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URGENTÍSSIMO
PEDIDOS CAUTELARES INAUDITA ALTERA PARS
BERNARDO PIRES KÜSTER, cidadão brasileiro, solteiro, jornalista, com demais dados de
qualificação na íntegra em documento anexo a presente, para fins de preservação de seus dados pessoais,
por intermédio de seus advogados ao final subscritos, cuja procuração consta em anexo a presente, vem a
honrosa presença desta Egrégia Comissão Interamericana de Direitos Humanos, apresentar a presente
1. PRELIMINARMENTE
O DENUNCIANTE informa que dispensa o sigilo sobre sua identidade, porém, requer
desde já seja decretado o sigilo sobre seus dados e documentos pessoais oficiais tais como seu número de
Registro Geral (RG), Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda (CPF/MF) e endereço domiciliar,
constantes em anexo, para fins de proteção de sua intimidade, privacidade e segurança evitando-se assim
eventual uso ilícito por terceiros.
No que diz respeito à expressa indicação de que a denúncia não fora submetida a
nenhum outro procedimento internacional de solução de controvérsias, em atendimento ao disposto no
artigo 47, alínea "d" da Convenção Interamericana de Direitos Fundamentais combinado com o artigo 28
alínea “i” do REGULAMENTO DA COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, esclarece o
DENUNCIANTE que embora tenha apresentado uma denúncia ainda em 25/04/2019 neste órgão
registrado sob o nº.: P-1073-19, fato é que referida denúncia ainda não fora apreciada, constando com
status “Sob Estudo” na data de protocolo da presente.
1
http://www.cidh.org/Basicos/Portugues/u.Regulamento.CIDH.htm
Artigo 31. Esgotamento dos recursos internos
1. Com a finalidade de decidir quanto à admissibilidade do assunto, a Comissão
verificará se foram interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna, de
acordo com os princípios de direito internacional geralmente reconhecidos.
2. As disposições do parágrafo anterior não se aplicarão quando:
a. não exista na legislação interna do Estado de que se trate o devido processo legal
para a proteção do direito ou dos direitos que se alegue tenham sido violados;
b. não se tenha permitido ao suposto lesado em seus direitos o acesso aos
recursos da jurisdição interna, ou haja sido impedido de esgotá-los; ou
c. haja atraso injustificado na decisão sobre os mencionados recursos.
Acrescente-se a isso o fato de que se tratam de violações ocorridas perante a mais Alta
Corte do Brasil, última Instância do Poder Judiciário do país, tratando-se, pois, em sua maioria de decisões
irrecorríveis.
Oportuno ainda destacar que o DENUNCIANTE também teve recusado, por absoluta
omissão, seu direito de peticionar em juízo em um processo (ADPF 572 do STF) que poderia corroborar
com sua defesa, conforme será melhor explanado mais a frente em tópico próprio.
Na data de protocolo da presente, fato é que, mesmo após parecer do Procurador Geral
da República e do Ministro Alexandre de Moraes, sequer a liminar fora julgada pelo Ministro Relator,
sendo imperiosa a apreciação do presente, porquanto é irrecorrível a omissão dos envolvidos.
Destarte, sendo assim plenamente admissível a presente denúncia, requer-se seu
recebimento e processamento, destacando-se em especial a análise do pedido cautelar disposto mais
adiante.
2. DA SITUAÇÃO FÁTICA
Oportuno destacar que referida Portaria também designou de ofício como Relator do
Inquérito, que recebeu o número INQ 4.781, o Excelentíssimo Ministro Alexandre de Moraes, como se vê
na íntegra abaixo transcrita:
Depreende-se da própria Portaria que dá início ao Inquérito 4.781, que um dos objetos
é apurar o vazamento de informações e documentos sigilosos, com o intuito de “atribuir ou insinuar a
prática de atos ilícitos” por membros da Suprema Corte2. Tal assim se deu, pois em fevereiro de 2019 a
revista Veja publicou reportagem baseada em documento da Receita Federal onde o conteúdo da
apuração se referia a “Receita abre investigação sobre patrimônio de Gilmar Mendes e sua mulher -
Relatório aponta variação patrimonial sem explicação e indícios de lavagem de dinheiro por parte da
mulher do ministro” 3.
Por óbvio deveria haver apuração sobre o vazamento do documento, mais por conta de
se ter obstaculizado as investigações e menos pela irresignação de um Ministro da mais Alta Corte do país.
Após a reportagem da Revista Veja, o Ministro Gilmar Mendes disse que o Fisco "está acometido por um
'câncer', representado pela atuação indevida em investigações criminais" e ainda teria dito que "sua
missão mais imediata" seria lutar para extinguir o grupo especial de investigações criado no Fisco5.
2
https://veja.abril.com.br/politica/policia-inicia-buscas-para-apurar-ameacas-a-ministros-do-stf/
2
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/brasil-registra-declinio-em-indice-de-liberdade-de-expressao.shtml
3
https://veja.abril.com.br/blog/radar/receita-abre-investigacao-sobre-patrimonio-de-gilmar-mendes/
3
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/brasil-registra-declinio-em-indice-de-liberdade-de-expressao.shtml
4
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/02/08/documento-da-receita-aponta-suposta-fraude-de-gilmar-
mendes-ministro-pede-providencias-a-toffoli.ghtml
4
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/brasil-registra-declinio-em-indice-de-liberdade-de-expressao.shtml
5
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/02/22/gilmar-mendes-receita-federal-cancer-lavagem-
dinheiro.htm
5
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/brasil-registra-declinio-em-indice-de-liberdade-de-expressao.shtml
Especial de Fraudes — Nacional, de onde partiu o relatório interno do Fisco, a Receita Federal do Brasil,
acerca de um processo que envolve o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes e sua esposa,
foi extirpado. Percebe-se que o vazamento em si já não é mais o tema de interesse, mas o trabalho do
Auditor Fiscal e da RFB, conforme aponta Luiz Cláudio Martins, vice-presidente de Política de Classe da
ANFIP - Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil6.
6
https://www.anfip.org.br/artigo-clipping-e-imprensa/escandalo-fabricado-luiz-claudio-martins/
6
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/brasil-registra-declinio-em-indice-de-liberdade-de-expressao.shtml
7
https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2019-08/ministro-do-stf-suspende-investigacao-da-receita-contra-
autoridades
7
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/brasil-registra-declinio-em-indice-de-liberdade-de-expressao.shtml
8
https://www.conjur.com.br/2019-ago-06/pgr-recorre-decisao-stf-suspendeu-investigacoes-receita
8
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/brasil-registra-declinio-em-indice-de-liberdade-de-expressao.shtml
9
www.cruzoe.com.br
10
https://crusoe.com.br/edicoes/13/a-mesada-de-toffoli/
sócia na advocacia eleitoral. A vida sossegada de homem casado se transformou em prosperidade. Com um
salário de 33 mil reais no Supremo, o ministro que no próximo mês de setembro assume a cadeira de
presidente da corte recebe da mulher uma mesada na casa dos 100 mil reais por mês. De um lado, Roberta
Rangel atua em causas multimilionárias e, de outro, banca o marido com um valor mensal que equivale a
mais que o triplo do salário que ele recebe no serviço público. O ministro tem a conta bancária de um
advogado de sucesso. A história que Crusoé conta nesta reportagem mostra indícios de irregularidades nas
transações do casal e a omissão de um banco onde tudo acontece sem que as autoridades financeiras
tomem conhecimento. A conta em que os depósitos são feitos mês a mês é administrada por um
funcionário do gabinete do ministro – um bancário que, lotado na assessoria de Toffoli, recebe salário dos
cofres públicos para cuidar de suas finanças pessoais.” – grifo nosso
Tais matérias indicavam em apertada síntese que: “A Crusoé conta que a Lava Jato
pediu esclarecimentos a Marcelo Odebrecht sobre a identidade do “amigo do amigo do meu pai” citado
num de seus e-mails. Ele respondeu: “(A mensagem) Refere-se a tratativas que Adriano Maia tinha com a
AGU sobre temas envolvendo as hidrelétricas do Rio Madeira. ‘Amigo do amigo de meu pai’ se refere a José
Antonio Dias Toffoli”.
"Determino que o site 'O Antagonista' e a revista 'Crusoé' retirem, imediatamente, dos
respectivos ambientes virtuais a matéria intitulada 'O amigo do amigo de meu pai' e
todas as postagens subsequentes que tratem sobre o assunto, sob pena de multa
diária de R$ 100.000,00 (cem mil reais), cujo prazo será contado a partir da intimação
11
www.cruzoé.com.br
12
https://crusoe.com.br/edicoes/50/o-amigo-do-amigo-de-meu-pai/
13
https://www.oantagonista.com/brasil/odebrecht-amigo-do-amigo-de-meu-pai-se-refere-a-jose-antonio-dias-toffoli
dos responsáveis. A Polícia Federal deverá intimar os responsáveis pelo site 'O
Antagonista' e pela Revista 'Crusoé' para que prestem depoimentos no prazo de 72
horas.”
Conforme matéria14 publicada pela BBC, tamanha foi a gravidade da situação que até
mesmo outros Ministros da Suprema Corte fizeram duras críticas a censura velada da decisão, como se vê:
“O assunto foi comentado pelos ministros do STF Marco Aurélio Mello e Celso de Mello.
Este último é o ministro decano (mais antigo) da corte. "A censura, qualquer tipo de
censura, mesmo aquela ordenada pelo Poder Judiciário, mostra-se prática ilegítima,
autocrática e essencialmente incompatível com o regime das liberdades fundamentais
consagrado pela Constituição da República", disse Celso de Mello. Já Marco Aurélio
disse que a decisão era "inconcebível". "Estou há 28 anos no tribunal e nunca vi uma
decisão dessas de retirar reportagem. Pela nossa Constituição, todos temos direito à
informação, presta informação, direito à livre expressão. (...) O que houve foi um ato
imediato, do ministro Alexandre, tirando do ar o que estava no sítio da Crusoé. Para
mim, ressoa como uma verdadeira censura e é inconcebível", disse. Minutos antes de
Moraes revogar sua decisão outra ministra do STF, Cármen Lúcia, falou ao jornal O
Globo que concordava com o colega Celso de Mello. "Aliás, como sempre falei, toda
censura é mordaça e toda mordaça é incompatível com a democracia. Foi muito bom o
decano ter falado sobre isso. Ele tem um compromisso enorme com estes princípios
(liberdade de expressão e de imprensa)."
14
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47985379
15
Como se infere das matérias publicadas nos:
15
Portal G1 - STF censura sites e manda retirar matéria que liga Toffoli à Odebrecht” -
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/15/stf-censura-sites-e-e-manda-retirar-materia-que-liga-toffoli-a-
odebrecht.ghtml
15
Congresso em Foco - “Alexandre de Moraes censura site e manda retirar do ar reportagem contra Toffoli”
https://congressoemfoco.uol.com.br/judiciario/stf-mandou-apagar-reportagem-que-citava-toffoli-diz-revista/
15
Folha de São Paulo - “Ministro do STF censura sites e manda tirar do ar reportagem sobre Toffoli”;
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/04/ministro-do-stf-censura-sites-e-manda-tirar-do-ar-reportagem-
sobre-toffoli.shtml
15
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/brasil-registra-declinio-em-indice-de-liberdade-de-expressao.shtml
Em resposta, o Ministro Alexandre de Moraes defendeu que não teria cometido
qualquer censura, tratando-se de uma medida cautelar tomada por ele em defesa a “honra pessoal do
Presidente do Supremo” conforme entrevista16 a BBC onde afirmou: "Foi o que ocorreu na presente
hipótese, onde inexistente qualquer censura prévia, determinou-se cautelarmente a retirada posterior de
matéria baseada em documento sigiloso cuja existência e veracidade não estavam sequer comprovadas e
com potencialidade lesiva a à honra pessoal do Presidente do Supremo Tribunal Federal e institucional da
própria Corte (...)."
