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APOSTILA

DE ASTRONOMIA
Colégio Militar do Corpo de
Bombeiros

FUNDAMENTAL II

Versão Provisória
17/03/2017

1o TEN QOBM João ROMÁRIO Fernandes Filho


Bacharel em Comunicação Social
Especialista em Ensino de Astronomia
Graduando em Licenciatura em Matemática
SOL, TERRA e LUA
Houve um tempo, muito antes de você e eu nascermos, em que não havia equipamentos
eletrônicos. Tablet, celular, computador, videogame, televisão, lâmpada, rádio… Se recuarmos o
suficiente em direção ao passado, chegaremos a um momento em que nem sequer relógio existia!
Era uma época em que nós vivíamos em grupos pequenos e dependíamos diretamente do que a
Natureza tinha a oferecer. Tínhamos, então, um desafio enorme: descobrir como funcionam as
coisas na Natureza!

Para podermos sobreviver, era preciso aprender quando e onde cada tipo de fruta e verdura nasce,
quando e onde cada tipo de animal pode ser encontrado, quando e onde cada semente pode ser
plantada de forma que ela possa germinar e frutificar…

Entender onde tudo isso poderia ser feito da melhor forma era só uma questão de observar,
experimentar e memorizar os melhores resultados. Mas, como descobrir quando tudo isso poderia
ser feito da melhor forma, se não havia nenhum instrumento para medir o tempo? A necessidade
e a vida em contato direto com a Natureza levaram os nossos antepassados a perceberem sem
muita dificuldade que tudo tem seu próprio tempo, seu próprio ritmo, e que certos fenômenos
naturais se repetiam sempre! Alguns mais rapidamente, outros um pouco mais lentamente e
outros ainda muito vagarosamente, mas nunca falhavam…

A observação desses fenômenos que se repetem serviu de base para aprendermos a prever
quando certo tipo de alimento ia nascer numa árvore, quando certo animal podia ser caçado e
também quando cada tipo de semente devia ser plantada e poderia ter seus frutos colhidos
adequadamente.

Agora, quais eram esses fenômenos que se repetiam e que serviram de base para aprendermos a
MEDIR O TEMPO? Como não havia ainda a necessidade de medições tão precisas quanto a hora, o
minuto e o segundo, as principais unidades de tempo que desenvolvemos naquela época foram o
ANO, o MÊS, a SEMANA e o DIA. Qual fenômeno que se repete – que nós podemos chamar de
fenômeno cíclico – foi utilizado pelos homens do passado para criar cada uma dessas unidades de
tempo? Reflita um pouco e procure preencher o quadro abaixo com suas próprias hipóteses.

UNIDADE DE TEMPO FENÔMENO CÍCLICO


ANO
MÊS
SEMANA
DIA

Vamos às respostas:

Nossos antepassados chegaram ao conceito de ANO observando as mudanças nas estações, que
acabam sempre retornando, após um certo lapso de tempo.

Já a ideia de MÊS está ligada à percepção das fases da Lua, que também acabam sempre
retornando, após um certo lapso de tempo.

A SEMANA, por sua vez, é o tempo aproximado que a Lua leva para mudar claramente seu
aspecto no céu, ou, falando de outra forma, para mudar de uma de suas quatro fases principais
para a outra.

O DIA, por fim, é o tempo transcorrido entre dois aparecimentos seguidos do Sol na mesma
posição no céu.

E aí, acertou? Independente disso, vamos agora conversar um pouco melhor sobre cada um dos
fenômenos que serviram de base para criarmos essas primeiras unidades de tempo.

O SOL
De todas as referências para medir as mudanças no tempo, sem dúvida, o RETORNO DO SOL à
mesma posição é a mais fácil de se perceber. É também a que repete com maior rapidez. A
necessidade de repouso do corpo, junto com a necessidade de proteção contra os perigos que se
escondem nos momentos sem Sol, que nós chamamos de NOITES, nos levava a procurar o
recolhimento e o descanso nesse período. Para os nossos antepassados, a noção de que o Sol
retorna após cada sono prolongado era claríssima. Como esse RETORNO DO SOL coincidia
aproximadamente com os ciclos de atividade e descanso deles, não foi difícil chegarem à noção de
DIA, que é a unidade de tempo mais básica e muito provavelmente a primeira a ter sido criada.

Acredito que você ainda se lembre, das aulas de Geografia ou de Ciências, que a causa do
RETORNO DO SOL não é um movimento do Sol ao redor da Terra, como muita gente acreditou por
muito tempo que fosse. Esse fenômeno é o resultado de um movimento da TERRA sobre ela
mesma que nós chamamos de ROTAÇÃO.

A Terra gira feito um pião DO OESTE para O LESTE. E para nós, que
estamos parados em um ponto da superfície do planeta, a impressão que
dá é a de que o Sol se desloca no céu do LESTE para o OESTE. Deu pra
entender como a coisa funciona? Se não, faça um teste: encoste o queixo
no ombro esquerdo, mantendo o olhar fixo para onde a cabeça está
apontada. A tela ou a folha em que você está lendo esse texto deve estar
no cantinho direito da sua vista, quase saindo do campo de visão. Vá
movimentando a cabeça lateralmente até que o queixo toque o ombro
direito e a folha ou a tela tenha percorrido todo o seu campo visual e
esteja no cantinho esquerdo da sua vista, quase sem dar mais pra ver.

