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Pequenas e Médias Empresas em Angola

Pequenos Negócios – Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos


Negócios

Em Angola, de acordo com a Lei n°30/11, de 13 de setembro de 2011, as PMEs


distinguem-se por dois critérios, quais sejam: o número de trabalhadores efetivos e o
volume de faturamento anual, sendo que este último fator prevalece sempre que for
necessário decidir sobre a classificação das mesmas.

Dessa forma, consideram-se:


a) Micro empresas - aquelas que empregam até 10 trabalhadores e/ou tenham um
faturamento anual bruto não superior ao equivalente a USD 250 mil;
b) Pequenas empresas - aquelas que empregam mais de 10 e até 100
trabalhadores e/ou tenham um faturamento anual bruto superior ao equivalente a USD 250
mil e igual ou inferior a USD 3 milhões;
c) Médias empresas, aquelas que empregam mais de 100 e até 200 trabalhadores
e/ou tenham um faturamento anual bruto superior ao equivalente a USD 3 milhões e igual
ou inferior a USD 10 milhões.

Ainda de acordo com o diploma legal acima citado, após a obtenção desse estatuto,
existe um variado leque de incentivos que está reservado às MPME, que são,
essencialmente, benefícios fiscais e financeiros, bem como incentivos e benefícios de
organização, de criação de competências, de inovação e de capacitação tecnológica.

O órgão encarregado do acompanhamento, certificação e classificação das PMEs é


o Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), sob tutela do
Ministério da Economia. Além disso, o Decreto Presidencial n.º 42/12 criou o novo
Programa de Apoio ao Pequeno Negócio (PROAPEN). Com este Programa, pretende-se
realizar a promoção e o desenvolvimento dos negócios de pequena dimensão, tendo os
seguintes objetivos:
(i) o aumento da oferta de bens e serviços angolanos;
(ii) a criação de postos de trabalho e consequente redução da pobreza;
(iii) reduzir a informalização da economia; e
(iv) estimular a frequência de ações de formação profissional.

Com a dotação orçamentária que lhe é destinada, o PROAPEN pretende facilitar o


acesso das empresas ao crédito para financiamento dos custos de investimento e
exploração, bem como a capacitação profissional dos beneficiários, por meio dos centros
de formação do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP).

Atividade empreendedora e ambiente de negócios


O país encontra-se classificado entre os mais empreendedores do mundo, com
cerca de um terço da população envolvida em negócios estabelecidos recentemente.
Nesse sentido, Angola segue uma tendência que é muito característica de países da África
Subsaariana. No entanto, o contexto empresarial em Angola apresenta algumas diferenças
importantes em comparação com a de seus vizinhos ao sul do Saara, ou seja, o fato de
que os empresários em Angola tendem a ser, na sua maior parte, impulsionados pela
oportunidade, e as pessoas de meia-idade são mais propensas a iniciar novos negócios do
que os jovens e adultos jovens.

Angola passou por um período de forte investimento do governo em apoio ao


empreendedorismo e opiniões gerais sobre as condições do país para iniciar um negócio
têm melhorado ao longo do tempo. Ainda assim, há um reconhecimento geral de que a
infraestrutura e educação precisam de reformas profundas para atuar como facilitadores
para a atividade empresarial. O empresário médio em Angola é adulto, com idade entre 35
e 44 anos. Outra característica importante é que a atividade empresarial é igualmente alta
em ambos os sexos. Os empresários são motivados principalmente pela oportunidade e
tendem a iniciar negócios em setores voltados ao consumo, como serviço de varejo e
alimentos.

Facilitadores e restrições
Os facilitadores do empreendedorismo em Angola são as normas sociais e culturais,
além das políticas do governo. A sociedade angolana valoriza a iniciativa privada e
realização pessoal, e os empresários angolanos possuem um reconhecimento elevado
pela sociedade. O governo tem considerado o empreendedorismo como um veículo para a
diversificação econômica, o que se reflete no aumento dos níveis de apoio financeiro e de
novos programas de apoio ao empreendedorismo no país.