Referida ação, que tramita sob o número de registro ADPF 572, tinha como objetivo o
reconhecimento da inconstitucionalidade da Portaria 69/19 baixada pelo Ministro Dias Tóffoli, que havia
determinado a instauração do Inquérito número 4.781, também chamado de “Inquérito das Fake News”.
16
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47985379
Contudo, por fins meramente políticos, em total abandono da norma Constitucional
brasileira, o Partido Político em comento acabou desistindo17 da ação durante seu tramite, requerendo
inclusive sua extinção.
A própria imprensa local noticiou que “a legenda mudou de posição depois que o
Ministro Alexandre de Moraes determinou buscas em endereços de bolsonaristas18” – tendo o termo
“bolsonarista”, o significado de que é aquele que apoia o atual Presidente do Brasil Jair Messias Bolsonaro.
Em outras palavras, bastou que a questão atingisse pessoas que apoiassem o atual
Presidente da República, para que ilegalidades e inconstitucionalidades “desaparecessem” para quem
tinha por dever funcional, proteger a Constituição, evidenciando-se ainda mais o manifesto caráter de
perseguição político-ideológico, vedado, aliás, pela própria Carta Magna vigente.
Contudo, o pedido de extinção do Partido Rede foi negado19 pelo Ministro Relator do
caso, Edson Fachin.
Não obstante, informa-se que, maiores detalhes serão informados em tópico próprio
acerca desta Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental onde, a nosso ver, também houve
flagrante violação de direitos fundamentais, da Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988 e
da Convenção Americana de Direitos Humanos.
Sem prejuízo das medidas judiciais e extrajudiciais já esgotadas entres outras que
aguardam desfecho derradeiro, faz-se imprescindível neste momento, trazer ao conhecimento de Vossas
Excelências, o que realmente vem acontecendo no Brasil.
17
JOTA – “Rede pede extinção de ação do próprio partido contra inquérito das fake News” -
https://www.jota.info/paywall?redirect_to=//www.jota.info/stf/do-supremo/rede-pede-extincao-de-acao-do-
proprio-partido-contra-inquerito-das-fake-news-29052020
18
VALOR – “Fachin nega pedido do Rede para desistir de ação contra inquérito das “fake News” -
https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/06/03/fachin-nega-pedido-do-rede-para-desistir-de-ao-contra-
inqurito-das-fake-news.ghtml
19
VALOR – “Fachin nega pedido do Rede para desistir de ação contra inquérito das “fake News” -
https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/06/03/fachin-nega-pedido-do-rede-para-desistir-de-ao-contra-
inqurito-das-fake-news.ghtml
Para tanto, trazemos à baila a atualização do caso bem como os desdobramentos do
Inquérito 4.781, incluindo os principais fatos novos que culminaram na prolação de decisões
completamente arbitrárias e ilegais e que violam, de forma nunca antes vista no país, quiçá no mundo,
várias normas nacionais e internacionais que visam à proteção dos direitos fundamentais, ultrapassando-
se até mesmo o limite da intimidação, chegando-se a imposição de prisões completamente atípicas, ilegais
e inconstitucionais por essência, que urgem serem levadas ao conhecimento de Vossas Excelências para a
devida ciência e providências.
Conforme fora dito acima, ainda em 25 de abril de 2019 o DENUNCIANTE fez parte de
uma denúncia protocolada sob o nº.: P-1073-19.
Naquela feito o DENUNCIANTE explanava apenas sua preocupação com o futuro do que
poderia vir a ser ou se tornar o Inquérito 4.781, justamente devido as ilegalidades formais já despontadas
há época, que culminou numa decisão do Relator, o Ministro Alexandre de Moraes que determinou a
remoção de sites de imprensa independente do ar, refletindo em flagrante censura.
É importante salientar que naquela época o ora DENUNCIANTE não fazia parte do
Inquérito em comento.
20
https://brasilsemmedo.com
Assim, foram aprendidos equipamentos eletrônicos pessoais e de uso profissional
(lembrando que o DENUNCIANTE é jornalista) precisamente: um aparelho notebook, um aparelho tablet,
um aparelho celular smartphone, e até mesmo um HD – HardDisk - contendo dados e informações
pessoais e familiares de sua falecida genitora.
Uma cópia (em anexo) do mandado foi entregue ao DENUNCIANTE, oportunidade onde
verificou que de fato não constava o motivo pela qual a apreensão havia sido realizada, nem sequer os
dispositivos legais alvos da investigação.
Devido à ampla repercussão nacional sobre o caso que envolvia a atuação da mais Alta
Corte do país, logo a imprensa publicara que 27 cidadãos comuns foram alvos de mandados de busca e
apreensão semelhantes.
Diante do ocorrido, nos dias que se seguiram, seu advogado regularmente constituído
para este mister, o subscritor EMERSON TADEU KUHNN GRIGOLLETTE JUNIOR contratou o advogado
correspondente, Dr. FREDERICO CENTENO DUTRA para que tentasse despachar o pedido de vistas junto ao
Gabinete do Ministro Alexandre de Moraes, em Brasília-DF, Capital Federal, dada a urgência de acesso aos
autos, a fim de garantir a ampla defesa e o contraditório do cliente ora DENUNCIANTE.
Foi então que no dia 29/05/2020, em torno das 15:00h, o advogado FREDERICO
CENTENO DUTRA dirigiu-se à Corte para proceder despacho e protocolo do pedido de vistas, oportunidade
em que fora informado pela assessoria do Gabinete do Ministro Alexandre de Moraes, de que não poderia
ser realizado o despacho, pois o Ministro estaria em expediente home office por conta da pandemia de
Covid-19 que assola o país e o mundo.
E isso tudo, pasme, mesmo diante da ampla, pública e notória repercussão do caso no
próprio Twitter (documentos em anexo) e por parte da imprensa21 que reconheceu a falta de acesso num
primeiro momento.
Aliás, mesmo o advogado EMERSON TADEU KUHN GRIGOLLETTE JÚNIOR tendo sido
Presidente da Comissão de Direito Digital da Subseção de sua cidade (Presidente Prudente) e tendo
ministrado cursos de Direito Digital e peticionamento eletrônico a milhares de advogados no Estado de São
Paulo, através de Subseções e Escola Superior da Advocacia da Ordem, inclusive com menções honrosas
pelos trabalhos voluntários desempenhados, absolutamente nenhum membro da Ordem se dispôs,
sequer a entrar em contato a fim de preservar seus direitos enquanto advogado; situação esta que
perdura até a data de protocolo da presente.
21
FOLHA DE SÃO PAULO – “Inquérito das Fake News deixa PGR e Advogados no escuro”
shttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/sigilo-de-inquerito-das-fake-news-deixa-pgr-e-advogados-no-
escuro.shtml
ESTADÃO – “Sociedade Civil”
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,sociedade-civil,70003357953
Mas como se não bastasse todos absurdos praticados até aqui, ironicamente, as
famigeradas fake news se tornaram uma prática comum dentro do próprio Inquérito onde se “investiga
fake news” que, aliás, sequer são crimes no Brasil.
Durante todo o dia 1/06/2020, notícias e postagens nas redes sociais relatavam que os
advogados dos indivíduos que foram alvo das buscas e apreensões ainda não haviam conseguido acesso ao
inquérito, mesmo após terem formalizado pedidos neste sentido e várias tentativas infrutíferas de
despacho pessoal com o Ministro Alexandre de Moraes, Relator do Inquérito 4.781.
Não obstante todas as tentativas, encerrado o dia de expediente não houve qualquer
informação sobre a liberação de vistas ao Inquérito.
Foi então que em torno das 23:30 horas do dia 01/06/2020, o advogado ora subscritor
recebeu uma ligação afoita de seu cliente, ora DENUNCIANTE, onde o mesmo afirmara que o MM. Relator
havia publicado na sua conta junto à rede social Twitter que o Ministro Alexandre de Moraes havia
“liberado os autos”, alegando inclusive que “diferentemente do que alegado falsamente, foi autorizado
integral conhecimento dos autos aos investigados” como se confere no print abaixo:
https://twitter.com/alexandre/status/1267645187829964801
Fato é que muito além do vexame e exposição pública, até aquele momento, nenhum
dos advogados de nenhum dos investigados, aí incluído os do DENUNCIANTE, haviam sido intimados de
absolutamente nenhuma resposta acerca do pedido de vistas e extração de cópias. Mais do que isso, até
aquele momento, não haviam conseguido acesso efetivo e integral aos autos.
De qualquer maneira, acreditando que, se o Ministro havia dito isso em sua rede social, por
certo, no dia seguinte, os advogados teriam o pronto acesso aos autos, no dia seguinte, qual seja,
02/06/2020, contratou outro advogado, qual seja o Doutor GERALDINO SANTOS NUNES JUNIOR, para que
comparecesse junto ao Gabinete e tentasse enfim obter vistas e extração de cópias para promoção da
defesa do DENUNCIANTE.
Frise-se ainda que nesta mesma data (02/06/2020), o subscritor teve notícias de que o
advogado RÔMULO NAGIB, patrono de Allan dos Santos, também alvo do Inquérito 4.781, esteve no STF
juntamente com o Presidente da Comissão de Prerrogativas Dr. RAFAEL MARTINS, buscando, de todas as
formas obter acesso a íntegra dos autos, contudo, igualmente não tendo logrado êxito.
Houve rumores de que o Dr. Rafael havia sido autorizado a subir ao Gabinete do
Ministro, obtendo como resposta que “os advogados seriam intimados acerca da decisão do acesso”,
chegando-se a informá-lo de que, no dia 02/06/2020 o Inquérito em comento se encontrava da
Procuradoria Geral da República e por isso, não seria liberado. Ou seja, confirmando a mentira de que os
advogados já haviam tido acesso.
Como resultado, pela segunda vez, advogados foram taxados de “mentirosos” pelo
Ministro, tendo a imprensa republicado a informação de que, a vista dos autos havia sido conferida,
enquanto, em tempo real, a situação era exatamente a oposta, permanecendo a negativa de acesso aos
autos do Inquérito 4.781.
Vale reprisar a ironia de toda situação: no Inquérito que se investiga “fake news”,
imperou-se, com a devida vênia, graves acusações “fake” partidas justamente do Ministro da mais Alta
Corte do país que, contraditoriamente se legitima a investigar, processar e punir “fake news”, que
sequer são crimes no país.
22
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=444607&ori=1
Nas várias tentativas do advogado GERALDINO SANTOS NUNES JÚNIOR, a assessoria do
Ministro informava, sem sentido algum, que “os advogados já tinham sido intimados” da decisão, mas ao
mesmo tempo, negava o acesso, informando que “dependeria de ordem” do Ministro, reafirmando de
forma continua e confusa que o Ministro “já havia intimado os advogados”.
Se já havia sido deferido desde o dia 29/05/2020, por que, afinal os autos não foram
liberados no dia 02/06/2020 ou no dia 03/06/2020 mesmo após incessante insistência?
Não obstante a batalha dos advogados para simplesmente fazerem valer seus direitos e
de seus clientes de ter acesso, vistas e extração de cópias a íntegra do Inquérito, em atenção aos princípios
e garantias constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal,
inesperadamente, um novo combate surpreendente surgia, vindo justamente de quem tinha por obrigação
precípua a defesa dos direitos dos advogados.
Mesmo enquanto nenhum dos advogados tendo êxito no acesso, na tarde do dia
01/06/2020, o site do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil publicou uma matéria23 com o
título: “OAB atua e advogados conseguem acesso aos autos de inquérito no STF”.
23
https://www.oab.org.br/noticia/58184/oab-atua-e-advogados-conseguem-acesso-aos-autos-de-inquerito-no-stf
Todavia, isso era mais uma falácia perpetrada contra os advogados e seus direitos,
agora vinda do próprio órgão de classe máximo da advocacia brasileira.
