ApSeg0517-Residência FIscal e Alojamento Local - Final PDF
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e
Alojamento
j Local
SEG 0517
Marília Fernandes e Paula Franco
RESIDÊNCIA FISCAL
Sujeitos Passivos
Pessoas singulares residentes em território português e as que, nele não residindo,
aqui obtenham rendimentos;
Regra geral da tributação separada salvo opção pela tributação conjunta (art.º 13.º,
n.º 2 CIRS)
Situação pessoal e familiar é aquela que se verificar no último dia do ano a que o
imposto respeite.
Critério temporal
Residência fiscal parcial (novo regime)
Critério habitação
Residência fiscal parcial (novo regime)
“
Residente
Seg0517 – Residência Fiscal e Alojamento Local
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Residentes/Não residentes
Perda da qualidade de residente ocorre a partir do
último dia de permanência salvo regras de
salvaguarda (art.º 16.º, n.º 4).
Residência fiscal parcial (novo regime)
2016 2017
Residente
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Seg0517 – Residência Fiscal e Alojamento Local
Residência nas Regiões Autónomas (art.º
17.º CIRS)
São residentes no território de uma RA as pessoas que constituem o agregado familiar, desde que aí se situe
o principal centro de interesses, considerando‐se como tal o local onde se obtenha a maior parte da base
tributável, determinada nos seguintes termos:
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Seg0517 – Residência Fiscal e Alojamento Local
Residente não habitual
Formalismos:
1. Inscrição como residente não habitual no momento
da inscrição como residente; ou,
2. Até 31 de março, inclusive, do ano seguinte àquele
em que se torne fiscalmente residente.
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Seg0517 – Residência Fiscal e Alojamento Local
Residente não habitual
Não terem em qualquer dos cinco anos anteriores sido tributados como
residentes em sede de IRS.
CATEGORIA A:
Taxa de 20% (art.º 99.º, n.º 8 CIRS)
CATEGORIA B:
•Taxa de 20% (art.º 101.º, n.º 1, al. d) CIRS)
Rendimentos obtidos em território nacional
São tributados á taxa autónoma de 20%
Podem optar pelo englobamento, ficando obrigado a englobar todos os rendimentos auferidos, como é
o caso dos rendimentos de capitais sujeitos a taxas liberatórias e das mais‐valias obtidas com a
alienação de partes sociais e outros valores mobiliários e ainda ao englobamento dos rendimentos
obtidos fora do território, caso em que terão direito ao crédito de imposto por dupla tributação
internacional.
Rendimentos obtidos no estrangeiro
Isentos de IRS, contando para efeitos de determinação da taxa a aplicar aos restantes
rendimentos
ou
Categorias A e H
Sejam tributados no outro país, quando não exista CDT, desde que
os rendimentos, não sejam de considerar obtidos em território
nacional ( n.º 1 art.º 18.º).
Sem origem em
contribuições, com
dedução nos termos Possam ser tributados no outro Estado, em conformidade
do n.º 2 do art.º 25 com CDT;
Categorias B, E, F e G Possam ser tributados no outro Estado, desde que não
Paraíso Fiscal
Não sejam de considerar obtidos em território nacional. (
Portaria 12/2010
n.º 1 art.º 18.º).
Legislação e instruções
administrativas:
REGIME GERAL
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Seg0517 – Residência Fiscal e Alojamento Local
Não Residentes
Categoria A:
Categoria B:
Categoria E:
Tributação à taxa liberatória de 28% quando não sujeitos a retenção nos termos supra
(art.º 72.º, n.º 1, al. b) CIRS)
Rendimentos relativos a propriedade intelectual, industrial ou know‐how
(art.5.º, n.º 2, als. m) e n) CIRS)
Categoria G:
1. Mais‐valias imobiliárias
2. Mais‐valias mobiliárias
Categoria H:
Cf. art.º 18.º do CIRS – Rendimentos obtidos em território português
Categoria F:
Tributação à taxa autónoma de 28% (art.º 72.º, n.º 1, al. e) CIRS)
(art.º 101.º, n.º 1, al. e) CIRS)
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Seg0517 – Residência Fiscal e Alojamento Local
ALOJAMENTO LOCAL
Dormitório :
Ventilação e iluminação direta com o exterior através de janela
Compartimento individual por cada cama, com sistema de fecho, com
dimensão mínima interior de 55cmx40cmx20cm
Exceto:
Estabelecimentos AL com capacidade igual ou inferior a 10 utentes:
Extintor e manta de incêndio
Equipamento de 1ºs socorros
Indicação do nº nacional de emergência (112)
Regime Simplificado
Regime de Contabilidade Organizada
Face ao disposto na atual redação do n.º 1 do artigo 8.º do Código do IRS, consideram‐se
rendimentos prediais as rendas dos prédios rústicos, urbanos e mistos pagas ou
colocadas à disposição dos respetivos titulares, quando estes não optarem pela sua
tributação no âmbito da categoria B.
