50 Anos de Política Habitacional No Brasil 1964-2014
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50 Anos de Política Habitacional No Brasil 1964-2014
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Resumo: Análise das políticas habitacionais, do BNH ao Ministério das Cidades, procurando
identificar: os programas no contexto político/econômico; a influência do mercado imobiliário;
a participação dos governos locais e movimentos sociais; os avanços na legislação e os recuos
conceituais. A análise é subdivida em três períodos: de 1964 a 1986, refere-se às políticas do BNH;
de 1997 a 2002, reforça a descontinuidade administrativa, a falta de recursos e a importância do
Estatuto da Cidade para o setor urbano/habitacional; e de 2003 a 2014, apresenta a reorganização
do setor e a implantação do programa Minha Casa Minha Vida.
Foto 1
Conjunto Habitacional Distrito de Cidade Tiradentes/SP
O Distrito de Cidade Tiradentes tem 25 anos, está situado a 35 quilômetros do marco zero da Capital Paulista, a Praça
da Sé. Com uma população, de mais de 300 mil habitantes, abriga o maior complexo de conjuntos habitacionais da
América Latina, com cerca de 40 mil unidades habitacionais promovidos pela COHAB-SP e CDHU.
1
Instituído pelo Decreto da Presidência da República nº. 91.531 de 15-8-1985.
2
Resolução do Conselho Monetário Nacional n 1464, de 26 de fevereiro de 1988, que restringia o acesso ao crédito a
Estados e Municípios.
3
Na Cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, foram desenvolvidos, a partir de 1997, os programas Favela Bairro, de
Regularização de Loteamentos e Novas Alternativas, em imóveis antigos, localizados em áreas centrais da Cidade.
Foto 2
Conjunto do Pró-Moradia – Conjunto Jefferson da Silva - 200 casas em Mogi das Cruzes. São Paulo
3
Lei Federal n° 10.257 de 10 de junho de 2001.
Quadro 1
Financiamentos concedidos pelo FGTS e SBPE, de 1974 a 2003
Fonte:CAIXA, 2011
Foto 3
Conjunto habitacional do PAC no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro/RJ
Na época, o setor da construção civil estava em 2008 (CARDOSO; LEAL, 2009. ROLNIK;
altamente capitalizado, com ingresso de capital NAKANO, 2009).
externo e estoque de terrenos, gerando um Assim, no início de 2009, o governo lançou o
“boom imobiliário”. Ao mesmo tempo, muitas programa MCMV8 voltado ao financiamento da
das grandes empresas do setor abriram ou moradia pronta, através do mercado imobiliário,
adquiriram outras empresas para construir para famílias de renda baixa e média. As famílias
habitações populares (BONDUKI, 2010, com rendimentos até R$1.600,00 receberiam até
p.10,11). Com a influência do setor da construção 96% em subsídios e as famílias com renda até
civil7, o governo decidiu investir pesadamente R$5.000,00 seriam parcialmente subsidiadas.
nesse segmento, tanto para atender a demanda (Rede Cidade e Moradia, 2014). A introdução
habitacional reprimida, quanto para responder de subsídios expressivos na composição dos
à crise econômica internacional desencadeada financiamentos passou a viabilizar em escala o
7
Entrevista concedida a autora por KAUFFMANN, Presidente do SINDUSCON-RJ, em 16/11/2010. Segundo KAUFFMANN,
em 2008, o SINDUSCON-RJ teve uma audiência com a então ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, e apresentou o projeto
denominado “habitação sustentável” para atender a famílias de baixa e média renda, Os recursos seriam provenientes
do FGTS, com subsídios para as faixas de renda baixa e média, além de incluir incentivos ficais ao segmento.
8
MPV 459 – Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida – MCMV, a regularização fundiária de assentamentos
localizados em área urbana e dá outras providências. Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009.
