moscou: 1938.
[ «« ]
10. Para uma tese de que a intenção genuína do regime de democratizar as eleições
soviéticas foi frustrada pelas tensões sociais associadas aos Grandes Expurgos, ver J. Arch
Getty, “State and Society under Stalin: Constitutions and Elections in the 1930s”, Slavic
Review, v. 50, n. 1, primavera de 1991.
[ «« ]
11. Citado em N. L. Rogalina, Kollektivizatsiya: uroki proidennogo puti. Moscou: 1989, p.
198.
[ «« ]
12. Ver Fitzpatrick, Tear off the Masks!, pp. 40-3, 46-9. Vale observar que, embora as
velhas formas de discriminação estivessem desaparecendo, havia novas. Os kolkhózniki não
desfrutavam de direitos iguais aos de outros cidadãos, sem falar dos kulaki deportados e
outros exilados administrativos.
[ «« ]
13. Ver Fitzpatrick, “Stalin and the Making of a New Elite”. In: Fitzpatrick, The Cultural
Front, pp. 177-8.
[ «« ]
14. Diários e memórias de pessoas que eram jovens nos anos 1930 mostram pouco ou
nenhum reconhecimento de um “grande recuo”: ver, por exemplo, Jochen Hellbeck,
Revolution on My Mind. Cambridge, MA: 2006.
[ «« ]
15. Lewis H. Siegelbaum, Stakhanovism and the Politics of Productivity in the USSR,
1935-1941. Cambridge: 1988.
[ «« ]
16. Fitzpatrick, Education and Social Mobility, pp. 212-33; Timasheff, The Great Retreat,
pp. 211-25.
[ «« ]
17. Ver David Brandenberger, National Bolshevism: Stalinist Mass Culture and the
Formation of Modern Russian National Identity, 1931-1936. Cambridge, MA: 2002, pp. 43-
62.
[ «« ]
18. Sobre o debate do aborto, ver Sheila Fitzpatrick, Everyday Stalinism. Nova York: 1999,
pp. 152-6.
[ «« ]
19. Wendy Z. Goldman, Women at the Gates: Gender and Industry in Stalin’s Russia.
Cambridge, MA: 2002, p. 1.
[ «« ]
20. Sobre o movimento das esposas, ver Fitzpatrick, Everyday Stalinism, pp. 156-63.
Observe-se que as velhas mensagens de emancipação, incluindo a resistência à opressão
dos maridos, ainda eram defendidas com relação a mulheres “atrasadas” (camponesas,
minorias nacionais), e o trabalho feminino permanecia um valor importante, ainda que
certas mulheres da elite pudessem preferir a ação voluntária.
[ «« ]
21. Ver Sarah Davies, Popular Opinion in Stalin’s Russia. Cambridge: 1997, pp. 138-44.
[ «« ]
24. Milovan Djilas, The New Class: An Analysis of the Communist System. Londres: 1966.
[Ed. bras.: A nova classe. Trad. de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Agir, 1958.]; Robert C.
Tucker, Stalin in Power. Nova York: 1990, pp. 319-24.
[ «« ]
25. Para um desenvolvimento desse ponto, ver Sheila Fitzpatrick, “Becoming Cultured:
Socialist Realism and the Representation of Privilege and Taste”. In: Fitzpatrick, The
Cultural Front, pp. 216-37.
[ «« ]
26. Ver “New Conditions-New Tasks in Economic Construction” (23 jun. 1931). In: Stalin,
Works. v. XIII. pp. 53-82.
[ «« ]
27. Thomas Carlyle, The French Revolution. Londres: 1906. v. ii. p. 362. [Ed. bras.:
História da Revolução Francesa. Trad. de Antonio Ruas. São Paulo: Melhoramentos, s/d.]
[ «« ]
28. J. Arch Getty; Oleg V. Naumov, The Road to Terror: Stalin and the Self-Destruction of
the Bolsheviks, 1932-1939. New Haven: 1999, pp. 250-5.
[ «« ]
29. Esses julgamentos são descritos vividamente em Robert Conquest, The Great Terror:
Stalin’s Purge of the Thirties. Londres: 1968, atualizado como The Great Terror: A
Reassessment. Nova York: 1990.
[ «« ]
31. Para material da plenária, ver Getty e Naumov, Road to Terror, pp. 369-411.
[ «« ]
32. Khrushchev Remembers. Trad. e org. de Strobe Talbott. Boston: 1970, p. 572; Graeme
Gill, The Origins of the Stalinist Political System. Cambridge: 1990, p. 278. [Ed. bras.:
Memórias. Rio de Janeiro: Artenova, 1971.]
[ «« ]
33. Resolução do Politburo de 2 jul. 1937, “On Anti-Soviet Elements”, assinada por Stálin,
e ordem operacional de 30 jul. assinada por Iejov (chefe da NKVD). In: Getty e Naumov,
Road to Terror, pp. 470-1.
[ «« ]
34. Números extraídos de Oleg V. Khlevnyuk, The History of the Gulag: From
Collectivization to the Great Terror. New Haven: 2004, pp. 305, 308, e 310-2. Observe-se
que esses números se referem somente a campos de trabalho: não incluem colônias penais,
prisões e exílio administrativo.
[ «« ]
36. Sobre denúncias, ver Fitzpatrick, Stalin’s Peasants, cap. 9, e idem, Tear off the Masks!,
caps. 11 e 12.
[ «« ]
38. Sobre o declínio e queda de Iejov, ver Marc Jansen e Nikita Petrov, Stalin’s Loyal
Executioner: People’s Commissar Nikolai Ezhov, 1895-1940. Stanford: 2002, pp. 139-93,
207-8.
[ «« ]
39. J. Stálin, Report on the Work of the Central Committee to the Eighteenth Congress of
the C.P.S.U./B./ Moscou: 1939, pp. 47-8.
[ «« ]
A
ABC do comunismo (Bukhárin & Preobrajénski)
Abdicação
Aborto
legalizado
aburguesamento
abusos
Academia Comunista
aço
acumulação de capital
acusações histéricas
administração
de alimentos
atitude inicial dos bolcheviques quanto à
adolescentes
advertências oficiais
advogados
socialistas
agências de estatística
agências de inteligência
agitadores
agitadores políticos
agricultura
base para o desenvolvimento capitalista da
capitalista, voltada para o mercado
capacidade do Estado de explorar a
de subsistência
em larga escala
ver também coletivização; fazendas estatais
agricultura em larga escala
alarmistas, rumores
Aleksei Petróvitch, tsarévitch
Alekseiev, gen. Mikhail
Alemanha
ascensão de Hitler ao poder
comunistas
conquistas perdidas no Leste
guerra contra a Rússia
levante contra o tratado de paz assinado com a
social-democracia
trem lacrado oferecido a Lênin
ver também Brest-Litovsk; Primeira Guerra Mundial; Segunda Guerra
Mundial
Alemanha nazista
Alexandra, imperatriz da Rússia
Alexandre II, imperador da Rússia
assassinato de
alfabetização
alienação
alistamento militar
Almá-Atá
alocação de recursos
Alto-Comando do Exército
desmoralizado e confuso
resistência à pressão Aliada para tomar iniciativa
ameaças militares
América, ver Estados Unidos
“amor livre”
analfabetismo
anarcossindicalismo
anarquia/anarquismo
animais:
coletivizados
de tração
matança de
anos pré-revolucionários
antagonismo de classe
desaparecimento do
antibolcheviques, forças
antiespecialistas, campanha
anti-imperialismo
antirreligiosas, campanhas
apartamentos
“aparelhos”
condomínios especiais
aproveitadores
ARCOS (missão comercial soviética)
Arkhánguelsk
artesãos
artistas de vanguarda
ascensão social
canal para
assassinato
Assembleia Constituinte
dissolvida sem cerimônia pelos bolcheviques
eleições para
atividade bancária
atividades conspiratórias
atividade empresarial
ver também Nepmen
atraso
agrícola
camponês
cultural
guerra contra o
industrial
meta de tirar a Rússia do
militar
político
revolução como meio de escapar do
atrocidades
