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FGM 2018 | Volume 02 | 1

Diretora Administrativa Diretor Técnico


BIANCA MITTELSTÄDT FRIEDRICH GEORG MITTELSTÄDT
OUSADIA E INSPIRAÇÃO PARA
REVOLUCIONAR O UNIVERSO
DA IMPLANTODONTIA

R
eceba nossas boas-vindas à 2ª edição da FGM News Implantes. Aqui,
compartilhamos com você desde nossas motivações para antecipar as
demandas da odontologia estética e funcional até os resultados antes
inimagináveis que milhares de profissionais em todo o mundo agora podem
conquistar.

Com muita dedicação, empreendedorismo e ousadia a FGM se tornou


referência mundial. Esses atributos, somados a uma equipe especializada em
criar soluções inovadoras, nos levam a apresentar hoje mais de 300 produtos
desenvolvidos com excelência.

Dentre eles, destacam-se o clareador dental Whiteness, pioneiro e líder em E X PE D I E N T E


vendas no Brasil e na América Latina, a resina nanohíbrida Opallis, a tecnologia
CORPO EDITORIAL
APS, nosso mais recente lançamento, e, especialmente, a revolucionária linha Bianca Mittelstädt
de biomateriais, que já tem seu sucesso comprovado por centenas de casos Friedrich Georg Mittelstädt
Aline Adami Rosa
clínicos e pesquisas científicas realizadas em diversos países. Barbara Girotto L. Aguiar
Camila Milanez Araujo Duarte
Rafael Cury Cecato
Em 2017, celebramos números que enaltecem a simplificação, segurança e Tatiane Rover
agilidade proporcionadas pelo Nanosynt e o Sistema Arcsys: atingimos a marca Thiago Roberto Gemeli

de mais de 150 mil implantes instalados, cerca de 3.000 cirurgiões-dentistas CONSELHO EDITORIAL
Bianca Mittelstädt
alcançaram resultados extraordinários e milhares de pacientes ficaram Friedrich Georg Mittelstädt
plenamente satisfeitos com sorrisos mais saudáveis, estéticos e funcionais. Rafael Cury Cecato
Thiago Roberto Gemeli

Nesta revista você terá acesso a um conteúdo amplo e extremamente PROJETO GRÁFICO
Barbara Girotto L. Aguiar
informativo, que abrange detalhes técnicos sobre as soluções desenvolvidas
pela FGM, pesquisas científicas, casos clínicos completos e, sobretudo, JORNALISTA RESPONSÁVEL
Meg Guida - MTB 11.748
as inspirações que você precisa para expandir seus conhecimentos em
implantodontia e explorar novas possibilidades para surpreender seus FGM NEWS IMPLANTES É UMA
PUBLICAÇÃO DA FGM
pacientes, até mesmo nas mais complexas situações relacionadas à
VOLUME 02 – Nº2 – JANEIRO 2018
regeneração óssea e reabilitação oral. PERIODICIDADE: ANUAL
Dentscare Ltda
Endereço: Av. Edgar Nelson Meister, 474
Desfrute intensamente de todos os assuntos que compõem as próximas CEP 89210-501, JoInville- SC
0800 644 6100
páginas desta edição da FGM News Implantes. Nelas, dividimos com você www.fgm.ind.br | implantes@fgm.ind.br

a nossa alegria em poder contar com o seu talento e profissionalismo para


Esse periódico é uma produção
conquistarmos ainda mais resultados positivos. independente. O conteúdo dos textos
publicados e opiniões, idéias e conceitos
emitidos nos artigos são de inteira
Tenha uma ótima leitura. responsabilidade de seus autores.
matérias
06 FGM Implantes: Processos produtivos 94 Avaliação do Índice de Sucesso
que visam à perfeição dos Implantes Fricionais Arcsys

08 Com Arcsys, menos é muito mais 100 A evolução dos biomateriais sintéticos
aumentando a previsibilidade nas
32 Tratamentos de superfície em enxertias ósseas
implantes dentários
114 Odontologia em primeiro lugar
54 Remodelação óssea peri-implantar e
longevidade do Sistema Arcsys 116 Arcsys por especialistas
118 FGM Implantes em números
60 Término Dinâmico
119 Descubra mais
82 Fluxo digital na reabilitação oral:
conceito e possibilidades 120 Colaboradores desta edição

casos clínicos
22 Utilização do Sistema Arcsys em 62 Implante imediato em alvéolo palatino e
condição desafiadora Sistema Arcsys FGM: uma alternativa para o
levantamento do seio maxilar
26 Implante imediato pós-extração: manutenção de
volume tecidual e excelência estética 70 Carga imediata associada à manipulação do
tecido mole peri-implantar pela técnica do rolo:
36 Prótese protocolo inferior provisória com um relato de caso
carga imediata
76 Restaurando a autoestima e o sorriso com
40 Intermediários anguláveis do Sistema Arcsys implantodontia e resina de alta estética
fazem toda diferença para a reabilitação de
próteses tipo protocolo
90 Coroa em compósito Brava Block CAD/CAM em
sessão única: relato de caso clínico
46 Utilização de um novo sistema de implantes para
confecção de prótese inferior tipo overdenture
104 Reconstrução de maxila atrófica utilizando
enxerto alógeno e fibrina rica em plaquetas
56 Planejamento digital para a previsibilidade e e leucócitos
controle do tratamento reabilitador: relato de
caso
110 Elevação de seio maxilar traumática utilizando o
biomaterial sintético Nanosynt
Garantir a segurança do profissional e do paciente é o requisito que
conduz todo o sistema produtivo da FGM Implantes, monitorado do
início ao fim por uma equipe especificamente qualificada, organismos
certificadores e pela vigilância sanitária.
Conheça a seguir as características que integram os processos de
produção e controle de qualidade do Nanosynt e do Sistema Arcsys.

CONTROLE DE QUALIDADE
DO INÍCIO AO FIM
Durante todo o processo é realizado um controle de qualidade
minucioso, desde o recebimento de matéria-prima, passando pelas
fases de produção (usinagem, controle metrológico, acabamento,
tratamento de superfície, inspeção e esterilização) e finalizando
com a última etiqueta colada na embalagem final.

MATÉRIAS-PRIMAS DE
FORNECEDORES QUALIFICADOS
Os insumos que entram no parque fabril são produzidos pelos
principais fornecedores mundiais de matérias-primas, que atendem a
rigorosos padrões de qualidade, definidos por normas internacionais.

TORNOS SUÍÇOS PARA USINAGEM DE


COMPONENTES, FERRAMENTAIS E
IMPLANTES
Com um investimento de 25 milhões na área de biomateriais,
o maquinário utilizado na fabricação e acabamento das peças é o
mais moderno que existe no mercado de microusinagem.
A transformação da matéria-prima em produto usinado é realizada
por software de comando numérico computadorizado (CNC), o que
também proporciona a excelência no controle de qualidade.

TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE
Após a usinagem, acabamento e lavação inicial os implantes são
submetidos ao processo de tratamento de superfície, onde passam
por duplo ataque ácido, que provoca a formação de uma fina camada
de óxido de titânio que irá proporcionar o excelente desempenho ósseo
integrativo do produto. Em seguida, são novamente inspecionados, um
a um, por meio de equipamento com ampliação visual.
Por fim, é feito um processo intensivo de lavagem, que elimina
completamente quaisquer resíduos.

6 | FGM 2018 | Volume 2


MEDIÇÃO TRIDIMENSIONAL
DE ALTA PRECISÃO
Três equipamentos importados da Alemanha, Estados Unidos e Itália
para medição tridimensional permitem a ampliação das dimensões das
peças em até 350x, assegurando a exatidão nas dimensões de cada
peça. A precisão alcançada pelas máquinas de todo o setor é de um
milésimo de milímetro, o que representa um décimo de um fio de cabelo.
100% dos implantes e componentes protéticos Cone Morse
fabricados são inspecionados, passando por vistorias acuradas
durante sua execução. Também acontecem inspeções realizadas de
hora em hora (que analisam todo o processo de produção) e então
uma inspeção final por amostragem nos demais componentes.
As etapas de produção são 100% rastreadas, dispondo de
registros que podem ser facilmente consultados via sistema,
incluindo informações detalhadas sobre as matérias primas utilizadas,
máquinas, operadores, data e horário de usinagem, etc.

ACABAMENTO COM PERFEIÇÃO


E CONFIABILIDADE
A rebarbação é efetuada por equipamento que utiliza um campo
magnético que provoca a movimentação de pinos especiais para
o refinamento dos acabamentos. Dessa forma, a rebarbação é
realizada sem alterar as dimensões do produto.

AMBIENTE COM CONTROLE


MICROBIOLÓGICO E DE PARTÍCULAS
A sala onde é realizada a limpeza final e a embalagem primária dos
produtos esterilizados é certificada conforme norma ISO 14644-
1:2015. Nesse ambiente completamente controlado, os implantes
e componentes protéticos são lavados com água ultrapurificada,
garantindo que cada produto esteja 100% livre de contaminantes.

ESTERILIZAÇÃO ROBUSTA E QUALIFICADA


O processo de esterilização garante que o produto saia da fábrica
100% estéril. O monitoramento de sua eficácia é constante.
Com o objetivo de averiguar e intensificar o desempenho dessa
etapa, todos os lotes são inspecionados e periodicamente são
realizados testes que aprimoram a qualidade contínua dos produtos.
Etiquetas de esterilização e rastreabilidade estão presentes em
todos os produtos, com controle feito por simbologia que reforça
as características de limpeza e segurança do material que será
utilizado pelos cirurgiões-dentistas em seus pacientes.

EMBALAGEM QUE GARANTE


PROTEÇÃO E USABILIDADE
As embalagens criadas pela FGM Implantes possuem design
diferenciado, planejado para valorizar a segurança dos produtos e a
facilidade de manuseio no ambiente cirúrgico.

Desenvolver soluções odontológicas de primeira linha requer


investimento em tecnologias avançadas, processos e controle de
qualidade rigorosos, além de uma equipe que estuda continuamente
para desenvolver produtos mais robustos, que enaltecem facilidade,
usabilidade e confiança, atributos essenciais que permitem
aos cirurgiões-dentistas alcançar resultados superiores em
implantodontia com a satisfação plena de seus pacientes.

FGM 2018 | Volume 02 | 7


8 | FGM 2018 | Volume 2
FGM 2018 | Volume 02 | 9
| COM ARCSYS MENOS É MUITO MAIS

DISPOSITIVO ANGULADOR ARCSYS


Tenha a liberdade de personalizar o ângulo dos Componentes Protéticos Arcsys de
maneira fácil, rápida e segura, dispensando processos de compra e logística, além de
otimizar o planejamento das etapas cirúrgica e protética.

6 ANOS DE PESQUISA NOVAS POSSIBILIDADES


E DESENVOLVIMENTO DE PLANEJAMENTO

10 | FGM 2018 | Volume 2


COM ARCSYS MENOS É MUITO MAIS |

ANGULE DE 0º A 20º EM SEU CONSULTÓRIO


Veja como é simples personalizar a angulação do Componente Protético Arcsys
no consultório ou laboratório.

Verifique o alinhamento do Angule manualmente o Gire o disco central até Proteja o Componente
componente e a necessidade Referenciador, conforme encostar na face do Protético Angulável
de angulação. necessidade protética. Referenciador. com a capa de proteção
correspondente (posicionada
na lateral do disco).

Abaixe a alavanca do Pressione a extremidade da Remova a capa de proteção Posicione o Componente


dispositivo, coincidindo a capa alavanca para baixo até o seu e o Componente Protético Protético Angulável já
de proteção no orifício da curso total. Angulável. angulado no Implante
alavanca. Friccional Arcsys e o acione
com o Martelete, de acordo
com as instruções de uso.

REFERENCIADOR ANGULAR
O Referenciador Angular é um componente de uso transitório, confeccionado
em polímero sem memória elástica, que permite ao operador ajustar a angulação
manualmente de forma a planejar a inclinação do componente protético (angulável).

FGM 2018 | Volume 02 | 11


| COM ARCSYS MENOS É MUITO MAIS

COMPONENTES ANGULÁVEIS
Os Componentes Protéticos Anguláveis são produzidos em ligas especiais de alta
resistência e biocompatibilidade, o que garante até três vezes mais resistência quando
comparados a outros componentes usinados pré-angulados, líderes de mercado¹.
Além disso, podem ser angulados em até 20° e são apresentados em próteses aparafusadas
ou cimentadas. Ganhe mais agilidade no consultório e no laboratório e obtenha os melhores
resultados estéticos e funcionais.

12 | FGM 2018 | Volume 2


COM ARCSYS MENOS É MUITO MAIS |

COMPONENTES ANGULÁVEIS
ESTUDO

3x MAIS RESISTENTES
DESMISTIFICANDO A RESISTÊNCIA MECÂNICA DE Força máxima (N)
COMPONENTES PROTÉTICOS ANGULÁVEIS1
3500

“Os resultados apontaram que os componentes anguláveis Arcsys 3067


3000
apresentam resistência até 3 vezes superior a componentes
usinados pré-angulados para uma mesma condição dimensional 2500

protética e de altura de transmucoso. Os resultados obtidos


2000
são consequência de três principais fatores: encruamento do
pescoço do componente angulável, liga dos materiais utilizados 1500
1236
na fabricação tanto do componente quanto do implante e projeto 1000 933

mecânico do abutment.”
500
1
Fonte: WIGGERS, William de Souza. Desmistificando a resistência mecânica de
componentes protéticos anguláveis. FGM News Implantes, Joinville, v. 1, n. 1, 0
p.46-49, jan. Concorrente 01 Concorrente 02 Arcsys

MINI PILAR ANGULÁVEL


Os Mini Pilares Anguláveis Arcsys são indicados em situações
onde a inclinação do implante é necessariamente ampliada (como
por exemplo a técnica “All on Four”), pois podem compensar até
40°, sendo 20° da expulsividade das paredes e mais 20° da sua
capacidade de angulação.

Aproveite e integre esta novidade do Sistema Arcsys aos seus


casos e tenha reabilitações ainda mais seguras, ágeis e precisas.

FGM 2018 | Volume 02 | 13


| COM ARCSYS MENOS É MUITO MAIS

O VERDADEIRO IMPLANTE CONE MORSE:


MAIOR SEGURANÇA E
SELAMENTO BACTERIANO
Nos sistemas tipo Cone Morse puro, a pressão exercida
para o travamento do intermediário no implante gera uma
resistência friccional suficiente para uma conexão segura. O
não uso do parafuso elimina o problema da eventual soltura/
fratura e favorece o desempenho a longo prazo do sistema,
diferente do que ocorre com implantes que apresentam
outras plataformas.
Outra questão bastante importante para a longevidade do
sistema friccional é a resistência à infiltração e colonização
bacteriana na interface componente/implante. O acúmulo
microbiano ao redor de implantes dentais pode levar a
uma condição de peri-implantite, que, se não tratada
adequadamente, poderá comprometer a estabilidade do
implante, culminando em sua perda.

POR QUE CONE


MORSE FRICCIONAL?
O Cone Morse Friccional é um sistema de conexão muito seguro
comumente utilizado em projetos mecânicos, quando se necessita
unir dois corpos de forma estável, sem precisar de parafuso.
Ele funciona por meio da justaposição de um cone dentro
de uma outra cavidade cônica de pequeno ângulo. Assim, a
interface do metal sofre um embricamento micromecânico
chamado “solda fria”.

14 | FGM 2018 | Volume 2


COM ARCSYS MENOS É MUITO MAIS |

DISPENSA MAIOR SELAMENTO MAIS RÁPIDA


SEGURANÇA
PARAFUSO BIOLÓGICO ESTÉTICA INSTALAÇÃO
Quando ativado, Proteção contra Favorece o perfil Acionamento através Maior segurança na
não permite a proliferação de emergência, do martelete com instalação e na remoção
afrouxamento bacteriana, eliminando especialmente em apenas três impactos. (caso necessário) do
do componente o mau cheiro. componentes angulados. componente protético.
protético.

OS MELHORES CONCEITOS DE MACRO E


MICROGEOMETRIA EM UM SÓ IMPLANTE

MACROGEOMETRIA

Implantes produzidos em Liga de Titânio (Ti6Al4V)¹, mais


economia e versatilidade: possuem interface protética única
e uma geometria para todos os tipos ósseos.
Design híbrido, que favorece o travamento primário e
secundário. Tem formato cilíndrico com ápice cônico, porção
apical não perfurante, roscas em formato trapezoidal com
passo de 1mm e dupla entrada aumentando o potencial
osseointegrativo com câmaras de cicatrização.
Mais segurança e rapidez na instalação e sistema de
chave trilobular anti-travamento: tranquilidade durante
todo o procedimento, mesmo em altos torques.

MICROGEOMETRIA

Com o objetivo de favorecer sua performance biológica, o


implante Arcsys recebe tratamento de duplo ataque ácido
em toda a sua superfície, resultando em uma fina camada
de TiO2 (dióxido de titânio), que é um fator que evidencia a
biocompatibilidade do implante dentário. Este, resulta tanto
em rapidez na osseointegração como na ótima qualidade
óssea durante o processo cicatricial.
O Tratamento Arcsys Duoattack apresenta melhor
comportamento mecânico, mesmo em menores períodos
de tempo pós instalação do implante em relação às demais
superfícies1.
1
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM F136-12a,
Standard Specification for Wrought Titanium-6Aluminum-4Vanadium ELI (Extra
Low Interstitial) Alloy for Surgical Implant Applications (UNS R56401). ASTM
International, 100 Barr Harbor Drive, West Conshohocken, PA 19428-2959,
USA. | 2Yoo D, Marin C, Freitas G, Tovar N, Bonfante EA, Teixeira HS et al. Surface
Characterization and In Vivo Evaluation of Dual Acid-Etched and Grit-Blasted/
Acid-Etched Implants in Sheep. Implant Dent 2015; 24: 256–262

FGM 2018 | Volume 02 | 15


| COM ARCSYS MENOS É MUITO MAIS

BROCAS ARCSYS
As Brocas Arcsys possuem um design exclusivo, patenteado e com alta eficiência de corte. Sua ponta ativa
proporciona a possibilidade de perfuração em uma única etapa, evitando o escalonamento, ao oferecer maior
controle e gerando economia de tempo para o paciente e para o profissional.

16 | FGM 2018 | Volume 2


COM ARCSYS MENOS É MUITO MAIS |

1 | PONTA ATIVA 4 | CANAIS LATERAIS


Faz a função da broca lança e estabiliza a perfuração. Irrigação em toda a extensão da broca e capacidade
coletora de tecido ósseo.

2 | SEGURANÇA NA PERFURAÇÃO 5 | MATERIAL


Fluxo resfriatório, para menor geração de calor. Revestimento de TiN (nitreto de titânio), que oferece maior
dureza de superfície, menor atrito e maior durabilidade.

3 | GEOMETRIA INOVADORA 6 | LIMITADORES DE PROFUNDIDADE


Autocontrole durante toda a preparação do Mais segurança na perfuração. Fácil manuseio,
leito cirúrgico. intercambiáveis, de encaixe rápido e preciso.

FGM 2018 | Volume 02 | 17


| COM ARCSYS MENOS É MUITO MAIS

1 2 COMPONENTES
MULTIFUNCIONAIS EM PEEK
Diminua seu estoque, personalize os componentes em PEEK
em seu consultório ou laboratório e ganhe mais qualidade nas
moldagens, nas próteses provisórias e, consequentemente, no
resultado final. Confira as multifunções do cicatrizador e dos
3 4 transferentes Arcsys.

CICATRIZADORES MULTIFUNCIONAIS:
1. Cicatrizador dos tecidos peri-implantares
2. Suporte para prótese provisória sobre implante.
3. Transferente do implante.

5 6 TRANSFERENTES MULTIFUNCIONAIS:
4. Transferente do componente protético.
5. Suporte para prótese provisória.
6. Protetor dos componentes protéticos.

PERSONALIZE!
Tanto o Cicatrizador quanto o Transfer multifuncional podem
ser adaptados conforme as necessidades de cada caso (1).
Ambos podem ser cortados ou desgastados utilizando
fresas e/ou discos de desgaste (2). Além disso, é fácil
fazer acabamentos ou ranhuras para, por exemplo, auxiliar
na moldagem ou adesão da prótese provisória (3). A peça
personalizada acaba oferecendo mais vantagens para a
moldagem, prótese provisória e condicionamento tecidual (4).

18 | FGM 2018 | Volume 2


COM ARCSYS MENOS É MUITO MAIS |

ESTOJO COMPACTO E INTUITIVO


O Kit Arcsys foi desenvolvido com design moderno e interface intuitiva. Elegante, único e
simplificado, com soluções que reduzem o estoque, aumentam a rentabilidade, diminuem o tempo
operatório e proporcionam mais conforto para o paciente.

SISTEMA REDUÇÃO DE ECONOMIA ALTO


COMPACTO E ESTOQUE DE TEMPO ACABAMENTO
COMPLETO ESTÉTICO

FGM 2018 | Volume 02 | 19


| COM ARCSYS MENOS É MUITO MAIS

COMPARE E IMPLANTE BROCA

COMPROVE: ID
AD
E SUIÇ
A

L
OSSO
MAIS ECONOMIA DE

Q UA
TIPO I
POSSIBILIDADE

O
ÇÃ
TEMPO, MENOS ESTOQUE. CATÁLOGO DE PROD
U

COM APENAS DE PERFURAÇÃO


35 PÁGINAS

ÚNICA
MELHOR PLANEJAMENTO,
OSSO
FUNÇÃO E ESTÉTICA. TIPO II

COM ARCSYS, MENOS É


MUITO MAIS. OSSO
TIPO III

OSSO
TIPO IV
SISTEMA
ARCSYS

OS MELHORES
CONCEITOS DE
ECONOMIA
!
TAPA. GEOMETRIAS EM
VEM COM O
IMPLANTE ! 1 ÚNICO IMPLANTE DE TEMPO

IMPLANTE BROCA
SISTEMAS
CONVENCIONAIS

OSSO
TIPO I

OSSO
TIPO II

OSSO
TIPO III

OSSO
TIPO IV

PA R A F U S O
DE C O B E RT U R A
CATÁLOGO
COM + DE N ÃO I N C LUS O !
200 PÁGINAS

20 | FGM 2018 | Volume 2


COM ARCSYS MENOS É MUITO MAIS |

TRANSFERÊNCIA RESOLUÇÃO
C I C AT R I Z A D O R E S COMPONENTE PROTÉTICO
E MOLDAGEM PROTÉTICA

IO IMEDIATO
PERSONALIZE A ALTURA POSSIBILIDADE DE ANGULAÇÃO ÓR

IS
EM SEU CONSULTÓRIO!

RMI PROV
NÚMERO DE COMPONENTES
em

TE
1
PE
CoCr

ZrO2
0º a 20º
4
MODELOS
ANGULAÇÃO
PERSONALIZADA
e-Max

CUSTOMIZÁVEIS PARA CADA PACIENTE


CAD-CAM
IO IMEDIATO
ÓR
Transfere o componente
IS
RMI PROV

Apoia a infraestrutura
REDUÇÃO TECNOLOGIA da restauração provisória
TE

DE ESTOQUE
=ECONOMIA
$ EXCLUSIVA Protege o componente protético
PE

durante a fase de confecção da prótese

TRANSFERÊNCIA RESOLUÇÃO
C I C AT R I Z A D O R E S COMPONENTE PROTÉTICO
E MOLDAGEM PROTÉTICA

POSSIBILIDADE DE ANGULAÇÃO
NÚMERO DE COMPONENTES

CoCr

ZrO2

e-Max

CAD-CAM

APENAS
+ESTOQUE +ESTOQUE TRANSFERE

FGM 2018 | Volume 02 | 21


Utilização do Sistema Arcsys
em condição desafiadora
AUTORES: Prof. Rafael Cury Cecato e Prof. Thiago Roberto Gemeli.

FINAL

INTRODUÇÃO

O planejamento protético é prioritário diante de um caso de O Sistema de Implantes Arcsys possui características inovadoras
reabilitação.1,2 Porém, ao identificar que o cenário não é favorável para que o profissional busque em suas reabilitações uma condução
com o planejamento estabelecido, o cirurgião-dentista deverá ágil, mas nem por isso menos exitosas biológica, mecânica ou
buscar alternativas, de forma a manter a programação original e esteticamente. Tal engenho está na especial capacidade de
não comprometer o sucesso no resultado final.1,3 angulação dos componentes protéticos, seja para próteses
Tais alternativas compreendem procedimentos pré-operatórios aparafusadas como para cimentadas, de acordo com a necessidade
condizentes em preparar a região onde a reabilitação será conduzida do planejamento, sem comprometer as características funcionais e
como, por exemplo, espaço suficiente no tecido ósseo para ancorar estéticas do componente.
o implante que suportará a restauração, tanto em relação às suas No caso clínico que será apresentado a seguir, o desafio foi
dimensões quanto localização e inclinação compatíveis com o reabilitar o sextante superior posterior direito com substituição
delineamento do tratamento. Podemos citar como recursos possíveis: dos dentes ausentes 14 e 16, sem submeter o paciente a um
movimentações ortodônticas, cirurgias periodontais, reconstrutivas, tratamento ortodôntico prévio, nem tampouco extrair dentes
de afastamento de nervos/vasos ou até mesmo exodontias. A relação considerados biomecanicamente adequados. Tal terapia somente
custo-benefício deverá guiar o profissional durante essa decisão, foi possibilitada e executada com precisão e excelência, graças
tendo sempre em mente que a reabilitação deverá ser conduzida com à poderosa ferramenta que o clínico dispõe atualmente: um
a premissa de que provocará menor trauma possível, menor tempo de componente protético passível de personalização de sua
tratamento e menor custo financeiro. angulação.

22 | FGM 2018 | Volume 2


“O Sistema Arcsys agiliza e simplifica situações
desafiadoras com praticidade e previsibilidade.
Técnica simplificada, resultados otimizados.”
1

FICHA
Paciente do gênero feminino, 57 anos de idade.

A QUEIXA
Ausência dos elementos 14 e 16. Reabilitação destas
regiões sem submeter o paciente à exodontia e/ou
INICIAL tratamento ortodôntico.

Fig. 1 - Imagem inicial evidenciando a ausência dos elementos 16 e 14. ANAMNESE


Saúde compatível com o tratamento proposto.

2 PLANEJAMENTO
Instalação dos implantes nas regiões dos elementos
14 e 16, respeitando as inclinações das raízes
adjacentes.
Compensação destas angulações com componentes
protéticos anguláveis Arcsys.

Fig. 2 - Vista oclusal evidenciando os espaços protéticos disponíveis.

3 4 5

Fig. 3 - Imagem radiográfica evidenciando a Fig. 4 - Radiografia transoperatória, realizada com Fig. 5 - Implantes intencionalmente inclinados já
inclinação radicular dos elementos 15 e 13. o intuito de averiguar a trajetória das perfurações posicionados.
e proteger os dentes adjacentes.

FGM 2018 | Volume 02 | 23


6 7 8

Fig. 6 - Após reabertura - No momento Fig. 7 - Referenciadores em sua posição final,


de seleção do componente protético: buscando o ideal posicionamento protético
referenciadores em sua posição inicial. dos componentes.
Fig. 8 - Angulação ideal do componente na
9 região do elemento 14 (em torno de 7º) -
Munhão 3x4x3.5mm.

11

10

Fig. 9 - Angulação ideal do componente na Fig. 10 - Componentes protéticos ativados. Note Fig. 11 - Tomada radiográfica dos conjuntos de
região do elemento 16 (em torno de 6º) - a presença de adequado espaço protético para a conexão friccional, evidenciando a manutenção
Munhão 4.2x6x3.5mm. confecção das restaurações. do tecido ósseo cervical e a compensação de
angulação promovida nos componentes protéticos.

TRATAMENTO
Paciente do sexo feminino, leucoderma, 57 anos e com queixa sobre cicatrizadores multifuncionais foram instaladas. Após
principal de ausência de dois dentes superiores do lado direito (Fig. 1 condicionamento tecidual prévio, os componentes protéticos para
e 2). Os espaços protéticos eram condizentes com a confecção de próteses unitárias cimentadas foram selecionados, (munhão Arcsys
coroas protéticas nos elementos 14 e 16. Porém, durante análise das 3 x 4 x 3,5mm para el. 14 e munhão 4,2 x 6 x 3,5mm para el. 16),
imagens radiográficas, percebeu-se que os implantes não poderiam angulados com auxílio dos referenciadores (Figs. 6 a 9) e ativados
ser instalados com seu longo eixo coincidente com o longo eixo das (Fig.s 10 e 11). Percebe-se que a compensação de direcionamento
coroas protéticas (Fig. 3). é relativamente pequena (6° a 7°), porém fundamental para que as
Como relatado anteriormente, durante o estudo do caso foram restaurações protéticas fossem possíveis de serem construídas
pré-requisitos que nenhum dente viável de manutenção fosse com anatomia e estética de excelência.
removido e a paciente não se mostrou apta a considerar o tratamento A partir deste momento, iniciou-se com as provisórias o
ortodôntico. Porém, ao contrário do que vários colegas julgariam condicionamento tecidual para mimetizar o arco côncavo regular ao
diante deste cenário, a solução seria simples e prática, desde que redor dos implantes (Figs. 12 a 14).
fosse utilizado um sistema para reabilitação que compreenda as Uma por vez, as coroas de porcelana (dissilicato de lítio) foram,
demandas requeridas. Diante disto, o Sistema Arcsys foi eleito para extra-oralmente, cimentadas com notável cuidado em análogos dos
condução do caso. componentes presentes em boca, no intuito de extravasar todo e
O principal motivo dessa escolha foi a possibilidade de qualquer excesso de cimento. Imediatamente após o escoamento
compensação da angulação a que, obrigatoriamente, os dispositivos deste, as coroas foram limpas com gaze estéril e posicionadas sob
seriam submetidos. Nesse quesito o Arcsys é imbatível pois pressão digital sobre os seus respectivos intermediários. Então, a
nenhum outro permite angular o componente protético até 20° sem restauração do elemento 15 foi substituída (Figs. 15 e 16).
prejudicar as respostas mecânicas e estéticas da reabilitação.4,5,6 Durante a proservação (sete meses), nota-se claramente a
Durante as perfurações, radiografias transoperatórias foram estabilidade dos tecidos periimplantares, possível, dentre vários
efetuadas para garantir seu direcionamento e consequentemente fatores, ao selamento bacteriano pretendido na conexão cônica
a integridade das raízes dos dentes adjacentes (Figs. 4 e 5). O friccional (cone morse “verdadeiro”) adequado dos dispositivos
tratamento endodôntico do el. 15 foi realizado imediatamente após as (implante/componente/restauração) em relação aos dentes
implantações e seu controle sugere regressão do processo infeccioso. adjacentes e a oclusão ajustada de acordo com a exigência do
Após aguardo de 90 dias foi feita reabertura e coroas provisórias tratamento (Figs. 17 e 18).