Ora, se nem mesmo a liminar fora apreciada, como os meios oficiais da Ordem
tiveram a coragem para publicar uma inverdade que inclusive atenta contra os próprios advogados dos
investigados que não tiveram acesso aos autos?
A este respeito, vale esclarecer que não é de hoje o Presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, tem agido a desgosto de milhares de advogados por todo país.
Em que pese o Presidente Felipe Santa Cruz ter vários entreveros e divergências com
atual Presidente da República bem como com qualquer pessoa que o apoie24 não pode ele, valer-se do
valiosíssimo cargo que ocupa como Presidente de uma das instituições mais importantes do país, para
proselitismo político, lembrando que coincidentemente, Felipe Santa Cruz é ex-filiado ao Partido dos
Trabalhadores, hoje base de oposição ferrenha ao Governo Federal.
Seja qual for à motivação, seja ela política, pessoal ou qualquer outra, fato é que o
Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil deve agir em estrita imparcialidade, devendo defender a
todos os advogados, aí incluídos não apenas os próprios advogados, como também os cidadãos por eles
defendidos, que detenham posicionamentos políticos diversos de suas convicções.
24
ISTO É – “Presidente da OAB diz que quem apoia Bolsonaro tem desvio de caráter”
https://epoca.globo.com/guilherme-amado/presidente-da-oab-diz-que-quem-apoia-bolsonaro-tem-desvio-de-
carater-1-24131220
Todavia, ao invés de ocupar seu tempo com o que realmente deveria, como a exemplo,
agindo imediatamente em prol da defesa das prerrogativas profissionais dos advogados de todos os
investigados no Inquérito 4.781, denominado Inquérito das Fake News”, preferiu o Presidente do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil aplicar a importância de seu cargo fazendo lives com figuras
sem nenhuma importância ou relevância jurídica no contexto das fake news.
Claro exemplo disso se vê nestes autos onde, mesmo exaustivamente provocado a agir,
Felipe Santa Cruz ignorou as necessidades dos advogados e preferiu fazer uma live, pasme, com um rapaz
chamado Felipe Neto, que faz vídeos25 no Youtube para crianças e adolescentes, imitando foca, fazendo
brincadeiras de gosto duvidoso e muitas vezes ofensivo, recheado de vocábulos de baixo calão26 e que
inclusive já sofreu condenação em processo judicial27 por divulgar informação prejudicial à reputação de
terceiro.
Mas para o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, a
opinião do jovem rebelde parece ter mais valia do que a defesa dos direitos dos advogados que preside,
previstos na Constituição Federal do país.
25
YOUTUBER imitando uma “foca”:
https://www.youtube.com/watch?v=WFam5Fxtudk
https://www.youtube.com/watch?v=sThLLZB4G_Q
26 26
Para se ter uma ideia do conteúdo do Youtuber, veja-se a propósito esse vídeo do debatedor escolhido pelo
Presidente da Ordem, abaixo transcrito:
“- Babaca, cuzão!
- Ele tá olhando pra você. Ele ta usando uma máscara.
- Vou comer teu pai! Eu vou transformar teu pai em gay! Vou fazer ele se apaixonar por mim e depois eu vou
dispensar ele, vou fazer ele entrar em depressão e se matar! Seu merda!.” – Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=NTsKT0ekCHQ
27
https://revistaoeste.com/felipe-neto-ja-foi-condenado-por-espalhar-fake-news-entenda/
28
https://congressoemfoco.uol.com.br/justica/advogados-de-investigados-por-fake-news-cobram-do-stf-acesso-as-
acusacoes/
Oportuno destacar que, a Constituição brasileira reconhece que “O advogado é
indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da
profissão, nos limites da lei.” (artigo 133) e que, justamente a fim de viabilizar o cumprimento dos direitos
fundamentais ao devido processo legal (artigo 5º, inciso LIV), a ampla defesa e ao contraditório (artigo 5º,
inciso LV), o Estatuto da Advocacia reconhece que: “São direitos do advogado: (artigo 7º) dirigir-se
diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário
previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada; (inciso VIII); examinar, em
qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e
de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital (inciso XIV).
Contudo, mesmo diante de sua manifesta inércia, o Presidente do CFOAB, Felipe Santa
Cruz deu uma entrevista29 ao site Congresso em Foco alegando que a que houve “má-fé e interesses
políticos escusos movem os profissionais nessa ação completamente desprovida de razão”.
Em outras palavras, para o Presidente da Ordem, os advogados não tinham mais sequer
o direito de exigir que ele e órgão de classe cumprissem seu papel institucional de pronta defesa dos
direitos dos advogados que a compõe.
Pela breve síntese, o que se tem é que os combativos advogados que travavam essa
dura batalha de defesa de suas prerrogativas perante a mais Corte do país, tem de lutar não apenas contra
as fake news e arbitrariedades do Ministro Alexandre de Moraes, mas agora também contra as graves
acusações mentiras do Presidente de seu órgão de classe.
Mas não parou por aí. Além do arcabouço de situações constrangedoras e ilegais, na
data de 03/06/2020, sobreveio a prova de que o Ministro, de fato, não havia dado vista aos autos até
então.
É que, nesta data, precisamente as 14:29h, o advogado EMERSON TADEU KUHN
GRIGOLLETTE JÚNIOR foi intimado, via Whatsapp de uma decisão onde o Ministro Alexandre de Moraes
onde o mesmo deferia vista dos autos, porém LIMITADA, indicando em sua decisão que apenas o
“apenso 70” estaria disponível, como se vê dos prints abaixo, cuja íntegra segue em anexo:
29
https://congressoemfoco.uol.com.br/justica/presidente-da-oab-diz-ver-ma-fe-em-advogados-de-investigados-por-
fake-news/
INTIMAÇÃO VIA WHATSAPP – QUARTA-FEIRA, 03/06/2020, EM TORNO DAS 14:29H:
Com todas as vênias possíveis, ao nosso singelo ver tal situação indica a alteração da
verdade dos fatos, além de trazer grande estranheza ante essa “confusão de datas”, pois, no texto do
despacho, consta a data de 29/05/2020 dando a entender que fora assinado no dia 29.
É que fora amplamente divulgado e explorado pela imprensa que de fato o Ministro
“falava a verdade” e tinha dado vistas desde o dia 29/05/2020, reforçando ainda mais o
constrangimento dos advogados do DENUNCIANTE, quando na verdade não tinha.
Contudo é evidente que um documento sem assinatura não se presta a nada. Trata-se
de mera folha preenchida sem qualquer valor legal.
Lado outro, fato é que o Ministro somente assinou o documento em questão no dia
01/06/2020, exatamente as 11:26:32h conforme indica sua assinatura digital, tornando-se, apenas a
partir daí, uma decisão judicial.
De qualquer maneira, a situação prova que não era verdade que o Ministro já havia
dados vistas e acesso desde o dia 29/05/2020, como consta na data do documento.
Ora, como é praxe jurídica é sabido e presumível que, se há o apenso 70, existem pelo
menos 69 outros apensos anteriores, sem prejuízo da possibilidade de existência de outros
subsequentes, além destes.
Duas semanas depois, o Procurador Geral da Republica, Augusto Aras, opinou de forma
extremamente sintetizada pela rejeição do Habeas Corpus.
Todavia, mais uma vez, sem sucesso, oportunidade onde novamente lhe foi negado o
acesso ao Ministro Alexandre de Moraes, o que culminou no protocolo físico da nova petição que também
consta em anexo.
Vale destacar que nesta mesma oportunidade, o advogado GERALDINO SANTOS NUNES
JUNIOR inclusive tentou obter informações junto ao Gabinete sobre a data do agendamento e se seria
possível, ante a urgência, que fosse obtida vista dos autos naquele momento.
Foi dito pela assessoria do Gabinete que o “agendamento seria enviado por
Whatsapp”.
Porém, como dito alhures, nenhum dos advogados recebeu qualquer intimação sobre o
agendamento até então.
Não obstante todo seu empenho, uma vez que entre os dias 27/05/2020 até
05/06/2020 os advogados não lograram êxito no acesso aos autos, além da estranheza na questão
relacionada às assinaturas, não viram os advogados outra alternativa senão apresentar neste mesmo dia
uma Representação dirigida ao Procurador Geral da República, Augusto Aras, Chefe do órgão máximo do
Ministério Público do país, que detém competência exclusiva para apuração e apresentação de eventual
denúncia contra atos de Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Referida lei ainda prevê como crimes de abuso de autoridade: “Prestar informação
falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de
investigado: (artigo 31) com “Pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.; bem como
“Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo
circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou
administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a
diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
(artigo 32).
Qual, a este ponto, já não foi à surpresa dos advogados, sobremaneira levada em
consideração tudo o que já haviam passado, ao chegar ao Gabinete não foi concedida as vistas, ou seja, o
acesso aos autos.
Ao invés disso, a Assessoria do Ministro entregou uma singela resma com cerca de
trezentas páginas, atribuindo a ela o nome de “apenso 70”.
Ou seja, além de não ter vistas dos autos e ter sido entregue apenas algumas parcas
folhas, sequer sabe-se se aqueles documentos são de fato o intitulado “Apenso 70”.
Mesmo o sendo, fato é que apenas uma singela parte do Inquérito fora concedida aos
advogados.
E como se não bastasse após verificar-se o intitulado “apenso 70” notou-se claramente
que os documentos entregues são completamente incompreensíveis.
Além disso, nota-se que em um universo de milhares de folhas (mais de quatro mil),
apenas uma ínfima correspondente a cerca de 10% (dez por cento) do Inquérito foram disponibilizadas
aos advogados do DENUNCIANTE, tornando a defesa severamente prejudicada, senão essencialmente
impossível.
Da mesma forma que não há como entender um livro lendo apenas um capítulo, a toda
evidência, não há a menor possibilidade de se fazer uma defesa adequada apenas com uma ínfima parte
de um todo, não sendo sequer preciso ser advogado para se extrair tal conclusão.
Com efeito, emerge que o Voto referendado pelo Ministro Edson Fachin, Relator da
ADPF 572 acabou por condicionar a manutenção da constitucionalidade da Portaria ao próprio
cumprimento da Constituição, assentando “desde que tenha a sua interpretação conforme à
Constituição, a fim de que, no limite de uma peça informativa, o procedimento: (...) (b) seja
integralmente observada a Súmula Vinculante nº14;
Por força do tempo decorrido, a veneranda Sessão foi suspensa, tendo sido designada
sua continuidade para o dia 17/06/2020.
“Bernardo Pires Kuster, por meio da Petição n. 44156, requer seu ingresso no feito
como terceiro interessado, noticiando que é investigado no inquérito e que, apesar dos
termos da Súmula Vinculante n. 14, “seus advogados não tiveram acesso integral aos
autos do INQ 4.781 do STF, gerando flagrante cerceamento de defesa do mesmo,
criando-se uma situação teratológica e trazendo graves consequências ilegais,
inconstitucionais, sem perder de vistas o constrangimento do petitante e seus
advogados.” (eDOC 154, p.5) Previamente ao exame do pleito, oficie-se ao Ministro
Alexandre de Moraes, relator do inquérito n. 4781, solicitando informações.”
30
Sessão do Plenário do Supremo – Julgamento da ADPF 572 – Falas do Ministro Alexandre de Moraes disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=zAv15AjAblQ – fala do Ministro a partir da4:48:00 do vídeo, logo após conclusão
do Presidente, dias Tóffoli.