Gráfico 1
Recursos do governo federal para habitação popular (2002 a 2010)
Quando o governo optou por ter o mercado Logo após o lançamento do programa, Rolnik
da construção civil como seu maior parceiro, e Nakano (2009) alertavam para a perigosa
ao mesmo tempo deixou de lado os interesses combinação de política habitacional com
dos futuros moradores (MAGALHÃES, 2015). E, política de geração de empregos na construção
no que se refere à prioridade de atendimento civil, uma vez “que não são sinônimos” e esta
às famílias, ao contrário do que propunha o não estaria conectada a nenhuma estratégia
PlanHab, “o programa esticou exageradamente urbanística ou fundiária que lhe conferisse
as faixas de renda a serem atendidas, maior consistência. Se o porte desses programas,
beneficiando segmentos de classe média e e quantidades de recursos envolvidos colocou
gerando mercado para o setor privado, com a habitação na ordem do dia, também trouxe à
risco reduzido.” (BONDUKI, 2010, p.13). tona velhas questões que orientaram a produção
Fotos 4, 5, 6 e 7
Conjuntos habitacionais do programa MCMV destinados à faixa de interesse social, Cidade do Rio de Janeiro
9
Instituídos pela Lei nº 11.977, de 2009.
10
Magalhães, Sérgio, em palestra no Seminário no IAB, discutiu o programa Minha Casa, Minha Vida, em14/4/15.
http://www.iabrj.org.br/arquitetos-propoem-mudancas-ao-minha-casa-minha-vida. Acesso em 1/7/15).
11
Rede Cidade e Moradia é um consórcio de 11 instituições, coordenadas pelo Observatório das Metrópoles, contratado
em 2013 pelo Ministério das Cidades e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
com o objetivo de fomentar a produção acadêmica, o desenvolvimento de metodologias de avaliação e oferecer insumos
para o aprimoramento da política habitacional do país. A Nota Técnica da Rede Cidade e Moradia é uma avaliação parcial
do projeto, ainda não definitiva, divulgada em 25/11/2014.
12
No período de 2004 a 2010, o IBAM participava ativamente da elaboração dos Planos Diretores Participativos em
diversos municípios e ajudava a elaborar, em Estados e Municípios, as Políticas e os Planos Locais de Habitação de
Interesse Social, vinculados ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social. Apoiava também a constituição de
Fundos e Conselhos Locais de Habitação de Interesse Social.
Referências Bibliográficas
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implantação do Programa Minha Casa, Minha Vida na cidade do Rio de Janeiro (2009 a 2011). Dissertação de mestrado
em arquitetura e urbanismo – Universidade Federal Fluminense – Orientador: Maria Laís Pereira da Silva. Niterói-RJ, 2011.
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Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo no final do século XX. Porto Alegre: Coleção Habitare, p. 12-
41, 2007.
Resumo: Reflexões acerca do trabalho dos assistentes sociais no exercício do controle social
democrático, no contexto do SUAS, em especial no Conselho Municipal de Assistência Social
(CMAS). Abordam-se aspectos relevantes mapeados a partir da realidade do Conselho da
cidade do Rio de Janeiro, bem como o entendimento do papel desses profissionais neste espaço
de controle. Entende-se que, atualmente, os assistentes sociais são chamados a ocupar novos
espaços de trabalho, como os dos conselhos gestores de políticas. Esse fenômeno se deve à
atual e privilegiada inserção do Serviço Social no âmbito das políticas sociais, em sua execução,
planejamento, gestão, monitoramento, avaliação, bem como reconhecimento dos conselhos
como espaços sócio-ocupacionais do assistente social, trazidas com o SUAS.
Referências Bibliográficas
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2
(Sobre o tema ver) Revista Brasileira de ciências Sociais, vol.21, no.60. São Paulo. Feb.2006.
3
FONTES, Angela. A inserção desequilibrada e a busca pela equidade de gênero. X Encontro Nacional da ABET –
Associação Brasileira de Estudos do Trabalho, nov/2007, Salvador, Bahia.