Esta nova redação traduz uma das novidades da reforma do IRS, ou seja, a possibilidade
de os senhorios afetarem estes rendimentos à categoria B por opção e como tal
considerarem‐nos como rendimentos empresariais e não prediais ( coeficiente 95%) .
• Atividade de Alojamento Local exercida por um sujeito passivo não residente
• Atividade de Alojamento Local exercida por um sujeito passivo não residente
Novida
de
Património Particular
Alienação onerosa
ou
Transferência para Deferimento da tributação
Património Particular para o momento
• A exploração de alojamento local corresponde ao exercício de uma atividade de
prestação de serviços de alojamento e consequentemente também em sede de IVA
ficam enquadradas como prestações de serviços, conforme definido no art. 4º do
CIVA.
Isto é:
Tratando‐se de apartamentos em plenas condições para serem
locados a turistas, independentemente de os apartamentos
serem ou não propriedade da empresa que os loca, tal operação,
configura uma prestação de serviços de alojamento do tipo
hoteleiro localizado em território português, de acordo com o
disposto da alínea a) do n.º 8 do artigo 6.º do CIVA, aplicando‐se
a taxa prevista na verba 2.17 da Lista I anexa ao CIVA.
“
É também relevante para o enquadramento da prestação de
serviços de alojamento local que se tenham em conta as regras
de tributação quando as operações se relacionem com sujeitos
passivos de outros países
• A partir de 01 de Janeiro de 2010, foi adoptado como regra geral, o Estado Membro
de destino, ou seja, o Estado Membro de emissão do número de identificação fiscal
do adquirente, em suma, a tributação no destino (embora o alojamento local não
caia nesta regra geral).
“
Regras de localização das operações ‐ passaram a existir duas regras gerais
definidas no n.º 6 do artigo 6.º do CIVA, ou seja, são tributáveis em território
nacional as prestações de serviços a:
‐ Sujeitos passivos de IVA em território português, cuja sede, estabelecimento
estável ou, na sua falta, o domicílio, para o qual os serviços são prestados, se
situe no território nacional, onde quer que se situe a sede, estabelecimento
estável ou, na sua falta, o domicílio do prestador (artigo 6.º n.º 6 alínea a) do
CIVA);
‐ As pessoas que não sejam sujeitos passivos de imposto (particulares),
quando o prestador tenha no território nacional a sede da sua atividade, um
estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio, a partir do qual os
serviços são prestados (n.º 6 do artigo 6 n.º 6 alínea b) do CIVA).
No entanto,
O artigo 6.º do CIVA comporta alguma exceções à regra geral, como é o caso do
alojamento local em território nacional, mencionado na alínea a) do n.º 8:
"8 ‐ Não obstante o disposto no n.º 6, são tributáveis as seguintes operações:
a) (...) a prestação de serviços de alojamento efetuadas no âmbito da
atividade hoteleira ou de outras com funções análogas, tais como parques de
campismo;
(...)“
Isto é todas as faturas emitidas, relacionadas com a atividade de alojamento
local de imóveis situados em território nacional, mesmo que emitidas a
sujeitos passivos particulares, ou não, de outros estados membros ou países
terceiros serão sempre tributados em IVA em território nacional à taxa de
6%.
É relevante também o enquadramento para efeitos de IVA de outras atividades
paralelas relacionadas com a atividade de alojamento local tais como promoção e
divulgação dos apartamentos ou a comissão de intermediação
Um contrato celebrado entre uma empresa portuguesa e um operador para a
promoção e divulgação dos apartamentos ou a comissão de intermediação, configura
uma prestação de serviços nos termos do artigo 4.º do CIVA, tributada à taxa normal‐
6%
‐ Se o operador tiver sede em território nacional, ao faturar à empresa de
Alojamento local, os serviços de promoção e/ou comissões deverá liquidar
IVA à taxa normal.
‐ Se o operador tiver a sede fora do território nacional, ao faturar à empresa
de Alojamento local, os serviços de promoção/comissão deverá aplicar as
regras da localização das operações do artigo 6.º do CIVA.