Aurora (encouraçado)
Áustria
Áustria-Hungria
autarquia econômica
autocensura
autocracia
adversários de mentalidade modernizadora da
apoio à
colapso da
derrubada da
impulso dos liberais de classe média contra a
luta contra a
menos tolerável quando percebida como incompetente e ineficiente
organização conspiratória de pequena escala para combater a
situação precária às vésperas da Primeira Guerra Mundial
tomada pelo pânico e confusão
traços anacrônicos da
“Vontade do Povo” contra a
autodeterminação:
endossada cautelosamente por Lênin
limites à
autoidentificações
Automóveis Níjni Nóvgorod (Górki)
autoridades
abusos de poder das
ataques contra
caídas em desgraça
incentivando camponeses a se organizar voluntariamente em coletivos
denunciadas e presas
do antigo regime e do Governo Provisório
herdadas
marcas visíveis de status de elite
modestos
não incentivadas a “seguir o manual e as leis”
números de operários que se tornaram
rurais
surradas, apedrejadas ou baleadas
autoridades locais
autoritarismo
ligação entre a Guerra Civil e
repressivo
soviético e stalinista, origens do
auxílio-desemprego
auxílio-saúde
Azerbaijão
B
bailes de máscaras
Baku
Bálcãs
Báltico
Banco Estatal
bandeiras nacionalistas agitadas
Bandidos
bandos de jovens
batedores de carteira
bebedeira e saques
beis turcos
beligerância
da juventude
nova política de “classe contra classe”
biesprizórnie
Bloco Progressista
bloqueios de rua
bodes expiatórios
Bogdánov, Aleksandr
bolcheviques
abordagem do campesinato durante a NEP
ala direita dos
ala esquerda
apoio natural aos sovietes operários na Ucrânia
associados com confronto armado e violência
aumento da filiação partidária
bombardeados por denúncias patrióticas na imprensa
cisão (em 1903) entre mencheviques e
classe operária e
comportamento e diretrizes depois da Revolução de Outubro
conscientes de conquistar o apoio dos operários
construindo a economia socialista
denunciam a política de coalizão e compromisso
desprezo por Mussolini e pelos fascistas italianos
ditadura estabelecida
eclosão de apoio aos
emigrados
facções no seio
figuras lendárias na mitologia dos
forte ênfase teórica na disciplina partidária
frieza
governo de partido único como resultado de acidente histórico
história pré-revolucionária
identidade definida pelas ideias e pela personalidade de Lênin
impositivos na obtenção de apoio do campesinato
influência em comitês de fábrica
inimigos da revolução definidos em termos de classe
instintos igualitários em relação aos salários
intermitentemente igualitários, libertários e utópicos
Jornadas de Julho, desastre para as
justificação ideológica dos
Lênin instando o partido a preparar-se para a insurreição armada
líderes judeus dos
líderes presos ou escondidos
meta de abolir a propriedade privada
metas econômicas e sociais revolucionárias dos
mudança da capital para Moscou pelos
Nicolau II e família executados por ordens do Soviete dos Urais
organização centralizada e estrita disciplina partidária dos
poder aos
presos
primeira experiência de governo
prisões pela polícia no início da guerra
processos dos Grandes Expurgos dos
rompendo um tabu anterior no partido
saída final da clandestinidade
sinais de adesão a uma coalizão frouxa no Soviete de Petrogrado
sucesso (1917) devido ao apoio de operários, soldados e marinheiros
suposições dos
tendência da opinião popular em direção aos
todos contra a “burocracia”
uso aberto do terror
Velhos
ver também Guerra Civil; Revolução de Outubro; Revolução de Fevereiro;
bonapartismo
Brejnev, Leonid I.
brigadas
Brinton, Crane
brumário (18 de)
Bukhárin, Nikolai
afastado de posições no Comintern e no conselho editorial do Pravda
caracterização de Stalin como “Gêngis Khan”
desmerecimento de teorias associadas com
último grande adversário de Stálin no comando
burguesia
alunos de colégio
bolcheviques como único partido sem compromisso com a
capitalista
deferência à
derrubada da
desprezo de ativistas com trabalho burocrático pela
desvantagem com relação a
expropriada
Governo Provisório
hipocrisia dissimulada da
hostilidade à
influência da velha família
inimigos de classe
liberal
luta contra a hegemonia cultural da
moralismo filisteu da
nacionalista
presa
proletariado e
protesto contra a
reacionária
relações mais estreitas dos mencheviques com a
revolução industrial
subordinação de instituições culturais ao controle do partido
ver também pequena burguesia
burocracia
bolsões de apoio a Trótski na
classe emergente
como palavra pejorativa
conflito com
especialistas técnicos
estrutura frágil e submetida a tensão excessiva
expurgo intensivo da
herdada
melhor e mais eficiente
problema da
profissionalização crescente da
sindicato
C
caça às bruxas
campanha de banquetes
campesinato
advertido para não tomar as terras por conta própria
agricultura capitalista de pequena escala
alarme e temor dos proprietários de terras em relação ao
alienado
alistado
amotinado
“arrochar o”
atitude de Stálin em relação ao
bolcheviques e
caso de amor unilateral do partido com o
classe operária e
classe operária industrial reabsorvida no
coerção do
comando partidário dividido quanto à política em relação ao
concessões ao
confronto com o
diferenciação de classe no seio do
empurrado para fora das aldeias
esclarecedores do
esmorecimento do
estrutura patriarcal da família do
homens alistados nas forças armadas
hostilidade entre o regime e o
idealização por parte da intelligentsia
imperativo político de vencer o
industrializadores sem muita brandura em relação ao
mais rico
“método Urais-siberiano” de lidar com o
nova elite administrativa e profissional recrutada no
petições ao Governo Provisório
propostas conciliatórias ao
rebelde
relações tensas entre o regime soviético e o
relativamente próspero
ressentido e de má vontade para cooperar
SRs muito mais conhecidos no
trabalho sazonal
tradição violenta e anárquica do
vingativo
votante de uma única questão
campos de trabalho
capitalismo
como único caminho possível para o socialismo
derrubada
fenômeno “progressista” para marxistas
impacto destrutivo em comunidades rurais tradicionais
inevitabilidade do
inimigos jurados do
internacional
moderno e em grande escala
objetivo de restaurar
renascimento parcial do
revolução proletária socialista depois
rural
transformação empreendida pelo
urbano
Carlyle, Thomas
Carr, E. H.
“carreiristas”
carros com motorista
cãs mongóis
casamento
casas noturnas
casas senhoriais
saqueadas e incendiadas
Cáucaso
Cáucaso Norte
Cazaquistão
Cem Negros
censo (1926)
censura
centralismo democrático
centralização/economia planejada centralmente
alicerces institucionais da
importância da
cerco capitalista
Chákhti
Chamberlin, W. H.
