Raciocínio Lógico Quantitativo Analítico
Raciocínio Lógico Quantitativo Analítico
Raciocínio Lógico Quantitativo Analítico
Conceitos essenciais
TEORIA DOS CONJUNTOS Antes de mais nada devemos saber que conceitos
primitivos são noções que adotamos sem definição.
Exemplo:
a) A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto
formado pelos algarismos do nosso sistema de
numeração.
b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t,
u, v, x, z ) indica o conjunto formado pelas letras do
nosso alfabeto.
c) Quando um conjunto possui número elevado de
elementos, porém apresenta lei de formação bem clara,
podemos representa-lo, por enumeração, indicando os
primeiros e os últimos elementos, intercalados por
reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ; 98 ) indica o
conjunto dos números pares positivos, menores do
que100. Por esse tipo de representação gráfica, chamada
d) Ainda usando reticências, podemos representar, diagrama de Euler-Venn, percebemos que x ∈ C, y ∈
por enumeração, conjuntos com infinitas elementos que C, z ∈ C; e que a ∉ C, b ∉ C, c ∉ C, d ∉ C.
tenham uma lei de formação bem clara, como os
seguintes: 4 Número de elementos de um conjunto
que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C,
possui uma determinada propriedade: tal que n (C) = 1.
Exemplos Exemplo: C = ( 3 )
Exemplo
a) n(A) = 4 Observações:
b) n(B) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de
possuir dote letras, possui apenas seis letras distintas • Quando A não é subconjunto de B, indicamos
entre si. com A ⊄ B ou B A.
c) n(C) = 2, pois há dois elementos que • Admitiremos que o conjunto vazio está contido
pertencem a C: c e C e d e C em qualquer conjunto.
d) observe que:
2 = 2 . 1 é o 1º par positivo 8 Número de subconjuntos de um conjunto dado
4 = 2 . 2 é o 2° par positivo Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n
6 = 2 . 3 é o 3º par positivo n
elementos, então este conjunto terá 2 subconjuntos.
8 = 2 . 4 é o 4º par positivo Exemplo
. .
. . O conjunto C = {1; 2 } possui dois elementos; logo,
. . 2
ele terá 2 = 4 subconjuntos.
98 = 2 . 49 é o 49º par positivo
Exercício resolvido:
logo: n(D) = 49
1. Determine o número de subconjuntos do conjunto
e) As duas retas, esquematizadas na C = (a; e; i; o; u ) .
figura, possuem apenas um ponto comum.
Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário. Resolução: Como o conjunto C possui cinco
5
elementos, o número dos seus subconjuntos será 2 =
6 igualdade de conjuntos 32.
Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e Exercícios propostas:
indicaremos com A = 8, se ambos possuírem os mes-
mos elementos. Quando isto não ocorrer, diremos que 2. Determine o número de subconjuntos do conjunto
os conjuntos são diferentes e indicaremos com A ≠ B. C = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 }
Exemplos .
Resposta: 1024
a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u}
b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a} 3. Determine o número de subconjuntos do conjunto
c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u}
1 1 1 2 3 3
d) {a;e;i;o;u} ≠ {a;e;i;o} C= ; ; ; ; ;
2
e) { x | x = 100} = {10; -10} 2 3 4 4 4 5
f) { x | x = 400} ≠ {20}
2
Resposta: 32
7 Subconjuntos de um conjunto
B) OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de
um conjunto B se todo elemento, que pertencer a A, 1 União de conjuntos
também pertencer a B.
Dados dois conjuntos A e B, chamamos união ou
Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o reunião de A com B, e indicamos com A ∩ B, ao con-
conjunto A estará "totalmente dentro" do conjunto B : junto constituído por todos os elementos que perten-
cem a A ou a B.
2 Intersecção de conjuntos
Exemplos
a) {a;b;c} ∩ {d;e} = ∅
b) {a;b;c} ∩ {b;c,d} = {b;c}
c) {a;b;c} ∩ {a;c} = {a;c}
Exercícios resolvidos
1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t
), determinar os seguintes conjuntos: 3. No diagrama seguinte temos:
a) A ∪ B f) B ∩ C n(A) = 20
b) A ∩ B g) A ∪ B ∪ C n(B) = 30
c) A ∪ C h) A ∩ B ∩ C n(A ∩ B) = 5
d) A ∩ C i) (A ∩ B) U (A ∩ C)
e) B ∪ C
Determine n(A ∪ B).
Resolução Resolução
a) A ∪ B = {x; y; z; w; v }
b) A ∩ B = {x }
c) A ∪ C = {x; y;z; u; t }
d) A ∩ C = {y }
e) B ∪ C={x;w;v;y;u;t}
f) B ∩ C= ∅
g) A ∪ B ∪ C= {x;y;z;w;v;u;t} Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30
elementos de B, estaremos considerando os 5
h) A ∩ B ∩ C= ∅
elementos de A n B duas vezes; o que, evidentemente,
i) (A ∩ B) ∪ u (A ∩ C)={x} ∪ {y}={x;y}
é incorreto; e, para corrigir este erro, devemos subtrair
uma vez os 5 elementos de A n B; teremos então:
2. Dado o diagrama seguinte, represente com
hachuras os conjuntos: : n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B) ou seja:
a) A ∩ B ∩ C
n(A ∪ B) = 20 + 30 – 5 e então:
b) (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
n(A ∪ B) = 45.
4 Conjunto complementar
Estes números foram suficientes para a sociedade Conjunto dos Números Naturais
durante algum tempo. Com o passar dos anos, e o São todos os números inteiros positivos, incluindo o
aumento das "trocas" de mercadorias entre os homens, zero. É representado pela letra maiúscula N.
foi necessário criar uma representação numérica para Caso queira representar o conjunto dos números natu-
as dívidas. rais não-nulos (excluindo o zero), deve-se colocar um *
ao lado do N:
Com isso inventou-se os chamados "números nega- N = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10, ...}
tivos", e junto com estes números, um novo conjunto: o N* = {1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11, ...}
conjunto dos números inteiros, representado pela letra
. Conjunto dos Números Inteiros
São todos os números que pertencem ao conjunto
O conjunto dos números inteiros é formado por to- dos Naturais mais os seus respectivos opostos (negati-
dos os números NATURAIS mais todos os seus repre- vos).
sentantes negativos.
São representados pela letra Z:
Note que este conjunto não possui início nem fim Z = {... -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
(ao contrário dos naturais, que possui um início e não
possui fim). O conjunto dos inteiros possui alguns subconjuntos,
eles são:
Assim como no conjunto dos naturais, podemos re-
presentar todos os inteiros sem o ZERO com a mesma - Inteiros não negativos
notação usada para os NATURAIS. São todos os números inteiros que não são negati-
Z* = {..., -2, -1, 1, 2, ...} vos. Logo percebemos que este conjunto é igual ao
conjunto dos números naturais.
Em algumas situações, teremos a necessidade de
representar o conjunto dos números inteiros que NÃO É representado por Z+:
SÃO NEGATIVOS. Z+ = {0,1,2,3,4,5,6, ...}
Para isso emprega-se o sinal "+" ao lado do símbolo - Inteiros não positivos
do conjunto (vale a pena lembrar que esta simbologia São todos os números inteiros que não são positi-
representa os números NÃO NEGATIVOS, e não os vos. É representado por Z-:
números POSITIVOS, como muita gente diz). Veja o Z- = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0}
exemplo abaixo:
Z+ = {0,1, 2, 3, 4, 5, ...} - Inteiros não negativos e não-nulos
É o conjunto Z+ excluindo o zero. Representa-se es-
Obs.1: Note que agora sim este conjunto possui um se subconjunto por Z*+:
início. E você pode estar pensando "mas o zero não é Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}
positivo". O zero não é positivo nem negativo, zero é Z*+ = N*
NULO.
- Inteiros não positivos e não nulos
Ele está contido neste conjunto, pois a simbologia São todos os números do conjunto Z- excluindo o
do sinalzinho positivo representa todos os números zero. Representa-se por Z*-.
NÃO NEGATIVOS, e o zero se enquadra nisto. Z*- = {... -4, -3, -2, -1}
1) 35 +[ 80 – (42 + 11) ] =
Fonte:
http://www.infoescola.com/matematica/conjuntos- = 35 + [ 80 – 53] =
numericos/ = 35 + 27 = 62
x – 25 = 11
x = 11 + 25 1) 3.4 + 5.8– 2.9=
x = 36 =12 + 40 – 18
= 34
Passamos o número 25 para o outro lado da igual-
dade e com isso ele mudou de sinal. 2) 9 . 6 – 4 . 12 + 7 . 2 =
= 54 – 48 + 14 =
3) Qual o número natural que, adicionado a 8, é i- = 20
gual a 20?
Solução: Não se esqueça:
x + 8 = 20 Se na expressão ocorrem sinais de parênteses col-
x = 20 – 8 chetes e chaves, efetuamos as operações na ordem
x = 12 em que aparecem:
1º) as que estão dentro dos parênteses
4) Determine o número natural do qual, subtraindo 2º) as que estão dentro dos colchetes
62, obtemos 43. 3º) as que estão dentro das chaves.
Solução:
x – 62 = 43 Exemplo:
x = 43 + 62 22 + {12 +[ ( 6 . 8 + 4 . 9 ) – 3 . 7] – 8 . 9 }
x = 105 = 22 + { 12 + [ ( 48 + 36 ) – 21] – 72 } =
= 22 + { 12 + [ 84 – 21] – 72 } =
Para sabermos se o problema está correto é sim- = 22 + { 12 + 63 – 72 } =
ples, basta substituir o x pelo valor encontrado e reali- = 22 + 3 =
zarmos a operação. No último exemplo temos: = 25
x = 105
105 – 62 = 43 DIVISÃO
A multiplicação de qualquer número por 0 é igual a 0. observe agora esta outra divisão:
Esse produto pode ser escrito ou indicado na forma De acordo com a potenciação, temos que x = 3, ou
3 2
2 (lê-se: dois elevado à terceira potência), em que o 2 seja: 3 = 9
é o fator que se repete e o 3 corresponde à quantidade
desses fatores. A operação que se realiza para determinar esse
número 3 é chamada radiciação, que é a operação
3
Assim, escrevemos: 2 = 2 . 2 . 2 = 8 (3 fatores) inversa da potenciação.
(+5) + (-12) = -7
O conjunto dos números inteiros relativos é formado
pelos números inteiros positivos, pelo zero e pelos nú- PROPRIEDADES DA ADIÇÃO
meros inteiros negativos. Também o chamamos de A adição de números inteiros possui as seguintes
CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS e o represen- propriedades:
tamos pela letra Z, isto é: Z = {..., -3, -2, -1, 0, +1,
+2, +3, ... } 1ª) FECHAMENTO
A soma de dois números inteiros é sempre um nú-
O zero não é um número positivo nem negativo. To- mero inteiro: (-3) + (+6) = + 3 ∈ Z
do número positivo é escrito sem o seu sinal positivo.
2ª) ASSOCIATIVA
Exemplo: + 3 = 3 ; +10 = 10 Se a, b, c são números inteiros quaisquer, então: a
Então, podemos escrever: Z = {..., -3, -2, -1, 0 , + (b + c) = (a + b) + c
1, 2, 3, ...}
Exemplo:(+3) +[(-4) + (+2)] = [(+3) + (-4)] + (+2)
N é um subconjunto de Z. (+3) + (-2) = (-1) + (+2)
+1 = +1
REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA
Cada número inteiro pode ser representado por um 3ª) ELEMENTO NEUTRO
ponto sobre uma reta. Por exemplo: Se a é um número inteiro qualquer, temos: a+ 0 = a
e0+a=a
Observando a figura anterior, vemos que cada pon- Exemplos: (+5) + ( -5) = 0 ( -5) + (+5) = 0
to é a representação geométrica de um número inteiro.
5ª) COMUTATIVA
Exemplos: Se a e b são números inteiros, então:
ponto C é a representação geométrica do núme- a+b=b+a
ro +3
ponto B' é a representação geométrica do núme- Exemplo: (+4) + (-6) = (-6) + (+4)
ro -2 -2 = -2
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, Qualquer que seja o número inteiro a, temos:
temos: ( + ) . ( - ) = - (-).(+)=- a . (+1 ) = a e (+1 ) . a = a
Exemplos :
(+5) . (-10) = -50 O número inteiro +1 chama-se neutro para a multi-
(+1) . (-8) = -8 plicação.
(-2 ) . (+6 ) = -12
(-7) . (+1) = -7 4ª) COMUTATIVA
Observemos que: (+2). (-4 ) = - 8
3º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS IN- e (-4 ) . (+2 ) = - 8
TEIROS NEGATIVOS Portanto: (+2 ) . (-4 ) = (-4 ) . (+2 )
Exemplo: (-3) . (-6) = -(+3) . (-6) = -(-18) = +18
isto é: (-3) . (-6) = +18 Se a e b são números inteiros quaisquer, então: a .
b = b . a, isto é, a ordem dos fatores não altera o pro-
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, duto.
temos: ( - ) . ( - ) = +
Exemplos: (-4) . (-2) = +8 (-5) . (-4) = +20 5ª) DISTRIBUTIVA EM RELAÇÃO À ADIÇÃO E À
SUBTRAÇÃO
As regras dos sinais anteriormente vistas podem ser Observe os exemplos:
resumidas na seguinte: (+3 ) . [( -5 ) + (+2 )] = (+3 ) . ( -5 ) + (+3 ) . (+2 )
(+).(+)=+ (+).(-)=- (+4 ) . [( -2 ) - (+8 )] = (+4 ) . ( -2 ) - (+4 ) . (+8 )
(- ).( -)=+ (-).(+)=-
Conclusão:
Quando um dos fatores é o 0 (zero), o produto é i- Se a, b, c representam números inteiros quaisquer,
gual a 0: (+5) . 0 = 0 temos:
a) a . [b + c] = a . b + a . c
PRODUTO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS IN- A igualdade acima é conhecida como proprieda-
TEIROS de distributiva da multiplicação em relação à adi-
Exemplos: 1) (+5 ) . ( -4 ) . (-2 ) . (+3 ) = ção.
(-20) . (-2 ) . (+3 ) = b) a . [b – c] = a . b - a . c
(+40) . (+3 ) = +120 A igualdade acima é conhecida como proprieda-
2) (-2 ) . ( -1 ) . (+3 ) . (-2 ) = de distributiva da multiplicação em relação à sub-
(+2 ) . (+3 ) . (-2 ) = tração.
(+6 ) . (-2 ) = -12
0 0
Consequentemente: (+2 ) = 1 ( -4 ) = 1 POTÊNCIA DE UM PRODUTO
4 4 4 4
[( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )] = ( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )
Qualquer potência de expoente zero é igual a 1. Para calcular a potência de um produto, sendo n o
expoente, elevamos cada fator ao expoente n.
Observação:
2 2 2
Não confundir -3 com ( -3 ) , porque -3 significa POTÊNCIA DE EXPOENTE ZERO
2 5 5 5-5 0
-( 3 ) e portanto (+2 ) : (+2 ) = (+2 ) = (+2 )
5 5
-32 = -( 3 )2 = -9 e (+2 ) : (+2 ) = 1
0 0
2
enquanto que: ( -3 ) = ( -3 ) . ( -3 ) = +9 Consequentemente: (+2 ) = 1 ( -4 ) = 1
Logo: -3
2
≠ ( -3 )2 Qualquer potência de expoente zero é igual a 1.
2 2 2
Observação: Não confundir-3 com (-3) , porque -3
CÁLCULOS 2 2 2
significa -( 3 ) e portanto: -3 = -( 3 ) = -9
2
enquanto que: ( -3 ) = ( -3 ) . ( -3 ) = +9
O EXPOENTE É PAR Logo: -3
2
≠ ( -3 )2
Calcular as potências
4 4
(+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é , (+2) = NÚMEROS PARES E ÍMPARES
+16
4 4
( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = +16 isto é
, (-2 ) = Os pitagóricos estudavam à natureza dos números, e
+16 baseado nesta natureza criaram sua filosofia e modo de
4 4 vida. Vamos definir números pares e ímpares de acordo
Observamos que: (+2) = +16 e (-2) = +16
com a concepção pitagórica:
• par é o número que pode ser dividido em duas par-
Então, de modo geral, temos a regra:
tes iguais, sem que uma unidade fique no meio, e
Quando o expoente é par, a potência é sempre um
ímpar é aquele que não pode ser dividido em duas
número positivo.
partes iguais, porque sempre há uma unidade no
6 2 meio
Outros exemplos: (-1) = +1 (+3) = +9
Uma outra caracterização, nos mostra a preocupação
O EXPOENTE É ÍMPAR
com à natureza dos números:
Exemplos: • número par é aquele que tanto pode ser dividido
Calcular as potências: em duas partes iguais como em partes desiguais,
3
1) (+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8 mas de forma tal que em nenhuma destas divisões
3 haja uma mistura da natureza par com a natureza
isto é
, (+2) = + 8
3 ímpar, nem da ímpar com a par. Isto tem uma úni-
2) ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = -8
3
ou seja, (-2) = -8 ca exceção, que é o princípio do par, o número 2,
que não admite a divisão em partes desiguais, por-
3 3
Observamos que: (+2 ) = +8 e ( -2 ) = -8 que ele é formado por duas unidades e, se isto po-
de ser dito, do primeiro número par, 2.
Daí, a regra:
Quando o expoente é ímpar, a potência tem o Para exemplificar o texto acima, considere o número
mesmo sinal da base. 10, que é par, pode ser dividido como a soma de 5 e 5,
mas também como a soma de 7 e 3 (que são ambos
3 4
Outros exemplos: (- 3) = - 27 (+2) = +16 ímpares) ou como a soma de 6 e 4 (ambos são pares);
PROPRIEDADES mas nunca como a soma de um número par e outro ím-
PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE par. Já o número 11, que é ímpar pode ser escrito como
3 2 3 2 5
Exemplos: (+2 ) . (+2 ) = (+2 ) +2 = (+2 ) soma de 8 e 3, um par e um ímpar. Atualmente, definimos
2 3 5 2+3+5 10
( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = ( -2 ) = ( -2 ) números pares como sendo o número que ao ser dividido
por dois têm resto zero e números ímpares aqueles que
Para multiplicar potências de mesma base, mante- ao serem divididos por dois têm resto diferente de zero.
mos a base e somamos os expoentes. Por exemplo, 12 dividido por 2 têm resto zero, portanto 12
é par. Já o número 13 ao ser dividido por 2 deixa resto 1,
QUOCIENTE DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE portanto 13 é ímpar.
5 2 5-2 3
(+2 ) : (+2 ) = (+2 ) = (+2 )
7 3 7-3 4
( -2 ) : ( -2 ) = ( -2 ) = ( -2 ) MÚLTIPLOS E DIVISORES
Para dividir potências de mesma base em que o ex-
poente do dividendo é maior que o expoente do divisor, DIVISIBILIDADE
mantemos a base e subtraímos os expoentes. Um número é divisível por 2 quando termina em 0, 2, 4,
6 ou 8. Ex.: O número 74 é divisível por 2, pois termina em
POTÊNCIA DE POTÊNCIA 4.
3 5 3.5 15
[( -4 ) ] = ( -4 ) = ( -4 )
Para calcular uma potência de potência, conserva- Um número é divisível por 3 quando a soma dos valo-
mos a base da primeira potência e multiplicamos os res absolutos dos seus algarismos é um número divisível
expoentes . por 3. Ex.: 123 é divisível por 3, pois 1+2+3 = 6 e 6 é divi-
12 2 18 2
Exemplos: 6 2 9 3
1) 3 3 3 3
1 1 1
18 2 2 2 2
9 3 3, 6 D(18) = {1, 2 , 3, 6, 9, 18} 12 = 2 . 3 18 = 2 . 3
2 2
3 3 9, 18 Resposta: M.M.C (12, 18) = 2 . 3 = 36
1
Observação: Esse processo prático costuma ser sim-
2) plificado fazendo-se uma decomposição simultânea dos
1 números. Para isso, escrevem-se os números, um ao
30 2 2 lado do outro, separando-os por vírgula, e, à direita da
15 3 3, 6 barra vertical, colocada após o último número, escrevem-
5 5 5, 10, 15, 30 se os fatores primos comuns e não-comuns. 0 calculo
1 estará terminado quando a última linha do dispositivo for
composta somente pelo número 1. O M.M.C dos números
D(30) = { 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30} apresentados será o produto dos fatores.
8 1 0 3 Outros exemplos:
Número Raízes quadradas
Resposta: M.D.C. (24, 32) = 8 +9 + 3 e -3
+16 + 4 e -4
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM +1 + 1 e -1
+64 + 8 e -8
Recebe o nome de mínimo múltiplo comum de dois ou +81 + 9 e -9
mais números o menor dos múltiplos (diferente de zero) +49 + 7 e -7
comuns a esses números. +36 +6 e -6
O símbolo 25 significa a raiz quadrada de 25, isto
O processo prático para o cálculo do M.M.C de dois ou
mais números, chamado de decomposição em fatores é 25 = +5
primos, consiste das seguintes etapas: Como 25 = +5 , então: − 25 = −5
1º) Decompõem-se em fatores primos os números
Agora, consideremos este problema.
apresentados.
2º) Determina-se o produto entre os fatores primos
Qual ou quais os números inteiros cujo quadrado é -
comuns e não-comuns com seus maiores expo-
25?
entes. Esse produto é o M.M.C procurado. 2 2
Solução: (+5 ) = +25 e (-5 ) = +25
Resposta: não existe número inteiro cujo quadrado
Exemplos: Calcular o M.M.C (12, 18)
seja -25, isto é, − 25 não existe no conjunto Z dos
Decompondo em fatores primos esses números, te- números inteiros.
mos:
5 4
5 2 . (+9 ) + (-40) : (+8 ) - 4 =
3ª) n
a:b = n a :n b 4 =4 +18 + (-5) - 4 =
16 16 + 18 - 9 = +9
4ª) ( a)
m
n
= m an ( x)
3
5
= 3 x5 CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS (Q)
5ª)
m n
a = m⋅ n
a 6
3= 3 12
Os números racionais são representados por um
EXPRESSÕES NUMÉRICAS COM NÚMEROS IN- a
numeral em forma de fração ou razão, , sendo a e b
TEIROS ENVOLVENDO AS QUATRO OPERAÇÕES b
Para calcular o valor de uma expressão numérica com números naturais, com a condição de b ser diferente de
números inteiros, procedemos por etapas. zero.
1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado
1ª ETAPA: (a, b) de números naturais, sendo b ≠ 0, corresponde
a) efetuamos o que está entre parênteses ( ) a
b) eliminamos os parênteses um número fracionário .O termo a chama-se nume-
b
2ª ETAPA: rador e o termo b denominador.
a) efetuamos o que está entre colchetes [ ]
b) eliminamos os colchetes 2. TODO NÚMERO NATURAL pode ser represen-
tado por uma fração de denominador 1. Logo, é possí-
3º ETAPA: vel reunir tanto os números naturais como os fracioná-
a) efetuamos o que está entre chaves { } rios num único conjunto, denominado conjunto dos
b) eliminamos as chaves números racionais absolutos, ou simplesmente conjun-
to dos números racionais Q.
Em cada etapa, as operações devem ser efetuadas na
seguinte ordem: Qual seria a definição de um número racional abso-
1ª) Potenciação e radiciação na ordem em que apa- luto ou simplesmente racional? A definição depende
recem. das seguintes considerações:
2ª) Multiplicação e divisão na ordem em que apare- a) O número representado por uma fração não mu-
cem. da de valor quando multiplicamos ou dividimos
3ª) Adição e subtração na ordem em que aparecem. tanto o numerador como o denominador por um
mesmo número natural, diferente de zero.
Exemplos: Exemplos: usando um novo símbolo: ≈
1) 2 + 7 . (-3 + 4) = ≈ é o símbolo de equivalência para frações
2 + 7 . (+1) = 2 + 7 = 9
2 2 × 5 10 10 × 2 20 3 3 8 8
≈ ≈ ≈ ≈ ≈ ⋅⋅⋅ guais = , = , etc.