Nota:Ainda que se trate da promoção de alojamento de tipo hoteleiro, estes serviços
de promoção e comissões serão sempre tributados à taxa normal, já que a verba 2.17
da Lista I anexa ao Código apenas se aplica ao alojamento de tipo hoteleiro e não à
“ prestação de serviços da sua promoção.
Seg0517 – Residência Fiscal e Alojamento Local
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ENQUADRAMENTO EM IVA ‐ Os intermediários –
Comissões
• A entidade adquirente, desde que seja sujeito passivo
devidamente registado em sede deste imposto, torna‐se sujeito
passivo com a obrigação de liquidação do imposto pela
aquisição da prestação de serviços, e, se tiver direito à dedução
(nos termos do artigo 19.º e seguintes do CIVA), fará a dedução
em simultâneo, na declaração periódica de IVA.
• Em termos da declaração periódica de IVA, a referida
autoliquidação de IVA por estes serviços deverá ser incluída nos
campos 3 (valor tributável) e 4 (imposto liquidado) do Quadro
06 quando o prestador é de um país terceiro, e esse valor
tributável deverá ser ainda incluído no campo 98 do Quadro 06‐
A. O IVA dedutível (se aplicável) deverá ser incluindo no campo
24 do Quadro 06.
“
• Se estamos perante o pagamento realizado por um sujeito
passivo português a uma entidade não residente relativo a
rendimento relacionado com as comissões por intermediação
na realização de contratos de alojamento realizados em
território português, as entidades não residentes que não
tenham estabelecimento estável em território português são
tributadas em Portugal, apenas pelos rendimentos obtidos em
território português, conforme n.º 2 do artigo 4.º do Código do
IRC, sendo esta tributação designada de base territorial.
• Por sua vez, as entidades residentes são tributadas em Portugal
pela totalidade dos rendimentos auferidos, incluindo os obtidos
fora do território nacional, ou seja, pela regra da universalidade
ou de base mundial, conforme o n.º 1 do artigo 4.º do Código
do IRC.
“
• Os rendimentos provenientes da intermediação na celebração de quaisquer
contratos são considerados como obtidos em território português quando a entidade
devedora tenha a residência, sede ou direção efetiva em território português ou cujo
pagamento seja imputável a um estabelecimento estável nele situado, conforme
previsto no n.º 6 da alínea c) do n.º 3 do artigo 4.º do Código do IRC.
• Regra geral, as comissões consideradas como rendimentos obtidos em território
nacional por sujeitos passivos não residentes estão sujeitas a uma taxa de retenção
na fonte, com caráter liberatório de 25%, nos termos do n.º 4 do artigo 94.º do
Código do IRC.
• Devido à existência das duas regras de tributação dos rendimentos nos diversos
Estados, pode ocorrer uma dupla tributação sobre esses rendimentos, pois os
rendimentos podem ser tributados no país onde são obtidos (regra da
territorialidade) e no país de residência da empresa que os obtêm (regra da
universalidade), quando esse país não for o mesmo (devido a esta situação foram
criadas as Convenções para Evitar a Dupla Tributação internacional celebradas entre
Portugal e outros Estados)
• Para se acionar as referidas convenções, as empresas não residentes devem entregar
à empresa pagadora dos rendimentos (portuguesa) o Modelo 21‐RFI disponível no
Portal das Finanças, devidamente certificado pelas autoridades fiscais do país ou
território de residência dessas empresas não residentes, ou acompanhado por um
documento emitido por essas autoridades que comprove a residência dessas
empresas e a respetiva sujeição a imposto sobre o rendimento nesse país.
• Esse documento, Modelo 21‐RFI ou o certificado de residência fiscal devidamente
certificado pelas autoridades fiscais dos países de residência, ou acompanhado pelo
documento emitido pelas autoridades desse país, deve ser entregue à empresa
pagadora dos rendimentos (portuguesa), para que esta não proceda à retenção na
fonte pelo acionamento da CDT.
• A entidade portuguesa, pagadora desses rendimentos a entidades não residentes,
deve ainda incluir esses rendimentos na Declaração Modelo 30, a entregar até ao
final do segundo mês seguinte à data da colocação à disposição dos rendimentos ao
beneficiário.
• No caso da empresa beneficiária do rendimento não entregar o Modelo 21‐RFI até à
data limite para realizar a retenção na fonte, a empresa portuguesa deve proceder a
essa retenção na fonte, entregando o respetivo imposto ao Estado português,
conforme determina o n.º 5 do artigo 98.º do Código do IRC, sendo considerada
como o substituto tributário.
