Gênesis Revisitado - Zecharia Sitchin
Gênesis Revisitado - Zecharia Sitchin
Gênesis Revisitado - Zecharia Sitchin
GÊ NESIS REVISITADO
As Provas Definitivas de que os Extraterrestres Estiveram Entre
Nó s
1990 Editora
Best Seller
Sumá rio
1. A Hoste do Céu
3. No Princípio
4. Os Mensageiros do Gênesis
6. Testemunha do Gênesis
7. A Semente da Vida
9. A Mã e Chamada Eva
Mas uma pergunta se faz necessá ria: A humanidade saiu da Idade Média, alcançou o Século das Luzes,
conheceu a Revoluçã o Industrial e entrou na era da alta tecnologia, da engenharia genética e dos voos
espaciais apenas para alcançar o antigo conhecimento?
Durante muitas geraçõ es, a Bíblia e seus ensinamentos serviram como uma espécie de â ncora para as
perguntas empreendidas pelo homem. Mas a ciência moderna nos desorientou particularmente no
confronto entre as teorias
Evolucionistas e a Criaçã o. Neste livro, tento demonstrar que o conflito é infundado e que o Gênesis e suas
fontes refletem os mais altos níveis do conhecimento científico.
Será possível, entã o, que as mais recentes descobertas sobre o planeta Terra e nosso canto do Universo, o
céu, sejam apenas capítulos de um drama que pode ser
intitulado de "Gênesis Revisitado", uma redescoberta do que era o conhecimento de uma civilizaçã o bem
anterior, na Terra ou em outro planeta?
Sem dú vida, nã o se trata de mera curiosidade científica; a questã o chega ao cerne da existência humana, sua
origem e seu destino. Envolve o futuro da Terra como um planeta viá vel, pois trata de acontecimentos do
passado terrestre; refere-se para onde estamos indo porque revela de onde viemos. E as respostas, como
veremos, levam a conclusõ es inevitá veis que alguns consideram incríveis demais para aceitar, e outros
pavorosas demais para enfrentar.
1
A Hoste do Céu
O pró prio conceito de um princípio para todas as coisas é bá sico na moderna astronomia e astrofísica. A
afirmaçã o de que no estado anterior à Criaçã o só existia o vazio e o caos está de acordo com as mais
recentes teorias de que o Universo é governado pelo caos e nã o pela estabilidade permanente. Segue-se o
relato sobre a separaçã o da luz e das trevas, iniciando-se o processo da Criaçã o.
Seria uma referência ao Big-Bang (bigue-bangue) ou Grande Explosã o, a teoria de que o Universo foi criado
numa explosã o primordial, um estouro de energia em forma de luz que arremessou em todas a direçõ es a
matéria que formou as estrelas, os planetas, as rochas e os seres humanos, criando as maravilhas que
vemos no céu e na Terra?
Alguns cientistas, iluminados pelas revelaçõ es de nossa fonte mais inspiradora, acharam que sim. Mas como
o homem antigo conhecia há tanto tempo a teoria do
Big-Bang? O relato bíblico descrevia acontecimentos mais recentes, a formaçã o de nosso pequeno planeta
Terra e sua regiã o no céu, o Firmamento, ou Cinturã o de Asteró ides, o "Bracelete Partido"?
Na verdade, de que maneira o homem antigo adquiriu uma cosmogonia? O quanto sabia de fato e como
chegou a esse conhecimento?
Talvez fosse mais apropriado iniciar a busca dessas respostas no céu, onde os acontecimentos tiveram
inicio. Nã o foi no céu que o homem, desde tempos
imemoriais, julgou estar sua origem, seus valores. Mais sublimes e onde Deus, se
assim desejarmos, pode ser encontrado? Tã o emocionantes quanto as descobertas
feitas com o microscó pio sã o as imagens obtidas através do telescó pio, repletas de informaçõ es sobre a
grandeza da natureza e do Universo. De todos os avanços
recentes, os mais impressionantes foram, sem dú vida, descobertos no céu. E que
abalo eles causaram! Em poucas décadas, n6s, os seres humanos, sobrevoamos nosso planeta, nos
afastamos a centenas de quilô metros de sua superfície,
pousamos na Lua, nosso satélite solitá rio, mandamos um esquadrã o de naves nã o tripuladas para sondar
nossos vizinhos celestes e descobrimos mundos ativos, de cores brilhantes, com aspectos variados, satélites
e anéis. Talvez, pela primeira vez, possamos compreender o significado das palavras do salmista:
Os céus contam a gló ria de Deus, e o Firmamento proclama a obra de suas mã os.
Uma era fantá stica de exploraçõ es interplanetá rias chegou ao clímax em agosto de 1989, quando a nave
Voyager 2, nã o tripulada, passou por Netuno e enviou à Terra fotografias e dados diversos. Pesava apenas 1
tonelada, mas era engenhosamente aparelhada com câ meras de televisã o, equipamentos e sensores de
medidas, uma fonte de energia à base de degradaçã o nuclear, antenas transmissoras e minú sculos
computadores. Ela enviava pequenas vibraçõ es que levavam mais de quatro horas para atingir a Terra,
mesmo à velocidade da luz. As vibraçõ es eram recebidas por um conjunto de radiotelescó pios que formam
a Deep Space Network (Rede do Espaço Profundo) da Administraçã o Nacional de Aeroná utica e Espaço dos
Estados Unidos (NASA). Esses fracos sinais eram entã o traduzidos por "má gica" eletrô nica e transformados
em mapas e outros dados com os equipamentos do JPL - Jet Propulsion Laboratory (Laborató rio de
Propulsã o a Jato) de Pasadena, Califó rnia, encarregado do projeto da NASA.
Lançada em agosto de 1977, doze anos antes da missã o final - a visita a Netuno -
Voyager 2 e sua companheira Voyager 1 foram originalmente projetadas para alcançar e examinar apenas
Jú piter e Saturno, aumentando os dados fornecidos sobre esses dois planetas gigantes e gasosos pelas
naves Pioneer 10 e Pioneer 11, também nã o tripuladas. Mas com extraordiná ria engenhosidade e perícia, os
cientistas do JPL aproveitaram um raro alinhamento dos outros planetas e, usando
suas forças gravitacionais como “estilingues”, conseguiram impulsionar a Voyager 2 primeiro de Saturno e
Urano e, depois, de Urano a Netuno.
No final de agosto de 1989, durante vá rios dias, as manchetes dos jornais mundiais desviaram-se das
notícias habituais - conflitos armados, levantes políticos, jogos esportivos e informes financeiros - para
dedicar seu tempo à observaçã o de um outro mundo: Netuno.
Dois meses antes do encontro de agosto, eu escrevera um artigo para vá rias publicaçõ es mensais dos
Estados Unidos, Europa e América do Sul, onde
contradizia noçõ es estabelecidas há muito tempo: Netuno era conhecido na
Antiguidade; as descobertas a serem feitas apenas confirmariam o conhecimento antigo. No artigo, eu
também afirmava que Netuno devia ser azul-esverdeado, líquido, e teria manchas cor de "vegetaçã o
pantanosa".
Os sinais eletrô nicos da Voyager 2 confirmaram tudo isso e foram além. Revelaram um belo planeta azul-
esverdeado, cor de á gua-marinha, envolto em uma atmosfera de gases de hélio, hidrogênio e metano,
varrida por vendavais e redemoinhos velozes que tornam insignificantes os furacõ es terrestres. Abaixo
dessa atmosfera apareceram "borrõ es" gigantescos e misteriosos, à s vezes com coloraçã o azul
mais escura, outras em tom verde-amarelado, talvez devido ao â ngulo de incidência da luz. Como era
esperado, as temperaturas da atmosfera e da superfície estavam abaixo do nível do congelamento. Ao
contrá rio das previsõ es, que consideravam
Netuno um planeta "gasoso", a Voyager 2 mostrou que existia um nú cleo rochoso e sobre ele, flutuando, nas
palavras dos cientistas do JPL, "uma mistura viscosa de gelo líquido". Essa camada de á gua que cobria o
planeta, girando à velocidade de seu dia de 16 horas, funciona como um dínamo que cria um considerá vel
campo magnético.
Esse belo planeta encontrava-se cercado de vá rios anéis de pedras, rochas e poeira, com pelo menos oito
satélites ou luas orbitando a sua volta. Tritã o, o ú ltimo e
maior, mostrou-se tã o espetacular quanto seu senhor planetá rio. A Voyager 2 confirmou o movimento
retró grado desse pequeno corpo celeste (quase do
tamanho da Lua): sua ó rbita à volta de Netuno toma a direçã o oposta ao curso
desse planeta e de todos os outros do sistema solar. Nã o obedece o sentido anti-
horá rio, como eles, mas o horá rio. Porém, os astrô nomos nada mais sabem sobre ele além de sua existência,
seu tamanho aproximado e movimento retró grado. A Voyager 2 revelou que Tritã o é uma "lua azul",
aparência resultante do metano na atmosfera. Sua superfície, por trá s da fina atmosfera, é rosa-acinzentada,
rugosa e
montanhosa de um lado, sendo lisa e quase sem crateras do outro. Fotos detalhadas sugeriram atividade
vulcâ nica recente, mas de um tipo estranho: o que o interior
quente e ativo expele nã o é lava derretida, mas jatos de gelo. Estudos preliminares indicaram a existência
de á guas correntes no passado de Tritã o, possivelmente
com lagos na superfície até época recente em termos geoló gicos. Os astrô nomos
nã o conseguiram uma explicaçã o imediata para as "linhas duplas de sulcos como trilhos" que percorrem
retas centenas de quilô metros e que, em um ou dois
pontos, cortam outras em aparentes â ngulos retos, sugerindo á reas retangulares.
As descobertas, portanto, confirmaram meu prognó stico: Netuno é realmente azul-esverdeado, é composto
em grande parte de á gua e tem manchas com uma coloraçã o semelhante à "vegetaçã o pantanosa". Este
ú ltimo aspecto pode
evidenciar mais que um có digo de cores se for levada em consideraçã o a total
implicaçã o das descobertas sobre Tritã o: ali, as "manchas mais escuras com halos brilhantes" sugeriram aos
cientistas da NASA a existência de "poças profundas de sedimento orgânico". Bob Davis de Pasadena
informou ao The Wall Street Journal que Tritã o, cuja atmosfera contém tanto nitrogênio quanto a Terra,
pode expelir
por meio de seus vulcõ es ativos nã o apenas gases e á gua congelada, mas também "material orgâ nico",
compostos bá sicos de carbono que aparentemente cobrem partes do satélite.
Essa corroboraçã o tã o gratificante e completa de minha previsã o nã o foi apenas o resultado de mera e feliz
suposiçã o. É uma volta ao ano de 1976, quando foi
publicado O 12º. Planeta, meu primeiro livro da série The Earth Chronicles
(Crô nicas da Terra). Baseando minhas conclusõ es em textos sumérios milenares, perguntei retoricamente:
"Quando algum dia investigarmos Netuno, descobriremos que sua persistente associaçã o com as á guas é
devida aos pâ ntanos aquosos antes avistados l|”?
A questã o foi publicada e evidentemente escrita um ano antes do lançamento da Voyager 2 e reafirmada em
um artigo que escrevi dois meses à frente de sua aproximaçã o de Netuno.
Urano, apesar de estar um pouco mais pró ximo de nó s - a "apenas" cerca de 3 bilhõ es de quilô metros de
distâ ncia -, fica tã o além de Saturno que nã o pode ser
visto da Terra a olho nu. Urano foi descoberto em 1781 por Frederick William
Herschel, um mú sico que passou a ser astrô nomo amador pouco depois do aperfeiçoamento do telescó pio.
Da época de sua descoberta até hoje, Urano tem
sido aclamado como o primeiro planeta desconhecido na Antiguidade e descoberto nos tempos modernos.
Isso porque os povos antigos conheciam e veneravam o
Sol, a Lua e apenas cinco planetas (Mercú rio, Vênus, Marte, Jú piter e Saturno), acreditando que se moviam à
volta da Terra na "abó bada celeste"; nada podia ser visto ou conhecido além de Saturno.
Mas a pró pria evidência obtida pela Voyager 2 em Urano provou o oposto: um certo povo antigo, em época
remota, sabia a respeito da existência de Urano, Netuno e até de P1utã o, o mais distante!
Os cientistas ainda estã o analisando as fotografias e os dados de Urano e suas luas espantosas, procurando
respostas para interminá veis enigmas. Por que Urano está inclinado de lado, como se tivesse sofrido uma
colisã o com outro corpo
celeste? Por que seus ventos sopram numa direçã o retró grada, ao contrá rio da
norma no sistema solar? Por que sua temperatura do lado oculto do Sol é igual à do lado virado para ele? E
o que causou a aparência e formaçã o incomuns de algumas
luas de Urano? Especialmente intrigante é a lua chamada Miranda, "um dos objetos mais enigmá ticos do
sistema solar", nas palavras dos astrô nomos da NASA, com escarpas de 150 quilô metros de comprimento
que formam um â ngulo reto (um
aspecto batizado "the Chevron" pelos astrô nomos, ou uma divisa em V). Dos dois lados desse planalto
aparecem formas elípticas que parecem pistas aradas em sulcos concêntricos.
Contudo, dois fenô menos, entre as principais descobertas, distinguem Urano de outros planetas. Um é sua
cor. Com a ajuda de telescó pios da Terra e aeronaves
sem tripulantes, nos familiarizamos com o marrom-acinzentado de Mercú rio, a
neblina cor de enxofre que cerca Vênus, o tom avermelhado de Marte, a mistura de vermelho, marrom e
amarelo de Jú piter e Saturno. Mas, quando as imagens
empolgantes de Urano começaram a aparecer nas telas de televisã o, em janeiro de
1986, seu aspecto mais surpreendente foi a cor verde-azulada - totalmente diversa da de todos os planetas
avistados antes.
Corri ao meu escritó rio e apanhei um exemplar de O 12º. Planeta. Com as mã os trêmulas, achei a pá gina, li e
reli as citaçõ es dos textos antigos. Sim, nã o havia dú vida: apesar de nã o possuírem telescó pio, os sumérios
descreveram Urano como MASH.SIG, um termo que traduzi por "radiante vida esverdeada”.
Poucos dias depois chegaram os resultados da aná lise dos dados da Voyager 2 e a referência à á gua feita
pelos sumérios foi confirmada. Realmente, tudo parecia
estar coberto de á gua: como foi noticiado em um programa abrangente da série de
televisã o Nova ("O Planeta que Deus Golpeou de Lado"), "a Voyager 2 descobriu que todas a luas de Urano
sã o feitas de rocha e á gua comum gelada". Essa
abundâ ncia ou mesmo a simples presença de á gua era totalmente inesperada em um suposto planeta
"gasoso" e seus satélites, nas bordas do sistema solar.
Mas ali estava a prova apresentada em O 12º. Planeta de que, em seus textos milenares, os antigos sumérios
conheciam a existência de Urano e ainda o descreveram corretamente como verde-azulado e aquoso!
O que significava aquilo tudo? Que em 1986 a ciência moderna nã o tinha descoberto algo desconhecido,
mas redescoberto um antigo conhecimento? Foi a
confirmaçã o, em 1986, do que eu escrevera em 1976 e a veracidade dos textos sumérios que me deram
confiança suficiente para predizer, nas vésperas do encontro da Voyager 2 com Netuno, o que ali seria
descoberto.
Os ventos ferozes de Netuno e a camada aquosa fluida sobre sua superfície atestam o grande calor interno
que ele gera, como Urano. De fato, as primeiras
notícias do JPL confirmaram as leituras iniciais que indicavam que "a temperatura de Netuno é semelhante
à de Urano, que está situado a mais de 1,5 bilhã o de
quilô metros mais pró ximo do Sol". Sendo assim, os cientistas concluíram que, de algum modo, Netuno gera
mais calor interno que Urano, compensando de certa
forma a distâ ncia maior do Sol para atingir a mesma temperatura gerada por este, o que resulta na
semelhança de calor em ambos. Somou-se, assim, mais um aspecto ao "tamanho e outras características que
fazem de Urano um gêmeo pró ximo de Netuno".
No caso desses dois planetas distantes, a ciência moderna aparentemente só alcançou o conhecimento
antigo. Parece incrível, mas os fatos falam por si. Além
disso, essa é apenas a primeira de uma série de descobertas científicas realizadas nos anos seguintes à
publicaçã o de 12º. Planeta e que sã o comprovadas, uma apó s outra.
Os que leram meus livros, The Stairway to Heaven, The Wars of Gods and Men e
The Lost Realms, sabem que sã o baseados, fundamentalmente, no conhecimento que nos foi transmitido
pelos sumérios.
Aparecendo subitamente do nada há cerca de 6 mil anos, os sumérios têm a seu crédito todas as invençõ es
de uma grande civilizaçã o e as inovaçõ es, conceitos e crenças que formam a base da cultura ocidental. A
roda e os animais de traçã o, os barcos para os rios e navios para os mares, o forno e o tijolo, edifícios
elevados, a escrita, escolas e escribas, leis, juízes e jurados, reinado e conselhos de cidadã os,
mú sica, dança e arte, medicina e química, tecelagem e têxteis, religiã o, sacerdó cio e templos - tudo se iniciou
na Suméria, uma regiã o ao sul do Iraque atual, localizada na antiga Mesopotâ mia. Acima de tudo,
começaram ali os conhecimentos de matemá tica e astronomia.
De fato, todos os elementos bá sicos da astronomia moderna sã o de origem suméria: o conceito de uma
esfera celeste, de um horizonte e um zênite, da divisã o
do círculo em 360 graus, de uma faixa celeste em que orbitam os planetas à volta do
Sol, de agrupar as estrelas em constelaçõ es dando-lhes os nomes e as imagens pictó ricas que chamamos
zodíaco, de aplicar o nú mero doze a esse zodíaco e à s
divisõ es do tempo e de organizar um calendá rio que tem sido a base de outros até hoje. Tudo isso e muito,
muito mais, começou na Suméria
Os sumérios registravam suas transaçõ es comerciais e legais, seus contos e histó rias em tá bulas de argila:
desenhavam suas ilustraçõ es em selos cilíndricos
em que a representaçã o era gravada ao contrá rio, como um negativo, e aparecia no positivo quando o selo
era rolado na argila ú mida. Nas ruínas das cidades
sumérias escavadas pelos arqueó logos há mais de 150 anos, foram encontrados
centenas, senã o milhares de textos e ilustraçõ es sobre astronomia. Entre eles existem listas de estrelas e
constelaçõ es em suas corretas posiçõ es no céu, além de
manuais para observar o nascer e o ocaso de estrelas e planetas. Existem textos
específicos sobre o sistema solar. Algumas dessas tá bulas de argila desenterradas apresentam a lista dos
planetas que çircu1avam à volta do Sol na ordem correta;
uma delas chega a dar as distâ ncias interplanetares. E existem desenhos em selos cilíndricos, representando
o sistema solar, que tem pelo menos 4 500 anos de idade e que agora é conservado na Seçã o do Oriente
Pró ximo do Museu Estatal de Berlim Oriental, catalogado sob o nú mero VA/243.
Veremos um completo sistema solar em que o Sol está no centro (e nã o a Terra!), orbitado por todos os
planetas que conhecemos hoje. Isso fica evidente quando desenhamos esses planetas à volta do Sol nos
tamanhos relativos e na ordem
correta. A semelhança entre a ilustraçã o antiga e a atual é notá vel, nã o deixando dú vidas de que os gêmeos
Urano e Netuno eram conhecidos na Antiguidade.
No entanto, a representaçã o suméria revela algumas diferenças. Elas nã o sã o devidas a erros do artista ou a
desinformaçã o; ao contrá rio, duas dessas diferenças sã o muito importantes.
A primeira diz respeito a Plutã o. Ele tem uma ó rbita muito estranha - bem mais inclinada do que o plano
comum da ó rbita terrestre (chamado eclíptica) em que os planetas orbitam em volta do Sol e de maneira
tã o elíptica que Plutã o, à s vezes (como no presente, até 1999), fica mais pró ximo do Sol do que Netuno, e
nã o mais afastado. Por essa razã o, os astrô nomos sugeriram desde sua descoberta, em 1930, que Plutã o era
originalmente um satélite de outro planeta. A presunçã o era de que fosse uma lua de Netuno que "de algum
modo" - que ninguém calcula - foi afastado de sua ligaçã o ao planeta e adquiriu ó rbita independente (apesar
de estranha) à volta do Sol.
Isso é confirmado pela antiga representaçã o, mas com uma diferença marcante.
Na figura suméria, Plutã o nã o é mostrado pró ximo a Netuno, mas entre Saturno e
Urano. E os textos cosmoló gicos sumérios, tratados com detalhes mais adiante, relatam que Plutã o foi um
satélite de Saturno e se afastou, adquirindo
eventualmente seu pró prio "destino" - a ó rbita independente à volta do Sol.
A antiga explicaçã o sobre a origem de Plutã o revela nã o só o conhecimento factual, mas grande sofisticaçã o
em assuntos celestes. Envolve a compreensã o das forças complexas que moldaram o sistema solar e o
desenvolvimento de teorias
astrofísicas de que luas podem se transformar em planetas ou os planetas em formaçã o falharem, passando
a ser luas. Plutã o, de acordo com a cosmogonia
suméria, conseguiu isso, e nossa Lua, que estava em processo de se tornar um planeta independente, foi
impedida por eventos celestes de conquistar sua independência.
Os astrô nomos modernos só passaram da especulaçã o à convicçã o de que esse processo realmente ocorreu
em nosso sistema solar a partir das observaçõ es das naves Pioneer e Voyager, que determinaram, na ú ltima
década, que Titã , a maior
lua de Saturno, foi um planeta em formaçã o que nã o completou seu afastamento.
As descobertas em Netuno reforçaram a especulaçã o oposta sobre Tritã o, a lua de
Netuno que é 640 quilô metros menor em diâ metro que a lua terrestre. Sua ó rbita peculiar, seu vulcanismo
e outros aspectos inesperados, sugeriram aos cientistas do JPL, nas palavras de Edward. Stone, chefe do
projeto, que "Tritã o pode ter sido um objeto que cruzou o sistema solar há muitos bilhõ es de anos e ao
aproximarse muito de Netuno sofreu sua influência gravitacional, passando a orbitar à volta do planeta".
Em que medida essa hipó tese se distancia da noçã o suméria de que as luas planetá rias poderiam vir a ser
planetas, mudando posiçõ es celestes, ou falhar em obter suas ó rbitas independentes? De fato, ao
continuarmos expondo a
cosmogonia suméria, parece tomar-se cada vez mais evidente que a descoberta moderna é uma
redescoberta do conhecimento antigo e que esse velho saber oferece explicaçõ es para muitos fenô menos
que a ciência moderna ainda nã o conseguiu compreender.
Desde o início, antes de serem apresentadas outras evidências que comprovam tal declaraçã o, surge
inevitavelmente a pergunta: como os sumérios podiam conhecer tudo isso há tanto tempo, no alvorecer da
civilizaçã o?
A resposta encontra-se na segunda diferença entre a representaçã o suméria do sistema solar e nosso
conhecimento presente a respeito. É a inclusã o de um
grande planeta no espaço vazio entre Marte e Jú piter. Nã o temos conhecimento da existência de tal planeta,
mas os textos cosmoló gicos, astronô micos e histó ricos
sumérios insistem em que existe, realmente, mais um planeta em nosso sistema solar - o décimo segundo
planeta. Os sumérios incluem o Sol, a Lua (que
consideravam um corpo celeste independente por razõ es que explicam nos textos) e dez planetas, nã o nove.
Foi a compreensã o de que o planeta que os textos
sumérios chamavam NIBIRU ("planeta da travessia") nã o era Marte e nem Jú piter, como discutiam alguns
estudiosos, mas um outro corpo celeste que passa entre
eles a cada período de 3600 anos, que inspirou o título de meu primeiro livro, O 12º. Planeta - o "décimo
segundo membro" do sistema solar (apesar de ser tecnicamente o décimo planeta).
"Os textos sumérios declaram repetidas vezes que os ANUNNAKI saíram de Nibiru para vir à Terra". O
termo Anunnaki significa literalmente "os que vieram do céu à
Terra". Sã o citados na Bíblia como os Anakim e no Capítulo 6 do Gênesis também sã o chamados de
Nefilim, que em hebreu significa a mesma coisa: "os que desceram do céu à Terra".
Os sumérios explicam - como se antecipassem algumas de nossas perguntas - que
aprenderam tudo o que sabiam dos Anunnaki. O conhecimento avançado que
encontramos nos textos sumérios é efetivamente o que os Anunnaki possuíam
quando vieram de Nibiru; sua civilizaçã o devia ser muito avançada, porque pelo que
depreendi dos textos sumérios, os Anunnaki chegaram à Terra há cerca de
445 mil anos. Nesse tempo distante eles já sabiam viajar pelo espaço. Sua enorme ó rbita
elíptica fazia um grande laço - esta é a traduçã o exata do texto sumério - à volta de todos os
planetas exteriores, atuando como um observató rio em
movimento de onde eles podiam investigar todos os planetas. Assim, nã o é de admirar que o
que estamos descobrindo já fosse conhecido no tempo dos sumérios.
Por que alguém se incomodaria em vir até a Terra, nã o por acaso, mas repetidamente, a cada
3.600 anos? Esta é uma questã o respondida pelos textos
sumérios. Em Nibiru, os Anunnaki/Nefilim enfrentavam uma situaçã o que logo também
teremos de enfrentar na Terra: a deterioraçã o tecnoló gica estava
tornando a vida impossível. Houve necessidade de proteger sua atmosfera, que
escasseava, e a ú nica soluçã o parecia ser a formaçã o de uma camada de partículas de ouro,
como uma capa, para resguardá -la. (As janelas das espaçonaves
americanas, por exemplo, recebem uma fina camada de ouro para proteger os
astronautas da radiaçã o.) Esse metal raro foi descoberto pelos Anunnaki no que
chamavam de Sétimo Planeta (contando do exterior para dentro) e promoveram
uma Missã o Terra para obtê-lo. Primeiro tentaram consegui-lo sem esforço nas á guas do
golfo Pérsico; ao falharem, iniciaram trabalhosas operaçõ es de mineraçã o no sudeste da
Á frica.
Aproximadamente há 300 mil anos, os Anunnaki designados para o trabalho nas minas
africanas se rebelaram. Foi quando o oficial que era médico-chefe dos
Anunnaki empregou a manipulaçã o genética e técnica de fertilizaçã o em tubos de ensaios
para criar “operá rios primitivos" - o primeiro Homo sapiens - encarregados do trabalho
pesado nas minas de ouro.
Os textos sumérios que descrevem todos esses acontecimentos e sua versã o condensada no
livro do Gênesis foram extensivamente estudados em O 12º.
Planeta. Os aspectos científicos desses processos e das técnicas empregadas pelos
Anunnaki sã o o assunto desse livro. A ciência moderna, como será demonstrado, vem
anunciando uma senda espantosa de avanços científicos - mas a estrada para o futuro está
repleta de avisos, conhecimento e avanços do passado. Os Anunnaki,
como está demonstrado, já a percorreram, e, à medida que mudavam suas relaçõ es com os
seres que haviam criado e decidiam dar a civilizaçã o à humanidade, concederam parte de
seu conhecimento e a capacidade de fazermos nossos pró prios avanços científicos.
Entre as conquistas científicas que serã o discutidas nos pró ximos capítulos também será
evidenciada a existência de Nibiru. Se nã o fosse O 12º. Planeta, a
descoberta de Nibiru nã o seria considerada um grande evento da astronomia, mas passaria
a ter na atualidade a mesma importâ ncia da descoberta de Plutã o, em
1930. Foi gratificante saber que o sistema solar tem mais um planeta "lá fora" e seria
extraordiná rio, igualmente, confirmar que o nú mero de planetas é dez e nã o nove; os
astró logos ficariam especialmente satisfeitos, já que precisam de doze corpos celestes para
as casas do zodíaco, em vez de sete apenas.
Mas é quem está em Nibiru e nã o sua simples existência que sacudirá , com certeza, as
ordens políticas, religiosas, sociais, econô micas e militares da Terra. Quais serã o as
repercussõ es quando - e nã o se Nibiru for encontrado?
Existem provas de que houve mineraçã o no sudeste da Á frica durante a Idade da Pedra?
Estudos arqueoló gicos indicam que sim.
Percebendo que os locais de antigas minas abandonadas podiam indicar que o ouro seria
encontrado a Anglo-American Corporation, principal empresa de
mineraçã o da Á frica do Sul, contratou arqueó logos nos anos 70 para procurá -las. Relató rios
publicados no Optima, jornal da empresa, detalham a descoberta em
Suazilâ ndia e outros locais da Á frica do Sul de extensas á reas de mineraçã o com poços de
mais de 15 metros de profundidade. Restos de objetos de pedra e carvã o vegetal
estabeleceram datas de 35.000, 46.000 e 60.000 a.C. nesses locais. Os
arqueó logos e antropó logos que trabalharam para datar os achados acreditam que a
tecnologia de mineraçã o foi empregada na Á frica do Sul "durante grande parte do período
seguinte a 100.000 a.C.”.
A respeito das minas mais antigas de Monotapa, ao sul de Zimbá bue, as lendas zulus
afirmam que foram trabalhadas por "escravos artificiais de carne e sangue, criados pelo
Primeiro Povo".
Contam as lendas zulus que esses escravos "entraram na batalha com os trogloditas"
quando "a grande estrela da guerra apareceu no céu". (Ver Indaba My Children, do Credo
Vusamazulu Mutwa, pelo médico zulu.)
2
Veio do Espaço Exterior
"Foi a Voyager que despertou nossa atençã o para a importâ ncia das colisõ es", declarou o
cientista Edward Stone, do Instituto de Tecnologia da Califó rnia (Caltech), chefe de
programa Voyager. "Os choques có smicos foram os potentes escultores do sistema solar.”
Os sumérios esclareceram esse fato há 6 mil anos. O ponto central de sua cosmogonia, visã o
de mundo e religiã o foi o cataclismo, chamado de Batalha Celeste. Existem referências numa
miscelâ nea de textos, hinos e provérbios sumérios a esse acontecimento - como
encontramos na Bíblia, nos Livro dos
Salmos, Provérbios, Jó e vá rios outros. Mas os sumérios também descreveram esse evento
detalhadamente, em um texto longo que ocupou sete tá bulas. Só foram encontrados
fragmentos e citaçõ es do original sumério; o texto mais completo chegou até nó s na
linguagem acadiana, o idioma dos assírios e babilô nios que
ocuparam a Mesopotâ mia apó s os sumérios. O texto trata da formaçã o do sistema solar
antes da Batalha Celeste e ainda da natureza, das causas e resultados dessa espantosa
colisã o. E com uma ú nica premissa cosmogô nica, explica enigmas que ainda preocupam
nossos astrô nomos e astrofísicos.
E o que é mais importante: sempre que esses modernos cientistas chegam a uma resposta
satisfató ria, ela se adapta à suméria e a corrobora.
A compreensã o de que uma ou mais colisõ es de vulto mudaram o sistema solar em sua
forma inicial foi evidenciada apó s a passagem da nave por Urano em 1986, como admitiu o
Dr. Stone. Já se sabia por observaçã o telescó pica e com o uso de
outros instrumentos, antes da passagem da Voyager, que Urano tinha se deslocado
de lado. Mas teria sido formado assim desde o início ou alguma força externa - uma forte
colisã o ou um choque com outro grande corpo celeste - teria causado essa inclinaçã o?
A base teó rica dessa resposta foi enunciada antes do encontro com Urano, entre outros pelo
Dr. Christian Veillet, do Centro de Estudos e Pesquisas Geodinâ micos da França. Se as luas se
formaram na criaçã o de Urano, a "matéria-prima" celeste que elas aglomeraram devia ter
condensado a massa mais pesada pró xima ao planeta; haveria material rochoso mais pesado
e camadas mais finas de gelo nas luas
internas e uma mistura mais leve de materiais (mais á gua gelada e menos rochas) nas luas
externas. Seguindo o mesmo princípio de distribuiçã o de material no
sistema solar - uma proporçã o maior de matéria mais pesada pró xima ao Sol e
matéria mais leve (em estado "gasoso") mais distante -, as luas de Urano deviam
ser proporcionalmente mais leves que as de Saturno, que fica mais pró ximo.
Mas as descobertas revelaram uma situaçã o contrá ria à s expectativas. Nos relató rios
abrangentes sobre o encontro com Urano publicados em Science de 4 de
julho de 1986, uma equipe de quarenta cientistas concluiu que as densidades das luas de
Urano, exceto Miranda, "sã o bem maiores que os satélites de gelo de
Saturno". Do mesmo modo, os dados da Voyager mostraram - novamente, ao contrá rio do
"que devia ter sido" - que as duas grandes luas interiores de Urano,
Ariel e Umbriel, sã o de composiçã o mais leve (grossas camadas de gelo e nú cleos rochosos)
que as exteriores, Titâ nia e Oberon, feitas principalmente de pesado material rochoso e
com finas camadas de gelo, como se descobriu.
Essas descobertas da Voyager foram mais que simples sugestõ es de que as luas de
Urano nã o tinham se formado com o pró prio planeta, mas algum tempo depois e em
circunstâ ncias anormais. Outra descoberta que confundiu os cientistas foi a de que os anéis
de Urano eram 33 negros como azeviche, "mais negros que o
carvã o", presumivelmente compostos de "material rico em carbono, um tipo de piche
primordial varrido do espaço exterior" (a ênfase é minha). Esses anéis es-
curos, deformados, inclinados e "estranhamente elípticos" eram muito diferentes dos
braceletes simétricos de partículas de gelo que circundam Saturno. Negras
como azeviche também eram seis das luazinhas descobertas em Urano, algumas
das quais atuam como "pastoras" dos anéis. A conclusã o ó bvia foi de que os anéis e as
luazinhas foram constituídos com os mesmos fragmentos de "um abalo
violento ocorrido no passado de Urano". O cientista Ellis Miner, assistente do pro-
jeto do JPL, declarou em palavras mais simples: "Uma possibilidade plausível é a de que um
intruso tenha chegado de fora do sistema de Urano e colidido numa lua antes maior, com
força suficiente para parti-la".
A teoria de uma catastró fica colisã o terrestre, para explicar todos os fenô menos estranhos
de Urano, suas luas e anéis, foi reforçada com a descoberta de
fragmentos semelhantes a seixos negros que formam os anéis e circulam à volta
do planeta a cada oito horas - o dobro da velocidade de revoluçã o do pró prio planeta sobre
seu eixo. Isto provoca uma nova questã o: como esses fragmentos dos anéis foram
impulsionados a essa velocidade maior?
Baseada nos dados precedentes, a probabilidade de uma colisã o celeste surgiu como a ú nica
resposta plausível. "Precisamos levar em conta a grande
possibilidade de que as condiçõ es de formaçã o dos satélites tenham sido afetadas pelo
evento que criou a grande ubiqü idade de Urano", declarou a equipe de
quarenta cientistas. Em palavras mais simples, isso significa que, provavelmente, essas luas
foram criadas como resultado de uma colisã o que virou Urano de lado.
Nas entrevistas à imprensa, os cientistas da NASA foram mais audaciosos. "Uma
colisã o com algo do tamanho da Terra, viajando a mais de 60 mil quilô metros por hora,
poderia ter causado isso", declararam, sugerindo que provavelmente isso aconteceu há
cerca de 4 bilhõ es de anos.
O astrô nomo Garry Hunt, do Imperial College de Londres, resumiu em sete palavras: "Urano
recebeu um grande golpe de início".
Mas nas sínteses verbais ou nos longos relató rios escritos nã o se tentou sugerir o que era
esse "algo", de onde vinha e como colidiu com Urano ou o golpeou.
O material escuro que aparece de um lado de Nereida poderia ser explicado de duas
maneiras, mas em ambas é necessá ria uma cena de colisã o. Um impacto de
um lado do satélite varreu uma camada mais escura ali existente, descobrindo um material
mais leve abaixo da superfície, ou o material escuro pertencia ao corpo
que bateu e "espatifou-se de um lado de Nereida". Essa ú ltima possibilidade foi sugerida
com a descoberta anunciada pela equipe do JPL, em 29 de agosto de
1989, de que todos os novos satélites (mais seis) descobertos pela Voyager 2 em Netuno
"sã o muitos escuros" e "todos têm formatos irregulares", até mesmo a lua designada por
1989Nl (cujo tamanho normalmente deveria ser esférico).
As teorias a respeito de Tritã o e sua ó rbita alongada e retró grada (no sentido horá rio) à
volta de Netuno também sugere uma colisã o.
Os dados coligidos pela Voyager 2 sobre o atual percurso de Tritã o apoiaram essa conclusã o
teó rica. Também estavam de acordo com outros estudos (como o de
David Stevenson, do Caltech), que demonstraram que o calor intenso e o aspecto da
superfície de Tritã o só podem ser explicados nos termos de uma colisã o em que o satélite foi
capturado na ó rbita à volta de Netuno.
"De onde vieram esses corpos de impacto?", perguntou Gene Shoemaker, um dos cientistas
da NASA, na série de televisã o Nova. Mas ficou sem resposta. Também nã o foi respondida a
questã o sobre os cataclismos de Urano e Netuno, se eram aspectos de um mesmo
acontecimento ou incidentes sem ligaçã o.
É gratificante descobrir que as respostas a todos esses enigmas foram dadas em antigos
textos sumérios, e que todos os dados descobertos ou confirmados pelos
vô os da Voyager 2 reforçam e corroboram a documentaçã o suméria, assim como minha
apresentaçã o e interpretaçã o em O 12º. Planeta.
Os textos suméricos relatam que tudo começou quando o sistema solar ainda era jovem. O
Sol (APSU nos textos sumérios, significando “o que nasceu", nosso
Mercú rio) e TI.AMAT ("a donzela da vida") foram os primeiros membros do sistema solar;
ele gradualmente foi-se expandindo com o "nascimento" de três pares planetá rios, os
planetas que chamamos Vênus e Marte entre Mummu e Tiamat, o par de gigantes Jú piter e
Saturno (usando seus nomes modernos) além de Tiamat, e Urano e Netuno mais afastados
ainda.
Nesse sistema solar inicial, ainda instá vel logo apó s a formaçã o (calculei o tempo em cerca
de 4 bilhõ es de anos), surgiu um invasor. Os sumérios o chamavam
Nibiru; os babilô nios o rebatizaram de Marduk em homenagem a seu deus nacional. Ele
surgiu do espaço exterior vindo do "Abismo" (nos termos do texto
antigo), mas ao aproximar-se dos planetas exteriores do sistema solar, começou a ser
atraído para dentro dele. Como seria esperado, o primeiro planeta exterior a
atrair Nibiru com sua força gravitacional foi Netuno - E.A. ("Ele que tem a casa de á gua") em
sumério. "Quem o gerou foi Ea", explicou o texto antigo.
Passando por Netuno e Urano, Nibiru/Marduk penetrou ainda mais no sistema solar quando
alcançou a imensa força gravitacional de Saturno (AN.SHAR, "o
primeiro nos céus") e Jú piter (KI.SHAR, "o primeiro em terra firme"). Quando
Nibiru/Marduk "aproximou-se e postou-se para o combate", pró ximo de
Anshar/Saturno, os dois planetas "se beijaram". Foi quando mudou para sempre o
"destino" ou a ó rbita de Nibiru/Marduk. Foi também quando GA.GA (o eventual
Plutã o), o principal satélite de Saturno, foi afastado na direçã o de Marte e Vênus - uma
direçã o possível apenas pela força retró grada de Nibiru/Marduk. Fazendo uma vasta ó rbita
elíptica, Gaga finalmente retornou para os confins do sistema
solar. Ali, ao cruzar suas ó rbitas no retorno, ele "saudou" Netuno e Urano. Era o início do
processo que transformou Gaga em Plutã o, com sua ó rbita inclinada peculiar, que à s vezes
passa entre Netuno e Urano.
O mais perigoso à estabilidade e segurança dos outros planetas era o "chefe da hoste" de
Tiamat, um grande satélite que quase alcançou o tamanho planetá rio
para obter seu "destino" independente - sua ó rbita à volta do Sol. Tiamat "lançoulhe um
encantamento, exaltando-o a assentar-se entre os deuses celestiais". Em sumério, chamava-
se KIN.GU ("grande emissá rio").
Nesse ponto, o texto ergue a cortina e o drama se desenrola. Detalhei-o passo a passo em O
12º. Planeta. Como na tragédia grega, a Batalha Celeste que se seguiu
era inevitá vel e as forças magnéticas agiram inexoravelmente levando à colisã o de
Nibiru/Marduk, com seus sete satélites ("ventos", no texto antigo) e Tiamat, com sua "hoste"
de onze satélites liderados por Kingu.
eles ergueram
-se atrás ele
d.
com umalama
f fulgurante ele encheu seu corpo;
Tendo vencido Tiamat, Nibiru/Marduk seguiu seu novo "destino". O texto sumério nã o deixa
dú vidas de que o antigo invasor passou a orbitar à volta do Sol.
Circulando à volta do sol (Apsu), Nibiru/Marduk continuou seu trajeto pelo espaço distante.
Mas estava preso para sempre na ó rbita solar, tinha de voltar. Em seu
retomo, Ea/Netuno estava lá para saudá -lo e Anshar/Saturno aclamou sua vitó ria.
O novo trajeto orbital levou-o, entã o, novamente à cena da Batalha Celeste; "voltou a Tiamat,
a quem subjugara".
Com isso, o ato de criaçã o "dos céus" atingiu seu está gio final e iniciou-se a criaçã o da Terra
e de sua Lua. Primeiro, os novos impactos partiram completamente Tiamat ao meio. A parte
superior, seu “cr}nio", foi golpeada pelo satélite de
Nibiru/Marduk, chamado Vento Norte; este a levou, com Kingu, a "locais antes
desconhecidos" - a uma ó rbita inteiramente nova onde antes nã o havia nenhum planeta. A
Terra e a Lua estavam criadas!
A outra metade de Tiamat partiu-se com os impactos em pequenos pedaços. Essa parte
inferior, sua "cauda" e fragmentos foram "batidos juntos" para formar um bracelete no céu:
Fechando-os juntos,
Assim foi formado o "Grande Grupo", o Cinturã o de Asteró ides. Depois de subjugar Tiamat e
Kingu, Nibiru/Marduk novamente "cruzou os céus e avaliou as regiõ es".
Dessa vez focalizou sua atençã o na "morada de Ea" (Netuno), criando a feiçã o final desse
planeta e seu gêmeo Urano. Segundo o texto antigo, Nibiru/Marduk também deu a
Gaga/Plutã o seu "destino" final, designando-lhe um "lugar oculto” - uma
parte ainda desconhecida do céu. Era além da posiçã o de Netuno; pelo que nos dizem, era
"no abismo" - distante no espaço. Alinhado em sua nova posiçã o de planeta mais distante,
ele recebeu um novo nome: US.MI ("ele que indica o caminho"), o primeiro planeta
encontrado ao entrar no sistema solar, isto é, vindo do espaço exterior em direçã o ao Sol.
Desse modo Plutã o foi criado e localizado na ó rbita que hoje ocupa.
Assim chegou o Invasor do espaço exterior para se transformar no décimo segundo membro
do sistema solar, um sistema composto pelo Sol, no centro, com seu antigo companheiro
Mercú rio; os três pares mais antigos (Vênus e Marte,
Jú piter e Saturno, Urano e Netuno); a Terra, a Lua e os restos da grande Tiamat, apesar de
estarem em nova posiçã o; Plutã o, recentemente independente, e o planeta que deu a todos
sua forma final, Nibiru/Marduk.
A astronomia moderna e as descobertas recentes apó iam e corroboram esse relato milenar.
Em 1766 J.D. Titius propô s e, em 1772, Johann E. Bode popularizou o que ficou conhecido
como a "lei de Bode". Segundo essa lei, as distâ ncias planetá rias seguem mais ou menos a
progressã o 0, 2,4,8,16 etc. se a fó rmula for manipulada pela
multiplicaçã o por 3, somando 4 e dividindo por 10. Usando como medida a
unidade astronô mica (UA), que é a distâ ncia entre a Terra e o Sol, a fó rmula indica a
existência de um planeta entre Marte e Jú piter (onde os asteró ides sã o encontrados) e um
planeta além de Saturno (foi descoberto Urano). A fó rmula
mostra des
vios consideráveis até Urano, mas sai fora de linha de Netuno em
diante.
A lei de Bode, a que se chegou empiricamente, usa a Terra como seu ponto de
partida aritmé
tico. Mas, de rdo
aco com a cosmogonia suméria, no início havia
"Tiamat" entre Marte e Júpiter, enquanto a "Terra" não tinha. sido formada
O Dr. Amnon Sitchin salientou que se a lei de Bode for desnudada de artifícios
matemá ticos e conservar apenas sua progressão geométrica, a fórmula se aplica
também se a Terra
for omitida,
confirmando, desse modo, a cosmogonia: suméria
(quilômetros
) de Aumento
Mercúrio 58.326.250
(Tiamat)
3
No Princípio
No princípio,
Durante geraçõ es, esse resumo majestoso da criaçã o de nosso mundo tem sido o nú cleo do
judaísmo, do cristianismo e do islamismo, a terceira religiã o monoteísta,
sendo as duas ú ltimas, frutos da primeira. No século 17, o arcebispo James Ussher de
Armagh, na Irlanda, calculou por esses versos iniciais o dia e até o momento
exato da criaçã o do mundo, no ano 4004 a.C. Muitas ediçõ es antigas da Bíblia ainda trazem
impressas nas margens a cronologia de Ussher, mas muitos ainda acreditam que a Terra e o
sistema solar do qual faz parte sã o bem mais velhos.
Infelizmente, essa crença, conhecida como criacionismo, tem encarado a ciência como
adversá ria e esta, muito ligada à teoria da evoluçã o, enfrentou o desafio, iniciando a batalha.
É lamentá vel que os dois lados tenham prestado pouca atençã o ao que era sabido havia mais
de um século - que os relatos da Criaçã o no Gênesis eram versõ es
censuradas e abreviadas de textos mesopotâ micos bem mais detalhados; estes, por
sua vez, eram versõ es de um texto original sumério. As frentes de batalha entre criacionistas
e evolucionistas - uma demarcaçã o totalmente injustificada,
conforme as evidências aqui apresentadas - ficam bem mais definidas, sem
dú vida, pelo princípio de separaçã o entre a religiã o e o Estado, personificado na
Constituiçã o dos Estados Unidos. Mas tal separaçã o nã o é a norma entre as naçõ es da Terra
(mesmo em democracias esclarecidas como a da Inglaterra) e nem era a norma na
Antiguidade, quando foram escritos os versos bíblicos.
Na Antiguidade, o rei era também o sumo sacerdote, o Estado tinha uma religiã o e um deus
nacional, os templos eram sede do conhecimento científico e os
sacerdotes os cientistas. Isto acontecia porque, no início da civilizaçã o, os deuses venerados
- o foco da "religiosidade" - eram os Anunnaki/Nefilim, a fonte de todas as formas de
conhecimento ou ciência na Terra.
Em nenhum local, com exceçã o da Babilô nia, foi tã o completa a fusã o do Estado, da religiã o e
da ciência. Ali foi traduzido e revisto o original sumério da Epopéia da
Criação, como demonstra o fato de Marduk, o deus nacional babilô nico, ter recebido um
correlativo celeste. Dando a Nibiru o nome de "Marduk" nas versõ es babilô nicas da histó ria
da Criaçã o, usurparam para ele os atributos de um
supremo "Deus do céu e da Terra". Essa versã o - a mais completa encontrada até hoje - é
conhecida como Enuma elish ("quando nas alturas"), suas palavras
iniciais. Tornou-se o mais consagrado documento religioso-político-científico da
terra; era lido como a parte central dos rituais de Ano Novo e encenado em peças
emocionantes, transmitindo o mundo de origem à s massas. As tá bulas de argila em que foi
escrito eram consideradas propriedade valiosa nos templos e bibliotecas reais da
Antiguidade.
Há mais de um século, quando foi decifrada a escrita das tá bulas descobertas nas ruínas da
antiga Mesopotâ mia, percebeu-se que certos textos relatavam a histó ria
bíblica da Criaçã o, um milênio antes de ser compilado o Velho Testamento. Os mais
importantes foram os textos encontrados na biblioteca do rei assírio Assurbanipal, em
Nínive (cidade famosa na Bíblia); eles registravam uma histó ria da Criaçã o
semelhante e igual em certos trechos a do Gênesis. George Smith, do Museu Britâ -
nico, reuniu essas tá bulas com os textos da Criaçã o e publicou, em 1876, O Gênesis
Caldeu; George Smith estabelecia, conclusivamente, que existia, de fato, um texto acadiano
com a histó ria do Gênesis no velho dialeto babilô nico, tendo precedido o texto bíblico em
pelo menos mil anos. Nas escavaçõ es realizadas entre 1902 e
1914, foram descobertas tá bulas com a versã o assíria da Epopéia da Criação em que o nome
Assur, o deus nacional assírio, substituiu o babilô nico Marduk. Descobertas subseqü entes
estabeleceram a antiguidade do texto épico e também sua indiscutível origem suméria.
Em 1902, em seu trabalho As Sete Tábulas da Criação, L.W. King mostrou que os vá rios
fragmentos formavam realmente sete tá bulas; seis delas relatavam o
processo da Criaçã o; a sétima era inteiramente dedicada à exaltaçã o "do Senhor" -
Marduk na versã o babilô nica e Assur na Assíria. É natural associarmos essa divisã o de sete
tá bulas com a base da divisã o de tempo na histó ria bíblica em sete partes, seis das quais se
referem à obra divina e a sétima é devotada ao descanso e à revisã o do trabalho realizado.
É verdade que o livro do Gênesis escrito em hebraico usa o termo Yom, geralmente
traduzido como "dia", para indicar cada fase. Certa vez fui convidado a participar de um
programa radiofô nico de entrevistas com auditó rio numa das cidades do
"cinturã o Bíblico" e uma mulher me desafiou exatamente a respeito desse assunto.
Expliquei-lhe que o "dia" da Bíblia nã o significa o espaço de 24 horas terrestres, mas o
conceito de uma fase do processo da Criaçã o. Ela insistiu em que nã o, em
que a Bíblia se referia exatamente ao período de 24 horas. Salientei o fato de que
esse texto do primeiro capítulo do Gênesis nã o tratava da noçã o humana de tempo e sim da
do Criador, e aprendemos no Livro dos Salmos (90:4) que "... mil anos sã o aos teus olhos
como o dia de ontem que passou, uma vigília dentro da noite!"
Perguntei-lhe se pelo menos podia aceitar a idéia de que a Criaçã o realizou-se em 6 mil anos.
Mas nã o houve concessã o, para meu desapontamento. Ela insistiu na idéia de que seis dias
significavam seis dias.
O relato bíblico da Criaçã o é um documento religioso e seu conteú do deve ser considerado,
acima de tudo, como uma questã o de fé, em que se acredita ou nã o, ou um documento
científico que nos transmite o conhecimento essencial sobre o
princípio das coisas no céu e na Terra? Sem dú vida, este é o cerne da discussã o
entre criacionistas e evolucionistas. Os dois campos teriam deposto as armas há
muito tempo se compreendessem que o que os redatores e compiladores do livro do Gênesis
fizeram nã o diferia do que tinham feito os babilô nios: usando a ú nica
fonte científica de seu tempo, os descendentes de Abraã o - nascido de uma família real e
sacerdotal de Ur, capital da Suméria - também o resumiram e fizeram dele a base da religiã o
nacional, glorificando Yahweh, "o que está no céu e na Terra".
O Marduk babilô nico era uma divindade dupla. Com presença física resplandecente em seu
rico vestuá rio, era venerado como Ilu (traduzido por deus, mas com
significado literal de "o Elevado"); seus esforços para conquistar a supremacia
sobre os outros deuses Anunnaki foram bem detalhados em meu livro The Wars of
Gods and Men. Por outro lado, Marduk era uma divindade celeste, um deus planetá rio que
recebeu no céu seus atributos, seu papel e o crédito pelas criaçõ es primordiais que os
sumérios atribuíam a Nibiru, planeta cuja imagem simbó lica
mais freqü ente era a do Disco Alado. Os assírios, substituindo Marduk por seu deus nacional
Assur, uniram os dois aspectos e o representaram como um deus dentro de um Disco Alado.
Essa percepçã o profunda que se aloja no â mago da adoçã o de uma histó ria da
Criaçã o, Enuma elish, só poderia ser alcançada com a uniã o da religiã o e da ciência,
conservando na narrativa e na seqü ência dos acontecimentos uma base científica.
Mas para reconhecer esse fato - que o Gênesis nã o representa apenas religiã o, mas também
ciência - é preciso admitir o papel dos Anunnaki e aceitar os textos sumérios nã o como
"mitos" e sim como relató rios dos fatos. Os estudiosos
progrediram a esse respeito, mas ainda nã o chegaram a legitimar a natureza factual dos
textos. Apesar de cientistas e teó logos já reconhecerem a origem
mesopotâ mica do Gênesis, eles continuam teimando em criar objeçõ es ao valor científico
dos textos antigos. Insistem em que nã o é ciência porque "seria
evidente, pela natureza das coisas, que nenhuma dessas histó rias possa ser
produto da memó ria humana" (para citar N.M. Sarna, do Seminá rio Teoló gico Ju-
deu, em Understanding Genesis). A ú nica objeçã o possível a essa declaraçã o, como
afirmei repetidamente em meus escritos, é de que a informaçã o sobre o princípio das coisas
- inclusive da criaçã o do pró prio Homem - realmente nã o veio da
memó ria dos assírios, babilô nios ou sumérios, mas do conhecimento e da ciência dos
Anunnaki/Nefilim. Eles também nã o podiam, é claro, "recordar" de que
maneira o sistema solar foi criado, porque eles pró prios ainda nã o tinham sido
criados em seu planeta. Mas como nossos cientistas atuais têm uma boa noçã o do
modo como surgiu o sistema solar e até como nasceu o Universo (a teoria favorita
é a do Big-Bang), os Anunnaki/Nefilim - capazes de viajar pelo espaço há 450 mil anos -
tinham, evidentemente, a capacidade de chegar a argumentos sensatos
sobre a Criaçã o, principalmente porque seu planeta passava por todos os planetas
exteriores, como uma nave espacial, dando-lhes a oportunidade de examinarem
repetidamente, de perto, o que era uma constataçã o bem mais ampla que as rá pidas
observaçõ es de nossas Voyager.
Com a imensidã o do espaço como tela, assim delineou-se a versã o mesopotâ mica do quadro
primordial:
Quando nas alturas o céu nã o fora nomeado
Até na versã o tradicional do rei James a introduçã o bíblica é mais verdadeira. Nã o sendo
uma obra religiosa inspiradora, essa versã o é uma liçã o de ciência primordial ao informar
ao leitor que houve um tempo em que, de fato, o céu e a Terra nã o existiam; e que foi
necessá rio um ato do Senhor Celeste, seu "espírito" pairando sobre as "á guas", para a
criaçã o do céu e da Terra e a separaçã o da luz.
