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A Hora Santa - Editora Mariana

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Uma hora de oração

HORA SANTA
Com Jesus agonizante no horto das oliveiras

editora mariana
Uma hora de oração

HORA SANTA
Com Jesus agonizante no horto das oliveiras
HORA SANTA
UMA HORA DE ORAÇÃO COM JESUS
AGONIZANTE NO HORTO DAS OLIVEIRAS

Editora Mariana
Edições: Orações da Igreja
(Especial Semana Santa)

2020
João Pessoa-PB
EDITORA MARIANA
Índice

Apresentação............................................5

O que é a hora santa e como surgiu?.........8

Como praticar a Hora Santa?...................9

Oração da Hora Santa............................14

Apêndice I:.............................................39
Comunhão Espiritual

Apêndice II:...........................................40
A Hora Santa nas palavras do Venerável
Fulton Sheen
"minha alma está triste até a morte.
Ficai aqui e vigiai comigo"
Mt. 26,38
APRESENTAÇÃO

É com muito zelo e carinho


que nós da Editora Mariana,
apresentamos esse trabalho a
você, fiel leitor.
Esse trabalho foi inspirado
por Deus através de Santa
Gema Galgani. Esta jovem
intercede a Deus por toda
Equipe Editora Mariana, de
forma muito silenciosa, como é o calvário. Dedicamos
esse trabalho em sua memória, cuja Igreja celebra no
dia 11 de Abril, que neste ano (2020) cairá no Sábado
Santo entre a dolorosa Paixão de Nosso Senhor e a sua
Gloriosa Ressurreição.
Santa Gema Galgani sempre praticava esta devoção da
Hora Santa. Ela fazia essa prática fielmente cada
semana até a sua morte. Diz ela em sua autobiografia:
"Toda quinta-feira (noite) eu continuei a fazer a Hora
Santa, mas às vezes aconteceu que rezava até 2h00
mesmo porque Jesus estava comigo, e quase sempre
ele me mostrou o que Ele sentiu de dor no Jardim, a
visão de muitos dos meus pecados e os de todo o
mundo. Uma tristeza que pode muito bem ser
comparada com a agonia da morte.”
5
O intuito da presente obra é fazer que nossa alma
seja mais intima do crucificado, repare os ultrajes
contra o Santíssimo Sacramento e, ao mesmo tempo
seja uma reparação e consolação aos Sagrados
Corações de Jesus e Maria Santíssima.
Adicionamos a este livreto além da oração da Hora
Santa, que é o centro desta pequena obra, a oração
da Comunhão Espiritual de Santo Afonso, bem
como o testemunho do Venerável Fulton Sheen
sobre a Hora Santa.
Desejamos que esta oração
sirva de ascese profunda
para sua alma, digníssimo
leitor.
- Santa Gema Galgani!
- Rogai, por nós!

Salve Maria Imaculada!


Equipe Editora Mariana

6
"Toda quinta-feira (noite) eu continuei a fazer a Hora
Santa, mas às vezes aconteceu que rezava até 2h00
porque Jesus estava comigo"
Santa Gema Galgani
O que é a HORA SANTA e como surgiu?

A Hora Santa é uma oração de


desagravo composta por Santa
Margarida Maria Alacoque a
pedido de Jesus. Em sua
autobiografia vemos:
Nosso Senhor disse-lhe: “Todas
as noites de quinta para sexta-
feira, eu te farei participar na
tristeza mortal que quis sentir no jardim das Oliveiras
e a qual te reduzirá, sem que a possas compreender,
a uma espécie de agonia mais difícil de suportar que
a morte. E para me acompanhar nessa humilde
oração que apresentei, então, a meu Pai, em meio a
todas as minhas angústias, tu te levantarás, entre onze
horas e meia-noite, para te prostrares durante uma
hora comigo, com a face em terra, tanto para aplacar
a cólera divina, pedindo misericórdia para os
pecadores, como para amenizar, de alguma forma, a
amargura que sentia do abandono de meus
apóstolos, o que me levava a lançar-lhe em rosto que
não tinham podido velar uma hora comigo, e
durante esta hora, farás o que eu te ensinar”
(Autobiografia, 57).

Nosso Senhor ditou para Santa Margarida como


deveria ser essa Hora Santa.
8
Ela ainda nos diz em sua autobiografia:
“Nessa noite de quinta para sexta-feira,
Jesus me cumula das maiores graças”
(Autobiografia, 68)

Como praticar a HORA SANTA?

Caso não seja possível fazer essa


HORA DE ORAÇÃO diante do
Santíssimo Sacramento, você poderá fazê-la em casa
diante de uma imagem ou ícone de Jesus Agonizante.
Essa oração poderá ser feita individual ou
comunitariamente.
Ela se divide em quartos de hora, que podemos
entender como 15 minutos para cada reflexão, mas
isso não quer dizer que a HORA SANTA se
submete a esse tempo cronológico, fica a critério do
fiel o tempo que ele deseja lhe
devotar, sendo a partir de uma hora.
Para nos servir ainda de inspiração o
arcebispo Fulton Sheen nunca
deixou de fazer isso e revelou que
esta prática lhe dava a energia
necessária para um dia bem-
sucedido.

9
Ele era conhecido por seus conselhos espirituais
práticos, oferecendo ao leigo ferramentas comuns
para o sucesso espiritual.
Um dos principais conselhos que ele enfatizou em
seus vários escritos e em sua autobiografia foi uma
prática diária que lhe deu a energia de que ele
precisava para ter um dia de sucesso. Quando foi
ordenado sacerdote, resolveu passar uma hora de
oração por dia diante do Santíssimo Sacramento.
Sheen explica em sua autobiografia, “A Treasure in
Clay”, que a ideia surgiu no seminário e que ele
manteve a resolução pelo resto de sua vida.
Ele então relata como isso não foi nada fácil e que
muitas vezes foram necessários muitos sacrifícios
para levar a cabo a ideia:
“A hora santa é difícil? Às vezes parecia ser difícil;
pode significar ter que abrir mão de um
compromisso social ou subir uma hora antes, mas no
geral nunca foi um fardo, apenas uma alegria.”
Nem toda hora de oração era fácil para Sheen, que
explicava como ocasionalmente ele se via cochilando
enquanto rezava. No entanto, ele acreditava que um
compromisso consistente com uma hora de oração
lhe dava tempo para desenvolver um profundo
relacionamento pessoal com Jesus.
Para Sheen, a hora da oração foi uma oportunidade
para ouvir atentamente a Deus e acalmar a mente de
10
todas as várias preocupações e problemas do
mundo. Esse hábito permitiu-lhe desenvolver a
capacidade de se preparar para o dia seguinte e
encarara-lo com um vigor renovado.
Ele também acreditava que esse hábito o ajudava a
preservar sua vocação, impedindo-o de buscar
“pastos mais verdes”.
“Assim, a Hora Santa, independentemente de
todos os seus benefícios espirituais positivos,
impedia que meus pés fossem muito longe. Estando
amarrado a um tabernáculo, deixa a corda para
encontrar outras pastagens mais curta. Aquela
lâmpada escura do tabernáculo, por mais pálida e
fraca que fosse, tinha uma luminosidade misteriosa
para escurecer o brilho das “luzes brilhantes”. A
Hora Santa se tornou como um tanque de oxigênio
para reviver o sopro do Espírito Santo no meio da
atmosfera fétida do mundo. Mesmo quando parecia
tão inútil e sem intimidade espiritual, eu ainda tinha
a sensação de ser pelo menos como um cachorro na
porta do mestre, pronto para o caso de ele me
chamar.”
Embora a maioria das horas sagradas de Sheen tenha
sido realizada em uma igreja, diante do Santíssimo
Sacramento, os pastores protestantes encontraram
inspiração nas palavras de Sheen e adaptaram a
prática à sua maneira:

11
“O mais notável de tudo foi o efeito que a
pregação da Hora Santa teve sobre os ministros não-
católicos. Eu preguei em três retiros para ministros
protestantes – em duas ocasiões, para mais de
trezentas pessoas na Carolina do Sul e na Flórida, e
em outra ocasião para um grupo menor na
Universidade de Princeton. Pedi-lhes que fizessem
uma Hora Santa de oração contínua para combater
as forças do mal no mundo, porque foi isso que o
nosso Senhor pediu na noite da sua Agonia.
Mesmo que eles não rezassem uma hora antes do
tabernáculo de uma Igreja Católica, eles adaptaram a
prática e passaram uma hora todos os dias ouvindo a
Deus e intercedendo pelo mundo.”
Muitos leigos já tentaram imitar o conselho de Sheen
e viram a abundância de frutos espirituais. Alguns
conseguem permanecer em oração por uma hora
inteira, enquanto outros podem dedicar apenas meia
hora ou 15 minutos. O ponto principal é dedicar um
tempo à oração todos os dias e não parar com esse
hábito. Quanto mais tempo pudermos passar em
oração silenciosa, mais tempo poderemos
desenvolver nosso relacionamento com Jesus.
Mesmo que não pareça que algo “aconteça”, os
frutos ficarão claramente evidentes mais tarde, e seus
dias serão muito mais “bem-sucedidos”.

12
A HORA SANTA

"ele entrou em agonia e orava ainda com


mais instância, e seu suor tornou-se como
gotas de sangue a escorrer pela terra"
Lc. 22, 44
HORA SANTA
UMA HORA DE ORAÇÃO COM JESUS
AGONIZANTE NO HORTO DAS OLIVEIRAS 1

***
Coloca-te, ó alma piedosa, na presença do seu
Amado Salvador e traz à mente a noite em que Jesus,
depois de ter instituído a Sagrada Eucaristia para ser
o seu alimento, deixa o Cenáculo com seus
Apóstolos para ir ao Jardim das Oliveiras, começa a
Paixão pela qual ele salvou o mundo.
A tristeza de morte reflete-se sobre o seu rosto e
revela-se nas palavras de Jesus aflito. Uma mortal
palidez em seu Rosto que brilhava, agora tinha uma
beleza celestial.
Entretanto, do aflito Salvador, seu olhar recai sobre
você, como se ele diria a você:
"Cara Alma, que és causa de tanta angústia para mim,
fica comigo, apenas uma hora, e vera se há alguma
tristeza como a Minha tristeza". Sabemos que na
noite da minha agonia eu procurei, em vão, um alívio
para mim. "Eu procurei o que seria um conforto e
não achei nenhum".
Oh! Adorável Jesus, como pode uma criatura tão
ingrata, e tão duros de coração, para se recusar a
passar uma hora em sua companhia, lembrando os
1 – Composta por Santa Margarida Maria Alacoque, praticada por Santa Gema Galgani
14
mistérios da suprema dor e amor supremo realizado
na obscuridade da noite de Sua Paixão, no Jardim do
Getsêmani? Oh! Bom Jesus, eis-me presente perante
vós. Dignais a revelar-me a grandeza de sua dor, o
excesso de amor que o fez uma vítima de meus
pecados e pelos pecados de todos os homens.

Redimidos, vinde ao Horto,


Vinde o sangue contemplar
Que Jesus, sem um conforto,
Ver-te ali pra nos salvar.

Ó Jesus, aos vossos braços.


Compungidos, nos tornamos.
Estreitai-nos com os laços
Que, pecando, nos quebramos.

Com Jesus aqui fiquemos,


Adorando, suplicando;
Hora breve aqui passemos,
Seu martírio relembrando.

15
Primeiros quinze minutos

A TRISTEZA DE JESUS
"A minha alma está triste, mesmo até a morte!"
(Mt 26,38)
Não há realmente nenhum maior sofrimento do que
o que pode ser comparada com a dor da morte.
Agora, nosso Salvador, Quem é infalível Verdade,
nos faz compreender o excesso de sofrimento que o
oprimia, quando Ele entrou no Getsêmani, disse que
sua alma estava sob o peso de uma mortal tristeza:
que a angústia que estava n´Ele era tão grave que
poderia causar sua morte "A minha alma está triste,
mesmo até a morte!".
E tendo dito isto, entra mais no jardim, até chegar ao
local onde ele estava acostumado a passar a noite em
oração, Ele exorta seus apóstolos fiéis (quem tinha
trazido com ele ao Jardim para que pudessem ser
testemunhas de Seus sofrimentos) para vigiar e orar
com ele. Em seguida, retirou-se e entrou em uma
gruta, Ele ajoelhou-se para começar a mais dolorosa
e, ao mesmo tempo, cada vez mais generosa oração
feita na terra.
O primeiro motivo para a tristeza de que Jesus era
horrível, a acumulação de indignação e vergonha que

16
em um curto espaço de tempo foi apoderando-se
d´Ele como uma tempestade furiosa.
Na verdade, ele ainda não tinha deixado seus
amados Apóstolos quando compareceu perante Sua
mente todas as terríveis cenas de dor e sangue de Sua
Paixão iminente à traição por um de seus apóstolos,
desonra, desprezo, calúnias.
Aliás, uma flagelação tão cruel que desnudou Seus
ossos. Mas isto não é suficiente. O Rei Sagrado devia
ser atormentado por uma coroa de espinhos, e
permanecer com ela até a morte. Além disso, golpes,
saliva, escárnios. Ainda não são o suficiente. Ele deve
conter a infâmia de uma pessoa eleita para a
condenação, e abominado pelos chefes do seu povo
e por seu próprio povo.
Morrer, então, por causa de tanto sofrimento, ele
deverá arrastar-se ao monte do sacrifício, com a cruz
sobre os seus lacerados ombros, caindo várias vezes
meio morto sob o seu enorme peso. Ele deve beber
o amargo fel. Ser destratado no meio de uma
multidão insolente. Permitir-se ser pregado de pés e
mãos. Ao prazo de três longas horas sob os pregos
de ferro, e aí permanecer, suspenso entre o céu e a
terra, para expiar por dores indescritíveis as
iniquidades da raça humana! No entanto, isto não é
o suficiente.