Como cediço, o Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal dispõe que: “São
atribuições do Relator: (artigo 27) submeter ao Plenário, à Turma, ou aos Presidentes, conforme a
competência, questões de ordem para o bom andamento dos processos (inciso III); submeter ao Plenário
ou à Turma, nos processos da competência respectiva, medidas cautelares necessárias à proteção de
direito suscetível de grave dano de incerta reparação, ou ainda destinadas a garantir a eficácia da
ulterior decisão da causa (inciso IV); e determinar, em caso de urgência, as medidas do inciso anterior, ad
referendum do Plenário ou da Turma (inciso V).”
Contudo, mesmo diante das claras regras do Regimento Interno da própria Corte
Suprema, misteriosamente o Ministro Edson Fachin não relatou a existência da petição apresentada pelos
advogados do DENUNCIANTE.
31
https://www.youtube.com/watch?v=3bgH3e02Q6o&t=2098s
A Constituição promoveu uma transformação radical de sistemas, instaurando uma
nova Era Penal no Brasil que tem sido responsável pela transformação do sistema de
justiça, tornando o sistema de justiça mais confiável e fazendo a lei valer para todos. E
ai eu não concordo Presidente com o artigo seguinte publicado pelo professor Adilson
Abreu Dallari, no mesmo sitio jurídico o Conjur. Todos são iguais perante a lei, exceto
os 11 brasileiros do Supremo. Pelo menos eu me considero igual aos cidadãos em
geral.
De fato, embora o sistema penal acusatório seja marcado por diversos princípios o
principal deles é que o órgão estatal responsável pela acusação necessariamente não
será responsável pelo julgamento. Foi o que eu disse. Não pode a vitima instaurar
inquérito. E uma vez sendo formalizado requerimento de instauração de inquérito,
cumpre observar o sistema democrático da distribuição sob pena de passarmos a ter,
como eu disse, um juízo de exceção em contrariedade ao que é previsto no principal
rol das granias constitucionais da Carta de 1988. Neste ponto, o sistema acusatório é
oposto do sistema inquisitorial, que se distingui exatamente pela concentração das
funções inquisitorial de acusar e julgar num só agente estatal, um juiz inquisidor. A
razão de ser de um sistema acusatório, baseado na separação de funções estatais é
muito relevante. Se o órgão que acusa é o mesmo que julga, não há garantia de
imparcialidade e haverá tendência em condenar o acusado, o que estabelece a
posição de desvantagem do acusado na partida da ação penal. Por mais que se lhe
assegure o direito de defesa, o modelo inquisitorial diminui a confiança e a
credibilidade no sistema de justiça. O viés de um juiz confirmar na sentença a sua
própria acusação é uma variável que não pode ser descartada num sistema
inquisitorial. Dai logo se percebe que a finalidade que alimenta o sistema acusatório é
a necessidade de se garantir que investigados e acusados, em processo penal sejam
julgados por um juiz neutro e imparcial, livre de pré compreensões decorrentes da sua
prévia atividade de preparar a investigação ou a acusação. Afrânio Silva Jardim
adverte com propriedade: “A nosso juízo, os princípios mais importante para o
processo penal moderno, são da imparcialidade do juiz e do contraditório. Pode-se
mesmo dizer que os demais princípios nada mais são que consectários lógicos desses
dois princípios.” Assim, o principio da demanda ou inciativa das partes próprio do
sistema acusatório, decorre da indispensável neutralidade do órgão julgador. Sem
ela, toda atividade jurisdicional, restará viciada. Por esse motivo, a tendência é retirar
do Poder Judiciário qualquer função persecutória, e o inquérito é embrião da
persecução criminal propriamente dita devendo a atividade probatória do juiz, ficar
restrita a instrução criminal, assim mesmo, supletivamente ao atuar das partes. (...)
(...) Justamente por isso, o pilar do sistema penal acusatório é a baliza de que juízes
devem se manter distantes da fase pré processual de coleta de provas necessárias a
formação da opinio dellict e a formação da acusação, nela atuando apenas quando
provocados pela partes.
(...) Magistrados não devem instaurar, sem prévia provocação dos órgãos de
persecução penal. Na fase de investigação magistrados não devem ter iniciativa
probatória. Os melos justificam os fins, não os fins os meios.
(...) É precisamente o que acontece, disse sua Excelência, no Inquérito 4.781, cuja
instauração foi feita por magistrado e cuja condição investigatória esta sendo feita
por magistrado sem participação do Ministério Público, em afronta a Constituição e
ao sistema acusatório e prossegue versando a instauração de oficio do Inquérito e
abordando a problemática, para mim, seríssima o fato de se ter escolhido “a dedo”.
Eu não aceitaria essa relatoria! O relator do inquérito sem observância do sistema
democrático da distribuição. Presidente, estamos diante de um inquérito nati morto. E
ante a as achegas verificadas depois de instaurado, diria mesmo um “Inquérito do Fim
do Mundo”, sem Limites. Peço vênia Presidente a maioria acachapante de oito votos,
para dissentir. E o faço acolhendo o pedido formulado na arguição de descumprimento
de preceito fundamental, para fulminar o inquérito, porque o vicio inicial, contamina
a tramitação. Não há como salvá-lo em que pese a ótica revelada posteriormente pela
mesma procuradoria geral da republica e devo ressaltar que inicialmente esse
inquérito foi coberto pelo sigilo. Receio muito presidente, as coisas misteriosas. Devo
ressaltar que somente se deu margem ao acesso por possíveis investigados,
envolvidos, passados trinta dias, o mesmo correndo quanto à audição da
Procuradoria Geral da República. É como voto, a partir, como costumo sempre dizer da
ciência e consciência possuída.” – grifo nosso.
Fato é que, na realidade, até o momento nenhum dos advogados de nenhum dos
investigados teve vista do Inquérito, sendo certo que, o suposto “acesso” limitou-se a entrega de um
“bloco de documentos”, com cerca de trezentas folhas (havendo mais de quatro mil folhas) que foi
entregue pelo Gabinete do Ministro Alexandre de Moraes, intitulando-o de “Apenso 70”.
Ora, de rigor destacar que não há sequer qualquer margem para se admitir a negativa
de acesso, seja por omissão ou ação direta, nem tão pouco restringir ao interessado apenas o acesso
parcial dos autos, ainda que esteja sob sigilo o que, aliás, é entendimento já consolidado por esta Corte
Suprema, como se verificar do Voto do Excelentíssimo MINISTRO MARCO AURÉLIO DE MELO no Voto do
RCL 31.213 – STF, in verbis:
"Nada, absolutamente nada, respalda ocultar de envolvido – como é o caso da
reclamante – dados contidos em autos de procedimento investigativo ou em processo
alusivo a ação penal, pouco importando eventual sigilo do que documentado. Esse é o
entendimento revelado no verbete vinculante 14 (...). Tendo em vista a expressão
"acesso amplo", deve-se facultar à defesa o conhecimento da integralidade dos
elementos resultantes de diligências, documentados no procedimento investigatório,
permitindo, inclusive, a obtenção de cópia das peças produzidas. O sigilo refere-se tão
somente às diligências, evitando a frustração das providências impostas. Em síntese, o
acesso ocorre consideradas as peças constantes dos autos, independentemente de
prévia indicação do Ministério Público. 3. Defiro a liminar para que a reclamante, na
condição de envolvida, tenha acesso irrestrito e imediato, por meio de procurador
constituído, facultada inclusive a extração de cópia, aos elementos constantes do
procedimento investigatório (...)." [Rcl 31.213 MC, rel. min. Marco Aurélio, dec.
monocrática, j. 20-8-2018, DJE 174 de 24-8-2018.]
Sem perder de vistas todas essas graves ocorrências, faz-se oportuno ainda destacar
que as condutas do Ministro Alexandre de Moraes acabam por trazer questionamentos acerca do
cumprimento da Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979 - Lei Orgânica da Magistratura Nacional
em especial destaque ao disposto nos art. 35, incisos I, II, III, IV, e VIII c.c/ art. 36, inciso III32 que reforçam a
indicação de possível quebra de imparcialidade além de outros deveres éticos destinados exclusivamente a
garantia de desenvolvimento de um procedimento processado e julgado de forma equilibrada e justa.
32
Art. 35 - São deveres do magistrado:
I - Cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais e os atos de ofício;
II - não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar;
III - determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos prazos legais;
IV - tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os
funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quanto se trate de
providência que reclame e possibilite solução de urgência.
VIII - manter conduta irrepreensível na vida pública e particular.
Art. 36 - É vedado ao magistrado:
III - manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de
outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos
autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério.
Contudo, lamentável e inexplicavelmente não é o que se tem visto. Aliás, vem
crescendo o autoritarismo ante as ilegalidades cometidas, de forma sufocar vários direitos fundamentais.
Frente a todo exposto nota-se com clareza solar que o Inquérito objeto desta denúncia,
sobremaneira as recentes decisões arbitrárias, em sua maioria irrecorríveis ou que se tornaram
irrecorríveis por força das limitações impostas as partes e advogados, trata-se de um instrumento
maculado e viciado desde a sua instauração.
Capítulo VIII
Da Polícia do Tribunal
Art. 43. Ocorrendo infração à lei penal na sede ou dependência do Tribunal, o
Presidente instaurará inquérito, se envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua
jurisdição, ou delegará esta atribuição a outro Ministro.
Com efeito, a vista do conflito resta mais do que evidente que o dispositivo em
comento não foi recepcionado pela Constituição Federal, sobretudo por força do art. 129 da Constituição
Federal de 1988, que assim estabelece:
De qualquer maneira, fato é que, em todos os Votos desta ação, a exceção do Ministro
Marco Aurélio de Mello, todos os demais Ministros da Suprema Corte reconheceram, nas entrelinhas de
seus votos a “suposta constitucionalidade”. Basta analisar as Sessões de Julgamento retro indicadas.
Aliás, alguns foram até mais além, como se verá a seguir. Aqui, aliás, sobreleva-se outro
ponto crítico, senão vejamos.
Como se vê, o texto do artigo 43 do Regimento Interno do Supremo, retro colacionado
é auto explicável e auto aplicável, determinando em claras linhas a condicionantes; melhor dizendo,
tratam-se de requisitos de atenção necessária a viabilizar a utilização daquela medida extraordinária de
exercício da função Policial atípica pelo Poder Judiciário na figura do Supremo Tribunal Federal.
São eles a ocorrência de infração penal e mais: que a infração seja cometida na Sede
ou dependências do Tribunal. Em análise precípua pode-se extrair que são condições sine qua non do
procedimento:
Fato é que desde a primeira decisão arbitrária (que determinou a remoção das Revistas
Crusoé e O Antagonista do ar), notou-se o desrespeito com a limitação territorial imposta pelo
Regimento, precisamente ao prelecionar que somente as infrações penais cometidas nas dependências
ou na Sede Tribunal poderiam ser objeto do Inquérito.
Ora, o território nacional e o todo o globo não pode ser tratado como Sede ou
dependências da Suprema Corte, de modo a viabilizar tamanha intervenção mundial, extrapolando por
completo não apenas os limites territoriais claramente estipulados pelo Regimento Interno, como a
própria competência jurisdicional do Supremo, limitada a território nacional.
Nota-se ainda que não apenas o DENUNCIANTE, mas a maioria massiva dos
investigados não é sequer autoridade, nem pessoa sujeita à sua jurisdição do Supremo Tribunal Federal
ou de seu Presidente, restando neste ponto revelado à nítida violação da competência da Corte.
Acrescente-se a isso, o fato de que a Portaria que instaurou o Inquérito tem por
objetivo apurar possíveis crimes de injúria, calúnia e difamação que possam atingir a honorabilidade e a
segurança do Supremo, de seus membros em familiares.
Ora, o sistema penal brasileiro estipula que os crimes contra a honra, em regra são
objeto de ação penal privada (queixa-crime) ou condicionada à representação.