24 | FGM 2018 | Volume 2


12 13 14

Fig. 12 - Coroas provisórias, resguardando o


espaço protético e evidenciando a preservação da
saúde tecidual pelo Sistema Arcsys.
Fig. 13 - Condicionamento tecidual obtido com
as coroas protéticas provisórias no momento da
moldagem de transferência.

15

Fig. 14 - Condicionamento tecidual


obtido com as coroas protéticas
provisórias no momento da moldagem
de transferência.

16

Fig. 15 - Restaurações finais em porcelana já instaladas. Fig. 16 - Radiografia final.

17 18

Fig. 17 - Radiografia periapical de


acompanhamento (sete meses).

Fig. 18 - Radiografia interproximal de


acompanhamento (sete meses).

CONCLUSÃO

Com extraordinários recursos há pouco impensáveis, porém REFERÊNCIAS


1. Carvalho NB, Gonçalves SL de MB, Guerra CMF, Carreiro A de FP. Planejamento em Implantodontia: uma
atualmente à disposição dos cirurgiões-dentistas e técnicos
visão contemporânea. Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Facial 2006; 6: 17–22.
em prótese dentária, é perfeitamente possível transformar 2. Misch C. Implantes Dentais Contemporâneos. 2011.
3. Cecato RC, Lippmann B, Pinto NPJ. Utilização de componentes protéticos anguláveis do Sistema
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perfeitamente simples e viáveis. 58–60.


4. Wiggers W de S. Desmistificando a resistência mecânica de componentes protéticos anguláveis. FGM
Além disso, esta tecnologia aumenta significativamente News Implant 2017; 1: 46–49.
5. Sadrimanesh R, Siadat H, Sadr-Eshkevari P, Monzavi A, Maurer P, Rashad A. Alveolar Bone Stress
a perspectiva de sucesso das reabilitações sobre implantes Around Implants With Different Abutment Angulation. Implant Dent 2012; 21: 196–201.
dentários ao se tornar uma ferramenta essencial para todo 6. Wu T, Liao W, Dai N, Tang C. Design of a custom angled abutment for dental implants using computer-
aided design and nonlinear finite element analysis. J Biomech 2010; 43: 1941–1946.
profissional de reabilitação oral.

FGM 2018 | Volume 02 | 25


Implante imediato pós-extração:
manutenção de volume tecidual e
excelência estética
AUTOR: Prof. Dr. Renato Savi.

FINAL

INTRODUÇÃO RELATO DO CASO

Rebordos pós exodontias, via de regra, apresentam perda Paciente com 67 anos de idade, leucoderma, gênero
volumétrica tridimensional, fenômeno que pode levar a dificuldades feminino, apresentou-se à Clínica Renato Savi – Bauru SP,
para a instalação de implantes num segundo momento e/ou relatando insatisfação estética e sensibilidade no dente 24
complicações estéticas relevantes. durante a mastigação.
Estudos têm demonstrado que, ao contrário do que se imaginava, O exame clínico evidenciou extensa restauração em resina
a simples instalação do implante no ato cirúrgico da extração - composta com acabamento insatisfatório e imagem sugestiva
submetido ou não à carga imediata - não previne ou minimiza a de fratura. Leve mobilidade foi observada entre as partes
reabsorção alveolar. Manobras de manutenção do contorno ósseo- divididas pela linha da suposta fratura.
gengival são imperativas, na maioria dos casos. Para isso, enxertos
de tecidos duros e moles têm sido utilizados rotineiramente.

26 | FGM 2018 | Volume 2


“O elevado travamento primário associado à versatilidade dos
transferentes em PEEK fazem do Sistema Arcsys a minha
primeira escolha para implantes imediatos.”

FICHA
Paciente do gênero feminino, 67 anos de idade.

A QUEIXA
Fratura corono-radicular no dente 24. Sensibilidade
durante a mastigação de alimentos com maior rigidez.
Insatisfação estética.

ANAMNESE
INICIAL
Boa condição geral de saúde.
Fig. 1 - Dente 24 restaurado em resina composta com acabamento
insatisfatório. PLANEJAMENTO
Exodontia minimamente invasiva com concomitante
2 instalação de implante Arcsys FGM – Brasil.
Preenchimento do “gap” entre implante e tábua
óssea vestibular com material sintético à base de
fosfato de cálcio bifásico + hidroxiapatita (Nanosynt
FGM) e adaptação de coroa temporária imediata.
Reabilitação definitiva através de coroa cerâmica, após
confirmação da osseointegração.

FASE CIRÚRGICA

Fig. 2 - Vista oclusal exibindo extensa restauração em resina composta e Exodontia com mínimo trauma do elemento 24 – quando
linha de fratura entre resina e face vestibular.
pôde-se confirmar a presença de fratura radicular. Inspeção
visual e táctil, limpeza mecânica e irrigação alveolar com
3
solução fisiológica seguida da instalação de implante Arcsys
mais munhão angulável, preenchimento do “gap” vestibular
com Nanosynt e confecção de coroa protética temporária em
resina acrílica.

FASE PROTÉTICA

Sessenta dias após a cirurgia para exodontia, implantação


e enxerto de biomaterial, procedeu-se a moldagem para
transferência da posição do munhão angulável. Coroa cerâmica
em zircônia foi cimentada sobre munhão angulável por meio de
Fig. 3 - Imagem radiográfica evidenciando raíz curta do dente 24 com
suficiente osso remanescente para fresagem apical. cimento resinoso dual AllCem Core (FGM).

FGM 2018 | Volume 02 | 27


4 5 6

Fig. 4 - Alvéolo após exodontia com mínimo Fig. 5 - Fresagem inicial (e única) com broca Fig. 6 - Instalação de implante Arcsys. Torque de
trauma tecidual. 2.4mm de diâmetro. inserção de 40 Ncm.

7 8

Fig. 7 - Vista oclusal. Notar “gap” entre implante Fig. 8 - Referenciador angular exibindo adequado
– estrategicamente ancorado na parede palatina posicionamento mesio-distal do implante.
do alvéolo - e tábua óssea vestibular.

9 10

11

Fig. 9 - Vista proximal evidenciando ligeira Fig. 10 - Correção da emergência do implante às Fig. 11 - Observação oclusal demonstrando
inclinação do implante com emergência na ponta expensas de inclinação do referenciador angular adequação da inclinação do implante através do
de cúspide vestibular, devido à sua ancoragem para palatino, adotando-se os dentes vizinhos referenciador angular.
na parede palatina do alvéolo. como referência. Nesse passo, objetiva-se ótima
emergência do pilar, direcionando-o ao centro da
face oclusal do dente a ser reabilitado.

12 13

Fig. 12- Personalização da angulação do munhão


cimentável Arcsys no Dispositivo Angulador.
Fig. 13- Munhão cimentável angulado em
aproximadamente 11°.

28 | FGM 2018 | Volume 2


14 15 16

Fig. 14 - Posicionamento do munhão em boca. Fig. 15 - Munhão ativado sobre implante por Fig. 16 - Vista oclusal exibindo correção da
Por se tratar de um implante friccional, diversas impactação mecânica com auxílio do martelete. angulação do munhão - direcionado ao centro
posições de encaixe do pilar são possíveis nesse da face oclusal.
momento. Deve-se, portanto, se atentar para a
correta inclinação do munhão.

17 19 20

Fig. 17 - Adaptação do transfer multifuncional


ao munhão angulável. Sobre ele será
Fig. 20 - Face interna da coroa provisória. Observar
confeccionada a coroa temporária por meio de
o transferente em PEEK recoberto por resina
acréscimo de resina acrílica.
acrílica, formatando o dente a ser reabilitado. A
18 presença do referido transfer no interior da coroa
provisória garantirá excelente adaptação/retenção
ao munhão em boca.

21

Fig. 18 - Correto posicionamento tridimensional Fig. 19 - Coroa provisória em resina acrílica


do transferente sobre o munhão com suficiente adaptada sobre análogo do munhão cimentável
espaço para adição de resina acrílica.

Fig. 21 - Preenchimento do “gap” entre implante


e tábua vestibular com biomaterial composto
por fosfato de cálcio bifásico + hidroxiapatita
(Nanosynt).

22 23 24

Fig. 22 - Completo preenchimento vestibular Fig. 23 - Cimentação da coroa temporária Fig. 24 - Coroa temporária imediatamente após
com Nanosynt. que permanecerá in loco durante o tempo sua instalação.
necessário à osseointegração. Além da função
de manutenção da arquitetura tecidual original
e estímulos fisioterápicos ao implante, a coroa
temporária servirá como tampão, evitando perda
do material enxertado.

FGM 2018 | Volume 02 | 29


25 26 27 28

Figs. 25 e 26 - Análise clínica 60 dias após instalação do implante + enxerto. Figs. 27 e 28 - Adaptação, por fricção, de transfer multifuncional para
Observa-se aspecto gengival saudável, bem como manutenção satisfatória de munhão angulável. Vista oclusal e vestibular.
volume tecidual na face vestibular, apoiada pelo biomaterial Nanosynt.

29 30 31 32

Fig. 29 - Molde para transferência. Fig. 31 - Modelo de trabalho


Notar que o transferente contendo análogo do munhão
33
multifuncional foi removido por cimentável.
tração, permanecendo no interior do Figs. 32 e 33 - Cilindro calcinável
material de moldagem. para munhão angulável. Este
Fig. 30 - Adaptação do análogo do componente servirá de base para
munhão angulável previamente ao enceramento da infra-estrutura da
vazamento do gesso. coroa protética.

34 35

Fig. 34 - Cilindro calcinável adaptado sobre análogo Fig. 35 - Modelo de trabalho evidenciando
do munhão no modelo de trabalho. adequado espaço e ótima distribuição
tridimensional para formatação da coroa protética
graças à prévia personalização da angulação do
munhão.

36 38 39

37 Figs. 36, 37, 38 e 39 - Infra-estrutura em zircônia


obtida por CAD/CAM a partir do cilindro calcinável.

30 | FGM 2018 | Volume 2


40 41 43

42 44

Figs. 40, 41 e 42 - Coroa cerâmica finalizada pelo método de estratificação de porcelana. Figs. 43 e 44 - Aplicação do primer para zircônia,
internamente à coroa, e preparo do munhão para
cimentação adesiva, por meio de aplicação de
primer para metal.

45 47 48

46

Fig. 47 - Radiografia periapical após cimentação da coroa cerâmica,


revelando ótimo comportamento ósseo circunjacente ao implante,
com aparente neoformação óssea ao redor do anel de sacrifício do
munhão e ausência de saucerização na plataforma do implante, que
se apresenta recoberta por osso.

Fig. 48 - Imagem tomográfica exibindo presença do Nanosynt em


preenchimento ao gap vestibular. Nota a manutenção da tábua
óssea na região com adequado suporte aos tecidos moles.
Figs. 45 e 46 - Coroa cerâmica cimentada
sobre munhão angulável Arcsys.

CONCLUSÃO REFERÊNCIAS
1. De Risi V, Clementini M, Vittorini G, Mannocci A, De Sanctis M. Alveolar ridge preservation techniques: a
systematic review and meta-analysis of histological and histomorphometrical data. Clin Oral Implants Res.
2015 Jan;26(1):50-68.
2. Jambhekar S, Kernen F, Bidra AS. Clinical and histologic outcomes of socket grafting after flapless
tooth extraction: a systematic review of randomized controlled clinical trials. J Prosthet Dent. 2015
A implantação e provisionalização imediata, associada ao
May;113(5):371-82.
preenchimento do “gap” vestibular com Nanosynt, proporcionaram 3.Borg TD, Mealey BL. Histologic healing following tooth extraction with ridge preservation using
mineralized versus combined mineralized-demineralized freeze-dried bone allograft: a randomized
excelente resolução funcional e estética para o caso, sobretudo controlled clinical trial. J Periodontol. 2015 Mar;86(3):348-55.

no que se refere à adequada manutenção do volume e contorno 4.Eskow AJ, Mealey BL. Evaluation of healing following tooth extraction with ridge preservation using
cortical versus cancellous freeze-dried bone allograft. J Periodontol. 2014 Apr;85(4):514-24.
ósseo–gengival. 5.Wood RA, Mealey BL. Histologic comparison of healing after tooth extraction with ridge preservation
using mineralized versus demineralized freeze-dried bone allograft. J Periodontol. 2012 Mar;83(3):329-
36. doi: 10.1902/jop.2011.110270. Epub 2011 Jul 12.

FGM 2018 | Volume 02 | 31


| TRATAMENTOS DE SUPERFÍCIE

AUTORES:
Profª. Tayse Caroline Cunha de Medeiros,
Prof. Diogo Robert Claudino dos Santos e
Prof. Gabriel Haddad Kalluf

Desde que os implantes dentários surgiram, eles vêm sofrendo


ALTERAÇÕES DE
alterações para proporcionar ao cirurgião-dentista maior
desempenho em sua prática cirúrgica-protética, reduzindo o
SUPERFÍCIE
período de osseointegração e consequente abreviamento da
As modificações na superfície tornaram o processo de
reabilitação. Para tal, foram adotadas algumas medidas primordiais
cicatrização mais rápido e a duração do tratamento mais curto.
que possibilitassem acelerar e maximizar os resultados durante a
Elas podem ser transformadas por meios mecânicos, químicos e
osseointegração. Esses fatores abrangem o material do qual são
físicos2,15, através de processos eletroquímicos (plasma de titânio e
confeccionados, a macrogeometria, tipo de sua superfície, roscas,
hidroxiapatita), subtração (ataque ácido, jateamento abrasivo, laser),
tipo ósseo da região, técnica cirúrgica empregada e a carga aplicada
ou por uma associação entre as técnicas.
durante o ato cirúrgico.2,15,17
O tratamento modifica a topografia e a energia superficial,
visando aumentar a área de contato, a adesão e proliferação
celular, molhabilidade e osseointegração. Estas alterações também
promovem o crescimento ósseo diretamente na superfície
do implante impedindo interposição entre camadas protéicas
amorfas.2,15
Resultados experimentais mostram que existe melhor fixação
óssea em implantes com superfícies rugosas em relação a
implantes com superfícies lisas.17
Os implantes com alta energia de superfície apresentam
melhor molhabilidade e maior afinidade por adsorção de proteínas,
resultando em uma maior velocidade de osseointegração.18

32 | FGM 2018 | Volume 2


TRATAMENTOS DE SUPERFÍCIE |

De um modo geral, a rugosidade na superfície dos implantes otimização da superfície do implante é uma maneira de influenciar
dentários aumenta a molhabilidade, afetando diretamente a diretamente essa união e estimular o processo de reparo, agilizando
adsorção das proteínas depositadas, além de facilitar a estabilidade a aposição óssea e a cicatrização.13
inicial do coágulo como também a aderência, locomoção e Os trabalhos sobre osseointegração, desenvolvidos por
espraiamento das células rugofílicas (osteoblastos, macrófagos, Branemark, foram realizados utilizando implantes de titânio
células epiteliais e leucócitos), melhorando a interação biomecânica comercialmente puro (TiCP) com superfície usinada.4 Os implantes
do implante com tecido ósseo. 7
eram instalados na região anterior da mandíbula ou maxila,
Estudos demonstraram que uma alta energia de superfície unidos para uma melhor distribuição das cargas mastigatórias e
apresenta melhor molhabilidade e uma maior afinidade pela adsorção empregados para reabilitações de pacientes edentados totais.
determinando se a superfície é hidrofílica ou hidrofóbica. Em outras Devido ao sucesso dessa técnica, ela também passou a ser
palavras, implantes com alta energia de superfície apresentam uma realizada em reabilitações de pacientes edentados parciais através
osseointegração mais forte do que implantes com baixa energia de de próteses parciais fixas ou unitárias. Com isso os implantes
superfície, devido à melhor adsorção das proteínas.21 passaram a ser instalados em regiões de pior qualidade óssea. As
As superfícies dos implantes, depois de tratadas, mostraram altas taxas de sucesso observadas anteriormente em estudos de
serem capazes de interagirem com o entorno dos tecidos e longo prazo, com as superfícies usinadas, já não eram observadas.
induzirem o contato direto com o osso/implante.15 Deste modo, Aliado a isso, a busca por tempos de cicatrização cada vez menores
buscar um melhor e maior contato osso/implante é uma forma de contribuiu para o estímulo à pesquisa e para o desenvolvimento de
tornar o tratamento mais seguro, rápido e viável, sendo assim a novas superfícies de implantes dentários.11

FGM 2018 | Volume 02 | 33


| TRATAMENTOS DE SUPERFÍCIE

PLASMA DE TITÂNIO E
HIDROXIAPATITA
As modificações de superfície utilizando plasma de titânio
(TPS) foram uma das primeiras macrotexturizações a serem
desenvolvidas. Neste método de alteração um gás de argônio
é aquecido entre 10.000 e 30.000 °C, e partículas aquecidas do
material de recobrimento são lançadas em altas velocidades contra
o corpo do implante. Após o contato com o corpo do implante as
partículas resfriam e solidificam-se, e a superfície adquire um
aspecto de lava vulcânica solidificada.1
A técnica do uso de plasma-spray é empregada para aplicar
Ti (titânio) ou HA (hidroxiapatita) formando rugosidades devido
à aderência dessas partículas à superfície do implante. A textura
formada depende do tamanho das partículas, tempo, velocidade de
impacto, temperatura e a distância do implante ao disparador.19
Nos dias de hoje esse método vem caindo em desuso por
apresentar algumas desvantagens. Estudos in vivo demonstraram
que há o destacamento da camada de HA do corpo do implante.12

JATEAMENTO
Outro método de modificação utilizado para tornar a superfície
do implante rugosa é o jateamento, realizado por meio da projeção
pressurizada de partículas de materiais cerâmicos ou outros
materiais, como a sílica, areia, HA (hidroxiapatita), alumina e o Tio₂
IMPLANTES USINADOS (titânio), que são usualmente empregados para este propósito. O
O titânio comercialmente puro é reportado na literatura como um jateamento é sempre seguido de um ataque ácido para remover as
material com alta resistência à corrosão em soluções fisiológicas partículas residuais, já que esta técnica tem como desvantagem
e uma excelente biocompatibilidade. Propriedades como baixa a capacidade de incorporar contaminantes de superfície ao
densidade (4,5 g/cm3), combinada com baixa condutividade substrato. De um modo geral, as bactérias tendem a se acumular
termoelétrica e alta resistência mecânica tornam esse material mais no substrato de superfícies ásperas, em comparação com os
atraente na implantodontia.18 substratos de superfícies lisas.3,15
Inicialmente os implantes usinados recebiam em sua superfície
apenas limpeza, passivação, descontaminação e esterilização.
Observou-se que as ranhuras provocadas pelo processo de ATAQUE ÁCIDO
usinagem direcionavam as células a percorrerem no seu sentido, mas No ataque ácido, o uso de ácidos na superfície do metal não
essas ranhuras não eram capazes de tornar a superfície indutora.
9 serve apenas para limpar a superfície, mas também para alterar
Como já mencionado, os implantes usinados apresentam a rugosidade. Os ácidos comumente utilizados são o ácido
pequenas ranhuras que permitem o processo de mineralização fluorídrico (HF), ácido nítrico (HNO₃) e ácido sulfúrico (H₂SO₄) ou
do osso em direção ao implante, isso ocorre pela formação uma combinação deles. Estudos anteriores relataram que a taxa de
de uma superfície anisotrópica, responsável por promover o ataque depende do tipo e da concentração do ácido utilizado. As
processo de adesão celular e a produção da matriz protética. superfícies tratadas com ataque ácido aumentam a adesão celular
A superfície usinada é formada por microranhuras superficiais e formação óssea, melhorando a osseointegração devido à sua
resultantes do processo de corte. Esse tipo de superfície não capacidade de dissolução.
recebe tratamento químico ou mecânico, apresentando apenas A rugosidade do titânio é um dos fatores que ajudam a determinar
macromorfologia de usinagem. 20 a estabilidade da formação óssea e a reabsorção na interface
dos implantes ósseos. O resultado dessa técnica faz com que as
rugosidades no substrato sejam homogêneas independentemente
dos seus tamanhos e formas.5,17

34 | FGM 2018 | Volume 2


TRATAMENTOS DE SUPERFÍCIE |

LASER
O tratamento de superfície a laser é um método que produz, Esta técnica de subtração utiliza um feixe de luz, sendo que as
com um alto grau de pureza, rugosidade suficiente para uma rugosidades podem ter tamanhos e formas variadas, dependendo
boa osseointegração.10 Este tipo de modificação de superfície da intensidade do pulso da fonte emissora. A alteração de superfície
apresenta a vantagem de ser um procedimento rápido, exato por meio do uso de laser tem a vantagem de não envolver diferentes
e livre de impurezas, porém, ainda existe a necessidade de elementos químicos, não contaminando a camada de óxidos. Outra
seu processamento com outra modalidade de tratamento vantagem que esse tipo de modificação apresenta é o controle sobre
de superfície, para apresentar características ideais de a angulação das rugosidades produzidas, que cria microretenções
osseointegração.10,14 regularmente orientadas na superfície do implante.5

DUPLO ATAQUE ÁCIDO - DAE


Semelhante ao ataque ácido, o DAE também é capaz de tratar a osseointegração quando comparadas à superfícies sem tratamento.
superfície por via química ou ácida. Um avanço na capacidade de Análises histomorfométricas demonstraram que o contato osso-
osseointegração é alcançado por esta técnica, devido ao fato de criar implante aumentou significativamente, junto a formação óssea peri-
sob o implante uma superfície microáspera. As estruturas criadas 15
implantar, quando utilizado o duplo ataque ácido.15
na superfície pelo duplo ataque ácido possuem baixa altura e alta Estudos relacionados ralatam que os implantes com superfície
frequência, as quais favorecem a deposição óssea na interface, fato lisa inseridos em áreas submetidas a enxerto ósseo apresentaram
que classifica o implante de superfície minimamente rugosa.21 No menor índice de sucesso quando comparados com implantes de
entanto, a criação dessa superficie depende da seleção do ácido e superfície tratada por duplo ataque ácido, também inseridos em
do processo de tratamento. O processo de tratamento da superfície áreas submetidas a enxerto ósseo.16
inclui o banho com dois tipos de ácidos. No primeiro banho ácido, Os implantes com duplo ataque ácido apresentam uma
as soluções ácidas concentradas em altas temperaturas removem microestrutura complexa de cavidades de aproximadamente de 20
a camada superficial, enquanto o segundo ataque ácido tem a a 40 µm de largura, superpostos por microporos produzidos pelo
função principal de estabilizar a camada superficial de óxido e criar ataque ácido, ao redor de 0.5 a 3 µm de diâmetro.6
as microestruturas . A vantagem deste método frente aos outros O duplo ataque ácido é considerado um método de alteração
comumente utilizados é evitar a possibilidade de contaminação da de superfície seguro e eficaz, pois tem a capacidade de promover
superfície por partículas abrasivas ou a delaminação da camada rugosidades na superfície dos implantes mais próximos da simetria,
anodizada.8 além de apresentar excelentes características de molhabilidade,
Estudos comparativos entre uma superfície usinada e àqueles que energia de superfície e absorção de proteínas, acelerando o
utilizam HF e HCl / H2SO4 (DAE), mostraram que a superfície tratada processo de osseointegração, diminuindo o período de cicatrização
com ácido tem maior resistência à remoção de torque reverso e melhor e tornando o tratamento mais rápido.

REFERÊNCIAS
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5. BUTTENDORF A. R. TRATAMENTO DE SUPERFICIE DE IMPLANTES DENTARIOS. 27f. Monografia 15. JEMAT, A. Surface Modifications and Their Effects on Titanium Dental Implants. Hindawi. p. 01-11. 2015.
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FGM 2018 | Volume 02 | 35


Prótese protocolo inferior com
carga imediata
AUTORES: Prof. Dr. Bernardo Born Passoni, Prof. Amauri Costa, Prof. Rodrigo Melim Ferreira, Profª. Caroline Rafael, Prof. Mario Homem
e Prof. Leonardo Vieira Bez.

FINAL

INTRODUÇÃO

Prótese protocolo sobre implantes é uma modalidade de suportando uma prótese total parafusada. Com esse tipo de
tratamento cirúrgico-protético que visa reabilitar simultaneamente reabilitação, têm-se observados altos índices de sucesso, que
a perda dental e tecidual por meio de implantes (responsável pelo demonstram a viabilidade dessa modalidade de tratamento
suporte, retenção e estabilidade) e próteses (responsáveis pela cirúrgico-protético4,5.
distribuição de forças, função e estética)¹. A técnica “all-on-four” vem ganhando cada vez mais notoriedade
A prótese guia o posicionamento cirúrgico dos implantes, e sucesso nos tratamentos reabilitadores. Ela consiste na colocação
portanto, os procedimentos como enceramento diagnóstico, de dois implantes na região anterior, na posição axial, e dois
confecção de guias protéticos, exames radiográficos-tomográficos implantes colocados na região posterior inclinados e orientados
e análise das linhas do sorriso devem ser realizados antes da anteriormente ao forame mentoniano6. Os implantes distais ganham
intervenção cirúrgica com o intuito de antecipar a resolução uma inclinação e angulação acentuada fazendo com que a saída
protética. Conhecido por “planejamento reverso”, esse processo do parafuso protético seja mais distal, diminuindo o cantilever e
inclui todas as etapas necessárias para um posicionamento consequentemente o braço de alavanca da prótese.
tridimensional adequado do implante2,3. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de reabilitação
A prótese protocolo pode ser realizada com 4 a 5 implantes oral com prótese protocolo inferior utilizando implantes e
que são posicionados na região anterior da mandíbula edêntula, componentes do Sistema Arcsys da FGM.

36 | FGM 2018 | Volume 2


“A personalização de componentes permite um paralelismo
único em próteses suportadas por múltiplos implantes.
Essa exclusiva possibilidade favorece significativamente a
moldagem e o assentamento protético.”

FICHA
Paciente do gênero feminino, 46 anos de idade.

A QUEIXA
Desconforto mastigatório e insegurança ao sorrir.
A paciente relatou ser usuária de prótese total há
mais de 30 anos.
INICIAL
ANAMNESE
Fig. 1 - Condição oral da paciente. Paciente edêntula total, sem comprometimento
sistêmico. Realizado exame intra e extra-oral e exames
complementares como a tomografia computadorizada.
2 Paciente se apresentou apta ao procedimento cirúrgico
e protético.

PLANEJAMENTO
Substituição das próteses totais por prótese protocolo
inferior e prótese total superior. Serão utilizados
quatro implantes em mandíbula, destes, dois distais
Fig. 2 - Tomografia Computadorizada. angulados e dois anteriores retos e paralelos. Foram
definidos implantes e componentes Arcsys da FGM
por possuir exclusiva tecnologia de angulação,
visando o paralelismo entre os componentes de modo
que a prótese assentada fique estável e harmônica,
distribuindo as cargas oclusais de maneira eficaz.

RELATO DO CASO

Paciente do sexo feminino, 46 anos, compareceu ao quantidade e qualidade óssea para a cirurgia de instalação de
atendimento da clínica de Odontologia UNESC, no curso de implantes (Fig. 2), entretanto foi preciso executar a regularização
especialização em implantodontia. Na queixa principal relatou do rebordo, com uma fresa maxicut em baixa rotação, para melhor
que suas próteses totais lhes causavam desconforto, tanto adaptação da futura prótese definitiva sobre o rebordo. (Figs. 3 e 4).
estéticos, quanto funcionais. Durante análise clínica não foi As próteses antigas não apresentavam funções estéticas
encontrada nenhuma alteração de tecido mole (Fig. 1). e uma dimensão vertical de oclusão (DVO) adequada. Novas
Exames clínicos e complementares foram utilizados para a próteses totais foram realizadas, e na fase de prova de dentes, foi
realização do tratamento. O planejamento consistiu na troca das confeccionado um guia multifuncional com o modelo inferior.
próteses antigas (sendo prótese total superior e protocolo inferior A cirurgia foi realizada com perfuração inicial com broca lança
imediato). O exame tomográfico da mandíbula mostrou uma boa 2.0, seguida por uma broca 2.9. As perfurações distais tiveram

FGM 2018 | Volume 02 | 37


por base o forame mentoniano previamente encontrado após o posteriores pilares aparafusáveis com trasmucoso de 3.5mm e os
descolamento do retalho (Fig. 5). anteriores pilares não anguláveis de 2.0mm (Figs. 10 e 11).
Após o processo de fresagem iniciamos a instalação de Na sequência, os transferentes multifuncionais foram
quatro implantes (Fig. 6), sendo dois 3.8x11mm na região anterior posicionados, aparafusados e unidos com resina acrílica (Pattern,
posicionados axialmente, com torque de 45N, e outros dois GC, EUA) (Figs. 12 e 13).
posteriores e angulados com dimensões de 3.8x13mm, com Previamente à moldagem, realizou-se a prova do guia
torque de 60N. multifuncional com a prótese total superior ainda em cera. O registro
Todos os implantes foram inseridos com 2mm infra-ósseo, oclusal e a união dos transferentes ao guia foram feitos com resina
conforme preconiza a técnica cone morse, e obtiveram uma acrílica. A moldagem foi realizada com material à base de poliéter
excelente estabilidade primária, fator determinante para a (Figs. 14 e 15).
sequência do plano proposto de carga imediata (Fig. 7). As próteses e o guia multifuncional foram levados ao
Em seguida foi realizado o posicionamento dos referenciadores laboratório, enquanto os novos transferentes foram inseridos
para quantificação da angulação dos implantes distais, onde como cilindros de proteção na paciente. Os análogos foram
ficou definido a verticalização em 17º do lado esquerdo e 15º do posicionados no molde de transferência, aparafusados e
lado direito. Os implantes anteriores mantiveram o paralelismo enviados para a confecção da prótese protocolo inferior assim
entre si, conferindo a escolha por pilares não anguláveis (Figs. como a prótese total superior.
8 e 9). Em 24 horas, as próteses já acrilizadas foram ajustadas
De acordo com a profundidade de inserção e espessura de em boca, observando a passividade de adaptação na prótese
mucosa presente, definiu-se a altura transmucosa, sendo os protocolo inferior e em seguida foram instaladas (Figs. 16 e 17).

3 4 5

Fig. 3 - Fresa Maxicut para regularização Fig. 4 - Rebordo regularizado. Fig. 5 - Broca 2.9 usada na perfuração.
do rebordo. Observa-se distância do nervo mentoniano.

6 7

Fig. 6 - Instalação de implante Arcsys FGM. Fig. 7 - Implantes instalados na mandíbula.

8 9

Fig. 8 - Posicionamento dos referenciadores angulares. Fig. 9 - Referenciadores angulados na posição determinada.

38 | FGM 2018 | Volume 2


10 11 12

Fig. 12 - Transferentes aparafusados nos


pilares.
Fig. 10 - Instalação dos pilares. Fig. 11 - Pilares instalados.

