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Farmácia Viva

Natureza e Magia

Ebook por: Bárbara Ferreira


Sou Bárbara Ferreira, historiadora de formação,
viajante por natureza, cresci na Floresta Amazôni-
ca onde os remédios verdejam, me desenvolvi e
encontrei nos ensinamentos de meus avós o camin-
ho para minha auto cura e de outros. Nesta busca
sai com uma mochilinha nas costas buscando out-
ros avós, que ainda não conhecia mas que sabia que
me abririam as portas de sua casa como sua neta e
aprendiz. Encontrei muitos anciãos mestres, mas
me reencontrei com o maior deles, meu coração.

Plantei a minha busca e minha cura no terreno


fértil da Chapada Diamantina, e sigo colhendo, pois
os frutos de uma vida de entrega, amor e cura são
cada vez mais abundantes e doces.

Agradeço aos meus ancestrais vivos e mortos,


de sangue ou de coração, que me lembram que sou
um ser autônomo e responsável pela minha saúde e
meu bem estar ! Que venham as curas.
Introdução

”O impulso que conduz o Ser à verdadeira cura é aquele que leva sua
consciência a desbravar universos interiores, a libertar-se dos planos
formais e ir de encontro ao Espírito.” Trigueirinho

No mito grego de Higéia, a deusa da saúde, a saúde depende da for-


ma de viver dos homens e a doença é resultado de um relacionamen-
to desequilibrado com a natureza, portanto a manutenção da saúde
cabe aos próprios homens que se equilibrem nas questões alimentares
e comportamentais, cabendo à natureza o papel vital no processo de
cura.

A harmonia e o equilibro do homem se manifesta na saúde plena e


corresponde à opção consciente ou inconsciente do ser em observar
regras e leis imutáveis e eternas do universo que é harmonioso em si.
O homem, portanto, tem o privilégio, o poder e o dever de discernir
sendo portador de juízo crítico e escolha, o que o torna responsável
pelo próprio corpo e a saúde. Ao curador cabe desvendar, observar os
elementos destas leis da natureza e traduzi-las na arte de curar, com-
partilhando orientações, prescrições e serviços em beneficio do outro,
pautado nos princípios do amor incondicional.

Conhecer o reino vegetal é um caminho para conhecermos a nós


mesmos, a inteligência presente neste reino nos permite tratar e curar
todo e qualquer desequilíbrio em nosso corpo físico, mental e/ou es-
piritual. Plantas e seres humanos desenvolveram uma relação simbióti-
ca, os seres humanos às propagam, e às cuidam enquanto elas, através
do milagre da fotossíntese, transmuta a energia solar em pura energia
e nos oferece através dos alimentos, abrigo, aromas e remédios. Esse
reino nos ensina como viver para servir, e não para destruir.

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A RELAÇÃO ENTRE A MEDICINA QUE VESTE BRANCO E
A MEDICINA DE CARA PINTADA.

Assim, como no mito de Higéia, curandeir@s, xamãs, pajés e médi-


cos, usam a natureza em todas as suas ações terapêuticas, e apesar de
soarem práticas muito distintas, ao observarmos com neutralidade ve-
mos um fio condutor na prática de todos esses curadores. A prática de
cura, em todos os casos, usa este roteiro:

• Identificação dos sintomas

• Definição de um diagnóstico

• Escolha da terapêutica a ser aplicada

• Avaliação do resultado obtido

Apesar de todo o desenvolvimento técnico-cientifico da medicina,


todavia ainda não se estabeleceram tratamento e tampouco a cura para
muitas doenças. No cotidiano de um consultório a todo o momento
são praticado atos de fé, entre o paciente e o médico, totalmente des-
vinculado da ciência acadêmica. Existe um caráter ritualístico em todo
atendimento médico, os instrumentos, a vestimenta, a sala preparada e
reservada para exercer a arte de curar.

A grande distância entre a medicina padrão e as práticas curativas


populares estão no conceito de saúde e de doença.
Enquanto a cultura popular e ancestral considera o ser como um todo,
fruto do lugar onde vive, das pessoas que o rodeiam, das emoções que
está submetido, das crenças e valores que permeiam seu cotidiano, a
medicina padrão observa o ser como um emaranhado biológico, um
objeto, afastado e desconectado do seu meio. A noção de normal e
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patológico varia entre as diversas sociedades e no interior delas, para
o enfermo aquela doença traz um significado simbólico e representa
determinada experiência, que varia da observação de um profission-
al, por exemplo. Já a medicina convencional estabelece padrões e os
aplicam em qualquer lugar, contexto e caso, desconsiderando a subje-
tividade de cada ser. Como curadores, fitoterapeutas, e conhecedores
das plantas precisamos conhecer esse conceito de saúde e doença para
então exercer uma prática eficaz de cura.

O SIGNIFICADO DE SAÚDE

O significado de saúde em sua origem etimológica se refere à


qualidade dos seres intactos, da sentido de inteireza, totalidade,
também indica firmeza, solidez e força.

Na medicina convencional, marcada pela orientação cartesiana da


ciência, tem uma visão sectária entre corpo e alma, ciência e espirit-
ualidade, homem e natureza, ficando assim deficiente na interpretação
do conceito de saúde.

Para os nativos sul americanos, é indissolúvel a união entre o natural


e o social, sendo tudo permeado pelo sobrenatural, sem separação do
profano e sagrado, o conceito de saúde ultrapassa os limites mera-
mente biológicos, e representa sobre tudo a união de corpo e alma, e a
doença a ruptura entre corpo e alma.

O processo de cura representa então o reestabelecimento completo


deste vínculo: CORPO E ALMA, através da harmonização oferecidas
pelas plantas, com banhos, defumações, benzimentos, chás e soluções
concentradas que além do principio ativo oferece seu poder fitoen-
ergético.
A UNIÃO ENTRE INDIVÍDUO E COMUNIDADE

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PARA O EQUILÍBRIO.