Nos casos de ação penal privada, a lei penal confere somente e exclusivamente à vítima
a legitimidade para a propositura da Ação Penal Privada. Para tanto, pode a vítima, constituir advogado e
propor a respectiva ação, observados os tramites processuais previstos no Código de Processo Penal e
Código Penal.
33
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2020/08/medo-de-prisao-levou-facebook-a-cumprir-ordem-de-
moraes-sobre-perfis-fora-do-pais.shtml
Como se vê, nos crimes contra a honra o artigo 145 do Código Penal dispõe acerca do
procedimento penal para os crimes da calúnia, difamação e injúria:
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa,
salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
No que diz respeito ao crime de ameaça, a lei penal impõe procedimento específico de
ação penal condicionada à representação, quer dizer, o Ministério Público passa a ter legitimidade para
intentar a ação penal, porém apenas e tão somente após a permissão expressa da vítima:
Ameaça Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro
meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
Com efeito, nota-se com clareza solar que o procedimento adotado através do
Inquérito cria uma verdadeira ruptura ao sistema acusatório, gerando uma verdadeira aberração jurídica,
adotando procedimento completamente diverso da lei; aliás, adotando-se procedimento inexistente na
norma penal, violando-se frontalmente o princípio da legalidade insculpido pela Constituição Federal.
Isso porque, tantos nos crimes contra a honra (injúria, calúnia e difamação) quando no
de ameaça, caberia, respectivamente, ação penal privada ou, conforme o caso, condicionada a
representação, conforme explicado alhures, tratando-se o Inquérito de um procedimento
completamente anômalo e não previsto na lei penal.
Ora, se os Ministros e/ou seus familiares se sentem ameaçados ou tendo sua honra
atacada, deveriam ele agir de conformidade com a lei, recorrendo-se das medidas previstas na legislação,
mas jamais usurpar do Poder conferido a mais Alta Corte do país para liderar um procedimento
Investigatório que tem supostamente eles e seus familiares como vítimas e mais: que futuramente, em
última Instância recursal, caso sobrevenha eventual propositura de ação penal, será a própria última
Instância, qual seja o próprio Supremo a julgar os recursos extraordinários entre outros cabíveis naqueles
autos.
Há ainda que se observar que mesmo em se tratando de eventual “crime de ameaça”,
não aos Ministros e seus familiares, mas a Instituição do Supremo Tribunal Federal, tratar-se-ia de possível
crime contra a Segurança Nacional, impondo-se aplicação da Lei Federal nº.: 7.170, de 14 de Dezembro de
1983 (que define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social que estabelece seu
processo e julgamento e dá outras providências).
Art. 30 - Compete à Justiça Militar processar e julgar os crimes previstos nesta Lei,
com observância das normas estabelecidas no Código de Processo Penal Militar, no que
não colidirem com disposição desta Lei, ressalvada a competência originária do
Supremo Tribunal Federal nos casos previstos na Constituição.
Parágrafo único - A ação penal é pública, promovendo-a o Ministério Público.
Como bem dito pelo Ministro Marco Aurélio de Melo, não pode a vítima figurar como
investigador, acusador e julgador, dentro de um sistema que se diga justo e democrático, sob pena de se
institucionalizar um regime de exceção.
A situação é de tal forma grave que prejudica até mesmo o direito do DENUNCIANTE de
recorrer a um Tribunal imparcial, mesmo em casos outros, que não se coadunam como o objeto das
investigações, como a exemplo, eventual interposição e análise de um Recurso Extraordinário em uma
ação meramente cível que venha a ser remetida a última analise da Suprema Corte.
Sem perder de vistas todas essas arbitrariedades, há ainda que se convalidar que, a
exceção dos crimes contra a segurança nacional, previstos na Lei Federal nº.: 7.170, de 14 de Dezembro de
1983, aliás, sequer indicados precisamente no Inquérito, não sendo possível sequer identificar qualquer
crime na circunstancias dispostos no Inquérito, todos os demais delitos, constituem crimes de menor
potencial ofensivo, ou seja, crimes cuja pena máxima não é superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com
multa, conforme estabelece o art. 61 da Lei Federal nº.: 9.099/95:
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
O crime de calúnia tem pena máxima de seis meses a dois anos34; o crime de
difamação, pena máxima de três meses a um ano35; o crime de injúria, pena máxima de seis meses ou
multa36 e o crime de ameaça, pena máxima de um a seis meses ou multa37.
34
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
35
Difamação
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
36
Injúria
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
37
Ameaça
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto
e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
fiança. (Parágrafo único); Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização
imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes. (art. 70); Na
audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se
possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da
composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de
liberdade. (artigo 72); A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação. (Art.
73); A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. (Art. 74); e Tratando-se de
ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo
homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. (Parágrafo único).
Com efeito, o que se nota é que nem mesmo tais procedimentos foram observados,
revelando-se a gravidade da situação que vem aumentando a cada dia em uma das maiores escaladas de
ofensas a direitos fundamentais já vistas, certamente, na história do Judiciário mundial.
A situação é de tal forma dramática que afeta todo ordenamento penal, processual
penal e constitucional internos, como também as normas internacionais como merece destaque, a
CONVENÇÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, que em seu artigo 8º, estabelece:
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência,
enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa
tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada; e
Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que, no momento em que
foram cometidos, não constituam delito, de acordo com o direito aplicável. Tampouco
poder-se-á impor pena mais grave do que a aplicável no momento da ocorrência do
delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição de pena mais
leve, o deliquente deverá dela beneficiar-se.
A este respeito vale reprisar que a Constituição Brasileira reconhece a função do
advogado como essencial à administração da Justiça, senão, vejamos:
Contudo, no caso dos autos, referidos direitos vem sendo maciça e sistematicamente
violados.
Como dito alhures, os subscritores, advogados do DENUNCIANTE, não tiveram direito
de despachar com o Ministro, tendo sido negado o acesso pessoal à autoridade.
Além disso, houve clara e evidente violação ao direito de examinar os autos (vistas) à
ÍNTEGRA pessoalmente, bem como tomar apontamentos e tirar as cópias NA ÍNTEGRA necessárias para a
promoção adequada da defesa do DENUNCIANTE.
Aliás, até mesmo o acesso, foi limitado a entrega de parcos documentos, conforme
prova-se robustamente na documentação em anexo.
De igual forma, na ação ADPF 572, tiveram suprimido ainda seu direito reclamar por
escrito, peticionar e ter sua petição apreciada, quando ignorou, concessa maxima vênia, o Insigne Relator
daquela, o Ministro Edson Fachin, a relatoria obrigatória38 por força do Regimento Interno da Suprema
Corte, violando não apenas o estatuto da Advocacia, mas também ao disposto na Constituição Federal de
1988, precisamente o artigo 5º, inciso XXXIV alínea “a”, in verbis:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
Há mais.
38
REGIMENTO INTERNO STF
Disponível em:http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/legislacaoRegimentoInterno/anexo/RISTF.pdf
Art. 21. São atribuições do Relator:
I – ordenar e dirigir o processo;
III – submeter ao Plenário, à Turma, ou aos Presidentes, conforme a competência, questões de ordem para o bom
andamento dos processos;
IV – submeter ao Plenário ou à Turma, nos processos da competência respectiva, medidas cautelares necessárias à
proteção de direito suscetível de grave dano de incerta reparação, ou ainda destinadas a garantir a eficácia da
ulterior decisão da causa;
V – determinar, em caso de urgência, as medidas do inciso anterior, ad referendum do Plenário ou da Turma;
3.4. DA LIVRE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DA
LIBERDADE POLÍTICA
39
https://brasilsemmedo.com/
Referida decisão foi publicada no dia 27 de maio de 2020, porém, efetivamente
cumprida pelas redes sociais nos dias 23 e 24 de julho de 2020, sobre grande pressão do Ministro que
inclusive, consta em algumas matérias publicadas pela imprensa, chegou a ameaçar a responsabilização
criminal dos representantes das redes sociais no país, caso descumprissem a medida, ainda que
manifestamente arbitrária.
Art. 5º (...)
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
3. Toda pessoa tem o direito de acesso à informação sobre si própria ou sobre seus
bens, de forma expedita e não onerosa, esteja a informação contida em bancos de
dados, registros públicos ou privados e, se for necessário, de atualizá-la, retificá-la e/ou
emendá-la.
6. Toda pessoa tem o direito de externar suas opiniões por qualquer meio e
forma. A associação obrigatória ou a exigência de títulos para o exercício da atividade
jornalística constituem uma restrição ilegítima à liberdade de expressão. A atividade
jornalística deve reger-se por condutas éticas, as quais, em nenhum caso, podem ser
impostas pelos Estados.
A bem da verdade, e sobretudo por todo exposto, nunca se tratou de uma medida
protetiva lato sensu da honra e reputação das supostas vítimas, mas de manifesta tentativa de evitar que
matérias que pudessem comprometer alguns Ministros da Corte, o que se deduz sobremaneira pelo
procedimento anômalo e ilegal ora denunciado, que já resultou decisões severamente exageradas, senão,
abusivas.
Contudo, há ainda que se observar que ao longo de seu tramite abandou-se os objetos
iniciais indicados e delimitados na Portaria, tornando-se extremamente extensivo, de modo inclusive a
investigar tipos legais penais sequer existentes na legislação pátria, o que se nota claramente na
fundamentação da decisão que determinou os bloqueios.
O que eventualmente pode haver e não apenas por parte do DENÚNCIADO, são
matérias criadas dentro do contexto puramente jornalístico e não raras vezes duras críticas, por vezes
severas a atuação da Corte e alguns Ministros, decorrentes justamente de situações bizarras como a
descrita no Inquérito objeto da presente denúncia.
Todavia, muito além de não constituírem crimes no Brasil, nenhum dos supostos
fundamentos da decisão judicial que culminou em censura, quais sejam, “discursos com conteúdo de ódio,
subversão da ordem e incentivo a quebra da normalidade institucional e democrática.” Foi sequer
minimamente comprovado ou indicado no Inquérito 4.781.
Fato é que ainda que admitida eventual ocorrência de tais situações, o que aqui, frise-
se, se coloca apenas a título de argumentação, inadmite-se a aplicação erga omnes de proteção extremada
de direitos privados das supostas “vítimas” (Ministros, familiares e a Instituição do Supremo) que
culminam em controle exacerbado de conteúdo, em inconteste ruptura da liberdade de expressão e a livre
manifestação de pensamento, tanto do DENUNCIANTE enquanto jornalista, como também enquanto
cidadão no gozo pleno de seus Direitos garantidos pelo ordenamento jurídico brasileiro.
Não foi à toa que John Stuart Mill na obra On Liberty, descreveu com singularidade a
importância da liberdade de expressão como forma de crescimento e parte essencial a evolução do ser
humano, se nos permitem a reprodução da tradução mais simplória:
“Se toda a humanidade tivesse apenas uma opinião, e apenas uma pessoa, fosse de
opinião contrária, a humanidade não seria mais justa silenciando aquela pessoa, do que
ela, se tivesse este poder, seria justa em silenciar a humanidade. Era uma opinião, uma
posse pessoal, sem valor, exceto para seu proprietário.
(...)
“Mas o peculiar, o mal de silenciar a expressão de uma opinião, é que se está
roubando a raça humana, a posteridade, bem como a geração existente, aqueles que
discordam da opinião e ainda mais do que aqueles que a detêm. Se a opinião for
certa, eles são privados da oportunidade de trocar o erro pela verdade: Se errado, eles
perdem, o que é quase tão grande benefício, a percepção mais clara e a impressão
mais viva da verdade, produzida pela colisão com o erro.” - John Stuart Mill, “On
Liberty”: 1859
A toda evidência, fato é que o país vive uma crise de valores éticos e morais já há
bastante tempo, sobremaneira no âmbito político.