13 14

Fig. 14 - União dos transferentes no guia


multifuncional. Obtenção de registro de mordida
com resina acrílica.

15

Fig. 13 - Transferentes unidos com resina acrilica.

Fig. 15 - Moldagem de transferência.

16 17

Figs. 16 e 17 - Prótese protocolo inferior


provisória instalada.

CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. Volpato, CAM. [et al.]. Próteses odontológicas: Uma Visão Contemporânea; 1ª ed, .São Paulo: Santos 2013.
O Sistema Arcsys FGM permite a angulação de componentes 2. Duello GV. The utilization of an interdisciplinar team aproch in esthetic implant and restorative
dentistry. Gen Dent. 2004; 52(2):116-9.
intermediários protéticos de acordo com a necessidade do 3. Garber DA. The Estethic dental implante: letting restoration be the guide. J Am Dent Assoc. 1995;
paciente. Sendo assim, o cirurgião-dentista tem uma excelente 126(3): 319-325.
4. Branemark PI. Osseointegration and its experimental background. J Prosteth Dent. 1983; 50(3):399-410.
versatilidade no planejamento do caso, principalmente pós 5. Brunski JB,Puleo DA, Nanci A.Biomaterials and Biomechanics of oral and maxillofacial implants
current status and future developments. Int J Oral maxillo Fac Implant. 1998; 15(1):15-46.
instalação dos implantes, personalizando e fazendo com que o
6. Babbush CA. Posttreament quantification of patient experiences with full-arch implant treatment
tratamento se torne mais seguro e com previsibilidade de sucesso. using a modification of the OHIP-14 questionnaire, J.Oral Implantology.2012 Jun, 17:38(3):251-60.

FGM 2018 | Volume 02 | 39


Intermediários anguláveis do Sistema
Arcsys fazem toda diferença para a
reabilitação de próteses tipo protocolo
AUTORES: Prof. Dr. Rogério Goulart da Costa e Prof. Dr. Patricio Runnacles.

FINAL

INTRODUÇÃO

Os implantes dentários são uma realidade nos dias de hoje para de alavanca distal - que deve ser compatível com o posicionamento
reabilitação de pacientes edêntulos1,2. A grande quantidade de dos implantes instalados.
empresas no mercado tornou o valor dos implantes muito acessível A utilização de intermediários angulados sempre foi um desafio, já
para dentistas e pacientes. Para estes, a melhora na qualidade de que a necessidade de corrigir a angulação é muitas vezes essencial
vida é simplesmente incomparável quando falamos das diferenças para se atingir os objetivos de estética e função, uma vez que os
entre uma prótese total e uma prótese tipo protocolo sustentado por mesmos são acompanhados, em sua maioria, por um parafuso
implantes. Não só pela inegável retenção, mas também pela melhor passante, o qual reduz a resistência destes componentes angulados.
eficiência mastigatória e consequente melhora da autoestima. O emprego de componentes anguláveis favorece a distribuição
Com advento de novas técnicas e novos sistemas de implantes, das cargas mastigatórias quando comparados à utilização de um
ficou relativamente mais simples reabilitar. As possibilidades de componente reto no mesmo cenário.6
angulação de implantes e componentes como na técnica “All on O Sistema de Implantes Arcsys possibilita customizar a angulação
Four” ampliou os horizontes para cirurgião e paciente com altos dos intermediários protéticos sem implicar nos prejuízos inerentes
índices de sucesso.3,4,5 Claro que devemos respeitar as exigências aos componentes pré-angulados. Sendo assim, basta personalizar
mínimas como: estabilidade primária adequada para carga imediata, o direcionamento do componente imediatamente antes de sua
de pelo menos 35N, passividade da barra, correta extensão do braço ativação, conforme demonstrado no caso a seguir.

40 | FGM 2018 | Volume 2


“A possibilidade de conferir o paralelismo aos componentes
protéticos eleva o Sistema Arcsys a um outro patamar
qualitativo, pois traz facilidade e previsibilidade de resultado ao
cirurgião, protesista e laboratório.”

FICHA
Paciente do gênero feminino, 58 anos de idade.
1
A QUEIXA
Dificuldade de se alimentar com a prótese total inferior.

ANAMNESE
Paciente com boas condições de saúde,
apta ao tratamento reabilitador.

PLANEJAMENTO
Prótese total convencional superior e reabilitação com
implantes dentários com Sistema Arcsys (FGM-Brasil) e
INICIAL confecção de prótese tipo protocolo inferior.

Fig. 1 - Foto inicial.

2 3

Figs. 2 a 4 - Imagens tomográficas da mandíbula.

FGM 2018 | Volume 02 | 41


RELATO DO CASO

Paciente do sexo feminino, 58 anos, leucoderma, usuária de tipo IV. Os implantes foram protegidos com os tapas de silicone para
prótese dentária total superior e inferior desde os 25 anos, procurou aguardar o período de osseointegração (Figs. 17 e 18). Quatro meses
atendimento insatisfeita com a instabilidade da prótese inferior. A após instalação dos implantes se procedeu à fase protética. Foi feita a
paciente não usava a PT inferior há 25 anos (Fig. 01). Desta forma, foi reabertura e instalação dos cicatizadores multifuncionais conforme a
proposta uma reabilitação com prótese tipo protocolo para a arcada quantidade de tecido mole remanescente (Fig 20). Em seguida foram
inferior e PT superior convencional. selecionados os pilares protéticos de acordo com o transmucoso e
O exame clínico revelou boas condições de saúde geral. Contudo, referenciadores para avaliação da necessidade de angulação, onde se
a critério de confirmação foram solicitados exames complementares: constatou a necessidade de angular (da esquerda para direita): 12.5º;
hemograma completo, glicemia em jejum, tempo de coagulação, 0º; 3º; 0º e 15º (Figs. 21 a 24).
tempo de protrobina e hemoglobina glicada. O exame tomográfico De acordo com a profundidade dos implantes e espessura do
da região em questão mostrou boa qualidade e quantidade óssea tecido mucoso foram selecionados, instalados e ativados os pilares
compatíveis para instalação dos implantes dentários (Figs. 02 a 04). aparafusáveis anguláveis Arcsys de 2.5mm de transmucoso (Fig
Foi feito todo o planejamento reabilitador: moldagem anatômica e 25). Em seguida, Transferentes Multifuncionais Arcsys foram
funcional; registros intermaxilares, determinação de DVO, prova dos posicionados, aparafusados e unidos com resina acrílica auto
dentes e confecção de guia multifuncional. A cirurgia foi realizada com polimerizável (Fig. 26). A moldagem foi realizada com material de
a instalação de cinco implantes Arcsys, com dimensões 3.8x11mm moldagem à base de silicone por adição e o registro interoclusal foi
que tiveram estabilidade primária de 30N, orientados pelo guia complementado com resina acrílica auto polimerizável sobre o guia
multifuncional (Figs. 05 a 11). Os implantes distais foram angulados multifuncional (Fig. 27). Os análogos foram posicionados no molde
para propiciar uma melhor distribuição das forças possibilitando um de transferência, aparafusados e enviados ao laboratório para a
maior comprimento posterior da barra (Fig. 12). Os implantes foram confecção da barra protocolo (Fig. 28). Em 48 horas foi feita a prova
instalados 2mm infra-ósseo, apesar do exame tomográfico sugerir da barra para adaptação e passividade. No dia seguinte, a prótese final
uma boa qualidade óssea, a medular era toda composta de osso foi ajustada e instalada (Figs. 29 a 33).

5 6

Fig. 5 - Situação clínica inicial.

Fig. 6 - Incisão do tecido mole.

7 8 9

Figs. 7 e 8 - Regularização do rebordo com alveolótomo e fresa de tungstênio. Fig. 9 - Regularização finalizada.

42 | FGM 2018 | Volume 2


10 11

Fig. 10 - Guia multifuncional com broca lança em posição. Fig. 11 - Guia e paralelizadores em posição.

12 13

Fig. 12 e 13 - Verificação das angulações obtidas pelas perfurações.

14 15 16

Fig. 14 - Instalação de implante. Fig. 15 - Vista oclusal dos implantes instalados. Fig. 16 - Implantes instalados 2mm infraósseo.

17 18 19

Figs. 17 e 18 - Instalação de tapas de silicone. Fig. 19 - Sutura finalizada.

FGM 2018 | Volume 02 | 43


20 21

Fig. 20 - Cicatrizadores instalados após segundo


estágio cirúrgico.

Fig. 21 - Referenciadores em posição.

22 23 24

Fig. 22 - Referenciadores e Guia multifuncional. Figs. 23 e 24 - Angulação dos pilares aparafusáveis da esquerda para direita (12.5º; 0º; 3º;0º e 15º).

25 26

Fig. 25 - Pilares angulados em posição e ativados. Fig. 26 - Transferentes multifuncionais de PEEK


em posição unidos por RAAQ.

27 28

Fig. 27 - Molde de transferência da posição dos pilares anguláveis Fig. 28 - Molde com os análogos dos pilares anguláveis aparafusáveis.
aparafusáveis.

44 | FGM 2018 | Volume 2


29 30

Figs. 29 e 30 - Vistas superior e inferior da prótese protocolo finalizada.

31 32

Fig. 31 - Prótese protocolo inferior instalada. Fig. 32 -Visualização da área de higienização.

33

Fig. 33 - Sorriso final com prótese total convencional superior e prótese protocolo inferior.

CONCLUSÃO

Os Implantes Arcsys propiciam uma grande versatilidade para os REFERÊNCIAS


1. Brånemark PI, Adell R, Breine U, Hansson BO, Lindström J, Ohlsson A. Intra-osseous anchorage of dental
tratamentos reabilitadores por possuírem uma característica inédita
prostheses. I. Experimental studies. Scand J Plast Reconstr Surg 1969; 3: 81–100.
em um sistema de implantes: a possibilidade do próprio cirurgião- 2. Brånemark PI, Hansson BO, Adell R, Breine U, Lindström J, Hallén O et al. Osseointegrated implants in
the treatment of the edentulous jaw. Experience from a 10-year period. Scand J Plast Reconstr Surg Suppl
dentista ou protético personalizar a angulação dos intermediários, 1977; 16: 1–132.

o que permite melhor planejamento e uma consequente maior 3. Maló P, Rangert B, MechEng, Nobre M. ‘All-on-Four’ Immediate-Function Concept with Branemark System
Implants for Completely Edentulous Mandibles : A Retrospective Clinical Study. Implant Dent 2003; 5: 2–9.
previsibilidade para o sucesso do tratamento. 4. Randow K, Ericsson I, Nilner K, Petersson A, Glantz PO. Immediate functional loading of Brånemark dental
implants. An 18-month clinical follow-up study. Clin. Oral Implants Res. 1999; 10: 8–15.
5. Shigehara S, Ohba S, Nakashima K, Takanashi Y, Asahina I. Immediate Loading of Dental Implants Inserted
in Edentulous Maxillas and Mandibles: 5-Year Results of a Clinical Study. J Oral Implantol 2015; 41: 701–5.
6. Tian K, Chen J, Han L, Yang J, Huang W, Wu D. Angled abutments result in increased or decreased stress
on surrounding bone of single-unit dental implants: A finite element analysis. Med Eng Phys 2012; 34:
1526–1531.

FGM 2018 | Volume 02 | 45


Utilização de um novo sistema de
implantes para confecção de prótese
inferior tipo overdenture
AUTORES: Prof. Rodrigo Melim Ferreira, Profª. Joseane Silva, Prof. Ricardo Henrique Debarba, Prof. Dr. Bernardo Born Passoni,
Prof. Dr. Ricardo de Souza Magini, Prof. Leonardo Vieira Bez e Prof. Dr. César Augusto Magalhães Benfatti.

FINAL

INTRODUÇÃO

A reabsorção óssea alveolar em pacientes anteriormente osseointegração de Branemark a partir da década de 60.3,4
submetidos à extração dental é uma das situações mais Os estudos da época foram capazes de descrever a
desafiadoras, quando se trata do planejamento em implantodontia, osseointegração em 91% dos implantes, além de uma estabilidade
pois, além de crônica, a perda óssea vertical e em espessura tendem de 100% após 5 a 9 anos de longevidade, conferindo à técnica,
a proporcionar um rebordo mais estreito e geralmente afilado.1,2 segurança e relevância para as reabilitações orais.3
Consequentemente, o edentulismo teve como principal forma Com isso, mais de 40 anos desde o surgimento da
de reabilitação, a utilização de próteses totais - que em muitos osseointegração, o profissional passa a contar com inúmeras
casos acabavam sendo limitadas devido às reabsorções ósseas, alternativas de tratamento para edêntulos totais, dentre elas o
proporcionadas pela perda dental da anatomia mandibular. Além tratamento com overdentures ou sobredentaduras, igualmente
disso, muitas vezes os pacientes edêntulos sofrem com a perda de capazes de proporcionar a reabilitação protética e individualizada.3,5
autoestima e qualidade de vida.1,3
Quando se trata da escolha entre overdentures e próteses
Para solucionar problemas relativos à retenção de próteses totais, totais fixas, alguns fatores relacionados ao planejamento em
protocolos cirúrgicos são constantemente estabelecidos para as implantodontia devem ser considerados (DeBoher, 1993)6. Dentre
reabilitações em implantodontia, sobretudo após os estudos sobre eles, o plano de tratamento deve ser baseado em suas condições

46 | FGM 2018 | Volume 2


“A excelente relação custo-benefício dos implantes
Arcsys permite obter um resultado premium com um
investimento mínimo.”

FICHA
Paciente do gênero masculino, 55 anos de idade.

A QUEIXA
Baixa estética dos elementos inferiores e das próteses
removíveis, além da baixa eficiência da função
mastigatória.

INICIAL ANAMNESE
Paciente se encontrava apto e motivado ao
Fig. 1 - Situação inicial do caso. procedimento cirúrgico-protético.
2
PLANEJAMENTO
O plano de tratamento aprovado incluiu a substituição
da prótese total superior e a exodontia dos
elementos inferiores remanescentes (33, 41 e 42) com
concomitante regularização do rebordo e instalação
de dois implantes Arcsys entre forames, para
suporte dos pilares tipo overdenture, guiados pelo
planejamento reverso com guia multifuncional.

Fig. 2 - Elementos 33, 41 e 42 presentes ao exame clínico.

físicas e psicológicas, pois as overdentures apresentam menor


complexidade para manutenção da higiene oral, devido a
possibilidade de sua remoção; menos envolvimento cirúrgico,
quando se trata de paciente medicamente debilitados; e os
custos que podem ser economicamente mais viáveis, quando
comparados a protocolos cirúrgicos com próteses totais fixas
sobre implantes. O abalo psicológico imposto pela perda dos
dentes também é um dos principais motivos que leva os pacientes
a escolherem a reabilitação fixa tipo protocolo como primeira
opção de reabilitação oral.
Assim, o objetivo desse relato de caso é apresentar alguns aspectos
importantes durante a reabilitação com um novo sistema de implantes
em mandíbula edêntula, através da apresentação de um caso clínico
reabilitado com prótese tipo overdenture.

FGM 2018 | Volume 02 | 47


RELATO DO CASO

Paciente do sexo masculino, leucoderma, procurou exodontia (Fig. 4) dos 3 elementos dentais restantes no
atendimento odontológico para reabilitação protética da arcada arco inferior. Na sequência, a incisão linear com lâmina de
inferior com implantes. Sua queixa principal estava na arcada bisturi 15C foi realizada sobre a crista do rebordo inferior, e o
inferior devido à estética dos dentes remanescentes e da descolamento do retalho englobou a exposição dos forames
prótese parcial removível. Durante a anamnese foi constatado mentuais - assim foi possível observar o campo operatório
que o paciente possuía condições favoráveis de saúde para de modo direto e com maior segurança para fresagem. Em
a reabilitação com implantes. No exame clínico (Fig. 1 e Fig. seguida, foi realizada a regularização do rebordo (Fig. 5) com
2) observou-se apenas os elementos 33, 41 e 42, e utilizava broca cirúrgica maxicut em peça reta, para proporcionar maior
uma prótese parcial metálica removível correspondente aos facilidade durante a instalação dos implantes na mesma altura
dentes inferiores ausentes. Após a realização da tomografia (platô), e um rebordo justaposto a mucosa com um mesmo
computadorizada cone bean, constatou-se que existia altura formato em toda a sua extensão.
e espessura óssea suficiente para instalação dos implantes. A perfuração para colocar os implantes foi iniciada pela broca
O planejamento reabilitador proposto consistiu na realização lança, devido à conformação mais corticalizada do osso. Em seguida,
da extração dos dentes remanescentes (elementos 33, 41 foi utilizada a broca final associada ao limitador de profundidade,
e 42), regularização do rebordo ósseo, colocação de dois o que conferiu segurança e agilidade durante o trans-operatório.
implantes tipo cone morse (Arcsys, FGM, Brasil.) entre forames, Dessa forma, os dois implantes (Fig. 6) anteriormente preconizados
na região dos dentes 33 e 43, para posterior instalação de durante o planejamento, foram instalados nas regiões dos dentes
prótese tipo overdenture. 43 e 33 com torque de 60N em ambos implantes.
Foi realizado o planejamento reverso seguindo as etapas de: Após a instalação os implantes foram protegidos com a
moldagem inferior dos dentes remanescentes e duplicação tampa de cobertura friccional (Fig. 7) confeccionada em silicone
da prótese total superior; prova do rodete de cera para biocompatível, disponibilizado pelo sistema, e a seguir foram
reconstituição fisionômica e determinação da dimensão realizados pontos simples (Fig. 8) para sutura em toda extensão
vertical; e posterior prova dos dentes em cera. Após essas da incisão, com o intuito de evitar fenestrações e cicatrização
etapas, um guia cirúrgico (Fig. 3) com dimensões adequadas por segunda intenção. Na sequência, foi instalada uma prótese
para o caso foi utilizado para o correto posicionamento total removível imediata, a qual já havia sido previamente
tridimensional dos implantes. confeccionada, nas etapas de reconstituição fisionômica e prova
O primeiro passo cirúrgico após anestesia consistiu na dos dentes em cera.

3 4

Fig. 4 - Rebordo Mandibular após extração dos


elementos dentais.

Fig. 3 - Guia Cirúrgico, proporcionando o correto posicionamento tridimencional dos implantes.

Fig. 5 - Conformação de platô após a


regularização do rebordo.

48 | FGM 2018 | Volume 2


6 7

Fig. 6 - Conferência da perfuração para colocação dos Implantes Cone Fig. 7 - Implantes Cone Morse Arcsys (FGM, Brasil) após instalação e
Morse Arcsys (FGM, Brasil). proteção com tapa de silicone.

8 9

Fig. 8 - Sutura com pontos simples em toda extensão do rebordo. Fig. 9 - Reabertura dos implantes com intervalo de noventa dias.

Decorridos noventa dias, o paciente foi submetido a uma Previamente ao procedimento de captura das cápsulas, foram
segunda etapa cirúrgica de reabertura, onde foi removido o tapa de estabelecidos pontos de referência na face oclusal dos dentes com
silicone e, por meio do medidor transmucoso, a altura dos pilares o intuito de guiar uma oclusão. O posicionamento dos pontos foi em
protéticos foi selecionada. forma de triângulo, para estabilizar o encaixe entre próteses.
Para o caso, dois pilares protéticos friccionais para overdenture, Para captura dos pilares protéticos foram instaladas
com altura 4,5mm de transmucoso, foram selecionados. cápsulas sobre os mesmos e suas correspondentes regiões
Posteriormente se procedeu a secagem interna das paredes de posicionamento (na face inferior da prótese). Após a prova
do implante e, de acordo com as recomendações do fabricante de passividade entre as cápsulas e os nichos de assentamento
foi realizada a ativação dos pilares com 3 batidas do martelete da prótese, procedeu-se o preenchimento unilateral com resina
(Arcsys, FGM, Brasil) no longo eixo. acrílica ativada quimicamente, para só então reposicioná-la sobre
A utilização de resina acrílica atrelada a um procedimento de a cápsula de mesmo lado. Repetiu-se o processo do lado oposto e
exposição tecidual (durante a cirurgia de instalação dos implantes após a acomodação da prótese sobre os conjuntos intermediários,
ou em sua reabertura) exigirá especial atenção quanto à proteção o paciente foi instruído a ocluir até a total presa do material. Foram
dos tecidos incisados, a fim de evitar o contato do produto com realizados acabamentos com fresas maxicut nos excessos de
essas estruturas e planos. Do contrário, se desencadeará um acrílico e polimento com borrachas.
processo inflamatório localizado de dolorosa resolução. Esse Assim, foi possível proporcionar ao paciente uma prótese muco-
fato justifica a cobertura da região através da utilização de um implanto-suportada. Porém, é importante ressaltar a importância
fragmento de lençol de borracha entre a mucosa e a cápsula, das consultas periódicas para preservação e manutenção da
mas sem a interferência do pilar (o fragmento é perfurado e prótese tipo overdenture retido por implantes, uma vez que os anéis
adptado no attachment). de borracha presentes na face interna da cápsula sofrem com o
desgaste natural que ocorre por seu ciclo de utilização.

FGM 2018 | Volume 02 | 49


10 11 12

Fig. 10 - Adaptação do cicatrizador Fig. 11 - Individualização do cicatrizador na Fig. 12 - Análise do cicatrizador após ser
multifuncional em PEEK. altura pretendida. personalizado.

13 14

Fig. 13 - Adaptação final do cicatrizador sobre Fig. 14 - Vista oclusal dos cicatrizadores multifuncionais devidamente posicionados
o implante osseointegrado. sobre os implantes Arcsys.

15 16

Fig. 15 - Vista frontal da prótese total inferior. Fig. 16 - Vista inferior da prótese total inferior,
evidenciando a marcação do posicionamento
correspondente às cápsulas de retenção dos
pilares overdenture.

17 18

Fig. 17 - Vista oclusal da prótese total inferior.

Fig. 18 - Checagem da oclusão das próteses totais confeccionadas para a reabilitação bimaxilar.

50 | FGM 2018 | Volume 2


19

Fig. 19 - Em detalhe, aplicação pontual de resina acrílica sobre a superfície oclusal posterior do lado direito.

20 21 22

Fig. 20 - Vista frontal das próteses totais com Fig. 21 - Registro de mordida do lado direito. Fig. 22 - Registro de mordida do lado esquerdo.
os guias de estabilização.

23 24 25

Fig. 23 - Remoção do cicatrizador Fig. 24 - Verificação do perfil transmucoso. Fig. 25 - Adaptação do pilar overdenture
multifuncional facilitada pelo extrator de tapa. selecionado.

26 28

Fig. 26 - Promoção do embricamento mecânico


por meio de três golpes do martelete Arcsys.

27

Fig. 27 - Cápsula de retenção sendo Fig. 28 - Vista em detalhe do conjunto cápsula/pilar overdenture.
posicionada no pilar overdenture.

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29 30 31 32

Fig. 29 - Proteção dos tecidos Fig. 30 - Preenchimento do nicho Fig. 31 - Captura da cápsula de Fig. 32 - Vista oclusal do rebordo
circunjascentes com lençol de de acomodação da cápsula com retenção. Lado esquerdo. mandibular, evidenciando a proteção
borracha previamente à captura RAAQ. dos tecidos pelo fragmento de lençol
das cápsulas. de borracha.

33 35

Fig. 33 - Cápsulas de retenção


capturadas pela RAAQ.

34

Fig. 34 - Vista frontal dos pilares


overdenture instalados.

Fig. 35 - Resultado obtido após a instalação das próteses totais.

CONCLUSÃO

As dificuldades encontradas para uma reabilitação protética REFERÊNCIAS

mandibular são um desafio na rotina clínica, principalmente em 1. Xie Q, Wolf J, Tilvis R, Ainamo A. Resorption of mandibular canal wall in the edentulous aged population. J
Prosthet Dent 1997;77:596–600
pacientes idosos, pois a disponibilidade óssea é limitada para a
2. Atwood DA. Some clinical factors related to rate of resorption of residual ridges J Prosthet Dent, 12
confecção de próteses fixas sobre implantes. Overdentures retidas (1962), pp. 441-450
3. Adell, R., Brånemark, P. I., Lekholm, U. et al. A 15 year study of osseointegrated implants in the treatment of
por implantes são uma técnica eficaz e capaz de reestabelecer the edentulous jaw. Int. J. Oral Surg., v. 10, p. 387-416, 1981.

estética e função com a possibilidade de redução do tempo clínico 4. Adell, R., Hansson, B. 0., Branemark, P .-I. & Breine, U.: lntraosseous anchorage of dental prostheses. II.
Review of clinical appro aches. Scand. J. Plast . ReCOilS//,. Surg , 1970: 4: 19-34.
necessário entre as etapas envolvidas. Ao optar pela colocação de um 5. Gallina C, Viegas VN. Overdentures e próteses fixas para reabilitação com implantes em maxila edêntula.
Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo 2007 jan-abr; 19(1):61-7
número reduzido de implantes, quando comparado às próteses fixas 6. De Boer J. Edentulous implants: overdenture versus fixed. J. Prosthet. Dent. Apr. 1993; 69(4):386-90.
sobre implantes, os custos financeiros podem ser mais acessíveis, 7. Mericske-Stern R. Treatment outcomes with implant-supported overdentures clinical considerations. J.
Prosthet. Dent. 1998 Jan; 79(1): 66-73.
proporcionando maior facilidade para manutenção da higiene oral.

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FGM 2018 | Volume 02 | 53
Carolina Morsch e Leonardo Bez
Gentilmente cedidas por
AUTOR: Prof. Rafael Cury Cecato.

Ao concluir uma reabilitação sobre implantes dentários, o nicho bacteriano na interface entre este e o implante, a remodelação
profissional deverá não apenas se preocupar com o resultado imediato, partirá deste nível e consequentemente incidirá em perda óssea
mas também com a manutenção a longo prazo para que os fatores vertical ao redor do próprio implante.
atrelados ao sucesso perdurem ao longo do tempo . Ocorre que a 1
Há consenso que uma remodelação óssea ocorre principalmente
partir do momento em que a restauração é suportada no implante/ no primeiro ano após carregamento (entre 1,0mm e 1,5mm12,13,14 ), sendo
componente protético, este conjunto começa a sofrer as adversidades portanto o período mais crítico de acompanhamento após conclusão
inerentes ao meio bucal assim como um dente natural, inclusive com da reabilitação. Além, percebe-se que a existência de um “gap” entre
remodelação tecidual ao seu redor . 2
o implante e o componente protético influencia diretamente nesta
Vários fatores são considerados como responsáveis pela perda perda de osso peri-implantar15, principalmente nos primeiros 03
óssea peri-implantar, como distância entre implantes , carga mecânica 3,4
meses após implantação8. Também, o tamanho deste “gap” não foi
oclusal excessiva5,6, movimentação do componente protético quando considerado significante quando encontra-se entre 10µm e 100µm8,
em função (micromovimentação) e espaço (microgap) na interface
7
logo, sua mera existência neste intervalo parece ser suficiente para
entre o implante e componente protético8,9. contribuir negativamente.
Especificamente sobre os dois últimos fatores, ambos parecem Por conseguinte, é imensamente sugerido que o cirurgião-dentista
contribuir concomitantemente durante a função mastigatória, pois a opte por um sistema que proporcione melhor estabilidade do tecido
movimentação supostamente provém um “bombeamento” de fluídos ósseo peri-implantar como, por exemplo, implantes com plataforma
entre o interior e exterior do implante dentário10. Junto a este fluído, “cone morse” essencialmente friccionais. Estes têm demonstrado
trânsito bacteriano é esperado, junto a suas endotoxinas relacionadas maior eficiência na vedação bacteriana na interface entre implante e
ao processo inflamatório regulador da perda óssea peri-implantar2. componente protético, supostamente pelo menor “gap” apresentado
É esperado que o restabelecimento do espaço biológico do entre tais superfícies após ativação (0,5 - 1,5µm16,17) em comparação a
sistema implante-restauração ocorrerá de maneira semelhante demais conexões, onde estes “gaps” podem chegar a 100µm.8,18
a um dente natural . Porém é desejável que esteja relacionado a
11
Ao eleger esta conexão, o profissional contribui de sobremaneira na
tão somente a linha de cimentação ou contato entre a prótese e o manutenção dos tecidos peri-implantares e consequentemente na
componente protético. No entanto, a partir do momento em que há longevidade da homeostasia de suas reabilitações sobre implante.

REFERÊNCIAS
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Odontológica Araçatuba. 2011;32(1):32–36. 2012;(May 2014).
2. Insua A, Monje A, Wang HL, Miron RJ. Basis of bone metabolism around dental implants during 11. Canullo L, Cocchetto R, Loi I. Remodelagem Óssea Peri-implantar: Bases Científicas e Implicações
osseointegration and peri-implant bone loss. J. Biomed. Mater. Res. - Part A. 2017;105(7):2075–2089. clínicas. 1a ed. 2012.
3. Schuldt Filho G, Dalago HR, Souza JGO De, Stanley K, Jovanovic S, Bianchini MA. Prevalence of peri- 12. Albrektsson T, Zarb G, Worthington P, Eriksson AR. The long-term efficacy of currently used dental
implantitis in patients with implant-supported fixed prostheses. Quintessence Int. 2014;45(10):861–8. implants: a review and proposed criteria of success. Int. J. Oral Maxillofac. Implants. 1986;1(1):11–25.
4. Novaes AB, Oliveira RR de, Muglia VA, Papalexiou V, Taba M. The Effects of Interimplant Distances on 13. Rasouli Ghahroudi A, Talaeepour A, Mesgarzadeh A, Rokn A, Khorsand A, Mesgarzadeh N, et al.
Papilla Formation and Crestal Resorption in Implants With a Morse Cone Connection and a Platform Switch: Radiographic Vertical Bone Loss Evaluation around Dental Implants Following One Year of Functional
A Histomorphometric Study in Dogs. J. Periodontol. 2006;77(11):1839–1849. Loading. J. Dent. (Tehran). 2010;7(2):89–97.
5. Tawil G. Peri-implant bone loss caused by occlusal overload: repair of the peri-implant defect following 14. Adell R. A 15-year study of osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. Int. J. Oral
correction of the traumatic occlusion. A case report. Int. J. Oral Maxillofac. Implants. 2008;23(1):153–157. Surg. 1981 Dec;10(6):387–416.
6. Lin D, Li Q, Li W, Duckmanton N, Swain M. Mandibular bone remodeling induced by dental implant. J. 15. Baixe S, Tenenbaum H, Etienne O. Pénétration microbienne dans la connectique pilier-implant: revue de
Biomech. 2010;43(2):287–293. littérature. Rev. Stomatol. Chir. Maxillofac. Chir. Orale. 2016 Feb;117(1):20–25.
7. Abrahamsson I. The mucosal barrier following abutment dis/reconnection An experimental study in dogs. 16. Dibart S, Warbington M, Su MF, Skobe Z. In vitro evaluation of the implant-abutment bacterial seal: the
J. Clin. Periodontol. 1997 Aug 1;24(8):568–572. locking taper system. Int. J. Oral Maxillofac. Implants. 2005;20(5):732–737.
8. Hermann JS, Schoolfield JD, Schenk RK, Buser D, Cochran DL. Influence of the Size of the Microgap on 17. Pappalardo S, Milazzo I, Nicoletti G, Baglio O, Blandino G, Scalini L, et al. Dental implants with locking
Crestal Bone Changes Around Titanium Implants. A Histometric Evaluation of Unloaded Non-Submerged taper connection versus screwed connection: microbiologic and scanning electron microscope study. Int. J.
Implants in the Canine Mandible. J. Periodontol. 2001;72(10):1372–1383. Immunopathol. Pharmacol. 2007 Jan;20(1 Suppl 1):13–7.
9. Piattelli A, Vrespa G, Petrone G, Iezzi G, Annibali S, Scarano A. Role of the microgap between implant and 18. Mangano FG, Colombo M, Mangano C. Clinical Evaluation of 762 Single-Tooth, Locking-Taper Implants: A
abutment: a retrospective histologic evaluation in monkeys. J. Periodontol. 2003;74(3):346–352. Prospective Study with 1- to 12-Years of Follow-Up. J. Dent. Oral Care Med. 2016;2(2):1–11.