Com os progressos dos estudos bíblicos e lingü ísticos desde o tempo do rei James, os
editores da The New American Bible (A Nova Bíblia Americana), cató lica, e da
The New English Bible (A Nova Bíblia Inglesa), das igrejas anglicanas, resolveram substituir a
expressã o "espírito de Deus" pela palavra "vento" – ru’ach em
hebraico - mudando o ú ltimo verso para sua versã o atual "e um vento poderoso de
Deus pairou sobre as á guas". Elas conservam, no entanto, o conceito de "abismo" da palavra
hebraica Tehom da Bíblia original, mas hoje, até os teó logos já sabem que é uma referência à
entidade suméria Tiamat.
Compreendendo esse fato, a referência da versã o mesopotâ mica à s "á guas" misturadas de
Tiamat deixa de ser alegó rica e requer uma avaliaçã o factual. Isto
leva à questã o das á guas abundantes da Terra e à afirmaçã o bíblica (correta, como logo
veremos) de que a Terra ao ser formada, estava completamente coberta pelas á guas. Se a
á gua era tã o abundante na Terra desde o momento da Criaçã o, isso só seria possível se
Tiamat também fosse um planeta aquoso e sua metade, que se transformou na Terra, cheia
de á gua!
Quando, no princípio,
O Senhor criou ou cé
e a Terra,
A abóbada partida
le E
estendeu
no lugar de
Tehom,
Fechando-os juntos,
E Elohim disse:
Isso aconteceu, de acordo com os textos mesopotâ micos, quando Nibiru/Marduk voltou ao
Local da Travessia - a segunda fase da batalha com Tiamat: "Segundo Dia", se preferir, como
faz a narrativa bíblica.
Já sabemos que Marte tem duas luas, Jú piter dezesseis e vá rias outras menores,
Saturno possui 21 ou mais, Urano quinze e Netuno oito. Até Galileu descobrir com seu
telescó pio, em 1610, os quatro satélites maiores e mais brilhantes de Jú piter, nã o se
imaginava que um corpo celeste pudesse ter mais que uma companhia - como a Terra e sua
Lua solitá ria.
Mas podemos ler nos textos sumérios que a gravidade de Nibiru/Marduk interagiu com a de
Urano, e o Invasor "criou" três satélites ("ventos"), enquanto Anu/Urano
"gerou" quatro dessas luas. Ao atingir Tiamat, Nibiru/Marduk tinha um total de sete
"ventos" para atacá -la e Tiamat possuía uma "hoste" de onze - entre os quais o "chefe da
hoste", que estava para se transformar em um planeta com ó rbita independente; nossa Lua,
afinal.
Outro elemento da narrativa suméria de grande significado para os astrô nomos foi a
declaraçã o de que os fragmentos da parte inferior de Tiamat se espalharam pelo espaço
onde antes ela existia.
Os textos mesopotâ micos e sua versã o bíblica no Gênesis sã o enfá ticos e detalhados ao
descrever a formaçã o do Cinturã o de Asteró ides, insistindo na
existência desse "bracelete" de fragmentos orbitando o Sol entre Marte e Jú piter. Mas nossos
astrô nomos nã o conheciam esse fato até o século 19. A primeira constataçã o de que o
espaço entre Marte em Jú piter nã o era apenas um vazio
escuro surgiu com a descoberta, feita por Giuseppe Piazzi em 1º. de janeiro de
1801, de um pequeno corpo celeste entre os dois planetas, que recebeu o nome de
Ceres como distinçã o por ter sido o primeiro asteró ide conhecido. Três outros asteró ides
foram descobertos em 1807 (Palas, Juno e Vesta); depois, nã o foi visto mais nenhum até
1845 e a partir daí surgiram centenas deles. Atualmente sã o
conhecidos quase 2 mil. Os astrô nomos acreditam que existam pelo menos 50 mil asteró ides
com pouco mais de 1,5 quilô metro de diâ metro, além de bilhõ es de pequenos fragmentos
que nã o podem ser avistados da Terra.
Em outras palavras, a astronomia moderna levou quase dois séculos para descobrir o que os
sumérios sabiam há 6 mil anos.
Sabemos, é claro, que a Terra era um planeta aquoso, mas presumíamos que fosse o ú nico.
Muitos se recordam, sem dú vida, dos contos de ficçã o científica em que os
alienígenas chegam à Terra para levar esse líquido exclusivo e precioso, doador da vida.
Portanto, se os textos antigos se referiam à s á guas de Tiamat e conseqü entemente à s da
Terra e se esse era o significado das "á guas sob o Firmamento", quais seriam as á guas
"sobre o Firmamento"?
Como informam os textos antigos, o Cinturã o de Asteró ides divide os planetas em dois
grupos. Estã o "sob" ele os planetas terrestres ou inferiores e "sobre" ele os gasosos ou
exteriores. Mas, excluindo a Terra, os primeiros tinham superfícies
estéreis e os outros nã o possuíam nenhuma superfície; ambos nã o apresentaram á gua
(exceto a Terra), como o saber tradicional havia estabelecido.
Ora, esse foi o resultado das missõ es de naves nã o tripuladas a todos os planetas, excluindo
Plutã o. Mercú rio, observado pela nave Mariner 10 em 1974/75, é muito pequeno e pró ximo
do Sol para ter conservado á gua, se chegou a tê-la algum dia.
Mas Vênus, que por sua proximidade do Sol nã o deveria ter á gua, surpreendeu os cientistas.
As naves americanas e soviéticas nã o tripuladas descobriram que a
superfície' extremamente quente do planeta (quase 550 graus centígrados) nã o era
decorrente da proximidade do Sol, mas de um efeito "estufa": o planeta é
envolto por uma espessa atmosfera de dió xido de carbono e nuvens de carbono
que contêm á cido sulfú rico. Como resultado, o calor do Sol permanece preso e nã o se dissipa
no espaço durante a noite, criando uma temperatura sempre elevada que transforma em
vapor a á gua existente no planeta. Mas Vênus apresentou á gua no passado?
A aná lise cuidadosa dos resultados dessas investigaçõ es feitas por naves nã o tripuladas
levou os cientistas a responderem enfaticamente que sim. O aspecto
topográ fico revelado pelo mapeamento por radar sugeriu a existência anterior de oceanos e
mares. Esses volumes de á gua devem realmente ter existido em Vênus, como indicou a
descoberta, na "atmosfera infernal", assim denominada por alguns cientistas, de alguns
vestígios de vapor de á gua.
Os dados enviados por duas naves nã o tripuladas que examinaram Vênus durante um longo
período, a partir de dezembro de 1978, convenceram a equipe de
cientistas, encarregada da aná lise das descobertas, de que Vênus "pode ter sido
coberto anteriormente por uma camada de á gua que tinha, em média, quase 10
metros de profundidade". Eles concluíram (Science, 7 de maio de 1982) que Vênus
chegou a ter "pelo menos cem vezes mais á gua em estado líquido do que tem hoje em forma
de vapor". Estudos subseqü entes sugeriram que um pouco dessa á gua pode ter servido para
a formaçã o das nuvens de á cido sulfú rico, perdendo seu oxigênio ao oxidar a superfície
rochosa do planeta.
"Os oceanos perdidos de Vênus" podem ser determinados pelos vestígios em suas rochas;
foi essa a conclusã o de um relató rio conjunto de cientistas americanos e soviéticos
publicado em Science (maio de 1986). Realmente, havia "á gua sob o Firmamento", nã o só na
Terra como em Vênus.
As ú ltimas descobertas científicas incluíram Marte na lista dos planetas interiores cujas
á guas comprovam a antiga afirmaçã o.
No final do século 19, com as observaçõ es do astrô nomo italiano Giovanni Schiaparelli e do
americano Percival Lowell, popularizou-se a idéia da existência de enigmá ticos "canais" em
Marte. A formulaçã o provocou risos, prevalecendo a
convicçã o de que Marte era seco e estéril. As primeiras observaçõ es das naves nã o
tripuladas, nos anos 60, pareciam confirmar a noçã o de que Marte era um "planeta
geologicamente sem vida, como a Lua". Essa idéia foi totalmente desacreditada
quando a espaçonave Mariner 9, enviada em 1971, entrou na ó rbita de Marte e
fotografou toda a superfície do planeta, nã o estudando apenas 10 por cento da á rea como
nas pesquisas anteriores. Nas palavras dos astrô nomos que dirigiam o
projeto, o resultado foi "assombroso". A Mariner 9 revelou vulcõ es, desfiladeiros e
leitos secos de rios em profusã o. "A á gua desempenhou papel ativo na evoluçã o do
planeta", declarou Harold Masursky, do setor de pesquisa geoló gica dos Estados
Unidos (U.S. Geological Survey), que chefiou a aná lise das fotografias; a "prova mais
convincente foi encontrada em muitas fotografias mostrando canais sinuosos
e profundos que podem ter sido rios caudalosos... Somos forçados a concluir que estamos
constatando os efeitos das á guas em Marte.”
O relató rio final da NASA apó s as missõ es das Viking (Mars: The Viking
Discoveries) concluiu que "Marte já teve á gua suficiente para formar uma camada de vá rios
metros de profundidade sobre toda a superfície do planeta". Segundo se acredita, isso
acontecia porque Marte (como a Terra) oscila ligeiramente sobre
seu eixo enquanto gira. Esse fator provoca diferenças climá ticas marcantes a cada
50 mil anos. Quando o planeta era mais quente podem ter existido lagos nas dimensõ es dos
Grandes Lagos da América do Norte, com quase 5 quilô metros de
profundidade. "É uma conclusã o quase obrigató ria", declararam Michael H. Carr e
Jack McCauley, do Levantamento Geoló gico Americano, em 1985. Nas duas conferências
sobre Marte realizadas em Washington, em julho de 1986, sob os auspícios da NASA, Walter
Sullivan informou ao The New York Times que os
cientistas expressaram sua convicç~o de que “na crosta de Marte existe á gua
oculta em quantidade suficiente para fluir, teoricamente, por todo o planeta numa camada
média de 300 metros de profundidade". Os cientistas da Universidade
Estatal do Arizona que trabalhavam na NASA avisaram seus colegas soviéticos,
encarregados dos projetos russos de pesquisa em Marte, de que alguns desfiladeiros
profundos do planeta ainda podem ter á gua corrente no fundo ou logo abaixo do leito seco.
O que inicialmente era considerado um planeta seco e estéril passou a ser, na ú ltima década,
um corpo celeste que já teve á gua em abundâ ncia; nã o apenas uma
massa líquida tranqü ila, mas fluente, vigorosa, escavando e formando o aspecto de sua
superfície. Marte aliou-se à Vênus e à Terra, confirmando o conceito dos textos sumérios da
á gua "sob o Firmamento" nos planetas interiores.
A Voyager 1 também revelou que as luas exteriores de Saturno eram cobertas de gelo. A lua
Iapetus surpreendeu os astrô nomos com partes escuras e brilhantes, descobrindo-se que
estas eram "cobertas de á gua gelada". Em 1981, a Voyager 2 confirmou que Iapetus era
"uma bola feita principalmente de gelo, com alguma
rocha no nú cleo". Von R. Eshleman, da Universidade de Stanford, concluiu que os dados
indicavam na formaçã o de Iapetus a proporçã o de 55 por cento de á gua
gelada, 35 por cento de rocha e 10 por cento de metano congelado. Titã , a maior lua de
Saturno - maior que o planeta Mercú rio -, mostrou-se com uma atmosfera e
superfície ricas em hidrocarbonetos. Mas sob esse manto de gelo com quase 100
quilô metros de profundidade, à medida que aumenta o calor interno desse corpo celeste,
forma-se uma fina camada de neve parcialmente derretida. Acredita-se
agora que provavelmente exista mais abaixo uma camada de á gua fervente com
mais de 150 quilô metros de profundidade. Em geral, os dados da Voyager levam a
crer que Titã seja formado de 15 por cento de rocha e 85 por cento de á gua e gelo.
Saturno será uma versã o ampliada de Titã , sua maior lua? Futuras missõ es poderã o fornecer
a resposta. Por enquanto ficou evidente, até onde os modernos
instrumentos puderam detectar, que em suas luas, mesmo as menores, e nos anéis havia
á gua por toda parte. Saturno também confirmou as antigas declaraçõ es.
Jú piter foi investigado pelas Pioneer 10, Pioneer 11 e as duas Voyager. O resultado foi
semelhante ao de Saturno. Descobriu-se que Jú piter, um gigantesco planeta
gasoso, emite enormes radiaçõ es de calor e está envolto numa espessa atmosfera
sujeita a violentas tempestades. Essa capa impenetrá vel é formada principalmente de
hidrogênio, hélio, metano, amô nia e vapor de água, com prová veis gotas desse líquido; os
cientistas concluíram que abaixo dessa espessa camada atmosférica existe á gua em estado
líquido.
Como no caso de Saturno, as luas de Jú piter se mostraram mais fascinantes, reveladoras e
surpreendentes que o pró prio planeta. Das quatro luas descobertas por Galileu, Io, a mais
pró xima de Jú piter, revelou uma atividade vulcâ nica
totalmente inesperada. Apesar de os vulcõ es expelirem principalmente enxofre, o
material das erupçõ es contém certa quantidade de á gua. A superfície de Io mostra vastas
planícies cortadas por valas que parecem cavadas pela á gua corrente. Os cientistas
chegaram a um consenso de que Io tem "algumas fontes internas de á gua".
Europa, como Io, parece um corpo rochoso, mas sua densidade menor sugere a presença de
maior quantidade de á gua interior que 10. Sua superfície mostra
linhas cruzadas parecendo veias, lembrando à equipe da NASA fendas rasas em um mar de
gelo. Um exame mais pró ximo de Europa, feito pela Voyager 2, revelou uma camada
consistente de á gua sob a superfície rachada. Em dezembro de 1984, no congresso da Uniã o
Geográ fica Americana em Sã o Francisco, David Reynolds e
Steven Squyres, dois cientistas do Centro de Pesquisas Ames, da NASA, aventaram a
existência de um oá sis de á gua líquida com organismos vivos sob o lençol de gelo
do satélite Europa. Depois de novo exame das fotografias tiradas pela Voyager 2, os
cientistas da NASA concluíram que essa nave espacial pode ter testemunhado
erupçõ es vulcâ nicas de á gua e amô nia no interior dessa lua. Atualmente acreditase que
Europa tenha uma capa de gelo de muitos quilô metros de espessura'
'cobrindo um oceano de água líquida com quase 5 quilô metros de profundidade que nã o se
congela devido à diminuiçã o da radioatividade e à fricçã o das forças das marés".
OBSERVANDO O SOL
Quando observamos o Sol a olho nu, na hora do alvorecer ou do poente, sua forma é a de um
globo perfeito. Mas os sumérios o representavam como um disco com raios triangulares à
volta de sua superfície, como aparece no selo cilíndrico VA/243. Por quê?
Em janeiro de 1983 enviei essa "ilustraçã o enigmá tica" do selo cilíndrico sumério ao editor
do Scientific American, jornal que anunciou a descoberta dos astrô nomos. Em resposta, a 27
de janeiro de 1983, o editor Dennis Flanagan respondeu:
4
Os Mensageiros do Gênesis
Como um dos muitos cometas e outros pequenos objetos que vagam pelo céu, o cometa de
Halley é singular por vá rios motivos; entre eles, o fato de haver registros de seus
aparecimentos há milênios e o da ciência moderna ter conseguido pela
primeira vez, em 1986, fazer um exame completo do nú cleo desse tipo de corpo
celeste. O primeiro motivo citado acima indica a excelência da astronomia antiga, porque os
registros confirmam - mais uma vez - todo o velho conhecimento da narrativa do Gênesis.
A série de avanços científicos levou Edmund Halley, nomeado astrô nomo real em
1720, a determinar, durante os anos de 1695 e 1705, que o cometa, observado por ele em
1682 e que veio a receber seu nome, era o mesmo visto antes, em 1531 e
1607. Para chegar a essa conclusã o foi necessá rio que Sir Isaac Newton estabelecesse as leis
da gravidade e do movimento celeste, além da troca posterior de informaçõ es entre eles
sobre suas descobertas. Até essa época a teoria era de
que os planetas cruzavam o céu em linha reta, surgindo de um lado e desaparecendo na
direçã o oposta para nunca mais serem vistos. Mas baseando-se nas leis de Newton, Halley
concluiu que a curva traçada pelos cometas era elíptica, trazendoos de volta ao ponto onde
tinham sido observados. Os "três" cometas de 1531,
1607 e 1682 tinham certas estranhezas em comum: orbitavam na direçã o
"errada" - no sentido horá rio, em vez do anti-horá rio -; tinham desvios semelhantes do
plano orbital dos planetas à volta do Sol - com inclinaçõ es de 17 a
18 graus -; e apresentavam o mesmo aspecto. Concluindo que eram o mesmo cometa, Halley
traçou seu curso e calculou o período de tempo entre os apa-
recimentos em aproximadamente 76 anos. Predisse que reapareceria em 1758, mas nã o
viveu o suficiente para ver sua previsã o confirmada. No entanto, foi homenageado porque o
cometa recebeu seu nome.
Com o auxílio de equipamentos modernos, uma média de cinco a seis cometas é avistada
todos os anos; entre eles, um ou dois sã o vistos em seu retorno e os
restantes recém-descobertos. A maioria dos cometas que retornam sã o de curto
período, sendo conhecido como o mais rá pido o cometa Encke, que se aproxima do
Sol e volta a uma regiã o pouco além do Cinturã o de Asteró ides em pouco mais de três anos.
A maioria dos cometas de curto período tem uma média orbital de cerca de sete anos que os
leva à s proximidades de Jú piter. Um caso típico é o cometa
Giacobini-Zinner (como os outros, recebeu o nome de seus descobridores), que tem um
período de seis anos e meio; sua ú ltima passagem pela Terra foi em 1985.
Por outro lado, existem cometas de períodos muito longos, como o Kohoutek, descoberto em
março de 1973, que ficou plenamente visível em dezembro do
mesmo ano e janeiro de 1974, desaparecendo para voltar, talvez, em 75 mil anos.
Comparativamente, o ciclo de 76 anos do cometa de Halley é curto o suficiente para se
conservar na memó ria dos vivos e suficientemente longo para conservar a magia de um
evento celeste visto uma vez na vida.
Na penú ltima passagem do cometa de Halley pelo Sol, em 1910, seu curso e aspecto tinham
sido calculados previamente. Ainda assim, o aparecimento do
Grande Cometa de 1910, como o chamavam, provocou grande apreensã o. Surgiu o temor de
que a Terra ou seus seres vivos nã o sobrevivessem à passagem prevista porque nosso
planeta poderia ser envolvido pelos gases venenosos da cauda do
cometa. Segundo a crença de eras passadas, havia a possibilidade alarmante de ser um mau
pressá gio, anunciando pestilências, guerras e mortes de soberanos.
Quando o cometa atingiu sua plena magnitude e brilho no céu, em maio de 1910, sua cauda
se estendia por mais da metade da abó bada celeste. O rei Eduardo VII da Grã -Bretanha
morreu; no continente europeu, uma série de revoltas culminou na Primeira Guerra
Mundial, em 1914.
O ano 66 é considerado pelos astrô nomos como uma das datas de apariçã o do cometa de
Halley; essa conclusã o baseia-se em pelo menos duas ilustraçõ es
chinesas da época. Foi o ano em que os judeus da Judéia iniciaram a grande revolta contra
Roma. O historiador judeu Josephus (Wars of the Jews, Livro VI) considerou a queda de
Jerusalém e a destruiçã o de seu templo sagrado como conseqü ência da má interpretaçã o de
seu povo aos sinais celestes que precederam a revolta: "uma estrela com o formato de uma
espada surgiu sobre a cidade, um cometa que foi avistado durante um ano inteiro".
Mas nenhum dos estudiosos preocupados com o cometa de Halley lembrou-se de que o ano
164 a.C. foi muito importante na histó ria judaica e do Oriente Pró ximo.
Foi nesse ano que os judeus da Judéia, liderados pelos macabeus, revoltaram-se contra a
dominaçã o greco-síria e reconquistaram Jerusalém, purificando seu
templo profanado. A cerimô nia de reconsagraçã o do templo é celebrada até hoje pelos
judeus como festival de Hanukkah ("reconsagraçã o"). A tá bula de 164 a.C. com o nú mero
WA-41462 no Museu Britâ nico, está claramente datada nesse ano
importante do reinado do selêucida (greco-sírio Antíoco Epífanos, o rei ímpio dos
Livros dos Macabeus. Esse objeto celeste extraordiná rio, que os três estudos acreditam ser o
cometa de Halley, foi visto, segundo o registro, no mês babilô nico Kislimu, que é o mês judeu
Kislev e, na verdade, o mesmo em que se celebra Hanukkah.
Em outro trecho, Josephus compara o cometa com uma espada celestial (como também foi
retratado na tapeçaria de Bayeux), sugerindo a alguns estudiosos que o
Anjo do Senhor que o rei David viu “entre a terra e o céu tendo na mã o a espada
desembainhada, voltada contra Jerusalém" (Crô nicas, 21:16) pode ter sido, na realidade, o
cometa de Halley, enviado pelo Senhor para punir o rei por ter ordenado um censo proibido.
A época desse incidente, cerca de 1000 a.C., coincide com um dos anos em que o cometa de
Halley devia ter aparecido.
Até quando recuam as apariçõ es desse mensageiro do passado? De acordo com a epopéia
suméria da Criaçã o, é um retorno à época da Batalha Celeste. O cometa de Halley e seus
semelhantes sã o realmente Mensageiros do Gênesis.
Astrô nomos e físicos acreditam que o sistema solar foi formado por uma nuvem primordial
de matéria gasosa que, como tudo o mais no Universo, mantinha
movimento constante - circulando à volta de sua galá xia (a Via Lá ctea) e girando sobre o
pró prio centro de gravidade. A nuvem espalhou-se vagarosamente à
medida que esfriava; o centro transformou-se lentamente em estrela (nosso Sol) e os
planetas soltaram-se da matéria gasosa. Desde entã o, todos os componentes do sistema
solar continuaram a se movimentar na direçã o da nuvem primordial, no
sentido anti-horá rio. Os planetas e seus satélites, ou luas, orbitam o Sol na direçã o
da nebulosa original; nesse mesmo sentido deviam girar os fragmentos que nã o foram
atraídos por corpos maiores ou resultaram da desintegraçã o de outros,
como os cometas e asteró ides. Tudo deve manter o movimento anti-horá rio e permanecer
no mesmo plano do disco original, chamado Eclíptica.
Mas Nibiru/Marduk nã o obedeceu a essa regra. Como vimos sua ó rbita era retró grada, na
direçã o oposta, horá ria. Seu efeito sobre Plutã o - que segundo os textos sumérios era GA.GA
e foi deslocado por Nibiru até a ó rbita atual que nã o obedece ao plano eclíptico, com uma
inclinaçã o de 17 graus - sugere que esse
mesmo planeta intruso seguia um curso inclinado. As instruçõ es sumérias para a
observaçã o de Nibiru, discutidas amplamente em O 12º. Planeta indicam que chegou do
sudeste, sob a eclíptica; fez um arco acima dela e tornou a mergulhar, em sua viagem de
volta ao ponto de origem.
De onde vêm os cometas e o que causa essas peculiaridades em suas ó rbitas, principalmente
a direçã o retró grada? Na década de 1820 o marquês Pierre Simon de Laplace acreditava que
os cometas eram feitos de gelo e que seu nú cleo
brilhante (coma) e a cauda que se formava ao chegarem perto do Sol eram feitos de gelo
evaporado. Esse conceito mudou depois da descoberta da extensã o e
natureza do Cinturã o de Asteró ides, surgindo teorias de que os cometas eram "bancos de
areia voadores" - pedaços de rocha remanescentes de um planeta desintegrado.
Essa idéia tornou a mudar na década de 50, especialmente com a formulaçã o de duas
hipó teses: Fred L. Whipple (entã o em Harvard) sugeriu que os cometas eram
"bolas sujas de neve" (principalmente de gelo de á gua) numa mistura com material arenoso;
e Jan Oort, um astrô nomo holandês, propô s que os cometas de longo
período chegavam de um grande reservató rio numa regiã o intermediá ria entre o
Sol e as estrelas mais pró ximas. Como os planetas aparecem de todas as direçõ es em curso
anti-horá rio ou retró grado e com diferentes inclinaçõ es, o reservató rio de planetas - de
bilhõ es deles - nã o é um elo como o Cinturã o de Asteró ides ou os anéis de Saturno, mas uma
esfera que cerca o sistema solar.
Essa "Nuvem Oort", nome dado ao conceito, fica situada a 100 mil unidades astronô micas do
Sol (sendo cada unidade a distâ ncia média de 150 mil quilô metros entre a Terra e o Sol).
Alguns cometas dessa nuvem sofrem perturbaçõ es e
colisõ es, chegando a aproximar-se até 50 mil unidades astronô micas do Sol (o que ainda é
10 mil vezes mais que a distâ ncia entre ele e Jú piter). Ao passar por
estrelas, esses cometas sã o perturbados em seu curso e desviam-se diretamente
em direçã o ao Sol. Alguns, sentindo a influência gravitacional dos planetas, passam
a ser cometas de período médio ou curto; outros, especialmente influenciados pela grande
massa de Jú piter, sã o forçados a reverter seu curso. Em resumo, esta é a teoria da Nuvem de
Oort, como geralmente é apresentada.
Desde os anos 50, o nú mero de cometas observados aumentou em mais de 50 por cento e a
tecnologia dos computadores permitiu a projeçã o inversa do movimento dos cometas para
determinar sua origem. Esses estudos, como o realizado pela equipe do Observató rio
Smithsoniano de Harvard, sob a direçã o de Brian G.
Marsden, mostrou que dos duzentos cometas observados com períodos de 250 anos ou
mais, apenas cerca de 10 por cento poderiam ter entrado no sistema solar vindos do espaço
exterior; 90 por cento sempre orbitaram à volta do Sol. Os
estudos sobre a velocidade dos planetas demonstraram, segundo Fred L. Whipple em seu
livro The Mystery of Comets, que "se realmente estamos vendo cometas
vindos do vazio, seria de esperar que voassem a uma velocidade bem maior que
0,8 quilô metros por segundo apenas". Sua conclusã o é de que, "com poucas exceçõ es, os
cometas pertencem à família solar e a ela estã o ligados gravitacionalmente".
"Durante os ú ltimos anos os astrô nomos têm discutido a teoria simples da Nuvem de Oort",
declarou Andrew Theokas, da Universidade de Boston, em New Scientist
(11 de fevereiro, 1988). "Os astrô nomos ainda acreditam que a Nuvem de Oort existe, mas
os novos resultados exigem reconsideraçõ es sobre seu tamanho e
formato. Chegam a reabrir a questã o sobre sua origem e se contém 'novos'
cometas vindos do espaço interestelar." Como idéia alternativa, Theokas menciona a
sugestã o de Mark Bailey, da Universidade de Manchester, de que a maioria dos cometas
"reside relativamente perto do Sol, pouco além das ó rbitas dos planetas".
Podemos perguntar se nã o será , talvez, onde fica a "morada distante" de Nibiru/Marduk - o
seu afélio?
O aspecto interessante do "reestudo" da hipó tese da Nuvem de Oort e dos novos dados
sugerindo que os cometas, em sua maioria, sempre fizeram parte do
sistema solar, nã o sendo apenas intrusos ocasionais, foi o fato de o pró prio Jan
Oort ter feito essa declaraçã o. A existência de uma nuvem de cometas no espaço interestelar
foi a soluçã o encontrada para o problema das ó rbitas parabó licas e hiperbó licas dos
cometas, nã o a teoria que ele desenvolveu. No estudo que deu
fama a Jan Oort e à Nuvem Oort ("A Estrutura da Nuvem de Cometas que Cercam o Sistema
Solar e uma Hipó tese sobre sua Origem", publicado no Bulletin of the
Astronomical lnstitutions of the Netherlands, vol. 11, de 13 de janeiro de 1950), a nova teoria
de Oort foi explicada pelo autor como uma "hipó tese de uma origem
comum dos cometas e planetas menores" (isto é, asteró ides). Oort sugeriu que os
cometas distantes percorrem o espaço exterior porque sã o arremetidos para fora.
Sã o fragmentos de objetos maiores "espalhados à distâ ncia" pelas perturbaçõ es dos
planetas, especialmente de Jú piter - como ocorreu recentemente com a nave espacial
Pioneer, que se distanciou no espaço pelo efeito "estilingue" causado pela gravidade de
Jú piter e Saturno.
"O principal processo agora é o inverso", escreveu Oort; "o que transfere vagarosamente os
cometas da grande nuvem para ó rbitas de curto período. Mas na época em que os planetas
menores (asteró ides) foram formados... A tendência
devia ser oposta, transferindo os objetos da regiã o dos asteró ides para a nuvem de
cometas... É bem mais prová vel que os cometas tenham nascido entre os planetas do que
originá rios de regiõ es mais distantes. É natural pensarmos, em primeiro
lugar, na sua relaçã o com os planetas menores (asteró ides). Existem indicaçõ es de que essas
duas classes de objetos" - cometas e asteró ides - "pertencem à mesma
'espécie'... A suposição de que os cometas e os planetas tiveram origem conjunta parece uma
idéia razoável." Oort resumiu seu estudo nas seguintes palavras:
A existência da enorme nuvem de cometas encontra uma explicaçã o natural se eles (os
meteoritos) forem considerados planetas menores que escaparam do Cinturã o de
Asteró ides na fase inicial do sistema solar.
Tudo começa a se parecer com Enuma elish...
Mesmo localizando a origem dos cometas no Cinturã o de Asteró ides e considerando ambos
(cometas e asteró ides) como pertencentes à mesma
"espécie" de objetos celestes com uma origem comum, ainda ficam abertas as seguintes
questõ es: como esses objetos foram criados? O que os fez nascer? O que espalhou os
cometas? O que causou suas inclinaçõ es e seus movimentos retró grados?
Um estudo importante sobre o assunto foi publicado em 1978 por Thomas C. Van Flandern,
do Observató rio Naval dos Estados Unidos, em Washington (Icarus, 36).
Com o título "A Former Asteroidal Planet as the Origin of Comets" (Um Planeta
Anterior como a Origem dos Cometas), o autor subscreveu abertamente suposiçõ es do
século 19 de que a origem dos asteró ides e dos cometas tinha sido a explosã o de um planeta.
É interessante notar que Van Flandern, ao se referir ao
trabalho de Oort, tenha apreendido sua verdadeira essência ao escrever: "Mesmo
que o pai da moderna teoria sobre a 'nuvem dos cometas', baseado nas evidências
entã o disponíveis, tenha sido levado a concluir que sua origem era o sistema solar, a
hipó tese mais viá vel seria ainda ligá -la à ocorrência que formou o Cinturã o de Asteró ides".
Em seu trabalho, C. Van Flandern também se referiu aos estudos iniciados em 1972 por
Michael W. Ovenden, um conhecido astrô nomo canadense, introduzindo o conceito de um
"princípio de açã o e interaçã o", concluindo que este sugeria a existência, "entre Marte e
Jú piter", de um planeta com massa equivalente a
noventa vezes o volume da Terra e que esse corpo celeste tinha desaparecido em passado
relativamente recente, há cerca de 10 milhõ es (10 elevado a 7) de anos".
Ovenden explicou em 1975 ("Lei de Bode - Verdade ou Conseqü ências?", Vistas in
Astronomy, vol. 18) que essa possibilidade é o ú nico modo de conciliar a necessidade de
"uma teoria cosmogô nica que seja capaz de produzir movimentos retró grados além dos
diretos".
Mas o que causou a desintegraçã o desse grande planeta? "A pergunta mais freqü ente sobre
o assunto é: como um planeta pô de explodir?". Van Flandem
chegou à conclusã o de que nã o existe uma resposta satisfató ria para essa questã o.
Com exceçã o dos textos sumérios, diríamos nó s... A narrativa da Batalha Celeste, da chegada
de Nibiru para destruir Tiamat, aniquilando suas luas (menos "Kingu") e impulsionando os
fragmentos restantes em ó rbita retró grada...
Uma crítica importante à teoria do planeta destruído diz respeito ao destino dado à matéria
restante desse corpo celeste, já que os astrô nomos calculam que a massa total de asteró ides
e cometas conhecidos é apenas uma fraçã o da massa desse
corpo. Principalmente nas estimativas de Ovenden, cujos cá lculos baseiam-se em
um planeta noventa vezes maior que a Terra. Ovenden respondeu a tais críticas afirmando
que a massa perdida provavelmente foi atraída por Jú piter; seus
pró prios cá lculos (Monthly Notes of the Royal Astronomical Society, no. 173, 1975) exigiram
um aumento da massa de Jú piter correspondente a 130 vezes o volume
da Terra. Essa massa resultaria da captura de asteró ides e, inclusive, de vá rias luas
retró gradas de Jú piter. Para justificar essa discrepâ ncia entre a massa do planeta destruído
(noventas vezes o tamanho da Terra) e o acréscimo em Jú piter de massa correspondente a
130 vezes o volume terrestre, Ovenden citou outros estudos que chegavam à conclusã o de
que a massa desse planeta já tinha diminuído.
Em vez de aumentar Jú piter primeiro para depois reduzi-lo, uma suposiçã o mais razoá vel
seria diminuir o tamanho do planeta destruído; é a que apresentam os
textos sumérios. Se a Terra é a metade restante de Tiamat, esse planeta devia ter
aproximadamente duas e nã o noventas vezes o volume terrestre. Estudos
realizados sobre o Cinturã o de Asteró ides revelaram que além de Jú piter ter
capturado parte da massa, esses pequenos corpos celestes foram dispersos de sua
regiã o original de cerca de 2,8 unidades astronô micas para uma regiã o bem mais ampla, que
ocupa desde 1,8 a 4 dessas unidades. Alguns asteró ides foram
localizados entre Jú piter e Saturno; recentemente foi descoberto o 2060 Chiron, que fica
entre Saturno e Urano, a 13,6 unidades astronô micas de distâ ncia. Portanto, a explosã o do
planeta destruído deve ter sido muito violenta - como seria uma colisã o catastró fica.
Além dos espaços vazios entre os grupos de asteró ides, os astrô nomos observaram lacunas
dentro desses agrupamentos. As ú ltimas teorias afirmam que antes existiam asteró ides
nessas lacunas, expelidos para o espaço exterior ou
capturados pelas forças gravitacionais dos planetas exteriores, e que os asteró ides que
anteriormente ocupavam essas lacunas provavelmente foram destruídos por
"colisõ es catastró ficas" (McGraw-Hill Encyclopedia of Astronomy, 1983). Na falta de
explicaçõ es vá lidas para essas expulsõ es e colisõ es catastró ficas, a ú nica teoria plausível é a
que oferecem os textos sumérios ao descrever o grande percurso elíptico da ó rbita de
Nibiru/Marduk, levando-o periodicamente ao Cinturã o de
Asteró ides (a cada 3 600 anos terrestres, segundo meus cá lculos). Os textos antigos
concluem que Nibiru/Marduk passou pelo lado externo de Tiamat, no
espaço até Jú piter; suas repetidas voltas a essa regiã o celeste podem explicar o tamanho da
lacuna existente. O retorno perió dico de Nibiru/Marduk é o causador das "expulsõ es" e
"propulsõ es".
A presença desse líquido, a mistura e a separaçã o das á guas tiveram um importante papel
na narrativa sobre Tiamat, Nibiru/Marduk, a Batalha Celeste e a fase posterior. Parte do
enigma foi respondida quando demonstramos a noçã o da
Antiguidade sobre o Cinturã o de Asteró ides como um divisor das á guas "de cima" e "de
baixo", já confirmada pela ciência moderna. Mas essa preocupaçã o com a á gua inclui ainda
um outro aspecto. Tiamat foi descrita como um "monstro aquoso" e os textos
mesopotâ micos falam de Nibiru/Marduk ocupado com essa á gua:
O conceito do Cinturã o de Asteró ides como nã o sendo apenas um divisor de á guas dos
planetas que ficavam acima e abaixo, mas ainda de um "guardiã o" das á guas de
Tiamat, é repetido nos versos bíblicos do Gênesis, onde se explica que o "Bracelete Partido"
também era chamado Shama'im, o local em "que estavam as á guas". Essas referências à s
á guas no local da Batalha Celeste, da criaçã o da Terra e do Shama'im eram freqü entes no
Velho Testamento, o que indica uma familiaridade milenar
com a cosmogonia suméria, mesmo na época dos profetas e dos reis da Judéia. Um bom
exemplo desse conhecimento é encontrado no Salmo 104, que descreve o Criador como o
Senhor.
O que seria uma questã o ridícula quando esses objetos eram considerados
"pedaços de entulho" e "bancos de areia voadores" ganhou sentido com as descobertas mais
recentes de objetos celestes que vieram demonstrar que a á gua - sim, a á gua - é seu
componente principal.
Quase todos os asteró ides pertencem a duas classes. Cerca de 15 por cento deles sã o do tipo
"S", com superfícies avermelhadas formadas por silicatos e ferro
metá lico. Aproximadamente 75 por cento sã o do tipo "C", formados por material carbonado
(contém carvã o) e neles também se encontrou á gua. Mas estudos
espectrográ ficos descobriram que a á gua nã o se encontra nesses asteró ides na
forma líquida; como esses corpos nã o possuem atmosfera, qualquer á gua em sua superfície
se dissiparia rapidamente. Entretanto, a presença de moléculas de á gua no material da
superfície indica que os minerais que formam o asteró ide aprisionaram a á gua e a
combinaram em sua composiçã o. A confirmaçã o direta dessa descoberta foi observada em
agosto de 1982, quando um pequeno asteró ide
que se aproximou demais da Terra foi atraído por sua atmosfera e desintegrou-se ao
penetrar nela; ele foi avistado como "um arco-íris com uma longa cauda
cruzando o céu". Um arco-íris aparece quando a luz do Sol incide sobre uma porçã o de gotas
de á gua, como a chuva, a neblina ou borrifos.
Quando o asteró ide assemelha-se mais ao que seu nome indicava originalmente,
"um pequeno planeta", ainda pode conter á gua em estado líquido. O exame do espectro
infravermelho de Ceres, o primeiro e maior asteró ide encontrado até
agora, mostra uma inclinaçã o maior na leitura espectral, resultante de á gua livre,
em vez da que fica presa aos minerais. Como mesmo em Ceres a á gua livre logo se
evaporaria, os astrô nomos suspeitam que esse asteró ide tem uma fonte constante
de á gua que brota de seu interior. "Se essa fonte existiu desde o início", escreveu o
astrô nomo britâ nico Jack Meadow (Space Garbage - Comets, Meteor and Other
Solar-System Debris), "Ceres deve ter-se formado como uma massa rochosa com muita á gua."
Esse astrô nomo salientou ainda que os meteoritos carbonados também "mostram sinais de
que foram longamente afetados pela á gua no passado".
Apresentando vá rios aspectos de interesse, o corpo celeste 2060 Chiron também confirma a
presença da á gua nos elementos que restam da Batalha Celeste. Quando
Charles Kowal, dos Observató rios Rale do Monte Palomar, na Califó rnia, fez sua descoberta
em novembro de 1977, nã o tinha essa certeza a seu respeito. Referiu-
se a ele simplesmente como um planetó ide e passou a chamá -lo temporariamente
de "O - K", ou Objeto Kowal, julgando que podia ser um satélite instá vel de Saturno
ou Urano. Vá rias semanas de observaçõ es e estudos revelaram que ele apresentava uma
ó rbita muito mais elíptica que a dos planetas ou planetó ides, assemelhando-
se mais à dos cometas. Em 1981, o objeto fui definido como asteró ide, sendo talvez um dos
primeiros encontrados na distâ ncia de Urano, Netuno e mais além. Foi quando recebeu a
designaçã o de 2060 Chiron. Em 1989, no entanto, novas
descobertas dos astrô nomos do Observató rio Nacional de Kitt Peak, no Arizona,
revelaram uma imensa atmosfera de dió xido de carbono e poeira cercando Chiron,
sugerindo a semelhança com um cometa. As ú ltimas observaçõ es também estabeleceram
que Chiron é "essencialmente uma bola suja de neve, composta de água, poeira e gelo de
dió xido de carbono".
Se ficar provado que Chiron se assemelha mais a um cometa que a um asteró ide, será mais
uma vez evidenciado o fato de que essas duas classes de retalhos do Gênesis contém á gua.
Quando um cometa está distante do Sol, ele é um objeto escuro e invisível. Porém, ao se
aproximar da radiaçã o solar, esta revive o nú cleo do cometa. Forma-se nele uma cabeça
gasosa (coma) e uma cauda de gases e poeira expelidos pelo nú cleo
quando se esquenta. A observaçã o desses jatos confirma a opiniã o de Whipple de
que os cometas sã o "bolas sujas de neve". Ela é determinada, em primeiro lugar, pelo início
da atividade dos cometas quando a á gua começa a aquecer, reaçã o
compatível com as propriedades termodinâ micas do gelo de á gua, e, em segundo lugar, pela
aná lise espectroscó pica das emissõ es gasosas, que mostram, invariavelmente, a presença do
composto H2O (isto é, á gua).
A presença de á gua nos cometas ficou definitivamente estabelecida em anos mais recentes
com o exame conjunto da chegada de um desses corpos celestes. O cometa Kohoutek (1974)
foi estudado da Terra, de foguetes, de espaçonaves
tripuladas em ó rbita (Skylab) e da nave Mariner 10, que estava a caminho de Vênus e
Mercú rio. Como foi noticiado na época, essas descobertas proporcionaram as
"primeiras provas diretas da existência de á gua em um cometa". "A presença de á gua e das
duas moléculas complexas na cauda do cometa sã o as descobertas mais
importantes realizadas até hoje", declarou Stephen P. Moran, diretor do projeto científico da
NASA. Todos os cientistas concordaram com a avaliaçã o dos
astrofísicos, do Instituto Max Planck de Física e Astrofísica de Munique, de que os cometas
eram considerados "os espécimes mais antigos e inalterados do material que deu origem ao
sistema solar".
Apesar de os esforços dos Estados Unidos para examinar o cometa de Halley a distâ ncia
terem alcançado apenas um resultado parcial, ele também foi estudado
por uma verdadeira frota de cinco espaçonaves nã o tripuladas. Os soviéticos dirigiram ao
seu encontro as naves Veja 1 e Vega 2; os japoneses enviaram Sakigake e Suisei; e a Agência
Espacial Européia lançou Giotto - que recebeu esse nome em homenagem ao grande pintor
florentino Giotto di Bondone (1266-
1337). Giotto ficou tã o encantado com a apariçã o do cometa em seu tempo que o retratou
cruzando o céu em seu famoso afresco Adoração dos Magos, sugerindo que era a estrela de
Belém da narrativa do nascimento de Cristo.
Os encontros mais pró ximos com o cometa de Halley começaram em 6 de março de 1986,
quando a Vega 1 cruzou sua radiosa atmosfera e enviou de uma distâ ncia de pouco menos
de 10 mil quilô metros as primeiras fotos de seu nú cleo gelado. A
imprensa esclareceu que a humanidade estava vendo pela primeira vez o nú cleo de um
corpo celeste formado quando o sistema solar teve início. Em 9 de março, a Vega 2 chegou
até quase 8 mil quilô metros do nú cleo do cometa de Halley e confirmou os achados da Vega
1, revelando também que a "poeira" do cometa
continha pedaços de matéria do tamanho de pedras grandes; e que essa crosta ou camada
mais pesada envolvia um nú cleo com temperatura que chegava a atingir 30 graus
centígrados - a quase 145 milhõ es de quilô metros do Sol.
As duas naves japonesas projetadas para estudar o efeito do vento solar na cauda do cometa
e em sua vasta nuvem de hidrogênio foram direcionadas para passar a uma distâ ncia
relativamente grande do Halley, mas a missã o Giotto foi enviada
quase diretamente ao nú cleo do cometa, arremetendo-se a enorme velocidade até cerca de
menos de 500 quilô metros de seu nú cleo. No dia 14 de março (horá rio
europeu), a Giotto passou como um raio pelo â mago do cometa de Halley e revelou um
"nú cleo misterioso" de cor mais negra que o carvã o, com um tamanho um
pouco maior que o imaginado (cerca da metade da ilha de Manhattan). A forma do
nú cleo era grosseira e irregular, sendo descrita por uns como "duas ervilhas numa vagem" e
por outros como uma "batata" irregular. Desse nú cleo safam cinco jatos principais, emitindo
poeira e 80 por cento de vapor de á gua, o que indicava que dentro da crosta carbonada
havia "gelo derretido" - á gua em estado líquido.
O primeiro exame completo dos resultados de todas essas observaçõ es mais pró ximas foi
publicado em um suplemento especial da revista Nature, em 15 de
maio de 1986. Na série de informaçõ es detalhadas, a equipe soviética confirmou as
primeiras descobertas de que a á gua (H2O) era o componente principal do
cometa e que os outros componentes eram carbono e hidrogênio. O relató rio da
Giotto afirmou repetidamente que "H20 é a molécula precursora dominante na coma do
Halley" e que "o vapor de á gua é responsá vel por cerca de 80 por cento
do volume de gases que escapa do cometa". Essas conclusõ es preliminares foram
confirmadas em outubro de 1996 numa conferência internacional em Heildelberg, na
Alemanha Ocidental. Em dezembro de 1986 os cientistas da Universidade John
Hopkins anunciaram que a avaliaçã o dos dados colhidos em março do mesmo ano pelo
pequeno satélite orbital terrestre IUE (International Ultraviolet Explorer -
Explorador Internacional Ultravioleta) revelou uma explosã o no cometa de Halley que
impeliu 30 metros cú bicos de gelo para fora de seu nú cleo.
Nessas descobertas sobre cometas e asteró ides algo mais voltou à vida: o antigo
conhecimento dos sumérios.
Quando a missã o dos Anunnaki completou sua chegada à Terra, seiscentos deles ficaram em
solo terrestre enquanto trezentos permaneciam em ó rbita, ocupados com a nave de ida e
volta. O termo sumério para ela era IGI.GI, que significa literalmente "os que observam e
vêem".
Os arqueó logos encontraram na Mesopotâ mia muitos objetos chamados Ídolos dos
Olhos, além de templos dedicados a esses "deuses". Os textos referem-se aos aparelhos
usados pelos Anunnaki para observar a Terra de todos os lados. Esses textos e as ilustraçõ es
significam que os Anunnaki usavam "olhos celestes" em ó rbita à volta da Terra - satélites
que "observam e vêem".
Talvez nã o seja coincidência o fato dessa observaçã o terrestre, e especialmente a que é feita
pelos satélites de comunicaçã o com posiçã o fixa enviados nos tempos atuais, como o
Intelsat IV e o Intelsat IV A ser tã o parecida com as ilustraçõ es de milênios de idade.
A resposta é encontrada nos textos sumérios que relatam a chegada do primeiro grupo dos
Anunnaki/Nefilim à Terra. Vieram cinqü enta liderados por E.A ("cuja casa é á gua"), um
grande cientista, filho primogênito de ANU, o soberano de
Nibiru. Eles atravessaram o mar Ará bico e alcançaram os limites dos pâ ntanos que mais
tarde, com o aquecimento posterior do clima, se tornariam o golfo Pérsico.
Estabeleceram na parte superior dos pâ ntanos o primeiro acampamento do novo planeta e
o chamaram E.RI.DU ("casa na distâ ncia"), um nome bem apropriado.
Mesmo desconhecendo sua origem, continuamos a dar esse epíteto descritivo ao nosso
planeta até hoje. Estranhamente, com o passar do tempo (a civilizaçã o
suméria tinha 2 mil anos quando surgiu a babilô nica), a pronú ncia de ki mudou
para gi, ou em alguns casos para ge, e assim transferiu-se para o acadiano e seus
diversos ramos lingü ísticos 'babilô nico, assírio, hebreu), conservando sempre a conotaçã o
geográ fica ou topográ fica de uma fenda, um desfiladeiro, um vale
profundo. Sendo assim, a palavra que, nas traduçõ es gregas, aparece na Bíblia
como Gehenna tem sua raiz no termo hebraico Gai-Hinnom, o desfiladeiro abrupto
e estreito, parecendo uma rachadura, pró ximo a Jerusalém, depois chamado de Hinnom,
onde a justiça divina fará os pecadores mergulharem no fogo subterrâ neo no dia do Juízo
Final.
Olimpo:
- igual a ela –
E como ficou o Planeta Partido depois da Batalha Celeste, quando já orbitava como
Gaia/Terra? De um lado, continuaram as terras firmes que formavam a crosta de
Tiamat; do outro, havia uma rachadura gigantesca e profunda que deve ter sido inundada
pelas á guas de Tiamat. Como relata Homero (referindo-se à metade
equivalente ao céu) de um lado Gaia "criou morros suaves e extensos, o gracioso habitat das
deusas ninfas"; e do outro "ela deu vida a Pontus, a profundeza infecunda com suas vagas
furiosas".
E assim se fez
.
Três mil anos separavam Homero doo temp em que floresceu alizaçã
civi o
suméria; fica evidente, através
essesd milênios, a aceitação daogonia
cosm
suméria pelos povos antigo
s, entre os quais os autoresmpiladores
e co do livro do
Gênesis. O que hoje é considerado
um "mito", uma "lenda" ou "cren
ças religiosas",
na Antiguidade era ciência
- o conhecimento dado pelos Anunnaki, como
afirmavam os sumérios .
Os processos que produzem em bilhõ es de anos uma esfera - a força uniforme da gravidade
e a rotaçã o do planeta sobre seu eixo - também moldam uma superfície regular. O nú cleo
central só lido, o envoltó rio fluido e flexível, o espesso manto de silicatos e a capa externa de
rochas deviam se distribuir de maneira uniforme
como as cascas de uma cebola. No caso da Terra, isto é verdadeiro até certo ponto; as
anormalidades principais sã o encontradas na camada superior, em sua crosta.
Desde os anos 60 e 70, quando foram feitas as pesquisas mais completas sobre a
Lua e Marte, os geofísicos ficaram intrigados com a insuficiência de crosta terrestre. As
crostas da Lua e de Marte contêm 10 por cento de suas massas, mas a da Terra corresponde
a 1 por cento da massa planetá ria. Em 1988, os geofísicos do
Caltech e da Universidade de Illinois, em Urbana, liderados por Don Anderson, anunciaram
durante a reuniã o da Sociedade Geoló gica Americana, realizada em
Denver, no Colorado, a descoberta da "crosta perdida". Ao analisar as ondas de choque dos
terremotos, eles concluíram que o material pertencente à crosta
afundara, encontrando-se a cerca de 400 quilô metros abaixo da superfície
terrestre. Segundo os cá lculos dos cientistas, o material ali depositado é suficiente
para decuplicar sua espessura. Mesmo assim, a Terra ficaria com uma camada de
crosta correspondente a 4 por cento de sua massa - metade apenas do que parece
a norma (a julgar por Marte e pela Lua). Metade da crosta terrestre ainda está per-
dida, mesmo sendo corretas as descobertas realizadas por esse grupo de cientistas. Sua
teoria também deixa sem resposta a questã o da causa desse aprofundamento: como o
material da crosta, mais leve que o manto, foi forçado a afundar - segundo o relató rio -
centenas de quilô metros no interior da Terra? A equipe de cientistas sugeriu que esse
material afundado consiste de "grandes placas de crosta" que
"mergulharam no interior da Terra" onde existem fissuras. Mas que força rachou a crosta em
"grandes fissuras"?
Outra anormalidade encontrada na crosta terrestre é sua variedade. Nas á reas que
chamamos “continentes", a espessura varia de 20 a quase 70 quilô metros, mas nas á reas
ocupadas pelos oceanos, a crosta apresenta somente 700 metros; as
á guas mantêm uma profundidade média de 3.800 metros. Combinando esses dois
fatores, veremos que a crosta continental é bem mais espessa e penetra muito mais no
manto, enquanto que a dos oceanos é bem mais fina e composta de material solidificado e
sedimentos.
Além dessas, existem outras diferenças entre a crosta continental e a oceâ nica. No primeiro
caso, entram em sua composiçã o, em grande parte, rochas que lembram o granito e sã o
relativamente mais leves do que a composiçã o do manto: a média
de densidade continental é de 2,7 a 2,8 gramas por centímetro cú bico, enquanto a densidade
do manto é de 3,3 gramas por centímetro cú bico. A crosta oceâ nica também é mais densa
que a continental, numa média de 3,0 a 3,1 gramas por
centímetro cú bico, portanto mais semelhante ao manto. Sua composiçã o é de
basalto e de outras rochas mais densas do que as que formam a crosta continental.
É importante salientar que a "crosta perdida", mencionada pela equipe científica de Don
Anderson, que se encontra mergulhada no manto, tem composiçã o similar à crosta oceâ nica
e nã o a continental.
Existe ainda outra diferença entre os dois tipos de crosta da Terra. A parte continental, além
de ser mais leve e espessa, é bem mais antiga que a oceâ nica.
No final dos anos 70, era consenso entre os cientistas a idéia de que a maior parte das
superfícies dos continentes formara-se há 2,8 bilhõ es de anos. Existem
evidências em todos os continentes de uma crosta dessa época, tã o espessa quanto a atual;
os geó logos dã o a essas á reas o nome de Capas Arcaicas. Depois,
descobriu-se que essas rochas têm 3,8 bilhõ es de anos. Em 1983, no entanto, os geó logos da
Universidade Nacional da Austrá lia descobriram do lado ocidental de
seu país restos de rochas de uma crosta continental cuja idade foi estabelecida em
4,1 a 4,2 bilhõ es de anos. Em 1989, testes efetuados com métodos mais sofisticados nas
amostras de rochas, coletadas pouco anos antes no norte do Canadá
(pela equipe de pesquisadores da Universidade de Washington, em St. Louis, e do
Levantamento Geoló gico do Canadá ), determinaram que a idade das rochas é de 3,9
bilhõ es de anos; Samuel Bowering, da Universidade de Washington, informou que as
rochas pró ximas dessa á rea chegavam a ter 4,1 bilhõ es de anos.
Os cientistas ainda encontram uma certa dificuldade em explicar o período de 500 milhõ es
de anos entre a idade da Terra (cujos fragmentos de meteoros, como os encontrados na
Meteor Crater do Arizona, têm 4,6 bilhõ es de anos) e a dessas rochas mais antigas
encontradas até agora, mas um fato é indiscutível - nã o
importa qual seja a explicaçã o que os cientistas possam dar -, a Terra tem sua crosta
continental há pelo menos 4 bilhõ es de anos. Por outro lado, nã o foi
encontrada nenhuma parte da crosta oceâ nica com mais de 200 milhõ es de anos...
Essa diferença é tã o gigantesca que continua inexplicá vel, apesar de todas as suposiçõ es
sobre possíveis elevaçõ es e submersõ es de continentes, formaçõ es e desaparecimentos de
mares. A crosta terrestre já foi comparada à casca de uma
maçã . Nas á reas em que ficam os oceanos ela é bem mais nova e muito fina; onde os oceanos
se encontram desde tempos primordiais, essa "casca" e boa parte da pró pria "maçã "
parecem ter sido arrancadas.