Tabela 1
Quadro evolutivo de mulheres eleitas
Câmara dos Deputados Senado Federal
Eleições
Nº Absoluto % Nº Absoluto %
1982 8 1,5 0 0
1986 26 5,4 0 0
1990 29 6,0 2 6,0
1994 32 6,0 4 7,0
1998 29 5,7 2 7,0
2002 43 8,0 8 15,0
2006 46 9,0 4 15,0
2010 45 9,0 7 13,0
2014 51 9,9 5 18,5
Fonte: http://www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa
Tabela 2
Candidaturas e pessoas eleitas por sexo, raça/etnia e geracional
Participação no processo eleitoral 2014
Candidaturas Eleitas(os)
Mulheres Negros Mulheres Indígenas Jovens Mulheres Negros Mulheres Indígenas Jovens
(♂+♀) Negras (♂+♀) Negras
2.277 2.965 998 27 466 56 111 12 0 23
100% 100% 100% 100% 100% 2,5% 3,7% 1,2% 0 4,9%
Fonte: http://www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa
Tabela 3
Composição etária da Câmara Federal - 2014
Faixa Etária Eleita(o) % %
20 a 24 anos 2 0,39
25 a 29 anos 18 3,51
19,10
30 a 34 anos 29 5,65
35 a 39 anos 49 9,55
40 a 44 anos 60 11,70
45 a 49 anos 51 9,94
58,29
50 a 54 anos 97 18,91
55 a 59 anos 91 17,74
60 a 64 anos 56 10,92
65 a 69 anos 40 7,80
70 a 74 anos 10 1,95 22,61
75 a 79 anos 7 1,36
80 a 84 anos 3 0,58
Total 513 100,0 100,00
Fonte: http://www.inesc.org.br
4
Pessoas com 60 anos ou mais.
5
IBGE, PNAD 2013. Disponível em: www.ibge.gov.br Acesso em 21 ago. 2015.
6
IBGE,Censo 2010. Disponível em: www.ibge.gov.br Acesso em 21 ago. 2015.
de Janeiro, que elegeram seis mulheres cada, e o enfrentamento que se tornava necessário
seguidos de Minas Gerais, com cinco mulheres visto que as propostas das mulheres foram
eleitas. Em contraponto, os Estados de Mato ignoradas, correndo sério risco de retrocesso,
Grosso, Paraíba, Espírito Santo e Rio Grande como pode ser considerado o conjunto do que
do Sul não elegeram nenhuma mulher para a foi votado no primeiro semestre deste ano.
Câmara dos Deputados. Quanto aos partidos Em junho de 2015 o debate realizado no
políticos, os que mais elegeram mulheres foram Plenário da Câmara sobre a reforma política
o PT (oito Deputadas Federais e uma Senadora) considerando ações afirmativas, as chamadas
e o PMDB (sete Deputadas Federais e três cotas, para as mulheres,fechou as portas da
Senadoras), seguidos do PSB e PSDB com cinco arena política para as mulheres na medida em
Deputadas Federais cada. que não foram ouvidas as reivindicações dos
O ano de 2014 foi de luta pela reforma do movimentos feministas e de mulheres assim
sistema político no Brasil, iniciada em 2004, também como não ouviram as da Campanha
após a eleição do presidente Lula. Nesse ano pela Constituinte Exclusiva para a Reforma
de 2014 as bancadas femininas da Câmara Política, nem da Coalização Democrática pela
dos Deputados e do Senado Federal lançaram Reforma do Sistema Político e Eleições Limpas,
a campanha“Mais mulheres na política: que mobilizaram mais de 10 milhões de pessoas
tome partido”, com apoio das Secretarias da em torno dessa questão.
Presidência da República de Políticas para Os deputados, homens brancos, nunca é
as Mulheres e de Promoção da Igualdade demais lembrar, não admitiram sequer discutir
Racial. Uma das ações da campanha é levar paridade, nem quota de 30%, nem de 20% de
aos estados informações sobre como vinha mulheres eleitas. Só aceitaram pautar uma
se desenvolvendo a luta pela reforma política emenda apresentada pela Bancada Feminina
no Congresso em 2015, considerando os ao parecer do relator, que escalonava as quotas
debates em andamento sobre a PEC 182/077 em 10%, 12 e 15%. Vale recuperar o relato de
7
PEC 182/07 - REFORMA POLÍTICA - Proposta de Emenda à Constituição nº 182, de 2007, do Senado Federal, que
“altera os arts. 17, 46 e 55 da Constituição Federal, para assegurar aos partidos políticos a titularidade dos mandatos
parlamentares e estabelecer a perda dos mandatos dos membros do Poder Legislativo e do Poder Executivo que se
desfiliarem dos partidos pelos quais forem eleitos” (PEC da Fidelidade Partidária), e apensadas – PEC 18207.