A idéia de que agentes sobrenaturais atuam sobre a saúde das pessoas


reitera a ideia relacional do homem com a natureza, com seu meio
cultural, e consigo mesmo ( suas emoções, afetos, religiosidade e es-
piritualidade) só assim se aceita que ciúme, mau olhado e inveja inter-
ferem na condição do ser.

Assim também é integrada a saúde comunitária e a saúde individual,


e a cura de um é a cura de todos. Quanto a isso existe um termo em in-
glês que “heal” e abrange a explicação desse fenômeno, em sua origem
etimologia significa totalidade e indica que a cura implica no reesta-
belecimento do bem estar geral do paciente e de tudo que o cerca.

Heal tem uma conotação ligada ao holística, a integração, a técni-


ca que ensino se chama Thetahealing, curando em Theta, ou poderia
tambem ser chamada de Curando de forma Holistica(total, integral)
em Theta (Theta é uma onda cerebral). Justamento por que essa técni-
ca considera o ser como um todo, resultado da interação de seu corpo
físico, mental e espiritual e também engloba a cura e reequilíbrio do
todo, do planeta e de nossa sociedade.

A saúde do ser esta ligada à saúde da comunidade onde vive, assim


como a saúde da sociedade depende sa saúde de cada indivíduo. As-
sim ultrapassamos a separação e damos sentido de unidade à cura.
Então faz parte do compromisso do curador, terapeuta ou fitoterapeu-
ta expandir a cura para a comunidade, e para todos, seja através de
atendimentos, cursos, palestras e vivências que ampliem o acesso aos
caminhos ancestrais de cura.

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ASPECTOS MÁGICO-RELIGIOSOS E
TÉCNICO-CIENTÍFICOS

Dentro da cultura popular, aqui trato principalmente da cultura afro/


indígena/brasileira, os rituais de cura envolvem um intricado misto
de símbolos, música, cânticos, danças, pinturas corporais, ornamen-
tações.

Na comunidades indígenas este ritual está centrado na figura de


xamã, o médico feiticeiro, aquele que abre o portal da cura e desvenda
não só a causa da doença mas o seu significado na vida e na sociedade.

Nos tupi guarani existe um ditado que diz “cada um é seu próprio
médico e de sua família”, o conhecimento da natureza é que permite
isso, na cultura afro brasileira(aqui falo dos jeje nagô) quem guarda
esses conhecimentos é Ossaim, sem as folhas nenhum ritual acontece.

Kossi eue kossi orixá, sem folha , sem orixá. Na cultura afro brasileira
a sacralização da natureza é um aspecto duplo, tanto mágico religioso,
como curativa. Ação terapêutica, a cura pelo vegetais pode ser pau-
tada pelo seu efeito medicinal ou pela sua operação magico religio-
sa. No momento de uma prescrição terapêutica o babalaô pode usar
diferentes nomes evocativos da planta, dependedo da atuação que se
espera delas.
Assim o conhecimento técnico e empírico dessas culturas ancestrais
caminham junto com o conhecimento mítico, mágico e simbólico.
Essa é uma grande chave no trabalho com as plantas que curam.

A MAGIA ENQUANTO CIÊNCIA.

Pensando o conceito de magia como a determinação dos usos e dos


poderes dos seres, das coisas e das ideias, determinado pela experiên-
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cia prática e verificação. A magia se afasta da ciência quando con-
sidera em sua elaboração o mundo invisível aos olhos, a presença de
seres encantados que cuidam, protegem, e tratam o corpo a mente e
o espirito. Médicos, xamãs, pajés, benzedeiras, parteiras e farmacêuti-
cos constituem uma ampla rede de curadores e gozam da confiança e
prestígios nas comunidades.

Dito isso, as etapas que se seguem deste curso abordará as várias pos-
sibilidades de tratamento e cura, considerando magia e ciência como
companheiras. Ao se abordar técnicas terapêuticas alternativas alguns
desafios podem emergir, como, por exemplo, qual o limite seguro para
optar por tratamentos naturais, e qual o momento de recorrer a me-
dicina convencional? Quais as quantidades, fórmulas e receitas são
seguras?

É válido elucidar que todos estes questionamentos levantados também


recaem sobre os praticantes da medicina convencional, e são respon-
didos a partir do aprofundamento dos estudos, da observação, da
prática e da experiência, e eu acrescentaria um outro fato, não menos
importante, a intuição. Na sequência vamos estudar algumas leis da
natureza para iniciar os estudos técnicos e mágicos do uso das plantas.

AS LEIS UNIVERSAIS E A CURA COM AS PLANTAS.

Considerando as curas vindas diretamente da natureza existem leis


básicas que regem seu funcionamento, que foram observadas, estu-
dadas e descritas por muitos sábios. O plano das leis são aquelas ver-
dades cósmicas imutáveis, intactas, e são amorais, apolíticas, além dos
nossos julgamentos e dualidade.

Aqui elegi os estudos do alquimista Hermes Trimegistrus, como guia


para tratar de algumas dessas leis. Fundamentado na metafisica, na

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astrologia, na cabala e tendo a química como eixo central os alquimis-
tas defendem a experiência direta do homem com a natureza como
raiz do conhecimento médico terapêutico. Consideram também a un-
idade entre macrocosmos e microcosmos, isto é, entre o universo e o
corpo humano. Entendendo este corpo como um combinado de min-
erais(matéria) e espíritos astrais.

• LEI DA SEMELHANÇA, AS ASSINATURAS.

A primeira lei da qual trataremos é a lei da semelhança, ou das as-


sinaturas, segundo esta lei o mundo real traz marcas, vestígios, sinais
impressos por Deus como assinaturas e que indicam por aproximação
e semelhança (em suas formas, cores, sabores e texturas) o seu potên-
cial utilidade e serventia para o homem.