chaminés
China
Guardas Vermelhas da Revolução Cultural (anos 1960)
Chliápnikov, Aleksandr
Chuia
Chvérnik, Nikolai
“cidades socialistas”
ciência
ciência social
classe
coerção de
critério aplicado a todas as burocracias
diferenciação no seio do campesinato
pensamento dos bolcheviques girando em torno da
políticas e práticas discriminatórias
ver também classe média; classes superiores; classe operária; ver também
entradas com “classe”
classes abastadas:
ações de caridade das
apoio ativo aos Brancos por parte das
urbanas
“classe ditatorial”
classe empresarial
classe média
ativo apoio aos Brancos por parte da
novos sindicatos de profissionais de
classe operária
a guerra mudou a composição da
aterrorizada
canais de comunicação entre escritores profissionais e
componente camponês da
composição étnica da
demanda de que os soviéticos tomassem o poder em nome da
demandas políticas da
destino do núcleo proletário da
força demonstrada
grupo favorecido dos chamados filhos da
homens nas fábricas antes da guerra
marxistas tendo algum sucesso na organização da
militante
minúscula em comparação com o campesinato
nova elite administrativa e profissional recrutada na
organização político-partidária e protesto da
Partido Bolchevique e
percepção de que os operários deveriam ser os únicos senhores
poder tomado em nome da
políticas que afetavam a
pré-moderna
protegendo os interesses da
prova irrefutável de que a Revolução cumprira suas promessas à
quadros da
queixas contra o regime
revolucionária
sentimentos endêmicos de desconfiança nas classes privilegiadas
status e relacionamento com o poder soviético
ver também classe operária industrial; classe operária urbana
classe operária industrial
dispersa e abatida
em frangalhos (1921)
expandida
papel especial da
reabsorvida no campesinato
classe operária urbana
nova intelligentsia recrutada na
permanente
classe profissional
de mentalidade modernizadora
militar
não comunista
novos sindicatos da
classes privilegiadas
Clemenceau, Georges
clérigos
coalizões
liberal-socialista
Código Criminal
coerção
disposição para recorrer à
métodos de obtenção de produtos preferidos por Stálin
oposição à
substituição pela conciliação
coletivização (ver também Kolkhoz)
campanhas antirreligiosas nas aldeias no auge da
consequências não planejadas da
simultânea
terror contra inimigos de classe como parte da
Colinas de Púlkovo, batalha das (1918)
comandantes militares
comércio
atacadista
legalização do
privado, eliminação do
varejista
Comintern
Bukhárin afastado de sua posição no
II Congresso (1920)
pré-requisitos para admissão
Comissão de Planejamento Estatal
Comissão Extraordinária de Toda a Rússia, ver Tcheka
Comissariado do Povo, ver Comissariados
Comissariados:
Alimentação
Assuntos Estrangeiros
Assuntos Internos, ver NKVD
Educação
Finanças
Indústria Pesada
comissões fundiárias
Comitê Central Bolchevique
departamentos para assuntos organizacionais e políticos do
comando de revolucionários profissionais enviados pelo
carta secreta a organizações partidárias locais
Secretariado do
tendência a usurpar poderes do governo
plenária de fev.-mar. 1937 do
ver também Orgburo; Politburo
Comitê das Indústrias de Guerra
Comitê de Segurança Pública
comitês das forças armadas
comitês de fábrica
Comitês dos Pobres
comitês partidários
competição regional
comunismo/comunistas
administradores
agitação partidária e anseio pelo “retorno à normalidade”
ambivalência quanto à coletivização
ateus
atributo essencial dos
classe operária, promoção a cargos burocráticos
classes privilegiadas
comissários políticos
conservando a filiação partidária
convocados para o Exército Vermelho
desaparecimento do dinheiro sob o
disciplina reexaminada
distinção teórica entre socialismo e
elogio público da lealdade
enviados ao campo para dirigir fazendas coletivas
esquerda
intelectuais
intimidação das famílias de kulaki
jovens
leais
legalização do comércio como negação dos princípios
membros efetivos e suplentes
número no Exército Vermelho durante a Guerra Civil
ortodoxia a ser absorvida por todos
pessoas que abriam caminho insidiosamente às posições mais elevadas
posições de responsabilidade no aparelho partidário
primitivo
“proletários” como sinônimo de
queda do regime (1991)
regras do comportamento educado dos
rendimentos limitados pelo “teto partidário”
siberianos
temor dos inimigos de classe
tendência direitista
vigilância na esfera cultural
violação da disciplina no seio do partido
ver também comunismo de guerra
comunismo ateu
comunismo de guerra
abandono generalizado do sistema do
colapso do mercado sob o
concessões
a empresas estrangeiras
constitucionais
sindicais
condenados
confiscos
de grãos
confiscos de terras
deserções em massa relacionadas com
espontâneos
não autorizados
confissões
conflito de classe
confraternização
confrontos de rua
Congresso dos Vitoriosos (1934)
Congresso Nacional dos Sovietes (1917)
Conquest, Robert
consciência sindical
Conselho Central de Sindicatos
Conselho de Comissários do Povo
Conselho de Ministros
Conselho de Trabalho e Defesa
Conselho Econômico Supremo
conspirações
acusações implausíveis de
antissoviéticos
agências de inteligência acusadas de estar por trás de
constantes
contrarrevolucionárias
de potências estrangeiras
externas
facções potenciais se tornavam automaticamente
internas
sinal de
consumo ostensivo
Constantinopla e Estreitos Turcos
Constituições:
da República Russa (1918)
Soviética (1936)
construção
canteiros de obras por toda parte
produção intensa na
projetos de
contrarrevolucionários
punição por crimes
contratos e obrigações
contratos governamentais
controle estatal
controle operário
sentido revisado do
cooperativas:
de consumo
supervisionadas pelo Estado
corrida frenética às compras
cortes marciais
secretas
cortes marciais de campanha
cossacos
cotas
crédito
crescimento econômico:
componente “planejador” do
primeiro surto de
crianças
abandonadas e órfãs
desabrigadas
educação coletivista
estigmatizadas
vítimas potenciais da opressão
Crimeia
crimes:
contra o Estado
contrarrevolucionários
espetaculosos
extraordinários
punição por
“crise das tesouras” (1923-4)
crises de escassez
agudas
crônicas
terríveis
cubismo
culto a Stálin
cultura
nacional
D
Danílov, V. P.
datchas
Décimo Exército
“defensivista”, posição
defesa, fábricas/produção de
degradação humana
democracia
burguesa
direta operária
local (sovietes)
parlamentar
revolucionária
democracia liberal
povo russo defraudado da
democratização:
do exército
política
demografia
Deníssov, A.
denúncias
em cascata
interesseiras
na imprensa
Departamento de Empregos
departamentos de contabilidade
deportações
forçadas
em massa
“derrotistas”
desabrigo
“desconfiança maliciosa”
desemprego
desenvolvimento econômico
a cidade como chave para o
grande salto em marcha
planejamento centralizado do
deserções
em massa
desestalinização
deskulakização
deslealdade
deslocamento
detenção:
de ministros tsaristas
imigração para evitar
Deutscher, Isaac
devido processo legal
Dia Internacional das Mulheres
dinheiro
desaparecimento sob o comunismo
diplomacia
direitos iguais
disciplina
estrita
militar
discriminação
de classe
dissidentes
escritores/acadêmicos
facções organizadas
distribuição
animosidade em torno da
obstrução da
secreta
sistemas fechados de
ditadura
alternativas ditatoriais ao consenso e ao compromisso
da minoria
de lei-e-ordem
estabelecida
permanente
repressiva
totalitária
ditadura do proletariado
transição para o socialismo
tribunais da
divórcio
legalizado
Djilas, Milovan
Dniéper
Dniéper, Siderúrgica (Zaporójie)
documentos de identidade falsos
Domingo Sangrento (1905)
Don, região do
Donbás
crise da indústria do carvão (1932) no
ver também Chákhti
Duma
deputados presos
dissolução da
poderes limitados da
principal importância da
Dzerjínski, Feliks
E
economismo
educação
boa educação marxista
fundamental, universal e compulsória
subutilizada
superior, acesso de jovens operários e comunistas à
eletricidade
eletrificação
elite
administrativa
burocrática
de especialistas
dirigente
disciplinada
do partido
esposas de membros da
gerencial
instruída
nacional
nova
política
privilegiada
profissional
retirada do apoio ao regime
social
Emancipação (1861)
emigrados/emigração
forçada
fracos e isolados
golpe planejado supostamente com apoio de capitalistas
grande número de russos instruídos
intelectuais
irritadiços e briguentos
líderes
revolta inspirada por
empregos na burocracia
operários mudando para
empréstimos
engano
Engels, Friedrich
encrenqueiros
endereços secretos
engenharia
jovens operários levados a estudar
epidemias
escândalos
escolas
escolas técnicas
requisitos para admissão a
escolha ocupacional
escambo
especialistas burgueses
caídos em desgraça, comunistas que trabalharam com eles
economistas
engenheiros qualificados
financeiros
processos encenados, primeiro de uma série de
professores
reexame do papel dos
especialistas em finanças
especialização
esperanto
espiões
comandantes militares acusados de ser
detectados no trem
perigo dos
polos de atração para
vigilância contra
Estações de Máquinas e Tratores
Estado de partido único
Estado policial
Estados Unidos:
admiração pelos
ciência política
comunidades agrícolas utópicas
plano dos republicanos de estender controles federais
sovietologia
tropas enviadas à Sibéria
“estamentos”
Estatuto do Kolkhoz
esteiras transportadoras
estocagem
estrangeiros
desconfiança de
eufemismos
euforia
Europa Ocidental
história da
marxismo na
Europa Oriental
execuções
Exército
derrotas e perdas esmagadoras
exigência de democratização
incentivado a empreender grande ofensiva no front da Galícia
maioria bolchevique absoluta nos fronts norte e oeste
missão de restaurar ordem e disciplina
motins