• Nessa situação, a empresa beneficiária do rendimento pode solicitar o reembolso
total ou parcial do imposto que tenha sido retido na fonte, no prazo de dois anos
contados a partir do termo do ano em que se verificou o facto gerador do imposto,
mediante a apresentação de um formulário de Modelo 24‐RFI, desde que cumpra as
respetivas condições referidas para o acionamento da convenção.
• Caso exista a obrigação de efetuar a retenção na fonte, nomeadamente por
não ter sido apresentado o formulário Modelo 21‐RFI ou o certificado de
residência fiscal em devido tempo, a empresa portuguesa deve proceder à
entrega do valor da retenção na fonte ao Estado português até ao dia 20 do
mês seguinte à realização do pagamento do rendimento, através da
Declaração de retenções de IRC/IRS e imposto do selo, com a indicação de
"Retenções a não residentes", código 202.
• No caso do rendimento em causa se tratar da cobrança de um serviço pela
utilização da plataforma online de uma empresa intermediária (Airbnb,
booking ou outra), o procedimento é similar ao referido para as comissões
de intermediação, pois tratam‐se de serviços utilizados em território
português.
Como já se referiu no início do enquadramento em IVA
• Quando estamos perante um prestador de serviço enquadrado no âmbito do regime
simplificado da categoria B do IRS a exercer atividade de exploração de alojamento
local, e desde que não tenha contabilidade organizada e reúna os restantes
requisitos, pode para efeitos de IVA ficar enquadrado no regime de isenção previsto
no art.º 53.º do CIVA.
Este regime de isenção aplica‐se apenas aos sujeitos passivos que:
‐ Não tenham nem sejam obrigados a ter contabilidade organizada para
efeitos do IRS;
‐ Não pratiquem importações, exportações ou atividades conexas com
alguma destas operações;
‐ Não exerçam atividades que consistam em transmissões de bens ou
prestações de serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas
recicláveis, mencionados no anexo E do Código do IVA;
‐ Não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior
a €10.000.
“
• Os sujeitos passivos que iniciem a sua atividade devem declarar, na respetiva
declaração de início de atividade, a previsão do volume de negócios relativo ao ano
civil corrente, a qual, depois de confirmada pela Autoridade Tributária e Aduaneira
(AT), é tida em consideração no enquadramento desse mesmo ano.
• No entanto, quando o período em referência for inferior ao ano civil, deve converter‐
se o volume de negócios relativo a esse período num volume de negócios anual
correspondente.
• Assim, o sujeito passivo no regime especial de isenção de IVA do artigo 53.º deve
para o caso concreto da prestação de serviços de exploração de alojamento local
emitir obrigatoriamente fatura, fatura simplificada ou fatura–recibo com a menção
“IVA – regime de isenção”, seja a clientes portugueses sejam estrangeiros.
Também neste caso, o prestador de serviços enquadrado na isenção do art. 53.º pode
ter operações com o exterior (outros países) e deverá atender ao seguinte:
• Quando um prestador isento ao abrigo do artigo 53.º do Código do IVA efetuar
prestações de serviços a entidades não residentes, deverá em primeiro lugar verificar
as regras de localização das prestações de serviços dispostas no artigo 6.º do CIVA.
Esta é uma norma que se encontra prevista no Capítulo I ‐ Incidência do CIVA e,
portanto, aplica‐se previamente a normas que definam isenções, como é o caso do
artigo 53.º do CIVA.
• A isenção prevista no artigo 53.º cessa quando o sujeito passivo passa a possuir
contabilidade organizada para efeitos do IRS ou IRC, ou passa a praticar operações de
importação, exportação ou atividades conexas (por exemplo, operações previstas no
artigo 14.º do CIVA, nomeadamente, comissões por intermediação numa
exportação), ou a exercer atividade que consista na transmissão dos bens ou
prestação dos serviços mencionados no anexo E do CIVA, ou ainda quando são
ultrapassados os € 10.000 de volume de negócios.
“
• Não se tratando das operações ali mencionadas, as aquisições de serviços a não
residentes não determinam a impossibilidade de aplicação da isenção prevista no
art.º 53.º do CIVA, pelo que não se altera, por esse motivo, o enquadramento no
Regime especial de isenção ali previsto. No entanto, esse enquadramento também
não determina a exclusão do sujeito passivo das obrigações que lhe assistam em
termos de liquidação de imposto a que haja lugar em Portugal, por via dessas
aquisições.