As diferenças entre a crosta continental e a oceâ nica provavelmente eram bem maiores em
eras anteriores. As massas dos continentes sofreram constante
erosã o das forças da natureza e uma boa parte dessa matéria só lida erodida foi
carregada para as bacias oceâ nicas, aumentando a espessura dessa crosta. Além
disso, ela é constantemente reforçada pela eclosã o de material rochoso derretido,
basalto e silicato, que rompe a crosta subindo do manto pelas falhas existentes no leito
marinho. Esse processo, que forma novas camadas de crosta no fundo dos
oceanos, vem se repetindo há 200 milhõ es de anos, originando sua forma atual. O que havia
antes no fundo dos mares? Será que nã o existia nenhuma crosta, sendo
apenas uma "ferida" aberta na superfície terrestre? E essa formaçã o constante da crosta
oceâ nica nã o se parece com o processo de cicatrizaçã o, onde a pele foi ferida e arrancada?
O local mais evidente desse "ferimento" é o oceano Pacífico. Enquanto a média de queda do
nível da crosta oceâ nica é de cerca de 4 quilô metros, no Pacífico a
profundidade atual alcança, em certas á reas, 11 quilô metros. Se pudéssemos remover do
fundo do oceano a crosta acumulada nos ú ltimos 200 milhõ es de anos, chegaríamos a
profundidades de quase 20 quilô metros abaixo da superfície da á gua e entre 30 a 100
quilô metros abaixo da superfície continental. É um buraco e tanto...
Qual a profundidade da crosta refeita nos ú ltimos 200 milhõ es de anos? E qual seria a
amplitude do "ferimento" há 500 milhõ es, 1 bilhã o, 4 bilhõ es de anos? Ninguém pode
calcular, mas sem dú vida era bem mais profundo.
O que se pode afirmar com certeza é que a extensã o da á rea mais profunda era maior,
ocupando uma superfície bem mais ampla do planeta. O oceano Pacífico ocupa atualmente
cerca de um terço da superfície terrestre, mas, até onde
pudemos determinar sobre os ú ltimos 200 milhõ es de anos, sua á rea tem
encolhido. A prova desse encolhimento é que os continentes que a limitam - as
Américas a leste, a Á sia e a Austrá lia a oeste - estã o se aproximando, vagarosa e
constantemente, avançando no Pacífico, reduzindo seu tamanho em vá rios centímetros por
ano.
A ciência e as formas de explicar esse processo sã o conhecidas como teoria da tectô nica das
placas. Como no estudo do sistema solar, sua origem é o abandono da velha noçã o de uma
condiçã o está vel e permanente dos planetas, reconhecendo,
em vez disso, seu aspecto catastró fico, de mudança e evoluçã o, nã o só no caso da flora e da
fauna, mas dos pró prios globos que se desenvolveram como entidades "vivas" que podem
crescer e encolher, prosperar ou sofrer, nascer e morrer.
A nova ciência da tectô nica das placas, já difundida e reconhecida, foi iniciada por
Alfred Wegener, meteorologista e geofísico alemã o, em seu livro Origem dos
Continentes e Oceanos, publicado em 1915. Como aconteceu a outros antes dele, seu ponto
inicial foi o evidente "encaixe" dos contornos dos continentes do
Atlâ ntico Sul. Mas antes de Wegener expor suas idéias, postulava-se o desaparecimento
devido à imersã o de continentes ou braços de terra; acredita-se que os continentes
permaneciam onde tinham estado desde épocas imemoriais, mas uma parte central
afundara abaixo do nível do mar. Aliando os dados dispo-
níveis sobre a flora e a fauna com as camadas geoló gicas "correspondentes entre os dois
lados do Atlâ ntico, Wegener estabeleceu a hipó tese da Pangaea - um
supercontinente, uma ú nica e enorme massa de terra em que se ajustavam todos os
continentes da atualidade, como peças de um quebra-cabeça. Pangaea, como
Wegener sugeriu, cobria cerca da metade do globo terrestre e era cercada por um oceano
Pacífico primordial. Flutuando sobre a massa líquida como o gelo, o grande
continente sofreu uma série de resfriamentos até seu rompimento final na era
Mesozó ica, o período geoló gico que durou cerca de 160 milhõ es de anos, estendendo-se de
225 a 65 milhõ es de anos atrá s. Gradualmente, as várias partes começaram a distanciar-se.
A Antá rtida, Austrá lia, Índia e Á frica começam a se
separar. A Á frica e a América do Sul se rompem, enquanto que a América do Norte se afasta
da Europa e a Índia é empurrada na direçã o da Á sia; assim os continentes continuaram se
afastando até se acomodarem nos moldes que conhecemos hoje.
Essa visã o de Wegener dos continentes como pedaços de gelo partido, flutuando sobre uma
superfície inconstante, foi recebida com desdém geral e chegou a ser
ridicularizada por geó logos e paleontó logos da época. Foi necessá rio meio século para que
essa idéia do "afastamento continental" fosse aceita pelos meios
científicos. O que colaborou para a mudança de atitude foram os levantamentos do solo
oceâ nico iniciados nos anos 60, que revelaram aspectos como a cadeia de
montanhas do meio do Atlâ ntico, supostamente formada pela elevaçã o de rocha
derretida (magma) do interior da Terra. No caso de Atlâ ntico, irrompendo através
de uma rachadura do solo oceâ nico que tomava quase toda sua extensã o, o magma
esfriou e formou a cordilheira de rocha basá ltica. Depois, uma erupçã o seguiu-se a outra, os
lados das montanhas foram se afastando e dando espaço a novas
camadas de magma. O que permitiu um grande avanço no estudo do solo oceâ nico foi o
auxílio do Seasat, um satélite oceanográ fico lançado em junho de 1978 e que
orbitou a Terra durante três meses; os dados enviados pelo Seasat foram usados no
mapeamento do leito oceâ nico, dando-nos uma noçã o inteiramente nova a
respeito de suas cadeias de montanhas, picos, vulcõ es, fendas e rachaduras das zonas
fraturadas. Com a descoberta de que cada erupçã o de magma conserva a
direçã o magnética da ocasiã o em que ocorreu, foi determinada uma série de linhas
magnéticas quase paralelas, resultando numa escala de tempo e um mapa direcional da
expansã o contínua do solo oceâ nico. Essa expansã o no Atlâ ntico foi fator importante no
Atlâ ntico no afastamento da Á frica e da América do Sul, e na criaçã o do oceano (que
continua se expandindo).
Também se acredita que outras forças, como o esforço gravitacional da Lua, a rotaçã o da
Terra e até os movimentos do manto oculto estejam atuando na
separaçã o da crosta continental, afastando os continentes. Naturalmente, essas
forças também exercem influência na regiã o do Pacífico. Este oceano revelou-se com mais
cordilheiras marinhas, fissuras e outros acidentes do que o Atlâ ntico.
Entã o, por que as massas de terra que limitam o Pacífico nã o estã o se afastando
(como provam as evidências), como acontece no Atlâ ntico, mas, ao contrá rio, vã o se
aproximando vagarosamente, numa reduçã o constante do tamanho desse oceano?
Com algumas modificaçõ es, quase todos os cientistas aceitam a hipó tese de
Wegener de um só continente totalmente cercado pelo oceano. Apesar da idade geoló gica
recente (200 milhõ es de anos) do atual solo marinho, os estudiosos reconhecem que existia
um oceano primordial na Terra. Seus traços nã o sã o encontrados nas profundezas dos
mares e sim nos continentes. As regiõ es das
capas arcaicas onde as rochas mais novas têm 2,8 bilhõ es de anos contêm faixas rochosas de
dois tipos: uma de diorito e outra de granito gná issico. Stephen
Moorbath ("As Rochas Mais Antigas e o Desenvolvimento dos Continentes", publicado no
Scientific American, março de 1977) declarou em seu artigo que os
geó logos "acreditam que as faixas de rochas de diorito foram depositadas em um ambiente
marinho primordial e representam, de fato, antigos oceanos; e que os
terrenos de granito gná issico também podem ser os restos desses velhos mares". Muitos
registros de rochas em praticamente todos os continentes indicam que estiveram vizinhas
das á guas oceâ nicas durante mais de 3 bilhõ es de anos; em certos locais como Zimbá bue, no
sul da Á frica central, as rochas sedimentares demonstram que foram formadas há cerca de
3,5 bilhõ es de anos. Os avanços
recentes no campo do cá lculo de tempo recuaram a idade das capas arcaicas - as que
incluem rochas depositadas nos oceanos primordiais - para 3,8 bilhõ es de anos (Scientific
American, setembro de 1983; nú mero especial dedicado à "Terra Dinâ mica").
A ciência moderna confirma as noçõ es científicas expostas nos textos antigos, mas nã o
avança o suficiente para resolver a seqü ência massa continental-oceano. Se
cada descoberta científica moderna parece comprovar este ou aquele aspecto do
conhecimento antigo, por que nã o aceitar também a antiga resposta neste caso: que as
á guas cobriam a face da Terra e - no terceiro dia, ou terceira fase - foram
"reunidas" de um lado para revelar a terra seca? Essa terra descoberta era feita de
continentes isolados ou um supercontinente, uma Pangaea? Apesar de os textos
antigos nã o darem importâ ncia a uma confirmaçã o, vale notar que as noçõ es dos
gregos sobre a Terra, mesmo acreditando que ela era um disco em vez de um globo, eram de
que havia uma grande massa de terra solidamente plantada e
cercada pelas á guas. Essa idéia provavelmente foi transmitida por uma fonte
anterior mais bem informada, como no caso de quase todas as ciências gregas.
Encontramos no Velho Testamento várias referências repetidas sobre as "bases" da Terra,
além do conhecimento vindo de tempos anteriores sobre a forma do planeta, como nos
seguintes versos louvando o Criador:
(Salmo 24:1,2)
Além do termo Eretz, que significa tanto o planeta Terra como "terra, terreno", a narrativa
do Gênesis emprega o termo Yabashah - literalmente, "a massa de terra que secou" - quando
declara que as á guas –“foram reunidas em uma só massa"
para que Yabashah aparecesse. Mas em todo o Velho Testamento também é citado outro
termo, Tebel, freqü entemente usado para definir a parte habitá vel, ará vel e
ú til à humanidade (sendo inclusive uma fonte de metais). A palavra Tebel - que pode ser
traduzida tanto como "a terra" quanto "o mundo" - é quase sempre
empregada para indicar a parte terrestre que é diferente dos mares; as "bases" dessa Tebel
se justapunham à s bacias oceâ nicas. Isso é melhor explicado na Cançã o de David (Samuel
22:16 e Salmo 18:16):
Com o que hoje sabemos sobre as "bases da Terra", a palavra Tebel transmite claramente o
conceito de continentes cujas bases - as placas tectô nicas - ficam no meio das á guas. Que
emoçã o descobrir que as ú ltimas teorias geofísicas ecoam palavras de um salmo de 3 mil
anos!
A narrativa do Gênesis fala claramente que as á guas foram "reunidas" de um lado da Terra
para que o terreno seco emergisse, o que implica na existência de uma
grande depressã o para escoarem. Tal depressã o, um pouco maior que a metade da Terra,
ainda está ali, apesar de mais encolhida e reduzida: o oceano Pacífico.
Por que, entre as provas encontradas, a mais importante nã o tem mais de 4 bilhõ es de anos
em vez dos 4,6 bilhõ es que é a idade presumível da Terra e do sistema solar?
A primeira Conferência Sobre as Origens da Vida em Princeton, Nova Jersey, organizada pela
NASA e pelo Instituto Smithsoniano em 1967, estudou esse
problema a fundo. A ú nica hipó tese aventada pelos participantes mais capacitados
na matéria foi a de um grande "cataclismo" ocorrido na época das rochas mais antigas
encontradas. Ao discutirem a origem da atmosfera terrestre, todos
chegaram a um consenso: ela nã o resulta de uma "contínua produçã o de gases" criados pela
atividade vulcâ nica, mas, segundo declarou Raymond Siever, da
Universidade de Harvard, é conseqü ência de "uma forte emissã o de gases em época bem
remota... uma enorme erupçã o de gases que agora caracterizam a atmosfera e os sedimentos
terrestres". Essa "enorme erupçã o" também foi calculada na mesma época da catá strofe
registrada pelas rochas.
Isso evidencia que em cada ramo específico - a ruptura da crosta terrestre, o processo da
tectô nica das placas, as diferenças entre a crosta continental e
oceâ nica, a emergência de uma Pangaea surgindo das á guas e o oceano
primordial que a circundava -, as descobertas da ciência moderna têm confirmado
o conhecimento antigo. Essas descobertas também levaram os cientistas das várias
especialidades a concluir que a ú nica explicaçã o para a formaçã o das massas
continentais, dos oceanos e da atmosfera terrestre é a possibilidade de que tenha ocorrido
um cataclismo há cerca de 4 bilhõ es de anos - perto de meio bilhã o de anos depois da
formaçã o inicial da Terra como parte do sistema solar.
Qual foi esse cataclismo? A humanidade possui a resposta suméria há 6 mil anos; é a Batalha
Celeste entre Nibiru/Marduk e Tiamat.
Nessa cosmogonia suméria, os membros do sistema solar foram descritos como deuses
celestes, masculinos e femininos, sendo sua criaçã o comparada ao
nascimento e sua existência descrita como se fossem criaturas vivas. No texto do
Enuma elish, Tiamat é descrita de forma feminina, como a mã e que deu vida a uma hoste de
onze satélites, sua "horda" liderada por Kingu, o "que ela elevou". Quando
Nibiru/Marduk e sua horda se aproximaram, "Tiamat, em fú ria, emitiu um grande rugido, as
raízes de suas pernas balançavam... contra seu atacante ela lançou
feitiços repetidamente". Quando o "Senhor fez uma rede para envolver Tiamat" e
"o Vento Vil, o da retaguarda, ele desatrelou à frente dela; Tiamat abriu a boca para o
devorar", mas outros "ventos" de Nibiru/Marduk "atacaram sua barriga e seu
corpo distendeu-se". Na verdade, "vá e corte a vida de Tiamat" foi a ordem que o
Invasor recebeu dos outros planetas. Ele obedeceu e "cortou suas entranhas, rasgou até seu
ventre. Tendo-a assim submetido, ele extinguiu seu há lito de vida".
Durante muito tempo essa visã o dos planetas (especialmente de Tiamat), como entidades
vivas que podiam nascer e morrer, foi considerada excessivamente pagã .
Mas, em décadas recentes, a exploraçã o de nosso sistema planetá rio revelou, de fato,
mundos referidos freqü entemente como "vivos". A idéia de que a pró pria
Terra é um organismo vivo foi apresentada como a "Hipó tese de Gaia" por James
E. Lovelock nos anos 70 (Gaia - A New Look at Life on Earth - Gaia, Uma nova Visã o da Vida
na Terra). Mais recentemente, Lovelock reforçou essa hipó tese em The Ages of Gaia: A
Biography of Our Living Planet (As Idades de Gaia: Uma Biografia de
Nossa Planeta Vivo). Essa hipó tese engloba em um mesmo organismo a Terra e a vida que
nela evoluiu; nosso planeta nã o é apenas um globo inanimado onde existe
vida, mas um corpo coerente e complexo, vivo em sua massa e superfície, seus oceanos e sua
atmosfera, sustentando a fauna e a flora que por sua vez o
sustentam. Lovelock escreveu: "O maior ser vivo na Terra é ela mesma". Ele mesmo admitiu
que revia assim, o antigo "conceito da Mã e-Terra, ou como os gregos a chamavam há tanto
tempo, Gaia".
Mas na realidade ele recuara aos tempos sumérios, ao seu antigo conhecimento do planeta
que foi partido.
6
Testemunha do Gênesis
Seja qual for o motivo que levou a Lua a ser uma companheira constante da Terra
- logo examinaremos as vá rias teorias -, ela também pertencia ao sistema solar e as histó rias
de ambas recuam ao tempo de sua criaçã o. Na Terra, as evidências dessa criaçã o foram
obliteradas em grande parte pela erosã o das forças da
natureza e pela vida que nela se desenvolveu, sem falar do cataclismo que mudou e
remendou o planeta. Mas a Lua, segundo se presumia, conservava sua condiçã o primitiva.
Sem ventos, atmosfera ou á gua, nã o existiam ali forças de erosã o. Um olhar à Lua seria o
equivalente a uma espiadela no Gênesis.
O homem observa a Lua há muitas eras; primeiro a olho nu, depois com instrumentos
instalados na Terra. A era espacial tornou possível um exame mais pró ximo. Entre 1959 e
1969, vá rias espaçonaves americanas e soviéticas,
tripuladas ou nã o, pesquisaram a Lua girando em sua ó rbita ou tocando sua
superfície. O homem finalmente pô s o pé na Lua quando o mó dulo da Apolo 11 desceu em 20
de julho de 1969 e Neil Armstrong anunciou ao mundo: "Houston! Aqui fala a Base da
Tranqü ilidade. A Á guia pousou!”
Ao todo, seis espaçonaves Apolo e doze astronautas foram à Lua; a ú ltima missã o tripulada
foi a da Apolo 17, em dezembro de 1972. A primeira foi originalmente
projetada para "vencer os russos na chegada à Lua", mas as seguintes foram mais
científicas, à medida que a programa Apolo prosseguia. Os equipamentos para testes e
experiências se tornaram mais sofisticados, a escolha dos locais de
alunissagem recebeu orientaçã o mais científica, as á reas cobertas foram
ampliadas com o auxílio de veículos de superfície e os prazos de permanência aumentaram
de horas a dias. Até a composiçã o das equipes mudou, tendo
participado da ú ltima missã o um geó logo altamente capacitado, Harrison Schmitt.
Seu trabalho foi de valor incalculá vel na seleçã o das amostras de rochas e solo trazidos à
Terra, no exame e na descriçã o dos aspectos topográ ficos - morros,
vales, pequenos desfiladeiros, escarpas e buracos gigantescos -, sem o que a
verdadeira face da Lua continuaria sendo inescrutá vel. Lá permaneceram
instrumentos para medir e registrar fenô menos lunares durante longos períodos; a
perfuraçã o do solo lunar permitiu a retirada de amostras do solo mais profundo,
mas o material mais precioso e compensador do ponto de vista científico foi o que eles
trouxeram à Terra: quase 300 quilos de solo lunar e de rochas. O exame, o estudo e a aná lise
desse material continuam progredindo na época em que é comemorado o vigésimo
aniversá rio da primeira chegada à Lua.
Harold Urey, um cientista laureado com o Prêmio Nobel, foi quem primeiro sugeriu à NASA
que na Lua seriam encontradas as "rochas do Gênesis". Uma das primeiras amostras a
receber esse nome, à medida que o programa Apolo
prosseguia, demonstrou que nã o era a mais antiga. Tinha apenas 4,1 bilhõ es de
anos, tendo sido encontradas depois outras rochas que variavam de 3,3 bilhõ es de anos, as
mais recentes, à s mais antigas, de 4,5 bilhõ es de anos. Sem falar em futuras descobertas,
apareceram algumas ampliando a idade calculada do sistema solar em mais 100 milhõ es de
anos - chegavam a ter 4,6 bilhõ es de anos, a mesma idade de meteoritos que se chocaram
com a Terra.
As viagens à Lua estabeleceram, portanto, que ela era, realmente, uma testemunha do
Gênesis.
Depois de ficar determinada a idade da Lua, isto é, a época de sua formaçã o, o debate
intensificou-se a respeito de uma questã o: Como a Lua foi criada?
"A esperança de se estabelecer a origem da Lua foi o motivo científico principal das viagens
tripuladas do projeto Apolo nos anos 60", escreveu James Gleick em junho de 1986 para o
setor científico do The New York Times. "Contudo, essa foi a grande questã o que a Apolo
deixou de responder.”
Como a ciência moderna poderia decifrar essa pedra de Rosetta (laje basá ltica coberta de
inscriçõ es, descoberta em 1799, que constituiu a chave para que se
decifrassem os hieró glifos egípcios. Encontrada perto de Rosetta, Egito, a pedra
acha-se agora no Museu Britâ nico) do sistema solar, tã o pró xima, tã o estudada e
seis vezes visitada, sem chegar a responder essa questã o bá sica? A resposta a esse enigma é,
provavelmente, que as descobertas serviram apenas a noçõ es preconcebidas, e como
nenhuma dessas noçõ es é correta, elas aparentemente deixaram a questã o sem resposta.
Uma das primeiras teorias científicas sobre a origem da Lua foi apresentada em
1879 por Sir George H. Darwin, segundo filho de Charles Darwin. Enquanto seu pai formulou
a teoria sobre as origens das espécies, Sir George desenvolveu a primeira teoria sobre as
origens do sistema Sol-Terra-Lua, baseando-se em
aná lises matemá ticas e na teoria geofísica. George Darwin era especialista no
estudo das marés; por essa razã o, ele concebia a Lua como matéria terrestre que
tinha sido arrancada de nosso planeta pelas marés solares. Defendia a idéia de que a bacia
do Pacífico era a cicatriz que restou quando essa parte da Terra foi arrancada para formar a
Lua.
Apesar da pró pria Enciclopédia Britânica afirmar que se trata de uma hipó tese já
considerada pouco prová vel, a idéia reapareceu no século 20 como uma das três
possibilidades que poderiam ser comprovadas com a descoberta na Lua. Batizada com um
nome altamente técnico, teoria de fissã o, ela foi recebida com indiferença.
Na sua reapresentaçã o, foi afastada a idéia simplista de uma atraçã o da maré solar e a
proposta passou a ser de que a Terra se dividira em dois pedaços enquanto
girava muito rapidamente, no período de sua formaçã o. A rotaçã o era tã o rá pida que um
pedaço do material terrestre foi expelido, aglutinou-se e passou a orbitar sua grande irmã
gêmea como satélite permanente.
Os cientistas que propuseram a teoria de fissã o ofereceram variantes para tentar resolver o
problema da distâ ncia adaptando-o ao conceito chamado "limite de Roche" (é a distâ ncia
em que a força das marés passam a superar a força gravitacional). Mas todas as variantes
da teoria de fissã o acabaram sendo
rejeitadas porque violam as leis de preservaçã o da energia. Essa teoria exige
"impulso angular" mais elevado do que o que se conserva na energia existente na rotaçã o da
Terra e da Lua em suas ó rbitas à volta do Sol. No livro Origin of the
Moon (1986), John A. Wood, do Centro Smithsoniano de Astrofísica de Harvard
("Uma Revisã o da Hipó tese de Formaçã o da Lua e da Terra"), resumiu o assunto nas
seguintes palavras: "O modelo de desintegraçã o tem problemas dinâ micos
muito graves: para se partir, a Terra precisaria quatro vezes mais impulso angular
do que o sistema Lua-Terra possui atualmente. Antes de mais nada, nã o existe uma boa
explicaçã o para esse excesso de impulso angular necessá rio da Terra e nem de onde foi
parar esse excesso depois que houve o rompimento".
Com o conhecimento adquirido sobre a Lua pelo programa Apolo, os geó logos e químicos
também se aliaram aos cientistas que rejeitam a teoria de fissã o. A composiçã o da Lua é
muito semelhante à da Terra em vá rios aspectos, mas é diferente nos principais. Existe
suficiente parentesco indicando que sã o
pró ximas, mas bastante diferença demonstrando que nã o sã o irmã s gêmeas. Isso é verdade,
especialmente, no caso da crosta terrestre e do manto, que teriam
formado a Lua de acordo com a teoria de fissã o. Por exemplo, a Lua tem uma
quantidade mínima de elementos chamados "sideró filos", como tungstênio, fó sforo, cobalto,
molibdênio e níquel se for comparada à crosta e ao manto terrestres, mas
tem excesso de elementos refratá rios como alumínio, cá lcio, titâ nio e urâ nio. Em um resumo
altamente técnico sobre as vá rias descobertas ("A Origem da Lua",
American Scientist, setembro-outubro de 1975), Stuart R. Taylor declarou: "Por todos esses
motivos, é difícil combinar a composiçã o da massa lunar com a do manto terrestre".
O livro Origin of the Moon, além do artigo mencionado de J.A. Wood, é uma compilaçã o de
trabalhos apresentados por 62 cientistas na Conferência Sobre a
Origem da Lua, de outubro de 1984 em Kona, no Havaí - a mais completa desde a realizada
em 1964, quando foram indicadas as metas das pesquisas espaciais
feitas por naves tripuladas ou nã o. Nesses estudos, os cientistas examinaram o
problema conforme suas especialidades, chegando invariavelmente a conclusõ es contra a
teoria de fissã o. As comparaçõ es entre o manto da Terra e o da Lua, nas palavras de Michael
J. Drake, da Universidade do Arizona, "excluem rigorosamente a hipó tese de fissã o
rotacional".
A lei do impulso angular aliada à comparaçã o dos mantos lunar e terrestre, depois das
vá rias viagens feitas à Lua, também afastou a segunda teoria favorita, a teoria de captura. De
acordo com ela, a Lua nã o se formou perto da Terra e sim entre os
planetas externos ou até além deles. De algum modo, afastou-se de sua vasta ó rbita elíptica à
volta do Sol e foi capturada pela força gravitacional terrestre, transformando-se em satélite
da Terra.
Como demonstraram vá rios estudos feitos por computador, essa teoria exigia uma
aproximaçã o bem mais lenta da Lua em direçã o à Terra. Esse processo de captura, um
pouco semelhante ao usado no lançamento de satélites que depois de
capturados ficam nas ó rbitas de Marte e Vênus, é falho se levarmos em conta o
tamanho relativo da Terra e da Lua. Comparada à Terra, a Lua (cerca de um oitavo da massa
terrestre) é grande demais e nã o poderia ter sido atraída de uma grande ó rbita elíptica, a
menos que se movesse muito vagarosamente, mas os cá lculos demonstram que o resultado
nã o seria a captura e sim uma colisã o. Essa teoria foi ainda mais afastada quando se
compararam as composiçõ es dos dois corpos
celestes, mostrando que é grande a semelhança da Terra e da Lua e que esta é muito
diferente dos planetas exteriores para ter nascido tã o distante.
Estudos mais profundos sobre a teoria de captura sugeriram que a Lua só permaneceria
intacta se tivesse se aproximado da Terra chegando de uma regiã o
vizinha do céu e nã o de um local tã o distante. Essa conclusã o foi aceita por S. Fred
Singer, da Universidade George Mason - um dos cientistas que propuseram a hipó tese de
captura no trabalho "Origem da Lua por Captura", apresentado na
Conferência Sobre a Origem da Lua, já mencionada. "A captura de uma ó rbita heliocêntrica
excêntrica nã o é exeqü ível e nem necessá ria", declarou Fred Singer; as singularidades na
composiçã o da Lua "podem ser explicadas como um satélite formado numa ó rbita como a da
Terra": a Lua foi "captada" enquanto se formava perto da Terra.
Apó s admitirem esse fato, os proponentes das teorias de fissã o e captura deram maior apoio
à terceira teoria principal e que anteriormente era a mais aceita, a de co-acreção
(crescimento conjunto), isto é, um nascimento em comum. Essa teoria
tem suas raízes na hipó tese nebular, proposta no fim do século 18 pelo astrô nomo e
matemá tico francês Pierre Simon de Laplace, afirmando que o sistema solar
nasceu de uma nuvem gasosa, uma nebulosa que fundiu-se em tempo de formar o
Sol e os planetas - teoria ainda aceita pela ciência moderna. Demonstrando que as
aceleraçõ es lunares dependem das excentricidades da ó rbita terrestre, Laplace
concluiu que os dois corpos foram criados lado a lado, primeiro a Terra e depois a
Lua. Segundo sugeriu, os dois eram planetas irmã os partes de um biná rio ou planeta duplo,
um sistema que orbita o Sol em conjunto enquanto um "dança" em volta do outro.
TERRA – 0.0122
Jú piter – 0.00021
Saturno – 0.00025
Urano – 0.00017
Netuno – 0.00130
A comparaçã o dos tamanhos relativos das luas maiores de cada planeta com o tamanho da
Terra em relaçã o à Lua demonstra claramente a anomalia. Um
resultado dessa desproporçã o é a existência de impulso angular excessivo no sistema
combinado Terra-Lua para apoiar a hipó tese de planetas biná rios.
Como as três teorias bá sicas nã o conseguem atingir os critérios requeridos, é difícil calcular
como a Terra acabou com seu satélite... Tal conclusã o nã o
incomoda, de fato, alguns cientistas; eles salientam que nenhum planeta terrestre
(além da Terra) apresenta satélites, já que todos concordam que os dois pequenos corpos
que orbitam Marte sã o asteró ides capturados. Se as condiçõ es do sistema solar nã o
permitiam que nenhum planeta entre o Sol e Marte (inclusive) tivesse satélites, por
qualquer dos métodos considerados - fissã o, captura ou crescimento conjunto -, a Terra nã o
deveria ter nenhum? Mas persiste o fato de que a Terra, como a conhecemos e onde a
conhecemos, tem uma Lua e proporcionalmente bem grande. Como explicar tal fenô meno?
Uma outra descoberta do programa Apolo também atrapalha a aceitaçã o da teoria de co-
acreçã o. A superfície da Lua, bem como seu conteú do mineral, sugere a
existência, no passado, de um "oceano de magma", criado pela fusã o de parte do interior do
satélite. Ora, somente uma grande fonte de calor seria capaz de
derreter as rochas, transformando-as em magma. Um calor assim só pode resultar
de um evento cataclísmico ou catastró fico. Num cená rio de co-acreçã o, nã o existe a
produçã o de um calor assim. Entã o, como explicar o oceano de magma e outras evidências
encontradas na Lua indicando um aquecimento cataclísmico?
A necessidade de que o nascimento da Lua tenha ocorrido com o impulso angular correto e
de um acontecimento que tenha produzido calor cataclísmico, inspirou uma hipó tese
formulada apó s o programa Apolo e que recebeu o nome de "big
whack theory" (teoria do grande impacto). Ela surgiu da sugestã o apresentada por
William Hartmann, geoquímico do Instituto de Ciência Planetá ria de Tucson,
Arizona, e seu colega Donald R. Davis, em 1975, de que as colisõ es e os impactos
desempenharam seu papel na criaçã o da Lua ("Planetesimais com Tamanho de
Satélites e a Origem Lunar", Icarus, vol. 24). De acordo com os cá lculos desses cientistas, o
índice de bombardeio de asteró ides pequenos e grandes durante o ú ltimo está gio da
formaçã o dos planetas era muito maior que o atual; alguns
asteró ides eram suficientes grandes para expelir, no choque, partes do planeta em que
colidiam; no caso da Terra, um pedaço arrancado transformou-se na Lua.
Essa idéia foi aceita por dois astrofísicos, Alastair G. W. Cameron, de Harvard, e William R.
Ward, do Caltech. Em seu estudo "A Origem da Lua" (Lunar Science, vol.
7, 1976), eles previam um corpo de tamanho planetá rio - pelo menos tã o grande quanto o
planeta Marte - voando de encontro à Terra a uma velocidade de quase 40 mil quilô metros
por hora; chegando das regiõ es externas do sistema solar, sua trajetó ria arqueou-se na
direçã o do Sol - mas a Terra, em sua ó rbita, estava no
caminho. O "choque angular" resultante inclinou ligeiramente a Terra, concedendo sua
obliqü idade da eclíptica (cerca de 23,5 graus atualmente); também derreteu as
camadas exteriores dos dois corpos, erguendo uma nuvem de rocha vaporizada em ó rbita à
volta da Terra. O material expelido tinha duas vezes o tamanho da Lua e a força de expansã o
do vapor distanciou os fragmentos da Terra. Parte desse material solto tornou a cair em
nosso planeta, mas sobrou o suficiente para se aglutinar e formar a Lua.
A "collision-ejection theory" (teoria da colisã o-ejeçã o) foi mais aperfeiçoada pelos autores à
medida que vá rios problemas eram aventados; também modificou-se quando novas equipes
de cientistas testaram simulaçõ es por computador (as
equipes principais foram A.C. Thompson e D. Stevenson, no Caltech, H.J. Melosh e M. Kipp,
nos Laborató rios Nacionais de Sandia, e W. Benz e W.L. Slattery, no Laborató rio Nacional de
Los Alamos).
Com esse quadro o impacto criou um calor imenso (talvez mais de 6 mil graus), causando
um derretimento nos dois corpos. O volume do corpo causador do impacto perfurou o
nú cleo da Terra derretida; partes dos dois corpos foram vaporizadas e expelidas.
Ao esfriar, a Terra foi refeita com o material do corpo, rico em ferro, que causou o impacto
em seu nú cleo. Parte do material expelido retornou à Terra; o resto, principalmente do
corpo causador do impacto, esfriou e aglutinou-se a distâ ncia - resultando na Lua que agora
orbita nosso planeta.
Outra idéia que afastou a hipó tese original do "big whack" (grande impacto) foi a
compreensã o de que, para resolver os embaraços da composiçã o, química, o corpo de
impacto devia vir da mesma regiã o celeste que a Terra - nã o das exteriores do sistema solar.
Sendo assim, quando e como tinham adquirido o impulso angular para o impacto
vaporizante?
O pró prio Cameron, em sua exposiçã o na Conferência do Havaí, reconheceu que também
existe a questã o da plausibilidade. "É plausível", perguntou, "que um corpo celeste
extraplanetá rio, com o volume aproximado de Marte ou maior,
entrasse no sistema solar no tempo apropriado para participar da colisã o
proposta?" Ele achava que cerca de 100 milhõ es de anos depois da formaçã o dos planetas
ainda havia instabilidade suficiente no sistema solar recém-nascido e
nú mero também suficiente de "remanescentes protoplanetá rios" para permitir a existência
de um grande corpo de impacto, tornando plausível essa colisã o.
Cá lculos subseqü entes demonstraram que para alcançar os resultados finais, o corpo de
impacto deveria ter três vezes o tamanho de Marte. Isso ampliou o
problema: onde e como, na vizinhança da Terra, tal corpo celeste poderia crescer?
Em resposta, o astrô nomo George Wethrill, do Instituto Carnegie, fez um cá lculo inverso e
descobriu que os planetas terrestres podiam ter evoluído de um grupo de cerca de
quinhentos planetesimais que vagava pelo espaço. Colidindo
repetidamente entre si, as pequenas luas foram os blocos de construçã o dos
planetas e dos corpos maiores que continuaram a bombardeá -los. Esses cá lculos apoiaram a
teoria do grande impacto, em sua versã o modificada "collision--
ejection" (colisã o-ejeçã o), conservando o imenso calor resultante. "O calor de tal
impacto", concluiu Wetherill, "teria derretido os dois corpos". Isso, aparentemente, poderia
explicar: a) como a Terra adquiriu seu nú cleo de ferro e b) como a Lua ganhou seus oceanos
de magma derretido.
Apesar de essa ú ltima versã o deixar sem resposta vá rios outros detalhes, muitos
participantes, ao fim da Conferência sobre a Origem da Lua de 1984, estavam prontos a
aceitar a hipó tese de "colisã o-ejeç~o”
como vencedora - nã o tanto por estarem convictos de sua correçã o, mas por se sentirem
exasperados. "Isso aconteceu, principalmente, porque muitos
investigadores independentes demonstraram que o crescimento conjunto, o modelo mais
amplamente aceito pelos cientistas (pelo menos ao nível
subconsciente) nã o explicava a capacidade do momento angular do sistema Terra-
Lua", escreveu Wood em seu resumo. De fato, alguns participantes da conferência, inclusive
ele mesmo, encontravam sérios problemas na nova teoria. Wood
salientou que o ferro "é realmente muito volá til e teria sofrido destino semelhante
aos outros materiais volá teis como o só dio e a á gua"; em outras palavras, nã o teria
mergulhado intacto no nú cleo terrestre como postula a teoria. A abundâ ncia de á gua na
Terra, sem falar de todo o ferro no manto terrestre, nã o seria possível se ela tivesse
derretido.
Já que cada variante da hipó tese do grande impacto envolvia um derretimento total da
Terra, era necessá ria outra evidência reveladora que resultasse nesse derretimento, mas
como foi amplamente anunciado na Conferência sobre a
Origem da Terra de 1988, em Berkeley, Califó rnia, nã o existe tal evidência. Se a
Terra tivesse derretido e voltado a se solidificar, vá rios elementos de suas rochas se
cristalizariam de forma diferente da que apresentam e teriam reaparecido em certas
proporçõ es. Outro resultado teria sido a distorçã o de condrita - a matéria
mais primordial da Terra, encontrada na maioria dos meteoritos primitivos -, mas essa
distorçã o nã o existe. A.E. Ringwood, um pesquisador da Universidade
Nacional Australiana, estendeu estes testes a mais de doze elementos cuja relativa
abundâ ncia teria se alterado se fosse a primeira crosta formada na Terra depois que ela
derreteu, mas nã o existia tal alteraçã o em qualquer quantidade
significativa. Uma revisã o dessas descobertas publicadas em Science (17 de março de 1989)
informou que os geoquímicos, na conferência de 1988, "contestaram
que um impacto gigantesco e o inevitá vel derretimento da Terra nã o se coadunam com o
que eles sabem da geoquímica. Particularmente no que se refere à
composiçã o das centenas de quilô metros das camadas superiores do manto, que nunca
foram totalmente derretidas". "A geoquímica", concluíram os autores do
artigo, "aparentemente é um tropeço em potencial que bloqueia a origem do
gigantesco impacto criador da Lua". Em "Ciência e Tecnologia" (The Economist, 22 de julho
de 1989) noticiou-se igualmente que vá rios estudos tornaram os geoquímicos céticos em
relaçã o à histó ria do impacto.
Como as teorias anteriores, a do grande impacto também enfrentou certas restriçõ es, mas
enfraqueceu outras. Ainda assim, podemos questionar se essa
teoria de impacto e derretimento que criou problemas quando aplicada à Terra, nã o
resolveu, pelo menos, o problema do evidente derretimento da Lua.
Mas o problema nã o é exatamente esse. Estudos térmicos indicaram, realmente, que a Lua
experimentou um grande derretimento. "Há indicaçõ es de que a Lua foi
parcial ou totalmente derretida numa fase primitiva de sua histó ria", declarou Alan B.
Binder, do Centro Espacial Johnson da NASA, na Conferência Sobre a Origem da Lua de
1984. "Fase primitiva, mas nã o inicial", responderam outros cientistas.
Essa diferença crucial baseia-se tanto em estudos das tensõ es da crosta lunar (de
Sean C. Solomon, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts), quanto nas proporçõ es de
isó topos (quando os nú cleos atô micos do mesmo elemento têm
massas diferentes porque difere o nú mero de nêutrons), estudadas por D.L.
Turcotte e L. H. Kellog, da Universidade de Cornell. Como informaram na conferência de
1984, "esses estudos apó iam uma origem relativamente fria da Lua".
O que dizer, entã o, dos evidentes derretimentos da Lua? Nã o existem dú vidas de que eles
ocorreram: crateras gigantescas, com centenas de quilô metros de diâ metro ou mais, sã o
testemunhas silenciosas. Existem "mares" que, como agora se sabe, nã o foram cheios de
á gua e sim achatamentos da superfície causados por
grandes impactos. Existem oceanos de magma. Existe o vidro e material vítreo embebido
nas rochas e nos grã os de poeira lunar, resultantes de choque e
derretimento da superfície causados pelos impactos de grande velocidade
(diferentes da lava quente que brota como uma fonte). Na Terceira Conferência Sobre a
Origem da Vida, um dia inteiro foi dedicado ao assunto "Vidro na Lua", o que demonstra a
importâ ncia dada a esse indício. Eugene Shoemaker, da NASA e
do Caltech, anunciou que foram encontrados em abundâ ncia, na Lua, vidros e outros tipos
de rochas derretidas que evidenciam o "choque vitrificante"; a
presença de níquel nas bolas e grã os de vidro sugeriram que o corpo de impacto tinha uma
composiçã o diferente, já que as rochas da Lua nã o possuem níquel.
Quando ocorreram todos esses impactos que derreteram a superfície? Como as descobertas
demonstraram, nã o foi durante a criaçã o da Lua, mas cerca de 500
milhõ es de anos depois. Segundo as informaçõ es prestadas por cientistas da NASA
em entrevista à imprensa, em 1972 e outras declaraçõ es subseqü entes, "a Lua
passou por uma evoluçã o convulsiva". "O período mais cataclísmico foi há 4 bilhõ es de anos,
quando corpos celestes do tamanho de grandes cidades e
pequenos países chocaram-se na Lua e formaram suas grandes bacias e altas
montanhas. A imensa quantidade de material radioativo deixada por essas colisõ es começou
a aquecer as rochas abaixo da superfície derretendo boa parte e
forçando mares de lava a brotarem das rachaduras até a superfície... A Apolo 15
descobriu que a colisã o que criou o Mar do Néctar depositou fragmentos até 160
quilô metros de distâ ncia. A Apolo 17 pousou perto de uma escarpa oito vezes mais elevada
que as da Terra.”
A idade das pedras mais antigas da Lua, segundo os cá lculos, é de 4,25 bilhõ es de anos;
partículas de solo chegaram a 4,6 bilhõ es de anos.
Insatisfeitos com todas as teorias oferecidas até agora como explicaçã o da origem da Lua,
alguns estudiosos tentaram selecionar a melhor delas graduando-as de
acordo com certos critérios. Uma "Tabela da Verdade" foi preparada por Michael J.
Drake, do Laborató rio Lunar e Planetá rio da Universidade do Arizona. Nessa tabela, a teoria
de co-acreçã o foi colocada bem à frente das outras. Na aná lise de John A.
Wood, ela obedecia a todos os critérios exigidos, menos ao do impulso angular Terra-Lua e o
derretimento desse satélite; fora isso, era superior a todas as outras. Por consenso, a teoria
de crescimento conjunto foi revista, com alguns elementos emprestados da do grande
impacto e de fissã o.
De acordo com a teoria oferecida por A. P. Boss, do Instituto Carnegie, e S.J. Peale, da
Universidade da Califó rnia, na conferência de 1984, a Lua foi realmente
formada junto com a Terra e da mesma matéria primordial, mas a nuvem gasosa em que
foram criadas sofreu bombardeios de planetesimais que algumas vezes
desintegraram o satélite e outras aduziram material externo a sua massa. Desse processo
resultou uma Lua maior com a absorçã o de outras luazinhas que se formavam no mesmo
anel circunterrestre - uma Lua semelhante à Terra, mas um pouco diferente.
Passando de uma teoria a outra, a ciência moderna decidiu adotar como origem da
Lua o mesmo processo que forneceu aos planetas exteriores seus sistemas de vá rios
satélites. O obstá culo que ainda precisa ser vencido é a necessidade de explicar por que a
Terra, sendo tã o pequena, acabou com uma Lua tã o grande em vez de um enxame de
luazinhas.
Para responder a essa questã o, precisamos voltar à cosmogonia suméria. A primeira ajuda
que ela oferece à ciência moderna é a declaraçã o de que a Lua nã o foi um satélite originá rio
da Terra e sim de um planeta bem maior, Tiamat.
Milênios antes da civilizaçã o ocidental descobrir os enxames de luas envolvendo
Jú piter, Saturno, Urano e Netuno, os sumérios atribuíam a Tiamat um grupo delas,
"onze ao todo". Localizavam Tiamat além de Marte, o que a qualificaria como planeta
externo; portanto, ela adquiriu sua "horda celeste" como os outros.
Como as teorias mais modernas, a cosmogonia suméria também descreve um sistema solar
inicialmente instá vel, onde planetesimais e forças gravitacionais emergentes perturbam o
equilíbrio planetá rio, causando o desenvolvimento
desproporcional de algumas luas. Em O 12º. Planeta descrevi as condiçõ es
celestes: "Com o fim do majestoso drama do nascimento dos planetas, os autores
da Epopéia da Criação levantam agora a cortina para o segundo ato, um drama de
celestiais distú rbios. A família de planetas recentemente criada estava longe de ter atingido
a estabilidade. Os planetas gravitavam na direçã o uns dos outros,
convergindo para Tiamat, o que perturbava e punha em perigo os corpos primordiais". Nas
palavras poéticas do Enuma elish,
eram dominadores.
Abandonando os conceitos anteriores de um sistema solar cuja nuvem quente primordial foi
esfriando e congelando aos poucos, até a época atual, a opiniã o científica adota agora a
posiçã o oposta. "À medida que os computadores mais
rá pidos permitem que os mecâ nicos celestes observem mais prolongadamente o
comportamento dos planetas", escreveu Richard A. Kerr em Science ("Novidades
de Pesquisa", 14 de abril de 1989), "o caos está surgindo em toda parte". Kerr cita estudos
como o de Gerald J. Sussman e Jack Wisdom, do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts em que, por meio de simulaçõ es no computador, eles retrocederam no tempo
e descobriram que “muitas ó rbitas entre Urano e Netuno ficaram
caó ticas" e que o "comportamento orbital de Plutã o é caó tico e imprevisível". J.
Laskar, do Bureau des Longitudes de Paris, concluiu que o caos imperava originalmente em
todo o sistema solar, "mas especialmente entre os planetas internos, inclusive a Terra".
George Wetherill, atualizando seus cá lculos de multicolisõ es para cerca de quinhentos
planetesimais (Science, 17 de maio de 1985), descreveu o processo na
regiã o dos planetas terrestres como o crescimento de "muitos irmã os e irmã s" que
colidiram entre si para formar "planetas experimentais". O processo de acreçã o - colisõ es,
rompimentos, captaçã o do material de outros corpos, até alguns
crescerem e se transformarem finalmente nos planetas terrestres -, segundo ele, foi nada
menos que uma "batalha real" que durou a maior parte dos primeiros 100 milhõ es de anos
do sistema solar.
Lemos nos textos antigos que à medida que os distú rbios celestes aumentavam, Tiamat
engendrava sua "hoste" para a "batalha" contra os "irmã os celestes" que invadiam seus
limites:
Ela constituiu uma Assembléia e está furiosa de raiva...
Induzindo
-o a ficar em sua hoste,
Na verdade, tu és o supremo!”
Seja qual for o efeito calmante que o aumento de "Kingu" causou em Tiamat e sua hoste, ele
foi uma ameaça de destruiçã o para outros planetas. Especialmente perturbadora foi a
elevaçã o de Kingu ao status de planeta plenamente desenvolvido:
seu peito...
um alto posto.
Foi esse o "pecado" de Tiamat: dar a Kingu seu "destino" orbital, o que enfureceu os outros
planetas a ponto de convocarem Nibiru/Marduk para acabar com
Tiamat e seu esposo ilegal. Na Batalha Celeste que seguiu, como já foi descrito,
Tiamat partiu-se ao meio e sua metade ficou estraçalhada; a outra, acompanhada de Kingu,
foi atirada em uma nova ó rbita para se transformar na Terra acompanhada pela Lua.
Temos aqui uma seqü ência de acontecimentos que se coadunam com as vá rias teorias
modernas sobre a origem, evoluçã o e o destino final da Lua, e apesar de a natureza dessa
“arma de poder t~o potente em sua propuls~o" ou do "deus-fogo" que causou o
crescimento desproporcional de Kingu continuarem aspectos nã o muito esclarecidos, o
tamanho fora de proporçã o da Lua (mesmo em relaçã o a
Tiamat, que era bem maior) é recordado em todos os seus detalhes perturbadores.
Tudo está ali - com exceçã o de que nã o é a cosmogonia suméria que comprova a ciência
moderna e sim esta que agora alcança o conhecimento antigo.
A Lua poderia, realmente, ser um planeta em formaçã o como afirmaram os sumérios? Como
vimos nos primeiros capítulos, isso seria bem concebível. Ela
assumiu, de fato, aspectos planetá rios? Ao contrá rio da opiniã o estabelecida de que
a Lua sempre foi um objeto inerte, nos anos 70 e 80 descobriu-se que ela possui
virtualmente todos os atributos de um planeta, menos a ó rbita independente à
volta do Sol. Sua superfície tem regiõ es de montanhas rugosas e entrelaçadas,
planícies e "mares" que, se nã o foram de á gua, provavelmente se formaram de lava
derretida. Para surpresa dos cientistas, ficou evidente que a Lua possuiu camadas
como a Terra. Apesar da diminuiçã o de ferro, devida ao acontecimento catastró fico que
discutimos anteriormente, ela aparentemente conserva seu nú cleo ferroso. Os cientistas
discutem se esse nú cleo ainda está derretido e, para seu espanto,
descobriram que a Lua já teve um campo magnético, causado pela rotaçã o de um nú cleo de
ferro derretido, como acontece na Terra e em outros planetas.
Significativamente, esse magnetismo “extinguiu-se há cerca de 4 bilhõ es de anos" - como
indicam os estudos de Keith Runcorn, da Universidade Britâ nica de Newcastle-upon-Tyne -
na época da Batalha Celeste.
Ainda nã o é certo se a Lua conserva á gua depois de todos os cataclismos por que passou.
Mas a evidência crescente de que ainda existe á gua em seu interior e talvez na superfície
nã o seria tã o surpreendente. Afinal, a Lua - ou melhor, Kingu - era o principal satélite de
Tiamat, o "monstro aquoso".
Por ocasiã o da ú ltima missã o Apolo à Lua, The Economist (Ciência e Tecnologia, 11 de
dezembro de 1972) resumiu as descobertas do programa: "Talvez o mais
importante na exploraçã o da Lua tenha sido a demonstraçã o de que ela nã o é uma esfera
simples e sem complicaçõ es, mas um verdadeiro corpo planetá rio".
"Um verdadeiro corpo planetá rio", exatamente como os sumérios a descreveram milênios
antes. E, como declararam há milênios, o planeta em formaçã o nã o chegaria a ser um
planeta com sua ó rbita à volta do Sol, porque perdeu seu status em conseqü ência da Batalha
Celeste.
Existe outra evidência de que a Lua ficou mais compacta por causa de grandes impactos. No
lado oculto - o mais distante -, a superfície apresenta terrenos altos e uma crosta enrugada,
enquanto o lado mais pró ximo - que é visto da Terra - mostra planícies suaves, como se as
elevaçõ es tivessem sido arrancadas. No
interior da Lua as variaçõ es gravitacionais revelam a existência de massas mais
pesadas e compactas em muitas contraçõ es, especialmente onde a superfície foi
achatada. Apesar de a Lua ser esférica (como todos os corpos celestes maiores que o
tamanho mínimo), a massa de seu nú cleo teria a forma de uma cabaça, como mostra um
estudo de computador. O formato guarda a marca do "grande impacto" que comprimiu a
Lua e a atirou em seu novo lugar no céu, como relatam os sumérios.
Como a Lua foi tã o enriquecida de elementos radioativos ainda é um enigma sem resposta,
mas que esses elementos se deterioraram em chumbo já é evidente.
Sendo assim, a afirmaçã o suméria de que Kingu se transformou em um "pote de chumbo" é
de grande precisã o científica.
A Lua nã o foi apenas a testemunha do Gênesis. Também é testemunha da veracidade do
Gênesis bíblico - da exatidã o do conhecimento antigo.
Gordon Cooper, que pilotou a Mercury 9 em 1963 e co-pilotou a Gemini 5 em 1965, retornou
com a convicçã o de que a Terra foi visitada por "vida extraterrestre inteligente em épocas
passadas" e passou a interessar-se por arqueologia.
Edward G. Gibson, uma cientista a bordo da Skylab 3 (1974), disse que ficar na ó rbita da
Terra durante alguns dias "nos leva a especular um pouco sobre a vida existente em outros
lugares do Universo".
Al Worden declarou: "Em minha mente o Universo deve ser cíclico; em alguma grande
galá xia existe um planeta perdendo suas possibilidades de vida e, em outro lugar ou outra
galá xia, existe um planeta em perfeitas condiçõ es de ser habitado; acho que alguns seres
inteligentes como nó s saltam de um planeta a outro para
continuar a espécie, como os habitantes do sul do Pacífico passam de uma ilha a
outra. Penso que é o que o programa espacial significa... Acho que podemos ser uma
combinaçã o de criaturas que viveram em alguma época do passado e
receberam a visita de seres de alguma outra regiã o do Universo; e essas duas
espécies se uniram e tiveram descendência... De fato, um grupo muito pequeno de
exploradores podia aterrissar em um planeta e criar seus sucessores que,
eventualmente, viriam a assumir o objetivo de habitar o resto do Universo".
Buzz Aldrin (Apoio 11) expressou sua crença de que "qualquer dia, através de telescó pios
que poderã o estar em ó rbita, como o Hubble ou outras novidades técnicas, saberemos que
realmente nã o estamos só s neste Universo maravilhoso".
7
A Semente da Vida
De acordo com os sumérios, a vida chegou ao sistema solar por meio de Nibiru; foi ele que
concedeu a "semente da vida" à Terra durante a Batalha Celeste com
Tiamat. A ciência moderna percorreu um longo caminho para chegar a essa mesma
conclusã o.
Para imaginar como a vida pode ter começado na Terra primitiva, os cientistas precisaram
determinar, ou pelo menos imaginar, que essas condiçõ es estavam
presentes no ambiente recém-formado. Tínhamos á gua? Tínhamos atmosfera? E
o que dizer dos principais componentes da vida - as combinaçõ es moleculares de
hidrogênio, carbono, oxigênio, nitrogênio, enxofre e fó sforo? Já estavam disponíveis na
Terra para iniciar os precursores dos organismos vivos?
Atualmente, o ar seco de nosso planeta é composto de 79 por cento de nitrogênio
(N2) 20 por cento de oxigênio (02) e 1 por cento de argô nio (Ar), além de traços de outros
elementos (a atmosfera contém vapor de á gua no ar seco). Isso nã o
reflete a riqueza de elementos do Universo, onde o hidrogênio (87 por cento) e o hélio (12
por cento) perfazem 99 por cento de todos eles. Acredita-se, portanto,
que a atual atmosfera terrestre nã o é a original, sendo esse um dos motivos. Tanto o
hidrogênio como o hélio sã o altamente volá teis e sua presença deficiente, assim como a falta
de gases "nobres" como o neô nio, o argô nio, criptô nio e xenô nio (em relaçã o à riqueza
có smica) sugere aos cientistas que a Terra enfrentou um "episó dio térmico" pouco antes de
3,8 bilhõ es de anos atrá s - meus leitores já estã o familiarizados com essa ocorrência.
Em geral, os cientistas agora acreditam que a atmosfera terrestre constituiu-se inicialmente
de gases expelidos pelas convulsõ es vulcâ nicas da Terra ferida.
Quando as nuvens formadas pelas erupçõ es cobriram a Terra e começaram a esfriar, a á gua
vaporizada condensou-se e caiu em chuvas torrenciais. A
oxigenaçã o das rochas e minerais forneceu o primeiro reservató rio de altos níveis de
oxigênio e eventualmente a vida das plantas trouxe à atmosfera oxigênio e dió xido de
carbono (CO2), começando o ciclo do nitrogênio (com a ajuda das bactérias).