17
Para esta terrível agonia deve ser adicionado a mais
amarga zombaria, mais insultos e sarcasmos.
Depois uma sede que queima, aumentada mais pelo
tormento do vinagre. O abandono por seu Pai... a
imensa tristeza de sua amada Mãe. Oh! Terrível e
desolada morte!
Almas resgatadas, adquiridas pelas cruéis dores de
Jesus, seu Salvador considera-se esmagado em um
abismo de sofrimento... e isso por amor a você, para
te salvar. para trazer-te com Ele para o paraíso!
Oprimido por tanta angústia Jesus volta aos três
Apóstolos que Ele tinha pedido para assistir e orar,
mas ele encontra-os a dormir!
Não há uma palavra de conforto para Jesus
agonizante. Não há um sentimento de compaixão!
Na amargura de seu abandono, Seu olhar triste é
para você, oh! Devota alma será que ele pode
encontrar em seu coração um sentimento de
compaixão e gratidão?
Você não tem palavras para o bom Jesus? O que
você diria se estivesse perto d´Ele, na noite de Sua
agonia? Ai! abra o seu coração e faça agora o que
você teria feito, pois Ele sempre aceita com prazer a
manifestação de carinho que vêm do coração dos
Seus fiéis.
(Medite em silencio)
18
Oferecimento:
Santo Pai, que amou o mundo, até mesmo ao ponto
de sacrificar Seu Filho encarnado por isso, em nome
de todos os redimidos agradece-vos por este ato da
Sua infinita caridade, oferecendo-lhe em troca a mais
perfeita santidade e méritos do mesmo Filho
unigênito.
Pai-Nosso, Ave-Maria, Gloria.
Santo Pai, para salvar-nos da perdição eterna,
colocou sobre a humanidade de seu adorável Filho
unigênito a carga de todas as nossas iniquidades. Eu
ofereço a você a agonia de Jesus no Getsêmani,
suplico a Vós concedei-me a graça de desfrutar na
eternidade os frutos de seus indescritíveis tormentos.
Pai-Nosso, Ave-Maria, Gloria.
Santo Pai, quem para reconciliar a humanidade
culpada com a Sua Majestade ofendida, tens
submetido Seu Filho inocente para aplacar os rigores
da inexorável justiça, sobre os quais foram
estabelecidas as dores merecidas pelos nossos
pecados, eu lhe ofereço a mais adorável
apresentação de Jesus no Getsêmani, e vos suplico
concedei a conversão e a salvação de todos os
pecadores.
Pai-Nosso, Ave-Maria, Gloria.
19
Quanta angústia no jardim,
Se apodera do Senhor!
Quanto sofre, ó Céus, por mim
O meu terno Salvador!
Os meus olhos se umedecem
De divino, amargo pranto,
Vendo as almas que perecem,
Mesmo após padecer tanto.

Segundos quinze minutos

JESUS SOFRE ANGÚSTIAS SOB O PESO


DA INIQUIDADE HUMANA.
"Pai, se possível, afaste esse cálice de mim.”
(Mt. 26,39)

Uma longa hora de angústia para Jesus se passou no


meio da escuridão da noite e do abandono de seus
amados discípulos. A apreensão dos vívidos e cruéis
ultrajes O aguarda e se espalha terror e medo em sua
alma abençoada. Ele já sente muito mais
profundamente o enorme peso de Sua missão como
Salvador do mundo. Ele vê que o tempo de Sua
imolação chegou.

20
A terra e o inferno já estão armados contra ele. Ele
deve sustentar uma grande batalha, em que todos os
golpes vão ser arremessado contra ele sozinho. O
que faz Jesus? Pálido, tremendo, mas a Deus, ao Seu
Pai humildemente exclama:
"Pai, se possível, afaste esse cálice de mim.”
Qual será a resposta que o Filho recebe de Deus
dessa humilde oração? O céu está fechado. Não há
resposta! Ele quer mesmo suportar esta dor de obter
para nós humilde perseverança na oração, paciência
e constância, embora céu pareça fechado para as
nossas súplicas. Ah, bom Jesus! Não há sofrimento
que você não tenha sofrido para o nosso conforto e
exemplo.
Mas siga o seu Jesus, oh! Minha alma, que, levado
pelo amor, recebe mais e mais a tristeza. A procissão
terrível de todos os pecados, de todos os crimes dos
filhos de Adão apresentar-se a sua mente e o seu
coração lacerado. Mas ele vê que ele tem de tomar
sobre si esse repugnante fardo, e perante o mais puro
olhar de seu Pai, coberto com a imundícia do
pecado.
É impossível para a mente humana compreender ou
sequer imaginar a horrível tortura que a abençoada e
mais inocente alma de Jesus sofreu! Ele já tinha
lamentavelmente se queixaram, dizendo pela boca

21
do profeta: "Os ímpios tem forjado nas Minhas
costas!"
Oh, como é o oprimido nosso querido Salvador sob
o peso de tantos pecados! Mas, certamente, o Divino
Cordeiro Quem está prestes a imolar-se a Justiça
Divina tantas vezes ofendida pelos homens, depois
de satisfeitas as humanas iniquidade em sacrificar sua
preciosa vida em uma armação de madeira para tirar
os pecados do mundo, Ele não pode, pelo menos,
esperar que homens reconhecendo assim uma
grande dom, irão banir o pecado para sempre e
permanecer sempre fieis a quem sofreu muito para
salvá-los da morte eterna? Ah, pobre Jesus, que bom
se fosse assim!
Mas em vez disso. Uma imagem mais horrível do
que o precedente aberto antes de sua mente. Ele vê
que, mesmo depois de ter sido humanidade
redimida por tanto sofrimento e de ter lavado a terra
com o seu Sangue: mesmo depois de ter dado o
Divino Espírito aos seus fiéis, e fazer da Terra um
Paraíso de graça através da Eucaristia: ah! Mesmo
depois de tantos excessos de caridade, Ele ainda vê
reinar no mundo o pecado.
Ele vê Sua santa lei, Sua Igreja, e os ministros
perseguidos, Sua graça negligenciada, Seu amor

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desprezado. E chorando Ele diz: "Para que derramar
todo o meu sangue?”
Por que morrer no meio das agonias de uma cruz de
madeira, se homens, ingrato por tantos benefícios,
irão mais tarde dar mais de si ao poder do demônio
e para a perdição eterna? Quando é que o domínio
do pecado terá fim no mundo?
E o bom Jesus levando Seu olhar sobre todos os
tempos vindouros, observa pecado em todos os
séculos a seguir, em cada ano, todos os dias, e, a cada
momento! E o peso destes pecados fortemente
oprime a Ele, e torna a repetir: "Os ímpios tem
forjado nas minhas costas, têm alargado a sua
iniquidade!" (Sl. 128,3).
Ó minha alma, você ainda vai estar entre aqueles que
alongam esta cadeia do pecado e, repetidamente tem
adiando sua conversão, e fazer o Coração de Jesus
chorar tão cheio de tristeza? Oh, como é terrível
pecado após um Deus ter derramado seu sangue
para destruí-lo! Oh como é terrível pecado em uma
alma já limpo por esse divino Sangue! Em almas
unidas ao Coração de Jesus pela Santa Comunhão!
Oh mais aflitos Salvador, com grande razão é de
lamentar e chorar!
Mas se Jesus com muita razão chora pelos pecados
dos remidos, em geral, o que é que ele não sofrerá a
23
prever os pecados dos Seus amigos íntimos, das
almas consagradas a Ele?
"Oh queridas almas", Ele exclama: "Minha alma de
paz, que são os amigos íntimos do meu coração, que
vivem em minha casa, comem do meu pão e
alimentam-se na minha mesa, por que você fere Meu
Coração pelo pecado? Pessoas do meu coração, o
que é que eu já fiz para você? Em que foi que eu te
afligi? Tenho saciado sua sede com as águas celestes
de minha graça, e vocês deram-me fel! Satisfiz sua
fome com o precioso maná do Meu Corpo e você
me surpreendeu com golpes e flagelos! Oh meu
povo, aquilo que eu fiz por vocês? Em que foi que
eu te afligi? Já preparei-lhe um trono no céu e você
me apresentou uma forca! Cara alma da minha
vinha, amada de meu coração, o que mais eu poderia
ter feito para você que ainda não fiz? O que é lá que
eu deveria fazer mais para a minha vinha que eu não
tenha feito para isso? E, em troca de tanto amor,
procurais-me tribulações e espinhos! “
Medite em silêncio.