O Partido dos Trabalhadores viveu uma verdadeira hegemonia estatal durante quase
duas décadas, impondo agendas muitas vezes a revelia da vontade da maior parte do povo brasileiro,
chegando ao seu auge e queda em um dos maiores escândalos de corrupção do mundo, e que acabou
levando o país à beira da falência do Estado, através da operação denominada Lava a Jato, onde políticos,
autoridades, agentes e funcionários públicos e privados envolvidos em esquemas que saquearam milhões
dos cofres públicos brasileiros, levaram a mais de uma centenas de condenações e consequentes prisões.
Qual foi a revolta do povo brasileiro, que no auge do escândalo, acabou culminando no
Impeachment da Ex-Presidente, Dilma Roussef do Partido do Trabalhadores e a condenação em duas
Instâncias do Ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Mas a hegemonia do Partido que dominou o cenário político brasileiro nas ultimas
décadas teve seu fim decretado nas últimas eleições Presidenciais, onde o então candidato, Jair Messias
Bolsonaro, acabou ganhando as eleições com apoio e voto popular de mais de cinquenta e sete milhões de
brasileiros.
Neste contexto, é natural e saudável que ocorram disputas políticas em uma
democracia, mas a verdade é que a situação do país se agravou muito, com a instituição de uma
verdadeira guerra motivada pelos perdedores do pleito, que diante do inconformismo com a derrota vem
tentando a todo custo, desestabilizar o atual governo a tal ponto que se torne insustentável sua
permanência.
Tal fato é facilmente constatado nas palavras de um dos maiores líderes do Partido dos
Trabalhadores, integrante do foro de São Paulo, José Dirceu, ex-Ministro do Governo Lula e um dos
homens mais poderosos do Partido, que em entrevista ao jornal El País, afirmou: “É uma questão de
tempo pra gente tomar o poder. Aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição40."
De fato. Todas as iniciativas dos seguidores, filiados e afetos da política petista tem
demonstrado que não se trata apenas e tão somente de uma disputa saudável pelo espaço político e de
retomada dos altos postos do Estado, mas uma verdadeira diretriz que tem como objetivo derrubar o atual
Governo e também toda sua base de apoio, aí incluído personagens importantes dessa vitória enquanto
apoiadores, tais como os investigados no Inquérito objeto da presente ação, todos, sem exceção,
apoiadores do atual Governo.
Não à toa, todos os demais elementos demonstram de forma clara e evidente que o
inquérito se manifesta por nítida perseguição político ideológica. A este respeito é de se notar que várias
personalidades políticas do Partido dos Trabalhadores, das quais algumas já foram inclusive condenadas
pelo Judiciário Brasileiro, como por exemplo, pode-se citar o ex-candidato a Presidência da República
Haddad, que disputou e perdeu a corrida eleitoral com o atual Presidente da República.
Enfim, com a devida vênia, ante todas as arbitrariedades cometidas e até mesmo em
virtude da omissão de Ministros ou conivência com o gritante paradigma lançado, e sem fazer qualquer
juízo de valor dos mesmos, chama-nos atenção o histórico dos componentes da Suprema Corte.
O Excelentíssimo Ministro Celso de Melo, foi indicado pelo ex-Presidente José Sarney,
filiado ao partido MDB - Movimento Democrático Brasileiro, apoiador de todo o período do Governo do
Partido dos Trabalhadores.
40
https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,e-questao-de-tempo-para-tomar-o-poder-diz-dirceu,70002522942
41
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/03/28/tse-multa-campanha-de-haddad-em-r-176-mil-por-impulsionar-
noticias-contra-bolsonaro-na-internet.ghtml
O Excelentíssimo Ministro Gilmar Mendes, foi indicado pelo ex-Presidente Fernando
Henrique Cardoso, filiado ao partido PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira, que é amigo de longa
data do ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Já os Excelentíssimo Ministros Luiz Fux, Rosa Maria Pires Weber, Luís Roberto Barroso e
Luiz Edson Fachin foram indicados pela ex-Presidente Dilma Roussef, sucessora do ex-Presidente, Luís
Inácio Lula da Silva, também pertencente e líder do Partido dos Trabalhadores.
E por fim, o Ministro Alexandre de Moraes, indicado pelo ex-Presidente Michel Temer,
ex-vice Presidente de Dilma Roussef, empossado logo após o Impeachment da Presidente; Temer que era
filiado ao MDB - Movimento Democrático Brasileiro, o mesmo partido de José Sarney, que durante anos
apoiou o Partido dos Trabalhadores em seus governos.
Recentemente, para tratar das questões técnico legais do Inquérito, foi realizada uma
live com os mais renomados juristas brasileiros, dos quais se destacam o Dr. Modesto Carvalhosa, Dr.
Cesar Dário Mariano da Silva, Dr. Roberto Delmanto Júnior e Dr. Rogério Greco, onde todos, de forma
uníssona, reconheceram várias ilegalidades e inconstitucionalidades cometidas desde a instauração do
famigerado Inquérito 4.781.
O Ilustríssimo Dr. Rogério Greco foi mais além e inclusive concluiu que o Inquérito
objeto desta denúncia, não tem absolutamente nada de jurídico, mas de político, senão confira-se a
transcrição a partir dos 53:32 minutos do vídeo42:
“Vocês tem alguma dúvida, existe alguma dúvida de que esses Inquéritos não tem
absolutamente nada de jurídico? A gente esta diante de dois Inquéritos políticos. São
só Inquéritos políticos. Você vê alguma pessoa que não seja “conservadora” fazendo
parte deste Inquérito? É claro que não! Então na verdade a gente tem dois absurdos, a
gente tem dois monstros. Um que foi o primeiro, que é o das fake news, criado assim,
esse é o monstro dos monstros, porque você está no Inquérito para apurar o nada,
para apurar uma infração penal que não existe. Ou seja, eu fiquei trinta anos no
Ministério Público. Ninguém nunca instaurou um inquérito policial para apurar um
fato atípico. Fake news, até agora, são fatos atípicos.” – grifos nossos
42
https://www.youtube.com/watch?v=IIe_DzdSivA
A título de exemplo, basta analisar o que ocorreu no início do Inquérito e o que ocorre
atualmente.
Quando da instauração do Inquérito 4.781, ainda em 2019 o Presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, a AASP -
Associação dos Advogados de São Paulo, a IAB – Instituto dos Advogados Brasileiros, o Conselho de
Comunicação Social do Congresso Nacional, assim como entidades representativas da imprensa tais como
a ABRAJI – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, a Aner – Associação Nacional de Editores de
Revistas, a ANJ – Associação Nacional de Jornais a API - Associação Paulista de Imprensa, a ABI –
Associação Brasileira de Imprensa e vários outros órgãos, emitiam diversas notas43, alguns demonstrando
repúdio e preocupação com a situação do inquérito e as decisões do Ministro Alexandre de Moraes,
sobretudo destacando-se a censura.
Contudo, bastou que o Inquérito se voltasse contra pessoas que tem em comum,
apenas e tão somente o fato de serem apoiadores do atual Presidente da República, Jair Messias
Bolsonaro, para que todas as ilegalidades praticadas, simplesmente desaparecessem para tais entidades,
instituições e pessoas.
https://twitter.com/felipeoabrj/status/1265683924765868034
43
MIGALHAS – “Entidades se manifestam acerca de censura a sites que divulgaram reportagem sobre Toffoli”
https://www.migalhas.com.br/quentes/300488/entidades-se-manifestam-acerca-de-censura-a-sites-que-divulgaram-
reportagem-sobre-toffoli
Dentre outras declarações polêmicas, o Presidente da OAB chegou a dizer: "Sou
militante, mesmo. Sou militante de Direitos Humanos, das causas das mulheres, dos negros, e tenho
muito orgulho disso. Por isso, eles não gostam de mim. Não deixarei de ser militante dessas causas, não
sou obrigado. Esse é o papel da OAB", disse o presidente da Ordem”.44
Todavia, parece que a medida da aproximação com quem deseja “derrubar” o atual
presidente da República é tão grande e inversamente proporcional à aversão do Presidente da OAB, Felipe
Santa Cruz aos advogados dos investigados no Inquérito, seja porque simplesmente advogam em defesa
dos apoiadores do atual Presidente da República, seja porque são conservadores em sua maioria.
Apenas para ser ter uma ideia da diferença de tratamento entre os advogados, o que
acaba comprometendo os direitos fundamentais, sobretudo o direito ao tratamento isonômico, com base
no princípio da igualdade, vejamos alguns exemplos.
44
https://noticias.uol.com.br/colunas/constanca-rezende/2019/12/13/sou-militante-sim-diz-presidente-da-oab-em-
resposta-a-moro.htm
45
https://epoca.globo.com/guilherme-amado/presidente-da-oab-diz-que-quem-apoia-bolsonaro-tem-desvio-de-
carater-1-24131220
46
https://diariodopoder.com.br/justica/presidente-da-oab-rj-se-filia-ao-pmdb-para-disputar-eleicoes-em-2018
47
https://diariodopoder.com.br/justica/presidente-da-oab-rj-se-filia-ao-pmdb-para-disputar-eleicoes-em-2018
48
https://www.poder360.com.br/lava-jato/sergio-cabral-e-condenado-pela-13a-vez-na-lava-jato-penas-somam-282-
anos/
Adélio Bispo foi réu processado em processo judicial pela tentativa de homicídio49 do
então candidato, atual Presidente Jair Messias Bolsonaro, que foi atingido por uma facada na barriga, em
meio a uma passeata de campanha.
O caso, até hoje não solucionado definitivamente de modo a indicar se houve ou não
participação de terceiros, sempre despertou muita curiosidade e apreensão, sobretudo pelo fato do
acusado ter sido considerado inimputável pois “incapaz mentalmente” de responder pelos atos da vida
civil, e sobremaneira pela prontidão da defesa do acusado, onde vários advogados de grandes escritórios
de advocacia do país deslocaram-se prontamente, alguns inclusive com avião privado para fazer a defesa
voluntária e supostamente filantrópica do mesmo, havendo notícias que alguns chegaram à Delegacia
antes do próprio preso.
O que diz respeito a presente denúncia é a “sempre pronta atuação”50 da Ordem dos
Advogados do Brasil no caso em tela, entrando com várias medidas e recursos, visando impedir a quebra
de sigilo fiscal e bancário dos advogados para apuração da origem de eventuais pagamentos dos
honorários.
Afinal, como tais situações deveriam ser tratadas pelos advogados subscritores?
Incompetência para o cargo, ou prova de interesses políticos de alguns, em prejuízo de outros, em
flagrante violação ao princípio da isonomia e igualdade e a liberdade política, em outras palavras, em
nítida e clara perseguição política?
49
https://epoca.globo.com/a-historia-de-adelio-homem-que-tentou-matar-bolsonaro-23452118
50
https://oglobo.globo.com/brasil/maioria-do-trf-1-quer-caso-do-advogado-de-adelio-no-stf-mas-pedido-de-vista-
suspende-julgamento-23990471
De qualquer maneira, não se pretende aqui entrar no embate político de modo a
privilegiar ou desprivilegiar um lado ou outro, haja vista que todos têm o legítimo direito de optar por seu
posicionamento político e ideológico sem censura ou limitações.
Pelo contrário, o que se pretende aqui é justamente defender os direitos de quem tem
posicionamento político diverso dos personagens envolvidos nessa situação dramática que acabou
desaguando em graves violações de direitos fundamentais não apenas do DENUNCIANTE, mas também
dos subscritores e vários outros indivíduos em um dos mais triste e escandalosos casos sub judice do país.