8
Guacira Cesar de Oliveira. Integra o Colegiado de Gestão do Centro Feminista de Estudos e Assessoria – CFEMEA, 2015,
Brasília, DF. www.cfemea.org.br
9
Segundo o texto da PEC, na primeira eleição após a promulgação da emenda constitucional, pelo menos 10% das vagas
nas Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas, Câmara Legislativa do Distrito Federal e Câmaras Municipais
seriam reservadas às mulheres. Esse percentual passaria para 12% das cadeiras na eleição seguinte e para 16% das
vagas na terceira eleição após a vigência das novas regras. Se o percentual mínimo não for atingido, as vagas serão
preenchidas pelas candidatas com maior votação nominal individual dentre os partidos que atingiram o quociente
eleitoral. Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2015-07-27/comissao-apresenta-pec-que-determina-
numero-exato-de-mulheres-no-legislativo.html
Tabela 6
Distribuição por nível de escolaridade
10
ENAP Estudos. Servidores Públicos Federais. Gênero – 2014.
11
ENAP Estudos. Servidores Públicos Federais. Raça/Cor – 2014. Disponível em: http://www.enap.gov.br Importante:
A nomenclatura utilizada no Estudo acompanha a usada pelo Siape para raça/cor que difere da utilizada pelo IBGE. O
IBGE usa a nomenclatura “preta”, enquanto o Siape usa a nomenclatura “negra”.
12
Direção de Assessoramento Superior (DAS): nível de função de nº 1 ao 6, quanto mais alto o DAS maior o poder de
decisão e remuneração.
Tabela 8
Participação das Mulheres nos Tribunais Superiores
Possível pensar em observações finais velha questão sobre o que mais há para ser
Pensar e repensar a condição feminina enfrentado. Quais os desafios que ainda não
nas primeiras décadas do século XXI é tarefa foram descobertos. Ou tudo retorna ao “tornar-
árdua frente aos séculos de lutas em diferentes se mulher” de Simone Beauvoir.
dimensões travadas pelos movimentos Por maior que tenha sido o desenvolvimento
feministas e de mulheres. Surge, ressurge, a tecnológico, os avanços do ter em maior escala
13
Fontenele-Mourão, Tânia M. Mulheres no topo de carreira. Flexibilidade e persistência. Brasília: Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres, 2006.
14
VAZ, Laurita Hilário. O papel da mulher no Poder Judiciário e no cenário brasileiro. Edição nº 175 da Revista JC, 2015.
www.editorajc.com.br.
15
“Que Marravilha”. O Globo. 26/07/2015. Rio de Janeiro.
16
Tais estudos evidenciam a necessidade de que homens e mulheres se responsabilizem conjuntamente pelas
atividades de reprodução social, compartilhando-as de forma equitativa. Equipamentos sociais e serviços como creches,
restaurantes populares, lavanderias comunitárias e transporte escolar contribuem para que as mulheres aumentem seu
tempo disponível para outras atividades, que incluem desde sua inserção no mercado de trabalho até o descanso e lazer.
http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/areas-tematicas/uso-do-tempo.
17
Margot Wallström, 60 anos, antes de ocupar o cargo de ministra das Relações Exteriores, havia sido integrante da
Comissão Europeia e a primeira Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para Violência Sexual em Conflitos.
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150624_politica_exterior_feminista_suecia_rm?ocid=socialflow_
facebook.
Resumo: O presente artigo aborda a colaboração entre o setor público e o chamado terceiro
setor adotando três perspectivas. A primeira registra os conflitos ideológicos que presidiram
o desenvolvimento da relação público/privado e a sua superação em face da imperatividade
contemporânea de uma ação diversificada de um Estado carente de recursos. A segunda resgata
os elementos norteadores da Constituição de 1988 e da Reforma do Aparelho do Estado na
década de 90, os instrumentos jurídicos de cooperação deles decorrentes, alguns números de
sua utilização e a reformulação proposta pelo novo Marco Regulatório das Organizações da
Sociedade Civil. A terceira e última encerra algumas reflexões sobre esta colaboração em nível
municipal e cita alguns exemplos de sua bem-sucedida aplicação local.