Oferecimento:
Oh, meu Salvador aflitas, quero oferecer-lhe o meu
coração e o coração de todos aqueles homens que
ardem com o fogo do amor perfeito, para retribuir

24
um pouco do seu próprio amor infinito. Que
angústia para o meu coração a frieza dos outros, vou
oferecer-lhe, ó bom Jesus, o santo ardor com que os
antigos patriarcas suspiram para Sua vinda, e o santo
zelo pelo Seu Nome que seus Apóstolos propagaram
por todo o mundo.
Pai-Nosso, Ave-Maria, Gloria.
Oh, meu sofrido Redentor, eu lhe ofereço a mais
que perfeita compaixão de vossa Imaculada Mãe, na
sua alma transpassada pela espada de dor, é
oferecida a visão de seu sofrimento, e com a mais
perfeita gratidão com que, por toda a raça humana,
ela agradeceu a Vós, bendito sejas Senhor Jesus pelos
benefícios de Sua infinita Redenção.
Pai-Nosso, Ave-Maria, Gloria.
Meu Jesus agonizante, eu, uma criatura miserável,
não sendo capaz de dar o conforto que você gostaria
receber, ofereço-lhe a alegria dada à Santíssima
Trindade e os anjos do Céu, quando fez cumprir,
com essa dor e com esse amor, a grande obra da
redenção e, ao mesmo tempo suplico que todos os
resgatados possam compreender bem deste mistério
do amor infinito.
Pai-Nosso, Ave-Maria, Gloria.

25
Sob o peso do pecado
E oprimido pela dor,
Já por terra cai prostrado
Nosso amante Redentor.
Vinde, ó Anjos, um conforto
Prodigai ao vosso Deus,
Que agoniza, neste Horto,
Pra tornar-nos filhos Teus.

Terceiros quinze minutos

O GRANDE FIAT

Contemplai, Oh! Alma resgatada, como seu Salvador


tem o Coração transpassado pela ingratidão do
homem, é e abrangido e prostrados em agonia sob o
solo. Ele está sozinho, abandonado, sem uma ajuda
para ele, ele que não tinha se recusado a estender a
sua mão para os fracos e os aflitos.
Levante-se, alma fiel, é chegado o momento em que
Jesus sofre para dar um retorno de amor. O que você
tem feito se na noite da Paixão tivesse encontrado
sozinho no Getsêmani o agonizante Jesus?
Meu caro Senhor, quero levantar-te da terra. Para
oferecer a Vós o meu coração. Meu mais doce
26
Salvador, eu vos amo, eu vos amo, eu vos amo!
Quero ser o amor para vós, para obter o amor por
vós, para que todos vos amem. Eu desejaria
consumir a minha própria vida por vós e por todos
os seus remidos.
Meu doce Jesus, eu gostaria de gastar até mesmo a
própria vida por vosso amor, a fazer sacrifícios, para
isso, não importa o quão grande, mas quando eu
satisfizer uma ligeira contradição, algumas pequenas
humilhações, uma recusa, uma reprovação, uma
bondade. Posso suportar isso? Eu realmente amo o
sacrifício? Posso congratular-me com a possibilidade
de oferecer-lhe a mortificação da paixão? Bom Jesus,
tenho vergonha de responder. Mas aqui perto de vós,
aqui na escola do sofrimento e amor, quero
aprender, meu querido mestre, a humilhar-me e
sacrificar-me em todas as coisas e por vosso amor.
Entretanto, a hora de Sua agonia mortal de Jesus
passa devagar. Ele, o Deus do Céu e da terra,
continua prostrado sobre o solo, e ninguém está
ciente disto. Mas o que estão os discípulos a fazer?
Eles dormem! Ah, Jesus, na noite de sua paixão tinha
que sofrer mesmo esta dor de deserção de seus
queridos amigos, e Ele sentiu no seu coração toda a
amargura disto.

27
Essa tristeza Ele então aceita, mesmo que desejada,
mas agora ele não deseja de novo, mas Ele quer que
Seus redimidos mantenham vigília em torno dele,
meditando sobre a sua paixão. Mas em vez da maior
parte dormir o sono dos ingratos, que consiste no
esquecimento de quem só ama os benefícios. Oh,
que excesso de ingratidão e dureza de coração!
Enquanto Jesus está sofrendo sozinho e prostrados
sobre a terra, eis um anjo do Céu traz conforto a dele.
Com a humildade de um filho obediente, Jesus,
recebe de seu Pai, o mensageiro, pronta para
apresentar aos seus Comandos. O Anjo tem vindo
reforçar a Ele, mas não a consolá-lo, nem para aliviar
suas dores, nem para tomar de suas mãos o cálice
amargo. Na verdade ele encoraja a assumir no
âmbito da batalha, e para receber os golpes que
corajosamente Céu, o mundo, e o inferno irão lançar
contra ele; Céu, porque a Justiça eterna do Pai estava
prestes a punir n'Ele todos os iniquidade dos
homens; o mundo, que não conseguem suportar a
santidade do Filho de Deus, estava preparando uma
cruz para ele, e inferno, pelo ódio que o Santo dos
Santos, excita nos inimigos a maior crueldade, e mais
rancoroso escândalo. Portanto o Anjo Ele exorta a
beber a própria escória abominável do cálice da
maldade humana, tornando-se, por assim dizer,
amaldiçoado, por nós, e suportar todo o peso do
Divino Vingança.
28
Entretanto, justiça e misericórdia aguardam o Fiat
(Sim) de Jesus, em que serão conciliados sempre.
Céu espera pelo sim, para que possa ser povoado por
homens santos; a terra espera por ela, no anseio de
ver a maldição merecida por seu primeiro pecado
lavada pelo precioso Sangue do Divino Redentor, os
presos no seio de Abraão, aguardam, que eles
possam voltar a ser os filhos de Deus e ver as portas
do céu reabertas para eles.
Mas como é que grandemente custoso o Sim de
Jesus. Ele, o mais inocente, Ele, o Santo e Imaculado
deve se colocar sobre a aparência repugnante do
pecador, dos ímpios: Ele deve aparecer como um
dos culpados, e as nossas iniquidades fazerem parte
dele próprio. Imensurável é a angústia presente
n´Ele, e Ele torna a repetir: "Afastai esse cálice de
mim!" (Mt. 26,39)
Mas, ao mesmo tempo Ele vê que estamos a perder
caso ele não assuma a culpa dos nossos delitos sobre
si, se Ele não consentir nos flagelos do punidor, e
lavar nossas iniquidades em seu sangue. Por
conseguinte, mais generoso com uma explosão de
heroico amor, Jesus pronuncia seu sublime Fiat.
Ele diz fiat "faça-se ", e assim ele consente a levar
todos os nossos erros, e como se culpado deles,

29
aceita, e até mesmo convida Si estes horríveis
castigos;
Fiat - para expiar os espinhos de nossos maus
pensamentos; Sim à flagelação para punir em si os
nossos pecados de sensualidade; Fiat - aos insultos,
a saliva e os golpes para expiar para o nosso orgulho;
Fiat para o vinagre e fel, na satisfação dos nossos
pecados inumeráveis de expressão e gula; Fiat para a
cruz e os pregos, para reparar a nossa desobediência;
Fiat às três horas de agonia dolorosíssima na cruz
para curar todas as nossas feridas, para solucionar
todos os nossos males; Fiat a sua morte para nos dar
a vida eterna!
Oh! Precioso Fiat que regozija Céu, salva o mundo,
e estremece inferno! Sim que rompe tantas cadeias,
secam tantas lágrimas! Graças a Vós, Oh! bom Jesus,
obrigado por tão generoso Sim. Eu vos bendigo e
obrigado em nome de todos os homens.
(Medite em silencio.)