É notá vel que mesmo a esse respeito os textos antigos estejam à altura do exame minucioso
da ciência moderna. A quinta tá bula do Enuma elish, apesar de muito
danificado, descreve a lava em torrentes quando Tiamat "cuspiu" e cita a atividade vulcâ nica
antes da formaçã o da atmosfera, dos oceanos e continentes. Dizem os
textos que o "cuspe” formava "camadas" enquanto escorria. As fases de "fazer o
frio" e "reunir as nuvens de |gua" também s~o descritas; depois que as "bases” da
Terra foram firmadas e os oceanos se reuniram como os versos do Gênesis confirmam. Só
depois a vida apareceu na Terra: a "verdura verdejou" sobre os continentes e a vida
"fervilhou" nas á guas.
Mas as células vivas, mesmo as mais simples, sã o feitas de moléculas complexas de vários
compostos orgâ nicos e nã o apenas de elementos químicos separados.
Como surgiram essas moléculas? A idéia era de que muitos desses compostos se formam
naturalmente, com o tempo, porque foram encontrados em outras regiõ es do sistema solar.
Em 1953, dois cientistas da Universidade de Chicago, Harold Urey e Stanley Miller
conduziram uma experiência que passou a ser chamada "muito surpreendente". Misturaram
em um recipiente de pressã o moléculas orgâ nicas
simples de metano, amô nia, hidrogênio e vapor de á gua, dissolveram em á gua para
formar uma "sopa" primordial líquida e emitiram faíscas elétricas para imitar os raios
primordiais. A experiência produziu muitos aminoá cidos e á cidos
hidroxi1icos - os blocos de construçã o das proteínas que sã o essenciais à matéria viva.
Depois disso, outros pesquisadores sujeitaram misturas semelhantes à luz
ultravioleta, à radiaçã o ionizante e ao calor para simular os efeitos dos raios de Sol e outros
tipos variados de radiaçõ es existentes na atmosfera primitiva e nas á guas sombrias. Os
resultados foram os mesmos.
Mas uma coisa era mostrar como a pró pria natureza produziu, em certas circunstâ ncias, os
blocos de construçã o da vida - nã o só os simples, mas também os compostos orgâ nicos
complexos -, outra era dar vida a esses compostos que continuaram inertes nas câ maras de
compressã o. A "vida" é definida como a capacidade de absorver nutrientes (de qualquer
tipo) e reproduzir, nã o
simplesmente existir. Até a Bíblia reconhece que para dar vida ao Homem, o ser
mais complexo, moldado do "barro", foi necessá ria a intervençã o divina para
"soprar-lhe o espírito/há lito da vida". Sem isso, nenhum matéria, por mais engenhosa que
fosse, nã o seria animada, nã o viveria.
A hipó tese das á guas sombrias ou da "sopa primordial" como origem da vida na
Terra prevê uma grande quantidade dessas moléculas orgâ nicas primitivas nos oceanos,
chocando-se uma nas outras devido à s ondas, à s correntes ou mudanças de temperatura.
Conseqü entemente, acabam se colando umas à s outras pela
atraçã o celular natural para formar agrupamentos de células de onde os polímeros
- longos encadeamentos constituídos por ligaçõ es repetidas de pequenas moléculas que
jazem no â mago da formaçã o do corpo - finalmente se desenvolveram. Mas o que deu a
essas células a memó ria genética para saberem se associar e se
reproduzir, fazendo corpos elementares crescerem? A necessidade de incluir o
có digo genético na transiçã o da matéria orgâ nica inanimada ao estado animado levou à
formulaçã o da hipó tese "made-of-clay" (feito-de-barro).
Explicando essas espantosas propriedades do barro, Lelia Coyne, que chefiava a equipe de
pesquisas, declarou que a capacidade do barro de guardar e transmitir energia era devida a
certos "erros" na formaçã o dos cristais de barro; esses
defeitos na microestrutura do barro agiam como depó sitos de energia de onde eram
emitidos os comandos para formaçã o de proto-organismos.
Anunciando as declaraçõ es, o jornal The New York Times comentou: "Se a teoria for
confirmada, foi aparentemente uma série de erros químicos que trouxe vida à
Terra". Portanto, a teoria da "vida vinda do barro", apesar dos avanços obtidos dependia,
como a da "sopa primordial", de elementos do acaso - erros
microestruturais ou raios ocasionais e colisõ es de moléculas - para explicar a transiçã o dos
elementos químicos a simples moléculas orgâ nicas e outras mais complexas, da matéria
inanimada à matéria animada.
A teoria aperfeiçoada também chamou a atençã o para outro detalhe. "Essa teoria",
prosseguiu o The New York Times, "também evoca a narrativa bíblica da Criaçã o.
No Gênesis está escrito que o Senhor Deus fez o homem do barro do solo, e na linguagem
comum a poeira primordial é chamada de barro".
Essa notícia e o paralelo implícito com a Bíblia mereceram do respeitá vel jornal um editorial
com o título "Barro Incomum":
Aparentemente, o barro comum possui duas propriedades bá sicas essenciais à vida. Pode
estocar energia e, também, transmiti-la. Portanto, os cientistas concluem que o barro
poderia ter atuado como um "fator químico" para transformar matérias-primas inorgâ nicas
em moléculas mais complexas. Dessas ú ltimas surgiu a vida - e um dia, nó s.
É o que a Bíblia afirmou há tanto tempo, e por barro o Gênesis se referia à "poeira do solo",
obviamente do que o homem é formado. O que nã o é tã o ó bvio é o fato de freqü entemente
repetirmos isso uns aos outros sem saber.
A combinaçã o das teorias sobre a "sopa primordial" e a "vida vinda do barro" foi até mais
longe em comprovar as narrativas antigas, como poucos perceberam. Novas experiências
realizadas por Leila Coyne e Noam Lahab, da Universidade
Hebraica de Israel, mostraram que para atuar como catalisador na formaçã o de cadeias de
aminoá cidos, o barro precisa passar por vá rios ciclos de umedecimento e secagem. Esse
processo exige um ambiente onde as á guas podem se alternar
com as secas; tanto a terra seca sujeita a chuvas como as á reas em que os mares avançam e
recuam por causa das marés. A conclusã o, aparentemente apoiada
pelas pesquisas de "protocélulas" do Instituto de Evoluçã o Molecular e Celular da
Universidade de Miami, indicou as algas primitivas como os primeiros seres unicelulares
vivos da Terra. Ainda encontradas em lagoas e charcos, as algas aparentemente mudaram
p0uco, apesar da passagem de bilhõ es de anos.
Como até poucas décadas atrá s nã o havia evidências de vida terrestre anterior a
500 milhõ es de anos, presumia-se que a vida evoluída das algas se limitava aos oceanos.
"Existia a vida das algas nos oceanos, mas nenhuma na terra", diziam os livros. Mas em
1977, uma equipe científica dirigida por Elso S. Barghoom, de Harvard, descobriu em rochas
sedimentares da Á frica do Sul (na Suazilâ ndia, em local chamado Figtree) os restos de seres
unicelulares microscó picos que tinham
3,1 (talvez até 3,4) bilhõ es de anos; eram semelhantes à s atuais algas azulesverdeadas, o
que fez a evoluçã o dessa forma precursora da vida.. Ou de formas mais complexas, recuar
em quase um bilhã o de anos.
Até entã o, acreditava-se que a progressã o evolucioná ria tinha ocorrido primeiro nos
oceanos, tendo os seres terrestres evoluído das formas marinhas,
intermediados por formas anfíbias de vida. Mas a presença de algas verdes em
rochas sedimentares tã o antigas exigiu uma revisã o dessas teorias. Apesar de nã o
haver unanimidade na classificaçã o das algas, consideradas como plantas ou nã o, já que
demonstram afinidades com a fauna primitiva, tanto as algas verdes como as
azul-esverdeadas sã o indubitavelmente as precursoras das plantas clorofíceas - as que usam
a luz solar para converter seus nutrientes em compostos orgâ nicos
emitindo oxigênio no processo. As algas verdes, apesar de nã o terem raízes, talos ou folhas,
começaram a família das plantas, cujas descendentes cobrem a Terra.
A Bíblia afirma, de fato, que a erva verde foi criada no Terceiro Dia, mas a vida marítima só
surgiu no Quinto Dia. Foi no terceiro dia, ou na terceira "fase" da Criaçã o que Elohim disse:
Nessa fase, de acordo com o Gênesis, nã o existiam "seres" em nosso planeta - nas á guas, no
ar ou na terra seca. Para tomar possível o aparecimento de "seres"
vertebrados (com esqueletos internos), a Terra precisava estabelecer um padrã o orbital e
rotacional, sujeitando-se aos efeitos do Sol e da Lua, manifestados
inicialmente nos ciclos de luz e escuridã o. O livro do Gênesis especifica que essa organizaçã o
foi feita no quarto "dia", resultando períodos repetitivos de anos,
meses, dias e noites. Só entã o, depois de estabelecidas todas as relaçõ es celestes, os ciclos e
seus efeitos, surgiram os seres do mar, do ar e da terra.
A ciência moderna concorda com a descriçã o bíblica e ainda fornece um indício do que
motivou os antigos autores do livro do Gênesis a inserir um "capítulo" celeste ("quarto dia")
entre o registro evolucioná rio do "terceiro dia" - quando surgiram as primeiras formas de
vida - e o "quinto dia", quando os "seres" apareceram. Na
ciência moderna também existe uma lacuna nã o preenchida de 1,5 bilhã o de anos -
aproximadamente de 2 bilhõ es a cerca de 570 milhõ es de anos sobre a qual pouco se sabe
devido à pobreza de dados geoló gicos e fó sseis. A ciência a chama de era
Pré-Cambriana; nã o possuindo esses dados, os sá bios antigos usavam essa lacuna para
descrever o estabelecimento das relaçõ es celestes e dos ciclos bioló gicos.
Apesar de a ciência moderna encarar a fase seguinte, o período Cambriano (nome devido à
regiã o de Gales onde foram encontrados os primeiros dados geoló gicos),
como a primeira etapa da era Paleozó ica ("Vida Primitiva"), ainda nã o era o tempo dos
vertebrados - as formas de vida com esqueletos que a Bíblia chama de "seres".
Os primeiros vertebrados marítimos apareceram há cerca de 500 milhõ es de anos e os
vertebrados terrestres 100 milhõ es de anos depois, durante períodos que os
cientistas consideram da era Paleozó ica Inferior à era Paleozó ica Superior. Quando
esta era terminou, há aproximadamente 225 milhõ es de anos, havia peixes nas á guas,
plantas marinhas, os anfíbios tinham mudado das á guas para as terras secas e as plantas
dessas á reas os atraíam para evoluírem a répteis; os crocodilos sã o remanescentes dessa
fase da evoluçã o.
A era seguinte, Mesozó ica ("Vida Intermediá ria"), compreende o período de 225 a
65 milhõ es de anos atrá s e recebe, freqü entemente, o nome de "Idade dos
Dinossauros". Uma variedade de anfíbios e lagartos marinhos evoluiu, afastando-se dos
oceanos, e surgiram duas linhagens principais de répteis ovíparos: os que
começaram a voar e evoluíram a pá ssaros e os que, em maior variedade, vagaram e
dominaram a terra como os dinossauros ("lagartos terríveis").
É impossível ler os versos bíblicos com a mente aberta sem compreender que os
acontecimentos da Criaçã o no "quinto dia" do Gênesis descrevem esse desenvolvimento:
Elohim disse:
Nã o pode passar despercebida a referência assombrosa que os versos do Gênesis fazem aos
"grandes répteis" como um reconhecimento da existência dos
dinossauros. O termo hebreu usado é Taninim (plural de Tanin) e tem sido
traduzido diferentemente como "serpente marinha", "monstro marinho" e
"crocodilo". Citando a Enciclopédia Britânica, "os crocodilos sã o o ú ltimo elo vivente com
répteis como os dinossauros dos tempos pré-histó ricos; ao mesmo
tempo, sã o os parentes vivos mais pró ximos dos pá ssaros". A conclusã o de que a
Bíblia se referia nã o só aos grandes répteis ao falar dos "grandes Taninim", mas também aos
dinossauros é bem plausível - nã o porque os sumérios tinham visto
dinossauros mas porque os cientistas Anunnaki imaginavam o curso da evoluçã o na Terra
tã o bem, pelo menos, quanto os cientistas do século 20.
As fontes bíblicas pareciam saber disso. A Bíblia nã o cita os dinossauros antes dos pá ssaros
(como fizeram os cientistas durante algum tempo); os pá ssaros
apareceram, realmente, antes dos dinossauros. Com tantos dados incompletos do
registro de fó sseis, os paleontó logos poderã o ainda encontrar novas evidências que
provarã o que os primeiros pá ssaros tinham maior afinidade com a vida marinha do que os
lagartos do deserto.
Há cerca de 65 milhõ es de anos a era dos dinossauros chegou a um fim abrupto; as teorias
sobre as causas variam das mudanças climá ticas a epidemias de vírus e à destruiçã o da
"Estrela da Morte". Seja qual for a causa, indiscutivelmente
terminou um ciclo evolucioná rio e outro teve início. Nas palavras do Gênesis, era a manhã
do sexto "dia". A ciência moderna chama era Cenozó ica ("vida atual"), quando os mamíferos
se espalharam pela Terra. Eis o que diz a Bíblia:
E Elohim disse:
E assim se fez.
É exatamente o que os sumérios ensinavam em suas escolas. Como lemos na Bíblia, foi só
depois de se escoarem todos os dias da Criaçã o, depois dos "peixes do mar, das aves que
voam nos céus, de todos os animais que povoam a Terra e todos os seres que se arrastam
sobre ela" que "Elohim criou Adã o".
O livro do Gênesis declara: "Essa é a histó ria do céu e da Terra quando foram criados".
Para que surja vida como a conhecemos na Terra, sã o necessá rias duas moléculas bá sicas: as
proteínas, que desempenham todas as funçõ es metabó licas das células vivas, e os á cidos
nucléicos, que transportam o có digo genético e as instruçõ es
para os processos celulares. Os dois tipos de moléculas, como a pró pria definiçã o sugere,
funcionam em uma unidade chamada célula - um organismo muito
complexo capaz de desencadear a reproduçã o de si mesmo e de todo o animal de
que é um minú sculo componente. Para se transformarem em proteínas, os aminoá cidos
precisam formar cadeias longas e complexas. Eles executam a tarefa na célula de acordo
com as instruçõ es armazenadas em um á cido nucléico (ADN -
á cido desoxirribonucléico) e transmitidas por outro (ARN - á cido ribonucléico). Os
aminoá cidos poderiam ter-se combinado em cadeias? Apesar de vá rias tentativas e teorias -
como as notá veis experiências conduzidas por Clifford Matthews da Universidade do Illinois
-, os caminhos percorridos pelos cientistas exigiam mais "energia compressiva" do que pode
ter existido.
Portanto, o ADN e o ARN precederam os aminoá cidos na Terra. Com os avanços da genética
e a revelaçã o do mistério da célula viva, os problemas aumentaram em vez de diminuir. Em
1953, a descoberta de James Watson e Francis H. Crick da
estrutura de "espiral dupla" do ADN demonstrou e enorme complexidade desses
dois "químicos-da-vida". As moléculas relativamente gigantes de ADN têm a forma de dois
longos cordõ es retorcidos ligados por "anéis", formados de quatro com-
postos orgâ nicos muito complexos (conhecidos em genética pelas iniciais A-G-C-
T). Os quatro nucleotídeos podem combinar-se aos pares em seqü ências de ilimitada
variedade, presos ao seu lugar por compostos de açú car alternados com fosfatos. O á cido
nucléico ARN nã o é menos complexo e seus quatro nucleotídeos (as iniciais A-G-CU) podem
conter milhares de combinaçõ es.
Quanto tempo levou a evoluçã o para produzir esses compostos complexos que tomaram
possível a existência de vida na Terra?
A idade de restos de algas marinhas encontrados na Á frica do Sul em 1977 foi calculada em
3,1 a 3,4 bilhõ es de anos. Mas, apó s essa descoberta de organismos unicelulares
microsc6picos, surgiram outras, ainda mais espantosas, na Austrá lia,
em 1980. A equipe liderada por J. William Schopf, da Universidade da Calif6rnia, em Los
Angeles, descobriu remanescentes fó sseis de organismos bem mais
antigos - 3,5 bilhõ es de anos - e que eram multicelulares quando examinados no
microscó pio, com filamentos em cadeia. Esses organismos já possuíam
aminoá cidos e á cidos nucléicos complexos (os compostos genéticos da reproduçã o),
representando, portanto, um está gio mais avançado da evoluçã o da vida na Terra e nã o seu
início.
O avanço nas pesquisas que essas descobertas provocaram pode ser demonstrado
pela busca do primeiro gene. Os cientistas ficam cada vez mais convencidos de que, antes
das algas marinhas, existiam as bactérias. "Na realidade, estamos
procurando as células que sã o os remanescentes morfoló gicos diretos dos bacilos", declarou
Malcolm R. Walter, um australiano da equipe. "Elas se parecem com as
bactérias modernas." De fato, eram semelhantes a cinco tipos diferentes de bactérias, cujas
estruturas, por incrível que pareça, "eram quase idênticas a muitas bactérias da atualidade".
Por outro lado, os sedimentos encontrados perto da costa da Groenlâ ndia apresentam
traços químicos que indicam a existência de fotossíntese há 3,8
bilhõ es de anos. Todas essas descobertas demonstraram, com diferenças de poucas
centenas de milhõ es de anos, que bactérias e "arqueobactérias" de uma variedade marcante
proliferavam pela Terra perto do limite impenetrá vel de 4 bilhõ es de
anos. Em estudos mais recentes (Nature, 9 de novembro de 1989), um eminente grupo de
cientistas dirigido por Norman H. Sleep, da Universidade de Stanford,
concluiu que a "janela do tempo", no início da vida na Terra, foi de apenas 200
milhõ es de anos, entre 4 e 3,8 bilhõ es de anos atrá s. "Tudo o que vive atualmente",
declararam, "evoluiu dos organismos originados dentro dessa 'janela do tempo'."
No entanto, eles nã o tentaram estabelecer como a vida se originara nesse período.
Baseados em vá rias experiências, que incluíam os confiá veis ciclos isotó picos de carbono, os
cientistas concluíram que, nã o importa como a vida tenha começado, isso ocorreu há 4
bilhõ es de anos. Por que só entã o e nã o antes, quando os
planetas se formaram há 4,6 bilhõ es de anos? Todas as pesquisas realizadas na
Terra e na Lua continuam enfrentando a barreira dos 4 bilhõ es de anos e tudo o que a
ciência moderna pode oferecer como explicaçã o é apenas algum "evento catastró fico". Para
saber mais, devemos ler os textos sumérios...
Leslie Orgel, do Instituto Salk de La Jolla, Califó rnia, deu um novo direcionamento à s
pesquisas quando propô s que o ARN do tipo mais simples podia ter precedido ao ADN, que é
mais complexo. Apesar do ARN só transmitir as mensagens
genéticas contidas no molde do ADN, outros pesquisadores, entre os quais Thomas
R. Cech e sua equipe, da Universidade do Colorado, e Sidney Altman, da
Universidade de Yale, concluíram que um certo tipo de ARN poderia catalisar-se em certas
circunstâ ncias. Tudo isso inspirou estudos computadorizados de um tipo de
ARN chamado "transfer-ARN", realizados por Mandred Eigen, um vencedor do
Prêmio Nobel. Em um artigo publicado em Science (12 de maio de 1989), ele e seus colegas
do Instituto Max Planck da Alemanha anunciaram que, ao fazer uma
seqü ência do "transfer-ARN" e recuá -la no tempo na Á rvore da Vida, descobriram que o
có digo genético da Terra nã o pode ultrapassar os 3,8 bilhõ es de anos
mais ou menos 600 milhõ es de anos. Nesse período, segundo Manfred Eigen, deve ter
surgido um gene primordial, cuja mensagem era a regra bíblica: "Sede
fecundos, multiplicai-vos". Se o período, segundo parece, ultrapassou a época dos 3,8
bilhõ es de anos, "isso só seria possível no caso de uma origem extraterrestre",
acrescentaram os autores do artigo.
No resumo da Quarta Conferência sobre a Origem da Vida, Lynn Margulis predisse essa
conclusã o notá vel: "Nó s agora reconhecemos que se a origem de nosso
sistema de reproduçã o ocorreu no início da Terra, deve ter acontecido muito rapidamente -
milhõ es e nã o bilhõ es de anos", ela declarou. E aduziu:
O problema central que inspirou essas conferências continua nã o resolvido como sempre.
Nossa matéria orgânica originou-se no espaço interestelar. A ciência da radioastronomia,
ainda no início, produziu a evidência de que algumas das menores moléculas orgâ nicas
estã o lá .
Em 1908, em Worlds in the Making (Mundos em Formaçã o), Svante Arhenius propô s que
"espó rios condutores da vida" tinham sido transportados à Terra pela pressã o das ondas de
luz de uma estrela de outro sistema planetá rio onde a vida
evoluíra muito antes de surgir aqui. Essa idéia ficou conhecida como a "teoria de
panspermia"; ela esbarrou nos limites da ciência aceita porque, na época, a descoberta de
fó sseis, um apó s outro, parecia confirmar a teoria da evoluçã o como a explicaçã o
inquestioná vel da origem da vida na Terra.
As descobertas de fó sseis, no entanto, ergueram mais questõ es e dú vidas; tantas que, em
1973, Sir Francis Crick (laureado com o Prêmio Nobel) e Leslie Orgel, em trabalho intitulado
"Panspermia Direta” (Icarus, no.19), reviveram a noçã o da
semente vinda à Terra com os primeiros organismos ou espó rios de uma fonte
extraterrestre - nã o por acaso, mas como uma "atividade deliberada de uma
sociedade extraterrestre". Se o nosso sistema solar formou-se apenas há cerca de
4,6 bilhõ es de anos, outros sistemas do Universo podem ter-se formado 10 bilhõ es de anos
antes; enquanto na Terra o intervalo entre sua formaçã o e o início da vida é muito curto,
esse processo em outros sistemas planetá rios pode ter levado 6
bilhõ es de anos. "O tempo disponível cria assim a possibilidade de existência de
sociedades tecnoló gicas de outros pontos da galá xia até antes da formação da Terra",
segundo Crick e Orgel. Sugeriam assim, que a comunidade científica
“considerasse uma nova teoria efetiva, isto é, que uma forma primitiva de vida foi
deliberadamente trazida à Terra por uma sociedade tecnicamente avançada de
outro planeta". Antecipando as críticas - que realmente surgiram - de que nenhum
espó rio sobreviveria aos rigores do espaço, sugeriram que os microorganismos nã o foram
enviados apenas flutuando pelo espaço e sim colocados numa nave especialmente
projetada, com a proteçã o necessá ria para manter seu ambiente de vida.
A despeito das inquestioná veis credenciais científicas de Crick e Orgel, sua teoria de
"panspermia direta" provocou o descrédito e o ridículo. No entanto, avanços
científicos mais recentes mudaram essa atitude porque o estreitamento da "janela do
tempo" para apenas 200 milhõ es de anos quase impedia a matéria genética
essencial de ter prazo suficiente para evoluir na Terra. Essa mudança de opiniã o também
ocorreu com a descoberta de que toda a miríade de aminoá cidos
existentes compreende apenas os vinte que fazem parte de todos os organismos vivos da
Terra, nã o importando quais sejam e quando tenham evoluído; e que o mesmo ADN, com os
mesmos quatro nucleotídeos, está presente em todos os seres vivos da Terra.
Foi assim, portanto, que os participantes da notá vel 8º. Conferência sobre a
Origem da Vida, realizada em Berkeley, Califó rnia, em 1986, nã o puderam aceitar a
formaçã o da vida ao acaso das hipó teses da "sopa primordial" e da "vida vinda do
barro" porque, segundo elas, poderia ter surgido uma variedade de formas de vida e có digos
genéticos. Em vez disso, o consenso geral foi de que "toda a vida na Terra, das bactérias as
sequó ias e aos seres humanos, evoluiu de uma ú nica célula ancestral”.
Mas de onde veio essa célula ancestral? Os 285 cientistas de 22 países nã o apoiaram a
sugestã o cautelosa, na colocaçã o de alguns, de que células totalmente formadas foram
trazidas à Terra vindas do espaço. Contudo, muitos estavam
dispostos a considerar que "o suprimento de precursores orgâ nicos para a vida ampliou-se
vindo do espaço". Depois de todas as discussõ es e conclusõ es, os
cientistas ali reunidos ficaram apenas com uma saída para responder ao enigma da origem
da vida terrestre: a exploraçã o espacial. A pesquisa, como sugeriram,
devia incluir, além da Terra, o estudo de Marte, da Lua e do satélite Titã de Saturno, porque
seus ambientes mais primitivos podem ter conservado melhor os traços da origem da vida.
Evidentemente, esse novo curso da pesquisa reflete a aceitaçã o da premissa de
que a vida nã o existe somente na Terra. A primeira grande evidência é o fato de compostos
orgâ nicos permearem o sistema solar e o espaço exterior. Os dados
sobre as sondagens interplanetá rias foram revistos em capítulos anteriores; os
que indicam os elementos relativos à vida e aos compostos no espaço exterior sã o
tã o volumosos que poucos exemplos podem ser citados aqui. Entre eles, em 1977, uma
equipe internacional de astrô nomos no Instituto Max Planck descobriu
moléculas de á gua fora de nossa galá xia. A densidade do vapor era a mesma da
galá xia terrestre, e Otto Hachenberg, do Instituto de Radioastronomia de Bonn,
considerou que ela apoiava a conclusã o de que "existem condiçõ es como as da
Terra em algum lugar, adequadas à vida". Em 1984, os cientistas do Centro Espacial
Goddard encontraram uma "desconcertante formaçã o de moléculas, inclusive o início da
química orgâ nica". Descobriram "moléculas complexas compostas dos
mesmos á tomos que formam o tecido vivo", segundo Patrick Thaddeus, do Instituto
de Estudos Espaciais Goddard, e pareceu “razo|vel concluir que esses compostos foram
depositados na Terra na época de sua formaçã o, e que a vida, enfim, veio
deles". Em 1987, dando mais um exemplo, os instrumentos da NASA descobriram que as
estrelas que explodem (supernovas) produzem quase todos os noventa
elementos ímpares, inclusive o carbono, contidos nos organismos vivos da Terra.
Como esses compostos essenciais à vida tiveram a possibilidade de espalhá -la pela
Terra chegando do espaço pró ximo ou distante? Invariavelmente, calcula-se que esses
emissá rios celestes sejam cometas, meteoros, meteoritos e colisõ es de asteró ides. Os
cientistas têm particular interesse pelos meteoritos que contêm
condritas carboná ceas, porque acredita-se que representam a matéria planetá ria mais
primitiva do sistema solar. Um meteorito que caiu em Murchison, Victoria,
na Austrá lia, em 1969, revelou uma formaçã o de compostos orgâ nicos envolvidos em ADN.
Segundo Rom Brown, da Universidade Mona de Melbourne, os pesquisadores encontraram
no meteorito "formaçã o remanescente de uma forma muito primitiva de estrutura celular".
Recentes e acurados estudos de cometas, como o de Halley, mostraram que eles, como
outros mensageiros do espaço exterior, contêm á gua e outros compostos
formadores da vida. Essas descobertas levaram astrô nomos e biofísicos a conceber a
possibilidade de que impactos de cometas tenham desempenhado seu papel na formaçã o da
vida terrestre. Nas palavras de Armand Delsemme, da Universidade de Toledo, "um grande
nú mero de cometas chocando-se à Terra contribuíram com os agentes químicos necessá rios
à formaçã o de aminoá cidos; as moléculas de nossos corpos foram como as dos cometas em
alguma época. Quando os avanços
científicos possibilitaram estudos mais sofisticados dos meteoritos, cometas e outros
objetos celestes, os resultados incluíram uma formaçã o ainda maior de
compostos essenciais à vida. Os novos cientistas especializados, que receberam o nome de
"exobió logos", encontraram até isó topos e outros elementos nesses corpos que indicam uma
origem anterior à formaçã o do sistema solar.
Assim, tomou-se mais aceitá vel a proposiçã o de uma origem extra-solar para a vida que
finalmente evoluiu na Terra. A discussã o entre a equipe Hoyle-
Wickramasinghe e outros desviou-se agora para saber se os dois estã o certos ao sugerir que
os espó rios - na verdade, microorganismos - chegaram à Terra nos impactos de cometas e
meteoros em vez dos compostos formadores da vida.
Esses espó rios poderiam sobreviver à radiaçã o e ao frio do espaço exterior? O ceticismo
provocado por essa possibilidade foi dissipado em grande parte pelas
experiências realizadas na Universidade de Leiden, Holanda, em 1985. O astrofísico
J. Mayo Greenberg (Nature, no. 316 e seu só cio Peter Weber descobriram que seria possível
se os espó rios viajassem dentro de um envoltó rio de moléculas de
á gua, metano, amô nia e monó xido de carbono - todos facilmente encontrados em outros
corpos celestes. Concluíram que a panspermia era possível.
Prevendo que a humanidade pode algum dia enviar suas “sementes de vida" a outros
mundos, por que uma civilizaçã o mais evoluída, em qualquer lugar do espaço, nã o poderia
ter feito o mesmo na Terra em passado distante?
Lynn Margulis, uma pioneira das conferências sobre a Origem da Vida e agora membro da
Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos, defendeu a idéia, em artigos e entrevistas
(Newsweek, 2 de outubro de 1989), de que muitos
organismos, quando expostos a condiçõ es severas, "soltam pequenos envoltó rios"
- ela os denominou propá gulos - que podem transportar material genético a ambientes mais
hospitaleiros. É uma "estratégia natural de sobrevivência" que esclarece os "espó rios
espaciais primitivos"; isso poderá acontecer no futuro porque ocorreu no passado.
Em um relató rio detalhado sobre esses acontecimentos, intitulado "NASA Sonda o Céu
Procurando Indícios sobre as Origens da Vida na Terra" (The New York Times, 6 de setembro
de 1988), Sandra Blakeslee resumiu a ú ltima novidade científica:
Os cientistas acreditam que a Terra e outros planetas foram semeados do espaço com esses
blocos potentes de construçã o da vida.
8
Adã o, Um Escravo Sob Medida
Deixando de lado a noçã o ingênua de alguns de que os "dias" do livro do Gênesis se referem
literalmente a períodos de 24 horas e nã o a eras, ou fases, a seqü ência da
Bíblia é uma descriçã o da evoluçã o em acordo com a ciência moderna, como demonstraram
os capítulos anteriores. O problema intransponível surge quando os criacionistas insistem
em que nó s, a humanidade, o Homo sapiens sapiens,
fomos criados instantaneamente por "Deus", sem antecessores evolucioná rios.
"Entã o o senhor Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um
há lito de vida e o homem se tornou um ser vivente." Esse é o relato da
criaçã o do Homem segundo o Capítulo 2, verso 7 do livro do Gênesis - segundo a versã o
moderna e a inglesa do rei James; e é o que os criacionistas faná ticos acreditam piamente.
Se eles lessem o texto em hebraico - que, afinal, é o original -, descobririam, em primeiro
lugar, que o ato da Criaçã o é atribuído a um certo Elohim - um termo plural que deveria ser
traduzido, pelo menos, por "deuses" e nã o "Deus". Em
segundo lugar, ficariam sabendo que o verso também explica como "Adã o" foi
criado: "porque nã o havia um Adã o para cultivar o solo". Esses dois indícios sã o importantes
- e incertos a respeito de quem criou o homem e por quê.
Naturalmente, existe outro problema no Gênesis 1:26-27, uma versã o anterior da criaçã o do
homem. Primeiro, de acordo com a versã o do rei James e outras, "Deus disse: Façamos o
homem a nossa imagem, como nossa semelhança"; a seguir, a
sugestã o é executada: "Deus criou o homem a sua imagem, à imagem de Deus ele
o criou, homem e mulher ele os criou". O relato bíblico fica mais complicado na narrativa
seguinte do Capítulo 2, "Adã o" ficou só até Deus dar-lhe uma companheira feita de sua
costela.
Enquanto os criacionistas acham difícil decidir qual é a versã o dogmá tica, sine qua non,
ainda existe o problema do pluralismo. A sugestã o da criaçã o do Homem vem
de uma entidade plural que fala a uma audiência plural: "Façamos um Adã o a nossa imagem,
como nossa semelhança". Os que acreditam na Bíblia devem se perguntar: o que está
acontecendo?
A idéia agradou à assembléia dos Anunnaki. Quanto mais discutiam, mais aumentava o
clamor por esse Trabalhador Primitivo, um Adamu para se encarregar do trabalho pesado.
Mas ficaram imaginando como ele poderia criar um ser com inteligência suficiente para usar
ferramentas e obedecer à s ordens.
Como conseguiria criar, "produzir", o Trabalhador Primitivo? A tarefa era possível,
realmente?
Um texto sumério imortalizou a resposta de Enki aos Anunnaki reunidos, que viam na
criaçã o de um Adamu a soluçã o para seu trabalho insuportá vel:
"Tudo o que vocês têm a fazer", aduziu ele, "é ligá -la à imagem dos deuses".
Nessas palavras está a chave do enigma da criaçã o do Homem, o condã o má gico que remove
o conflito entre o evolucionismo e o criacionismo. Os Anunnaki, ou os Elohim dos versos
bíblicos, nã o criaram o homem do nada. O ser já existia ali na
Terra, o produto da evolução daquele está gio. Era necessá rio apenas, para elevá -lo ao nível
necessá rio de habilidade e inteligência, aproximá -lo da "imagem dos deuses", a dos pró prios
Elohim.
Nelas nó s lemos que os Anunnaki reunidos resolveram executar o projeto e Enki sugeriu
que encarregassem Ninti dessa tarefa, porque era a médica oficial:
Nã o podemos afirmar com certeza se os redatores do Gênesis fizeram uma versã o abreviada
do texto do Atra Hasis, acima citado, ou de relatos sumérios mais antigos. Mas encontramos
uma situaçã o que demonstra a necessidade de um Trabalhador
Primitivo, a assembléia dos deuses, a sugestã o e a decisã o de prosseguir e criar um ser. Com
a compreensã o das fontes, podemos entender a narrativa bíblica dos
Elohim - os Altíssimos, os "deuses" - dizendo: "Façamos Adã o a nossa imagem, a nossa
semelhança" como um remédio para a difícil situaçã o: "nã o havia um Adã o para cultivar a
terra".
Até a Bíblia começar a relatar a genealogia e a histó ria de Adã o como pessoa específica, o
livro do Gênesis refere-se a ele apenas como "o Adã o", um termo genérico, como expliquei
em O 12º. Planeta. O relato nã o citava uma pessoa
chamada Adã o, mas queria dizer o "terrá queo", que é o verdadeiro sentido da palavra vinda
da raiz Adamah, a "Terra". Mas trata-se também de um jogo de palavras: Dam significa
especificamente "sangue" e reflete, como veremos adiante, o modo de "manufaturar" o Adã o.
O termo sumério para designar o homem é LU, Mas sua raiz nã o significa "ser humano", mas
sim "trabalhador, servidor"; quando aparece como componente de nomes de animais
significa que sã o "domesticados". Na linguagem acadiana do
Atra Hasis (de onde vieram todos os idiomas semíticos), recém-criado chamou-se lulu, que
também significava "misto" em sentido mais profundo. Era, portanto, outra referência à
origem de Adã o: o "terrá queo" ou "Feito de sangue".
Nã o há dú vida que todos tentaram contar a mesma histó ria porque todos falam do
Primeiro Casal. A origem certamente é suméria, e nessas narrativas encontramos
descriçõ es elaboradas e detalhadas a respeito do feito maravilhoso: a mistura dos genes
"divinos" dos Anunnaki aos genes "terrestres" do Homem-Macaco.
Foi a fertilizaçã o in vitro, em tubos de ensaio, como sugere a ilustraçã o de um selo cilíndrico.
Como venho repetindo desde que a ciência moderna conseguiu igualar o feito, Adão foi o
primeiro bebê de proveta...
Existem motivos para acreditarmos que Enki sabia que essa manipulaçã o genética era
possível ao sugerir a criaçã o do Trabalhador Primitivo. Sua sugestã o de encarregar Ninti da
execuçã o também nã o foi uma idéia momentâ nea.
Estabelecendo as bases para os acontecimentos seguintes, o Atra Hasis inicia a histó ria do
Homem na Terra atribuindo os deveres dos chefes Anunnaki. Quando a rivalidade entre os
dois meios-irmã os Enlil e Enki atingiu um nível perigoso, Anu sorteou seus lotes. Enlil
recebeu o comando dos primeiros acampamentos e das
operaçõ es de E.DIN (o É den bíblico); Enki foi enviado à Á frica para supervisionar
AB.ZU, a terra das minas de ouro. Sendo um grande cientista, Enki deve ter passado boa
parte do tempo estudando a flora e a fauna da regiã o, assim como os animais que seriam,
300 mil anos depois, os fó sseis encontrados por Leakey e outros paleontó logos no sudeste
da Á frica. Como os cientistas de hoje, Enki deve ter
imaginado o curso da evoluçã o na Terra. Os textos sumérios sugerem que ele
concluiu que a mesma "semente da vida", que Nibiru trouxera de sua regiã o ao
interior do espaço, tinha fecundado os dois planetas; antes Nibiru e mais tarde a Terra, já
que a ú ltima recebeu na colisã o as sementes que germinaram.
Sem dú vida, o ser que mais o fascinou foi o Homem-Macaco, já um passo à frente dos outros
primatas, um hominídeo ereto que usava pedras lascadas como
ferramenta. Era um proto-homem, mas nã o ainda plenamente desenvolvido. Enki deve ter-
se divertido diante do desafio intrigante de "bancar Deus" ao realizar as experiências de
manipulaçã o genética.
Para isso, ele pediu a Ninti que fosse para a Á frica ficar a seu lado. O motivo oficial foi
plausível, já que ela era a médica oficial; seu nome significava "Senhora Vida"
(mais tarde recebeu o apelido Mammi, raiz universal de mã e). Tornara-se evidente a
necessidade de serviços médicos, considerando as condiçõ es difíceis de trabalho nas minas.
Mas havia mais que isso no convite: desde o início, Enlil e Enki
desejavam os favores sexuais de Ninti porque ambos precisavam de um herdeiro
da meia-irmã . Os três eram filhos de Anu, o governante de Nibiru, mas tinham mã es
diferentes e, de acordo com as regras de sucessã o entre os Anunnaki, o
herdeiro nã o era necessariamente o primogênito e sim gerado por uma meiairmã da mesma
linhagem real (costume adotado pelos sumérios e refletido nas
histó rias bíblicas dos patriarcas). Os textos sumérios descrevem cenas de amor
ardente entre Enki e Ninti, mas o resultado nã o foi o esperado porque só geraram filhas.
Sendo assim, o interesse era somente científico quando Enki sugeriu que Ninti executasse a
tarefa.
Sabendo de tudo isso, nã o nos surpreendemos ao ler nos textos da Criaçã o que Ninti
declarou, em primeiro lugar, que nã o poderia realizar a tarefa sozinha, pois precisava da
ajuda e dos conselhos de Enki; em segundo, que a experiência devia ser feita em Abzu, onde
disporia do material necessá rio e das instalaçõ es
apropriadas. Na verdade, os dois devem ter feito vá rias experiências antes da sugestã o dada
na assembléia dos Anunnaki: "Façamos um Adamu a nossa
imagem". Algumas ilustraçõ es antigas mostram "Homem-Touro" acompanhados
de mulheres-macacos sem pêlo ou "Homem-Pá ssaro". As esfinges (touros ou leõ es com
cabeças humanas) que adornavam tantos templos antigos podem ter sido mais que uma
simples alegoria imaginá ria, e quando o sacerdote babilô nio
Berossus escreveu a cosmogonia suméria e a histó ria da Criaçã o, descreveu um período pré-
humano em que "apareceram homens com duas asas", "um corpo com duas cabeças", seres
com "ó rgã os masculinos e femininos misturados", "alguns com pernas e chifres de bode" e
outras anomalias mistas de homens e animais.
Os textos sumérios mostram que essas criaturas nã o foram falhas da natureza, mas o
resultado de experiências deliberadas de Enki e Ninti. Chegam a descrever
como os dois criaram um ser desassexuado, um homem que nã o reprimia a urina, uma
mulher estéril e criaturas com vá rios outros defeitos. Finalmente, numa declaraçã o
desafiadora, com um toque de malícia, Ninti falou:
Chamados para executar a tarefa de "modelar os servidores dos deuses", ou, nas palavras
dos textos antigos, "realizar uma grande obra de sabedoria", Enki deu a Ninti as seguintes
instruçõ es:
caroço.
Todos os textos que se referem a esse acontecimento esclarecem que Ninti deixou
Enki fornecer o elemento terrestre, esse ó vulo da Mulher-Macaco de Abzu, do sudeste da
Á frica. De fato, existe a especificaçã o exata do lugar das minas (uma
á rea identificada em O 12º. Planeta que fica na Rodésia do Sul, hoje Zimbá bue), em um lugar
acima, mais ao norte. Como mostraram descobertas recentes, essa á rea foi realmente o local
em que surgiu o Homo sapiens...
Ninti era encarregada de obter os elementos "divinos". Eram necessá rias duas extraçõ es de
ó vulos para uma da essência de uma Annunaki, e um jovem "deus" foi cuidadosamente
selecionado para esse propó sito. As instruçõ es de Enki a Ninti foram que ela colhesse o
sangue e o shiru do deus e depois imergisse em um
"banho purificante" para obter suas "essências". Do sangue seria retirado o
TE.E.MA, traduzido por "personalidade", expressando o que faz uma pessoa ser diferente
das outras. Mas a traduçã o "personalidade" nã o define a precisã o científica do termo que
originalmente significava em sumério: "o que abriga, o que liga a memó ria". Atualmente
daríamos a isso o nome de "genes".
Outro elemento a ser retirado dos jovens Anunnaki era o shiru, comumente traduzido como
"sangue". Com o tempo, a palavra adquiriu, entre outras
conotaçõ es, o sentido de "carne", mas no sumério antigo referiam-se ao sexo e aos ó rgã os
reprodutores. Sua raiz significava basicamente "ligar", o que "liga". A extraçã o do shiru foi
relacionada em outros textos sumérios com o termo kiru e, sendo do homem, significava
"sêmen", o esperma.
Essas duas extraçõ es divinas deviam ser bem misturadas por Ninti em um banho purificante
e o epíteto lulu ("misto") para o Trabalhador Primitivo certamente
teve raiz nesse processo de mistura. Na linguagem atual chamaríamos o "Híbrido".
falou.
ela pô s a mã o no barro.
Em um selo cilíndrico há uma ilustraçã o possivelmente relacionada a esse texto antigo. Nela,
Enki, sentado, convoca Ninti (representada por seu símbolo, o cordã o umbilical) e aparecem
atrá s os frascos usados como "tubos de teste".
A mistura do "barro" com todos os componentes e essências nã o era o fim do processo. O
ó vulo da Mulher-Macaco, depois de fertilizado com o esperma e os
genes do jovem "deus" Anunnaki nos "banhos purificantes", era depositado em um
"molde" onde a liga devia se completar. Já que essa fase depois é descrita como associada à
determinaçã o do sexo do ser engendrado, podemos supor que era esse o propó sito da etapa
de "ligar".
Depois de tantas tentativas e tantos erros para criar seres híbridos, como Enki e
Ninti podiam ter certeza de obter um lulu perfeito ao reimplantar o ó vulo em uma
Anunnaki? Ou ela podia parir um monstro e pô r em risco a pró pria vida?
Ninti sentou
-se, contando os meses.
Eu o criei!
Os sábios e eruditos,
Portanto, não existe nenhum conflito entre as várias versões bíblicas da criação do
Homem. Primeiro o Adão-se criou
por si mesmo, mas na fase seguinte
Elohimo
realmente
criou os primeiros seres humanos, "macho e fêmea".
Por sorte, à medida que entramos na ú ltima década do século 20 da Era Comum, contamos
cada vez mais com o auxílio da ciência moderna. A "mecâ nica" da
replicaçã o celular e da reproduçã o humana, a funçã o e có digo dos genes, a causa de muitos
defeitos e doenças hereditá rias - processos bioló gicos como esses e
muitos mais, agora sã o compreendidos. Talvez essa compreensã o ainda nã o seja completa,
mas já é suficiente para nos permitir avaliar os contos antigos e seus dados.
Com todo esse conhecimento moderno a nossa disposiçã o, qual é o veredicto sobre as
informaçõ es da Antiguidade? Trata-se de uma fantasia impossível ou os procedimentos e
processos, descritos com grande atençã o à terminologia, sã o corroborados pela ciência da
atualidade?
A resposta é sim, é tudo como faríamos hoje - sã o os mesmos procedimentos que temos
seguido nos ú ltimos anos.
Sabemos hoje em dia que para se "criar" alguém ou alguma coisa "à imagem" e "semelhança"
de um ser existente (seja uma á rvore, um camundongo ou um homem), o novo ser tem de
possuir os genes de seu criador. De outra forma,
emergiria um ser totalmente diferente do original. Até poucas décadas atrá s, tudo o que a
ciência sabia é que há conjuntos de cromossomos, escondidos dentro de todas as células
vivas, que conferem tanto as características físicas como mentais/emocionais a suas
descendentes. Porém, sabemos agora que os
cromossomos sã o apenas suportes onde longos fios do ADN se apó iam. Com apenas quatro
nucleotídeos a sua disposiçã o, o ADN pode se colocar em
seqü ências de interminá veis combinaçõ es, em extensõ es curtas ou longas,
entremeadas com sinais químicos que podem significar ordens de "pare" ou "vá "
(ou, aparentemente, para nã o fazer mais nada). As enzimas sã o produzidas e agem como
afobados agentes químicos, desencadeando processos, enviando os
ARN para executarem suas tarefas, criando proteínas para a construçã o de mú sculos e
tecidos, produzir a miríade de células diferenciadas de uma criatura viva, disparar o sistema
imunoló gico e, claro, ajudar o ser a procriar dando à luz descendentes a sua pró pria imagem
e semelhança.
A descoberta da genética é atribuída a Gregor Johann Mendel, um monge austríaco que,
fazendo experiências com híbridos de plantas, descreveu as características
hereditá rias da ervilha comum num estudo publicado em 1866. Sem dú vida, um
tipo de engenharia genética já vinha sendo praticado na horticultura (o cultivo de flores,
vegetais e frutas) pelo procedimento chamado Enxerto, onde parte da
planta, cujas qualidades sã o desejadas, é acrescentada a uma outra por intermédio de
incisõ es no caule da planta receptora. O enxerto também já foi tentado no reino animal, mas
o êxito foi limitado, devido à rejeiçã o dos ó rgã os do doador pelo sistema imunoló gico do
receptor.
O avanço seguinte, que por algum tempo foi alvo de grande publicidade, foi o procedimento
chamado "Clonizaçã o". Como cada célula - digamos uma célula
humana - contém todos os dados genéticos necessá rios para reproduzir um ser humano, ela
possui o potencial para dar origem, dentro de um ovo feminino, ao
nascimento de um ser idêntico ao seu pai. Em teoria, a clonizaçã o nos oferece um modo de
produzir um incontá vel nú mero de Einstein ou, que os céus nos ajudem, de Hitler.
Adaptar essa técnica para animais provou ser um caso bem mais complicado. Para começar,
a clonizaçã o implica numa reproduçã o assexuada. Em animais que se reproduzem por meio
da fertilizaçã o do ó vulo pelo espermatozó ide, as células reprodutivas ou gametas (ó vulo,
espermatozó ide), diferem de todas as outras do organismo por nã o conterem todos os pares
de cromossomos que carregam os genes, mas apenas metade de cada par. Tomando como
exemplo má ximo o ser
humano, num ovo fertilizado os 46 cromossomos, que constituem os 23 pares
requeridos, vêm metade da mã e (através do ó vulo) e metade do pai (através do
espermatozó ide). Na clonizaçã o, os cromossomos seriam retirados
cirurgicamente e em seu lugar seria inserido um conjunto completo de pares de
cromossomos, vindos nã o de um espermatozó ide, mas de qualquer outra célula do corpo. Se
todo o procedimento fosse bem-sucedido e o ovo se transformasse primeiro num embriã o,
depois num feto e em seguida num bebê, este seria idêntico à pessoa que forneceu a célula
comum da qual ele se originou.
Houve vá rios problemas no processo, técnicos demais para serem detalhados aqui, mas
pouco a pouco eles foram sendo solucionados com o auxílio de experiências,
melhores instrumentos e maior compreensã o da genética. Um fato intrigante que ajudou
muito nas pesquisas foi a descoberta de que quanto mais jovem a fonte do
nú cleo transplantado, maiores as chances de êxito. Em 1975, cientistas britâ nicos foram
bem sucedidos na clonizaçã o de rã s a partir de células de girinos. O
procedimento exigiu a remoçã o do nú cleo de um ovo de rã e sua substituiçã o por
um nú cleo de uma célula comum de um girino. Isso foi conseguido por meio da
microcirurgia, possível no caso porque as células em questã o sã o
consideravelmente maiores do que as humanas, por exemplo. Em 1980 e 1981,
cientistas chineses e americanos afirmaram ter feito a clonizaçã o de peixes com técnicas
similares. Houve também experiências com moscas.
Quando as experiências passaram a ser feitas com mamíferos, escolheu-se trabalhar com
camundongos e coelhos devido ao seu ciclo reprodutivo bastante
curto. Só que o problema com os mamíferos era que, além da complexidade de suas células e
nú cleos, - o ovo tinha de ser implantado no ú tero. Resultados melhores foram obtidos
quando optou-se por nã o fazer a remoçã o cirú rgica do nú cleo do ovo, substituindo-a pela
inativaçã o por intermédio da radiaçã o. Resultados
melhores foram obtidos quando o nú cleo indesejado era "expulso" por meio de reaçõ es
químicas e o novo acrescentado também quimicamente. Esse
procedimento, desenvolvido com experiências em ovos de coelho realizadas por J.
Derek Bromhall, da Universidade de Oxford, tornou-se conhecido como Fusã o Química.
Outras pesquisas relacionadas com a clonizaçã o de camundongos pareceram indicar que
para um ó vulo de mamífero ser fertilizado, o ovo começar a se dividir e, mais importante,
para se iniciar o processo de diferenciaçã o (a transformaçã o das células do embriã o em
células especializadas que vã o formar as diferentes
partes do organismo), é necessá rio mais do que o conjunto de cromossomos do doador. Ao
realizar experiências na Universidade de Yale, Clement L. Marken
concluiu que havia algo no espermatozó ide além dos cromossomos que promovia esses
processos, que “o espermatozó ide talvez pudesse contribuir com um estímulo nã o
identificado que promovesse o desenvolvimento do ovo".
Em 1978, houve grande comoçã o na imprensa, causada pela publicaçã o de um livro que
contava que um excêntrico milioná rio americano, obcecado com a
perspectiva da morte, procurara a imortalidade tomando providências para ser
"clonizado". Segundo o livro, o nú cleo de uma célula desse homem fora inserido num ó vulo e
este implantado no ú tero de uma voluntá ria, que tivera uma gravidez e um parto bem
sucedidos. Na época da publicaçã o do livro, afirmava o autor, o menino estava com 14
meses.
Embora escrita como um relató rio factual, a histó ria foi recebida com descrédito. O
ceticismo da comunidade científica advinha nã o da impossibilidade do feito - todos
concordaram que mais dia menos dia isso acabaria sendo conseguido - mas de ele
ter sido obra de um desconhecido grupo de pesquisadores do Caribe, quando o má ximo que
cientistas afamados tinham conseguido era, na época, a
partenogênese dos camundongos. Além disso, havia dú vidas sobre a clonizaçã o
bem sucedida de um adulto, já que todas as pesquisas indicavam que quanto mais velhas as
células do doador, menores as chances de êxito.
A simples possibilidade de se fazer a clonizaçã o de seres humanos com maus propó sitos
(tema do best-seller de Ira Levin, Os Meninos do Brasil) foi motivo
suficiente para murchar o interesse nessa vertente da manipulaçã o genética.
Afinal, ainda estavam bem frescos na memó ria da humanidade os horrores infringidos pela
Alemanha nazista em nome de uma raça pura. Foi entã o que
surgiu uma alternativa que substituiu o grito: "Deve o homem bancar Deus?" por algo mais
ou menos assim: "Pode a ciência bancar o marido?", o processo que levou ao fenô meno dos
"bebês de proveta".
Pesquisas realizadas na Universidade A & M do Texas, em 1976, mostraram que era possível
remover um embriã o de mamífero (no caso, um babuíno) dentro de
um período de cinco dias apó s a concepçã o e reimplantá -lo no ú tero de uma outra fêmea,
resultando numa gravidez e nascimento bem-sucedidos.
- Temos uma menina e ela é perfeita! - exclamou o obstetra que fez a operaçã o,
enquanto segurava o bebê.
- Eu o criei, minhas mã os o fizeram! - gritou Ninti, quando trouxe o Adã o à luz, por meio
de uma cesariana, milhares de anos atrá s...
O que nos fez recordar dos antigos relató rios sobre o longo período de tentativas e erros
vividos por Enki e Ninti foi o fato do "surgimento" de Louise Brown, que
enlouqueceu os meios de comunicaçã o, ter ocorrido depois de 12 anos de tentativa
e erro, durante os quais muitos fetos e até bebês foram gerados com defeitos. Os
pesquisadores e cientistas que foram bem-sucedidos nos procedimentos, nã o
tinham idéia de que, ao descobrirem que a adiçã o de soro sanguíneo à mistura de nutrientes
e esperma era essencial para o êxito da experiência, eles estavam seguindo os mesmos
métodos empregados por Enki e Ninti...
Embora esse feito tenha trazido novas esperanças para mulheres estéreis (e aberto caminho
para mã es de aluguel, congelamento de embriõ es, bancos de
esperma e novas complicaçõ es legais), ele nã o passa de um primo distante dos
procedimentos realizados por Enki e Ninti. No entanto, para realizá -lo, foi preciso empregar
técnicas descritas nos textos antigos. O mesmo acontecera antes,
quando os cientistas envolvidos na transferência de nú cleos descobriram que o
doador masculino tinha de ser jovem, como recomendavam os textos sumérios.
A diferença mais ó bvia entre as variantes de bebês de proveta e o que os textos antigos
descrevem é que no primeiro caso imita-se o processo natural de
procriaçã o: o espermatozó ide humano fertiliza um ó vulo que depois se desenvolve num
ú tero. No caso da criaçã o de Adã o, o material genético de duas espécies diferentes (mas nã o
completamente dissimilares) foi misturado para gerar um novo ser, posicionado entre os
dois "pais".