Cabe portanto ao curador a função de observar e desvendar os po-


deres e as virtudes ocultas nos elementos da natureza, aprendendo de
maneira direta, pela prática.

Por exemplo, Malva, planta de onde é extraída o Óleo Essencial de


Gerânio, um poderoso regulador dos hormônios femininos, e suas
folhas tem formato de útero e ovários. Ou observe o limão e a laranja,
com seus filamentos parecem a constituição do nosso pulmão e são
grandes curadores do nosso sistema respiratório.

Cabe ao Curador, à erveira, raizeira, benzedeira, bruxa ou, como se


chama agora: “terapeuta”, se aproximar, tocar, cheirar e regis- trar as
sensações. Essa não é a única forma de conhecer as plantas, temos vários
estudos técnico científicos. Porém essa é a primeira forma de conhecê-las,
é por onde todo pesquisador passou ! Todas as plantas tem sua medici-
na, mesmo aquelas consideradas venenosas. E nos conectando à elas,
com amor incondicional, con- heceremos seus potenciais !

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Olhe as plantas ao seu redor, plantas vivas, vibrando, e então se per-
gunte: O que ela tem para me ensinar ou mostrar? Feche os olhos,
respire fundo e receba ! Essa é a assinatura, a identificação da planta
no mundo!

• A LEI DA POLARIDADE OU DUALIDADE.

Lei da polaridade, tudo é duplo, dual, ao mesmo tempo tudo se toca,


assim, saúde e doença, alegria e tristeza, quente e frio, doce e amargo,
são polos de uma mesma energia que se tocam. A busca pela cura é
a busca pelo equilíbrio entre esses polos, por exemplo, a prática das
compressas quentes e frias alternadas para dor de barriga, (prática
muito comum na cultura popular).

A definição de elementos e plantas com caráter quente e frio e


atribuição de certa reação destas no corpo, por exemplo, chá de cane-
la e pimenta preta para aquecer e estimular mulheres em trabalho de
parto.

Assim, quando um desequilibrio é causado por um “resfriamento”


do corpo, como é o caso de uma gripe, buscamos equilibrar com o
polo oposto, o quente. E quando acontece um excesso de calor, como
por exemplo uma “queimação” estomacal buscamos equilibrar com o
polo oposto, alimentos frescos, chá de boldo ou hortelã que são plan-
tas frias.

Ou ainda outro exemplo; uma mulher que está com excesso de san-
gramento, ela está com o feminino desequilibrado, sua cura virá do
equilibrio com o aspecto masculino, exercícios fortes, trabalhos fisi-
cos, alimentos com carater masculino como aipim e outras raizes po-
dem ajudar.

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Cabe portanto ao Curador perceber em qual polo há desequilibrio e
usar seus saberes e sua intuição para orientar seu “paciente” na busca
pelo seu reequilibrio.

• A LEI DA CAUSA E EFEITO.

A Lei da Causa e Efeito indica que tudo na natureza é uma conse-


quência e por sua vez também é causa de um próximo fenômeno.

Qualquer desequilíbrio do Ser tem uma causa, e é fundamental para os


curadores identificarem a causa para transformar o efeito. Digamos que a
dor, a doença ou o sinal emocional e mental que o corpo nos dá é apenas
um sintoma. Um sintoma de uma questão mais profunda, que é sua raiz,
sua causação primeira. No Thetahealing usamos o Digging ( Escavação
profunda) para investigar as causas de uma questão. Mas a intuição e o
saber do curador são o que mais conta nessa hora.
É preciso avaliar a pessoa como um todo: Como é seu cotidiano? Do que
se alimenta? Como anda seu auto cuidado e seu amor próprio? Como ela
se sente em relação à sua família e seu trabalho? E principalmente - O que
estava (ou esta) acontecendo de relevante na sua vida quando os sintomas
começaram?

Essa é uma boa anamnese, e conhecer as plantas que trabalham, lim-


pam, curam e reconectam com cada area da vida podem ser aplicadas.

• A LEI DA VIBRAÇÃO E LEI DO RITMO

Existe também a Lei da Vibração, tudo vibra, tudo está em movimen-


to, nada está parado, então a transformação acontece todo tempo, e
sob a lei da vibração está a LEI DO RITMO. Ao propor um tratamento
a partir de plantas ou qualquer tipo de cura energetica é preciso dar
ritmo a esta vibração, todo tratamento precisa ter ritmo, dia, hora e
local do tratamento para garantir sua eficácia.
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Por exemplo: Quando um medico nos receita um medicamento X,
tomar a quantidade Y, de tantas em tantas hora. Ele esta dando ritmo
ao tratamento. Da mesma forma o tratamento com as plantas precisa
desse Ritmo: Quantos dias de uso daquela plantinha? Quantas vezes
por dia ? Qual a quantidade e as porções daquele preparado ? Existem
restrições?Quais? O que eu devo pensar/rezar/meditar enquanto con-
sumo esse medicamento?

• A LEI DO MENTALISMO - O UNIVERSO É MENTAL

A última lei que abordaremos é a Lei do Mentalismo, o universo é


mental, tudo é mental, o que significa que é a mente que rege o fun-
cionamento de todas as coisas à nossa volta.

O pensamento é energia e influencia na manifestação de tudo. Esta


lei tem sido bem estuda pelos físicos quânticos, e fica exemplifica na
experiência da Dupla Fenda e nas experiências do japonês Masaru
Emoto com a Água (procure no YouTube.)

Assim, ACREDITAR E CONFIAR no potencial de cura da terapêutica


natural é fundamental na sua eficácia. Digamos que a Lei do Mental-
ismo é a Lei da Atração em movimento. Então, ao propor uma cura
através das plantas é importante trazer foco, clareza e determinação.
Uma atitude mental positiva potencializa e ancora essa cura.