• De acordo com a alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º do CIVA, são localizados em
território nacional os serviços prestados a um adquirente que seja sujeito passivo do
imposto em Portugal (mesmo que este sujeito passivo beneficie de isenção prevista
no Código), cabendo ao adquirente a obrigação de entrega do imposto nos cofres do
Estado português sempre que o prestador do serviço não tenha sede, nem
estabelecimento, nem registo neste espaço fiscal (Portugal).
• As exceções àquela regra geral de localização das operações entre sujeitos passivos,
estão previstas nos n.ºs 7, 8 ou 12 do artigo 6.º do CIVA, mas nenhuma abrange as
comissões recebidas pela intermediação na celebração de contratos (no caso, de
contratos de alojamento temporário).
• Como tal, pelo pagamento das comissões/serviços de promoção, o sujeito passivo
português fica obrigado à entrega nos cofres do Estado português, por via da
autoliquidação, do imposto devido sobre as mesmas.
• A autoliquidação do IVA referente à aquisição dos serviços de intermediação é
efetuada no campo 16 (valor tributável) e campo 17 (Imposto liquidado) do quadro
06 da Declaração Periódica de IVA do período em que os serviços foram adquiridos,
quando o prestador de serviços for sujeito passivo de outro Estado‐Membro da
União Europeia (note‐se que o imposto assim liquidado não pode ser deduzido, dado
o enquadramento do sujeito passivo, que não lhe confere direito à dedução).
• Note‐se que, previamente à prática destas operações, terá de ser incluída a respetiva
informação no Cadastro do contribuinte, pelo que, deve entregar uma declaração de
alterações, a assinalar o quadro 27 ‐ PRESTAÇÃO/AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS
INTRACOMUNITÁRIAS (Passou a efetuar).
• Em conclusão, passando a ser devedor de imposto pela aquisição de serviços
intracomunitários nos termos das alíneas e) e g) do n.º 1 do artigo 2.º do CIVA deve
entregar a declaração periódica para efetuar a liquidação do IVA dessas operações
(apenas quando existam), até ao final do mês seguinte à realização das aquisições,
procedendo ao pagamento do respetivo imposto liquidado.
• Por último, quando um sujeito passivo se encontra enquadrado no regime de
tributação da contabilidade organizada em sede de IRS não pode usufruir de isenção
do artigo 53.º do CIVA, ficando deste modo, enquadrado como sujeito passivo do
regime normal do IVA, com as consequentes obrigações declarativas anteriormente
mencionadas.
• A Taxa Turística de Dormida foi aprovada pela Câmara Municipal de Lisboa através do
Regulamento n.º 569‐A/2014, de 19/12, publicado na Parte "H" do Diário da
República, 2.ª série ‐ N.º 251 ‐ 30 de dezembro de 2014.
• A taxa é devida, por dormida, a partir de 1 de janeiro de 2016, sendo o seu valor de
1€ por pessoa em todos os empreendimentos turísticos. A taxa é aplicada aos
hóspedes a partir dos treze anos de idade, não abrangendo o dia do 13.º aniversário.
A comprovação da idade é feita pela exibição do documento de identificação ou
documento equivalente onde conste a data de nascimento.
• Essa taxa turística é devida à Câmara Municipal de Lisboa por cada hóspede nos
estabelecimentos hoteleiros de Lisboa, sendo a responsabilidade pela sua liquidação
e cobrança dos estabelecimentos hoteleiros por conta da câmara municipal.
• A responsabilidade pela liquidação e cobrança da taxa ao Município de Lisboa pode
ainda ser efetuada por intermediários turísticos (p.e. empresa Airbnb ou booking)
em nome da empresa de alojamento local.
• Esta situação não desobriga a empresa do alojamento local de proceder à emissão da
fatura ao hóspede com a indicação da referida taxa turística.
• A Taxa Municipal Turística não está sujeita ao Imposto sobre o Valor Acrescentado
(IVA) nos termos do nº 2 do artigo 2º do Código do Imposto sobre o Valor
Acrescentado (CIVA).
• Em termos contabilísticos, a Norma Contabilística e de Relato Financeiro (NCRF) n.º
20 ‐ "Rédito", no seu parágrafo 8, que estabelece que os impostos sobre vendas,
incluindo taxas cobradas, não são benefícios económicos que fluam para entidade,
sendo uma mera cobrança a terceiros de um imposto sobre vendas em nome e a ser
entregue à Câmara Municipal pela entidade, não fazendo, portanto, parte do rédito.
• O registo contabilístico da taxa cobrada ao hóspede pela empresa em nome da
Câmara Municipal de Lisboa pode ser efetuado através do crédito de uma subconta
da conta 246 ‐ "Estado e outros Públicos ‐ Tributos das Autarquias Locais", a ser
anulada no momento da respetiva entrega à Câmara Municipal.