3 3 × 5 15 15 × 2 30 4 4 5 5
b) Classe de equivalência. É o conjunto de todas as
frações equivalentes a uma fração dada. g) forma mista de uma fração: é o nome dado ao
3 6 9 12 numeral formado por uma parte natural e uma parte
, , , ,⋅ ⋅ ⋅ (classe de equivalência da fra- 4
1 2 3 4 fracionária; 2 A parte natural é 2 e a parte fracio-
3 7
ção: ) 4
1 nária .
7
Agora já podemos definir número racional : número
racional é aquele definido por uma classe de equiva- h) irredutível: é aquela que não pode ser mais sim-
lência da qual cada fração é um representante. plificada, por ter seus termos primos entre si.
3 5 3
NÚMERO RACIONAL NATURAL ou NÚMERO , , , etc.
NATURAL: 4 12 7
0 0
0= = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equiva- 4. PARA SIMPLIFICAR UMA FRAÇÃO, desde que
1 2 não possua termos primos entre si, basta dividir os dois
lência que representa o mesmo ternos pelo seu divisor comum.
número racional 0) 8 8:4 2
1 2 = =
1 = = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equiva- 12 12 : 4 3
1 2
lência que representa o mesmo 5. COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES.
número racional 1) Para comparar duas ou mais frações quaisquer pri-
e assim por diante. meiramente convertemos em frações equivalentes de
mesmo denominador. De duas frações que têm o
NÚMERO RACIONAL FRACIONÁRIO ou NÚME- mesmo denominador, a maior é a que tem maior nume-
RO FRACIONÁRIO: rador. Logo:
1 2 3 6 8 9 1 2 3
= = = ⋅ ⋅ ⋅ (definido pela classe de equivalên- < < ⇔ < <
2 4 6 12 12 12 2 3 4
cia que representa o mesmo (ordem crescente)
número racional 1/2).
De duas frações que têm o mesmo numerador, a
NOMES DADOS ÀS FRAÇÕES DIVERSAS maior é a que tem menor denominador.
Decimais: quando têm como denominador 10 ou 7 7
uma potência de 10 Exemplo: >
5 7 2 5
, ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
10 100 OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
Exemplos.
2 2 7 3 3 5 1 1
a) + + = b) + + + =
6 15 15 15 4 6 8 2
2+7+3 18 20 3 12
= = = + + + =
5 15 24 24 24 24
6 12 4
= = 18+ 20+ 3 +12
= =
15 5 24
3 53
=
6 24
5 2 3 Havendo número misto, devemos transformá-lo em
Indicamos por: − = fração imprópria:
6 6 6
Exemplo:
Assim, para adicionar ou subtrair frações de mesmo
1 5 1
denominador, procedemos do seguinte modo: 2 + +3 =
adicionamos ou subtraímos os numeradores e 3 12 6
mantemos o denominador comum. 7 5 19
+ + =
simplificamos o resultado, sempre que possível. 3 12 6
28 5 38
Exemplos: + + =
12 12 12
3 1 3 +1 4 28 + 5 + 38 71
+ = = =
5 5 5 5 12 12
4 8 4 + 8 12 4
+ = = = Se a expressão apresenta os sinais de parênteses (
9 9 9 9 3 ), colchetes [ ] e chaves { }, observamos a mesma
7 3 7−3 4 2
− = = = ordem :
6 6 6 6 3 1º) efetuamos as operações no interior dos parênte-
ses;
2 2 2−2 0
− = = =0 2º) as operações no interior dos colchetes;
7 7 7 7 3º) as operações no interior das chaves.
Observações:
3 1 2 3
2)5 − − − 1 + =
2 3 3 4
9 2 5 3
= 5 − − − + =
6 6 3 4
7 20 9
= 5 − − + =
6 12 12
30 7 29
= − − =
6 6 12
23 29
= − = 1 2 3
6 12 Dizemos que: = =
2 4 6
46 29
= − =
12 12 - Para obter frações equivalentes, devemos multi-
17 plicar ou dividir o numerador por mesmo número dife-
=
12 rente de zero.
1 2 2 1 3 3
Ex: ⋅ = ou . =
NÚMEROS RACIONAIS 2 2 4 2 3 6
1 3
Exemplo: e
3 4
Observe: 3 9
A fração equivalente .
4 12
Exercícios:
1) Achar três frações equivalentes às seguintes fra-
ções:
1 2
1) 2)
4 3
2 3 4 4 6 8
Quando o numerador é maior que o denominador Respostas: 1) , , 2) , ,
temos uma fração imprópria. 8 12 16 6 9 12
Duas ou mais frações são equivalentes, quando re- a) Frações de denominadores iguais.
presentam a mesma quantidade. Se duas frações tem denominadores iguais a maior
será aquela: que tiver maior numerador.
3 1 1 3
Ex.: > ou <
4 4 4 4
Raciocínio Lógico Quantitativo Analítico 22
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente
2 2 5 4 5 2 4
b) Frações com numeradores iguais 1) e 2) e 3) , e
5 3 3 3 6 3 5
Se duas frações tiverem numeradores iguais, a me-
nor será aquela que tiver maior denominador.
2 2 4 5
7 7 7 7 Respostas: 1) < 2) <
Ex.: > ou < 5 3 3 3
4 5 5 4
4 5 3
3) < <
c) Frações com numeradores e denominadores 3 6 2
receptivamente diferentes.
Reduzimos ao mesmo denominador e depois com- OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
paramos. Exemplos:
2 1 1) Adição e Subtração
> denominadores iguais (ordem decrescente)
3 3 a) Com denominadores iguais somam-se ou subtra-
4 4 em-se os numeradores e conserva-se o denominador
> numeradores iguais (ordem crescente) comum.
5 3
2 5 1 2 + 5 +1 8
Ex: + + = =
SIMPLIFICAÇÃO DE FRAÇÕES 3 3 3 3 3
4 3 4−3 1
− = =
Para simplificar frações devemos dividir o numera- 5 5 5 5
dor e o denominador por um número diferente de zero.
b) Com denominadores diferentes reduz ao mesmo
Quando não for mais possível efetuar as divisões, denominador depois soma ou subtrai.
dizemos que a fração é irredutível. Exemplo: Ex:
18 : 2 9 : 3 3 1 3 2
= = 1) + + = M.M.C.. (2, 4, 3) = 12
12 : 2 6 : 3 2 2 4 3
Exercícios: Colocar em ordem crescente: Para dividir duas frações conserva-se a primeira e
multiplica-se pelo inverso da Segunda.
4 2 4 3 12 6 Outros exemplos:
Exemplo: : = . = =
5 3 5 2 10 5 34 635 2187
1) = 3,4 2) = 6,35 3) =218,7
10 100 10
Exercícios. Calcular:
4 2 8 6 2 3 4 1 Note que a vírgula “caminha” da direita para a es-
1) : 2) : 3) + : − querda, a quantidade de casas deslocadas é a mesma
3 9 15 25 5 5 3 3 quantidade de zeros do denominador.
Exercícios. Efetuar:
2 4 2 3
3 1 4 1
1) 2) 3) −
4 2 3 2
9 1 119
Respostas: 1) 2) 3)
16 16 72
RADICIAÇÃO DE FRAÇÕES
1 4 10 + 0,453 + 2,832
Respostas: 1) 2) 3) 1 10,000
3 5
+ 0,453
2,832
NÚMEROS DECIMAIS _______
13,285
Toda fração com denominador 10, 100, 1000,...etc,
chama-se fração decimal. Exemplo 2:
3 4 7 47,3 - 9,35
Ex: , , , etc
10 100 100 47,30
9,35
Escrevendo estas frações na forma decimal temos: ______
3 37,95
= três décimos,
10
Exercícios. Efetuar as operações:
4 1) 0,357 + 4,321 + 31,45
= quatro centésimos
100 2) 114,37 - 93,4
7 3) 83,7 + 0,53 - 15, 3
= sete milésimos
1000
Respostas: 1) 36,128 2) 20,97 3) 68,93
Escrevendo estas frações na forma decimal temos:
MULTIPLICAÇÃO COM NÚMEROS DECIMAIS
3 4 7
=0,3 = 0,04 = 0,007
10 100 1000 Multiplicam-se dois números decimais como se fos-
sem inteiros e separam-se os resultados a partir da
Respostas: 1) 15,183 2) 629,9 Dividindo 785 por 500 obtém-se quociente 1 e resto
3) 23,4936 285
DIVISÃO DE NÚMEROS DECIMAIS Como 285 é menor que 500, acrescenta-se uma
vírgula ao quociente e zeros ao resto
Igualamos as casas decimais entre o dividendo e o ♦ 2 : 4 0,5
divisor e quando o dividendo for menor que o divisor
acrescentamos um zero antes da vírgula no quociente. Como 2 não é divisível por 4, coloca-se zero e vír-
gula no quociente e zero no dividendo
Ex.: ♦ 0,35 : 7 = 0,350 7,00 350 : 700 =
a) 3:4 0,05
3 |_4_
30 0,75 Como 35 não divisível por 700, coloca-se zero e vír-
20 gula no quociente e um zero no dividendo. Como 350
0 não é divisível por 700, acrescenta-se outro zero ao
b) 4,6:2 quociente e outro ao dividendo
4,6 |2,0 = 46 | 20
60 2,3 Divisão de um número decimal por 10, 100, 1000
0
Obs.: Para transformar qualquer fração em número
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000, ....
decimal basta dividir o numerador pelo denominador.
vezes menor, desloca-se a vírgula para a esquerda,
Ex.: 2/5 = 2 |5 , então 2/5=0,4
respectivamente, uma, duas, três, ... casas decimais.
20 0,4
Exemplos:
Exercícios
25,6 : 10 = 2,56
1) Transformar as frações em números decimais.
04 : 10 = 0,4
1 4 1 315,2 : 100 = 3,152
1) 2) 3)
5 5 4 018 : 100 = 0,18
Respostas: 1) 0,2 2) 0,8 3) 0,25 0042,5 : 1.000 = 0,0425
0015 : 1.000 = 0,015
2) Efetuar as operações:
1) 1,6 : 0,4 2) 25,8 : 0,2 milhar centena dezena Unidade décimo centésimo milésimo
simples
3) 45,6 : 1,23 4) 178 : 4,5-3,4.1/2
5) 235,6 : 1,2 + 5 . 3/4 1 000 100 10 1 0,1 0,01 0,001
2) 12,75 Lê-se: "doze inteiros Usaremos o símbolo estrela (*) quando quisermos
e setenta e cinco indicar que o número zero foi excluído de um conjunto.
centésimos".
Exemplo: N* = { 1; 2; 3; 4; ... }; o zero foi excluído de
3) 8,309 Lê-se: "oito inteiros e N.
trezentos e nove
milésimos''. Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos
indicar que os números negativos foram excluídos de
Observações: um conjunto.
1) Quando a parte inteira é zero, apenas a parte de-
cimal é lida. Exemplo: Z+ = { 0; 1; 2; ... } ; os negativos foram
Exemplos: excluídos de Z.
a) 0,5 - Lê-se: "cinco Usaremos o símbolo menos (-) quando quisermos
décimos".
indicar que os números positivos foram excluídos de
um conjunto.
b) 0,38 - Lê-se: "trinta e oito
centésimos".
Exemplo: Z − = { . .. ; - 2; - 1; 0 } ; os positivos foram
c) 0,421 - Lê-se: "quatrocentos excluídos de Z.
e vinte e um
milésimos". Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o
símbolo (+) ou com o símbolo (-).
2) Um número decimal não muda o seu valor se a-
crescentarmos ou suprimirmos zeros â direita do Exemplos
último algarismo.
Exemplo: 0,5 = 0,50 = 0,500 = 0,5000 " ....... a) Z *− = ( 1; 2; 3; ... ) ; o zero e os negativos foram
excluídos de Z.
3) Todo número natural pode ser escrito na forma b) Z *+ = { ... ; - 3; - 2; - 1 } ; o zero e os positivos
de número decimal, colocando-se a vírgula após
o último algarismo e zero (ou zeros) a sua direita. foram excluídos de Z.
Exemplos: 34 = 34,00... 176 = 176,00...
Exercícios resolvidos
1. Completar com ∈ ou ∉ :
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (R)
a) 5 Z g) 3 Q*
b) 5 *
Z−
CORRESPONDÊNCIA ENTRE NÚMEROS E h) 4 Q
PONTOS DA RETA, ORDEM, VALOR ABSOLUTO *
Há números que não admitem representação
decimal finita nem representação decimal infinita e
c) 3,2 Z+
i) ( − 2) 2 Q-
1
periódico, como, por exemplo: d) Z j) 2 R
π = 3,14159265... 4
4 k) 4 R-
2 = 1,4142135... e) Z
1
3 = 1,7320508...
f) 2 Q
5 = 2,2360679... Resolução
a) ∈ , pois 5 é positivo.
Estes números não são racionais: π ∈ Q, 2 b) ∉ , pois 5 é positivo e os positivos foram
*
excluídos de Z −
∈ Q, 3 ∈ Q, 5 ∈ Q; e, por isso mesmo, são
chamados de irracionais. c) ∉ 3,2 não é inteiro.
1
Podemos então definir os irracionais como sendo d) ∉ , poisnão é inteiro.
4
aqueles números que possuem uma representação
4
decimal infinita e não periódico. e) ∈ , pois = 4 é inteiro.
1
Chamamos então de conjunto dos números reais, e f) ∉ , pois 2 não é racional.
indicamos com R, o seguinte conjunto:
g) ∉ , pois 3 não é racional
R= { x | x é racional ou x é irracional}
h) ∈ , pois 4 = 2 é racional
Como vemos, o conjunto R é a união do conjunto
dos números racionais com o conjunto dos números
i) ∉ , pois ( − 2)2 = 4 = 2 é positivo, e os
j) ∈ , pois 2 é real. 4.
k) ∉ , pois 4 = 2 é positivo, e os positivos foram
excluídos de R−
2. Completar com ⊂ ou ⊄ :
a) N Z* d) Q Z Reta numé rica
Uma maneira prática de representar os números re-
b) N Z+ *
e) Q + R+* ais é através da reta real. Para construí-la, desenha-
c) N Q mos uma reta e, sobre ela, escolhemos, a nosso gosto,
um ponto origem que representará o número zero; a
Resolução: seguir escolhemos, também a nosso gosto, porém à
direita da origem, um ponto para representar a unidade,
a) ⊄ , pois 0 ∈ N e 0 ∉ Z * . ou seja, o número um. Então, a distância entre os pon-
b) ⊂, pois N = Z + tos mencionados será a unidade de medida e, com
c) ⊂ , pois todo número natural é também base nela, marcamos, ordenadamente, os números
racional. positivos à direita da origem e os números negativos à
d) ⊄ , pois há números racionais que não são sua esquerda.
2
inteiros como por exemplo, .
3
e) ⊂ , pois todo racional positivo é também real
positivo.
EXERCÍCIOS
Exercícios propostos: 1) Dos conjuntos a seguir, o único cujos elementos
1. Completar com ∈ ou ∉ são todos números racionais é:
a) 0 N 7 1
g) Q +* a) , 2, 3, 5, 4 2
b) 0 N* 1 2
c) 7 Z h) 7 Q 2
d) - 7 Z+ c) − 1, , 0, 2, 3
i) 7 2 7
{ }
Q
e) – 7 Q−
b) − 3, − 2, − 2, 0
R*
{ 4 , 5, 7 }
1 j) 7
f) Q d) 0, 9,
7
2) Se 5 é irracional, então:
2. Completar com ∈ ou ∉
a) 3 Q d) π Q a) 5 escreve-se na forma
m
, com n ≠0 e m, n ∈ N.
b) 3,1 Q e) 3,141414... Q n
c) 3,14 Q b) 5 pode ser racional
m
3. Completar com ⊂ ou ⊄ : c) 5 jamais se escreve sob a forma , com n ≠0 e
n
* N* *
a) Z + d) Z − R m, n ∈ N.
b) Z − N e) Z − R+ d) 2 5 é racional
c) R+ Q
3) Sendo N, Z, Q e R, respectivamente, os conjuntos
4. Usando diagramas de Euler-Venn, represente os dos naturais, inteiros, racionais e reais, podemos
conjuntos N, Z, Q e R . escrever:
Respostas: a) ∀x ∈ N⇒x∈R c) Z ⊃ Q
1. b) ∀x ∈Q⇒x∈Z d) R ⊂ Z
a) ∈ e) ∈ i) ∈
b) ∉ f) ∈ j) ∈
4) Dado o conjunto A = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }, podemos
c) ∈ g) ∈ afirmar que:
d) ∉ h) ∉ a) ∀ x ∈ A ⇒ x é primo
b) ∃ x ∈ A | x é maior que 7
2. c) ∀ x ∈ A ⇒ x é múltiplo de 3
a) ∈ c) ∈ e) ∈ d) ∃ x ∈ A | x é par
b) ∈ d) ∉ e) nenhuma das anteriores
13) O seguinte subconjunto dos números reais 23) Qual dos seguintes números é irracional?
3
a) 125 c) 27
A) Unidades de Comprimento
B) Unidades de ÁREA
C) Áreas Planas Permitido de um polígono: o perímetro de um polígono
D) Unidades de Volume e de Capacidade é a soma do comprimento de seus lados.
E) Volumes dos principais sólidos geométricos
F) Unidades de Massa
A) UNIDADES DE COMPRIMENTO
Medidas de comprimento:
Podemos medir a página deste livro utilizando um Perímetro de uma circunferência: Como a abertura do
lápis; nesse caso o lápis foi tomado como unidade de medida compasso não se modifica durante o traçado vê-se logo que
ou seja, ao utilizarmos o lápis para medirmos o comprimento os pontos da circunferência distam igualmente do ponto zero
do livro, estamos verificando quantas vezes o lápis (tomado (0).
como medida padrão) caberá nesta página.
1km = 1.000m 1 m = 10 dm
1hm = 100m e 1 m = 100 cm
1dam = 10m 1 m = 1000 mm
Regras Práticas:
Medidas Agrárias:
2
centiare (ca) — é o m
2 2
are (a) —é o dam (100 m )
2 2
hectare (ha) — é o hm (10000 m ).
Perímetro – á a soma dos quatro lados.
C) ÁREAS PLANAS
Área de polígono regular: a área do polígono regular é
Retângulo: a área do retângulo é dada pelo produto da
igual ao produto da medida do perímetro (p) pela medida do
medida de comprimento pela medida da largura, ou, medida
apotema (a) sobre 2.
da base pela medida da altura.
Perímetro: a + a + b + b
Como se vê:
3
1 km3 = 1 000 000 000 (1000x1000x1000)m
3 3
1 hm = 1000000 (100 x 100 x 100) m O volume do cubo é dado pelo produto das medidas
3 3
1dam = 1000 (10x10x10)m de suas três arestas que são iguais.
3 3 3
1m =1000 (= 10 x 10 x 10) dm V = a. a . a = a cubo
3 3
1m =1000 000 (=100 x 100 x 100) cm
3 3
1m = 1000000000 ( 1000x 1000x 1000) mm Volume do prisma reto: o volume do prisma reto é
dado pelo produto da área da base pela medida da altura.
Múltiplos Submúltiplos
hl ( 100 l) dl (0,1 l)
dal ( 10 l) litro l cl (0,01 l)
ml (0,001 l)
Como se vê:
Volume do cilindro: o volume do cilindro é dado pelo
1 hl = 100 l 1 l = 10 dl produto da área da base pela altura.
1 dal = 10 l 1 l = 100 cl
1 l = 1000 ml
Velocidade é a grandeza física que informa com que Todas as comparações serão matematicamente
rapidez e em qual direção um móvel muda de posição expressas por um quociente chamado razão.
no tempo. Sua determinação pode ser feita por meio de
um valor médio (que relaciona o deslocamento total de Teremos, pois:
um corpo ao intervalo de tempo decorrido desde que
ele deixou a posição inicial até quando chegou ao fim De cada 20 habitantes, 5 são analfabetos.
do percurso) ou do valor instantâneo, que diz como a 5
posição varia de acordo com o tempo num determinado Razão =
20
instante.
Observe que colocamos na mesma linha valores Regra de três simples é um processo prático utilizado
para resolver problemas que envolvam pares de
que se correspondem: 6 horas e 900 km; 8 horas e o
grandezas direta ou inversamente proporcionais.
valor desconhecido.
Essas grandezas formam uma proporção em que se
conhece três termos e o quarto termo é procurado.
Vamos usar setas indicativas, como fizemos antes,
para indicar a natureza da proporção. Se elas estive-
rem no mesmo sentido, as grandezas são diretamente REGRA DE TRÊS COMPOSTA
proporcionais; se em sentidos contrários, são inversa- Vamos agora utilizar a regra de três para resolver
mente proporcionais. problemas em que estão envolvidas mais de duas
grandezas proporcionais. Como exemplo, vamos anali-
Nesse problema, para estabelecer se as setas têm sar o seguinte problema.
o mesmo sentido, foi necessário responder à pergunta:
"Considerando a mesma velocidade, se aumentarmos Numa fábrica, 10 máquinas trabalhando 20 dias
o tempo, aumentará a distância percorrida?" Como a produzem 2 000 peças. Quantas máquinas serão ne-
resposta a essa questão é afirmativa, as grandezas são cessárias para se produzir 1 680 peças em 6 dias?
diretamente proporcionais.
Como nos problemas anteriores, você deve verificar
Já que a proporção é direta, podemos escrever: a natureza da proporção entre as grandezas e escrever
6 900 essa proporção. Vamos usar o mesmo modo de dispor
= as grandezas e os valores envolvidos.
8 x
Grandeza 1: Grandeza 2: Grandeza 3:
7200 número de máquinas dias número de peças
Então: 6 . x = 8 . 900 ⇒ x = = 1 200
6
10 20 2000
Concluindo, o automóvel percorrerá 1 200 km em 8
horas.
x 6 1680
Vamos analisar outra situação em que usamos a
regra de três. Natureza da proporção: para estabelecer o sentido
das setas é necessário fixar uma das grandezas e
Um automóvel, com velocidade média de 90 km/h, relacioná-la com as outras.
percorre um certo espaço durante 8 horas. Qual será o
tempo necessário para percorrer o mesmo espaço com Supondo fixo o número de dias, responda à ques-
uma velocidade de 60 km/h? tão: "Aumentando o número de máquinas, aumentará o
número de peças fabricadas?" A resposta a essa ques-
Grandeza 1: tempo Grandeza 2: velocidade tão é afirmativa. Logo, as grandezas 1 e 3 são direta-
(horas) (km/h) mente proporcionais.
invertendo os termos das colunas convenientes. Natu- O uso de regra de três simples no cálculo de por-
ralmente, no nosso exemplo, fica mais fácil inverter a centagens é um recurso que torna fácil o entendimento
coluna da grandeza 2. do assunto, mas não é o único caminho possível e nem
sequer o mais prático.
10 6 2000
Para simplificar os cálculos numéricos, é
necessário, inicialmente, dar nomes a alguns termos.
x 20 1680 Veremos isso a partir de um exemplo.
Temos, portanto:
Principal: número sobre o qual se vai calcular a
porcentagem.
PORCENTAGEM Taxa: valor fixo, tomado a partir de cada 100
partes do principal.
1. INTRODUÇÃO Porcentagem: número que se obtém somando
Quando você abre o jornal, liga a televisão ou olha cada uma das 100 partes do principal até
vitrinas, frequentemente se vê às voltas com conseguir a taxa.
expressões do tipo:
"O índice de reajuste salarial de março é de A partir dessas definições, deve ficar claro que, ao
16,19%." calcularmos uma porcentagem de um principal conhe-
"O rendimento da caderneta de poupança em cido, não é necessário utilizar a montagem de uma
fevereiro foi de 18,55%." regra de três. Basta dividir o principal por 100 e to-
"A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi marmos tantas destas partes quanto for a taxa. Veja-
de 381,1351%. mos outro exemplo.