Percebeu que, quando a sua cabeça se mexe da esquerda para a direita, o


texto parece estar passando pela sua visão da direita para a esquerda? É exatamente assim que
funciona a impressão que a gente, aqui da Terra, tem de que o Sol está nascendo no Leste e se
pondo no Oeste.

Um dado interessante que vamos apenas apresentar aqui é que existe uma diferença pequena,
mas muito importante entre o DIA SOLAR e o DIA SIDERAL. O Solar dura 24 horas e é o tempo
necessário para o Sol voltar a aparecer realmente na mesma posição no céu. O Sideral é o tempo
necessário para a Terra completar uma volta em torno de si mesma, independente da posição do
Sol no céu, que é ligeiramente menor: 23 horas 56 minutos e 4 segundos. Você consegue explicar
por que o Sol só volta a aparecer na mesma posição no céu 3 minutos e 56 segundos após a Terra
completar uma rotação? Aqui vai uma dica: a razão é semelhante à que explica porque a Lua
completa uma revolução ao redor da Terra mais rápido do que o período que a gente demora pra
voltar a vê-la na mesma fase no céu. A explicação dessa diferença da Lua está logo mais à frente.
Continue a leitura normalmente até chegar a ela, pense um pouco e volte para tentar explicar, com
as suas próprias palavras, por que o Dia Sideral é menor do que o Dia Solar:
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A LUA
Você já sabe que o nosso encantador SATÉLITE NATURAL ilumina e embeleza os céus noturnos de
todos os terráqueos! Mas você já parou para observar como ele muda de cara ao longo do tempo?
Tem noites em que aparece completamente iluminado por várias horas seguidas, enquanto outras
vezes não dá nem sinal de vida a noite toda. Às vezes, até de dia ele aparece… Vamos começar
conversando sobre essas mudanças de aparência da Lua. É provável que você já tenha ouvido falar
das “quatro fases” da Lua. Consegue se lembrar dos nomes delas? Preencha abaixo para exercitar:
_________________ _________________ ___________________ ___________________

Já mostro o gabarito. Mas, antes, é importante entender que “fase” quer dizer “cara”, “aspecto”,
“aparência”. Você já viu a Lua aparecer totalmente iluminada num dia e, no dia seguinte, já
aparecer apenas meio clara? Certamente não! Porque essas mudanças são graduais e o que
temos, na verdade, são fases diferentes a cada dia do mês! Sim, a Lua tem aproximadamente a
mesma quantidade de fases que os dias de um mês. Acontece que, como de um dia pro outro
quase não se percebe a mudança de fase, apenas as quatro aparências mais vistosas recebem
nomes especiais. Quando a Lua está totalmente invisível no céu, ou seja, tem uma aparência
escura, é chamada de Lua Nova. Quando, ganhando luminosidade dia após dia, ela chega a ficar
meio iluminada, chamamo-la de Lua Crescente ou dizemos que ela está no Quarto Crescente.
Quando, ganhando mais luminosidade dia após dia, ela chega a ficar totalmente iluminada, ganha
o nome de Lua Cheia. Por fim, quando, perdendo luminosidade dia após dia, ela volta a ficar meio
iluminada, chamamo-la de Lua Minguante ou dizemos que ela está no Quarto Minguante. E aí
tudo começa de novo!

Para nunca confundir as luas Crescente e Minguante, a dica infalível é: a Lua Crescente tem forma
de C. A Minguante, que é uma espécie de “Lua Decrescente”, tem forma de D.

Pois bem, mas por que a Lua muda de fase e quanto tempo demora esse processo? Bom, a Lua
tem diferentes aspectos ao longo do tempo porque ela não passa de um belo espelho esférico
girando ao redor do nosso planeta enquanto reflete a luz do Sol! Isso quer dizer duas coisas,
principalmente: a primeira é que toda a luz que vemos na Lua é apenas reflexo da luz do Sol; a
segunda é que nós só vemos da Lua a parte iluminada dela que está ao alcance dos nossos olhos,
em cada dia do mês.
Perceba, na figura, as quatro posições
básicas em que a Lua, orbitando a
Terra, pode ficar em relação ao nosso
planeta e ao Sol. Na faixa circular
preta, é a Lua como a gente vê da
Terra quando ela está em cada
posição. Sobre a linha pontilhada, é a
Lua como ela está de verdade, vista
“de cima”. Observe que em qualquer
uma dessas posições 50% da Lua
estará iluminada, enquanto 50% dela
estará na escuridão. Afinal, há uma
metade dela voltada para o Sol e uma
metade voltada para o lado oposto.
Entendeu? Você consegue deduzir qual fase da Lua corresponde a cada uma dessas posições?
Tente escrever os nomes na figura e depois volte aqui para continuarmos nosso raciocínio.