• O registo contabilístico da taxa cobrada ao hóspede pela entidade intermediária, e
entregue por esta entidade à Câmara Municipal, deve ser registado na conta 278 ‐
"Outros devedores e credores", subconta a ser criada em nome da entidade
intermediária (p.e. Airbnb).
• Esta conta será anulada no momento do encontro de contas entre a empresa de
alojamento local e a entidade intermediária.
Em termos de IMT deverá atender‐se ao seguinte:
Segundo o art.º 2.º do Código do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas
de Imóveis (CIMT), o IMT incide sobre as transmissões, a título oneroso, do direito de
propriedade ou de figuras parcelares desse direito, sobre bens imóveis situados no
território nacional.
• A liquidação do IMT é da iniciativa dos interessados, para cujo efeito devem
apresentar uma declaração de modelo oficial, devidamente preenchida.
• A liquidação é promovida oficiosamente pelos serviços de finanças que forem
competentes e sempre que os interessados não tomem a iniciativa de o fazer dentro
dos prazos legais, bem como quando houver lugar a qualquer liquidação adicional,
sem prejuízo dos juros compensatórios a que haja lugar e da penalidade que ao caso
couber.
Para efeitos da liquidação, deve o interessado (adquirente do imóvel) fornecer os
seguintes elementos:
a) A identificação dos imóveis ou a indicação de estarem omissos nas
matrizes, bem como o valor constante do acto ou do contrato;
b) O valor atribuído aos bens, com especificação do que corresponder às partes
integrantes cujo valor não esteja compreendido no valor patrimonial
tributário dos respectivos prédios;
c) Informação sobre se a aquisição vai ou não ser feita no âmbito de um dos actos ou
contratos previstos no n.º 3 do art.º 2.º, juntando cópia do respectivo documento nos
casos previstos nas suas alíneas a) e b);
d) Os demais esclarecimentos indispensáveis à exacta liquidação do imposto, (vide
art.ºs 17.º, 18.º, 19.º e seguintes do CIMT).
No entanto,
• Está prevista no art.º 7.º do CIMT, a isenção de IMT nas
aquisições de prédios para revenda. Esta isenção abrange as
entidades que têm como objecto de actividade a aquisição de
prédios para revenda, estabelecendo‐se por isso, no próprio
texto desta disposição legal, a prova dessa qualidade de
revendedor de imóveis, através da apresentação prévia de
declaração de início de actividade onde figure esse objecto de
actividade.
Nota: Esta ressalva é relevante porque podem existir atividades de alojamento
local cuja aquisição inicial do imóvel tenha tido essa intenção e que agora
possamos estar perante a intenção de alteração do destino do imóvel com as
consequente consequências dessa opção em termos de IMT.
“
• Em termos contabilísticos, se a entidade possui um imóvel, adquirido inicialmente
com o objetivo de ser vendido na atividade ordinária (corrente), sendo esta atividade
a compra e venda de imóveis, e consequentemente classificado como inventário
(mercadorias), quando destine esse imóvel ao mercado de arrendamento, ou efetue
o respetivo arrendamento, a partir desse momento, a entidade deve reclassificá‐lo
para propriedades de investimento [cf. parágrafo 8c) da NCRF 11].
• Essa reclassificação para propriedades de investimento deve ser efetuada pela
respetiva quantia escriturada a essa data, passando a ser essa quantia o custo no
âmbito da propriedade de investimento.
• Por outro lado, se a entidade afetar esse imóvel, destinado a venda no decurso
ordinário da atividade corrente, à utilização na execução de prestações de serviços
de alojamento de carater hoteleiro, deve proceder à reclassificação de inventários
para o ativo fixo tangível (cf. definição prevista no parágrafo 6 da NCRF 7 ‐ "Ativos
fixos tangíveis".
• Os registos contabilísticos podem ser:
‐ Pelo desreconhecimento do imóvel de inventários:
Débito da conta 382 ‐ "Reclassificação e regularização de
inventários e ativos biológicos ‐ Mercadorias" por contrapartida a
crédito da conta 32 ‐ "Mercadorias", pela quantia escriturada do
imóvel.
‐ Pelo reconhecimento como propriedade de investimento (ou ativo fixo
tangível):
Débito da conta 42 ‐ "Propriedades de investimento" (conta 43 ‐
"Ativos fixos tangíveis") por contrapartida a crédito da conta 382 ‐
"Reclassificação e regularização de inventários e ativos biológicos ‐
Mercadorias", pela quantia escriturada do imóvel.