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Acompanhamento
Inicial de 1 ano

Acompanhamento
Inicial de 2 anos

Acompanhamento
Inicial de 1 ano

Acompanhamento
Inicial de 1 ano

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Planejamento digital para previsibilidade
e controle do tratamento reabilitador:
relato de caso
AUTOR: Prof. Edwin Ruales.

FINAL

INTRODUÇÃO

O conceito de sucesso no tratamento odontológico tem Esthetic Score (PES), elevando a rigorosidade do conceito para
sofrido modificações ao longo do tempo. Nossos pacientes, avaliar o sucesso dos tratamentos na área estética.
além da busca pela reconstituição da função, buscam cada Para obtenção de tais resultados, é imprescindível respeitar os
vez mais tratamentos estéticos. Como clínicos, o desafio princípios cirúrgicos e protéticos, além de compreender o tempo
está em mimetizar os detalhes de um dente natural de modo biológico. Assim, a adoção de métodos que diminuam quaisquer
a proporcionar leveza e harmonia ao sorriso. A obtenção do riscos de falha se faz necessária. O uso de guias cirúrgicos nos
sucesso clínico poderá ser entendido como a verificação de orienta quanto ao posicionamento e angulação adequada dos
perfil de emergência apropriado e conformação de papilas implantes, tornando nossa abordagem protética mais previsível4,5.
associadas a uma resolução protética que mimetiza cores, A manutenção da crista óssea e, consequentemente, das papilas
contornos e texturas. Para Al-brektsson et al., em 1986 o
1
tem estreita relação com o espaço dente-implante e implante-
sucesso estava atrelado à sobrevivência dos implantes. Pouco implante6,7. A introdução de implantes de conexão cônica tem
depois, Smith & Zarb (1989) correlacionaram a importância da
2
tornado a manutenção da crista óssea mais previsível quando
aparência estética das restaurações implanto-suportadas. Mais associada à técnicas cirúrgicas de manipulação tecidual8 e
recentemente, Fürhauser et al., (2005), sabendo dos desafios
3
condicionamento por meio de restaurações provisórias que
próprios do tratamento com implantes, desenvolveram o Pink permitam perfis de emergência funcionais9, possibilitando a

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“A estrutura tissular propiciada pelo adequado selamento biológico
e estabilidade mecânica do conjunto implante/componente permite
edificar o tecido periimplantar mesmo em condições adversas, como
entre implantes adjacentes.”

FICHA
Paciente do gênero feminino, 34 anos de idade.

A QUEIXA
A paciente se encontrava insatisfeita com a
prótese parcial removível que possuía, relatando
constrangimento social e baixa eficiência mastigatória.

INICIAL ANAMNESE
Durante a avaliação clínica, ratificou-se a adequada
Fig. 1 - Situação inicial do caso. condição de saúde local e sistêmica. O biotipo gengival
e a idade da paciente também permitiram estipular um
2
prognóstico favorável à reabilitação com implantes.

PLANEJAMENTO
Por se tratar de uma região de elevada exigência
estética, priorizou-se a reabilitação com o sistema
Arcsys em razão de uma possível necessidade de
angulação (mesmo que mínima). O diagrama digital
permitiu nortear o contorno e tamanho dos dentes,
favorecendo também a comunicação com
o laboratório de prótese.

Fig. 2 - Situação inicial do caso e planejamento digital DSD.

obtenção de vantagens mecânicas, estéticas e de saúde aos


tecidos moles.10
O uso de ferramentas de planejamento digital tem sido cada vez
mais utilizado na Odontologia, pois permite que o clínico planeje
integralmente cada caso, testando em diferentes momentos
os resultados obtidos, reduzindo a distância entre a clínica e o
laboratório de prótese dental. Ainda, permitem a compreensão do
tratamento pelo paciente frente às possibilidades de resolução,
minimizando a incorporação de erros no processo e aumentando
a previsibilidade do tratamento reabilitador.11
Este artigo tem como objetivo discutir e demonstrar, a
partir de um relato de caso, as possibilidades e desafios de
um tratamento reabilitador envolvendo prótese sobre implante
cone-morse friccional e restaurações em resina composta em
dentes adjacentes.

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RELATO DO CASO

3 Paciente com 34 anos de idade, sexo feminino, leucoderma, boa


condição sistêmica, apresentou-se no Centro de Ensino e Pesquisa
em Implantes Dentários (CEPID), da Universidade Federal de Santa
Catarina com queixa principal de ausência dos elementos 11, 12 e
22. Ao exame clínico (Fig. 1), constatou-se que além da ausência
dos elementos dentários existiam restaurações insatisfatórias nos
elementos 21 e 23. Após a obtenção das imagens tomográficas
de feixe cônico (Cone Beam) e planejamento reabilitador digital
Fig. 3 - Posicionamento tridimensional dos implantes instalados. (Fig 2), optou-se pela instalação de três implantes para suporte de
4 próteses metalocerâmicas unitárias, além de restaurações diretas
de resina composta nos elementos 21 e 23. Um guia cirúrgico foi
confeccionado e utilizado para a obtenção do posicionamento
apropriado dos implantes.
Após os procedimentos de assepsia e anestesia local,
foi realizada uma incisão linear com lâmina 15C, seguido do
descolamento do retalho em espessura total. A sequência de
fresagem para instalação dos implantes foi feita segundo a
Fig. 4 - Exodontia da porção coronária executada e início da exodontia da indicação da fabricante (FGM). Na região dos elementos 12 e 22,
porção radicular fraturada.
foram instalados dois implantes do sistema Arcys 3.3x13 mm e na
região do elemento 21, um implante de 3.8x13 mm (Fig 3), todos
5
instalados 3 milímetros infra-ósseos, cobertos com tampas de
silicone (Fig. 4). A síntese dos tecidos foi realizada com pontos
simples na intenção de um fechamento primário da ferida cirúrgica.
Durante o tempo de cicatrização e osseointegração, a paciente
usou uma prótese parcial removível provisória. A técnica de
reabertura preconizada neste caso foi a do rolo. No mesmo tempo
cirúrgico foram instalados e ativados os pilares protéticos para
próteses aparafusadas, realizada a sutura em colchoeiro vertical
(Fig. 5) e confeccionadas as respectivas coroas provisórias sobre

Fig. 5 - Reabertura pela técnica de rolo e instalação de pilares para


transferentes multifuncionais. Com a cicatrização dos tecidos
próteses unitárias aparafusadas. e por meio de ajustes nas próteses provisórias foi recriada a
arquitetura gengival da região baseada no planejamento digital
6
(Fig. 6). Esse padrão periimplantar (Figs. 7 e 8) foi obtido por meio
da personalização dos transferentes com resina acrílica. O caso
foi finalizado com a instalação de três coroas metalocerâmicas e
restaurações diretas em resina composta (Opallis - FGM) (Fig. 9).

Fig. 6 - Avaliação de formas na fase de provisórios por meio de DSD.

58 | FGM 2018 | Volume 2


7

Fig. 7 - Controle e avaliação de tecidos periodontais e peri-implantares.

8 9

Fig. 8 - Apropriada conformação de papilas entre


dentes e implantes.

Fig. 9 - Caso clínico finalizado.

CONCLUSÃO REFERÊNCIAS

1. Albrektsson, T., et al. “The long-term efficacy of currently used dental implants: a review and proposed
criteria of success.” Int J Oral Maxillofac Implants 1.1 (1986): 11-25.
2. Smith, D., and Zarb, G. “Criteria for success of osseointegrated endosseous implants.” The Journal of
prosthetic dentistry 62.5 (1989): 567-572.
Um planejamento apropriado, aliado ao conhecimento dos 3. Fürhauser, R., et al. “Evaluation of soft tissue around single-tooth implant crowns: the pink esthetic score.”
Clinical oral implants research 16.6 (2005): 639-644.
princípios cirúrgicos e protéticos, assim como o entendimento 4. Phillips, K., and J. C. Kois. “Aesthetic peri-implant site development. The restorative connection.” Dental

dos processos biológicos são fundamentais para a obtenção de Clinics of North America 42.1 (1998): 57-70.
Burns, D., Crabtree, D. and Bell, D. “Template for positioning and angulation of intraosseous implants.” The
resultados funcionais e estéticos com previsibilidade. Journal of prosthetic dentistry 60.4 (1988): 479-483.
Salama, H., et al. “The interproximal height of bone: a guidepost to esthetic strategies and soft tissue
contours in anterior tooth replacement.” J Pract Periodontics Aesthet Dent 5 (2003): 64-73.
Tarnow, D. P., S. C. Cho, and S. S. Wallace. “The effect of inter-implant distance on the height of inter-implant
bone crest.” Journal of periodontology 71.4 (2000): 546-549.
Bassetti, R., et al. “Soft tissue augmentation procedures at second-stage surgery: a systematic review.”
Clinical oral investigations 20.7 (2016): 1369-1387.
Su, H., et al. “Considerations of implant abutment and crown contour: critical contour and subcritical
contour.” International Journal of Periodontics & Restorative Dentistry 30.4 (2010).
de Castro, D., et al. “Comparative histological and histomorphometrical evaluation of marginal bone
resorption around external hexagon and Morse cone implants: an experimental study in dogs.” Implant
dentistry 23.3 (2014): 270-276.
Coachman, C. and Calamita, M.,. “Digital smile design: a tool for treatment planning and communication in
esthetic dentistry.” Quintessence Dent Technol 35 (2012): 103-111.

FGM 2018 | Volume 02 | 59


| TÉRMINO DINÂMICO

AUTORES:
Prof. Rafael Cury Cecato,
Prof. Dr. Patricio Runnacles e
Prof. Dr. Rogério Costa Goulart

O preparo protético vertical (em “zero”), também conhecido como


BOPT (Biologically Oriented Preparation Technique)1 foi inicialmente
idealizado para próteses sobre remanescentes dentários, com a
premissa de um tratamento mais conservador e precursor de um
tecido gengival saudável e estável.1,2
Vantagens biológicas:1,2
- Aumento da espessura gengival;
- Aumento da estabilidade da margem gengival;
- Possibilidade de crescimento coronal da margem gengival
através da remodelação dos perfis de emergência.
Ainda, restaurações sobre dentes preparados com “término
em zero” têm demonstrado que não sofrem maior influência das
condições gengivais, em comparação com dentes naturais.3
Tão logo estas vantagens tornaram-se visíveis em próteses sobre
dentes, as restaurações sobre implantes foram também avaliadas
com os mesmos princípios (componente protético com término em
zero)4, inclusive com infraestrutura em zircônia5,6. Este desenho
de intermediário é conhecido como IBOPT (Implant Biologically
Oriented Preparation Technique).2
O dinamismo desta linha de término pode ser considerada como uma
das principais vantagens deste preparo/desenho. Durante a confecção
da coroa, seja provisória ou final, o profissional poderá posicionar o início
da restauração de acordo com a necessidade e mais próxima a anatomia
natural possível (ex. com as faces proximais posicionadas coronalmente
em relação às faces vestibular/lingual). Ao contrário dos componentes
com término “prato”, a restauração não é obrigada a seguir sua linha
preestabelecida pela indústria, esta raramente condizente com a melhor
representação anatômica do orgão dentário.

60 | FGM 2018 | Volume 2


TÉRMINO DINÂMICO |

compressões desnecessárias, que pela sua diminuta espessura


poderia induzir a trincas e fraturas da mesma, fenômeno este
também material dependente.
Estas características transformam todos os componentes
protéticos do Sistema Arcsys em pilares anatômicos em potencial,
principalmente em região anterior aonde sempre é requerida uma
maior preocupação com a estética branca (dentes) e vermelha
(mucosa). Ainda, existe a vantagem de não precisar ter maior
estoque de peças, pois o mesmo componente pode ser utilizado
com ou sem o término dinâmico (IBOPT) ficando cada profissional
com o poder da decisão.

Foto: Piero Rocha Zanardi

Esta configuração é uma possibilidade presente em todos


os componentes protéticos do Sistema Arcsys, possibilitando
liberdade ao cirurgião-dentista e ao protético em decidir pelo
posicionamento do término, ou seja, em qual nível a peça protética
será iniciada/finalizada. O prognóstico das reabilitações é melhor
assegurado, inclusive com procedimentos menos invasivos7,
pois se consegue acompanhar a morfologia dos tecidos peri-
implantares. Desta forma, há a oportunidade dos mesmos
adquirirem uma conformação mais espessa, favorecendo a
sustentação dos tecidos moles, principalmente em área de COL
preservando cristas ósseas interproximais e papilas.
Com esta técnica pode-se atingir uma estabilidade marginal
no médio e longo prazo. Incrementa-se o alcance estético da
restauração, uma vez que a estabilidade marginal dos tecidos
é uma das maiores preocupações dos reabilitadores em
implantodontia e compõe um dos principais quesitos da resposta REFERÊNCIAS

estética esperada. 1. Loi I, Di Felice A. Biologically oriented preparation technique (BOPT): a new approach for prosthetic
restoration of periodontically healthy teeth. Eur J Esthet Dent 2013; 8: 10–23.
Outro benefício que está relacionado com a ausência do 2. Canullo L, Cocchetto R, Loi I. Remodelagem Óssea Peri-implantar: Bases Científicas e Implicações
clínicas. 1a ed. 2012.
“prato” ou término para assentamento da coroa pré-definido é 3. Carnevale, G. ; Febo, G. ; Fuzzi M. A retrospective analysis of the perio-prosthetic aspect of teeth re-
uma melhor performance mecânica da coroa. Uma vez que as prepared during periodontal surgery. J Clin Periodontol 1990; 17: 313–316.
4. Sola-Ruiz M, Del Rio Highsmith J, Labaig-Rueda C, Agustin-Panadero R. Biologically oriented preparation
forças mastigatórias são transferidas para as coroas protéticas. technique (BOPT) for implant-supported fixed prostheses. J Clin Exp Dent 2017; 9: 603–607.
5. Poggio CE, Dosoli R, Ercoli C. A retrospective analysis of 102 zirconia single crowns with knife-edge
Estas forças têm a distribuição das tensões resultantes na coroa
margins. J Prosthet Dent 2012; 107: 317–321.
de maneira mais satisfatória. Com o apoio da coroa protética 6. Agustín-Panadero R, Solá-Ruíz MF. Vertical preparation for fixed prosthesis rehabilitation in the anterior
sector. J Prosthet Dent 2015; 114: 474–478.
deslocado para porção superior do pilar ou munhão e suas 7. Rancitelli D, Poli PP, Cicciù M, Lini F, Roncucci R, Cervino G et al. Soft-Tissue Enhancement Combined With

respectivas paredes, a região de término da peça não sofrerá Biologically Oriented Preparation Technique to Correct Volumetric Bone Defects: A Clinical Case Report. J
Oral Implantol 2017; 43: 307–313.

FGM 2018 | Volume 02 | 61


Implante imediato em alvéolo palatino
e Sistema Arcsys FGM: uma alternativa
para o levantamento do seio maxilar
AUTOR: Prof. Dr. Renato Savi.

FINAL

INTRODUÇÃO

A perda de dentes em regiões póstero-superiores e subsequente Alguns casos podem apresentar, ainda, pneumatização do seio
atrofia alveolar por desuso pode representar relevante dificuldade antes mesmo da perda do elemento dental. Isso acontece em áreas
para a instalação de implantes osseointegráveis. Isso, somado a de dentes com raízes individualizadas e divergentes - como os
pneumatização do seio maxilar – fenômeno comum a essas áreas primeiros molares superiores, onde uma extensão do seio pode se
– denota um desafio para o tratamento reabilitador baseado em alojar entre as raízes – pneumatizando o septo ósseo interradicular.
osseointegração. Não raro, manobras prévias de levantamento do Tal situação, muitas vezes, impossibilita a instalação de implante
assoalho da cavidade sinusal, acompanhados de enxertia óssea, septal (área ideal pois coincide com o centro da coroa dentária)
são imperativas a fim de viabilizar a instalação de implantes. Se imediatamente após a exodontia, obrigando o implantodontista
por um lado tais abordagens possibilitam a instalação de implantes, a lançar mão de procedimentos de levantamento do assoalho
por outro, agregam complexidade, custos e riscos ao tratamento. coronalmente pneumatizado.

62 | FGM 2018 | Volume 2


“As ligas metálicas, a versatilidade angular e a positiva resposta
biológica credenciam o Arcsys a ser utilizado em condições
clínicas desafiadoras.”

FICHA
Paciente do gênero feminino, 58 anos de idade.

A QUEIXA
Sensibilidade dolorosa provocada por fratura do dente
16. Edema gengival com drenagem purulenta.

ANAMNESE
INICIAL Boa condição geral de saúde.

Fig. 1 - Abcesso dento–gengival na região do dente 16 com fístula e PLANEJAMENTO


drenagem purulenta.
Exodontia minimamente traumática com
2 subsequente instalação de implante Arcsys no
alvéolo correspondente à raiz palatina do dente 16.
Preenchimento dos alvéolos vestibulares com fosfato
de cálcio bifásico + hidroxiapatita (Nanosynt). Coroa
temporária imediata. Reabilitação definitiva após a
confirmação da osseointegração.

Fig. 2 - Fratura corono–radicular no sentido mésio distal no dente 16.

RELATO DO CASO

Paciente com 58 anos de idade, leucoderma, gênero feminino,


Figs. 3 e 4 - Radiografia panorâmica exibindo pneumatização bilateral dos
seios maxilares com projeções septais entre as raízes dos dentes 16 e 26 apresentou-se à Clínica Renato Savi – Bauru SP, com intensa
e detalhamento da região 16 (observar extensa pneumatização do seio em
direção ao septo interradicular, bem como área osteolítica na crista entre
sensibilidade dolorosa, bem como edema gengival e abscesso
os dentes 15 e 16). com drenagem purulenta na região do dente 16. Exame clínico
evidenciou tumefação gengival na região de papila entre os dentes
15 e 16, além de mobilidade dentária deste último em função de
fratura corono–radicular.

FGM 2018 | Volume 02 | 63


FASE CIRÚRGICA FASE PROTÉTICA

Exodontia com mínimo trauma (especial cuidado aos tecidos Sessenta dias após a cirurgia para exodontia + instalação
moles fragilizados pelo processo inflamatório em curso), inspeção, de implante e coroa provisória, procedeu-se a moldagem para
limpeza mecânica e irrigação alveolar com solução fisiológica transferência da posição do implante. No modelo de trabalho foi
seguida da instalação de implante Arcsys FGM no interior do realizada a seleção do pilar protético, optando-se pelo munhão
alvéolo correspondente à raiz palatina. Elegeu-se esta área angulável Arcsys para coroas cimentadas. A personalizacão
devido à pneumatização do seio maxilar para o interior do septo da angulação do referido munhão, bem como a confecção de
interradicular. No mesmo tempo cirúrgico a zona correspondente infraestrutura em dissilicato de lítio foram realizadas sobre o
aos alvéolos vestibulares foi preenchida com fosfato de cálcio modelo. Em nova etapa clínica, o pilar foi impactado em boca e a
bifásico + hidroxiapatita (Nanosynt) seguido da confecção de infraestrutura removida para remontagem e ceramização final.
coroa protética imediata em resina acrílica. Nenhum acesso ao Uma coroa protética em porcelana reforçada por dissilicato de
seio maxilar foi realizado. lítio foi então cimentada sobre o munhão angulável.

5 6 7

Fig. 6 - Alvéolo do dente 16. Fig. 7 - Aferição do diâmetro médio da raiz palatina
do dente 16. Esta medida fornecerá parâmetros
para a seleção do diâmetro do implante a ser
instalado no sítio correspondente a ela. Outras
Fig. 5 - Elemento 16 exibindo fratura corono- medições, ao longo do todo comprimento radicular,
radicular com tecido granulomatoso. podem ser executadas.

8 9 10

Fig. 8 - Leitor do especímetro exibindo diâmetro da Fig. 9 - Aprofundamento, através de fresagem Fig. 10 - Inserção do implante Arcsys FGM
raiz palatina (16) em sua porção média. única, do alvéolo palatino - área selecionada para (3.8x13mm) selecionado a partir de parâmetros
instalação do implante. radiográficos, de densidade óssea e medição do
diâmetro radicular.

11 12 13

Fig. 11 - Implante Arcsys FGM instalado no alvéolo Fig. 12 - Cicatrizador multifuncional adaptado ao Fig. 13 - Início da confecção de coroa provisória.
palatino sob torque de 40Ncm. implante. Este servirá de base para a construção
da coroa temporária através de incremento de
resina acrílica.

64 | FGM 2018 | Volume 2


14 15

Fig. 15 - Coroa provisória finalizada. Nesse


momento deve-se atentar para a ausência total de
contatos em oclusão/lateralidade/protusão.
16

Fig. 14 - Preenchimento dos alvéolos vestibulares com material a base de fosfato de cálcio bifásico + Fig. 16 - Coroa provisória 60 dias após instalação
hidroxiapatita (Nanosynt - FGM). A presença do tapa em silicone evita que grânulos adentrem no interior do implante. Osseointegração confirmada.
do implante durante a acomodação do biomaterial.

17

Fig. 17 - Aspecto radiográfico 60 dias pós exodontia/implantação. Observa-se ausência de área


radiolúcida ao redor do implante, bem como presença do material de enxerto (Nanosynt - FGM)
preenchendo embocadura do alvéolo com correção da área osteolítica presente na figura 4.

18 19

Fig. 18 - Vista oclusal exibe posicionamento Fig. 19 - Modelo de trabalho.


palatino do transferente de acordo com o
planejamento prévio.

FGM 2018 | Volume 02 | 65


20 22 23

Fig. 20 - Referenciador angular adaptado ao


análogo do implante no modelo de trabalho.

21

Fig. 21 - Vista vestibular exibindo posicionamento Fig. 22 - Vista proximal exibe emergência do implante Fig. 23 - Munhão Arcsys após
mésio–distal do referenciador angular. instalado intencionalmente no alvéolo palatino. Nesse leve angulação guiada pelo
momento realiza-se pequena angulação vestibular no referenciador angular.
referenciador angular, a fim de otimizar a emergência
do implante, posicionando-a mais ao centro da futura
coroa protética.

24 25 26

Fig. 24 - Munhão adaptado ao modelo de trabalho. Fig. 25 - Cilindro calcinável - base para a Fig. 26 - Cilindro calcinável. Vista vestibular.
Notar ligeira inclinação vestibular. formatação da futura coroa protética - adaptado
sobre o munhão.

27 28 29

Figs. 27, 28 e 29 - Infraestrutura em cerâmica reforçada por dissilicato de lítio assentada sobre o munhão Arcsys para avaliação da
adaptação marginal. Ligeiro encruamento do pescoço do munhão, evidenciando suave inclinação deste para o centro da coroa.

66 | FGM 2018 | Volume 2


30 31 32

Fig. 31 - Prova e análise da infraestrutura no Fig. 32 - Modelos em articulador para avaliação


modelo de trabalho. do espaço oclusal reservado à porcelana de
recobrimento.

33 34

Fig. 30 - Prova e análise da infraestrutura no Fig. 33 - Nova coroa temporária confeccionada Fig. 34 - Nova coroa temporária confeccionada
modelo de trabalho. sobre o munhão angulado. sobre o munhão angulado.

35 36 37

Fig. 35 - Após esterilização em autoclave, munhão Fig. 36 - Vista vestibular para conferência do
- angulado previamente no modelo de trabalho – é posicionamento do munhão.
adaptado ao implante em boca.

38 39

Fig. 38 - Adaptação da infraestrutura sobre o Fig. 39 - Vista vestibular da infraestrutura para Fig. 37 - Impactação do munhão com auxílio do
munhão checagem de espaços oclusal, proximais e cervical martelete.
reservados à porcelana de recobrimento estético.

40 41 42

Fig. 40 - Remontagem da infraestrutura. Fig. 41 e 42 - Nova coroa temporária (Fig. 33 e 34) cimentada sobre munhão definitivo.

FGM 2018 | Volume 02 | 67


43

Fig. 43 - Coroa cerâmica finalizada sobre modelo


após a remontagem.

44 45

46

Figs. 44, 45 e 46 - Coroa cerâmica em dissilicato de lítio.

47 48 49

Fig. 49 - Após limpeza mecânica com álcool,


Fig. 47 - Condicionamento interno da coroa primer para metal é aplicado sobre o munhão.
cerâmica com ácido fluorídrico.
50

Fig. 48 - Silanização da área


cimentável para cimentação adesiva.
Fig. 50 - Controle da cimentação. Esta manobra
visa eliminar todo excesso do agente cimentante
para que não haja extravasamento no sulco
peri-implantar ou sob a coroa em áreas de difícil
remoção. Para isso, dispensa-se o cimento
internamente à coroa adaptando-a de imediato
a um análogo do intermediário. Todo o excesso
de cimento é retirado. A coroa é então ajustada
em boca com mínima quantidade de cimento
remanescente em seu interior.

68 | FGM 2018 | Volume 2


51 52

53

Fig. 51, 52 e 53 - Coroa cerâmica após cimentação.

54 55

Fig. 54 - Radiografia final. Sobreposição do seio maxilar fornece a ilusão ótica do implante estar Fig. 55 - Radiografia final. Sobreposição do seio
posicionado internamente a ele. maxilar fornece a ilusão ótica do implante estar
posicionado internamente a ele.

CONCLUSÃO 56

A instalação de implante no sítio correspondente ao alvéolo


palatino de molares superiores pode ser uma alternativa interessante
para os procedimentos cirúrgicos de levantamento do seio maxilar.
O Sistema Arcsys FGM, através do seu conceito inovador de
personalização da angulação dos pilares, proporcionou excelente
resolução protética para um implante instalado fora do eixo central
do dente 16. Fig. 56 - Tomografia de controle
de seis meses.

REFERÊNCIAS
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2014 Oct;112(4):723-6. complications during sinus augmentation procedure. Quintessence Int. 2017;48(3):231-240.
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the Maxillary Sinus Septum: A Retrospective Study. Med Sci Monit. 2015 Sep 8;21:2666-71. Interradicular Implant Bed Preparation in the Mandibular Molar Region, Using an Ultrasonic Device: A
3. Dragan E, Odri GA, Melian G, Haba D, Olszewski R. Three-Dimensional Evaluation of Maxillary Sinus Randomized Pilot Study. Int J Oral Maxillofac Implants. 2017 May/Jun;32(3):655-660.

FGM 2018 | Volume 02 | 69


Carga imediata associada à manipulação
do tecido mole peri-implantar pela
técnica do rolo: um relato de caso
AUTORES: Prof. Leonardo Vieira Bez, Cesar Amboni, Lara S. Back, Vinícius G. Mendonça, Prof. Dr. Bernardo Born Passoni,
Prof. Dr. César Augusto Magalhães Benfatti e Prof. Dr. Ricardo de Souza Magini.

FINAL

INTRODUÇÃO

O tratamento com implantes é utilizado para reabilitação funcional exigência de cada caso. Para tal, utiliza-se o dispositivo Angulador
e estética de dentes ausentes com segurança e previsibilidade 1,
Arcsys (Fig. 8) que customiza o componente protético de modo
. Para que se obtenham resultados satisfatórios, alguns fatores
2
simplificado e imediato em até 20º, melhorando assim o resultado
são relevantes, tais como: disponibilidade óssea, biotipo gengival, das próteses.4
posicionamento tridimensional do implante e utilização de Mesmo em situações onde o intermediário seja corrigido para a
componentes protéticos adequados para cada caso. 3
posição tridimensional ideal, em alguns casos ainda há necessidade
Ao realizar o planejamento reverso, em alguns casos, a posição de realização de enxertos de tecido mole, para melhorar o contorno
óssea ideal do implante não coincide com a posição protética do tecido mole ao redor da reabilitação protética. O enxerto de
ideal. Para compensar a inclinação do implante em relação ao seu tecido conjuntivo é um recurso muito utilizado para recuperação da
posicionamento ideal de emergência na prótese, tradicionalmente espessura e arquitetura gengival, as quais são perdidas decorrente dos
se utilizam componentes pré-angulados de 17° e 30°. No entanto, eventos biomecânicos e histológicos que ocorrem durante o processo
tais angulações não correspondem ao necessário na maioria das de cicatrização de uma exodontia. O mesmo é frequentemente
vezes. Buscando um refinamento das resoluções protéticas, o utilizado simultaneamente à instalação de implantes unitários5. Uma
Sistema Arcsys (FGM) desenvolveu um componente protético de técnica de enxertia conjuntiva muito utilizada é a “Técnica do Rolo”,
aço inoxidável, capaz de ser angulado de acordo com a perfeita a qual consiste em um deslocamento vestibular de tecido conjuntivo

70 | FGM 2018 | Volume 2


“Implantes Cone Morse corroboram para uma reabilitação
esteticamente superior. Com a possibilidade de aprimorar a emergência
protética, os resultados peri-implantares são ainda mais superiores.”

palatino, para compensar a depressão vestíbulo-palatina e vertical


de uma crista edêntula6, 7. É interessante, sempre que possível, fazer
uso de prótese provisória imediata para criar o perfil de emergência
FICHA
adequado na área, evitando assim, a reabertura cirúrgica, que pode
gerar perda tecidual e resultar em perda de estética rosa final. Paciente do gênero feminino, 33 anos de idade.
O carregamento imediato se caracteriza pela instalação de uma
A QUEIXA
prótese sobre implante num período de até 72 horas após a cirurgia8.
Descontentamento com a estética e função mastigatória
Além de apresentar vantagens como a diminuição do tempo de
no lado esquerdo.
edentulismo (sobretudo se envolver área estética) e do tempo total
de tratamento, o carregamento imediato possibilita a manutenção ANAMNESE
da estrutra óssea e arquitetura gengival, guiando a cicatrização Paciente ASA 1.
tecidual. Assim, confere maior conforto e otimiza a biologia, a
PLANEJAMENTO
estética e a função da prótese definitiva9, 10.
Instalação de implante com carga imediata no
Quando adquirida a arquitetura gengival desejada, a qual
elemento 25 associado à manipulação de tecido mole
foi condicionada por meio de reembasamentos sucessivos do pela “Técnica do Rolo” para ganho de espessura de
provisório, inicia-se a confecção do trabalho final. tecido mole vestibular.
Este trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico no qual
foi realizado um implante unitário com enxerto conjuntivo utilizando
a técnica do rolo e confecção da prótese definitiva a partir de
moldagem com transferente personalizado.