"Os preços foram reduzidos em até 0,5%."
Exemplo:
Mesmo supondo que essas expressões não sejam Calcular 32% de 4.000.
completamente desconhecidas para uma pessoa, é Primeiro dividimos 4 000 por 100 e obtemos 40, que
importante fazermos um estudo organizado do assunto é a centésima parte de 4 000. Agora, somando 32 par-
porcentagem, uma vez que o seu conhecimento é fer- tes iguais a 40, obtemos 32 . 40 ou 1 280 que é a res-
ramenta indispensável para a maioria dos problemas posta para o problema.
relativos à Matemática Comercial.
Observe que dividir o principal por 100 e multiplicar
2. PORCENTAGEM o resultado dessa divisão por 32 é o mesmo que multi-
O estudo da porcentagem é ainda um modo de 32
comparar números usando a proporção direta. Só que plicar o principal por ou 0,32. Vamos usar esse
100
uma das razões da proporção é um fração de denomi- raciocínio de agora em diante:
nador 100. Vamos deixar isso mais claro: numa situa-
ção em que você tiver de calcular 40% de R$ 300,00, o
Porcentagem = taxa X principal
seu trabalho será determinar um valor que represente,
em 300, o mesmo que 40 em 100. Isso pode ser resu-
mido na proporção: JUROS SIMPLES
40 x Consideremos os seguintes fatos:
= • Emprestei R$ 100 000,00 para um amigo pelo
100 300
prazo de 6 meses e recebi, ao fim desse tempo,
Então, o valor de x será de R$ 120,00. R$ 24 000,00 de juros.
Sabendo que em cálculos de porcentagem será • O preço de uma televisão, a vista, é R$ 4.000,00.
necessário utilizar sempre proporções diretas, fica Se eu comprar essa mesma televisão em 10
claro, então, que qualquer problema dessa natureza prestações, vou pagar por ela R$ 4.750,00. Por-
poderá ser resolvido com regra de três simples. tanto, vou pagar R$750,00 de juros.
No 1.° fato, R$ 24 000,00 é uma compensação em
3. TAXA PORCENTUAL dinheiro que se recebe por emprestar uma quantia por
Raciocínio Lógico Quantitativo Analítico 38
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente
determinado tempo.
3.° exemplo: Tomei emprestada certa quantia du-
No 2.° fato, R$ 750,00 é uma compensação em di- rante 6 meses, a uma taxa de 1,2% ao mês, e devo
nheiro que se paga quando se compra uma mercadoria pagar R$ 3 600,00 de juros. Qual foi a quantia em-
a prazo. prestada?
De acordo com os dados do problema:
Assim: 1,2% em 1 mês ⇒ 6 . 1,2% = 7,2% em 6 meses
Quando depositamos ou emprestamos certa 7,2
quantia por determinado tempo, recebemos uma 7,2% = = 0,072
100
compensação em dinheiro.
Nessas condições, devemos resolver o seguinte
Quando pedimos emprestada certa quantia por
problema:
determinado tempo, pagamos uma compensa-
3 600 representam 7,2% de uma quantia x. Calcule
ção em dinheiro.
x.
Quando compramos uma mercadoria a prazo,
pagamos uma compensação em dinheiro.
Dai:
3600 = 0,072 . x ⇒ 0,072x = 3 600 ⇒
Pelas considerações feitas na introdução, podemos
dizer que : 3600
x=
0,072
Juro é uma compensação em dinheiro que se
x = 50 000
recebe ou que se paga.
Resposta: A quantia emprestada foi de R$
50.000,00.
Nos problemas de juros simples, usaremos a se-
guinte nomenclatura: dinheiro depositado ou empresta- 4.° exemplo: Um capital de R$ 80 000,00, aplicado
do denomina-se capital. durante 6 meses, rendeu juros de R$ 4 800,00.
Qual foi a taxa (em %) ao mês?
O porcentual denomina-se taxa e representa o juro De acordo com os dados do problema:
recebido ou pago a cada R$100,00, em 1 ano. x% em 1 mês ⇒ (6x)% em 6 meses
Devemos, então, resolver o seguinte problema:
O período de depósito ou de empréstimo denomina- 4 800 representam quantos % de 80 000?
se tempo. Dai:
4 800 = 6x . 80 000 ⇒ 480 000 x = 4 800
A compensação em dinheiro denomina-se juro. 4 800 48
x= ⇒ x= ⇒ x = 0,01
480 000 4 800
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE JUROS SIMPLES
1
0,01 = =1%
Vejamos alguns exemplos: 100
Resposta: A taxa foi de 1% ao mês.
1.° exemplo: Calcular os juros produzidos por um
capital de R$ 720 000,00, empregado a 25% ao a- Resolva os problemas:
no, durante 5 anos. - Emprestando R$ 50 000,00 à taxa de 1,1% ao
De acordo com os dados do problema, temos: mês, durante 8 meses, quanto deverei receber
25% em 1ano ⇒ 125% (25 . 5) em 5 anos de juros?
125 - Uma pessoa aplica certa quantia durante 2 anos,
125% = = 1,25 à taxa de 15% ao ano, e recebe R$ 21 000,00 de
100 juros. Qual foi a quantia aplicada?
- Um capital de R$ 200 000,00 foi aplicado durante
Nessas condições, devemos resolver o seguinte 1 ano e 4 meses à taxa de 18% ao ano. No final
problema: desse tempo, quanto receberei de juros e qual o
Calcular 125% de R$ 720 000,00. Dai: capital acumulado (capital aplicado + juros)?
x = 125% de 720 000 = - Um aparelho de televisão custa R$ 4 500,00.
1,25 . 720 000 = 900 000. Como vou comprá-lo no prazo de 10 meses, a lo-
900.000 – 720.000 = 180.000 ja cobrará juros simples de 1,6% ao mês. Quanto
Resposta: Os juros produzidos são de R$ vou pagar por esse aparelho.
180.000,00 - A quantia de R$ 500 000,00, aplicada durante 6
meses, rendeu juros de R$ 33 000,00. Qual foi
2.° exemplo: Apliquei um capital de R$ 10.000,00 a a taxa (%) mensal da aplicação
uma taxa de 1,8% ao mês, durante 6 meses. Quan- - Uma geladeira custa R$ 1 000,00. Como vou
to esse capital me renderá de juros? compra-la no prazo de 5 meses, a loja vendedo-
1,8% em 1 mês ⇒ 6 . 1,8% = 10,8% em 6 meses ra cobrara juros simples de 1,5% ao mês. Quan-
10,8 to pagarei por essa geladeira e qual o valor de
10,8% = = 0,108
100 cada prestação mensal, se todas elas são iguais.
Dai: - Comprei um aparelho de som no prazo de 8 me-
x = 0,108 . 10 000 = 1080 ses. O preço original do aparelho era de R$
Resposta: Renderá juros de R$ 1 080,00. 800,00 e os juros simples cobrados pela firma fo-
Diz-se, então, que os juros capitalizam-se e que se Chama-se valor numé rico de uma expressão algébri-
está na presença de uma operação de juros ca quando substituímos as letras pelos respectivos valo-
compostos. res dados:
2
Nestas operações, o capital não é constante através Exemplo: 3x + 2y para x = –1 e y = 2, substituindo
os respectivos valores temos, 3.(–1) + 2.2 → 3 . 1+ 4
2
do tempo; pois aumenta ao final de cada período pela
adição dos juros ganhos de acordo com a taxa → 3 + 4 = 7 é o valor numérico da expressão.
acordada.
Exercícios
Esta diferença pode ser observada através do Calcular os valores numéricos das expressões:
seguinte exemplo: 1) 3x – 3y para x = 1 e y =3
2) x + 2a para x =–2 e a = 0
Exemplo 1: Suponha um capital inicial de R$ 2
3) 5x – 2y + a para x =1, y =2 e a =3
1.000,00 aplicado à taxa de 30.0 % a.a. por um período Respostas: 1) –6 2) –2 3) 4
de 3 anos a juros simples e compostos. Qual será o
total de juros ao final dos 3 anos sob cada um dos Termo algé
brico ou monômio: é qualquer número
rearmes de juros? real, ou produto de números, ou ainda uma expressão
na qual figuram multiplicações de fatores numéricos e
Pelo regime de juros simples: literais.
J = c . i . t = R$ 1.000,00 (0,3) (3) = R$ 900,00 4
Exemplo: 5x , –2y, 3 x , –4a , 3,–x
Pelo regime de juros compostos:
Partes do termo algébrico ou monômio.
(
J = Co 1 + i − 1 =
)
n
Exemplo:
Grau 2+1 = 3, grau 4+2+1= 7, grau 1+1= 2, 7 é o Equação: É o nome dado a toda sentença algébrica
maior grau, logo o grau do polinômio é 7. que exprime uma relação de igualdade.
Note que o x foi para o 1.º membro e o 3 foi para o neste exemplo, devemos multiplicar a equação II por
2.º membro com as operações invertidas. 2 (para “desaparecer” a variável y).
Dizemos que 5 é a solução ou a raiz da equação, di- 5x + 2y = 18 5 x + 2 y = 18
⇒
zemos ainda que é o conjunto verdade (V). 3x - y = 2 .(2) 6 x − 2 y = 4
soma-se membro a membro:
Exercícios 5x + 2y = 18
Resolva as equações : 6x – 2y = 4
1) 3x + 7 = 19 2) 4x +20=0
22
3) 7x – 26 = 3x – 6 11x+ 0=22 ⇒ 11x = 22 ⇒ x = ⇒x=2
11
Respostas: 1) x = 4 ou V = {4} Substituindo x = 2 na equação I:
2) x = –5 ou V = {–5} 3) x = 5 ou V = {5} 5x + 2y = 18
5 . 2 + 2y = 18
EQUAÇÕES DO 1.º GRAU COM DUAS VARIÁVEIS 10 + 2y = 18
OU SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES 2y = 18 – 10
2y = 8
Resolução por adição. 8
y=
x+ y=7 -I 2
Exemplo 1: y =4
x − y = 1 - II então V = {(2,4)}
Sabendo que o valor de x é igual 4 substitua este va- INEQUAÇÕES DO 1.º GRAU
lor em qualquer uma das equações ( I ou II ),
Substitui em I fica: Distinguimos as equações das inequações pelo sinal,
4+y=7 ⇒ y=7–4 ⇒ y=3 na equação temos sinal de igualdade (=) nas inequa-
ções são sinais de desigualdade.
Se quisermos verificar se está correto, devemos > maior que, ≥ maior ou igual, < menor que ,
substituir os valores encontrados x e y nas equações ≤ menor ou igual
x+y=7 x–y=1
4 +3 = 7 4–3=1 Exemplo 1: Determine os números naturais de modo
que 4 + 2x > 12.
Dizemos que o conjunto verdade: V = {(4, 3)} 4 + 2x > 12
2x + y = 11 - I 2x > 12 – 4
Exemplo 2 : 8
x + y = 8 - II 2x > 8 ⇒ x > ⇒ x>4
2
Note que temos apenas a operação +, portanto de-
Exemplo 2: Determine os números inteiros de modo
vemos multiplicar qualquer uma ( I ou II) por –1, esco-
que 4 + 2x ≤ 5x + 13
lhendo a II, temos:
4+2x ≤ 5x + 13
2x + y = 11 2x + y = 11
→ 2x – 5x ≤ 13 – 4
x + y = 8 . ( - 1) - x − y = − 8 –3x ≤ 9 . (–1) ⇒ 3x ≥ – 9, quando multiplicamos por
(-1), invertemos o sinal dê desigualdade ≤ para ≥, fica:
soma-se membro a membro −9
3x ≥ – 9, onde x ≥ ou x ≥ – 3
2x + y = 11 3
+
- x- y =-8
Exercícios. Resolva:
x+0 = 3 1) x – 3 ≥ 1 – x,
x=3 2) 2x + 1 ≤ 6 x –2
3) 3 – x ≤ –1 + x
Agora, substituindo x = 3 na equação II: x + y = 8, fica Respostas: 1) x ≥ 2 2) x ≥ 3/4 3) x ≥ 2
3 + y = 8, portanto y = 5 PRODUTOS NOTÁVEIS
Exemplo 3:
2.º Caso : Quadrado da diferença 2.º Caso: Trinômio quadrado perfeito (É a “ope-
2 2 2
(a – b) = (a – b). (a – b) = a – ab – ab - b ração inversa” dos produtos notáveis caso 1)
↓ ↓
1.º 2.º
2
⇒ a – 2ab + b
2 Exemplo 1
2 2
a + 2ab + b ⇒ extrair as raízes quadradas do ex-
Resumindo: “O quadrado da diferença é igual ao
quadrado do 1.º menos duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o tremo a2 + 2ab + b2 ⇒ a 2 = a e b2 = b e o
2 2 2
quadrado do 2.º. termo do meio é 2.a.b, então a + 2ab + b = (a + b)
(quadrado da soma).
Exercícios. Resolver os produtos notáveis:
2 2 2 2 Exemplo 2:
1) (a – 2) 2) (4 – 3a) 3) (y – 2b) 2
4a + 4a + 1 ⇒ extrair as raízes dos extremos
Respostas: 2.º caso
2 2 4a + 4a + 1 ⇒ 4a2 = 2a , 1 = 1 e o termo cen-
2
1) a – 4a +4 2) 16 – 24a + 9a 2 2
4 2
3) y – 4y b + 4b
2 tral é 2.2a.1 = 4a, então 4a + 4a + 1 = (2a + 1)
Exemplos:
Exemplo 2:
1) 2, 3 2 , - 2 são semelhantes observe o n = 2
a2
2
4 – a , extrair as raízes dos extremos 4 = 2,
2 “raiz quadrada” pode omitir o índice, ou seja, 2 5 = 5
= a, fica: (4 – a ) = (2 – a). (2+ a)
2) 53 7 , 3 7 , 23 7 são semelhantes
Exercícios. Fatorar:
2 2 2 2
1) x – y 2) 9 – b 3) 16x – 1 Operações: Adição e Subtração
Só podemos adicionar e subtrair radicais semelhan-
Respostas: 3.º caso 1) (x + y) (x – y) tes.
2) (3 + b) (3 – b) 3) (4x + 1) (4x – 1)
Exemplos:
EQUAÇÕES FRACIONÁRIAS 1) 3 2 − 2 2 + 5 2 = (3 − 2 + 5 ) 2 = 6 2
2) 53 6 − 33 6 + 73 6 = (5 − 3 + 7 )3 6 = 93 6
São Equações cujas variáveis estão no denominador
4 1 3
Ex: = 2, + = 8, note que nos dois exem- Multiplicação e Divisão de Radicais
x x 2x Só podemos multiplicar radicais com mesmo índice e
plos x ≠ 0, pois o denominador deverá ser sempre dife- usamos a propriedade: n a ⋅ n b = n ab
rente de zero.
Exemplos
Para resolver uma equação fracionária, devemos a-
char o m.m.c. dos denominadores e multiplicamos os 1) 2 ⋅ 2 = 2.2 = 4 = 2
dois membros por este m.m.c. e simplificamos, temos 2) 3 ⋅ 4 = 3 . 4 = 12
então uma equação do 1.º grau. 3
3) 3 ⋅ 3 9 = 3 3 . 9 = 3 27 = 3
1 7
Ex: + 3 = , x ≠ 0, m.m.c. = 2x 4) 3
5 ⋅ 3 4 = 3 5 . 4 = 3 20
x 2
1 7 5) 3 ⋅ 5 ⋅ 6 = 3 . 5 . 6 = 90
2x . +3 = . 2x
x 2
2x 14 x Exercícios
+ 6x = , simplificando
x 2
Efetuar as multiplicações
2 + 6x = 7x ⇒ equação do 1.º grau. 1) 3⋅ 8 2) 5⋅ 5 3) 3 6 ⋅ 3 4 ⋅ 3 5
Respostas: 1) 24 2) 5 3) 3 120
Resolvendo temos: 2 = 7x – 6x
2 = x ou x = 2 ou V = { 2 }
Para a divisão de radicais usamos a propriedade
Exercícios a
também com índices iguais = a : b = a:b
Resolver as equações fracionárias: b
3 1 3
1) + = x≠0
x 2 2x Exemplos:
1 5
2) + 1 = x≠0
x 2x 18
1) = 18 : 2 = 18 : 2 = 9 = 3
Respostas: Equações: 1) V = {–3} 2) V = { 3 } 2
2
20
2) = 20 : 10 = 20 : 10 = 2
RADICAIS 10
3
15
4 = 2, 1 = 1, 9 = 3, 16 = 4 , etc., são raízes exa- 3) = 3 15 : 3 5 = 3 15 : 5 = 3 3
3
5
tas são números inteiros, portanto são racionais: 2=
1,41421356..., 3 = 1,73205807..., 5 = Exercícios. Efetuar as divisões
2,2360679775..., etc. não são raízes exatas, não são 3
6 16 24
números inteiros. São números irracionais. Do mesmo 1) 2) 3)
3
3 2 6
modo 3 1 = 1, 3 8 = 2 , 3 27 = 3 , 3 64 = 4 ,etc., são
Respostas: 1) 2 2) 2 3) 2
racionais, já 3 9 = 2,080083823052.., 3
20 =
2,714417616595... são irracionais. Simplificação de Radicais
Nomes: n a = b : n = índice; a = radicando = sinal Podemos simplificar radicais, extraindo parte de raí-
n n
da raiz e b = raiz. Dois radicais são semelhantes se o zes exatas usando a propriedade a simplificar índice
( 6, 6, 6, 6, 6, 6, 6 ) 1º termo A = 2
B−A
Aplicando a fórmula: último termo B = 10
As PA também podem ser classificadas em: K +1
a) FINITAS: ( 1, 3, 5, 7, 9, 11) k meios = 3
b) INFINITAS: ( 6, 10 , 14 , 18 , ...) Substituindo na forma acima vem:
B−A 10 − 2 8
⇒ = = 2
lV - TERMO GERAL K +1 3 +1 4
Podemos obter uma relação entre o primeiro termo portanto a razão da PA é 2
e um termo qualquer, assim:
a2 = a1 + r A Progressão Aritmética procurada será: 2, 4, 6, 8,
a3 = a2 + r = ( a1 + r ) + r = a1 + 2r 10.
a4 = a3 + r = ( a1 + 2r ) + r = a1 + 3r
VII –SOMA DOS N PRIMEIROS TERMOS DE UMA
a5 = a4 + r = ( a1 + 3r ) + r = a1 + 4r PA
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Podemos determinar a fórmula da soma dos n
a10 = a9 + r = ( a1 + 8r ) + r = a1 + 9r primeiros termos de uma PA Sn da seguinte forma:
logo AN = A 1 + ( N – 1) . R Sn = a1 + a2 + a3 +....+ an -2 + an -1 + an ( + )
Sn = an -2 + an -1 + an +....+ a1 + a2 + a3
que recebe o nome de fórmula do Termo Geral de
uma Progressão Aritmética.
2Sn = (a1+ an) + (a1+ an)+ (a1 + an)+....+ (a1+ an)
V - TERMOS EQUIDISTANTES
Em uma PA finita, dois termos são chamados Observe que aqui usamos a propriedade dos termos
equidistantes dos extremos, quando o número de equidistantes, assim: 2Sn = n (a1+ an)
termos que precede um deles é igual ao número de ( A + AN ) ⋅ N
termos que sucede o outro. logo: SN = 1
2
Por exemplo: Dada a PA
EXERCICIOS
( a1, a2, a3, a4, a5, a6, a7, a8 ) Não esquecer as denominações:
an → termo de ordem n
a1 → 1º termo
n → número de termos
r → razão
a2 e a7 são equidistantes dos extremos 1) Determinar o 20º termo (a20) da PA (2, 5, 8, ...)
a3 e a6 são equidistantes dos extremos Resolução:
a1 = 2 an = a1 + (n – 1) . r
E temos a seguinte propriedade para os termos
r=5–2=8–5=3 a20 = 2 + (20 – 1) . 3
equidistantes: A soma de dois termos equidistantes dos
extremos é uma constante igual à soma dos extremos. n = 20 a20 = 2 + 19 . 3
a20 = ? a20 = 2 + 57
Exemplo: a20 = 59
( –3, 1, 5, 9, 13, 17, 21, 25, 29 )
– 3 e 29 são extremos e sua soma é 26 2) Escrever a PA tal que a1 = 2 e r = 5, com sete
1 e 25 são equidistantes e sua soma é 26 termos.
5 e 21 são equidistantes e sua soma é 26 Solução: a2 = a1 + r = 2 + 5= 7
Dessa propriedade podemos escrever também que:
Se uma PA finita tem número ímpar de termos a3 = a2 + r = 7 + 5 = 12
então o termo central é a média aritmética dos a4 = a3 + r = 12 + 5 = 17
extremos. a5 = a4 + r = 17 + 5 = 22
a6 = a5 + r = 22 + 5 = 27
VI - INTERPOLACÃO ARITMÉTICA
a7 = a6 + r = 27 + 5 = 32
Dados dois termos A e B inserir ou interpolar k
meios aritméticos entre A e B é obter uma PA cujo
Logo, a PA solicitada no problema é: (2, 7, 12, 17,
primeiro termo é A, o último termo é B e a razão é
22, 27, 32).
calculada através da relação:
B−A 3) Obter a razão da PA em que o primeiro termo é
K +1 – 8 e o vigésimo é 30.
Exemplo: Solução:
Interpolar (inserir) 3 meios aritméticos entre 2 e 10 a20 = a1 + 19 r = ⇒ 30 = – 8 + 19r ⇒
de modo a formar uma Progressão Aritmética. ⇒ 30 + 8 = 19r ⇒ 38 = 19r ⇒ r = 38 = 2
19
Solução:
Sn = a1 + a2 + a3 + .... + an
3) Determinar a razão de uma PG com 4 termos
cujos extremos são 1 e 64. Observe que, se q = 1, temos S = n . a1.
4 –1
Solução: a4 = a1 . q Suponhamos agora que, na progressão dada,
64 = 1 . q
4 –1 tenhamos q ≠ 1. Multipliquemos ambos os membros
3 3 por q.
4 =1 .q
3
4 =q
3 Sn . q = a1 . q + a2 . q + a3 . q +....+ an –1 . q + an . q
q =4 Como a1 . q = a2 , a2 . q = a3 , ... an –1 . q = an
temos:
TERMOS EQUIDISTANTES Sn . q = a2 + a3 + a4 +....+ an + an . q
Em toda PG finita, o produto de dois termos
equidistantes dos extremos é igual ao produto dos E sendo a2 + a3 + a4 +....+ an = Sn – a1 , vem:
extremos. Sn . q = Sn – a1 + an . q
Exemplo: Sn - Sn . q = a1 - an . q
( 1, 3, 9, 27, 81, 243 ) a -a . q
Sn = 1 n ( q ≠ 1)
1 e 243 extremos → produto = 243 1- q
3 e 81 equidistantes → produto = 3 . 81 = 243
a1 - a1 . qn -1 ⋅ q
9 e 27 equidistantes → produto = 9 . 27 = 243 Sn =
1- q
Desta propriedade temos que: a1 - a1 . qn
Em toda Progressão Geométrica finita com número Sn =
1- q
ímpar de termos, o termo médio é a média geométrica
dos extremos. 1 - qn
Sn = a1 ⋅ ( q ≠ 1)
1- q
Exemplo: ( 3, 6, 12, 24, 48, 96, 192)
2
24 = 3 . 192
VII - SOMA DOS TERMOS DE UMA PG INFINITA
IV - PRODUTO DOS N PRIMEIROS TERMOS COM - 1 < Q < 1
DE UMA PG Vejamos como calcular S = 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + . . .
Sendo a1, a2, a3, ..., an uma PG de razão q, 2 4 8 16
indicamos o produto dos seus n primeiros termos por:
Pn = a1 . a2 . a3 . ... . an Neste caso, temos a soma dos termos de uma PG
1
0bserve que: infinita com q = .