• Enquanto o imóvel permanecer afecto ao alojamento local deve manter‐se
reconhecido como propriedade de investimento (ou ativo fixo tangível),
atendendo a que os rendimentos que se estimam obter estarão
relacionados com a prestação de serviços (e não com a venda).
• Se o imóvel alocado ao alojamento local for vendido, ou deixar de estar
arrendado e passar a estar destinado a ser vendido, sendo a compra e venda
de imóveis a atividade ordinária, a entidade deve voltar a reclassificá‐lo para
inventários, com o objetivo de determinar o resultado pela venda desse bem
como inventário, nos termos previstos para a determinação do rédito da
venda de bens (conta 71) e do respetivo gasto das vendas (conta 61).
Ainda em termos de IMT
• A empresa dispõe do prazo de 30 dias após essa afetação à
actividade de prestação de serviços de alojamento local para
efetuar a liquidação do IMT, efetuando a entrega desse imposto
através do modelo oficial para o efeito, conforme previsto no
artigo 34.º do CIMT.
• Se posteriormente a entidade efetuar a venda do imóvel,
dentro do prazo de 3 anos após a sua aquisição, não sendo o
mesmo destinado a revenda, pode solicitar o reembolso do IMT
liquidado, conforme o n.º 4 do artigo 7.º do CIMT.
“
Os imóveis utilizados na atividade de alojamento local ficam
sujeito a IMI e em regra não beneficiam de qualquer dispensa,
diferimento ou isenção de pagamento de IMT.
No entanto:
• Também para efeito deste imposto se o destino inicial do bem
tivesse sido para revenda poderia beneficiar de uma não
sujeição temporária.
• Se a aquisição tivesse sido efetuada como prédio destinado a
revenda, este imposto apenas seria devido a partir do terceiro
ano seguinte, àquele em que um prédio tenha passado a figurar
no inventário de uma empresa que tenha por objeto a sua
venda, conforme a alínea e) do n.º 1 do artigo 9.º do Código
desse imposto.
“
Nota: Esta ressalva é relevante porque podem existir
atividades de alojamento local cuja aquisição inicial do
imóvel tenha tido essa intenção e que agora possamos
estar perante a intenção de alteração do destino do
imóvel com as consequente consequências dessa opção
em termos de IMT.
• Uma das condições obrigatórias para que se verifique a não sujeição
temporária a IMI, nos termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 9.º do CIMI, é
que a empresa tenha por objeto social a compra e venda de imóveis.
• Outras das condições obrigatórias para que a empresa possa requerer o
diferimento do início da tributação em IMI (em 3 anos) do prédio destinado
a revenda, é que esses itens estejam reconhecidos como inventários na
empresa.
• Para que possa beneficiar do reconhecimento da suspensão temporária de
tributação de IMI dos prédios para revenda, a empresa deve comunicar ao
serviço de finanças da área da localização do imóvel, no prazo de 60 dias
contados da verificação do facto determinante da sua aplicação, a afetação
do prédio àquele fim, de acordo com o n.º 4 do mesmo artigo 9.º do CIMI.
• Também para efeitos de IMI, a entidade que afecte o imóvel
adquirido para revenda à actividade de alojamento local,deve
proceder à comunicação à Autoridade Tributária e Aduaneira a
afetação dos imóveis a um fim diferente da revenda, tendo um
prazo de até 60 dias para a realizar, conforme a alínea j) do n.º 1
do artigo 13.º do CIMI.
• Ainda que o imóvel seja vendido dentro dos prazos de
diferimento da tributação do IMI, após lhe ter sido dado um
destino diferente da revenda, a entidade já não pode voltar a
beneficiar desse diferimento.
O novo Imposto – Adicional de IMI
• A Lei do Orçamento do Estado para 2017 introduz um novo imposto denominado
como Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI), referindo que ficam
sujeitos a este imposto as pessoas singulares ou coletivas que sejam proprietários,
usufrutuários ou superficiários de prédios urbanos situados no território português,
sendo também equiparadas a pessoas coletivas as heranças indivisas.
• Em caso de contitularidade, o imposto é devido em função da quota parte de cada
titular.
• São afastadas da sujeição ao AIMI as empresas municipais, os prédios urbanos
classificados como “comerciais, industriais ou para serviços” e “outros” nos termos
das alíneas b) e d) do n.º 1 do artigo 6.º do Código o IMI, respetivamente. Nos
termos do n.º 2 do artigo 6.º, são classificados como comerciais, industriais ou para
serviços os edifícios ou construções para tal licenciados ou, na falta de licença, que
tenham como destino normal cada um destes fins.