Oferecimento:
Pai Santo, que, em reparação de nossas rebeliões e
desobediências foi honrado pelo generoso Sim de
Jesus no Getsêmani, eu lhe oferecer essa mesma sim
em expiação de todos os delitos que Sua Majestade
adorável recebeu da minha rebelde e contumaz
30
vontade, vos suplico concedei-me perfeita docilidade
e submissão através dos méritos do mesmo Sim.
Pai-Nosso, Ave-Maria, Gloria.
Pai Santo, através da glória que o generoso Sim de
Jesus no Getsêmani adquiriu, eu vos suplico perdão
para mim de todas as falhas de rebelião e
desobediência, e concedei-me a graça de amar
doravante totalmente submisso a Sua santa vontade
e pela a vontade dos meus superiores por amor de
vós.
Pai-Nosso, Ave-Maria, Gloria.
Pai Santo, através do esforço generoso e as angústias
que o Sim proferidas no Getsêmani custou a Jesus,
peço que concedais para mim, para todas as almas
consagradas, e para todos os cristãos, o espírito da
santa fortaleza e constância, unida de uma
generosidade que contará como luz para todos os
sacrifícios em sua glória.
Pai-Nosso, Ave-Maria, Gloria.
A Palavra suspirada
De infinito, ardente amor
Por Jesus e pronunciada
Com profunda e imensa dor!

31
Esse Fiat amoroso
Custa sofrimentos sérios:
Um patíbulo afrontoso,
Penas, dores, vitupérios.

Últimos quinze minutos

O SANGUE DE JESUS E OS SEUS FRUTOS.


“Foi oferecido porque Ele mesmo quis”
(Is. 53,7)

Jesus já proferiu o nobre Fiat! Mas o esforço lhe faz


cair novamente sobre a terra, esmagado sob o
enorme peso com o qual devias arcar sozinho.
Oprimido, por um lado, pela justiça divina, que o
considera como universal vítima e a qual estão
unidos todos os pecado e sua punição, e por outro
lado pela sua infinita vontade de cumprir Sua missão
como divino Redentor do mundo, que para isto Ele
está preparado para o batismo de sangue que tão
fortemente desejado por ele.
Ah! na verdade, o bom Jesus pode agora ser
considerado como trigo escolhido no moinho
pedras, bem como doces uvas pisadas no lagar! Com
efeito, tal é a intensa angústia que oprime o coração
32
que Ele começa a suar sangue de todos os seus poros,
e isto tão intenso, que gotas de sangue caem no chão!
Oh, quanta custo tem o Sim de Jesus! Oh, quanto
Ele teve de sofrer, a fim de se tornar devedor para os
nossos pecados! E que vergonha para mim e aos que
se recusam a fazer o mesmo, o menor sacrifício,
enquanto eu vejo o meu Deus que se tornou vítima
livremente por amor a mim. “Foi oferecido porque
Ele mesmo quis” (Is. 53,7).
Mas por que, doce Jesus, torturar-se, assim, com
infinita dor, vós que com uma única oração, com um
suspiro, com uma batida do seu coração, poderia ter
salvado o mundo?
Mas um profeta já havia dito que a redenção de Jesus
seria uma copiosa redenção. E realmente é uma
copiosa redenção que Ele tem feito, por isso estás
restabelecida a honra desfrutada pelo inocente, o
justo e os santos. Somente um Deus poderia ter
realizado um trabalho tão grande!
Mas Jesus ainda não está satisfeito e, em Seu amor
Ele deseja incompreensivelmente que, por meio de
Seu sofrimento seja colocada em nossas mãos como
algo absolutamente nosso, os ricos tesouros de seu
mérito, para que possamos obter toda graça do céu.
Que mais se pode desejar? No entanto, há dons tão
grandes que o homem não poderia se atreveu a
33
perguntar por eles, nem sequer pensou em ser capaz
de adquiri-los.
Mas a infinita caridade do nosso Santíssimo Salvador
pensa deles, e com a voz de seu sangue, e os suspiros
do Seu Coração aflitos Ele obtém para nós a partir
de seu Pai a suprema graça de sermos levantados até
mesmo para a abraçar a Divindade, por meio da
Eucaristia, que Ele tinha essa mesma noite instituído.
E como se isso não fosse suficiente para satisfazer
uma caridade que não conhece limites, Ele deseja
que o Seu Espírito, o Divino Paráclito, ser infundida
e permaneça permanentemente em nossas almas.
"Vou pedir ao Pai," Ele tinha dito na mesma noite aos
seus apóstolos, "Vou pedir ao Pai, e ele deve enviar-
lhe o Espírito Santo”. E agora, aqui no Getsêmani,
sofrimento e sangue escorrendo, Ele cumpre essa
promessa merecendo para nós a infusão do Divino
Paráclito e, assim, eleva o homem ao mais alto grau
de felicidade, graça e glória.
Parece que nada mais pode fazer Jesus por nós,
todavia, tem ainda: Ele lembra que seu Pai disse-lhe:
"Pede-me, e eu lhe darei as nações como Sua
herança;" e eleva o Seu Rosto de sangue para o céu,
Ele pede as nações prometidas a Ele como Sua
herança, Ele quer muitas almas, que serão
defendidas como amadas do seu Coração, fiéis

34
discípulos a seguir o seu exemplo, e sobre quem Ele
não pode derramar diante da abundância dessas
graças merecido por ele com tanta dor. "Dai-me
almas, dai-me almas, oh! Pai, pois, minha vida será
consumada na cruz por eles. Dai-me almas".
E, entre todas as almas Jesus também escolhe a tua;
desejo d’Ele, Ele quer, Ele pergunta a seu Pai com
lágrimas, e em especial para ele renova a oferta de Si
próprio e todos os seus sofrimentos sem limites.
Ah! Minha alma, minha alma, como você é muito
amada por Deus que, ao suar sangue, escolheu você,
desejou, abraçou-a como esposo! E daí a pouco
tempo Jesus, a partir da altura da cruz, vai dizer à sua
Mãe, "Eis o teu filho", e na pessoa de João vai
entregar-lhe todos os remidos, Ele no Getsêmani diz
a seu Pai: "Eis Seus filhos. Eu, o Seu Filho por
natureza, tomo o lugar do homem pecador, que o
pecador possa tomar meu lugar e tornar-se Seu filho
pela graça. Para mim, oh! Pai, sofrimentos, e para os
pecadores, o perdão e a paz; para mim a morte, para
ele vida, para mim, o abandono, para ele um perfeito
acolhimento, abençoada e eterna união convosco.
Eis, eis seus filhos, abraçai-os. Meu Sangue os torna
puros, belos e dignos de Vós. Pai, eu desejo – Jesus
nunca haviam dito "eu desejo", mas agora ele diz isso –
Gostaria que as almas que Vós deste para mim,
possam ser um conosco, unidos a nós, como eu
35
convosco. Lembrai-vos, oh! Pai, que eu me tornei
homem, para que o homem pode ser engrandecido
até Deus que reina em sua própria glória para toda a
eternidade. "
Eis os mistérios do amor incompreensível que
operam no Coração de Deus que derrama suores
sangue pelos homens! Eis o admirável fruto do
Sangue de Jesus! Silêncio, admiração e o amor
generoso, que, oh! Almas resgatadas, almas
defendidas por Deus ao se tornar um homem, este é
o único retorno para o Grande, e Santo, e Amor
Infinito, Quem imola a si mesmo para você!
Medite em silencio.