novos comitês democráticos
problemas de suprimento
suprimentos inadequados
ver também: Alto-Comando do Exército; Exército Alemão; Exércitos
Verdes; oficiais; Exército Vermelho; tropas; Exércitos Brancos
Exército Alemão
confraternização
fronts
invasão pelo
Petrogrado ameaçada
tomada inesperada de Riga
Exército Vermelho
a maioria dos talentos organizativos dos bolcheviques no
alimentação do
bolsões de apoio a Trótski no
comunistas servindo na Guerra Civil
criador do
forte oposição bolchevique ao uso de militares profissionais no
homens que aprenderam sua ideologia no
invasão da Polônia (1920)
número de homens servindo o
razões para a vitória na Guerra Civil
Exércitos Brancos
apoio das velhas classes médias e abastadas ao
camponeses alistado nos
oficiais do
partidos políticos tornados ilegais por apoiar o
República Soviética ameaçada pelo
exércitos permanentes
Exércitos Verdes
exílio
emigração forçada para evitar
expertise técnica
exploração
de classe
vítimas de
expropriação
resistência à
expulsão
expurgos
partidários
substituição dos inimigos de classe
ver também Grandes Expurgos
extrema esquerda
Extremo Oriente
F
fábricas automotivas
fábricas de máquinas:
novas e enormes
somas investidas para
fábricas metalúrgicas
montantes de investimento para complexos de
novas e enormes
facções
derrotadas
dissidentes organizadas
líderes e apoiadores de oposição expulsos por romper a regra contra as
lutas de (meados dos anos 1920)
minoritárias
potenciais
proibição das
punição para as
falsificação burguesa
família
patriarcal
fanáticos
fazendas estatais
feministas
Ferrovia Transiberiana
ferrovias/ferroviários
emboscadas a trens de carga
estações
ver também Transiberiana; Turksib
feudalismo
filiação partidária
“filisteus burgueses”
filosofia
Finlândia
Fischer, Louis
fome
alívio da
legado de enorme ressentimento
mortes por
notícias a respeito excluídas dos jornais
soldados desmobilizados ou operários fugindo
força de trabalho:
industrial
urbana, em rápida expansão
Ford, Henry
França
ver também Potências Aliadas; Primeira Guerra Mundial; Revolução
Francesa; Segunda Guerra Mundial
ver também Alemanha nazista
frivolidade
fronteiras territoriais
fronts norte e oeste, exército dos
frota do Báltico
maioria bolchevique absoluta na
operários representados desproporcionalmente na
“vingança de classe” dos marinheiros na relação com oficiais
Frúmkin, Moshe
futurismo
G
ganância
Gapon, padre Gueórgui
gêneros alimentícios
confisco
crises de escassez
racionamento
Gerschenkron, Alexander
Gestapo
“gigantismo”
Gógol, Nikolai
golpes
abortados
apoiados por capitalistas exilados
bem-sucedidos
fracassados
inequívocos
organizados conspiratoriamente
partidários
supostamente apoiados por capitalistas exilados
tentados
Gorbatchóv, Mikhail S.
Górki, Maksim
Governo Provisório
ameaça ao
apelo para tirar do poder o
burguês
credibilidade solapada
formação anunciada do
forte sentimento popular contra o
grupos liberal e socialista brigam por posições no
operários rejeitam
políticos de centro e de direita reafirmam lealdade ao
problema da remoção do
reforma fundiária do
relação de poder dual entre o Soviete de Petrogrado e o
renúncia do chefe do
socialistas empenhados em agir como vigilantes do
GPU (Direção Política Estatal)
ver também OGPU
Grã-Bretanha
conspiração antissoviética liderada pela
capitalistas da
líderes conservadores da
cercamentos e desenraizamento dos camponeses
Serviço de Inteligência da
ver também Potências Aliadas; Primeira Guerra Mundial; Segunda Guerra
Mundial
gráficos
Grandes Expurgos (1937-8)
custo de vida durante os
“inimigos” expostos nos
prelúdio ao primeiro julgamento encenado dos
processos de Velhos Bolcheviques
grandes potências
“grande recuo”
grãos
abastecimento de
camponeses deixando de comercializar
compromisso de exportar
confisco de
estocados
fornecimento confiável necessário de
monopólio estatal sobre os
planos para a exportação em grande escala em risco
predomínio kulak sobre o mercado de
gratificações
greve
de mulheres operárias
em larga escala
geral
rápido envio de tropas por autoridades estatais
grupos centristas
grupos de pressão
Guardas Brancos
Guardas Vermelhas
chinesas
guarnições
guerra
baixas de
imperialista europeia
índice de deserção
nem bem-sucedida nem reforçando a confiança do governo
revolucionária
ver também Guerra Civil; Guerra da Crimeia; Primeira Guerra Mundial;
Guerra Russo-Japonesa; Segunda Guerra Mundial
Guerra Civil (1918-20)
emigração de grande número de russos instruídos durante e imediatamente
após
espinha dorsal da administração bolchevique durante
lutas de facções partidárias ao final da
nostalgia pelos dias heroicos da
razões da vitória do Exército Vermelho na
terror contra inimigos de classe como parte da
Guerra da Crimeia
guerra de classe
agressiva
chamado à
fim da
intensa
políticas concebidas para estimular a
Guerra Fria
Guerra Russo-Japonesa (1904-5)
Gukássov, P.
Gulags
Gutchkov, Aleksandr
H
hegemonia proletária
heróis
hierarquia
história
intelectual
política
pré-revolucionária
revolucionária
social
Hitler, Adolf
homossexualidade
hostilidade de classe
Hotel Luxe
Hungria
I
Iagoda, Guénrikh
ideologia
anarquista
bolchevique
científica
classe dirigente
como justificativa
desenvolvimento econômico
equilíbrio entre pragmatismo e
importância da unidade
radical
revolucionária
ideologia científica
Iejov, Nikolai
Iekaterinburg, ver Sverdlovsk
Igreja:
tendência dos coletivizadores a profanar
terras/propriedades
Igreja Ortodoxa
igualitarismo
ilegitimidade
imagens retóricas
imperialismo
Império Russo
áreas não russas e remotas
bolcheviques exilados em regiões remotas do
incorporação de territórios na nova república soviética
penetração do exército alemão em territórios ocidentais do
vasta extensão territorial do
impostos
imprensa
distorções flagrantes da realidade e manipulação de estatísticas
reivindicações
tema constante na
estrangeira
difamação dos Nepmen na
incentivos materiais
inclemência
Índia
indústria:
bastante impulsionada pela Primeira Guerra Mundial
destruição e sabotagem na
domínio estrangeiro de vários setores da
exortada a “ultrapassar” as metas do Plano
impulso para a completa nacionalização
larga escala
munições
prisões em massa na
quase estagnada
indústria de máquinas industriais
indústria de munições
indústria pesada
ênfase na construção
indústria têxtil
industriais
deslocamento dos liberais para a direita sob pressão dos
expoentes
proeminentes
industrialização
de estilo ocidental
estratégia e política de
financiamento da
impulso de
rápida
inflação
inimigos
campanha contra (1928-9)
detenção dos
escondidos
externos e internos
liquidados
naturais
políticos, assassinato dos
potenciais
suspeitos
ver também inimigos de classe
inimigos de classe
ameaça interna de
burgueses
conceitualizados nos termos da revolução
eliminados
extirpação dos
força e determinação dos
guerra contra
luta armada com
luta contra
medo que os comunistas tinham dos
ódio e desconfiança diante dos
perigosos
perseguição a
prováveis
substitutos dos
tendência dos coletivizadores a insultar
terror contra
vitória completa sobre os
“inimigos do povo”
autoridades superiores denunciadas e presas como
inquietação:
nas regiões não russas do império
política, potencial para
instabilidade
Instituto de Professores Vermelhos
Instituto Smólni
Institutos Politécnicos
insurreição
armada
chamado à
divergências sobre a conveniência da
dúvidas quanto à
Lênin incitando a
tentativa de
insurreição política
intelectuais bolcheviques
não russos proeminentes na liderança dos
modos proletários cultivados por
intelligentsia/intelectuais
comunistas
concessões a
conhecimento da história revolucionária por parte de
discussões sobre abandonar o sonho revolucionário
emigrados
europeizados
idealização dos camponeses por parte de
judeus
marxistas
não comunistas
prisões e medo rapidamente difundido entre
publicações no exterior
radicais
Revolução Cultural dirigida predominantemente contra
revolucionários
socialistas
soviéticos
técnicos
ver também intelectuais bolcheviques; intelligentsia burguesa
intelligentsia burguesa
acusações de deslealdade dirigidas contra a
caráter traiçoeiro da
“destruição” causada pela
direitistas descritos como protetores da
velha
internacionalismo
proletário
“prova de”
interrogatórios de técnicos e especialistas
intervenção estrangeira
ameaça de
intervenção militar
estrangeira
intimidação
chefia e
intolerância
jacobina
intransigência
investimento estrangeiro
em larga escala
proteção governamental do
Iskra (jornal partidário)
isolamento
contato com o Ocidente restringido e perigoso
cultural
“isolamento das massas”
Itália
fascistas
Partido Socialista
Ivan IV (o Terrível), tsar da Rússia
Japão
tropas na Sibéria
Jornadas de Julho (1917)
heróis das
jornais
Jovens Pioneiros
judeus
conspiração internacional dos
libertação das restrições tsaristas
migração para fora do Pale
sovietes dominados por
julgamentos encenados
desconfiança de estrangeiros como forte tema recorrente nos
prelúdio aos primeiros
teatralidade dos processos
último dos
justiça de classe
justiça sumária
juízes
K
kadeti (democratas constitucionais)
demissão de todos os ministros
deportados à força
Kaganóvitch, Lázar
Kámenev, Liev
Khárkov
Khlevniuk, Olieg
Khruschóv, Nikita
denúncia de Stálin
Discurso Secreto
Kiérenski, Aleksandr
Kíev
Kírov, Serguei
Koestler, Arthur
Kolkhoz
como obra do Anticristo
denúncias de diretores
encarado com desconfiança pelos camponeses
fuga do
necessidades imediatas dos
organizado
perseguição de inimigos de classe no
Kollontai, Aleksandra
Koltchak, almirante Aleksandr
Komsomol
Comitê Central e secretariado
“Exército Cultural” e “Cavalaria Ligeira”
Komsomolsk-na-Amure
Kornílov, general Lavr
Kossíguin, Aleksei N.