1 2

INICIAL

Fig. 1 - Observar defeito em tecido mole vestibular no elemento 25 Fig. 2 - Incisões parciais primárias e divisão do retalho palatino. Observar
(linha amarela) e a necessidade de correção ( linha branca). preservação das papilas durante as incisões.

FGM 2018 | Volume 02 | 71


3 4 5

Fig. 3 - Retalho dividido. Observar tecido conjuntivo Fig. 4 - Deslocamento vestibular do tecido Fig. 5 - Fresagem em passo único, com broca
abaixo do tecido epitelial e a manutenção do conjuntivo palatino. 3,4mm, para instalação do implante na posição
pedículo vestibular. óssea ideal.

6 7

Fig. 6 - Após a instalação do implante, utilização Fig. 7 - Após ser manipulado digitalmente, o
do referenciador angular com objetivo de correção referenciador assume a posição protética ideal.
da angulacão do componente protético para a
posição protética ideal. Observar angulação disto-
palatina do implante.

RELATO DO CASO

Paciente apresentava ausência do elemento 25, com perda Arcsys, permitiu então que o munhão de 4.2 x 4 x 2,5 mm fosse
óssea horizontal, refletindo em depressão no contorno do tecido angulado em aproximadamente 16° (Figs. 8, 9 e 10). Após a instalação
mole (Fig. 1). Após avaliação clínica e tomográfica indicou-se do componente protético, foram realizadas suturas simples e em
a instalação de um implante com plataforma Cone Morse e “x” (Fig. 11) para contenção do enxerto e confecção da restauração
travamento friccional dos pilares, manipulação do tecido mole temporária. Finalizou-se o procedimento com uma radiografia
peri-implantar, realizando enxerto conjuntivo pediculado obtido do periapical para controle do caso (Fig. 12).
palato através da Técnica do Rolo para ganho de espessura de Após 60 dias, com a adequada cicatrização, adaptação dos
tecido mole por vestibular e carga imediata3. tecidos periimplantares e ausência de patologias, o paciente
A cirurgia iniciou com as incisões primárias parciais (horizontal e retornou para confirmação da osseointegração e iníco da
verticais) de aproximadamente 1mm de profundidade, preservando confecção da prótese definitiva (Figs. 13 e 14). Para transferir
as papilas adjacentes ao elemento 25 (Fig. 2). Em seguida, foi a arquitetura de tecido mole obtida pelo provisório, a moldagem
realizado um retalho parcial no palato para separar o tecido foi realizada com a personalização do transfer multifuncional em
conjuntivo do epitelial e possibilitar a giroversão do tecido conjuntivo PEEK (Figs. 15, 16 e 17).
para vestibular, aumentando assim a espessura de tecido na face Durante a prova da coroa definitiva em Dissilicato de Lítio,
vestibular do futuro implante (Figs. 3 e 4). observou-se que a cerâmica estava comprimindo demais as papilas
A fresagem do leito cirúrgico foi realizada sem escalonamento, e podendo gerar perda papilar e deficiência estética do caso. Para
em passo único, com a broca de 3.4mm (Fig. 5). Após a fresagem, o solucionar esse problema, devido aos componentes protéticos do
implante de 4.3x13mm foi instalado no posicionamento tridimensional sistema Arcsys possibilitarem o término das próteses em zero,
mais favorável ao tecido ósseo. Utilizando o referenciador angular (Fig. optou-se por fazer um Término Dinâmico na coroa, evitando assim,
6), observou-se que o eixo de inserção protético estava desfavorável, a compressão excessiva das papilas mesial e distal . A coroa foi
então, o referenciador foi levado à posição mais favorável para o eixo cimentada com cimento resinoso e uma radiografia periapical foi
de inserção protético (Fig. 7). O dispositivo angulador, do Sistema feita após cimentação (Figs. 18 à 27).

72 | FGM 2018 | Volume 2


DISCUSSÃO
A Implantodontia moderna possui um alto padrão de exigência, uma mucosa ceratinizada promove uma firme junção epitélio-
como resultado das expectativas do paciente e do reabilitador. implante pela presença de fibras colágenas, facilita o controle de
A necessidade de se camuflar uma prótese sobre implante, placa, evita traumas ao tecido mole durante os procedimentos
principalmente em casos de implantes unitários instalados entre os cirúrgicos e protéticos e previne recessão ou retração gengival. A
dentes naturais, proporcionou o desenvolvimento de novas técnicas “Técnica do Rolo” para enxertia conjuntiva, como relatada no caso,
nos diversos segmentos que envolvem a reabilitação oral.7, 10, 11, 13, 14 produz resultados satisfatórios e previsíveis no que diz respeito ao
Atualmente se busca a manutenção dos tecidos periimplantares, ganho de espessura de tecido mole, arquitetura gengival e à saude
a qual está diretamente relacionada com o tipo de conexão periimplantar.7, 8, 15
protética selecionada. A escolha do Sistema Arcsys (FGM) se deve O perfil de emergência ideal, com um contorno côncavo,
ao fato de possuir a chamada conexão morse friccional. Uma de deve ser obtido através do condicionamento tecidual utilizando
suas vantagens é a redução ou ausência de infiltrado inflamatório5. prótese provisória14. Além do uso de pilares personalizados e do
Além disso, devido às características do implante friccional e à carregamento imediato, se faz necessária a impressão correta
solidez do pilar, é possível customizar a angulação do pilar protético dessas estruturas, com personalização do transfer de moldagem
de 0 a 20 graus, proporcionando um refinamento ainda maior da copiando este perfil, para que se possa realizar as próteses
reabilitação protética. 4, 5, 14
definitivas.11,12
No mesmo contexto, a aparência dos tecidos periodontais Além disso, podemos realizar o “Término Dinâmico” das
“estética rosa”, tem se tornado fator determinante para o resultado próteses, evitando assim, compressão excessiva dos tecidos
estético final de uma restauração implanto suportada15. Além peri-implantares e, consequentemente, sua reabsorção e perda
disso, o selamento periimplantar estabelecido pela presença de de estética.

8 9 10

Fig. 8 - Munhão angulável 2,5mm inserido Fig. 9 - Imagem mostrando referenciador e Fig. 10 - Instalação do munhão por sistema de
no Dispositivo Angulador. Angulado em componente protético (munhão) fricção (Arcsys - FGM), o qual foi previamente
aproximandamente 15°. na mesma angulação. angulado para posição protética ideal.

11 12

Fig. 11 - Sutura em “x” dos retalhos vestibular


e palatino.
Fig. 12 - Radiografia periapical mostrando o
implante instalado na posição óssea ideal
e componente protético (munhão) angulado
para posição protética ideal.

FGM 2018 | Volume 02 | 73


13 14 15

Fig. 13 - Condicionamento tecidual com Fig. 14 - Tecido periimplantar condicionado pela Fig. 15 - Prova do transfer de moldagem.
prótese provisória. prótese provisória.

16 17

Fig. 16 - Instalação do transfer de moldagem Fig. 17 - Moldagem da arcada com silicone de adição
com perfil de emergência da prótese provisória. pesada e leve e retenção do transfer de moldagem
Foram feitas retenções em acrílico para que o com perfil de emergência da prótese provisória
transfer fique retido no molde. copiado para confecção das próteses definitivas.

18 19 20

21 22

Figs. 18 a 22 - Confeccão do Término Dinâmico.

74 | FGM 2018 | Volume 2


23 24 25

Figs. 23 a 25 - Cimentação da coroa definitiva.

26 27

Fig. 27 - Radiografia final.

Fig. 26 - Coroa cerâmica cimentada.

CONCLUSÃO

A associação do correto posicionamento tridimensional ósseo,


a utilização de um componente morse friccional angulável, a
manipulação tecidual simultânea à instalação de implante e uma
prótese com Término Dinâmico, permitiu a conclusão do caso clínico
de forma simples, segura e previsível.

REFERÊNCIAS
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303 partially edentulous patients. Clinical Implant Dentistry and Related Research, 14, 839–851 restorations on implants with a hydrophilic surface: A randomised, single- blind controlled clinical trial. Clin Oral
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Clinical Implant Dentistry and Related Research, 14, 80–87. 10. Tsuneyuki, T; et al. Assessment of Relationships Between Implant Insertion Torque and Cortical Shape of
3. Raes, F., Cosyn, J. and De Bruyn, H. (2013), Clinical, Aesthetic, and Patient-Related Outcome of Immediately the Mandible Using Panoramic Radiography: Preliminary Study. International Journal of Oral & Maxillofacial
Loaded Single Implants in the Anterior Maxilla: A Prospective Study in Extraction Sockets, Healed Ridges, and Implants. 29, 3, 622-626, June 2014. ISSN: 08822786.
Grafted Sites. Clinical Implant Dentistry and Related Research, 15: 819–835. doi:10.1111/j.1708-8208.2011.00438.x 11. Merli, Mauro & Bernardelli, Francesco & Esposito, Marco. (2008). Immediate Versus Early Nonocclusal
4. Wiggers, William de Souza. Desmistificando a resistência mecânica de componentes protéticos anguláveis. Loading of Dental Implants Placed with a Flapless Procedure in Partially Edentulous Patients: Preliminary
FGM News Implantes, Joinville, v. 1, n. 1, p.46-49, jan Results from a Randomized Controlled Clinical Trial. The International journal of periodontics & restorative
5. Cauduro FS, Cauduro DE. Cone Morse Friccional X Cone Morse Parafusado [internet]. [Acesso em: 22 out. 2017]. dentistry. 28. 453-9.
Disponível em: http://www.fgm.ind.br/site/fgminterativa/cone-morse-friccional-x-cone-morse-parafusado/ 12. Paranhos K.S., Oliveira R. An impression technique to accurately transfer soft tissue contours for implant-
6. Cardaropoli G, Araújo M, Lindhe J: Dynamics of bone tissue formation in tooth extraction sites. An supported restorations: three case reports. J Oral Implantol. 2001 27(6):317-21.
experimental study in dogs. J Clin Periodontol 2003; 30, 809–818. r Blackwell Munksgaard, 2003. 13. Toniollo MB, Palhares D. Moldagem personalizada do perfil de emergência para otimização estética e
7. Man, Y & Wu, Q & Wang, T & Gong, P & Gong, T & Qu, Y. (2015). Split pedicle roll envelope technique around respeito aos tecidos peri-implantares. Full Dent. Sci. 2014; 5(18):311-319.
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91. . 10.1016/j.ijom.2015.04.012. restorations on implants with a hydrophilic surface: A randomised, single-blind controlled clinical trial. Clin Oral
8. Man, Y & Wang, Yetang & Qu, Y & Wang, P & Gong, P. (2013). A palatal roll envelope technique for peri-implant Impl Res. 2017;00:1 https://doi.org/10.1111/clr.13038.
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Dentistry. 2010; 2: 101-107.

FGM 2018 | Volume 02 | 75


Restaurando a autoestima e o
sorriso com implantodontia e resina
de alta estética
AUTORES: Prof. Dr. Patricio Runnacles e Prof. Dr. Rogério Goulart da Costa.

FINAL

INTRODUÇÃO

Na terapia de reposição de um elemento dental perdido está O relacionamento entre satisfação com o sorriso e
indicada a instalação de um implante, seguido da complementação comportamentos de interação social são bem percebidos pelos
protética para reabilitar a função e a estética. Muitos pacientes profissionais da área odontológica. Os pacientes que não estão
necessitam desse tipo de tratamento no nosso país, e pelo estado satisfeitos com o próprio sorriso mudam sua maneira de interagir,
da arte da odontologia, essa técnica frente à prótese fixa, não é sorrindo menos ao conversar, tirar fotos ou mesmo com atitudes
apenas mais econômica para o paciente como também é mais para obstruir a imagem do sorriso, ao conversar com a mão na boca.
conservadora, por preservar tecidos sadios intactos. Neste artigo apresentamos um relato de caso em que
A ausência de um ou mais elementos dentários podem a paciente procurou atendimento para a realização de um
incomodar os pacientes por diversos motivos como: menor implante ósseo integrado. Com a evolução do tratamento, a
conforto ao mastigar, constrangimento social, além de contribuir paciente adquiriu confiança e o desejo em clarear seus dentes
para baixa da autoestima. solicitando a substituição das restaurações já existentes por
compósitos resinosos mais estéticos.

76 | FGM 2018 | Volume 2


“Refinamentos angulares permitem a construção de infraestruturas
mais simétricas, favorecendo a estratificação das massas cerâmicas
e sobretudo, a distribuição adequada das forças mastigatórias aos
tecidos de suporte.”

FICHA
Paciente do gênero feminino, 33 anos de idade.

A QUEIXA
Paciente buscou auxílio profissional para reabilitar área
edêntula que lhe causava constrangimento social.

ANAMNESE
A paciente se encontrava em condições favoráveis ao
INICIAL procedimento reabilitador.

Fig. 1 - Condição clínica inicial, evidenciando a ausência do elemento 24. PLANEJAMENTO


O planejamento inicial contemplava apenas a
2
reabilitação do elemento 24 ausente. Contudo,
o resultado obtido fez com que a paciente
aceitasse a recomendação inicial de substituir
as restaurações anteriores antigas, por um
compósito mais estético e estável, associado a
um clareamento das duas arcadas.

Fig. 2 - Incisão deslocada para palatina, no intuito de rodar o tecido


para a área vestibular do rebordo.

FGM 2018 | Volume 02 | 77


RELATO DO CASO

Fase cirúrgica e estética imediata parede óssea vestibular (Fig. 3).


A paciente foi assistida em consultório particular na cidade de Estando o implante em posição sob estabilidade inicial de 45N foi
Curitiba (Paraná - Brasil) com intenção de realizar uma cirurgia conectado a ele um pilar aparafusável angulável com altura de cinta
de colocação de um implante dentário na região do primeiro pré- 2,5mm, que foi angulado em aproximadamente 3,5°, utilizando o
molar superior esquerdo (Fig. 1). Após a realização de anamnese e Angulador. Escolhendo assim a posição ideal da saída do parafuso na
exames complementares, o procedimento cirúrgico-protético foi mesa oclusal da futura prótese.
realizado. Com a intenção de no ato cirúrgico instalar um provisório Após a ativação da conexão pilar/implante pela transferência de
imediato, foram realizados os moldes das arcadas superior e inferior. energia promovida pela ação do martelete, um cilindro cobalto-cromo
Posteriormente ao enceramento diagnóstico foi confeccionado uma foi aparafusado em boca, sendo capturado pela coroa provisória
coroa provisória e um guia cirúrgico para orientação das perfurações previamente colocada. Para esta etapa, os espaços existentes entre
da loja óssea, com resina acrílica auto polimerizável. A coroa provisória a coroa e o cilindro foram preenchidos com a resina composta Opus
recebeu um esvaziamento interno e orifício oclusal para facilitar a Bulk Fill Flow, que possui adequado grau de escoamento e baixíssima
captura e os tempos trans-cirúrgicos. contração de polimerização. Após o desparafusamento do cilindro,
Optou-se por uma incisão intra-sulcular deslocada para pequenos acréscimos e desgastes foram efetuados fora da boca,
palatino (Fig. 2), sobre a crista óssea, para rodar o retalho além da complementação da polimerização e do acabamento com
e aumentar a espessura vestibular, diminuindo assim a uma sequência de discos e borrachas próprias.
depressão causada pela reabsorção óssea após a extração O conjunto coroa provisória e cilindro foram descontaminados em
dentária. Assim, após o descolamento do retalho e colocação solução de clorexidina 2% e reaparafusado ao pilar com torque de
do guia cirúrgico em posição, procedeu-se as perfurações 10N. O parafuso protético teve sua cabeça protegida por uma esfera
ósseas com as brocas: 2,4; 2,9 e 3,4 do Sistema Arcsys, na de teflon seguida de uma porção de resina Opus Bulk Fill Flow, para só
profundidade de 11 mm para um implante 4.3 x 9mm. Podemos então iniciar a síntese dos tecidos.
notar a quantidade de osso autógeno coletado nas canaletas Uma semana depois foi feito o pós-operatório da paciente. Com a
da broca cirúrgica que foi depositado posteriormente na ocorrência de uma cicatrização normal a sutura foi a removida.

3 4

Fig. 3 - Evidência do potencial de corte e concomitante coleta de Fig. 4 - Cilindro de Cobalto-Cromo posicionado sobre o pilar
tecido ósseo pelas brocas FGM. aparafusável angulável.

5 6

Fig. 5 - Provisionalização imediata utilizando o cilindro como suporte da Fig. 6 - Verificação do adequado condicionamento gengival durante
coroa protética acrílica. o período cicatricial.

78 | FGM 2018 | Volume 2


7 8 9

Fig. 7 - Aparafusamento extraoral da coroa Fig. 8 - Moldagem do conjunto análogo/ Fig. 9 - Sobre o análogo, um transfer
provisória sobre o análogo do pilar angulável. coroa provisória. Após a vulcanização, a coroa multifuncional antirrotacional é aparafusado. O
provisória é removida e o análogo fica inserido espaço correspondente ao perfil de emergência é
no material elastomérico. preenchido com resina acrílica de baixa contração.

10 11

Fig. 10 - O conjunto é levado a boca e estabilizado com o parafuso longo. Fig. 11 - Análogo do pilar angulável adaptado sobre o molde de transferência.
Em seguida se realiza a moldagem de transferência. É muito importante que o profissional execute essa etapa, para só então
encaminhá-lo ao laboratório de prótese.

Fase Restauradora Fase Protética


Com o aumento da autoestima possibilitado pelo resultado obtido, Após cicatrização e maturação dos tecidos ao redor do
a paciente deu continuidade ao tratamento odontológico proposto, implante, foi iniciado o processo de confecção da coroa definitiva
clareando as arcadas e realizando facetas diretas nos elementos em dissilicato de lítio cimentada no cilindro de cobalto-cromo. A
ântero-superiores, uma vez que os mesmos já apresentavam coroa recebeu externamente um jateado com óxido de alumínio
restaurações extensas, desgastadas e desarmoniosas. e uma camada de adesivo Ambar Universal (FGM) seguido de sua
Foi realizado clareamento com a técnica mista em duas sessões fotopolimerização. Internamente, a coroa recebeu ácido fluorídrico
de clareamento de consultório com Whiteness HP Maxx 35% (FGM) 5% Condac Porcelana e foi cimentada com o cimento resinoso
e clareamento caseiro supervisionado com Whiteness Perfect 10% dual Allcem (FGM). Foi realizada a individualização do transfer de
(FGM) até atingir o tom da cor decidido entre a paciente e o profissional. moldagem para manter o perfil de emergência estabelecido pela
Após a maturação dos tecidos peri-implantares foi iniciado o processo coroa provisória. Para tanto, a coroa foi removida da cavidade bucal
de moldagem para a confecção da coroa definitiva e facetas diretas e adaptada ao análogo do implante (Fig. 6) e o conjunto foi inserido
em resina composta de canino a canino na região superior. em uma massa densa de silicone de adição Elite Double (Zhermack,
Badia Polesine, RO, Italia) (Fig.7). Após a polimerização do material,
a coroa provisória foi substituída por um transfer inserido de forma
multifuncional e aparafusado. O espaço deixado pela coroa foi
preenchido com resina acrílica auto polimerizável (Fig. 8). Uma vez
polimerizada a resina, o conjunto foi acabado com fresas em baixa
rotação, recebendo também algumas retenções extras para garantir
a estabilidade do componente no molde, para só então ser levado à
boca (Fig10) e transferido (Fig11). Feita a prova da coroa, ocorreu o
aparafusamento de 10N. Em seguida, a cabeça do parafuso recebeu
uma esfera de Teflon para assim ser concluída a restauração com a
resina fotopolimerizavel Opallis (FGM).

FGM 2018 | Volume 02 | 79


Fase restauradora 12
A paciente apresentava várias restaurações classes III e IV
nos elementos dentários 13, 12, 11, 21, 22 e 23 (Fig. 12). Após a
profilaxia com pedra pomes e água, as restaurações antigas foram
removidas (Fig. 13), os dentes receberam ataque ácido (Fig. 14)
com Condac 37 (FGM), duas camadas de adesivo Ambar Universal
(FGM) foram aplicadas e fotopolimerizadas (Fig. 15). A partir do
encerramento diagnóstico, foi realizado um guia palatino. No intuito
de executar as facetas diretas, o mesmo foi colocado em boca
para fazer a camada palatina das restaurações utilizando a resina
Vittra APS (FGM), o que permitiu a estratificação das restaurações. Fig. 12 - Ao sorrir, a paciente expunha restaurações extensas e
Concluídas as facetas as restaurações passaram por um processo desarmoniosas na bateria anterior da maxila.

de acabamento em uma sequência de discos Diamond Master 13


(FGM) (Fig. 16) e brocas KG Sorense. O polimento foi realizado com
as pastas Dimond AC I e AC II (FGM), discos Diamond Flex (FGM)
(Fig. 17) e brilho final com discos de feltro Diamond (FGM).

Fig. 13 - Remoção das restaurações de resina composta.

14 15

Fig. 14 - Condicionamento ácido e matriz de poliéster como proteção dos Fig. 15 - Aplicação de sistema adesivo.
dentes adjacentes.

Vittra APS é uma resina composta submicrométrica à base de


silicato de lítio. De qualidade ímpar, sua baixa concentração de
canforoquinona associada às inovadoras partículas esferoidais
lhe conferem estabilidade de cor, elevada resistência mecânica e
excepcional polimento ao resultado final de restaurações diretas.
Não obstante, é a primeira resina do território nacional a ser
totalmente livre de Bis-GMA e Bis-EMA, seguindo a tendência
dos mercados europeu e americano.

80 | FGM 2018 | Volume 2


16 18

Fig. 16 - Acabamento das restaurações com disco


Diamond Master.
17

Fig. 17 - Polimento com discos Diamond Flex e Fig. 18- Detalhe das propriedades ópticas e elevado grau de polimento e brilho obtidos pela
pastas Diamond ACI e ACII. resina Vittra (FGM).

19 20

21

Figs. 19 a 21 - A biomimética dos compósitos Vittra conferem elevada naturalidade e harmonia ao sorriso.

CONCLUSÃO

A reposição de dentes perdidos através da terapia de implantes ósseo integrados já está


consolidada e confere muita satisfação de resultado tanto para o paciente como para o
profissional. As restaurações em resina composta igualmente nos premiam com prognóstico
favorável quando bem indicada, recuperando assim a beleza natural do sorriso (Fig. 19).
Pacientes reabilitados se sentem mais confortáveis e seguros para interagir socialmente.
Deste modo, a odontologia contribui de modo amplo e significativo na reabilitação dos
mesmos, contemplando benefícios nas esferas física, mental e social dos mesmos.

FGM 2018 | Volume 02 | 81


FLUXO
DIGITAL NA
REABILITAÇÃO
ORAL:
CONCEITO E
POSSIBILIDADES
A tecnologia influencia cada vez mais diretamente a rotina das pessoas, aumentando a velocidade
com a qual recebemos e enviamos informações. O crescente acesso à internet é um bom indicador
desse fato. Conforme pesquisa publicada pelo IBGE (PNAD 2015), os domicílios particulares
conectados à rede por meio de microcomputadores ou outros dispositivos já somavam 57,8%
em 2015. Apenas para comparação, em 2009 esse dado era de menos da metade. Além disso,
as pessoas estão se mantendo conectadas através do celular de uso pessoal: em 2015, quase
80% da população com mais de 10 anos de idade já possuía um telefone móvel.

A Odontologia também se beneficia com a amplificação do acesso a informações


trazido pelo mundo moderno, e hoje desfruta do que chamamos de
“Odontologia Digital”. Muitas das soluções para antigos problemas
foram desenvolvidas em prol da comodidade tanto do profissional
quanto do paciente. Computadores auxiliam máquinas na
fabricação de peças protéticas de alta precisão, e ainda
suprimindo etapas clínicas por vezes complexas e
desconfortáveis.

Mas, afinal: o que é a “Odontologia Digital”?


Basicamente, é o fato de transformar algo
físico em virtual. Mais especificamente,
transformar o paciente ou seus dentes
em modelos digitais para manipulação
em computador. A partir daí, o
trabalho que o paciente necessita é
desenvolvido com auxílio de softwares
e finalmente é transformado para um
meio físico, de modo a empregá-lo no
paciente.

82 | FGM 2018 | Volume 2


De forma resumida, o fluxo digital é
baseado em 3 passos:
1ºpasso CAPTURA DE IMAGENS
A etapa inicial consiste em fazer uma leitura da estrutura física e transformá-la em
um modelo virtual. Essa leitura pode ser realizada com diferentes equipamentos, ou
até a combinação destes: scanners intraorais ou de bancada, tomógrafos e máquinas
fotográficas digitais. Estes equipamentos reproduzem virtualmente com altíssima
precisão a estrutura viva do paciente, desde dentes isolados, arcos inteiros ou até a face.
Dependendo do trabalho que se deseja criar, pode-se inclusive mesclar informações de
substratos distintos para criar um modelo com diferentes camadas teciduais: tecidos
moles e duros. Comparativamente, esta etapa equivale a uma moldagem, porém com
maior riqueza de detalhes associada.
Modelo virtual dos arcos dentais obtido através de
scanner intraoral, após preparo protético (cortesia de Dr.
Gonzalo Durán Carasso).

2ºpasso DESENVOLVIMENTO NOS SOFTWARES


Após a obtenção do modelo virtual, este é importado para um software que permita
o desenvolvimento do trabalho de que o paciente necessita. Existem diversos tipos
de softwares que estão ligados a diferentes aplicações. Por exemplo, se o paciente
necessita de uma coroa total, esta é projetada virtualmente no sistema CAD (computer
aided design, ou desenho assistido por computador). A anatomia das faces, os contatos
proximais e oclusais, as espessuras de paredes, etc., tudo é customizado pelo operador
através do software. Por analogia, esta seria basicamente a etapa do enceramento.

Confecção das coroas em CAD.

3ºpasso EXECUÇÃO DO TRABALHO


Uma vez projetado o trabalho desejado (ex: coroa total, inlay, faceta,
infraestrutura de prótese sobreimplante, placa alinhadora ou miorrelaxante,
guia cirúrgico, etc.), chega o momento de transformá-lo em um objeto físico.
Existem dois modos para tal, dependendo do que se quer
produzir. O primeiro e mais comum é o método da
fresagem, em que um bloco de determinado material
(normalmente cerâmica ou polímeros resinosos)
é esculpido por fresadoras de alta precisão
até tomar a forma da peça protética
projetada. O outro método é o de
adição, que utiliza uma impressora
3D para criar objetos poliméricos
– normalmente utilizado para
guias cirúrgicos, modelos dentais
e placas.

Dispositivo interoclusal e modelos de trabalho


Coroa total usinada em
impressos em 3D, respectivamente (cortesia de
Brava Block (FGM).
Dr. Gonzalo Durán Carasso).

FGM 2018 | Volume 02 | 83


A FGM E O FLUXO
DIGITAL COM Brava
VA N TAG E N S D O
Block. S I S T E M A B r a va
Block
A P R E S E N TAÇ ÃO Por se tratar de um compósito reforçado à
base de BisGMA e cargas vitrocerâmicas,
FGM ingressa na era digital trazendo ao mercado Brava Block possui diversas vantagens
odontológico o Brava Block, um compósito com carga clínicas, tanto para o paciente, quanto para o
de vitrocerâmica, polimerizado na forma de blocos profissional. O equilíbrio entre módulo elástico
para usinagem no sistema CAD/CAM. O produto está disponível e dureza confere relativa resiliência ao material,
em dois formatos (12L e 14L) e dois tipos de encaixe (holder),
trazendo uma sensação de maior conforto ao
compatibilizando o bloco com diversas centrais de usinagem. Brava
mastigar, inclusive evitando desgaste do dente
Block é comercializado em 7 cores de baixa translucidez (chamadas
antagonista ao que recebeu a restauração.
LT), 4 cores de alta translucidez (chamadas HT) e 1 cor especial para
dentes clareados. Os blocos se destacam por apresentar excelente A lisura e o brilho superficiais do material
estética representada pela alta capacidade de obtenção de brilho contribuem para uma sensação agradável em
e polimento. Além disso, o alto grau de conversão contribui para o boca, com o paciente assimilando facilmente
excelente desempenho mecânico. Brava Block é compatível com a restauração. No quesito estético, Brava
cimentos resinosos e através de um simples preparo adesivo é Block surpreende. Com simples polimento
capaz de gerar altos níveis de adesão, proporcionando restaurações pós-usinagem através de borrachas abrasivas
definitivas duradouras. e discos de feltro com pastas diamantadas, é
possível obter belíssimas restaurações que se
integram perfeitamente ao sorriso do paciente.
I N D I C AÇ Õ E S
Brava Block é indicado como restauração indireta definitiva nos casos de: Para o profissional, existem diversas
• Coroa total unitária sobre dentes; vantagens em se utilizar o sistema. As mais
• Coroa total unitária sobre implantes; marcantes incluem a alta compatibilidade com
• Inlays; cimentos resinosos, a possibilidade de fazer
• Onlays; eventuais reparos de forma muito simples
• Facetas.
com resina composta diretamente em boca e
a facilidade de repolimento em consultas de
TIPO DE ENCAIXE DO FRESADORAS acompanhamento, o que mantém a restauração
B LO C O ( H O L D E R ) C O M PAT Í V E I S com aspecto de nova permanentemente. É
interessante citar ainda a alta praticidade,
haja visto, que Brava Block dispensa queimas
e pode ser utilizado em um fluxo de trabalho
HOLDER
T I P O “A”
Ceramill – AMANNGIRRBACH® totalmente digital. Por ser mecanicamente
muito resistente, permite criar estruturas tão
finas quanto 0,4 a 0,6mm de espessura para
casos de facetas
indiretas.
Cerec – SIRONA®
Lava - 3M ESPE®
Everest – KAVO®
Procera – NOBEL BIOCARE®
Cercom – DEGUDENT®
Evolution 4D - D4D TECHNOLOGIE®
Etkon – ETKON®
Pro 50 – CYNOVAD®
HOLDER
Wol-Ceram – WOL DENT®
TIPO “S”
Zirkonzahn – ZIRKONZAHN®
Zenotec - WIELAND/IVOCLAR®
VHF – VHF/SMART DENT®
BR3D – TECNODRILL®
Yenadente D15W – HYPERLAB®
Imes Icore 250i - IMES ICORE®
Cristofoli – SISPRODENT®
DWX-4 – ROLAND®

84 | FGM 2018 | Volume 2


P R O C E S S O S D E F R E S AG E M , C A R AC T E R I Z AÇ ÃO,
AC A B A M E N TO E P O L I M E N TO DA S P E Ç A S

F R E S AG E M DA P E Ç A :
Escolha o modelo do bloco de acordo com o tamanho da restauração
a ser criada. A fresagem do bloco deverá ser realizada com brocas
diamantadas em processo refrigerado por água.
a b

Fig a: início do processo


de usinagem de uma
coroa total
Fig b: aspecto do bloco
logo após a usinagem.

c d e

C A R AC T E R I Z AÇ ÃO : Fig c: Asperize a região a receber Fig d: Aplique adesivo universal Fig e: Aplique leve jato de ar
As coroas feitas em Brava Block são os corantes com brocas finas (ex: AMBAR UNIVERSAL, FGM) na durante 10s para uniformizar a
passíveis de caracterização por corantes de acabamento em alta rotação. região asperizada, sob leve fricção camada adesiva e evaporar o
Certifique-se de não promover durante 10s. solvente. O adesivo deve então ser
fotopolimerizáveis. Para isso, observe os desgaste significativo na peça, fotopolimerizado por 10s.
passos: pois isso pode comprometer sua
resistência mecânica.
f g

Fig f e g: aplique o corante na região desejada e fotopolimerize de


acordo com o fabricante.

h i

AC A B A M E N TO E
P O L I M E N TO :
Antes da cimentação, as peças devem
ser acabadas e polidas. Para a face
oclusal, sugere-se o uso de borrachas
abrasivas finas e extrafinas, bem como
j l
escovas oclusais levemente abrasivas
Fig h e i: acabamento
(impregnadas de carbeto de silício). Para da peça nas diferentes
as faces livres, discos de lixa (DIAMOND faces com diferentes
PRO, FGM) finos e extrafinos podem ser instrumentos.
Fig j: polimento com
utilizados. disco de feltro e pasta
de polimento.
Fig l:aspecto da peça
após polimento.