2 3 n –1 2
Pn = a1. ( a1 . q ) . (a1 . q ) . (a1 . q ) ... (a1 . q )
1 2 3 n –1
Pn = ( a1. a1 . a1 . . . . a1 ) . ( q . q . q . . . q ) Multiplicando por 2 ambos os membros, temos:
1+ 2 + 3 + . . . + (n -1)
Pn = a1n. q
1 1 1 1
2S = 2 + 1 + + + + + . ..
Mas 1 + 2 + 3 + .... + (n –1) é uma PA de (n –1) 2 4 8 16
termos e razão 1. Considerando a fórmula da soma dos S
termos de uma PA, temos:
2S=2+S ⇒ S=2
(a + a )n
S= 1 n ⇒S=
[ 1+ ( n - 1) ] ⋅ n - 1 ⇒ S = n (n − 1) 1 1 1
2 2 2 Calculemos agora S = 1 + + + + ...
3 9 27
Multiplicando por 3 ambos os membros, temos:
Assim, podemos afirmar que:
n ( n -1) 1 1 1
3 S = 3 +1 + + + +...
3 9 27
PN = A N • Q 2 S
1
3
3S = 3 + S ⇒ 2S = 3 ⇒ S =
V - INTERPOLAÇÃO GEOMÉTRICA. 2
Inserir ou interpolar k meios geométricos entre os
números A e B, significa obter uma PG de k+2 termos, Vamos obter uma fórmula para calcular a soma dos
onde A é o primeiro termo e B é o último e a razão é termos de uma PG infinita com -1 < q < 1, Neste caso a
B soma converge para um valor que será indicado por S
dada por: QK +1 = S = a1 + a2 + a3 +....+ an + . . .
A
2 n –1
S = a1 + a1 . q + a1 . q +....+ a1 . q +...
VI - SOMA DOS N PRIMEIROS TERMOS DE UMA PG
Seja uma PG de n termos a1 , a2, a3, ...., an multiplicando por q ambos os membros, temos:
2 3 n
Sq = a1q+ a1 q + a1 q +....+ a1 q + . . . ⇒
A soma dos n primeiros termos será indicada por: ⇒ Sq = S – a1 ⇒ S – Sq = a1
Raciocínio Lógico Quantitativo Analítico 48
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EXERCÍCIOS Solução:
1) Determinar a soma dos termos da PG A escolha de uma blusa pode ser feita de 4 manei-
1 1 1 ras diferentes e a de uma saia, de 3 maneiras diferen-
( 1, , , . . . . , ) tes.
2 4 64
1
Solução: a1 = 1 q= Pelo PFC, temos: 4 . 3 = 12 possibilidades para a
2 escolha da blusa e saia. Podemos resumir a resolução
a1 - an . q no seguinte esquema;
Sn =
1- q
Blusa saia
1 1 1
1- . 1-
Sn = 64 2 ⇒ S = 128
n
1 1
1-
2 2 4 . 3 = 12 modos diferentes
127
127 127 2) Existem 4 caminhos ligando os pontos A e B, e
Sn = 128 = ⋅ 2 ⇒ Sn = ou 5 caminhos ligando os pontos B e C. Para ir de
1 128 64
A a C, passando pelo ponto B, qual o número
2
de trajetos diferentes que podem ser realiza-
Sn = 1,984375
dos?
5 . 5 . 5 = 125
Solução:
4) Quantas placas poderão ser confeccionadas se Existem 10 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
forem utilizados três letras e três algarismos pa- Temos 9 possibilidades para a escolha do primeiro
ra a identificação de um veículo? (Considerar 26 algarismo, pois ele não pode ser igual a zero. Para o
letras, supondo que não há nenhuma restrição.) segundo algarismo, temos também 9 possibilidades,
pois um deles foi usado anteriormente.
Solução:
Como dispomos de 26 letras, temos 26 possibilida- Para o terceiro algarismo existem, então, 8 possibi-
des para cada posição a ser preenchida por letras. Por lidades, pois dois deles já foram usados. O numero
outro lado, como dispomos de dez algarismos (0, 1, 2, total de possibilidades é: 9 . 9 . 8 = 648
3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9), temos 10 possibilidades para cada
posição a ser preenchida por algarismos. Portanto, pelo Esquema:
PFC o número total de placas é dado por:
Exercícios
1) Uma indústria automobilística oferece um determi-
nado veículo em três padrões quanto ao luxo, três
tipos de motores e sete tonalidades de cor. Quan-
tas são as opções para um comprador desse car-
ro?
2) Sabendo-se que num prédio existem 3 entradas
diferentes, que o prédio é dotado de 4 elevadores e
que cada apartamento possui uma única porta de
6) Quantos números de 3 algarismos distintos po- entrada, de quantos modos diferentes um morador
demos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, pode chegar à rua?
7, 8 e 9? 3) Se um quarto tem 5 portas, qual o número de ma-
neiras distintas de se entrar nele e sair do mesmo
Solução: por uma porta diferente da que se utilizou para en-
Existem 9 possibilidades para o primeiro algarismo, trar?
apenas 8 para o segundo e apenas 7 para o terceiro. 4) Existem 3 linhas de ônibus ligando a cidade A à
Assim, o número total de possibilidades é: 9 . 8 . 7 = cidade B, e 4 outras ligando B à cidade C. Uma
504 pessoa deseja viajar de A a C, passando por B.
Quantas linhas de ônibus diferentes poderá utilizar
Esquema: na viagem de ida e volta, sem utilizar duas vezes a
mesma linha?
5) Quantas placas poderão ser confeccionadas para a
identificação de um veículo se forem utilizados du-
as letras e quatro algarismos? (Observação: dis-
pomos de 26 letras e supomos que não haverá ne-
7) Quantos são os números de 3 algarismos distin- nhuma restrição)
tos? 6) No exercício anterior, quantas placas poderão ser
Introdução: Exercícios
Na aplicação An,p, calculamos quantos números de 2 1) Calcule:
algarismos distintos podemos formar com 1, 2, 3 e 4. a) A8,1 b) A8,2 c ) A8,3 d) A8,4
Raciocínio Lógico Quantitativo Analítico 51
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4 ⋅ ( n - 3 )( n - 4 ) ! n ( n - 1) !
= 3⋅
2) Efetue: ( n - 4)! ( n - 1) !
A 8,2 + A 7,4
a) A7,1 + 7A5,2 – 2A4,3 – A 10,2 b) ∴ 4n − 12 = 3n ∴ n = 12
A 5,2 − A10,1
( n + 2 )! - ( n + 1) !
3) Resolva as equações: 4) Obter n, tal que : =4
n!
a) Ax,2 = Ax,3 b) Ax,2 = 12 c) Ax,3 = 3x(x – 1)
Solução:
FATORIAL
( n + 2 ) ( n +1) ⋅ n !- ( n +1) ⋅ n !
= 4∴
Definição: n!
• Chama-se fatorial de um número natural n, n ≥
2, ao produto de todos os números naturais de 1 n ! ( n + 1 ) ⋅ [n + 2 - 1]
até n. Assim : ⇒ =4
• n ! = n( n - 1) (n - 2) . . . 2 . 1, n ≥ 2 (lê-se: n n!
fatorial)
• 1! = 1 n + 1 = 2 ∴ n =1
∴ (n + 1 ) = 4
2
• 0! = 1
n + 1 = –2 ∴ n = –3 (não
convém )
Fórmula de arranjos simples com o auxílio de
fatorial:
Exercícios
, p ≤ n e { p, n} ⊂ lN
n!
A N,P =
( n − p) ! 1) Assinale a alternativa correta:
10 !
a) 10 ! = 5! + 5 ! d) =5
2!
Aplicações b) 10 ! = 2! . 5 ! e) 10 ! =10. 9. 8. 7!
1) Calcular: c) 10 ! = 11! -1!
8! n!
a) 5! c) e) 2) Assinale a alternativa falsa;
6! (n - 2)!
a) n! = n ( n-1)! d) ( n –1)! = (n- 1)(n-2)!
5! 11! + 10 ! b) n! = n(n - 1) (n - 2)! e) (n - 1)! = n(n -1)
b) d)
4! 10 ! c) n! = n(n – 1) (n - 2) (n - 3)!
Solução: 3) Calcule:
a) 5 ! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120 12 ! 7!
a) c)
5! 5 ⋅ 4! 10 ! 3! 4!
b) = =5
4! 4! 7! + 5! 8! - 6!
b) d)
8! 8 ⋅7 ⋅ 6! 5! 5!
c) = = 56
6! 6!
11! + 10 ! 11 ⋅ 10 ! + 10 ! 10 ! (11 + 1) 4) Simplifique:
d) = = = 12
10 ! 10! 10 ! n! n!
a) d)
n! n ⋅ ( n - 1)( n - 2 )! ( n - 1) ! n ( n - 1) !
e) = = n2 − n
(n - 2)! ( n - 2 )! ( n + 2 )! n ! 5M ! - 2 ( M - 1 ) !
b) e)
2) Obter n, de modo que An,2 = 30. [( n + 1 ) ! ]2 M!
n ! + ( n + 1)!
c)
Solução: n!
Utilizando a fórmula, vem :
n! n ( n - 1) ( n - 2) ! 5) Obtenha n, em:
= 30 ⇒ = 30 ∴
(n - 2)! (n - 2)! (n + 1)!
a) = 10 b) n!+( n - 1)! = 6 ( n - 1)!
n=6 n!
2
n – n – 30 = 0 ou n (n - 1)!
n = –5 ( não convém) c) =6 d) (n - 1)! = 120
(n - 2)!
3) Obter n, tal que: 4 . An-1,3 = 3 . An,3.
1 n
6) Efetuando − , obtém-se:
Solução: n ! (n + 1)!
4 ⋅ ( n - 1 )! n! 4 ⋅ ( n - 3 )! n! 1 2n + 1
= 3⋅ ⇒ = 3⋅ ∴
( n - 4) ! ( n - 3)! ( n - 4) ! ( n - 1) ! a)
(n + 1) !
d)
(n + 1) !
1
b) e) 0
n!
n ! ( n + 1) !
c)
n -1
Introdução:
Consideremos os números de três algarismos
distintos formados com os algarismos 1, 2 e 3. Esses
números são : 123 132 213 231 312 321
A quantidade desses números é dada por A3,3= 6. e) Devemos permutar entre si 6 elementos, tendo
considerado as letras T, R, E como um único elemento:
Esses números diferem entre si somente pela posi-
ção de seus elementos. Cada número é chamado de
permutação simples, obtida com os algarismos 1, 2 e 3.
Definição:
Seja I um conjunto com n elementos. Chama-se
permutação simples dos n elementos de l a toda a se-
quência dos n elementos.
Devemos também permutar as letras T, R, E, pois
O número de permutações simples de n elementos não foi especificada a ordem :
é indicado por Pn.
Fórmula:
Para cada agrupamento formado, as letras T, R, E
Aplicações
podem ser dispostas de P3 maneiras. Assim, para P6
1) Considere a palavra ATREVIDO.
agrupamentos, temos
a) quantos anagramas (permutações simples)
P6 . P3 anagramas. Então:
podemos formar?
P6 . P3 = 6! . 3! = 720 . 6 = 4 320 anagramas
b) quantos anagramas começam por A?
c) quantos anagramas começam pela sílaba TRE?
f) A palavra ATREVIDO possui 4 vogais e 4
d) quantos anagramas possuem a sílaba TR E?
consoantes. Assim:
e) quantos anagramas possuem as letras T, R e E
juntas?
f) quantos anagramas começam por vogal e
terminam em consoante?
Solução:
a) Devemos distribuir as 8 letras em 8 posições
disponíveis. Exercícios
Assim: 1) Considere a palavra CAPITULO:
a) quantos anagramas podemos formar?
b) quantos anagramas começam por C?
c) quantos anagramas começam pelas letras C, A
e P juntas e nesta ordem?
Ou então, P8 = 8 ! = 40.320 anagramas d) quantos anagramas possuem as letras C, A e P
juntas e nesta ordem?
b) A primeira posição deve ser ocupada pela letra A; e) quantos anagramas possuem as letras C, A e P
assim, devemos distribuir as 7 letras restantes em 7 juntas?
posições, Então: f) quantos anagramas começam por vogal e ter-
minam em consoante?
2) Quantos anagramas da palavra MOLEZA Usando R e A nas duas primeiras posições, restam
começam e terminam por vogal? 5 letras para serem permutadas, sendo que:
3) Quantos anagramas da palavra ESCOLA
possuem as vogais e consoantes alternadas?
G A, A R F
{
{
4) De quantos modos diferentes podemos dispor Assim, 1 temos:
2 1 1
as letras da palavra ESPANTO, de modo que as 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 !
vogais e consoantes apareçam juntas, em p5(2,1,1) = = 60 anagramas
2!
qualquer ordem?
5) obtenha o número de anagramas formados com Exercícios
as letras da palavra REPÚBLICA nas quais as 1) O número de anagramas que podemos formar
vogais se mantenham nas respectivas posições. com as letras da palavra ARARA é:
a) 120 c) 20 e) 30
PERMUTAÇÕES SIMPLES, COM ELEMENTOS RE- b) 60 d) 10
PETIDOS
2) O número de permutações distintas possíveis
Dados n elementos, dos quais : com as oito letras da palavra PARALELA,
α1 são iguais a a1 → a1 , a1 , . . ., a1 começando todas com a letra P, será de ;
α1 a) 120 c) 420 e) 360
α 2 são iguais a a2 → a2, a2 , . . . , a2 b) 720 d) 24
α2
3) Quantos números de 5 algarismos podemos
. . . . . . . . . . . . . . . . .
formar com os algarismos 3 e 4 de maneira que
ar → ar , ar , . . . , ar o 3 apareça três vezes em todos os números?
αr são iguais a αr a) 10 c) 120 e) 6
b) 20 d) 24
sendo ainda que: α1 + α 2 + . . . + αr = n, e indicando-
se por pn (α1, α 2 , . . . α r ) o número das permutações 4) Quantos números pares de cinco algarismos
simples dos n elementos, tem-se que: podemos escrever apenas com os dígitos 1, 1,
2, 2 e 3, respeitadas as repetições
apresentadas?
Aplicações a) 120 c) 20 e) 6 b) 24 d) 12
1) Obter a quantidade de números de 4 algarismos
formados pelos algarismos 2 e 3 de maneira 5) Quantos anagramas da palavra MATEMÁTICA
que cada um apareça duas vezes na formação terminam pela sílaba MA?
do número. a) 10 800 c) 5 040 e) 40 320
b) 10 080 d) 5 400
Solução:
2233 2323 2332 COMBINAÇÕES SIMPLES
os números são
3322 3232 3223 Introdução:
Consideremos as retas determinadas pelos quatro
A quantidade desses números pode ser obtida por: pontos, conforme a figura.
4 ⋅ 3 ⋅ 2!
P4(2,2 ) =
4!
= = 6 números
2! 2! 2! ⋅ 2 ⋅ 1
dos 4 elementos tomados 2 a 2. demos formar com vértice nos pontos indicados:
Fórmula:
n! Solução:
C n ,p = , p≤n e { p, n } ⊂ lN Um triângulo fica identificado quando escolhemos 3
p! ( n - p )! desses pontos, não importando a ordem. Assim, o nú-
mero de triângulos é dado por:
Aplicações 8! 8 ⋅ 7 ⋅ 6 . 5!
1) calcular: C 8,3 = = = 56
a) C7,1 b) C7,2 c) C7,3 d) C7,4
3!5 ! 3 ⋅ 2 . 5!
4) Obter n, tal que Cn,2 = 28. b) C10,3 – C6,3 – C4,3 = 96 triângulos onde
n = -7 (não convém)
8) Uma urna contém 10 bolas brancas e 6 pretas.
5) Numa circunferência marcam-se 8 pontos, 2 a 2 De quantos modos é possível tirar 7 bolas das
distintos. Obter o número de triângulos que po- quais pelo menos 4 sejam pretas?
9) Numa circunferência marcam-se 7 pontos 21) Em um piano marcam-se vinte pontos, não
distintos. Obtenha: alinhados 3 a 3, exceto cinco que estão sobre
a) o número de retas distintas que esses uma reta. O número de retas determinadas por
pontos determinam; estes pontos é:
b) o número de triângulos com vértices nesses a) 180
pontos; b) 1140
c) o número de quadriláteros com vértices c) 380
nesses pontos; d) 190
d) o número de hexágonos com vértices e) 181
nesses pontos.
22) Quantos paralelogramos são determinados por
10) A diretoria de uma firma é constituída por 7 dire- um conjunto de sete retas paralelas,
tores brasileiros e 4 japoneses. Quantas comis- interceptando um outro conjunto de quatro retas
sões de 3 brasileiros e 3 japoneses podem ser paralelas?
formadas? a) 162
b) 126
11) Uma urna contém 10 bolas brancas e 4 bolas c) 106
pretas. De quantos modos é possível tirar 5 bo- d) 84
las, das quais duas sejam brancas e 3 sejam e) 33
pretas?
23) Uma lanchonete que vende cachorro quente o-
12) Em uma prova existem 10 questões para que os ferece ao freguês: pimenta, cebola, mostarda e
alunos escolham 5 delas. De quantos modos is- molho de tomate, como tempero adicional.
to pode ser feito? Quantos tipos de cachorros quentes diferentes
(Pela adição ou não de algum tempero) podem
13) De quantas maneiras distintas um grupo de 10 ser vendidos?
a)
[n !] c) ( n – 4 ) ! e) 4 ! Arranjos simples
24( n - 4 )
1) a) 8 c) 336
n! b) 56 d) 1680
b) d) n !
(n-4)
2) a) 9 b) 89,6
28) No cardápio de uma festa constam 10 diferentes
tipos de salgadinhos, dos quais apenas 4 serão 3) a) s = {3} b) S = {4} c) S = {5}
servidos quentes. O garçom encarregado de ar-
rumar a travessa e servi-la foi instruído para que Fatorial
a mesma contenha sempre só dois tipos dife- 1) e 2) e
rentes de salgadinhos frios e dois diferentes dos 3) a) 132 b) 43 c) 35 d) 330
quentes. De quantos modos diversos pode o n+2 5M − 2
4) a) n b) c) n + 2 d) 1 e)
garçom, respeitando as instruções, selecionar n +1 M
os salgadinhos para compor a travessa? 5) n = 9 b) n = 5 c) n = 3 d) n = 6
a) 90 d) 38
b) 21 e) n.d.a. 6) a
c) 240
7) a) S = {10} b) S = {3}
29) Em uma sacola há 20 bolas de mesma dimen-
são: 4 são azuis e as restantes, vermelhas. De 8) n = 5
quantas maneiras distintas podemos extrair um
conjunto de 4 bolas desta sacola, de modo que 9) n = 17
haja pelo menos uma azul entre elas?
20 ! 16 ! 1 20 ! 16 ! Permutações simples
a) − d) ⋅ −
16 ! 12 ! 4 ! 16 ! 12 ! 1) a) 40 320 d) 720 2) 144
b) 5 040 e) 4 320 3) 72
20 ! c) 120 f) 11 520 4) 288
b) e)n.d.a.
4 ! 16 ! 5) 120
20 !
c) Permutações simples com elementos repetidos
16 !
1) d 2) c 3) a 4) d 5) b
30) Uma classe tem 10 meninos e 9 meninas.
EXEMPLOS:
Lançamento de um dado e observação da face
Aplicações
voltada para cima:
1) Considerar o experimento "registrar as faces
E = {1, 2, 3, 4, 5, 6} voltadas para cima", em três lançamentos de
uma moeda.
Lançamento de uma moeda e observação da face
a) Quantos elementos tem o espaço amostral?
voltada para cima :
b) Escreva o espaço amostral.
E = {C, R}, onde C indica cara e R coroa.
Solução:
Lançamento de duas moedas diferentes e a) o espaço amostral tem 8 elementos, pois para
observação das faces voltadas para cima: cada lançamento temos duas possibilidades e,
E = { (C, C), (C, R), (R, C), (R, R) } assim: 2 . 2 . 2 = 8.
b) E = { (C, C, C), (C, C, R), (C, R, C), (R, C, C), (R,
Solução: Aplicações
O evento pode ser tomado por pares ordenados com 4) No lançamento de duas moedas, qual a
soma 10, soma 11 ou soma 12. Indicando o evento pela probabilidade de obtermos cara em ambas?
letra S, temos:
S = { (4,6), (5, 5), (6, 4), (5, 6), (6, 5), (6, 6)} ⇒ Solução:
⇒ n(S) = 6 elementos Espaço amostral:
E = {(C, C), (C, R), (R, C), (R,R)} ⇒ n(E).= 4
4) Lançando-se um dado duas vezes, obter o nú-
mero de elementos do evento "número par no Evento A : A = {(C, C)} ⇒ n(A) =1
primeiro lançamento e soma dos pontos igual a n( A ) 1
7". Assim: P ( A ) = =
n(E ) 4
Solução:
5) Jogando-se uma moeda três vezes, qual a
Indicando o evento pela letra B, temos:
probabilidade de se obter cara pelo menos uma
B = { (2, 5), (4, 3), (6, 1)} ⇒ n(B) = 3 elementos
vez?
Exercícios
Solução:
1) Dois dados são lançados. O número de E = {(C, C, C), (C, C, R), (C, R, C), (R, C, C), (R, R,
elementos do evento "produto ímpar dos pontos
C), (R, C, R), (C, R, R), (R. R, R)} ⇒ n(E)= 8
obtidos nas faces voltadas para cima" é:
A = {(C, C, C), (C, C, R), (C, R, C), (R, C, C), (R, R,
a) 6 b) 9 c) 18 d) 27 e) 30
C), (R, C, R), (C, R, R) ⇒ n(A) = 7
2) Num grupo de 10 pessoas, seja o evento ''esco- n( A ) 7
P( A )= ⇒ P(A) =
lher 3 pessoas sendo que uma determinada este- n(E ) 8
ja sempre presente na comissão". Qual o número
de elementos desse evento? 6) (Cesgranrio) Um prédio de três andares, com
a) 120 b) 90 c) 45 d) 36 e) 28 dois apartamentos por andar, tem apenas três
apartamentos ocupados. A probabilidade de que
3) Lançando três dados, considere o evento "obter cada um dos três andares tenha exatamente um
pontos distintos". O número de elementos desse apartamento ocupado é :
evento é: a) 2/5 c) 1/2 e) 2/3
a) 216 b) 210 c) 6 d) 30 e) 36 b) 3/5 d) 1/3
2
P( A ) =
3
1 3 1 3 1
⇒ P(A ∪ B) = + − = ∴ P( A ∪ B) = 5) (PUC) Num grupo, 50 pessoas pertencem a um
6 6 6 6 2
clube A, 70 a um clube B, 30 a um clube C, 20
pertencem aos clubes A e B, 22 aos clubes A e
3) A probabilidade de que a população atual de um
C, 18 aos clubes B e C e 10 pertencem aos três
pais seja de 110 milhões ou mais é de 95%. A
clubes. Escolhida ao acaso uma das pessoas
probabilidade de ser 110 milhões ou menos é
presentes, a probabilidade de ela:
8%. Calcular a probabilidade de ser 110 milhões.
3
a) Pertencer aos três Clubes é ;
Solução: 5
Temos P(A) = 95% e P(B) = 8%. b) pertencer somente ao clube C é zero;
c) Pertencer a dois clubes, pelo menos, é 60%;
A probabilidade de ser 110 milhões é P(A ∩ B). d) não pertencer ao clube B é 40%;
Observando que P(A ∪ B) = 100%, temos: e) n.d.a.