Kotkin, Stephen
Krasnov, general Petr
Krêmlin
Krímov, general Aleksandr
Krjijanóvski, Gleb Kchessínskaia, Palácio
Kronstadt, revolta de (1921)
Krúpskaia, Nadejda
Kuban, região do
Kulaki
acerto de contas com
ataques a
campanhas contra
como inimigos de classe
deportação de
desaparecimento de moleiros
discriminação de
eliminados
esforços intensivos para desabonar os
estocadores como vilões
expropriados
liquidação
medidas radicais contra
predominância no mercado de grãos
prisão de
polos de atração de
posição de Stalin com relação a
ver também deskulakização
kultúrnost
Kuomintang
Kuznetsk
L
Lago dos cisnes (Tchaikóvski)
lealdade
dúbia
suspeita
legalidade
Legião Tcheka
Legitimidade
Instável
lei marcial
lei-e-ordem
leis
discriminatórias de classe
históricas
não necessidade de
Leis Fundamentais (1906)
Lênin, Vladímir I.
biografias baseadas em arquivos
bolcheviques que discordavam de
carta secreta ao Politburo (1922)
contínuas e pequenas rixas
defesa da organização partidária centralizada e da disciplina rigorosa
“derrotismo”
desaprovação do novo estilo da orientação partidária
enfermidade e morte de
escritos; “Teses de Abril”; O desenvolvimento do capitalismo na Rússia;
O Estado e a revolução; “Testamento”; Duas táticas da Social-
Democracia; Que fazer? (panfleto)
facções desafiando implicitamente sua liderança pessoal
fortemente contrário à legalização do comércio
hábitos sectários
“homem de letras” como profissão de
legado político de
obstinado realismo quanto ao governo
oferta de trem lacrado da Alemanha para
ordens emitidas para a prisão de
plano de eletrificação de
primeiro traço distintivo como teórico marxista
princípio da autodeterminação nacional de
refúgio na Finlândia
rumores de que era um agente alemão
tensão entre Plekhánov e
terror revolucionário de
vitória sobre a facção de Trótski e conquista da maioria no novo Comitê
Central
Leningrado
comunistas e operários urbanos recrutados nas grandes fábricas de
ver também Petrogrado
leninismo/leninistas
divergência fundamental entre stalinismo e
levantes
armados
liberação sexual
liberalismo/liberais
burgueses
choque traumático
coalizão de socialistas e
deslocando-se para a direita sob pressão dos industriais
expropriação de terras particulares
interesse especial na democratização política
Libertação, movimento de
moderados
nobreza e profissionais liberais do zemstvo unidos em apoio ao
“podre”
pretensão à liderança do movimento revolucionário
liberdade e igualdade
liberdades civis
liberté, égalité, fraternité
lichéntsi, ver pessoas privadas de direitos
Liga de Ateus Militantes
limitações de gastos públicos
línguas/minorias nacionais
liquidação
listas negras
livre mercado/livre comércio
Łódź
Londres
Luís Bonaparte, rei da Holanda
Luís Filipe, rei da França
Lunatchárski, Anatóli
luta de classe
desaparecimento da
luta política
luta pelo comando
luta pelo poder
Luxemburgo, Rosa
Lvov, príncipe Gueórgui
M
Magnitogorsk
Makhnó, Néstor
Maiakóvski, Vladímir
Manchúria
manifestações:
de massa
de rua
estudantis
violentas
maniqueístas
manufatura
privada, cerceamento da
mão de obra contratada
máquinas/maquinário
importação de
mar Negro
Martin, Terry
Mártov, Iúli
Marx, Karl
marxismo legal
marxismo/marxistas
apreço pela industrialização de estilo ocidental
complemento lógico do
emergência como grupo distinto
formular
história
ideologia científica
impacto inicial no debate intelectual
meios para atingir um fim segundo os
nacionalismo como forma de falsa consciência
não bolcheviques
natureza eminentemente científica do
ortodoxo
postulação de que a revolução era historicamente necessária
previsões
primeiros contatos com os operários
privilegiada
problemas conceituais quanto à emergência de uma classe burocrática
reformas “progressistas”
rótulo usado por grupos da intelligentsia que discordavam dos
teoria
matérias-primas
maternidade
Mausoléu de Lênin
Mecanização
Medviédev, Roy A.
Mencheviques
agências estatais de planejamento impiedosamente expurgadas de
cisão entre os bolcheviques e (1903)
Comitê Central
conscientes da perda de apoio dos operários
deportados à força
liderança afastada
marxismo ortodoxo dos
não russos proeminentes na liderança dominada pela intelligentsia
perdem o apoio da classe operária para os bolcheviques
prisão de
revolucionários na Suíça
mendigos
Menjínski, Viatcheslav
mentalidade de país sitiado
mercado negro
metáforas de guerra
metalúrgicos
Meyerhold, Vsiévolod
migração
Mikhail Aleksándrovitch, grã-
-duque
Mikoian, Anastás I.
milícia, unidades de
militância
Miliukov, Pável
Mineração
acidentes organizados na
concessões para empresas de
montantes de investimento na
novos assentamentos de
sabotagem deliberada da
Ministérios
Agricultura
Comércio e Indústria
Exterior
Finanças
Guerra
Indústria
Justiça
Trabalho
Mir
abolido (1930)
camponeses incentivados a consolidar propriedades e separar-se do
desejo de salvá-lo das devastações do capitalismo
desintegração interna do
percebido como uma verdadeira instituição camponesa
italidade evidente do
missões investigativas
mobilidade social, ver ascensão social
modernização
da estrutura bancária e de crédito
ideologia da
modos (de comportamento)
modos de produção
moeda:
desvalorização
estabilização
Moguiliov
Mólotov, Viatcheslav M.