FGM 2018 | Volume 02 | 85


C I M E N TAÇ ÃO
P R E PA R O A D E S I VO O processo de cimentação de peças feitas em Brava Block segue
DA P E Ç A um protocolo adesivo simples que provê altos índices de adesão:

1º passo
2º passo
Jateamento da parte interna da peça utilizando
óxido de alumínio de até 50 micrômetros, com Proceda à lavagem das peças em cuba
pressão de cerca de 3 bar até que a superfície ultrassônica com água por 180 segundos.
fique fosca.
b

Obs: Alternativamente, pode-se condicionar com


ácido fluorídrico a 10% por 60 segundos, porém o
resultado de adesão será inferior.

Fig a: peça jateada em sua superfície interna,


Fig b: lavagem da peça para remover resíduos do abrasivo
para aumentar a rugosidade, maximizando
retenção do cimento.

3º passo 4º passo
Aplique álcool 70 e seque a superfície por 30 segundos. Aplique silano com MDP (preferencialmente) e deixe reagir por 60 segundos.
Remova o excesso com jato de ar.
c d

Fig c: aplicação de algodão embebido por álcool. Fig d: o silano deve ser distribuído por toda a parte interna da peça, inclusive margens.

86 | FGM 2018 | Volume 2


5º passo
Aplique adesivo com MDP (ex: Ambar e f

Universal ou Ambar, FGM) por 30


segundos e então aplique jato de ar
por 10 segundos para volatilizar o
solvente e uniformizar a espessura de
camada.

Fig e e f: bem como o silano, o adesivo


deve ser aplicado sob leve fricção por toda
a parte interna da peça. Então, aplicar
leve jato de ar constante uniformizando
a camada adesiva. Não se deve
fotopolimerizar o adesivo, objetivando evitar
desadaptações na peça.

6º passo
Aplique cimento resinoso dual de dois passos (ex:
Allcem ou Allcem Core, FGM) e posicione a peça
no dente. Remova os excessos e fotopolimerize as
margens por 60 segundos. Aguarde 7 a 10 minutos
intacto para que ocorra a cura química do cimento.
Fig g: o cimento resinoso dual é aplicado no interior da peça,
que está pronta para a cimentação no dente.

Obs: o uso de cimentos autoadesivos não é recomendado para


cimentação do Brava Block.

P R E PA R O A D E S I VO Para receber a peça, deve-se fazer o preparo adesivo no dente,


que compreende condicionamento ácido de esmalte e dentina e
DO DENTE aplicação de adesivo. No caso do uso de adesivo autocondicionante,
o condicionamento ácido é dispensável. No dente, diferentemente
do que ocorre na parte interna da peça, a camada adesiva deverá ser
fotopolimerizada.

FGM 2018 | Volume 02 | 87


P R O P R I E DA D E S
FÍSICO-QUÍMICAS E DESEMPENHO

Brava Block foi desenvolvido para oferecer restaurações duradouras.


Algumas das propriedades mais importantes do sistema estão
descritas a seguir.

Resistência Adesiva (MPa)


30
A
1. RESISTÊNCIA
ADESIVA À 25
B

DENTINA
20
O gráfico mostra o resultado
de adesão dos diferentes
materiais quando cimentados
15
em dentina. Ambos os materiais
foram previamente jateados e 10
receberam silano e adesivo com Média e desvio-padrão (MPa)
MDP. Para a cimentação, foi da resistência de união por
5
utilizado cimento resinoso. microcisalhamento de Brava
Brava Block obteve adesão Block e Lava Ultimate (3M
estatisticamente superior ao 0 ESPE) (n=5 por condição
Brava Block Lava Utimate experimental).
concorrente da mesma categoria. (FGM) (3M ESPE)

(*) Letras iguais indicam similaridade estatística em cada linha (ANOVA de 3 fator e teste de Tukey; p<0,05)
Fonte: Hilgenberg B, Cardenas A, Siqueira F, Reis A, Loguercio A. Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

2. DESEMPENHO APÓS
ESCOVAÇÃO SIMULADA
Os blocos foram aferidos quanto
à microdureza, perda de massa
e rugosidade antes e após
ensaio de escovação simulada.
As amostras foram submetidas
a 50.000 ciclos de escovação
(escova dental macia e pasta de
dente diluída) com carga de 450g
de força em uma velocidade de
4,5 ciclos/seg (37ºC).

Brava Block não apresentou


variação significativa de massa,
rugosidade ou microdureza após
a escovação, se mostrando-se
estável com a abrasão promovida
pela escova.

88 | FGM 2018 | Volume 2


Para obter o
perfil técnico do
produto, acesse
www.fgm.ind.br.

3. RESISTÊNCIA
MECÂNICA
A resistência à fratura é muito Resistência à Fratura (N)
importante para peças definitivas que
A
são também indicadas para dentes 2000
A
posteriores, em que a solicitação 1750
mecânica é maior. Essa propriedade 1500
foi aferida em coroas totais unitárias
1250
construídas sobre pré-molares
1000
humanos extraídos. Todas as
750
amostras de ambos os grupos foram
submetidas a 1.2 x 10 6 ciclos a 40 500

N de ciclagem termo-mecânica em 250


temperatura controlada, equivalendo 0
Brava Block Lava Utimate
a 5 anos de oclusão em boca. Após, (FGM) (3M ESPE)
as amostras foram submetidas ao
Média e desvio-padrão (N) da resistência à
teste de resistência à fratura em
fratura (n=15 por condição experimental) (*)
máquina de ensaios universal, e
(*) Letras iguais indicam similaridade estatística (Teste “t”
as fraturas foram classificadas em para amostras independentes; p<0,05).
Fonte: Simas F, Burey A, Reis A, Loguercio A. Universidade
reparáveis e irreparáveis. Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Brava Block manteve a integridade da


Brava Block (FGM):
interface de união entre coroa e dente 12 fraturas irreparáveis.
após os ciclos em laboratório. Além 3 fraturas reparáveis.
disso, apresentou resistência à fratura Lava Ultimate (3M ESPE):
similar ao concorrente, porém com 14 fraturas irreparáveis.
maior número de fraturas reparáveis. 1 fratura reparável.

Este ensaio foi realizado de acordo com a norma ISO 4049, com amostras
confeccionadas na forma de barras (10x2x2mm). Brava Block demonstrou
desempenho equivalente aos concorrentes da mesma categoria, e superior ao
bloco VIPI BLOCK TRILUX, composto de resina acrílica.

Resistência à Flexão (MPa)


200
A
180 A A

160
140
B
120
100
80
60
40
20
0
Brava Block Lava Utimate Briilliant Crios Trilux
(FGM) (3M ESPE) (Coltene) (Vipi)

Média e desvio-padrão (MPa) da resistência a flexão (n=10 por condição experimental) (*)
(*) Letras iguais indicam similaridade estatística (ANOVA de 1 fator e teste de Tukey; p<0,05).
Fonte: Bauer M, Reis A, Loguercio A. Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

FGM 2018 | Volume 02 | 89


Coroa em compósito Brava Block
CAD/CAM em sessão única:
relato de caso clínico
AUTORES: Prof. Rodrigo S. Reis e Profª. Michele Vivas.

FINAL

INTRODUÇÃO RELATO DO CASO

Com o advento da tecnologia CAD/CAM (computer-aided design/ Paciente do sexo masculino, 62 anos, apresentou-se à clínica dos
computer-aided manufacturing) para os consultórios, podemos realizar autores com a coroa cerâmica do elemento 24 fraturada (Figs 1 e 2)
trabalhos de prótese fixa em sessão única na chamada “técnica e com um reparo provisório em resina composta feito, desejando
chairside”, onde em uma consulta de aproximadamente 90 minutos substituí-la. O exame radiográfico mostrou tratamento endodôntico
todo trabalho é concluído. Com isso, o tempo de tratamento é reduzido satisfatório e a presença de pino de fibra associado a um núcleo de
significativamente, aumentando-se a conveniência para o paciente preenchimento. Foi feita a remoção da coroa defeituosa e se observou
e a lucratividade para o dentista. Dentro desse conceito surgiram os pouco espaço interoclusal, além de manifestar parafunção (bruxismo
blocos de compósito resinoso com cargas vitro-cerâmicas que se bem cêntrico). Estas observações podem ter contribuído para a fratura da
indicadas cumprem os requisitos de estética e função e, em muitos coroa cerâmica preexistente. O preparo sofreu um aumento de redução
casos, possuem algumas vantagens sobre os materiais puramente oclusal para prover um espaço em máxima intercuspidação habitual
cerâmicos. O objetivo deste artigo é fazer um relato ilustrado da de aproximadamente 1.5 a 2.0 mm verificados através da indentação
substituição de uma coroa fraturada por uma coroa de compósito feita com lâminas de cera 7, dobradas entre o dente preparado e seu
resinoso na tecnologia CAD/CAM “chairside”. antagonista, sendo verificada por especímetro. Nenhum significativo
desgaste axial foi realizado por apresentarem espessuras condizentes,
porém com uma conicidade aparentando ser mais elevada que o ideal.

90 | FGM 2018 | Volume 2


“A tecnologia CAD/CAM é uma ferramenta poderosa no universo
odontológico. A fresagem em poucos minutos de um material
estético e previsível faz do Brava Block um excelente aliado do
dentista contemporâneo.”

FICHA
Paciente do gênero masculino, 62 anos de idade.

A QUEIXA
Coroa cerâmica fraturada e dor na região dos músculos
masseter e temporal.

ANAMNESE
INICIAL Bruxismo cêntrico (apertamento). Coroa cerâmica
fraturada com fina espessura oclusal evidenciada no
Fig. 1 - Vista vestibular da coroa do elemento 24. bordo da fratura.

2 PLANEJAMENTO
Repreparo da coroa total para possibilitar um
aumento do espaço interoclusal. Coroa em compósito
resinoso reforçado com partículas vitro-cerâmicas
fresados em tecnologia CAD/CAM Brava chairside e
placa miorrelaxante tipo Michigan.

Fig. 2 - Vista oclusal da coroa do elemento 24.

3 4

Fig. 3 - Vista vestibular do preparo agora com Fig. 4 - Vista vestibular do preparo sem a arcada antagonista.
espaço interoclusal satisfatório.

FGM 2018 | Volume 02 | 91


O preparo apresentou um substrato levemente acastanhado na sua • Aplicação do adesivo (Ambar Universal-FGM), seguida de breve
porção cervical (Fig. 3, 4 e 5). Foi realizado o escaneamento intraoral, jato de ar (10 segundos) para evaporar o solvente e assegurar uma
um desenho da peça protética, e selecionado um bloco de compósito espessura de película fina e aspecto brilhoso da face interna da peça e
resinoso com carga vitro-cerâmica Blava Block HT (FGM) na cor A3 (Fig. fotoativação do adesivo.
6) e realizada a fresagem do mesmo (Fig.7). Em 10 minutos, a coroa Para o dente preparado foi realizado a aplicação de pedra pomes e
estava pronta. Após a prova em boca, a peça foi acabada e polida, água, lavagem, secagem, isolamento relativo e fricção de um adesivo
valendo-se de diferentes pontas de borracha (associadas ao óxido de universal autocondicionante (Ambar Universal- FGM) em todo preparo
alumínio e partículas de diamante), discos flexíveis de feltro (Diamond por aproximadamente 20 segundos com uma ponta aplicadora
Flex-FGM) e pastas abrasivas (Diamon Excel), permitindo a abertura de (Cavibrush-FGM). Logo depois, um breve jato de ar por 10 segundos
brilho e adequado lisura ao material (Fig 8, 9 e 10). faz o solvente evaporar. Uma vez verificada a manutenção de uma
Para a cimentação adesiva, a peça foi tratada de acordo com as superfície brilhosa do preparo, foi feita a fotoativação do adesivo por
recomendações do fabricante do Brava Block sendo: 10 segundos através de um LED de alta potência. A coroa teve sua
• Jateamento com óxido de alumínio face interna forrada com um cimento dual (AllCem Core – FGM) na cor
• Lavagem em cuba ultrassônica por 3 minutos “Opaque Pearl” (opaco perolado) e cimentada sobre o dente preparado
• Limpeza com álcool 70% (Fig. 11). Após a remoção dos excessos de cimento foi feita a foto-
• Aplicação de Silano (Prosil –FGM) e espera de 1 minuto para ativação por 20 segundos em cada face. O resultado imediato pode
volatização do solvente. ser visualizado nas figuras 12 a 16.

5 6 7

Fig. 5 - Vista oclusal do preparo. Fig. 6 - Brava Block posicionado na fresadora Fig. 7 - Brava Block sendo fresado.
CAD/CAM.

8 10 11

Fig. 11 - Vista vestibular da coroa cimentada no


9
elemento 24 ainda com excesso de cimento nas
margens.

Figs. 8, 9 e 10 - Aspecto da coroa Brava Block fresada e polida.

92 | FGM 2018 | Volume 2


12 13 14

Figs. 12, 13 e 14 - Vista vestibular imediata da coroa Brava Block.

DISCUSSÃO

Existem diversos tipos de cerâmicas e materiais híbridos para a 15


tecnologia CAD/CAM. Nesse caso foi selecionado um compósito pelo
fato do paciente apresentar coroa cerâmica fraturada e apertamento
dental. Provavelmente, a diminuta espessura de cerâmica, devido
ao espaço interoclusal, estar abaixo das exigências desse material,
pode ter contribuído para a falha. Não havia a informação sobre o
tipo de cerâmica nem sobre o protocolo adesivo realizado. A literatura
apresenta vasta documentação com sucesso clínico de coroas
fresadas em consultório. A conduta escolhida foi optar por uma
coroa em compósito CAD/CAM (maior grau de conversão, melhores
propriedades mecânicas e ausência de defeitos ou porosidades que
resinas de laboratório) e a confecção de uma placa de mordida oclusal
tipo “Michigan”.
A literatura também reporta que os materiais resinosos para 16
CAD/CAM apresentam um comportamento de desgaste similar ao
esmalte dental antagonista, um módulo de elasticidade similar ao da
estrutura dental (sendo menos rígidos e friáveis que as cerâmicas).
Dentre outras possibilidades comparativas, os materiais resinosos
apresentam a possibilidade de reparos com resina composta, além
da conhecida facilidade de polimento comparado às cerâmicas sem
a necessidade de glazeamento e ciclos de tratamento térmico/
cristalização (redução de tempo).
Para se mascarar o aspecto acastanhado foi escolhido o cimento
AllCem Core de cor opaca perolada que de modo satisfatório cumpriu
o objetivo, mesmo em se tratando de um bloco de alta translucidez
(HT). Um bloco de baixa translucidez foi cogitado para recobrir a
Figs. 15 e 16 - Vista oclusal imediata do caso concluido.
característica cromática do preparo, mas o sorriso baixo do paciente
permitiu obter um resultado satisfatório , uma vez que o lábio superior
cobre a porção vertical da peça.
LEITURA SUGERIDA
1. Peumans M, Valjakova EB, De Munck J, Mishevska CB, Van Meerbeek B. Bonding Effectiveness of Luting

CONCLUSÕES
Composites to Different CAD/CAM Materials. J Adhes Dent. 2016;18(4):289-302.
2. Hussain B, Thieu MKL, Johnsen GF, Reseland JE, Haugen HJ. Can CAD/CAM resin blocks be considered
as substitute for conventional resins? Dent Mater. 2017 Sep 23. pii: S0109-5641(17)30120-3.
3. Zimmermann M., Koller C, Reymus M, Mehl A, Hickel R. Clinical Evaluation of Indirect Particle-Filled
Composite Resin CAD/CAM Partial Crowns after 24 Months. J Prosthodont. 2017 Apr 19. doi: 10.1111/
jopr.12582. [Epub ahead of print).
No caso clínico apresentado observamos que o emprego do Brava 4. Kassotakis EM, Stavridakis M, Bortolotto T, Ardu S, Krejci I. Evaluation of the Effect of Different Surface
Treatments on Luting CAD/CAM Composite Resin Overlay Workpieces. J Adhes Dent. 2015 Dec;17(6):521-8.
Block na técnica CAD/CAM “Chairside” pode, de modo simples e ágil, 5. Park JH1, Choi YS1. Microtensile bond strength and micromorphologic analysis of surface-treated resin
nanoceramics. J Adv Prosthodont. 2016 Aug;8(4):275-84.
atender aos requisitos estéticos e funcionais em coroas sobre dentes,
6. Chen C1, Trindade FZ2, de Jager N3, Kleverlaan CJ3, Feilzer AJ3. The fracture resistance of a CAD/CAM
se tornado uma alternativa viável à prática clínica diária. Resin Nano Ceramic (RNC) and a CAD ceramic at different thicknesses. Dent Mater. 2014 Sep;30(9):954-62.

FGM 2018 | Volume 02 | 93


AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE
SUCESSO DOS IMPLANTES
FRICCIONAIS ARCSYS
AUTORES: Prof. Rafael Simão e Prof. Pedro Guedes Pinto.

94 | FGM 2018 | Volume 2


INTRODUÇÃO
A função primária de um implante dentário é atuar como um pilar (2004), separaram trabalhos de pacientes reabilitados por protocolo de
para um elemento protético a semelhança de uma raiz e coroa de Branemärk, em carga convencional, precoce e imediata. Os resultados
dentes naturais. Qualquer critério de sucesso, portanto, deve incluir demonstraram índices de sucesso de 97,2 a 98,7% para casos de
além do suporte primordial de uma prótese funcional, o implante carga convencional. Observaram de 98 a 98.6% de sucesso para
em perfeita osseointegração. Deverá corresponder aos critérios carga precoce e 95,4% para carga imediata.8
clínicos da prótese que estejam além da satisfação do paciente Devido as limitações anatômicas, implantes instalados nas regiões
com a aparência estética que é necessária na prática clínica, mas posteriores dos arcos são frequentemente menores do que aqueles
também respondendo aos critérios técnicos de boa saúde funcional instalados nas regiões anteriores. Muitos trabalhos recentes têm
e peri-implantar. O dentista restaurador projeta e fabrica uma prótese concluído que implantes curtos podem ser utilizados com segurança
semelhante a uma apoiada por um dente e, como tal, muitas vezes como suporte protético na reabilitação de dentes perdidos, com
avalia e trata o implante dentário de forma semelhante a um dente sucesso e longevidade semelhante aos implantes longos, seguindo
natural. No entanto, as diferenças fundamentais no sistema de suporte protocolo de ativação sob estabilidade primária.9
entre essas entidades devem ser reconhecidas e o conceito do que se Outro grande desafio dos pesquisadores tem sido minimizar a perda
considera ser o sucesso do implante, deve ser considerado mais do óssea peri-implantar, bastante comum após a instalação da maioria
que somente a sobrevivência do implante e a falha do implante.1 dos sistemas de implantes. Uma das principais falhas estudada em
As possibilidades de tratamento com implantes odontológicos implantodontia é a perda de osso marginal ao redor dos implantes, que
revolucionaram a área de reabilitação bucal nos últimos anos, trazendo chegou a ser aceita como natural, chamada de saucerização. Essa
uma série de vantagens sobre as próteses convencionais. Durante perda óssea, porém, está muito associada à colonização bacteriana
anos, foi seguido um protocolo cirúrgico que preconizava a manutenção das estruturas do implante. A colonização pode ser tanto da superfície
do implante sem carga por um determinado período para que ocorresse externa, quanto dos espaços internos do implante. Internamente, a
a osseointegração. Porém, estudos experimentais têm mostrado que colonização bacteriana está relacionada com um espaço existente
a carga imediata em implantes também promove formação de tecido entre a porção protética do sistema (intermediário protético) e a porção
ósseo peri-implantar ao longo do tempo, de maneira comparável endóssea (implante). Tanto a colonização externa quanto a interna
àquele observado para implantes com carga convencional. 3
relaciona-se com a doença denominada peri-implantite.10
Entretanto, uma das maiores queixas apresentadas por profissionais Diniz Pimentel e cols (2010) avaliaram microinfiltração bacteriana em
e pacientes era o tempo de terapia e espera entre a fase cirúrgica e a implantes do tipo cone morse, com intermediários friccionais. Segundo
protética, com consequente aumento do sofrimento do indivíduo sob os autores, as bactérias não foram capazes de colonizar o interior dos
tratamento. Esta limitação foi um dos principais motivos que levaram implantes. Os autores afirmam que o espaço entre o intermediário e o
pesquisadores a procurar uma alternativa viável com menor tempo implante, nesse sistema estudado, é incapaz de permitir a penetração
de duração do tratamento. Desta necessidade surgiram conceitos de de bactérias, seja do meio interno para o externo, seja do externo para
colocação de implantes em carga imediata e carga precoce. Embora o interno.10
a definição varie de autor para autor, carga imediata seria a ativação
do implante e sua exposição ao meio bucal concomitante com a
colocação de próteses logo após a instalação dos implantes, e carga
precoce em um período intermediário entre a colocação do implante e
OBJETIVOS
o intervalo de tempo proposto por Branemark.4 O presente trabalho tem como objetivo avaliar o índice de sucesso de
Roccuzzo et cols (2009) avaliaram a evolução de implantes um novo conceito de implantes friccionais, através de reabilitações de
ativados em carga imediata e precoce obtendo-se índice de sucesso carga imediata e precoce, de pacientes de implantes osseointegráveis
compatível à terapêutica convencional,7 assim como Gallucci e cols para casos unitários, parciais e totais, da rotina clínica diária.

FGM 2018 | Volume 02 | 95


MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo foi conduzido, em clínica particular, levando em

TIPO DE IMPLANTE
consideração o protocolo de atendimento instituído na Clínica
Manari de Ilhabela.
Regular Short
Os pacientes foram selecionados levando de acordo com a
necessidade da utilização de implantes osseointegráveis na
reabilitação oral de casos unitários, parciais e totais, devendo
apresentar indicação local e sistêmica para a cirurgia de implantes. 0 25 50 75 100
(NÚMERO DE IMPLANTES)
Todos os implantes instalados (Arcsys, FGM) correspondem a

SEXO
um novo desenho, tendo como características macrogeométricas
o formato híbrido, paredes paralelas com conicidade na sua porção
apical, que proporcionam excelente grau de estabilidade primária. Todos Homens Mulheres

os implantes utilizados foram confeccionados em titânio de grau V e


superfície ativada com duplo ataque ácido. O diâmetro e o comprimento
dos implantes instalados foram determinados pelas características 0 10 20 30 38
individuais de cada caso, sendo utilizados comprimentos de 5, 8, 9, 11 e (NÚMERO DE PACIENTES)

13 milímetros e diâmetros de 3.3, 3.8, 4.3, 5.0 e 6.0 milímetros. posterior avaliação de resultados. Os implantes foram instalados
O protocolo cirúrgico para instalação dos implantes utilizou em alvéolos pós-exodontia ou alvéolos cicatrizados e associados
inicialmente as sequências de fresagem recomendadas pelo ou não a técnicas reconstrutivas, sendo a ativação protética
fabricante, porém como foi observado um elevado grau de torque realizada imediatamente após a sua instalação (carga imediata) ou
de inserção, instituímos a utilização de sequência escalonada de após período cicatricial de 45 dias (carga precoce).
brocas, para manter os níveis de torque cirúrgico entre 30 e 45N Os pacientes foram acompanhados por um período de até
preferencialmente, embora o sistema ofereça uma segurança para 12 meses após a instalação da reabilitação protética sobre os
altos torques (60N). Não são indicadas no sistema a preparação de implantes. Os critérios de sucesso utilizados foram baseados em
courtersink, nem a utilização do macho de rosca. Toda a preparação condições clínicas e radiográficas, conforme estabelecido no
cirúrgica foi realizada com irrigação abundante de solução salina. A Tratado de Consenso de Pisa (MISCH et al., 2008),11 respondendo
instalação dos implantes foi realizada em baixa rotação (20 Ncm) e o aos padrões: sem dor ou desconforto durante a função, ausência de
assentamento final do mesmo realizado com torquímetro cirúrgico mobilidade e perda óssea radiográfica inferior a 2 milímetros a partir
calibrado, e o torque final de cada instalação assinalado para da cirurgia inicial, sem história de exsudatos.

96 | FGM 2018 | Volume 2


RESULTADOS “ A solução protética do Sistema
Este estudo foi baseado na análise clínica de 100 implantes
Arcsys se mostra extremamente
instalados em 38 pacientes (16 homens e 22 mulheres) com eficiente nesse sentido, pois a
acompanhamento clínico desde a instalação do implante, controle
radiográfico no 45º dia, e 30 dias após a instalação da reabilitação
individualização do componente
protética. No momento da inserção dos implantes, a faixa etária era angulável permite a realização
de 24 a 83 anos. Dos 100 implantes instalados, 29 (29%) foram
de próteses mais adequadas,
realizados imediatamente após exodontia e 08 (08%) necessitaram
de algum tipo de enxertia óssea. Do total, 19 (19%) receberam facilitando a estética,
carregamento protético imediato, comparado com 81 (81%) em
a função e a higienização.
carregamento precoce. Houve a perda de um implante, perfazendo
uma taxa global de sucesso de 99%.

O elemento perdido, ocorreu em um caso de implante
DISCUSSÃO
imediatamente após exodontia e carga imediata. O implante foi
reposto imediatamente após sua remoção com nova carga imediata Quando se trata de sucesso em terapêutica de implantes, muitos
e obteve sucesso, já tendo sido realizada a sua prótese definitiva. trabalhos levam em consideração somente a osseointegração
dos implantes. No entanto, o sucesso do trabalho se dá quando
atingimos os critérios estéticos e funcionais desejados pelo
paciente e pelo profissional. Martin, W. et al descrevem como
CARGA

fatores considerados de sucesso, além da estabilidade do implante,


Precoce Imediata
a capacidade de higienização e manutenção dos tecidos peri-
implantares, o bom posicionamento e o resultado estético. A
solução protética do Sistema Arcsys se mostra extremamente
0 25 50 75 100 eficiente nesse sentido, pois a individualização do componente
angulável, permite a realização de próteses mais adequadas,
facilitando a estética, a função e a higienização.
ESTABILIDADE INICIAL DOS
Nestes fatores também é avaliado o espaço interdental. O espaço
IMPLANTES INSTALADOS
entre os elementos dentais pode variar, dificultando a instalação
adequada e a disposição de implantes pode prejudicar o resultado
protético. Para isso um sistema adequado deve conter uma gama de
diâmetros variados de implantes para melhor disposição do espaço
edêntulo. Os implantes Arcsys utilizados neste trabalho, apresentam
52% medidas em altura e espessura bastante ampla; com 3.3, 3.8, 4.3, 5.0
e 6.0 mm de espessura e 5.0; 8.0; 9.0;11.0 e 13.0 mm de comprimento.
Fatores locais e sistêmicos podem influenciar a taxa de
sucesso dos implantes dentários. Seleção adequada de pacientes,
14%
planejamento de tratamento, design dos implantes, materiais
de implantes adequados, boa técnica cirúrgica e tratamento
32% restaurador são cruciais para o sucesso do procedimento de
implantes dentários.12
2%
Os implantes com menos de 10 mm de comprimento foram no
passado associados às altas taxas de insucesso (GOODACRE et
al, 1999),13 no entanto uma revisão de literatura sobre a taxa de
Torque inicial Torque inicial
abaixo de 20N entre 30N e 40N sucesso dos implantes curtos realizada em artigos publicados

Torque inicial Torque inicial


entre 1991 e 2003 apresentou uma média de 85,3% de sucesso
entre 20N e 30N acima de 40N contra 90% para implantes longos (MISCH,2006).14

FGM 2018 | Volume 02 | 97


Considerando os tipos de implantes presentes no mercado, os de
ÍNDICE DE SUCESSO
interface Cone Morse são claramente os mais vantajosos. Diversos
artigos científicos mostram maior manutenção da crista óssea alveolar
quando comparado aos de conexões hexagonais. Isso porque, em
implantes hexagonais, a formação das distâncias biológicas acontece da
plataforma do implante em direção apical. Já nos implantes Cone Morse,

99%
tal formação de distância biológica se dará ao redor do componente
protético, o que, consequentemente, possibilitará a manutenção das
cristas ósseas, visto que não ocorrerá saucerização inerente ao processo
cicatricial em implantes hexagonais. Com isso, hoje conseguimos DE SUCESSO
aproximar mais dentes a implantes ou implantes a outros implantes sem
medo de ocorrer tal perda óssea e perda de papila.15
Relacionar a perda óssea com tipos de implantes ainda não pode
ser conclusivo. Mesmo assim, parece ser sugestivo que os implantes
do tipo Cone Morse causam uma menor perda óssea. O porquê
desses resultados ainda não está completamente esclarecido.
Acredita-se, porém, numa associação de fatores favoráveis a esse
sistema, tanto mecânicos quanto biológicos.10
A avaliação do desempenho destas modificações em pesquisas in
vitro e in vivo faz-se de suma importância antes de um lançamento
comercial, procedimento que não raro é abandonado por alguns
fabricantes. No entanto, o que determina o grande potencial de
sucesso de um implante, é seu potencial inovador e seu desempenho
clínico que acabam firmando o produto num mercado em franco
CONCLUSÕES
crescimento, onde a cada dia surgem novas marcas e modelos.16
Após 20 anos de implantodontia, entende-se que poucas Apesar das limitações deste estudo, podemos concluir que o
inovações dos sistemas atuais trouxeram efetivas mudanças aos desempenho clínico do implante Arcsys (FGM), quando avaliado nos
prognósticos e planejamentos da terapêutica em implantes, porém padrões propostos por Misch, mostrou-se compatível aos níveis
a eficiência e praticidade do sistema Arcsys abriram enormes de sucesso da terapêutica de implantes mundial, independente
possibilidades, permitindo excelentes resultados estéticos e do gênero dos pacientes, faixa etária, localização e protocolo de
funcionais, mesmo em situações extremas. carregamento protético.