Oferecimento:
Pai Santo, com um coração quebrado com a mais viva
gratidão, agradeço em nome de todos os homens, por
dar-nos um Redentor tão bom e tão generoso, através
de quem, com infinita vantagem, nós temos
recuperado as bênçãos perdidas pelos pecados
originais. Eu ofereço-lhe a salvação de todos os
redimidos, o sangue que Ele derramou, suplicando a
Vós que conceda que os frutos da redenção sejam tão
abundantes como o resgate propriamente dito e que
o bom Jesus seja conhecido, amado e abençoado por
todos os filhos de Adão por toda a eternidade.

36
Pai-Nosso, Ave-Maria, Gloria.
Pai Santo, Eu ofereço o precioso sangue de Jesus
para obter a partir de Sua misericórdia e aumentar a
exaltação da Igreja Católica, a conversão de todos os
infiéis, hereges, e os pecadores, a perseverança dos
justos, e a libertação das almas do Purgatório. Eu
ofereço a vocês para o maior bem dos meus
superiores e todos os meus queridos amigos. Além
disso, oferece-vos para a santificação de minha alma
e, para obter. (aqui um pedido de todas as graças
desejadas).

Pai-Nosso, Ave-Maria, Gloria.


Pai Santo, que amou o mundo, até mesmo para
sacrificar Seu Filho unigênito à custa de grande
tormento para ele, concedei que o mundo tenha
muito amor por Jesus, e mostre sincero
agradecimento a Deus, bendiga e glorifique, e que
possam ser muitas almas que estão perfeitamente
unida e sempre fieis a Ele, e que entre esse número
também pode ser encontrada minha pobre alma.
Pai Santo, eu ofereço os suspiros, as orações, e a
agonia de Jesus no Getsêmani, juntamente com o
sangue derramado Ele, que Vós possa reavivar nos
corações de todos os cristãos devoção aos admiráveis
mistérios da Redenção, e com isso aumentar a

37
verdade e generoso espírito de sacrifício, o que torna
a alma assim como a Jesus.
Pai-Nosso, Ave-Maria, Gloria.

Ao divino Amante demos


Graças mil, de coração,
Pois que em seu sangue nós temos
Um penhor de salvação.
És, ó sangue, quem da morte,
Nossas almas, libertou,
Quem trocou a nossa sorte,
Quem o Céu nos franqueou.
Conclusão:
Só mais um olhar sobre o seu Deus, oh! minha alma,
oh! Alma do seu amor e dor. As longas horas de
agonia no Getsêmani já passaram a dar lugar a um
dia de vergonha para ao final de três horas de tortura
na cruz. Observem que Judas o traiu, e Jesus como
um cordeiro dócil, vai saudá-lo! Ah, meu Jesus, estou
a ver-te abraçar um traidor?
Ah, não! E não vir ao meu abraço, mesmo em meu
coração, ó bom Jesus, pois eu já não quero vos
ofender, mas sempre há amar cada dia mais. Amém!

38
APÊNDICE I

COMUNHÃO ESPIRITUAL

"Jesus Cristo com Sua Paixão nos livrou do poder do


pecado, mas com a Eucaristia nos livra do poder de
pecar."
(Inocêncio III)

Sugerimos a oração para a Comunhão Espiritual


1
de Santo Afonso Maria de Ligório
“Oh Jesus meu, creio que estais
presente no Santíssimo Sacramento, te
amo sobre todas as coisas e desejo receber-
te em minha alma. Já que agora não posso
fazê-lo sacramentalmente, venha ao menos
espiritualmente a meu coração. Como se já
tivesse recebido, te abraço e me uno todo
a Ti, não permitais, Senhor, que volte
jamais a abandonar-te. Amém”.

------------------------------------
1 – Consiste no ardente desejo de receber Nosso Senhor na Eucaristia, mas por
algum impedimento prático, recorre-se a esta oração. É um ato de piedade que
a Igreja reconhece auxiliar na elevação das almas.
39
APÊNDICE I I

A Hora Santa nas palavras


do Venerável Fulton Sheen2


No dia da minha Ordenação, tomei
duas decisões:
1. Que ofereceria a Sagrada Eucaristia todos os
sábados em honra à Santíssima Virgem Maria, para
implorar sua proteção sobre meu sacerdócio – a
Epístola aos Hebreus ordena ao sacerdote oferecer
sacrifícios não só pelos demais, mas também por si
mesmo, já que seus pecados são maiores devido à
dignidade de seu ofício.
2. Resolvi também que todos os dias passaria uma
Hora Santa na presença de Nosso Senhor no
Santíssimo Sacramento.
Venho mantendo ambas as decisões no decorrer do
meu sacerdócio. A Hora Santa originou-se de uma
prática que desenvolvi um ano antes de ser
ordenado. A grande capela do Seminário de São
Paulo fechava às seis da tarde; todavia, havia capelas
privadas disponíveis para devoções privadas e
orações noturnas. Numa tarde em particular,
durante o recreio, caminhei por quase uma hora, de
um lado a outro, no exterior da capela maior. Um
--------------------------------------------
2 - SHEEN, Fulton J. Treasure in Clay: The Autobiography of Fulton J. Sheen, Image Books, New
York, 1980 – Capítulo XII. Blog Christifidei.

40
pensamento me surgiu: “Por que não fazer uma
Hora Santa de adoração na presença do Santíssimo
Sacramento?”. Comecei no dia seguinte, e hoje a
prática já carrega mais de sessenta anos.
Apresentarei brevemente algumas razões pelas quais
mantenho esta prática, e porque venho fomentando-
a nos demais.
Primeiro, a Hora Santa não é uma devoção; é uma
participação na obra da Redenção. No Evangelho de
São João, Nosso Santíssimo Senhor usou as palavras
“hora” e “dia” em duas conotações totalmente
diferentes. O “dia” pertence a Deus; a “hora”
pertence ao maligno. Sete vezes no Evangelho de São
João usa-se a palavra “hora”, e em cada instância
referenciando-se ao demônio e aos momentos em
que Cristo já não está nas Mãos do Pai, mas nas mãos
dos homens. No horto de Getsêmani, Nosso Senhor
contrastou duas “horas”: uma era a hora do mal, na
qual Judas pôde apagar as luzes do mundo. Em
contraste, Nosso Senhor perguntou: “Não podem
velar uma hora comigo?”. Em outras palavras, Ele
pediu uma hora de reparação para combater a hora
do mal; uma hora de união íntima com a Cruz para
sobrepor-nos ao anti-amor do pecado.
Em segundo lugar, a única vez que Nosso Senhor
pediu algo a seus Apóstolos foi na noite de sua
agonia. Não pediu a todos, talvez porque sabia que
não podia contar com sua fidelidade. Porém, ao

41
menos esperava que três lhe fossem fiéis: Pedro,
Tiago e João. Desde esse momento, e muitas vezes
na história da Igreja, o mal está acordado, porém os
discípulos estão dormindo. É por isso que de Seu
angustiado e solitário Coração saiu o suspiro: “Não
podem velar tão somente uma hora comigo?”. Ele
não implorava por uma hora de atividade, mas por
uma hora de companhia.
A terceira razão pela qual mantenho a Hora Santa é
para crescer mais e mais à semelhança d’Ele. Como
diz São Paulo: “Nos transformamos naquele em que
fixamos nosso olhar” (Cf. 2 Cor III, 18). Ao
contemplar o entardecer, o rosto toma um
resplendor dourado. Ao contemplar o Senhor
Eucarístico por uma hora, o coração se transforma
de um modo misterioso, assim como o rosto de
Moisés se transformou na companhia de Deus na
montanha. Acontece-nos algo parecido ao que
aconteceu com os discípulos de Emaús, no domingo
de Páscoa pela tarde, quando o Senhor os
encontrou. Ele lhes perguntou por que estavam tão
tristes, e depois de passar algum tempo em Sua
presença, e ouvir novamente o segredo da
espiritualidade – “O Filho do Homem deve sofrer
para entrar em Sua Glória” –, o tempo de estar com
Ele terminou, e seus “corações ardiam”.
A Hora Santa é difícil? Algumas vezes parecia ser
difícil; poderia significar ter que sacrificar um