monarquia constitucional
monarquistas
monumentos
moral (ânimo)
abalado/desintegrado
moralismo filisteu
morte
pela fome
resistência obstinada de Raspútin à
Moscou
capital bolchevique transferida para
classe operária radicalizada
combates encarniçados em
comunistas e operários urbanos recrutados nas grandes fábricas de
filiação ao Partido Bolchevique
instituições revolucionárias
julgamentos encenados
lista telefônica de
nudistas em bondes lotados em
organizações operárias em centros industriais
organização partidária
população de
motins
ver também revolta de Kronstadt
movimento operário:
atitude liberal diante do
esmagamento brutal do
movimento socialista
atitude dos liberais diante
movimento trabalhista
movimentos ilegais
mudança política
aceitação do liberalismo como ideologia da
mudança social
radical
mulheres:
camponesas
direito ao trabalho
direitos iguais e remuneração igual das
emancipação das
greve
índice de alfabetização
jenotdiéli
Múrmansk
Mussolini, Benito
N
nacionalismo/nacionalistas
desarmado pelo “garantindo as formas da nacionalidade”
nacionalização
completa
impulso abandonado para a
não pessoas
não russos:
políticas em relação aos
proeminentes na liderança dominada pela intelligentsia
tropas
Napoleão Bonaparte, imperador da França
Narod
NEP (Nova Política Econômica)
abandono de muitas premissas básicas de diretrizes da
comunismo de guerra descartado em favor da
contexto político e políticas sociais básicas
conversão de camponeses à agricultura coletivizada
e o futuro da revolução
organizações comunistas militantes cujo ímpeto tinha sido contido pelo
comando partidário durante a
políticas de recuo
“recuo estratégico” marcado pela introdução da
repúdio dos compromissos não heroicos da
sociedade extremamente volátil e instável durante a
velha economia mista desaparecendo rapidamente
Nepmen
expropriados
investida contra
política de liquidação dos
Nicolau II, imperador da Rússia
abdicação de
ausências da capital como comandante em chefe do exército
concessões constitucionais de
crença de que a Rússia ainda era uma autocracia
execução de
Manifesto de Outubro (1905)
Nievá, rio
NKVD (Comissariado do Povo para Assuntos Internos)
Nobel, A.
Nobreza
altos escalões da burocracia estatal dominados pela
descendentes da
intrigas da
liberada da obrigação do serviço compulsório ao Estado
lição aprendida com os eventos (1905-6)
“nova nobreza do serviço público”
redistribuição igualitária de terras de propriedade da,
representada de modo muito desproporcional no sistema eleitoral
ver também zemstva
Nossas Realizações (jornal)
Nostalgia
“nova classe”
Nóvaia Jizn (jornal)
Nudistas
O
óblast
Obrigação
Odessa
ofensiva na Galícia (1917)
oficiais
antigos oficiais tzaristas
ex-oficiais tzaristas
navais
relações entre subordinados e
“vingança de classe” de marinheiros lidando com
OGPU (Direção Política Estatal Unificada)
operários de segunda geração
operários fabris
operários permanentes
opinião pública
Oposição de Direita
agências de planejamento estatal impiedosamente expurgadas da
ameaça contrarrevolucionária da
ex-líderes da
luta ideológica com a
plataforma racional
punição depois da derrota da
Stálin versus
Oposição de Esquerda
agitadores
ataque impiedoso à
derrota final da
discussões secretas com líderes
excomunhão da
libertação de políticos presos
Oposição Militar, facção
“Oposição Operária”
Oposicionistas
como polo de atração de grupos que odiavam o poder soviético
delegados
filiação de
intolerância de Lênin aos
líderes expulsos
luta entre o comando partidário e os
perigo de golpe
punição dos
simulando ter renunciado a opiniões
tolerância de pessoas que tinham sido
ver também Oposição de Esquerda; Oposição Militar; Oposição de Direita
opressão
ordem social
Ordjonikidze, Sergó
orfanatos
organizadores voluntários
Orgburo
Orwell, George
ostentação
otkhódniki
outubristas
outubro vermelho
P
pacificação armada
padres
padrão de vida
declínio do
queda brusca
status da elite
alto
urbano
pagamentos de resgate
Palácio de Inverno
Palácio Tauride
pânico de guerra (1927)
paranoia
parentes indesejáveis
Partido Industrial
Partido Operário Social-Democrata Russo
II Congresso do (1903)
“marxismo legal” severamente denunciado pelo
partidos políticos
bolcheviques ultrapassando todos os outros em recrutamento
burgueses
de oposição, lealdade suspeita dos
facções desempenhando papel de partidos no sistema pluripartidário
grandes problemas suscitados pela existência continuada dos
imunidade parlamentar
legalizados
liberdade de expressar posições publicamente
ligações pré-revolucionárias com
pouco espaço para outros
postos na ilegalidade por apoiar os Brancos
socialistas
partidos socialistas
principais
revolucionários
passaportes
patriotismo
da noite para o dia
foco de
história usada para inculcar
irrestrito
patrocínio estatal
Paz de Brest-Litovsk (1918)
Pedro I (o Grande), tsar da Rússia
pelotões de fuzilamento
pensões para idosos
pequena burguesia
concessões à
moralismo da
produtores confiáveis para o mercado urbano
pequena nobreza lituana
pequenos lojistas
Perestroika
perfeição social
“período heroico” (1920)
perseguição
legal e financeira
pessoas privadas de direitos
Petersburgo, região de
ver também São Petersburgo
Petrienko, Lena
Petrogrado
classe operária radicalizada em
comitês de fábrica em
Comitê Executivo do
Comitê Militar-Revolucionário do
Congresso de Sovietes (outubro de 1917)
controle bolchevique em
espírito/organizações revolucionárias em centros industriais
Estação Finlândia
filiação ao Partido Bolchevique em
greves
grupos brigando por posições
grupos socialistas e liberais brigando por posições no
insultos dirigidos aos moderados que controlavam o
insurreição/revolução popular em
maioria bolchevique no
manifestações de massa
multidão nas ruas de
Ordem no 1 emitida em nome do
Petrogrado, Soviete de
políticos em estado de alta excitação e atividade frenética em
recém-reativado
relação de poder dual entre o Governo Provisório e o
tropas despachadas do front para
petróleo
Piatakov, Iúri
Planejamento
mais sóbrio, transição para
racional
ver também centralização
Plekhánov, Gueórgui
poder da lei
poder dual
Pokróvski, Mikhail
Polícia
desintegração da
desnecessária
detenção de bolcheviques no início da guerra
muito fortalecida
padre renegado com relações com a
poder descontrolado da
risco de intimidação pela
segurança
sindicatos frequentemente fechados pela
ver também Estado policial; polícia secreta
polícia secreta
órgãos coercitivos com função comparável à de
rebatizada (1934)
usada contra trotskistas
Politburo
liderança coletiva
carta secreta de Lênin ao
papel de primeiro entre iguais no
tendência a usurpar poderes do governo
política:
crise
de coalizão
de compromisso
desavença
estrutura frágil e submetida a pressão excessiva
polarização crescente da
partidária interna
liderança
desaprovação por Lênin do novo estilo de
jargão militar na linguagem da
aberta, democrática e pluralista
parlamentar
problemas
reformas (1905-7)
revolucionária
socialista
política de “promoção proletária”
políticas econômicas
política externa
Stálin responsabilizado por desastres na
Polônia
Exército Vermelho invade a (1920)
pequena nobreza da
ver também Varsóvia
pogroms antissemitas
população
urbana, aumento da
populistas
cerne da discussão dos marxistas com os
determinação de servir ao povo
irrupção do terrorismo revolucionário por parte dos
voluntarismo revolucionário
Portsmouth, Tratado de (1905)
posição social
postos de telégrafo
Potências Aliadas
extremamente hostis ao novo regime na Rússia
potências estrangeiras
suspeita de inimigos pagos por
potências expansionistas
Pravda
Preços
negociáveis na prática
Preobrajénski, Ievguêni
prerrogativas do funcionalismo público
primeira geração de operários
Primeira Guerra Mundial (1914-8)
baixas na
indústria russa impulsionada pela
Primeiro Plano Quinquenal (1929-
-32)
conjunto de metas elevadas
declarado concluído com sucesso (1932)
foco em ferro e aço
industrialização e modernização econômica
metas deviam se manter “realistas”
operários ascendendo a empregos burocráticos durante
slogan levado a sério
transformação econômica
transformação social
turbulência demográfica e social
prioridades de abastecimento
prisões
bolcheviques
domiciliar
em massa
empreendedores privados por “especulação”
mencheviques
oficiais da marinha
oponentes políticos
religiosos
representantes da Duma
desnecessárias
privilégios
compartilhados
processo de superação do atraso
processos de comercialização
procurador-geral do Estado
produção
artesanal
bônus por
capitalista avançada
cômputo da
de defesa
defeituosa
futura, investimento na
maximizando a
problemas agudos de
produção de carvão
produção de ferro-gusa
produção de tanques
produção em linha de montagem
produtividade:
crescente
demandas insistentes por
exortações à
professores
profissão jurídica
profissionalismo revolucionário
profissões de status elevado
proletariado
abandono definitivo do
absoluta necessidade de tomar o poder em nome do
aliança entre burguesia e
antagonismo essencial entre burguesia e
burguesia contra o
como única classe capaz de levar a cabo a verdadeira revolução socialista
consciência sindical do
considerar-se do
definido
derrubada da burguesia pelo
desintegração e dispersão temporária do
explorado
identificação do regime com o
industrial
invocando o nome do
muito concentrado
núcleo
o regime soviético contra o
Partido Bolchevique e
promessas de dar poder ao
revolução como a missão do,
sem mobilidade social
sem terra
urbano
ver também ditadura do proletariado
propaganda
cartazes de
crivo no país e no exterior
ofensiva planejada
propriedade
confiscada
da Igreja
proprietários de terras
alarme e temor do campesinato
ataques contra
compensação aos
expropriação e redistribuição de terras dos
terras conservadas no acordo da Emancipação
prostitutas
provocadores
Pskov
Púchkin, Aleksandr
Pugatchov, revolta de (1773-4)
punições
a facções de oposição
infligido intencionalmente
severo
Putílov
Pútin, Vladímir V.