Nos ú ltimos anos, a ciência tem feito avanços substanciais na manipulaçã o genética. Com o
auxílio de equipamentos sofisticados, computadores e
instrumentos cada vez mais microscó picos, os cientistas já conseguem "ler" o
có digo genético dos organismos vivos, inclusive o homem. Nã o apenas é possível
ler o A-G-C-T do ADN e as "letras" A-G-C-U do "alfabeto" genético como também os
pesquisadores sã o capazes de reconhecer as "palavras" de três letras do có digo genético
(como AGG, AAT, CGC, GGG, e assim por diante, em infinitas combina-
çõ es) e os segmentos dos filamentos de ADN que formam genes, cada um com sua
tarefa específica - determinar a cor de olhos, dirigir o crescimento ou transmitir
uma doença hereditá ria. Os cientistas também descobriram que algumas das
"palavras" do có digo servem para instruir quando deve começar e parar os processos de
replicaçã o. Pouco a pouco os pesquisadores foram se tomando
capazes de passar o có digo genético para a tela de um computador e reconhecer
nas figuras saídas da impressora os sinais "pare" e "vá ". O passo seguinte foi o tedioso
trabalho de descobrir a funçã o de cada segmento ou gene, que, num
organismo simples, como a bactéria E. coli, chegam a 4 mil e nos humanos a mais de 100 mil.
Atualmente há planos para se "mapear" todo o material genérico
(genoma) do ser humano. A enormidade da tarefa pode ser avaliada pelo fato de que se o
ADN de todas as células humanas fosse extraído e colocado numa caixa, esta nã o precisaria
ser maior do que um cubo de gelo, mas se os filamentos
enrolados do ADN fossem esticados, o fio teria 70 milhõ es de quilô metros...
Apesar de toda essa complexidade, já é possível, com o auxílio de enzimas, cortar os
filamentos do ADN em lugares desejados, remover uma "sentença", que compõ e um gene, e
até mesmo inserir um gene "estrangeiro" no ADN. Por intermédio
dessas técnicas, uma característica indesejada (como a causadora de uma doença) pode ser
retirada e uma característica desejada (como o gene do hormô nio do
crescimento acrescentado. Os avanços na compreensã o e manipulaçã o dessa
fundamental química da vida foram reconhecidos em 1980, quando concedeu-se o Prêmio
Nobel de química a Walter Gilbert, de Harvard, e Frederick Sanger, de
Cambridge, pelo desenvolvimento de métodos para a rá pida leitura de grandes segmentos
de ADN, e a Paul Berg, de Stanford, pelo seu trabalho pioneiro na
"emenda" de genes. Um outro termo para designar esses procedimentos é "Tecnologia
Recombinante do ADN" porque, uma vez feita a emenda, o ADN se recombina com os
segmentos introduzidos.
Essas habilidades tecnoló gicas tornaram possível a terapia dos genes, ou seja, a remoçã o ou
correçã o dentro das células humanas de genes causadores de doenças
e defeitos. Elas também possibilitaram o surgimento da biogenética, a induçã o, pela
manipulaçã o genética, para bactérias ou camundongos produzirem uma
substâ ncia necessá ria para tratamentos médicos, como, por exemplo, a insulina.
Esses feitos da tecnologia recombinante sã o possíveis porque o ADN de todos os organismos
vivos do planeta tem uma origem ú nica, de modo que um filamento de ADN de bactéria
aceita (ou se "recombina" com) um segmento de ADN humano.
De fato, pesquisadores suíços e americanos relataram em julho de 1984 a descoberta de um
segmento do ADN comum a seres humanos, moscas, minhocas, galinhas e rã s, confirmando
ainda mais a origem genética ú nica de toda a vida terrestre.
Esse híbrido de cabra e carneiro foi feito pela fusã o celular, ou seja, a uniã o de um embriã o
de cada animal no está gio de quatro células, seguida da incubaçã o do
embriã o misto num tubo de ensaio com nutrientes até chegar a hora de transferilo para o
ú tero de uma ovelha que serviu de mã e substituta.
Nessas fusõ es celulares, o resultado da mistura dos dois embriõ es no caso da gravidez
chegar a termo - nã o pode ser previsto. Cabe unicamente ao acaso determinar que genes
terminarã o em que lugar dos cromossomos e quais
características - "imagens" e "semelhanças" serã o captadas das células doadoras.
Praticamente nã o restam mais dú vidas de que os monstros da mitologia grega, inclusive o
Minotauro de Creta, meio touro, meio homem, eram lembranças das lendas transmitidas aos
gregos por Berossus, o sacerdote babilô nio, e que suas fontes eram os textos sumérios
relacionados com as tentativas e erros de Enki e Ninti, que produziram todos os tipos de
quimeras.
Os avanços da genética forneceram à biotecnologia outros caminhos além da imprevisível
vertente das quimeras. É evidente que assim procedendo a ciência moderna vai seguindo o
curso de açã o mais difícil, também utilizado por Enki e
Ninti. Cortando e acrescentando pedaços de filamentos genéticos, ou seja, usando a
tecnologia recombinante, os cientistas podem especificar que características
deverã o ser acrescentadas, removidas ou trocadas. Um importante marco nesse campo foi a
transferência de genes de bactérias para plantas, com o objetivo de
torná -las mais resistentes. Em seguida veio a transferência de genes específicos de
certas bactérias para camundongos (1980). Em 1982, genes de crescimento de rato foram
acrescentados ao có digo genético de um camundongo (trabalho de
equipes liderados por Ralph L. Brinster, da Universidade da Pensilvâ nia, e Richard
D. Palmiter, do Instituto Howard Hughes), resultando no nascimento de um Mighty
Mouse, duas vezes maior do que um camundongo normal. Em 1985, a revista
Nature (27 de junho) publicou que pesquisadores de vá rios centros científicos tinham sido
bem-sucedidos em inserir genes de crescimento humano em coelhos,
porcos e carneiros. Em 1987, segundo a New Scientist (17 de setembro), cientistas suecos
criaram um super-salmã o com essa técnica. Atualmente outros genes
transportando características variadas têm sido usados nessas recombinaçõ es
“transgenéticas" entre bactérias, vegetais e mamíferos. As técnicas progrediram a tal ponto
que hoje existe a fabricaçã o artificial de compostos que imitam com perfeiçã o as funçõ es
específicas de um determinado gene visando-se principalmente o tratamento de doenças.
Nos mamíferos, o ovo fertilizado deve ser implantado no ú tero de uma mã e substituta -
funçã o que cabia, segundo os textos sumérios, à s Deusas do
Nascimento. Porém, antes dessa etapa, é preciso encontrar um modo de introduzir as
características genéticas desejadas do doador masculino no ovo da fêmea
participante. O método mais comum é a microinjeçã o, pela qual um ó vulo já
fertilizado é extraído e injetado com a característica genética desejada. Depois de um curto
período de incubaçã o numa placa de vidro, o ovo é reimplantado num
ú tero. Essa experiência foi tentada em camundongos, porcos e outros mamíferos.
O procedimento é difícil, cheio de obstá culos, e resulta numa pequena porcentagem de
acenos - mas funciona. Uma outra técnica usa vírus, que por natureza atacam as células e se
fundem com seus có digos genéticos; a nova
característica genética a ser transportada para uma célula é presa por métodos muito
complexos num vírus, que entã o passa a agir como portador. O problema, nesse caso, é que
nã o se pode controlar o local na haste de cromossomos onde o gene irá se ligar e, na maioria
dos casos, os resultados foram quimeras.
Em junho de 1989, um artigo publicado em Cell, escrito por cientistas italianos liderados por
Corrado Spadafora, do Instituto de Tecnologia Biomédica de Roma, anunciou a obtençã o de
êxito no uso de espermatozó ides para agirem como
portadores do novo gene. Os pesquisadores relataram procedimentos pelos quais
primeiro os espermatozó ides foram induzidos a eliminar sua resistência natural a genes
estranhos e em seguida mergulhados em soluçã o contendo o novo material genético, que
incorporaram em seu nú cleo. O esperma alterado entã o foi usado para impregnar as fêmeas
de camundongo, e os descendentes nasceram com o novo gene em seus cromossomos (no
caso, uma certa enzima bacteriana).
O uso do meio mais natural - o espermatozó ide - para introduzir o material genético
desejado num ovo surpreendeu a comunidade científica pela sua
simplicidade e ganhou manchetes até mesmo no The New York Times. Um estudo de
acompanhamento da técnica, publicado em Science (agosto de 1989), relatou
mais fracassos do que êxitos na tentativa de outros cientistas de reproduzirem o trabalho
dos italianos. Mesmo assim, todos os pesquisadores envolvidos em
tecnologias recombinantes concordaram que, com algumas modificaçõ es e melhorias, podia
se afirmar que uma nova técnica - a mais simples e natural - fora desenvolvida.
Alguns cientistas salientaram que a capacidade do espermatozó ide de captar ADN estranho
já fora sugerida em 1971, com base em experiências com esperma de coelho. Mal sabem eles
que já existiam registros dessa técnica há milênios, nos
textos sumérios descrevendo a criaçã o do Adã o por Enki e Ninti, que misturaram ovos de
mulheres-macacos com esperma de jovens Anunnaki dentro de uma soluçã o contendo
também soro sanguíneo.
Em 1987, o catedrá tico de antropologia da Universidade de Florença, na Itá lia, causou uma
onda de protestos de clérigos e humanistas ao revelar que as
experiências em curso na atualidade poderiam levar à "criaçã o de uma nova
linhagem de escravos, de um antropó ide com mã e chimpanzé e pai humano." Um de meus
leitores enviou-me um recorte com a reportagem, acrescido do coment|rio: "Bem, Enki, l|
vamos nó s outra vez”!
Bem, acho que com tudo isso fiz um resumo dos feitos da moderna microbiologia.
Essas mesmas regras de sucessã o, também adotadas pelos sumérios, estã o refletidas nas
histó rias sobre os patriarcas hebreus. A Bíblia conta que Abraã o
(que nasceu numa capital suméria, a cidade de Ur) pediu a sua mulher, Sara
(nome que significava "princesa") para ela se identificar como sua irmã diante de reis
estrangeiros. Embora nã o fosse verdade, nã o era uma mentira completa, pois, como
explicado no Gênesis 20: 12: "De fato ela é minha irmã , filha de meu pai, mas nã o filha de
minha mã e, e ela tornou-se minha mulher".
O sucessor de Abraã o nã o foi seu primogênito, Ismael, cuja mã e era a criada Hagar, mas sim
Isaac, que apesar de ter nascido muito depois, era filho de sua meia-irmã , Sara.
Será que os Anunnaki sabiam de alguma coisa que a ciência moderna ainda nã o descobriu?
Parece assim que havia mais do que um simples capricho no có digo de sucessã o dos
Anunnaki.
9
A Mã e Chamada Eva
Regredir etimologicamente à s palavras da Bíblia até o acadiano e daí para sua origem
suméria tornou possível compreender o verdadeiro significado das
histó rias nela contadas, em especial as do livro do Gênesis. O fato de tantos termos sumérios
terem mais de um significado e nem sempre derivarem de uma
pictografia original comum a todos eles exige que as palavras sejam lidas dentro do contexto
e constitui uma importante dificuldade na compreensã o dos textos. Por outro lado, a
tendência dos escritores sumérios usarem tudo isso em freqü entes jogos de palavras
transforma suas obras num prazer para o leitor inteligente.
Quando, por exemplo, tratei da histó ria bíblica sobre a destruiçã o de Sodoma e
Gomorra em The Wars of Gods and Men, salientei que o "pilar de sal" em que a mulher de Lot
se transformou ao parar para olhar o que estava acontecendo
significaria de fato "pilar de vapor" na terminologia suméria original. Como na Suméria o sal
era obtido em pâ ntanos cheios de vapor, o termo original NI.MUR veio a significar tanto
"sal" como "vapor". A pobre mulher de Lot foi vaporizada
pelas explosõ es nucleares usadas para causar a destruiçã o das cidades da planície.
Quanto à histó ria da Bíblia sobre Eva, foi o grande "sumeriologista" Samuel N.
Kramer quem primeiro apontou que o nome, que em hebraico significa "ela que tem vida", e
a lenda de ela ter se originado de uma costela de Adã o provavelmente derivavam do jogo de
palavras sumério com o termo TI, que significava tanto "vida" como "costela".
Outros significados originais ou duplos encontrados nas histó rias sobre a criaçã o já foram
mencionados em capítulos anteriores. Podemos colher mais sobre "Eva" e suas origens a
partir da comparaçã o entre as narrativas bíblicas e os textos sumérios, e uma aná lise da
terminologia suméria.
As manipulaçõ es genéticas, como já vimos, eram feitas por Enki e Ninti numa edificaçã o
especial, chamada nas versõ es acadianas de Bit Shimti - "casa onde o
vento da vida é soprado para dentro" -, o que nos transmite uma idéia bem clara de sua
serventia: era um laborató rio. Agora temos de nos lembrar novamente da
tendência dos sumérios para o jogo de palavras, para assim lançarmos nova luz sobre a
fonte da histó ria de Adã o, o uso do barro e o sopro da vida.
O termo acadiano que foi traduzido como "sopro", era uma versã o do sumério
SHI.IM.TI, palavra composta onde cada um dos componentes transmitia um significado que,
além de combinar com os outros dois, os fortalecia e expandia. SHI era o que a Bíblia chama
de Nepesh, comumente traduzido por "alma", mas que
significa mais exatamente "o há lito da vida". IM podia ser vá rias coisas, de acordo com o
contexto, como "vento" ou "lado". Nos textos astronô micos, por exemplo, a
palavra descrevia um satélite que ficava ao "lado" de seu planeta; em geometria, era o lado
de um quadrado ou triâ ngulo; e, em anatomia, "costela". Até hoje a
palavra hebraica paralela - sela - significa tanto o lado de uma forma geométrica como
costela. E, vejam só , IM tinha um outro significado, em nada relacionado com os outros:
"barro".
Depois, da costela que tirara do homem, Iahweh Elohim modelou uma mulher e a trouxe
para o homem.
Essa histó ria da criaçã o da companheira do homem relata como Adã o, já tendo sido colocado
no E.DIN para cultivá -lo e cuidar de seus pomares, estava sozinho.
"Iahweh Elohim disse: 'Nã o é bom que o homem esteja só . Vou fazer uma auxiliar que lhe
corresponda'". Essa parte da histó ria, obviamente, é a continuaçã o da versã o segundo a qual
somente Adã o foi criado e nã o da que afirma que machos e fêmeas foram feitos ao mesmo
tempo.
Para esclarecer essa aparente confusã o, devemos nos lembrar da seqü ência da criaçã o dos
terrá queos. Primeiro foi aperfeiçoado o Lulu macho, o "misto". Em seguida, os ó vulos
fertilizados de mulheres-macaco, misturados com soro sanguíneo e o esperma de um jovem
Anunnaki, foram divididos em lotes e colocados num "molde", onde adquiriram as
características masculinas ou
femininas. Reimplantados nos ú teros das Deusas do Nascimento, os embriõ es
resultaram em sete machos e sete fêmeas no final de cada processo. No entanto, esses
"mistos" eram híbridos e nã o podiam se reproduzir. Para obterem mais desses
trabalhadores primitivos, os Anunnaki tinham de repetir constantemente o processo.
A uma certa altura ficou claro que esse modo de obter servos era muito complicado. Tinha
de ser encontrado um meio de se conseguir mais humanos sem se impor gestaçõ es e partos
sobre as fêmeas Anunnaki. Esse meio foi uma
segunda manipulaçã o genética conduzida por Enki e Ninti, que deu a Adã o a
capacidade de procriar. Para gerar descendentes, ele teria de se acasalar com uma fêmea
totalmente compatível. Como e quando essa fêmea foi criada é a histó ria da costela e do
Jardim do É den.
A histó ria da formaçã o da mulher a partir de uma costela parece quase um resumo em duas
sentenças de um relató rio médico. Em termos claros ela descreve uma operaçã o do tipo que
atualmente ganha manchetes, quando um parente
pró ximo (um pai ou uma filha) doa ó rgã os para transplante ou entã o parte da medula ó ssea.
Cada vez mais a moderna medicina lança mã o do transplante de medula quando se trata de
câ ncer ou outras doenças que afetam o sistema imunoló gico.
Na Bíblia, o doador é Adã o. Ele recebe anestesia geral e adormece. É feita uma incisã o e
retirada uma costela. A carne é puxada para fechar o corte e o paciente fica descansando e
se recuperando.
A açã o continua em um outro lugar. Os Elohim agora usam o pedaço do osso para moldar
uma mulher. Fala-se em "moldar", "construir", nã o em "criar”. A diferença
na terminologia é significativa, pois indica que a fêmea já existia, mas precisava de algum
tipo de manipulaçã o construtiva para se tornar a parceira de Adã o. Aquilo
que se fazia necessá rio foi obtido da costela e a pista para o que ela forneceu está nos outros
significados de IM e TI - vida, barriga, barro. Teria um extrato da me-
dula ó ssea de Adã o sido implantado no "barro" de uma trabalhadora primitiva pela
sua "barriga"? Infelizmente, a Bíblia nã o descreve os procedimentos feitos em
Eva, e até agora nã o foram encontrados os textos sumérios. Temos a pista da existência de
um texto desse tipo porque a melhor traduçã o disponível do Atra Hasis para o assírio
primitivo (cerca de 850 a.C.) contém linhas que fazem lembrar os versos bíblicos sobre o
dever do homem em deixar a casa de seu pai para se tornar um com sua mulher pelo ato
sexual. Todavia, a tá bula com esse
texto está danificada demais para revelar o que o original sumério tinha a dizer.
Assim, a chave da reproduçã o está na fusã o dos dois conjuntos ú nicos de cromossomos.
Quando o nú mero e có digo genético das células reprodutivas de pai e mã e sã o diferentes,
nã o há combinaçã o entre eles e, portanto, nã o se dá a
procriaçã o. No caso dos trabalhadores primitivos, machos e fêmeas já existiam e sua
esterilidade nã o era devido à falta de cromossomos X ou Y. A necessidade de utilizaçã o de
um osso - A Bíblia enfatiza que Eva era "osso dos ossos" de Adã o – sugere a existência de
algum tipo de barreira imunoló gica que tinha de ser
superada para evitar a rejeiçã o dos espermatozó ides do macho pelo organismo das fêmeas.
A operaçã o realizada pelos Elohim resolveu o problema. Adã o e Eva
descobriram sua sexualidade e adquiriram o "conhecimento" - termo bíblico que
tem a conotaçã o de sexo com intençã o de procriaçã o. ("E Adã o conheceu Eva, sua mulher, e
ela concebeu e deu à luz Caim.") Eva, como conta a Bíblia, ganhou a
capacidade de ser engravidada por Adã o, mas essa bênçã o veio acompanhada de uma
maldiç~o: "Com sofrimento tu dar|s { luz teus filhos”.
Mas, com o conhecimento, Adã o, como disse Elohim, "tornou-se um de nó s". O homem, como
os Anunnaki, agora era capaz de procriar, de se reproduzir sem o
auxílio de procedimentos científicos. No entanto, apesar de ter recebido boa parte do
material genético dos Anunnaki, que o tinham feito a sua imagem e semelhança inclusive no
aspecto da procriaçã o, o homem nã o foi contemplado
com uma de suas características genéticas - a longevidade. O fruto da Á rvore da Vida, que o
teria feito viver tanto quanto seus criadores, ele jamais iria experimentar. Esse ponto está
bem claro na histó ria suméria sobre Adapa, o Homem Perfeito criado por Enki:
Desde a publicaçã o de O 12º. Planeta, em 1976, nã o tenho medido esforços para explicar a
aparente "imortalidade" dos "deuses". Usando as moscas que voam pela
minha casa como exemplo, costumo dizer que se elas pudessem falar, papai mosca
diria à mosquinha: "Sabe, este homem que mora aqui é imortal. Desde que nasci ele nã o
envelheceu. E meu pai me contou que o pai dele e todos nossos
antepassados, até onde podemos nos lembrar, viram esse homem do jeitinho que é agora.
Ele nunca envelhece, é imortal!" Claro que minha "imortalidade" aos olhos
das moscas falantes é simplesmente o resultado de dois ciclos de vida diferentes. O ser
humano vive décadas; as moscas comuns vivem apenas dias. Mas, o que significam esses
termos? Um "dia" é o tempo que nosso planeta leva para
completar uma volta em torno de seu eixo; um "ano" é o tempo que a Terra leva
para completar uma ó rbita em tomo do Sol. O tempo de atividade dos Anunnaki em nosso
planeta era contado em sars, equivalendo cada um deles a 3.600 anos
terrestres. Um sars, como sugeri, era o "ano" em Nibiru - o tempo que o planeta
levava para completar uma ó rbita em torno do Sol. Assim, quando as Listas de Reis sumérios
diziam, por exemplo, que um líder Anunnaki governou uma de suas
cidades por 36 mil anos, no texto era escrito dez sars. Se cada geraçã o da espécie humana é
de vinte anos, haveria 180 geraçõ es de homens num "ano" dos
Anunnaki fazendo-os parecer aos olhos da humanidade eternos, imortais.
Os textos antigos deixam claro que embora a longevidade dos Anunnaki nã o tenha passado
para o homem, sua inteligência foi transmitida. Isso implica na crença ou conhecimento, já
na Antiguidade, de que essas características podiam de alguma
forma ser concedidas ou negadas aos seres geneticamente criados por eles. Nã o é mais
surpresa para a ciência moderna concordar com isso. "Os indícios acumulados ao longo dos
ú ltimos sessenta anos sugerem que existe um
componente genético na inteligência", relatou a revista Scientific American em seu nú mero
de março de 1989. Além de dar exemplos de gênios de vá rios campos de
atividade que transmitiram seus talentos para filhos e netos, o artigo salientou um relató rio
feito por pesquisadores da Universidade do Colorado, em Boulder, e da
Universidade Estadual da Pensilvâ nia (David W. Fulker, John C. Defries e Roben
Plomin), que estabeleceram uma "íntima correlaçã o bioló gica" em faculdades mentais
atribuíveis à hereditariedade genética. A Scientific American escolheu o seguinte título para
a matéria: "Mais Indícios Ligam Genes com a Inteligência".
Outros estudos, reconhecendo que "memó rias sã o feitas de moléculas", levaram à sugestã o
de que, se um dia os computadores quiserem se igualar à inteligência humana, eles terã o de
ser "computadores moleculares". Atualizando as idéias voltadas nessa direçã o,
apresentadas por Forrest Carter, do Naval Research
Laboratories, de Washington, d.C. o pesquisador John Hopfield, do Caltech e ITT Bell
Laboratories, fez um esboço de projeto para um "computador bioló gico". (Science, vol. 241.)
Vêm também se acumulando indícios sobre a origem genética dos ciclos vitais dos
organismos vivos. As vá rias etapas do desenvolvimento dos insetos, o tempo que eles vivem
sã o nitidamente orquestrados por genes, que também determinam a morte de muitos seres
vivos - mas nã o mamíferos -logo apó s a reproduçã o.
Jerome Wodinsky, da Universidade de Brandeis, descobriu que os polvos sã o geneticamente
programados para se "autodestruírem", depois da reproduçã o, por
meio de produtos químicos encontrados em suas glâ ndulas ó pticas. Os estudos foram
realizados durante pesquisas sobre o processo de envelhecimento em
animais como um todo e nã o especificamente em polvos. Muitos outros estudos mostraram
que alguns animais possuem a capacidade de repararem genes danificados e dessa forma
estacionarem ou reverterem o processo de
envelhecimento. Cada espécie claramente tem um tempo de vida fixado pelos seus genes -
um ú nico dia para certo tipo de mosca, seis anos para rã s e cerca de quinze anos para cã es.
Atualmente o limite má ximo de vida de um ser humano está por volta de noventa a cem
anos, mas em épocas primitivas ele era muito maior.
Segundo a Bíblia, Adã o viveu até os 930 anos; seu filho Set morreu aos 912 e o filho deste,
Enos, chegou aos 905. Embora existam motivos para se acreditar que os editores do Gênesis
reduziram os tempos de vida muito maiores registrados
nos textos sumérios, dividindo-os por sessenta, a pró pria Bíblia reconhece que a
humanidade tinha uma vida muito mais longa antes do dilú vio. A duraçã o da vida dos
patriarcas foi diminuindo com o passar dos milênios. Terah, o pai de Abraã o, morreu com
205 anos. Abraã o viveu até os 175; seu filho Isaac chegou até os 180; o filho de Isaac, Jacó ,
viveu 147 anos. José, porém, filho de Jacó , faleceu com 110 anos.
Os dados científicos indicam a existência de um "reló gio bioló gico" em todas as criaturas, ou
seja, uma característica genética bá sica embutida nos cromossomos que controla o tempo
de vida de cada espécie. O que é um gene ou grupo de genes, o que o faz se "expressar", sã o
temas de intensas pesquisas. Mas que a resposta para a longevidade está nos genes é algo
que já foi demonstrado em numerosos estudos. Alguns deles, feitos em vírus, determinaram
que eles possuem filamentos do ADN capazes de "imortalizá -los".
Enki devia estar bem a par disso, pois quando chegou a hora de se reproduzir, ele deu-lhe a
inteligência e o "conhecimento" contidos nos genes de Anunnaki, mas nã o inseriu em seu
ADN os genes que concederiam sua longevidade.
Acredita-se que pequenos erros genéticos vã o se acumulando à medida que o ADN vai se
reproduzindo nas células. A humanidade está muito distante da época de sua criaçã o como
um Lulu, um ser misto portador da herança genética tanto do céu como da Terra, e o
encurtamento de seu tempo de vida pode ser um sintoma de
uma perda microscó pica de geraçã o para geraçã o daquilo que alguns consideram os
elementos "divinos" e da crescente preponderâ ncia do "animal dentro de nó s".
A existência do que os cientistas chamam de ADN "inú til" - segmentos que parecem ter
perdido seu propó sito - em nosso aparelho genético talvez seja um
indício de uma "sobra" da mistura original. As partes do cérebro - independentes, embora
ligadas -, sendo uma mais primitiva e emocional e a outra mais nova e racional, constituem
mais um indício da origem genética mista da humanidade.
As evidências que confirmam os antigos textos da Criaçã o, por maiores que sejam, nã o
terminam na manipulaçã o genética. Temos muito mais à frente e tudo está ligado a Eva!
A histó ria do homem, sabemos hoje, nã o começou com o homem. O "capítulo" referente ao
grupo de mamíferos chamados Primatas nos leva para cerca de 45 a
50 milhõ es de anos atrá s, quando um ancestral comum a macacos, símios e homem surgiu
na Á frica. Vinte e cinco ou trinta milhõ es de anos depois - é com
essa lentidã o que giram as rodas da evoluçã o - um precursor dos Grandes Símios desviou-se
da linha dos primatas. Em 1920, os ossos desse animal, que os
antropó logos chamam de "Procô nsul", foram encontrados numa ilha do lago Vi-
tó ria e a descoberta acabou atraindo para o local o famoso casal de paleontó logos
Mary e Louis B. Leakey. Além dos fó sseis do Procô nsul, eles descobriram no local os restos
do Ramapiteco, o primeiro símio ereto ou primata semelhante ao homem.
Essa criatura tinha 14 milhõ es de anos, o que significa que estava a 8 ou 10 milhõ es de anos
de distâ ncia do Procô nsul, o primeiro a se desviar do tronco evolucioná rio.
Essas descobertas foram muito mais do que um simples achado de fó sseis: elas abriram a
porta do laborató rio secreto da Mã e-Natureza, o esconderijo onde ela foi forjando a marcha
evolucioná ria que levou os mamíferos a se transformarem em primatas e estes em grandes
símios e hominídeos. Esse lugar é um profundo vale
que corta a Etió pia, Quênia e Tanzâ nia e que é parte da fenda na crosta terrestre que começa
na á rea no rio Jordã o e mar Morto, em Israel, passa pelo mar Vermelho e se estende até o sul
da Á frica.
Numerosas descobertas de fó sseis têm sido feitas nos locais que os Leakey e outros
paleontó logos tornaram famosos. As mais ricas ocorreram na garganta Olduvai, na
Tanzâ nia, perto do lago Rodolfo (atualmente lago Turkana), no Quênia, e na província de
Afar, na Etió pia. Muitos cientistas de muitas naçõ es e alguns - que se salientaram nos
debates acadêmicos sobre o significado e idade dos fó sseis - devem ser mencionados, como
o filho dos Leakey, Richard (curador dos museus nacionais do Quênia), Donald C. Johanson
(curador do Museu de Histó ria Natural de Cleveland na época das descobertas), Tim White e
J. Desmond Clark, da
Universidade da Califó rnia, em Berkeley), Alan Walker (Universidade John Hopkins),
Andrew Hill e David Pilbeam (Harvard) e Raymond Dart e Phillip Tobias da Á frica do Sul.
Entre os notá veis marcos dessas pesquisas podemos destacar: a descoberta de partes do
esqueleto de uma fêmea que recebeu o nome de "Lucy" que, acredita-se, era uma
representante do Australopiteco avançado que existiu há 3,5 milhõ es de anos; um fó ssil
conhecido como Crâ nio 1470 (seu nú mero de catá logo), osso de
um macho com cerca de 2 milhõ es de anos e considerado pelos seus descobridores
como um "quase homem" ou Homo habilis ("homem há bil"), termo nã o aceito por muitos
cientistas; e restos de esqueleto de um "corpulento jovem macho",
catalogado como WT.15 000, da espécie Homo erectus, com cerca de 1,5 milhã o de anos,
talvez o primeiro verdadeiro hominídeo. O Homo erectus propiciou o
surgimento da Antiga Idade da Pedra, pois começou a usar pedras como
ferramentas e emigrou, usando o norte da península do Sinai, que funciona como uma ponte
terrestre entre a Á frica e a Á sia, para o sudeste da Á sia e sul da Europa.
Depois disso, a trilha do gênero Homo desaparece. O "capítulo" de sua histó ria
compreendido entre 1,5 milhã o e 300 mil anos atrá s está em branco, exceto por
traços do Homo erectus na rota da migraçã o desses hominídeos. Entã o, há cerca de
300 mil anos, sem nenhum indício de mudança gradual, aparece no mundo o
Homo sapiens. De início acreditou-se que o Homo sapiens neandertalensis, ou
Homem de Neanderthal (nome do local da Alemanha onde foi encontrado o primeiro
exemplar da espécie), que predominou na Europa e partes da Á sia há
125 mil anos, era o ancestral do homem de Cro-Magnon, o Homo sapiens sapiens, que viveu
nessas terras há 35 mil anos. Depois passou-se a afirmar que o Homem de Neanderthal,
mais "bruto" e, portanto, mais "primitivo", viera de um ramo de
Homo sapiens diferente do qual o Cro-Magnon evoluíra muito tempo depois. Hoje sabe-se
que essa teoria é a mais correta, embora nã o esteja totalmente certa.
Aparentadas entre si, mas nã o descendentes uma da outra, as duas linhagens de Homo
sapiens viveram lado a lado desde 90 mil até 100 mil anos atrá s.
Provas disso foram encontradas em duas cavernas, uma no monte Carmelo e a outra perto
de Nazaré, em Israel, que estã o entre vá rias cavernas da á rea que os homens pré-histó ricos
escolheram para habitar. As primeiras descobertas,
ocorridas na década de 30, foram consideradas como tendo 70 mil anos e serem
apenas fó sseis de Neanderthal, o que se ajustava à s teorias da época. Na década de
60, uma equipe arqueoló gica israelense e uma francesa, trabalhando em conjunto,
"reescavaram" a caverna perto de Nazaré, chamada Qafzeh, e descobriram que os restos nã o
eram apenas de Neanderthal, mas também de tipos Cro-Magnon. De
fato, o posicionamento das camadas indicava que os Cro-Magnon tinham usado a caverna
antes dos Neanderthal, o que obrigou os cientistas a empurrarem para trá s o surgimento do
Cro-Magnon, passando-o dos supostos 35 mil anos para bem antes de 70 mil anos.
"Isso tudo significa uma aurora ainda mais longínqua para os humanos?" perguntou em
manchete a revista Science. Quando outros cientistas juntaram-se à busca, ficou claro que a
resposta tinha de ser "sim". Os Neanderthal, foi
determinado, nã o eram simples visitantes do Oriente Médio, mas os moradores da
regiã o há muito tempo. E mais, eles nã o eram os brutos primitivos que tinham sido pintados
pelos primeiros arqueó logos. Os Neanderthal enterravam seus
mortos em rituais que indicavam prá ticas religiosas e "pelo menos um tipo de
comportamento espiritualmente motivado que os alia aos seres humanos
modernos" Gared M. Diamond, da Escola de Medicina da Universidade da Califó rnia, em Los
Angeles). Alguns estudiosos, como o descobridor dos restos do
Neanderthal na caverna de Shanidar, Ralph S. Solecki, da Universidade de Colú mbia,
acreditam que eles saibam como usar ervas para cura há 60 mil anos. A
descoberta de ossos de esqueleto nas cavernas israelenses convenceram os anatomistas
que, ao contrá rio do que afirmavam as teorias anteriores, os
Neandenhal podiam falar. "Moldes de cérebro conseguidos a partir de crâ nios fó sseis
mostraram uma á rea da linguagem bem desenvolvida", afirmou Dean Falk,
da Universidade Estadual de Nova York, em Albany. O neuroanatomista Terrence Deacon, de
Harvard, concluiu: "O cérebro do Neanderthal era maior do que o nosso... ele nã o tinha nada
de idiota".
Em março de 1987, Christopher Stringer, junto com seu colega, Paul Mellars, também do
Museu Britâ nico, organizou uma conferência na Universidade de
Cambridge sobre "As origens e dispersã o do homem moderno" para a comunidade científica
digerir as novas descobertas e atualizar suas teorias. Como relatado por
I.A. Gowlett em Antiquity (julho de 1987), os conferencistas primeiro trataram dos indícios
fó sseis concluindo que depois do surgimento do Homo erectus houve um
hiato de 1,2 a 1,5 milhã o de anos e entã o, subitamente, há 300 mil anos, apareceu o Homo
sapiens (como comprovado por fó sseis encontrados na Etió pia, Quênia e Á frica do Sul). Os
Neanderthal se "diferenciaram" desses Homo sapiens primitivos cerca de 230 mil anos atrá s
e podem ter começado sua migraçã o para o norte 100 mil anos depois, data que talvez
coincida com o aparecimento do Homo sapiens sapiens.
A conferência também examinou outras linhas de evidências, inclusive os dados mais novos
fornecidos pelo campo da bioquímica. Mais empolgantes foram as descobertas baseadas na
genética. A capacidade dos geneticistas de
acompanharem o parentesco por meio de comparaçõ es de "sentenças" do ADN
tem sido usada nas açõ es legais de comprovaçã o de paternidade. Como seria de esperar,
essas novas técnicas foram estendidas para acompanhar
relacionamentos nã o apenas entre pais e filhos, mas também de linhagens inteiras de
determinadas espécies. Foi essa nova ciência, a genética molecular, que
permitiu a Allan C. Wilson e Vincent M. Sarich (ambos da Universidade da Califó rnia, em
Berkeley) estabelecerem com grande exatidã o que os hominídeos se diferenciaram dos
símios cerca de 5 milhõ es de anos atrá s e nã o 15 milhõ es, como se imaginava, e que os
"parentes" mais pró ximos dos hominídeos eram os chimpanzés e nã o os gorilas.
Como o ADN de uma pessoa é resultado da mistura dos genes de seus pais (metade do pai,
metade da mã e), que também sã o resultados de misturas, as comparaçõ es entre os ADN nos
nú cleos das células nã o funcionam bem depois de vá rias
geraçõ es. Foi descoberto, porém, que além do ADN no nú cleo da célula existe um pouco dele
no citoplasma da célula da mã e, alojado em corpú sculos chamados
"mitocô ndrias" (fig. 62). Esse ADN nã o se mistura com o ADN do pai, e passa inalterado de
mã e para filha através de geraçõ es. Essa descoberta, feita por
Douglas Wallace, da Universidade de Emory na década de 80, o levou a comparar esse
"mtADN" com cerca de oitocentas mulheres e o fez chegar à surpreendente
conclusã o, anunciada numa conferência científica em julho de 1986, que o mtADN de todas
era tã o similar que essas mulheres só podiam descender de uma ú nica ancestral.
A pesquisa foi continuada por Wesley Brown, da Universidade de Michigan, que afirmou que
determinando-se a taxa de mutaçã o natural do mtADN seria possível
calcular a época em que viveu essa ancestral comum. Comparando o mtADN de 21 mulheres
de diferentes raças e locais geográ ficos, ele chegou à conclusã o de que elas deviam sua
origem a uma "ú nica Eva mitocô ndria", que viveu na Á frica entre 300 mil e 180 mil anos
atrá s.
O limite superior de 300 mil anos, notaram os paleontó logos, coincidia com os indícios
fó sseis sobre a época de surgimento do Homo sapiens. "O que pode ter
acontecido há 300 mil anos para causar essa mudança?", perguntaram Cann e seu colega,
Allan Wilson, mas eles mesmos nã o encontraram a resposta.
Para testarem ainda mais o que passou a ser chamado de "A hipó tese Eva", Cann e Wilson,
mais seu colega, Mark Stoneking, começaram a examinar placentas de cerca de 150
mulheres americanas cujas famílias eram originá rias da Europa,
Oriente Médio, Á frica e Á sia, e também placentas de aborígines da Austrá lia e Nova
Guiné. Os resultados indicaram que o mtADN africano era o mais antigo e que todas essas
mulheres de diferentes raças, oriundas de diferentes culturas e locais tinham uma mesma e
única ancestral, que viveu na África entre 290 e 140 mil anos atrás.
Um editorial da revista Science (11 de setembro de 1987), que fez aná lise de todas essas
descobertas, declarou que as incontestá veis provas mostravam que "a Á frica foi o berço dos
humanos modernos... A histó ria que a biologia molecular parece estar nos contando é que
eles surgiram na Á frica há 200 mil anos".
Essas sensacionais descobertas - desde entã o comprovadas por novas pesquisas - ganharam
manchetes em todo o mundo. A National Geographic (outubro de 1988)
anunciou: "A pergunta: 'De onde viemos?', já tem resposta: 'Do Sudeste da Á frica'". O São
Francisco Chronicle deu em manchete: "Encontrada a mã e de todos nó s". O
London Observer anunciou: "Saindo da Á frica: a rota do homem para conquistar o mundo". A
Newsweek de 11 de janeiro de 1988, no que seria o nú mero mais vendido de sua histó ria,
estampou "Adã o", "Eva" e uma serpente na capa, com a chamada: "Á procura de Adã o e Eva".
A manchete foi bem escolhida, pois, como observou Allan Wilson, "claro, se houve uma mã e,
teve de existir um pai".
Todas essas descobertas recentes confirmam o que diz a Bíblia sobre o primeiro casal de
Homo sapiens:
E o homem chamou sua mulher "Eva" [Chava - "Ela dá vida"] por ela ser a mã e de todos os
viventes.
Vá rias conclusõ es nos sã o oferecidas pelos textos sumérios. Primeiro, a criaçã o do Lulu foi
resultado do motim dos Anunnaki, cerca de 300 mil anos atrá s. Essa data como o limite
superior para o surgimento do primeiro Homo sapiens foi, como já vimos, corroborada pela
ciência moderna.
Segundo, os textos sumérios dizem que a formaçã o do Lulu teve lugar "acima do
Abzu", ou seja, ao norte das á reas de mineraçã o. Isso está confirmado pela localizaçã o dos
mais primitivos fó sseis humanos na Tanzâ nia, Quênia e Etió pia - ao norte das á reas de
mineraçã o de ouro da Á frica meridional.
Nã o existe contradiçã o entre essas ú ltimas datas e os 300 mil anos atrá s quando ocorreu o
motim dos Anunnaki. Tendo em mente que estamos falando em anos
terrestres, enquanto que para eles 3 600 anos terrestres significavam apenas um de seus
anos, devemos primeiro nos lembrar que a decisã o de se "criar um Adã o"
foi seguida de um período de "tentativa e erro" até ser obtido um "modelo perfeito".
Mesmo depois do nascimento dos primeiros trabalhadores primitivos, sete machos e sete
fêmeas, continuou necessá ria a contribuiçã o das Deusas do Nascimento, pois os seres
híbridos eram incapazes de procriar.
Essa segunda manipulaçã o genética teria ocorrido há 250 mil anos, a data sugerida para
"Eva" por Rebecca Cann? Ou há 200 mil anos, como prefere o artigo da revista Science?
Segundo o livro do Gênesis, Adã o e Eva só começaram a ter filhos depois de sua expulsã o do
"É den". Nã o sabemos se Abet, o segundo filho, que foi assassinado pelo primogênito, Caim,
deixou descendentes. Mas lemos que Caim e seus descendentes receberam ordem de
emigrar para terras longínquas. Seriam esses representantes da "linha maldita de Caim" os
Neanderthal migradores? Essa é uma possibilidade intrigante que ainda permanece no
campo da especulaçã o.
O que parece certo é que a Bíblia reconhece o aparecimento do Homo sapiens sapiens, o
homem moderno. Ela nos conta que o terceiro filho de Adã o e Eva, Set, teve um filho
chamado Enos, do qual deriva a linhagem da humanidade. Ora, em hebraico Enos (Enosh)
significa "humano" ou "um ser humano", isto é, gente como nó s. E foi na época de Enos, diz a
Bíblia, que "os homens começaram a
chamar o nome de Iahweh." Em outras palavras, foi nessa época que surgiram o primeiro
homem plenamente civilizado e a adoraçã o religiosa.
Com isso, todos os aspectos das antigas histó rias sumérias estã o comprovados.
Na histó ria sobre Adã o e Eva no Jardim do É den apresentada na Bíblia, o antagonista de
Deus que os faz adquirir "conhecimento" (a capacidade de procriar) é a serpente, nahash em
hebraico.
O termo nahash tem dois outros significados: "aquele que sabe segredos" e "aquele que
conhece o cobre". Esses significados ou jogos de palavra sã o encontrados no epíteto sumério
para Enki: BUZUR queria dizer "aquele que resolve segredos" e
"aquele das minas de cobre". Assim, sugeri em obras anteriores que na versã o suméria
original sobre a expulsã o do Jardim do É den, a serpente era Enki. O
emblema desse deus era as serpentes entrelaçadas, símbolo igualmente de seu
"centro de culto", Eridu, de seus domínios africanos em geral e das pirâ mides em particular.
Ele também aparece nas ilustraçõ es dos selos cilíndricos sumérios que mostram eventos da
Bíblia.
O que representa o emblema das serpentes entrelaçadas - ainda hoje símbolo da medicina e
cura? Foi a descoberta da estrutura helicoidal do ADN pela ciência moderna que nos deu a
resposta: as serpentes entrelaçadas imitam a estrutura do có digo genético, o conhecimento
secreto que permitiu a Enki criar o Adã o e depois conceder ao primeiro casal a capacidade
de procriar.
O emblema de Enki como sinal de cura foi invocado por Moisés quando ele fez uma nahash
nehosheth - "a serpente de cobre" - para combater uma epidemia que
atacava os israelitas. O envolvimento desse metal nos três significados do termo nahash e na
confecçã o da serpente seria devido a algum desconhecido papel desempenhado por ele na
genética e cura?
Experiências recentes, feitas nas universidades de Minnesota e St. Louis sugerem que isso é
fato. Elas mostraram que o cobre-62 é um "emissor de pó sitrons",
valioso no acompanhamento do fluxo sanguíneo e que outros componentes de cobre
transportam produtos farmacêuticos para células vivas, inclusive as do cérebro.
10
A Sabedoria que Veio do Céu
"Quando a monarquia desceu do céu", começa a Lista de Reis Sumérios, "a monarquia ficava
em Eridu. Em Eridu, Alulim tornou-se rei e governou por 28.800 anos". Depois de relacionar
os outros governantes e cidades antidiluvianos, o texto declara: "Entã o o dilú vio varreu a
Terra". Em seguida continua: "Depois que o dilú vio varreu a Terra, quando a monarquia de
novo foi descida do céu, a
monarquia ficava em Kish". Daí em diante, a lista entra em épocas histó ricas.
Embora o tema deste livro seja o que chamamos de ciência e os antigos chamavam de
sabedoria, algumas palavras sobre o "sistema moná rquico" - a boa ordem das coisas, uma
sociedade organizada e suas instituiçõ es - cabem aqui
porque sem ele nã o teria sido possível o progresso científico ou a disseminaçã o e
preservaçã o da "sabedoria". A monarquia foi um dos componentes do "pacote" que Enlil, o
principal administrador dos Anunnaki na Terra entregou à
humanidade. É importante notar que como acontece em muitos campos da
ciência, onde ainda nos baseamos em legados sumérios, o sistema moná rquico e os reis,
depois de terem servido aos homens por tantos milênios, continuam
existindo. Samuel N. Kramer, em History Begins at Sumer, dá -nos uma lista de "primeiros"
que surgiram na Suméria, inclusive uma câ mara bicameral de deputados eleitos (ou
escolhidos).
Vá rios aspectos de uma sociedade ordeira e organizada foram incorporados aos conceitos
de monarquia, sobretudo a necessidade de justiça. Um rei tinha de ser "justo", outorgar e
manter a legislaçã o, pois a sociedade suméria vivia pela lei.
Muitos de nó s aprenderam na escola sobre Hamurá bi, o rei da Babilô nia, e seu famoso
có digo, instituído no segundo milênio a.C. Mas, pelo menos 2 mil anos
antes dele, os reis sumérios já tinham uma legislaçã o semelhante. A diferença é
que o có digo de Hamurá bi tratava de crime e castigo: se você fizer isto, vai lhe acontecer
aquilo. Os có digos legislativos sumérios, por sua vez, tratavam de
comportamento, exigindo que fosse correto. Nã o se devia tirar o jumento de uma
viú va ou atrasar o pagamento de um trabalhador. Essa mesma linha é encontrada nos Dez
Mandamentos da Bíblia, que nã o é uma lista de castigos, mas um có digo sobre o que é certo
ou errado, e o que nã o deve ser feito.
Uma administraçã o judicial cuidava do cumprimento das leis e foi da Suméria que herdamos
o conceito de juízes, jú ri, testemunhas e contratos. A unidade da
sociedade que chamamos de "família", com base num casamento contratual, foi
instituída na Suméria. O mesmo vale para regras e costumes de sucessã o, adoçã o e direito
das viú vas. A regra da lei também era aplicada a atividades econô micas: comércio com base
em contratos, regras para admissã o de empregados, salá rios e impostos. Conhecemos muito
do comércio exterior da Suméria, por exemplo, por que havia um posto alfandegá rio numa
cidade chamada Drehem, onde se
mantinham registros meticulosos sobre o movimento de mercadorias e animais.
Tudo isso e muito mais surgiu sob o guarda-chuva da "monarquia". Quando os filhos e netos
de Enlil entraram na cena das relaçõ es entre o homem e seus deuses, as funçõ es da
monarquia e supervisã o dos reis foram passando para eles, e Enlil,
como o Todo-Beneficente, tornou-se uma lembrança querida. Mas até hoje aquilo que
chamamos de "sociedade civilizada" ainda deve sua base ao que aconteceu quando "a
monarquia desceu do céu".
A "sabedoria" - ciências e artes, atividades que exigiam um knowhow - foi inicialmente o
domínio de Enki, o cientista-chefe dos Anunnaki, e posteriormente de seus filhos.
Tal como a monarquia, a sabedoria também "desceu do céu", isto é, foi concedida à
humanidade pelos "deuses" Anunnaki. Cabia unicamente a eles a decisã o sobre qual
conhecimento científico deveria ser passado para os humanos, o que em
geral se dava por intermédio de indivíduos selecionados. O caso de Adapa, a quem
Enki concedeu "amplo entendimento”, j| foi mencionado. Via de regra, porém, a pessoa
escolhida pertencia à classe dos sacerdotes - outro dos "primeiros" que permaneceu com a
humanidade por milênios até a Idade Média, onde padres e monges também eram os
cientistas.
Os textos sumérios falam de Enmeduranki, que foi preparado pelos deuses para ser o
primeiro sacerdote e conta como eles:
Essas breves linhas contêm uma quantidade considerá vel de informaçõ es. O primeiro
assunto ensinado a Enmeduranki, o conhecimento da "á gua e do ó leo",
dizia respeito à medicina. Entre os sumérios, os médicos eram chamados de A.ZU ou IA.ZU,
"o que conhece a á gua" ou "o que conhece o ó leo". A diferença entre os
dois estava no método pelo qual administravam os medicamentos: misturados com á gua e
ingeridos, ou misturados com ó leo e aplicados com clister. Em seguida,
Enmeduranki recebeu uma tá bula "divina" ou celestial, na qual estavam gravados os
"segredos do céu e da Terra" - informaçõ es sobre os planetas, nosso sistema solar e as
constelaçõ es visíveis, bem como o conhecimento das "ciências
terrestres" - geografia, geologia, geometria - e, como o Enuma elish estava
incorporado aos rituais do templo na véspera de Ano-Novo, a cosmogonia e a evoluçã o. E,
para entender tudo isso, Enmeduranki recebeu também o
conhecimento sobre um terceiro assunto, a matemá tica - "cá lculo com nú meros".
O calendá rio judaico, como repetidamente salientei em livros e artigos, ainda segue o
Calendá rio de Nipur nã o apenas em sua forma e estrutura como também
na contagem dos anos. O anno Domini 1990, no calendá rio judaico, é o ano 5.750 e isso nã o
deriva, como costuma ser explicado, da data da "criaçã o do mundo", mas da data em que se
iniciou a contagem do tempo pelo Calendá rio de Nipur, ou seja, em 3.760 a.C.
Foi nesse ano, como sugeri em The Lost Realms, que Anu, o rei de Nibiru, veio à
Terra em visita oficial. Seu nome, AN em sumério e Anu em acadiano, significava
"céu" ou "O Celestial" e era componente de numerosos termos astronô micos com o AN.UR
("horizonte celestial'') e AN.PA ("ponto de zênite"), e também do nome
"Anunnaki" - "os que do céu vieram à Terra". O chinês arcaico, cujas sílabas eram escritas e
pronunciadas de uma maneira que revela sua origem suméria, usava, por exemplo, o termo
kuan para designar um templo que servia como observató rio astronô mico. O nú cleo
sumério do termo, KU.AN, significava
"abertura para os céus". (A origem suméria da astronomia e astrologia chinesas foi por mim
discutida no artigo: "The Roots of Astrology", publicado no nú mero de fevereiro de 1985 do
EastWest Journal.) Sem dú vida, o latim annum, do qual
derivou o francês année, o inglês annual e assim por diante, vem da época em que
o calendá rio e, portanto, a contagem de anos começaram com a visita oficial de AN.
A tradiçã o de combinar templos com observató rios astronô micos, claro, nã o é algo limitado
à China. Ela vem dos zigurates (pirâ mides de degraus) da Suméria e
Babilô nia. De fato, um longo texto, tratando da visita de Anu e sua esposa, Antu, conta como
os sacerdotes subiram ao patamar mais alto do zigurate para observar o aparecimento de
Nibiru no Firmamento. Enki transmitiu o conhecimento da astronomia (em outras ciências)
para seu primogênito, Marduk, e o famoso
zigurate da Babilô nia, lá erigido depois que Marduk conquistou a supremacia na
Mesopotâ mia, foi construído para servir como observató rio astronô mico.
Enki entregou os "segredos" do calendá rio, da matemá tica e escrita ao seu filho mais novo,
Ningishzidda, a quem os egípcios chamavam de Thot. Em The Lost
Realms, apresentei indícios substanciais para afirmar que ele também era o deus da América
Central conhecido como Quetzalcoatl, a "Serpente Emplumada". Ningishzidda, que em
sumério significa "Senhor da Á rvore da Vida", refletia o fato de que fora a ele quem Enki
confiara o conhecimento médico, inclusive o segredo de reviver os mortos. Um texto
babilô nico cita o exasperado Enki dizendo ao seu filho Marduk que já lhe ensinara mais do
que o suficiente, depois de este insistir
em aprender a arte de ressuscitar. A capacidade dos Anunnaki de realizar esse feito (pelo
menos quando se tratava de seu pró prio povo) está bem clara no texto "A Descida de Inanna
ao Mundo Inferior", onde a deusa é morta pela sua pró pria irmã .
Quando o pai de Inanna rogou a Enki para revivê-la, este dirigiu para o cadá ver
"aquilo que pulsa" e "aquilo que irradia", e trouxe a moça de volta à vida. Um desenho
encontrado na Mesopotâ mia mostra um paciente numa cama hospitalar recebendo
tratamento de radiaçõ es.
Um conhecimento bá sico para a astronomia e funcionamento do calendá rio, bem como para
o comércio e outras atividades econô micas, é a matemá tica, o "fazer cá lculos com nú meros",
nas palavras do texto sobre Enmeduranki.
O sistema numérico sumério é chamado sexagesimal, o que quer dizer, com "base 60". A
contagem ia de 1 a 60, da mesma forma que atualmente vamos de 1 a 100.
Entã o, quando dizemos "200", os sumérios diziam "2 gesh", significando 2 x 60, ou seja, 120.
Quando o texto pedia "menos metade" ou "menos um terço", estava
mandando subtrair a metade de 60, isto é, 30, ou um terço de 60, isto é, 20. Para
nó s, criados no sistema decimal ("vezes dez"), que tem como base o nú mero dos dedos das
mã os, ele pode parecer incô modo e complicado, mas para um matemá tico, o sistema
sexagesimal é um verdadeiro deleite.
O nú mero 10 é divisível apenas por dois nú meros inteiros: 2 e 5. O 100 é divisível apenas
por 2, 4, 5, 10, 20 e 25. O nú mero 60, porém, é divisível por 2, 3, 4, 5, 6,
10, 12, 15, 20 e 30. Herdamos dos sumérios o 12 na contagem das horas, o 60 na contagem
de minutos e segundos, e o 360 dos graus de um círculo. O sistema sexagesimal ainda é o
ú nico perfeito para as ciências celestiais, contagem do
tempo e geometria (onde os â ngulos de um triâ ngulo somam 180 graus e os do quadrado
360 graus). Tanto na geometria teó rica como na aplicada, usada na
mediçã o de campos, por exemplo, esse sistema tornou possível calcular a á rea de formas
diversas e complexas, os volumes de recipiente de todos os tipos (para guardarem grã os,
ó leo ou vinho), os comprimentos de canais ou a distâ ncia entre planetas.
Quando iniciou-se a gravaçã o de registros, usava-se um estilete de ponta redonda para
imprimir na argila mole os vários símbolos que representavam os nú meros
1, 10, 60, 600 e 3.600. O numeral mais importante era o 3.600, representado por um grande
círculo. Ele era chamado SAR (shar em acadiano) - o nú mero "principesco" ou "real" - pois
era o nú mero de anos terrestres que Nibiru levava para completar uma ó rbita em torno do
Sol.
Com a introduçã o da escrita cuneiforme, onde os escribas usavam um estilete com ponta em
cunha, os nú meros passaram a ser escritos também em caracteres uniformes.
A partir de entã o, os textos passaram a mostrar fraçõ es e mú ltiplos junto com sinais de
combinaçã o que instruíam o calculador a somar, subtrair, dividir ou multiplicar, e a resolver
problemas de aritmética e á lgebra corretamente que
seriam de difícil soluçã o para um estudante de hoje. Entre eles estavam o cá lculo do
quadrado, cubo ou a extraçã o da raiz quadrada de nú meros. Como mostrado por F.