REFERÊNCIAS

“ Após 20 anos de
1. Mish,C et al - Implant Succes, Survival ad Failure -ICOI Consensos Congress. Implant Dentstry
2008;17:5-15.
2. Teixeira, E.R., Implantes Dentários na Reabilitação Oral. www.pucrs.br/repositorio.
3. Jassé FF, Segalla JCM et al, Immediate Loading of Single-Tooth Implants: Literature Review. Ciên. Biol.
implantodontia, entende-se que Saúde 2010;12(1):35-8.
4. Jayme, S.J. -Efeito de diferentes tempos de ativação sobre a estabilidade e resposta óssea ao redor de

poucas inovações dos sistemas implantes dentários. Estudo por análise de freqüência de ressonância e histomorfométrico em cães. 2009.
5. Chiapasco, M. (2004) Early and immediate restoration and loading of implants in completely edentulous

atuais trouxeram efetivas


patients. The International Journal of Oral & Maxillofacial Implants 19(Suppl):76–91.
6. Heschl A, Payer M, Platzer S, Wegscheider W, Pertl C, Lorenzoni, M.Immediate rehabilitation of the
edentulous mandible with screw type implants: results after up to 10 years of clinical function. Clin. Oral
mudanças aos prognósticos e Impl. Res 2012;23:1217–1223.
7. Roccuzzo, M; Aglietta, M; Cordaro, L., Implants Laoding Protocols for Edentolous Maxila Posterior Sites.

planejamentos da terapêutica JOMI 2009;24:147-157.


8. Goodacre CJ, Kan JY, Rungcharassaeng K. Clinical complications of osseointegrated implants.J Prosthet

em implantes, porém a eficiência


Dent 1999;81(5):537-52.
9. Barboza,E; Carvalho,W; Francisco,B; Ferreira,V; Clinical performance of short implants: a six-year
retrospective study. R. Periodontia 2007 ;17(4).

e praticidade do sistema Arcsys 10. Diniz Pimentel, G; Martins,L; Ramos,M B; Lorenzoni,F C; Adriana Corrêa. Periimplant bone loss and
diferent implant systems Innov. Implant. J. Biomater. Esthet. (Online) 2010;5(2).

abriram enormes possibilidades 11. Misch CE et col. Implant success, survival, and failure: the International Congress of Oral Implantologists
(ICOI Pisa Consensus Conference. Implant Dent 2008;17(1):5-15.
12. Peled, M.; Ardekian, L.; Tagger-Green, N.; Gutmacher, Z.; Machtei, Eli E., Dental Implants in Patients With
permitindo excelentes resultados Type 2 Diabetes Mellitus: A Clinical Study. Implant Dentistry 2003;12(2):116-122.
13. Goodacre CJ, Kan JY, Rungcharassaeng K. Clinical complications of osseointegrated implants. J

estéticos e funcionais, mesmo em Prosthet Dent 1999;81(5):537-52.


14. Misch CE. Prótese sobre implantes. Editora Santos; 2006;14.

situações extremas.

15. Reis, R. Nem Toda Conexão Cônica é Cone Morse. Caderno Tecnico FGM 2017:12 – 15.
16. Teixeira, E.R. Superfícies dos implantes: o estágio atual. In: Dinato, J.C.; W.D. Polido (Eds). Implantes
Osseointegrados: cirurgia e prótese 2001:63-80.

98 | FGM 2018 | Volume 2


FGM 2018 | Volume 02 | 99
AUTOR: Prof. Eduardo Kalil.

Após a comprovação científica da


osseointegração no final da década de
70, definida como “uma conexão direta
e estrutural entre osso vivo ordenado e
a superfície de um implante submetido a
carga funcional”, grandes avanços foram
realizados para que cirurgias de implantes
dentários se tornassem uma alternativa
viável e previsível na substituição dos
elementos dentários ausentes.
Fig. 1 - Rx Inicial.
Atualmente, com o desenvolvimento
de novas micro e macro estruturas nos
Fig. 2 - Elevação do assoalho do seio maxilar.
implantes osseointegráveis, houve um
considerável aumento nos índices
de sucesso do seu uso no tratamento
reabilitador oral.1
Uma das condições fundamentais para
o sucesso e longevidade da reabilitação
implanto-suportada é a existência de um
volume ósseo que possibilite a instalação
dos implantes na posição protética ideal.
Contudo, o que usualmente se encontra
na clínica diária são reabsorções ósseas
caracterizadas pela atrofia do tecido ósseo
Fig. 3 - Preenchimento com Nanosynt. Fig. 4 - Rx 5 meses após enxerto.
em altura e espessura, podendo variar
entre as diferentes regiões da cavidade
oral com padrões de reabsorção distintos, os procedimentos de aumentos ósseos procedimento, visto que na maioria das
principalmente após as perdas dentárias horizontais e verticais ganharam mais situações uma outra área cirúrgica precisa
pela falta de estímulo mastigatório ao espaço. Com isso, novas técnicas, ser abordada para atuar como fonte
osso alveolar2. Além disso, as reabsorções tecnologias e biomateriais de substituição doadora de tecido.
causadas pela doença periodontal podem óssea foram incorporados à prática clínica Visando diminuir as desvantagens
ocasionar uma grande redução do volume da implantodontia. dos procedimentos de enxertia óssea
ósseo, impossibilitando a instalação de Até a presente data, o enxerto autógeno autógena, os materiais sintéticos
implantes e exigindo a reconstrução óssea é considerado o material padrão ouro para derivados dos fosfatos de cálcio e de
prévia2. os aumentos ósseos. Isso se deve por ser ação osteocondutora, vem assumindo
Com o entendimento da necessidade o único material a conter características um importante protagonismo como
e importância da instalação implantar osteogênicas, osteocondutoras e substitutos de primeira escolha.
tridimensionalmente mais adequada para osteoindutoras3. No entanto, esta prática Compostos por Hidroxiapatita (HA) e
a futura prótese implanto-suportada, eleva a complexidade e a morbidade do Tricálcio Fosfato (BTCP) são empregados

100 | FGM 2018 | Volume 2


Fig. 7 - Aspecto clínico após 8 meses da coroa
protética instalada.

Fig. 5 - Fenestração vesibular no início da Fig. 6 - Preenchimento da fenestracao com


instalação do Implante Arcsys. Nanosynt após o posicionamento final do
implante.

puros ou associados em diversas situações clínicas. O Nanosynt aparece no mercado como um material Bifásico,
Diversos trabalhos mostram a possibilidade de substituição do formado por 60% de Hidroxiapatita e 40% de B-TCP, aliando dessa
osso autógeno por tais materiais com sucesso nos procedimentos forma a estabilidade volumétrica da HA com o rápido fornecimento
de aumentos ósseos menores, como na elevação do assoalho do de espaço e de íons Ca2+ do B-TCP, possibilitando uma rápida e
seio maxilar e no preenchimento de “GAPS” entre alvéolo e implante segura neoformação óssea.
nas instalações imediatas pós-exodontias4,5. Já nos aumentos Outras características do Nanosynt são relacionadas a sua
ósseos horizontais maiores, a tendência atual é de associar o diferenciada nanoestrutura, onde a geometria e a elevada
biomaterial ao osso autógeno para resultados mais previsíveis, porosidade dos grânulos favorecem a invasão vascular
tendo como vantagem uma menor quantidade de osso autógeno otimizando a osteocondução. Em pesquisa realizada pela
necessária, porém acrescentando com essa associação células Universidade de Nova Iorque, a comparação do Nanosynt
osteogênicas e potencial osteoindutor ao nosso procedimento, com outros dois biomateriais (sintético e bovino) largamente
características exclusivas do osso autógeno6,7. utilizados no mercado odontológico, demonstrou resultados
A Hidroxiapatita é um material que apresenta baixa taxa de muito favoráveis e promissores. A avaliação histológica após
reabsorção, o que a qualifica para uma adequada manutenção do 4 semanas da aplicação dos três materiais mostrou uma maior
volume durante a fase de formação óssea, além de disponibilizar quantidade de osso formado (23%) no grupo onde o Nanosynt
mais material residual e consequentemente mais potencial de foi utilizado e comparado aos outros materiais sintético ( 11%)
regeneração tardia. e Bovino (17%).8
O BTCP por sua vez, é um material que tem reabsorção mais Seu uso está indicado nos procedimentos de elevação do
rápida, disponibilizando cálcio de modo imediato. Com esta assoalho do seio maxilar, no recobrimento de fenestrações ósseas
característica, seu volume é disponibilizado rapidamente, o que durante a instalação de implantes, no preenchimento de GAP
confere espaço para o novo osso a ser formado. A desvantagem entre alvéolo-implante durante a instalação imediata do implante
é que esta reabsorção acontece antes da formação óssea, pós-exodontia e em aumentos ósseos horizontais pequenos,
perdendo-se muito volume do material. moderados e grandes, nesse caso associado ao osso autógeno.

REFERÊNCIAS
1. Roos-Jansåker, A. M., Lindahl, C., Renvert, H. and Renvert, S. (2006), Nine- to fourteen-year follow- membrane and particulated autogenous bone with or without anorganic bovine bone-derived mineral:
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Periodontology, 33: 283–289. doi:10.1111/j.1600-051X.2006.00907.x 2, 2011.
2. Cawood JI, Howell RA. A classification of the edentulous jaws. Int J Oral Maxillofac Surg. 1988;17(4): 232- 7. Urban, Istvan A. et al. Long-term Evaluation of Peri-implant Bone Level after Reconstruction
3. Hallman M, Lundgren S, Sennerby L. Histologic analysis of clinical biopsies taken 6 months and 3 of Severely Atrophic Edentulous Maxilla via Vertical and Horizontal Guided Bone Regeneration in
years after maxillary sinus floor augmentation with 80% bovine hydroxyapatite and 20% autogenous Combination with Sinus Augmentation: A Case Series with 1 to 15 Years of Loading. Clinical implant
bone mixed with fibrin glue. Clin Implant Dent Relat Res. 2001; 3(2): 87-96. dentistry and related research, v. 19, n. 1, p. 46-55, 2017.
4. Araujo MG, Sukekava F, Wennstrom JL, Lindhe J. Ridge alterations following implant placement in 8. Nick Tovar, Ryo Jimbo, Lukasz Witek, Rodolfo Anchieta, Daniel Yoo, Lakshmipradha Manne, Lucas
fresh extraction sockets: an experimental study in the dog. J Clin Periodon- tol 2005: 32: 645–652. Machado, Riddhi Gangolli, Paulo G. Coelho, The physicochemical characterization and response
5. Chappuis, Vivianne, Mauricio G. Araújo, and Daniel Buser. Clinical relevance of dimensional bone and of micro/nanoporous bioactive ceramic particulate bone graft materials, Materials Science and
soft tissue alterations post-extraction in esthetic sites. Periodontology 2000 73.1 (2017): 73-83. Engineering: C, Volume 43, 2014, Pages 472-480, ISSN 0928-4931, http://dx.doi.org/10.1016/j.
6. Urban, Istvan A.; Nagursky, Heiner; lozada, Jaime L. Horizontal ridge augmentation with a resorbable msec.2014.07.048.

FGM 2018 | Volume 02 | 101


Reconstrução de maxila atrófica
utilizando enxerto alógeno e fibrina rica
em plaquetas e leucócitos
AUTORES: Profª. Jiuliani Radünz, Prof. Dr. Bernardo Born Passoni, Prof. Antônio Neves, Profª. Caroline Freitas Rafael, Profª. Carolina Morsch,
Prof. Dr. César Augusto Magalhães Benfatti e Prof. Dr. Ricardo de Souza Magini.

FINAL

INTRODUÇÃO

Após a exodontia o osso alveolar sofre uma atrofia que pode variar técnica alternativa a ROG clássica, a técnica do parafuso tenda
de 2,5 a 7mm de altura e até 30mm de largura. Estas mudanças em combinação com enxerto ósseo está descrita na literatura. Os
podem continuar em declive por um período de 10 a 20 semanas. parafusos de enxerto são utilizados com o objetivo de limitar a perda
A depender da quantidade de atrofia, a reabilitação por meio de da dimensão óssea pela força de contração dos tecidos moles,
implantes pode ser limitada ou impedida, sendo necessária a reali- causando a migração do material enxertado. A presença do parafuso
zação de enxertos ósseos prévios a instalação de implantes. 1,2
diminui a reabsorção do material de enxerto, mantendo assim este
Muito tem sido discutido na implantodontia sobre a enxertia espaço entre periósteo e osso. Este conceito torna possível enxertar
óssea.1,3,4 Porém, a literatura descreve o enxerto autógeno como grandes áreas atróficas, sendo utilizado outros tipos de enxertos
o padrão ouro ao apresentar características de osteocondução, como o sintético. Para isto são instalados parafusos de enxertos de
osteoindução e osteogenicidade. No entanto, algumas desvantagens 1,5mm a 2,0mm de diâmetro na área do defeito, sendo sua altura
estão relacionadas à enxertia autógena, tais como, aumento da variável de acordo com o defeito ósseo da região. A área do defeito
morbidade cirúrgica, tempo cirúrgico e risco de lesões à estruturas então é toda preenchida com enxerto ósseo para reestabelecer o
anatômicas importantes. seu volume.9, 10, 11, 12
O conceito da Regeneração Óssea Guiada (ROG) foi estabelecido à No processo de enxertia óssea, a osteogenicidade, a osteoindução
partir do princípio da regeneração tecidual guiada, sendo introduzido e a osteocondução são as propriedades para um ótimo biomaterial.
para uma neoformação de tecido ósseo reabsorvido. Como Os biomateriais sintéticos, na sua maioria, compostos por cerâmicas

102 | FGM 2018 | Volume 2


“Menor morbidade, diminuto tempo cirúrgico, baixo custo,
praticidade e a reconhecida segurança biológica tornam o
Nanosynt a primeira escolha como substituto ósseo na maioria
das situações clínicas reconstrutivas.”

FICHA
Paciente do gênero masculino, 48 anos de idade.

A QUEIXA
Insatisfação com a prótese parcial removível.

ANAMNESE
O paciente se apresentou motivado e em
condições favoráveis ao plano proposto. ASA I.

PLANEJAMENTO
Reconstrução maxilar com biomaterial sintético
associado a agregados plaquetários, para num
segundo momento cirúrgico, reabilitar funcionalmente
por meio de próteses implanto-suportadas.

INICIAL
2
Fig. 1 - (A) Imagem demonstrando a dimensão vestíbulo-palatal; (B) Imagem
demonstrando a altura.

a base de hidroxiapatita e β-tricálcio fosfato, são altamente


biocompatíveis, devido a sua excelente osteocundução promovida
pela porosidade das partículas, que assim favorecem a vascularização,
a migração de osteoblastos e deposição óssea, permitindo a conexão
do tecido ósseo em formação com o tecido ósseo circunjacente,
evitando a encapsulação por tecido conjuntivo fibroso.16, 17, 18
A Fibrina Rica em Plaquetas é uma derivação do preparo autógeno
de concentrados plaquetários, sem adição de anticoagulantes, o
qual se forma um biomaterial de fibrina rico em plaquetas e fatores
de crescimento. Recentemente está sendo utilizado como um
material de enxertia autóloga, pois tem a capacidade de acelerar o
processo de cicatrização e formação óssea.
Assim, o objetivo deste relato é descrever um caso de
reconstrução de maxila atrófica utilizando enxerto alógeno e fibrina
Fig. 2 - (A) Enceramento diagnóstico montado em articulador,
rica em plaquetas e leucócitos na regeneração óssea guiada para com DVO restabelecida; (B) Enceramento diagnóstico
futura realização de implantes dentários. mostrando a necessidade do ganho de volume para a
instalação dos implantes.

FGM 2018 | Volume 02 | 103


RELATO DO CASO

Paciente L.A.B., sexo masculino, 48 anos, não fumante e sem foram posicionados na centrífuga (Centrífuga 80-2B Centribio®)
alterações sistêmicas compareceu a clínica odontológica para substituir com velocidade de 2.450rpm por 10 minutos. Após o término da
suas próteses removíveis por próteses fixas sobre implantes dentários. centrifugação, os tubos permaneceram na centrifuga por cinco minutos
Após exame clínico constatou-se a boa saúde bucal, porém com em repouso no intuito de finalizar a formação da malha de fibrina.
perda na dimensão vertical de oclusão (DVO). Na região edêntula, Para confecção das membranas de L-PRF, os coágulos de fibrina
observou-se a perda da dimensão vestíbulo-palatal e também pequena dos tubos de vidro são coletados cuidadosamente com uma pinça
perda da altura óssea (Fig. 1). Após a avaliação clínica do paciente, (Fig. 5), e submetidos a leve processo de drenagem do excesso
foram feitas as moldagens de estudo do arco superior e inferior para de soro em uma caixa própria (Fig. 6). Após este processo, as
posterior montagem em articulador. Com esta montagem foi solicitado membranas estão prontas para o uso (Fig. 7).
ao laboratório de prótese o enceramento diagnóstico (Fig. 2). Para Para a confecção do PRF-block, o enxerto ósseo particulado de
complementar o diagnóstico clínico, foi solicitado ao paciente a hidroxiapatita e β-fosfato de tricálcio (Nanosynt, FGM®, Brasil) foi
realização de exames de imagem do tipo Tomografia Computadorizada depositado em um dappen de vidro. Junto a ele, uma membrana de
do Cone Beam. L-PRF foi picotada com auxílio de uma tesoura. Depois coletou-se a
Na avaliação da tomografia podemos observar que nos cortes fibrina em fase líquida com uma pipeta plástica estéril e depositou-a
92 ao 98 (Fig. 3) a região com defeito de altura óssea se deve à sobre a mistura de Nanosynt e membranas de L-PRF no pote
pneumatização do seio maxilar esquerdo, enquanto nos cortes 53 dappen. (Fig. 8).
ao 81 podemos observar a reabsorção óssea severa em espessura
da maxila anterior (Fig 4). Primeira Fase Cirúrgica
Após a anestesia local realizada com anestésico articaína 4%
Coleta Sanguínea e Preparação da Fibrina em fase Líquida e com epinefrina 1:100.000, foi feita a incisão sobre a crista do
membranas de L-PRF rebordo, estendendo-se da região intrasulcular dos dentes 12 ao
Para obtenção da Fibrina em fase líquida, foi realizada coleta de 26, ligeiramente deslocada para palatina. Um retalho de espessura
sangue do paciente, utilizando dois tubos de plástico de 9ml cada. Já total foi levantado, garantindo o acesso cirúrgico ao tecido ósseo da
para a obtenção do L-PRF, foi realizada coleta de sangue utilizando região. Em seguida, foi realizado a abertura a janela do seio maxilar
oito tubos de vidro de 9ml cada. Após a coleta dos tubos, estes na altura do primeiro molar esquerdo (Fig. 9), e então realizado o

3 4

Fig. 3 - Cortes tomográficos 92 ao 98 mostrando perda de altura do


seio maxilar.
Fig. 4 - Corte tomográficos 53 ao 81 mostrando a atrofia alveolar.

104 | FGM 2018 | Volume 2


5 6

Fig. 5 - Cortes tomográficos 92 ao 98 mostrando perda de altura do Fig. 6 - Coágulos de fibrina depositados lado a lado para drenagem
seio maxilar. do excesso do soro em uma caixa específica.

7 8

Fig. 7 - Membranas de Fibrina prontas para o uso. Fig. 8 - PRF-block preparado.

levantamento da membrana de Schneider (Fig. 10) das paredes do parafuso tenda com PRF-block (Fig. 17). Com base nesses dados
seio maxilar para o preenchimento com o PRF-block (Fig. 11). e com um guia cirúrgico confeccionado a partir do enceramento
Para a região da maxila atrófica foi realizado uma Regeneração diagnóstico, foi planejado a instalação dos implantes nas regiões dos
Óssea Guiada (ROG) com o uso da técnica do parafuso tenda. elementos 11, 22, 23 e 25.
Foram instalados quatro parafusos (Fig. 12) de enxerto nas
medidas de 1,6mm de diâmetro por 8mm de comprimento, Segunda Fase Cirúrgica
introduzindo no osso aproximadamente 1,5mm para retenção. Após a avaliação do exame tomográfico e o guia cirúrgico
Ao seu redor foram feitos os preenchimentos com o PRF-block, confeccionado, chegou-se a segunda etapa cirúrgica, na qual
para o ganho de volume (Fig. 13). Após todo o enxerto em posição, foram instalados os implantes.
foram recobertas as regiões da janela do seio maxilar e do enxerto Com anestesia local com anestésico articaína 4% e epinefrina
da maxila atrófica utilizando sete membranas de l-PRF (Fig. 14). 1:100.000, foi realizada a incisão sobre a crista do rebordo
Em seguida, reposicionado o retalho gengival para a realização da estendendo-se a região intrasulcular dos dentes 12 ao 26,
sutura com fio de nylon 5-0 (Fig. 15). ligeiramente deslocada para palatina. Um retalho de espessura
Para o pós-operatório foram prescritas as medicações total foi afastado garantindo o acesso cirúrgico ao local com o
necessárias para a recuperação do paciente, informando todas osso enxertado. Pode ser observado o enxerto incorporado ao
as recomendações de cuidados e higiene oral. Também foi leito receptor (Fig. 18). Em seguida, foram removidos os parafusos
confeccionada uma nova prótese removível provisória em acrílico tenda com a chave apropriada.
com grampos de ortodontia, tendo como parâmetro a montagem Com o auxílio do guia cirúrgico, foi perfurado o leito para a
atual da prótese do paciente. instalação dos implantes. Utilizando os paralelômetros, podemos
Após decorridos os 6 meses da data da cirurgia, solicitamos ao observar as angulações dos implantes instalados (Fig. 19) para, em
paciente realizar novo exame tomográfico. Neste exame, podemos seguida, realizar a instalação dos implantes (Fig. 20).
observar um ganho de altura óssea na região do seio maxilar nos No pós-operatório foram prescritas as medicações necessárias
cortes 100 a 117 (Fig. 16). Nos cortes 57 ao 97, observamos o para a recuperação do paciente e informando todas as recomendações
aumento de volume ósseo na região anterior através da técnica do de cuidados e higiene oral.

FGM 2018 | Volume 02 | 105


9 10 11 12

Fig. 9 - Abertura da janela ao Fig. 10 - Descolamento da Fig. 11 - Preenchimento do seio Fig. 12 - Parafuso tenda
seio maxilar esquerdo. membrana do seio maxilar. maxilar com o PRF-block. instalado na região atrófica.

13 14 15

Fig. 13 - PRF-block depositado Fig. 14 - Membranas de l-PRF sob o Fig. 15 - Sutura finalizando a cirurgia.
sob os parafusos tenda. enxerto ósseo.

DISCUSSÃO

Normalmente os defeitos verticais vem associados aos defeitos excelente estrutura osteocondutora, permitindo a vascularização e
horizontais, sendo necessário reconstruir em todas as dimensões a deposição celular.16, 17, 18
para recriar um resultado estético e funcional para a instalação de O PRF é uma matriz de fibrina forte e natural, que concentra
implantes. O enxerto ósseo autógeno há muito tempo é considerado plaquetas e leucócitos da coleta do sangue, sendo assim representa
o padrão-ouro para defeitos severos. No entanto, em grandes uma complexa arquitetura de uma matriz de cicatrização. Esta
reconstruções requer uma quantidade significativa de osso. Bach estrutura única pode ser capaz de atuar como um veículo de
Le et. al.9, relata o uso de osso da crista do ilíaco e malha de titânio, transporte de células necessárias para a regeneração tecidual. Devido
porém, além da alta taxa de reabsorção da crista, há também o alto a todos estes fatores de crescimento no PRF, a fibrina natural se
custo de hospitalização. Eles reforçam assim, que a utilização de mantém ativa por um período relativamente mais longo e estimula a
aloenxertos mineralizados possuem grandes vantagens, como uma regeneração do tecido efetivamente.19, 20, 21
boa incorporação e estrutura adequada para a posterior instalação A técnica do “parafuso tenda”, ao instalar os parafusos de titânio
dos implantes.6, 9 nos locais dos defeitos, a intenção é preservar e manter espaço
Para um implante bem sucedido, a osseointegração rápida e adequado sob a membrana para a regeneração óssea e prevenir o
a estabilidade no longo prazo são pré-requisitos fundamentais. colapso. Os parafusos evitam que os tecidos moles exerçam pressão
Quando temos a condição de instalação de implantes em regiões sobre o enxerto, deslocando e/ou causando um remodelamento do
enxertadas, necessitamos de um osso com tais caraterísticas mesmo. Com base nisto, o processo de utilização dos “parafusos
para termos sucesso na técnica. Portanto, ambos os processos tenda” é um método seguro e eficaz para reconstruir os defeitos. Este
são importantes. Por isso, tem sido utilizado para a enxertia conceito confirmou que a manutenção óssea ocorre até ao nível das
hidroxiapatita em conjunto com outras cerâmicas como fosfato de cabeças dos parafusos.9, 10,11
cálcio. Pensando assim, o Nanosynt (FGM®, Brasil) é um material O sucesso deste relato de caso indica que, mesmo em uma situação
sintético bifásico de substituição óssea a base de Fosfatos de com defeitos ósseos tridimensionais severos, a regeneração óssea
Cálcio (60% hidroxiapatita e 40% de β-fosfato tricálcio). Sua guiada utilizando parafuso tenda pode servir como uma alternativa
morfologia nanoestruturada confere excelente resposta biológica para a utilização de enxertos em bloco. Ao instalar parafusos de titânio
e resultados clínicos surpreendentes. A alta porosidade favorece a no local de enxertia, o objetivo é preservar e manter espaço adequado
vascularização, a migração de osteoblastos e a deposição óssea. entre osso e tecido gengival. Sendo assim, os parafusos tenda servem
Permite a conexão do tecido ósseo em formação e/ou neoformado como suporte mecânico ao bioenxerto, evitando os tecidos moles de
com o tecido ósseo circunjacente. Evita a encapsulação do tecido invadirem a região enxertada. Tanto nos achados clínicos como nos
ósseo em formação pelo tecido conjuntivo fibroso. Também tem radiográficos a excelente expansão horizontal como vertical.

106 | FGM 2018 | Volume 2


16 17

Fig. 16 - Cortes tomográficos da região do enxerto no seio maxilar.

Fig. 17 - Cortes tomográficos do lado direito e


esquerdo com ganho de volume ósseo.

CONCLUSÕES 18 19

Assim concluímos, com base nos


resultados cirúrgicos, que a técnica da
regeneração óssea guiada com parafuso
tenda com a associação de enxerto sintético
bifásico a base de fosfato de cálcio, i-PRF e
Fig. 18 - Enxerto ósseo integrado sob Fig. 19 - Implantes instalados.
L-PRF é um método seguro e eficaz para a
membranas de l-PRF.
reconstrução de maxilas atróficas.

LEITURA SUGERIDA

1. Cortese A, Pantaleo G, Amato M, Howard C M, Pedicini L, Claudio P P. Platelet-Rich Fibrin (PRF) in Implants Matrix Expansion (Tent Pole) Grafting in the Reconstruc-tion of a Severely Resorbed Edentulous Mandible.
Dentistry in Combination with New Bone regenerative Flapless Technique: Evolution of the Technique and Final Technical Note. Brazilion Dental Journal (2015) 26 (2): 193-197.
Results. Open Med Wars. 2017 Mar 9; 12:24-32. 13. Sheik Z, Hamdan N, Ikeda Y, Grynpas M, Ganss B, Glogauer M. Natural graft tis-sues and synthetic biomaterials
2. Covani U, Ricci M, Bozzolo G, Mangano F, Zini A, Barone A. Analysis of the pattern of the alveolar ridge for periodontal and alveolar bone reconstructive applications: a review. Biomaterials Research (2017) 21:9.
remodeling following single tooth extraction. Clin Oral Implants Res. 2011 Aug; 22 (8): 820-5. 14. Krasny M, Krasny K, Kamiski A, Fiedor P. Allogeneic materials in complications as-sociated with pre-
3. Oliveira M R, Silva A de C, Ferreira S, Avelino C C, Garcia Jr. I R, Mariano R C. In-fluence of the association implantation restoration of maxillary and mandibular alveolar pro-cesses. A four case report. Cell Tissuc Bank
between platelet-rich fibrin and bovine bone on bone re-generation. A histomorphometric study in the calvaria (2014) 15:381-389.
of rats. Int. J. Oral Maxilofac. Surg, 2015; 44: 649-655 15. Barboni B, Mangano C, Valbonetti L, Marruchella G, Berardinelli P, Martelli A, Muttini A, Mauro A, Bedini
4. Bilhan H. An alternative method to trea a case with severe maxillary atrophy by the use of angled implants R, Turriani M, Pecci R, Nardinocchi D, Zizzari V L, Tetè S, Piattelli A, Mattioli M. Synthetic bone substitute
instead of complicated augmentation procedures: a case report. J Oral Implantol, 2008; 34 (1): 47-51. engineered with amniotic epithelial cells enhances bone regeneration after maxillary sinus augmentation. PLos
5. Gulinelli J L, Dutra R A, Marão H F, Simeão S F P, Groli Klein G B, Santos P L. Max-illa reconstruction One. 2013 May 17; 8(5): e63256.
with autogenous bone block grafts: computed tomography eval-uation and implant survival in a 5-year 16. Costa-Rodrigues J, Silva A, Santos C, Almeida M M, Costa M E, Fernandes M H. Complex effect of
retrospective study. Int J Oral Maxillofac. 2017 Aug; 46(8): 1045-1051. hydroxyapatite nanoparticles on the differentiation and functional activity of human pre-osteoclastic cells. J
6. Ayub L G, Novaes Júnior A B, Grisi M F M, Taba Júnior M, Palioto D B, Souza S L S. Guided bone regeneration Biomed Nanotechnol. 2014 Dec; 10(12): 3590-600.
and their therapeutic applications. Braz J Periodontol. 2011 Dec. 17. Deligianni D D, Katsala N D, Koutsoukos P G, Missirlis Y F. Effect of surface rough-ness of hydroxyapatite on
7. Zhao J-H, Tsai C-H, Chang Y-C. Management of radicular cysts using platelet-rich fibrin and bioactive glass: human bone marrow cell adhesion, proliferation, differ-entiation and detachment strength. Biomaterials. 2001
A report of two cases. Journal of the Formosan Medical Association. 2014, 113, 470-476. Jan; 22(1): 87-96.
8. Zhao J-H, Tsai C-H, Chang Y-C. Clinical application of platelet-rich fibrin as the sole grafting material in 18. Laquerriere P, Grandjean-Laquerriere A, Jallot E, Balossier G, Frayssinet P, Gue-nounou M. Importance of
maxillary sinus augmentation. Jornal of the Formosan Med-ical Association. 2015, 114, 779-780. hydroxyapatite particles characteristics on cytokines pro-duction by human monocytes in vitro. Biomaterials.
9. Le B, Rohrer MD, Prasad H S. Screw “tent-pole” grafting technique for reconstruc-tion of large vertical 2003 jul; 24(16): 2739-47.
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2010 Feb; (2): 428-35. odonto-/osteogenic capacity of a novel transplant com-bined with dental pulp stem cells and platelet-rich
10. Korpi J T, Kainulainen V T, Sándor G K, Oikarinen K S. Long-term follow-up of se-verely resorbed fibrin. Cell Tissue Res. 2015 Aug; 361(2): 439-55.
mandibles reconstructed using tent pole technique without platelet-rich plasma. J Oral Maxillofac Surg. 20. Choukroun J, Adda F, Schoeffler C, Vervelle A. Une opportunité en paro-implantologie: Le PRF.
2012 Nov; 70 (11):2543-8. Implantodontie. 2001;42:55-62.
11. Xiao T, Zhao Y, Luo E, Hu J, Use of Screw “Tent-Pole” Grafting Technique for Re-construction of Large Alveolar 21. Cortese A, Pantaleo G, Amato M, Howard C M, Pedicini L, Claudio P P. Platelet-Rich Fibrin (PRF) in Implants
Ridge Defects : A Case Report, Journal of Oral and Maxillofacial Surgery (2015), doi: 10.1016/j.joms.2015.08.007. Dentistry in Combination with New Bone Regenera-tive Flapless Technique: Evolution of the Technique and
12. Sverzut C E, Trivellato A E, Sverzut A T. Use of a Titanium Mesh “Shelter” Com-bined with the Soft Tissue Final Results. Open Med. 2017; 12: 24-32.