Algumas plantas ajudam a fortalecer essa atitude mental positiva,


como o alecrim que traz alegria, positividade e força de vontade. A
Lavanda que acalma o excesso de pensamentos. O Manjericão que el-
eva a vibração e purifica. Na forma de chá, óleo essencial, um banho,
ou escalda pés. Aliada a uma boa meditação e fortes orações e rituais,
muuuita boa vontade e pronto ! Simples assim.

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A HISTÓRIA DA CURA PELAS PLANTAS.

O primeiro registro contido na História Escrita - e é importante


frisar na história escrita, pois na história oral é incontável o tempo
em que esse saber é transmitido -sobre o poder das plantas na cura de
enfermidades e desequilíbrios data de 3000 anos antes de Cristo, e é
do chinês Cho Chin Kei, e trata das propriedades do ginseng, cânfora,
acônito e ruibardo, e ainda cerca de 460 antes de Cristo se encontra
registros sobre os potenciais curativos de plantas, de Hipócrates (con-
siderado o pai da medicina moderna), no livro Corpus Hipocraticum.

O uso de plantas medicinais depende da indicação de estudiosos e


pessoas experientes, alguns fatores devem ser considerados como a
parte a ser usada – flores, sementes, folhas, casca, intercasca, caule,
raízes, frutos, ou a planta toda – além disso, devem ser consideradas a
forma de cultivo, a qualidade do solo, a época de plantio e de colheita,
forma de armazenamento e secagem. Algumas plantas prestam mel-
hor serviço quando secas, outras ainda frescas, algumas dependem de
que a colheita seja feita antes da floração, outras depois, outras durante
a floração. Por exemplo, ao se pensar em raízes, bulbos e tubérculos é
indicado que a colheita seja feita na seca, durante a chuva estes retém
muita agua e seus princípios ativos ficam diluídos, existem também
fatores concernentes à maturação, por exemplo, banana verde para
tratar diarreias e disfunções estomacais e de instestino.

Ao se aprofundar no estudo se torna fundamental conhecer os nomes


populares, mas principalmente os nomes científicos das plantas, os
nomes científicos te dão a segurança de permanecerem os mesmo em
qualquer lugar do mundo, enquanto os nomes populares variam entre
países, mas também entre regiões e até entre cidades. A importância
de conhecer as duas nomenclaturas é que uma te dá segurança ao in-
dicar um planta, e a outra te permite dialogar com as pessoas que são

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conhecedoras destas plantas, e com as pessoas as quais você possa in-
dicar o consumo das plantas.

Agora será apresentado um breve, brevíssimo estudo sobre princí-


pios ativos e suas formas de extração, a idéia é que seja uma pincelada
sobre esse temas, e que de uma base para que depois se aprofundem.
O princípio ativo é a mistura de substâncias existente em uma planta,
ou em parte dela, com ação terapêutica, não deve ser confundido com
as drogas químicas, pois estas ultimas isolam um único componente
do principio ativo. Os que comungam da medicina natural desprezam
essa forma de elaborar o medicamento, pois confiam na inteligência
suprema da natureza, e acreditam que quando usamos os princípios
ativos mais próximos ao natural, e não isoladamente, os efeitos colat-
erais ficam reduzidíssimos e o potencial de ação terapêutica é elevado.

Os principais grupos de princípios ativos são os taninos, alcalóides,


glicosídeos, mucilagens e substancia pécticas e óleos essenciais, a estes
últimos fica reservado o próximo capitulo deste instacurso segue uma
breve explicação dos outros.

TANINOS - AQUELE SABOR DA BANANA VERDE


QUE “AMARRA A BOCA”

Os taninos são princípios ativos solúveis em água e álcool, são sub-


stâncias anti sépticas, adstringente e agem na na retração dos tecidos
lesados, formando uma camada protetora, favorecendo e facilitando a
cicatrização. Usam-se também no tratamento de diarreia (como a ba-
nana verde, goiaba verde). Na boca os taninos causam uma reação pe-
culiar na reação com a saliva provoca aquela sensação de “amarração”
na boca. As plantas que possuem este principio ativo estão aptas para
uso interno e externo.

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ALCALÓIDES

Os alcaloides agem no sistema nervoso central, são levemente alcal-


inos, apresentam sabor amargo, e podem causar alguns efeitos pecu-
liares no corpo como dilatação da pupila, náuseas e vômitos, secura e
ruborização da pele, secura na boca, aumento da sede, estado febril,
taquicardia, incoordenação motora, agitação, modificações de com-
portamento, podendo chegar à confusão mental e alucinação. Esses fa-
tores toxicológicos exigem extremo cuidado e atenção na manipulação
das plantas com princípios ativos alcaloides. Os alcaloides assumem
função analgésica e sedativa de forma eficiente, como o potente anal-
gésico extraído do ópio pelas indústrias farmacêuticas, a morfina, e a
codeína. Além disso podem ser usado em distúrbios nervosos, cefa-
leia(dor de cabeça) crônicas, diarreias e prisões de ventre.

GLICOSÍDEOS - AMARGOR QUE CURA.

Os glicosídeos são, geralmente, mais amargos que os alcaloides, e


entre os princípios ativos que elegi para apresentar aqui é o mais com-
plexo, ele se divide em glicosídeos alcoolicos, que são os primeiros
princípios ativos identificados no reino vegetal, e é usado contra re-
umantismo, a indústria farmacêutica extrai deste principio ativo me-
dicamentos como a aspirina. Glicosídeos cianogenéticos, tem odor
agradável, porém são altamente tóxicos, é rico nessa categoria de gli-
cosídeos a mandioca, se destacando a mandioca brava com grande
quantidade desse principio.