“Há certos momentos em que a capacidade de falar abertamente, sem medo das
consequências legais, faz-se tão essencial que as declarações feitas neste momento
nunca devem ensejar a responsabilidade por difamação. Deve-se aplicar tal
“privilégio absoluto”, como por exemplo, nas declarações feitas durante um processo
legal, ou em declarações feitas por órgãos eleitos como o Parlamento ou uma
autoridade local. Outros tipos de declarações devem desfrutar de um “privilegio
qualificado”, isto é, deve ser isento de responsabilidade, a menos que se prove que a
declaração foi realizada de má vontade ou por ressentimento. A última categoria deve
incluir declarações que correspondam a um dever legal, moral ou social aplicável, como
relatar uma suspeita de crime à polícia. O fator decisivo deve ser se o interesse público
na divulgação de tais declarações, o qual supera o dano que pode causar à reputação
privada.”
51
https://artigo19.org/wp-content/blogs.dir/24/files/2012/10/abcd-1-1.pdf
Aplicando-se este trecho da recomendação à situação ora esposada, tem-se que os
Ministros não podem invocar “interesse público” para apuração de supostas e intituladas “fake news”
atribuindo tal condição a notícias, reportagens, matérias e postagens (que são o objeto da investigação)
da imprensa independente e de indivíduos e jornalistas que versem ou relatem justamente situações e
informações de interesse público a população em relação à função exercida pelas autoridades, enquanto
Ministros do Supremo Tribunal Federal, a mais Alta Corte do país e que podem sim, comprometer a
integridade da Corte enquanto Instituição.
Ora, bastou que a Revista Crusoé começasse a pulicar matérias a respeito da vida
pregressa do Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Tóffoli para que se iniciasse esse
Inquérito absurdo, as avessas da lei e da Constituição, violando todos os princípios e direitos básicos
categorizados como direitos fundamentais humanos.
Por força dessa ocorrência, a ativista Sara Winter, juntamente com várias outras
pessoas, acabou tendo decretada sua prisão, na modalidade temporária.
Os advogados de Sara Winter, Dr. PAULO FARIAS e Dr. PAUL KARSTEN, entre outros,
que também assinam a presente, esclarecem com precisão as ocorrências do caso, expondo o quanto
segue.
Existem ainda pessoas presas no Inquérito 4828, são elas Sara Giromini (conferencista,
ativista conservadora, ex-feminista, conhecida Sara Winter), Emerson Rui "Mitoshow" (músico
conservador, da Bahia), Renan Morais (psicólogo e ativista conservador), Erica Viana (professora de jardim
de infância, que protestava pelo fim do Lockdown) e Artur de Castro (ativista político em Niterói, Rio de
Janeiro) essas pessoas estavam reunidas com o propósito de criticar e denunciar abusos contra as
liberdades individuais e realizarem protestos pacíficos.
Foram presos por supostos crimes em abstrato, nada em concreto, o que eleva o ato
em teratologia ímpar.
O Relator desse Inquérito 4.828, derivado do Inquérito 4.781 (que tem o mesmo
Relator, o Ministro Alexandre de Moraes) determinou que os citados acima sejam monitorados com o
uso de tornozeleira eletrônica, com a sua "medida cautelar diversa da prisão", que na prática está sendo
uma prisão domiciliar (aplicada com mais severidade do que a chefes de organizações criminosas e
traficantes de drogas, que foram postos em liberdade pelas "medidas de combate ao Covid-19), em TOTAL
desrespeito à Legislação Penal brasileira, que permite a conversão da prisão flagrancial e da preventiva
por cautelar dessa espécie, mas que NÃO PERMITE a conversão de prisão temporária em prisão
domiciliar.
Não pode haver cumprimento de pena sem condenação, condenação sem sentença,
sentença sem contraditório nas alegações de acusação e defesa, contraditório sem instrução processual
penal, instrução sem citação, citação sem recebimento nem oferecimento de denúncia, oferecimento de
denúncia sem relatório final do inquérito ou da investigação e nem inquérito sem materialidade.
Não há sequer materialidade que justifique a manutenção dessas pessoas em espécie
inexistente de prisão preventiva (e foi por isso que a prisão temporária não foi convertida em preventiva).
Se sequer há algo que justifique a prisão durante o curso do processo, como podem
estar presos em casa, com diversas liberdades restringidas, sujeitos à tutela Vara de Execuções Penais
sem estarem cumprindo pena?
Só há uma resposta: trata-se de uma prisão política (ou por motivos pessoais), e por
isso está sendo aplicada ao arrepio da Lei.
Há mais, assim como Inquérito 4.781, o Inquérito 4.828 tem violação ao Princípio do
Juiz Natural, pois nenhum dos presos temporários tem foro privilegiado, o Procurador da República não
tem atribuição para processar cidadão sem foro privilegiado e especificamente no caso da Sara Winter,
onde o Ministro Alexandre de Moraes é impedido (nos termos do artigo 252, inciso IV52 do Código de
Processo Penal) de atuar pois é parte em processo criminal contra a mesma, e ainda assim deferiu sua
prisão temporária e depois determinou cautelares que na verdade são uma prisão como se cumprisse
pena, estendendo isso a seus amigos e apoiadores, sem materialidade para tanto, ou qualquer outra
justificativa LEGAL.
Não existe previsão de prisão domiciliar na Lei Federal nº.: 7.170/83 (Lei de Segurança
Nacional) nem de conversão de prisão temporária em prisão domiciliar (independente do nome que o
Ministro Relator dê à sua ordem) e até o momento não há sequer denúncia contra nenhum deles e sua
prisão já dura mais que 10 dias (limite máximo pelo artigo 10 CPP), na verdade já dura mais de um mês e
quinze dias.
52
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
Todavia, tal informação além de inverídica (pois ele foi preso quando estava retornando
do país vizinho), foi, na realidade uma represália a uma matéria publicada um dia antes acerca da esposa
do Ministro Alexandre de Moraes, onde o jornalista afirmou que a “Esposa de Alexandre de Moraes
atende políticos condenados do PSDB em Tribunais Superiores” - segundo informações da Deputada
Federal Carla Zambelli publicada pela imprensa Gazeta do Brasil53
Não à toa existem colunas e redes sociais onde os mesmos podem e até devem
expressar suas opiniões inclusive de ordem política.
53
https://gazetabrasil.com.br/politica/zambelli-eustaquio-foi-preso-porque-fez-reportagem-sobre-esposa-de-
moraes-e-politicos-do-psdb/
Artigo 1º - Obrigação de respeitar os direitos
1. Os Estados-partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os direitos e
liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que
esteja sujeita à sua jurisdição, sem discriminação alguma, por motivo de raça, cor,
sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra natureza, origem
nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição social.
2. A lei pode regular o exercício dos direitos e oportunidades, a que se refere o inciso
anterior, exclusivamente por motivo de idade, nacionalidade, residência, idioma,
instrução, capacidade civil ou mental, ou condenação, por juiz competente, em
processo penal.
Enfim, em igual gravidade aos casos acima citados a título de exemplo e devidamente
comprovados com a documentação em anexo, é o caso do DENUNCIANTE, na medida em que, ele apenas
não foi preso, mas não duvidaria que o seja nos próximos dias.
A propósito, vale ainda destacar o excesso da medida tomada pelo Ministro Alexandre
ao determinar o banimento da conta inteira e não apenas aquelas postagens que ele entenda serem
objetos de supostos crimes.
A este respeito vale dizer que a decisão excessiva do Ministro Alexandre de Moraes,
acaba também por violar jurisprudência já consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça do país, que já
definiu claros e objetivos limites nos caso em que há possibilidade de remoção de conteúdos ilícitos,
determinando-se, em decisões já sedimentadas que apenas o conteúdo específico da suposta violação de
direito de terceiro pode ser removido, e não a totalidade de toda a conta, exigindo-se inclusive a
indicação precisa do link objeto desta postagem:
Indicação de URL para remoção de conteúdo na internet deve ser restrita a conteúdo
julgado54
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reformou acórdão do Tribunal de
Justiça de São Paulo (TJSP) que havia mandado o Google excluir vídeos do YouTube
considerados ofensivos, na medida em que a pessoa ofendida informasse ao provedor o
endereço eletrônico (URL) das páginas.
Acompanhando o voto da relatora do recurso do Google, ministra Nancy Andrighi, a
turma reafirmou que a indicação precisa da URL é uma condição para o cumprimento
de ordem judicial de retirada de página ofensiva na internet, mas concluiu que essa
indicação deve estar restrita ao que foi julgado na ação que pleiteou a remoção do
conteúdo.
No caso analisado, o TJSP entendeu que não bastaria mandar retirar o conteúdo já
publicado no YouTube, pois logo em seguida outros vídeos idênticos poderiam surgir no
site. Assim, delegou ao autor da ação a tarefa de identificar e fornecer futuramente ao
Google – mediante notificação judicial ou extrajudicial – a URL dos vídeos que
considerasse ofensivos, os quais deveriam ser removidos pelo provedor.
Ao dar provimento ao recurso e afastar a obrigação do Google de suprimir o conteúdo
futuro, a ministra Nancy Andrighi afirmou que não há previsão legal para que a parte
vencedora em uma ação dessa natureza possa informar livremente os endereços das
páginas a serem retiradas do ar. “Apesar da engenhosidade da solução encontrada, não
há respaldo na legislação ou na jurisprudência que permitam atribuir a um particular a
prerrogativa de determinar a exclusão de conteúdo”, disse a relatora. Segundo a
ministra, a ordem que determina a retirada de um conteúdo da internet deve partir do
Poder Judiciário, ao qual compete analisar se determinado conteúdo é ou não ofensivo.
A indicação precisa da URL, de acordo com ela, é um dos requisitos para a retirada do
conteúdo ofensivo, conforme prevê o Marco Civil da Internet.
54
http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2018/2018-02-19_08-02_Indicacao-de-
URL-para-remocao-de-conteudo-na-internet-deve-ser-restrita-a-conteudo-julgado.aspx
“Dessa forma, conclui-se pela impossibilidade de cumprir ordens que não contenham
o conteúdo exato, indicado por localizador URL, a ser removido, mesmo que o acórdão
recorrido atribua ao particular interessado a prerrogativa de informar os
localizadores únicos dos conteúdos supostamente infringentes”, resumiu a ministra.
Enfim, tantas são as arbitrariedades, abusos e ilegalidades, que chega a ser tortuoso
construir em detalhes todo o histórico com maiores detalhes, sobremaneira porque a cada dia sugre uma
nova situação inusitada e flagrantemente ilícita.
Porém, em se tratando de medidas tomadas por meio de decisões da mais Alta Corte
do país, portanto irrecorríveis (porquanto é jurisprudência pacificada pela Suprema Corte do país, o não
cabimento sequer de habeas corpus contra decisão de Ministro do Supremo, pasme), não vê o
DENUNCIANTE e seus patronos outra alternativa, senão o ajuizamento da presente a fim de ver
resguardados e restituídos seus direitos fundamentais.
Há que se destacar que até nem no mandado nem no Inquérito consta objetivamente
a tipificação específica dos supostos delitos investigados, nem tão pouco os fatos precisos que
ensejariam as supostas infrações penais investigadas, particularmente no caso de cada um dos
investigados.
Fato é que, a cada dia que se passa, a situação vem se agravando mais e mais,
tornando-se simplesmente insustentável.
E pior: alguns deles, mesmo após a liberação estão, à bem dizer, “cumprindo penas”
com severas restrições a sua liberdade de ir e vir, além de limitações de direitos outros tais como se
comunicarem com outras pessoas, se comunicarem em redes sociais, uso de tornozeleira eletrônica entre
outros; medidas que, além de ilegais em sua plenitude, são até maiores que as penas previstas caso seja
eventualmente confirmado os eventuais crimes das quais estão sendo supostamente investigados, não
obstante a inexistência de materialidade mínima ou indicação precisa dos tipos penais supostamente
violados.
Além disso, a censura plena já impera no país, sendo certo que a decisão originária que
determinou a busca e apreensão também ordenou que o bloqueio de contas inteiras dos investigados, aí
incluído o DENUNCIANTE, bloqueando-se todas as redes sociais pessoais e profissionais dos mesmos,
inclusive em nível mundial.