Thureau-Dangin em Textes mathematiques Babyloniens, os antigos usavam fó rmulas com
duas e até três incó gnitas que continuam sendo empregadas na atualidade.
a. Decimal
10
10 x 10
(10 x 10 x 10) 10
x
b. Sumérico (Sexagesimal)
10
10 x 6
(10 x 6) x10
(10 x 6 x 10) 6x
E continuava assim, até "sua 80ª. parte, 180000" e daí para o final: ''400ª. parte, 32400".
Outras tá bulas levavam o procedimento até a 16000ª. parte (igual a 180) e, se bem que nã o
tenham sido encontradas outras tá bulas, nã o há dú vida de que a série continuava
decrescendo até a 216000ª. parte do nú mero inicial, 12960000, que é 60.
Foi incrível constatar, como aconteceu com Hilprecht e outros que os sumérios nã o apenas
tinham consciência do fenô meno de precessã o como também sabiam
que a mudança de casa para casa do zodíaco consumia 2 160 anos. E mais, era duplamente
incrível eles terem escolhido como base de sua matemá tica um
nú mero representando 500 desses ciclos de doze casas, quando a passagem por
apenas 1 deles exigiria o fantá stico (em termos humanos) intervalo de tempo de
25920 anos. De fato, enquanto a moderna astronomia aceita a existência do fenô meno e
seus períodos como foram calculados na Suméria, nã o existe cientista da atualidade ou do
passado que poderia confirmar por experiência pessoal até mesmo a mudança de uma casa
para outra (hoje em dia estamos antecipando a passagem para a de Aquá rio). Nem mesmo
se todos os observadores que
estudaram o céu durante a histó ria da humanidade fossem colocados lado a lado, nã o se
testemunharia um ciclo completo. Mesmo assim, o tempo que ele leva está registrado nas
tá bulas sumérias.
Parece-me que a soluçã o para todas essas charadas seria encontrada se a ciência moderna
aceitasse a existência de Nibiru e seus Anunnaki como uma realidade.
Uma vez que foram os Anunnaki que concederam à humanidade a sabedoria matemá tica, o
nú mero base e o sistema sexagesimal desenvolvidos por eles sob seu ponto de vista e para
seu pró prio uso, precisaram ser reduzidos a proporçõ es humanas.
Como Hilprecht deduziu corretamente, o nú mero 12 960 000 deriva da astronomia, sendo o
tempo necessá rio para haver 500 vezes o ciclo precessional completo de 25 260 anos. Esse
ciclo pode ser fracionado em proporçõ es mais
adequadas aos humanos, começando com a contagem da passagem precessional
por uma ú nica casa do zodíaco, ou seja, 2 160 anos. Embora esse tempo também
esteja além da duraçã o de vida de um terrá queo, a mudança de um grau a cada 72 anos é um
fenô meno observá vel (que os sacerdotes e astrô nomos testemunhavam e usavam para seus
cá lculos). Esse, entã o, era o elemento "terrestre" na formulaçã o.
Outro elemento que deve ser considerado é o período orbital de Nibiru, que os
Anunnaki sabiam ser equivalente a 3 600 anos da Terra. Com isso, entã o, tinha-se dois
fenô menos bá sicos e imutá veis, ciclos de um determinado comprimento que combinavam o
movimento dos dois planetas numa relaçã o de 3 600:2 160, razã o
que pode ser reduzida para 10:6. Entã o, a cada 21 600 anos, a Terra percorria dez casas
zodiacais e Nibiru completava seis ó rbitas em tomo do Sol. Isto, sugiro, deu
origem à criação do sistema de se contar alternadamente 6 x 10 x 6 x 10, o sistema
“sexagesimal”. O sistema sexagesimal, como já foi dito anteriormente, ainda é o cerne da
astronomia e da contagem de tempo. O mesmo vale para a razã o 10:6 dos
Anunnaki. Tendo aperfeiçoado a arquitetura e as artes plá sticas, os gregos inventaram um
câ non de medidas chamado Seçã o ou Proporçã o Á urea. Eles afirmavam que uma perfeita e
agradá vel proporçã o entre os lados de um templo, por exemplo, seria conseguida pela
fó rmula AB:AP=AP:PB, o que dá uma relaçã o de
100:61,8 entre o lado maior e o menor, seja qual for a unidade de medida escolhida
(metros, pés etc.). Parece-me que a arquitetura deve essa Proporçã o Á urea nã o aos gregos,
mas aos Anunnaki (via sumérios), pois ela é, na verdade, a razã o 10:6 em que se baseava o
sistema sexagesimal.
O mesmo pode ser dito do fenô meno matemá tico chamado de Nú meros Fibonacci, onde
uma série de nú meros vai crescendo de forma que cada nú mero sucessivo é a soma dos dois
precedentes (1 + 2 = 3, 2+ 3 = 5, 3 + 5 = 8, e assim por diante). O
matemá tico do século 15, Lucas Pacioli, chegou à fó rmula algébrica para essa série e chamou
seu quociente - 1,618 - de Nú mero Á ureo, e seu recíproco - 0,618 - de Nú mero Divino. O que
nos leva de volta aos Anunnaki...
Tendo explicado acredito, como foi inventado o sistema sexagesimal, vejamos o que
Hilprecht concluiu sobre o nú mero 12 960 000, a base superior do sistema.
É fá cil demonstrar que esse nú mero nã o passa do quadrado do verdadeiro nú mero dos
Anunnaki – 3.600 -, que é o comprimento, em anos terrestres, da ó rbita de
Nibiru (3.600x3.600 = 12.960.000). Foi dividindo esse nú mero pelo 10 terrestre que se
chegou ao nú mero com o qual é mais fá cil se lidar com um círculo: 360 graus. Por sua vez, 3
600 é o quadrado de 60, e foi essa relaçã o que forneceu o nú mero de minutos numa hora e
(em tempos modernos) o de segundos num minuto, e mais, o nú mero base do sistema
sexagesimal.
A origem astronô mica do nú mero 12.960.000 consegue, como acredito, explicar uma
intrigante afirmaçã o da Bíblia. No Salmo 90, lemos que o Senhor - ele se
refere ao "Senhor Celestial" - que tem tido sua morada nos céus por incontá veis
geraçõ es, desde a época “antes que os montes tivessem nascido e fossem gerados
o mundo e a Terra", considera 1 mil anos como nada mais do que um ú nico dia:
Pois 1 mil anos sã o aos seus olhos como o ontem que passou.
Agora, se dividirmos o nú mero 12.960.000 por 2.160 (o nú mero de anos para mudar de casa
zodiacal), o resultado será 6 mil, ou seja, 1 mil vezes 6. Seis como
número de "dias" já é bem conhecido
- nóso encontramos no início da Bíblia,
quando ela trata da gênese e os seis dias da Criação. Teria o salmista visto as
tábulas matemáticas ondecontrar
enia a linha: "12.960.000 cuja 2.160ª. parte é 1
mil vezes seis"? É realmente intrigante descobrir que os salmos ecoam os
números com os quais os Anunnaki brincaram.
e do céu contemplou
a Terra...
Antes que o homem pudesse "fazer cá lculos com nú meros", ele teve de dominar a escrita e a
leitura. Aceitamos como algo muito natural a capacidade de fala do ser humano e a
existência de língua para nos comunicarmos com nossos
semelhantes (ou compatriotas). Todavia, para a ciência, esse fato nã o é tã o
simples assim. Na verdade, até bem recentemente, os cientistas que estudam a fala e a
linguagem acreditavam que o surgimento do "homem falante" fora um
fenô meno bem tardio na escala da evoluçã o e que esse poderia ser um dos motivos para os
Cro-Magnon, que podiam falar e conversar entre si, superar o Neanderthal, que nã o falava.
Esse, contudo, nã o é o ponto de vista bíblico. A Bíblia aceita com naturalidade o fato de que
os Elohim que estavam na Terra muito antes de Adã o podiam falar e
conversar entre si. Isto está claro na afirmaçã o de que o homem foi criado como
resultado de uma discussã o entre os Elohim, onde falou-se: "Façamos o homem a
nossa imagem e a nossa semelhança". Isso implica nã o somente na capacidade de falar, mas
também na existência de uma linguagem com a qual eles se comunicaram.
Examinemos agora Adã o. Ele foi colocado no Jardim do É den e recebeu instruçõ es sobre o
que poderia comer e o que deveria evitar. As ordens foram bem
entendidas por ele, como esclarece a conversa subseqü ente com a serpente. Esta (cuja
identidade é discutida em The Wars of Gods and Men) dirigiu-se à mulher:
"Entã o Elohim disse que vó s nã o podeis comer de todas as á rvores do jardim?" Eva confirma
e diz que o fruto de uma determinada á rvore era proibido e comê-lo resultaria em pena de
morte. Mas a serpente garantiu à mulher que nã o era bem assim, e ela e Adã o comeram o
fruto proibido.
Segue-se um longo diá logo. Adã o e Eva escondem-se quando ouvem os passos de Iahweh,
"que caminhava no jardim à brisa do dia". Iahweh chamou o homem:
"Onde está s?" e segue-se a seguinte conversa:
Adã o: Ouvi teu passo no jardim e tive medo porque estou nu e entã o me escondi.
Iahweh: E quem te fez saber que estavas nu? Comeste, entã o, da á rvore que te proibi de
comer?
Adã o: A mulher que puseste junto de mim me deu da á rvore e eu comi.
É uma conversa e tanto. Nã o é só a deidade que sabe falar. Adã o e Eva também falam e
entendem a conversa de Iahweh. Assim, em que língua conversaram?
Tinha de haver uma, pois é o que nos conta a Bíblia. Entã o, se Eva foi a primeira mã e, existiu
também uma primeira linguagem - uma língua-mã e?
Mais uma vez os eruditos começaram divergindo da Bíblia. Eles afirmavam que a linguagem
era mais uma herança cultural do que uma característica
evolucioná ria. Imaginavam que o homem progredira de grunhidos para gritos significativos
(ao avistar a presa ou pressentir perigo) e daí para uma fala
rudimentar que surgira com a formaçã o dos primeiros clã s. De palavras e gestos nasceram
as línguas - muitas delas -, iniciando-se simultaneamente aqui e ali com a formaçã o de
diferentes clã s e tribos.
Essa teoria da origem das línguas nã o apenas ignorava o significado das histó rias da Bíblia
sobre os Elohim e as conversas no Jardim do É den, como negava a
afirmaçã o de que antes do incidente da Torre de Babel "todo o mundo se servia de
uma mesma língua e das mesmas palavras". Ela também nã o dava atençã o ao fato
de que foi um ato deliberado dos Elohim dispersarem a humanidade sobre a face da Terra e
"confundirem sua linguagem para eles nã o mais se entenderem uns com os outros".
É gratificante ver que nos ú ltimos anos a ciência moderna vem se convencendo de que
existiu mesmo uma língua-mã e e que ambos os tipos de Homo sapiens - o Cro-Magnon e o
Neanderthal - podiam falar desde seu aparecimento.
O fato de muitas línguas terem palavras com o mesmo som e significado semelhantes nunca
foi contestado. No século passado, estudiosos alemã es,
trabalhando com base nesse fato, agruparam as línguas em famílias, chamando-as de "indo-
europeu", "semita", "hamita" etc. Esse agrupamento tornou-se o
principal obstá culo para o reconhecimento da existência de uma língua-mã e, pois era
baseado na noçã o de que grupos de línguas totalmente diferentes e nã o
relacionados entre si tinham surgido em "zonas nú cleo" independentes e daí se
espalhado para outras terras pelas migraçõ es. Tentativas de mostrar que existem
similaridades patentes entre palavras e significados até entre grupos muito distantes, como
a do reverendo Charles Foster, no século passado (The One
Primeval Language), onde ele apontava os precursores mesopotâ micos do hebraico, foram
ignoradas sob a alegaçã o de que nã o passavam de afirmaçõ es de teó logos interessados em
elevar o status da linguagem bíblica, o hebraico.
Foi, sobretudo o avanço em outros campos, como a antropologia, biogenética e informá tica
que abriu novas vertentes para o estudo que alguns chamam de
"genética lingü ística". A idéia de que as línguas se desenvolveram bastante tarde na marcha
do homem para a civilizaçã o - antes o início da linguagem (nã o apenas da fala) era colocado
há apenas 5 mil anos - teve de ser corrigida quando a
arqueologia provou que os sumérios já escreviam há 6 mil anos. Quando os
estudiosos estavam passando a data para 10 mil e 12 mil anos atrá s, a procura por pontos
de similaridade nas línguas, acelerada pelo uso de computadores, levou-os a descobrir
protolínguas e, assim, agrupamentos cada vez maiores e menos numerosos.
Buscando uma filiaçã o primitiva para as línguas eslá vicas na década de 60, cientistas
soviéticos liderados por Vladislav Illich-Svitych e Aaron Dolgopovsky
defenderam a existência de uma protolíngua, à qual deram o nome de Nostrático
(do latim "nossa língua"), a qual sem o nú cleo da maioria das línguas européias, inclusive o
eslá vico. Mais tarde eles apresentaram indícios para favorecer a
aceitaçã o da existência de uma segunda protolíngua, que chamaram de Dene-
Caucasiano, que seria a língua nú cleo das linguagens do oriente. Baseados em mutaçõ es
lingü ísticas, esses cientistas afirmaram que as duas começaram há cerca de 12 mil anos. Nos
Estados Unidos, Joseph Greenberg, da Universidade de Stanford, e seu colega, Merritt
Ruhlen, sugeriram a existência de uma terceira protolíngua, o Ameríndio.
Mas será que as verdadeiras línguas só surgiram cerca de 12 mil anos atrá s, depois do
dilú vio? Segundo a Bíblia, a linguagem já existia nos primó rdios do Homo
sapiens (Adã o e Eva), e os textos sumérios repetidamente referem-se a tá bulas de argila de
antes do dilú vio. O rei assírio Assurbanipal vangloriou-se de que, sendo
tã o entendido como Adapa, era capaz de ler "tá bulas dos tempos antes do dilú vio". Assim,
está claro que existia uma língua verdadeira muito antes dessa data.
Novas descobertas apresentadas por paleontó logos e antropó logos obrigaram os lingü istas
a regredirem ainda mais no tempo e no início da fala. Os achados na caverna de Kebara, já
mencionados, forçaram uma reavaliaçã o completa das datas anteriores.
Combinado com outras características do esqueleto, o osso hió ide forneceu provas
inequívocas de que o homem podia falar como hoje há pelo menos 60 mil anos e talvez até
bem antes disso. O homem de Neanderthal, como afirmou a equipe
composta de seis cientistas internacionais liderados por Baruch Arensburg, da
Universidade de Telavive, na Nature (27 de abril de 1987), "possuía a base morfoló gica para
a capacidade humana da fala".
Se isso é fato, como o indo-europeu, cujas origens estã o situadas pelos lingü istas poucos
milhares de anos atrá s, pode ter uma posiçã o tã o proeminente na á rvore
da linguagem? Menos inibidos em diminuir o status do indo-europeu do que seus colegas
ocidentais, os estudiosos soviéticos continuaram sua audaciosa procura
por uma "proto-protolinguagem". Os que têm se destacado nessa busca sã o Aaron
Dolgopolsky, atualmente da Universidade de Haifa, e Vitaly Shevoroshkin, atualmente na
Universidade de Michigan. Foi, sobretudo devido à iniciativa deste ú ltimo que organizou-se
uma conferência sobre o tema nessa universidade, em novembro de 1988. Intitulada
"Linguagem e Pré-Histó ria", ela reuniu mais de
quarenta representantes das á reas da lingü ística, antropologia, arqueologia e
genética, vindos de setes países. Chegou-se entã o ao consenso de que houve uma
"monogênese" das linguagens humanas, ou seja, todas elas derivam de uma língua-mã e que
existiu num está gio "proto-proto-proto" há cerca de 100 mil anos.
"A tagarelice começou com Eva", foi a manchete de um jornal que cobriu a conferência. Bem,
segundo a Bíblia, começou com Eva e Adã o.
A ciência moderna, porém, revela que houve mais do que uma certa ordem ló gica na criaçã o
de uma diversidade tã o grande de sinais.
Os matemá ticos, especialmente aqueles que se dedicam ao estudo da teoria dos grafos - o
estudo dos pontos unidos por linhas - estã o bem familiarizados com os
Nú meros Ramsey, assim chamados por causa de Frank P. Ramsey, um matemá tico britâ nico
que, num trabalho apresentado à Sociedade Matemá tica de Londres em
1928, apresentou um método para se calcular as várias maneiras de como os pontos podem
ser ligados e as formas disso resultantes. Aplicadas a jogos e
charadas, e também à ciência e arquitetura, a teoria dos grafos tornou possível
mostrar, por exemplo, que, quando seis pontos representando seis pessoas sã o unidos por
linhas vermelhas e azuis (as vermelhas unindo quaisquer duas
pessoas que se conhecem e as azuis ligando dois estranhos), as figuras resultantes
serã o sempre triâ ngulos azuis. Sob os grafos (isto é, formas) estã o os Nú meros
Ramsey, que podem ser convertidos em grafos ligando um certo nú mero de pontinhos. Isso
resulta em dezenas de "grafos" cuja similaridade com os sinais cuneiformes mesopotâ micos
é inegá vel.
A quase centena de sinais possíveis, dos quais uma parte está ilustrada aqui, sã o figuras
simples baseadas em nã o mais do que uma dú zia de Nú meros Ramsey. Ora, se Enki, e sua
filha Nidaba, a "deusa da escrita" da Suméria, possuíam tanto
conhecimento matemá tico como Ramsey, eles nã o devem ter encontrado dificuldades em
inventar para os escribas sumérios um sistema matematicamente perfeito de caracteres
cuneiformes.
"Eu te abençoarei grandemente e multiplicarei tua semente como as estrelas do céu", disse
Iahweh a Abraã o. Nesse ú nico verso estã o expressos vá rios elementos do conhecimento que
foi descido dos céus: a fala, a astronomia e o "cá lculo com nú meros".
O que era o Jardim do É den, lembrado na Bíblia pela variedade de sua vegetaçã o e como o
lugar onde animais ainda sem nome foram mostrados a Adã o?
A ciência moderna nos ensina que os melhores amigos do homem, as plantas que cultivamos
e os animais que criamos, foram domesticados logo depois de 10.000 a.C. Entã o o trigo e a
cevada, os cã es e carneiros (para citar alguns exemplos), tal
como os conhecemos hoje, existem há nã o mais de 2 mil anos. Admite-se que isso é apenas
uma fraçã o do tempo que uma seleçã o natural exigiria.
Os textos sumérios nos oferecem uma explicaçã o. Segundo eles, quando os Anunnaki
chegaram à Terra, nã o existiam essas plantas e animais "domesticados".
Foram os "deuses" que os fizeram nascer em sua "câ mara de criaçã o". Junto com o
lahar ("gado de lã ") e o anshan ("grã os") eles fizeram surgir "vegetaçã o luxuriante que se
multiplica". Tudo foi feito em Edin. Depois de sua criaçã o, Adã o foi levado para lá com o
propó sito de cuidar de tudo.
Assim, o famoso Jardim do É den era um enclave ou fazenda biogenética onde nasceram as
plantas, frutos e animais "domesticados".
11
Uma Base Espacial em Marte
Depois de terem ido à Lua, os terrá queos estã o ansiosos para pô r os pés em Marte.
Foi por ocasiã o do 20º. aniversá rio do primeiro pouso do homem na Lua que o presidente
dos Estados Unidos lançou o projeto de se chegar ao planeta externo
mais pró ximo da Terra. Falando no Museu Aeroespacial de Washington e ladeado pelos três
astronautas da Apolo 11 Neil Armstrong, Edwin E. Aldrin Jr. e Michael
Collins -, o presidente George Bush apresentou as etapas que deverã o ser seguidas até a
chegada em Marte. Em primeiro lugar está o avanço do programa ô nibus
espacial até a instalaçã o de uma estaçã o espacial em ó rbita permanente em torno da Terra,
onde seriam montados os veículos maiores necessá rios para vô os mais
ousados. Em seguida virá a instalaçã o de uma base espacial na Lua, onde deverã o ser
desenvolvidos e testados materiais, equipamento e combustível para viagens
mais longas e onde os astronautas adquirirã o experiência sobre a permanência do
ser humano no espaço sideral. E, finalmente, chegará a hora da expediçã o a Marte.
Prometendo fazer dos Estados Unidos uma "naçã o onde serã o corriqueiras as viagens
espaciais", o presidente acrescentou que sua meta será "de volta à Lua, de volta ao futuro... e
entã o a jornada para o amanhã , para um outro planeta: uma missã o tripulada a Marte".
"De volta ao futuro." A escolha das palavras talvez nã o tenha sido acidental. A premissa de
que para se ir ao futuro é preciso voltar para trá s pode nã o ter sido apenas um slogan
escolhido ao acaso pelo autor do discurso.
O fato é que existem indícios de que o título deste capítulo, "Uma Base Espacial em
Marte", nã o é uma frase que deva ser empregada em discussõ es sobre planos futuros, mas
em revelaçõ es sobre o que já ocorreu no passado. Há sinais de que
existiu uma base espacial em Marte na Antiguidade; e, mais surpreendente ainda, ela pode ter
sido reativada diante de nossos próprios olhos.
Se o homem pretende se aventurar em sair da Terra para o espaço, será apenas ló gico e
tecnologicamente correto fazer de Marte a primeira estaçã o da viagem.
Qualquer viagem para outros mundos terá de ter estaçõ es intermediá rias devido à s leis do
movimento celestial, restriçõ es de peso e energia, requisitos para a sobrevivência humana e
limitaçõ es da resistência física e mental dos seres
humanos. Uma nave espacial capaz de transportar uma equipe de astronautas a Marte e
depois trazê-la de volta terá de pesar cerca de 1,8 milhõ es de quilos.
Levantar um peso tã o imenso da superfície da Terra (um planeta com substancial força
gravitacional) exigiria uma quantidade enorme de combustível, que, somada ao peso dos
tanques para contê-lo, aumentaria ainda mais a tonelagem da nave,
tornando o lançamento praticamente impossível. Atualmente, os ô nibus espaciais
americanos têm uma capacidade de peso de cerca de 32 mil quilos.)
A viagem de ida e volta a Mane levará entre dois e três anos, dependendo da trajetó ria e
alinhamentos do planeta com a Terra. O tempo de estada em Marte
também variará de acordo com essas restriçõ es e outros parâ metros, partindo da
decisã o de nã o haver pouso, mantendo-se a nave apenas orbitando o planeta, até a de uma
longa estada, com a fundaçã o de uma colô nia permanente, servida ou sustentada por turnos
de ô nibus espaciais e astronautas. De fato, muitos
defensores da "Opçã o por Marte", como esse projeto passou a ser chamado
depois de vá rias conferências científicas sobre o tema, só consideram justificada
uma missã o tripulada ao planeta se for prevista a instalaçã o de uma base marciana, que será
tanto um prelú dio para viagens a planetas mais distantes, como a precursora de uma
colô nia, um povoado permanente de terrá queos em um mundo novo.
As vá rias etapas ou estaçõ es intermediá rias de uma viagem a Marte, que progridem dos
ô nibus espaciais para uma estaçã o orbital, daí para pousos na Lua e o estabelecimento de
uma base no satélite, foram descritas em palavras que parecem saídas de livros de ficçã o
científica, mas estã o fundamentadas em conhecimento científico e tecnologias possíveis de
serem adquiridos. Bases na Lua e Marte, e mesmo a instalaçã o de colô nias nesse planeta há
muito vêm sendo
planejadas e sã o consideradas viá veis. Um desafio maior seria sustentar a vida e as
atividades humanas na Lua, mas vá rios estudos apontam que é possível. As tarefas
realmente difíceis sã o as relacionadas com o transporte de suprimentos da Terra para
Marte, que, mesmo partindo da hipó tese de uma base na Lua, seria
extremamente dispendioso para manter uma colô nia naquele planeta. No entanto, os
recursos vitais necessá rios ao ser humano para ele sobreviver e funcionar normalmente
estã o disponíveis em Marte e os cientistas acreditam que pessoas conseguiriam “viver da
terra" nele habitando.
Todos os vá rios estudos sobre Marte convergem para a conclusã o de que ele está
atravessando uma idade do gelo, nã o muito diferente das que a Terra enfrentou
periodicamente. As causas das idades do gelo em nosso planeta, antes atribuídas a
muitos fatores, hoje sã o consideradas como derivadas de três fenô menos bá sicos
relacionados com sua ó rbita em torno do Sol. O primeiro deles é a pró pria
configuraçã o da ó rbita; ela, como já foi constatado, muda de mais circular para
mais elíptica num ciclo de cerca de 100 mil anos. Isso faz com que a Terra, à s vezes, esteja
mais pró xima e, em outras, mais distante do Sol. O segundo é
inclinaçã o do eixo da Terra em relaçã o ao seu plano orbital (eclíptica), o que faz
existirem as estaçõ es do ano, pois a incidência de raios solares no hemisfério Norte nunca é
igual à incidência no hemisfério Sul, criando assim o verã o e inverno. Essa inclinaçã o,
porém, atualmente com cerca de 23,5 graus, nã o é
está vel. A Terra, com um navio que balança na á gua, muda de inclinaçã o num intervalo de 3
graus para frente e para trá s, num ciclo que leva aproximadamente 41 mil anos para se
completar. Quanto maior a inclinaçã o, mais rigorosos os invernos e verõ es. Os fluxos de
á gua e ar se alteram, agravando as mudanças
climá ticas, e temos entã o os períodos extremamente frios, que chamamos de
"idade do gelo", alternando-se com os períodos quentes, denominados
"interglaciais". O terceiro fenô meno é o balanço que a Terra faz enquanto gira, com seu eixo
como descrevendo um círculo no céu. Esse é o fenô meno da Precessã o dos Equinó cios e seu
ciclo tem uma duraçã o de 26 mil anos.
O planeta Marte também possui todos esses ciclos, mas como sua ó rbita em torno do Sol,
bem como sua inclinaçã o em relaçã o a ele, é maior do que a da Terra, as
mudanças climá ticas sã o mais extremas. Acredita-se que o ciclo da inclinaçã o dura cerca de
50 mil anos, embora duraçõ es mais curtas e mais longas já tenham sido sugeridas.
Quando chegar o pró ximo período quente de Marte, o interglacial marciano, o planeta terá
á gua abundante, suas estaçõ es serã o menos rigorosas, e a atmosfera
nã o tã o estranha para os terrá queos como é na atualidade. Pergunta-se entã o:
Quando foi a ú ltima época interglacial marciana? Ela nã o pode estar distante demais no
tempo, porque se assim fosse as tempestades de areia teriam apagado uma maior
quantidade, senã o todos os indícios existentes em sua superfície de rios, litorais de oceanos
e bacias de lagos. Também nã o haveria tanto vapor de
á gua em sua atmosfera como existe hoje. "Em termos geoló gicos, deve ter existido á gua
corrente em Marte até bem recentemente", disse Harold Masursky, do U.S. Geological
Survey. Alguns acreditam que a ú ltima mudança climá tica aconteceu há nã o mais de 10 mil
anos.
Aqueles que estã o planejando pousos e estadas prolongadas em Marte nã o esperam que o
clima de lá reverta para interglacial dentro das duas décadas
vindouras. Todavia, eles acreditam que os requisitos bá sicos para a vida humana estã o
disponíveis no planeta. A á gua permanentemente congelada cobre vastas
á reas e poderá talvez ser encontrada sob o que, do espaço, parece leitos secos de
rios. Quando os geó logos da Universidade Estadual do Arizona trabalhando para a
NASA sugeriram locais de pouso adequado em Marte para cientistas soviéticos, eles
indicaram o grande câ nion na bacia Lunae Planum como um lugar onde "um veículo poderia
visitar antigos leitos de rios e escavar os sedimentos de um delta pelo qual em outras épocas
um curso de á gua corria para uma bacia", encontrando á gua em estado líquido sob a
superfície. Lagoas de á gua subterrâ nea ou
sedimentos aqü íferos seriam uma fonte certa do precioso líquido. Novas aná lises de dados
enviados por sondas espaciais, bem como de instrumentos instalados na Terra, levaram
uma equipe liderada por Robert L. Huguenin, da Universidade de
Massachusetts, a concluir, em janeiro de 1980, que duas concentraçõ es de á gua em
evaporaçã o ao sul do equador de Marte sugerem a existência de grandes
reservató rios subterrâ neos de á gua líquida a apenas poucos metros da superfície.
Mais tarde, no mesmo ano, Stanley H. Zisk, do Observató rio Haystack em Westford,
Estado de Massachusens, e Peter J. Mouginis-Mark, da Universidade Brown, em
Rhode Island, relataram na Science and Nature (novembro de 1980) que a sondagem com
radar de certas á reas do hemisfério Sul de Marte indicaram "oá sis ú midos", com "extensa
á gua líquida" logo abaixo da superfície. Fora tudo isso,
claro, existe toda a á gua congelada na capa de gelo do pó lo norte, que se derrete nas
beiradas durante o verã o setentrional marciano, criando grandes e visíveis
manchas escuras. Névoas matinais também foram observadas e sugerem a existência de
orvalho, que na Terra é fonte de á gua para muitas plantas e animais de regiõ es á ridas.
A atmosfera marciana que é, à primeira vista, até mesmo venenosa para o homem e a vida
em geral, poderia na verdade ser uma fonte de recursos essenciais.
Descobriu-se que ela contém algum vapor de á gua. Essa á gua poderia ser extraída por
condensaçã o e ser também uma fonte de oxigênio para a respiraçã o e queima.
A atmosfera marciana é constituída primariamente por dió xido de carbono (C02), com
pequenas porcentagens de nitrogênio, argô nio e traços de oxigênio. (A atmosfera terrestre é
constituída primariamente de nitrogênio, com grande
porcentagem de oxigênio e pequenas quantidades de outros gases). O processo de
conversã o do dió xido de carbono (C02) em monó xido de carbono (CO), no qual haveria a
libertaçã o de oxigênio (CO2 = CO+O) é quase elementar e poderia ser facilmente realizado
por astronautas ou habitantes pioneiros. O monó xido de carbono resultante serviria como
um combustível simples para foguetes.
A cor avermelhada de Marte também é uma pista da existência de oxigênio no planeta, pois
ela é resultado da alteraçã o (enferrujamento) das rochas ferríferas.
Em Marte, essas rochas ferríferas sã o de um tipo chamado limonita, uma combinaçã o de
ó xido de ferro (Fe2O3) com vá rias moléculas de á gua (H2O). Com equipamento adequado,
esse oxigênio abundante nas rochas e ferrugem poderia ser extraído e o hidrogênio
resultante da decomposiçã o da á gua em seus
elementos constituintes seria usado na produçã o de alimentos e outros materiais
constituídos de hidrocarbonetos (combinaçõ es hidrogênio-carbono).
Embora o solo marciano tenha um teor muito alto de sais, os cientistas crêem que seria
possível lavar com á gua corrente pequenas á reas o suficiente para permitir
o cultivo de plantas em estufas. Usando-se linhagens de sementes resistentes a sais de grã os
e outros vegetais, seria possível cultivar alimentos no pró prio planeta. Os dejetos humanos
serviriam de fertilizantes, prá tica muito utilizada nos países do
Terceiro Mundo. O nitrogênio, essencial para o crescimento das plantas é escasso, mas nã o
ausente em Marte. A atmosfera é 95 por cento dió xido de carbono, mas contém 3 por cento
de nitrogênio, que poderia ser extraído. As estufas onde se
cultivariam os alimentos seriam de plá stico inflá vel; a eletricidade viria de baterias solares e
a energia solar também movimentaria os veículos.
Outra fonte nã o somente de á gua como de calor em Marte é revelada pelos indícios de que
no passado houve atividade vulcâ nica no planeta. Entre os vá rios vulcõ es extintos existe um
que os astrô nomos denominaram de monte Olimpo, como a
montanha dos deuses gregos, que é maior do que todas as montanhas da Terra e as que
conhecemos no sistema solar. O maior vulcã o terrestre, o Mauna Loa, no
Havaí, tem cerca de 4 mil metros de altitude; o monte Olimpo marciano eleva-se 10 mil
metros acima da planície adjacente e sua cratera tem 62 quilô metros de
diâ metro. Os vulcõ es extintos de Marte e outras evidências indicam que o planeta tem um
nú cleo ainda em fusã o, como a Terra, e assim é possível a existência de locais quentes na
superfície, fontes de vapor e outros fenô menos relacionados com a presença de um nú cleo
gerador de calor.
Marte é muito parecido com a Terra em vá rios aspectos. Seus dias e noites têm quase a
mesma duraçã o dos nossos, as estaçõ es do ano sã o iguais, embora mais longas, há regiõ es
equatoriais, pó los gelados no norte e no sul, cadeias de
montanhas, planícies, câ nions, vulcõ es e evidências que indicam uma presença
abundante de á gua no passado, como leitos secos de rios, mares e lagos. De fato, alguns
cientistas acreditam que apesar de ter sido criado junto com os outros
planetas do sistema solar há 4,6 bilhõ es de anos, Marte está no está gio em que a Terra se
encontrava pouco antes das plantas começarem a expelir oxigênio, o que causou a
modificaçã o da atmosfera de nosso planeta. Essa hipó tese serviu de base para a teoria de
Gaia, cujos proponentes afirmam que o homem poderia acelerar a
evoluçã o de Marte levando vida para lá e tornando o planeta hospitaleiro para nó s.
Em The Greening of Mars, James Lovelock e Michael Allaby usaram a ficçã o científica para
descrever como microorganismos e gases de "halocarbono"
poderiam ser enviados a Marte em foguetes, os primeiros com o propó sito de
iniciar a cadeia bioló gica e os gases para criar um escudo protetor na atmosfera.
Os gases de halocarbono, suspensos em tomo do planeta atualmente á rido e frio,
impediriam a dissipaçã o do calor interno e raios solares, induzindo assim a
criaçã o de um "efeito estufa". Uma vez mais quente e densa, a atmosfera derreteria
parte das á guas congeladas, favorecendo o crescimento da vida vegetal, que entã o resultaria
no aumento da presença de oxigênio. Cada passo dessa evoluçã o artificial fortaleceria o
processo como um todo. Levar vida a Marte tornaria o planeta habitá vel.
Essa idéia de transformar Marte num planeta habitá vel pela criaçã o de um escudo artificial
para protegê-lo da dissipaçã o do calor e vapor de á gua por meio da
suspensã o de um gá s adequado na sua atmosfera incipiente - processo chamado pelos dois
cientistas que a criaram de "Formaçã o Terra" - foi apresentada ao pú blico em 1984.
Mais uma vez, seja por coincidência ou nã o, estamos diante de um caso onde a ciência
moderna está se aproximando do conhecimento antigo. Em 12º. Planeta, descrevi como os
Anunnaki vieram à Terra há cerca de 450 mil anos com o
propó sito de conseguirem ouro, pois precisavam de grandes quantidades desse metal para
proteger a vida em seu planeta, Nibiru. O objetivo dos Anunnaki era suspender partículas de
ouro na atmosfera escasseante de Nibiru, de forma a reverter a perda de calor, ar e á gua.
Os planos apresentados pelos defensores da teoria de Gaia sã o baseados numa hipó tese e
numa premissa. A hipó tese é que Marte nã o possui vida pró pria. A
premissa é que habitantes de diferentes planetas têm o direito de introduzir suas formas de
vida em outro, quer ele possua ou nã o as suas.
Mas será que existe vida em Marte ou, como preferem alguns, houve vida lá em épocas de
condiçõ es climá ticas menos rigorosas? Essa questã o tem preocupado os que vêm planejando
e executando vá rias missõ es de observaçã o do planeta. Está claro, depois de tantas
observaçõ es, fotos e sondagens, que nã o existe em Marte a vida como a conhecemos -
á rvores e florestas, arbustos e relva, pá ssaros e animais. Mas, e quanto à s formas de vida
mais primitivas, como bactérias, liquens e algas?
Embora Marte seja muito menor do que a Terra (cerca de um décimo da massa,
aproximadamente metade do diâ metro), sua superfície, hoje completamente á rida, tem
basicamente a mesma á rea de terras secas de nosso planeta. Assim, a
superfície que teríamos de explorar seria a mesma de toda a Terra com seus
continentes, montanhas, vales, zonas equatoriais e polares. Pode-se avaliar a enormidade da
tarefa quando se sobrepõ e um mapa dos Estados Unidos sobre a superfície do planeta.
Portanto, nã o é de admirar que quando as primeiras sondas que tiveram êxito em alcançar
Marte, as Mariner 4, 6 e 7 (1965-1969), fotografaram parte da superfície
do planeta em passagens orbitais, revelando um mundo totalmente desolado, cheio de
crateras e com pouca atividade geoló gica, a impressã o que se teve foi nã o
apenas de um planeta sem vida, mas de um globo morto. Essas imagens, porém,
foram todas da parte montanhosa do hemisfério Sul. Em 1971, quando a Mariner 9 entrou
em ó rbita e inspecionou praticamente toda a superfície do planeta, a impressã o se
modificou por completo. Ela mostrou um globo vivo, com um
histó rico de atividade geoló gica e vulcanismo, planícies e montanhas, câ nions capazes de
engolir o Grand Canyon dos Estados Unidos e também marcas da
presença de á guas correntes em outras épocas. O mundo convenceu-se entã o de
que Marte nã o era apenas um planeta vivo, mas um planeta capaz de abrigar vida.
Por isso, o objetivo primordial das missõ es Viking que vieram em seguida foi a procura de
vida em Marte. A Viking 1 e a Viking 2 foram lançadas de cabo
Canaveral no verã o de 1975 e chegaram ao seu destino em julho e agosto de 1976.
Cada uma delas era constituída de um Orbiter (a parte que permaneceu em ó rbita) e um
Lander (a parte que pousou na superfície). Embora tenha se preferido
escolher como locais de pouso pontos relativamente planos do hemisfério Norte e nã o muito
distantes um do outro, foram "critérios bioló gicos" (a possibilidade de vida) que
determinaram a tomada de decisã o sobre a latitude em que as sondas
deveriam pousar. Os orbiters forneceram uma abundâ ncia de dados que ainda estã o sendo
estudados e analisados, com um constante emergir de novos detalhes e informaçõ es. Os
landers enviaram fotos fantá sticas do panorama marciano e realizaram uma série de
experiências à procura de sinais de vida.
Além dos instrumentos para a aná lise da atmosfera e câ meras fotográ ficas, cada lancer
estava equipado com um espectrô metro de massa/cromató grafo de gá s
para analisar o solo em busca de material orgâ nico, e mais três instrumentos
especialmente projetados para detectarem atividades metabó licas de qualquer tipo
de microorganismo. Um braço mecâ nico recolheu uma amostra do solo marciano, que foi
colocada numa pequena fornalha, aquecida e testada. Nela nã o foram
encontrados organismos vivos, tendo sido detectada apenas a presença de dió xido de
carbono e pequena quantidade de vapor de á gua, e nem mesmo sinais das
moléculas orgâ nicas que costumam ser trazidas pelos meteoritos que atingem as
superfícies dos planetas. A hipó tese é que mesmo que essas moléculas tenham chegado a
Marte desse forma, elas foram destruídas pelo alto nível de raios ultravioleta que incide no
planeta devido à ausência de uma atmosfera que funcione como barreira contra eles.
Por mais ansiosos que estivessem os cientistas para encontrarem algum tipo de vida em
Marte e assim obterem respaldo para suas teorias de que a vida surgiu
espontaneamente na Terra a partir de um "caldo primordial", a maioria deles viuse obrigada
a concluir com pesar que nã o foram encontrados sinais indicadores da presença de
organismos. Norman Horowitz, do Caltech, resumiu a opiniã o
prevalecente ao declarar à Scientific Amencan (novembro de 1977) que "pelo
menos as á reas de Marte examinadas pelas duas sondas nã o sã o há bitat de orga-
nismos vivos. É possível que a mesma conclusã o se aplique a todo o planeta, mas essa é uma
questã o complexa, que ainda nã o temos como resolver".
Nos anos subseqü entes, em experiências de laborató rio onde reproduziram-se o solo e as
condiçõ es de Marte da melhor forma possível, as reaçõ es indicaram
respostas bioló gicas. Especialmente intrigantes foram os testes realizados em
1980 no Laborató rio de Biologia Espacial da Universidade de Moscou. Quando os
pesquisadores introduziram formas de vida terrestres no ambiente marciano
simulado, aves e mamíferos morreram em poucos segundos, tartarugas e rã s
viveram muitas horas, e insetos sobreviveram por várias semanas. Formas de vida vegetal
mais simples, como liquens, fungos, algas e musgos adaptaram-se
rapidamente à s novas condiçõ es. Sementes de aveia, centeio e feijã o germinaram e
cresceram, mas as plantas mostraram-se incapazes de se reproduzir.
Isso prova que algum tipo de vida poderia subsistir em Marte. Entã o, por que com
4,6 bilhõ es de anos à disposiçã o da evoluçã o do planeta nã o surgiram lá microorganismos
(pelo menos facilmente detectá veis) ou formas de vida um
pouco mais complexas? Estariam certos os sumérios ao afirmarem que a vida surgiu na
Terra tã o pouco depois de sua formaçã o (em termos geoló gicos) porque a "semente da vida"
foi trazida por Nibiru?
Enquanto o solo de Marte continua nos intrigando com a dú vida sobre a causa química ou
bioló gica das reaçõ es, que neste ú ltimo caso seria devido à presença de microorganismos, as
rochas do planeta nos desafiam com charadas ainda mais enigmá ticas.
Podemos começar com o mistério das rochas marcianas encontradas nã o apenas naquele
planeta, como também na Terra. Entre os milhares de meteoritos
encontrados em nosso planeta, oito deles, descobertos na Índia, Egito e França
entre 1815 e 1865 (conhecidos como grupo SNC, devido à s iniciais das localidades em que
foram recolhidos), mostraram ser singulares pelo fato de nã o terem mais
do que 1,3 bilhã o de anos enquanto todos os outros meteoritos estudados têm em média 4,5
bilhõ es de anos. Quando vá rias outras pedras desse tipo mais novo foram descobertas na
Antá rtida em 1979, já se conhecia bem a composiçã o gasosa da atmosfera de Marte. As
comparaçõ es revelaram que esses meteoritos SNC
continham traços de Nitrogênio-4 isotró pico, argô nio-40 e 36, néon-20, criptô nio84 e
xenô nio-13 em proporçõ es quase idênticas à s encontradas na atmosfera marciana.
Como esses meteoritos, ou pedaços de rochas, chegaram à Terra? Por que têm apenas 1,3
milhõ es de anos? Será que algum impacto catastró fico em Marte os fez desafiar a gravidade
daquele planeta e voar na direçã o da Terra?
As pedras encontradas na Antá rtida sã o ainda mais intrigantes. A foto de uma delas, liberada
pela NASA e publicada no The New York Times de 1º. de setembro de
1987, mostra que ela nã o tem "o tamanho de uma bola de futebol", como se apregoava,
dando a impressã o de uma massa arredondada, mas parece mais um pedaço de um bloco
construído, com quatro pedras artificialmente cortadas e
aparelhadas, bem ajustadas uma às outras - algo que poderia se esperar encontrar nas ruínas
pré-incaicas do Vale Sagrado do Peru, por exemplo, mas nunca em Marte.
Nã o obstante, todos os testes realizados com esse pedra (nã o mais chamada de meteorito)
comprovam sua origem marciana.
A afirmaçã o de que existiam "canais" em Marte parecia superada quando, depois de décadas
em que seus descobridores foram ridicularizados, os cientistas
concluíram que as formaçõ es observadas por Schiaparelli e Lowell eram de fato
leitos de rios secos. No entanto, existem outras formaçõ es na superfície marciana que
desafiam uma explicaçã o tã o simplista. Entre elas estã o "faixas" brancas que
correm em linha reta por centenas de quilô metros - à s vezes paralelas, em outras cortando-
se em â ngulos retos - com "trilhas" que se alargam e estreitam. Como
seria de se esperar, os cientistas da NASA atribuíram sua origem a tempestades de
areia. É possível que seja essa a explicaçã o, mas a regularidade e especialmente o
cruzamento das linhas podem ser uma indicaçã o de origem artificial. Se
quisermos encontrar uma formaçã o semelhante na Terra, basta olharmos para as linhas na
planície de Nazca, no sul do Peru, consideradas pelas lendas como obra dos "deuses".
No Oriente Médio e nos Andes existe uma variedade de pirâ mides - as imensas pirâ mides de
Gizé, as de degraus ou zigurates da Mesopotâ mia e das primitivas
civilizaçõ es da América. Como mostram as fotos das sondas Mariner e Viking, há pirâ mides
ou formaçõ es parecidas com pirâ mides em Marte.
As formaçõ es que parecem ser pirâ mides de três lados localizadas no platô Elysum, na
regiã o denominada Trivium Charontis, foram notadas pela primeira vez em
imagens enviadas pela Mariner 9, quadro 4205-78, de 8 de fevereiro de 1972, e
quadro 4296-23, de seis meses depois. O que despertou a atençã o dos cientistas
foram dois pares de "estruturas tetraédricas" - para usar a cautelosa terminologia
empregada -, dos quais um par era formado por duas enormes pirâ mides e o outro de
pirâ mides menores. Elas parecem arranjadas num padrã o romboidal.
Novamente o tamanho das "pirâ mides" - as maiores têm cerca de 3 quilô metros de lado e
800 metros de altura - sugere que pode se tratar de formaçõ es causadas por fenô menos
naturais. Um estudo publicado em Icarus (vol. 22, 1974), escrito por
Victor Ablordeppy e Mark Gipson, ofereceu quatro teorias para explicar a origem dessas
formaçõ es. David Chandler (Life on Mars) e o astrô nomo Francis Graham
(em Frontiers of Science, novembro e dezembro de 1980), entre outros, mostraram as falhas
nessas teorias. O fato das fotos das pirâ mides terem sido tiradas com um intervalo de seis
meses, com diferentes â ngulos de insolaçã o, e continuarem
mantendo a forma tetraédrica convence muitos estudiosos de que se trata de
estruturas artificiais, mesmo que nã o tenhamos explicaçõ es plausíveis para seu tamanho.
"Dado à presente falta de qualquer explicaçã o facilmente aceitá vel ",
escreveu Chandler, "nã o há razã o para se excluir de consideraçã o a conclusã o mais ó bvia de
todas: é possível que elas tenham sido construídas por seres inteligentes."
E Francis Graham, depois de afirmar que ”a conjectura de que elas s~o construçõ es de uma
antiga raça de marcianos deve ter seu lugar entre as teorias sobre sua origem", acrescentou
que futuros exploradores poderã o descobrir nessas
estruturas entradas soterradas, Câ maras interiores ou inscriçõ es que foram capazes de
resistir “talvez a milhares de milênios de eros~o pelo vento".
Outras pirâ mides com um nú mero variado de lados foram percebidas por pesquisadores
que estudaram as fotos marcianas. O interesse, ou controvérsia,
tem se centrado, sobretudo numa á rea chamada Cydonia, porque um grupo do que
poderiam ser estruturas artificiais parece alinhado com aquilo que alguns chamam de
"Esfinge Marciana", situada ao leste de uma dessas formaçõ es, como pode ser
facilmente visto na foto panorâ mica da NASA 035-A-72. O que se observa é uma
rocha com traços de uma figura humana bem proporcionada, aparentemente um homem
usando um tipo qualquer de capacete, com a boca um pouco aberta e
olhos voltados diretamente para um observador que estaria no firmamento de
Marte. Tal como os outros "monumentos" este também tem proporçõ es gigantescas. O
"Rosto" mede quase 1,6 quilô metro de altura total e calcula-se que ele se eleva a quase 800
metros acima do platô mais pró ximo, como pode ser avaliado pela sombra que projeta.
Embora se conte que o cientista da NASA que primeiro examinou as fotos recebidas do
orbiter da Viking 1, em 25 de julho de 1976, "quase caiu da cadeira"
ao ver esse quadro, ao que se seguiram as adequadas exclamaçõ es do tipo "Santo
Deus!" e outras de cunho similar, o fato é que essa foto foi arquivada junto com milhares de
outras enviadas pela sonda sem nenhuma anotaçã o especial porque
considerou-se a impressã o de um rosto humano nã o mais do que um jogo de luz e sombra
numa rocha erodida por forças naturais. Quando alguns jornalistas que
cobriam a chegada das imagens perguntaram se aquela formaçã o era mesmo um rosto
esculpido na rocha, o chefe da equipe de cientistas garantiu que uma foto posterior,
recebida poucas horas depois da primeira, nã o mostrava essa figura. (Alguns anos depois a
NASA reconheceu que essa declaraçã o fora incorreta e enganosa porque a verdade era que a
á rea ficara coberta pela escuridã o da noite logo apó s o envio da primeira foto e que na
realidade existiam outras imagens mostrando claramente a "Esfinge".
Ora, nã o existir motivo para acreditar que a formaçã o nã o é natural nã o pode ser
considerado um argumento factual para contestar a opiniã o oposta, cujos
proponentes afirmam que têm motivo para crer que as formaçõ es sã o artificiais.
Ainda assim, é verdade que na Terra há muitos morros, montanhas e outros acidentes
geográ ficos que dã o a impressã o de serem esculturas de animais ou
pessoas, embora nã o passem de formaçõ es da natureza. Esse poderia até ser um
argumento vá lido para explicar as "pirâ mides" no platô ou a "Cidade Inca". O "Rosto",
porém, e algumas formaçõ es perto dele, em especial as com lados retos, continuam sendo
um enigma desafiador.
A nã o ser que se parta da hipó tese de que há dezenas de milhares de anos ou até
500 mil anos os terrá queos tinham uma avançada civilizaçã o e tecnologia sofisticada que
lhes permitiam envolver-se em viagens espaciais e chegarem a
Marte, e, entre outras coisas, construírem monumentos como o "Rosto", só nos restam duas
alternativas ló gicas para explicar os indícios que temos. A primeira, é que houve em Marte
seres inteligentes que, além de serem capazes de executar
obras megalíticas, também eram muito parecidos conosco. No entanto, a ausência até
mesmo de microorganismos no solo do planeta e qualquer vestígio de uma
antiga vida vegetal ou animal que, entre outras coisas, forneceria sustento aos marcianos
com aspecto físico igual ao nosso, a idéia da existência de uma populaçã o como a encontrada
na Terra e capaz de copiar formas estruturais terrestres parece extremamente imprová vel.
Resta entã o uma ú nica alternativa plausível: seres nem de Marte nem da Terra, capazes de
fazer viagens espaciais há cerca de 500 mil anos, vieram ao nosso
sistema solar e aqui permaneceram por algum tempo, pois deixaram para trá s
monumentos de demorada construçã o. Os ú nicos seres desse tipo de que se tem
notícia - tanto pelos textos sumérios como por todas as mitologias antigas - sã o os
Anunnaki de Nibiru. Sabemos qual era seu aspecto físico - igual ao nosso, pois eles nos
fizeram "a sua imagem e semelhança", para citar o Gênesis.
Os rostos dos Anunnaki aparecem em inú meros desenhos e monumentos da
Antiguidade, como a famosa Esfinge de Gizé. Segundo as inscriçõ es egípcias, o rosto
retratado nela é o de Hor-em-Akhet, o "Deus-Falcã o do Horizonte", um dos epítetos de Rá ,
um filho de Enki, que podia voar aos confins dos céus em seu Barco Celestial.
A Esfinge foi orientada de modo que seu olhar estivesse precisamente alinhado com o
paralelo 30 e voltado para o espaçoporto dos Anunnaki na península do Sinai. Os antigos
textos atribuíam a ela funçõ es de comunicaçã o (e falava da existência de câ maras
subterrâ neas).
Se era esse mesmo o propó sito do "Rosto" de Marte, entã o seria natural esperar a presença
de pirâ mides por perto, como se vê em Gizé. Lá três excepcionais e
singulares pirâ mides, uma pequena e duas colossais, elevam-se em simetria umas com as
outras e com a Esfinge. É , portanto, muito interessante o Dr. Avinsky ter discernido três
verdadeiras pirâ mides na á rea adjacente ao "Rosto" em Marte.
Como as amplas evidências apresentadas nos meus livros da série "Crô nicas da Terra"
indicam, as pirâ mides de Gizé nã o foram obra de faraó s, mas construçõ es feitas pelos
Anunnaki. Antes do dilú vio seu espaçoporto ficava na Mesopotâ mia,
em Sippar ("A Cidade dos Pá ssaros"). Depois que o dilú vio varreu a Terra, um novo
espaçoporto foi construído na península do Sinai e foi preciso erigir duas
montanhas artificiais, as duas grandes pirâ mides de Gizé, para servirem como um dos
marcos do início do Corredor de Aterrissagem cujo á pice ficava no monte
Ararat, o acidente geográ fico mais visível do Oriente Médio. Se essa também seria a funçã o
das pirâ mides da á rea de Cydonia, em Marte, alguma correlaçã o com o acidente geográ fico
mais notá vel daquele planeta na regiã o, o monte Olimpo, poderá acabar sendo encontrada.
Quando o principal centro de mineraçã o de ouro dos Anunnaki passou a ser o situado nos
Andes, e nã o mais o da Á frica, o centro metalú rgico ficou localizado nas margens do lago
Titicaca, na á rea onde atualmente estã o as minas de Tiahuanaco e
Puma- Punku. As principais estruturas de Tiahuanaco, ligadas ao lago por meio de canais era
a "pirâ mide" que tem o nome de Akapana, uma grande estrutura em
forma de monte construída para processar minérios, e o Kalasasaya, uma es-
trutura quadrada e "oca", que servia para propó sitos astronô micos e cuja
orientaçã o estava alinhada com os solstícios. Puma-Punku ficava situada bem na
margem do lago e suas principais estruturas eram "recintos do ouro", construídos com
imensos blocos de pedra e situados ao longo de uma série de ancoradouros em ziguezague.
Existem também o que parecem ser pistas de verdade na superfície marciana. Do alto elas
dã o a impressã o de serem marcas feitas com um estilete num linó leo de assoalho, sendo
“arranhõ es" mais ou menos retos. Essas marcas têm sido
explicadas como acidentes geoló gicos, fendas naturais na superfície do planeta.
Todavia, como se pode ver no quadro NASA 651-A-06, as "fendas", ou pistas, parecem sair
de uma estrutura elevada, com forma geométrica de lados retos e o que poderiam ser
ancoradouros em ziguezague de um lado estrutura esta agora
praticamente soterrada por tempestades de areia para as margens do que antes
evidentemente era um lago. Outras fotos aéreas mostram algumas pistas numa
escarpa acima do grande câ nion no Valles Marineris, perto do equador marciano.
Essas linhas nã o apenas seguem os contornos do terreno como também se cruzam num
desenho que dificilmente poderia ser considerado natural.