Glicosídeos cardioativos, como o nome já diz é cardiotônico , quer


dizer que aumenta a capacidade de contração do musculo cardíaco,
o emprego deste tipo de glicosídeos requer conhecimento e cuida-
do na área de cardiologia, e sistema circulatório. Os glicosídeos an-
traquitônicos são extremamente amargos, estimulam a defecação, é

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empregado principalmente em casos de prisão de ventre fazendo a
hidratação das pardes do intestino, um exemplo é a aloína, extraída
das plantas de gênero Aloe, esse principio ativo também é solúvel em
água. Existem também os glicosídeos flavonoides, também rotulados
de bioflavonóides, do trigo sarraceno e da arruda é retirado uma espé-
cie de flavonoide chamado rutina, que é absorvente de nicotina além
de ser abortivo. Nos frutos cítricos, na parte branca da casca, junto
com a vitamina C atua a níveis capilares, reforçando a vitalidade, com-
bate queda de cabelo e afecções no couro cabeludo.

O último tipo de glicoideo que tratatemos são os glicosídeos sapomin-


icos, ou saponinas, são plantas com inúmeras propriedades, são ca-
pazes de formar espuma abundante, antimicrobiana e fungicida, é es-
ternutatória, ou seja provoca espirros em contato com a mucosa nasal,
é expectorante, facilita a limpeza do corrimento nasal, facilita a ab-
sorção de outros principios ativos pelo organismo.

MUCILAGENS

As mucilagens assemelham-se a gomas quanto a sua textura, exem-


plo de mucilagem é o quiabo, a babosa, confrei, tem caráter cicatri-
zante, e regenerador, podem ser extraídas com extrato alcoolico ou hi-
droalcoolico. As substancias pécticas ou pectinas, esta substâncias se
armazenam em toda a plantas, mas em maior quantidade nos frutos
maduros, como maçã, cidra, carambola, maracujá, nos cítricos, como
o limão e a laranja apresenta um bom rendimento de pectina, pode ser
usada na elaboração de geleias e gelatinas caseiras, formada por pecti-
na e açucares. Tem ações anti-diarréica. Assim, esse pequeno roteiro
dá um norte para o aprofundamento no estudo dos princípios ativos.

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AROMATERAPIA

Há muitos milhões de ano, quando os dinossauros ainda viviam


por aqui uma guerra silenciosa e intensa mobilizava a natureza. Nes-
sa época o reino vegetal, até então representados por samambaias e
pinheiros começava a enriquecer-se com atraentes plantas floridas.
Atraentes e saborosas para os insetos que as experimentavam e pou-
co a pouco adotaram em sua dieta o pólen, a seiva, os frutos, e até a
madeira dos novo vegetais, As plantas, indefesas na prisão de suas raízes
começaram a desenvolver métodos de defesa: cascas grossas, espinhos, pe-
los, tudo foi testado até surgir a guerra química. Aproveitando a experiên-
cia já adquirida na produção de substancias necessárias no metabolismo
vegetal(como a clorofila e outros pigmentos) e das resinas com que os pin-
heiros se defendiam dos microorganismos, as plantas impregnaram suas
raízes, madeiras, folhas flores e frutos com substancia que intoxicavam os
insetos, matavam bactérias e fungos e auxiliavam na cicatrização de lesões.

Essas substâncias possuem, em geral, odor marcante, agradável ou


não, e assim chamam a atenção dos seres que agora habitam essa su-
perfície, os seres humanos. Algumas se mostraram venenosas, out-
ras toxicas e reservadas ao uso em rituais mágicos, outras que eram
agradáveis de cheirar e comer, criavam uma sensação de bem estar e
curavam diversos males; assim começou a se criar um acervo de plan-
tas medicinais e aromáticas.

E são dessas plantas aromáticas que trata essa etapa do material, os


óleos essenciais, estes são substancias liquidas, viscosas, homogêneas,
aromáticas, voláteis, compostas por mais de 100 componentes.São
produtos do metabolismo vegetal, cuja a sua finalidade evolucionista
é a defesa do vegetal contra agentes externos, assim podem dizer po-
eticamente, que o óleo essencial faz a mediação do mundo interior do
vegetal com o mundo exterior.

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Os óleos essenciais podem ser extraídos de diversas formas, des-
tilação, expressão, dissolução em gordura, mas todas tem como fim
uma substancia 100% vegetal e pura em seus princípios e extremanete
concentrada nos valores terapêuticos da planta de origem. São sempre
reitrados da planta fresca, e da mesma forma que com outras plan-
tas medicinais a forma de plantio e colheita, a qualidade do solo e o
potencial genético da planta influenciam na sua extração. A essência
pode ser extraída das flores, da casaca, do caule, ou das folhas, ou até
da planta toda.

O uso dos óleos essenciais também é diverso, podendo ser feito di-
luído em óleos medicinais, em álcool, banhos, inalações secas ou úmi-
das, compressas, perfumes, no ambiente, ou até ingerido, existe um
caminho pelo qual essa essência passa dependendo da forma de uso:
(inserir desenho tabela caderno).

O PODER DOS AROMAS.

As pessoas podem fechar os olhos diante da grandeza do belo, do


assustador, podem tapar os ouvidos diante da melodia ou de palavras
sedutoras, mas não podem escapar ao aroma se estão vivas. O aroma
é irmão da respiração, com esta ele penetra nas pessoas, e alcançam
direto o coração, elas não podem escapar ao aroma a menos que que-
riam viver.

A diferença aceita entre aromaterapia e perfumaria é que a primeira


busca os efeitos clínicos diretos ou indiretos da substancia, enquanto
a segunda se preocupa com o prazer e com seu uso simbólico. Aqui,
busco fazer uma conexão entre os dois, cunhando o termo perfumo-
terapia, é possível acessar tanto o prazer e o valor simbólico dos aro-
mas, como seus efeitos terapêuticos, e é essa a proposta deste estudo
de perfumaria.

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Per fum significa através da fumaça, através o ar, e é assim que ele
atua. A definição de perfume natural é a dissolução de óleos essenciais
em álcool, porém a variação no conceito de acordo com a quantidade
de álcool e de essência utilizada, observe:

• Perfume: 95% de álcool, 5% de água destilada, 15 a 30% de óleo es-


sencial. Fixação de 8 horas à 2 dias.