P(A U B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B) ⇒
⇒ 100% = 95% + 8% - P(A ∩ B) ∴ 6) (Maringá) Um número é escolhido ao acaso entre
(A ∩ B) = 3% os 20 inteiros, de 1 a 20. A probabilidade de o
número escolhido ser primo ou quadrado perfeito
Exercícios é:
1) (Cescem) Uma urna contém 20 bolas numeradas 1 4 3
de 1 a 20. Seja o experimento "retirada de uma a) c) e)
5 25 5
bola" e considere os eventos;
2 2
A = a bola retirada possui um número múltiplo de b) d)
2 25 5
B = a bola retirada possui um número múltiplo de
5 PROBABILIDADE CONDICIONAL
Então a probabilidade do evento A ∪ B é: Muitas vezes, o fato de sabermos que certo evento
13 7 11 ocorreu modifica a probabilidade que atribuímos a outro
a) c) e) evento. Indicaremos por P(B/A) a probabilidade do even-
20 10 20 to B, tendo ocorrido o evento A (probabilidade condicio-
4 3 nal de B em relação a A). Podemos escrever:
b) d)
5 5
n ( A ∩ B)
P(B / A ) =
2) (Santa casa) Num grupo de 60 pessoas, 10 são n (A)
torcedoras do São Paulo, 5 são torcedoras do
Palmeiras e as demais são torcedoras do Corin- Multiplicação de probabilidades:
thians. Escolhido ao acaso um elemento do gru- A probabilidade da intersecção de dois eventos A e B
po, a probabilidade de ele ser torcedor do São é igual ao produto da probabilidade de um deles pela
Paulo ou do Palmeiras é: probabilidade do outro em relação ao primeiro.
a) 0,40 c) 0,50 e) n.d.a.
b) 0,25 d) 0,30 Em símbolos:
Ângulos
Solução:
Evento A : cartão com as duas cores
Evento B: face para o juiz vermelha e face para o
jogador amarela, tendo saído o cartão de duas cores
Temos:
Ângulo inscrito
É inscrito numa circun-
ferência somente se o seu
vértice é um ponto da cir-
cunferência e cada um de
seus lados contém uma
corda dessa circunferência.
Quadrado
S = a²
Ângulo central
Losango
Um ângulo é central em relação a uma circunferên-
cia se o seu vértice coincide com o centro da mesma.
Trapé
zio 9 lados eneágono ou enealátero
10 lados decágono ou decalátero
11 lados undecágono ou undecalátero
12 lados dodecágono ou dodecalátero
15 lados pentadecágono ou pentadecalátero
20 lados icoságono ou icosalátero
QUADRILÁTEROS LOSANGO
Teorema
A soma das medidas dos quatro ângulos internos de um É todo paralelogramo
quadrilátero qualquer é igual a 360º. que possui quatro lados
Trapézio congruentes.
É todo quadrilá-
tero que possui somente
um par, de lados opostos
paralelos.
AB e CD
QUADRADO
Trapé
zio isósceles
Os lados transversos
têm medidas iguais.
AD = BC
Trapé
zio retângulo
Um dos lados transver-
sos é perpendicular as
bases.
Paralelogramos Notáveis
Casos de semelhança de triângulos
Critérios utilizados para que haja semelhança de triângu-
los
2) Caso LAL (lado, ângulo, lado)Dois triângulos são seme- b² + c² = a² (teorema de Pitágoras).
lhantes somente se, têm dois lados, respectivamente,
proporcionais; e são congruentes os ângulos formados
O quadrado da medida de um cateto é igual ao produto da
por esses lados.
medida da hipotenusa pela medida da projeção ortogo-
nal desse cateto sobre a hipotenusa, ou seja,
b² = a . m
c² = a . n
b.c=a.h.
3) Caso LLL (lado, lado, lado) Dois triângulos são O quadrado da altura relativa à hipotenusa é igual ao produto
semelhantes somente se, têm os três lados, dos segmentos que ela determina na hipotenusa, ou se-
respectivamente, proporcionais. ja,
h² = m . n
Triângulo Equilátero
Relações Mé
tricas no triângulo Retângulo
H a medida de AH, altura relativa a BC O baricentro divide cada mediana em duas partes tais que
a que contém o vértice é o dobro da outra.
M a medida de HC, projeção ortogonal de AC sobre BC
Quadrado
N a medida de BH, projeção ortogonal de AB sobre BC. Num quadrado, cujo lado tem medida a, a medida d de
uma diagonal é dada por:
d = a √2
Teorema de Tales
Se um feixe de paralelas determina segmentos congru-
entes sobre uma transversal, então esse feixe determina
segmentos congruentes sobre qualquer outra transversal.
Fonte: http://www.brasilescola.com
La Géométrie
onde desenvolve o conceito que apenas tinha sido referido na Quadrantes das bissetrizes pares (quadrantes II e IV).
obra anterior.
Quadrantes
RACIOCÍNIO LÓGICO
ALGUMAS NOÇÕES DE LÓGICA
António Aníbal Padrão
Introdução
Todas as disciplinas têm um objecto de estudo. O objeto
de estudo de uma disciplina é aquilo que essa disciplina es-
tuda. Então, qual é o objecto de estudo da lógica? O que é
que a lógica estuda? A lógica estuda e sistematiza a validade
ou invalidade da argumentação. Também se diz que estuda
inferências ou raciocínios. Podes considerar que argumentos,
inferências e raciocínios são termos equivalentes.
Nos quadrantes I e III os sinas de x,y são os mesmos (+,+) e Este exemplo permite-nos esclarecer outro aspecto dos
(-,-), respectivamente, já nos quadrantes II e IV os sinas de argumentos, que é o seguinte: embora um argumento seja
um conjunto de proposições, nem todos os conjuntos de
x,y são opostos (-,+) e (+,-), respectivamente. proposições são argumentos. Por exemplo, o seguinte con-
junto de proposições não é um argumento:
Quadrantes das bissetrizes ímpares (quadrantes I e III). Eu lancho no bar da escola, mas o João não.
A Joana come pipocas no cinema.
O Rui foi ao museu.
Neste caso, não temos um argumento, porque não há ne- Um indicador é um articulador do discurso, é uma palavra
nhuma pretensão de justificar uma proposição com base nas ou expressão que utilizamos para introduzir uma razão (uma
outras. Nem há nenhuma pretensão de apresentar um con- premissa) ou uma conclusão. O quadro seguinte apresenta
junto de proposições com alguma relação entre si. Há apenas alguns indicadores de premissa e de conclusão:
uma sequência de afirmações. E um argumento é, como já
vimos, um conjunto de proposições em que se pretende que
uma delas seja sustentada ou justificada pelas outras — o Indicadores de premis- Indicadores de conclu-
que não acontece no exemplo anterior. sa são
Por exemplo, as seguintes frases não exprimem proposi- Quando é que um argumento é válido? Por agora, referirei
ções, porque não têm valor de verdade, isto é, não são ver- apenas a validade dedutiva. Diz-se que um argumento dedu-
dadeiras nem falsas: tivo é válido quando é impossível que as suas premissas
sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Repara que, para um
1. Que horas são? argumento ser válido, não basta que as premissas e a con-
2. Traz o livro. clusão sejam verdadeiras. É preciso que seja impossível que
3. Prometo ir contigo ao cinema. sendo as premissas verdadeiras, a conclusão seja falsa.
4. Quem me dera gostar de Matemática.
Considera o seguinte argumento:
Mas as frases seguintes exprimem proposições, porque
têm valor de verdade, isto é, são verdadeiras ou falsas, ainda Premissa 1: Alguns treinadores de futebol ganham mais
que, acerca de algumas, não saibamos, neste momento, se de 100000 euros por mês.
são verdadeiras ou falsas: Premissa 2: O Mourinho é um treinador de futebol.
Conclusão: Logo, o Mourinho ganha mais de 100000
1. Braga é a capital de Portugal. euros por mês.
2. Braga é uma cidade minhota.
3. A neve é branca. Neste momento (Julho de 2004), em que o Mourinho é
4. Há seres extraterrestres inteligentes. treinador do Chelsea e os jornais nos informam que ganha
muito acima de 100000 euros por mês, este argumento tem
A frase 1 é falsa, a 2 e a 3 são verdadeiras. E a 4? Bem, premissas verdadeiras e conclusão verdadeira e, contudo,
não sabemos qual é o seu valor de verdade, não sabemos se não é válido. Não é válido, porque não é impossível que as
é verdadeira ou falsa, mas sabemos que tem de ser verdadei- premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Podemos
ra ou falsa. Por isso, também exprime uma proposição. perfeitamente imaginar uma circunstância em que o Mourinho
ganhasse menos de 100000 euros por mês (por exemplo, o
Uma proposição é uma entidade abstracta, é o pensa- Mourinho como treinador de um clube do campeonato regio-
mento que uma frase declarativa exprime literalmente. Ora, nal de futebol, a ganhar 1000 euros por mês), e, neste caso,
um mesmo pensamento pode ser expresso por diferentes a conclusão já seria falsa, apesar de as premissas serem
frases. Por isso, a mesma proposição pode ser expressa por verdadeiras. Portanto, o argumento é inválido.
diferentes frases. Por exemplo, as frases "O governo demitiu
o presidente da TAP" e "O presidente da TAP foi demitido Considera, agora, o seguinte argumento, anteriormente
pelo governo" exprimem a mesma proposição. As frases apresentado:
seguintes também exprimem a mesma proposição: "A neve é
branca" e "Snow is white". Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.
Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano.
Ambiguidade e vagueza
Para além de podermos ter a mesma proposição expres- Este argumento é válido, pois é impossível que a pre-
sa por diferentes frases, também pode acontecer que a missa seja verdadeira e a conclusão falsa. Ao contrário do
mesma frase exprima mais do que uma proposição. Neste argumento que envolve o Mourinho, neste não podemos
caso dizemos que a frase é ambígua. A frase "Em cada dez imaginar nenhuma circunstância em que a premissa seja
minutos, um homem português pega numa mulher ao colo" é verdadeira e a conclusão falsa. Podes imaginar o caso em
ambígua, porque exprime mais do que uma proposição: tanto que o João não é aluno do 11.º ano. Bem, isto significa
pode querer dizer que existe um homem português (sempre o que a conclusão é falsa, mas a premissa também é falsa.
mesmo) que, em cada dez minutos, pega numa mulher ao
colo, como pode querer dizer que, em cada dez minutos, um Repara, agora, no seguinte argumento:
homem português (diferente) pega numa mulher ao colo (a
sua). Premissa 1: Todos os números primos são pares.
Premissa 2: Nove é um número primo.
Por vezes, deparamo-nos com frases que não sabemos Conclusão: Logo, nove é um número par.
com exactidão o que significam. São as frases vagas. Uma
frase vaga é uma frase que dá origem a casos de fronteira Este argumento é válido, apesar de quer as premissas
indecidíveis. Por exemplo, "O professor de Filosofia é calvo" é quer a conclusão serem falsas. Continua a aplicar-se a noção
uma frase vaga, porque não sabemos a partir de quantos de validade dedutiva anteriormente apresentada: é impossí-
cabelos é que podemos considerar que alguém é calvo. Qui- vel que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa.
nhentos? Cem? Dez? Outro exemplo de frase vaga é o se- A validade de um argumento dedutivo depende da conexão
guinte: "Muitos alunos tiveram negativa no teste de Filosofia". lógica entre as premissas e a conclusão do argumento e não
Muitos, mas quantos? Dez? Vinte? Em filosofia devemos do valor de verdade das proposições que constituem o argu-
evitar as frases vagas, pois, se não comunicarmos com exac- mento. Como vês, a validade é uma propriedade diferente da
tidão o nosso pensamento, como é que podemos esperar que verdade. A verdade é uma propriedade das proposições que
os outros nos compreendam? constituem os argumentos (mas não dos argumentos) e a
Validade e verdade validade é uma propriedade dos argumentos (mas não das
proposições).
A verdade é uma propriedade das proposições. A valida-
de é uma propriedade dos argumentos. É incorrecto falar em Então, repara que podemos ter:
proposições válidas. As proposições não são válidas nem
inválidas. As proposições só podem ser verdadeiras ou fal-
Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu-
sas. Também é incorrecto dizer que os argumentos são ver-
são verdadeira;
dadeiros ou que são falsos. Os argumentos não são verda-
deiros nem falsos. Os argumentos dizem-se válidos ou inváli-
dos. Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão fal-
sa;
Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con- (É claro que me estou a referir ao Sócrates, filósofo grego
clusão verdadeira; e mestre de Platão, e não ao Sócrates, candidato a secretário
geral do Partido Socialista. Por isso, a premissa e a conclu-
Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con- são são verdadeiras.)
clusão falsa;
Este argumento é sólido, porque tem premissa verdadeira
Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão e é impossível que, sendo a premissa verdadeira, a conclu-
falsa; e são seja falsa. É sólido, mas não é um bom argumento, por-
que a conclusão se limita a repetir a premissa.
Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão
verdadeira. Um argumento bom (ou forte) é um argumento válido per-
suasivo (persuasivo, do ponto de vista racional).
Mas não podemos ter:
Fica agora claro por que é que o argumento "Sócrates era
Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu- grego; logo, Sócrates era grego", apesar de sólido, não é um
são falsa. bom argumento: a razão que apresentamos a favor da con-
clusão não é mais plausível do que a conclusão e, por isso, o
argumento não é persuasivo.
Como podes determinar se um argumento dedutivo é vá-
lido? Podes seguir esta regra:
Talvez recorras a argumentos deste tipo, isto é, argumen-
tos que não são bons (apesar de sólidos), mais vezes do que
Mesmo que as premissas do argumento não sejam verda-
imaginas. Com certeza, já viveste situações semelhantes a
deiras, imagina que são verdadeiras. Consegues imaginar
esta:
alguma circunstância em que, considerando as premissas
verdadeiras, a conclusão é falsa? Se sim, então o argumento
não é válido. Se não, então o argumento é válido. — Pai, preciso de um aumento da "mesa-
da".
— Porquê?
Lembra-te: num argumento válido, se as premissas forem
— Porque sim.
verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa.
Argumentos sólidos e argumentos bons O que temos aqui? O seguinte argumento:
Em filosofia não é suficiente termos argumentos válidos,
pois, como viste, podemos ter argumentos válidos com con- Preciso de um aumento da "mesada".
clusão falsa (se pelo menos uma das premissas for falsa). Logo, preciso de um aumento da "mesada".
Em filosofia pretendemos chegar a conclusões verdadeiras.
Por isso, precisamos de argumentos sólidos. Afinal, querias justificar o aumento da "mesada" (conclu-
são) e não conseguiste dar nenhuma razão plausível para
Um argumento sólido é um argumento válido esse aumento. Limitaste-te a dizer "Porque sim", ou seja,
com premissas verdadeiras. "Preciso de um aumento da 'mesada', porque preciso de um
aumento da 'mesada'". Como vês, trata-se de um argumento
muito mau, pois com um argumento deste tipo não conse-
Um argumento sólido não pode ter conclusão falsa, pois,
gues persuadir ninguém.
por definição, é válido e tem premissas verdadeiras; ora, a
validade exclui a possibilidade de se ter premissas verdadei-
ras e conclusão falsa. Mas não penses que só os argumentos em que a conclu-
são repete a premissa é que são maus. Um argumento é mau
(ou fraco) se as premissas não forem mais plausíveis do que
O seguinte argumento é válido, mas não é sólido:
a conclusão. É o que acontece com o seguinte argumento:
Todos os minhotos são alentejanos.
Se a vida não faz sentido, então Deus não
Todos os bracarenses são minhotos.
existe.
Logo, todos os bracarenses são alenteja-
Mas Deus existe.
nos.
Logo, a vida faz sentido.
Este argumento não é sólido, porque a primeira premissa
Este argumento é válido, mas não é um bom argumento,
é falsa (os minhotos não são alentejanos). E é porque tem
porque as premissas não são menos discutíveis do que a
uma premissa falsa que a conclusão é falsa, apesar de o
conclusão.
argumento ser válido.
Para que um argumento seja bom (ou forte), as premissas
O seguinte argumento é sólido (é válido e tem premissas
têm de ser mais plausíveis do que a conclusão, como acon-
verdadeiras):
tece no seguinte exemplo:
Todos os minhotos são portugueses.
Se não se aumentarem os níveis de exigência de estudo e de
Todos os bracarenses são minhotos.
trabalho dos alunos no ensino básico, então os alunos conti-
Logo, todos os bracarenses são portugue-
nuarão a enfrentar dificuldades quando chegarem ao ensino
ses.
secundário.
Também podemos ter argumentos sólidos deste tipo:
Ora, não se aumentaram os níveis de exigência de estudo e
de trabalho dos alunos no ensino básico.
verdade? É possível o conhecimento? À lógica não interessa Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini-
nenhuma dessas perguntas, mas apenas dar as regrasdo ções e outras referências à lógica:
pensamento correto. A lógica é, portanto, uma disciplina
propedêutica. “A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos per-
mite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio ato
Aristóteles é considerado, com razão, o fundador da lógi- da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain).
ca. Foi ele, realmente, o primeiro a investigar, cientificamente,
as leis do pensamento. Suas pesquisas lógicas foram reuni- “A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para
das, sob o nome de Organon, por Diógenes Laércio. As leis distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi).
do pensamento formuladas por Aristóteles se caracterizam
pelo rigor e pela exatidão. Por isso, foram adotadas pelos
“A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas
pensadores antigos e medievais e, ainda hoje, são admitidas
como deve ser” (Edmundo D. Nascimento).
por muitos filósofos.
O objetivo primacial da lógica é, portanto, o estudo da in- “A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,
teligência sob o ponto de vista de seu uso no conhecimento. sua história demonstra o poder que a mesma possui quando
É ela que fornece ao filósofo o instrumento e a técnica ne- bem dominada e dirigida a um propósito determinado, como o
cessária para a investigação segura da verdade. Mas, para fizeram os sofistas, a escolástica, o pensamento científico
atingir a verdade, precisamos partir de dados exatos e racio- ocidental e, mais recentemente, a informática” (Bastos; Kel-
cinar corretamente, a fim de que o espírito não caia em con- ler).
tradição consigo mesmo ou com os objetos, afirmando-os
diferentes do que, na realidade, são. Daí as várias divisões 1.1. Lógica formal e Lógica material
da lógica.
Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os es-
Assim sendo, a extensão e compreensão do conceito, o tudos da lógica orientaram-se em duas direções principais: a
juízo e o raciocínio, o argumento, o silogismo e o sofisma são da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a da
estudados dentro do tema lógica. O silogismo, que é um lógica material, também conhecida como “lógica maior”.
raciocínio composto de três proposições, dispostos de tal
maneira que a terceira, chamada conclusão, deriva logica- A lógica formal preocupa-se com a correção formal do
mente das duas primeiras chamadas premissas, tem lugar de pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con-
destaque. É que todos os argumentos começam com uma teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati-
afirmação caminhando depois por etapas até chegar à con- va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
clusão. Sérgio Biagi Gregório respeitada quando se preenchem as exigências de coerência
interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do
ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí-
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos
de realidade dos fatos.
1. Introdução
No entanto, o erro não está no seu aspecto formal e, sim,
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de na sua matéria. Por exemplo, partindo das premissas que
Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular- (1) todos os brasileiros são europeus
mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro e que
seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
raciocínio. (2) Pedro é brasileiro,
Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que
quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estudar (3) Pedro é europeu.
o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na Materialmente, este é um raciocínio falso porque a experi-
prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos- ência nos diz que a premissa é falsa.
sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a
psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se
ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria
raciocínio”. dos casos, processaformalmente informações nele previa-
mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o
Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou aque- valor empírico de tais informações.
la motivação, se respeita ou não a moral social, se teve influ-
ências das emoções ou não, se está de acordo com uma Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das o-
doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa perações do pensamento à realidade, de acordo com a natu-
embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi- reza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso, interessa
derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as que o raciocínio não só seja formalmente correto, mas que
relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua também respeite a matéria, ou seja, que o seu conteúdocor-
obediência a algumas regras apropriadas ao modo como foi responda à natureza do objeto a que se refere. Neste caso,
formulado etc. trata-se da correspondência entrepensamento e realidade.
Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar de Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa
dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade material. ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou
A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou
forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a forte etc.
forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o
conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri- De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria-
meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo, tem- mente, manter-se num plano distante da existência humana,
se a verdade. desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se
argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo-
Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas à ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos
produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se à estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En-
consecução da verdade, seja ela formal ou material. Relacio- fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o
nando a lógica com a prática, pode-se dizer que é importante interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten-
que se obtenha não somente uma verdade formal, mas, tam- tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização
bém, uma verdade que corresponda à experiência. Que seja, do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático.
portanto, materialmente válida. A conexão entre os princípios
formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios pode ser 1.3. Inferê
ncia Lógica
denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma lógica
aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana. Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um ra-
ciocínio válido, visando à verdade.
1.2. Raciocínio e Argumentação
Contudo, só faz sentido falar de verdade ou falsidade
Três são as principais operações do intelecto humano: a quando entram em jogo asserções nas quais se declara algo,
simples apreensão, os juízos e o raciocínio. emitindo-se um juízo de realidade. Existem, então, dois tipos
de frases: as assertivas e as não assertivas, que também
A simples apreensão consiste na captação direta (através podem ser chamadas de proposições ou juízos.
dos sentidos, da intuição racional, da imaginação etc) de uma
realidade sobre a qual forma-se uma idéia ou conceito (p. ex., Nas frases assertivas afirma-se algo, como nos exemplos:
de um objeto material, ideal, sobrenatural etc) que, por sua “a raiz quadrada de 9 é 3” ou “o sol brilha à noite”. Já, nas
vez, recebe uma denominação (as palavras ou termos, p. frases não assertivas, não entram em jogo o falso e o verda-
deiro, e, por isso, elas não têm “valor de verdade”. É o caso
ex.: “mesa”, “três” e “arcanjo”). das interrogações ou das frases que expressam estados
emocionais difusos, valores vivenciados subjetivamente ou
O juízo é ato pelo qual os conceitos ou idéias são ligadas ordens. A frase “toque a bola”, por exemplo, não é falsa nem
ou separadas dando origem à emissão de um “julgamento” verdadeira, por não se tratar de uma asserção (juízo).
(falso ou verdadeiro) sobre a realidade, mediante proposições
orais ou escritas. Por exemplo: “Há três arcanjos sobre a As frases declaratórias ou assertivas podem ser combina-
mesa da sala” das de modo a levarem a conclusões conseqüentes, constitu-
indo raciocínios válidos. Veja-se o exemplo:
O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos
juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte- (1) Não há crime sem uma lei que o defina;
údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas
para se chegar a conclusões que devem ser adequadas. (2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime;
Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos
e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para (3) logo, não é crime matar ET’s.
tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da
coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu-
sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda”
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes
Quando os raciocínios são organizados com técnica e arte permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda
e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase
qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi- inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis-
dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar- sas) deve levar a conclusões óbvias.
gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte
de convencer mediante o discurso.
1.4. Termo e Conceito
Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam aquilo
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é
que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e as
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala-
decisões pessoais (subjetividade), um argumento conseguirá
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi-
atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as idéias
ficações de significado. Observe-se o exemplo:
propostas se assentem em boas razões, capazes de mexer
com as convicções daquele a quem se tenta convencer. Mui-
tas vezes, julga-se que estão sendo usadas como bom argu- Os jaguares são quadrúpedes;
mento opiniões que, na verdade, não passam de preconcei-
tos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de outras formas Meu carro é um Jaguar
de desconhecimento. Mesmo assim, a habilidade no argu-
mentar, associada à desatenção ou à ignorância de quem logo, meu carro é um quadrúpede.
ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persuasão.
O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao
longo do raciocínio, por isso, não tem validade.
Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen- persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor
tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”, lógico do raciocínio empregado na argumentação.
“lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de
vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos, Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa ser
que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo, dotado de duas características fundamentais: ter premissas
o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apropria-
conceito, que é o ato mental correspondente ao signo. das. Dos raciocínios mais empregados na argumentação,
merecem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos
Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas-
“mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado
quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos
nota característica comum a todos os elementos do conjunto, discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em-
de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental. pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por
Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio
como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica
cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou formal.
aquela cuja trajetória existencial destaca-se pela bondade,
virtude, afetividade e equilíbrio. A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de
raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo
Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre- como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma abordagem da natureza e do alcance do conhecimento.
manifestação de quem emite o juízo, o significado dos termos
empregados no discurso. Às vezes, um determinado tipo de raciocínio não é ade-
quadamente empregado. Vejam-se os seguintes exemplos: o
1.5. Princípios lógicos médico alemão Ludwig Büchner (1824-1899) apresentou
como argumento contra a existência da alma o fato de esta
Existem alguns princípios tidos como conditio sine qua non nunca ter sido encontrada nas diversas dissecações do corpo
para que a coerência do raciocínio, em absoluto, possa ocor- humano; o astronauta russo Gagarin (1934-1968) afirmou
rer. Podem ser entendidos como princípios que se referem que Deus não existe pois “esteve lá em cima” e não o encon-
tanto à realidade das coisas (plano ontológico), quanto ao trou. Nesses exemplos fica bem claro que o raciocínio induti-
pensamento (plano lógico), ou seja, se as coisas em geral vo, baseado na observação empírica, não é o mais adequado
devem respeitar tais princípios, assim também o pensamento para os objetos em questão, já que a alma e Deus são de
deve respeitá-los. São eles: ordem metafísica, não física.
c) não devem existir divergências marcantes na compara- que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces-
ção. sariamente válida.
No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, ca- O esquema básico do raciocínio analógico é:
sos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões ade-
quadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a motor é A é N, L, Y, X;
B, tal como A, é N, L, Y, X;
um meio de transporte que necessita de um condutor. Este,
tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de bom A é, também, Z
senso e de boa técnica para desempenhar adequadamente logo, B, tal como A, é também Z.
seu papel. Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó-
gico é precário, ele é muito importante na formulação de
Aplicação das regras acima a exemplos: hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con-
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana-
a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re- lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante pro-
levantes, não imaginários ou insignificantes.tc cedimentos indutivos ou dedutivos.
"a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re- Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e pro-
levantes, não imaginários ou insignificantes." fessor de ciência da computação da Universidade de Michi-
gan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo da
Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao computação, uma situação semelhante à que ocorre no da
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as genética. Assim como na natureza espécies diferentes po-
roupas de sua filha. dem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento gené-
tico - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na informá-
tica, também o cruzamento de programas pode contribuir
Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per-
para montar um programa mais adequado para resolver um
fume francês e é um bom advogado;
determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa mais
bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies: uma
Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês; lo- com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland. “Para
go, deve ser um bom advogado. resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos um pro-
grama que dê conta de uma parte do problema e cruzamos
b) O número de aspectos semelhantes entre uma situação com outro programa que solucione outra parte. Entre as vá-
e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspectos rias soluções possíveis, selecionam-se aquelas que parecem
semelhantes entre uma situação e outra deve ser significati- mais adequadas. Esse processo se repete por várias gera-
vo." ções - sempre selecionando o melhor programa - até obter o
descendente que mais se adapta à questão. É, portanto,
Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera, semelhante ao processo de seleção natural, em que só so-
com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra, brevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, 19/10/95, 1º cad.,
houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida, p. 12).
logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo
de vida. Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi-
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de ra-
Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por ciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não.
noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas
por noite e, por isso, também serei um gênio inventor. 2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral
c) Não devem existir divergências marcantes na compara- Ainda que alguns autores considerem a analogia como
ção.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na com- uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma
paração.." base mais ampla de sustentação. A indução consiste em
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma
Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibili-
ocasião de tormentas e tempestades; dade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos e,
na maioria dos casos, também da verificação experimental.
a pescaria marinha não está tendo sucesso porque troveja Como dificilmente são investigados todos os casos possíveis,
muito. acaba-se aplicando o princípio das probabilidades.
Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o salá- Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen-
rio mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros, tal dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos
como os operários suíços, também recebe um salário míni- observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu-
mo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão
bem, como os suíços. entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que
sejam indicadores da validade das generalizações contidas
Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi- nas conclusões.
derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie
o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi- O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte:
tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a
B é A e é X;
conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente,
C é A e também é X;
isto caso cumpram-se as exigências acima.
D é A e também é X;
E é A e também é X;
Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral do logo, todos os A são X
raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas
No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos par- particular, os que foram enumerados são representativos do
ticulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral. todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”)
Aplicando o modelo:
A jararaca é uma cobra e não voa; b. Indução por enumeração completa
A caninana é uma cobra e também não voa;
A urutu é uma cobra e também não voa; Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio
A cascavel é uma cobra e também não voa; baseado na enumeração completa.
logo, as cobras não voam.
Contudo, Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela ocor-
re quando:
Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns b.a. todos os casos são verificados e contabilizados;
minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo, b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas.
ver um gato preto traz azar.
Exemplos correspondentes às duas formas de indução por
Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do valor enumeração completa:
lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e
caso particular discorde da generalização obtida das premis- em cada uma delas foi constatada uma característica própria
sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probalida- desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve-
de de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de
haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera cabeça é um dos sintomas da dengue.
coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
há casos em que b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças.
uma simples análise das premissas é suficiente para de-
tectar a sua fraqueza. Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, poden-
do-se classificá-los como formas de indução forte, mesmo
Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem ser que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa cientí-
aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros de fica.
um grupo ou de uma classe tendo como modelo o comporta-
mento de alguns de seus componentes: O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado nos
1. Adriana é mulher e dirige mal; moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso pela
Ana Maria é mulher e dirige mal; maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou orde-
Mônica é mulher e dirige mal; nada. Observem-se os exemplos:
Carla é mulher e dirige mal;
logo, todas as mulheres dirigem mal. - Não parece haver grandes esperanças em se erradicar a
2. Antônio Carlos é político e é corrupto; corrupção do cenário político brasileiro.
Fernando é político e é corrupto;
Paulo é político e é corrupto; Depois da série de protestos realizados pela população,
Estevão é político e é corrupto; depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
logo, todos os políticos são corruptos. me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa,
depois do escárnio popular em festividades como o carnaval
A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é ta-
e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de
refa simples, havendo muitos exemplos na história do conhe-
moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer,
cimento indicadores dos riscos das conclusões por indução.
apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre
Basta que um caso contrarie os exemplos até então colhidos
novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a
para que caia por terra uma “verdade” por ela sustentada. Um
nação.
exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da descoberta
da Austrália, onde foram encontrados cisnes pretos, acredita-
va-se que todos os cisnes fossem brancos porque todos os - Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo,
até então observados eram brancos. Ao ser visto o primeiro pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo
cisne preto, uma certeza de séculos caiu por terra. respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquanto
alguns insinuavam a suaculpa, eu continuava seguro de sua
inocência.
2.2.1. Procedimentos indutivos
Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen-
indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas do empregando o método indutivo porque o argumento prin-
ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen- cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou
tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu-
raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien- são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati-
te e o da indução por enumeração completa. vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con-
duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação,
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
a. Indução por enumeração incompleta suficiente portamento do amigo infere-se sua inocência.
Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas mamífero. De certo modo, a conclusão já está presente nas
chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso premissas, basta observar algumas regras e inferir a conclu-
ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas são.
não são sinônimas de certezas.
2.3.1. Construção do Silogismo
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, a
moral e a natural. A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão)
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin- partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma
do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras
de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de- palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride
nominador representa os casos possíveis e o numerador o através da premissa menor e infere, necessariamente, uma
número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um conclusão adequada.
sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de
50% e a de dar coroa também é de 50%. Eis um exemplo de silogismo:
b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Maior
destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade
de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor
alegre ou triste etc.
Logo, a concussão é punível Conclusão
Exemplos: considerando seu comportamento pregresso, é
provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo... O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da lógi-
Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o ca, as premissas são chamadas de proposições que, por sua
receba bem, mas...
vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas ou
juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras
c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos natu- que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são
rais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas. A necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior
previsão meteorológica é um exemplo particular de probali- é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado
dade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da imprevi- da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário
sibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na
eventos naturais. conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (normal-
mente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima, punível
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e concus-
são passíveis de conclusões inexatas. são é o menor.
Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as suas 2.3.1.1. As Regras do Silogismo
conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade hu-
mana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas, Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio
contudo, também revelam as limitações humanas no que diz perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às
respeito à construção do conhecimento. relações entre os termos e as demais dizem respeito às rela-
ções entre as premissas. São elas:
2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
2.3.1.1.1. Regras dos Termos
O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos es-
1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior,
tudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as defici-
médio e menor.
ências da analogia e da indução.
Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos.
No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se Termo Médio: Mimi é um gato.
do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir Termo Menor: Mimi é um mamífero.
do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral, para Exemplo de formulação incorreta:
se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a pre- Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede.
missa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de raciocí- Termo Médio: Maria é uma gata(2).
nio: Termo Menor: Maria é quadrúpede.
O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro
Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. univer- termos ao invés de três.
sal
2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-
Premissa menor: Pedro é homem. sos que os termos das premissas.
Exemplo de formulação correta:
Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular Termo Maior: Todas as onças são ferozes.
Termo Médio: Nikita é uma onça.
No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral Termo Menor: Nikita é feroz.
podem-se tirar conclusões de cunho particular. Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Antônio e José são poetas.
Termo Médio: Antônio e José são surfistas.
Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na qual,
Termo Menor: Todos os surfistas são poetas.
colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue neces-
sariamente, somente pelo fato de terem sido postas”. Uma “Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos os
surfistas”.
vez posto que todos os homens são mamíferos e que Pedro
é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pedro é um
3) O predicado do termo médio não pode entrar na conclu- Se Deus existe, então a felicidade eterna é possível.
são. Deus existe.
Exemplo de formulação correta: Logo, a felicidade eterna é possível.
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
Termo Médio: Pedro é homem. A validade do argumento (1) depende do modo pelo qual
Termo Menor: Pedro pode infringir a lei. as sentenças são conectadas, mas não depende da estrutura
Exemplo de formulação incorreta: interna das sentenças. A forma lógica de (1) deixa isso claro:
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei. (1a)
Termo Médio: Pedro é homem. Se A, então B.
Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a A.
lei. Logo, B.
A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é ino-
portuna. Diferentemente, a lógica de predicados estuda argumen-
tos cuja validade depende da estrutura interna das senten-
4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez em ças. Por exemplo:
sua extensão universal. (2)
Exemplo de formulação correta: Todos os cariocas são brasileiros.
Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida- Alguns cariocas são flamenguistas.
des. Logo, alguns brasileiros são flamenguistas.
Termo Médio: Pedro é homem. A forma lógica de (2) é a seguinte:
Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades. (2a)
Exemplo de formulação incorreta: Todo A é B.
Termo Maior: Alguns homens são sábios. Algum A é C.
Termo Médio: Ora os ignorantes são homens Logo, algum B é A.
Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios
O predicado “homens” do termo médio não é universal, A primeira premissa do argumento (2) diz que o conjunto
mas particular. dos indivíduos que são cariocas está contido no conjunto dos
brasileiros. A segunda, diz que ‘dentro’ do conjunto dos cario-
2.3.1.1.2. Regras das Premissas cas, há alguns indivíduos que são flamenguistas. É fácil con-
5) De duas premissas negativas, nada se conclui. cluir então que existem alguns brasileiros que são flamen-
Exemplo de formulação incorreta: guistas, pois esses flamenguistas que são cariocas serão
Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero também brasileiros. Essa conclusão se segue das premissas.
Premissa Menor: Lulu não é um gato.
Conclusão: (?). Note, entretanto, que as sentenças ‘todos os cariocas são
6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma conclu- brasileiros’ e ‘alguns cariocas são flamenguistas’ têm uma
são negativa. estrutura diferente da sentença ‘se Deus existe, a felicidade
Exemplo de formulação incorreta: eterna é possível’. Esta última é formada a partir de duas
Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser deseja- outras sentenças ‘Deus existe’ e ‘a felicidade eterna é possí-
dos. vel’, conectadas pelo operador lógico se...então. Já para
Premissa Menor: Ajudar ao próximo é um bem moral. analisar o argumento (2) precisamos analisar a estrutura
Conclusão: Ajudar ao próximo não (?) deve ser desejado. interna das sentenças, e não apenas o modo pelo qual sen-
7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. A tenças são conectadas umas às outras. O que caracteriza a
premissa mais fraca é sempre a de caráter negativo. lógica de predicados é o uso dos quantificadores todo, algum
Exemplo de formulação incorreta: e nenhum. É por esse motivo que a validade de um argumen-
Premissa Maior: As aves são animais que voam. to como o (2) depende da estrutura interna das sentenças. A
Premissa Menor: Alguns animais não são aves. diferença entre a lógica sentencial e a lógica de predicados
Conclusão: Alguns animais não voam. ficará mais clara no decorrer desta e da próxima unidade.
Exemplo de formulação incorreta:
Premissa Maior: As aves são animais que voam. Usualmente o estudo da lógica começa pela lógica sen-
Premissa Menor: Alguns animais não são aves. tencial, e seguiremos esse caminho aqui. Nesta unidade
Conclusão: Alguns animais voam. vamos estudar alguns elementos da lógica sentencial. Na
8) De duas premissas particulares nada se conclui. próxima unidade, estudaremos elementos da lógica de predi-
Exemplo de formulação incorreta: cados.
Premissa Maior: Mimi é um gato.
Premissa Menor: Um gato foi covarde. 2. Sentenças atômicas e moleculares
Conclusão: (?) Considere-se a sentença
http://www.guiadoconcursopublico.com.br/apostilas/24_12 (1) Lula é brasileiro.
0.pdf
A sentença (1) é composta por um nome próprio, ‘Lula’, e
um predicado, ‘... é brasileiro’. Em lógica, para evitar o uso de
LÓGICA SENTENCIAL E DE PRIMEIRA ORDEM ‘...’, usamos uma variável para marcar o(s) lugar(es) em que
podemos completar um predicado. Aqui, expressões do tipo x
é brasileiro designam predicados. Considere agora a senten-
Elementos de Lógica sentencial
ça (2) Xuxa é mãe de Sasha.
1. A diferença entre a lógica sentencial e a lógica de pre-
dicados
A sentença (2) pode ser analisada de três maneiras dife-
rentes, que correspondem a três predicados diferentes que
A lógica divide-se em lógica sentencial e lógica de predi-
podem ser formados a partir de (2):
cados. A lógica sentencial estuda argumentos que não de-
(2a) x é mãe de Sasha;
pendem da estrutura interna das sentenças. Por exemplo:
(2b) Xuxa é mãe de x;
(2c) x é mãe de y.
(1)
(i) João vai à praia e também vai ao clube; antecedente da condicional, e B é o conseqüente da condi-
(ii) João vai à praia mas não vai ao clube e cional.
(iii) João não vai à praia mas vai ao clube.
Da mesma forma que analisamos o e e o ou como fun-
A tabela de verdade da disjunção inclusiva é a seguinte: ções de verdade, faremos o mesmo com a condicional. Anali-
A B A ou B sada vero-funcionalmente, a condicional é denominada con-
VVV dicional material.
VFV
FVV Quando analisamos a conjunção, vimos que a interpreta-
FFF ção vero-funcional do operador sentencial e não corresponde
exatamente ao uso que dela fazemos na linguagem natural.
No sentido inclusivo do ou, uma sentença A ou B é verda- Isso ocorre de modo até mais acentuado com o operador
deira quando uma das sentenças A e B é verdadeira ou se...então. Na linguagem natural, geralmente usamos
quando são ambas verdadeiras, isto é, a disjunção inclusiva se...então para expressar uma relação entre os conteúdos de
admite a possibilidade de A e B serem simultaneamente A e B, isto é, queremos dizer que A é uma causa ou uma
verdadeiras. explicação de B. Isso não ocorre na interpretação do
se...então como uma função de verdade. A tabela de verdade
No sentido exclusivo do ou, uma sentença A ou B é ver- da condicional material é a seguinte:
dadeira apenas em duas situações: A B se A, então B
(i) A é verdadeira e B é falsa; VVV
(ii) B é verdadeira e A e falsa. VFF
FVV
Não há, na disjunção exclusiva, a possibilidade de serem FFV
ambas as sentenças verdadeiras. A tabela de verdade da
disjunção exclusiva é Uma condicional material é falsa apenas em um caso:
A B A ou B quando o antecedente é verdadeiro e o conseqüente falso.
VVF
VFV A terceira e a quarta linhas da tabela de verdade da con-
FVV dicional material costumam causar problemas para estudan-
FFF tes iniciantes de lógica. Parece estranho que uma condicional
seja verdadeira sempre que o antecedente é falso, mas ve-
Um exemplo de disjunção exnclusiva é remos que isso é menos estranho do que parece.
(20) Ou o PMDB ou o PP receberá o ministério da saúde,
que é formada a partir das sentenças: Suponha que você não conhece Victor, mas sabe que
(21) o PMDB receberá o ministério da saúde; Victor é um parente do seu vizinho que acabou de chegar da
(22) o PP receberá o ministério da saúde. França. Você não sabe mais nada sobre Victor. Agora consi-
dere a sentença:
Quando se diz que um determinado partido receberá um (25) Se Victor é carioca, então Victor é brasileiro.
ministério, isso significa que um membro de tal partido será
nomeado ministro. Posto que há somente um ministro da O antecedente de (25) é (26) Victor é carioca e o conse-
saúde, não é possível que (21) e (22) sejam simultaneamente qüente é (27) Victor é brasileiro.
verdadeiras. O ou da sentença (20), portanto, é exclusivo.
A sentença (25) é verdadeira, pois sabemos que todo ca-
Na lógica simbólica, são usados símbolos diferentes para rioca é brasileiro. Em outras palavras, é impossível que al-
designar o ou inclusivo e o exclusivo. No latim, há duas pala- guém simultaneamente seja carioca e não seja brasileiro. Por
vras diferentes, vel para a disjunção inclusiva e aut para a esse motivo, a terceira linha da tabela de verdade, que torna-
exclusiva. No português isso não ocorre. Na maioria das ria a condicional falsa, nunca ocorre.
vezes é apenas o contexto que deixa claro se se trata de uma
disjunção inclusiva ou exclusiva. Descartada a terceira linha, ainda há três possibilidades,
que correspondem às seguintes situações:
Assim como ocorre com a conjunção, sentenças A ou B e (a) Victor é carioca.
B ou A são equivalentes. Isso vale tanto para o ou inclusivo (b) Victor é paulista.
quanto para o exclusivo. (c) Victor é francês.
nal material. Mas, ainda assim, a sentença (25) é verdadeira. respectivas tabelas de verdade, que fica como exercício para
o leitor. Mas pode ser também intuitivamente percebido. Con-
Vejamos outro exemplo. Considere a condicional sidere as sentenças: (35) Se João é carioca, João é brasileiro
(28) Se Pedro não jogar na loteria, não ganhará o prêmio. e
(36) Se João é brasileiro, João é carioca.
Essa é uma condicional verdadeira. Por quê? Porque é
impossível (em uma situação normal) o antecedente ser ver- Enquanto a sentença (35) é verdadeira, é evidente que
dadeiro e o conseqüente falso. Isto é, não é possível Pedro (36) pode ser falsa, pois João pode perfeitamente ser brasilei-
não jogar e ganhar na loteria. Fica como exercício para o ro sem ser carioca.
leitor a construção da tabela de verdade de (28).
Uma condicional se A, então B e sua contrapositiva se
Não é difícil perceber, em casos como (25) e (28) acima, não B, então não A são equivalentes. Isso pode ser constata-
por que uma condicional é verdadeira quando o antecedente do pela construção da tabela de verdade, que fica como um
é falso. O problema é que, sendo a condicional material uma exercício para o leitor. Mas note que a contrapositiva de (35),
função de verdade, coisas como (29) se 2 + 2 = 5, então a (37) Se João não é brasileiro, não é carioca, é verdadeira nas
Lua é de queijo são verdadeiras. Sem dúvida, esse é um mesmas circunstâncias em que (35) é verdadeira. A diferença
resultado contra-intuitivo. Note que toda condicional material entre (35) e (37) é que (35) enfatiza que ser carioca é condi-
com antecedente falso será verdadeira. Mas no uso corrente ção suficiente para ser brasileiro, enquanto (37) enfatiza que
da linguagem normalmente não formulamos condicionais com ser brasileiro é condição necessária para ser carioca. Isso
o antecedente falso. ficará mais claro na seção sobre condições necessárias e
suficientes.
Mas cabe perguntar: se a condicional material de fato não
expressa todos os usos do se...então em português e, além 9. Negações
disso, produz resultados contra-intuitivos como a sentença Agora nós vamos aprender a negar sentenças construí-
(29), por que ela é útil para o estudo de argumentos construí- das com os operadores sentenciais.
dos com a linguagem natural? A resposta é muito simples. O
caso em que a condicional material é falsa, a segunda linha Negar uma sentença é o mesmo afirmar que a sentença é
da tabela de verdade, corresponde exatamente ao caso em falsa. Por esse motivo, para negar uma sentença construída
que, no uso corrente da linguagem, uma sentença se A, en- com os operadores sentenciais e, ou e se...então, basta afir-
tão B é falsa. Considere-se a sentença (30) Se Lula conse- mar a(s) linha(s) da tabela de verdade em que a sentença é
guir o apoio do PMDB, então fará um bom governo. falsa.
Em (30), o ponto é que Lula fará um bom governo porque 9a. Negação da disjunção
tem o apoio do PMDB. Há um suposto nexo explicativo e Comecemos pelos caso mais simples, a disjunção (inclu-
causal entre o antecedente e o conseqüente. Suponha, entre- siva). Como vimos, uma disjunção A ou B é falsa no caso em
tanto, que Lula obtém o apoio do PMDB durante todo o seu que tanto A quanto B são falsas. Logo, para negar uma dis-
mandato, mas ainda assim faz um mau governo. Nesse caso, junção, nós precisamos dizer que A é falsa e também que B é
em que o antecedente é verdadeiro e o conseqüente falso, falsa, isto é, não A e não B. Fica como exercício para o leitor
(30) é falsa. a construção das tabelas de verdade de A ou B e não A e
não B para constatar que são idênticas.
Abaixo, você encontra diferentes maneiras de expressar, (1) João comprou um carro ou uma moto.
na linguagem natural, uma condicional se A, então B, todas
equivalentes. A negação de (1) é:
Se A, B (2) João não comprou um carro e não comprou uma moto,
B, se A ou
Caso A, B (3) João nem comprou um carro, nem comprou uma moto.
B, caso A
Na linguagem natural, freqüentemente formulamos a ne-
As expressões abaixo também são equivalentes a se A, gação de uma disjunção com a expressão nem...nem. Nem
então B: A, nem B significa o mesmo que não A e não B.
A, somente se B (4) O PMDB receberá o ministério da saúde ou o PP re-
Somente se B, A ceberá o ministério da cultura.
A é condição suficiente para B A negação de (4) é:
B é condição necessária para A,mas elas serão vistas (5) Nem o PMDB receberá o ministério da saúde, nem o
com mais atenção na seção sobre condições necessárias e PP receberá o ministério da cultura.
suficientes.