Lembre-se: o que vai determinar a fase é sempre o quanto da parte iluminada da Lua a gente,
aqui da Terra, consegue ver! Perceba que quando a Lua está entre a Terra e o Sol, toda a parte
iluminada está “de costas” para nós. Como não vemos nenhum pedacinho da luz solar sobre nosso
satélite, temos a Lua Nova. À medida que a Lua segue até a posição 2, em que forma um “L” com a
Terra e o Sol, ela vai revelando pouco a pouco a porção iluminada. Até chegar exatamente a essa
posição, em que conseguimos ver metade da parte iluminada (Se metade dela SEMPRE está
iluminada e, nesta fase, estamos vendo metade dessa metade iluminada, significa que estamos
vendo ¼ da Lua, ok?). Eis a Lua Crescente. Já na posição 3, quando o Sol está de um lado e a Lua do
outro lado da Terra, toda a parte iluminada está voltada para nós! Sem dúvida, é a Lua Cheia. E
quando ela vai para a posição 4, perdemos a cada dia um pouco da visibilidade, até voltarmos a ver
apenas metade da porção iluminada, na Lua Minguante (DE NOVO: se metade dela SEMPRE está
iluminada e, nesta fase, estamos vendo metade dessa metade iluminada, significa que estamos
vendo ¼ da Lua, ok?). Ficou claro? Releia novamente observando a figura para não ficar nenhuma
dúvida!

E quanto tempo demora tudo isso mesmo? Cada uma das fases principais demora mais ou menos
uma semana para aparecer. Eis a origem da noção de semana e também da ideia de mês, quando
a gente soma o tempo das quatro fases e elas voltam a se repetir (7 + 7 + 7 + 7 = 28). Atente
apenas para o fato de que esses aí são números aproximados. De fato, a Lua demora 27,3 dias para
completar uma volta ao redor da Terra, num movimento que chamamos de Revolução. Mas só
depois de 29,5 dias é que ela volta a mostrar o mesmo aspecto ao observador terreno. Ou seja, só
depois desse tempo ela volta a apresentar a mesma fase. Essa diferença de 2,2 dias (29,5 – 27,3 =
2,2) é uma consequência do fato de que, enquanto a Lua orbita a Terra, a Terra orbita o Sol, no
nosso conhecido movimento de Translação. Como a Terra muda de posição em relação ao Sol,
enquanto a Lua muda de posição em relação à Terra, quando a Revolução lunar se completa (27,3
dias), a Terra já não está mais no mesmo lugar, em relação ao Sol, em que se achava 27,3 dias
atrás. Ela andou um pouco e, por isso mesmo, também a Lua precisa andar mais um pouco para
que a posição da Terra, do Sol e da própria Lua, uns em relação aos outros, volte a ser a mesma.
Essa volta exata da configuração anterior só acontece 2,2 dias depois de terminada a Revolução, o
que leva a mesma fase da Lua a só retornar 29,5 dias depois. (LEMBRE-SE agora daquela
PERGUNTA sobre Dia Solar e Dia Sideral!)

Agora, uma última questão importante sobre a Lua. Volte a observar a figura e tente responder às
seguintes perguntas: por que a Lua não bloqueia a luz do Sol toda vez que ela passa entre ele e a
Terra? Por que a Terra não impede a luz do Sol de chegar à Lua toda vez em que passa entre estes
dois últimos? Ambos os fenômenos acontecem e são chamados de eclipses. No primeiro caso,
como a Lua cobre o Sol, ou seja, ela eclipsa o Sol para o observador terreno, temos o eclipse solar.
No segundo, como a Terra cobre a Lua, ou seja, ela eclipsa a Lua para o observador terreno, temos
o eclipse lunar.
Já deu pra sacar que, necessariamente, o eclipse solar acontece quando a Lua está na fase
_____________, enquanto o eclipse lunar acontece quando a Lua está na fase _____________.
SEMPRE! Mas retomando as perguntas: se a Lua dá uma volta ao redor da Terra todo mês, por que
não temos um eclipse solar e um eclipse lunar todos os meses?

O segredo está no caminho por onde a Lua passa ao redor da Terra! Ela orbita nosso planeta sim,
mas não no mesmo plano em que a Terra orbita o Sol. Mais ou menos como mostra a figura
abaixo. Perceba que, normalmente, a Lua transita um pouco acima ou um pouco abaixo do plano
imaginário que liga a Terra e o Sol. Às vezes, porém, como tem essa órbita meio inclinada, ela
acaba cruzando o tal plano imaginário. Na maior parte das vezes em que isso acontece, não vemos
nada de especial no céu. Mas quando esse encontro entre a órbita da Lua e o plano Terra-Sol
acontece na Lua Cheia (Terra entre Sol e Lua) ou na Lua Nova (Lua entre Sol e Terra), aí sim temos
eventos visuais diferentes: os eclipses!