• Loção perfumada: 90% de álcool, 10% de água destilada, 8 a 15% de


óleo essencial. Fixação de 6 a 8 horas.

• Água de colônia: 80% de álcool, 20% de água destilada, 3 a 8% de


óleo essencial. Fixação de 4 horas.

• Deo colônia: 70% de álcool, 30% de água destila, 1 a 3 % de óleo es-


sencial. Fixação média de 1 hora.
Existem também os perfumes oleosos, onde essas essências são di-
luídas em óleos vegetais puros ( que não carreguem odor forte e car-
acterístico). Mas a perfumaria tradicional usa álcool, e alguns outros
conceitos de perfumaria precisam ser considerados.

Todo perfume é dito como um acorde, como na musica, um acorde é


composto de várias notas, a notas são a menor unidade de medida na
construção do perfume, então um perfume é a composição de várias
notas aromáticas.
Observe a pirâmide olfativa que se segue:

• Notas altas, notas de cabeça. Essências mais voláteis, ligadas ao ele-


mento ar, de caráter cítrico, como limão, bergamota, capim limão,

• Notas médias, ou notas de coração, esta dá a personalidade do per-


fume, são essências de evaporação de médio prazo, ligas aos elementos

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fogo e água, são usadas ervas aromáticas e especiarias, e flores como
anis, cravo, canela, benjoim, petit grain, rosa, jasmin, neroli etc.

• Notas base, ou notas de pé, essa é reponsável pela fixação e durabi-


lidade do acorde, estão ligadas ao elemento terra são essências fixas,
densas e amadeiradas, como exemplo cito as que são usadas historica-
mente na produção de perfume: sândalo, patchouli, mirra, labdanum,
noz moscada e copaíba.

Um acorde comum usado na perfumaria tradicional é o Chypre, com-


posto por bergamota+ladamo+patchouli+rosa ou jasmin.
Acessando o poder de cura das plantas...

FORMAS DE USO DAS ERVAS NO COTIDIANO.

Existem varias formas de acessar os princípios ativos das plantas, os


óleos essenciais são uma forma de extração, porém tem outras mais
simples, e que já fazem parte do cotidiano do ser humano há milhares
de anos.

• CHÁS

Vamos falar sobre aquele chazinho , uma grande ciência de cura


que nos acompanha de geração em geração. Existem 3 formas de se
preparar um chá, sim, 3 formas... Em qualquer uma delas há um pré
requisito absoluto, uma mente limpa de pensamentos negativos, onde
a positividade faz morada, criando um ambiente sadio e seguro para
elaboração deste remédio caseiro. Escutar uma boa música, fazer uma
meditação ou uma oração.

No livro A Vida Secreta das Plantas, Edward Topkins prova cien-


tificamente como as plantas respondem aos estímulos externos, seja

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um pensamento ou uma palavra, então é fundamental estarmos con-
scientes da consciência que existe em tudo, e também nas plantas.

A primeira forma que vamos abordar é o nosso chazinho tradicion-


al, vamos chamá-lo aqui de infusão quente, é uma boa forma de ex-
trair princípios ativos de partes sutis das plantas, como folhas e flores,
é um ótima companhia no inverno é um grande medicamento. Na
infusão quente primeiramente fervemos a água e em seguida desliga-
mos o fogo, colocamos as plantas na água quente, tampamos (tampar
é muito importante) e em 10 minutos podemos coar e está pronto !

A segunda forma que vamos abordadar é a infusão fria, isso mes-


mo, uma chazinho frio. A infusão fria também é usada para extrair
princípios ativos de partes sutis da planta, e principalmente de flores
e folhas frescas. É ideal para manter princípios ativos que são voláteis,
e que evaporam fácil na água quente. É bem simples, maceramos
(amassamos beeeem) as folhas ou flores com um pouquinho de água
e depois coamos e se for preciso misturamos mais um pouquinho de
água para aumentar a infusão. No verão é um santo remédio !

A terceira forma é a decocção, usada para extrair princípios ativos de


partes mais densas das plantas como raizes, cascas e entrecascas, nessa
forma fervemos o material junto com a água, deixando a água reduzir
concentrando os princípios ativos. Podemos fazer a medida de 1 parte
de planta para 15 partes de água, ou seja, 100 gramas da planta para
1,5l de água, e deixa reduzir 1/3 da mistura e você terá 1l de decocção.

• TINTURAS MEDICINAIS, AS ANTIGAS GARRAFADAS.

As tinturas medicinais foram muito difundidas na antiguidade e car-


regam um grande potencial de cura. Uma boa farmácia Viva e caseira
tem algumas tinturas fundamentais.

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A tintura de arnica é bem comum na casa das vovós.

Numa linguagem mais “acadêmica” chamamos essas tinturas de ex-


trato hidroalcóolicas, pois são compostas de água, álcool e plantas. O
álcool deve ser de boa qualidade, antigamente se usava a cachaça e até
o vinho como veiculo de extração de princípios ativos. E a água deve
ser no mínimo mineral, e também pode ser água destilada para uma
maior qualidade do medicamento. Outro cuidado é o recepiente, deve
ser de vidro, lavado e esterilizado com água quente, além dos pensam-
entos e ambiente limpos, sadios e felizes.

A fórmula básica é 70% álcool, 30% água e material suficiente para


que esse líquido possa cobrir. Depois de feita a mistura deixar repousar
no escuro por no mínimo 28 dias (um ciclo da Lua) .
E pronto é só filtrar e colocar em um recepiente também de vidro. É
legal sempre colocar rótulos de identificação, para não esquecer que
remédio mora ali naquela garrafa. Tem uma receita que gosto muito
que chamo de tintura passifloral, muito útil para o cotidiano corrido
e agitado, e para os nervosismos e insônias : 50 gramas de folha de-
sidratada de maracujá, 50 gramas de camomila, 50 gramas de Melissa
desidratada, 700 mls de álcool de cereais e o 300 mls de água mineral
. Deixa descansar no escuro por 28 dias, depois é só coar, pode tomar
5 gotas diluídas em um copo americano de água durante o dia , ou 10
gotas também diluídas em um copo americano de água para dormir
bem !