Exercício: complete a coluna da direita da tabela abaixo
8. Variantes da condicional material com a negação das sentenças do lado esquerdo.
Partindo de uma condicional DISJUNÇÃO NEGAÇÃO
(31) Se A, então B A ou B não A e não B
podemos construir sua conversa, A ou não B
(32) Se B, então A não A ou B
sua inversa não A ou não B
(33) Se não A, então não B e sua contrapositiva (34) Se
não B, então não A. 9b. Negação da conjunção
Por um raciocínio análogo ao utilizado na negação da dis-
Há dois pontos importantes sobre as sentenças acima junção, para negar uma conjunção precisamos afirmar os
que precisam ser observados. Vimos que A e B e B e A, casos em que a conjunção é falsa. Esses casos são a se-
assim como A ou B e B ou A são equivalentes. Entretanto, se gunda, a terceira e a quarta linhas da tabela de verdade. Isto
A, então B e se B então A NÃO SÃO EQUIVALENTES!!! é, A e B é falsa quando:
(i) A é falsa,
Isso pode ser constatado facilmente pela construção das (ii) B é falsa ou
As questões de Raciocínio Lógico sempre vão ser com- Ex1. : ~P (não P): O Pão não é barato. (É a negação lógi-
postas por proposições que provam, dão suporte, dão razão ca de P)
a algo, ou seja, são afirmações que expressam um pensa-
mento de sentindo completo. Essas proposições podem ter ~Q (não Q): O Queijo é bom. (É a negação lógica de Q)
um sentindo positivo ou negativo.
Se uma proposição é verdadeira, quando usamos a nega-
Exemplo 1: João anda de bicicleta. ção vira falsa.
Exemplo 2: Maria não gosta de banana. Se uma proposição é falsa, quando usamos a negação vi-
ra verdadeira.
Tanto o exemplo 1 quanto o 2 caracterizam uma afirma-
ção/proposição. Regrinha para o conectivo de negação (~):
Terceiro Excluído: Dadas duas proposições lógicas con- Este conectivo é utilizado para unir duas proposições for-
traditórias somente uma delas é verdadeira. Uma proposição mando uma terceira. O resultado dessa união somente será
ou é verdadeira ou é falsa, não há um terceiro valor lógico verdadeiro se as duas proposições (P e Q) forem verdadei-
(“mais ou menos”, meio verdade ou meio mentira). ras, ou seja, sendo pelo menos uma falsa, o resultado será
FALSO.
Ex. Estudar é fácil. (o contrário seria: “Estudar é difícil”.
Não existe meio termo, ou estudar é fácil ou estudar é difícil). Ex.2: P Λ Q. (O Pão é barato e o Queijo não é bom.) Λ =
“e”
Para facilitar a resolução das questões de lógica usam-se
os Conectivos Lógicos, que são símbolos que comprovam a Regrinha para o conectivo de conjunção (Λ):
veracidade das informações e unem as proposições uma a
P Q PΛQ
outra ou as transformam numa terceira proposição.
V V V
Veja abaixo: V F F
F V F
(~) “não”: negação
F F F
(Λ) “e”: conjunção
Quando usamos a negação de uma proposição inverte- Este conectivo dá a ideia de condição para que a outra
mos a afirmação que está sendo dada. Veja os exemplos: proposição exista. “P” será condição suficiente para “Q” e “Q”
é condição necessária para “P”.
Ex4.: P → Q. (Se o Pão é barato então o Queijo não é de linhas que expressam a permutações entre estes será 4:
bom.) → = “se...então” um caso de ambos termos serem verdadeiros (V V), dois
casos de apenas um dos termos ser verdadeiro (V F , F V) e
Regrinha para o conectivo condicional (→): um caso no qual ambos termos são falsos (F F). Se a fórmula
contiver 3 termos, o número de linhas que expressam a
P Q P→Q permutações entre estes será 8: um caso de todos termos
serem verdadeiros (V V V), três casos de apenas dois termos
V V V
serem verdadeiros (V V F , V F V , F V V), três casos de
V F F apenas um dos termos ser verdadeiro (V F F , F V F , F F V)
F V V e um caso no qual todos termos são falsos (F F F).
F F V Tabelas das Principais Operações do Cálculo
Proposicional Dei
Negação
BICONDICIONAL (símbolo ↔)
A ~A
O resultado dessas proposições será verdadeiro se e so-
V F
mente se as duas forem iguais (as duas verdadeiras ou as
duas falsas). “P” será condição suficiente e necessária para F V
“Q”
A negação da proposição "A" é a proposição "~A", de
Ex5.: P ↔ Q. (O Pão é barato se e somente se o Queijo maneira que se "A" é verdade então "~A" é falsa, e vice-
não é bom.) ↔ = “se e somente se” versa.
DIAGRAMAS LÓGICOS
História
A B A→B
V V V Para entender os diagramas lógicos vamos dar uma rápi-
V F F da passada em sua origem.
F V V O suíço Leonhard Euler (1707 – 1783) por volta de 1770,
ao escrever cartas a uma princesa da Alemanha, usou os
F F V diagramas ao explicar o significado das quatro proposições
categóricas:
Modus tollens
Todo A é B.
Algum A é B.
Nenhum A é B.
Algum A não é B.
A B ¬A ¬B A→B
V V F F V Mais de 100 anos depois de Euler, o logicista inglês John
Venn (1834 – 1923) aperfeiçoou o emprego dos diagramas,
V F F V F utilizando sempre círculos. Desta forma, hoje conhecemos
F V V F V como diagramas de Euler/Venn.
F F V V V
Tipos
Silogismo Hipoté
tico
Existem três possíveis tipos de relacionamento entre dois
diferentes conjuntos:
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de (1) todos os brasileiros são europeus
Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular- e que
mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro
(2) Pedro é brasileiro,
seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
raciocínio.
formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que
Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode (3) Pedro é europeu.
ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estudar
o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o Materialmente, este é um raciocínio falso porque a expe-
sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo riência nos diz que a premissa é falsa.
levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos- No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a
sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se
no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria
psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico dos casos, processa formalmente informações nele previa-
ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o
raciocínio”. valor empírico de tais informações.
Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou aque- Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das
la motivação, se respeita ou não a moral social, se teve influ- operações do pensamento à realidade, de acordo com a
ências das emoções ou não, se está de acordo com uma natureza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso, inte-
doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa ressa que o raciocínio não só seja formalmente correto, mas
embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi- que também respeite a matéria, ou seja, que o seu conteúdo
derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as corresponda à natureza do objeto a que se refere. Neste
relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua caso, trata-se da correspondência entre pensamento e reali-
obediência a algumas regras apropriadas ao modo como foi dade.
formulado etc.
Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar
Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini- de dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade mate-
ções e outras referências à lógica: rial. A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à
forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a
“A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o
permite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri-
ato da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain). meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo, tem-
se a verdade.
“A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados pa-
ra distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi). Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas
à produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se
“A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas à consecução da verdade, seja ela formal ou material. Rela-
como deve ser” (Edmundo D. Nascimento). cionando a lógica com a prática, pode-se dizer que é impor-
tante que se obtenha não somente uma verdade formal, mas,
também, uma verdade que corresponda à experiência. Que
“A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,
seja, portanto, materialmente válida. A conexão entre os
sua história demonstra o poder que a mesma possui quando
princípios formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios
pode ser denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um ra-
lógica aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana. ciocínio válido, visando à verdade.
Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam aqui- Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é
lo que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e as fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala-
decisões pessoais (subjetividade), um argumento conseguirá vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi-
atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as idéias ficações de significado. Observe-se o exemplo:
propostas se assentem em boas razões, capazes de mexer
com as convicções daquele a quem se tenta convencer. Mui-
Os jaguares são quadrúpedes;
tas vezes, julga-se que estão sendo usadas como bom argu-
mento opiniões que, na verdade, não passam de preconcei-
tos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de outras formas Meu carro é um Jaguar
de desconhecimento. Mesmo assim, a habilidade no argu-
mentar, associada à desatenção ou à ignorância de quem logo, meu carro é um quadrúpede.
ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persuasão.
O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao
Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa longo do raciocínio, por isso, não tem validade.
ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou
ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen-
forte etc. tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”,
“lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de
De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria- vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos,
mente, manter-se num plano distante da existência humana, que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo,
desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um
argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo- conceito, que é o ato mental correspondente ao signo.
ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos
estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En- Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo
fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o “mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às
interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten- quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma
tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização nota característica comum a todos os elementos do conjunto,
do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático. de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental.
Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada
1.3. Inferê
ncia Lógica como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino
cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou
aquela cuja trajetóriaexistencial destaca-se pela bondade,
virtude, afetividade e equilíbrio.
Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre- A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo
manifestação de quem emite o juízo, o significado dos termos como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na
empregados no discurso. abordagem da natureza e do alcance do conhecimento.
"a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante pro-
relevantes, não imaginários ou insignificantes." cedimentos indutivos ou dedutivos.
Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as professor de ciência da computação da Universidade de
roupas de sua filha. Michigan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo
da computação, uma situação semelhante à que ocorre no da
Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per- genética. Assim como na natureza espécies diferentes po-
fume francês e é um bom advogado; dem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento gené-
tico - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na informá-
Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês; tica, também o cruzamento de programas pode contribuir
logo, deve ser um bom advogado. para montar um programa mais adequado para resolver um
determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa mais
bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies: uma
b) O número de aspectos semelhantes entre uma situa-
com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland. “Para
ção e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspectos
resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos um pro-
semelhantes entre uma situação e outra deve ser significati-
grama que dê conta de uma parte do problema e cruzamos
vo."
com outro programa que solucione outra parte. Entre as vá-
rias soluções possíveis, selecionam-se aquelas que parecem
Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera, mais adequadas. Esse processo se repete por várias gera-
com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra, ções - sempre selecionando o melhor programa - até obter o
houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida, descendente que mais se adapta à questão. É, portanto,
logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo semelhante ao processo de seleção natural, em que só so-
de vida. brevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, 19/10/95, 1º cad.,
p. 12).
Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por
noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi-
por noite e, por isso, também serei um gênio inventor. guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de ra-
ciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não.
c) Não devem existir divergências marcantes na compa-
ração.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na 2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral
comparação.."
Ainda que alguns autores considerem a analogia como
Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma
ocasião de tormentas e tempestades; a pescaria marinha não base mais ampla de sustentação. A indução consiste em
está tendo sucesso porque troveja muito. partir de uma série de casos particulares e chegar a uma
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibili-
Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o sa- dade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos e,
lário mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros, na maioria dos casos, também da verificação experimental.
tal como os operários suíços, também recebe um salário Como dificilmente são investigados todos os casos possíveis,
mínimo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive acaba-se aplicando o princípio das probabilidades.
bem, como os suíços.
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen-
Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi- dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos
derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu-
o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi- meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão
tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que
conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente, sejam indicadores da validade das generalizações contidas
isto caso cumpram-se as exigências acima. nas conclusões.
Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte:
do raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas
que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces- B é A e é X;
sariamente válida.
C é A e também é X;
O esquema básico do raciocínio analógico é:
D é A e também é X;
A é N, L, Y, X;
E é A e também é X;
B, tal como A, é N, L, Y, X;
logo, todos os A são X
A é, também, Z
No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos
logo, B, tal como A, é também Z. particulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral.
A urutu é uma cobra e também não voa; a. Indução por enumeração incompleta suficiente
A cascavel é uma cobra e também não voa; Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
como suficientes para serem tiradas determinadas conclu-
logo, as cobras não voam. sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em
Contudo, particular, os que foram enumerados são representativos do
todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”)
Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns b. Indução por enumeração completa
minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo, Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio
ver um gato preto traz azar. baseado na enumeração completa.
Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do va- Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela o-
lor lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução corre quando:
forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um
caso particular discorde da generalização obtida das premis- b.a. todos os casos são verificados e contabilizados;
sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probalida-
de de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas.
haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera
coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso, Exemplos correspondentes às duas formas de indução
há casos em que uma simples análise das premissas é sufi- por enumeração completa:
ciente para detectar a sua fraqueza.
b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e
Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem ser em cada uma delas foi constatada uma característica própria
aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros de desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve-
um grupo ou de uma classe tendo como modelo o comporta- se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de
mento de alguns de seus componentes: cabeça é um dos sintomas da dengue.
1. Adriana é mulher e dirige mal; b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças.
Ana Maria é mulher e dirige mal;
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, po-
Mônica é mulher e dirige mal; dendo-se classificá-los como formas de indução forte, mesmo
que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa cientí-
Carla é mulher e dirige mal; fica.
logo, todas as mulheres dirigem mal. O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado
nos moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso
2. Antônio Carlos é político e é corrupto; pela maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou
ordenada. Observem-se os exemplos:
Fernando é político e é corrupto;
- Não parece haver grandes esperanças em se erradicar a
Paulo é político e é corrupto; corrupção do cenário político brasileiro.
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com- Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na
portamento do amigo infere-se sua inocência. qual, colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue
necessariamente, somente pelo fato de terem sido postas”.
Analogia, indução e probabilidade Uma vez posto que todos os homens são mamíferos e que
Pedro é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pe-
Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas dro é um mamífero. De certo modo, a conclusão já está pre-
chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso sente nas premissas, basta observar algumas regras e inferir
ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas a conclusão.
não são sinônimas de certezas.
2.3.1. Construção do Silogismo
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, a
moral e a natural. A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão)
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin- partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma
do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras
de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de- palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride
nominador representa os casos possíveis e o numerador o através da premissa menor e infere, necessariamente, uma
número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um conclusão adequada.
sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de
50% e a de dar coroa também é de 50%. Eis um exemplo de silogismo:
b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Mai-
destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade or A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor
de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação
alegre ou triste etc. Logo, a concussão é punível Conclusão
Exemplos: considerando seu comportamento pregresso, é O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da ló-
provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo... gica, as premissas são chamadas de proposições que, por
Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o sua vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas
receba bem, mas... ou juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras
que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são
c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos na- necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior
turais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas. é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado
A previsão meteorológica é um exemplo particular de probali- da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário
dade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da imprevi- ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na
sibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (normal-
eventos naturais. mente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima, punível
é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e concus-
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia são é o menor.
são passíveis de conclusões inexatas.
2.3.1.1. As Regras do Silogismo
Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as su-
as conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio
humana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas, perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às
contudo, também revelam as limitações humanas no que diz relações entre os termos e as demais dizem respeito às rela-
respeito à construção do conhecimento. ções entre as premissas. São elas:
Termo Menor: Todos os surfistas são poetas. No caso da retórica existiam muito es-
“Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos critos antigos para nos apoiarmos, mas no
os surfistas”. caso da lógica nada tínhamos absoluta-
mente a referir até termos passado muito
3) O predicado do termo médio não pode entrar na con- tempo em laboriosa investigação.
clusão.
Exemplo de formulação correta: As principais investigações lógicas de Aristóteles incidiam
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei. sobre as relações entre as frases que fazem afirmações.
Termo Médio: Pedro é homem. Quais delas são consistentes ou inconsistentes com as ou-
Termo Menor: Pedro pode infringir a lei. tras? Quando temos uma ou mais afirmações verdadeiras,
Exemplo de formulação incorreta: que outras verdades podemos inferir delas unicamente por
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei. meio do raciocínio? Estas questões são respondidas na sua
Termo Médio: Pedro é homem. obra Analíticos Posteriores.
Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a
lei. Ao contrário de Platão, Aristóteles não toma como ele-
A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é i- mentos básicos da estrutura lógica as frases simples com-
noportuna. postas por substantivo e verbo, como "Teeteto está sentado".
4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez em Está muito mais interessado em classificar frases que come-
sua extensão universal. çam por "todos", "nenhum" e "alguns", e em avaliar as infe-
Exemplo de formulação correta: rências entre elas. Consideremos as duas inferências seguin-
Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida- tes:
des.
Termo Médio: Pedro é homem.
1)
Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades.
Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Alguns homens são sábios. Todos os gregos são europeus.
Termo Médio: Ora os ignorantes são homens Alguns gregos são do sexo masculino.
Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios Logo, alguns europeus são do sexo masculino.
O predicado “homens” do termo médio não é universal,
mas particular. 2)
2.3.1.1.2. Regras das Premissas
5) De duas premissas negativas, nada se conclui. Todas as vacas são mamíferos.
Exemplo de formulação incorreta: Alguns mamíferos são quadrúpedes.
Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero Logo, todas as vacas são quadrúpedes.
Premissa Menor: Lulu não é um gato.
Conclusão: (?). As duas inferências têm muitas coisas em comum. São
6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma conclu- ambas inferências que retiram uma conclusão a partir de
são negativa. duas premissas. Em cada inferência há uma palavra-chave
Exemplo de formulação incorreta: que surge no sujeito gramatical da conclusão e numa das
Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser dese- premissas, e uma outra palavra-chave que surge no predica-
jados. do gramatical da conclusão e na outra premissa. Aristóteles
Premissa Menor: Ajudar ao próximo é um bem moral. dedicou muita atenção às inferências que apresentam esta
Conclusão: Ajudar ao próximo não (?) deve ser desejado. característica, hoje chamadas "silogismos", a partir da palavra
7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. A grega que ele usou para as designar. Ao ramo da lógica que
premissa mais fraca é sempre a de caráter negativo. estuda a validade de inferências deste tipo, iniciado por Aris-
Exemplo de formulação incorreta: tóteles, chamamos "silogística".
Premissa Maior: As aves são animais que voam.
Premissa Menor: Alguns animais não são aves. Uma inferência válida é uma inferência que nunca conduz
Conclusão: Alguns animais não voam. de premissas verdadeiras a uma conclusão falsa. Das duas
Exemplo de formulação incorreta: inferências apresentadas acima, a primeira é válida, e a se-
Premissa Maior: As aves são animais que voam. gunda inválida. É verdade que, em ambos os casos, tanto as
Premissa Menor: Alguns animais não são aves. premissas como a conclusão são verdadeiras. Não podemos
Conclusão: Alguns animais voam. rejeitar a segunda inferência com base na falsidade das fra-
8) De duas premissas particulares nada se conclui. ses que a constituem. Mas podemos rejeitá-la com base no
Exemplo de formulação incorreta: "portanto": a conclusão pode ser verdadeira, mas não se
Premissa Maior: Mimi é um gato. segue das premissas.
Premissa Menor: Um gato foi covarde.
Conclusão: (?)
Podemos esclarecer melhor este assunto se conceber-
Fonte: estudaki.files.wordpress.com/2009/03/logica-
mos uma inferência paralela que, partindo de premissas ver-
argumentacao.pdf
dadeiras, conduza a uma conclusão falsa. Por exemplo:
A FUNDAÇÃO DA LÓGICA 3)
A lógica não teria conseguido avançar além dos seus pri- Se tomarmos o termo "ciência" numa acepção ampla, a-
meiros passos sem as letras esquemáticas, e a sua utilização firma Aristóteles, é possível distinguir três tipos de ciências:
é hoje entendida como um dado adquirido; mas foi Aristóteles as produtivas, as práticas e as teóricas. As ciências produti-
quem primeiro começou a utilizá-las, e a sua invenção foi tão vas incluem a engenharia e a arquitectura, e disciplinas como
importante para a lógica quanto a invenção da álgebra para a a retórica e a dramaturgia, cujos produtos são menos concre-
matemática. tos. As ciências práticas são aquelas que guiam os compor-
tamentos, destacando-se entre elas a política e a ética. As
ciências teóricas são aquelas que não possuem um objectivo
Uma forma de definir a lógica é dizer que é uma disciplina
produtivo nem prático, mas que procuram a verdade pela
que distingue entre as boas e as más inferências. Aristóteles
verdade.
estuda todas as formas possíveis de inferência silogística e
estabelece um conjunto de princípios que permitem distinguir
os bons silogismos dos maus. Começa por classificar indivi- Por sua vez, a ciência teórica é tripartida. Aristóteles no-
dualmente as frases ou proposições das premissas. Aquelas meia as suas três divisões: "física, matemática, teologia"; mas
que começam pela palavra "todos" são proposições univer- nesta classificação só a matemática é aquilo que parece ser.
sais; aquelas que começam com "alguns" são proposições O termo "física" designa a filosofia natural ou o estudo da
particulares. Aquelas que contêm a palavra "não" são propo- natureza (physis); inclui, além das disciplinas que hoje inte-
sições negativas; as outras são afirmativas. Aristóteles ser- graríamos no campo da física, a química, a biologia e a psico-
viu-se então destas classificações para estabelecer regras logia humana e animal. A "teologia" é, para Aristóteles, o
para avaliar as inferências. Por exemplo, para que um silo- estudo de entidades superiores e acima do ser humano, ou
gismo seja válido é necessário que pelo menos uma premis- seja, os céus estrelados, bem como todas as divindades que
sa seja afirmativa e que pelo menos uma seja universal; se poderão habitá-los. Aristóteles não se refere à "metafísica";
ambas as premissas forem negativas, a conclusão tem de ser de facto, a palavra significa apenas "depois da física" e foi
negativa. Na sua totalidade, as regras de Aristóteles bastam utilizada para referenciar as obras de Aristóteles catalogadas
para validar os silogismos válidos e para eliminar os inváli- a seguir à sua Física. Mas muito daquilo que Aristóteles es-
dos. São suficientes, por exemplo, para que aceitemos a creveu seria hoje naturalmente descrito como "metafísica"; e
inferência 1) e rejeitemos a inferência 2). ele tinha de facto a sua própria designação para essa disci-
plina, como veremos mais à frente. Anthony Kenny
Aristóteles pensava que a sua silogística era suficiente
para lidar com todas as inferências válidas possíveis. Estava ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS
enganado. De facto, o sistema, ainda que completo em si
mesmo, corresponde apenas a uma fracção da lógica. E Desidé
rio Murcho
apresenta dois pontos fracos. Em primeiro lugar, só lida com
as inferências que dependem de palavras como "todos" e
É comum falar em argumentos dedutivos, opondo-os aos
"alguns", que se ligam a substantivos, mas não com as infe-
indutivos. Este artigo procura mostrar que há um conjunto de
rências que dependem de palavras como "se…, então ", que
aspectos subtis que devem ser tidos em linha de conta, caso
interligam as frases. Só alguns séculos mais tarde se pôde
contrário será tudo muito confuso.
formalizar padrões de inferência como este: "Se não é de dia,
é de noite; mas não é de dia; portanto é de noite". Em segun-
do lugar, mesmo no seu próprio campo de acção, a lógica de Antes de mais: a expressão "argumento indutivo" ou "in-
Aristóteles não é capaz de lidar com inferências nas quais dução" dá origem a confusões porque se pode ter dois tipos
palavras como "todos" e "alguns" (ou "cada um" e "nenhum") muito diferentes de argumentos: as generalizações e as pre-
surjam não na posição do sujeito, mas algures no predicado visões. Uma generalização é um argumento como
gramatical. As regras de Aristóteles não nos permitem deter-
minar, por exemplo, a validade de inferências que contenham Todos os corvos observados até hoje são pretos.
premissas como "Todos os estudantes conhecem algumas Logo, todos os corvos são pretos.
datas" ou "Algumas pessoas detestam os polícias todos". Só
22 séculos após a morte de Aristóteles esta lacuna seria Numa generalização parte-se de algumas verdades
colmatada. acerca de alguns membros de um dado domínio e genera-
liza-se essas verdades para todos os membros desse
A lógica é utilizada em todas as diversas ciências que A- domínio, ou pelo menos para mais.
ristóteles estudou; talvez não seja tanto uma ciência em si
mesma, mas mais um instrumento ou ferramenta das ciên- Uma previsão é um argumento como
cias. Foi essa a ideia que os sucessores de Aristóteles retira-
ram das suas obras de lógica, denominadas "Organon" a Todos os corvos observados até hoje são pretos.
partir da palavra grega para instrumento. Logo, o próximo corvo que observarmos será preto.