Esse plano imaginário que estou chamando de Terra-Sol, que você pode imaginar como um DVD
com o Sol no círculo central e a Terra na borda, por ser o plano que a Lua precisa cruzar para
acontecerem os eclipses, é chamado de eclíptica! Por isso podemos definir os eclipses de outra
forma: toda vez que a Lua cruza a eclíptica na Lua Nova ou na Lua Cheia temos um eclipse. Se isso
acontecer na Lua Nova, temos um eclipse ____________, enquanto se acontecer na Lua Cheia,
temos um eclipse ____________.

AS ESTAÇÕES DO ANO
Avançando agora para o próximo fenômeno utilizado para medir o tempo, eu tenho certeza de que
você já conhece este, pelo menos de ouvir falar, desde que era pequeno! Todo mundo aprende no
Fundamental I que existem quatro estações e que cada uma delas tem um clima e certas
características próprias. Os filmes e os desenhos ajudam a reforçar a ideia, de forma que você vai
associar facilmente o inverno ao frio, o verão ao calor, o outono às folhas e a primavera às flores.
Mesmo que nunca tenha sentido ou presenciado essas estações da mesma forma que vê na tela
da TV ou do computador… Daqui a pouco você vai entender por que aqui onde a gente mora não
dá pra perceber as estações do jeito que a gente aprende que elas são!

Por enquanto, vamos ao que importa para os nossos objetivos:

As estações são QUATRO, como você já sabe, e seguem uma ordem que você deve saber. Não
importa qual você escolha para ser a primeira, já que não existe “primeira estação”. Importa sim
que você saiba a ORDEM delas, qual vem depois de qual. Uma sigla muito conhecida e utilizada
para memorizar essa sequência é IPVO, que quer dizer:

Inverno
Primavera
Verão
Outono

Aprenda essa sequência, porque ela é fundamental!

Agora, por que as estações acontecem? Aqui chegamos a um ponto que costuma gerar muitas
dúvidas, ou, ainda pior, falsas certezas… Vamos lá: você sabe que a Terra gira ao redor do Sol, num
movimento conhecido como TRANSLAÇÃO, que dura um ano. Talvez você também saiba que esse
“giro”, chamado de ÓRBITA, não é exatamente circular. Ele se parece mais com um desenho oval,
conhecido como ELIPSE. Como a elipse é um círculo achatado, há momentos, ao longo de sua
órbita, em que a Terra está um pouco mais perto do Sol do que em outros. Seja por falta de clareza
das ilustrações dos livros, seja por falta de conhecimento dos professores, é possível que você
tenha a impressão de que as estações seriam causadas por essa mudança na distância entre o Sol
e a Terra. Ou seja, quando a Terra estivesse mais perto do Sol, seria verão, quando estivesse mais
longe, seria inverno. ESSA IDEIA ESTÁ ERRADA! As estações do ano NADA tem a ver com a
DISTÂNCIA entre a Terra e o Sol. Sabe por quê? Porque, apesar de essa distância realmente mudar,
a mudança é muito pequeno pra afetar o clima do nosso planeta. Vamos colocar em números pra
você entender melhor: quando está mais próxima do Sol, a Terra fica a mais ou menos 146 milhões
de quilômetros dele; quando está mais longe, ela fica a 152 milhões de quilômetros do Sol.
Diminua a maior distância pela menor (152 – 146) e verá que é uma diferença de 6 milhões de
quilômetros. Faça a divisão entre essas distâncias (152 : 146) e verá que é uma diferença de menos
de 4%. Ou seja, não faz nem cócegas! Definitivamente, não é essa a causa das estações do ano.

A verdadeira causa das estações está na soma de dois fenômenos diferentes. O primeiro
realmente é a TRANSLAÇÃO da Terra ao redor do Sol. O segundo, que você deve conhecer por alto,
mas agora vai entender direitinho, é a INCLINAÇÃO DO EIXO DA TERRA. Veja a figura abaixo para a
gente começar a raciocinar juntos:
4

1 3

2
Perceba, antes de tudo, que há uma linha cortando a Terra bem ao meio nesses desenhos. Não é
uma linha “real”, mas uma linha imaginária, que separa o nosso planeta, uma esfera, em dois
hemisférios (hemi = metade, sfério = esfera), o Norte e o Sul, indicados, respectivamente, pelas
letras N e S. Essa linha, que você já deve conhecer, é a LINHA DO EQUADOR. Existem ainda essas
linhas intermediárias, uma ao norte do Equador, que é o TRÓPICO DE CÂNCER, outra ao Sul, que é
o TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO. Agora, observe que as três linhas estão sempre meio tortas em
relação ao Sol. A linha indicada por essas pontinhas para fora da Terra, próximas às letras N e S,
apesar de não aparecer completamente, também está torta. Isso acontece porque a Terra tem
uma inclinação de 23,5o em relação ao Sol. Em outras palavras, ela “gira torta” ao redor do Sol,
sempre inclinada da mesma forma, como a figura mostra. E quais as consequências de a Terra ter
essa inclinação? Observe a Terra na posição 1. Qual dos dois hemisférios está recebendo mais raios
solares, o Norte ou o Sul? E na posição 3?