• ÓLEO MEDICADO - OLEATO

Existe uma forma muito mágica e cheirosa de extrair o principio


ativo das plantas, sejam elas frescas ou secas, é o extrato à base óleo,
extrato oleoso ou oleato.

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Nele escolhemos um óleo 100% vegetal, 100% natural e mergulham-
os a planta medicinal nesse óleo, pode ser óleo de gergelim, óleo de
coco, ou até azeite de oliva, depende da sua finalidade. Mergulhamos
a planta ( o suficiente para que seja totalmente submersa no óleo) fe-
chamos bem e deixamos repousar no escuro também por 28 dias. Se
quiser potencializar as tinturas ou os oleatos eles podem ser enterra-
dos no seu quintal e ficar la recebendo a energia da Terra. Vai ser mais
potente ! E é muuuita magia !

Esses óleos podem ser ingeridos, passados na pele no cabelo e até


em mucosas como a vagina, pênis e nariz. Apenas depende da planta
e dos principios ativos que vc esta precisando naquela região.
Tem um oleato que gosto muito, nele usamos 500 mls de óleo de
gergelim e mergulhamos Salvia Oficinalis, Artemisia e Malva. É ótimo
para as mulheres, no periodo menstrual, equilibra cólicas e é capaz de
curar muitos desequilibrios do feminino como ovários policísticos e
amenorréias. Pode ser usado na região do ventre, pode tomar 1 colher-
zinha de café 1 vez no dia, pode ser passado na vagina também. Esta
receita é contraindicada em caso de GRAVIDEZ. Os homens também
podem usa-lo da mesma forma para despertar e equilibrar o princípio
feminino e masculino.

• DEFUMAÇÃO - PURIFICAÇÃO DO AMBIENTE E DO


CORAÇÃO.

A defumação, queimar ervas aromáticas para acessar seus poderes e


princípios ativos através da fumaça é algo tão antigo que não saberia
te dizer exatamente onde começou. Sei que todos os povos originários
tem essa cultura do Brasil à Índia.

Há pouco tempo uma universidade norte americana comprovou


e, seus laboratórios que ao defumar um ambiente com Salvia Branca

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90% dos fungos, bactérias, e micro-organismos prejudiciais à nossa
saúde desapareceram. Cada vez mais essas práticas místicas vem sen-
do estudadas e comprovada em sua eficácia clínica e energética dentro
da ciência convencional.

A defumação é uma grande ferramenta de cura e purificação, com a


erva certa somos capazes de tratar problemas respiratórios, acalmar e
harmonizar a mente , trazer foco, clareza , determinação, além de ser
muuuito prazeroso.

Recomendo defumações diárias na sua casa, porém com a atenção


de onde vem suas ervas, incensos ou resinas, sempre recomendo que
se use aquelas plantas que nascem próximas a você, alecrim, man-
jericão,arruda, rosas e outras flores, e vaaarias ervinhas que vc pode
plantar na sua casa e trazem benefícios tanto frescas como secas.

É muito antigo o comércio de especiarias vindas da Índia, e esse


comércio tem onerosos custos para o povo indiano, estejam atentos à
procedência e possíveis contaminações com pólvoras e outras toxinas
nesse incensos indianos. O melhor é usar plantas brasileiras ou da sua
região. Da mesma forma agora tem se propagado o uso das defuma-
ções peruanas, como o Palo Santo, e também não recomendo estimu-
lar a extração e contrabando dessa planta sagrada. Faça uma visita ao
Peru e sinta esse aroma lá, traga no máximo 1 ou 2 lasquinhas de re-
cordação... aproveite seu momento presente, aqui e agora e desvende
os aromas que estão perto de ti, isso é sagrado e cura !

• O BANHO DE ERVAS

Essa é uma prática muito especial que além de acessar os princípios


ativos das plantas, trazendo muitas curas para nossa pele e mucosas,
também tem seus princípios mágicos pois remete a uma prática muito

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ancestral e traz sensação de autocuidado e harmonização.

Há sempre um questão que envolve o banho de ervas, e é a pergunta


se ele deve ser feito dos ombros para baixo, ou pode ganhar a cabeça
também. Essa questão surge da união dos saberes dos negros vindos
de África, para eles, que não conheciam nossas plantas, lavar a cabeça
com plantas desconhecidas poderia ser perigoso, já que a cabeça(ori)
é a morada da alma . Porém para os povos indígenas não tem nada
disso, pode ser banhado o corpo todo com as ervas.

Há 2 formas de preparação, uma infusão fria, onde pode macerar as


ervas e colocar águas fria, e a infusão quente, quando se ferve a água e
se coloca as ervas em infusão. Isso tudo depende do seu propósito, das
ervas que serão usadas no banho.
Porém há 1 coisa que não muda em nenhuma cultura, o banho deve
ser preparado em meio à orações profundas, cânticos sagrados, man-
tras, e imagens mentais positivas. E depois do banho não se lava com
sabonetes ou xampus, se seca suavemente e pronto.

Reserve um tempo para vc, prepare um bom banho, com uma in-
tenção clara, seja de limpeza, purificação, seja com o propósito de
manifestar algo na sua vida e sinta a beleza desse cuidar a partir das
ervas. Um bom banho que é indicado a todas as pessoas, inclusive cri-
anças é o banho de manjericão ! Experimente ! Relembre sua essência
ancestral !

• BANHO DE ASSENTO , CURA PARA O CHAKRA BÁSICO


E SEXUAL, EM HOMENS E MULHERES.