42
compromisso social, ou levantar-se uma hora mais
cedo, porém no fundo nunca foi uma carga, só uma
alegria. Não quero dizer que todas as Horas Santas
tenham sido edificantes como, por exemplo, aquela
na igreja de São Roque, em Paris. Entrei na igreja em
torno das três da tarde, sabendo que teria que tomar
um trem a Lourdes duas horas mais tarde. Só tenho
uns dez dias por ano nos quais posso dormir durante
o dia, e este era um desses. Ajoelhei-me e rezei uma
oração de adoração, sentei-me para meditar, e
poucos minutos depois estava dormindo. Ao
despertar, disse ao Bom Senhor: “Eu fiz uma Hora
Santa?”. Pensei que Seu anjo me dizia: “Bom, foi
dessa forma que os Apóstolos fizeram sua primeira
Hora Santa no horto de Getsêmani, mas não o faças
outra vez”.
Uma Hora Santa difícil que recordo, foi quando
tomei um trem de Jerusalém ao Cairo. O trem partiu
às quatro da manhã; isso fez com que eu levantasse
muito cedo. Em outra ocasião, em Chicago, às sete
da noite, pedi permissão ao pároco para entrar em
sua igreja e fazer uma Hora Santa, já que a igreja
estava fechada. Mais tarde, ele se esqueceu de que
me havia deixado entrar, e passei em torno de duas
horas tentando encontrar uma maneira de escapar.
Finalmente, pulei por uma pequena janela e caí na
carvoeira. Isto assustou o caseiro, que veio em meu
auxílio.

43
No início do meu sacerdócio, fazia a Hora Santa
durante o dia ou à tarde. No decorrer dos anos,
fiquei mais ocupado, e fazia a Hora de manhã cedo,
geralmente antes da Santa Missa. Os sacerdotes,
como todas as pessoas, dividem-se em duas classes:
galos e corujas. Alguns trabalham melhor pela
manhã, outros durante a noite.
O objetivo da Hora Santa é fomentar um encontro
pessoal e profundo com Jesus Cristo. O santo e
glorioso Deus nos invita constantemente a
aproximarmo-nos d’Ele, conversar com Ele, para
pedir-lhe as coisas que necessitamos e para
experimentar a bênção da amizade com Ele.
Quando somos neo-sacerdotes é fácil nos darmos
por inteiro a Cristo, porque o Senhor nos preenche
de doçura, da mesma maneira que uma mãe dá um
caramelo a seu bebê para animar seu primeiro passo.
O entusiasmo, entretanto, não dura muito;
rapidamente aprendemos o custo do apostolado. A
lua de mel logo termina, assim como a vaidade de
ouvir pela primeira vez aquele estimulante título de
“Padre”.
O amor sensível, ou amor humano, diminui com o
tempo, porém o Amor Divino não. O primeiro
concerne ao corpo, que responde cada vez menos
aos estímulos, mas na ordem da graça, a resposta do
Divino ao pequeno, os atos humanos de amor se
intensificam.

44
Nem o conhecimento teológico, nem a ação social
por si só são suficientes para nos mantermos em
amor com Jesus Cristo, a menos que ambos estejam
precedidos por um encontro pessoal com Ele.
Moisés viu que a sarça ardente no deserto não se
alimentava de nenhum combustível. A chama, sem
alimentar-se de nada visível, continuava existindo
sem destruir a madeira. Uma dedicação tão pessoal
a Cristo não deforma nenhum de nossos dons
naturais, disposições ou caráter; só renova sem
matar. Como a madeira se transforma em fogo, e o
fogo perdura, assim nos transformamos em Cristo, e
Cristo perdura.
Descobri que leva algum tempo para incendiar-se
rezando. Esta tem sido uma das vantagens da Hora
diária. Não é tão curta como para não permitir à alma
abismar-se e sacudir-se às múltiplas distrações do
mundo. Estar ante a presença de Nosso Senhor é
como expor o corpo ao sol para absorver seus raios.
O silêncio na Hora é como uma conversa privada
com o Senhor. Nesses momentos, rezamos menos e
ouvimos mais. Não dizemos: “Ouve, Senhor, porque
teu servo fala!”, mas “Fala, Senhor, que teu servo
escuta!”.
Busquei muitas vezes uma maneira de explicar o fato
de que nós, os sacerdotes, devemos conhecer mais a
Jesus Cristo do que sobre Jesus Cristo. Muitas
traduções da Bíblia usam a palavra “conhecer” para

45
indicar a união carnal de dois em um. Por exemplo:
“Salomão não a conhecia”, o que significava que não
havia tido relações carnais com ela. A Santíssima
Virgem Maria disse ao Anjo na Anunciação: “Não
conheço nenhum homem”. São Paulo exorta os
maridos a possuírem suas mulheres em
“conhecimento”. A palavra “conhecer” aqui indica
unidade carnal de dois em um. A aproximação dessa
identidade provém da aproximação da mente com
qualquer objeto conhecido. Nenhuma faca poderia
separar minha mente da ideia que ela tem de uma
maçã. A união íntima de marido e mulher descrita
como “conhecimento” deve ser o fundamento desse
amor pelo qual o sacerdote ama a Cristo.
Intimidade é abertura sem reservas, que não guarda
nenhum segredo, e revela o coração aberto a Cristo.
Demasiadas vezes os amigos são só “dos barcos que
passam dentro da noite”. O amor carnal, apesar de
ser íntimo, muitas vezes pode ser uma troca de
egoísmos. O ego se projeta na outra pessoa, e o que
se ama não é a outra pessoa, mas o prazer que a outra
pessoa oferece. Notei ao longo da minha vida que,
quando eu retrocedia ante as demandas que o
encontro me havia imposto, me via mais ocupado e
mais preocupado com atividades. Isto me dava uma
desculpa para dizer: “Não tenho tempo”, como um
marido que pode absorver-se no trabalho, e se
esquecer do amor de sua mulher.