Q
Quadros
de liderança
qualidade de vida
queixas
questões comunais:
apartamentos
posse fundiária
quinta-coluna
R
rabótchii kontrol, ver controle operário rabótchii
racionamento
vida nas cidades tornada calamitosa pelo
suspenso
reintroduzido nas cidades
racionamento de pão
radicalismo
de políticas
inovação em qualquer campo
intelectual
intransigente
mudança social
perspectivas de mudança
retorno ao
RAPP (Associação Russa de Escritores Proletários)
Raspútin, Grigóri Iefímovitch
rebelião da juventude
recrutamento
em área relativamente industrializada
voluntário
Recrutamento Lênin
recrutamento militar
seletivo
recursos financeiros
redistribuição
igualitária
Reed, John
Reeducação
reforma agrária
reforma constitucional
reformas legais (1860)
reforma social
refugiados
regência
Região Industrial Central
regulação governamental
regulamentos
represas hidrelétricas
repressão
autoritária
truculenta
residentes forasteiros
resistência de guerrilha
resistência passiva
resistência popular
“retorno à normalidade”
revoltas camponesas (1905-7)
revolta de Tambov (1920-1)
revolução
afirmação da primazia dos operários em
apelo às armas para a salvação da
bem-sucedida
burguesa,
da elite
escritos sobre a
ideologia da
industrial
internacional
interpretação da
mundial
no campo
permanente
popular
prematura
proeminência não é garantia de segurança na
proletária
radical
socialista
traição da
urbana e rural não simultâneas
violência inerente à
ver também Revolução Cultural; Revolução Francesa; Revolução Russa
revolução burguesa
Revolução Cultural (1928-31)
como canal de ascensão social
desdobramentos loucamente experimentais
preconceito antiespecialistas que a tornou possível
processos do Partido Industrial
terror durante e após
“revolução de cima para baixo”
Revolução de Fevereiro (1917)
consenso instável seriamente solapado
derrubada do regime
espírito revolucionário dos operários de Petrogrado na
filiação ao Partido Bolchevique na época da
organizações operárias em centros industriais
os bolcheviques como único partido não comprometido por associação ao
poder dual
primeira ação militar séria desde a
reação camponesa à notícia da
regime da
saída final do Partido Bolchevique da clandestinidade
Revolução de Outubro (1917)
cicatrizes deixadas pela
comportamento e políticas dos bolcheviques depois da
crença do partido no golpe
desastre essencialmente injusto da
ilegitimidade da
interpretação da
primeiros membros da intelligentsia a aceitar a
Revolução Francesa
Carlyle sobre
degeneração da
Lei dos Suspeitos da
ver também Terror Jacobino
Revolução Russa (1905)
início e desdobramentos da
instituições revolucionárias na
Lênin e Duas táticas da social-
-democracia
levante/agitação dos camponeses
resultado político da
ver também Revolução de Fevereiro; Revolução de Outubro
revolução socialista operária
Riabuchínski, P.
Riga
queda de
Rigby, T. H.n
Ríkov, Aleksei
riqueza nacional
rivalidades
Rostov
Rostow, Walt
Rússia
atraso da
central, fluxo caótico de refugiados para a
crise política interna (anos 1870)
declínio da civilização na
domínio estrangeiro em muitos setores da indústria na
expansão para o Extremo Oriente
futuro governo democrático da
industrialização capitalista inevitável na
interesse alemão de deixar revolucionários opostos à guerra voltarem para
a
marxismo como ideologia da revolução e do desenvolvimento econômico
na
natureza esquizoide da sociedade da
padrão de medida para o futuro da
partidos revolucionários na
população da (1897)
posse da terra por agricultores camponeses na
Potências Aliadas extremamente hostis ao novo regime na
reformas domésticas radicais na (anos 1860)
rural
sistemas de transportes e comunicações na
status de grande potência da
ver também Rússia europeia
Rússia europeia
índice de alfabetização mais alto em terras menos férteis
mir dissolvido em aldeias da
pessoas fuziladas sem julgamento pela Tcheka
S
sabotadores
conspiradores contra o poder soviético
vigilância contra os
sabotagem/sabotadores
acusações implausíveis de
econômica
na indústria mineradora
necessidade de vigilância contra
perigo de
polos de atração para
salários
atrasos no pagamento de
de especialistas
diferenciação de
elevados
média de
pagos parcialmente em mercadorias
salários reais
Samara
Samizdat
São Petersburgo
instituições revolucionárias de
listas telefônicas de
São Petersburgo, Soviete de (1905)
saques e incêndios
seca
sectarismo
Segunda Guerra Mundial (1939-45)
ver também Alemanha nazista
Segundo Plano Quinquenal (1933-7)
segurança
senhores de terras
sentenças de morte
servidão
abolição da
idade de ouro antes do advento da
segunda
setor privado:
atitude dos bolcheviques em relação ao
autorizado a se reconstituir
sexo
casual
promíscuo
teoria do “copo d’água”
Sibéria
deportações em massa para a
governo antibolchevique da
líderes bolcheviques exilados na
sindicatos
comando nacional dos
concessões importantes aos
controlados
debate sobre o status dos
tornados legais em princípio
ver também Conselho Central de Sindicatos
Sirtsov, Serguei
sistema judicial
Slezkine, Yuri
slogans
de paz
nobres
provocadores
rejeitados
reservas quanto a
revolucionários
soberanos feudais suecos
socialismo
capitalismo como estágio necessário no caminho para o
científico
construção do
consumado
dedicação ao
distinção teórica entre comunismo e
geralmente aceito pela intelligentsia
marco no caminho para o,
pré-marxista
produzido automaticamente pela economia socialista
símbolo do
transição para o
verdadeiro
via para o
socialistas
coalizão dos
desprezo pelos que não entendiam a necessidade do terror
ilusões de unidade dos
intelectuais
tendência tradicional dos liberais a ver como aliados os
moderados
empurrados para a esquerda
sociedade civil
soldados desmobilizados
solidariedade
de aldeia
patriótica
Soljenítsin, Aleksandr
Lênin em Zurique
Soviete de Moscou
levante armado do
maioria bolchevique no
sovietes
ainda tinham de seguir a liderança das capitais na derrubada da burguesia
clamor pela transferência do poder para os
Comitê Executivo Central dos criados no nível municipal e no nível mais
baixo
comitês partidários se tornando hegemônicos nos
como instituições-chave para a transferência de poder da burguesia para o
dominados por “estrangeiros”
dos distritos urbanos
fábricas expropriadas por iniciativa dos próprios administradores
papel em nível local
pouco cooperativos e frequentemente caóticos
proletariado
transferência semilegal de poder aos
ver também Soviete de Moscou; Soviete de Petrogrado
sovkhózi, ver fazendas estatais
SR (Socialista-Revolucionário) Partido
direita do
esquerda do
liderança destituída
Stakhanovista, Movimento
Stálin, Ióssif V.