O banho de assento é um tratamento muito usado por parteiras e


pela cultura tradicional, vi muito esse trabalho no Nordeste, além dos
benefícios energéticos esse ritual trabalha muitas questões físicas. In-

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fecções urinárias, candidíase, fungos, e varias questões do trato fem-
inino como ovários policísticos, amenorreia, endometriose, cólicas
menstruais.

O banho de assentos não tem contra indicação, homens, mulheres,


idosos, gestantes ou crianças, todos podem e DEVEM acessar esse
tratamento. A única observação é que se utilize as plantas certas. Ban-
ho de assento com chá de folhas de abacateiro curam infeções urinári-
as com uma eficácia impressionante.

• ESCALDA PÉS

Outra maneira incrível de levar a cura através das plantas é uma


forma bem simples e antiga, minha vó, por exemplo, tinha sem-
pre uma bacia esmaltada na beira da cama e um jarro com água
quente para fazer um escalda pés antes de dormir. A sugestão é
fazer com a água bem quente, no limite do insuportável, e sem-
pre com ervas calmantes, camomila, melissa, cidreira, e lavanda.

- Um pouquinho de sal grosso ajuda a eliminar toxinas.

- Outra sugestão é colocar no fundo da bacia uns cristais, ou


bolinhas de gude para massagear os pés.

- Pode fazer até 3 vezes por semana, depois seca bem os pezinhos e
vai direto pra cama !

- Não há contra indicações para escalda pés.

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•VAPORIZAÇÃO UTERINA.

Usada desde a antiguidade, entre os povos do oriente, andes, ín-


dios norte americanos e nossos nativos aqui do Brasil, em to-
das as partes se manifesta essa forma de cura bem simples.

Escolhemos um pote que tenha mais ou menos a circunferên-


cia da palma da mão aberta. Prepara-se uma infusão quente
(vide página 21) e concentrada, e coloca dentro deste pote. E en-
tão se coloca acocorada (ou de joelhos) acima desse pote e re-
cebe esse vapor direto no canal vaginal, por 15 ou 20 minutos .
Depois deve-se manter o corpo aquecido, e ir direto para a cama.

A Vaporização Uterina deve ser feita sempre na Lua Nova ou Minguante,


que nos ajuda a limpar e purificar. Fazemos nos 7 dias daquela Lua, e pode-
mosfazerumciclode4luasnovasouminguantes,ouseja4meses,por7dias.

A Vaporização é contra indicada na gestação e durante o sangra-


mento menstrual, contra indicada para quem usa DIU ou Mirena.

As ervas a serem usadas fica a critério do terapeuta ou curandeira.

No geral sugiro o seguinte ciclo, com a atenção de me certificar de que


não há reações alérgicas.

Ciclo 1: Lua Nova ou Minguante.

Erva: Tansagem, para limpeza de memórias uterinas.

Dosagem: uma mão cheia de ervas secas, ou duas mãos cheias da


erva fresca em 500 mls de água.

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Ciclo 2: Lua Nova ou Minguante

Erva: Calêndula, para “cicatrizar” antigas feridas e também a


limpeza feita pela tansagem.

Dosagem: 1 mão das flores secas ou 2 mãos das flores frescas em


500 ml de água.

Ciclo 3: Lua Nova ou Minguante

Erva: Alecrim, para energizar e trazer alegria, depois das limpe-


zas.

Dosagem: 1 colher de chá de alecrim seco em 500 mls de água ou


2 colheres das folhas frescas.

Ciclo 4: Lua Nova ou Minguante

Erva: Artemísia para despertar a mulher sagrada, Artemis, a De-


usa que dá origem ao nome dessa planta tinha o poder de trans-
formar qualquer animal selvagem em seu animal de estimação,
era uma exímia guerreira.

Dosagem: uma mão cheia das folhas secas ou 2 mãos cheias no


caso das folhas frescas em 500 mls de água.

Ps.: lembre-se que o preparo é sempre em infusão quente (vide


página 22). Manter-se bem quentinha durante e depois da Va-
porização vai direto para a cama.

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CONCLUSÃO

A História moderna tem testemunhado a necessidade de trans-


formar a natureza em produto, as comunidades em mercado,
e o outro em si mesmo. Esse é um processo violento e que aca-
ba ador- mecendo os potenciais dos seres e de seus saberes. Esse
material tem como eixo principal reconectar, reencontrar, relem-
brar técni- cas e saberes ancestrais que foram ao longo do tem-
po silenciado pelo colonialismo e a padronização da cultura.
Além de apresentar ferramentas práticas para autonomia da saúde
e do corpo, a intenção é criar um local de pertencimento e val-
orização dos saberes dos mortos, ancestrais, dos que habitam
aqui e agora, e dos que virão a nascer, estabelecendo uma linha
de con- tinuidade e criando um lugar de eternização do conheci-
mento. O objetivo é criar também intercâmbio e cooperação entre
as diver- sas técnicas de cura em vez de dominação e hegemonia.
O caminho é a união entre os antigos saberes e práticas e a ciência
moderna. Assim, sem excluir nada, apresentando o potencial e os
desafios de cada caminho de cura vamos encerrando esse primeiro
ciclo de textos e conhecimento.
DICAS DE LEITURA:

>Plantas que curam os homens. Dr. José Maria Clemente

>O Eterno Plantio - Dr José Maria Clemente

>Na Trilha do Caboclo . Cultura, Natureza e Saúde - Maria Flores de Ol-


iveira e Orlando J

>A cura quântica - Deepak Chopra

> Aromaterapia - Rosângela Vechi Bittar

> Terra, Chaves pleidianas para a Biblioteca Viva


Bárbara Marcianick

> Mas minha maior fonte de estudos e aprendizados é a Natureza, o


Verde, as comunidades tradicionais, índios, quilombolas, benzedeiras,
raizeiras e parteiras desse Brasil !

Bons estudos !

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