Expressões-chave: Estado Máximo, Estado Mínimo, Administração Contratualista, Administração
por Resultados, Convênios, Contratos de Gestão, Termos de Parceria, Marco Regulatório.
2
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Estado Máximo x Estado Mínimo: o dilema. Disponível em: http://www.pjf.mg.gov.
br/secretarias/pgm/documentos/revistas/2011/artigo5.pdf Acesso em 21 ago. 2015.
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4
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5
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12
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13
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14
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15
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USP, 2009.
16
OLIVEIRA, Gustavo Justino de. Contrato de Gestão. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008.
17
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Resumo: Motivaram este artigo as seguintes questões que nos foram encaminhadas para estudos
e avaliações, tendo em vista as NBCTs 16.9 e16.10, do Conselho Federal de Contabilidade.
1. Como deveremos proceder na contabilização das aquisições de bens tangíveis que se destinam
a várias atividades da Prefeitura?
2. Para os bens adquiridos após 1995, devemos atualizar os valores? Em caso afirmativo, como
fazer essa atualização? É através de pesquisa de mercado? Existe alguma metodologia a seguir?
Podemos utilizar as regras existentes para o mercado privado?
3. Os índices de depreciação seriam os mesmos? Ou seja, seria só aplicar a tabela de depreciação
aos valores de aquisição?
Este texto tem por fim apresentar, para cuja utilização contribui para a concretização
reflexão, os procedimentos contábeis que estão das finalidades institucionais. A informação
sendo utilizados nas atividades relacionadas contábil sobre a situação desses bens tangíveis
com o processo de reavaliação, depreciação e possibilita conhecer:
outros fenômenos de natureza econômica e com • a contribuição na execução das atividades a
a gestão e controle dos bens patrimoniais de que se destinaram;
um ente governamental, no caso, o Município. • a contribuição na formação ou composição
Vale lembrar que, dentre as funções destes dos custos dessas atividades, que podem ser
procedimentos da Contabilidade, destaca-se meio e fim;
a de informar sobre mudanças nas situações • o volume de investimentos feitos para
do patrimônio administrado, que se vão as respectivas aquisições (custos de
apresentando em decorrência de fenômenos de aquisições).
natureza econômica, tal como a inflação, ou de Porém, um dos problemas com que a
ações dos agentes da administração. Em defesa Contabilidade se defronta na produção de
desta função, é preciso que, à medida que as informações úteis e confiáveis é o que se
decisões sejam tomadas pelos gestores, ou relaciona com o custo histórico, valor pelo
que o patrimônio sofra alteração de qualquer
natureza, estas informações estejam refletidas
pelas demonstrações contábeis/financeiras. * Contador pela UFRJ, Mestre em Ciências Contábeis
pelo Instituto Superior de Estudos Contábeis, da
Das situações surgidas como consequência
Fundação Getúlio Vargas (ISEC/FGV). Professor da
das decisões governamentais, destaca-se a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
que se relaciona com os bens tangíveis de uso da UFRJ. Coordenador do Centro de Estudos
especial, tais como os bens móveis, imóveis, Interdisciplinares de Finanças Municipis ENSUR/
equipamentos, máquinas, veículos e outros, IBAM.
Consulta
A Câmara consulente indaga a respeito da legalidade de Projeto de Lei, de iniciativa do Chefe
do Executivo, que versa sobre controle de zoonoses, dentre outras medidas no Município.
Consulta
Indaga a consulente quais as regras que prevalecem a respeito das APPs urbanas: Novo
Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) ou a Lei local de Parcelamento de solo editada nos
moldes da Lei nº 6.766/79.
Consulta
Indaga o consulente acerca do respaldo legal para a realização de exames pertinentes
a doenças sexualmente transmissíveis em menores de 18 anos desacompanhados dos
responsáveis pelo Sistema Único de Saúde Municipal.