Referida decisão foi cumprida no último dia 24 de julho de 2020, onde o Facebook, o
Instagram e o Twitter, procederam o bloqueio de todas as contas para visualização no país.
Mas como se não bastasse, no último dia 28 de julho de 2020, sobreveio nova ordem
do Ministro Alexandre de Moraes determinando não apenas o bloqueio das contas no território
nacional, mas também em todo planeta, estando as contas de todos os investigados, aí incluído o
DENUNCIANTE, bloqueados em todo o mundo.
Tamanho é abuso que a decisão do Ministro Alexandre de Moraes acaba por violar até
mesmo o limite jurisdicional territorial, como se fosse um verdadeiro “dono do mundo”.
Sem perder de vistas a gravidade da situação, certo é que um dos investigados, qual
seja o jornalista Allan dos Santos, proprietário da imprensa Terça Livre inclusive já pode ser considerado
uma espécie de exilado político55, encontrando-se atualmente em país estrangeiro a fim de salvaguardar a
vida e liberdade sua e de sua família.
55
https://www.tercalivre.com.br/tag/allan-dos-santos/
Como se vê não se trata apenas de mero medo ou temor, mas de um verdadeiro
terror praticado contra indivíduos pelo Estado Brasileiro, sobremaneira por conta de arbitrariedades
cometidas, com a devida vênia pelo Ministro Alexandre de Moraes, impondo-se a indivíduos e jornalistas
todos os tipos de abusos e transgressões através de ordens manifestamente arbitrárias, ilegais, e
inconstitucionais e que violam incontáveis direitos fundamentais básicos e universais inclusive protegidos
por normas internacionais.
Não há dúvidas de que o Estado tem não apenas o direito, mas também o dever de
investigar eventuais infrações penais, culminando, se necessário na acusação, no processamento e
julgamento futuro da questão.
Porém, toda e qualquer medida, ato ou decisão tomada ainda que para fins
meramente investigativos, deve ser feita nos exatos e precisos limites da norma vigente, sobremaneira
respeitando os direitos e garantias fundamentais do ser humano previsto não apenas na Constituição da
Republica Federativa do Brasil de 1988, como também na Convenção Americana de Direitos Humanos,
observado ainda o disposto nos limites impostos pelos Códigos Penal e de Processo Penal brasileiros.
Com efeito, diante deste arcabouço de situações que já violam e continuam violando
direitos fundamentais e que, ao que tudo indicam, hão de surgir ainda mais abusos e arbitrariedades que
podem colocar em risco não apenas a liberdade, mas também a própria vida de indivíduos, é
fundamental que sejam concedidas medidas cautelares por esta Insigne Corte.
No que diz respeito ao item “a””, há que se convalidar que todas as situações narradas
na presente denúncia são de conhecimento público e notório, não apenas no país, mas também fora
dele, inclusive com ampla divulgação inclusive na imprensa das quais alguns dos próprios investigados são
jornalistas.
Há que se destacar que até mesmo o Excelentíssimo Relator Especial para a Liberdade
de Expressão da CIDH, Dr. Edison Lanza manifestou sua preocupação com as matérias que vem sendo
publicadas no Brasil, mas que agora, espera-se, sejam melhor compreendidas antes os fatos, provas e
direitos explanados na presente:
https://twitter.com/EdisonLanza/status/1288569177985421313
Também o subscritor tentou chamar atenção do MM. Relator desta Egrégia Corte em
seu Twitter, trazendo a baila um pequeno informe a respeito da presente:
https://twitter.com/emergrigollette/status/1288619713153708033
No que diz respeito ao item “b”, faz-se oportuno informar que o DENUNCIANTE é parte
diretamente envolvida no Inquérito 4.781 e esta devidamente identificado na presente, não obstante a
necessidade de concessão das medidas cautelares a todos os demais investigados, devidamente indicados
na própria decisão do Ministro Alexandre de Moraes que determinou as buscas e apreensões, o bloqueio
de contas de redes sociais, a quebra de sigilo fiscal e bancário entre outras medidas.
Não obstante o DENUNCIANTE não fazer parte do Inquérito 4.828, em se considerando
que o referido é originário do Inquérito 4.781, objeto desta denúncia, maculando assim de forma
inconteste o procedimento, sem perder de vistas outras arbitrariedades até mais graves que inclusive já
culminaram em prisões ilegais naquele feito, de rigor ainda que os investigados do Inquérito 4.828 sejam
amparados com os mesmos pedidos cautelares.
Ante isso, requer-se desde já que as medidas cautelares, sejam concedidas INAUDITA
ALTERA PARS, ou seja, em caráter emergencial, independentemente e até antes da manifestação do
Estado Membro, conforme autoriza o item 5, do Artigo 25 do REGULAMENTO da CONVENÇÃO
AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, abaixo reproduzido:
Dito isto, requer sejam concedidas as seguintes medidas cautelares, inaudita altera pars
para o fim recomendar:
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6. A Comissão evaluará periodicamente a pertinência de manter a vigência das medidas cautelares outorgadas.
5. DAS PROVAS DISPONÍVEIS
6. DOS PEDIDOS
Ex positis, para que se digne o fiel cumprimento das leis internacionais e nacionais, da
mais lidima justiça e sobretudo, da Constituição da República Federativa do Brasil e da Convenção
Americana de Direito Humanos, requer seja a presente denúncia recebida pela Secretaria da Comissão,
para análise de admissibilidade, sem prejuízo da análise em urgência dos pedidos cautelares abaixo
reprisados.
Caso necessário, pede-se alternativamente, prazo para emenda, caso esta Colenda
Comissão entenda ser necessário.
Nos termos do art. 25 do REGULAMENTO DA COMISSÃO INTERAMERICANA DE
DIREITOS HUMANOS c.c/ artigo 25 da CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, requer-se, em
CARÁTER LIMINAR E CAUTELAR INAUDITA ALTERA PARS, seja recomendado ao Estado Brasileiro,
precisamente na figura do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL que:
Requer ainda seja designada Comissão Interna para que seja procedida investigação in
loco prevista no artigo 3961, para que sejam melhor apuradas todas as infrações ora denunciadas.
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Seção 4 — Processo - Artigo 48
1. A Comissão, ao receber uma petição ou comunicação na qual se alegue violação de qualquer dos direitos
consagrados nesta Convenção, procederá da seguinte maneira:
a. se reconhecer a admissibilidade da petição ou comunicação, solicitará informações ao Governo do Estado ao qual
pertença a autoridade apontada como responsável pela violação alegada e transcreverá as partes pertinentes da petição
ou comunicação. As referidas informações devem ser enviadas dentro de um prazo razoável, fixado pela Comissão ao
considerar as circunstâncias de cada caso;
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Artigo 38. Presunção
Presumir-se-ão verdadeiros os fatos relatados na petição, cujas partes pertinentes hajam sido transmitidas ao Estado
de que se trate, se este, no prazo máximo fixado pela Comissão de conformidade com o artigo 37 do presente
Regulamento, não proporcionar a informação respectiva, desde que, de outros elementos de convicção, não resulte
conclusão diversa.
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Artigo 50. Comunicações entre Estados
1. A comunicação apresentada por um Estado parte na Convenção Interamericana sobre Direitos Humanos que haja
aceito a competência da Comissão para receber e examinar comunicações contra outros Estados partes será
transmitida ao Estado parte de que se trate, tenha este aceito ou não a competência da Comissão. Se não a aceitou, a
comunicação será enviada para que esse Estado possa exercer a opção que lhe cabe nos termos do artigo 45,
parágrafo 3, da Convenção, para reconhecer essa competência no caso específico a que se refira a comunicação. 2.
Aceita, pelo Estado de que se trate, a competência para conhecer da comunicação do outro Estado parte, a
respectiva tramitação será regida pelas disposições do presente Capítulo II, na medida em que sejam aplicáveis.
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Artigo 45. Submissão do caso à Corte
1. Se o Estado de que se trate houver aceito a jurisdição da Corte Interamericana em conformidade com o artigo 62
da Convenção Americana, e se a Comissão considerar que este não deu cumprimento às recomendações contidas no
relatório aprovado de acordo com o artigo 50 do citado instrumento, a Comissão submeterá o caso à Corte, salvo por
decisão fundamentada da maioria absoluta dos seus membros.
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Artigo 39. Investigação in loco
1. Se considerar necessário e conveniente, a Comissão poderá realizar uma investigação in loco, para cuja eficaz
realização solicitará as facilidades pertinentes, as quais serão proporcionadas pelo Estado em questão. Em casos
graves e urgentes, a Comissão poderá realizar uma investigação in loco mediante consentimento prévio do Estado em
cujo território se alegue haver sido cometida a violação, tão somente com a apresentação de uma petição ou
comunicação que reúna todos os requisitos formais de admissibilidade. 2. A Comissão poderá delegar a um ou mais
de seus membros o recebimento de prova testemunhal conforme as regras estabelecidas no artigo 65, incisos 5, 6, 7
e 8.
Ao final da presente requer a ratificação dos pedidos cautelares indicados alhures, e
ainda seja recomendado o reconhecimento da nulidade do acórdão proferido pelos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, que culminou na improcedência da Ação de Descumprimento de Preceito
Fundamental número 572, desde a Petição de nº.: 44156 protocolada por Bernardo Pires Kuster, ora
DENUNCIANTE, recomendando-se ainda seja determinado a análise anteriormente ao novo julgamento,
bem como abrindo-se vista aos demais Ministros do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, o PROCURADOR
GERAL DA REPÚBLICA, a UNIÃO através da ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO e ainda o CONSELHO
NACIONAL DE JUSTIÇA e o CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL para que se
manifestem acerca da petição e documentos a ela anexados, procedendo-se novo julgamento e votos.
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Artigo 8. Garantias judiciais
1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou
tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação
penal formulada contra ela, ou para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou
de qualquer outra natureza.
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente
sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
a. direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tradutor ou intérprete, se não compreender ou não falar
o idioma do juízo ou tribunal;
b. comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada;
c. concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparação de sua defesa;
d. direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de sua escolha e de
comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor;
e. direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou não, segundo
a legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido
pela lei;
f. direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no tribunal e de obter o comparecimento, como
testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos;
g. direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada;
h. direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.
3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma natureza.
4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos
fatos.
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os interesses da justiça.
1, da Convenção Interamericana de Direitos Humanos – Pacto de San José da Costa Rica, da Declaração de
Princípios de Liberdade de Expressão; dos art. 5º, caput e incisos IX, XXXIV, LIV,LV e ainda o artigo 133 e os
artigo 220 e seguintes da Constituição Federal da Republica Federativa do Brasil de 1988, A Súmula 14 do
STF; a Lei Federal nº.: 12.965, de 23 de Abril de 2014, que estabelece princípios, garantias, direitos e
deveres para o uso da Internet no Brasil no que diz respeito a garantia a liberdade de expressão; no
Decreto-Lei nº.: 3.689, de 3 de Outubro de 1941 - Código de Processo Penal Brasileiro; no Decreto-Lei nº.:
2.848, de 7 de Dezembro de 1940 - Código Penal Brasileiro e na Lei Federal nº.: 9.099, de 26 de Setembro
de 1995 que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências e ainda a Lei
Federal nº.: 8.906, de 4 de Julho de 1994 que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos
Advogados do Brasil, conforme dispositivos elencados respectivamente acima, ao longo da presente.
Sejam expedidos informes a outros órgãos de proteção aos direitos humanos, para que
tenham ciência das situações ora denunciadas, a fim de que possam acompanhar o caso, e conforme for,
manifestarem-se a respeito, dentro de suas competências.
FABIANA BARROSO
OAB/SP 228.861