Já foi dito que se uma nave espacial alienígena quisesse procurar sinais de vida na
Terra em á reas nã o populosas, o que denunciaria a presença de habitantes em nosso planeta
seriam as "marcas" que chamamos de "estradas" e os padrõ es
retilíneos das regiõ es cultivadas. A pró pria NASA forneceu indícios do que
poderiam ser sinais de uma atividade agrícola em Marte. O quadro 52-A-35 mostra
uma série de sulcos paralelos que lembra uma á rea de cultivo em terraços - como as
encontradas nas altas montanhas do Vale Sagrado do Peru. A legenda da foto
escrita pelo Centro de Imprensa da NASA em Pasadena, na Califó rnia, por ocasiã o de sua
liberaçã o ao pú blico em 18 de agosto de 1976, dizia:
Marcas geométricas peculiares e tã o regulares que parecem quase artificiais podem ser
vistas nesta fotos da superfície de Marte tiradas pelo orbiter da Viking 1 em 12 de agosto, de
uma distâ ncia de 2.073 quilô metros. Essas marcas, que
seguem os contornos do terreno, ficam numa depressã o ou bacia pouco profunda,
possivelmente formada por erosã o causada pelo vento. As marcas - que ocupam uma
extensã o de 1 quilô metro entre os dois picos adjacentes - sã o elevaçõ es
baixas e vales, e podem estar relacionadas com os mesmo processos de erosã o.
Os contornos paralelos se assemelham muito com uma vista aérea de á reas com solo arado.
A similaridade da formaçã o com um "campo de cultivo depois de arado" foi notada assim
que se recebeu a foto, e o comentá rio de Michael Carr, o chefe da equipe de imagens, foi:
"Estamos conseguindo umas coisas estranhas, é tudo muito
intrigante... é difícil se pensar numa causa natural porque as trilhas sã o regulares demais". A
localizaçã o delas nã o deveria nos surpreender: a regiã o de Cydonia, onde ficam o "Rosto" e
as outras formaçõ es enigmá ticas.
Na regiã o Elysium, onde alguns discernem as pirâ mides de três lados, foram avistadas
formaçõ es que parecem uma á rea com irrigaçã o artificial. Os estudos
científicos explicaram essas formaçõ es, que alguns chamam de "padrã o waffle"
como "depó sitos de á gua de degelo com canais de drenagem naturais", resultado de
interaçõ es entre a atividade vulcâ nica e o gelo. Por outro lado, as formaçõ es
sã o muito parecidas com indícios recentemente descobertos sobre as prá ticas agriculturais
de antigas civilizaçõ es da América Central e América do Sul. Elas obtinham grandes
colheitas em regiõ es com pouca chuva, mas com recursos
substanciais de á guas subterrâ neas plantando em "ilhas" cercadas por canais de
irrigaçã o. Se nã o existissem tantas outras formaçõ es enigmá ticas na superfície de
Marte, as complexas explicaçõ es sobre os processos naturais que possivelmente teriam
causado o "padrã o waffle" até poderiam ser aceitas. Porém, com tantas evidências, existe
base para se preferir ver nessas formaçõ es mais provas de atividades dentro dos moldes
humanos no planeta Marte.
Como os Anunnaki contavam os planetas de nosso sistema solar de fora para dentro, para
eles Marte era o sexto planeta e os sumérios o representavam de
acordo, usando como seu símbolo uma estrela de seis pontas. (Para a Terra, o
sétimo planeta, eles usavam uma estrela de sete pontas ou apenas sete pontinhos.)
Utilizando esses símbolos como pistas, podemos agora nos dedicar ao exame de uma
surpreendente figura suméria encontrada num selo cilíndrico. Ela mostra
uma nave espacial com seus painéis solares e antenas estendidos, passando entre
o sexto e sétimo planetas, isto é, entre a Terra e Marte. (Vemos que o símbolo de sete
pontinhos está acompanhado pelo crescente, o símbolo da Lua.) Um
Anunnaki alado segurando um instrumento (modo de representar os membros do corpo de
astronautas), saú da um colega que obviamente está em Marte e usa um
capacete ao qual estã o conectados alguns equipamentos e que também segura um
instrumento qualquer. Eles parecem conversar, dizendo: "A nave espacial agora está indo de
Marte para a Terra". (O desenho de dois peixes sob a nave indica a casa zodiacal de Peixes).
Os arqueó logos descobriram muitas listas com nomes de planetas e estrelas em tá bulas de
argila dos sumérios, acadianos e babilô nios. Como de há bito, os nomes eram epítetos cujo
significado transmitia informaçõ es a respeito de pessoas ou objetos. Um dos epítetos para
Marte era Simug, que quer dizer "ferreiro, o que
funde metal", e honrava o deus Nergal, a quem o planeta era associado na época
suméria. Filho de Enki, Nergal era o encarregado dos domínios africanos que incluíam as
á reas de mineraçã o de ouro. Marte também era chamado de
UTU.KA.GAB.A, que significa "luz colocada no portã o das á guas", nome que pode ser
interpretado tanto como se referindo à posiçã o do planeta em relaçã o ao
Cinturã o de Asteró ides que, segundo os textos astronô micos da Mesopotâ mia, separava as
Á guas Superiores das Á guas Inferiores, ou como a fonte de
abastecimento de á gua que os astronautas necessitavam antes de enfrentarem a longa
viagem para além dos mais inó spitos e perigosos planetas distantes, Saturno e Jú piter.
Mais interessantes ainda sã o as listas planetá rias que relacionam os planetas na ordem em
que os Anunnaki os encontrariam em sua viagem espacial na direçã o da Terra. Marte
também era chamado de MUL.APIN ("planeta onde se ajusta o
curso correto"). É esse também o nome que ele tem numa impressionante tá bula circular,
que copiava nada mais nada menos do que um mapa da rota da viagem feita por Enlil, vindo
do Nibiru para a Terra, mostrando graficamente uma "curva para a direita" em Marte.
O texto que mais esclarece o papel desempenhado por Marte, ou instalaçõ es nele
construídas, nas viagens dos Anunnaki, é o que está numa tá bula assíria que
descreve o festival de Akitu, evento emprestado das antigas tradiçõ es sumérias. Ele dá uma
relaçã o dos rituais e procedimentos simbó licos que deveriam ser seguidos durante os dez
dias das cerimô nias de Ano-Novo. Na Babilô nia, a suprema deidade
era Marduk, por ele ter conquistado a supremacia sobre os deuses primitivos. Essa
transferência de supremacia foi a causa dos babilô nios terem mudado o nome do "Planeta
dos Deuses" - Nibiru em sumério - passando a chamá -lo de Marduk.
As cerimô nias do Akitu incluíam a reencenaçã o das viagens feitas pelos Anunnaki à Terra,
feita por Marduk. A procissã o religiosa seguia um caminho com vá rias estaçõ es
simbolizando cada uma um planeta, e cada uma delas tinha um epíteto
que expressava o papel por eles desempenhado, sua aparência ou características
marcantes. A estaçã o/planeta Marte era chamada de "o navio do viajante", e penso que isso
significa que era nele que os astronautas e carga vindos de Nibiru eram
transferidos para naves menores, nas quais eram trazidos à Terra (e vice-versa).
Essas idas e vindas a Marte nã o ocorriam a cada 3.600 anos (duraçã o da ó rbita de
Nibiru), mas dentro de uma programaçã o mais freqü ente. Ao aproximar-se da
Terra, essas naves-transporte conectavam-se com uma estaçã o ou estaçõ es orbitais, que
eram tripuladas pelos Igigi. A real aterrissagem e decolagem em
nosso planeta era feita com naves bem menores, tipo ô nibus espacial, que usavam como
"pistas" planícies naturais e alçavam vô o como aviõ es até conseguirem a potência
necessá ria para subirem verticalmente.
E mais, existem indícios que nos sugerem que essa antiga base foi reativada - em nosso
tempo, nestes nossos dias.
12
Phobos: Mau Funcionamento ou Incidente Guerra nas Estrelas?
Phobos 1 e 2 sã o dois satélites que foram lançados em julho de 1988 para chegarem até o
planeta Marte. A Phobos 1, pelo que se sabe, perdeu-se dois meses depois do lançamento
devido a um erro nos comandos por rá dio. A Phobos 2
chegou a Marte em 1989 e entrou em ó rbita em torno daquele planeta, o primeiro passo de
uma trajetó ria que o levaria ao objetivo final de sua viagem - a
transferência para uma outra ó rbita que o faria voar quase lado a lado com a
pequena lua de Marte, satélite batizado de Fobos (daí o nome da espaçonave) para explorá -
lo com equipamentos altamente sofisticados, entre eles duas caixas de instrumentos que
seriam colocados na superfície da pequena lua.
Tudo correu como o planejado até que a Phobos 2 alinhou-se com Fobos, a lua marciana.
Entã o, em 28 de março de 1989, o centro de controle da missã o
reconheceu a existência de um "problema de comunicaçã o" com a espaçonave. A
Tass, a agência oficial de notícias da URSS, informou: A Phobos 2 deixou de se comunicar
com a Terra como planejado depois de terminar uma operaçã o em
torno de Fobos, lua de Marte, no dia de ontem. Os cientistas do controle da missã o foram
incapazes de restabelecer um contato está vel pelo rá dio.
Essa noticia deixou a impressã o de que o problema nã o era insolú vel e veio acompanhada
de garantias de que os cientistas estavam empenhados em
manobras para saná -lo. As autoridades do programa espacial soviético, bem como
especialistas ocidentais envolvidos na missã o, tinham consciência que o projeto
Phobos representava um enorme investimento em termos de fundos, planejamento, esforço
e prestígio. Embora lançada pelos soviéticos, a missã o, na
realidade, era um empreendimento internacional numa escala sem precedentes, com a
participaçã o oficial de mais de treze países europeus (inclusive a Agência
Espacial do Mercado Comum Europeu) e de importantes instituiçõ es cientificas francesas e
alemã s ocidentais, mais a participaçã o "particular" de cientistas
ingleses e americanos (com o conhecimento e bênçã os de seus países). Por isso,
nã o se duvidou que o "problema", inicialmente apresentado como uma falha nas
comunicaçõ es, seria resolvido em pouco tempo. A televisã o soviética e
reportagens nos jornais procuraram sempre nã o dar destaque exagerado ao defeito,
enfatizando as providências para a tentativa de restabelecimento de contato com a
espaçonave. De fato, os cientistas americanos ligados ao projeto
nem foram oficialmente informados e entenderam que a falha nas comunicaçõ es fora
causada por um defeito na unidade de transmissã o sobressalente, que
precisara ser acionada quando o transmissor principal falhara algum tempo antes.
Em 30 de maio, num comunicado enviado ao The New York Times, a correspondente Esther
B. Ferin informou que o Vremya, principal noticiá rio da
televisã o soviética, "dera rapidamente as má s noticias sobre a Phobos e procurara centrar
sua reportagem nos resultados das pesquisas bem-sucedidas realizadas
até a ocorrência do defeito". Os cientistas soviéticos convidados para o programa
"exibiram algumas imagens, mas disseram que ainda nã o está claro que pistas elas
poderiam oferecer para a compreensã o de Marte, Fobos, o Sol e o espaço interplanetá rio".
Isso ficou mais claro no dia seguinte, quando as reportagens da imprensa européia (mas, por
algum motivo, nã o da imprensa americana) falaram de um
"objeto nã o identificado" visto nas "ú ltimas fotos enviadas pela espaçonave", que mostraram
uma forma "inexplicá vel" ou "sombra elíptica" em Marte.
O noticiá rio Vremya revelou ontem que a sonda espacial Phobos 2, que orbitava
Marte quando os cientistas soviéticos perderam contato com ela, fotografou um objeto nã o
identificado segundos antes da falha nas comunicaçõ es.
O programa dedicou um longo segmento à s estranhas fotos enviadas pela espaçonave antes
de perder contato com a Terra e mostrou as duas mais importantes, onde se vê uma grande
sombra.
Os cientistas qualificaram de "inexplicá vel" a ú ltima foto tirada pela espaçonave, onde a
elipse fina pode ser vista com clareza.
O fenô meno, afirmou-se, nã o podia ser uma ilusã o de ó tica porque foi captado com a mesma
clareza tanto pelas câ meras em cores como pelas que transmitem imagens em
infravermelho.
Um dos membros da Comissã o Espacial Permanente, que trabalhou dia e noite para tentar
restabelecer contato com a sonda espacial perdida, declarou na televisã o soviética que na
opiniã o de todos os cientistas da comissã o o objeto "parecia uma sombra na superfície de
Marte”.
De acordo com os cá lculos feitos por pesquisadores da Uniã o Soviética, a "sombra" que
aparece na ú ltima foto enviada pela Phobos 2 tem cerca de 20 quilô metros de comprimento.
Alguns dias antes, a espaçonave já registrara um fenô meno idêntico, só que na foto enviada
na ocasiã o a "sombra" tinha entre 26 e 30 quilô metros de comprimento.
Nem preciso dizer que essa é uma notícia surpreendente e literalmente "do outro mundo",
que dá margem para mais perguntas do que pretende responder. A perda de contato com a
espaçonave foi associada, senã o em palavras, pelo menos em
insinuaçõ es, com a observaçã o de "um objeto na superfície marciana segundos
antes" do defeito. O "objeto" culpado é descrito como "uma elipse fina" e chamado
tanto de "fenô meno" como de "sombra". Ele foi captado pelo menos duas vezes a
reportagem nã o esclarece se foi no mesmo local - e era capaz de mudar de
tamanho, pois na primeira tinha cerca de 20 quilô metros e na segunda, e fatal, ocasiã o, tinha
entre 25 e 30 quilô metros. E, quando o repó rter do Vremya perguntou se aquilo era um
"foguete espacial", o cientista só disse: "Isso é fantasiar!" Bem, entã o o que era, ou é, aquilo?
O prestigioso semaná rio Aviation Week & Space Technology, em seu nú mero de 3 de abril de
1989, publicou um artigo sobre o incidente baseando-se em fontes de
Moscou, Washington e Paris. (As autoridades francesas ficaram extremamente preocupadas
com o caso, pois um defeito no equipamento de transmissã o,
contribuiçã o da França para a missã o, refletiria muito mal sobre sua indú stria
aeroespacial, enquanto que um "Ato de Deus" a isentaria de culpa.) A revista
apresentou o incidente como um "problema de comunicaçõ es" que ainda nã o fora
resolvido apesar de uma semana inteira de tentativas de se "restabelecer contato".
Ela também informou que os funcioná rios do Instituto Soviético de Pesquisas
Espaciais de Moscou haviam dito que o problema ocorrera depois de "uma sessã o de fotos e
recolhimento de dados", apó s a qual a Phobos 2 tivera de mudar a
orientaçã o de sua antena. "O segmento de coleta de dados funcionou como
planejado, mas logo em seguida nã o foi mais possível se estabelecer um contato
confiá vel com a Phobos 2". Na ocasiã o, segundo o artigo, a Phobos 2 estava numa ó rbita
quase circular em torno de Marte e entrando na fase "dos preparativos finais para o
encontro com o satélite Fobos".
Algumas horas depois, foi recebida uma transmissã o muito fraca, mas os controladores nã o
conseguiram segurar o sinal. Nada mais foi ouvido na semana que se seguiu.
Ora, como uma releitura de todas essas reportagens e declaraçõ es confirmará o incidente
com a espaçonave foi descrito como uma sú bita e total perda da "cadeia
de comunicaçõ es". O motivo, segundo elas, foi que a Phobos 2, depois de virar suas antenas
para fazer uma varredura do satélite de Marte, deixou de virar sua antena novamente para a
Terra por uma razã o desconhecida. Bem, se a antena ficou
emperrada numa posiçã o de costas para a Terra, como pô de uma "transmissã o
fraca" ser captada "poucas horas depois" e em seguida sumir por completo? E, se a antena
de fato conseguiu virar-se adequadamente para a Terra e transmitir um sinal, mesmo fraco
demais para ser segurado, qual foi a causa do abrupto silêncio ocorrido antes, que durou
vá rias horas?
A pergunta que surge é realmente muito simples: A espaçonave Phobos 2 nã o terá sido
atingida por "alguma coisa" que a pô s fora de funcionamento, exceto por um ú ltimo suspiro
sob a forma de um sinal fraco captado horas depois?
O Aviation Week & Space Technology de 10 de abril de 1989 publicou um outro artigo sobre
o caso, vindo de seu correspondente de Paris. Segundo ele, os
cientistas espaciais soviéticos sugeriram que a Phobos 2 "nã o se estabilizou na
orientaçã o adequada para ficar com a antena de alto rendimento apontando para a
Terra". Essa afirmaçã o deve ter surpreendido os editores da revista porque o artigo
comentou que a espaçonave era "estabilizada em três eixos", com base em tecnologia
desenvolvida para a espaçonave soviética Venera, que funcionara com perfeiçã o nas missõ es
para observar Vênus.
Assim, o mistério é: o que fez a Phobos 2 se desestabilizar? Teria sido um defeito nos
instrumentos ou houve uma causa externa - talvez um impacto?
As fontes francesas do semaná rio ofereceram detalhes extremamente interessantes:
A Phobos 2, em outras palavras, agia como se estivesse rodopiando. Vejamos, agora, o que a
Phobos 2 estava fotografando quando ocorreu o incidente. Já temos uma
boa idéia com base nas notícias fornecidas pelo Vremya e as agências européias, mas
vejamos o que diz o artigo do AW & ST vindo de Paris, citando Alexander Dunayev, diretor
da Glavkosmos:
Uma imagem parece incluir um objeto de formato estranho entre a sonda e Marte.
É possível que seja algum detrito na ó rbita do Phobos 2 ou entã o seu subsistema de
propulsã o autô nomo, que foi ejetado depois de a sonda ter sido lançada para a ó rbita em
torno de Marte. Simplesmente nã o sabemos.
Foi preciso muita cara-de-pau para fazer essa declaraçã o. Os orbiters da Viking nã o
deixaram nenhum detrito na ó rbita de Marte e nã o se tem notícia de outro tipo de
"lixo" deixado por atividades originá rias da Terra. Outra "possibilidade", a de que o objeto
orbitando Marte entre ele e a Phobos 2 foi uma parte ejetada da espaçonave pode ser
prontamente abandonada quando se olha para o formato e estrutura da Phobos 2. Nenhuma
de suas partes tinha a forma de uma "elipse fina".
Além disso, foi revelado no noticiá rio Vremya que a "sombra" tinha 20, 26 ou 30 quilômetros
de comprimento. É verdade que um objeto pode projetar uma sombra muito maior do que
ele mesmo, dependendo do â ngulo dos raios solares. Mesmo assim, uma parte da Phobos 2
que tinha poucos metros jamais conseguiria fazer uma sombra medida em quilô metros. Seja
o que for que tenha sido observado, nã o era detrito nem parte ejetada.
Na época fiquei imaginando por que a especulaçã o oficial omitia uma terceira possibilidade,
a mais natural e convincente - que a "coisa" observada era mesmo
uma sombra, mas a sombra de Fobos, a lua marciana. Esse satélite tem sido mais
comumente descrito como tendo “a forma de uma batata" e mede cerca de 27 quilô metros
de diâ metro, mais ou menos o mesmo tamanho da "sombra"
mencionada nas primeiras reportagens. De fato, lembrei-me de uma foto tirada
pela Mariner 9, mostrando um eclipse em Marte, causado pela sombra de Fobos.
Entã o pensei, por que tanta especulaçã o, pelo menos com relaçã o à tal "apariçã o", se ela
podia ser causada por um fenô meno natural?
A resposta veio cerca de três meses depois. Pressionadas pelos participantes estrangeiros
da missã o Phobos a fornecer dados mais definitivos, as autoridades
soviéticas liberaram a fita com a transmissã o para televisã o que a Phobos 2 enviou em seus
estertores - exceto os últimos quadros, fotografados segundos antes de ela silenciar. O filme
foi exibido em alguns países da Europa e no Canadá como parte de programas jornalísticos,
sendo apresentado mais como uma curiosidade do que uma notícia extraordiná ria.
A seqü ência de televisã o centrou-se em duas anomalias. A primeira era uma rede de linhas
retas na á rea do equador marciano. Delas, algumas eram curtas, outras
finas e outras ainda bastante largas para parecerem formas retangulares "gravadas
em baixo-relevo" na superfície de Marte. Arranjadas em fileiras paralelas, as linhas
formavam um desenho que cobria uma á rea de cerca de 600 quilô metros quadrados. A
"anomalia" estava longe de parecer um fenô meno natural.
A exibiçã o do filme foi acompanhada por comentá rios ao vivo do Dr. John
Becklake, do Museu de Ciências da Inglaterra. Ele descreveu o fenô meno como algo muito
intrigante, porque o desenho nã o fora fotografado pela câ mera ó ptica da
Phobos, mas com a câ mera infravermelha - a que fotografa os objetos usando o calor que
irradiam e nã o usando o jogo de luz e sombra que eles projetam. Em
outras palavras, o desenho de linhas paralelas e retâ ngulos, cobrindo uma á rea de
aproximadamente 600 quilô metros quadrados, era uma fonte de irradiaçã o de
calor. É altamente imprová vel uma fonte natural de geraçã o de calor (como, por exemplo,
gêiseres ou uma concentraçã o de minerais radioativos no subsolo) criar um desenho
geométrico tã o perfeito. Quando examinamos atentamente a imagem, ele parece
definitivamente artificial. Perguntado sobre o que poderia ser aquilo, o Dr. Becklake
respondeu: "Com toda a certeza, nã o sei".
Como as coordenadas da exata localizaçã o dessa "formaçã o anô mala" nã o foram liberadas
ao pú blico, é impossível avaliar sua relaçã o com outro intrigante aspecto na superfície de
Marte, que pode ser visto no quadro 4209-75 da Mariner 9. Ele
também fica localizado na á rea equatorial do planeta (longitude 186,4) e tem sido
descrito como "recortes incomuns com braços radiais saindo de um bloco central",
causados (segundo os cientistas da NASA) pelo derretimento e colapso de camadas de gelo
permanente. O desenho das formaçõ es, que faz lembrar a planta de um
aeroporto moderno, com um miolo circular do qual se irradiam longas galerias que abriam
os portõ es de embarque, pode ser melhor visualizado quando a foto é virada, mostrando
tanto as depressõ es como as protuberâ ncias.
Todos esses motivos explicam por que os soviéticos nã o aventaram a hipó tese de a "elipse
fina" ser a sombra da lua marciana.
Enquanto a imagem era projetada na tela, o Dr. Becklake explicou que ela fora captada
enquanto a espaçonave se alinhava com Fobos, e acrescentou: "Enquanto a foto estava
sendo recebida, tendo-se já metade dela, eles (os soviéticos) viram algo que não deveria
estar lá". Em seguida, o Dr. Becklake disse: "Os soviéticos ainda nã o liberaram essa ú ltima
foto e nã o vamos especular sobre o que ela mostra".
No entanto, como a ú ltima imagem, ou imagens, nã o foi liberada ao pú blico, mesmo um ano
depois do incidente, só nos resta especular, conjeturar e acreditar
em boatos segundo os quais a ú ltima imagem, recebida pela metade, mostra aquela coisa
"que nã o deveria estar lá " avançando contra a Phobos 2 e colidindo com ela,
interrompendo abruptamente a transmissã o. Horas depois, segundo os primeiros
comunicados já mencionados, captou-se a transmissã o de sinais fracos, truncados
demais para fazer sentido. (A propó sito, essa informaçã o desmente a explicaçã o de que a
sonda nã o conseguiu virar a antena de novo para a posiçã o de transmissã o para a Terra).
Entã o, o que seria aquela "coisa que nã o deveria estar lá ", que colidiu por acaso ou
propositalmente com a Phobos 2? O que mostra a ú ltima imagem (ou imagens) que ainda
continua sendo mantida em segredo? Em cautelosas palavras para o
Aviation Week & Space Technology, o diretor do equivalente soviético da NASA referiu-se à
ú ltima imagem ao tentar explicar a perda de contato: "Uma imagem parece incluir um
objeto de formato estranho na superfície de Marte".
Se nã o era "detritos", "poeira" nem uma "parte ejetada da Phobos 2", o que seria aquele
"objeto" que colidiu com a espaçonave - fato atualmente admitido por todos os relató rios -,
um objeto com um poder de impacto tã o grande, capaz de fazer a Phobos 2 começar a
rodopiar, e cuja imagem foi captada pelas ú ltimas fotos?
Faz muito tempo, décadas agora, que o fenô meno de início chamado de Disco
Voador e mais tarde OVNI tornou-se um enigma mundial, em que nenhum cientista de
respeito se atrevia a tocar nem mesmo com uma vara de 10 metros - salvo, é claro, para
ridicularizar tanto o fenô meno em si como os tolos que o levavam a sério.
Embora o "Caso Arnold" tenha sido seguido por uma enxurrada de supostos avistamentos
nos Estados Unidos e outras partes do mundo, o caso OVNI
considerado o mais significativo e que ainda é discutido (e dramatizado no cinema e
televisã o) é a queda de uma "espaçonave alienígena" num rancho perto de Roswell, no Novo
México, em 2 de julho de 1947 - uma semana depois de Arnold ter visto os discos. Naquela
noite, um objeto redondo e brilhante foi avistado no
céu da regiã o. No dia seguinte, William Brazel, um rancheiro, encontrou destroços
espalhados num campo ao noroeste de sua propriedade. Os destroços e o "metal" de que
eram feitos lhe pareceram muito estranhos e ele resolveu comunicar seu achado à base da
Força Aérea do Exército, em Roswell (que na época era o ú nico esquadrã o com armas
nucleares em todo o mundo). O major Jesse Marcel, um
oficial da inteligência, foi examinar os destroços em companhia de um oficial. Os destroços,
de formato variado, tanto ao olhar como ao tato, pareciam ser feitos de balsa, mas o material
nã o era madeira. Além disso, eles nã o dobravam ou
queimavam, por mais que se tentasse. Em algumas partes, com formato de vigas, havia
marcas geométricas que posteriormente foram descritas como "parecidas
com hieró glifos". Ao voltar para a base, o major Marcel instruiu o encarregado das relaçõ es
pú blicas para notificar a imprensa, o que foi feito em 7 de julho de 1947, avisando que a
força aérea tinha recolhido os restos de um "disco voador aciden-
tado". O comunicado foi manchete do The Roswell Daily Record e logo estava sendo
captado por um serviço de imprensa de Albuquerque, no Novo México. No entanto, poucas
horas depois, um novo comunicado oficial, anulando o primeiro, foi
emitido, afirmando que os destroços eram de um balã o meteoroló gico. Os jornais
publicaram esse segundo comunicado e, de acordo com algumas notícias, as esta-
çõ es de rá dio receberam ordem de parar com as reportagens sobre o caso através
da mensagem: "Cessar transmissã o. Item de segurança nacional. Nã o transmitir".
Apesar da versã o revisada e dos comunicados oficiais subseqü entes, negando qualquer tipo
de incidente com "disco voador" em Roswell, muitos dos que
estiveram pessoalmente envolvidos no caso insistem até hoje em aderir à
primeira notícia. Muitos outros também sustentam que foram encontrados mais destroços
num local pró ximo (uma á rea a oeste de Socorro, no Novo México).
Testemunhas civis garantiram ter visto nã o apenas restos da nave, mas também vá rios
cadá veres de supostos "alienígenas". Conta-se que esses corpos, como
outros encontrados em acidentes posteriores, foram examinados na Base da Força
Aérea de Wright-Patterson, em Ohio. Segundo um documento conhecido no círculo dos
estudiosos de OVNI por MJ-12 ou Majestic-12 (alguns afirmam que se tratam
de dois documentos distintos), em setembro de 1947 o presidente Truman formou
um comitê secreto, de alto nível, para cuidar do caso Roswell e outros similares, mas a
autenticidade desses documentos até hoje nã o foi comprovada. O que se
sabe com certeza é que o senador Barry Goldwater, que foi presidente ou membro de vá rios
comitês do senado sobre Inteligência, Serviços Armados, Guerra Tá tica, Tecnologia e
Espaço, e outros relacionados com esses temas, repetidamente teve negado o acesso a um
certo "salã o azul" da base de Wright-Patterson. "Há muito desisti de tentar entrar no salã o
azul da Wright-Patterson, pois colecionei uma
longa série de negativas, vindas de um chefe apó s o outro", escreveu o senador em
resposta a uma indagaçã o sobre o assunto, feita em 1981. "Esse negó cio ficou tã o
secreto... que é impossível conseguir qualquer informaç~o sobre.”
Reagindo a contínuas reportagens sobre o OVNI’s avistados e { inquietaçã o causada por um
excessivo sigilo oficial, a Força Aérea dos Estados Unidos fez vá rias
investigaçõ es sobre o fenô meno por meio de projetos como o Sign, Grudge e Blue
Book. Entre 1947 e 1969, cerca de 13 mil comunicados sobre OVNI’s foram pesquisados e
praticamente todos terminaram sendo atribuídos a fenô menos naturais, balõ es
meteoroló gicos, aeronaves ou pura imaginaçã o. Em 1953, o
Serviço de Inteligência Científica da CIA convocou uma reuniã o de cientistas e autoridades
governamentais. Conhecido como Robertson Panel, esse grupo passou
doze horas assistindo a filmes que mostravam supostos OVNI’s e estudando relatos de casos
e outras informaçõ es. Terminada a reuniã o, o grupo chegou à conclusã o que “explicaçõ es
razo|veis podem ser sugeridas para a maioria das visõ es". No
entanto, segundo os relató rios do encontro, as evidências apresentadas mostraram
que os poucos casos restantes nã o podiam ser explicados por causas conhecidas,
"sobrando apenas a explicaçã o de 'extraterrestres' para eles", embora, como salientou o
grupo, "nosso atual conhecimento do sistema solar nos faz crer que a existência de seres
inteligentes... em algum lugar que nã o seja na Terra é extremamente imprová vel".
Enquanto continuava a "desmistificaç~o" oficial dos relató rios sobre OVNI’s (outra
investigaçã o seguindo os mesmos moldes e com conclusã o similar foi o Estudo
Científico sobre Objetos Voadores Nã o Identificados da Universidade do Colorado, realizado
em 1966 e 1969), crescia o nú mero de visõ es e "encontros", e foram
surgindo grupos amadores de investigaçã o em muitos países. Foram esses grupos
que classificaram esses encontros ou "contatos" em três tipos: os de "primeiro grau", as
simples visõ es; os de "segundo grau", aqueles onde se encontram
evidências físicas da presença de OVNI’s, como marcas de aterrissagem ou interferência em
maquiná rio; os de "terceiro grau", onde há contato com os ocupantes dos OVNI’s.
As descriçõ es dos OVNI’s, que antes variavam de "pires" ou "discos voadores" até
"charutos voadores", hoje falam de objetos circulares, que quando pousados apó iam-se em
três ou quatro pernas. Os relató rios sobre os ocupantes também estã o mais uniformes. Eles
falam sobre "humanó ides" com cerca de 1 metro de
altura, cabeça grande, sem cabelos e com olhos enormes. De acordo com o que se afirma ser
um depoimento de uma testemunha ocular, um oficial da inteligência militar que viu
"destroços de OVNI’s e corpos de alienígenas" numa "base secreta do Arizona", os
humanó ides eram "muito, muito brancos, sem orelhas nem nariz. No lugar deles, havia
somente orifícios. Boca muito pequena e olhos enormes.
Nem um fio de cabelo, barba ou pêlos pú bicos. Estavam nus. Creio que o mais alto devia ter
cerca de 1 metro, talvez um pouco mais". Essa testemunha acrescentou que nã o viu ó rgã os
genitais nem seios, apesar de uns humanó ides terem aspecto de machos e outros de fêmeas.
O imenso nú mero de pessoas que j| contaram ter avistado OVNI’s ou feito contato com
alienígenas inclui gente das mais variadas profissõ es e locais geográ ficos. O
presidente Jimmy Carter, por exemplo, num discurso feito durante sua campanha, em 1976,
declarou já ter visto OVNI’s. Em seguida prometeu "liberar para o
pú blico e cientistas cada pedacinho de informaç~o sobre OVNI’s existente neste país". No
entanto, por motivos nunca apresentados, essa promessa de campanha nã o foi cumprida.
Além da política dos Estados Unidos de desmistificar os relató rios sobre OVNI’s, o que mais
irrita nos que acreditam neles é a tendência oficial de transmitir a
impressã o de que as agências governamentais perderam o interesse até mesmo
em investigá -los, quando de tempo em tempo vem à luz que este ou aquele ó rgã o, inclusive a
NASA, está acompanhando o assunto de perto. Já na Uniã o Soviética, o
Instituto de Pesquisa Espacial publicou em 1979 uma aná lise de "Observaçõ es de
Fenô menos Atmosféricos Anô malos na URSS" - "fenô menos atmosféricos anô malos" é o
nome russo para OVNI’s - e, em 1984, a Academia de Ciências
constituiu uma comissã o permanente para estudá -los. Na á rea militar, o assunto
ficou sob a jurisdiçã o do GRU (Primeira Diretoria de Inteligência do Estado-Maior
Soviético) e suas ordens foram descobrir se os OVNI’s n~o seriam "veículos secretos de
potências estrangeiras, fenô menos naturais desconhecidos ou sondas extraterrestres,
tripuladas ou nã o, envolvidas na investigaçã o da Terra".
Entre as inú meras visõ es já registradas ou insinuadas na URSS, estã o algumas contadas por
cosmonautas. Em setembro de 1989, as autoridades soviéticas
tomaram a significativa medida de mandarem a Tass, a agência oficial de notícias,
reportar um incidente com OVNI's ocorrido na cidade de Voronej, de tal forma que ele
ganhou manchetes em todo o mundo. Apesar da descrença habitual, a Tass manteve sua
histó ria.
As autoridades francesas têm mostrado uma menor tendência do que as americanas em
minimizar as visõ es. Em 1977, a agência espacial francesa, a
CNES, com sede em Toulouse, fundou o Grupo de Estudos de Fenô menos
Aeroespaciais Nã o Identificados (GEPAN), entidade que recentemente foi rebatizada como
Service d 'Expertise des Phenomenes de Rentrée Atmospherique e continua com a
incumbência de acompanhar e estudar os relató rios sobre
OVNI’s. Entre os casos mais famosos da França está uma aná lise de solos onde parecem ter
aterrissado OVNI’s, cujos resultados revelaram “presença de vestígios para os quais nã o
existe explicaçã o satisfató ria". A maioria dos cientistas
franceses compartilha do desdém de seus colegas de outros países sobre o assunto,
mas, entre os que realmente o estudaram a fundo e deram sua opiniã o o consenso geral é
verem nos fenô menos “uma manifestaç~o das atividades de visitantes extraterrestres".
Na Grã -Bretanha, o véu jogado sobre o fenô meno OVNI tem sido mantido bem
fechado apesar de esforços como os do Grupo de Estudos dos OVNI’s da C}mara dos Lordes,
constituído pelo barã o de Clancarty. (Tive o privilégio de fazer uma
palestra para seus membros em 1980.) A experiência britâ nica, bem como a de muitos
outros países, é contada com alguns detalhes no livro de Timothy Good,
Above Top Secret (1987). A riqueza de documentos nele citados ou reproduzidos nos leva à
conclusã o que de início os vá rios governos esconderam suas desco-
bertas porque suspeitavam que os OVNI’s eram aeronaves avançadas de potências inimigas
e nã o estavam dispostos a admitir sua inferioridade militar. Quando a natureza
extraterrestre dos OVNI’s tornou-se a hipó tese (ou conhecimento)
primá ria, a lembrança de um possível pâ nico como o causado pelo programa de
rá dio de Orson Welles por ocasiã o da dramatizaçã o de A Guerra dos Mundos de H.G. Wells,
em 1938, foi usada como desculpa para o que tantos entusiastas dos OVNI’s chamam de
"encobrimento".
O verdadeiro problema que muitas pessoas têm em relaçã o aos OVNI’s é a falta de uma
teoria coerente e plausível para explicar sua origem e propó sito. De onde eles vêm? E por
que vêm?
Eu mesmo jamais vi um OVNI e, claro, nunca fui raptado e examinado por seres com aspecto
humanó ide, donos de cabeças elípticas e olhos esbugalhados -
experiência já vivida, se é que as afirmaçõ es sã o verdadeiras, por muitas pessoas.
Todavia, quando me perguntam se acredito em OVNI’s, {s vezes respondo
contando uma histó ria. Costumo dizer à s pessoas que estã o em minha sala ou
diante de mim num auditó rio: Vamos imaginar que de repente aquela porta se abre de
supetã o e um rapaz, ignorando todas as formalidades, muito agitado e
ofegante de tanto correr, grita: "Vocês nã o vã o acreditar no que aconteceu comigo!" Entã o
começa a contar que estava caminhando pela zona rural quando
começou a escurecer. Cansado, ele juntou algumas pedras e cobriu-as com sua mochila,
fazendo um tipo de travesseiro, e logo adormeceu. Subitamente foi
acordado, nã o por um barulho, mas por luzes brilhantes. Olhando para cima, viu seres
subindo e descendo por uma escadinha que se erguia para o alto até
alcançar um objeto redondo pairando no ar. A porta desse objeto estava aberta e era dela
que saía a luz brilhante. Contra a claridade, o rapaz viu a silhueta do
comandante desses seres. A visã o foi tã o assustadora que nosso amigo desfaleceu. Quando
voltou a si nã o havia mais nada de especial a sua volta. Fosse o que fosse aquilo, tinha
desaparecido sem deixar vestígios.
Ainda emocionado com sua experiência, o rapaz termina a histó ria dizendo que nã o tinha
certeza se o que vira fora real ou apenas uma visã o, quem sabe um sonho.
E nó s, o que pensamos dessa histó ria? Devemos acreditar nela? Bem, se acreditamos na
Bíblia temos de acreditar no que nos relatou o rapaz, porque o que
acabo de contar é a histó ria da visã o de Jacó como está no livro do Gênesis, 28:11.
Embora ali se diga que ele teve a visã o quando estava num transe similar a um sonho, Jacó
tinha certeza de que o que vira era real e falou:
e eu nã o o sabia...
Nã o é nada menos que uma morada dos deuses
e a porta do céu!
Uma vez salientei numa conferência onde outros oradores tocaram no assunto
OVNI’s que n~o é certo falar-se em Objetos Voadores Não Identificados. Eles só sã o nã o
identificados e inexplicáveis para quem nã o os conhece, mas aqueles que os operam sabem
muitíssimo bem o que sã o. Jacó , por exemplo, ao ver a nave
circular pairando sobre ele, prontamente identificou-a como pertencente aos
Elohim, aos deuses. O que ele nã o sabia, e isso a Bíblia deixa bem claro, era que o lugar que
escolhera para dormir ficava numa plataforma de decolagem.
A histó ria da Bíblia que conta como o profeta Elias subiu aos céus num turbilhã o fala do
veículo que o transportou como sendo um carro de fogo. O profeta Ezequiel, em sua visã o
bem detalhada, refere-se a um veículo celestial ou aeronave que funcionava como um
rodamoinho de vento e era capaz de pousar sobre quatro pernas como rodas.
Os desenhos e a terminologia da Antiguidade nos mostram que os povos antigos faziam até
uma distinçã o entre os diferentes tipos de má quinas voadoras e seus pilotos. Havia os
foguetes, que serviam como naves tipo ô nibus espacial, e as
estaçõ es orbitais. Já vimos qual era o aspecto físico dos astronautas Anunnaki e
dos Igigi, os tripulantes das estaçõ es orbitais. Além dessas naves espaciais havia os
"turbilhõ es" ou "câ maras celestiais", que hoje chamamos de VTOL (Aeronaves de
Decolagem e Aterrissagem Vertical), e helicó pteros. A aparência deles na
Antiguidade está mostrada num mural situado a leste do rio Jordã o, perto do lugar onde o
profeta Elias foi arrebatado aos céus. A deusa Inanna/Ishtar gostava de pilotar sua pró pria
câ mara celestial e nessas ocasiõ es ela se vestia como um piloto da Primeira Guerra Mundial.
Mas foram encontrados outros retratos - estatuetas de seres com aspecto humano, mas
possuindo cabeças elípticas e grandes olhos levemente puxados. A
característica mais marcante dessas figuras é sua bissexualidade (ou falta de sexualidade),
pois suas partes inferiores mostram o membro masculino sobreposto a uma vulva ou
cortado por ela.
Ora, quando olhamos para os desenhos de "humanó ides" feitos de acordo com a descriç~o
dos que viram ocupantes de OVNI’s fica bem claro que eles n~o se
parecem conosco - o que significa que nã o se parecem com os Anunnaki. Na verdade, eles
sã o mais como os estranhos humanó ides retratados nas estatuetas antigas.
Essa similaridade pode ser uma importante pista para determinarmos a identidade das
criaturinhas de pele lisa, sem pêlos ou cabelos, sem ó rgã os sexuais, com
cabeça elíptica e olhos grandes e esquisitos, que supostamente operavam os
OVNI’s que se acidentaram no Novo México e Arizona. Se os relatos são verdadeiros, o que as
testemunhas viram não foram seres inteligentes, habitantes de outros planetas - mas seus
robôs andróides.
Mesmo que apenas uma pequenina porcentagem das visõ es de OVNI’s seja verdade, é muito
grande o nú mero de naves alienígenas que vêm visitando a Terra nas ú ltimas décadas, o que
sugere que elas nã o podem estar vindo com tanta
freqü ência e profusã o de planetas muito distantes. A explicaçã o só pode ser que elas vêm de
algum lugar relativamente pró ximo da Terra.
E o ú nico planeta de nosso sistema solar que pode ser um candidato plausível é Marte - e sua
pequena lua, Fobos.
A esta altura, os motivos que tenho para afirmar que Marte pode ser uma base para a ú ltima
etapa da viagem de visitantes espaciais que vêm à Terra já devem estar bem claros. As
evidências que apresentei apó iam minha teoria de que no
passado Marte foi uma base espacial dos Anunnaki. As circunstâ ncias envolvendo a perda da
Phobos 2 indicam que há alguém lá em Marte - alguém pronto para destruir o que para ele é
uma espaçonave alienígena. E como o pequeno satélite de Marte, Fobos, se ajusta a tudo
isso?
Para entendermos por que, devemos voltar um pouco para trá s e fazer uma lista dos
motivos da missã o Phobos. Atualmente Marte tem duas pequenas luas
chamadas Fobos e Deimos. Acredita-se que elas nã o sã o satélites originais do
planeta, mas asteró ides que foram capturados pela sua gravidade e entraram em
ó rbita em tomo dele. Os dois sã o do tipo carbonado (ver aná lise sobre os asteró ides
no capítulo 4) e por isso contêm á gua numa quantidade substancial, sobretudo em forma de
gelo em seu subsolo. Já foi apresentada a idéia de que com o auxílio de
baterias solares ou um pequeno gerador nuclear, esse gelo poderia ser derretido para a
obtençã o de á gua. Esta, por sua vez, poderia ser separada em hidrogênio e oxigênio. O
oxigênio seria usado para a respiraçã o e como combustível, e o
hidrogênio poderia ser combinado com o carbono existente nos satélites para a produçã o de
carboidratos para a alimentaçã o. Como acontece com outros
asteró ides e cometas, esses pequeninos corpos celestes contêm nitrogênio,
amô nia e outras moléculas orgâ nicas. De um modo geral, as luas de Marte têm o potencial
para abrigarem bases auto-sustentadas, o que as tornam uma verdadeira dá diva da
natureza.
Das duas luas, Deimos seria a menos conveniente para esse propó sito. Ela tem apenas 14
quilô metros, por 13 e por 11,2, e orbita a cerca de 24 mil quilô metros de Marte. A Fobos,
muito maior (27 por 21 por 19 quilô metros), está a somente 9300 quilô metros do planeta -
uma distâ ncia que seria facilmente coberta por um ô nibus espacial ou nave transporte. Os
dois satélites orbitam no plano equatorial do planeta. Fobos pode ser vista de Marte (ou ver
o que está acontecendo lá ) entre
o paralelo 65 norte e o 65 sul - uma faixa da superfície do planeta que inclui todas as
formaçõ es estranhas e aparentemente artificiais nele existentes, salvo a
"Cidade Inca". Além disso, devido a sua proximidade, Fobos completa 3,5 ó rbitas em torno
de Marte num ú nico dia marciano, o que torna sua presença constante.
O que também respalda a teoria de que Fobos seria uma estaçã o orbital natural girando em
torno de Marte é sua gravidade, minú scula quando comparada com a
da Terra e mesmo com a de Marte, muito menor. A potência necessá ria para uma decolagem
de Fobos nã o seria maior do que a requerida para se desenvolver uma velocidade de escape
de 24 quilô metros por hora. No caso inverso, muito pouca potência seria necessá ria para
frear um pouso em Fobos.
Existem bons motivos para as espaçonaves soviéticas Phobos 1 e Phobos 2 terem sido
enviadas para o satélite de Marte. Nã o era segredo para ninguém que um dos objetivos
primá rios da missã o era coletar dados para a futura colocaçã o de um
"veículo robô " na superfície de Marte, prevista para 1994, que seria seguida, na década
seguinte, pelo lançamento de um vô o tripulado, depois do qual se pensaria
no estabelecimento de uma base no planeta. Os comunicados feitos pelo controle da missã o
em Moscou, enquanto as sondas estavam se dirigindo a Marte revelaram que elas
carregavam equipamentos para localizam as "á reas emitentes de calor em Marte" e para se
conseguir "uma melhor idéia sobre que tipo de vida existe naquele planeta". Embora o
adendo "se houver" tenha sido logo acrescentado a essa ú ltima frase, o plano de se fazer
uma varredura completa nas superfícies de Marte e Fobos com raios infravermelhos e
detectores de raios gama demonstra a intençã o de se fazer uma busca muito rigorosa.
O fato é que com a participaçã o francesa estando a cargo da agência espacial com sede em
Toulouse, a colaboraçã o do prestigiado Instituto Max Planck da Alemanha
Ocidental, e mais contribuiçõ es vindas de uma dú zia de outras naçõ es européias, a missã o
Phobos era nada mais nada menos do que um esforço concentrado da ciência moderna para
erguer o véu que cobre Marte e colocar o planeta na rota da viagem da humanidade ao
espaço sideral.
É importante salientar que Fobos, ao contrá rio de Deimos, que é menor e possui superfície
lisa, tem características peculiares que no passado levaram alguns cientistas a suspeitar que
ele era artificial. No satélite existem "marcas que
parecem pistas de rolamento", correndo retas e paralelas umas à s outras. Elas possuem uma
largura quase uniforme, entre 214 e 305 metros, e sua
profundidade varia entre 23 e 27,5 metros (como medido pelas Viking). A
possibilidade dessas "valas" ou pistas terem sido causadas por á gua corrente ou
vento logo foi descartada, pois esses elementos nã o existem em Fobos. Essas pistas parecem
levar a uma cratera que cobre mais de um terço do satélite e cuja borda é tã o perfeitamente
circular que parece artificial.
O que sã o essas pistas ou valas, como surgiram, por que emanam da cratera? Será que a
cratera é uma entrada para o interior da pequena lua de Marte? Os cientistas soviéticos
sempre acharam que havia algo de artificial em Fobos de um modo
geral, e um dos motivos para isso é que sua ó rbita circular quase perfeita em torno
de Marte, quando está tã o pró ximo dele, desafia as leis do movimento celestial. Ele e
Deimos, este pelo menos até certo ponto, deveria ter ó rbitas elípticas que há muito já os
teriam atirado para o espaço ou os feito colidirem com Marte.
A insinuaçã o de que Fobos e Deimos talvez tivessem sido colocados em ó rbita por "alguém"
sempre foi recebida com incredulidade. Todavia, a captura de asteró ides e seu rebocamento
para perto da Terra, onde ficariam numa ó rbita permanente, sã o considerados um feito
viá vel. De fato, um plano desse tipo foi apresentado na
Terceira Conferência Anual de Desenvolvimento do Espaço, realizada em San
Francisco, em 1984. Richard Gertsch, da Escola de Minas do Colorado, um dos v|rios
palestrantes, salientou que “existe uma impressionante variedade de
materiais" no espaço e que "os asteró ides sã o especialmente ricos em minerais estratégicos
como cromo, germâ nio e gá lio". Outra cientista, Eleanor F. Helin, do Laborató rio de Jato
Propulsã o, declarou: "Creio que identificamos asteró ides acessíveis, que poderiam ser
explorados".
Será que outros pesquisadores, há muito, muito tempo, tornaram realidades idéias da
ciência moderna e colocaram em prá tica o que ela prevê para o futuro? Teriam eles levado
Fobos e Deimos para orbitarem em torno de Marte com a intençã o de explorarem seu
interior?
Na década de 60, foi notado pelos astrô nomos que Fobos estava se acelerando em sua
ó rbita, o que levou os cientistas soviéticos a sugerirem que o satélite é mais leve do que seu
tamanho faz supor. O físico I. S. Shklovsky apresentou entã o a surpreendente teoria de que
Fobos era oco.
Será que uma cratera e fendas naturais foram ampliadas e escavadas por "alguém" com a
intençã o de criar dentro de Fobos um abrigo para proteger seus ocupantes do frio e da
radiaçã o do espaço? O relató rio soviético publicado na Nature nã o
especula sobre esse tema, mas o que fala sobre as "pistas" é esclarecedor. Ele as
chama de "sulcos" e conta que suas laterais sã o de um material mais claro do que o da
superfície do satélite, o que é uma revelaçã o e tanto. Além disso, ele afirma que na á rea a
oeste da grande cratera "novos sulcos foram identificados" - sulcos ou pistas que nã o
estavam lá quando a Mariner 9 e as Viking fotografaram Fobos.
Como nã o existe atividade vulcâ nica em Fobos (a cratera, em sua forma natural, resultou do
impacto de meteoritos) nem tempestade de ventos, chuva ou á gua
corrente, como explicar o aparecimento de novos sulcos ou pistas? Quem esteve no satélite
em Marte, depois da missã o Viking, na década de 70? E quem está lá agora?
O evento mais semelhante à situaçã o que existe hoje tornou-se conhecido como a histó ria da
Torre de Babel. Ela é contada no Gênesis, Capítulo 11, e em The Wars of
Gods and Men, eu me referi a textos mesopotâ micos com relatos mais antigos e detalhados
sobre o incidente. Situei o episó dio em 3450 a.C. apresentando-o como a primeira tentativa
de Marduk de construir uma base espacial na Mesopotâ mia, desafiando Enlil e seus filhos.
Na versã o bíblica, o povo a quem Marduk encarregara de executar a obra estava construindo
uma cidade com "uma torre cujo á pice penetrava os céus", onde seria instalado um Shem -
um foguete espacial -, possivelmente igual à retratada numa
moeda encontrada em Biblos. No entanto, as outras deidades nã o acharam a menor graça
nesse desejo da humanidade de entrar na era espacial. Por isso:
Quase 5.500 anos depois, os humanos se juntaram e começaram a "falar uma só língua"
numa missã o conjunta a Marte e Fobos.
13
Em Secreta Antecipaçã o
Foram essas as perguntas centrais que O 12º. Planeta, publicado em 1976, procurou
responder, apresentando antigas evidências sobre os Anunnaki (os Nefilim da Bíblia) e seu
planeta, Nibiru.
Os avanços científicos acumulados desde 1976, comentados nos capítulos anteriores, estã o
comprovando essas antigas evidências. Mas, e quanto aos dois pilares do conhecimento que
seriam a base para essas respostas? A ciência moderna já teria confirmado a existência de
mais um planeta em nosso sistema solar e encontrado seres inteligentes fora da Terra?
É do conhecimento geral que uma busca, tanto por seres inteligentes extraterrestres como
por um outro planeta, vem sendo empreendida há bastante
tempo. O fato de que ela está se intensificando nos ú ltimos anos pode ser reduzido
a partir dos documentos sobre o tema que estã o disponíveis ao pú blico. E mais, atualmente
está bem claro que quando se levanta uma cortina de boatos,
vazamentos de informaçõ es e negativas, descobre-se que embora o pú blico em
geral nã o tenha conhecimento da questã o, os líderes mundiais há tempos sabem, primeiro,
que existe mais um planeta em nosso sistema solar e, segundo, que não estamos sós no
universo.
Só esse conhecimento pode explicar as incríveis mudanças que vêm acontecendo na situação
mundial a uma velocidade incrível.
Só esse conhecimento pode explicar os preparativos em curso para o dia, que certamente virá,
em que esses dois fatos terão de ser lançados como uma bomba sobre os povos deste planeta
Terra.
Subitamente, tudo o que dividiu e preocupou as potências mundiais por décadas e décadas
parece ter perdido sua importâ ncia. Um conflito regional apó s outro é
inesperadamente resolvido. O Muro de Berlim, símbolo da divisã o européia, nã o
existe mais. A Cortina de Ferro, que separou os países capitalistas e socialistas em questõ es
ideoló gicas, econô micas e militares, está sendo resgatada. O chefe do
império comunista ateu visita o papa - e um quadro medieval onde aparece um OVNI é a
peça central da decoraçã o do salã o. Um presidente norte-americano,
George Bush, que começou seu mandato em 1989 com uma cautelosa política do tipo vamos
esperar para ver, jogou para o alto todos os cuidados e tornou-se um
ardente parceiro de seu colega soviético, Mikhail Gorbachev, na limpeza de velhos papéis
em suas respectivas agendas. Mas, para que essa limpeza?
O líder soviético, que há poucos anos afirmava que qualquer avanço no desarmamento
mundial dependia dos Estados Unidos abandonarem seu programa
de Iniciativa de Defesa Estratégica (SDI), chamado popularmente de Guerra nas
Estrelas - com o objetivo de destruir mísseis e artefatos inimigos no espaço -, concordou
com uma retirada e reduçã o de tropas apenas uma semana depois do presidente Bush, à s
voltas com diminuiçõ es no orçamento militar, pedir ao
Congresso um aumento de 4,5 bilhõ es de dó lares na dotaçã o para o programa
SDI/Guerra nas Estrelas no pró ximo ano fiscal. E, antes de se passar um mês, as duas
superpotências e seus mais importantes aliados das duas grandes guerras, a
Grã -Bretanha e a França, concordaram na unificaçã o da Alemanha. Por 45 anos, o voto de
nunca permitir a uniã o das duas Alemanhas foi um princípio bá sico de
estabilidade européia. Agora, de repente, ele parece ter perdido toda a importâ ncia.
Subitamente, sem qualquer explicaçã o, parecem existir assuntos mais prementes, mais
importantes, na agenda dos líderes mundiais. Por quê?
Quando se procura respostas, as pistas apontam para uma ú nica direçã o: o espaço.
Claro, a turbulência no leste europeu vinha crescendo há muito tempo; as falhas na
economia socialista exigiam reformas que há anos e anos vinham sendo postergadas. O
impressionante em toda a situaçã o nã o é o aparecimento de mudanças, mas a inesperada
falta de resistência a elas no Kremlin. Desde meados de 1989, tudo o que antes era
defendido ou brutalmente reprimido pareceu ter
perdido a importâ ncia. Depois do verã o de 1989, um governo americano vagaroso e
reticente entrou numa acelerada cooperaçã o com a liderança soviética, apressando uma
reuniã o de cú pula entre Bush e Gorbachev que antes estava sendo planejada sem a menor
urgência.
Terá sido mera coincidência essas mudanças começarem a se acelerar depois do incidente
com a Phobos 2 em Marte, ocorrido em março de 1989, que a partir de junho do mesmo ano
passou a ser reconhecido como tendo sido resultante de um impacto?