Por outro lado, a infraestrutura e a educação são os dois principais obstáculos à


criação de empresas no desenvolvimento do país. Mais de duas décadas de guerra civil
deixaram a infraestrutura do país em um estado de degradação da qual ainda não se
recuperou totalmente, e isso aumenta o custo de fazer negócios no país. O
subdesenvolvimento do sistema de educação é também um obstáculo para a criação de
empresas, uma vez que os angolanos acreditam, em números mais elevados do que
outros na África Subsaariana, que não possuem as habilidades necessárias para iniciar e
gerir um negócio.

Angola Investe e Balcão Único do Empreendedor


Em Angola, dois grandes programas encontram-se em evidência. O primeiro deles,
éo Angola Investe, que fornece garantia do governo e os juros subsidiados a empréstimos
concedidos por bancos comerciais às PMEs. O outro é Balcão Único do Empreendedor
(BUE), que criou um único passo para o registo e licenciamento para as PMEs, além de
prestar assistência na transição de empreendedores do setor informal para o setor formal
da economia.

Tendências ao longo do tempo


Algumas tendências interessantes foram observadas em Angola a partir de 2008.
Em primeiro lugar, as mulheres costumavam ser mais empreendedoras do que os homens,
mas, desde 2008, os homens ganharam terreno. Em 2013, observou-se que os homens
são ligeiramente mais empreendedores do que as mulheres, com 24% dos homens e 20%
das mulheres envolvidas em novos negócios.

Em segundo lugar, os empresários angolanos têm sido cada vez mais motivados
pela oportunidade, o que pode refletir a melhoria das condições econômicas no país. Em
2012, pela primeira vez, a oportunidade superou a necessidade como o principal motor
para o empreendedorismo.
Desafios para o futuro
Simplificando, são dois os principais desafios para o futuro do empreendedorismo
em Angola, quais sejam: infraestrutura e educação. As dificuldades detectadas nessas
áreas aumentam o custo de fazer negócios no país e evitar o surgimento de
empreendedores mais qualificados e preparados. Embora existam outros desafios, a sua
importância é menor em relação ao significado destes dois.

• Em 2013, 22% da população adulta em Angola está engajada em


empreendedorismo, enquanto 8,5% já possui ou gerencia um negócio estabelecido;
• 69% dos adultos em Angola vêem boas oportunidades para iniciar um negócio; 44%
deles seriam impedidos de fazê-lo por medo do fracasso;
• 40% dos empresários em Angola começam um negócio como uma oportunidade e
para aumentar sua renda ou a independência; 26% o fazem porque não têm outra
opção para o trabalho.

Angola mantém uma elevada dependência do setor petrolífero e da atividade de


importação, uma vez que o setor produtivo nacional mantém uma baixa capacidade de
satisfazer as necessidades de consumo interno. Adicionalmente, as Micro, Pequenas e
Médias Empresas (MPMEs) continuam a ter uma importância reduzida no ramo
empresarial Angolano ao contribuírem apenas com 5% do imposto industrial. Angola tem
aproximadamente apenas 50.000 mil empresas formalmente identificadas. O programa das
MPME está enfocado em quatro setores econômicos prioritários, quais sejam: (a)
Agricultura, Pecuária e Pescas; (b) Materiais de Construção; (c) Indústria Transformadora,
Geologia e Minas; e (d) Serviços de Apoio ao Sector Produtivo.

Fontes:
http://www.aiangola.com/servicos.html
http://www.anerh.pt/Content/Conteudos/21304/30B9DDD1668E43588594945A940ED284_
ANE.pdf
http://m. gemconsortium.org/entrepreneurship/angola/
http://www.angola.org.uk/PDF/press/mineco_programa_desenvolvimento_MPME_APR.pdf

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