acusação a
autopromoção
biografias baseadas em arquivos
criticado em obra de Medviédev
denunciado por Khruschóv
discurso das “Seis Condições” (1931)
ditadura totalitária de
escritos: “Embriagado pelo sucesso” (artigo); História do Partido
Comunista
exílio na Sibéria
nova Constituição
novos livros escolares de história
oposição unida contra
ordem secreta especial para prender ex-kulaki e criminosos
polícia secreta usada contra trotskistas
política de industrialização de
revolução de
revolucionários culturais usados para desacreditar Trótski
rompimento com Zinóviev e Kámenev
terror de Estado iniciado por
Trótski deportado por
Stalingrado, fábrica de tratores de
stalinismo/stalinistas
autoritarismo
divergência fundamental entre o leninismo e
ortodoxo
Stavka
Stolípin, Piotr
Struve, Piotr
subdesenvolvimento
Suíça
suicídio
Sukhánov, Nikolai
Suny, Ronald
Superpopulação
superstições religiosas
Sverdlovsk
T
tamizdat
Tchaadáiev, Piotr
Tcheka (Tchrezvitcháinaia Komíssia)
paralelos históricos com atividades da
pessoas fuziladas sem julgamento pela
substituída pela GPU
Tcheliábinsk
tchinóvnik
tchístki, ver expurgos
teatros
tecido social
tecnologia
avançada
moderna
teoria política
tendências reformistas
tendências revisionistas
Terceiro Mundo
movimentos de libertação
Termidor
teorias da conspiração
teoria econômica
Terra Negra, região da
Terror
antissoviético
em pequena escala
gesto associado ao abandono do
irrupção de
nova onda de
órgão de
propósito principal do
repúdio do
seu uso contra inimigos de classe
suspeitos habituais de
tática de
Terror Jacobino (1794)
terrorismo revolucionário
totalitário
Vermelho
Timasheff, Nicholas S.
tomada de reféns
tomada do poder
Tómski, Mikhail
Totalitarismo
trabalho por empreitada
trabalho sazonal
trabalho social
tradições
traição, deslealdade
traidores
transferência de poder
na prática
semilegal
transição e experimentação
tratores
sua escassez no kolkhoz típico
tropas
campanha de pacificação aldeia por aldeia
confraternizando com a multidão
de reserva
legalistas
não confiabilidade das
Tratados Secretos (entre o governo tsarista e Aliados 1915-7)
Trótski, Liev
biografia clássica de
comissário da Guerra (1918)
comissário do povo de Assuntos Estrangeiros (1917)
críticos destinados à “lata de lixo da história”
deportado para fora do país
descrédito de teorias associadas a
desprezo por socialistas que não compreendiam a necessidade do terror
escritos: História da Revolução Russa; Novo curso; A Revolução traída
exílio de
internacionalismo de
luta de Stálin contra
negociações de paz com alemães
oposição unida contra Stálin
passível de ser mencionado como não pessoa mas só em contexto
pejorativo
polêmica pré-revolucionária
políticas de estabilização rotuladas de “Termidor soviético” por
soltura da prisão e admissão ao quadro de filiados do Partido Bolchevique
Stálin usando a polícia secreta contra os
tentativa de desacreditar o secretário-geral do partido
teoria da “ditadura”, da “insurreição” e da “guerra civil” permanentes
triunvirato posicionado contra
trotskistas
Tucker, Robert
Tukhatchévski, marechal Mikhail
Turksib, ferrovia
ver também Áustria-Hungria
U
Ucrânia
apoio bolchevique a sovietes de operários na
fábricas metalúrgicas
ocupação alemã da
organizações partidárias
pogroms antissemitas na
principais áreas de produção de grãos
revolta camponesa na
ver também Donbás; Khárkov; Kíev; Odessa
udárnie
Uglánov, Nikolai
Ulam, Adam
unidade
falta de, no comando partidário
ideológica
ilusões socialistas de
“métodos administrativos” para reforçar
partidária, escrúpulos quanto à
universidades
discriminação em favor de operários na admissão às
grande agitação nas
reaparecimento da história nos currículos
requisitos para a entrada
Urais
deportações para os
organizações partidárias
“método uralossiberiano”
Uralmach (Fábrica de Máquinas dos Urais)
Urbanização
União Soviética
União Soviética:
alfabetização de adultos (índice de)
autoritarismo repressivo
base socialista
chaminés gigantes que povoam a paisagem
cicatrizes de guerra recorrentes
circulação não oficial de manuscritos no interior da
conspiração que provavelmente resultaria em violento ataque conjunto
contra a
conspirações contra a
cúmplices perigosos de inimigos externos e internos da
dissolução/desmoronamento/colapso da (1991)
era pós-revolucionária na
evocação do espírito da (1936-7)
fronteiras territoriais
histórias da
ideias que se tornaram amplamente difundidas na
início do engajamento na Segunda Guerra Mundial
interpretação da Revolução Russa
“líder das forças progressistas da humanidade”
novas instalações industriais e de mineração
objetivo final de desfechar ataque militar contra a
obsessão pela grandeza da
órgãos de poder da
Perestroika
população urbana
quadros e especialistas de destaque na
redesenhando o mapa econômico da
resistência às diretrizes do regime na
sem necessidade ou desejo de pedir favores do Ocidente capitalista
socialismo como fato consumado na
territórios pré-1939 da
uniformes escolares
utopismo
repúdio ao idealismo utópico
visionário
V
valores
burgueses
comunistas
culturais
familiares
liberal-democráticos
morais
revolucionários
tendência inerente a desenvolver
“vanguardismo revolucionário”
Varsóvia
Vesenkha, ver Conselho Econômico Supremo
vingança de classe
violência
bolcheviques associados ao confronto armado e à
de rua
espontânea
organizada
orgulho em ser obstinado quanto à
popular
revolucionária
visionários
Vladivostok
Volga, região do
Volga Central, região do
“Vontade do Povo”
voto, direito de
Víborg
W
Weber, Max
Wildman, Allan K.
Witte, conde Serguei
negociações de paz com o Japão (1905)
X
xenofobia
Z
zakonomiérnosti
Zamiátin, Ievguêni
Zemstva
Zinóviev, Grigóri
ordens emitidas para prender
rompimento de Stálin com
University of Sydney
capa
Bloco Gráfico
preparação
Leny Cordeiro
revisão
Amanda Zampieri
Renata Lopes Del Nero
produção gráfica
Aline Valli
versão digital
Antonio Hermida
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
——
Fitzpatrick, Sheila (1941-)
Sheila Fitzpatrick: A Revolução Russa
Título original: The Russian Revolution
Tradução: José Geraldo Couto
São Paulo: Todavia, 1ª ed., 2017
320 páginas
ISBN 978-85-93828-15-7
1. História 2. História da Rússia 3. Revolução Russa I. Geraldo Couto, José II. Título
CDD947.0841
——
Índices para catálogo sistemático:
1. História: História da Rússia 947.0841
todavia
Rua Luís Anhaia, 44
05433.020 São Paulo SP
T. 55 11. 3854 5665
www.todavialivros.com.br
Imunidade
Biss, Eula
9788593828119
208 páginas
Eula Biss quase morreu no parto do seu primeiro filho. Confrontada com a
fragilidade da vida, ela tornou-se obcecada com assuntos relacionados à
saúde, em especial aqueles envolvendo o recém-nascido. Imunidade é o
resultado dessa pesquisa, um livro pessoal e esclarecedor. Mistura de ensaio
pessoal, história cultural e investigação científica, o livro – ao estilo de Susan
Sontag e Andrew Solomon – une entretenimento, esclarecimento e qualidade
literária.
Um livro revelador sobre uma figura fascinante da mpb que merece ser mais
conhecida do público. Um artista às vezes enigmático, sempre refinado e
imensamente popular. Caderno de imagens em cores. Discografia completa.
A morte de Belchior, em abril de 2017, foi uma comoção nacional. Dez anos
antes, o artista desaparecera. Foi a partir do mistério desse sumiço que Jotabê
Medeiros deu início à pesquisa para um livro sobre o autor de clássicos como
"Velha Roupa Colorida", "Alucinação" e "Como nossos pais". Realizou
dezenas de entrevistas com parceiros musicais, amigos, familiares e
produtores de seus discos. Apenas um rapaz latino-americano traz períodos
pouco conhecidos da vida de Belchior, como os anos em que passou em um
mosteiro, na adolescência. Foi ali que o artista travou seu primeiro contato
com a literatura e a filosofia e habituou-se ao silêncio e à introspecção que
seriam características marcantes até o fim da vida.