Se você olhou com atenção, percebeu que, na posição 1, o Hemisfério Norte está recebendo mais
raios solares e, por consequência, mais luz e calor do que o Hemisfério Sul. Na posição 3, a
situação se inverte: é o Sul que recebe mais raios solares. E nas posições 2 e 4, o que acontece? Se
você tiver entendido o desenho, que tenta representar, na posição 2, o que seria a Terra passando
“na frente” do Sol e, na posição 4, a Terra passando “atrás” do Sol, não vai ter dificuldade de
perceber que, nessas duas posições, os dois hemisférios estão recebendo A MESMA QUANTIDADE
de luz e calor.

Agora, que tal ligarmos os pontos?


Se, como você sabe, o verão é a estação mais quente e o inverno, a mais fria, fica fácil deduzir que,
quando um dos hemisférios está mais inclinado para o Sol, é lá que temos o verão. E que,
enquanto esse hemisfério está mais quente, o outro, que está recebendo menos radiação solar,
está mais frio do que o normal. Eis o inverno. É dessa forma que, na época do ano representada na
figura 1, enquanto é verão no hemisfério Norte, é inverno no Sul. E, na figura 3, a situação se
inverte.

Acho que não é difícil imaginar o que acontece nos momentos representados nas figuras 2 e 4, não
é? Se estamos falando de momentos em que não há diferença de incidência solar nos dois
hemisférios, estamos falando de climas semelhantes na banda de cima e na de baixo do mundo,
sem extremos de temperatura. São os nossos pouco conhecidos, aqui no Ceará, outono e
primavera, sempre um em cima e o outro embaixo. Com base na figura, preencha o quadro abaixo
com os números para verificar se entendeu corretamente.

HEMISFÉRIO Inverno Primavera Verão Outono


Sul
Norte

As respostas corretas são:

1234
3412

A posição 1 normalmente acontece no dia 21 de dezembro, enquanto a 2 é no dia 20 de março, a


3, no dia 21 de junho e a 4, no dia 23 de setembro. Destaco o “normalmente” porque pode haver
variações de um a dois dias, de ano pra ano. Esses dias são considerados tão importantes por
quem mora nas regiões do mundo onde é possível perceber melhor as mudanças das estações que
eles têm até nome próprio! O início das estações em que um dos hemisférios está inclinado para o
SOL chama-se SOLSTÍCIO. No lugar onde é o verão que começa, esse dia é chamado, mais
especificamente, de solstício de verão. No lugar onde é o inverno que começa, esse dia é
chamado, mais especificamente, de solstício de inverno. Perceba que o mesmo dia recebe as duas
denominações, dependendo apenas de qual seja o hemisfério ao qual nos referimos. O início das
estações em que ambos os hemisférios recebem uma quantidade EQUIVALENTE de luz e calor
chama-se EQUINÓCIO. Aqui vale a mesma regra. O equinócio se chamará equinócio de outono
onde esta estação estiver começando e equinócio de primavera onde esta outra estiver por iniciar.

Agora observe novamente a figura e perceba qual das três linhas imaginárias é a que está bem no
meio dos raios do Sol em cada uma das quatro posições. Complete o quadro abaixo:

POSIÇÃO LINHA IMAGINÁRIA


1
2
3
4

A linha que está bem no centro dos raios solares, em cada posição, é aquela que tem o “Sol a
pino”. Por isso, quando é o Trópico de Capricórnio que está bem no centro dos raios, dizemos que,
naquela época do ano, “o Sol está a pino no Trópico de Capricórnio”, ou seja, ao meio-dia, o Sol
está exatamente acima da cabeça de quem mora na região desse trópico. O mesmo vale para a
Linha do Equador e para o Trópico de Câncer. Mas o Sol, ao meio-dia, só passa bem acima da
cabeça de quem mora na linha imaginária onde ele está a pino? Sim, exatamente isso. E quem
mora nas outras linhas imaginárias, ou próximo a elas, como vê o Sol ao meio-dia? Vê ele mais
baixo do que quem mora onde o Sol está a pino. Quanto mais longe, mais baixo. Por exemplo,
quando o sol está a pino no Trópico de Câncer, quem mora perto do Equador, como nós, vê ele um
pouco mais baixo, ao meio-dia, do que quem mora no Hemisfério Norte. E quem mora perto do
Trópico de Capricórnio, nesse dia, vê o Sol mais baixo ainda ao meio-dia, do que quem mora no
Equador. Entendido?

Uma última informação importante sobre esse assunto é que as palavras “solstício” e “equinócio”
também fazem referência à duração da parte iluminada e da parte escura do dia. Os extremos de
temperatura que começam nos solstícios marcam igualmente extremos de duração dessas partes
do dia. No de verão, temos o dia mais longo do ano, enquanto no de inverno, temos o mais curto.
Não se trata aqui de mudanças na duração do movimento de rotação da Terra, é claro, mas
somente na quantidade de tempo em que vemos o Sol no céu. Nos equinócios, por outro lado, o
equilíbrio das estações amenas oferece equilíbrio na duração do dia e da noite, que ficam
exatamente iguais: 12 horas pra cada.