Terá sido coincidência elas começarem a acontecer depois que as audiências ocidentais
puderam ver na televisã o as enigmá ticas imagens da Phobos 2 (menos as duas ú ltimas
imagens), revelando uma á rea emissora de calor na superfície de Marte e a "fina sombra
e1íptica" para a qual nã o se encontrou explicaçã o?
Também terá sido por mera coincidência uma mudança na política dos Estados
Unidos depois da passagem da Voyager 2 por Netuno, o que se deu em agosto de
1989, quando ela enviou imagens de misteriosas "pistas duplas" na lua desse planeta,
chamada Tritã o? Marcas estas tã o enigmá ticas como as fotografadas em Marte em anos
anteriores e em Fobos em março de 1989?
Uma revisã o dos eventos mundiais, bem como das atividades relacionadas com o espaço
depois da série de descobertas espaciais feitas em 1989, mostra uma explosã o de projetos e
mudanças de rumo que denunciam o impacto que foi causado por elas.
Depois da perda da Phobos 2, que ocorreu logo apó s o fracasso da Phobos 1, os especialistas
ocidentais especularam que a Uniã o Soviética desistiria de seus
planos de enviar uma missã o de reconhecimento a Marte em 1992, que seria
seguida pela colocaçã o de veículos na superfície do planeta em 1994. No entanto,
porta-vozes soviéticos afastaram essas dú vidas e reafirmaram vigorosamente que
"Marte tem prioridade" em seu programa espacial. Ficou bem claro que os soviéticos estã o
decididos a ir a Marte, e junto com os Estados Unidos.
Terá sido por coincidência que poucos dias depois do incidente com a Phobos 2 a
Casa Branca deu passos inesperados para reverter a decisã o do Departamento de
Defesa de cancelar o programa aeroespacial americano de 3,3 bilhõ es de dó lares, sob o qual
a NASA deverá desenvolver e construir por volta de 1994 dois aviõ es X30, que poderã o
decolar da Terra e em seguida entrarem em ó rbita, constituindo, assim, naves espaciais
autolançadoras empenhadas na defesa militar do espaço?
Essa foi uma das decisõ es tomadas pelo presidente Bush, junto com o vicepresidente Dan
Quayle, o novo diretor do Conselho Espacial Nacional (NSC), na primeira reuniã o dessa
entidade, em abril de 1989.
Mesmo um observador de fora pode sentir que a Casa Branca e o pró prio presidente agora
sã o os encarregados da direçã o do programa espacial, seus
vínculos com o SDI e da aceleraçã o de seu ritmo. Logo depois da apressada reuniã o de
cú pula com o líder soviético em Malta, Bush apresentou ao Congresso seu orçamento anual,
com um aumento de bilhõ es de dó lares para o programa
"Guerra nas Estrelas". Os meios de comunicaçã o especularam como Mikhail
Gorbachev reagiria a esse "tapa na cara". Porém, em lugar de críticas de Moscou, vieram
notícias de um aumento na cooperaçã o. Evidentemente o líder soviético sabe bem o que é o
SDI. O presidente Bush, na entrevista coletiva conjunta,
admitiu que o programa foi discutido, tanto em seu aspecto "defensivo" como "ofensivo", e
acrescentou: "Falamos de foguetes e também de pessoas... foi uma conversa ampla".
A proposta orçamentá ria também pediu 24 por cento a mais de fundos para a
NASA, especificamente para tornar realidade o "compromisso" do presidente de "fazer os
astronautas voltarem à Lua e promover uma eventual exploraçã o de
Marte por humanos". Essa promessa, deve ser lembrada, foi feita em julho de
1989, por ocasiã o do 20º. Aniversá rio do primeiro pouso na Lua - e causou surpresa pela
escolha do momento, pois depois do acidente com o ô nibus espacial Challenger, que
explodiu em janeiro de 1986, as atividades espaciais americanas estavam quase paradas. E
mais, em julho de 1989, poucos meses depois da perda da Phobos 2, os Estados Unidos, em
vez de recuarem ainda mais, reiteraram sua determinaçã o de ir a Marte. Deve ter havido um
motivo muito forte para isso.
Um alto funcioná rio do governo, falando sobre a parte do orçamento proposto relacionada
com o programa Iniciativa de Exploraçã o Humana (HEI), explicou:
"Serã o ampliados os empreendimentos espaciais de acordo com um programa desenvolvido
pelo Conselho Espacial Nacional da Casa Branca". O programa inclui o desenvolvimento de
novas instalaçõ es de lançamento "abrindo novas fronteiras
para a exploraçã o tripulada e nã o tripulada" e "garantindo que o programa espacial venha a
contribuir para a segurança militar nacional". Além disso, foi acrescentado que a exploraçã o
da Lua e Marte por seres humanos já estava decidida.
Junto com a elaboraçã o desses projetos, a NASA esteve expandindo sua rede de telescó pios
terrestres e orbitais, e equipando alguns ô nibus espaciais com
aparelhos capazes de esquadrinhar os céus. A Rede Sideral de Radiotelescó pios foi ampliada
com a reativaçã o de instalaçõ es fora de uso e também pelos acordos com outras naçõ es,
visando-se especialmente à observaçã o do céu do hemisfério Sul. O
congresso sempre mostrou-se relutante em alocar fundos para programas como o
SETI (Busca Por Inteligência Extraterrestre) e foi reduzindo-os ano a ano até eles serem
totalmente cortados em 1982. Todavia, em 1983 - de novo voltamos para
essa data marcante, 1983 - os fundos foram abruptamente renovados. Em 1989, a
NASA conseguiu que o financiamento para o SETI fosse triplicado, graças ao ativo apoio do
Senador John Garn, de Utah, um astronauta de ô nibus espaciais, que se
convenceu da existência de seres extraterrestres. É importante notar que a NASA pediu
fundos para novos aparelhos de busca e rastreamento, com o intuito de
analisar emissõ es na faixa de microondas e nos céus próximos da Terra, em vez de
concentrar-se - como acontecia antes, dentro do programa SETI - em ouvir
emissõ es de rá dio de estrelas e galá xias distantes. Em sua brochura explicativa, a NASA cita,
a respeito do "Levantamento dos Céus", as palavras de Thomas O. Paine, seu antigo
administrador:
Trata-se de um programa continuado para procurar indícios de que existe ou existiu vida
fora da Terra, estudando-se outros corpos do sistema solar e procurando planetas que
possam estar orbitando outras estrelas e sinais de rá dio enviados por vida inteligente em
algum lugar da galá xia.
Comentando esses projetos, um porta-voz da Federaçã o dos Cientistas Americanos disse em
Washington: "O futuro está começando a chegar". E o The New York
Times de 6 de fevereiro de 1990, usou a seguinte manchete para sua reportagem sobre a
retomada do programa SETI: A CAÇADA DE ALIENÍGENAS NO ESPAÇO: A
NOVA GERAÇÃ O. Uma mudança de palavras pequena mas muito significativa: nã o se fala
mais em procurar uma "inteligência" extraterrestre, mas sim alienígenas .
O choque de 1989 foi precedido por uma notá vel mudança de atitude no final de 1983.
Essa cooperaçã o foi uma mudança substancial diante do que sempre fora a norma. No
passado, os soviéticos nã o só guardavam zelosamente seus segredos espaciais como
também faziam todos os esforços possíveis para superarem os americanos. Em 1969, eles
malograram na tentativa de lançar o Luna 15, com que pretendiam ganhar a corrida para a
Lua; em 1971, enviaram a Marte nã o apenas uma, mas três espaçonaves, com a intençã o de
colocá -las em ó rbita em torno do planeta dias antes da chegada da Mariner 9. Quando as
duas superpotências fizeram uma pausa para a détente e foi assinado um acordo de
cooperaçã o espacial
(1972), o ú nico resultado visível foi a conexã o Apollo-Soyuz, em 1975. Os eventos mundiais
que se seguiram, como a repressã o do movimento Solidariedade na
Polô nia e a invasã o do Afeganistã o, relevaram as tensõ es da guerra fria. Em 1982, o
presidente Reagan recusou-se a renovar o acordo de 1972 e anunciou um maciço esforço de
rearmamento contra o "O Império do Mal”.
Quando Reagan, num discurso transmitido pela televisã o em março de 1983, surpreendeu o
povo americano e as naçõ es do mundo (e também, como se soube mais tarde, a maioria das
autoridades de sua pró pria administraçã o) com a
apresentaçã o de seu programa de Iniciativa de Defesa Estratégica (SDI) - a criaçã o
de um escudo protetor no espaço contra o ataque de mísseis e artefatos espaciais -
, foi natural imaginar-se que seu ú nico propó sito era obter a superioridade sobre a Uniã o
Soviética. Como seria de se esperar, os soviéticos tiveram a mesma
impressã o e houve forte reaçã o por parte deles. Quando Mikhail Gorbachev
substituiu Konstantin Tchemenko como líder da URSS em 1985, ele continuou afirmando
que qualquer melhoria nas relaçõ es entre países socialistas e
capitalistas dependia, sobretudo do abandono do programa SDI. No entanto, hoje está claro
que antes de o ano terminar, um novo clima começou a surgir depois que uma comunicaçã o
sobre os verdadeiros objetivos do SDI foi feita ao líder
soviético. Viu-se o antagonismo ser substituído por uma atitude do tipo: "vamos conversar",
e a conversa seria sobre a cooperaçã o no espaço e, mais especificamente, sobre a ida
conjunta a Marte.
Essa mudança era ainda mais intrigante porque em 1983 e 1984 a Uniã o Soviética parecia
estar muito à frente dos Estados Unidos em façanhas espaciais. Vá rias estaçõ es Salyut
tinham sido colocadas em ó rbita, os cosmonautas que as
tripulavam estavam conquistando recordes de permanência no espaço e ganhando prá tica
na conexã o de uma variedade de naves de serviço e reabastecimento com
essas estaçõ es. Ao comparar os programas espaciais das duas superpotências, um estudo
feito pelo Congresso dos Estados Unidos no final de 1983 concluiu que
agora se podia falar de uma tartaruga americana e uma lebre soviética. Mesmo
com essa diferença em avanço, houve primeiro um sinal da volta da cooperaçã o quando um
aparelho de fabricaçã o americana foi incluído na espaçonave Vega, lançada no final de 1984
para se encontrar com o cometa de Halley.
Apesar da continuaçã o do programa SDI, houve outras manifestaçõ es oficiais e semi-oficiais
do novo espírito de cooperaçã o no espaço. Em janeiro de 1985,
cientistas e autoridades de defesa, reunidos em Washington para conversarem
sobre o SDI, convidaram Roald Sagdeyev, um alto dirigente do programa espacial soviético a
estar presente (posteriormente ele tornou-se um importante
conselheiro de Gorbachev). Nessa ocasiã o, o entã o secretá rio da defesa dos Estados
Unidos, George Schultz, encontrou-se com seu colega soviético em Genebra e ambos
concordaram em renovar o falecido acordo de cooperaçã o espacial entre seus dois países.
Teria sido tudo isso somente parte de um processo de evoluçã o causado pela nova política
implantada por um dirigente soviético com idéias modernas e pela mudança na situaçã o
atrá s da Cortina de Ferro - inquietaçã o crescente, problemas econô micos cada vez mais
prementes, para cuja soluçã o seria necessá ria a ajuda do Ocidente? Sem dú vida que sim.
Todavia, por que tanta pressa em revelar os
planos e segredos do programa espacial soviético? Teria havido, quem sabe, um outro
motivo para isso, algum evento significativo que de repente deu origem a uma diferença
notá vel, que mudou a agenda e exigiu novas prioridades - que
requereu a renovaçã o da aliança que existiu por ocasiã o da Segunda Guerra
Mundial? Mas, se isso é fato, quem seria agora o inimigo? Contra quem os EUA e a URSS
estavam alinhando seus programas espaciais? E por que a prioridade, por parte das duas
naçõ es, de ir primeiro a Marte?
Claro, houve objeçõ es em ambos os lados contra essa amizade tã o inesperada. Nos
Estados Unidos, muitos funcioná rios da defesa e políticos conservadores se opuseram a ver
seu país "abaixando a guarda", em especial no espaço. Antes o
presidente Reagan compartilhava dessa opiniã o; durante cinco anos ele recusou-
se a se encontrar com o líder do "Império do Mal". No entanto, devem ter surgido razõ es
prementes para uma conferência com esse líder - em particular. Em
novembro de 1985, Reagan e Gorbachev encontraram-se pela primeira vez e saíram da
reuniã o como aliados cordiais, anunciando uma nova era de cooperaçã o, confiança e
entendimento.
Pediram a Reagan para explicar o motivo dessa guinada de 180 graus e sua resposta foi: "O
que nos levou a nos juntarmos numa causa comum foi o espaço, um perigo para todas as
nações da Terra vindo do espaço.
Como vocês sabem, Nancy e eu voltamos há quase duas semanas de Genebra, onde tive uma
série de reuniõ es com o secretá rio-geral da Uniã o Soviética, Gorbachev.
Tive mais de quinze horas de conversa com ele, inclusive cinco horas em que conversamos
em particular. Notei que ele é um homem determinado, mas disposto a ouvir. Contei-lhe
sobre o profundo anseio que a América tem pela paz, que, acredito, os povos de nossos dois
países também desejam - um futuro melhor e mais seguro para eles mesmos e seus filhos...
Nã o consegui deixar de pensar - numa certa altura de minha conversa em particular com o
secretá rio-geral Gorbachev - que somos todos filhos de Deus, onde quer que vivamos no
mundo. Entã o disse a ele: "Pense como seria fá cil a
nossa tarefa nestes encontros que tivemos se de repente surgisse uma ameaça ao nosso
mundo vinda de uma outra espécie, de um outro planeta fora de nosso
universo. Esqueceríamos de todas as pequenas diferenças entre nossos países e
descobriríamos de uma vez para sempre que “somos todos seres humanos vivendo juntos
nesta Terra".
Também salientei ao Sr. Gorbachev o quanto estamos comprometidos com o SDI, a Iniciativa
da Defesa Estratégica - nossas pesquisas para o desenvolvimento de um escudo de alta
tecnologia, nã o nuclear, que nos protegerá contra mísseis
balísticos - o quanto nossa naçã o está comprometida com ele. Eu lhe expliquei que o SDI
deve ser um motivo para esperança, nã o para medo.
Teria sido esse discurso apenas um amontoado de palavras pouco importantes ou uma
deliberada revelaçã o do presidente dos Estados Unidos de que em suas
conversas particulares com o dirigente soviético ele levantará uma questã o "de
uma ameaça ao nosso mundo vinda de uma outra espécie, de um outro planeta" como o
motivo para a uniã o das duas naçõ es e o fim da oposiçã o soviética ao SDI?
Quando olhamos para o passado, fica claro que a "ameaça" e a necessidade de implantaçã o
de uma defesa no espaço para enfrentá -la preocuparam bastante o presidente americano.
Em Journey In to Space, Bruce Murray, ex-diretor do
Laborató rio de Jato Propulsã o da NASA/Caltech de 1976 a 1982 (e co-fundador, junto com
Carl Sagan, da Sociedade Planetá ria), relata que numa reuniã o na Casa
Branca, em março de 1986, quando um seleto grupo de seis cientistas especiais foram
informar o presidente sobre as descobertas da Voyager em Urano, Reagan perguntou:
"Vocês, cavalheiros, têm investigado vá rias coisas no espaço. Por
acaso já encontraram algum tipo de indício de que pode haver outras pessoas lá ?"
Quando os cientistas responderam negativamente, o presidente terminou a reuniã o dizendo
que esperava que eles "encontrassem coisas mais emocionantes com o passar do tempo".
Todas essas intrigantes reflexõ es terã o sido meras ruminaçõ es de um governante senil,
destinadas a serem ignoradas com um sorrisinho pelo jovem e
"determinado" líder do império soviético? Ou será que Reagan convenceu Gorbachev, nas
cinco horas de conversa particular que tiveram, de que ameaça dos alienígenas nã o era uma
piada?
O que sabemos a partir dos registros pú blicos é que em 16 de fevereiro de 1987, num
importante discurso no foro internacional "Sobrevivência da Humanidade",
realizado no Palá cio do Kremlin, em Moscou, Gorbachev referiu-se a sua conversa com o
presidente Reagan usando palavras quase idênticas à s dele:
Ao escolher "nã o questionar essa hipó tese", o dirigente soviético pareceu definir a ameaça
em termos mais claros do que os usados por Reagan. Ele falou numa invasão por
extraterrestres e revelou que na conversa particular em Genebra, o presidente dos Estados
Unidos nã o apenas filosofara sobre os méritos de uma
humanidade unida, como também propusera que "a Uniã o Soviética e os Estados Unidos
juntassem forças para repelir uma invasã o desse tipo".
Mais significativa ainda do que essa confirmaçã o de uma ameaça potencial e a necessidade
de se "juntar forças" ter ocorrido num foro internacional, foi a hora
escolhida para o discurso. Apenas um ano antes, 28 de janeiro de 1986, os Estados
Unidos tinham sofrido seu mais terrível revés espacial quando o ô nibus espacial
Challenger explodiu logo apó s o lançamento, matando sete astronautas e praticamente
paralisando o programa espacial. Já a Uniã o Soviética, em 20 de
janeiro de 1986, colocara em ó rbita sua nova estaçã o, a Mir, um mó dulo bem mais avançado
do que a série Salyut. Nos meses que se seguiram, em vez de se
aproveitar da situaçã o e garantir sua independência da cooperaçã o espacial
americana, os soviéticos solicitaram uma ajuda ainda maior. Entre as medidas
tomadas estava o convite para as redes americanas de televisã o assistirem aos
novos lançamentos na até entã o altamente secreta base de Baikonur. Em 4 de março, a
espaçonave Vega 1, depois de passar por Vênus e lançar sondas
científicas, continuará sua marcha para o encontro marcado com o cometa de
Halley. Europeus e japoneses também estavam no espaço, mas os Estados Unidos nã o.
Mesmo assim, a Uniã o Soviética, por intermédio de Roald Sagdeyev, fora convidado a
participar da discussã o sobre o programa SDI em Washington, em 1985,
e insistia para que a ida a Marte fosse um esforço conjunto com os Estados Unidos.
Essa ansiedade para se chegar a Marte, como ficou claro nos informes do
Congresso, exigia um esforço conjunto EUA-URSS e cooperaçã o entre seus respectivos
programas espaciais. Todavia, nem todos os Estados Unidos
aprovaram a idéia. Os planejadores da defesa, em especial, achavam que o revés sofrido no
programa de naves tripuladas deveria levar a uma mudança, resultando numa ênfase maior
em foguetes nã o tripulados cada vez maiores. Para conseguir o apoio do pú blico e do
Congresso, eles forneceram alguns dados sobre os novos foguetes que seriam usados no
programa SDI/Guerra nas Estrelas.
Ignorando essas objeçõ es, os Estados Unidos e a Uniã o Soviética assinaram um novo acordo
de cooperaçã o espacial em abril de 1987. Logo depois a Casa Branca ordenou à NASA que
suspendesse as atividades relacionadas com a construçã o da
espaçonave Mars Observer, com lançamento previsto para 1990, informando que dali em
diante deveria haver um esforço conjunto com a Uniã o Soviética em apoio a sua missã o
Phobos.
Apesar disso, continuava a oposiçã o para repartir segredos espaciais com a Uniã o
Soviética e alguns especialistas encaravam os constantes convites soviéticos de cooperaçã o
mú tua como simples tentativas de eles conseguirem acesso à
tecnologia ocidental. Instado por essas objeçõ es, o presidente Reagan mais uma
vez falou em pú blico sobre uma ameaça extraterrestre. A ocasiã o foi seu discurso à
Assembléia Geral das Naçõ es Unidas em 21 de setembro de 1987. Falando da necessidade
de se transformar espadas em arados, ele disse:
Conforme relatado na época no The New Republic pelo seu editor-chefe, Fred
Barnes, o presidente Reagan, durante um almoço na Casa Branca, oferecido em 5 de
setembro, procurou uma confirmaçã o por parte do ministro das relaçõ es
exteriores da Uniã o Soviética se seu país realmente se uniria aos Estados Unidos contra uma
ameaça alienígena vinda do espaço sideral, ao que Shevardnadze respondeu: "Sim, sem
dú vida".
Enquanto podemos apenas adivinhar que tipo de debates devem ter acontecido no
Kremlim nos três meses que se seguiram e que precederam a segunda reuniã o de cú pula
Reagan-Gorbachev, alguns pontos de vista conflitantes que existiam em
Washington sã o de domínio pú blico. Havia os que questionavam os motivos soviéticos e
achavam difícil fazer uma distinçã o clara entre repartir tecnologia
científica e revelar segredos militares. E havia aqueles que, como o presidente do
Comitê de Ciência, Espaço e Tecnologia da Casa dos Representantes, Roben A. Roe,
acreditavam que o esforço comum para a exploraçã o de Marte faria o foco
internacional mudar da "Guerra nas Estrelas" para uma "Jornada nas Estrelas". Ele
e outros incentivaram o presidente Reagan a se manter firme na decisã o da ida conjunta a
Marte na reuniã o de cú pula que se aproximava. De fato, Reagan autorizou cinco delegaçõ es
da NASA a discutirem os projetos Marte com os soviéticos.
Agora nã o se tratava mais de uma vaga ameaça vinda do "espaço sideral", mas de um "outro
planeta".
No final daquele mês, os líderes das duas superpotências encontraram-se para sua terceira
reuniã o de cú pula, que se realizou em Moscou, e entã o ficaram acertadas as missõ es
conjuntas a Marte.
Dois meses depois, foram lançadas as espaçonaves Phobos. Duas superpotências da Terra
enviaram artefatos desafiadores para sondarem "uma potência do espaço - uma potência de
outro planeta".
O que aconteceu em 1983 para desencadear essas monumentais mudanças nas relaçõ es
entre as superpotências, levando seus dirigentes a se concentrarem numa "ameaça" de um
"outro planeta"?
É importante notar que em seu discurso de fevereiro de 1987 o líder soviético, ao tocar
nessa possível ameaça e optar por nã o questioná -la, pô de tranqü ilizar sua audiência com o
adendo: "Ainda é cedo para nos preocuparmos com uma intromissã o desse tipo".
Até o incidente com a Phobos 2 e, com toda a certeza, antes do final de 1983, a questã o
"extraterrestres" era encarada de duas formas paralelas, porém separadas.
De um lado estavam os que falavam em "seres inteligentes" e, de outro, os que acreditavam,
pela simples ló gica e teoria das probabilidades, que devia existir uma
"inteligência" extraterrestre "lá fora". Entre estes ú ltimos teó ricos, era bem conhecida a
fó rmula elaborada por Frank D. Drake, da Universidade da Califó rnia, em Santa Cruz, e
presidente do Instituto SETI (Busca por Inteligência
Extraterrestre), situado em Mountain View, na Califó rnia. Essa fó rmula leva à conclusã o de
que na Via Lá ctea, nossa Galá xia, deve haver entre 10 mil a 100 mil
civilizaçõ es avançadas. Os projetos SETI vêm usando vá rios radiotelescó pios para captarem
emissõ es de rá dio do espaço sideral, numa tentativa de se distinguir
entre a cacofonia de emissõ es naturais de estrelas, galá xias e outros fenô menos celestes
algum sinal coerente ou repetitivo que possa indicar superficialidade.
Esses sinais "inteligentes" foram encontrados algumas vezes, mas os cientistas nã o
conseguiram localizá -los com precisã o nem captá -los novamente.
A SETI, além de ter sido improdutiva até agora, levanta duas questõ es. A primeira
(e responsá vel pelo corte de verbas para o projeto determinado pelo Congresso, dotaçã o
que foi renovada em 1983) é que se vale a pena tentar descobrir um sinal inteligente que
pode ter levado milhõ es de anos-luz para chegar até nó s e exigirá
outro tanto para ser respondido (a luz viaja a 300 mil quilô metros por segundo). A
segunda (e estou entre os que têm essa opiniã o) é, por que esperar que civilizaçõ es
avançadas usem sinais de rá dio para se comunicarem? Se tivéssemos
iniciado essa busca há séculos, quando a comunicaçã o entre cidades era feita por meio de
fogueiras no alto das montanhas, esperaríamos que essas civilizaçõ es
usassem o mesmo método? O que dizer sobre todos os avanços que tivemos na
Terra - da eletricidade ao eletromagnetismo, depois para as fibras ó pticas e daí
para pulsos de laser, raios de pró tons e osciladores de cristal, além de técnicas que ainda
estã o por ser descobertas?
Inesperada, mas talvez inevitavelmente, os pesquisadores SETI viram-se forçados a
concentrar-se em á reas mais pró ximas da Terra (e "a centrar-se nã o mais em
"inteligências" extraterrestres, mas em "seres" extraterrestres), juntando-se aos cientistas
que estudam a origem da vida na Terra. Os dois grupos reuniram-se na Universidade de
Boston em Julho de 1980, por iniciativa de Philip Morrison, do
MIT. Depois de uma discussã o das teorias da Pan-Spermia (a semeadura proposital da vida),
um importante físico do Laborat6rio Nacional de Los Alamos, Eric M.
Jones, defendeu o ponto de vista de que "se existem extraterrestres, eles já deveriam ter
colonizado a galá xia e chegado à Terra". O entrelaçamento da busca pela origem da vida na
Terra e a procura por extraterrestres ficou mais evidente na conferência internacional Vida
na Terra, realizada em Berkeley, em 1986.
Como escreveu Erik Eckholm no The New York Times, comentando o evento: "A caçada de
sinais de inteligência extraterrestre é, na mente de muitos que
procuram as origens da vida, o supremo esforço de pesquisa". Ele acrescentou que os
químicos e bió logos agora estavam voltando sua atençã o para a exploraçã o de
Marte e Titã , a lua de Saturno, à procura de respostas para o mistério da vida na Terra.
Seria Marte? Essa até que poderia ser uma resposta plausível (se bem que incrível) antes do
surgimento de uma nova vertente no campo dessa busca - a que procura um outro planeta
em nosso sistema solar que começou a se mesclar com a questã o da existência de
extraterrestres.
Já há algum tempo, os astrô nomos que sempre se intrigaram com perturbaçõ es na ó rbita de
Netuno e Saturno passaram a cogitar sobre a possibilidade da existência de outro planeta
em nosso sistema solar, muito mais afastado do Sol do que todos
os outros. Eles o chamam de planeta X, o que significa tanto "desconhecido" como
"décimo". Em meu livro O 12º. Planeta ficou explicado que o planeta X e Nibiru sã o a mesma
coisa, pois os sumérios consideravam o sistema solar como constituído de doze membros: O
sol, a Lua, os nove planetas que conhecemos e mais um outro, o décimo segundo - o Invasor,
Marduk ou Nibiru.
Devemos ter em mente que foram perturbaçõ es na ó rbita de Urano que levaram à
descoberta de Netuno e as na de Netuno que levaram à descoberta de Plutã o, em
1930. Em 1972, quando trabalhava na antecipaçã o da trajetó ria do cometa de
Halley, Joseph L. Brady, do Laborató rio Lawrence Livermore, na Califó rnia, descobriu que a
ó rbita do cometa de Halley também apresentava perturbaçõ es. Seus cá lculos o levaram a
sugerir a existência do planeta X a uma distâ ncia de 64 UA (unidades astronô micas), com
um período orbital de 1.800 anos terrestres.
Uma vez que Brady, como todos os astrô nomos que procuram o planeta X, parte da hipó tese
de que ele orbita o sol como todos os outros membros do sistema, ele
mede a distâ ncia entre o planeta X e o Sol considerando a metade de seu eixo maior.
No entanto, segundo os textos sumérios, Nibiru orbita como um cometa, ficando o
Sol num dos focos de sua elipse orbital, de modo que a distâ ncia a ser considerada deveria
ser quase todo o eixo maior e nã o apenas sua metade. O fato de Nibiru
estar voltando para seu perigeu poderia explicar o fato de a ó rbita calculada por Brady ser
exatamente a metade da ó rbita de 3.600 anos terrestres que os sumérios registraram para
Nibiru?
Brady chegou a outras conclusõ es que se mostraram em significativo acordo com os dados
sumérios: o planeta X tem uma ó rbita retró grada e ele nã o está na eclíptica ou faixa orbital
ocupada por todos os outros planetas (exceto Plutã o), mas inclinada em relaçã o a ela.
Por algum tempo os astrô nomos imaginaram que Plutã o poderia ser a causa das
perturbaçõ es nas ó rbitas de Urano e Netuno. Porém, em Junho de 1978, James W.
Christie, do Observató rio Naval dos Estados Unidos, em Washington, d.C. descobriu que
Plutã o tem uma lua (que ele chamou de Caronte) e é muito menor do que se
imaginava. Isso eliminou esse planeta como a causa das perturbaçõ es. Além disso, a ó rbita
de Caronte também revelou que Plutã o, como Urano, está deitado de lado.
Esse fato e sua estranha ó rbita fortaleceram a suspeita de que uma força ú nica externa - um
Invasor - tombou Urano, deslocou e tombou Plutã o, e fez Tritã o (lua de Netuno) ficar com
uma ó rbita retró grada.
Intrigados com essas descobertas, dois colegas de Christie no Observató rio Naval,
Robert S. Harrington (que colaborou com Christie na descoberta de Caronte) e
Thomas C. Van Flandern, concluíram depois de uma série de simulaçõ es em computador que
tem de haver um Invasor, um planeta com duas e cinco vezes o
tamanho da Terra, com uma ó rbita inclinada em relaçã o à eclíptica, com um semi-
eixo de menos de 100 UA (Icarus, vol. 39, 1979). Esse foi mais um passo da ciência moderna
na confirmaçã o da antiga sabedoria. O conceito de um intruso como o causador de todas as
estranhezas no sistema solar está de acordo com os textos
sumérios que falam de Nibiru. E a distâ ncia de 100 UA, se dobrada devido à posiçã o
focal do Sol, colocaria o planeta X mais ou menos onde os sumérios o localizaram.
A NASA juntou-se à busca pelo planeta X, sob a direçã o de John D. Anderson, do Laborató rio
de Jato Propulsã o, que na época fazia os testes de mecâ nica celeste para as sondas Pioneer.
Num comunicado emitido pelo seu Centro de Pesquisas
Ames, em 17 de junho de 1982, com o título "As Pioneer Podem Encontrar o
Décimo Planeta", a NASA revelou que as duas espaçonaves estavam projetadas para se
envolverem na procura pelo planeta X. "As persistentes irregularidades das ó rbitas de
Urano e Netuno sugerem fortemente que existe mesmo algum tipo de astro misterioso
muito além dos planetas mais exteriores", disse o comunicado. Como as Pioneer estavam
viajando em direçõ es opostas, elas seriam capazes de determinar a distâ ncia em que se
encontrava aquele corpo celeste. Se uma delas detectasse uma atraçã o mais forte, seria um
indício de que o corpo misterioso
ficava perto da Terra e tinha de ser um planeta. Se ambas detectassem a mesma
atraçã o, significaria que o corpo tinha de estar entre 80 e 160 bilhõ es de quilô metros de
distâ ncia da Terra e poderia ser uma outra "estrela escura" ou "anã marrom", mas nunca um
outro membro do sistema solar.
Em setembro daquele ano, 1982, o Observató rio Naval confirmou que estava
"seriamente empenhado" na procura pelo planeta X. O Dr. Harrington disse que agora a sua
equipe “concentrava-se numa pequena porçã o do céu" e acrescentou que {quela altura a
conclus~o era de que o planeta “movia-se muito mais devagar do que qualquer outro que
conhecemos".
(Acho que nem preciso dizer que esses astrô nomos que lideravam a procura pelo planeta X
logo receberam longas cartas minhas, acompanhadas de exemplares de O 12º. Planeta. Suas
cartas em resposta foram igualmente longas e detalhadas, e também muito delicadas).
A transformaçã o da procura pelo planeta X de um estudo acadêmico para uma pesquisa
envolvendo o Observató rio Naval (entidade da Marinha dos Estados
Unidos) e supervisionada pela NASA, ocorreu simultaneamente com a intensificaçã o do uso
de naves tripuladas na busca pelo astro misterioso. É sabido que em vá rias missõ es secretas
dos ô nibus espaciais estes levaram telescó pios para observar o espaço mais distante e que
os cosmonautas da Salyut também estiveram envolvidos na procura pelo planeta X.
Quando foi anunciado em junho de 1982 qual seria o papel desempenhado pelas
Pioneer na busca pelo planeta X, o pró prio John Anderson, num comentá rio para a
Sociedade Planetá ria, deixou claro que, apesar das respostas que possivelmente seriam
fornecidas pelas sondas, o enigma do planeta desconhecido talvez só seria solucionado por
uma "investigaçã o da vizinhança solar com raios infravermelhos", como parte de um
"levantamento topográ fico de todo o céu a ser feito pelo Observató rio Astronô mico
Infravermelho (IRAS)". Esse aparelho, ele
explicou, "será sensível ao calor acumulado dentro dos corpos subestelares" - um calor que
vagarosamente vai se perdendo no espaço sob a forma de radiaçã o infravermelha.
O IRAS foi colocado numa ó rbita a 915 quilô metros da Terra, no final de janeiro de 1983,
como parte de uma açã o conjunta americana, britâ nica e holandesa. Esperava-se que ele
fosse capaz de perceber a presença de um planeta até do tamanho de Jú piter a uma
distâ ncia de 277 UA. Antes do IRAS esgotar o hélio líquido que o resfriava, ele observou
cerca de 250 mil corpos celestes, como galá xias, estrelas, nuvens de poeira interestelar,
poeira có smica, asteró ides,
cometas e planetas. Numa reportagem sobre o satélite e sua missã o, o The New
York Times, de 30 de janeiro de 1983, usou a manchete: ESQUENTAM AS PISTAS NA
PROCURA PELO PLANETA X. O texto citava o astrô nomo Ray T. Reynolds, que teria dito: "Os
astrô nomos têm tanta certeza da existência do décimo planeta que pensam que nada mais
resta senã o dar-lhe um nome".
Tendo esquadrinhado cada porçã o do céu pelo menos duas vezes, o IRAS possibilitou o
emprego da técnica de "piscar" imagens e, ao contrá rio da
impressã o que foi transmitida ao pú blico, descobriram-se corpos em movimento, entre eles
cinco cometas antes desconhecidos, vá rios cometas "perdidos" pelos astrô nomos, quatro
novos asteró ides e um enigmático objeto parecido com um cometa.
"Tudo o que posso lhe dizer é que nã o sabemos o que é isso", disse Gerry Neugebauer, o
principal cientista do IRAS.
Seria esse objeto um planeta - um outro membro de nosso sistema solar? Essa possibilidade
parece ter ocorrido à NASA. Ainda segundo o Washington Post:
Quando os cientistas do IRAS viram o corpo misterioso pela primeira vez e calcularam que
ele estaria a apenas 80 bilhõ es de quilô metros, houve alguma especulaçã o sobre se ele
estaria vindo na direçã o da Terra.
O "corpo misterioso", ainda de acordo com a reportagem, "foi visto duas vezes pelo IRAS". A
segunda observaçã o aconteceu seis meses depois da primeira e sugeriu que o corpo mal se
movera do local anterior. "Isso sugere que nã o se trata de um cometa porque um cometa
nã o seria tã o grande como observamos e
provavelmente teria se movimentado", disse James Houck, do Centro Cornell de Radiofísica
e Pesquisa Espacial, membro da equipe do IRAS.
Se o objeto observado nã o era um cometa, poderia ser um planeta lento e muito distante?
Segundo o Washington Post: "É bem concebível que ele seja o décimo planeta que os
astrô nomos têm procurado em vã o".
O cientista citado nas reportagens da imprensa usou uma declaraçã o refletindo sua falta de
dados mais concretos sobre o objeto visto pelo IRAS.
Falando de forma verdadeiramente científica, ele acrescentou com cautela que se o objeto
estivesse pró ximo teria de ter o tamanho de Netuno. E, se distante, o de uma galá xia.
Teria o IRAS localizado o décimo planeta por meio de seus sensores de calor?
Muitos astrô nomos acreditam que sim. Como exemplo, citarei William Gutsch, presidente do
Museu Americano Planetá rio Hayden, de Nova York, e editor de ciência da WABC-TV.
Escrevendo sobre as descobertas do IRAS em sua coluna
"Skywatch", publicada em vá rios jornais do país, ele falou: "Um décimo planeta já pode ter
sido localizado e até mesmo catalogado", embora nã o tivesse sido visto com telescó pios
ó pticos.
Teria sido essa a conclusã o à qual a Casa Branca chegou, como demonstra a evoluçã o nas
relaçõ es entre as superpotências a partir de 1983 e as repetidas "hipotéticas" declaraçõ es
de seus líderes a respeito de alienígenas vindos do espaço sideral?
Quando ficou determinada a existência de Plutã o, em 1930, esse feito foi recebido como uma
grande descoberta astronô mica e Científica, mas nã o houve nenhuma
comoçã o mundial. Seria de se esperar uma mesma atitude diante da descoberta do planeta
X. Todavia, ela certamente nã o poderá ser a mesma se o planeta X e Nibiru forem uma coisa
só , pois, se Nibiru existe, entã o os sumérios também estavam certos a respeito dos
Anunnaki.
Se o planeta X existe, não estamos sós no sistema solar e as implicaçõ es para a humanidade,
suas sociedades, divisõ es nacionais e corridas armamentistas serã o tã o profundas que o
presidente americano estava certo ao pedir o fim do confronto entre as superpotências da
Terra e cooperaçã o no espaço.
A forte indicaçã o de que aquilo que o IRAS localizou nã o era "uma galá xia distante", mas um
"planeta do tamanho de Netuno", está sendo comprovada pela intensificaçã o nos esforços
para se esquadrinhar certas partes do céu com
telescó pios ó ticos e pela ênfase em centralizar as buscas no hemisfério Sul.
No mesmo dia em que foi publicada a reportagem do Washington Post, a NASA anunciou ao
pú blico que começara uma varredura ó ptica de nove "fontes
misteriosas" de radiaçã o infravermelha. Segundo o comunicado, o propó sito dessa pesquisa
era encontrar esses "corpos nã o identificados em partes do céu onde nã o existe uma fonte
ó bvia de radiaçã o, tal como uma galá xia distante ou uma grande concentraçã o de estrelas".
Isso seria feito com os "telescó pios mais poderosos do mundo", dois deles - um gigantesco e
um menor - situados no monte Palomar, na
Califó rnia, e um extremamente poderoso instalado em Cerro Tololo, nos Andes chilenos, e
mais "todos os outros telescó pios importantes do mundo", inclusive o situado no monte
Mauna Kea, no Havaí.
Na busca ó ptica pelo planeta X, os astrô nomos estã o levando em conta os comentá rios de
Clyde Tombaugh, o descobridor de Plutã o, que por mais de uma
década, depois desse feito, procurou em vã o por um décimo planeta. Ele concluiu
que esse planeta tem "uma ó rbita inclinada e muito elíptica, e agora está distante
do sol". Outro famoso astrô nomo, Charles T. Kowal, descobridor de vá rios cometas e
asteró ides, inclusive Chiron, concluiu que nã o existe nenhum planeta na faixa celeste
compreendida entre 15 graus acima e 15 graus abaixo da eclíptica. Mas, como seus cá lculos
o convenceram de que existe mesmo esse décimo planeta,
Kowal sugeriu que a procura por ele deverá se concentrar numa inclinaçã o de 30 graus em
relaçã o à eclíptica.
Por volta de 1985 muitos astrô nomos se interessaram pela "teoria Nêmesis", proposta por
Walter Alvarez, da Universidade da Califó rnia, em Berkeley, e pelo seu pai, o físico laureado
com o Prêmio Nobel, Luis Alvarez. Notando uma regularidade
nas extinçõ es de espécies na Terra (inclusive os dinossauros), eles apresentaram a teoria de
que uma "estrela da morte" ou um planeta com uma ó rbita elíptica
imensa e muito inclinada, periodicamente, lança uma chuva de cometas que causa morte e
destruiçã o no interior do sistema solar, atingindo também a Terra. Porém, quanto mais os
astrô nomos e astrofísicos (como Daniel Whitmire e John Matese, da Universidade da
Luisiana) analisaram as possibilidades, mais se convenceram
da existência de um planeta X, e nã o de uma "estrela da morte". Depois de trabalhar com
Thomas Chester, chefe da equipe de dados do IRAS, na seleçã o das
transmissõ es em infravermelho, Daniel Whitmire anunciou, em maio de 1985:
"Existe uma possibilidade de que a presença do planeta X já tenha sido registrada e que ele
será descoberto a qualquer momento". Jordin Kare, físico do Laborató rio
Lawrence Berkeley, sugeriu que o telescó pio Schmidt, da Austrá lia, seja usado acoplado com
um sistema de varredura por computador, denominado Star Cruncher, para esquadrinhar o
céu do hemisfério Sul. Como disse Daniel
Whitmire, se o planeta X nã o for localizado nessa regiã o, "os astrô nomos possivelmente
terã o de esperar pelo ano 2.600 para avistá -lo quando ele cruzar a eclíptica”.
Enquanto isso, as duas sondas Pioneer estavam avançando em direçõ es opostas para além
do reino dos planetas conhecidos, transmitindo obedientemente as
observaçõ es de seus sensores. O que elas contaram sobre o planeta X? Em 25 de
junho de 1987, a NASA emitiu um comunicado à imprensa com o título: "Cientistas da NASA
Acreditam Que Deve Existir um Décimo Planeta", baseado em dados
apresentados numa entrevista coletiva com John Anderson, que falou sobre as
observaçõ es das Pioneer. Ele relatou que as sondas nã o tinham encontrado nada de especial
e explicou que essa era uma boa notícia, pois eliminava de uma vez por
todas a possibilidade das perturbaçõ es dos planetas exteriores serem causadas por uma
"estrela escura" ou "anã marrom". Como as perturbaçõ es continuavam, apesar de os dados
terem sido verificados e confirmados, nã o restavam mais
dú vidas sobre elas. De fato, tinha-se chegado à conclusã o de que as perturbaçõ es eram mais
pronunciadas há um século, quando Urano e Netuno estavam atrá s do Sol. Isso, disse o Dr.
Anderson, o levou a concluir que o planeta X existe realmente, que ele tem cerca de cinco
vezes o tamanho da Terra e sua ó rbita é mais inclinada do que a de Plutã o.
Foi esse o motivo para a convocaçã o da entrevista coletiva com o beneplá cito das três
agências da NASA. Essa era a novidade.
Está bem claro, com base em todos esses acontecimentos, que seja qual for o encarregado da
procura pelo planeta X ele tem certeza de que o planeta está lá , mas ainda precisa ser
observado "à moda antiga", ou seja, visualmente, por meio de
telescó pios, antes de sua posiçã o e ó rbita exatas serem calculadas. É importante
notar que desde 1984, depois da enigmá tica revelaçã o do IRAS, houve uma correria
para se construir novos telescó pios ou modernizar os antigos, tanto por parte dos
Estados Unidos e Uniã o Soviética como da Europa. Os telescó pios situados no hemisfério Sul
foram os que receberam maior atençã o. Na França, por exemplo, o
Observató rio de Paris constituiu uma equipe especial para procurar o planeta X e um
telescó pio de nova tecnologia (NTI) foi posto em funcionamento pelo
Observató rio Meridional Europeu em Cerro La Silla, no Chile. Na mesma época, as duas
superpotências dirigiram sua atençã o para o espaço sideral, empenhadas na mesma busca.
Sabe-se que em 1987 os soviéticos equiparam sua estaçã o Mir com vá rios telescó pios
poderosos quando conectaram a ela um "mó dulo de ciência", o
Kvant descrito como uma "instalaçã o científica de alta energia". Quatro dos telescó pios,
como transpirou, ficariam observando o céu do hemisfério Sul. A
NASA já decidira colocar em ó rbita o mais poderoso telescó pio espacial do mundo, o Hubble,
quando o acidente com a Challenger, em 1986, praticamente paralisou
todo o programa espacial americano. Há motivos para se acreditar que a expectativa de se
descobrir o planeta X em pouco tempo, revelada na entrevista coletiva de junho de 1987,
baseava-se na idéia de que o Hubble seria colocado em ó rbita naquela época. (Mas isso só
aconteceu no início de 1990).
No entanto, a procura mais sistemá tica e cada vez mais precisa pelo planeta X a partir da
Terra continuava a ser a do Observató rio Naval dos Estados Unidos. Uma série de artigos
abrangentes publicados em revistas científicas por volta de 1988 reafirmou os cá lculos das
perturbaçõ es planetá rias e a convicçã o de importantes
astrô nomos sobre a existência desse outro planeta. A essa altura, muitos cientistas já
estavam apoiando a tese do Dr. Anderson de que o planeta está inclinado 30
graus em relaçã o à eclíptica, tem uma ó rbita cujo semi-eixo maior mede cerca de
101 UA (portanto, o eixo maior completo mede mais de 200 UA) e sua massa é
provavelmente quatro vezes maior do que a da Terra.
Possuindo uma ó rbita parecida com a do cometa de Halley, o planeta X passa uma pequena
parte de seu período orbital acima da eclíptica (céu do hemisfério Norte)
e a maior parte dele abaixo dela (céu do hemisfério Sul). Cada vez mais a equipe do
Observató rio Naval foi se convencendo de que a procura pelo planeta X atualmente deverá
se centrar no hemisfério Sul, a uma distâ ncia 2,5 vezes maior do que a em
que hoje se encontram Netuno e Plutã o. O Dr. Harrington apresentou suas ú ltimas
descobertas num trabalho publicado no The Astronomical Journal (outubro de
1988), intitulado "A Localizaçã o do Planeta X", no qual havia uma ilustraçã o mostrando qual
seria a posiçã o atual do planeta X, que valeria tanto para o
hemisfério Sul como para o Norte. No entanto, depois da publicaçã o do artigo,
dados enviados pela Voyager 2, que tinha voado para Urano e Netuno, e acabara de
detectar perturbaçõ es - minú sculas, mas perceptíveis - em suas ó rbitas, tiraram da mente do
Dr. Harrington qualquer dú vida de que o planeta agora deve estar no céu do hemisfério Sul.
Enviando-me uma có pia de seu artigo, o Dr. Harrington escreveu junto ao que seria o
hemisfério Norte no desenho: "Nã o consistente com Netuno" e perto da regiã o Sul do céu:
"Melhor á rea agora".
Esse desenrolar dos acontecimentos é entusiasmante, primeiro por estar trazendo a ciência
moderna à beira de anunciar o que os sumérios sabiam há tanto tempo - que existe mais um
planeta em nosso sistema solar - e, segundo, por confirmar os dados fornecidos nos textos
antigos sobre a ó rbita e o tamanho desse planeta.
A astronomia suméria visualizava o firmamento que envolvia a Terra dividido em três faixas
ou "vias". A faixa central era a "Via de Anu", assim chamada em
homenagem ao governante supremo de Nibiru, e ela se estendia entre 30 graus
norte e 30 graus sul. Acima dela ficava a "Via de Enlil" e abaixo a "Via de Ea/Enki".
Essa divisã o nunca pareceu fazer sentido para os astrô nomos modernos que estudaram os
textos sumérios. A ú nica explicaçã o que consegui encontrar para ela foi a referência que os
textos mesopotâ micos fazem à ó rbita de Nibiru/Marduk quando ele se tornou visível para
os que estavam na Terra:
Planeta Marduk:
Essas instruçõ es para se observar o planeta que estava para chegar referem-se claramente a
sua progressã o de um alinhamento com Mercú rio para um
alinhamento com Jú piter por meio de uma elevação de 30 graus. Isso só poderia acontecer se
a ó rbita de Nibiru fosse inclinada 30 graus em relaçã o à eclíptica.
Aparecendo a 30 graus acima da eclíptica e desaparecendo a 30 graus abaixo dela
(estando o observador na Mesopotâ mia), o planeta percorreria a "Via de Anu", uma faixa
imaginá ria que se estende de 30 graus acima do equador até 30 graus abaixo dele.
O paralelo 30 norte, como foi salientado em The Stairway to Heaven, era uma
"linha sagrada", ao longo da qual ficavam localizados o espaçoporto na península do Sinai, as
grandes pirâ mides de Gizé e o olhar da Esfinge. Parece plausível que o alinhamento tinha
alguma relaçã o com a posiçã o de Nibiru - 30 graus no céu
setentrional - quando atingia o periélio de sua ó rbita. Concluindo que a inclinaçã o do
planeta X pode ser de 30 graus (bastante grande) os astrô nomos modernos estã o
confirmando os dados sumérios.
Está também confirmando esses dados a crescente aceitaçã o de que o planeta X está
chegando vindo do sudeste, da direçã o da constelaçã o Centauro. Atualmente
vemos lá a constelaçã o zodiacal Libra, mas na época bíblica/babilô nica, esse lugar era
ocupado por Sagitá rio. Um texto mesopotâ mico citado por R.Campbell
Thompson, em Reports of the Magicians and Astronomers of Nineveh and Babylon, descreve
os movimentos do planeta que se aproxima quando ele faz uma curva em torno de Jú piter
para chegar ao lugar da Batalha Celeste, no Cinturã o de Asteró ides, o "Local da Travessia"
(daí o nome Nibiru).
e constelações do sul...
QuandoPioneer
a 10
foi lançada em 1971, ela levava em seu interior uma placa
gravada, cuja intenção era explicar aos extraterrestres
ue talvez aqencontrassem,
ou seus restos, de onde a sonda tinha vindo e quem a mandara. Quando as Voyager foram
lançadas em 1977, eles também levavam um disco de ouro com gravuras
similares, uma mensagem digital codificada e um disco com mensagens nas vozes do
secretá rio das Naçõ es Unidas e delegados de treze países. "Se os habitantes de
outros mundos possuírem a tecnologia para interceptarem esses discos, eles serã o capazes
de tocá -los", disse Timothy Ferris, da NASA, dirigindo-se à s Naçõ es Unidas.
Nem todos concordaram com essa idéia. Na Grã -Bretanha, o astrô nomo real, Sir
Martin Ryle, condenou qualquer tentativa de os terrá queos tornarem sua existência
conhecida. Ele falou de sua preocupaçã o com a possibilidade de outra
civilizaçã o ver a Terra e seus habitantes como uma tentadora fonte de minerais,
alimentos e escravos. No entanto, Sir Martin foi criticado por dar pouca atençã o ao que os
humanos poderiam ganhar com esse contato e por criar temores desnecessá rios. "Dado à
imensidade do espaço", escreveu o The New York Times num editorial, "é pouco provável
existirem seres inteligentes a menos de centenas ou milhares de anos-luz de nó s.”
Todavia, como indica a cronologia das descobertas e evoluçã o das relaçõ es entre as
superpotências, houve uma conscientizaçã o, por ocasiã o da primeira reuniã o de cú pula
Reagan-Gorbachev, de três fatos. Primeiro: esses seres inteligentes estã o
muito mais pró ximos de nó s do que se afirma; segundo: realmente existe mais um
planeta em nosso sistema solar, que na Antiguidade era conhecido como Nibiru; e terceiro:
os antigos sabiam que ele nã o era um planeta sem vida, como os que conhecemos, mas sim
um mundo habitado por seres muito mais avançados do que nó s.
Em abril de 1989, logo apó s o incidente com a Phobos 2 em Marte, esse comitê apresentou
um documento com uma série de diretrizes, intitulado: Declaraçã o de Princípios a Respeito
de Atividades que se Seguirã o à Detecçã o de Inteligência
Extraterrestre. O documento tem dez clá usulas e um anexo, e está claro que seu principal
objetivo é a manutençã o do controle por parte de certas autoridades sobre as notícias
depois da "detecçã o de inteligência extraterrestre".
Esses princípios deverã o ser seguidos por "qualquer indivíduo, instituiçã o pú blica ou
privada de pesquisas, agência governamental que acredite ter detectado
qualquer sinal de inteligência extraterrestre ou outros indícios de sua existência".
Eles proíbem o "descobridor" dessas evidências de "anunciar ao pú blico que foram
detectados indícios de inteligência extraterrestre" sem primeiro informar prontamente os
que assinam a declaraçã o, de modo que possa "ser formada uma rede para permitir a
monitorizaçã o contínua do sinal ou fenô meno".
O documento passa entã o a falar sobre os procedimentos que deverã o ser seguidos na
avaliaçã o, registro e proteçã o dos sinais e freqü ências onde foram captados. E, na clá usula 8,
proíbe uma resposta nã o autorizada:
Nenhuma resposta para um sinal ou indício de inteligência extraterrestre deverá ser
enviada antes de terem sido feitas as consultas internacionais adequadas. Os procedimentos
para essas consultas serã o tema de um acordo ou declaraçã o em separado.
Por que deveria haver um pandemô nio e pâ nico generalizado, se, digamos, as autoridades
anunciassem a possibilidade da existência de vida inteligente em
algum sistema solar a centenas de anos-luz da Terra? Se o comitê estava pensando, por
exemplo, que um sinal desse tipo poderia vir do primeiro organismo estelar
que a Voyager talvez venha a encontrar depois de sair do nosso sistema solar, devia saber
que esse possível encontro só se dará daqui a 40 mil anos! Com toda a certeza, nã o foi essa
hipó tese que preocupou o grupo de trabalho.
Está claro, entã o, que os princípios foram elaborados em antecipaçã o de uma mensagem ou
fenô meno vindo de muito mais perto de nó s, de dentro de nosso
pró prio sistema solar. De fato, a base legal para esses princípios, invocada pela
declaraçã o, é o tratado das Naçõ es Unidas, que rege as atividades dos vá rios Estados na
"exploraçã o e uso" da Lua e outros corpos celestes do sistema solar. Por isso, segundo a
declaraçã o, o secretá rio das Naçõ es Unidas também deverá ser notificado do acontecido
logo depois de os governos terem sido informados e tiverem tido a oportunidade de
examinar as evidências e decidir o que fazer a respeito.
Procurando tranqü ilizar as vá rias entidades astronô micas que "demonstraram interesse e
têm se envolvido na questã o da existência de inteligência
extraterrestre", de que a descoberta nã o se tornará um assunto puramente
político ou nacional, os signatá rios da declaraçã o concordaram com a constituiçã o
de "um comitê internacional de cientistas e outros especialistas", que nã o somente ajudar|
na avaliaçã o das evidências como também “fornecer| consultoria sobre a liberaçã o de
informaçõ es ao pú blico". Em julho de 1989, a seçã o SETI da NASA referiu-se a esse grupo de
trabalho como o "comitê especial de pós detecção".
Documentos subseqü entes revelaram que a formaçã o e atividades desse comitê
internacional de consultoria ficarã o sob a responsabilidade do chefe da seçã o SETI, da NASA.
A ciência moderna, sem dú vida, alcançou a sabedoria antiga - o conhecimento sobre Nibiru e
os Anunnaki. E, de novo, o homem sabe que nã o está sozinho no Universo.
Em 31 de janeiro de 1983, o autor deste livro escreveu a seguinte carta para a Sociedade
Planetá ria:
Sra. Charlene Anderson
SegundoThe
o New York Timesde hoje (ver anexo), "os astrônomos têm tanta
certeza da existência de um décimo planeta que acham que nada mais resta do que
dar-lhe um nome".
Atenciosamente
Z. Sitchin