• Nota: Os imóveis destinados ao arrendamento ou alojamento local ficam sujeitos a
este imposto
• O AIMI incide sobre a soma dos Valores Patrimoniais Tributários (VPT’s) dos prédios
urbanos situados em território português de que o sujeito passivo seja titular, seja
ele residente em Portugal ou não, no entanto não é contabilizado para a soma dos
VPT’s o valor dos prédios que no ano anterior tenham estado isentos ou não sujeitos
a tributação em IMI, podendo esta ser relevante para os contribuintes que
beneficiem da não tributação do IMI no caso de compra de imóveis para revenda
conforme foi acima referido no tratamento do IMI.
• Para a determinação do valor tributável são deduzidas as seguintes importâncias:
‐ € 600 000,00, quando o sujeito passivo é uma pessoa singular;
‐ € 600 000,00, quando o sujeito passivo é uma herança indivisa.
• Para as pessoas colectivas não existe qualquer dedução.
• As Taxas aplicáveis são as seguintes:
0,4% às pessoas coletivas;
0,7%, sobre o valor tributável até 1 milhão de euros, e 1% na parte
excedente, relativamente à parcela dos prédios detidos por pessoas coletivas
que sejam afetos a uso pessoal dos titulares do respetivo capital, dos
membros dos órgãos sociais ou de quaisquer órgãos de administração,
direção, gerência ou fiscalização ou dos respetivos cônjuges, ascendentes e
descendentes;
0,7%, sobre o valor tributável até 1 milhão de euros, e 1% na parte
excedente, às pessoas singulares;
0,7% às heranças indivisas;
Atenção para os sujeitos passivos casados e em união de facto que tem opções
importantes a fazer para minorar a tributação
• Os sujeitos passivos casados ou em união de facto para efeitos do artigo 14.º do
Código do IRS podem optar pela tributação conjunta do AIMI. Neste caso, somam‐se
os VPT’s dos prédios na sua titularidade e a dedução a efetuar para determinar o
valor tributável passa a ser de € 1 200 000 (i.e., 2 x € 600 000).
• Nas situações em que for exercida a opção pela tributação conjunta, haverá lugar a
uma única liquidação, sendo ambos os sujeitos passivos solidariamente responsáveis
pelo pagamento do imposto.
• Os sujeitos passivos casados sob os regimes de comunhão de bens que não exerçam
esta opção, podem, alternativamente, identificar, através de declaração conjunta, a
titularidade dos prédios, indicando aqueles que são bens próprios de cada um deles
e os que são bens comuns do casal. A referida declaração, de modelo a aprovar por
portaria e a apresentar exclusivamente no Portal das Finanças, deve ser efetuada de
1 de abril a 31 de maio.
• Não sendo efetuada a declaração no prazo estabelecido, o AIMI incide, relativamente
a cada um dos cônjuges, sobre a soma dos valores dos prédios que já constavam da
“ matriz na respetiva titularidade.
Seg0517 – Residência Fiscal e Alojamento Local
© ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ENQUADRAMENTO EM IMI E IMT – Novo adicional de
IMI
Também para as heranças indivisas é preciso tomar decisões:
• Em relação à herança indivisa a regra é a tributação sobre o somatório dos
VPT que constam das matrizes da herança, contudo, também aqui pode ser
afastada se a herança, através do cabeça de casal, apresentar uma
declaração, de 1 a 31 de março, identificando todos os herdeiros e as suas
quotas, e se, subsequentemente, de 1 a 30 de abril, todos os herdeiros na
mesma identificados confirmarem as respetivas quotas. Em qualquer caso, a
comunicação será feita exclusivamente através do Portal das Finanças, por
declaração de modelo a aprovar por portaria.
• Sendo afastada a tributação na esfera da herança indivisa, a quota‐parte de
cada herdeiro sobre o valor do prédio ou dos prédios que integram a
herança indivisa acresce à soma dos VPT’s dos prédios que constam da
matriz na titularidade desse herdeiro, para efeitos de determinação do valor
tributável do Adicional de IMI.
“
O adicional ao imposto municipal sobre imóveis é liquidado
anualmente, pela Autoridade Tributária e Aduaneira, com base
nos valores patrimoniais tributários dos prédios e em relação aos
sujeitos passivos que constem das matrizes em 1 de janeiro do
ano a que o mesmo respeita.
Vai ser liquidado em Junho e pago na totalidade durante o mês
de setembro.