46
É impossível para mim explicar o quão útil foi a Hora
Santa para preservar minha vocação. A Escritura
oferece uma considerável evidência para provar que
um sacerdote começa a falhar em seu sacerdócio
quando falha no amor à Eucaristia. Muitas vezes
assume-se que Judas caiu porque amava o dinheiro.
A avareza é raramente o princípio do erro e da queda
de um embaixador. O princípio da queda de Judas,
e o fim de Judas, ambos giram em torno da
Eucaristia. A primeira vez que a Escritura Sagrada
menciona que Nosso Senhor sabia quem haveria de
traí-lo, é ao final do capítulo seis de São João, que é
o capítulo da anunciação da Eucaristia. A queda de
Judas veio na noite que Nosso Senhor instituiu a
Eucaristia, na noite da Última Ceia.
A Eucaristia é tão essencial para nossa união com
Cristo, que nem bem Nosso Senhor a anunciou no
Evangelho para já começar a ser a prova de
fidelidade de seus seguidores. Primeiro, perdeu as
massas, porque era muito duro em suas palavras, e já
não mais o seguiam. Em segundo lugar, perdeu
alguns de seus discípulos: “Eles já não andavam mais
com Ele”. Terceiro, dividiu seu grupo de apóstolos,
já que aqui Judas é anunciado como o traidor.
Portanto, a Hora Santa, além de seus benefícios
espirituais, preveniu meus pés de vaguear muito
longe. Quando se está atado a um Sacrário, a própria
corda não é tão larga para encontrar outras

47
pastagens. Essa tênue lâmpada do tabernáculo,
embora pálida e difusa, tem uma misteriosa
luminosidade para obscurecer o brilho “das luzes
brilhantes”. A Hora Santa tornou-se como um
tanque de oxigênio para reavivar o sopro do Espírito
Santo no meio da suja e hedionda atmosfera do
mundo. Mesmo quando parecia ser tão pouco
proveitoso, e carente de intimidade espiritual, tinha
a sensação de ser ao menos como um cão na porta
de seu dono, pronto caso fosse chamado.
A Hora Santa tornou-se, também, um magistério e
uma mestra, já que, embora antes de amar a alguém
devemos conhecer essa pessoa, sem embargo,
depois sabemos que é o Amor que aumenta o
conhecimento. As convicções teológicas não só são
obtidas das duas capas de um livro formal, mas dos
dois joelhos sobre um genuflexório ante um
Sacrário.
Finalmente, fazendo uma Hora Santa todos os dias,
constituía para mim uma área da vida na qual podia
pregar o que praticava. Muitas poucas vezes em
minha vida preguei o jejum de forma rigorosa, já que
o jejum sempre me pareceu extremadamente difícil;
porém, podia pedir aos outros para fazerem a Hora
Santa, porque eu a fazia.
Gostaria de ter mantido, ao longo do tempo, um
registro das milhares de cartas que venho recebendo
de sacerdotes e leigos contando-me suas experiências

48
na prática da Hora Santa. Cada retiro para sacerdotes
que eu pregava tinha a Hora Santa como resolução
prática. Demasiadas vezes os retiros são como as
conferências sobre saúde. Há um acordo geral sobre
a necessidade de se ter saúde, porém falta uma
recomendação específica sobre como ser saudável.
A Hora Santa se transformou em um desafio para os
sacerdotes do retiro, e depois, quando os vídeos dos
meus retiros estavam disponíveis para os leigos, era
edificante ler sobre os que respondiam à graça,
fazendo uma Hora diária frente ao Senhor. Um
monsenhor, por debilidade ante o álcool, e pelo
consequente escândalo, foi ordenado a deixar sua
paróquia, e foi posto à prova em outra diocese, onde
participou do meu retiro. Respondendo à graça de
Deus, deixou o álcool, foi restituído efetivamente em
seu sacerdócio, seguiu fazendo a Hora Santa todos
os dias, e morreu na presença do Santíssimo
Sacramento.
Como exemplo da grande amplitude de efeitos da
Hora Santa, certa vez recebi uma carta de um
sacerdote da Inglaterra que dizia, com suas próprias
palavras: “Deixei o sacerdócio, e caí em um estado
de degradação”. Um sacerdote amigo o convidou a
ouvir o a fita videocassete sobre a Hora Santa de um
retiro que eu havia pregado. Respondendo à Graça,
foi restituído novamente ao sacerdócio, e lhe foi
confiado o cuidado de uma paróquia. A Divina

49
Misericórdia produziu nele uma mudança, e então
recebi esta carta:
Semana passada tivemos nossa Solene Exposição
anual do Santíssimo Sacramento. Animei um grande
número de pessoas a vir e velar durante todo o dia,
e todos os dias, e assim não teríamos que guardar o
Santíssimo Sacramento por falta de pessoas para
velar. Na última tarde, organizei uma procissão com
os Primeiros Comungantes (crianças que estavam
prestes a fazer sua Primeira Comunhão), atirando
pétalas de rosa diante do Senhor. Os homens da
paróquia formaram uma Guarda de Honra. O
resultado foi surpreendente: havia mais de 250
pessoas presentes para a procissão e a Hora Santa.
Estou convencido de que nossa gente está buscando,
muitas das vezes, devoções que muitas das paróquias
oferecem, e isto passa porque nós, os sacerdotes, não
podemos ser molestados com incômodos. No ano
que vem espero que a Exposição Solene seja ainda
com mais quantidade de pessoas, já que agora a
notícia está sendo espalhada. No último par de
semanas, formei um grupo de estudos da Bíblia; isto
é para animar nossa gente a ler a Palavra de Deus.
Começo com a leitura das Escrituras e meditamos
durante a tarde; logo depois, temos uma breve
exposição do Santíssimo Sacramento, e meditação
até o momento da Bênção. Comecei também a
percorrer as ruas ao redor da paróquia, e rezo a
Missa toda semana em uma casa da quadra, e

50
convido todos dessa rua a vir e participar. A resposta
tem sido muito boa, tendo em conta que isto é
novidade por aqui. Não quero me converter em um
sacerdote ativista; assim que me levanto, bem cedo,
faço minha Hora Santa. Ainda tenho meus
problemas pessoais para controlar, porém tomei
coragem de suas palavras: “terás que combater
muitas batalhas, mas não te preocupes porque, no
final, ganharás a guerra ante o Santíssimo
Sacramento”.
Muitos leigos que leem os livros e ouvem os
videocassetes também estão fazendo a Hora Santa.
Outro dos frutos da Hora Santa é a sensibilidade à
Presença Eucarística de Nosso Divino Senhor.
Recordo-me de haver lido nos escritos de
Lacordaire, o famoso orador da Catedral de Notre
Dame em Paris: “Dai-me um jovem que possa
apreciar por dias, semanas e anos, a dádiva de uma
rosa, ou o aperto da mão de um amigo”.
Vendo, no início de meu sacerdócio, que os
matrimônios se destroem e os amigos se separam
quando a sensibilidade e a delicadeza se perdem,
tomei várias medidas para conservar essa
responsabilidade. Recém-ordenado, e como
estudante na Universidade Católica de Washington,
nunca entrava na sala de aula sem antes subir a
escadaria até a capela para fazer um pequeno ato de
amor a Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento.

51
Mais tarde, na Universidade de Louvain, na Bélgica,
entrava para visitar Nosso Santíssimo Senhor em
cada uma das igrejas pelas quais passava até chegar à
sala de aula. Quando segui o trabalho de graduação
em Roma, e fui às Universidades Angelicum e
Gregoriana, visitava todas as igrejas no caminho
desde a zona de Trastevere, onde vivia. Tempos
depois, como professor na Universidade Católica de
Washington, consegui pôr uma capela em frente à
minha casa, para que sempre pudesse, antes e depois
de sair, ver a lâmpada do Sacrário como um sinal
para ir adorar o Coração de Jesus Cristo pelo menos
por uns poucos segundos. Tratei de ser fiel a esta
prática durante toda a minha vida, e ainda agora, no
departamento em New York onde vivo, a capela está
entre meu local de estudo e meu dormitório. Isto
quer dizer que não posso me mover de uma área à
outra de meu pequeno departamento sem ao menos
fazer uma genuflexão e uma pequena jaculatória a
Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento.
_____________
Fontes: SHEEN, Fulton J. Treasure in Clay: The Autobiography of Fulton J.
Sheen, Image Books, New York, 1980 – Capítulo XII. Blog Christifidei

52
editora mariana
"Que venha o reino de Maria"
"minha alma está triste até a morte.
Ficai aqui e vigiai comigo"
Mt. 26,38

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