Os Planetas do Sistema Solar


Desde que existimos sobre a Terra, olhando para o céu noturno, fomos capazes de perceber
milhares de pontos brilhantes que se destacavam na escuridão celeste. Eram pontos de cores e
tamanhos muito variados que tinham a curiosa característica de se moverem todos juntos no céu,
como se fossem parte de um cenário repleto de pequenas luzes que se mexe inteiro ao longo da
noite… Agora, para sermos exatos, não são TODOS os pontos brilhantes que se mexem juntos…
Enquanto as estrelas que formam o Cruzeiro do Sul ou as Três Marias, por exemplo, nunca mudam
de posição umas em relação às outras, há algumas estrelas que parecem ter um movimento
independente das outras. Num mês elas podem estar no meio de uma constelação, noutro mês
em outra e em outro mês ficarem totalmente invisíveis…

Enquanto as estrelas em geral eram chamadas de Estrelas Fixas, essas estrelas ambulantes, eram
chamadas de Estrelas Errantes. A palavra “errante”, em grego, se escreve πλανήτης , ou
“planétes”, que, em português, virou “planeta” Além de se movimentarem por si sós, os tinham
outra característica interessante: apesar de brilharem como todas as estrelas fixas, eles não
piscam! Por serem muito diferentes das estrelas fixas, parecendo ter personalidade própria,
enquanto vagam com certa liberdade pelos céus, os planetas/estrelas errantes foram associados
aos deuses.

Assim o mais rápido deles, que aparece por bem poucos dias no céu, sempre logo antes do nascer
ou pouco após o por do Sol, e bem próximo do Astro-Rei, recebeu o nome do Mensageiro dos
Deuses, MERCÚRIO, ou Hermes, na mitologia grega. O mais brilhante e bonito, que também
aparece sempre logo antes do nascer ou pouco após o por do Sol, recebeu o nome da Deusa da
Beleza, VÊNUS, ou Afrodite, na mitologia grega. O avermelhado, cor de sangue, recebeu o nome do
Deus da Guerra, MARTE, ou Ares, na mitologia grega. O segundo mais brilhante, de órbita lenta e
imponente no céu, recebeu o nome do Rei dos Deuses, JÚPITER, ou Zeus, na mitologia grega. O
mais lento e demorado de todos, cuja órbita que exigia muita paciência para ser observada,
recebeu o nome do Deus do Tempo, SATURNO, ou Cronos, na mitologia grega.

Depois desses, os próximos planetas só vieram a ser reconhecidos séculos mais tarde. Em 1781, o
astrônomo William Herschel observando ao telescópio o que achava ser apenas mais uma estrela
fixa, percebeu que ela tinha forma esférica e uma cor azul-esverdeada bem diferente dos demais
astros. Mostrando os dados a outros astrônomos, eles não demoraram a reconhecer que se tratava
de um novo planeta. Pela coloração e também por ser o próximo planeta depois da dupla filho-pai
Júpiter-Saturno, ele recebeu o nome do Deus do Céu, URANO, mesmo nome na mitologia grega,
que é o pai de Saturno, avô de Júpiter. Já em 1846, após o matemático Urbain Le Verrier ter
previsto a existência de um planeta desconhecido que estaria perturbando a órbita de Urano, o
astrônomo Johann Galle observou pela primeira vez o planeta que, pela sua coloração azul muito
intensa, recebeu o nome do Deus dos Mares, NETUNO, ou Poseidon, na mitologia grega.

O último objeto do nosso Sistema Solar a ser reconhecido como um planeta foi também previsto
matematicamente antes de ser avistado de verdade. No início do século XX, Percival Lowell propôs
a existência de um planeta além de Netuno para explicar perturbações na órbita do último planeta
conhecido. Após muitas tentativas de observação, inclusive do próprio Lowell, apenas em 1930 o
astrônomo Clyde Tombaugh avistou o planeta que viria a ser batizado poucos meses depois, por
sugestão de uma estudante inglesa de 11 anos de idade, com o nome do deus do submundo,
PLUTÃO, ou Hades, na mitologia grega. Só tem um detalhe: por razões que vamos ver daqui a
pouco, em 2006, Plutão deixou de ser considerado um planeta, passando a ser classificado como
planeta-anão.

Na segunda metade do século XX, o avanço da tecnologia nos permitiu ir além da simples
observação das “estrelas errantes”. Ganhamos a capacidade de nos aproximar fisicamente delas,
se não ainda pessoalmente, pelo menos por meio das nossas naves. Assim, conseguimos entender
bem melhor como são os planetas. Eis as características mais importantes deles, em valores
aproximados:

DISTÂNCIA MÉDIA DO SOL TAMANHO (diâmetro) TEMPERATURA


Mercúrio 58 milhões de km Júpiter 140 mil km Vênus 475 ºC
Vênus 108 milhões de km Saturno 120 mil km Mercúrio 425 ºC
Terra 150 milhões de km Urano 51 mil km Terra 15 ºC
Marte 225 milhões de km Netuno 49 mil km Marte - 20 ºC
Júpiter 778 milhões de km Terra 12,8 mil km Júpiter - 145 ºC
Saturno 1,4 Bilhões de km Vênus 12,1 mil km Saturno - 178 ºC
Urano 2,8 Bilhões de km Marte 6,8 mil km Netuno - 218 ºC
Netuno 4 Bilhões de km Mercúrio 4,8 mil km Urano - 224 ºC