FGM 2018 | Volume 02 | 107


Elevação de seio maxilar
traumática utilizando o
biomaterial sintético Nanosynt
AUTORES: Prof. Leonardo Vieira Bez, Prof. Luíza Zapellini e Profª. Roberta Michels.

FINAL

INTRODUÇÃO

A perda de elementos dentais resulta clinicamente na diminuição leucoplaquetária autóloga (PRF) e fibrina leucloplaquetária
do volume do rebordo alveolar sendo uma consequência da autóloga injetável (I-PRF), podem trazer inúmeros resultados
remodelação óssea após a cicatrização do alvéolo dentário.¹ positivos devido as características do enxerto autógeno. Se
A regeneração óssea pode ser realizada utilizando osso autógeno trata de um material autógeno que libera fatores de crescimento
(sínfise mentoniana, calota craniana, ramo da mandíbula, crista durante um longo período. Esse material oferece respostas
ilíaca), ou utilizando substitutos ósseos (matérias xenógenos, realmente expressivas devido ao aumento na liberação de
aloplásticos).2 Porém, a morbidade pós-operatória ao usar o osso citocinas no momento mais importante: durante a cicatrização
autógeno faz com que se abra mão dessa técnica quando é preciso de feridas.6
um grande volume ósseo. 3,4 Antes da realização de cirurgia de implantes na região posterior
Um material sintético bifásico para substituição óssea, adequado da maxila é necessário analisar tomograficamente o volume ósseo
para a enxertia óssea em região de seio maxilar é o Nanosynt. O residual abaixo do seio maxilar. Depois de serem identificadas as
substituto ósseo é a base de fosfato de cálcio composto por 60% de deficiências ósseas verticais e horizontais do rebordo alveolar, o
hidroxiapatita e 40% de β-fosfato tricálcio, com alta porosidade que cirurgião dentista poderá decidir qual abordagem cirúrgica utilizar na
favorece a vascularização e a migração de osteoblastos, facilitando ausência de altura óssea remanescente.
assim a neoformação óssea.5 A elevação do assoalho do seio maxilar tem como objetivo obter
A associação de substitutos ósseos sintéticos com a fibrina espessura e altura óssea suficiente para inserção de implantes.

108 | FGM 2018 | Volume 2


“A elevada área de superfície em virtude da porosidade dos grânulos
de Nanosynt o torna extremamente amigável à hidratação, modulando
positivamente sua solubilidade em meio biológico e contribuindo
significativamente para uma excelente resposta de formação óssea.”

FICHA
INICIAL Paciente do gênero feminino, 61 anos de idade.

A QUEIXA
Fig. 1 - Imagem tomográfica da maxila a ser reabilitada bilateralmente.
A paciente buscou assistência odontológica por estar
2 insatisfeita com a atual prótese total removível, tanto em
seu aspecto estético quanto funcional.

ANAMNESE
No intuito de ratificar a boa condição de saúde observada
na análise clínica, a paciente foi encaminhada a centros
de imagem e de exames sanguíneos complementares
(hemograma), estando apta ao procedimento.

PLANEJAMENTO
O planejamento proposto foi o de levantamento de seio
bilateral para instalar uma prótese total sobre implantes à
posteriori. A fase cirúrgica foi divida em dois momentos:
um levantamento em cada abordagem, sempre associado
aos agregados plaquetários.
Fig. 2 - Seio maxilar após a realização da osteotomia e elevação da
membrana de Schneider.

3 4

Fig. 3 - Agregados plaquetários obtidos a partir da centrifugação Fig. 4 - Detalhe do agregado plaquetário obtido por venopunção. Dele se
sanguínea autóloga da paciente. obtém a membrana de fibrina rica em plaquetas e leucócitos (L-PRF).

FGM 2018 | Volume 02 | 109


RELATO DO CASO

Paciente de sexo feminino, 61 anos de idade, leucoderma, A elevação da membrana de Schneider foi realizada com duas curetas,
apresentou-se no curso de pós-graduação em implantodontia pois a presença de septos ósseos durante o descolamento aumentam
UNESC (Universidade do Extremo Sul Catarinense), com a as chances de ruptura da mesma.
queixa principal principal a ausência dentária. Durante o exame Obteve-se o I-PRF e o PRF por venupunção de 8 tubos de 10mL da
clínico intraoral identificou-se que a paciente utilizava uma veia intercubital do braço esquerdo da paciente. Logo em seguida, os
prótese total superior. tubos foram colocados em uma centrifuga: o I-PRF por três minutos,
Após a realização de exames complementares e tomográficos, e o PRF por doze minutos com rotação de 2700rpm, separando o
constatou-se a necessidade da realização de enxerto ósseo na coágulo de fibrina das células vermelhas do sangue. Os coágulos de
região de seio maxilar, para a obtenção de altura óssea e posterior fibrina foram comprimidos em uma caixa específica para a obtenção
reabilitação oral com implantes (Fig. 1). de membranas de fibrina leucoplaquetária autóloga (Fig. 4).
A realização da cirurgia ocorreu do seguinte modo: iniciou-se com As membranas foram recortadas e misturadas ao biomaterial
a anestesia dos nervos alveolar superior posterior, infraorbitário, Nanosynt formando uma espécie de bloco ósseo (Figs. 6, 7 e 8) para
palatino maior e anestesias isquêmicas. Valendo-se de uma lâmina posterior preenchimento do seio maxilar (Fig. 9).
15c foi realizada uma incisão na crista do rebordo e duas incisões Após a inserção do material de enxerto, foram posicionadas
verticais para acessar a parede vestibular do seio maxilar. Foram membranas reabsorvíveis e acima delas membranas de PRF,
criadas duas janelas ósseas de acesso com broca esférica de peça ambas para recobrimento da osteotomia e então sutura do local
reta, em razão da presença de um importante septo ósseo na região. (Figs. 10, 11 e 12).

5 6 7

Fig. 5 - Membrana (L-PRF) sendo introduzida no Fig. 6 - Forramento intrasinusal formado pela Fig. 7 - Fibrina leucoplaquetária autóloga injetável
seio maxilar anteriormente ao biomaterial. Deste acomodação das membranas de L-PRF. (I-PRF) sendo depositada no substituto ósseo
modo, um forramento é utilizado para proteger a Nanosynt.
membrana de Schneirder e otimizar a regeneração
óssea local.

8 9 10

Fig. 8 - Finalização do gotejamento de fibrina pré- Fig. 9 - Incorporação fragmentada de L-PRF ao Fig. 10 - Detalhe do produto obtido após a
polimerizada sobre o Nanosynt. biomaterial. incorporação de I-PRF e fragmentos de L-PRF.

110 | FGM 2018 | Volume 2


11 12 13

Fig. 11 - Polimerização da fibrina, mostrando a Fig. 12 - Bloco do substituto ósseo Nanosynt Fig. 13 - Início do preenchimento no seio maxilar.
incorporação do biomaterial sintético à trama formado após a geleificação da fibrina
biológica. leucoplaquetária autóloga (PRF) e fibrina
leucoplaquetária autóloga injetável (I-PRF).

14 16

Fig. 14 - Término do preenchimento.

15

Fig. 15 - Seio maxilar após o preenchimento Fig. 16 - Colocação da membrana de fibrina leucoplaquetária autóloga (L-PRF) sobre
com o enxerto ósseo e colocação da membrana a membrana reabsorvível.
reabsorvível.

17

Fig. 17 - Imagem panorâmica após a realização do enxerto.

CONCLUSÕES REFERÊNCIAS
1. J C Joly, P F M Carvalho, R C Silva. Reconstrução Tecidual Estética: procedimentos plásticos e
regenerativos periodontais e peri-implantares. São Paulo: Quintessence PublishingCo 2015; 415.
2. J C Joly, P F M Carvalho, R C Silva. Reconstrução Tecidual Estética: procedimentos plásticos e
regenerativos periodontais e peri-implantares. São Paulo: Quintessence PublishingCo 2015; 311.
3. H Katsuyama, S S Jensen. TreatmentGuide:Procedimentos de Elelevação do Assoalho do Seio Maxilar.
Concluiu-se que a Técnica Traumática de Elevação do Seio Maxilar Tradução de Ludmil de Campos Fruchicom. Berlim: QuintessencePublishingCo 2011; 21-52.
é uma técnica previsível e quando bem executada possui altas taxas 4. A Tadinada, E Jalali, W Al-Salman, S Jambhekar, B Katechia, K Almas. Prevalence of bony septa, antral
pathology, and dimensions of the maxillary sinus from a sinus augmentation perspective: A retrospective
de sucesso. A associação entre PRF e o Nanosynt demonstrou ser cone-beam computed tomography study. Imaging Science in Dentistry. 2015; 46(2):109-15
5. ©FGM produtos odontológicos. Seção disponível em: http://www.fgm.ind.br/site/produtos/implantes-
efetiva para enxertia em seios maxilares.
biomateriais/substituicao-ossea-nanosynt/. 2016.
6. Intra-Lock® System. Membrana Autóloga de Fibrina e Plaquetas para Aceleração da Reparação Tecidual.
Seção disponível em: http://www.intra-lock.com.br/prf_porque.php. 2009.

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V
ai longe o tempo em que o paciente ia ao consultório de
dentista apenas para reparar uma cárie ou tratar um canal.
Hoje, sua grande expectativa é nada menos que o sorriso
perfeito – e a boa notícia é que a evolução tecnológica permite
que esse sonho se torne realidade, com o uso crescente de meios
digitais para soluções terapêuticas avançadas, cada vez mais
rápidas, mais acessíveis e minimamente invasivas. Expressões
como robótica, tecnologia CAD/CAM e impressão 3D passam a
fazer parte do repertório da odontologia, o que exige um perfil
dinâmico e inovador, alinhado com tantas demandas das gerações
atuais, para que o profissional se mantenha competitivo. Nesse
contexto, vale anotar que a oferta de cursos de especialização
em diferentes formatos, presenciais ou a distância, é tão vasta
que só não se qualifica quem não quer. Um exemplo disso leva
assinatura da própria FGM, que lançou o primeiro de curso do país
em planejamento de implantes via plataforma digital, em convênio
com o IBREP.

Em outra vertente, destaca-se na Região Sul o caso da Faculdade


Avantis, de Balneário Camboriú, que mantém especializações muito
procuradas em ramos como robótica e harmonização facial. Fundada
em 2002, inicialmente com foco na graduação, a Avantis tem pouco
mais de dez cursos, mas o carro-chefe é a odontologia. Há cerca
de quatro anos, a instituição é dirigida pelo professor Mohamad
Hussein Abou Wadi, odontólogo com mestrado em Ortodontia e
Ortopedia Facial. Empreendedor por vocação, Mohamad é sócio de
várias instituições de ensino espalhadas pelos três estados do Sul,
comandando o Grupo Harmonique, que atua exclusivamente na área
da saúde. Seus planos são ousados. Em três anos, espera chegar a
seis mil alunos de odontologia, o que tornaria o grupo o número um
do país, em escolas particulares, atuando nesse campo. Até 2024,
a meta é somar dez mil estudantes – “aí, a gente vira o maior grupo
mundial de odontologia na área privada”. Também administra o
Instituto Odontológico das Américas (IOA), que lançou programa de
imersão para dentistas em Miami. É sobre esses temas que Mohamad
Presidente da Avantis e CEO do Grupo Harmonique,
concedeu entrevista à Revista FGM News Implantes.
que mantêm cursos de graduação e pós na Região Sul,
defende o estímulo ao empreendedorismo do dentista e
Sua trajetória profissional é voltada ao empreendedorismo. Essa é
uma maior integração dos segmentos profissionais para uma vocação que o dentista brasileiro precisa desenvolver?
“ditar tendências no mercado” Com certeza. Costumo ministrar palestras sobre empreendedorismo
e gestão no Brasil todo, para públicos diversos. Antigamente, na
área odontológica, a média era de um a dois eventos por ano. Hoje,
são três por mês. Empreender é uma necessidade do mercado, só
que os dentistas não sabem como fazer, e têm dificuldades até em
questões triviais. Entendendo o quanto isso é importante, na Avantis,
“Quando olho para a marca tomamos o cuidado de incluir nos currículos de graduação uma
disciplina de gestão mercadológica e buscamos dar oportunidades
FGM, a primeira coisa que no mercado logo que o estudante se forma.

lembro é qualidade, uma Qual a principal inquietação que o senhor ouve nessas palestras?
Muitos se mostram perdidos e não sabem por onde começar, nem

referência. Tiro o chapéu sequer para montar um consultório. Precisamos virar essa página,
o dentista tem condições de ir longe, o universo da odontologia é
amplo. Se a classe estiver unida, pensando de maneira comum,
para o belíssimo trabalho poderá fazer qualquer coisa. Podemos ditar tendências no mercado
da estética, no conjunto da obra. Afinal, somos mais de 300 mil
que a FGM faz.” dentistas no Brasil, 12% ou 13% da população mundial desses
profissionais. Outro ponto diz respeito à divulgação do trabalho.
Existe um mercado significativo a desvendar, mas precisamos nos
vender de forma diferente, tornar o cuidado com o dente e o sorriso

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bonito uma questão de status. Marketing, quando bem feito, vende Mas a ruptura precisa ser feita, para que o dentista trabalhe focado
o que você quiser. Indústria, faculdades, entidades profissionais, no mercado. Não apenas fazendo tratamento de canal ou cirurgia
os vários segmentos envolvidos precisam se unir para enfatizar a de necessidades patológicas, mas entendendo que as pessoas têm
importância social da odontologia. No ranking das necessidades novos desejos que precisam ser contemplados. O mercado está
humanas, esta tem que vir em primeiro lugar. pujante, é só o dentista abraçar.

Que leitura o senhor faz dos avanços da odontologia brasileira, Existem esforços para preencher esse gap?
comparando com o primeiro mundo? Sim, e a Avantis lidera algumas novas especialidades que lançou no
Vai haver uma forte ruptura no mercado de trabalho. A indústria mercado, como robótica e harmonização facial – mas tem que se
brasileira avançou demais. Na área educacional, o desafio é alcançá- mudar toda uma cultura, se não, daqui a pouco, o dentista não vai se
la. Surgem aparelhos formidáveis, mas faltam pessoas preparadas conectar com a tecnologia. A solução digital é mais rápida, perfeita e
para operá-los. Está havendo uma mudança de cultura, da analógica barata, otimizando processos. No entanto, poucas instituições estão
para a digital. O profissional 100% escultor, artista, que tinha que atentas a essa ruptura. O papel de ensinar o dentista a usar as novas
desenvolver habilidade manual gigantesca, passa para outro perfil, tecnologias cabe à faculdade. Quando lançamos os cursos de robótica
aprende a trabalhar com softwares e aplicativos, com programação. e harmonização, procuramos atender a uma demanda do mercado
Para operar uma máquina de robótica, um CAD/CAM, uma impressora bastante expressiva, há uma lacuna evidente por formação.
3D, para saber os materiais que vai usar, tem que entender de
software e tecnologia. Essa solução vai ser cada vez mais barata e Falando em formação e excelência profissional, como funciona este
se disseminar com tamanha rapidez que, se o dentista tradicional não instituto que a Avantis. mantém nos Estados Unidos?
entender que precisa migrar para o digital, no futuro não terá como É um instituto de pós-graduação, situado em Miami. Oferecemos vários
competir. É como, na era do smartphone, querer vender celular sem cursos para o dentista que já é especialista e busca uma imersão.
internet. Hoje, a coisa mais cara que existe no mundo é o tempo, e a Duram de três dias a uma semana, partindo de um nível mais leve,
indústria trabalha focada nisso: quer que você entregue ao cliente a somente teórico, ou médio, teórico e prático, e também mais avançado
solução naquele minuto em que ele está no consultório, sem voltar – teórico, prático laboratorial e prático em cadáver fresco. Ao mesmo
muitas vezes. O sonho do paciente é ir para o dentista, resolver tempo, o programa inclui a vivência de visitar clínicas norte-americanas
tudo naquele dia e ir embora. É a resolutividade que a indústria quer de propriedade de brasileiros. Um pacote completo. Os professores vêm
oferecer, por exemplo, com o implante ósseo integrado, no qual você do mundo inteiro, buscamos convidar alguns dos melhores em cada
pode aplicar a carga imediata, produzir a prótese e instalar na boca. área, como endodontia, harmonização facial, implante e ortodontia. Os
Em algumas atividades, isso já chegou: diagnóstico, planejamento e cursos são em inglês, com tradução simultânea, e o participante recebe
execução viraram 100% digital. Aqui, vamos lançar o primeiro curso certificado internacional com selo da associação norte-americana de
100% digital do Brasil. Não teremos mais que trabalhar com modelo odontologia. O programa é voltado a profissionais de toda a América
ou moldagem, coisas que contaminam, levam tempo, provocam Latina e a média vai de 30 a 50 participantes, dependendo da área. Os
distorção. Estou falando que você vai fazer um escaneamento cursos são muito procurados.
imediato do preparo do dente, imediatamente vai produzir o elemento
com infinidades de opções de resolução final, até com uma biblioteca Que tipo de conhecimento esses profissionais vão buscar lá?
anatômica dos dentes. Essa situação vem com força, em cursos que A riqueza é enorme, a começar pelo fato de ser um grupo seleto, ou
vão da harmonização facial, estética dental e facial, à odontologia seja, o próprio networking é nivelado por cima. Eles terão uma ideia de
digital e robótica, para preencher lacunas no mercado. uma indústria de ponta, o suprassumo do mercado, além da vivência
na cidade de Miami, onde se respira comércio. Os cursos são mais
Então a indústria está adiantada? avançados, trazem uma visão do que o mundo pensa a respeito do que
Sim. E o mercado em si está aquecido para a estética, para o está sendo tratado. E o profissional volta com certificado americano,
consumo, mas o dentista mantém a cultura voltada para a parte o que sempre chama atenção do cliente. Em setembro, a turma teve,
curativa, talvez sem perceber que isso pressupõe também a pela primeira vez, aula de ortodontia digital, escaneamento da boca,
autoconfiança do cliente, que vai buscar, cada vez mais, cuidados fabricação na hora de moldeiras com correção ortodôntica. Visitamos
com a estética. Desvio de uma linha média, desgaste num dente, o CAD/CAM Center. A ideia é que retornem ao Brasil com outra cabeça.
falta de coloração, o mundo da estética é tão perfeccionista que Até porque são pessoas que já têm visão diferenciada por estar indo,
exige que você acompanhe em todos os níveis. Existe necessidade são líderes de mercado nas suas regiões. Montamos o instituto há dois
de “atualizar” o sorriso. A pessoa envelhece, mesmo que não tenha anos. Em 2018, já temos seis cursos programados.
doença; cai o lábio superior, o sorriso desgasta etc. A estética veio
para ficar, ninguém mais do que o dentista entende dessa parte, O senhor evidenciou os avanços da indústria brasileira no setor
ele tem uma bagagem muito grande. E a harmonização facial é um odontológico. Como vai funcionar a parceria que está sendo firmada
mercado nobre, uma entrega que podemos fazer com excelência entre a Avantis e a FGM?
e a preços adequados. Tem gente apaixonada por esse setor, que Estou muito satisfeito com essa parceria. Foi uma honra e uma
está crescendo muito, e cursos de excelência na área. As primeiras realização. Procuro aliar nossa marca – que é tão bem trabalhada e
especializações de odontologia robótica e de estética orofacial do pretendo tornar uma grife educacional – a empresas que pensam como
país foram lançadas pela Avantis. nós. Espero que seja uma parceria longa e salutar. Quando olho para a
marca FGM, a primeira coisa que lembro é qualidade, uma referência.
E da parte do profissional, faltaria então uma visão voltada a esses Tiro o chapéu para o belíssimo trabalho que a FGM faz. Vamos tentar
novos mercados e demandas do paciente? inserir os produtos no dia a dia das clínicas e avaliar as necessidades
De fato, é difícil se ter uma visão mercadológica na área da saúde. para a melhor utilização possível dessa parceria.

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COLABORADORES
DESTA EDIÇÃO
Amauri Costa Edwin Ruales
Especialista em Implantodontia (UNESC) Doutorando em Implantodontia (UFSC - SC - Brasil)
Graduado em odontologia (Ulbra Torre) Mestre em Implantodontia (UFSC - SC - Brasil)
Graduação em Odontologia (Universidade Central do Equador - Quito
Antônio Neves - Equador)
Graduado em Odontologia (UFPR) Gabriel Haddad Kalluf
Especialista em implantodontia Mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial (Universidade Federal de
Professor da especialização em Implantodontia (IOA - Joinville) Uberlândia)
Especialista em cirurgia Bucomaxilofacial (Santa Casa Piracicaba)
Bernardo Born Passoni Formação em Cirurgia Ortognática e Cirurgia de ATM
Doutor em Implantodontia (UFSC) Professor carreirista de Cirurgia Bucomaxilofacial e Anestesiologia da
Mestre em Implantodontia (CEPID/ Universidade Federal de Universidade regional de Blumenau (FURB)
Santa Catarina) Professor titular em cursos de especialização em implantodontia
Especialista em Periodontia (CEPID/ Universidade Federal de (EPOG-Joinville)
Santa Catarina)
International Scholar Student at Katholieke Universiteit Joseane Silva
Leuven / Belgium Mestrando em Implantodontia (CEPID/UFSC – SC – Brasil)
Professor da Especialização em Implantodontia (UNIQUE Aperfeiçoamento em Implantodontia (UFSC – SC – Brasil)
Ensino Odontológico) Especializanda em Implantodontia na UNIQUE (SC – Brasil)
Professor de Periodontia (Unisul)
Jiuliani Radünz
Caroline Freitas Rafael Especializando em Implantodontia (Avantis)
Doutoranda em Odontologia (Implantodontia da UFSC e da Ludwig- Cirurgiã-dentista (ULBRA - Cachoeira Do Sul)
Maximmilians Universitat, Munique) Cirurgiã-dentista no Instituto Antônio Neves
Mestre em reabilitação oral (Universidade Veiga de Almeida)
Professora dos cursos de Especialização em Implantodontia e Lara S. Back
Aperfeiçoamento em Prótese Dentária (NOE de Vila Velha e Faipe) Graduanda em odontologia da Universidade do Extremo Sul
Especialista em prótese dentária pelo Sindicato dos Odontologistas Catarinense (UNESC)
do Estado do Espírito Santo e Implantodontia (Unicsul)
Leonardo Vieira Bez
Carolina Morsch Mestre e doutorando em Implantodontia (UFSC)
Doutoranda, Mestre e Especialista em Implantodontia (UFSC)
Luíza Zapellini
Cesar Amboni Especialização em Implantodontia (UNESC)
Especialização Implantodontia da Universidade do Extremo Sul Aperfeiçoamento em cirurgia oral menor (CESC)
Catarinense (UNESC) Graduação Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)

César Augusto Magalhães Benfatti Mario Homem


Doutor e Mestre em Implantodontia (UFSC) Mestre e Especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor
Coordenador do Centro de Ensino e Pesquisa em Implantes Orofacial (SLM/UNICAMP)
Dentários (CEPID - UFSC) Especialista em Prótese Dentária (UFSC)
Professor adjunto da UFSC
Professor permanente do Programa de Pós-graduação em Michele Vivas
Odontologia, área de concentração Implantodontia Especialista em Dentística (Unigranrio)
Especialista em endodontia (SL Mandic)
Diogo Robert Claudino dos Santos Graduada (Unigranrio - 2002)
Especialista em Implantodontia (Universidade Cruzeiro do Sul - Professora e Coordenadora de cursos do Instituto R2 capacitação
Joinville - SC) em odontologia
Especialista em Prótese Dentária (EPOG - Joinville - SC) Professora do curso de atualização em estética da Certo odontologia
Pós-graduado em Cirurgia Oral Menor (UFSC – Florianopolis - SC) Professora de especialização em Dentística da policlínica geral do Rio
Graduação em Odontologia (UFSC – Florianópolis - SC) de Janeiro.

Eduardo Kalil
Mestre em Implantodontia
Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial
Professor coordenador do curso de especialização e cirurgias
avançadas (Fapesp - SP)
Professor da disciplina de clínica cirúrgica (Universidade Nove de
Julho – UNINOVE)

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Patricio Runnacles Rodrigo Melim Ferreira
Doutor em Dentística Restauradora (UEPG) Pós-Graduado em Implantes Dentários (CETRODONTO -
Mestre em Odontologia Clínica (UP) Florianópolis)
Especialização em Implantodontia (UP) Especialista em Prótese Dentária (UFSC)
Especialização em Prótese Dental (AONP) Graduado em Odontologia (UFSC)
Aperfeiçoamento em Implantodontia (UFPR)
Aperfeiçoamento em Prótese Dental (SPEO) Roberta Michels
Aperfeiçoamento em Periodontia (SPEO) Graduação Odontologia (UNESC)
Graduação em Odontologia (UFPR) Aluna Liga em periodontia e Implantodontia (UNESC)

Pedro Guedes Pinto Rodrigo S. Reis


Mestre em Biodontologia (Unib) Doutorado em Odontologia (UFRJ)
Especialista em Cirurgia BMF (APCD) Master of Science em Odontologia Restauradora (University of
Graduado em Odontologia (FORP-USP) Michigan)
Residência em Cirurgia Buco-Maxilo-facial no Hospital Universitário Master of Science em Biomateriais (University of Michigan)
(USP-SP) Pós-graduado em Implantes (CERTO Odontologia)
Treinamento em implantes e enxertos orais pela Universidade de Prof. Coordenador do curso de Pós-graduação de Estética em Clínica
Harvard (EUA) Integrada I.O. (PUC-RJ)
Possui treinamento de implantes em Frankfurt - Alemanha
Rogério Goulart da Costa
Rafael Cury Cecato Pós-doutorado pela Pontifícia Universidade Católica (PUCPR)
Mestrando em Odontologia - Área de concentração em Doutor em Odontologia pela Pontifícia Universidade Católica
Implantodontia (UFSC - SC - Brasil) (PUCPR)
Especialista em Periodontia (PUC - PR - Brasil) Mestre em Odontologia Clínica pela Universidade Positivo (UP)
Consultor científico sênior - Biomateriais - na empresa FGM Especialista em Prótese Dentária pela Universidade Federal do
Produtos Odontológicos (SC - Brasil) Paraná (UFPR)
Pós-graduado em Oclusão e DTM pela (UFPR)
Rafael Simão Professor e Coordenador do Curso Técnico em Prótese Dentária do
Mestre em Biodontologia (Unib -SP) Instituto Federal do Paraná (IFPR)
Especialista em Implantodontia (APCD) Professor dos Cursos de Especialização em Prótese Dentária e
Especialista em Fisiologia do Envelhecimento (USP-SP) Implantodontia da Universidade Positivo (UP)
Especialista em Anatomia Cirúrgica Facial (SLMandic-SP)
Credenciamento em implantes pela 3i – Implantes Inovation Inc Tayse Caroline Cunha de Medeiros
Treinamento de implantes em Frankfurt – Alemanha Pós-graduada em Cirurgia oral menor (Balneário Camboriú – SC)
Graduado em odontologia pela UNESP São José dos Campos Pós-graduada em Cultivo primário de células nervosas (US – Sevilla
– Espanha)
Renato Savi Especializanda em Implantodontia (EPOG)
Doutor, Mestre e Especialista em Implantologia (Universidade de São Graduada em Odontologia (UNIVALI)
Paulo)
Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/USP) Thiago Roberto Gemeli
Professor dos cursos de Especialização, Mestrado e Doutorado (São Especialista em Ortodontia
Leopoldo Mandic – Campinas) Mestrando em Ortodontia
Especializando em Implantodontia
Ricardo Henrique Debarba Membro da Academia Brasileira do Sono
Especializando em Implantodontia (UNESC – SC - Brasil) Pós-graduado em Cirurgia Oral Menor
Consultor Científico na empresa FGM
Ricardo de Souza Magini Damon System Certified Provider
Especialista, Mestre e Doutor em Periodontia (FOB-USP)
Professor titular da UFSC Vinícius G. Mendonça
Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Graduando em odontologia da Universidade do Extremo Sul
Odontologia, área de concentração em Implantodontia, da UFSC. Catarinense (UNESC)

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