A obra Analíticos Anteriores mostra-nos de que modo a Uma pessoa imaginativa e com vontade de reduzir
lógica funciona nas ciências. Quem estudou geometria eucli- coisas — uma síndrome comum em filosofia — pode que-
diana na escola recorda-se certamente das muitas verdades rer afirmar que podemos reduzir as previsões às generali-
zações via dedução: a conclusão da previsão acima se- É sem dúvida possível aceitar o resultado bizarro, e pas-
gue-se dedutivamente da conclusão da generalização an- sar a usar o termo "argumento" factivamente. Mas se tiver-
terior. Não acho que isto capta de modo algum a natureza mos a possibilidade de o evitar, de forma fundamentada e
lógica ou conceptual da previsão, mas isso não é relevan- reflectida, estaremos a facilitar as coisas — sobretudo ao
te neste artigo. O que conta é que, mesmo que a previsão nível do ensino.
seja redutível à generalização mais dedução, continua a
ser um modo comum de falar e uma parte importante do E temos possibilidade de evitar este resultado bizarro, e
nosso pensamento. manter o uso de "argumento" de tal modo que faça sentido
falar de argumentos inválidos, de deduções inválidas e de
Numa veia ainda reducionista, algumas pessoas pode- induções inválidas. Para o fazer temos de distinguir cuidado-
rão querer dizer que todos os outros tipos de argumentos samente a noção de argumento (dedutivo ou não) da noção
não dedutivos se reduzem à generalização e à previsão. de validade (dedutiva ou não). Podemos, claro, usar um ter-
Assim, não valeria a pena falar de argumentos de autori- mo diferente para a validade não dedutiva, e reservar o termo
dade, por exemplo, que são argumentos como o seguinte: "validade" para a validade dedutiva, mas esta é uma mera
opção terminológica: tanto faz. O que é crucial é poder dizer
Einstein afirmou que não se pode viajar mais depressa do que um argumento é dedutivo, apesar de inválido, ou induti-
que a luz. vo, apesar de inválido. E como se faz isso?
Logo, não se pode viajar mais depressa do que a luz.
Apresentando os argumentos dedutivos como argumentos
Uma vez mais: pode ser que este tipo de argumentos seja cuja validade ou invalidade depende exclusivamente da sua
redutível à generalização e à previsão. Mas é útil compreen- forma lógica; e os argumentos não dedutivos como argumen-
der que este tipo de argumentos tem exigências próprias e tos cuja validade ou invalidade não depende exclusivamente
portanto é útil falar deles explicitamente, ainda que se trate da sua forma lógica. Evidentemente, isto não se aplica a
de um tipo de inferência redutível a qualquer outro tipo ou todos os argumentos dedutivos, mas esta é uma complicação
tipos. que esclareceremos dentro de momentos. Para já, vejamos
alguns exemplos:
Dados estes esclarecimentos, importa agora esclarecer o
seguinte: O que é um argumento dedutivo? E como se distin- Se Sócrates era ateniense, era grego.
gue tal coisa de um argumento indutivo? Sócrates era grego.
Logo, era ateniense.
Vou começar por dizer o modo como não se deve enten-
der estas noções. A primeira coisa a não fazer é pensar que Se Sócrates era ateniense, era grego.
um argumento dedutivo se caracteriza por ser impossível a Sócrates era ateniense.
sua conclusão ser falsa se as suas premissas forem verda- Logo, era grego.
deiras. Pensar isto provoca confusão porque significaria que
não há argumentos dedutivos inválidos. Porquê? Porque só O primeiro argumento é inválido. Mas qualquer argumento
nos argumentos dedutivos válidos é impossível a conclusão indutivo, ainda que válido, sofre deste tipo de invalidade de-
ser falsa se as suas premissas forem verdadeiras; nos argu- dutiva. Devemos então dizer que os argumentos dedutiva-
mentos dedutivos inválidos, nas falácias (como a afirmação mente inválidos não se distinguem dos argumentos indutivos
da antecedente, por exemplo) é perfeitamente possível as válidos? Claro que não, dado que eles se distinguem muito
premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa. claramente uns dos outros.
Em termos rigorosos, não há problem algum com esta op- O primeiro argumento é dedutivamente inválido porque a
ção; significa apenas que estamos a dar ao termo "dedução" sua invalidade pode ser explicada recorrendo unicamente à
força factiva, como damos ao termo "demonstração". Do sua forma lógica. Mas seria uma enorme falta de sensibilida-
mesmo modo que não há demonstrações inválidas, também de lógica abandonar uma indução boa com base no facto de
não há, de acordo com esta opção, deduções inválidas. Se é a sua forma lógica e a verdade das suas premissas não ga-
uma dedução, é válida; se é uma demostração, é válida. Uma rantir a verdade da sua conclusão.
"demonstração" inválida nada demonstra; uma "dedução"
inválida nada deduz. Assim, um argumento é dedutivo ou indutivo em função
da explicação mais adequada que tivermos para a sua vali-
O primeiro problema desta opção é exigir a reforma do dade ou invalidade. Um argumento dedutivo inválido explica-
modo como geralmente se fala e escreve sobre argumentos se adequadamente recorrendo unicamente à sua forma lógi-
dedutivos — pois é comum falar de argumentos dedutivos ca, no sentido em que a sua forma lógica é suficiente para
inválidos, como as falácias formais (por oposição às infor- distinguir os argumentos dedutivos inválidos dos válidos; o
mais). Este problema não é decisivo, caso não se levantasse mesmo não acontece com os argumentos indutivos, pois a
outro problema: o segundo. sua validade ou invalidade não depende exclusivamente da
sua forma lógica.
O segundo problema é o seguinte: Dado que todos os ar-
gumentos são dedutivos ou não dedutivos (ou indutivos, se Deste modo, podemos manter a tradição de falar de ar-
quisermos reduzir todo o campo da não dedução à indução), gumentos dedutivos e indutivos; e podemos dizer que há
e dado que não faz muito sentido usar o termo "dedução" argumentos dedutivos inválidos; e não somos forçados a
factivamente e o termo "indução" não factivamente, o resulta- aceitar que todo o argumento indutivo, por melhor que seja, é
do bizarro é que deixa de haver argumentos inválidos. O sempre um argumento dedutivo inválido. Isto não acontece
termo "argumento" torna-se factivo tal como os termos "dedu- porque os argumentos dedutivos nunca são indutivos, ainda
ção" e "indução". E isto já é demasiado rebuscado; as pesso- que sejam inválidos. Porque o que conta é o tipo de explica-
as não usam mesmo o termo deste modo, nunca; passamos ção adequada para a sua validade ou invalidade.
a vida a falar de argumentos inválidos. E faz todo o sentido
que o façamos, pois se adoptarmos o entendimento factivo Em termos primitivos, pois, o que conta é a validade e in-
do termo um "argumento" inválido não é de todo em todo um validade; há diferentes tipos de validade e invalidade: a dedu-
argumento: é apenas um conjunto de proposições. tiva e a indutiva. E os argumentos são dedutivos ou indutivos
Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pessoas 7. (NCNB_02) Uma professora levou alguns alunos ao par-
lêem apenas o jornal A. que de diversões chamado Sonho. Desses alunos:
Prof Msc SANDRO FABIAN FRANCILIO DORNELLES 16 já haviam ido ao parque Sonho, mas nunca andaram de
Verificamos que 500 pessoas não lêem o jornal C, pois é a montanha russa.
soma 205 + 30 + 115 + 150. 6 já andaram de montanha russa, mas nunca haviam ido
Notamos ainda que 700 pessoas foram entrevistadas, que é ao parque Sonho.
a soma 205 + 30 + 25 + 40 + 115 + 65 + 70 + Ao todo, 20 já andaram de montanha russa.
150. Ao todo, 18 nunca haviam ido ao parque Sonho.
Pode-se afirmar que a professora levou ao parque Sonho:
a) 60 alunos
EXERCÍCIOS DE CONCURSOS b) 48 alunos
Diagramas Lógicos c) 42 alunos
d) 366alunos
1. De um total de 30 agentes administrativos sabe-se que: e) 32 alunos
I. 18 gostam de cinema
II. 14 gostam de teatro 8. (ICMS_97_VUNESP) Em uma classe, há 20 alunos que
III. 2 não gostam de cinema, nem de teatro praticam futebol mas não praticam vôlei e há 8 alunos que
O número de agentes que gostam de cinema e de teatro praticam vôlei mas não praticam futebol. O total dos que
corresponde a: praticam vôlei é 15.
a) 2 Ao todo, existem 17 alunos que não praticam futebol. O nú-
b) 4 mero de alunos da classe é:
c) 6 a) 30
d) 8 b) 35
c) 37
d) 42
e) 44 b) 200
c) 0
9. Suponhamos que numa equipe de 10 estudantes, 6 usam d) 50
óculos e 8 usam relógio. O numero de estudantes que usa ao e) 25
mesmo tempo, óculos e relógio é:
a) exatamente 6 14. No diagrama abaixo, considere os conjuntos A, B, C e U (
b) exatamente 2 universo ).
c) no mínimo 6
d) no máximo 5
e) no mínimo 4
Em termos intuitivos, duas sentenças são logicamente Um problema que ocorre é quando aparece a palavra
equivalentes se possuem o mesmo "conteúdo lógico". "ou", como na questão:
Quantos pratos diferentes podem ser solicitados por um
Do ponto de vista da teoria da demonstração, p e q são cliente de restaurante, tendo disponível 3 tipos de arroz, 2 de
equivalentes se cada uma delas pode ser derivada a partir da feijão, 3 de macarrão, 2 tipos de cervejas e 3 tipos de refrige-
outra. Semanticamente, p e q são equivalentes se elas têm rante, sendo que o cliente não pode pedir cerveja e refrige-
os mesmos valores para qualquer interpretação. rante ao mesmo tempo, e que ele obrigatoriamente tenha de
escolher uma opção de cada alimento?
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS
A resolução é simples: 3 x 2 x 3 = 18 , somente pela co-
Negação da Negação (Dupla Negação) mida. Como o cliente não pode pedir cerveja e refrigerantes
~(~p) p juntos, não podemos multiplicar as opções de refrigerante
pelas opções de cerveja. O que devemos fazer aqui é apenas
somar essas possibilidades:
p ~q ~(p) (3 x 2 x 3) x (2 + 3) = 90
F V F
Resposta para o problema: existem 90 possibilidades de
V F V pratos que podem ser montados com as comidas e bebidas
disponíveis.
Como as tabelas-verdade são idênticas podemos dizer
que ~(~p) p. Outro exemplo:
No sistema brasileiro de placas de carro, cada placa é
Exemplo: "Não é verdade que Mario não é estudioso" é formada por três letras e quatro algarismos. Quantas placas
logicamente equivalente a "Mario é estudioso". onde o número formado pelos algarismos seja par, podem
Exemplos: ser formadas?
a)
p: Não tem ninguém aqui. Primeiro, temos de saber que existem 26 letras. Segundo,
~p: Tem ninguém aqui. para que o numero formado seja par, teremos de limitar o
~(~p): Tem alguém aqui. ultimo algarismo à um numero par. Depois, basta multiplicar.
26 x 26 x 26 = 17.567 -> parte das letras
Logicamente falando, "Não tem ninguém aqui" é equiva- 10 x 10 x 10 x 5 = 5.000 -> parte dos algarismos, note que
lente à "Tem alguém aqui". na última casa temos apenas 5 possibilidades, pois queremos
b) um número par (0, 2 , 4 , 6 , 8).
p: Não dá para não ler.
~p: Dá para não ler. Agora é só multiplicar as partes: 17.567 x 5.000 =
~(~p): Dá para ler. 87.835.000
Logicamente falando, "Não dá para não ler" é equivalente Resposta para a questão: existem 87.835.000 placas on-
à "Dá para ler". de a parte dos algarismos formem um número par.
PRINCÍPIO DA ADIÇÃO
(C) Cada um dos últimos quatro jogos foi ganho por (C) precisa gostar dos estados em que não sabe a
uma diferença de mais de um gol. resposta correta.
(D) O artilheiro de sua equipe recuperou-se do esti- (D) que não fica aflito explora com mais dificuldades
ramento muscular. os problemas.
(E) Dois dos últimos quatro jogos foram realizados em (E) não deve tolerar estados cognitivos de conflito.
seu campo e os outros dois, em campo adversá-
rio. 13. As rosas são mais baratas do que os lírios. Não tenho
dinheiro suficiente para comprar duas dúzias de ro-
7. Marta corre tanto quanto Rita e menos do que Juliana. sas. Logo,
Fátima corre tanto quanto Juliana. Logo,
(A) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia
(A) Fátima corre menos do que Rita. de rosas.
(B) Fátima corre mais do que Marta. (B) não tenho dinheiro suficiente para comprar uma
(C) Juliana corre menos do que Rita. dúzia de rosas.
(D) Marta corre mais do que Juliana. (C) não tenho dinheiro. suficiente para comprar meia
(E) Juliana corre menos do que Marta. dúzia de lírios.
(D) não tenho dinheiro suficiente para comprar duas
8. Há 4 caminhos para se ir de X a Y e 6 caminhos para dúzias de lírios.
se ir de Y a Z. O número de caminhos de X a Z que (E) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia
passam por Y é de lírios.
(A) 10. 14. Se vocêse esforçar, então irá vencer. Assim sendo,
(B) 12.
(C) 18. (A) seu esforço é condição suficiente para vencer.
(D) 24. (B) seu esforço é condição necessária para vencer.
(E) 32. (C) se você não se esforçar, então não irá vencer.
(D) você vencerá só se se esforçar.
9. Todas as plantas verdes têm clorofila. Algumas plan- (E) mesmo que se esforce, você não vencerá.
tas que tem clorofila são comestíveis. Logo,
15. Se os tios de músicos sempre são músicos, então
(A) algumas plantas verdes são comestíveis.
(B) algumas plantas verdes não são comestíveis. (A) os sobrinhos de não músicos nunca são músicos.
(C) algumas plantas comestíveis têm clorofila. (B) os sobrinhos de não músicos sempre são músi-
(D) todas as plantas que têm clorofila são comestí- cos.
veis. (C) os sobrinhos de músicos sempre são músicos.
(E) todas as plantas vendes são comestíveis. (D) os sobrinhos de músicos nunca são músicos.
(E) os sobrinhos de músicos quase sempre são músi-
10. A proposição 'É necessário que todo aconteci- cos.
mento tenha causa' éequivalente a
16. O paciente não pode estar bem e ainda ter febre.
(A) É possível que algum acontecimento não tenha O paciente está bem. Logo, o paciente
causa. (A) TEM FEBRE E NÃO ESTÁ BEM.
(B) Não é possível que algum acontecimento não te- (B) TEM FEBRE OU NÃO ESTÁ BEM.
nha causa. (C) TEM FEBRE.
(C) É necessário que algum acontecimento não tenha (D) NÃO TEM FEBRE.
causa. (E) NÃO ESTÁ BEM.
(D) Não é necessário que todo acontecimento tenha
causa. INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder
(E) É impossível que algum acontecimento tenha às questões de nº 17 e 18.
causa. "O primeiro impacto da nova tecnologia de aprendiza-
do será sobre a educação universal. Através dos tempos, as
11. Continuando a seqüê
ncia 47, 42, 37, 33, 29, 26, ... ,
escolas, em sua maioria, gastaram horas intermináveis ten-
temos
tando ensinar coisas que eram melhor aprendidas do que
ensinadas, isto é, coisas que são aprendidas de forma com-
(A) 21.
portamental e através de exercícios, repetição e feedback.
(B) 22.
Pertencem a esta categoria todas as matérias ensinadas no
(C) 23.
primeiro grau, mas também muitas daquelas ensinadas em
(D) 24.
estágios posteriores do processo educacional. Essas maté-
(E) 25.
rias - seja ler e escrever, aritmética, ortografia, história, bio-
logia, ou mesmo matérias avançadas como neurocirurgia,
12. ... ó pensador crítico precisa ter uma tolerância e
diagnóstico médico e a maior parte da engenharia - são
atépredileção por estados cognitivos de conflito,
em que o problema ainda não étotalmente com- melhor aprendidas através de programas de computador. O
preendido. Se ele ficar aflito quando não sabe 'a professor motiva, dirige, incentiva. Na verdade, ele passa a
resposta correta', essa ansiedade pode impedir a ser um líder e um recurso.
exploração mais completa do problema.' (David
Canaher, Senso Crítico). Na escola de amanhã os estudantes serão seus pró-
O AUTOR QUER DIZER QUE O PENSADOR CRÍTI- prios instrutores, com programas de computador como fer-
CO ramentas. Na verdade, quanto mais jovens forem os estu-
(A) precisa tolerar respostas corretas. dantes, maior o apelo do computador para eles e maior o
(B) nunca sabe a resposta correta. seu sucesso na sua orientação e instrução. Historicamente,
a escola de primeiro grau tem sido totalmente intensiva de
mão-de-obra. A escola de primeiro grau de amanhã será que não praticam futebol. O número de alunos da
fortemente intensiva de capital. classe é
21. Todo cavalo éum animal. Logo, (A) todas as hipóteses desse conjunto são falsas.
(B) a maioria das hipóteses desse conjunto é falsa.
(A) toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. (C) pelo menos uma hipótese desse conjunto é falsa.
(B) toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. (D) pelo menos uma hipótese desse conjunto é ver-
(C) todo animal é cavalo. dadeira.
(D) nem todo cavalo é animal. (E) a maioria das hipóteses desse conjunto é verda-
(E) nenhum animal é cavalo. deira.
22. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol 26. Se Francisco desviou dinheiro da campanha as-
mas não praticam vôlei e há 8 alunos que prati- sistencial, então ele cometeu um grave delito. Mas
cam vôlei mas não praticam futebol. O total dos Francisco não desviou dinheiro da campanha as-
que praticam vôlei é15. Ao todo, existem 17 alunos sistencial. Logo,
40- Ou A=B, ou B=C, mas não ambos. Se B=D, então A=D. 47- Se Luís estuda História, então Pedro estuda Matemática.
Ora, B=D. Logo: Se Helena estuda Filosofia, então Jorge estuda Medicina.
a) B ¹ C Ora, Luís estuda História ou Helena estuda Filosofia. Logo,
b) B ¹ A segue-se necessariamente que:
c) C = A a) Pedro estuda Matemática ou Jorge estuda Medicina
d) C = D b) Pedro estuda Matemática e Jorge estuda Medicina
e) D ¹ A c) Se Luís não estuda História, então Jorge não estuda Medi-
cina
41- De três irmãos – José, Adriano e Caio –, sabe-se que ou d) Helena estuda Filosofia e Pedro estuda Matemática
José é o mais velho, ou Adriano é o mais moço. Sabe-se, e) Pedro estuda Matemática ou Helena não estuda Filosofia
também, que ou Adriano é o mais velho, ou Caio é o mais
velho. Então, o mais velho e o mais moço dos três irmãos 48- Se Pedro é inocente, então Lauro é inocente. Se Roberto
são, respectivamente: é inocente, então Sônia é inocente. Ora, Pedro é culpado ou
a) Caio e José Sônia é culpada. Segue-se logicamente, portanto, que:
b) Caio e Adriano a) Lauro é culpado e Sônia é culpada
c) Adriano e Caio b) Sônia é culpada e Roberto é inocente
d) Adriano e José c) Pedro é culpado ou Roberto é culpado
e) José e Adriano d) Se Roberto é culpado, então Lauro é culpado
e) Roberto é inocente se e somente se Lauro é inocente
42- Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é
florido, então o passarinho não canta. Ora, o passarinho 49- Maria tem três carros: um Gol, um Corsa e um Fiesta. Um
canta. Logo: dos carros é branco, o outro é preto, e o outro é azul. Sabe-
a) o jardim é florido e o gato mia se que: 1) ou o Gol é branco, ou o Fiesta é branco, 2) ou o
b) o jardim é florido e o gato não mia Gol é preto, ou o Corsa é azul, 3) ou o Fiesta é azul, ou o
c) o jardim não é florido e o gato mia Corsa é azul, 4) ou o Corsa é preto, ou o Fiesta é preto. Por-
d) o jardim não é florido e o gato não mia tanto, as cores do Gol, do Corsa e do Fiesta são, respectiva-
e) se o passarinho canta, então o gato não mia mente,
a) branco, preto, azul
43- Três amigos – Luís, Marcos e Nestor – são casados com b) preto, azul, branco
Teresa, Regina e Sandra (não necessariamente nesta or- c) azul, branco, preto
dem). Perguntados sobre os nomes das respectivas esposas, d) preto, branco, azul
os três fizeram as seguintes declarações: e) branco, azul, preto
Nestor: "Marcos é casado com Teresa"
Luís: "Nestor está mentindo, pois a esposa de Marcos é Re- 50- Um rei diz a um jovem sábio: "dizei-me uma frase e se ela
gina" for verdadeira prometo que vos darei ou um cavalo veloz, ou
Marcos: "Nestor e Luís mentiram, pois a minha esposa é uma linda espada, ou a mão da princesa; se ela for falsa, não
Sandra" vos darei nada". O jovem sábio disse, então: "Vossa Majesta-
Sabendo-se que o marido de Sandra mentiu e que o marido de não me dará nem o cavalo veloz, nem a linda espada".
de Teresa disse a verdade, segue-se que as esposas de Para manter a promessa feita, o rei:
Luís, Marcos e Nestor são, respectivamente: a) deve dar o cavalo veloz e a linda espada
a) Sandra, Teresa, Regina b) deve dar a mão da princesa, mas não o cavalo veloz nem
b) Sandra, Regina, Teresa a linda espada
c) Regina, Sandra, Teresa c) deve dar a mão da princesa e o cavalo veloz ou a linda
d) Teresa, Regina, Sandra espada
e) Teresa, Sandra, Regina d) deve dar o cavalo veloz ou a linda espada, mas não a mão
da princesa
44- A negação da afirmação condicional "se estiver choven- e) não deve dar nem o cavalo veloz, nem a linda espada,
do, eu levo o guarda-chuva" é: nem a mão da princesa
a) se não estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva
b) não está chovendo e eu levo o guarda-chuva RESPOSTAS
c) não está chovendo e eu não levo o guarda-chuva 01. B 11. C 21. B 31. C 41. B
d) se estiver chovendo, eu não levo o guarda-chuva 02. A 12. C 22. E 32. B 42. C
e) está chovendo e eu não levo o guarda-chuva 03. C 13. D 23. C 33. C 43. D
04. E 14. A 24. B 34. E 44. E
45- Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é, 05. E 15. A 25. C 35. D 45. A
do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que: 06. B 16. D 26. E 36. D 46. B
a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista 07. B 17. C 27. A 37. E 47. A
b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro 08. D 18. A 28. D 38. A 48. C
c) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista 09. C 19. D 29. B 39. C 49. E
d) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista 10. B 20. D 30. E 40. A 50. B
24 Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 22 232. (Subtraia a parte esquerda da parte direita e mul-
12 (336) 14 tiplique o resultado por dois).
15 (. . .) 16
23 21. (Os números aumentam em intervalos de 2, 4, 6 e
25 Escreva o número que falta. 8).
4 7 6
8 4 8 24 480. (O número inserto no parêntese é o dobro do
6 5 ? produto dos números de fora do mesmo).
25. 2. (A terceira coluna é o dobro da diferença entre a pri-
RESPOSTAS - TESTE DE HABILIDADE meira e a segunda).
NUMËRICA
TESTE DE HABILIDADE VÍSUO-ESPACIAL
1 48. (Some 2, 4, 8 e, finalmente 16).
2 24. (No sentido contrário aos ponteiros do relógio, os 1 Assinale a figura que não tem relação com as de-
números aumentam em 2, 3, 4, 5 e 6). mais.
5 Assinale a figura que não tem relação com as de- 11 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais. mais.
* Não ter relação no sentido de não conservar as 15 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mesmas relações com as demais, por questão de detalhe, mais.
posição etc.
20 Assinale a figura que não tem relação com as de- 25 Assinale afigura que não tem relação com es de-
mais. mais.
27 Assinale a figura que não tem relação com as de- 5 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
mais. rem).
28 Assinale a figura que não tem relação com as de- 8 4. (A figura gira 90° cada vez em sentido contrario aos
mais. ponteiros do relógio, exceto o 4 que gira no mesmo senti-
do dos mencionados ponteiros).
BIBLIOGRAFIA _______________________________________________________
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Os testes acima foram extraídos da coleção “FAÇA
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SEU TESTE”, da EDITORA MESTRE JOU – SÃO PAULO –
SP. _______________________________________________________
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