Quanto a esses dados, não se se preocupe com memorizar os números. O mais importante é saber
comparar os planetas dentro de cada um desses critérios. Por exemplo, quem fica mais perto do
Sol: Saturno ou Netuno? Quem é maior: Terra ou Marte? Quem é mais quente: Vênus ou
Mercúrio? Sabendo responder a esse tipo de questão, você terá aprendido tudo o que precisa
saber sobre esse assunto para a Olimpíada!

Detalhes importantes: a ordem de temperatura é muito parecida com a ordem de distância do Sol.
Obviamente, quanto mais próximo do Sol, mais quente é o planeta. Há apenas duas duplas de
planetas que quebram essa regra: Mércurio/Vênus e Urano/Netuno.

Apesar de ser bem mais próximo do Sol, Mércurio é um pouco menos quente do que Vênus. A
causa disto está nas atmosferas desses planetas. Mercúrio, muito pequeno, quase não possui
atmosfera. Dessa forma, o calor do Sol que chega até lá só aquece a porção do planeta que está
recebendo luz. A parte que não está sendo iluminada é extremamente fria (temperatura muito
abaixo de 0ºC!), porque, praticamente sem atmosfera, Mercúrio não guarda o calor nem o distribui
por meio dos ventos e das correntes de ar. Já Vênus, apesar de ficar a quase o dobro da distância
do Sol, tem uma atmosfera incrivelmente densa e pesada. Você, na superfície do planeta, sentiria a
mesma pressão que um mergulhador, na Terra, sentiria se estivesse 900 metros abaixo do nível do
mar! Isso somente devido ao peso da atmosfera. Essa crosta de ar superconcentrada é composta
principalmente por gás carbônico, uma substância que deixa a radiação solar chegar até o solo
venusiano, mas não deixa que o calor produzido na superfície por essa radiação saia do planeta.
Assim, mesmo mais longe do Sol, Vênus acumula muito mais calor, a ponto de ficar mais quente do
que Mercúrio.

Já o caso de Urano e Netuno ainda não é bem compreendido. Sabemos apenas que, enquanto
Urano irradia para o espaço 10% a mais de energia do que recebe do Sol, Netuno irradia 160% a
mais do que recebe. Isso indica que ele deve possuir alguma fonte interna de calor que precisamos
investigar melhor.

Quanto aos tamanhos, fique atento ao fato de que Urano e Netuno têm tamanho muito parecido,
sendo este apenas levemente menor do que aquele. O mesmo vale para a relação entre Terra e
Vênus, sendo o nosso planeta ligeiramente maior.
Ainda sobre os tamanhos, é importante saber que os quatro menores (Mercúrio, Vênus, Terra e
Marte) são chamados de planetas rochosos, por serem compostos quase totalmente por rocha e
metal. Já os quatro maiores (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) são chamados de planetas gasosos,
por serem compostos mais por gás do que por elementos sólidos, propriamente. Enquanto os dois
primeiros são chamados de gigantes gasosos, os dois últimos recebem o nome de gigantes
gelados, por possuírem, entre o núcleo sólido e a atmosfera, uma espessa camada de gelo.

OS OUTROS OBJETOS DO SISTEMA SOLAR


Bom, já vimos as características mais relevantes dos planetas do nosso sistema solar. Mas será que
o Sol, a Lua e os planetas são tudo o que existe aqui na nossa vizinhança cósmica? Desconsidere
aqui as estrelas, porque, fora o Sol, que é uma estrela, todas elas ficam a trilhões de quilômetros
de nós, bem longe do Sistema Solar. Você consegue se lembrar de objetos celestes diferentes dos
que citamos até aqui? Vamos mergulhar na “fauna” do cantinho cósmico…

Luas ou Satélites
Assim como os planetas orbitam o Sol, luas ou satélites orbitam os planetas num movimento
chamado __________________ (Lembra do nome do movimento da Lua ao redor da Terra?). São
objetos rochosos, de tamanhos muito variados, que têm como principal característica viverem sob
o domínio gravitacional de um planeta. Somente Mercúrio e Vênus não possuem nenhum satélite.
Terra (1), Marte (2), Júpiter (67), Saturno (62), Urano (27) e Netuno (14) abrigam todos os objetos
reconhecidos como satélites no nosso sistema. Os maiores deles são:

Ganimede
Com mais de 5.200 km de diâmetro, a maior lua de Júpiter é também a maior do nosso sistema,
superando, inclusive, o tamanho do planeta Mercúrio! Provavelmente, tem um oceano de água
líquida no subsolo.
Titã
Com mais de 5.100 km de diâmetro, a maior lua de Saturno é a segunda maior do nosso sistema,
também superando o tamanho do planeta Mercúrio! É o único objeto do Sistema Solar, fora a
Terra, onde existem grandes massas líquidas na superfície. São lagos de etano e metano.
Calisto
Com cerca de 4.800 km de diâmetro, a segunda maior lua de Júpiter é a terceira maior do nosso
sistema, apresentando o mesmo tamanho do planeta Mercúrio. Provavelmente, tem um oceano
de água líquida no subsolo.
Io
Com cerca de 3.600 km de diâmetro, a terceira maior lua de Júpiter é também a quarta maior do
nosso sistema. É o único objeto do Sistema Solar, fora a Terra, onde existe atividade vulcânica,
graças à intensa pressão gravitacional exercida por Júpiter sobre sua lua mais próxima.
Lua
Com cerca de 3.480 km de diâmetro, nossa única lua é a quinta maior do nosso sistema. Tendo
pouco mais de ¼ do diâmetro da Terra, ela é a maior lua relação ao tamanho do planeta ao qual
está ligada.
Europa
Com cerca de 3.100 km de diâmetro, a quarta maior lua de Júpiter é também a sexta maior do
nosso sistema. Sob uma crosta de cerca de 10 km de gelo, possui um oceano de água líquida com
mais do dobro da quantidade de água existente em todo o nosso planeta. É um forte candidato a
abrigar vida, pelo menos em suas formas mais simples.

Cometas e asteroides

Até 2006, todos os objetos rochosos do nosso sistema maiores do que uma pedra e que não se
enquadravam como planetas ou satélites eram classificados como asteroides ou cometas.
Asteroides são rochas de tamanho muito variável (1 m a 525 km) que não foram incorporadas por
nenhum planeta ou satélite. Podem orbitar um desses dois tipos de objeto, mas a maioria dos
asteroides do nosso sistema estão concentrados numa área que fica entre as órbitas de Marte e
Júpiter conhecida como Cinturão de Asteroides. Os objetos do Cinturão orbitam diretamente o
Sol. O maior e mais relevante deles é Vesta, um asteroide com cerca de 525 km de diâmetro que
concentra 9% da massa de todo o Cinturão. Em alguns momentos, ele se torna mais brilhante do
que Urano, sendo possível vê-lo a olho nu.

Cometas são “bolas de neve sujas”, de acordo com uma


definição clássica criada nos anos 50. São compostos por
rocha, poeira, gelo e gases congelados e orbitam
diretamente o Sol. Porém, diferente dos asteroides, que se
concentram numa região quase circular entre dois planetas,
os cometas têm uma órbita altamente alongada, que passa
próximo ao Sol e depois se desloca até as fronteiras do
Sistema Solar, muito mais longe do que Plutão, para depois
retornar. O tempo de retorno de um cometa costuma ser
constante, mas, entre um cometa e outra, pode variar de
menos de 20 anos a milhares de anos! Eles costumam exibir
uma cauda branca de brilho mais ou menos intenso. O
detalhe interessante é que essa cauda só aparece quando o
cometa se aproxima do Sol. Se observássemos um cometa
passando perto de Urano ou Netuno, por exemplo, não
veríamos cauda nenhuma. Levando em conta a composição
dos cometas e essa informação, do que você diria que é feita
a cauda dos cometas?

Planetas-anões
Até 2006, essa categoria não existia. Havia 9 planetas no nosso sistema e todo objeto com mais de
1 m de diâmetro que orbitasse o Sol, que não fosse um planeta, seria classificado como cometa ou
asteroide. Porém, em 2005, tudo começou a mudar. A descoberta de três objetos de tamanho
semelhante e muito próximos a Plutão levou alguns astrônomos a questionarem se, em breve, com
o avanço das descobertas, não passaríamos a ter que considerar dezenas de objetos no nosso
Sistema Solar como planetas. A discussão chegou à União Astronômica Internacional, que, em
agosto de 2016, lançou uma resolução que definia o que era um planeta e criava uma nova
categoria: o planeta-anão. Qual seria a diferença entre eles? Para a União, um planeta é um corpo
celeste que:

a) está em órbita ao redor do Sol;


b) tem massa suficiente para que a própria gravidade dele quebre as formas irregulares, tornando-
o (quase perfeitamente) esférico;
c) limpou a vizinhança em torno da órbita que ocupa.

Em outras palavras só é um planeta o objeto que orbita o Sol, é esférico e domina a própria
vizinhança. Os objetos que só atendem ao primeiro quesito (orbitar o Sol), são os cometas e os
asteroides. Os objetos que atendem apenas aos dois primeiros quesitos (orbitar o Sol e ser
esférico), mas não ao terceiro (dominar a órbita), passaram a ser chamados de planetas-anões.
Por fim, os únicos objetos que atendem aos três quesitos são os 8 PLANETAS do nosso Sistema
Solar.

Assim, os planetas-anões que conhecemos são:


Diâmetro (km) Distância do Sol (km) Luas
Plutão 2.370 6 bilhões 5
Éris 2.330 10 bilhões 1
Makemake 1.430 6,8 bilhões 1
Haumea 1.240 6,4 bihões 2
Ceres 950 0,4 bilhão 0

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